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Atualidades

Política Internacional

Professor Cássio Albernaz

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Atualidades

POLÍTICA INTERNACIONAL

Exercito sírio controla alepo

O exército sírio tomou controlo na madrugada desta segunda-feira de Sheikh Saeed, o principal distrito de Alepo, que tem estado sob domínio dos rebeldes anti-regime.

As forças de Bashar al-Assad estão a poucos dias de conseguir o controlo total da cidade, depois de meses de bombardeamentos intensos pelas aviações síria e russa, prosseguindo uma ofensiva brutal que conta com o apoio do Hezbollah e das milícias treinadas pelo Irão.

Segundo o ministério da Defesa da Rússia, 728 rebeldes entregaram as armas nas últimas 24 horas, enquanto mais de 13 mil civis deixaram os bairros controlados pelas forças anti-Assad.

Mais de 10 mil civis abandonaram os bairros rebeldes de Alepo, nas últimas 24 horas, informou esta segunda-feira a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Pelo menos 413 civis foram mortos na zona oriental de Alepo desde o início da ofensiva em 15 de novembro, enquanto pelo menos 139 outros foram mortos por tiros de morteiros rebeldes nos bairros ocidentais da cidade.

Enquanto Alepo é reconquistada, Palmira está de novo sob controlo dos radicais sunitas do Daesh, depois de o exército sírio de ter retirado do sul da cidade.

O conflito sírio já provocou mais de 300 mil mortos desde março de 2011, tendo obrigado mais de metade da população a abandonar as suas habitações.

EUA e Rússia longe do consenso para o fim da crise síria

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, diz que as negociações para encontrar uma solução para a crise síria continuam em Genebra. Mas as divergências, entre norte-americanos e russos, continuam.

Grupos rebeldes afirmaram, à agência Reuters, ter recebido uma proposta prometendo, aos seus combatentes e famílias, uma retirada “segura” e “honrosa” da cidade de Alepo, que teria saído, alegadamente, das negociações.

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O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, citado pela agência de notícias russa RIA, veio negar que se tenha chegado a um acordo sobre a matéria porque os EUA insistem “em termos inaceitáveis”.

Os rebeldes ainda não responderam à proposta dos EUA, com ou sem a Rússia, mas caso a aceitem ela permitiria ao presidente sírio, Bashar al-Assad, recuperar o controlo total sobre as áreas mantidas pelos rebeldes no leste de Alepo, o que representaria a sua maior vitória na guerra civil que tem vindo a destruir a Síria.

Turquia fecha fronteira com Síria, e zona vira "faixa da morte"

Riham Alkousaa e Maximilian PoppNa fronteira entre Síria e Turquia12/12/201606h02

1.nov.2016 - Unidade patrulha muro na fronteira entre a Turquia e Síria, próximo ao vilarejo turco de Besarslan

Assad e a Rússia estão destruindo Aleppo, e dezenas de milhares de sírios deixaram a cidade em busca de segurança. Mas a Turquia, sofrendo pressão da Europa, fechou sua fronteira com a Síria. Aqueles que tentam atravessá-la muitas vezes não sobrevivem.

Bashar Mustafa, 14, guiava uma família de Aleppo pela área do limite entre a Síria e a Turquia, e ainda estava a algumas centenas de metros da fronteira quando ele ouviu soldados turcos gritando através de seus megafones: "Parem!"

De repente, Bashar ouviu o barulho de disparos de metralhadora e se jogou no chão. Ele viu seu primo Ali, 15, caído imóvel na poeira a alguns metros de distância, com sangue escorrendo pelo rosto. Ele havia sido atingido na cabeça por uma bala e Bashar queria correr para ajudá-lo, mas os soldados continuaram disparando. Ele foi obrigado a passar várias horas se escondendo entre arbustos espinhosos, e só quando os guardas da fronteira pararam de atirar na manhã seguinte é que ele foi capaz de recuperar o corpo de seu primo.

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Enquanto se senta à sombra de uma oliveira nos campos do norte da Síria, ele relata a história de sua dramática experiência, que aconteceu no começo do verão de 2016. Seu cabelo é curto e preto, e ele usa uma camisa polo velha. Seus olhos se enchem de lágrimas enquanto ele conta a história do que aconteceu com ele e Ali. É o tipo de coisa que tem acontecido com as pessoas na fronteira entre Síria e Turquia quase todos os dias, nos últimos meses.

Em seu quinto ano, a guerra na Síria alcançou um novo nível de brutalidade. Com a ajuda da Rússia e do Irã, o ditador Bashar Assad intensificou seus bombardeios contra a população civil da Síria, e seu regime está prestes a assumir controle do que restou de Aleppo. Milhares de pessoas fugiram da cidade nos últimos dias, mas os caminhos para países vizinhos estão bloqueados em sua maior parte. O embaixador da França para a ONU até alertou recentemente que esse é "um dos maiores massacres de civis desde a Segunda Guerra Mundial."

A Turquia, que recebeu quase 3 milhões de refugiados sírios nos últimos anos, selou suas fronteiras após o acordo de refugiados da primavera de 2016 com a União Europeia. Os sírios que tentam entrar na Turquia de avião ou navio a partir de um terceiro país, como o Líbano ou a Jordânia, precisam de um visto, mas raramente os oficiais os emitem. E a rota por terra está bloqueada.

Exército ucraniano e separatistas retiram tropas do leste do país

Retirada obedece acordos de paz assinados em setembro em Minsk.Soldados deixaram Zolotoie e sairão de Stanitsa Luganskaia e Petrovskoie.Da France Presse

O Exército ucraniano e os separatistas pró-russos anunciaram neste sábado (1º) a retirada de suas respectivas tropas dos arredores da pequena cidade de Zolotoie, no leste do país, como determina o acordo de desmilitarização firmado em setembro passado.

Segundo o porta-voz militar ucraniano Valentin Shevchenko, "o Exército ucraniano e os separatistas pró-russos retiraram suas unidades a dezenas de quilômetros de distância de Zolotoie", na região de Lugansk.

"Algumas etapas do processo de retirada das forças e os meios militares perto da cidade de Zolotoie terminaram. Representantes da missão de observação da OSCE constataram a retirada", relatou.

A agência de notícias oficial dos separatistas também anunciou a retirada dos combatentes pró-russos dessa área.

"Não resta um único soldado armado nas posições que ocupavam antes, como exigem os acordos de paz de Minsk", declarou o comandante separatista Mikhail Filimonenko, citado pela agência.

Segundo esses acordos, essas forças deverão abandonar três cidades: Zolotoie, Stanitsa Luganskaia e Petrovskoie. A retirada nessas duas últimas ainda não aconteceu.

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Apesar de nova trégua, três soldados são mortos no leste da Ucrânia

Nova trégua havia entrado em vigor no dia 1º de setembro.Conflitos na Ucrânia deixaram quase 10 mil mortos desde 2014.Da France Presse

Conflitos na Ucrânia deixaram quase 10 mil mortos desde 2014 (Foto: Alexander Ermochenko/Reuters)

Três soldados ucranianos morreram em combates com os separatistas pró-Rússia no leste do país, apesar de uma nova trégua ter entrado em vigor no início de setembro.

"Nas últimas 24 horas, três soldados ucranianos morreram e 15 ficaram feridos. Outro soldado está desaparecido", afirmou o porta-voz militar ucraniano, Olexandre Motuziannyk.

Dois soldados morreram em combates perto de Stanitsa Luganska, na região de Lugansk, e outro perto de Chermalyk, a 70 quilômetros do reduto rebelde de Donetsk.

Outro soldado morreu na semana passada, o primeiro após o início do novo cessar-fogo.

Desde 1º de setembro está em vigor uma nova trégua no leste da Ucrânia, cenário de um conflito entre as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia que deixou quase 10 mil mortos desde 2014.

Este é o terceiro cessar-fogo anunciado em 2016, o que não impediu a continuidade dos combates.

No relatório mais recente, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) registra um "aumento considerável das violações do cessar-fogo na região de Donetsk em 10 e 11 de setembro", ao contrário da região de Lugansk.

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Guia para entender como funciona a eleição do presidente dos EUA

O processo tem várias etapas. Saiba quais são e o passo-a-passo do processo eleitoralOtros

Broches para seguidores de Trump em um posto de venda em Iowa. BRENDAN HOFFMAN AFP

CRISTINA F. PEREDATwitterWashington 8 NOV 2016 - 19:02 CET

MAIS INFORMAÇÕES

• Republicanos atacam Hillary Clinton

• A direita americana agita a bandeira do ‘politicamente incorreto’

• Hillary Clinton chega às eleições primárias em Iowa sem magia

• Os candidatos democratas miram na esquerda com medidas progressistas

• O descontentamento da classe média marca as eleições nos EUA

O processo de escolha dos candidatos à presidência dos EUA tem várias etapas. Entenda como funciona a eleição nos Estados Unidos:

Objetivo do processo

Os votos dos cidadãos servem para dizer aos delegados de seu partido qual candidato à presidência dos EUA devem apoiar na Convenção Nacional do partido, que acontece durante o verão no hemisfério norte. Cada Estado tem um número diferente de delegados e um processo de designação. O objetivo dos candidatos é acumular o maior número de delegados o mais rapidamente possível.

