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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO NAS EMPRESAS INDUSTRIAIS Wellington Pierre Lemos Rio de Janeiro, 30 de junho de 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO

NAS

EMPRESAS INDUSTRIAIS

Wellington Pierre Lemos

Rio de Janeiro, 30 de junho de 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO

NAS

EMPRESAS INDUSTRIAIS

OBJETIVOS:

Este trabalho visa obtenção de grau

no curso de pós-graduação de

Finanças e Gestão Coorporativa,

tendo como orientadora a professora

Mary Sue Pereira.

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“O Imobilizado compreende os bens

e direitos destinados à manutenção da

atividade da empresa. O custo dos

bens levados para o imobilizado

compreende todos os gastos

necessários para ter os bens em

funcionamento.”

DANTE C. MATARAZZO

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AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Deus.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mulher

Marta, que tanto incentivou na sua

conclusão. Aos meus filhos Felipe e

Gabriel, pela alegria e felicidade que

trouxeram para nossa família.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 08

Capítulo I . CONCEITUAÇÃO DE ATIVO IMOBILIZADO ...................................... 10

1.1.Considerações Gerais............................................................................... 10

1.2.Conteúdo das Contas................................................................................ 13

1.3.Controle Físico de Bens do Ativo Imobilizado........................................ 17

Capítulo II . CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO.................................................................. 19

2.1. Conceitos ................................................................................................ 19

2.2. Custos de Aquisição ou Construção........................................................ 20

2.3. Reavaliação de Bens................................................................................22

2.3.1 Por que e Quando Reavaliar ? .........................................................24

2.4. Consertos e Benfeitorias .........................................................................25

2.4.1. Consertos e Manutenção.................................................................25

2.4.2. Benfeitorias......................................................................................26

2.5. Dano Econômico......................................................................................26

Capítulo III . DEPRECIAÇÃO ....................................................................................... 27

3.1. Conceitos ................................................................................................ 27

3.2. A Depreciação Não é Perda de Valor....................................................... 29

3.3. Retorno do Capital.................................................................................... 30

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3.4. Causas da Depreciação............................................................................. 30

3.5. Estimativa da Vida Útil............................................................................ 31

3.6. Taxa de Depreciação.................................................................................31

3.7. Métodos de Depreciação.......................................................................... 33

3.7.1. Método da Linha Reta Baseada no Tempo......................................34

3.7.2. Método da Linha Reta Baseada na Produção ou Utilização.......... 34

3.7.3. Depreciação Acelerada................................................................... 34

3.8. Fatores a Serem Considerados na Escolha do Método de Depreciação....35

3.9. Contabilização da Depreciação de Cada Período......................................35

3.10. Amortização dos Ativos Intangíveis....................................................... 36

3.11. Baixas do Ativo Imobilizado.................................................................. 36

CONCLUSÃO............................................................................................. 38

BIBLIOGRAFIA......................................................................................... 40

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INTRODUÇÃO

Por desempenhar grande influência sobre a estrutura financeira e econômica de

uma empresa, o estudo do ativo permanente passa a merecer atenção especial.

O imobilizado é dotado de duas

características básica que são: o risco,

dado seu caráter de utilização

“permanente” no processo

operacional, e alto custo, que penaliza

prioritariamente os resultados da

empresa em qualquer decisão

equivocada de aquisição. A principal

contribuição do investimento em

imobilizado e, conseqüentemente, a

melhor medida de seu valor

econômico é a sua capacidade de

gerar lucros para a empresa.

Os bens do ativo imobilizado representam normalmente uma parcela significativa do ativo

de uma empresa, principalmente no caso de industria. Esses bens têm uma permanência

prolongada na companhia , não são destinados à venda e são utilizados na manutenção de

suas atividades.

Esses ativos são contabilizados por todos os custos envolvidos em sua aquisição,

instalação ou para pôr em funcionamento. Em alguns casos, asses custos são acrescidos

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também de reavaliação, a qual representa a diferença entre o valor de mercado do bem e

seu valor contábil (custo corrigido menos a depreciação acumulada corrigida). Os bens do

ativo imobilizado são deduzidos da depreciação, e que representa um processo de

apropriação de custos e despesa e conseqüentemente redução do valor contábil desses

bens. A existência da depreciação é devido ao fato de que a maioria dos bens do ativo

imobilizado tem uma vida útil limitada e, de acordo com os princípios contábeis, o valor

desses bens deve ser registrado como despesa ou custo nos períodos contábeis para os

quais a empresa deles se utilizada.

