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Atualidades

Atualidades – PA

Professor Cássio Albernaz

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Atualidades

1. POLÍTICA:

• governador: Simão Jatene (PSDB), reeleito no segundo turno.

• corrupção:

CASO CERPASA

Investigação constata propina paga pela Cerpasa. As investigações sobre o caso Cerpasa co-meçaram há 13 anos e foram conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF), quando agentes fizeram uma operação de busca e apreensão na sede da empresa, que estava envolta em dívidas por sonegação de ICMS e denúncias de existência de caixa dois. O crime, cometido em 2002, antecedeu a campanha para o Governo do Estado do Pará, na qual Jatene foi indicado sucessor do ex-governador morto, Almir Gabriel.

Em contrapartida ao perdão da dívida de ICMS concedido pelo Governo do Estado, a Cerpasa tornou-se uma das maiores financiadoras da campanha de Jatene ao Governo, em 2002. Na de-núncia feita pelo MPF, está sublinhado o compromisso assumido pela Cerpasa em retribuição ao perdão da dívida concedido por Jatene.

PRISÃO

Um livro de contabilidade apreendido pela PF, na sede da Cerpasa, revelou o pagamento de R$ 12,5 milhões, em prestações, durante o fim do mandato de Almir Gabriel - antecessor de Jatene - e nos dois primeiros anos do mandato do atual governador do Pará (2003 e 2004). Em seu parecer, o MPF concluiu que o Estado do Pará foi lesado com o perdão de dívidas de ICMS. A sentença requerida pela Procuradoria Geral da República é de 8 anos de prisão para Jatene.

http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-361253-investigacao-constata-propina--paga-pela-cerpasa.html

Caso Cerpasa: Jatene será julgado pelo STJ

A Ação Penal nº 827, que tem como principal réu o governador do Pará, Simão Jatene, vai ser julgada amanhã (16), pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ação volta à pauta de julgamentos depois que 2 ministros levantaram dúvidas sobre o pedido de arquiva-mento feito pelo relator Napoleão Nunes Maia Filho.

O processo investiga a prática de crimes tributários cometidos por Jatene e integrantes de seu Governo em benefício da Cervejaria Paraense S/A. Na ação do que ficou conhecido como "caso Cerpasa", Jatene é acusado de ter sido o principal beneficiário do pagamento de propina, acer-tada com os donos da empresa, após a concessão de uma anistia fiscal referente a débitos de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

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A ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura votou contra a decisão do relator. Já o ministro Jorge Mussi, teve dúvidas sobre a validade do pedido de Maia Filho e também pediu vistas ao processo. O voto dos 2 será julgado, amanhã, pelos demais membros da Corte, que é composta por 15 ministros.

DECISÃO

No fim de novembro do ano passado, uma decisão monocrática (individual) do relator propôs a extinção da punibilidade atribuída pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao governador do Pará. A pena para Jatene estipulada pela instituição é de 8 anos de prisão. A decisão do re-lator, no entanto, não foi acatada por Maria Thereza Rocha de Assis Moura, que, em voto sepa-rado, acatou o agravo regimental interposto pelo Ministério Público Federal (MPF) do Pará, no qual há outra análise sobre a prescrição e consequente arquivamento do processo.

A ação tramita em segredo de Justiça. No entanto, uma fonte do STJ informou que o MPF/PA não concordou com a contagem de prazo para prescrição da ação penal analisada individual-mente por Napoleão Nunes. Depois de dar seu voto contrário ao arquivamento da ação, em julgamento da Corte Especial em 3 de fevereiro deste ano, Jorge Mussi pediu vistas ao processo interrompendo, mais uma vez o julgamento e seu voto será apresentado nesta quarta-feira. En-quanto prosseguir o julgamento, Jatene é considerado réu pela pratica de crime de corrupção. (http://www.cidade92fm.com.br/noticias/brasil/144715)

• pedido de impugnação:

Antaq recebe pedido para impugnar editais de leilão em porto do Pará.

Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado utilizando o link http://www.va-lor.com.br/empresas/4488646/antaq-recebe-pedido-para-impugnar-editais-de-leilao-em-por-to-do-para

Decreto prevê cortes para redução de despesas no Governo do Pará

Expectativa é economizar R$ 80 milhões até o final de 2016.

Governo não pode contratar servidores temporários nem criar novos cargos.Do G1 PA

O Governo do Pará publica nesta quinta-feira (31), no Diário Oficial do Estado, um decreto para reduzir despesas administrativas. Cada órgão vai ter que cortar 20% dos gastos. O governo es-perar economizar R$ 80 milhões.

De acordo com o governo, as medidas foram tomadas para evitar que os efeitos da crise econô-mica no país atinja o Pará e provoque o cancelamento e atrasos salariais, como já vem aconte-cendo em outros estados.

"O que eu espero agora é maturidade e compreensão de que os acordos e os contratos não es-tão rompidos, eles estão adiados diante de uma crise que nós não temos nenhuma segurança sobre o dia de amanhã. Eu tenho dito, que mais grave do que a crise é a falta de expectativa que o Brasil vive hoje”, afirmou o governador Simão Jatene.

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Cortes

Entre as medidas mais polêmicas do decreto estão as proibições para economizar até o final de 2016 R$ 80 milhões. Durante o período de um ano, o governo não poderá contratar servidores temporários; criar novos cargos, empregos ou funções; criar ou implantar planos de cargos, carreiras e remunerações e criar gratificações.

Quem espera pelos concursos públicos talvez precise adiar os planos. "Nós vamos reavaliar as questões dos concursos, até porque se nós superamos o limite legal, nós não só temos que dei-xar de fazer concurso, como nós vamos ter que estar dispensando muita gente", pontou Jatene.

"O decreto traz uma série de medidas de racionalização de despesas. Essas medidas vão desde o controle das despesa com pessoal até a manutenção da máquina administrativa do estado, com toda a estrutura de funcionamento”, explicou Alice Viana, secretária de estado de adminis-tração.

Polêmica

O anúncio gerou polêmica. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Pará teme as consequências dos cortes.

"Isso vai causar uma desmotivação na categoria dos delegados, vai causar um prejuízo político muito grande para o governo, não só na área de segurança pública, vai haver uma retração na própria economia do estado, vai reduzir a geração de emprego, além do fato de que isto vai ge-rar uma desmotivação dos servidores de uma forma geral. Se o governo não criar mecanismos para motivar os servidores a trabalhar, as consequências serão, na área da segurança pública, o aumento da criminalidade, e na área da educação a evasão escolar”, disse o presidente da Adepol, Ivanildo Santos.

Leilão de áreas portuárias no Pará deve ocorrer em 9 de junho, diz minis-tro

Antaq já deve apresentar nos próximos dias o cronograma do certamePublicado em: 05/04/2016 15:05

O ministro da Secretaria dos Portos, Helder Barbalho, anunciou nesta segunda-feira que o leilão de seis áreas portuárias no Estado do Pará, que inicialmente seria realizado em 31 de março, deve ocorrer em 9 de junho. Segundo o ministro, a agência responsável, ou seja, a Agência Na-cional de Transportes Aquaviários (Antaq) já deve apresentar nos próximos dias o cronograma do certame.

Nesta etapa, serão leiloadas duas áreas em Santarém, uma voltada para o embarque de grãos e outra para granéis minerais, três áreas em Outeiro, todas para a movimentação de grãos, e uma em Vila do Conde, também para o embarque e desembarque de grãos. A área de Vila do Conde fazia parte da primeira etapa do leilão, realizada em dezembro, mas foi retirada do certame por não ter recebido propostas na ocasião - com a primeira etapa, o governo arrecadou R$ 430 mi-lhões em outorgas com o arrendamento de três áreas no Porto de Santos (SP).

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A segunda etapa, incluindo as seis áreas no Pará, deveria ter sido realizada em 31 de março, mas foi adiada pelo governo. Em comunicado, a Antaq afirmou que uma falha no sistema levou à falta de resposta de questionamentos enviados por consórcios interessados, causando a ne-cessidade do adiamento.

O ministro também ressaltou que o governo fará, em 24 de maio, a licitação do terminal de passageiros de Salvador (BA), e que o Tribunal de Contas da União (TCU) liberou, na última se-mana, a licitação do terminal de passageiros de Recife. "Em seguida, faremos o mesmo nos ter-minais de Natal e Fortaleza", disse Barbalho, durante solenidade de abertura da 22ª Intermodal South America, em São Paulo.

06/04/2016

Decreto desapropria área para instalação de distrito industrial

Área de 250 hectares fica na rodovia Curuá-Una, em Santarém.Decreto considera que negócio vai trazer benefícios a economia.

Do G1 Santarém

O governo do Pará publicou na edição de segunda-feira (4), do Diário Oficial do Estado, decreto que declara de utilidade pública a desapropriação, em favor do Estado, de uma área de 250 hectares no município de Santarém, oeste do Pará. A medida acontece para que seja viabilizada a implantação do Distrito Industrial no local.

O terreno fica localizado na entrada do quilômetro 11 da rodovia estadual Curuá-Una (PA-370), que liga o centro urbano de Santarém à usina Hidrelétrica Curuá-Una.

O decreto traz argumentos de que é preciso fomentar novos investimentos, trazendo benefí-cios à economia por meio da agregação de valor à cadeia produtiva e, em especial, da oferta de empregos, considerando que a instalação do Distrito Industrial em Santarém é uma forma de fomentar o processo de crescimento econômico do Estado e constitui um importante instru-mento para o desenvolvimento da região.

De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), que administra os distritos industriais do Estado, está sendo planejado para Santarém um distrito no padrão dos melhores do país. A diretoria executiva da Codec realizou visitas a distritos industriais e zo-nas de processamento de exportação nos Estados de Minas Gerais (Codemig), Ceará (Porto do Pecém) e Piauí (Parnaíba), para extrair exemplos de boas práticas que influenciam no processo de planejamento do novo distrito industrial paraense.

Remanejamento de cerâmicas

Segundo a Prefeitura de Santarém, com a implantação do distrito, a prioridade será o remane-jamento de 50 indústrias cerâmicas, que estão atualmente instaladas em áreas urbanas. A ideia é levar elas para o distrito com uma estrutura apropriada para recebê-las.

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Emprego e renda

Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces), César Ramalheiro, o negócio deve aumentar a geração de emprego e renda. Desta forma, o município poderá se consolidar com o distrito industrial e deixará de depender apenas do setor extrativista.

Governo testa mercado com leilão de portos dia 31/03Por: Agência Estado

Publicado em: 26/03/2016 10:43

O leilão de seis áreas em portos públicos no Pará, marcado para o próximo dia 31, será um importante teste para a tese que circula no governo, segundo a qual os investimentos em infraestrutura são menos impactados pela crise política e pelo atual momento de baixa na economia, por se tratarem de decisões de longo prazo. A expectativa da área econômica é que haja interessados para todas as áreas, que juntas exigirão investimentos estimados em R$ 1,766 bilhão.

“Torço para que apareçam vários interessados para ocupar essas vagas, que hoje estão ociosas”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli. “É uma região importante para o escoamento do agronegócio”, afirmou.

“Em condições normais de temperatura e pressão, o negócio teria bastante concorrência”, comentou Fernando Marcato, sócio da GO Associados, para quem a crise não será determinante no leilão. “Os estrangeiros avaliam que o Brasil não sofrerá uma ruptura institucional e que, daqui a algum tempo, alcançaremos velocidade de cruzeiro.” Ele acredita que o leilão terá concorrentes, tal como calcula o governo.

“O mercado está morno”, disse o advogado Luís Felipe Valerim Pinheiro, sócio da VPBG Advogados e professor de Infraestrutura na FGV Direito em São Paulo. “Creio que não seja problema do projeto em si, mas pelo contexto macroeconômico.”

Os problemas técnicos envolvendo o leilão de áreas portuárias no Pará foram bastante reduzidos nos últimos meses. O ministro dos Portos, Hélder Barbalho, fez uma série de reuniões com representantes do setor privado para ajustar o edital, depois que o governo precisou desistir de leiloar uma área no porto de Vila do Conde no final do ano passado. Também liderou um roadshow. “Ele fez a lição de casa”, atestou Marcato.

O governo já havia acatado sugestões das empresas como, por exemplo, autorizar a instalação de um terminal de fertilizantes em Santarém e de três terminais de grãos em Outeiro. Originalmente, a previsão era de apenas um. Os terminais portuários não escapam, porém, dos problemas comuns às demais concessões. O principal deles é o crédito, já identificado pela área econômica como principal gargalo do programa.

Os terminais no Pará fazem parte de uma estratégia de governo e empresas, que querem direcionar o escoamento dos grãos produzidos no centro do País para os portos do Norte. A estimativa da Secretaria de Portos é que o volume de carga para aquela região aumentará 160% até 2020, passando de 8,5 milhões de toneladas para 22 milhões de toneladas.

A secretaria cita cálculos do consultor da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Luiz Antonio Fayet, pelos quais será possível economizar de US$ 47 a US$ 60 por

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tonelada com essa nova rota, que ficará de 500 a 1000 km mais curta. As informações são do jornal

05/04/16 18:08 Atualizado em06/04/16 16:36

Pará entra na Justiça contra União por compensações ambientais de Belo Monte

Danilo Fariello - O Globo

BRASÍLIA - O governo e os procuradores federais do Pará ingressaram na Justiça na segunda-feira pedindo a anulação da decisão do Comitê de Compensação Ambiental Federal que destinou ao estado de Mato Grosso 72% dos recursos de compensação pelos impactos da usina de Belo Monte. A intenção foi revelada ao GLOBO em março pelo governador Simão Jatene (PSDB).

Em julho de 2014, o Comitê decidiu que R$ 92 milhões das compensações, do total de R$ 126 milhões, seriam destinados para o Parque Nacional do Juruena (MT), enquanto que as unidades de conservação na bacia do Xingu, local dos impactos da obra, receberiam R$ 34 milhões, segundo a ação.

A procuradora da República Thais Santi e a procuradora do estado do Pará, Cristina Magrin Madalena, pedem ainda que os réus, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Norte Energia, sejam obrigados a elaborar um novo plano para destinação dos recursos, priorizando a bacia do Xingu.

Por meio de nota, a procuradora Thais disse que “o o desvio na destinação dos recursos da compensação ambiental é reflexo da invisibilidade dos grupos ribeirinhos que habitam os rios da região no processo de licenciamento ambiental e é resultado da omissão do ICMbio em reconhecer que as Unidades de Conservação do médio Xingu são impactadas por Belo Monte”.

Procurado, o Ministério do Meio Ambiente informou nesta terça-feira que "não tem comentário a fazer" sobre a ação.

A Norte Energia esclareceu que não possui nenhum poder de decisão dos valores da compensação ambiental a serem repassados, nem de seus percentuais, o que é definido pelo ICMBio. "A Norte Energia cumpre e cumprirá o que determinar a legislação vigente, no que diz respeito a este assunto". A empresa informou, ainda, que até a tarde de quarta-feira (6) ainda que não foi citada oficialmente sobre tal assunto e que, portanto, não comentará maiores detalhes.

BELO MONTE JÁ ESTÁ CONECTADA

Desde domingo, a usina hidrelétrica de Belo Monte já está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo informou nesta terça-feira a Norte Energia, empresa responsável pela usina.

Segundo a empresa, "a primeira turbina a entrar em operação, na Casa de Força Principal (sítio Belo Monte) iniciou a sincronização com o SIN no domingo, com capacidade de gerar até 611,1 MW. Uma outra turbina menor, de 38,9 MW, foi sincronizada na Casa de Força Complementar (Sítio Pimental) na segunda-feira".

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• recursos:

Pará vai à Justiça por recursos de Belo Monte.

BRASÍLIA - O Pará entrará na Justiça contra o governo federal, nos próximos dias, questionando a destinação de 72% das compensações ambientais pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte aos estados de Mato Grosso e Amazonas, em área distante a mais de 750 quilômetros do canteiro de obras. O governador Simão Jatene (PSDB) disse ao GLOBO que há um problema de origem na distribuição, que é o fato de o governo estadual não fazer parte do Comitê de Compensação Ambiental Federal, que define a destinação entre as Unidades de Conservação (UCs).

O governo federal e a Norte Energia, responsável pela obra, alegam, que a distribuição segue leis e normas vigentes. Segundo a decisão do Comitê, dos R$ 126 milhões em compensações, só R$ 34 milhões vão para unidades de conservação do Pará. O restante vai, principalmente, para a reserva do Parque Nacional do Juruena, nos estados vizinhos.

— A discussão não é só pelo valor, mas essa lógica doida de o governo federal esquecer que estamos em uma federação — disse Jatene.

Não é ilegal usar dinheiro de compensações em estados diferentes daquele dos empreendimentos, mas as unidades de conservação por eles afetados devem ser prioridade. Segundo o Ibama, porém, não foi identificada nenhuma unidade diretamente afetada por Belo Monte e todas as áreas beneficiadas estão no mesmo bioma da Amazônia, como manda a norma.

TERMO DE COMPROMISSO

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) do Pará entrará com a ação nos próximos dias na Justiça Federal em Altamira (PA) e espera obter uma liminar até abril, data prevista para o pagamento da compensação pela Norte Energia. O governo do Pará espera que o Ministério Público Federal no Pará e os procuradores estaduais acompanhem a ação.

Thiago Valente, presidente do Instituto do Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio) do Pará, disse que o estado pediu para fazer parte do Comitê antes da divisão dos recursos, mas o pedido foi negado. As autoridades do estado alegam já terem enviado questionamentos administrativos sobre a distribuição das compensações ao Instituto Chico Mendes (ICMBio), mas não houve resposta administrativa. Por isso, a decisão de ir à Justiça nos próximos dias, se não houver mudança na decisão.

— Não é ilegal (a divisão), mas quem é afetado pela regra não tem representatividade na decisão. É, no mínimo, imoral, desastroso. Vamos questionar na Justiça a desproporcionalidade. Mesmo que houvesse algum montante de recurso (para outros estados), que fosse a parcela menor, não a maior — disse Valente.