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Caucus (convenções partidárias) e primárias

Existem duas formas de escolher os delegados. Os caucus são assembleias de cidadãos em que se debate quem é o melhor candidato. Os participantes devem ser filiados ao partido correspondente e, na noite da votação, podem debater e tentar convencer outros votantes.

No caso das primárias, no entanto, o voto é secreto. As primárias podem ser abertas –o participante pode votar independentemente do partido ao qual está filiado – ou fechadas, quando é exigida filiação partidária para participar. Nos dois casos, os votantes só podem participar da primária democrata ou da republicana, mas nunca de ambas.

Delegados e superdelegados

Os delegados das eleições nos Estados Unidos são os membros do partido presentes à Convenção Nacional, votando em função do que foi decidido pelos eleitores de cada Estado. Os Superdelegados, no entanto, não têm seu voto vinculado a um candidato. São membros do Comitê Nacional do partido, membros da Câmara dos Representantes e senadores.

Como são distribuídos?

No Partido Democrata, a designação dos delegados é proporcional, isto é, a porcentagem de delegados atribuídos a cada candidato corresponde ao número de votos recebidos em cada Estado. Num Estado com 10 delegados e três candidatos, se 60% dos votantes apoiam o candidato A, 20% apoiam o candidato B e 20% o candidato C, o candidato A receberá seis delegados e os candidatos B e C dois cada um.

No Partido Republicano, cada Estado pode decidir como são designados os delegados, pelo sistema proporcional ou pelo chamado winner take all [o vencedor pega tudo, em tradução livre], que concede todos os delegados ao candidato com mais votos. Os Estados que usam este último sistema de designação, como Flórida, Ohio ou Illinois, adquirem mais peso nas primárias por sua capacidade de poder provocar uma reviravolta na corrida presidencial.

Quantos são?

No Partido Republicano há 2.470 delegados em jogo e um candidato precisa de metade dos delegados mais um para conseguir a indicação: 1236. O partido também tem 150 superdelegados.

No Partido Democrata existem cerca de 4.491 delegados –o total ainda não foi confirmado. Um candidato precisa de 2.246 delegados para a indicação. Há, além disso, 718 superdelegados.

A Convenção Nacional

Tradicionalmente, cada partido chega à sua Convenção com um candidato vencedor depois do processo das primárias. Se isso não aconteceu, as candidaturas podem ser submetidas a uma nova votação pelos delegados e superdelegados, cujo poder ganha um peso especial em tais circunstâncias.

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Por que Iowa é tão importante?

Apesar de o número de delegados atribuídos através dos caucus ser minoritário -10% no caso dos democratas e 15% entre os republicanos- a importância dos caucus de Iowa se remonta a 1976, quando a vitória do candidato democrata Jimmy Carter demonstrou que um bom resultado nesta votação pode catapultar qualquer aspirante à presidência dos EUA. Desde então, os cidadãos de Iowa converteram-se em protagonistas absolutos do começo da campanha: são os primeiros interrogados sobre sua intenção de voto, os primeiros espectadores dos anúncios eleitorais em televisão e os primeiros a receber a visita dos candidatos à presidência dos Estados Unidos a suas cidades.

Sul-coreanos voltam às ruas após aprovação do processo de impeachment

12/12/2016 08h53SeulDa Agência Xinhua

Os sul-coreanos voltaram às ruas no fim de semana para dizer que o impeachment não é tudo que querem. A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, teve seu processo de impeachmentaprovado pelo Parlamento na semana passada.

O processo de impeachment de Park foi aprovado pela Assembleia Nacional na sexta-feira por 234 votos a favor e 56 contra, 7 nulos e 2 abstenções. Ele superou as expectativas à medida que a pressão popular aumentava na Assembleia unicameral, especialmente dentro do próprio partido de Park, que a pressionou a deixar o cargo.

Eleitores enviaram milhares de mensagens de texto, chamadas "bombas de texto", para que os legisladores não hesitassem em votar a favor do impeachment, paralisando alguns smartphones. As manifestações arrancaram os votos de sim do Partido Saenuri.

Quase metade dos 128 legisladores do partido no poder votaram a favor do impeachment na sexta-feira.

“O impeachment não é o fim. É apenas o começo, “disse um homem de 73 anos que não quis ser identificado. Ele falou em uma praça no centro de Seul, onde participou de todas as manifestações nos fins de semana desde que o escândalo presidencial surgiu em outubro.

A sétima vigília de velas foi realizada na praça Gwanghwamun, a pouco mais de um quilômetro da Casa Azul Presidencial, onde estão localizados o gabinete e a residência de Park.

Park mantém o título de presidente, mas está afastada de todo o Poder Executivo, que agora está nas mãos do primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn. Seu afastamento permanente requer a aprovação da medida por dois terços do Tribunal Constitucional, formado por nove juízes, que têm até 180 dias para deliberar sobre a saída definitiva da presidente.

“É apenas o começo. A decisão do tribunal permanece, os cidadãos devem continuar a ir às ruas", disse Kim Su-bin, uma estudante universitária de 22 anos.

Ela está preocupada com as incertezas deixadas até que uma conclusão final seja alcançada para retirar permanentemente a presidente do cargo, dizendo que é hora de as pessoas manifestarem seu poder.

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O que as pessoas na ruas querem é a a chegada da “Primavera de Seul”, em que a primavera implica o início de uma nova era.

Na história moderna, os sul-coreanos viram suas esperanças de uma nova era serem roubadas por ditadores militares.

Em 1960, o ex-presidente Rhee Syngman, o primeiro presidente do país, renunciou diante das manifestações populares contra seu governo corrupto e autocrático, aumentando a esperança de uma nova era.

A esperança foi destruída cerca de um ano depois, quando o ex-presidente Park Chung-hee assumiu o poder em um golpe militar. O pai da presidente Park Geun-hye foi assassinado em 1979, terminando a ditadura de 18 anos e desencadeando manifestações em massa para inaugurar uma nova era.

A segunda esperança foi interrompida novamente quando as manifestações terminaram com um massacre na cidade de Gwangju, no Sudoeste do país, comandado pelo ex-presidente Chun Doo-hwan, que usurpou o poder em um golpe militar em 1979.

"O círculo vicioso da história deve ser interrompido", disse o homem de 73 anos. Ele afirma que a consciência cívica deve deter todas as tentativas de repetir o ciclo vicioso.

A estudante, de 22 anos, disse que sentiu forte solidariedade nas recentes vigílias à luz de velas, acrescentando que confiar um no outro é a única maneira de ganhar impulso nas ruas.

Fidel Castro, ex-presidente de Cuba, morre aos 90 anos

Anúncio foi feito pelo irmão Raúl; país declarou 9 dias de luto oficial.Líder da Revolução Cubana foi figura internacional polêmica por décadas.Do G1, em São Paulo

O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, morreu à 1h29 (hora de Brasília) deste sábado (26), aos 90 anos, na capital Havana. A informação foi divulgada pelo seu irmão Raúl Castro em pronunciamento na TV estatal cubana.

"Com profunda dor compareço para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro do 2016, às 22h29, faleceu o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz", disse Raúl Castro.

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"Em cumprimento da vontade expressa do companheiro Fidel, seus restos serão cremados nas primeiras horas" deste sábado, prosseguiu o irmão.

Na segunda e na terça, a população da capital cubana poderá render homenagens a Fidel no Memorial Martí. Na própria terça, as cinzas de Fidel partem para a caravana de quatro dias pelo país. No dia 4 de dezembro, a cerimônia para enterrar as cinzas no cemitério Santa Ifigenia, em Santiago de Cuba, começa às 7h, pela hora local.

Figura controversa

Visto como um grande líder revolucionário por uns, e como ditador implacável por outros, Fidel foi saindo de cena progressivamente ao longo da última década, morando em lugar não divulgado e fazendo aparições esporádicas nos últimos anos.

As últimas imagens de Fidel Castro são do dia 15, quando recebeu em sua residência o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. Antes, ele foi visto em um ato público foi no dia 13 de agosto, na comemoração de seu 90º aniversário. A festa reuniu mais de 100 mil pessoas. Na época, Fidel apresentou um semblante frágil, vestido com um moletom branco e acompanhado pelo seu irmão Raúl e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Despedida

Em abril, durante o XVII Congresso do Partido Comunista de Cuba, Fidel reapareceu e fez um discurso que soou como uma despedida, onde reafirmou a força das ideias dos comunistas.

