atss ventilacao mecanica 01 (4) (2) - acoesunimedbh.com.br · federação interfederativa das...
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� PRECEDEX®
DEXMEDETOMIDINA E VENTILAÇÃO MECÂNICA
INTRODUÇÃO ........................................................................... 5
DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A SER AVALIADA ........................... 7
BASES DE DADOS E ESTRATÉGIA DE BUSCA ................................ 8
QUESTÃO CLÍNICA ..................................................................... 8
PERGUNTA ESTRUTURADA ........................................................ 8
ANÁLISE CRÍTICA DA EVIDÊNCIA ................................................. 9
DISCUSSÃO ............................................................................. 11
CONCLUSÃO ........................................................................... 12
RECOMENDAÇÃO.................................................................... 12
REFERÊNCIAS .......................................................................... 12
MARÇO - 2012
2
INSTITUIÇÕES PARCEIRAS
Associação dos Hospitais de Minas Gerais – AHMG
Associação Médica de Minas Gerais – AMMG
Federação Interfederativa das Unimeds do Estado de Minas Gerais
Federação Nacional das Cooperativas Médicas – FENCOM
Contato: [email protected]
MARÇO - 2012
4
RESUMO
PACIENTES
Pacientes em cuidados intensivos, em ventila-
ção mecânica, cuja causa de insuficiência res-
piratória seja potencialmente reversível, com
previsão de extubação em 24 a 72 horas ou
em desmame de VM.
INTERVENÇÃO
Uso de dexmedetomidina (Precedex®) para
sedação.
COMPARAÇÃO
Sedativos usualmente utilizados, como benzo-
diazepínicos e propofol, com ou sem opioides.
DESFECHO PROCURADO
Facilitar o desmame da ventilação mecânica
(VM) e diminuir o tempo de permanência na
UTI.
CONCLUSÃO
A dexmedetomidina não demonstrou ser mais
efetiva do que as intervenções de compara-
ção.
Evidência limitada demonstrou diminuição do
tempo de permanência na UTI. Quando são
excluídos da revisão os estudos realizados
pelo fabricante ou quando a análise é restrita
a estudos com adequado sigilo da locação e
duplo-cegos, esse benefício não pode ser de-
monstrado.
A diminuição do tempo de permanência em
VM com a dexmedetomidina só foi demons-
trada em um ensaio clínico, financiado pelo
fabricante. Nesse estudo, a droga de compa-
ração (lorazepam) não foi utilizada de acordo
com as recomendações atuais de sedação, o
que pode ter levado a excesso de sedação
nesse grupo e consequente atraso no desma-
me da VM, enviesando a análise.
O GATS não recomenda o uso rotineiro da
dexmedetomidina para a sedação de pacien-
tes em ventilação mecânica em unidades de
terapia intensiva com o objetivo de reduzir o
tempo de VM ou de permanência em UTI. A
melhor evidência disponível não demonstrou
superioridade da droga, quando comparada
aos protocolos atuais recomendados de inter-
venção.
5
� INTRODUÇÃO
A sedação de pacientes em cuidados intensi-
vos é usada para aumentar o conforto e a
segurança do paciente crítico, melhorando a
ventilação mecânica e diminuindo a demanda
de oxigênio.1
A escolha do esquema e do(s) grupo(s) farma-
cológico(s) de sedação começa com a defini-
ção da indicação de sedação.
O diagnóstico da doença do paciente, a de-
terminação da ação desejada com a sedação,
o fator nociceptivo envolvido, sua intensidade
e o tempo necessário de manutenção da se-
dação são as informações mais importantes
utilizadas para a definição do(s) grupo(s) far-
macológico(s). Quanto mais específica for a
indicação, mais segura será a sedação.2
Podemos resumir por que os motivos a seguir
justificam o emprego de sedação em UTI:
i. Propiciar conforto ou proteção diante de
fatores nociceptivos.
Nesse contexto, a sedação não é o agente
principal do tratamento e é empregada para
manter ou restabelecer o conforto do paci-
ente. Definimos o(s) grupo(s) farmacológi-
co(s), conforme o fator nociceptivo e sua in-
tensidade:
a. Medo e/ou ansiedade: grupo dos sedati-
vos e hipnóticos.
Exemplos: medo e/ou ansiedade provocados
por expectativa de cirurgia, pelo próprio
exame invasivo ou pelo procedimento, pela
ventilação mecânica, pelas crises de ansie-
dade, etc.
b. Dor: grupo dos analgésicos e/ou anesté-
sicos.
Exemplos: dor provocada por cirurgia, exa-
me ou procedimento invasivo, ventilação
mecânica, neoplasia, trauma, etc.
c. Alucinações ou delírios: grupo dos sedati-
vos e hipnóticos e/ou grupo dos neu-
rolépticos e antipsicóticos.
Exemplos: estados confusionais agudos, co-
mo surtos psicóticos, delirium, etc.
d. Mais de um fator nociceptivo: associação
dos grupos farmacológicos.
ii. Haver indicação baseada na ação terapêuti-
ca da sedação.
Nesse contexto, a sedação é o principal
agente do tratamento.
Duas ações terapêuticas merecem destaque:
a. Diminuir o metabolismo celular:
Há a possibilidade de emprego de todos os
grupos, isolados ou em associação. Exemplo:
proteção do miocárdio ou encéfalo de lesões
isquêmicas em evolução, etc.
b. Durante a intubação orotraqueal:
Há também a possibilidade de emprego de
todos os grupos, isolados ou em associação.