A distribuição que se pode notar entre os patrimônios das empresas industriais e os

patrimônios das empresas mercantis consistem na existência de bens destinados as

transformações industriais e na maior parcela que, ordinariamente, essas empresas são

forçadas a imobilizar, em relação ao montante de seu capital próprio.

As empresas mercantis aplicam seus capitais, preferencialmente, em bens de

venda e só uma pequena parte destinam à aquisição da sede, de moveis ,instalações,

máquinas para escritório etc., porção essa que, em geral, não excede a cerca de trinta por

cento do capital próprio. As empresas industriais, porem, são levadas a maiores

imobilizações, normalmente sempre superior à terça parte de seu capital próprio,

podendo, mesmo, em muitos casos, ultrapassam a casa dos setenta e cinco por cento. Os

capitais próprios das empresas industriais, pois, destinam-se em grande proporção, a

aquisição de terrenos, maquinaria, construções de edifício fabris, de galpões, de

instalações hidráulicas e elétricas etc.

É nessa linha de importância do

ativo permanente, subgrupo

imobilizado, que se desenvolve este

relatório de pesquisa.

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CAPÍTULO I

CONCEITOS DE ATIVO PERMANENTE

IMOBILIZADO

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Os bens e direitos de propriedade das pessoas jurídicas que essas detêm com a

intenção de manter, bem como as despesas que contribuirão para a formação do

resultado de mais de um exercício social integram o ativo permanente.

O grupo do ativo permanente, conforme o próprio nome sugere, abriga aplicações

feitas pela empresa com característica de permanência, como, por exemplo, as

participações em outras empresas, às aquisições de equipamentos de produção e os

gastos com projetos que contribuirão para formação de resultados em exercícios futuros.

O ativo permanente subdivide-se em : investimentos, imobilizado e diferido.

Analisaremos cuidadosamente o imobilizado.

1.1. Considerações Gerais

A Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976, através do seu artigo 179, item IV,

conceitua como contas a serem classificadas no Ativo Imobilizado:

“Os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades

da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de

propriedade industrial ou comercial.”

Fica evidenciado que a classificação de bens no Ativo Imobilizado não se acha

vinculada à natureza destes, e sim, ao objeto de sua utilização. Desta forma, qualquer

direito que represente bens que não estejam empregados na manutenção das atividades

da empresa ou a isso destinados deve ser classificado fora do Ativo Imobilizado.

Os bens do ativo imobilizado representam uma parcela significativa dos ativos de

uma empresa industrial. Esses bens têm uma permanência prolongada na companhia

(durabilidade igual ou superior a 1 ano), não são destinados à venda e são utilizados na

manutenção de suas atividades.

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As empresas industriais geralmente aplicam mais capital em valores

imobilizados, que constituem as instalações e o equipamento necessários à fabricação de

seus produtos.

Os itens classificados na categoria de ativo imobilizado incluem:

a) Bens tangíveis, que constituem uma realidade física e podem ser tocados,

tais como maquinaria industrial, ferramentas , móveis e utensílios, edifícios fabris,

terrenos, etc.;

b) Bens intangíveis, que não constituem uma realidade física e não podem ser

tocados, cujo valor reside nos direitos de propriedades que são legalmente conferidos aos

possuidores, tais como patentes, marcas, direitos autorais e etc.

Integram o Imobilizado os recursos aplicados ou já destinados a bens da natureza

citada, mesmo que ainda não em operação, mas que se destinam a tal finalidade, tais

como construções em andamento, importações em andamento, adiantamentos para

inversões fixas etc.

Deve-se observar que as inversões realizadas em bens de caráter permanente, mas

não destinadas ao uso nas operações, que poderão vir a ser utilizadas em futuras

expansões, como pode acorrer com terrenos e outros bens imóveis, deverão ser

classificadas, enquanto não definida sua destinação, no grupo de Investimentos e não no

grupo de Ativo Imobilizado. Sua transferência para o Imobilizado se dará quando

definida sua utilização e iniciada a fase de expansão. Da mesma forma, as obras de arte

adquiridas, que se valorizam com o transcorrer do tempo, deverão estar classificadas no

grupo de Investimentos em vez de no Ativo Imobilizado.