O governo federal não explicou por que os estados não fazem parte do Comitê, mas o Ibama e a Norte Energia dizem que o Pará já poderia ter recebido os recursos a que tem direito, se tivesse celebrado acordos com o empreendedor para isso.

O Ibama informou que o plano de trabalho apresentado em abril de 2014 pela secretaria de Meio Ambiente do Pará previa R$ 17,6 milhões para aplicação em UCs estaduais (há recursos

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para UCs estaduais e federais no estado). O Comitê avaliou o plano e concluiu que algumas unidades não seriam elegíveis a receber os recursos, disse o instituto, acrescentando que, as mesmas unidades foram consideradas aptas a receber recursos de compensação ambiental de outros empreendimentos, como o ramal ferroviário Sudeste do Pará

O Ibama informou que o plano de trabalho apresentado em abril de 2014 pela secretaria de Meio Ambiente do Pará previa R$ 17,6 milhões para aplicação em UCs estaduais (há recursos para UCs estaduais e federais no estado). O Comitê avaliou o plano e concluiu que algumas unidades não seriam elegíveis a receber os recursos, disse o instituto, acrescentando que, as mesmas unidades foram consideradas aptas a receber recursos de compensação ambiental de outros empreendimentos, como o ramal ferroviário Sudeste do Pará.

Segundo o Ibama, no que diz respeito às UCs federais, a distribuição de recursos foi definida em atendimento a plano de trabalho apresentado pelo ICMBio. “Para receber os recursos destinados, o estado precisa assinar termo de compromisso com o empreendedor”, informou o Ibama, acrescentando que o documento não foi assinado.

A Norte Energia afirmou que aguarda a elaboração de termo de compromisso por parte do governo do Pará para realizar os repasses. “A empresa esclarece que os valores a serem repassados são definidos pelo ICMBio.”

http://extra.globo.com/noticias/economia/para-vai-justica-por-recursos-de-belo-monte-18842460.html#ixzz43TmrK5qi

2. ECONOMIA:

• dados gerais: principais produtos de exportação – minério de ferro e produtos da cadeia do alumínio (bauxita, aluminas, alumínio bruto); extrativismo vegetal – 3º maior produtor de castanha-do-pará e maior rebanho de búfalos.

Economia do Pará será a única que não vai encolher em 2015Segundo estudo do banco Santander, todos as outras unidades da Federação encerrarão o ano com PIB negativo

Campo de mineração de ferro em Carajás, no Pará (PA) (Otávio Dias de Oliveira/Folhapress/VEJA)

A recessão prevista neste ano próxima de 3% deve se alastrar e derrubar a economia de quase todos os Estados brasileiros. Segundo previsões do banco Santander, só um não ficará no vermelho: o Pará, que deve fechar o ano com o Produto Interno Bruto (PIB) estagnado. As informações foram publicadas nesta quinta-feira pelo jornal O Globo. Se a estimativa se concretizar, será a primeira na história - a série do IBGE que mede o PIB começou a ser contabilizada em 1996 - que a economia de todos os Estados registrará desempenho negativo ou zerado.

No estudo, o banco prevê uma recessão de 2,8% no PIB do país em 2015. Os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central esperam contração de 2,97% e o Fundo

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Monetário Internacional, de 3%. Segundo a instituição financeira, as quedas mais acentuadas na atividade econômica devem ser verificadas em Pernambuco (-4%), Amazonas (-3,8%), Goiás (-3,8%), Paraíba (-3,7%) e Tocantins (-3,6%). Para os PIBs de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, foi previsto um recuo de 2,6%, 2,5% e 2,7%, respectivamente.

"A ideia é de que praticamente todos os Estados terão queda no PIB este ano. Recessão de 3% acaba afetando toda a economia. Mesmo regiões antes ganhadoras, como o Centro-Oeste, não conseguirão escapar", avalia o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.

Fatores específicos de cada Estado também contribuíram para a baixa nas projeções. No caso de Pernambuco, por exemplo, o dado foi influenciado pela paralisação das obras da refinaria de Abreu e Lima, alvo de denúncias da Operação Lava Jato, que empurrou o setor da construção civil a uma queda de 14,1%. Especialistas também apontam que o Estado sofre com a saída de empresa que receberam benefícios fiscais no ano passado para se instalar na região e fecharam as unidades em 2015.

"Quando você entra numa situação de recessão forte, as filiais daqui são as primeiras a fecharem as portas, porque os custos ficam muito altos. Pernambuco está longe do principal centro consumidor do Brasil, que é São Paulo", afirma Tatiane Menezes, professora de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Os efeitos do desaquecimento da economia são atenuados por dois setores que estão crescendo no cálculo do PIB - indústria extrativa e agropecuária. O que explica a melhor colocação do Pará, onde a extração de minério responde por 30% da economia. Além disso, a maior parte desse tipo de produto é destinada à exportação, que vem ganhando fôlego nos últimos meses com a escalada do dólar. "Mesmo com a queda do preço dos minérios no mercado internacional, e apesar da diminuição da receita com vendas por tonelada exportada, o Estado do Pará vem apresentando contínuos superávits comerciais explicados em grande pelo aumento do volume exportado", afirmou, por e-mail, o presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa).

07/04/2016

Produção industrial cai em 11 dos 14 locais pesquisados, diz IBGE

Maiores quedas foram na Bahia e Amazonas. Indústria recuou 2,5% em fevereiro na comparação com janeiro.

Do G1, em São Paulo

Onze dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registraram queda na produção industrial em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

PRODUÇÃO INDUSTRIAL

Considerando o conjunto do país, a indústria recuou 2,5% em fevereiro na comparação com janeiro. Foi o pior resultado desde dezembro de 2013. Considerando apenas o mês de fevereiro, foi a maior queda da série histórica, que teve início em 2002.

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Os maiores recuos foram nos estados da Bahia (-7,9%) e Amazonas (-4,7%). Na Bahia, parte do avanço de 8,5% acumulado nos meses de dezembro e janeiro foi eliminado. No Amazonas, são 9 meses consecutivos de taxas negativas, com queda acumulada de 26,7%.

Região Nordeste (-3,6%), Santa Catarina (-3,3%) e Ceará (-2,8%) também apontaram recuos mais elevados do que a média nacional (-2,5%).

Pernambuco (-2,5%), São Paulo (-2,1%), Rio de Janeiro (-1,9%), Paraná (-1,6%), Rio Grande do Sul (-1,3%) e Minas Gerais (-0,7%) completaram o conjunto de locais com índices negativos em fevereiro de 2016.

Por outro lado, Pará (6,2%), Espírito Santo (5,3%) e Goiás (4,1%) tiveram resultados positivos.

29/01/2016

Novo mínimo injeta cerca de R$ 90 milhões mensais na economia do PA

Salário de R$ 880 começa a ser pago nos vencimentos referentes a janeiro.Aproximadamente 1,4 milhão de pessoas serão beneficiadas com o reajuste.

Do G1 PA

O novo salário mínimo de R$ 880 entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2016, mas só começou de fato a entrar no bolso dos trabalhadores desde o final da semana passado e deverá se estender até o quinto dia útil do mês de fevereiro. Segundo o Dieese, no Pará, o novo mínimo está introduzindo na economia aproximadamente R$ 90 milhões mensais a partir deste mês de janeiro, beneficiando aproximadamente 1,4 milhão de pessoas.

O Dieese estima que cerca de R$ 3,160 bilhões devem entrar na economia da Região Norte, envolvendo os sete estados, uma média de cerca de R$ 263 milhões mensais, alcançando aproximadamente 2,6 milhões de pessoas. Deste total de recursos que devem entrar na economia do Norte, mais da metade, aproximadamente R$ 1,7 bilhão, deve ser injetado na economia do Pará, uma média de aproximadamente R$ 90 milhões.

No Pará, de um total de aproximadamente 3,6 milhões de pessoas ocupadas, cerca de 40% recebem como remuneração um salário mínimo. E do total de aproximadamente 1,4 milhões de pessoas que recebem salário mínimo, mais da metade são homens.

Mesmo com a elevação de mínimo de R$ 788 para R$ 880, um reajuste de 11,68%, e com os ganhos reais de 77,18% obtidos de 2002 até agora, o mesmo ainda continua "comprando pouco". No mês de dezembro, a cesta básica dos paraenses custou R$ 351,38 e comprometeu na sua aquisição aproximadamente 48,47% do salário mínimo de R$ 788.

Com o novo mínimo de R$ 880, o impacto deverá diminuir um pouco, mas não o bastante para que o mínimo atenda as necessidades básicas do trabalhador como habitação, vestuário, transporte, educação, alimentação, lazer, etc. Segundo o Dieese, o salário mínimo deveria ser, atualmente, em torno de R$ 3 mil.

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3. Infraestrutura e Energia

• Logistica

• siderurgia

Implantação de siderúrgica em Marabá avança com assinatura de Protocolo: O Governo do Estado do Pará e as empresas Vale e Cevital Groupe, esta última da Argélia, assinaram nesta sexta-feira (4), no Palácio do Governo, um protocolo de intenções que representa um novo passo no processo de implantação de uma siderúrgica em Marabá, no sudeste paraense. O documento foi assinado pelo governador do Estado, Simão Jatene, pelos presidentes das companhias, Murilo Ferreira, da Vale, e Issad Rebrab, da Cevital, e outras autoridades, como o senador Flexa Ribeiro e os deputados federais Beto Salame e Julia Marinho, o presidente

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da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Márcio Miranda, secretários de Estado, deputados estaduais, prefeitos e representantes de entidades empresariais.

O protocolo trata dos parâmetros que embasam o projeto de implementação de uma siderúrgica em Marabá, que vinha sendo estudado pela Vale e agora passará a ser conduzido pela gigante argelina. A empresa já havia investido cerca de US$ 300 milhões, incluindo gastos no desenvolvimento de engenharia, com vistas a construção da siderúrgica em Marabá. Entre os termos do acordo, a Vale coloca a disposição da Cevital, além de cooperação técnica, todos os estudos e projetos já elaborados, a transferência do terreno de sua propriedade que seria destinado a construção da Alpa, suprimento em bases comerciais de minério de ferro e serviços logísticos para o empreendimento, além das licenças ambientais do referido projeto. “A Vale irá ceder tudo isso sem ônus ao empreendedor. A mineradora está muito satisfeita em manter esse entendimento mútuo com o Governo do Estado e quer continuar a dar a sua contribuição para que esse grande empreendimento importante para a região se torne perene e reduza as disparidades sociais”, apontou o presidente da Vale, Murilo Ferreira.

Segundo a Cevital Groupe, a expectativa da empresa é que as obras para a instalação da nova siderúrgica comecem ainda este ano e entre em operação em 2019. A previsão é que os investimentos na siderúrgica somem o montante de 2 bilhões de dólares. Esse valor total também deve ser captado com outros investidores. Quando estiver em funcionamento, a siderúrgica de Marabá deve gerar 2,5 mil empregos diretos, além de seis a oito mil empregos indiretos. “Acreditamos que isso vai proporcionar uma reforma muito grande dentro do setor, em Marabá, através da geração desses empregos. O panorama social da cidade deve ser sensivelmente modificado com esses investimentos”, avaliou Paulo Hegg, representante da Cevital no Brasil, para quem o Pará é a porta de entrada do grupo no país.

Siderúrgica vai fabricar trilhos para ferrovias e aço em pó

A siderúrgica de Marabá terá capacidade para gerar 2,7 milhões de toneladas de aço com a produção de bobinas de aço, ferro gusa, “biletts”, “blooms”, entre outros. Issad Rebrad, presidente da Cevital Groupe, anunciou também que um dos produtos da siderúrgica de Marabá será a fabricação de trilhos para a estrada de ferro. A empresa é líder na Europa na produção de trilhos, com uma fábrica sediada na Itália e agora pretende ser a primeira a produzir trilhos na América Latina. “Marabá será conhecida, brevemente, como a principal fornecedora de trilhos para estrada de ferro de toda a América Latina”, garantiu Rebrad ao informar que a empresa também vai trazer para o Pará a tecnologia de aço em pó, que poucas empresas no mundo detêm.

A Cevital também vai disponibilizar aço com preços competitivos para empresas implantadas no polo metal mecânico que deve ser desenvolvido em Marabá, um sonho antigo da população. O prefeito de Marabá, João Salame, considerou o momento muito importante para o desenvolvimento do estado. “A verticalização das nossas riquezas é uma luta antiga da nossa sociedade, e que por vezes foi tratada de maneira inconsequente, idealista, sem nenhuma base com a realidade, e eu acho que agora nós estamos encontrando um caminho mais seguro. Parabenizo o governo do Estado do Pará pelo esforço que tem feito. Acho que o momento é de superar qualquer divergência e unir esforços”, reiterou Salame.

O governador Simão Jatene reiterou a responsabilidade de todos os envolvidos em reportar para a sociedade todos os passos que estão sendo dados na direção da atração de empresas

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para o Pará, como é o caso da instalação da siderúrgica em Marabá. “O que nós não queremos é reproduzir o que se fez no passado, onde criou-se uma dramática expectativa de negócios que foi frustrada, machucando muitas pessoas. O que nos queremos é que esse projeto nasça entranhado não apenas nos desejos dos seus atores, mas no seio da sociedade”, ponderou Jatene, que pediu para que a população acompanhe cada um dos movimentos, entendendo as dificuldades de cada passo dessa implantação. “Isso certamente tornará o ambiente mais amistoso, cooperativo e lucrativo. É isso que nós estamos querendo. Que cada um saiba os passos que serão dados, especialmente neste momento de crise. O principal é que esse movimento não é fruto de mera vontade política, que sempre existiu, mas principalmente resultado de um esforço para tornar o projeto economicamente viável e atrativo aos investidores. O Estado deve criar condições para isso e foi o que buscamos fazer”, disse Jatene, que em maio de 2015 esteve na Argélia conhecendo a estrutura da Cevital, uma das maiores empresas do continente africano, com atuação em diversos ramos e segmentos.

Verticalização da produção - A atração de empresas interessadas em verticalização de matéria prima para o Pará faz parte da estratégica do Estado em verticalizar a sua produção. A agregação de valor é a maneira mais eficaz de desenvolver uma economia e, consequentemente, proporcionar um crescimento mais uniforme, pois gera mais receita, renda e emprego. Além disso, com produtos mais elaborados, é possível atingir também mercados mais exigentes.

Para o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Adnan Demachki, que integrou a comitiva que esteve na Argélia, resultando no interesse da Cevital em investir no Pará, e conduziu as negociações entre a empresa e a Vale, esse projeto traduz os esforços que o governo vem empenhando em busca de diversificação e desenvolvimento da economia paraense. “O grupo argelino vem realmente ao anseio do Estado, que é de agregar valor a seus produtos e vários investimentos de acordo com as potencialidades de cada município. Com isso, vem a geração de milhares de empregos, e esse é o grande desafio em um momento em que o país já perdeu milhares de postos de trabalho. Sabemos que ainda existem muitos desafios pela frente, mas a ideia desse termo de acordo é justamente unir esforços para superá-los”, explicou o secretário.

O protocolo também prevê um contrato de fornecimento de minério de ferro pela Vale com preços mais competitivos para a siderúrgica, viabilizando economicamente a fábrica, com redução do custo de produção. A Vale irá ainda construir um ramal ligando a área da siderúrgica à Estrada de Ferro Carajás, reduzindo custos de infraestrutura para a siderúrgica. A Cevital também se comprometeu em fornecer aço mais barato para venda interna em Marabá. A iniciativa vai atrair mais investimentos para a verticalização da produção local. Já o Governo do Estado, além de intermediar a implementação da siderúrgica no sudeste paraense, firmou compromisso de garantir os incentivos fiscais para a atividade, conforme já previa lei aprovada na Alepa, e sancionada pelo poder Executivo Estadual, confirmando com a proposta a estratégia do governo estadual em criar mecanismos e priorizar as empresas que busquem verticalizar a produção em território paraense.

Também participaram do evento os prefeitos de Parauapebas e de Palestina do Pará, Valmir Mariano e Valciney Gomes, respectivamente, e os deputados estaduais Haroldo Martins, Ana Cunha, Thiago Araújo, João Chamon, Tião Miranda, Renato Ogawa, Luis Seffer e Milton Campos. (http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=122381)

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4. Turismo

Melhoria no transporte para a Ilha do Marajó incrementa turismo na região: O arquipélago do Marajó tem atraído cada vez mais visitantes, principalmente depois que melhorou o acesso por barcos, lanchas e balsas. A lancha rápida inaugurada em novembro de 2015 tem sido a preferência entre os turistas que querem conhecer a região. Somente no período do carnaval deste ano, o Terminal Hidroviário de Belém registrou quase 12 mil passageiros no embarque e desembarque, aumento de 26% em relação ao ano passado. Entre os destinos mais procurados estão Salvaterra, Soure e Cametá.

Mais rápida e confortável que o trajeto normal feito pelo ferry boat (balsa) ou pelo navio – que duram em média de três a quatro horas de viagem para chegar ao porto de Camará, em Salvaterra –, a lancha leva duas horas para chegar a Soure. O novo serviço tornou-se assim a oportunidade para quem quer conhecer uma das mais belas regiões do Pará.

Rosana Dirlene de Azevedo, 38, é de Macapá e frequenta Soure há 26 anos. Nesta sexta-feira (12) ela embarcou com o filho e o marido, que vão conhecer a cidade marajoara pela primeira vez. “A gente resolveu experimentar a lancha porque o barco era muito desconfortável, além de demorar bastante. Aqui a gente vê que é diferente, o transporte é melhor e o Terminal Hidroviário ficou muito confortável também. Isso facilita o acesso para que as pessoas conheçam o Marajó”, disse Dirlene.

O professor de história Edney Paiva, 37, também embarcou na lancha e destacou a melhoria dos serviços. “É importante o investimento em infraestrutura. A lancha melhorou o acesso, assim como o Terminal Hidroviário. A viagem mais curta nos dá mais tempo para aproveitar o local. Agora só falta melhorar mais a infraestrutura nos portos do Marajó”, comentou.