O procedimento requer preparo especial pa-
ra que seja realizado com minimização de
lesões, trauma ou estresse para o paciente.
A sedação poderá ser necessária de maneira
superficial e apenas durante alguns minutos,
como para a realização de procedimentos
rápidos (ex.: endoscopia digestiva, broncosco-
pia, punção para acesso venoso central, eco-
cardiografia transesofágica, etc.) ou de manei-
ra mais profunda e prolongada, como para a
ventilação mecânica e a hibernação prolonga-
da (ex.: tratamento de edema cerebral, venti-
lação mecânica por lesão pulmonar grave,
etc.).
6
Agentes sedativos de rápida metabolização e
meia-vida curta têm prioridade na escolha
para procedimentos de curta e média duração
(minutos a dias), podendo ser usados em infu-
são contínua. Agentes com meia-vida longa
são utilizados com o objetivo de duração mai-
or da sedação (semanas). Próximo da fase
final do tratamento, devem ser substituídos
por agentes de meia-vida curta para que o
despertar ocorra no momento desejado pela
equipe, evitando-se esperas prolongadas de-
vido à metabolização e à eliminação das dro-
gas.2
A figura 1 estabelece o fluxograma para esco-
lha do esquema de sedação.
Figura 1. Fluxograma para escolha do esquema de sedação1
Fonte: Disponível em: http://www.ineti.med.br/portugues/protocolos/txts/anest1.pdf. Acesso em: 4
jan. 2011
7
Os agentes mais frequentemente utilizados
em sedação foram divididos em seis grupos:
barbitúricos (notadamente o tiopental sódico),
benzodiazepínicos (incluindo o midazolam, o
diazepam e o lorazepam, este último não dis-
ponível no Brasil para infusão parenteral),
derivados fenólicos (propofol), neurolépticos
(limitados, para sedação, exclusivamente ao
haloperidol), opioides (incluindo a morfina, o
fentanil e seus derivados) e agentes inalató-
rios (particularmente o isoflurano).3
Atualmente, para a sedação de pacientes críti-
cos em ventilação mecânica, os mais indicados
são os benzodiazepínicos de curta duração (no
Brasil, o midazolam) e o propofol, associados
aos opioides (em geral, o fentanil). Em algu-
mas situações especiais, o uso da cetamina ou
do haloperidol pode ser indicado.
� DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A SER AVALIADA
A dexmedetomidina é um agonista alfa-2
adrenérgico utilizado na sedação. Tem ação
farmacológica sedativa, hipnótica, ansiolítica e
analgésica, reduzindo a atividade simpática.
Não produz depressão respiratória significati-
va e parece permitir o despertar rápido e
manter o paciente capaz de atender ordens
com facilidade. Seu papel como agente seda-
tivo em pacientes graves tem sido estudado,
já com amplas evidências de que seu uso pro-
longado e em doses maiores do que as previ-
amente aprovadas pelo FDA seja seguro e
eficaz4
� Farmacocinética: meia-vida de distribuição
de 6 a 8 minutos. Após estabilização via in-
fusão contínua, a meia-vida de eliminação
é de 2 horas, metabolizada quase comple-
tamente no fígado em metabólitos inati-
vos. Não é afetada por disfunção renal. Pi-
co do efeito, em 45 a 60 minutos (SHEHABI
et al, 2010).5
� Posologia: não deve ser administrada em
doses de ataque (bolus), devendo ser inici-
ada como infusão contínua com a dose de
0,4 mcg/kg/h, por uma hora e depois au-
mentada em 0,1 a 0,2 mcg/kg/h a cada 30
minutos, até o nível de sedação-alvo, po-
dendo ser titulada até 0,7 mcg/kg/h (apro-
vada pelo FDA) ou até 1,5 mcg/kg/h. Tem
efeito sinérgico com opioides, propofol e
benzodiazepínicos, os quais devem ser, e
geralmente são, usados em caso de neces-
sidade de doses de ataque para atingir o
nível de sedação-alvo em caso de flutua-
ções no nível de sedação ou em episódios
de agitação.5
� Efeitos adversos: bradicardia e hipotensão
ocorrem e são previstas após uma hora do
início da infusão, com queda de pelo me-
nos 10% da PA sistólica e 10% a 15% da
frequência cardíaca. A queda pode ser exa-
cerbada e grave, necessitando de interven-
ções, especialmente com doses mais altas
ou em bolus e/ou na presença de hipovo-
lemia e tônus adrenérgico exacerbado.5
A dexmedetomidina foi aprovada pelo U.S.
Food and Drug Administration (FDA) em 1999
para pacientes criticamente enfermos que
necessitam de sedação e permanência em VM
até 24 horas na dose de até 0,7 mcg/kg/h.6
A dexmedetomidina está com o registro de
número 162500001 na Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), vencido desde
11/2011.7
8
� BASES DE DADOS E ESTRATÉGIA DE BUSCA
Foi realizada uma ampla busca nas bases
Medline (via Pubmed), objetivando-se encon-
trar revisões sistemáticas ou, na falta dessas,
ensaios clínicos randomizados, consideradas
as evidências científicas de melhor qualidade.
Os termos utilizados nas buscas e os números
de referências encontrados, selecionados e
disponíveis estão apresentados na tabela a
seguir.