É comum adquirir bens que têm durabilidade média e não são consumidos

imediatamente no processo produtivo ou comercial da empresa (ferramentas e utensílios,

por exemplo). O critério básico a observar é da vida útil. Se o bem tiver vida útil superior

a um ano, deverá ser imobilizado e posteriormente depreciado segundo sua estimativa de

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vida útil. Caso a vida útil seja inferior a um ano, deverá ser lançado como despesa ou

custo.

Pode-se utilizar, também, a convenção da materialidade. Bens de vida útil

superior a um ano, mas de valor imaterial (irrelevante), podem ser lançados diretamente

como despesas ou custos. É o caso de utensílios de escritório, como apontadores,

grampeadores, etc, cujos pequenos valores não justificam controle de imobilizado.

O Ativo Imobilizado faz parte do Ativo Permanente, sendo que, de forma geral, é

composto das seguintes contas:

· Terrenos

· Obras Civis

· Instalações

· Máquinas, Aparelhos e Equipamentos

· Móveis e Utensílios

· Veículos

· Marcas, Direitos e Patentes Industriais

· Florestamento e Reflorestamento

· Direitos sobre Recursos Naturais

· Depreciação, Amortização e Exaustão Acumuladas (contas credoras)

· Imobilizações em Andamento

O Imobilizado deve ter contas para cada classe do ativo, as depreciações

acumuladas devem estar em contas à parte, mas classificadas como redução do ativo.

Cada empresa deve elaborar seu plano de contas de acordo com suas necessidades.

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É recomendável a segregação das contas do Ativo Imobilizado, de forma que

fique evidenciado o valor dos bens que efetivamente já estão contribuindo para a

formação das receitas, em "Bens em Operação", que são todos os bens já em utilização

na geração da atividade objeto da sociedade, e "Imobilizações em Andamento", onde se

classificam todas as aplicações de recursos de imobilizações (bens ou direitos), mas que

ainda não estão operando. Tal procedimento é importante na análise das operações da

empresa, particularmente na apuração de índices e comparações entre as receitas e o

imobilizado, o que é mais bem apurado utilizando-se o imobilizado em operação, que

está gerando as receitas.

1.2. Conteúdo das Contas

Entre os itens que habitualmente compõem o ativo imobilizado nas empresas

industriais, destacamos:

I) Imóveis

Compreendendo terrenos e edifícios utilizados para as instalações do

estabelecimento industrial assim como as benfeitorias realizadas nesses bens. Os

terrenos, onde se está construindo uma nova unidade que ainda não se encontra em

operação, devem ser lançados no grupo de Imobilizado em Andamento. Os terrenos sem

uma destinação definida devem estar classificados em Investimentos.

II) Máquinas, Aparelhos e Equipamentos

Compreendendo os instrumentos mecânicos utilizados na produção de bens, de

forma direta ou indireta, seja para fabricação de produtos, de peças ou de máquinas, seja

para reparos ou transporte mecânico dentro do estabelecimento. Os equipamentos e bens

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de serviços utilizados como base para a realização da atividade da empresa, estão

classificados nessa conta. Inúmeras empresas classificam as instalações na própria conta

de Máquinas, aparelhos e equipamentos, mantendo controles paralelos para segregação

da depreciação.

III) Instalações Fabris

Compreendendo todos os gastos com instalações indispensáveis à atividade

industrial, as quais, em virtude de seu caráter duradouro, são amortizáveis em prazos

longos, como: instalações elétricas, hidráulicas, de ar, refrigeração, alto fornos, poços

artesianos, diques etc.

Esta conta, dependendo do porte, complexidade e tipo de instalações que

engloba, deve estar segregada em subcontas para fins de controle e de depreciação,

dentro dos exemplos já citados. A conta de Instalações deve referir-se sempre a tais

equipamentos e materiais, com a característica de serviços indiretos e auxiliares ao

processo produtivo principal. De fato, dependendo do processo produtivo da empresa,

algumas dessas instalações não serão auxiliares, mas a fonte principal geradora de seu

produto ou serviço e, nesse caso, sua classificação deve ser na conta de Máquinas,

Aparelhos e Equipamentos.