"A hora de todo mundo vai chegar, mas ficarão as ideias dos comunistas cubanos, como prova de que neste planeta se trabalha com fervor e dignidade, é possível produzir os bens materiais e culturais que os seres humanos necessitam, e devemos lutar sem descanso para isso", afirmou Fidel Castro na ocasião.

Desde que ficou doente, em julho de 2006, e cedeu o poder ao seu irmão Raúl Castro, o líder cubano se dedicou a escrever artigos, assim como livros sobre sua luta na Sierra Maestra e a receber personalidades internacionais em sua residência, no oeste de Havana.

Doença e saída do poder

Na noite de 31 de julho de 2006, Fidel Castro surpreendeu Cuba e o mundo com o anúncio de que cedia o poder ao irmão Raúl, em caráter provisório, depois de sofrer hemorragias. Foi a primeira vez que saiu do poder.

Sem revelar qual doença o afetava, Fidel admitiu que esteve à beira da morte. Perdeu quase 20 quilos nos primeiros 34 dias de crise, passou por várias cirurgias e dependeu por muitos meses de cateteres.

Em dezembro de 2007, o comandante cubano já havia expressado em uma mensagem escrita que não estava aferrado ao poder, nem obstruiria a passagem das novas gerações, mas em janeiro foi eleito deputado e ficou tecnicamente habilitado para uma reeleição – o que não ocorreu.

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Desde março de 2007, já afastado do cenário público, sendo visto apenas em vídeos e fotos, Fidel Castro se dedicava a escrever artigos para a imprensa sob o título de "Reflexões do Comandante-em-Chefe".

Fidel deixou o poder definitivamente em fevereiro de 2008. Em um texto publicado no jornal estatal “Granma”, ele anunciou sua renúncia.

Fidel Castro foi um dos personagens da política internacional durante mais de seis décadas (Foto: Adalberto Roque/AFP)

Trajetória

Fidel nasceu em 13 de agosto de 1926, na província de Holguín, sul de Cuba, e foi batizado durante a infância de Fidel Hipólito. Sua mãe trabalhava para a mulher de seu pai, o bem sucedido latifundiário espanhol Ángel Castro.

Apenas quando Fidel era adolescente seu pai se separou da primeira mulher e assumiu a família com a mãe de Fidel, Lina Ruz Gonzalez, com quem teve outros cinco filhos. Nesta época, Fidel foi assumido oficialmente pelo pai e recebeu o nome de Fidel Alejandro Castro Ruz.

Apesar de não ter sido registrado pelo pai na infância, Fidel cresceu estudando em escolas particulares e em meio a um ambiente de riqueza bastante diferente da pobreza do povo cubano.

Bastante inteligente, o jovem era mais interessado nos esportes do que nos estudos. Mesmo assim, o líder cubano iniciou seus estudos na Universidade de Havana em 1945, onde conheceu o nacionalismo político cubano, o anti-imperalismo e o socialismo, e se formou em direito em 1950.

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GNews - Fidel Castro (Foto: Reprodução/GloboNews)

Em 1948, Fidel viajou para a República Dominicana em uma expedição para tentar derrubar o ditador Rafael Trujillo, que foi fracassada.

Ao voltar para a faculdade, ele se juntou ao Partido Ortodoxo, fundado para acabar com a corrupção no país.

Casamentos

No mesmo ano, Fidel se casou com Mirta Diaz Balart, de uma rica família cubana. Eles tiveram apenas um filho, Fidelito. O casamento com Mirta acabou em 1955. Durante a união, ele teve um relacionamento com Naty Revuelta, com quem teve uma filha, Alina Fernández-Revuelta. Em 1993, ela fugiu da ilha se fazendo passar por uma turista espanhola. Alina pediu asilo nos Estados Unidos e passou a fazer fortes críticas a seu pai.

Com sua segunda mulher, Dalia Soto del Valle, Fidel teve outros cinco filhos homens cujos nomes começam com a letra "A": Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel.

Além da filha Alina, uma das irmãs de Fidel, Juanita Castro, também se mudou para os EUA, no início da década de 1960.

A amizade entre Castro e Chávez era antiga (Foto: ENRIQUE DE LA OSA / POOL / AFP)

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Revolução

Durante o casamento com Mirta Diaz, Fidel teve contato com as famílias ricas de Cuba, e se candidatou a um posto no parlamento. Entretanto, o golpe do general Fulgêncio Batista derrubou o governo da época e cancelou as eleições.

Junto com outros membros do Partido Ortodoxo, Fidel organizou uma insurreição. Em 26 de julho de 1953, cerca de 150 pessoas atacaram o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, em uma tentativa de derrubar Batista. O ataque falhou e Fidel foi capturado. Após julgamento, ele foi condenado a 15 anos de prisão. Entretanto, o incidente o tornou famoso no país.

Em 1955, Fidel foi anistiado, e fundou o movimento 26 de Julho, de oposição ao governo. Nessa época, ele se encontrou pela primeira vez com o revolucionário Ernesto ‘Che’ Guevara e se exilou no México.

Em 1957, junto com Guevara e mais 79 expedicionários, chegou a Cuba a bordo de um navio e tentou derrubar o presidente, mas foi surpreendido pelo Exército e derrotado. Fidel, seu irmão Raúl e Che conseguiram escapar e se refugiaram na Sierra Maestra, onde travaram combates com o governo.

Em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustaram Batista, que fugiu de Cuba e foi para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel conseguiu o controle do país.

Reforma para o comunismo

Um novo governo foi criado, e Fidel assumiu como primeiro-ministro em 1959, após a renúncia de Jose Miro Cardona. Nesta época, foram iniciadas as relações com a então União Soviética.

O líder passou então a sua reforma para o comunismo. Em 1960, Fidel nacionalizou a indústria açucareira de Cuba, sem pagar indenizações. Três anos depois ele estatizaria as fazendas, ampliando a reforma agrária.

Em 1961, o governo proclamou seu status socialista. Houve uma fuga em massa dos ricos do país para Miami, nos Estados Unidos, que rompem as relações diplomáticas com Cuba.

Fidel com Che Guevara, em foto de 1960 (Foto: AP Foto/Prensa Latina via AP Images)

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Crise com os EUA

Em abril, Castro formalizou Cuba como um estado socialista. No dia seguinte, cerca de 1,3 mil exilados cubanos apoiados pela CIA atacaram a ilha pela Baía dos Porcos, em uma tentativa de derrubar o governo.

O ataque foi um fracasso – centenas de pessoas foram mortas e quase mil capturadas. Os EUA negaram seu envolvimento, mas revelaram que os exilados foram treinados pela CIA. Décadas depois, o país confirmou que a ação vinha sendo planejada desde 1959.

O incidente fez Castro consolidar seu poder. Em maio do mesmo ano, ele anunciou o fim das eleições democráticas no país e denunciou o imperialismo americano. Che Guevara assumiu o Ministério da Indústria.

Em 1962, os EUA ordenaram o bloqueio econômico total à ilha, isolando o regime, uma política que se seguiu até a atualidade.

Fidel passou a intensificar sua relação com a União Soviética, aceitando financiamento e ajudas militares. Em outubro de 1962, o país concebeu a ideia de implantar misseis nucleares em Cuba, gerando uma crise com os EUA e quase uma guerra nuclear.

Dias depois, o premiê soviético concordou em remover os mísseis com o comprometimento americano de não invadir Cuba. Castro foi deixado de lado nas negociações.

Camilo Cienfuegos era um dos colaboradores mais próximos de Castro (Foto: Prensa Latina/AFP)

Governo

Em 1965, Che deixa o país para expandir a revolução. Dois anos depois, ele foi assassinado na Bolívia, deixando Fidel como único rosto da revolução.

Ainda em 1965, Fidel se posicionou como líder do Partido Comunista cubano. Pouco a pouco, ele começou uma campanha para apoiar a luta armada contra o imperialismo na América Latina e na África.

Apesar do comprometimento dos EUA de não invadir a ilha, houve ataques de outras formas, como o bloqueio econômico e centenas de tentativas de assassinato contra Fidel ao longo dos anos. Fidel chegou a dizer que se escapar de tentativas de assassinato fosse um esporte olímpico, ele teria ganhado medalhas de ouro.

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Durante seu governo, Fidel investiu na educação – foram criadas cerca de 10 mil novas escolas, e a alfabetização atingiu 98% da população. Os cubanos têm um sistema de saúde universal, que reduziu a mortalidade infantil para 11 a cada mil nascidos vivos.