Tabela 1. Pesquisa em bases de dados eletrônicas realizada em 02/2012
Base Termos Resultados Referências selecionadas
Referências utilizadas
Medline
via Pubmed
" ("respiration, artificial"[MeSH Terms] OR ("respiration"[All Fields] AND "artifi-cial"[All Fields]) OR "artificial respira-tion"[All Fields] OR ("respiration"[All Fields] AND "artificial"[All Fields]) OR "respiration, artificial"[All Fields]) OR ("ventilator weaning"[MeSH Terms] OR ("ventilator"[All Fields] AND "wean-ing"[All Fields]) OR "ventilator wean-ing"[All Fields]) AND (("dexmedetomi-dine"[MeSH Terms] OR "dexmedetomi-dine"[All Fields]) OR ("dexmedetomi-dine"[MeSH Terms] OR "dexmedetomi-dine"[All Fields] OR "precedex"[All Fields])) AND (("propofol"[MeSH Terms] OR "propofol"[All Fields]) OR ("midazo-lam"[MeSH Terms] OR "midazolam"[All Fields]) OR ("lorazepam"[MeSH Terms] OR "lorazepam"[All Fields]))
54 10 6
Busca
Manual
respiration, artificial AND dexmede-tomidine
20 3 3
� QUESTÃO CLÍNICA
Em pacientes internados em terapia intensiva,
a utilização da dexmedetomidina (Precedex®)
como sedativo facilita o desmame da ventila-
ção mecânica (VM) e/ou diminui o tempo de
VM, quando comparada com outros sedativos
usualmente utilizados?
� PERGUNTA ESTRUTURADA
P – Pacientes de terapia intensiva, sedados,
em VM com extubação prevista em 24 a 72
horas ou em processo de desmame da VM.
I – Dexmedetomidina (Precedex®).
C – Esquemas sedativos usuais, como benzo-
diazepínicos e propofol, com ou sem opioides.
9
D – Facilita o desmame da ventilação mecâni-
ca (VM) e/ou diminui o tempo de permanên-
cia na UTI.
� ANÁLISE CRÍTICA DA EVIDÊNCIA
Os estudos relevantes foram resumidos a se-
guir.
1. Tan JA, Ho KM. Use of dexmedetomidine
as a sedative and analgesic agent in critically
ill adult patients: a meta-analysis. Intensive
Care Med (2010) 36:926-930.
Desenho do estudo: metanálise.
Nível de evidência: 1A- (Oxford Centre for
Evidence-based Medicine, 2011).
Grau de recomendação: D
Seleção de estudos para a metanálise:
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: Ensaios clínicos con-
trolados que comparavam dexmedetomidina
com placebo ou com um agente sedativo al-
ternativo, tais como propofol ou benzodia-
zepínicos, em adultos (acima de 18 anos) criti-
camente enfermos.
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO: Estudos que utiliza-
ram dexmedetomidina para anestesia em
procedimentos cirúrgicos sem continuidade
de uso por mais de 6 horas na UTI.
Método: Dois revisores, independentemente,
avaliaram todos os ensaios clínicos seleciona-
dos (MEDLINE, EMBASE, Cochrane) para con-
firmar se preenchiam os critérios de inclusão.
A qualidade dos ensaios clínicos foi avaliada,
conforme mascaramento, método de rando-
mização, cegamento do tratamento. A gradu-
ação da alocação foi baseada nos critérios da
Cochrane como adequado, duvidoso ou cla-
ramente inadequado. Não houve discordân-
cias entre os dois revisores independentes
com relação aos critérios de seleção dos estu-
dos.
Foram incluídos, na metanálise, 24 ensaios
clínicos de 11 países diferentes, com um total
de 2.419 pacientes.
Desfechos considerados:
PRINCIPAIS
- Tempo de permanência na UTI
- Tempo de permanência em VM
- Risco de bradicardia
- Risco de hipotensão
SECUNDÁRIOS
- Delirium
- Fibrilação atrial
- Náusea e vômito
- Infarto do miocárdio
- Hiperglicemia
- Autoextubação
- Tempo de permanência hospitalar
- Mortalidade hospitalar
A seguir, os resultados relacionados aos des-
fechos principais.
Tabela 1. Principais desfechos avaliados –
permanência em UTI e VM
Desfechos principais
Diferença da média ponderada
Permanência em UTI
0,48 dias (95%IC: -0,18 a -0,78 dias) p=0,002
Permanência em VM
-0,51 dias (95%IC 0,73 até -1,75 dias) p=0,42
Houve grande heterogeneidade relacionada à
permanência em UTI (I2=83,1%) e com relação
à duração da VM (I2=74,6%). Quanto mais
próximo de 100%, maior a heterogeneidade
entre os estudos. Quando os dados foram
agrupados, o uso da dexmedetomidina foi
associado à diminuição de permanência na
UTI, mas o mesmo não pode ser concluído
com relação à VM.
10
Comentários dos revisores: Houve diminuição
de meio dia de permanência na UTI, com signi-
ficância estatística (p=0,002). Entretanto, do
ponto de vista de desfecho clínico, deve ser
questionada a relevância da diminuição de
meio dia na permanência em CTI, quando se
utiliza dexmedetomidina comparada com
outros sedativos.
O risco de bradicardia foi avaliado após agru-
pamento dos estudos e foi de RR=1,82, com
intervalo de confiança de 95% de 0,66 a 5,03,
e p=0,25.