O navio ainda é o serviço mais procurado pela população, principalmente entre os moradores da região do Marajó que precisam desembarcar no Porto de Camará. Já os turistas têm preferido a lancha para desembarcar em Soure. “Além dos brasileiros da região e de outros Estados, temos um fluxo grande de estrangeiros, principalmente europeus e argentinos. Estamos sempre atendendo os passageiros da melhor forma possível, inclusive recebendo sugestões para a melhoria do serviço do terminal, como ampliação de caixas eletrônicos, serviços de informação e opções de alimentação”, explica o administrador do Terminal Hidroviário de Belém, Adriano Trindade.

Qualidade – Para garantir a regularidade do serviço de transporte aquaviário, a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Pará (Arcon) tem cobrado a melhoria dos serviços e colaborado para a instalação de transportes mais alternativos, como a lancha.

“Focamos bastante nesta atual gestão em oferecer um serviço mais rápido para a travessia do Marajó. Além disso, estamos cobrando cada vez mais a adequação dos barcos, lanchas e ferry boats para acessibilidade de pessoas com deficiência. Em relação à infraestrutura, fizemos um acordo para que a empresa responsável pela travessia de lancha instale um porto flutuante em Soure, que no momento conta apenas com o trapiche”, explica o diretor geral da Arcon, Andrei Castro.

A exemplo dos que existem na região oeste do Estado, o porto flutuante será implantado após o período de experiência da empresa, que termina este ano. Para a melhoria do serviço além da lancha, a Arcon informa que, até o fim do ano, todas as passagens poderão ser compradas

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on-line e as cadeiras dos navios serão substituídas por poltronas até o início das férias de julho. Outra novidade é que a empresa responsável pelo ferry boat que sai do porto de Icoaraci também deverá entregar, até as férias, uma nova embarcação atualizada com capacidade para mil pessoas e 100 veículos, além de áreas reservadas para acessibilidade.

O secretário de turismo do Estado, Adenauer Goés, destaca a importância do Marajó para o plano de turismo do governo. “O Estado tem investido no plano de turismo visando o aprimoramento nos serviços prestados na atividade turística em todo o Pará. Melhorar o acesso ao Marajó foi algo estratégico. Temos ainda na região projetos para capacitar a mão de obra local e fortalecer os negócios da região, como o Peqtur. É importante que o Brasil e o mundo conheçam o grande potencial turístico não apenas do Marajó, mas do Pará”, afirma o secretário.

O resultado deste investimento pode ser visto na mídia nacional. A mais recente foi publicada pela seção de “Viagem” do site do Estadão, que destacou “a cultura, beleza, culinária e a experiência única que é conhecer o Marajó”. A reportagem pode ser vista aqui.

Serviço: Para conhecer mais sobre o Marajó e o Pará, é só acessar os sites http://www.paraturismo.pa.gov.br/ e http://tourpara.com.br/. Para mais informações sobre passagens, procure os contatos das empresas responsáveis. Em caso de dúvidas, o Terminal Hidroviário de Belém tem o número (91) 98895-6563. A lancha rápida sai todos os dias do Terminal Hidroviário de Belém às 8h, retornando às 14h30 de Soure.

(http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=120826)

• crise:

Pará na contramão da crise

Com estabilidade no seu Produto Interno Bruto em 2015, estado consegue atrair empresas e investimentos e ignorar a recessão de 3,8% do País 10/03/2016.

A primeira jazida de minério de ferro descoberta pela Vale na região de Carajás, no sudoeste do Pará, em 1967, mudou a história da empresa e colocou o Brasil no mapa da mineração mundial. Passados quase 50 anos, a mineradora está prestes a dar um novo passo histórico com a conclusão do projeto Ferro Carajás S11D, prevista para o segundo semestre deste ano. Ao todo, serão US$ 17 bilhões (cerca de R$ 67 bilhões) em investimentos, um dos maiores da história da Vale.

Na primeira fase, que teve início em 2013, foram aportados US$ 6,8 bilhões para aumentar o complexo minerador, que teve sua capacidade mais que dobrada para 230 milhões de toneladas métricas anuais. Na fase atual, os US$ 10,2 bilhões estão sendo utilizados para melhorar a logística da região, com a expansão da Estrada de Ferro de Carajás e a remodelação das linhas já existentes. A Vale, que enfrenta desafios como a revisão de todos os seus investimentos, a catástrofe ambiental da controlada Samarco e o prejuízo de R$ 44,2 bilhões no ano passado – o primeiro resultado negativo desde a sua privatização, em 1997 –, vê no Pará uma chance de mudar a sua realidade.

Assim como a mineradora, outras empresas olham o potencial paraense. O estado se tornou um importante pólo de atração de novos negócios. Nos últimos três anos, esse interesse da iniciativa privada ajudou o Estado andar na contramão do Brasil. No ano passado, por exemplo, foi o único a não ter recessão no Produto Interno Bruto (PIB) entre os 26 estados e o Distrito

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Federal. A estabilidade de 0,05% do PIB é um contraste à queda de 3,8% do País (leia reportagem completa AQUI). Esse resultado é fruto da vasta gama de recursos naturais que o Estado possui, o que atrai companhias.

Estudo feito pela Federação das Indústrias do Pará identificou um potencial de R$ 200 bilhões em investimentos até 2020. Essa é a base de um plano estratégico chamado de “Pará 2030”, elaborado pela consultoria McKinsey. O projeto avaliou 23 oportunidades de negócios que a região oferece, como logística, agricultura familiar, fomento da cadeia de açaí, a enorme possibilidade de geração de energia, com as hidrelétricas, e a extração de minério de ferro. “O objetivo foi elencar ações de Estado que devem ser tomadas para potencializar a economia local”, diz Arlindo Eira, sócio da McKinsey, responsável pelo trabalho. “O Pará tem uma aspiração agressiva de crescimento.”

A multinacional americana Cargill deu início à sua atuação no Estado em 1995, com a compra de amêndoas e cacau no município de Altamira. Com os anos, a empresa expandiu suas operações para cinco cidades, mas a falta de infraestrutura apareceu como um entrave. Sem tempo para esperar as iniciativas do setor público, a Cargill investiu na ampliação de terminais portuários, como o de Santarém. Em 2015, foram injetados R$ 240 milhões na obra para elevar a capacidade do local de dois milhões de toneladas anuais para cinco milhões. A ampliação do negócio acontecerá, também, após os R$ 180 milhões em investimentos na estação de transbordo de Miritituba, que teve início em 2014.

“O Pará é uma região extremamente estratégica para a Cargill”, diz Clythio Buggenhout, diretor de portos da companhia. “Acreditamos que esses investimentos vão contribuir de forma significativa para nossas operações.” A empresa de arames Sinobras, do Grupo Aço Cearense, também enxergou um leque de oportunidades no local e investe R$ 760 milhões para ampliar sua capacidade de produção. Na avaliação de especialistas consultados pela DINHEIRO, o Pará deve apresentar neste ano o mesmo ritmo de 2015.

Isso porque a composição da economia paraense é voltada principalmente às atividades extrativistas e à indústria de minério de ferro, fazendo com que o desempenho do estado se mantenha aquecido mesmo em tempos de recessão da economia nacional. No projeto da Vale, por exemplo, 2.600 postos de empregos permanentes foram gerados nos últimos três anos. Durante o pico das obras, em 2014, a companhia contratou cerca de 30 mil pessoas.

Investimentos como esse também têm impacto positivo na produção industrial local, que encerrou 2015 com crescimento de 5,7%, o maior do País. “Em termos relativos, o Estado está muito melhor que a média da economia nacional”, diz Rodolfo Margato, economista do banco Santander. “A estimativa é que o Pará continue atraindo novos aportes.” Embora o desempenho econômico tenha melhorado, o Pará ainda lida com a difícil missão de conseguir transformar sua realidade social.

No último censo realizado pelo IBGE, obteve o lamentável 25º Índice de Desenvolvimento Humano Médio (IDH-M) do País, à frente apenas do Maranhão e Alagoas. Em educação, os números são ainda mais desanimadores: 26ª posição, antes de Alagoas. O PIB per capita do Estado de R$ 16.475 é muito inferior à média nacional, de R$ 26.500. “Para contribuirmos para o desenvolvimento do Brasil, ainda precisamos nos desenvolver internamente”, diz o governador Simão Jatene. A economia tem tudo para ajudar.

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20160310/para-contramao-crise/349402

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"O governo está construindo um ambiente favorável ao investimento”, disse o ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho

por Portal BrasilPublicado: 03/03/2016

Com os novos investimentos, o Pará se fortalece como a mais competitiva rota logística para escoar a safra de produtores da Região Centro-Oeste

O ministro Helder Barbalho, da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) oficializou o ingresso de mais R$ 167 milhões de investimentos privados para o setor portuário no Estado do Pará. Segundo ele, “o governo está construindo um ambiente favorável ao investimento”.

Com a assinatura de dois termos aditivos nesta quinta-feira (3), a SEP permite a expansão dos projetos de futuros terminais da Hidrovias do Brasil (HBSA) em construção no Porto de Vila do Conde, no município de Barcarena, e em Miritituba, distrito do município de Itaituba. No total, o investimento para implantar o maior complexo portuário para escoamento de grãos do Centro-Oeste agora alcançará R$ 872 milhões.

A solenidade de autorização dos novos investimentos foi realizada durante o seminário “Setor Portuário: Desafios e Oportunidades”, em Belém. O objetivo do evento foi o de apresentar a empresários a carteira de investimentos da SEP, entre as quais o leilão de arrendamento de seis áreas para terminais portuários que serão ofertadas em dia 31 de março na BM&FBovespa, em São Paulo.

“Essa agenda de licitação de portos é uma oportunidade singular para a economia do Pará”, afirmou o ministro durante sua palestra no seminário. “É importante que essas oportunidades também possam ser abraçadas por empresários locais”.

Com os novos investimentos, o Pará se fortalece como a mais competitiva rota logística para escoar a safra de produtores da região Centro-Oeste. “A alternativa do Arco Norte está consolidada e é seguramente o caminho para o desenvolvimento da nossa economia”, enfatizou Helder Barbalho. Animado, ele continuou: “Crise no setor portuário não existe, e particularmente no Pará. O movimento é de crescimento continuado.”

Em sua apresentação, Helder Barbalho anunciou que Miritituba foi o porto que mais cresceu no Estado, registrando expansão de 24,9% na movimentação de cargas entre 2010 e 2015, bem mais do que o percentual de aumento da região Norte, de 14,3%.

O ministro enfatizou a necessidade de integração dos portos com os modais ferroviário, hidroviário e rodoviário. “Estou na atividade portuária mas tenho feito todos os esforços para que essas ações sejam concretizadas”, disse Barbalho. Um dos exemplos citados por Helder Barbalho foi o da ferrovia Lucas do Rio Verde (MT) a Miritituba (PA).

“Estamos realizando seis leilões agora e vamos prosseguir logo depois com mais 20 áreas, 14 delas no Estado do Pará. Portanto, o Arco Norte colocará o Pará em protagonismo”, frisou o ministro.

No seminário, o secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Maurício Muniz, falou sobre os investimentos do Programa de Investimentos em Logística (PIL), coordenado pelo Ministério do Planejamento, e elogiou os avanços registrados nos últimos meses no programa de concessão de portos.

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5. SOCIEDADE:

• saúde:

Pará foi o estado que menos investiu em saúde no ano de 2014, diz estudo

Conselho Federal de Medicina fez levantamento com a ONG Contas Abertas.

Entre as capitais, Belém foi a 15ª colocada no ranking nacional.

Um levantamento do Conselho Federal de Medicina, em parceria com a ONG Contas Abertas, revelou que o Pará foi o estado que menos investiu em saúde no ano de 2014. Segundo o levantamento, o estado investiu em média R$ 0,74 em cada paciente por dia. Entre as capitais, Belém ficou em 15º lugar do ranking de investimentos, com R$ 1,84 investido em cada paciente por dia.

Despesas com saúde de todos os estados foram analisadas pela pesquisa, a partir de informações enviadas para o Ministério da Fazenda. Para o Diretor do Conselho Regional de Medicina do Pará, Paulo Guzzo, os profissionais de saúde não têm estrutura para fazer um bom trabalho.

"Eles enfrentam o dia-a-dia de ter que, muitas vezes, decidir quem atender, o mais grave ou o menos grave. Saúde é um direito de todo cidadão, mas a medicina tem um custo. Se há baixos investimentos, logicamente não poderemos ter um atendimento satisfatório", afirma Guzzo.

Segundo o Secretário de Saúde do Pará, Vítor Mateus, os repasses do Governo Federal para a saúde vêm caindo desde 2013, mas afirma que os recursos injetados pelo Estado no setor vêm crescendo, ainda que os números não sejam expressivos.

"Se a gente pegar a somatória do que foi investido em 2015, mais as receitas transferidas, chega perto de R$ 3 por habitante/dia. Ele (o valor) é pequeno para a dimensão dos desafios. Daquilo que cabe das medidas constitucionais, a gente está cumprindo essas medidas. Precisamos ter um aporte maior, mas ainda com o cenário de crise, não há perspectivas outras a não ser gastar melhor e fazer mais com aquilo que se pode ter, em relação à oferta de serviços à população", afirma o secretário.

A superlotação é um problema no único hospital público do município de Marabá, que recebe ainda pacientes de 14 municípios da região sudeste do estado. Os pacientes ficam espalhados em macas pelos corredores da unidade e chegam a ser atendidos em cadeiras. A enfermaria do hospital é improvisada e poltronas são utilizadas como leitos.

"O atendimento aí é péssimo, muito ruim", diz o vaqueiro Carlos Pereira, que procurava solução para um machucado na perna e passou o dia no hospital, mas não conseguiu ver um médico.

A cozinheira Luciana Ribeiro sentia dores no corpo, mas tambémn foi embora sem atendimento. "Não moro aqui perto, muito longe para vir aqui, então não vim à tôa não, vim porque estava doente e estou precisando", reclama a cozinheira. (http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2016/03/pesquisa-aponta-o-para-como-estado-que-menos-investiu-em-saude-em-2014.html)

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• fraude de pescadores:

Fraudes no seguro defeso podem ultrapassar R$ 5 milhões no Pará. Integrantes da Colônia de Pescadores Z-60, no Pará, são acusados de fraudar o benefício nos municípios de Redenção e Conceição do Araguaia. Para desarticular o esquema, a Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira(14) a Operação Boca Larga. De acordo com a PF, os prejuízos aos cofres públicos podem ultrapassar R$ 5 milhões.

Denúncias registradas entre 2012 e 2013 apontam o cadastro de pessoas que não se enquadravam nos requisitos legais para o benefício. Com o cadastro, elas recebiam ilegalmente recursos públicos federais e parte do valor recebido também era repassado aos fraudadores, que começaram a enriquecer de forma ilícita.

Segundo as investigações, membros da Diretoria e do Conselho Fiscal da Colônia de Pescadores Z-60 tiveram auxílio de um servidor público da agência do Ministério do Trabalho e Emprego de Conceição do Araguaia, desde 2010.

Mais de 900 pessoas já estavam recebendo o seguro defeso em Redenção. Porém, o número real de pessoas que viviam da atividade de pesca artesanal não ultrapassava 30 pessoas.

Foram expedidos mandados de prisão preventiva, de condução coercitiva e de busca e apreensão. As buscas estão sendo realizadas nas residências dos investigados e na sede da Agência do Ministério do Trabalho e Emprego de Conceição do Araguaia.

Também houve o sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias, além da quebra do sigilo bancário e do sigilo fiscal dos principais investigados. Os envolvidos podem responder por estelionato, corrupção ativa e passiva, entre outros. (http://radios.ebc.com.br/reporter-amazonia/edicao/2016-03/fraudes-no-seguro-defeso-podem-ultrapassar-r-5-milhoes-no-para)

PF prende suspeitos de fraudar seguro defeso no sul do Pará. Operação investiga concessão ilegal de benefício na região. Três suspeitos de envolvimento no esquema foram presos nesta segunda, 14. Uma operação da Polícia Federal realizada nesta segunda-feira (14) nos município de Redenção e Conceição do Araguaia, no sul do Pará, resultou na prisão de três suspeitos de envolvimento com um esquema de fraudes do seguro defeso na região. Segundo as investigações, pessoas que não desenvolvem atividades relacionadas à pesca estariam recebendo o benefício. Um dos presos é o presidente da colônia de pescadores de Redenção. O benefício no valor de um salário mínimo é destinado para pescadores artesanais cuja sobrevivência depende da pesca e têm sua atividade profissional paralisada durante o período de defeso para a reprodução das espécies.

Vinte e dois mandados foram expedidos pela Justiça Federal para a operação desta segunda, sendo dez mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão preventiva e seis de condução coercitiva. A Justiça determinou também o sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias, além da quebra de sigilo bancário e fiscal dos principais investigados.

Segundo as investigações, os dados fraudulentos eram inseridos no sistema em Conceição do Araguaia. "A partir de denúncias recebidas em 2012 e 2013, que diziam que estava em pleno andamento um esquema de fraudes na concessão do seguro defeso, por parte dos membros da diretoria da colônia de pescadores Z-60 de Redenção", diz Leonardo Araújo de Almeida, delegado da PF em Redenção.

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"Eles cadastravam pessoas também de outros municípios vizinhos, como Santa Maria das Barreiras, Conceição do Araguaia, Floresta do Araguaia, para receberem indevidamente o seguro defeso", explica o delegado. Em depoimento à PF, investigados que recebiam o seguro irregularmente confirmaram que repassavam parte do dinheiro a integrantes da colônia de pescadores.

Uma caminhonete avaliada em cerca de R$ 100 mil foi apreendida na casa de um suposto pescador. Computadores e documentos também foram apreendidos De acordo com a Polícia Federal, estima-se que o prejuízo aos cofres públicos, de 2010 até o ano de 2016, ultrapasse a quantia de R$ 5 milhões.

No total, o número de beneficiados pero seguro na região ultrapassa 900, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No entanto, segundo as investigações, o número real de pessoas que viviam da pesca artesanal não ultrapassava 30 pessoas. (http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2016/03/pf-prende-suspeitos-de-fraudar-seguro-defeso-em-redencao-pa.html)

• intolerância: No Pará, MPF recomenda transferência de escola indígena por causa de racismo.