Execuções e prisões

Entretanto, as liberdades civis foram confiscadas. Sindicatos perderam o direito de realizar gre-ves, jornais independentes foram fechados e instituições religiosas perseguidas. Castro remo-veu seus opositores com execuções e prisões, além do exílio forçado.

Centenas de milhares de cubanos fugiram do país ao longo das décadas, muitos seguindo para a Flórida, bastante próxima da costa da ilha. A maior saída ocorreu em 1980, quando o governo anunciou a autorização de saída, e 125 mil pessoas deixaram Cuba – 15 mil delas se jogaram ao mar amarradas e canoas, pneus e botes.

Em 1986, instituições de defesa dos direitos humanos realizaram em Paris o “Tribunal de Cuba”, onde ex-prisioneiros da ditadura deram seu testemunho. Entidades calculam que cerca de 12 mil pessoas morreram nas mãos do governo.

Em 1989, com a queda do muro de Berlin, a União Soviética retira seus 7 mil militares da ilha e acaba com a ajuda comercial à Cuba.

Em 1996, Cuba bombardeia dois aviões civis pilotados por exilados cubanos em Miami, reto-mando as tensões com os EUA. No ano seguinte, Fidel apontou seu irmão, Raúl, como seu su-cessor.

Em 2002, os EUA criam uma prisão para suspeitos de terrorismo em uma base militar Guantá-namo, no território cubano. O então presidente George W. Bush inclui o país na lista dos que apoiam o terrorismo.

O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro (centro), participa de festa de gala celebrando seu aniversário de 90 anos, acompanhado de seu irmão, Raúl (ao fundo) e do presidente da Velezuela, Nicolas Maduro (direita), no teatro

Karl Marx em Havana (Foto: Ismael Francisco/Cubadebate/AP)

Segredos

Desde que caiu doente e entregou o poder provisoriamente a Raúl, Fidel deixou claro que sua doença era um assunto delicado e não um assunto de domínio público.

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"Devido aos planos do império (EUA), meu estado de saúde se converte em um segredo de Estado a respeito do qual não se pode ficar constantemente divulgando informações", afirmou.

Os segredos em torno do ex-dirigente são guardados com tanto afinco que não se conhecia nem mesmo o local onde Fidel se recuperava.

Conta-se que, durante anos, Fidel jamais dormiu duas noites no mesmo lugar.

Ele circulava por Cuba em uma caravana com três carros Mercedes Benz pretos idênticos, e a presença dele nas cúpulas realizadas no exterior nunca está 100% confirmada antes de sua chegada.

Até a ideologia comunista dele foi objeto de mistério nos primeiros anos da revolução.

Diferentemente de outros líderes mundiais, a vida privada de Fidel não comparece aos jornais.

O único dos filhos dele que ocupou um cargo público é Fidel Castro Diaz-Balart, o "Fidelito", um engenheiro nuclear que trabalhou como assessor científico do Conselho de Estado.

Fidel nunca abandonou suas ideias sobre estratégia militar. Em 1953, quando organizou o ataque contra o quartel Moncada, em Santiago de Cuba, sua primeira e desastrosa ação militar, quase todos os seus companheiros só ficaram sabendo do objetivo da investida no último minuto.

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Morte de Fidel Castro gera diferentes reações entre os líderes europeus

Muitos líderes destacaram a incontestável relevância histórica de Fidel. Papa Francisco pediu conforto para a família Castro e todo o povo cubano.

A morte de Fidel Castro provocou declarações bem diferentes de líderes mundiais. Os correspondentes Ilze Scamparini e Pedro Vedova acompanharam essas reações.

Os socialistas franceses lembraram do homem que criou esperanças, mas também desilusões.

O presidente da França, François Hollande, relembrou os abusos de direitos humanos em Cuba, mas também destacou a defesa de Fidel Castro contra pressões externas a Cuba. Em especial, o embargo econômico americano, chamado por François Hollande de “inaceitável”.

O chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson, declarou que esse é o “fim de uma era para Cuba e recomeço para o povo cubano”.

Quando uma figura histórica sai de cena, passado e presente falam ao mesmo tempo. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que a “memória de Fidel viverá no coração dos russos”. E o último líder da União Soviética Mikhail Gorbachev disse que a amizade continuou até o fim. As declarações recordam a união entre o comunismo cubano e o soviético.

A memória chinesa é de reconciliação. Xi Jinping, presidente chinês, lembrou “do esforço do cubano para reestabelecer as relações com a China e com os soviéticos, abaladas na década de 1950.

O presidente sul-africano, Jacob Zuma, agradeceu a Fidel pela “ajuda na luta contra o apartheid”, o regime que tratava negros como cidadãos de segunda classe.

Muitos líderes mundiais optaram por não fazer críticas ou elogios, mas destacaram a incontestável relevância histórica de Fidel. Uma neutralidade que deixou estes políticos imunes a reclamações. Essa polarização sobre o que o cubano de fato representou ficou clara nas embaixadas cubanas mundo afora.

Na embaixada em Madri, houve confronto entre grupos a favor e contra Fidel. A Espanha é lar de muitos dissidentes expulsos pela ditadura cubana.

Fidel Castro é a representação do debate acalorado de ideologias. Em comum a comunistas e capitalistas, a atenção - jamais a indiferença.

Fidel Castro foi um ateu amigo de três papas que, mesmo no auge da repressão à igreja cubana, nunca foi excomungado. Com o fim da guerra fria, Cuba voltou a sorrir para o catolicismo e, em 1992, aboliu o ateísmo de estado e restabeleceu a liberdade de religião.

No encontro fundamental, com João Paulo II em 1998, o papa pediu o fim do embargo à Cuba. Karol Wojtyla foi o primeiro a pregar que Cuba se abrisse ao mundo e o mundo se abrisse à Cuba. A amizade entre os dois líderes foi muito forte. Em 2012, quando Bento XVI foi à Havana, Fidel agradeceu a ele por ter beatificado João Paulo II.

Em setembro do ano passado, vestido com uma cômoda roupa de ginástica, Fidel teve a honra de receber Francisco na sua casa, por 40 minutos. O que estava em jogo era a reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos.

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O Vaticano ofereceu território neutro para as discussões e o presidente americano, Barack Obama, reconheceu a ajuda do papa argentino.

A nenhum dos três pontífices que visitaram Cuba foi permitido conversar com dissidentes políticos, durante a viagem.

No telegrama que mandou ao irmão Raúl, presidente de Cuba, o Papa Francisco falou da sua tristeza pela morte de Fidel, e pediu à padroeira de Cuba, Nossa Senhora da Caridade do Cobre, conforto para a família Castro e todo o povo cubano. Uma repercussão discreta no Vaticano, mas que ganhou grande espaço nos jornais italianos. Um deles afirmou: “o século XX termina agora”.

Morte de Fidel Castro amplia dúvidas sobre reaproximação com os EUA

Ausência do líder revolucionário representa outra incógnita no futuro das relações com Cuba na era TrumpOtros TwitterWashington 26 NOV 2016 - 12:43 CET

Barack Obama e Raúl Castro em Havana em março REUTERS

A morte de Fidel Castro acrescenta mais uma incógnita ao processo de normalização das relações entre os Estados Unidos e Cuba, já colocado em xeque pela vitória eleitoral do republicano Donald Trump, que será responsável por manter – ou interromper – o diálogo aberto há quase dois anos com Havana por seu antecessor democrata, Barack Obama.

Apesar de o histórico líder revolucionário nunca ter ocultado suas reticências quanto ao processo iniciado pelo presidente Raúl Castro, seu irmão, o fato de não fazer oposição frontal ao degelo foi considerado como uma aprovação implícita a essa iniciativa diplomática, que não necessariamente contava com o respaldo de toda a cúpula cubana.

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Quis o acaso que a morte de Fidel Castro surpreendesse Trump em Mar-a-Lago, a mansão da Flórida onde o magnata costuma passar férias. Esse Estado é o mais tradicional reduto cubano nos EUA, um lugar outrora claramente anticastrista, mas que, sobretudo nos últimos anos, passou a apoiar a política conciliadora de Obama, incluindo a decisão de restabelecer as relações interrompidas durante mais de meio século.

Obama fez de tudo para consolidar essa política antes de deixar a Casa Branca, o que acontecerá em menos de dois meses. Não só reabriu, já há mais de um ano, a embaixada norte-americana em Havana, gesto replicado por Cuba em Washington, como se tornou, em março, no primeiro presidente dos EUA em quase um século a pisar em solo cubano. A menos de um mês das eleições que definiria seu sucessor, Obama emitiu uma ordem executiva (espécie de medida provisória) com a qual pretendia, nas suas palavras, tornar “irreversíveis” os avanços obtidos nas relações bilaterais.