A tabela 2 mostra o risco relativo de bradicar-
dia, conforme a dose utilizada de dexmede-
tomidina.
Tabela 2. Principais desfechos avaliados –
risco de bradicardia com e sem variação no
escalonamento das doses
Risco de bradicardia
com:
Porcen-tagem
RR (IC95%)
Doses em bolus + manutenção de
doses altas 5,80%
RR 7,30 (1,73 – 30,81),
p=0,007
Sem bolus + manutenção de
doses altas 0,40%
RR 0,95 (0,39 – 2,34), p=0,92
A dexmedetomidina não aumentou o risco de
bradicardia quando os estudos foram agrupa-
dos. Entretanto, o risco de bradicardia foi sig-
nificativamente mais elevado no subgrupo de
estudos que utilizou dose de ataque (bolus)
com manutenção de doses altas (>0,7 mcg.Kg-
1.h-1), com significância estatística, comparado
com estudos nos quais não houve dose em
bolus e manutenção de doses altas.
O risco de hipotensão arterial, necessitando
de novas intervenções para corrigi-la, foi de
RR=1,43, com intervalo de confiança de 95%
de 0,78 a 2,6, com p valor de 0,25.
A dexmedetomidina não foi associada ao au-
mento de risco de hipertensão.
A tabela 3 refere-se aos desfechos secundá-
rios.
A dexmedetomidina não foi associada à redu-
ção significativa do risco de delirium, fibrilação
atrial, náusea e vômito, infarto do miocárdio,
hiperglicemia, auto-extubação, mortalidade
ou tempo de permanência hospitalar, porém,
no que se refere aos desfechos delirium e
hiperglicemia, havia grande heterogeneidade
entre os estudos, o que compromete a análise
desses resultados.
Tabela 3. Desfechos secundários
DESFECHO RR IC95% P valor Heterogeneidade I² (%)
Delírium 0,79 0,56 a 1,11 0,18 71,6
Fibrilação atrial 0,95 0,68 a 1,33 0,77 0
Náusea e vômitos 1,03 0,66 a 1,59 0,9 29,6
Infarto do miocárdio 0,62 0,07 a 5,63 0,67 50,1
Hiperglicemia 1,05 0,64 a 1,71 0,85 78,1
Autoextubação 1,36 0,31 a 5,90 0,68 0
Mortalidade 0,85 0,64 a 1,16 0,26 0
11
Viés de publicação e análise de sensibilidade:
Quando foram excluídos os estudos patroci-
nados pelo fabricante da dexmedetomidina,
os estudos que não tinham adequados ocul-
tamento da alocação e duplo-cego e os estu-
dos que comparam dexmedetomidina com
placebo, o desfecho tempo de permanência
na UTI permaneceu inalterado para os dois
grupos.
2. Kendal W, Mitchell MD. Dexmedetomidine
for sedation of non-surgical patients. An evi-
dence review from the University of Pennsyl-
vania Health System Center for Evidence-
based Practice. October, 2009.
Esse estudo de Avaliação de Tecnologia em
Saúde (ATS ou Health Technology Assessment
- HTA) da University of Pennsylvania Health
System Center for Evidence-based Practice,
sobre o uso da dexmedetomidina em pacien-
tes não cirúrgicos em terapia intensiva, con-
cluiu que
� até o momento do estudo não haviam sido
publicados guidelines ou protocolos clíni-
cos sobre o uso da dexmedetomidina em
pacientes não cirúrgicos, internados em
unidades de terapia intensiva;
� três ensaios clínicos randomizados que
utilizaram a dexmedetomidina por mais de
24 horas em pacientes não cirúrgicos, in-
ternados em UTI, concluíram que a seda-
ção foi tão efetiva quanto midazolam ou
lorazepam, mas a dexmedetomidina au-
mentou o risco de bradicardia com neces-
sidade de medicação de resgate.
� DISCUSSÃO
O artigo de revisão narrativa da literatura de
Arnold et al explora as três principais drogas
para sedação de pacientes no contexto de
terapia intensiva e ventilação mecânica; ben-
zodiazepínicos, propofol e dexmedetomidina.8
O artigo sugere que a escolha da droga para
sedação depende do perfil do paciente, refe-
rente inclusive a sua função renal e hepática, e
do risco de apresentar os efeitos adversos de
determinada droga. Porém, para qualquer
droga, o que de fato se correlaciona com a
melhoria da sobrevida, a diminuição da inci-
dência de delirium e de infecção e com a re-
dução do tempo de ventilação mecânica e de
permanência na UTI são os protocolos e estra-
tégias direcionados para se evitar o excesso de
sedação. Exemplos dessas estratégias são a
checagem frequente do nível de sedação (para
titular as doses de sedativos, ajustando-as ao
nível alvo de sedação) e o despertar diário
(sedação intermitente).
O midazolam é o benzodiazepínico de escolha
para sedação em infusão contínua, por ter
meia-vida curta. Há risco de excesso de seda-
ção, especialmente na insuficiência renal.
O propofol é o agente alternativo de escolha.
Pode causar hipertrigliceridemia grave e de-
sencadear pancreatite. Produz mais instabili-
dade hemodinâmica, como hipotensão, bradi-
cardia e diminuição do débito cardíaco, mais
comum em doses altas e associação com opi-
oides. Pode causar a síndrome relacionada á
infusão de propofol (SRIP), que é grave e po-
tencialmente fatal.