O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou notificação à prefeitura de Santarém, no oeste do Pará, para que uma escola indígena seja desligada de uma unidade de ensino em que há provas de desrespeito aos direitos dos índios. Se providências não forem tomadas dentro de seis meses, o caso pode ser encaminhado à Justiça.

A recomendação foi enviada nessa quinta-feira, 25 de fevereiro, ao prefeito de Santarém, Alexandre Von, e à secretária municipal de Educação, Maria Irene Borger. Assim que receberem o documento, as autoridades terão 20 dias para apresentar resposta.

A escola que atualmente presta serviços aos indígenas Arapium da aldeia Vila Franca é a escola municipal Nossa Senhora de Assunção. Na área vivem indígenas e não indígenas, e há não indígenas que discordam do autorreconhecimento dos Arapium como índios

A intolerância dos não índios vem gerando conflitos com os indígenas, e, apesar de a prefeitura reconhecer a existência do conflito e a escola estar registrada como indígena, o município não tem adotado medidas para conter a tensão no ambiente escolar, diz o MPF.

A forma de eleição de diretores, por exemplo, é incompatível com os costumes e anseios dos indígenas, e há denúncia de que, ao tomar posse, nova diretora da escola teria dito que a unidade educacional não é indígena, registra o procurador da República Camões Boaventura na recomendação.

“A escola municipal de ensino fundamental Nossa Senhora de Assunção não vem cumprindo a contento seu papel, que é formar cidadãos tolerantes e atender aos anseios educacionais de um grupo etnicamente diferenciado”, enfatiza o representante do MPF.

Nova escola –Os indígenas reivindicam a criação de nova escola, de nome Surara Benvinda, onde a grade curricular específica seria respeitada e onde haveria a promoção de uma educação diferenciada e bilíngue.

Até que a nova escola seja instalada, o MPF quer que a Surara Benvinda seja instalada provisoriamente em uma unidade de ensino que não seja a Nossa Senhora de Assunção. São recomendadas também a lotação de profissionais e equipamentos na unidade escolar anexadas

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e a garantia de início e manutenção do ano letivo, tanto na unidade escolar anexada quanto na Nossa Senhora de Assunção.

A recomendação também aponta a necessidade de confecção, em conjunto com a comunidade indígena, do Plano Político-Pedagógico (PPP) da nova escola, a inscrição da Surara Benvinda no censo escolar como indígena e acesso a todos os programas de financiamento pertinentes.

O MPF também pede a que a escola Nossa Senhora de Assunção seja descadastrada como indígena mas que seja mantida para prestação de serviços aos não indígenas, incluindo a promoção de estudos da história e cultura afro-brasileira e indígena.

http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&action=read&id=8600

• trabalho escravo:

Corte Interamericana termina audiência de caso brasileiro de trabalho escravo.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) concluiu nesta sexta-feira a audiência do caso de suposto trabalho escravo e forçado de empregados da Fazenda Brasil Verde, localizada no estado do Pará.

O processo culpa o Brasil por violações à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em um contexto no qual milhares de trabalhadores eram submetidos a trabalho escravo, forçado e servidão.

A diretora no Brasil do Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) e representante das supostas vítimas, Beatriz Affonso, afirmou à Agência Efe que a denúncia "chega a inaugurar" uma forma de violação individual que também passa por direitos coletivos.

"A novidade que este caso pode trazer é abrir no sistema interamericano uma nova jurisprudência onde os direitos econômicos, sociais e culturais são o centro. O trabalho escravo e tráfico de pessoas para exploração são problemas que sabemos que ocorrem no Brasil, mas também em outras partes do mundo", explicou.

O caso da Fazenda Brasil Verde, localizada no norte da cidade do Pará, remonta aos anos 1989, 1993, 1997 e 2000, quando as autoridades estaduais realizaram várias inspeções na fazenda, onde estabeleceram que havia "algumas falhas" e "irregularidades" trabalhistas.

Segundo o processo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), apesar de Estado brasileiro ter conhecimento da situação trabalho escravo, não adotou medidas razoáveis de prevenção e resposta, nem deu às vítimas um mecanismo judicial efetivo para a proteção de seus direitos.

Nas alegações orais finais apresentadas hoje, a diretora-executiva do Cejil, Viviana Krsticevic, disse aos juízes da CorteIDH que as vulnerações ocorreram pela "complacência, intolerância e imperícia de diversos agentes estatais com a situação de mais de 300 trabalhadores que trabalharam no sítio sob condições de extrema vulnerabilidade".

"O Brasil está perante a Corte porque temos um padrão de trabalho escravo com deficiências nos órgãos do Estado para erradicar este problema", disse Krsticevic.

Os representantes do Estado reconheceram a existência de trabalho escravo no país, mas destacaram que foram adotadas políticas de prevenção destas situações, que permitiram diminuir a quantidade de casos denunciados nos últimos anos.

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Segundo dados citados na audiência pela ativista e testemunha Ana Paula de Souza, entre os anos 2002 e 2008 a quantidade de denúncias por trabalho escravo em todo Brasil era de 130 por ano, entre 2009 e 2010 foram 118 denúncias, enquanto de 2011 a 2015 o número caiu para 34. No Brasil, a escravidão é considerada crime com penas de dois a oito anos de prisão.

"O Brasil é reconhecido internacionalmente pela adoção de práticas para prevenir o trabalho escravo. Sabemos que temos desafios a cumprir, mas trabalhamos em soluções", declarou o representante do país, Boni Soares.

O representante do Estado também afirmou que não há provas de que na fazenda ocorreram situações de escravidão, servidão ou trabalho forçado, mas reconheceu que existiam violações dos direitos trabalhistas.

Na audiência de quinta-feira, o jornalista Leonardo Sakamoto expressou aos juízes, na condição de testemunha, que os empregados não podiam sair de seu local de trabalho, recebiam ameaças de morte, não recebiam um salário decente e viviam em más condições de moradia, alimentação e saúde.

"Os coiotes (traficantes de pessoas) buscavam os peões em municípios muito pobres, os enganavam, com bom dinheiro e com condições de trabalho. Esta situação de vulnerabilidade permite que se perpetue o crime. Isto ainda acontece porque a vigilância por si só não é suficiente", afirmou Sakamoto.

O jornalista acrescentou que, segundo dados da ONG Walk Free, no Brasil o número de escravos resgatados de 1995 até 2002 é de 50 mil.

Após a audiência de hoje, a CorteIDH não tem um prazo estabelecido para ditar uma sentença para este caso.

http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/corte-interamericana-termina-audiencia-de-caso-brasileiro-de-trabalho-escravo,941ef5a42ac8e44a6ad96d229217c8c4eh0v2rdm.html

Libertados 26 trabalhadores em condição análoga à escravidão no ParáPor iG São Paulo | 23/03/2016 13:01

Doze deles estavam trabalhando sem registro profissional, com salários atrasados e sem água potável disponível para consumo

O Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Previdência Social libertou 26 trabalhadores em condição análoga à escravidão em São Félix do Xingu, sudoeste do Pará. O grupo, aliciado em Vila Rica, no Mato Grosso, e Tucumã, no Pará, dormia em barracas de lona e usava o mato como banheiro.

Na Fazenda Guaporé, que executa atividade de criação de bovinos para corte, havia 12 trabalhadores sem anotação na carteira de trabalho e com salários atrasados. Eles também não tinham água potável, local adequado para preparo e consumo de alimentos e instalações sanitárias.

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Justiça derruba multa de R$ 3 milhões do Ibama contra índio12/04/2016 16:25

A Justiça Federal determinou a suspensão imediata de uma multa de R$ 3 milhões que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) havia imposto ao índio Timóteo Taytasi Wai-Wai. O indígena foi acusado de comercializar artesanato com penas de aves no município de Oriximiná, no oeste do Pará. Com a decisão judicial, a multa máxima para o caso foi fixada em R$ 1.125.

Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), o juiz Érico Freitas Pinheiro concordou com o argumento de que a multa era desproporcional e determinou a suspensão urgente da punição.

O índio da etnia Wai-Wai havia sido autuado pelo Ibama em 2009, com 132 peças de artesanato. A Defensoria Pública da União (DPU) entrou com ação pedindo anulação da multa e o MPF foi chamado a dar parecer, como fiscal da lei.

"Chama atenção a violenta desproporcionalidade da multa aplicada. A título de comparação, a empresa Norte Energia S.A, concessionária da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, foi multada pelo Ibama no valor de R$ 8 milhões por ter provocado a morte de 16 toneladas de peixe. A Norte Energia, pessoa jurídica responsável pela mais cara obra pública em andamento no Brasil, orçada atualmente em R$ 32 bilhões, foi atuada pelo Ibama em apenas R$ 8 milhões, por crime ambiental inegavelmente mais grave - e de mais severa repercussão socioeconômica - que a conduta praticada pelo indígena", afirmava o parecer assinado pelo procurador da República Camões Boaventura, de Santarém.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) também se manifestou no processo e informou à Justiça que o índio multado pelo Ibama não trabalha com produção em larga escala, nem mesmo com recursos ou tecnologias que causem impacto ambiental sobre a população local de papagaios. O Ibama justificou que se tratava de um caso recorrente e que apenas havia aplicado a lei.

• conflitos em Belo Monte.

Índios impedem funcionários da Norte Energia de deixar aldeia no Pará.

Indígenas da aldeia Curuatxé, na terra indígena Curuaia, estão impedindo que três funcionários e um piloto de embarcação da Norte Energia deixem a área, no Pará. As razões ainda não foram explicadas. A equipe foi ao local na quinta-feira (10) monitorar ações do Projeto Básico Ambiental - Componente Indígena (PBA-CI) - da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

O PBA reúne projetos voltados para atender cerca de 34 aldeias de povos tradicionais do Médio Xingu, com construção de casas, casas de farinha, escolas e unidades de saúde, dentre outros projetos. A aldeia Curuatxé tem cerca de 50 habitantes.

A Norte Energia informou que os funcionários estão sendo bem tratados. A empresa comunicou a retenção à Fundação Nacional do Índio (Funai) e à Polícia Federal, e aguarda providências para a liberação dos servidores.

A Funai informou que tomou conhecimento do fato e está mantendo contato com os indígenas solicitando a liberação. A Funai informou que não apoia a retenção dos servidores e aguarda a liberação para a retomada do diálogo.

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(http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-03/indios-impedem-funcionarios-da-norte-energia-de-deixar-aldeia-no-para)

Funcionários de Belo Monte são liberados de aldeia indígena no Pará. Quatro pessoas estavam retidas na aldeia Kuruatxe desde o dia 10 de março. Aldeia receberá melhorias discutidas durante negociações para liberação. Foram liberadas na tarde desta quarta-feira (16) as quatro pessoas que estavam retidas na aldeia Curuatxé, na Terra Indígena Curuaia, em Altamira, no sudoeste do Pará. Três funcionários da Norte Energia, empresa responsável pela usina de Belo Monte, e um prestador de serviços da empresa foram impedidos de deixar a aldeia desde a última quinta-feira (10). Segundo a Norte Energia, as quatro pessoas estão em boas condições físicas e não sofreram maus tratos durante a detenção. Além da Norte Energia, participaram das negociações a Casa de Governo em Altamira e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

De acordo com o coordenador substituto da Funai do centro leste do Pará, a principal reivindicação dos indíos era a falta de água na aldeia após a instalação de um poço artesiano que ruiu após um curto tempo de operação.

Após as negociações para liberação dos funcionários, a Norte Energia informou o envio de maquinários e equipamentos para a construção de um novo poço na aldeia, que está entre as atendidas pelas ações do Projeto Básico Ambiental – Componente Indígena (PBA-CI) da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

A Funai informou que os funcionários liberados chegam nesta quinta-feira (17) à sede do município de Altamira. (http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2016/03/funcionarios-de-belo-monte-sao-liberados-de-aldeia-indigena-no-para.html)

6. EDUCAÇÃO:

• avaliação do sistema de educação:

Profissionais da educação pública são convocados para avaliação interna:

Profissionais das Unidades Regionais (UREs) e Unidades Seduc na Escola (USEs), e ainda das instituições de ensino públicas estaduais, estão sendo convocados, pela coordenação do Sistema Paraense de Avaliação Educacional (SisPAE), para preencherem os instrumentos do sistema de avaliação interna, disponibilizados no site www.seduc.pa.gov.br, link avaliacao_institucional. O prazo para o preenchimento da avaliação encerra no próximo dia 10 de abril.

A Secretaria Adjunta de Ensino (SAEN), da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), criou o sistema de avaliação interna com o objetivo de realizar a primeira etapa de avaliação institucional, para obter informações nas áreas administrativa e pedagógica das escolas e articular ações a partir das demandas apontadas pelos profissionais e estudantes.

O sistema de avaliação conta com três instrumentos - um direcionado aos alunos, outro para gestores de UREs e USEs, e um terceiro para professores, diretores e especialistas em educação das escolas.

“Os instrumentos irão permitir que se faça uma correlação entre as avaliações para identificar as necessidades das escolas estaduais e nos ajudar a identificar a percepção que os alunos têm

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da instituição”, explicou Conceição Brayner, coordenadora do SisPAE. Ela informou que esta é a primeira fase da avaliação institucional e da avaliação educacional do ano de 2015.

“As informações irão aprimorar nosso planejamento como Secretaria e servir para as escolas planejarem seus projetos e suas ações”, ressaltou a coordenadora. Até o final de maio será realizado um seminário interno para o repasse dos resultados desta primeira avaliação.

SisPAE 2016 – Os problemas identificados na avaliação institucional poderão ser incluídos no Sistema Paraense Educacional 2016. A expectativa é que, neste ano, 1,3 mil alunos participem da avaliação, atingindo até 90% de participação.

Para o secretário adjunto de Ensino, José Roberto Silva, a autoavaliação é fundamental no setor educacional. Segundo ele, em breve serão divulgados os resultados do SisPAE 2015. “Estes resultados servirão para montarmos estratégias de acordo com as competências e habilidades dos alunos identificadas pelas avaliações”, acrescentou.

No terceiro ano da avaliação, a Seduc já contabiliza resultados positivos, com destaque para a mobilização e divulgação do sistema nas escolas, enfatizando a importância das avaliações nos municípios.

Metas do Pacto - A avaliação 2016 será de extrema importância para o cumprimento das metas do Pacto Pela Educação, entre as quais o aumento em 30% do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “A avaliação deste ano servirá para nos propiciar a análise de dados, elaborando planos e realizando ações de melhoria da gestão e áreas de conhecimento”, destacou o secretário.

Em 2013, a avaliação abrangeu 172 mil estudantes, de 70 municípios que aderiram ao SisPAE - mais da metade dos 326.556 alunos da 4ª e da 8ª séries do Ensino Fundamental e das três séries do Ensino Médio. Em 2014, o Sistema chegou a 4.311 escolas em 143 municípios, avaliando 807.393 alunos, do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental e dos três anos do Ensino Médio.

Ao final dos três anos de avaliação, o sistema traçará a evolução das disciplinas Língua Portuguesa e Matemática no Ensino Médio. Até o final de 2016 todos os alunos do Ensino Fundamental, a partir do 4º ano, serão avaliados, juntamente com os do Ensino Médio, totalizando 3,4 milhões de estudantes.

O SisPAE prioriza a avaliação continuada e subsidia dois campos de ação: a necessidade de ações voltadas para que o estudante se veja, e também seja percebido pela sociedade, em um contexto de mudanças individuais e sociais a partir da escola, e a relação entre proficiência e desempenho dos alunos considerando fatores contextuais, como a condição socioeconômica, o ambiente e a gestão escolar, as atitudes e práticas pedagógicas, além das expectativas e das condições de atendimento das demandas existentes.

Márcio FlexaSecretaria de Estado de Educação (http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_

ver=122748)

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7. TECNOLOGIA:

• tecnologia na educação:

Tecnologia é a principal aliada no aprendizado de crianças com deficiência.

O Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade da Universidade do Estado do Pará (Nedeta), que desde 2005 integra a Rede Nacional de Tecnologia Assistiva, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), desenvolve quatro aplicativos a partir de um trabalho feito com 70 crianças e adolescentes que apresentam algum tipo de deficiência e que são atendidos diariamente pela Unidade de Ensino e Assistência de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da instituição. O objetivo é estimular o aprendizado desses pacientes, especialmente os que tem deficiência motora. O projeto tem a parceria de alunos da UFPA (Universidade Federal do Pará) e Cesupa (Centro Universitário do Pará)

O primeiro dos aplicativos em teste a ser elaborado foi o Desenvolve, defendido na dissertação de Mestrado da coordenadora do Nedeta, Ana Irene Oliveira. Com funções de acessibilidade, ele constitui um software de ensino voltado a crianças com paralisia cerebral. Criado para ser utilizado em CPUs, o Desenvolve passou recentemente a ser aplicado em tablets e está em fase de aperfeiçoamento. Com a criação desse aplicativo, Ana Irene recebeu, em 2007, o prêmio Direitos Humanos, em Brasília.

Outro aplicativo em desenvolvimento é o Pro Comunique, elaborado em parceria com a UFPA, para o aprendizado de autistas. Já o Vox Lapps, aplicativo para androids também desenvolvido por uma aluna do Mestrado da UFPA, é destinado a pessoas com deficiência na fala e ainda está em fase de testes pelos terapeutas educacionais da Uepa. “O aplicativo está sendo muito bem avaliado pelos profissionais que trabalham aqui no UEAFTO e em breve será aplicado entre os pacientes”, disse Carla Santos, que desenvolveu o projeto.

Já o aplicativo Brincando com a Leitura é disponível para tablets e foi criado em parceria com o Cesupa, para auxiliar alunos com dislexia no ensino da leitura e da escrita. A criança passa por um processo de alfabetização usando o método fônico, acessado por meio de bluetooth. Assim, mesmo com limitações motoras dos mais diversos tipos, ela consegue controlar todo o software e ter acesso ao aplicativo usando movimentos simples, como o toque da mão, que aciona o censor do bluetooth.