Tudo, porém, se tornou um enorme ponto de interrogação após a vitória do republicano Trump, um bilionário pragmático que no passado foi acusado de violar o embargo econômico a Cuba em busca de negócios lucrativos na ilha. Durante a campanha eleitoral, no entanto, ele prometeu reverter a aproximação com Havana.

Trump não se contentou apenas em cortejar o voto mais abertamente anticastrista em Miami. Já eleito presidente, parece confirmar suas promessas ao incluir em sua equipe de governo figuras proeminentes do lobby pró-embargo, como o advogado Mauricio Clever-Carone, membro da influente organização Democracia Cuba-EUA, que defende uma “transição incondicional de Cuba à democracia e ao livre mercado”. Ele irá trabalhar com Trump no Departamento do Tesouro, uma peça-chave na aplicação – ou flexibilização – do embargo econômico a Cuba e das sanções contra quem o viola.

Foi esse ministério, junto com o do Comércio, o principal responsável por analisar, nos últimos 23 meses, até onde seria possível flexibilizar os limites impostos pelo embargo, cuja eliminação está nas mãos do Congresso. Em minoria na Câmara e no Senado, a estratégia do Governo Obama foi tentar facilitar ao máximo as transações comerciais e os intercâmbios pessoais entre os dois países. Embora as principais restrições continuem vigentes, é cada vez mais fácil para os cidadãos norte-americanos fazer transações comerciais com Cuba ou viajar à ilha.

Antes que a morte de Fidel Castro monopolizasse todas as manchetes da imprensa cubana – e mundial –, os meios de comunicação estatais comemoravam justamente o restabelecimento, na próxima segunda-feira, dos voos comerciais regulares e diretos entre os EUA e Havana, suspensos durante mais de 50 anos.

São medidas como esta as que também impulsionaram, por sua vez, a continuação das reformas iniciadas com a chegada de Raúl Castro ao poder em Cuba, embora não ao ritmo desejado por Washington, como reconheceu o próprio Obama. Uma mudança na atitude de Washington poderia ter, neste sentido, adverte López-Levy, mais impacto ainda que a morte de Fidel Castro. “Enquanto exista incerteza no assunto Trump, a direção cubana vai atuar com grande cautela, mas isso não tem a ver com o fato de que Fidel esteja ou não porque já tinha um papel mais simbólico, era uma espécie de força moral, de patriarca revolucionário mais que líder dos assuntos do governo”.

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Crise na Venezuela se agrava com derrocada do setor de petróleo

The New York TimesNicholas Casey e Clifford Krauss*Em El Furrial (Venezuela) e Houston (EUA)21/09/2016 - 06h01

Manifestante segura cartaz parecendo nota de 100 bolívares e que diz "fome", enquanto polícia tenta impedir protesto, em Caracas, na Venezuela

Uma plataforma de petróleo ficou inativa durante semanas porque faltava uma peça do equipamento. Outra foi atacada por bandos armados que fugiram com tudo o que puderam carregar. Muitos trabalhadores do petróleo disseram que ganham tão pouco que quase não comem e precisam vigiar uns aos outros quando sobem nas plataformas, temendo desmaiar.

A indústria de petróleo da Venezuela, cujas vastas receitas já alimentaram a revolução de inspiração socialista do país, subsidiando tudo, da habitação à educação, está em derrocada. Para aumentar o problema, o governo venezuelano foi obrigado a pedir ajuda a seu maior inimigo, os EUA.

"Vocês os chamam de império", disse Luis Centeno, um líder sindical dos trabalhadores do petróleo, referindo-se a como o governo chama os EUA, "no entanto, estão comprando seu petróleo."

O declínio da indústria do petróleo talvez seja o capítulo mais urgente da crise econômica da Venezuela. O petróleo representa a metade das receitas do governo venezuelano, o que o ex-presidente Hugo Chávez chamou certa vez de "instrumento do desenvolvimento nacional". A companhia estatal de petróleo despejou seus lucros, mais de US$ 250 bilhões ao todo de 2001 a 2015, nos programas sociais do país, incluindo importações de alimentos.

Mas esses lucros evaporaram com a má administração e a queda dos preços globais do produto nos últimos dois anos. Hoje, até as remessas de petróleo subsidiadas para seu aliado vital, Cuba, estão sendo lentamente reduzidas, afirmam executivos do setor que operam no país, forçando Havana a recorrer à Rússia para obter petróleo barato.

Para Chávez e seu sucessor escolhido a dedo, o presidente Nicolás Maduro, a riqueza do petróleo da Venezuela foi essencial para a identidade e soberania nacionais, o poder financeiro por trás de suas ambições regionais e seu irado desafio aos EUA.

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Turquia ameaça abrir portas para saída de refugiados caso não entre na União Europeia

Em Istambul25/11/201612h26

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan ameaçou nesta sexta-feira abrir as fronteiras para permitir a passagem dos migrantes que desejarem seguir para a Europa, um dia depois de uma votação no Parlamento Europeu que pede a interrupção das negociações de adesão da Turquia à UE.

"Quando 50.000 migrantes se reuniram no posto de fronteira de Kapikule (fronteira turco-búlgara) vocês pediram ajuda. E começaram a perguntar: o que faremos se a Turquia abrir suas fronteiras?", destacou Erdogan.

"Ouçam bem. Se vocês seguirem adiante, as fronteiras serão abertas, tenham isto em mente", declarou Erdogan em um discurso em Istambul.

Este aviso acontece a poucos meses das eleições presidenciais na França e federais na Alemanha, onde a questão migratória terá um papel central.

Em março, Turquia e União Europeia (UE) fecharam um acordo que permitiu conter o fluxo de refugiados em direção às ilhas gregas.

O pacto com com a Turquia sobre os migrantes permitiu reduzir a algumas dezenas o número de pessoas que chegam diariamente às ilhas gregas do Egeu, frente às milhares que faziam isso em 2015.

"Consideramos o acordo entre a Turquia e a União Europeia como um sucesso comum e continuação desse acordo interessa a todos", declarou Ulrike Demmer, porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel.

"As ameaças de ambos os lados não levam a lugar algum", acrescentou.

Em uma resolução não vinculante aprovada por ampla maioria, os eurodeputados pediram na quinta-feira uma "congelamento temporário" do processo de adesão iniciado em 2005 por causa da repressão "desproporcional" das autoridades turcas após a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho.

O texto, apoiado pelos quatro principais grupos do Parlamento - conservadores, socialistas, liberais e verdes -, foi aprovado com 479 votos a favor, 37 contrários e 107 abstenções.

A votação aconteceu em um momento de grande tensão entre Turquia e União Europeia. A relação piorou após a tentativa frustrada de golpe de estado e dos expurgos do governo, que afetaram todos todos os setores da sociedade considerados não leais ao Executivo.

Nas últimas semanas a repressão se tornou mais intensa contra jornalistas e opositores curdos.

O presidente turco também mencionou este mês a possibildiade de convocar um refererendo sobre a continuação das negociações de adesão à UE, se não se avançar sobre a questão dos vistos para os turcos até o final do ano.

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As declarações de Erdogan aumentam as preocupações de alguns governantes, que temem que a Turquia deixe de aplicar o acordo assinado em março com a UE para bloquear em seu território o fluxo de migrantes que tentam avançar pela Europa.

Atualmente a Turquia dá abrigo a 2,7 milhões de refugiados sírios.

O pacto sobre a migração prevê o fim da exigência de vistos para os cidadãos turcos que viajam ao espaço europeu de livre circulação Schengen.

Erdogan já ameaçou diversas vezes romper o acordo, caso este item do pacto não seja aplicado.

As milícias anti-imigrantes que se expandem e preocupam a Europa

BBC04/12/2016 - 15h47

A União Militar Búlgara Vasil Levski e o Movimento Nacional Búlgaro Shipka se apresentam como 'guardas de fronteiras voluntários'

Um estudo divulgado esta semana pela Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA, do nome em inglês) constata que a violência contra imigrantes aumentou nos últimos doze meses no bloco e a tendência coincide com a expansão de milícias urbanas que se apresentam como uma alternativa ante a "imobilidade" das autoridades locais.

"O perigo de estruturas emergentes de extrema-direita está crescendo. Grupos vigilantes recentemente criados surgiram em muitos países e se descrevem como organizações que promovem a segurança pública patrulhando as ruas", afirma o relatório.

A proliferação desses coletivos se explicaria por um crescente sentimento xenófobo, alimentado pela recente onda migratória e pelos atentados terroristas de Paris, há um ano, e de Bruxelas, em março passado.

Não por acaso, seu principal alvo são imigrantes de origem árabe, "normalmente percebidos como autores ou simpatizantes de ataques terroristas ou como parte de um movimento de refugiados visto como uma ameaça à segurança" europeia, explica a FRA.