A dexmedetomidina tem a vantagem de cau-
sar menos depressão respiratória, tornando-a
um agente potencial para auxiliar o desmame.
No entanto, os estudos que a comparam com
12
outros agentes não foram desenhados para
esse fim, e a relação do uso da dexmedetomi-
dina com o tempo de ventilação mecânica foi
um desfecho secundário em todos eles. A
metanálise sobre dexmedetomidina mostra
não haver diferença entre a dexmedetomidina
e outros agentes quanto ao tempo de VM.9 A
dexmedetomidina não se mostrou superior a
outros regimes de sedação (quando realizados
os protocolos adequados e recomendados)
quanto à eficácia de sedação. Inclusive, para
níveis alvo de sedação mais profunda, a dex-
medetomidina se mostrou inferior aos proto-
colos tradicionais de sedação.1 Ademais, a
dexmedetomidina causa redução da PA e da
FC, que podem ser graves e requerer inter-
venções adicionais.
� CONCLUSÃO
A metanálise sugere que a dexmedetomidina
não diminuiu o tempo de permanência em
ventilação mecânica.
Até o momento, não há estudos desenhados
para avaliar o impacto da dexmedetomidina
no tempo ou a facilidade de VM como desfe-
cho primário.
A dexmedetomidina não demonstrou ser mais
efetiva ou eficaz do que outros medicamentos
usualmente utilizados.
As recomendações atuais nacionais sobre
sedação em pacientes criticamente enfermos,
com internação prolongada em unidades de
terapia intensiva, não citam a utilização da
dexmedetomidina.
� RECOMENDAÇÃO
O GATS não recomenda o uso rotineiro da
dexmedetomidina para sedação de pacientes
em VM com previsão de extubação em 24 a
72h ou para o desmame da VM, em unidades
de terapia intensiva.
� REFERÊNCIAS
1. Ruokonen E, Parviainen I, Jakob SM, Nunes S,
Kaukonen M, Shepherd ST, et al. Dexmedeto-
midine versus propofol/midazolam for long-
term sedation during mechanical ventilation.
Intensive Care Med. 2009;35(2):282-90.
2. Silva IF, Forte LV. Curso de reciclagem – Seda-
ção em terapia intensiva. – A importância na
sedação na UTI. 2001. [Acesso em 10 mar
2012]. Disponível em:
http://www.ineti.med.br/portugues/protocolos
/txts/anest1.pdf.
3. Benseñor FEM; Cicarelli DD. Sedação e analge-
sia em terapia Intensiva. Rev Bras Anestesiol.
2003; 53(5):680-93.
4. Mitchell MD, Williams K. Dexmedetomidine for
sedation of non-surgical patients. An evidence
review from the University of Pennsylvania
Health System Center for Evidence-based Prac-
tice October 2009. [Acesso em 07 março 2012].
Disponível em
http://www.crd.york.ac.uk/CRDWeb/ShowReco
rd.asp?ID=32010000823.
5. Shehabi Y, Botha JA, Ernest D, Freebairn RC,
Reade M, Roberts BL, et al. Clinical application,
the use of dexmedetomidine in intensive care
sedation. Crit Care & Shock. 2010;13:40-50.
6. Wunsch H, Kahn JM, Kramer AA, Wagener G, Li
G, Sladen RN, et al. Dexmedetomidine in the
care of critically ill patients from 2001 to 2007:
an observational cohort study. Anesthesiology
2010; 113(2):386-94.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional
de Vigilância Sanitária - ANVISA. Detalhe do
Produto: PRECEDEX. [Acesso em 07 março
2012]. Disponível em:
http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/consulta_
produto/rconsulta_produto_detalhe.asp.
13
8. Arnold HM, Hollands JM, Skrupky LP, Mice ST.
Optimizing sustained use of sedation in mecha-
nically ventilated patients: focus on safety. Curr
Drug Saf. 2010;5(1):6-12.
9. Tan JA, Ho KM. Use of dexmedetomidine as a
sedative and analgesic agent in critically ill adult
patients: a meta-analysis. Intensive Care Med.
2010; 36(6):926-39.