O projeto vem motivando os criadores. “Testamos o Brincando com a Leitura com 15 pacientes no decorrer de seis meses e a resposta das crianças ao estímulo visual do tablet foi excelente, já que este (estímulo) é um dos mais eficazes nesses casos. O aplicativo usa técnicas de jogos e, com isso, atrai ainda mais a criança, que é estimulada a ganhar pontos e avançar de nível. Os terapeutas vem obtendo um feed back imediato e muito positivo com o uso dessa tecnologia”, disse Mateus Henrique dos Santos, 21 anos, aluno de Ciências da Computação do Cesupa, que desenvolveu o projeto.

Os resultados do Desenvolve, primeiro aplicativo desenvolvido pelo Nedeta, já são percebidos pela mãe de Luis Paulo Monteiro. Com 18 anos, o adolescente não fala devido a uma paralisia motora, apresentada desde o nascimento. Por meio das sessões com o aplicativo, que testa noções de cores, formas, números, letras, organização espacial e temporal, a equipe de terapeutas ocupacionais da Uepa traça um mapa personalizado de cada paciente e estimula a coordenação motora fina. “Depois que meu filho passou a usar esse aplicativo, ele começou

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a mexer no celular e na televisão, com uma curiosidade muito grande. É muito bom perceber essa evolução”, disse Ivone Monteiro, mãe de Luis Paulo.

O pequeno Luan Belo, de 9 anos, começou a apresentar sinais de paralisia cerebral aos 4 meses. Assim como Luis Paulo, ele faz sessões com o aplicativo Desenvolve durante 30 minutos, duas vezes por semana. “Em pouco mais de um ano de terapia, ele melhorou bastante os movimentos do lado esquerdo do corpo, que foi o mais afetado pela paralisia”, comemora a mãe, Leidiane Belo.

Os projetos desenvolvidos estão sendo financiados pela Fundação Amazônia de Amparo e Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa). A meta agora é democratizar os aplicativos. “A partir do ano que vem queremos que esses quatro projetos estejam disponíveis para o público por meio de download para que todos possam ter acesso a essa tecnologia inclusiva”, disse a professora Ana Irene, coordenadora do Nedeta.

Demanda - O serviço de terapia educacional com o uso dos aplicativos é oferecido a pessoas com deficiência motora ou intelectual. Os interessados devem entrar em contato com a Uepa, pelo número 3277-1909. Os inscritos serão submetidos a uma triagem. http://agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=122286

• marcas paraenses:

Codec apoia projeto que abre mercado internacional a marcas paraenses.

Um grupo composto por representantes de indústrias do segmento de alimentos e bebidas no Pará se reuniu na última quinta-feira, 17, na sede da Fiepa, em Belém, com o objetivo de fomentar a criação de um Arranjo Produtivo Local que possibilite o aumento da escala de produtividade e melhoria da tecnologia aplicada ao setor. Em um escopo mais amplo, o APL permitirá, ainda, encaminhar as empresas que ainda não exportam para o mercado internacional e impulsionar a atuação das que já trabalham com esse filão por meio do projeto Pará Food Export. O encontro teve o apoio da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Centro Internacional de Negócios e da própria Federação das Indústrias do Estado.

Entre as empresas que participaram do evento e acompanharam a pré-apresentação do projeto estão a Mariza Alimentos, Camta e Bio EcoBrazil - representadas por André Guedes, Ivan Hitoshi Saiki e Leonilda Fagundes, respectivamente -, que ao lado da Petruz Fruity, Manioca Amazônia Empório Ltda, Águas da Amazônia, Frutalí e Cachaça de Jambu encabeçam a iniciativa.

O Pará Food Export será lançado oficialmente no dia 5 de abril, às 15h30, no Espaço Aperfeiçoar, da sede da Fiepa. Na ocasião, serão expostos a missão e os objetivos do grupo, e também elencadas as instituições parceiras. "O objetivo dessa mobilização é projetar as marcas paraenses no mercado internacional e o lançamento do projeto é o primeiro passo nesse sentido", destacou Leonilda Fagundes, da Bio Ecobrazil.

APL - O arranjo produtivo local compreende um grupo de empresas de um mesmo território e segmento econômico que se juntam para aumentar a escala de produção e melhorar a tecnologia, beneficiando principalmente os pequenos negócios, que têm a chance de crescer e se tornar competitivos. Os participantes do APL interagem entre si a fim de aprimorar os processos produtivos e conquistar mais clientes.

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Estiveram presentes à reunião Lucélia Guedes, diretora de Atração de Investimentos e Negócios; Lorena Aguiar, gerente de Atração de Investimentos e Negócios, ambas da Codec, e Vera Lima, do sistema Fiepa/CIN.

http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=122787

• tecnologia e história:

Pesquisadores paraenses fazem aplicativo sobre azulejos históricos. O uso do aplicativo é interativo, gratuito e fácil de usar. Ele funciona como um mapa, que mostra 16 locais onde estão os azulejos.

Quem passa pela lateral da catedral de Belém, não imagina que esses azulejos com a imagem de São José guardam uma história. As peças foram colocadas no século XX, numa época em que a igreja não tinha muro e que muitos moradores de rua ficavam por ali. A Cúria Metropolitana pediu ao Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) que a imagem fosse colocada para simbolizar a bênção do santo.

Para entender mais sobre esses azulejos que representam cada período histórico da capital, um aplicativo foi criado. A ideia surgiu com um pedido do Iphan depois que vários azulejos foram roubados de um casarão histórico da capital, em 2012.

O uso do aplicativo é interativo, gratuito e fácil de usar. Funciona como um mapa, que mostra os locais onde estão os azulejos. São 16 pontos da cidade que aparecerem. Também são informadas a distância de como chegar a cada local e informações detalhadas de cada azulejo, como fabricante, origem e até quando ele foi colocado no casarão ou prédio histórico.

O software foi criado por um grupo de pesquisadores do núcleo de pós-graduação em Ciência da Computação da Universidade Federal do Pará (UFPA). Foram necessários um ano e meio de pesquisas e testes para vencer o desafio de unir tecnologia à história da cidade, contada pelos azulejos.

Para o pesquisador Nicolas Santiago, que participou da criação do aplicativo, a intenção é incentivar moradores saber mais da história de onde vivem. "É muito fácil a gente ouvir falar de uma estátua, de um prédio, mas é menos comum a gente ter informações sobre azulejos, por exemplo. De nós presentearmos a cidade e fazer as pessoas terem mais acesso a história dele", comenta.

8. ENERGIA:

• Usina de Belo Monte, rio Xingu.

Usina de Belo Monte: energia ou impacto ambiental? Entenda a polêmica instalada em torno da maior usina hidrelétrica 100% brasileira!

A usina hidrelétrica de Belo Monte já nasce com o título de quarta maior do mundo e a maior 100% brasileira (a usina de Itaipu é metade brasileira, metade paraguaia). Também ostenta o título de obra mais cara em andamento no País, com um orçamento que já supera os R$ 30 bilhões!

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Instalada no interior do Pará, no rio Xingu, é um empreendimento gigantesco, capaz de gerar energia suficiente para abastecer, sozinha, 40% de todas as residências brasileiras!

Tudo isso está acontecendo debaixo de uma questão séria: o impacto ambiental e social causado pela construção da hidrelétrica, que pode comprometer uma das regiões com maior biodiversidade do Brasil.

A usina, programada para começar a operar no segundo semestre de 2015, ainda está parada, aguardando permissão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para funcionar.

Enquanto isso, segue a guerra entre ambientalistas, governo e empresários sobre a usina.

Na luta entre o progresso e a preservação ambiental, o que você acha que deve ser feito? Quais as medidas cabíveis para fazer de Belo Monte um projeto mais sustentável? Quais políticas públicas poderiam ser criadas para evitar um desastre ambiental?

Entenda por que a Hidrelétrica de Belo Monte tem gerado tantas discussões e por que é tão importante conhecer esse tema para se dar no Vestibular e no Enem!

Entenda a polêmica em torno de Belo Monte

A Usina de Belo Monte é um projeto antigo, que começou a ser desenhado em 1975. Desde o planejamento inicial até a conclusão das obras, 40 anos depois, continua cercada de muita polêmica.

Nesse meio tempo, devido à pressão de ambientalistas e povos indígenas, o projeto foi refeito muitas vezes. O ideia original acabou sendo reduzida para tentar agradar a gregos e troianos.

Não deu muito resultado.

Junto com o início das obras, em 2011, veio uma grande comoção nacional. Artistas, personalidades, ambientalistas e organizações não governamentais uniram-se numa grande campanha contra a construção do empreendimento e reacenderam o debate sobre progresso versus preservação ambiental.

Entenda o ponto de vista de cada um dos lados:

Pontos contra a construção de Belo Monte:

• A hidrelétrica vai comprometer o escoamento natural do rio, o que pode afetar gravemente a flora e a fauna local.

• A obra pode destruir igarapés que cortam cidades importantes do interior do Pará, como Altamira e Ambé.

• Áreas de agricultura de pequeno porte serão inundadas. Muitos produtores já perderam seu chão.

• Também pode comprometer o transporte fluvial em algumas áreas e isolar totalmente centenas de comunidades ribeirinhas.

• O alagamento permanente de áreas deverá destruir milhões de árvores e comprometer a vida de muitas espécies de peixes.

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• O projeto pode aumentar a pressão por desapropriação de terras indígenas, protegidas por lei.

• Especialistas dizem que as outras usinas hidrelétricas do Brasil são subutilizadas e que a otimização das existentes poderia dispensar a construção de uma obra tão danosa ao meio ambiente.

Pontos a favor da usina de Belo Monte:

• Com um potencial gerador de 11,2 mil MW, a usina pode fornecer energia suficiente para abastecer 60 milhões de pessoas e colocar o Brasil em uma privilegiada posição de segurança energética.

• A energia hidrelétrica é considerada uma fonte limpa, ambientalmente correta.

• A obra pode ajudar a desenvolver as cidades localizadas no entorno da usina e melhorar a vida dos moradores.

• A usina atende à crescente necessidade de energia elétrica no País. Ou seja: é um projeto para o futuro, especialmente para os habitantes da região Norte.

O impacto social gerado por Belo Monte

Outra consequência importante da construção da usina de Belo Monte tem sido o impacto social causado nas cidades ao redor. Com a chegada de milhares de trabalhadores para atender à demanda de mão de obra para uma construção desse porte, as cidades mais próximas, como Altamira, viram sua população crescer mais de 50% em cinco anos!

O resultado disso foi um caos social sem precedentes: aumento no número de assassinatos e acidentes de trânsito, superlotação de hospitais, crise de moradia, aumento do custo de vida, etc.

Outra questão decorrente da obra é o deslocamento de populações inteiras que habitavam as áreas que seriam alagadas. Mais de 30 mil pessoas perderam suas casas – muitas das quais não foram indenizadas por isso.

É fato que, por outro lado, muitas famílias também melhoraram de vida. Foram retiradas de palafitas e lixões e reassentadas em casas de alvenaria entregues pelo consórcio que cuida da obra da usina, como parte do acordo com o Governo Federal.

A construção da usina envolve a mão de obra direta e indireta de 40 mil trabalhadores. Muitos deles deverão se dispensados conforme a construção vai chegando ao fim. O que será feito dessas pessoas? Para onde elas irão? Se a maioria resolver se estabelecer nas cidades próximas, sem emprego, isso pode agravar ainda mais o caos social. A empreiteira responsável promoverá cursos de readequação e capacitação, mas não se sabe se todos os trabalhadores dispensados encontrarão trabalho com facilidade.

(http://www.guiadacarreira.com.br/atualidades/usina-hidreletrica-belo-monte/)

Delcídio diz que dinheiro da obra de Belo Monte abasteceu campanhas. Novas revelações da delação premiada do senador Delcídio do Amaral, suspenso do PT, foram divulgadas neste fim de semana pela revista 'IstoÉ'

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Novas revelações da delação premiada do senador Delcídio do Amaral, suspenso do PT, foram divulgadas neste fim de semana. Ele disse que ex-ministros operaram um esquema de desvio de dinheiro das obras da Usina de Belo Monte. Os recursos teriam ido para campanhas do PT e do PMDB.

A informação está na reportagem de capa da revista “IstoÉ”. O senador Delcídio do Amaral, suspenso do PT, contou em sua delação premiada que foi montado um sofisticado esquema de corrupção nas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

De acordo com a revista, Delcídio disse aos procuradores da Lava Jato que "a propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB de 2010 e 2014”.

Delcidio conta, segundo a reportagem, que os ex-ministros Erenice Guerra e Silas Rondeau, do governo Lula, e Antônio Palocci, dos governos Lula e Dilma, movimentaram cerca de R$ 25 bilhões e desviaram pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas do PT e do PMDB em 2010 e 2014.

O senador explicou que os desvios de recursos do projeto da usina vieram do pacote de obras civis que consumiram cerca de R$ 19 bilhões e da compra de equipamentos, que chegou a R$ 4,5 bilhões.

“Em todas as etapas do processo houve superfaturamento e todo o esquema foi coordenado por um triunvirato formado pelos ex-ministros Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antônio Palocci, especialmente Palocci e Erenice, uma das principais escudeiras da presidente Dilma”, diz a reportagem.

A revista afirma ainda que Delcídio disse que em 2014, quando disputou o governo do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho Silva, na época tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro da Secretaria Comunicação Social. De acordo com Delcídio, Edinho lhe propôs um esquema para saldar uma dívida da campanha no valor de R$ 1 milhão usando o laboratório farmacêutico EMS. Delcídio devia para a ex-sócia de Duda Mendonça, Zilmar Fernandes, e a FSB Comunicações, e pediu que eles emitissem faturas contra o laboratório, mas os pagamentos nunca foram feitos.

De acordo com a revista, Delcídio do Amaral também citou vários senadores do PMDB. E afirmou que eles pressionavam o governo para nomear aliados no setor elétrico e nas agências de Vigilância Sanitária e de Saúde. O objetivo, de acordo com Delcídio, era arrecadar propina, a "exemplo do que ocorria na Petrobras."

Delcídio disse que os senadores Renan Calheiros, Eunício Oliveira e Romero Jucá jogaram pesado com o governo para emplacar as nomeações. E contou que, com a decadência dos empreiteiros, empresas de plano de saúde e laboratórios tornaram-se os principais alvos de propina para os políticos e executivos do governo.

Segundo a “IstoÉ”, Delcídio disse que o "time" formado pelos senadores Renan Calheiros, Edison Lobão, Jader Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raupp, todos do PMDB, exerce um arco de influência amplo no governo, como no Ministério de Minas e Energia, Eletrosul, Eletronorte, diretorias de abastecimento e internacional da Petrobras, além das usinas de Jirau e Belo Monte.

O senador Romero Jucá negou que tenha indicado nomes do governo.

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“Eu não fiz indicação para canto nenhum. Agora a revista publica que o quer, nós vamos responder aquilo que consideramos a verdade e as investigações devem aprofundar qualquer questão”, diz o senador.

Delcídio disse que os senadores "além de indicarem, abraçaram" os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, presos na Lava Jato. E afirmou ser testemunha do elo entre Renan Calheiros e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que também já foi citado na Lava Jato. Segundo Delcídio, ele presenciou os dois despachando diversas vezes na residência oficial de Renan.

Delcídio também citou o vice-presidente Michel Temer. Segundo a revista, "Delcídio sabe que um dos maiores escândalos envolvendo a BR Distribuidora foi a aquisição ilícita de etanol no período entre 1997 e 2001”. Segundo a delação, o principal operador desse esquema foi João Augusto Henriques, ex-diretor da BR Distribuidora, atualmente preso. A ilicitude, segundo Delcídio, ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. E o "padrinho" de João Henriques no esquema do etanol foi Michel Temer, segundo a revista.

O presidente do PSDB, Aécio Neves, também foi citado. Segundo a reportagem, Delcídio afirmou que em uma conversa com Lula durante uma viagem a Campinas, o então presidente perguntou quem era Dimas Toledo. “Um profissional do setor elétrico. Por que o senhor pergunta isso?”, disse Delcídio. Ao que Lula teria explicado: “É porque o Janene veio me pedir pela permanência dele, depois o Aécio e até o PT, que era contra, já virou a favor da permanência dele. Deve estar roubando muito.”

Delcídio ainda contou que, quando presidia a CPI dos Correios, aceitou estender um prazo para que o Banco Rural fornecesse a quebra de seu sigilo bancário. Segundo ele, a solicitação de mais prazo foi necessária para que o Rural ganhasse tempo para maquiar seus demonstrativos contábeis, evitando que o mensalão atingisse o governo de Minas Gerais. Na época, Aécio era o governador e "não tinha nenhuma proximidade com Delcídio do Amaral", segundo a revista.

O acordo de colaboração premiada do senador Delcídio do Amaral ainda está sob análise do Supremo Tribunal Federal. A expectativa é que o ministro Teori Zavascki homologue o acordo nos próximos dias. Depois disso, os depoimentos de Delcídio poderão servir para basear futuros inquéritos e investigações, inclusive no Tribunal Superior Eleitoral.

A defesa de Delcídio do Amaral afirmou que o teor da reportagem da revista IstoÉ não é verdadeiro, que os documentos não são autênticos e que, por isso não devem ser considerados como provas ou indícios contra qualquer pessoa.

A defesa de Delcídio também disse que repudia o que considera espetacularização criminosa e indecente da investigação, com a finalidade de envenenar consciências e estimular, na sociedade, um ambiente de apreensão.

A defesa de Antônio Palocci rechaçou o que chamou de falsas informações e negou que o ex-ministro tenha solicitado contrapartidas para campanhas eleitorais de quem quer que seja.

A defesa da ex-ministra Erenice Guerra afirmou que o conteúdo é absolutamente inconsistente e não é verdadeiro.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse que as declarações são mentirosas e que jamais manteve o citado diálogo com Delcídio ou qualquer contato com as empresas mencionadas.

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A FSB Comunicação afirmou que nunca recebeu recursos nem assinou contrato com a EMS. A FSB também declarou que não recebeu pelos serviços prestados em 2014.

A EMS também declarou que nunca firmou contrato com a FSB ou doou qualquer valor para Zilmar Fernandes nem para o senador Delcídio do Amaral.