No entanto, ativistas de direitos humanos, jornalistas e políticos que se posicionam a favor de refugiados também estão sendo ameaçados e hostilizados.

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Alemanha

Um caso emblemático é o do que está sendo chamado pelas autoridades da Alemanha de "Grupo Freital", em referência ao nome da cidade onde atuava, no leste do país.

Oito supostos membros do bando estão sendo julgados por tentativa de assassinato de imigrantes e três ataques com bombas cometidos contra residências de refugiados em 2015.

Os acusados são considerados como fundadores de uma "organização terrorista de extrema-direita" que teria reunido até 1.200 simpatizantes com idades entre 18 e 39 anos.

Suas ações visam os 2.200 candidatos a asilo que se instalaram no ano passado entre os 40 mil habitantes de Freital.

Em conversas em vários canais abertos em diferentes redes sociais, algumas delas criptografadas, membros do grupo se referiam a estrangeiros como "entidades biológicas defeituosas que devem ser aniquiladas", ameaçavam com "pendurá-los no primeiro poste" e se descreviam como "nazistas até o osso".

Oito supostos membros do Freital estão sendo julgados por tentativa de assassinato de imigrantes e três ataques com bombas cometidas contra residências de refugiados

Hungria

Na Hungria, a FRA detectou atividades de "grupos vigilantes" nas fronteiras com a Sérvia entre julho e agosto passados.

Esses coletivos, dos quais ainda não há registro de nomes, se organizam para bloquear a passagem de imigrantes e empurrá-los de volta ao lado sérvio da fronteira, infringindo a legislação da União Europeia em matéria de asilo.

De acordo com essa lei, nenhum imigrante pode ser repelido em uma fronteira europeia.

"Organizações não governamentais registraram múltiplos casos de violência nos quais candidatos a asilo e refugiados que tentavam entrar na Hungria, incluindo mulheres e crianças, eram golpeados, ameaçados e expostos a práticas humilhantes por esses grupos paramilitares antes de ser repelidos até a Sérvia", afirma a FRA.

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Bulgária

Ao menos dois grupos similares foram identificados na Bulgária.

A União Militar Búlgara Vasil Levski e o Movimento Nacional Búlgaro Shipka se apresentam como "guardas de fronteiras voluntários" dedicados à proteção das entradas do país frente à "invasão descontrolada de milhões de imigrantes do Oriente Próximo, África e Ásia".

Formados por cerca de 800 ex-policiais e militares, ambas organizações são acusadas de perseguir, deter violentamente, hostilizar e expulsar ilegalmente imigrantes que atravessam algum ponto dos 249 quilômetros de fronteira búlgara com a Turquia.

Em sua página de internet, os "patrulheiros voluntários" afirmam que a atual onda migratória "ameaça a segurança e a economia dos países europeus", "mina suas estruturas sociais", e "conduzirá à assimilação étnica-religiosa das nações europeias".

Os dois grupos dizem ser associados à formação alemã Pegida, à britânica Britain First e ao Knights Templar International, que têm em comum uma orientação islamofóbica e xenófoba.

A organização de defesa de direitos humanos Anistia Internacional acusa o governo búlgaro de tolerar e incentivar as atividades desses "guardas de fronteiras voluntários".

União Militar Búlgara Vasil Levski/Shipka

A Anistia Internacional acusa o governo búlgaro de tolerar e incentivar as atividades desses 'guardas de fronteiras voluntários'

Franquia europeia

Mas o grupo mais conhecido é Soldados de Odin, que se apresenta como um coletivo determinado a proteger as cidades onde atua da "crescente insegurança" provocada pelos "intrusos islâmicos".

Criado na Finlândia, em outubro de 2015, por Mika Ranta, um autoproclamado defensor da "supremacia branca", a organização tem atualmente braços na Bélgica, França, Holanda, Suécia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Irlanda, Estônia e outros países.

Vestidos com jaquetas pretas estampadas com um capacete viking, símbolo do grupo, seus membros patrulham as ruas e intimidam indivíduos flagrados em atitudes que consideram suspeitas.

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"Se vemos alguém que se comporta mal, intervimos, dentro do respeito da lei", explica Ronald Kiewiet, líder de um braço holandês do grupo, que admite que as ações visam principalmente imigrantes de origem árabe.

"Os candidatos a asilo aqui têm um comportamento intimidante com as mulheres", justificou em entrevista a um jornal belga.

Não há registros de crimes cometidos por Soldados de Odin, mas a organização está na mira das autoridades europeias.

"Documentos internos identificam candidatos a asilo e refugiados como grupos contra os quais eles devem lutar", afirma a FRA.

Nas páginas públicas em redes sociais, a maioria das filiais internacionais do grupo rejeita acusações de tendências neonazistas, xenófobas ou ligação com o crime organizado e publica fotos realizando campanhas de ações cívicas, como limpeza de margens de rios e distribuição de comida a sem-tetos.

Só na Finlândia o grupo reúne mais de 500 integrantes e quase 47 mil simpatizantes em sua página no Facebook.

Responsabilidade

O relatório da FRA não estabelece uma relação direta de culpa, mas revela numerosos episódios de violência contra imigrantes nos países onde as milícias urbanas estão presentes.

Em 2015, 47 ataques contra centros de recepção de refugiados foram registrados na Finlândia e 50 na Suécia, incluindo lançamento de granadas, incêndios voluntários, vandalismo e ameaças diretas a indivíduos. A maioria deles teria sido coordenada em grupos de discussão de extrema-direita na rede social Facebook.

Na Alemanha, os ataques contra centros de refugiados aumentaram de 203 em 2014 para 1.031 em 2015. Este ano já somam 735, de acordo com dados publicados pelo Parlamento.

Já na Holanda, a polícia nacional notificou 53 incidentes discriminatórios contra refugiados no ano passado.

A FRA ressalta que a realidade pode ser ainda pior, já que muitos incidentes não são denunciados e a maioria dos países não reúne estatísticas sobre crimes de ódio ou especifica quando os ataques visam imigrantes.

A agência acusa a classe política de fomentar o atual clima de ódio com uma "retórica sobre imigrantes que faz referência a sua suposta religião muçulmana e o risco que isso representaria para os valores e tradições europeus".

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que exerce até janeiro a presidência semestral da UE, repetiu em diversas ocasiões este ano que "o Islã não tem lugar" em seu país.

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Turquia ameaça Europa com abertura das fronteiras a três milhões de refugiados

Parlamento Europeu quer congelar a adesão por causa do retrocesso democrático no paísOtrosANDRÉS MOURENZATwitter

Istambul 25 NOV 2016 - 19:41 BRST

O presidente de Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em 24 de novembro. ADEM ALTAN AFP

As relações entre a Turquia e a União Europeia ficam cada dia mais tensas de uma forma não vista há anos, o que ameaça romper o acordo antimigratório firmado por ambas as partes em março. “Se forem mais longe, abriremos as portas (das fronteiras); Isso vocês têm de saber”, advertiu nesta sexta-feira o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante um discurso. Ape-sar de as autoridades turcas terem enfatizado que a decisão adotada pelo Parlamento Europeu, instando a congelar temporariamente as negociações de adesão da Turquia, não tem caráter vinculante, o certo é que não caiu nada bem em um país que se considera injustamente tratado pela União Europeia, em cujas portas bate desde 1963.

Já na noite de quinta para esta sexta-feira, Erdogan denunciou que a decisão do Parlamento Europeu é uma “crítica injusta” à situação da Turquia e acusou a Europa de “estar do lado dos terroristas”. Dura reprovação que na manhã desta sexta-feira completou com sua ameaça de abrir as fronteiras para que os refugiados e imigrantes que se encontram em solo turco pos-sam passar livremente a território europeu. “Quando as crianças mortas atingiram as costas mediterrâneas vocês não decidiram cuidar delas. Quando os barris-bombas choveram sobre essas pessoas, nós não os abandonamos à sua sorte. Nós os ajudamos sem perguntar se viria ou não ajuda da UE. Nós alimentamos 3 milhões de refugiados neste país e não abrimos as portas (fronteiriças) esperando que nos chegasse apoio da UE. Mas vocês não cumpriram suas promessas”, arremeteu o líder turco.

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Não é a primeira vez que Erdogan recorre a esse tipo de ameaça. Nos últimos meses utilizou constantemente a questão dos refugiados como pressão sobre Bruxelas para que permita aos

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cidadãos turcos viajarem sem visto a território comunitário, algo com que a UE se havia com-prometido em troca do acordo antimigratório e que Ancara também cumprisse uma série de 72 medidas. Praticamente todas elas tinham sido acertadas quando em maio Erdogan irrompeu nas negociações e afirmou que seu país não modificaria a lei antiterrorista, e forçou a demissão de seu primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, que era o encarregado das conversações com os europeus, por não considerá-lo suficientemente leal.