14
� ANEXOS
ANEXO 1 – NÍVEL DE EVIDÊNCIA – TABELA DE OXFORD
Oxford Centre for Evidence-based Medicine Levels of Evidence (March 2009)
(for definitions of terms used see glossary at http://www.cebm.net/?o=1116)
Level
Therapy/
Prevention,
Aetiolo-
gy/Harm
Prognosis Diagnosis
Differential
diagnosis/
symptom
prevalence
study
Economic and
decision analyses
1a SR (with homoge-neity*) of RCTs
SR (with homogenei-ty*) of inception cohort studies; CDR† validated in different populations
SR (with homogenei-ty*) of Level 1 diag-nostic studies; CDR† with 1b studies from different clinical cen-tres
SR (with homo-geneity*) of pro-spective cohort studies
SR (with homogenei-ty*) of Level 1 eco-nomic studies
1b Individual RCT (with narrow Con-fidence Interval‡)
Individual inception cohort study with > 80% follow-up; CDR† validated in a single population
Validating** cohort study with good††† reference standards; or CDR† tested within one clinical centre
Prospective co-hort study with good follow-up****
Analysis based on clinically sensible costs or alternatives; sys-tematic review(s) of the evidence; and including multi-way sensitivity analyses
1c All or none§ All or none case-series
Absolute SpPins and SnNouts††
All or none case-series
Absolute better-value or worse-value anal-yses ††††
2a SR (with homoge-neity*) of cohort studies
SR (with homogenei-ty*) of either retro-spective cohort stud-ies or untreated con-trol groups in RCTs
SR (with homogenei-ty*) of Level >2 diag-nostic studies
SR (with homo-geneity*) of 2b and better studies
SR (with homogenei-ty*) of Level >2 eco-nomic studies
2b
Individual cohort study (including low quality RCT; e.g., <80% fol-low-up)
Retrospective cohort study or follow-up of untreated control patients in an RCT; Derivation of CDR† or validated on split-sample§§§ only
Exploratory** cohort study with good††† reference standards; CDR† after derivation, or validated only on split-sample§§§ or databases
Retrospective cohort study, or poor follow-up
Analysis based on clinically sensible costs or alternatives; limited review(s) of the evi-dence, or single stud-ies; and including multi-way sensitivity analyses
2c "Outcomes" Rese-arch; Ecological studies
"Outcomes" Research Ecological studies Audit or outcomes research
3a SR (with homoge-neity*) of case-control studies
SR (with homogenei-ty*) of 3b and better studies
SR (with homo-geneity*) of 3b and better studies
SR (with homogenei-ty*) of 3b and better studies
3b Individual Case-Control Study
Non-consecutive study; or without consistently applied reference standards
Non-consecutive cohort study, or very limited popu-lation
Analysis based on limited alternatives or costs, poor quality estimates of data, but including sensitivity analyses incorporating clinically sensible vari-ations.
4
Case-series (and poor quality co-hort and case-control studies§§)
Case-series (and poor quality prognos-tic cohort studies***)
Case-control study, poor or non-independent reference standard
Case-series or superseded refer-ence standards
Analysis with no sensi-tivity analysis
15
Level
Therapy/
Prevention,
Aetiolo-
gy/Harm
Prognosis Diagnosis
Differential
diagnosis/
symptom
prevalence
study
Economic and
decision analyses
5
Expert opinion without explicit critical appraisal, or based on phys-iology, bench research or "first principles"
Expert opinion with-out explicit critical appraisal, or based on physiology, bench research or "first principles"
Expert opinion without explicit critical ap-praisal, or based on physiology, bench research or "first principles"
Expert opinion without explicit critical appraisal, or based on phys-iology, bench research or "first principles"
Expert opinion without explicit critical apprais-al, or based on eco-nomic theory or "first principles"
Produced by Bob Phillips, Chris Ball, Dave Sackett, Doug Badenoch, Sharon Straus, Brian Haynes,
Martin Dawes since November 1998. Updated by Jeremy Howick March 2009.
Notes
Users can add a minus-sign "-" to denote the level of that fails to provide a conclusive answer be-
cause:
EITHER a single result with a wide Confidence Interval
OR a Systematic Review with troublesome heterogeneity.
Such evidence is inconclusive, and therefore can only generate Grade D recommendations.
*
By homogeneity we mean a systematic review that is free of worrisome variations (heterogenei-
ty) in the directions and degrees of results between individual studies. Not all systematic re-
views with statistically significant heterogeneity need be worrisome, and not all worrisome het-
erogeneity need be statistically significant. As noted above, studies displaying worrisome heter-
ogeneity should be tagged with a "-" at the end of their designated level.
† Clinical Decision Rule. (These are algorithms or scoring systems that lead to a prognostic esti-
mation or a diagnostic category.)
‡ See note above for advice on how to understand, rate and use trials or other studies with wide
confidence intervals.
§ Met when all patients died before the Rx became available, but some now survive on it; or when
some patients died before the Rx became available, but none now die on it.
§§
By poor quality cohort study we mean one that failed to clearly define comparison groups
and/or failed to measure exposures and outcomes in the same (preferably blinded), objective
way in both exposed and non-exposed individuals and/or failed to identify or appropriately con-
trol known confounders and/or failed to carry out a sufficiently long and complete follow-up of
patients. By poor quality case-control study we mean one that failed to clearly define compari-
son groups and/or failed to measure exposures and outcomes in the same (preferably blinded),
objective way in both cases and controls and/or failed to identify or appropriately control known
confounders.
§§§ Split-sample validation is achieved by collecting all the information in a single tranche, then
artificially dividing this into "derivation" and "validation" samples.
††
An "Absolute SpPin" is a diagnostic finding whose Specificity is so high that a Positive result
rules-in the diagnosis. An "Absolute SnNout" is a diagnostic finding whose Sensitivity is so high
that a Negative result rules-out the diagnosis.
16
‡‡ Good, better, bad and worse refer to the comparisons between treatments in terms of their
clinical risks and benefits.
†††
Good reference standards are independent of the test, and applied blindly or objectively to ap-
plied to all patients. Poor reference standards are haphazardly applied, but still independent of
the test. Use of a non-independent reference standard (where the 'test' is included in the 'refer-
ence', or where the 'testing' affects the 'reference') implies a level 4 study.
††††
Better-value treatments are clearly as good but cheaper, or better at the same or reduced cost.
Worse-value treatments are as good and more expensive, or worse and the equally or more
expensive.
**
Validating studies test the quality of a specific diagnostic test, based on prior evidence. An ex-
ploratory study collects information and trawls the data (e.g. using a regression analysis) to find
which factors are 'significant'.