O advogado de Zilmar Fernandes disse que não comentaria vazamento de conteúdo de delação premiada.

A assessoria do PMDB disse que o partido nunca participou de esquema de desvio de dinheiro do setor elétrico ou de qualquer outra área do governo.

O senador Eunício Oliveira disse que apenas apoiou a indicação de um funcionário de carreira da Anvisa, sobre o qual não pairam dúvidas profissionais ou éticas.

O senador Valdir Raupp informou que desconhece indicações para o setor elétrico.

O senador Jader Barbalho afirmou que Delcídio cometeu um exagero e que não se sente influenciando o governo há bastante tempo.

O advogado de Edison Lobão afirmou que a declaração envolvendo o nome do senador não trata de qualquer crime, além de ser totalmente desconectada.

A assessoria do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse que, ao contrário do que foi dito, ele não despachava com o senador Renan Calheiros.

A assessoria do vice-presidente Michel Temer classificou as citações como equivocadas e improcedentes.

Declarou ainda que Michel Temer não tem qualquer relação de proximidade com o ex-diretor da BR Distribuidora João Augusto Henriques.

A assessoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que não conseguiu contato com o ex-presidente, que está fora do país.

O senador Aécio Neves classificou as citações como absurdas. Disse que elas não se sustentam porque, à época da CPI dos Correios, ele não atuava no Congresso Nacional.

Sobre Dimas Toledo, Aécio Neves disse que trata-se de uma requentada tentativa de envolver, sem qualquer comprovação, diversos políticos da oposição.

O Banco Rural foi extinto depois do processo do mensalão. O advogado dos ex-dirigentes do banco disse que não acredita que a afirmação de Delcídio seja plausível.

O Instituto Lula disse que não comentaria falatórios e que quem quiser levantar suspeitas em relação ao ex-presidente deve fazer diretamente com a apresentação de provas.

O Palácio do Planalto não quis se manifestar.

O Partido dos Trabalhadores afirmou que só recebeu doações legais e declaradas à Justiça Eleitoral.

O Jornal Nacional não conseguiu contato com o ex-ministro Silas Rondeau, com a defesa de João Augusto Henriques nem Dimas Toledo.

A assessoria do senador Renan Calheiros não retornou as nossas ligações.

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(http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/03/delcidio-diz-que-dinheiro-da-obra-de-belo-monte-abasteceu-campanhas.html)

Nota à imprensa:

A Norte Energia S.A, empresa responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em razão da citação do empreendimento em depoimento de delação premiada, vem uma vez mais prestar os seguintes esclarecimentos:

A Norte Energia S.A venceu o leilão público, realizado em 20 de abril de 2010, para construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte. A proposta vencedora para o leilão foi de R$ 77,97 por MW/h em valores da época, proposta que contempla 70% da energia a ser gerada por Belo Monte. Outros 10% da energia a ser gerada também têm preços previamente estabelecidos e se destinam a autoprodutores.

Ressalte-se que a proposta ofertada pela Norte Energia apresentava um deságio de 6% em relação à tarifa-teto definida para o leilão, de R$ 83,00, que fora referendada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A Norte Energia não tem nenhuma empresa ligada ao ramo da construção civil entre seus acionistas. Os acionistas da Norte Energia são o grupo Eletrobrás, (além da Eletrobrás, Chesf e Eletronorte), Fundos de Previdência Complementar Petros e Funcef; Neoenergia; Cemig: Aliança Norte Energia (Vale e Cemig); Sinobrás, e J. Malucelli Energia.

A empresa adota padrões rigorosos de gestão e implementa constantes controles e melhorias em seus processos. Contratos e pagamentos passam por criteriosa análise de auditores internos e a empresa se submete a auditorias periódicas de auditores independentes e dos agentes financeiros da UHE Belo Monte. Ressalte-se que todos os relatórios da empresa publicados até agora foram aprovados sem ressalvas.

Além das normas internas de gestão e de conduta, o valor da tarifa vencedora do leilão serve de fator balizador dos investimentos necessários para a construção da UHE Belo Monte. Considerando que a proposta vencedora não é passível de reajuste, somente de correção monetária para atualização do valor ofertado, se aquele teto não for observado para os investimentos, o empreendimento certamente se inviabiliza.

Com praticamente todas as obras civis concluídas e a totalidade dos equipamentos adquiridos, o orçamento da UHE Belo Monte segue rigorosamente dentro do previsto.

Além da arrojada obra de engenharia que representa Belo Monte, o empreendimento propiciou também uma significativa melhoria da qualidade de vida para os cinco municípios da Área de Influência Direta de Belo Monte. Juntos, receberam cerca de R$ 3,7 bilhões de investimentos, em valores atualizados, nas áreas de educação, saúde, habitação, saneamento e segurança pública, dentre outros. O mesmo ocorre com 34 aldeias indígenas da região, que recebem investimentos para construção de casas, casas de farinha, unidades básicas de saúde, escolas, sistemas de água tratada e campos de pouso, dentre outros.

Neste momento, a empresa está em fase final de testes para pôr em operação sua primeira turbina, iniciando a geração comercial de Belo Monte, um marco incontestável para a engenharia brasileira.

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Finalmente, a Norte Energia S.A lamenta que há dois anos a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte vem sendo citada em notícias levianas sem apresentar provas ou provada sequer uma evidência de irregularidades na execução da obra.

(http://blogbelomonte.com.br/2016/03/18/nota-a-imprensa-3/)

9. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MEIO AMBIENTE

• coleta de esgoto:

“Metade da população brasileira não tem coleta de esgoto: Metade da população brasileira ainda não tem esgoto coletado em suas casas e cerca de 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso a água tratada no país. É o que revela levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil com base nos dados de 2014 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgados no mês passado pelo Ministério das Cidades. O índice (49,8%) coloca o Brasil em 11º lugar no ranking latino-americano deste serviço, atrás de países como Peru, Bolívia e Venezuela. Os dados dessas nações são compilados pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), que divulga o índice de 62,6% para o Brasil porque inclui fossas. (...)

"O avanço, além de lento, é desproporcional. Só as 20 melhores no ranking do saneamento investem, por habitante, duas vezes e meia a mais do que as 20 piores", afirma o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.

Cidades: O ranking nacional feito pelo Trata Brasil com as cem maiores cidades mostra que apenas dois municípios, Belo Horizonte (MG) e Franca (SP), têm 100% de esgoto coletado. Piracicaba (SP), Contagem (MG) e Curitiba (PR) têm mais de 99%. Já as cidades de Ananindeua e Santarém, no Pará, são as duas piores do ranking, com nenhum esgoto coletado.

"Estamos separando o Brasil em 'ilhas' de Estados e cidades que caminham para a universalização da água e esgotos, enquanto que uma grande parte do Brasil simplesmente não avança. Continuamos à mercê das doenças", afirma Carlos.

(http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/16/metade-da-populacao-brasileira-nao-tem-coleta-de-esgoto.htm)

• crime:

Justiça recebe denúncia de crime ambiental da Vale no Pará: (18/3/2016 às 18h53) RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça Federal recebeu denúncias e abriu dois processos contra o projeto da Vale de mineração de cobre Salobo Metais, no sudeste do Pará, após o Ministério Público Federal (MPF) acusar a empresa por crime ambiental, por supostamente poluir e desmatar ilegalmente áreas de floresta. As informações foram publicadas nesta sexta-feira, pelo MPF. Caso condenada, a Vale poderia ser obrigada ao pagamento de multas e ficar proibida de contratar ou receber incentivos financeiros do poder público, além de ter que promover a prestação de serviços comunitários, segundo o MPF. Nas denúncias apresentadas pelo MPF, a procuradora da República Nathália Mariel Pereira afirma que, no ano passado, houve derramamento de 1,5 tonelada de produto químico (nitrato de amônio emulsionado) no solo e águas da floresta, desmatamento ilegal de 5,4 hectares de mata e descarte incorreto de materiais, inclusive de resíduos contaminados com óleo. A Vale afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que

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ainda não foi notificada sobre o assunto. Dessa forma, "não tem comentários" sobre o tema. (http://noticias.r7.com/economia/justica-recebe-denuncia-de-crime-ambiental-da-vale-no-para-18032016)

• Para 2030:

Por uma economia mais sustentável, Pará 2030 se prepara para sair do papel.

Alinhamento de funções e responsabilidades, novos conhecimentos, sistema de governança e desenvolvimento de metodologias. Essas expressões e seus respectivos conceitos e práticas foram temas recorrentes esta semana para o grupo de 28 servidores estaduais que vai compor, a partir de agora, a Unidade de Entrega do Pará 2030. A oficina de qualificação, ministradas pelas consultoras Gabriela Paranhos e Aglaia Vaz, da McKinsey & Company, empresa com expertise internacional em planejamentos estratégicos, se encerrou na quinta-feira (18), após três dias consecutivos de treinamento, com forte adesão dos técnicos do Estado.

A ideia é que a Unidade de Entrega tenha a função de dar foco, disciplina e prioridades às atividades que o Estado precisará desenvolver para que o Pará 2030 aconteça na prática. Ela terá grupos focais dentro de cada secretaria e órgão envolvidos afim de que esses servidores com perfis técnicos e de liderança política, a grande maioria do quadro efetivo do Estado, possam destravar os nós que eventualmente apareçam e tomar decisões necessárias.

Nos últimos cinco meses, o Pará 2030 vem sendo desenvolvido com ampla participação de segmentos produtivos e acadêmicos, que têm sido abertos e participativos. Representantes de cadeias produtivas relevantes estiveram em reuniões temáticas e deram ideias, apresentaram sugestões dentro da realidade de entraves que eles identificam na área econômica para se desenvolverem mais e melhor.

No próximo dia 26, o governador Simão Jatene participa de um evento na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), promovido pelo “Valor Econômico”, um dos veículos de economia mais importantes do país. Ele vai falar das oportunidades de investimentos no Estado e apresentar projetos estruturais, a exemplo da Ferrovia Paraense (Fepasa), bem como abordará o plano de desenvolvimento econômico estratégico ora em elaboração no Estado. Mais de 250 inscrições já foram confirmadas. Na plateia, empresários, industriais e representantes de Fundos de Investimentos.

Desafios – “O treinamento foi importante porque nos deu uma visão geral de como o programa será desenvolvido e o nosso papel nesse grupo de trabalho, considerando o que vamos intermediar e mediar junto aos nossos órgãos específicos. O desafio é corrigir os obstáculos em tempo hábil para consolidar o programa, que é de longo prazo, e não pode sofrer descontinuidade. Que ele realmente mude nossos indicadores econômicos já nesta gestão, a ponto de não poder ser ignorado por outras gestões, por ser entendido como um programa de Estado e não de governo’’, disse a coordenadora técnica da Diretoria de Qualificação Social, Profissional e de Empreendedorismo, da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Celeste Lourenço.

“Foi excelente porque esclareceu a proposta para a gente, e isso é fundamental. É só o início. A gente terá novos encontros para amadurecer ainda mais a equipe. Os desafios são muitos, um deles, é justamente a junção de tantos órgãos. Eu estava curioso para ver como isso aconteceria e isso já está acontecendo, então as coisas virão para melhorias de nosso Estado’’, afirmou o

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diretor técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), Rosival Possidônio do Nascimento.

“Importante porque percebi um nivelamento de informações entre todos sobre o Pará 2030. É necessário que todos se engajem para alcançarmos nossos objetivos. O desafio é conseguir esse comprometimento em cem por cento para que o Plano seja efetivado em seu tempo hábil, com todos trabalhando, acreditando e que não aconteça nada no caminho que possa impactar negativamente, por falta de conhecimento ou iniciativas práticas’’, ponderou a gerente de Atração de Investimentos e Negócios da Coordenação de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Lorena Aguiar.

“Houve um ótimo engajamento de todos que vão compor a unidade gestora do Pará 203, com a clara percepção de que esse projeto de desenvolvimento é uma construção coletiva. Ele não foi criado em gabinete ou por uma consultoria, mas feito há muitas mãos e tem de ser implementado num esforço coletivo que envolverá secretarias, órgãos e centenas de milhares de pessoas. Um projeto de fôlego para os próximos 15 anos. O maior desafio é sua arrancada, ele tem de arrancar bem, com energia já na saída, para depois ser mantido ao longo dos anos. Os participantes da oficina, em geral, colocaram como grande risco a questão da descontinuidade do Plano, infelizmente, é um mal da política pública brasileira, quando há mudanças, temos boas políticas públicas abandonadas. É um risco que se impõe a qualquer programa público que se inicia, mas estamos confiantes que o projeto terá adesão não só do corpo técnico do governo, mas da sociedade. É isso, em última análise, que garante o sucesso e a perenidade de qualquer política pública. Estamos confiantes que o Pará 2030 será um marco no desenvolvimento do nosso Estado’’, frisou o secretário extraordinário do Programa Municípios Verdes (PMV), Justiniano Netto.

http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=120999

8/3/2016 às 18h53

Justiça recebe denúncia de crime ambiental da Vale no ParáR7 Página Inicial

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça Federal recebeu denúncias e abriu dois processos contra o projeto da Vale de mineração de cobre Salobo Metais, no sudeste do Pará, após o Ministério Público Federal (MPF) acusar a empresa por crime ambiental, por supostamente poluir e desmatar ilegalmente áreas de floresta.

As informações foram publicadas nesta sexta-feira, pelo MPF.

Caso condenada, a Vale poderia ser obrigada ao pagamento de multas e ficar proibida de contratar ou receber incentivos financeiros do poder público, além de ter que promover a prestação de serviços comunitários, segundo o MPF.

Nas denúncias apresentadas pelo MPF, a procuradora da República Nathália Mariel Pereira afirma que, no ano passado, houve derramamento de 1,5 tonelada de produto químico (nitrato de amônio emulsionado) no solo e águas da floresta, desmatamento ilegal de 5,4 hectares de mata e descarte incorreto de materiais, inclusive de resíduos contaminados com óleo.

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A Vale afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi notificada sobre o assunto. Dessa forma, "não tem comentários" sobre o tema.

8/03/16

Justiça aceita denúncia contra Vale por poluição de químicos no ParáDanielle Nogueira - O Globo

RIO - A Justiça Federal aceitou nesta sexta-feira denúncia contra subsidiária da Vale responsável por projeto de cobre no Pará, na qual a empresa é acusada de crimes ambientais. Foram abertos dois processos, um por poluição de químicos e outro por desmatamento ilegal de áreas de floresta. A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) do Pará em janeiro deste ano.

As duas ações ajuizadas pelo MPF são contra a Salobo Metais, que responde pelo projeto de cobre da Vale em Marabá, no sudeste do Pará. Caso condenada, a Salobo pode ser obrigada ao pagamento de multas e pode ficar proibida de contratar ou receber incentivos financeiros do poder público, além de ter que promover a prestação de serviços comunitários. A Vale informou que não foi notificada e, por isso, não faria comentários.

Os processos estão na 2ª Vara Federal em Marabá, sob responsabilidade do juiz federal Heitor Moura Gomes. De acordo com a procuradora Nathália Mariel Pereira, foram provocados danos à floresta nacional do Tapirapé-Aquiri, localizada em Marabá, São Félix do Xingu e Parauapebas.

Ainda segundo a procuradora, no primeiro semestre de 2015, houve derramamento de 1,5 tonelada de produto químico (nitrato de amônio emulsionado) no solo e águas da floresta após incidente com veículos que transportavam o produto. A Salobo também é acusada de desmatamento ilegal de 5,4 hectares de mata e descarte incorreto de materiais, inclusive de resíduos contaminados com óleo.

As irregularidades, de acordo com os processos, foram praticadas por empregados da Salobo e detectadas por agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Para reduzir a poluição provocada pelo nitrato de amônio em um córrego, os fiscais chegaram a ter que improvisar barreiras de contenção no local.

10. SEGURANÇA:

• aplicativo de celular:

PM investe no trabalho integrado com a comunidade para coibir a violência:

Moradores de três bairros situados na área de abrangência da 2ª Companhia da Polícia Militar foram cadastrados no aplicativo de celular WhatsApp que permite a comunicação imediata de qualquer ocorrência à corporação. Criado há oito meses, o grupo Comunidade em Alerta, integra um projeto de segurança comunitária coordenado pela PM, que funciona como uma rede de monitoramento e troca de informações para prevenção de casos de violência. Atualmente, mais de 100 pessoas, entre moradores, comerciantes e empresários dos bairros do Marco, Pedreira e Curió-Utinga estão cadastrados no grupo.

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Eliane Dias, 42 anos, é representante comercial e mora no bairro da Pedreira desde que nasceu. Para ela, a criação dessa ferramenta vem ao encontro do que a comunidade espera há tempos. “Tem muita gente que só critica e não vê o lado bom das coisas. Esse é mais um meio de integração com representantes da área da segurança pública. O trabalho de prevenção é muito importante, e o de denúncia ainda mais. Esse projeto veio em boa hora e estamos confiantes que teremos bons resultados. Alguns deles já pudemos conferir”, contou.

A publicitária Cida Amâncio, de 58 anos, e a professora de Educação Física Rosana Russo Olmmos, de 44, dividem suas rotinas no Jardim Guarani e apoiam irrestritamente a iniciativa da PM. "Eu acho uma ótima a ideia de criar um canal onde a comunidade pode interagir diretamente com os órgãos de segurança. Aqui na área do conjunto vem acontecendo muitos assaltos e a população precisa de um suporte para tentar ajudar a coibir essas ocorrências", relatou a publicitária.

De acordo com Diógenes Braga, comandante da 2ª Companhia PM, que abrange cerca de 153 mil moradores, a ideia é que as pessoas possam trocar mensagens instantâneas sobre ocorrências criminosas que estejam acontecendo para que a polícia possa intervir em tempo hábil. "A rede facilita a resposta da polícia às demandas da comunidade. Através do WhatsApp cada morador poderá fazer a sua denúncia. Além disso, a ferramenta serve para que a corporação possa prestar contas do trabalho operacional que é feito diariamente. É mais um instrumento à disposição da sociedade", relata o policial.