IV) Ferramentas e aparelhos

Compreendendo os equipamentos necessários ao equipamento da indústria, com

vida útil superior a um ano , tais como ferramentas de uso manual dos operários,

aparelhos para testes de produtos, para controle de tempo, para medir temperatura, para

elaborar desenhos e projetos, extintores de incêndio, relógios de ponto e uma infinidade

de outros que aplicados direta ou indiretamente permitam ou facilitem o

desenvolvimento da produção.

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V) Veículos

Compreendendo os meios de transporte, motorizados ou não, utilizados na

locomoção de pessoas e de materiais, dentro ou fora do estabelecimento industrial, tais

como carros de todos os tipos para transportes de materiais dentro de fábrica, caminhões

para entrega dos produtos fabricados, automóveis para uso dos diretores, clientes e

vendedores, ônibus ou outros veículos destinados ao transporte de empregados etc.

VI) Móveis e utensílios

Compreendendo todos os móveis de uso da empresa, quer na fábrica ou no

escritório, assim como os pequenos utensílios e objetos de uso, de duração mais ou

menos prolongada.

VII) Peças e Conjunto de Reposição

Onde são registradas as peças (ou conjuntos já montados) destinadas à

substituição em máquinas e equipamentos. Tais substituições podem ocorrer em

manutenções periódicas de caráter preventivo e de segurança, ou em casos de quebra ou

avaria.

Dependendo das circunstâncias, as peças ou conjuntos de reposição podem ser

classificados no imobilizado ou em conta de Estoques no Ativo Circulante, em função

das características específicas de uso, vida útil, destinação contábil etc.

Basicamente, devem integrar o imobilizado as peças que serão contabilizadas

como adição ao imobilizado em operação, e não como despesas. Ao mesmo tempo, as

peças substituídas devem ser baixadas quando da troca. Todavia, essa baixa e adição

parcial em muitos casos não são praticamente possíveis, por não ter a empresa a

identificação do custo da peça substituída, já que o equipamento a que pertence está

registrado pelo valor total. Nesse caso, não se efetiva a baixa da peça substituída, mas a

peça nova colocada é apropriada neste momento para despesas. Todavia, há outras

considerações e situações a serem analisadas para a classificação das peças no

Imobilizado ou Estoques.

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Peças de uso específico e vida útil comum - Muitas vezes, na compra de certos

equipamentos de porte, as empresas adquirem no mesmo momento uma série de peças

ou conjuntos importantes e vitais ao seu funcionamento, normalmente produzidas e

montadas pelo próprio fornecedor do equipamento. Essas peças sobressalentes são de

uso específico para tal equipamento e necessárias para que o equipamento não fique

paralisado por longo tempo, no caso de necessidade de substituição (preventiva ou

corretiva).

Nesse caso, tais peças devem ser classificadas no imobilizado e, na verdade, têm

vida útil condicionada à vida útil do próprio equipamento; desta forma, são corrigidas

monetariamente e depreciadas em base similar do equipamento correspondente, mesmo

não sendo usadas.

Inversamente, as peças mantidas pela empresa, com disponibilidade normal no

mercado e que, portanto, têm vida útil física e valor econômico por si só, ou seja, não

vinculados à vida útil e ao valor do equipamento específico da empresa, devem ser

classificadas em Estoques no Circulante.

Recondicionamento de peças - Este é outro aspecto a ser considerado na decisão

da Imobilização ou classificação em Estoques no Circulante.

De fato, pode ocorrer que as peças ou conjuntos substituídos após um

recondicionamento e uma revisão geral retornem ao estoque de peças de reposição, pois

permanecem com utilidade normal, como se novas fossem. Nesses casos, a empresa

necessita manter sempre um estoque mínimo de tais peças, com periódica substituição

pelas em uso, por segurança e flexibilidade operacional, peças essas que também têm sua

vida útil condicionada ao equipamento como um todo.

Nessa circunstância, o custo das peças de substituição deve ser classificado no

imobilizado, em tal conta, sofrendo correção monetária e depreciação na mesma base,

estando ou não em uso. Por seu turno, os custos de recondicionamento das peças ou

conjuntos substituídos devem ser apropriados em despesas. quando incorridos.