***
By poor quality prognostic cohort study we mean one in which sampling was biased in favour of
patients who already had the target outcome, or the measurement of outcomes was accom-
plished in <80% of study patients, or outcomes were determined in an unblinded, non-objective
way, or there was no correction for confounding factors.
**** Good follow-up in a differential diagnosis study is >80%, with adequate time for alternative
diagnoses to emerge (for example 1-6 months acute, 1 - 5 years chronic)
Grades of Recommendation
A consistent level 1 studies
B consistent level 2 or 3 studies or extrapolations from level 1 studies
C level 4 studies or extrapolations from level 2 or 3 studies
D level 5 evidence or troublingly inconsistent or inconclusive studies of any level
Extrapolations" are where data is used in a situation that has potentially clinically important differ-
ences than the original study situation.
17
ANEXO 2 – ESCALA DE QUALIDADE DE JADAD
Escala de qualidade (Quadros 1 e 2), descrita por Jadad et al. (1996), foi desenvolvida por meio da
técnica de consenso de grupo nominal. Uma relação foi construída por um painel multidisciplinar de
seis especialistas, com os itens constantes em várias escalas e listas de critérios de avaliação de
ensaios clínicos aleatórios, que a resumiram em três itens (Quadro 1) diretamente relacionados
com a redução de tendenciosidades (validade interna). Esse instrumento de avaliação da qualidade
tem duas opções de resposta: sim ou não.
1.a. O estudo foi descrito como aleatório (uso de palavras como "randômico", "aleatório", "rando-
mização")?
1.b. O método de aleatorização foi adequado?
2.a. O estudo foi descrito como duplo-cego?
2.b. O método de mascaramento foi adequado?
3. Houve descrição das perdas e exclusões?
• Pontuação: cada item (1, 2a e 3a) recebe um ponto para a resposta sim ou zero ponto para a
resposta não.
• Um ponto adicional é atribuído se, no item 1b, o método de geração da sequência aleatória foi
descrito e foi adequado; no item 2b, se o método de mascaramento duplo-cego foi descrito e
foi adequado.
• Um ponto é deduzido se, na questão 1b, o método de geração da sequência aleatória foi des-
crito, mas de maneira inadequada; na questão 2b, se foi descrito como duplo-cego, mas de
maneira inadequada.
Quadro -1. Itens da escala de qualidade (Jadad et al., 1996).
Critérios descritos por Jadad et al. (1996) para a avaliação pela escala de qualidade, e que foram
utilizados neste estudo:
a) Para a randomização, o método de geração da sequência aleatória será considerado apropriado
se
• permitir a cada participante do estudo ter a mesma chance de receber cada inter-
venção;
• o investigador não puder prever qual será o tratamento para o próximo participan-
te.
Métodos de geração da sequência, usando datas de aniversário, datas de admissão, números de
registro no hospital ou alternância entre os grupos são considerados inadequados.
b) Para o mascaramento duplo-cego: um estudo deve ser considerado duplo-cego se o termo "du-
plo-cego" for usado. O método será considerado apropriado se nem o responsável pelo cuidado do
paciente e nem o paciente tiveram como identificar o tipo de tratamento dado a cada um, ou, na
ausência dessa declaração, se o uso de placebos idênticos ou imitações foram mencionados.
c) Para as perdas e exclusões: os participantes que entraram no estudo, mas não completaram o
período de observação ou que não foram incluídos na análise têm de ser descritos. O número e as
razões para perdas em cada grupo têm de ser declarados. Se não houver perdas, isso também tem
18
de ser declarado no artigo. Se não houver descrição de perdas, deve-se atribuir a nota zero a esse
item.
O máximo de cinco pontos pode ser obtido: três pontos para cada sim, um ponto adicional para um
método adequado de randomização e um ponto adicional para um método adequado de mascara-
mento (Quadro 2). Um estudo é considerado de má qualidade se ele receber dois pontos ou menos
(JADAD, 1996).
43/45
Escala de Qualidade (Jadad, 1996)
Variação de pontos = 0 a 5Qualidade pobre < 3
O estudo foi descrito como randomizado?O estudo foi duplo-cego?
Foram descritas as perdas e exclusões?
Dê 1 ponto para cada “sim”
Dê 1 ponto adicional para cada “sim”Retire 1 ponto para cada “não”
A randomização foi descita e é adequada?O mascaramento foi descrito e é adequado?
Quadro 2. Roteiro para utilização da escala de qualidade descrita por Jadad (1996).
19
ANEXO 3 - RESUMO DO PROCESSO DE SOLICITAÇÃO
Tecnologia: Dexmedetomidina para sedação de pacientes em terapia intensiva (UTI) e ventilação
mecânica (VM).
Indicação: Para redução do tempo de VM, facilitação do desmame da VM e redução do tempo de
permanência na UTI.
Caracterização da tecnologia: A dexmedetomidina é um sedativo alfa-agonista central, com
propriedades analgésicas. Produz inibição do sistema simpático central. Não tem efeito GABA e não
provoca depressão respiratória. Tem efeito ansiolítico, anestésico, hipnótico e analgésico. Produz
efeitos hemodinâmicos previsíveis e tituláveis.
Dados do processo: Solicitação feita pelo Dr. Leandro Braz de Carvalho (Federação Minas), pro-
tocolo 204164.
Evidências apresentadas pelo solicitante:
1. Recomendações da AMIB sobre analgesia, sedação e bloqueio neuromuscular
em terapia intensiva, de 1999.