O trabalho integrado vem rendendo um saldo positivo. Nos dois primeiros meses do ano, oito armas de fogo foram apreendidas e nove pessoas presas, contra duas no mesmo período do ano passado. O número de homicídios também caiu, foram cinco este ano contra 12 em 2015.

Para o delegado Walter Resende, reforça a importância do trabalho integrado entre as forças de segurança pública e a comunidade. “Podemos observar que as cinco ocorrências com reféns registradas no período de 28 de fevereiro ao dia 5 de março foram neutralizadas. Isso indica um trabalho de prevenção e o reforço operacional feito pela polícia aqui na nossa área. A PM conseguiu identificar prontamente a ação dos bandidos e evitar um desfecho mais sério”, relatou.

Andrea Cardoso, diretora da Escola Salesiano do Trabalho, onde estudam cerca de 1.280 alunos, em dois turnos, a ferramenta de troca de informações via celular poderá facilitar o combate à criminalidade principalmente no ambiente escolar. "Sempre que surge qualquer situação na escola eu mando mensagens e a viatura está sempre a postos. Para nós, da comunidade escola, é uma ajuda muito válida”, afirmou a educadora.

Cristiani Sousa

Polícia Militar

(http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=122626)

• violência em debate:

Evento discute violência na Universidade Federal do Pará. Mesa de debate será nesta segunda-feira, 21, a partir das 9h. América Latina é um dos locais mais violentos do mundo, diz organização.

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Uma mesa de debate vai abordar o tema violência, nesta segunda-feira (21), na Universidade Federal do Pará (UFPA), a partir das 9h, no auditório da reitoria. A discussão é aberta para todos os interessados.

O debater “novas e velhas violências" é coordenado pelo programa de pós-graduação em Segurança Pública (PPGSP). Segundo o professor Jaime Luiz Cunha, que integra o corpo docente do Curso de Mestrado Profissional em Segurança Pública, o evento vai reunir três especialistas de outras universidades convidados para debater o tema.

“Estamos na América Latina, que é considerado um dos locais mais violentos do mundo. Não só a violência que se expressa na forma de homicídio, mas também de outras formas possíveis, como as desigualdades sociais. Estamos mergulhados num ambiente no qual é importante debater e questionar quais as condições que permitem o florescimento da violência”, diz.

Segundo ele, a violência acompanha o ser humano ao longo do tempo e viver em sociedade é viver um ambiente conflituoso. “Quando se rouba alguém pela internet ou se difama uma pessoa via rede social, são usadas novas formas de se praticar velhas violências e nem sempre o Estado soube se adaptar com agilidade nessas percepções de crimes e violências”, complementa o professor

A mesa redonda Modernidade e Violência terá a participação dos pesquisadores José Vicente Tavares dos Santos, docente da Pós-Graduação em Sociologia e em Políticas Públicas (UFRGS), César Barreira, docente e Coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Ernesto Renan Melo de Freitas Pinto Professor titular da Universidade Federal do Amazonas. Criador do Núcleo de Estudos sobre a Teoria Crítica com Ênfase na Obra de Theodor W. Adorno.

Serviço

A mesa de debate modernidade e violência será realizada nesta segunda-feira (21), a partir das 9h, no auditório da reitoria da UFPA. (http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2016/03/evento-discute-violencia-na-universidade-federal-do-para.html)

• corrupção na PM:

No Pará, PMs são denunciados por crime de corrupção passiva. Segundo a promotoria, os sete policiais teriam recebido cerca de R$ 150 mil. Militares alegavam que estavam cumprindo ordem judicial no sudoeste do PA.

A Promotoria Militar denunciou à Justiça do Pará sete policiais militares do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM) pela prática de corrupção passiva. Os militares são acusados de envolvimento em operações não autorizadas na “Terra do Meio”, no município de Altamira, no sudoeste paraense, no período de março de 2004 e março de 2005.

Segundo o promotor Armando Brasil, eles teriam recebido dinheiro de uma empresa para impedir o acesso das pessoas a uma área às margens do Rio Xingu, próximo à embocadura do Rio Pardo. Juntos, os acusados teriam recebido em suas contas bancárias quase R$ 150 mil, que só foram identificados após a quebra do sigilo bancário dos envolvidos. Em sua defesa, os policiais militares alegaram em depoimento que estavam cumprindo cumprindo ordem judicial.

“Mas, na Vara Agrária de Altamira, não há nenhuma decisão judicial concessiva de liminar que comprove a interdição ou reintegração de posse proferida pelo Juízo Agrário tendo por objeto qualquer área localizada na confluência dos rios Pardo e Xingu, e não houve qualquer ordem

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ou orientação escrita ou verbal por parte do Juízo Agrário, no sentido de que fossem efetuadas buscas ou retiradas de trabalhadores das fazendas localizadas às margens dos rios da região Xingu, Iriri ou Pardo”, destaca Brasil.

Se condenados pela Justiça, os policiais podem ter os bens sequestrados, já que teriam sido obtidos de fontes ilícitas e sofrer ainda outras penalidades, como a expulsão dos quadros da corporação.

(http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2016/02/no-para-pms-sao-denunciados-por-crime-de-corrupcao-passiva.html)

11. CULTURA, ARTES E LITERATURA:

• cultura paraense:

• acervo:

Acervo museológico ajuda a contar história do Pará e da Amazônia

Dez espaços estão interligados pelo Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM), entre eles oito museus.

BELÉM - Mais do que um espaço para salvaguarda da história, os oito museus e dois memoriais instalados no Centro Histórico de Belém têm ajudado a ampliar o aprendizado de estudantes de diversas instituições de ensino do Pará, se consolidando como uma importante ferramenta pedagógica. E têm sido, ainda, um formidável incremento para o turismo na cidade. Diariamente, os mais variados grupos visitam os espaços. A cada parada, todos conhecem um pouco mais sobre a história do Pará e da Amazônia.

Gerenciados pelo Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM), órgão ligado à Secretaria de Estado de Cultura (Secult), os espaços podem ser visitados gratuitamente às terças-feiras. De quarta a domingo é cobrada apenas uma taxa simbólica. “Eles são uma espécie de banco de memórias do estado. Quando conhecermos cada um deles, é possível contarmos a história do Pará e da Amazônia, desde o pré-contato com os colonizadores, até nossas expressões históricas e culturais mais modernas, que são refletidas em movimentos contemporâneos”, destaca a diretora Mariana Sampaio.

Dez espaços estão interligados pelo Sistema, entre eles oito museus: de Arte Sacra (MAS), do Estado do Pará (MEP), do Forte do Presépio, do Círio, da Imagem e do Som (MIS), das Onze Janelas, o Corveta Solimões e o de Gemas do Pará, no Pólo São José Liberto. Além deles, fazem parte também dois memoriais: o Amazônico da Navegação, instalado no Mangal das Garças; e do Porto de Belém, sediado no complexo da Estação das Docas. Ambos abrigados em locais gerenciados pela Pará 2000, que administra os espaços sob contrato de gestão com a Secretaria de Cultura.

Do Império à Adesão

Os mais novos que veem o Palácio Lauro Sodré, que hoje abriga o Museu do Estado do Pará (MEP), na Praça Dom Pedro II, nem imaginam que o prédio guarda memórias de momentos decisivos para o Estado. Em meio a um diversificado acervo de telas, mobiliário, acessórios

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de interiores e fotografias, o visitante se depara com verdadeiros testemunhos de diferentes contextos da história do Pará, desde a sua construção, no Império, passando pela Revolução dos Cabanos, até a história recente, já que deixou de ser a sede do poder público estadual apenas na década de 90.

Projetado pelo arquiteto Antonio Landi no século XVIII, o Palácio Lauro Sodré possui cinco salões nobres com mobiliário dos séculos XVIII, XIX e XX, salas temáticas em homenagem a Antonio Landi, à Cabanagem e ao primeiro Círio de Nazaré, cuja procissão saiu da capela do palácio, além de salas de exposição temporárias. O Museu do Estado também guarda importante acervo de pinacoteca, e em uma sala especial a grandiosa tela “A Conquista do Amazonas”, de Antônio Parreiras, datada de 1907. A obra, encomendada por Augusto Montenegro a Parreiras, pesa quase uma tonelada.

Segundo o escritor e museólogo Antônio Eutálio Corrêa, a obra é uma das mais importantes da pinacoteca brasileira e, até hoje, atrai pessoas de diversas partes do mundo. Ele conta que, àquela época, Augusto Montenegro conheceu o trabalho de Parreiras em uma exposição no Theatro do Paz. Lá, ele comprou “A morte de Virgínia, de 1905, que também está no acervo do museu, e encomendou outra tela. Parreiras então confeccionou “A Conquista do Amazonas” e apresentou a obra pela primeira vez no Rio de Janeiro. Somente ao chegar a Belém, a tela foi emoldurada.

Eutálio, que está como diretor em exercício do Museu do Estado, também destaca a importância do prédio em si para a história do Pará. “Era daqui que saíam as principais decisões sobre tudo que acontecia no Estado”, comenta. Além disso, o prédio também foi o cenário de inúmeras batalhas. A mais emblemática foi a do então presidente da província, Bernardo Lobo de Souza, morto em uma das escadarias. O episódio, em 1835, foi o apogeu da Cabanagem. Naquela ocasião, liderados por Antônio Vinagre os rebeldes tomaram o Palácio do Governo, onde permaneceram até 1837.

Entre as diversas histórias em torno do prédio, Eutálio não confirma uma delas: a de que haveria túneis subterrâneos ligando diversos pontos da cidade, entre eles o Museu do Estado, e que serviram como rota de fuga. A história que povoa o imaginário popular nunca foi comprovada. Em uma dessas versões se dizia que uma companhia européia teria escavado os túneis nos tempos áureos da borracha, a pedido dos governantes, para que fossem estratégicos num momento de invasão inimiga. “Tem até um historiador que fala sobre isso, mas é impossível de saber. Seriam necessárias escavações arqueológicas”, desconversa.

Riqueza Mineral

Idealizado para levar o visitante a uma viagem pela história gemológica do Pará, o Museu de Gemas, tem um acervo com mais de quatro mil peças. Desde a cerâmica arqueológica Marajoara e Tapajônica, as cinco salas guardam elementos surpreendentes e curiosos – muiraquitãs milenares, gemas encontradas em território paraense, material orgânico e verdadeiras obras de arte da natureza, como um tronco fossilizado. Na quinta sala, são encontrados elementos históricos, míticos e minerais reunidos em coleções de joias, com as características da cultura amazônica e a beleza de gemas e metais preciosos.

Ao visitar o espaço, o público se impressiona com a quantidade de material exposto, que nada mais é do que é uma amostra da variedade mineral e gemológica do estado, que ajudou a caracterizar, ao longo dos anos, a economia paraense. Muitos deles são datados desde a pré-história. Uma das peças mais antigas, uma drusa de quartzo hialino, com cerca de 2,5 toneladas,

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está exposta logo na entrada do espaço e teria aproximadamente 300 milhões de anos. A peça foi encontrada no vale do rio Araguaia, na fronteira entre o Pará e o Tocantins, e teria se formado durante um evento geológico chamado “Ciclo Brasiliano”.

Também no Araguaia foi encontrada a Ametista mais pura do Brasil, que divide espaço no museu com pedras preciosas de diversas partes da Pan-Amazônia. Entre elas, esmeraldas das minas de Muzo, de Coscues e El Borur, na Colômbia, e o Ametino da mina Anay, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Entre os destaques do museu está, ainda, o acervo milenar de muiraquitãs, uma produção artesanal indígena da região do Tapajós e Trombetas, no oeste do Pará. O objeto é considerado um amuleto ou objeto protetor nas atividades de caça e pesca.

http://portalamazonia.com/noticias-detalhe/arte/acervo-museologico-ajuda-a-contar-historia-do-para-e-da-amazonia-1/?cHash=ef65ac2a17b8355f305eb84bd12f43f4

• 400 anos da capital:

Fundada em 1616.

Especial mostra a cultura de Belém nos 400 anos

Conheça o começo do teatro e do cinema na cidade.Veja quem está na vanguarda da música e literatura.

Do G1 PA

O começo do teatro no Pará está intimamente ligado à religião: junto com os portugueses chegaram os Jesuítas, que trouxeram o teatro no intuito de catequizar os nativos. “Os relatos históricos dizem que as primeiras apresentações aconteciam dentro das igrejas, depois foram ganhando as ruas, o teatro profano”, disse o historiador Dênis Bezerra.

O palco eram as igrejas e ruas, além de locais públicos como a praça das Mercês, onde foi erguido o teatro Providência. “Era uma construção simples, de madeira, que estreou na véspera da cabanagem. Foi muito importante para a cidade no século XIX, quando havia grande polarização da cultura”, explica Bezerra.

O primeiro teatro construído com função definida em Belém foi o Casa de Ópera, mas nunca ópera foi encenada lá. Esta manifestação artística só chegou depois, quando a capital paraense tinha a pretensão de ser a “Paris n’América”: foi aí que surgiu o Theatro da Paz.

Ele nasceu em 1878 inspirado no Scala de Milão, com 952 lugares, quatro andares e acústica invejável. De arquitetura neoclássica, ganhou uma pintura no teto representando o deus Apolo chegando na Amazônia. Pelo seu palco passaram companhias europeias em grandes temporadas. “As temporadas variavam de 20, 30, 35 óperas por ano”, explica Gilberto Chaves.

Com o declínio do ciclo da borracha, os anos de glória do Theatro ficaram para trás. Os espetáculo grandiosos passaram a ocorrer em menor escala. No final dos anos 90 o lugar apresentava sinais de abandono, mas o teatro passou por uma reforma e renasceu com um festival de ópera anual.

“Estamos naquela de retomar nossa auto estima. Fazer o Theatro da Paz iluminar nessa floresta uma luz para o Brasil. Fazer o Brasil prestar atenção nele, e tem prestado. Hoje em dia chama tenção no eixo Rio-São Paulo. Os artistas se oferecem para tocar aqui”, comemora Chaves.

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Bem diferente do palco mais prestigiado do estado é a realizado do teatro na Terra Firme. O bairro, que é considerado violento e perigoso pelos próprios moradores, está sendo transformado pelas artes cênicas.

“Eu uso teatro como ferramenta de transformação social. Não uso pra pessoa se transformar em artista, mas pra vida dela. Vale à pena ver a transformação do bairro, dos jovens, das pessoas é fantástico. Ter esses meninos ensaiando, apresentando, fazendo teatro é a coisa mais fantástica”, disse o teatrólogo Ely Chaves.

Além do teatro, os jesuítas também contribuíram com a literatura no Pará. Em 1600, o padre João Felipe Betendorf fazia os primeiros relatos de Belém à coroa portuguesa. “Ele fala dos índios, mas também fala dos hábitos. Se comia muita farinha. Se fazia as praticas curativas. Ele fala de missionário deprimido, por exemplo, fala da matança de índios, índios que não queriam aceitar, digamos, a política portuguesa de colonização”, explica Amarilis Tupiassu, especialista em literatura.

Pelos próximos 300 anos a cidade passou a ser narrada pelas perspectiva europeia. Nos anos 1900, porém, as história, a cultura e até as mazelas da cidade passarem a inspirar uma nova geração de autores.

Benedicto Monteiro era fascinado pelo Círio de Nazaré, que o inspirou a escrever o livro “O carro dos milagres”. Já Dalcídio Jurandir foi fisgado pelo cotidiano da cidade, narrando o dia a dia da avenida Gentil Bittencourt em sua obra “Belém do Grão Pará”. Haroldo Maranhão criticou as mudanças da arquitetura da cidade em “Pará, capital: Belém”. Eneida de Morais, que além de escritora era jornalista, denuncia os problemas da cidade e, entre os mais contemporâneos, Benedito Nunes colecionou prêmios Jabuti e foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras.

Na casa do poeta Bruno de Menezes a memória do escritor é preservada por suas filhas, Lenora e Marília. Elas cuidam de tudo, e conhecem cada detalhe das obras do pai. “Papai foi um menino do jurunas. Em 1931 o papai publica o Batuque. Foram 20 anos de maturação, vendo muita festa, muito São João, folclore, homem adulto convivendo com os caboclos do ver o peso... então é sempre a presença da terra, dos causos, das cantorias, e isso foi impregnando a obra de Bruno até eclodir no batuque, que diria que é sua obra mais conhecida.

Hoje, para procurar mais informações sobre um autor paraense basta fazer uma pesquisa na internet, visitar uma livraria - onde é possível encontrar títulos como “A torre acima do véu”, de Roberta Spindler, e “Zon” de Andrei Simões – ou fazer como Fernanda Karen, que juntou um grupo de leitores no PA Book Club.

São mais de 30 pessoas que se reúnem duas vezes ao mês, trocando sugestões e debatendo temas universais da literatura. O grupo permite, ainda, a interação com escritores paraenses. Roberta e Andrei estiveram lá, e ouviram opiniões sobre os livros que publicaram.

“Eu já tive esse preconceito de não ler autor paraense, que não é meu gênero. E eu fui descobrindo existem pessoas aqui no Pará, autores que escrevem em todos os tipos de gêneros que você pode imaginar”, disse Rafael Lutti.

De acordo com Roberta, a curiosidade sobre personagens é assunto constante nestas conversas. “Normalmente perguntam sobre personagem, o que me inspirei, ou alguma dúvida mais específica da história, normalmente se vai ter continuação. Na verdade é o pedido principal da galera”, disse.

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Segundo Andrei Simões, a quantidade de autores e leitores é reflexo do bom momento cultural da cidade. “Belém, para mim, se compara a Recife em termos de efervescências culturais em todas as áreas. O que ocorre é que nos últimos anos as pessoas tem se unido para criar cenários, para divulgar, para fomentar. A internet facilita isso. Então agora é a hora de mostrar a literatura também formando um novo cenário, com escritores que estão há muito tempo, com escritores que estão há pouco tempo, para que o leitor comece a absorver a literatura paraense”.