ÁUSTRIA IMPÕE UM EMBARGO À VENDA DE ARMAS À TURQUIA

ANDRÉS MOURENZA

O Parlamento da Áustria voltou na quinta-feira por unanimidade a imposição de um embargo à venda à Turquia de todo tipo de armamento bélico ou de duplo uso, incluindo químicos e tecnologia que possam ser utilizados por civis e militares, e instou a União Europeia a fazer o mesmo.

Os partidos austríacos apontaram a “ameaça de conflitos armados” e a situação dos direitos humanos na Turquia – em especial de jornalistas e políticos oposicionistas, bem como a repressão à população curda – como razões que justificam tal restrição à venda de armas.

O ministro turco da Defesa, Fikri Isik, não deu importância à medida – na verdade, a Áustria não vendeu material bélico à Turquia nos últimos anos – e disse que “na prática não afetará” o país. “Além disso, utilizaremos isso como uma oportunidade para desenvolver nossos próprios modelos de armas nacionais”, acrescentou.

“Durante 53 anos, a UE não nos abriu a porta. O que aconteceu? Nós afundamos? Olhem para onde levamos a Turquia em 14 anos (de governo islamista). É o Ocidente que precisa da Turquia, e não o contrário!”, afirmou Erdogan, que nas últimas semanas tem flertado com a ideia de convocar um referendo, “como o do Brexit”, para que seu povo decida se prossegue ou não com as negociações de adesão.

“A Europa é acusada de fazer chantagem com a Turquia, mas também seria preciso perguntar à parte turca: isto é uma negociação e as 72 medidas estavam sobre a mesa, por que não as cumpriu?”, questionou Vakur Kaya, diretor do site AB Haber (Notícias da UE), entrevistado pela CNN-Türk. Segundo Kaya, ambas as partes são culpadas pelo descarrilamento do processo. Ele instou a “diplomacia” a assumir posições na questão: “De outro modo, a disputa adquirirá maiores dimensões”.

Já no início deste mês, o ministro da Defesa austríaco, Hans Peter Doskozil, alertou para a possibilidade de que o acordo antimigratório fosse suspenso e exortou a UE a elaborar um plano de contingência. Embora algumas fontes diplomáticas consultadas por este jornal se queixem de que o pactuado no passado não está sendo totalmente cumprido — a Turquia está recebendo menos imigrantes devolvidos a partir da Grécia do que o previsto —, o certo é que a cifra de cruzamentos da fronteira se reduziu enormemente: 211.000 refugiados chegaram às costas gregas procedentes de território turco em outubro de 2015, e nos últimos meses o número passou a 3.000. Portanto, uma abertura de fronteiras poderia significar um duro golpe para uma Grécia que se mostrou incapaz de manter em condições dignas os cerca de 60.000 refugiados que se encontram no país.

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Contudo, alguns analistas turcos alertam também que talvez não interesse a Erdogan deixar sair da Turquia todos que quiserem, já que entre os refugiados e imigrantes poderiam ocultar-se aqueles que escapam da repressão desencadeada no país depois do golpe de Estado de 15 de julho. Não é à toa que mais de 56.000 passaportes foram cancelados para evitar que seus donos fugissem da Turquia.

No caso de finalmente cumprir sua advertência, Erdogan terá firmes aliados, como o presidente da companhia de transportes Metro, Galip Öztürk, um dos empresários próximos ao poder na Turquia. “Se o chefe (Erdogan) ordenar — afirmou recentemente Öztürk — estamos prontos para enviar os refugiados à fronteira, com nossos milhares de ônibus.”

Em três dias, ‘Selva’ dos migrantes em Calais, na França, fica quase vazia

Dezenas de ocupantes incendiaram suas tendas de campanha antes de partirOtrosGABRIELA CAÑASTwitterParis 26 OUT 2016 - 18:29 BRST

Pessoas observam as chamas nesta quarta-feira em Calais. EMILIO MORENATTI AP

A Selva de Calais já está praticamente vazia, apenas três dias depois do início da sua desocupa-ção. Segundo cifras fornecidas pela prefeitura de Pas de Calais, até as 15h (11h em Brasília) des-ta quarta-feira já haviam sido retirados 4.404 migrantes e 1.200 menores não acompanhados. O censo de 10 dias atrás mostrava a presença de 6.484 pessoas neste inóspito lugar, que era naquele momento o maior campo de refugiados e imigrantes da Europa. Fica na costa nordeste da França, à beira do canal da Mancha, no principal acesso por via marítima à Grã-Bretanha.

A transferência para centros de acolhida começou na segunda-feira às 8h (hora local). No dia seguinte, vários operários começaram a demolir à mão as improvisadas instalações. Nesta quarta, precisaram mudar de sistema por causa dos incêndios no local. Pelo menos 30 tendas de campanha arderam na Selva. Segundo a prefeita de Pas de Calais, Fabienne Buccio, que fis-caliza de perto todas as operações, trata-se de um costume dos migrantes: queimar o lugar que devem abandonar.

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Esses incêndios não perturbaram o ordenado desalojamento maciço iniciado pelo Governo francês, mas causou algumas situações de risco. Alguns migrantes precisaram deixar o local às pressas, e muitos, com a ajuda de voluntários, se desfizeram dos botijões de gás, para evitar explosões. A polícia interpelou quatro pessoas pelos incêndios intencionais. As autoridades precisaram dissolver a fila dos menores não acompanhados, por causa de pequenos distúrbios, mas asseguraram que os poucos que ainda restam no campo seriam protegidos. A ONG França Terra de Asilo acredita que o total de menores desacompanhados em Calais antes da desocupação era de 1.291.

Dado o ritmo de retirada, Buccio declarou no começo da tarde que ainda nesta quarta-feira a Selva poderá ficar definitivamente vazia. Quando as instalações improvisadas forem destruídas, este buraco negro da migração europeia estará apagado do mapa — ao menos por um tempo. Os migrantes (a maioria com direito ao status de refugiados) foram retirados sempre de ônibus e voluntariamente.

Na manhã desta quarta saíram de lá 27 ônibus com destino a nove regiões da França. Os que desconfiam das autoridades preferiram deixar o local para se esconder à espera de realizar o sonho de chegar clandestinamente ao Reino Unido. Com essa intenção, alguns grupos já haviam deixado o acampamento a pé nos últimos dias. Muitos outros decidiram embarcar nos ônibus quando viram os incêndios. Outros esperaram até se convencerem do que as autoridades e os voluntários das organizações humanitárias lhes diziam.

Crise na Venezuela: veja a cronologia do agravamento da situação do país

Vizinho está em estado de emergência econômica.Oposição faz campanha por referendo para tirar Maduro do poder.Marina FrancoDo G1, em São Paulo

Opositores protestam nesta quarta-feira (25) em Caracas, na Venezuela, contra decisão que restringe protestos diante do Conselho Nacional Eleitoral e a favor do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro

(Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

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Inflação, insegurança e escassez de produtos básicos já eram o contexto da Venezuela em 2014, quando explodiram as manifestações de estudantes e opositores do governo de Nicolás Madu-ro que acabaram em confrontos violentos e a morte de 42 pessoas.

Recentemente, porém, a situação se agravou. A inflação passou a ser a “maior do mundo”, segundo o FMI. A escassez de remédios levou o Parlamento a decretar “crise humanitária”. O racionamento de energia, as longas filas nos supermercados e o aumento da criminalidade au-mentaram o descontentamento social, os protestos e saques.

Uma série de fatores agravou os problemas sociais e econômicos, como a alta dependência da importação de bens, a queda do preço do petróleo – maior fonte de suas divisas - e o controle estatal de produção e distribuição de produtos básicos.

Moradores de El Hatillo, nas proximidades de Caracas, fazem fila em uma padaria para comprar pão em dia de corte de energia (Foto: Foto AP/Fernando Llano)

Neste contexto, a oposição obteve a maioria do Parlamento nas eleições legislativas de dezem-bro, e a convocação de um referendo para revogar o mandato de Maduro se torna sua principal campanha.

A oposição culpa o modelo socialista pela atual crise. Já o presidente a atribui à queda dos pre-ços do petróleo e a uma "guerra econômica" de empresários de direita para desestabilizar seu governo. É com esse argumento que ele declarou estado de emergência no país.

Veja a seguir a cronologia do agravamento da crise na Venezuela:

8 de dezembro de 2015: vitória da oposição nas eleições legislativas

Lilian Tintori, mulher de líder de oposição preso Leopoldo López, comemora vitória ao lado de candidatos da oposição na eleição da Venezuela (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

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A apuração dos votos das eleições Legislativas de 6 de dezembro confirma que a oposição, reunida na coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), derrotou os socialistas do governo e conquistou a maioria na Assembleia Nacional, pela primeira vez em 16 anos, formando uma plataforma para desafiar o presidente Nicolás Maduro.