O volume não faz menção à dexmedetomidina, mas, ainda assim, foi utilizado no pare-
cer como referência sobre indicações de sedação.
2. Pandharipande PP, Pun BT, Herr DL, Maze M, Girard TD, Miller RR, et al. Effect
of sedation with dexmedetomidine vs lorazepam on acute brain dysfunction in
mechanically ventilated patients: the MENDS randomized controlled trial. JA-
MA. 2007;298(22):2644-53.
O ensaio clínico não foi incluído individualmente neste parecer, pois ele faz parte da
metanálise de referência (TAN e HO, 2010). Mas foi analisado criticamente. Os desfe-
chos relacionados à VM não foram diferentes entre os grupos e são desfechos secun-
dários. O ensaio clínico foi financiado pelo fabricante.
3. Salluh JI, Soares M, Teles JM, Ceraso D, Raimondi N, Nava VS, Blasquez P,
Ugarte S, Ibanez-Guzman C, Centeno JV, Laca M, Grecco G, Jimenez E, Árias-
Rivera S, Duenas C, Rocha MG; Delirium Epidemiology in Critical Care Study
Group. Delirium epidemiology in critical care (DECCA): an international study.
Crit Care. 2010;14(6):R210. Epub 2010 Nov 23.
O estudo é transversal sobre a prevalência de delirium na UTI. Não tem relevância pa-
ra este parecer.
4. Riker RR, Shehabi Y, Bokesch PM, Ceraso D, Wisemandle W, Koura F, Whitten
P, Margolis BD, Byrne DW, Ely EW, Rocha MG; SEDCOM (Safety and Efficacy of
Dexmedetomidine Compared With Midazolam) Study Group. JAMA. 2009 Feb
4;301(5):489-99. Epub 2009 Feb 2.
O ensaio clínico não foi incluído individualmente, pois faz parte da metanálise de refe-
rência (TAN e HO, 2010). No entanto, foi analisada criticamente. Os desfechos relati-
vos à VM foram desfechos secundários, e o tempo para extubação com dexmedetomi-
dina foi 1,9 dias menor do que o grupo do midazolam (p=0,01). O estudo foi financia-
do pelo fabricante.
20
5. Dasta JF, Kane-Gill SL, Pencina M, Shehabi Y, Bokesch PM, Wisemandle W,
Riker RR. A cost-minimization analysis of dexmedetomidine compared with
midazolam for long-term sedation in the intensive care unit. Crit Care Med.
2010 Feb;38(2):497-503.
O estudo foi financiado pelo fabricante e é uma análise americana de custo-
minimização. Não tem relevância para este parecer.
6. Shehabi Y, Botha JA, Ernest D, Freebairn RC, Reade M, Roberts BL, et al. Clini-
cal application, the use of dexmedetomidine in intensive care sedation. Crit
Care & Shock. 2010;13:40-50.
O artigo não está indexado no Medline. O artigo é um pequeno manual de recomenda-
ções de uso e posologia sobre a droga, há a declaração no final de ser somente a opi-
nião dos autores e financiado em parte pelo fabricante. Ainda assim, foi usado como
referência neste parecer para os esquemas de administração da droga.
7. Thijs LG. Continuous quality improvement in the ICU: general guidelines. Task
Force European Society of Intensive Care Medicine. Intensive Care Med. 1997
Jan;23(1):125-7.
O artigo é uma diretriz da Sociedade de Medicina Intensiva Europeia, sobre aspectos
de melhoria de qualidade na UTI. Não tem relevância para este parecer.
8. Shapiro BA, Warren J, Egol AB, Greenbaum DM, Jacobi J, Nasraway SA, Schein
RM, Spevetz A, Stone JR. Practice parameters for intravenous analgesia and
sedation for adult patients in the intensive care unit: an executive summary.
Society of Critical Care Medicine. Crit Care Med. 1995 Sep;23(9):1596-600.
Esse guia prático de 1995 não faz menção à dexmedetomidina. Não tem relevância pa-
ra este parecer.
9. Ely EW, Inouye SK, Bernard GR, Gordon S, Francis J, May L, Truman B, Speroff
T, Gautam S, Margolin R, Hart RP, Dittus R. Delirium in mechanically ventila-
ted patients: validity and reliability of the confusion assessment method for
the intensive care unit (CAM-ICU). JAMA. 2001 Dec 5;286(21):2703-10.
É um artigo de validação de um método para aferir delirium em pacientes em VM na
UTI. Não tem relevância para este parecer.
10. Sessler CN, Gosnell MS, Grap MJ, Brophy GM, O'Neal PV, Keane KA, Tesoro
EP, Elswick RK. The Richmond Agitation-Sedation Scale: validity and reliability
in adult intensive care unit patients. Am J Respir Crit Care Med. 2002 Nov
15;166(10):1338-44.
É um artigo de validação de uma escala de agitação-sedação em UTI. Não tem rele-
vância para este parecer.
11. Short, J. Uso de dexmedetomidina para sedação primária na unidade geral de
tratamento intensivo. Critical Care Nurse, vol. 30, n 1, fev 2010.
É uma tradução de uma revisão narrativa da autora sobre a dexmedetomidina. É uma
evidência fraca, portanto sem relevância para esse parecer.
12. Relatórios Originais de Pesquisas. Dexmedetomidina e a redução do delirium
no pós-operatório após cirurgia cardíaca. Maldonado, JR et al. Psychosoma-
tics, 50:3, maio-junho 2009.