O cinema do Pará

Crianças de uma escola pública de Belém viveram a emoção do primeiro encontro com a sétima arte no cine Olympia, sala de exibição centenária que, hoje, é o cinema mais antigo em funcionamento no Brasil. “Tô achando muito legal, porque nunca tinha visto filmes assim na tela grandona”, disse o estudante Guilherme de Souza.

Quando surgiu, em 1912, o Olympia atendia aos desejos de uma elite que desejava ares europeus para a capital paraense – e ele satisfazia estes desejos com uma arquitetura eclética, requintada, emoldurada no cenário amazônico em plena praça que integrava o eixo cultural de Belém no começo do século XX. “As mulheres ditavam moda aqui no cinema Olympia. De 1912 até a guerra foi muito efervescente isto aqui”, disse Nazaré Moraes.

Pela tela do Olympia passaram clássicos nacionais, internacionais e produções da cena local. O cineasta Fernando Segtowick se inspira nos cenários da metrópole. Ele estreou com o curta “Dias”, e de lá pra cá soma 15 anos de carreira.

“O importante é mostrar a cidade com várias visões. Belém é uma cidade grande, com vários habitantes, carros, prédios, universidades. Queria mostrar que Belém é isso, tem problemas de uma metrópole qualquer. A gente tem metrópole na Amazônia. A gente tem praia, rio, floresta, mas a gente tem essa metrópole”, disse.

“O bacana de Belém, do áudio visual daqui é que consegue mostrar tudo isso. A gente pode ter uma coisa provinciana, tem Icoaraci, casas antigas, vilas... ao mesmo tempo tem conflito, violência, lixo, transito... é bacana mostrar isso , os dois lados: uma cidade no meio da Amazônia: muita beira de rio, e muita cidade grande”, afirma o cineasta.

Fernando também promoveu o encontro entre a sétima arte e o Círio de Nazaré através do filme “Movimento da fé”, que conta a história da procissão sob a visão de três personagens. “ Na minha carreira demorei a encarar isso que é a cara de Belém. E eu queria mostrar através dessas três pessoas. Queria mostrar a relação delas e como eles se envolvem. Filmar sempre é difícil. A gente pensou em 5 equipes para acompanhar os personagens e o que acontece: atrelamento, socorristas, exército fazendo proteção”

“Queria que as pessoas realmente terminassem o filme chorando, se lembrando do que é estar no Círio. Porque é muito isso: confusão, empurra-empurra, calor. Mas quando acaba, aquele monte de gente pagando promessa, rezando, levantando a mão... não tem como não s emocionar”, explica o cineasta.

Assim como o cinema, a música também ganhou espaço no cenário cultural de Belém. Só que os registros são bem mais antigos: datam da época da colonização. As primeiras músicas foram trazidas por missionários que, além de evangelizar, ensinavam a prática musical a negros e índios nas igrejas. E o primeiro ritmo trazido pelos colonizadores foi o cantochão, ou canto gregoriano.

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A ordem dos mercedários foi a que mais se destacou na Amazônia pelo uso da música em suas missões. Um coral foi criado pelos padres para ações de catequese, mas com o tempo os cantos se perderam. Estas obras foram resgatadas quando o pesquisador Vicente Salles encontrou, em Portugal, um livro com os registros musicais daquela época.

“Era uma coisa que se fazia em Belém e que ninguém sabia. você conhece a musica colonial brasileira é toda minas gerais, do rio de janeiro. grandes maestros eram todos de lá . O primeiro que se tem desse tipo de musica, esse tipo de serviço foram trazidos por Vicente Sales”, disse a maestrina Antônia Jimenez. “Na época você não tinha coro misto como você viu agora. Na época eram só de homens, e era pra qualquer tipo de serviço da igreja: para missa, batizado, missa de defunto, semana santa, época de natal, todos os serviços. A igreja tem serviços o ano inteiro, então tinham cantos para o ano inteiro”.

Da época da ocupação portuguesa, a colônia herdou um dos nossos ritmos mais populares: o carimbo. “O carimbo é resultado dessa hibridez: do europeu, do índio e do africano. Os tambores são sagrados tanto na relação indígena, quanto na relação do branco, quanto do africano. Porque eles trazem uma energia. se você estiver num lugar, bateu o tambor e você sente no corpo a energia.”, afirma o historiador Eder Jaster.

Hoje o ritmo embala os turistas que visitam a cidade. “Conheci mesmo no nordeste. Chega lá (o carimbo). Eu já estive em Belém outras vezes, desde 1972 eu venho vindo. A minha esposa é daqui, tenho visto demonstração de carimbo. É uma dança da terra muito boa”, conta o turista Geraldo Borba.

O carimbó voltou ao cenário de Belém a partir dos festivais universitários da década de 1970. Foi quando artistas como Pinduca ganharam destaque. Hoje grupos de carimbo são formados, em sua maioria, por jovens. É está geração a responsável por manter a cultura viva na cidade. “Eu entrei (no carimbo) através de projeto social para crianças com cinco anos de idade, já são mais de 10 anos dançando em grupo folclórico”, conta a dançarina Natalia Ferreira, que já prepara sua filha Gabrielle, de 4 anos, para os primeiros passos.

Música popular

A música paraense da segunda metade do século XX tem uma característica interessante: foi uma época em que a musicalidade revelava muito do cotidiano regional. Cantar a Amazônia era não só mostrar a nossa cultura ao resto do Brasil, mas propor uma reflexão sobre o homem Amazônico. Foi neste contexto que surgiu a música popular paraense.

Além das paisagens da floresta, os artistas também são inspirados pelo caos urbano, que deu origem a um movimento musical e cultural nos anos 80. Há 30 anos os Delinquentes apareceram na cena de Belém, em uma época em que o público punk ainda era pequeno na capital. Eles seguiram firmes no circuito independente, tocando o que gostam, e o público cresceu.

“Nós optamos por fazer um som que tem a ver com o que a gente gosta. Todos nós trabalhamos em outras coisa. Isso permite a gente fazer o som que a gente gosta. Não precisa mudar pra agradar. Nossas letras mesmo sendo universais sempre vai ter um pé na nossa cidade. Dentro do nosso estilo acho que é muito forte essa coisa da critica social. O Delinquentes sempre teve letras contestatórias. É o que a gente passa no dia a dia. Exemplo: tem letras que falam do calor, do caos no transito.Uma das ultimas musicas nossas, ‘Fúria urbana’, fala da insegurança, que ninguém tá a salvo dessa violência: classe pobre, media , alta, ninguém está imune.”, disse o vocalista Jayme Katarro.

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Na Belém quatrocentona a música pop também faz sucesso, como atestam Felipe Cordeiro e Camila Honda. “Comecei mais na MPB. Gostava de Caetano, Gil, tinha a ver com a tropicália. Isso faz parte das minhas referências musicais, mas depois esse caminho foi ficando mais pop, com uma pegada de Rock”, conta Camila Honda.

“O lance da gente ter um sotaque muito forte, qualquer coisa que vá fazer tem esse lance. Se eu for fazer um beat eletrônico, vai ter esse cheio, essa pegada. Então, esse lance de aproximar rock, carimbo, beat eletrônico é uma parada que semprem e apaixonou. Fazer isso virar um som meu, com assinatura clara, ouvir e dizer ‘É do Felipe!”, disse Felipe Cordeiro.

Através de Felipe, o Brasil conheceu o pai Manuel Cordeiro. Músico, produtor, guitarrista e um dos pioneiros da lambada e do brega. “É um presente. A gente começou a tocar junto desde 2010 e aconteceu um lance legal. Apesar de ter gravado centenas de discos, ele era de bastidor. Nunca teve holofote para ele. Tocamos juntos e perguntaram ‘que músico é esse?’ em Belém e mundo afora. Meu pai começou a ser observado como músico virtuoso que é”, enaltece Felipe.

O pop e o rock conquistam gerações, mas quando o assunto é popularidade fica difícil competir com as aparelhagens. O brega se popularizou nos anos 80, com raízes fincadas nos bairros mais afastados do centro. Aos poucos foi conquistando espaço, se tornando o verdadeiro som popular de Belém.

“O brega é justamente romântico, que invadiu o Brasil, justamente com a linguagem romântica. No início era usado pelo lado satírico, encarnação... Pra mudar essa pra falar de histórias, de fatos, que aconteceram com o kim... e a gente procurou passar isso pra música”, conta Kim Marques.

“As pessoas acabam de identificando. Conheço muita gente casando ao som de Fruto Sensual”, disse a cantora Valéria.

“É um laboratório tão espetacular que a cada ciclo de dez anos desse laboratório, sai um grande artista nacional. Se você for lembrar da época do xodó dos anos 80, sucesso, quem saiu de lá? Beto barbosa. Se você for olhar a época de 90 até 2000, quem foi que saiu? Banda Calyso. Se você for olhar de 2000 pra cá, Gaby Amarantos, Lia Sophia. Agora nós temos nosso Felipe cordeiro, um garoto que pegou o brega de uma maneira muito bacana, ele brinca com o lado satírico do brega com o brega romântico”, disse Kim.

Lá pelos anos 80 os cantores de brega aproveitavam as festas de aparelhagem para promover as músicas, e isto segue até hoje – só que as aparelhagens mudaram muito: a montanha de equipamentos empilhados, acompanhada de muita luz e pirotecnia, vira uma superestrutura que transforma as festas em espetáculos.

“Tá entre as dez melhores o som do Super Pop. Do mundo. Do mundo! Nosso sistema de som é importado da Espanha. Só existem três aqui em Belém do Pará. E o sistema Pop está entre os dez melhores do mundo.”, comemora o DJ Juninho.

Veja como foi a fundação de Belém em 1616 e conheça sua história

Cidade surgiu para defender entrada da Amazônia de estrangeiros.400 anos após sua fundação, Belém acumula encantos e desafios

Do G1 PA

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A história de Belém começa em outra capital, a vizinha São Luís, no Maranhão: foi a partir dela que a coroa portuguesa planejou conquistar uma terra nova no vale do rio Amazonas, para garantir proteção contra invasores de outras partes da Europa.

“O documento que enviou no caso Francisco Caldeira Castelo Branco para o Pará foi assinado também aqui, ele é datado do dia 22 de dezembro de 1615. O mundo português precisava de proteção ali pra entrada do Amazonas onde os holandeses, franceses, ingleses e irlandeses mantinham contato com as populações indígenas de Cametá, Bragança, os Caetés, pacajá e outras regiões” explica o turismólogo e historiador Antônio Norberto.

A preocupação da coroa portuguesa começou em 1615 – três anos após os franceses fundarem a cidade de São Luís em 1612. “A preocupação de Portugal era que esses franceses que estavam aqui, chegassem a região de Belém, então pra consolidar essa presença portuguesa, foi enviado Francisco Caldeira pra fundar a cidade de Belém”, disse o historiador Rodrigo do Norte.

Por conta disso, pode se afirmar que o marco zero de São Luís – o Palácio dos Leões – também faz parte da história de Belém. “O norte do Brasil começou a ser colonizado pelos portugueses a partir de São Luís e Belém porque antes dos franceses chegarem e fundarem a cidade de São Luís, essa parte era abandonada", afirma a escritora Ana Luíza Almeida.

Rumo ao norte

A embarcação de Castelo Branco saiu do cais do porto de São Luís levando uma tropa de 120 soldados. A expedição foi um teste de resistência, com tempestades e rios estreitos. Mas depois de quase 20 dias navegando a tripulação avistou a baía do Guajará.

Na época da fundação da cidade a baía era um grande mangue, e o que chamava a atenção era a elevação do terreno, perfeita para a construção de uma base que protegesse a entrada da Amazônia. Um local de difícil acesso, mas que parecia muito com o território onde foi erguida São Luís.

Como Castelo Branco deixou a capital do Maranhão durante o natal, resolveu chamar a nova cidade de Belém. Os exploradores montaram acampamento onde foi construído posteriormente o forte do Castelo, que ajudou a defender a terra de outras potências que queriam conquistar esta parte do Brasil.

De lá surgiram as ruas da cidade, como a rua do norte – hoje Siqueira Mendes -, a primeira rua de Belém. “Todas as ruas, sem excessão, seguiam o traçado do rio”, explica o historiador Michel Pinho.

Alguns prédios ainda contam parte desta história, preservando a arquitetura da época em seus beirais. O povoado, entretanto, precisava continuar crescendo: as primeiras grandes obras datam do século XVIII, e trazem a marca do arquiteto Antônio Landi.

A casa das 11 janelas é uma destas obras. O prédio foi projetado com duas frentes: o lado voltado para a praça tem influência Portuguesa, e do outro lado a influência é italiana. A poucos metros também foi construída a igreja da Sé, uma das grandes obras de Landi: extraordinária por fora, e suntuosa por dentro.

A obra da catedral já havia sido iniciada quando Landi chegou em Belém, mas ele transformou o projeto para fazer da igreja uma das maiores catedrais portuguesas fora da Europa. Tudo

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fazia parte de um grande projeto para deixar a cidade mais bonita. “Landi foi para Belém o que Niemeyer foi para Brasília”, explica o arquiteto Flávio Nassar.

Profissão de fé

Manoel Maria guarda na memória muitas histórias da igreja. Algumas lembranças são carregadas de saudade, como o local onde foi enterrado o amigo dom Vicente Zico, arcebispo emérito de Belém, e outras fazem parte do cotidiano: o cametaense ajudou na reforma do órgão da igreja, e trabalhou tocando os sinos de bronze da catedral.

Imigração e história

Muitas famílias estrangeiras desembarcaram em Belém, já que uma das preocupações de Portugal era aumentar a ocupação da colônia.

A cidade Velha é o bairro que guarda a memória mais antiga de Belém: a casa da família libanesa de Marcelo Fadul, uma residência cuja arquitetura de pé direito alto ajuda a combater o calor de Belém, e com uma mobília que parece cenário de novela de época. Pudera: a história da família começa em 1900, quando Expiridião Fadul, avô de Marcelo, decidiu cruzar o oceano aos 13 aqnos para ganhar a vida em Belém.

“O Dom Pedro I foi ao Líbano e dava cidadania pra todos os libaneses que quisessem trabalhar, porque já sabia que não teria mais escravos. Então os libaneses vieram pra economia na época da borracha, do café”, explica Marcelo.

Expiridião virou comerciante, fez fortuna e comprou o casarão de portugueses em 1915. Aqui formou uma grande família, com nove filhas, netos e bisnetos. Os partos aconteciam na alvoca, o quarto do casal que até hoje guarda memórias da época. “Quando houve a revolução de 45 que o Barata assumiu o poder teve tiroteio aí na rua e até hoje nós temos marcas de bala que atingiram a casa”, relembra o proprietário, que garante não vender a casa mesmo diante de ofertas de compra milionárias.

Além da residência dos Fadul, o bairro de ruas estreitas revela museus, palacetes, monumentos e casarões da chamada Bélle Époque, heranças da economia da borracha que são um patrimônio nacional.

Para preservar a memória, o fotógrafo Apoena Augusto remontou cenas da cidade antiga, a Belém em Art Noveau que encantava e seduziu até o escritor Mário de Andrade, que registrou em uma carta ao amigo Manoel Bandeira suas impressões sobre a cidade.”Meu único ideal agora em diante é passar alguns meses morando no Grande hotel de Belém”, disse o escritor.

Desafios

A cidade tem 1,4 milhã ode habitantes, de acordo com o geógrafo Márcio Amaral. Muitos dos seus moradores vieram do interior do estado, em busca de oportunidades. Estas pessoas ocuparam áreas de baixada, onde convivem com diversos problemas, como o acúmulo de lixo nos canais que geram alagamentos.

Porém, apesar do crescimento desordenado, um pedaço da cidade continua preservado, mantendo a beleza da natureza – e para chegar lá, é preciso seguir o curso dos rios.

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Na ilha do Combu, uma das mais próximas e famosas do arquipélago que faz parte de Belém, é possível ver a cidade de concreto na outra margem do rio. Um contraste com a paisagem típica da Amazônia, onde até o tempo parece passar mais devagar.

Encanto da floresta

O Combu é uma das 39 ilhas da capital que, somadas, representam 65% do território de Belém. Nelas, o principal sustento de muitas famílias é o açaí: durante a safra a coleta do fruto é diária.

Morar na floresta tem muitas vantagens: um quintal grande, com frutos, pode ser um paraíso difícil de conseguir encontrar na cidade. A paisagem é inspiradora, e transformou a obra do artista visual Sebá Tapajós “Quando eu entrei aqui foi um presente de Deus, um insight, um estalo”, disse.

A rota do grafite rio adentro começou na casa de Lúcio Deims Pereira, que ficou meio desconfiado a princípio, mas deu sinal verde para o artista usar a frente da sua casa. “Eu fiquei alegre, feliz porque a minha casa não era assim, era uma pintura simples. Valorizou mais”, disse o extrativista.

A vizinhança também gostou da obra. “Até na ilha das onças, em Barcarena, eles comentam pra lá. Eles acham muito legal”, conta Pereira.

O artista espera que os traços do grafite ajudem a despertar um novo olhar para a Belém das ilhas, a cidade que guarda a sabedoria da floresta, a biodiversidade amazônica e o equilíbrio entre o passado e o futuro. “O que eu gostaria de deixar como legado é o olhar turístico, o olhar federal do que a gente tem aqui né! Cara, que é a maior obra de arte do mundo assim, você tem o maior turismo, tá aqui....o tesouro é a Amazônia”, disse Sebá.

A obra agradou a estudante Monica Souza. “Gostei, eu achei bonito, dá uma vida na casa que tava sem pintura, tava muito meio sem graça... Combina até com o povo, porque o povo daqui é um povo alegre, é um povo contente”, afirma.

Por conta destes atrativos, as ilhas de Belém são um roteiro procurado por turistas. O grupo formado por Brasileiros, Indianos e Franceses ficou encantado com a floresta, suas flores e o hábito dos seus moradores – como seu Ladir que, aos 75 anos, impressionou pela vitalidade ao subir o açaizeiro.

Mais do que todas as belezas, a região das ilhas oferece cheiros e sabores que fazem parte da vida de Belém – misturas que atravessam o rio para se encontrar na feira do Ver-o-peso.

http://g1.globo.com/pa/para/belem-400-anos/index.html