Dois dias depois, o último boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) aponta que a oposição alcançou poderosa maioria qualificada de dois terços do Congresso.

10 de dezembro: 'maior inflação do mundo'

Dados so Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre as projeções mundiais "apontam que a Venezuela teve a maior inflação do mundo em 2015, ao redor de 160%".

5 de janeiro: posse do novo Congresso

Novo presidente do Parlamento da Venezuela, Henry Ramos Allup, chega à Assembleia Nacional para a cerimônia de posse dos novos legisladores (Foto: AFP PHOTO/JUAN BARRETO)

Nova Assembleia Nacional toma posse. Novo presidente é Henry Ramos Allup, que tem apoio de 109 deputados da coalizão de oposição MUD.

11 de janeiro: anulação de posse de deputados impugandos

Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) declarou nulas decisões do Legislativo devido à posse de três deputados da opsição impugnados (afetados pela medida cautelar) pelo governo.

15 de janeiro: emergência econômica

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Maduro decreta "estado de emergência econômica" por 60 dias para atender à grave crise do país. O poder executivo passa a ter direito, entre outras coisas, a tomar uma série de medidas para garantir o abastecimento de bens básicos à população; a fixar "limites máximos de entra-da e saída" de bolívares; a determinar outras medidas "de ordem social, econômica ou política que considere conveniente".

15 de fevereiro: campanha contra Maduro

A aliança opositora MUD se declara "em campanha social" para promover "a mudança de go-verno" na Venezuela.

26 de janeiro: crise humanitária

Diante da grave escassez de medicamentos e insumos médicos, o Parlamento declara "uma cri-se humanitária em saúde", o que considera "a pior crise da história". O texto exige que o gover-no garanta acesso a uma lista de medicamentos básicos e restabeleça a publicação do boletim epidemiológico.

17 de fevereiro: novas medidas econômicas

Maduro anuncia uma série de medidas econômicas, entre elas o o aumento de 20% no salário mínimo (de 9.600 para 11.520 bolívares); aumento do preço da gasolina, pela primeira vez em 20 anos; a desvalorização de 37% do bolívar reservada à importação de alimentos e medica-mentos; e um novo regime de câmbio, que passa de três a duas taxas de câmbio.

18 de fevereiro: 180,9% de inflação

O Banco Central divulga que o país registrou inflação de 180,9% em 2015, uma das mais altas do mundo, e um retrocesso em seu PIB de 5,7%.

14 de março: prorrogação do estado de emergência

Pessoas formam fila em frente a mercado na Venezuela (Foto: REUTERS/Marco Bello)

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Maduro emite decreto para prorrogar por 60 dias da emergência econômica em vigor há dois meses. No texto, o presidente afirma que há "uma crise estrutural do modelo rentista pela queda abrupta dos preços do petróleo", à qual acrescenta um suposto "boicote econômico e financeiro nacional e internacional" contra a Venezuela.

22 de março: circulação de jornais interrompida

O Instituto de Imprensa e Sociedade da Venezuela (IPYS) anuncia que 17 jornais venezuelanos, sendo sete da região de Caracas, não circularão durante a Semana Santa por falta de papel, e que 45 jornais estão "em crise" de papel.

7 de abril: feriados às sextas-feiras

Maduro decreta feriado nas sextas-feiras pelo próximos dois meses como parte de um "plano especial" para poupar energia elétrica. Segundo o presidente, o motivo é a severa seca provocada pelo fenômeno El Niño. Maduro também amplia para nove horas diárias o racionamento elétrico para shoppings e hotéis.

11 de abril: 'holocausto da saúde'

A associação médica do país denuncia um "holocausto da saúde" devido à escassez de medicamentos e materiais hospitalares, e convoca manifestação porque "pessoas estão morrendo", acrescentou. De acordo com Douglas Leon, presidente da Federação Médica venezuelana, os hospitais sofrem com "mais de 95% de falta de medicamentos", enquanto "nas prateleiras das farmácias" a escassez é de 85%.

11 de abril: lei de anistia 'inconstitucional'

Lilian Tintori, mulher do líder da oposição Leopoldo López, que está preso, pede anistia no Parlamento da Venezuela momentos antes do juramento dos novos deputados (Foto: AFP PHOTO/JUAN BARRETO)

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O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) declara "inconstitucional" a lei de anistia sancionada pela Assembleia Nacional em 29 de março para libertar 75 opositores políticos presos sob a acusação de incitar à violência nos protestos de 2014 que exigiam a saída de Maduro do poder.

A decisão é divulgada quatro dias após Maduro pedir à Sala Constitucional do órgão que declare a lei ilegal, alegando que sua aprovação deixaria impunes violações dos direitos humanos e desataria uma espiral de violência no país.

12 de abril: entrega de assinaturas

A oposição entrega mais de 2 mil assinaturas para iniciar o trâmite para a convocação de um referendo revogatório do mandato de Maduro.

21 de abril: racionamento de eletricidade

O governo anuncia racionamento no fornecimento de energia elétrica nos 10 estados mais populosos e industrializados do país, incluindo a região de Caracas. Os cortes de energia, de quatro horas diárias, começa quatro dias depois. O reservatório da hidrelétrica Guri, que gera 70% da eletricidade do país, está a ponto de entrar em colapso.

27 de abril: três dias de folga

Maduro ordena estender de um (sexta-feira) para três dias por semana (quarta, quinta e sexta-feira) a folga do setor público, para enfrentar a severa crise de eletricidade. Também determina que as escolas do ensino fundamental e médio não funcionem às sextas-feiras.

29 de abril: fechamento de cervejaria por falta de moeda internacional

Fábrica da Cerveceria Polar, maior favricante de cervejas da Venezuela (Foto: FEDERICO PARRA / AFP)

A Cervejaria Polar, pertencente ao maior grupo empresarial da Venezuela e principal fabricante de cervejas, que produz cerca de 80% da cerveja consumida no país, paralisa a última de

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suas quatro unidades no país. A empresa já havia anunciado que só tinha "cevada maltada para produzir cerveja até 29 de abril", devido à falta de moeda internacional para pagar seus fornecedores estrangeiros, provocada pelo controle estatal do câmbio no país.

30 de abril: aumento do salário mínimo

O governo anuncia o aumento de 30% no salário mínimo - incluindo funcionalismo público, aposentados e militares - e nas pensões. Também sobe o bônus de alimentação, concedido a todos os trabalhadores e que pode ser usado em farmácias e supermercados.

Na ocasião, o governo afirma que a "guerra econômica" é a responsável pela inflação de três dígitos (180,9% em 2015, segundo dados oficiais), escassez de dois terços dos produtos básicos e medicamentos, e uma contração de 5,9% da economia no ano passado.

1º de maio: novo fuso horário

Para enfrentar a crise energética, os venezuelanos adiantam em 30 minutos seus relógios, voltando ao fuso horário vigente até 2007. A mudança de fuso horário de meia hora tinha sido uma das marcas registradas do governo do falecido presidente Hugo Chávez.

2 de maio: 1,85 milhão contra Maduro

Oposição venezuelana coleta assinaturas para buscar referendo contra Maduro (Foto: REUTERS/Marco Bello)

A oposição apresenta 1,85 milhão de assinaturas ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pedindo a convocação de um referendo revogatório contra o presidente. O CNE exige 195.721 assinaturas (1% do padrão eleitoral) para pedir que se inicie o processo.

14 de maio: ampliação do decreto de emergência

Maduro amplia os alcances do decreto de emergência econômica em vigor desde janeiro ao decretar "estado de exceção e de emergência econômica" por 3 meses para "neutralizar e

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derrotar a agressão externa" que, segundo ele, afeta o país. O novo decreto é "mais completo, mais integral, de proteção do nosso povo, de garantia de paz, de garantia de estabilidade, que nos permita (...) recuperar a capacidade produtiva", disse.

14 de maio: intervenção em fábricas paralisadas

Maduro ordena intervenção nas fábricas que estiverem paralisadas e a detenção dos empresários que pararem a produção com o objetivo de "sabotar o país", no âmbito de estado de exceção e de emergência econômica.

20 e 21 de maio: treinamentos militares

520 mil militares e civis fazem exercícios de defesa em sete estados, com o objetivo de garantir a ordem interna e a defesa do país diante de um suposto desembarque de tropas inimigas e de ataques a instalações de distribuição do sistema elétrico.

24 de maio: sem Coca-Cola por falta de açúcar

A Coca-Cola interrompe a produção de refrigerantes por falta de estoque de açúcar refinado de uso industrial. As bebidas que não levam açúcar seguem em operação.

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