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Peças e material de consumo e manutenção - Por outro lado, inversamente aos

casos anteriores, os estoques mantidos pela empresa, representados por material de

consumo destinado à manutenção, como óleo, graxas etc., bem como ferramentas e peças

de pouca duração, e que serão transformados em custo de produto ou despesa do período,

devem ser classificados em Estoques no Ativo Circulante. À medida que são utilizados

ou consumidos, tais itens são apropriados como despesas, ou custos de produto; em

outras palavras, não devem ser classificados no imobilizado.

VIII) Marcas e Patentes de invenção

Representando muitas vezes valor bastante superior às despesas com o seu

registro ou sua obtenção. Quando o nome de um produto é bastante conhecido

prestigiado, a marca tem geralmente um valor imponderável, representando um fator de

vendas e de lucros constantes.

Evidentemente tanto essa marca como as patentes, só tem valor para a empresa

enquanto aquele produto for por ela fabricado. Esse valor é também difícil de ser

determinado, a menos que essa marca ou patente tenha sido adquirida de terceiros,

havendo um valor contabilizado que se aproxima do valor de uso para a empresa.

Muitas patentes têm tempo limitado de duração, devendo o seu valor ser amortizado

dentro desse período.

IX) Concessões

Representando o direito de exploração de uma determinada atividade ou serviço,

como a exploração de jazidas minerais ou de determinados serviços públicos. Seu valor

para a empresa poderá der elevado. Quando a concessão é por prazo limitado, o valor

contabilizado deve ser amortizado dentro desse prazo.

1.3.Controle físico de bem do ativo imobilizado

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Uma das principais atribuições da contabilidade é o controle do patrimônio

da entidade. Para tanto, além do controle exercido por meio dos registros contábeis,

torna-se necessária a criação de alguns controles exercidos por meio dos registros

contábeis, torna-se necessária a criação de alguns controles extra contábeis, de

modo a auxiliar a execução de tal tarefa. Na maioria das empresas, o controle dos

bens do ativo imobilizado é feito mediante a fixação de plaquetas de identificação,

às quais são atribuídos números que obedecem, tão somente, à ordem cronológica

de aquisição. Na escrituração contábil, os registros dos bens do Ativo Imobilizado

não figuram suficientemente individualizados.

No Razão Contábil, temos, por exemplo, as contas "Veículos", "Móveis e

Utensílios" etc., que registram bens de mesma natureza, adquiridos pela empresa

ao longo dos anos.

A inconveniência dessa não individualização surge no momento de efetuar-

se a baixa de determinado bem, pois, para efeito de apuração do ganho ou da

perda de capital em função da baixa, é necessário que se saiba, no mínimo, a data

e o valor da aquisição do bem.

Como dissemos, na prática torna-se difícil obter os dados de determinado

bem do Ativo Imobilizado diretamente da escrituração contábil.

Assim, é indispensável, inclusive para efeitos fiscais, que a empresa

mantenha registros que permitam identificar os bens, determinar a data e o custo

de aquisição, assim como os posteriores acréscimos e baixas parciais a eles

referentes.

A legislação do Imposto de Renda admite que seja diretamente deduzido

como despesa operacional o custo de aquisição de bens do Ativo Permanente de

valor igual ou inferior a R$ 326,62, ou cuja vida útil não ultrapasse um ano.

Entretanto, para efeito de controle patrimonial e de acordo com a

expressividade dos bens, mesmo que estes não figurem no Ativo Imobilizado,

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entendemos ser conveniente a codificação e controle, pois, como comentado

acima, o controle patrimonial exercido mediante o controle físico é extra contábil,

não ficando necessariamente restrito, portanto, aos valores registrados no Ativo

Imobilizado (art.244 RIR/94).

CAPÍTULO II

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

2.1. Conceitos

Conforme a definição da Lei nº 6.404/76, os critérios utilizados para a avaliação

dos elementos do Ativo Imobilizado deverão ser avaliados pelo custo de aquisição

deduzido dos saldos das respectivas contas de depreciação, amortização ou exaustão,

conforme abaixo:

"Os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do

saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão"(art.183, item V).

A NBC-T-4 _ Da Avaliação Patrimonial estabelece, em seus itens 4.2.7.1 a

4.2.7.3, os critérios de avaliação dos componentes do ativo imobilizado:

4.2.7.1 _ Os componentes do ativo imobilizado são avaliados ao custo de aquisição ou

construção, atualizado monetariamente, deduzido das respectivas depreciações,

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amortizações e exaustões acumuladas, calculadas com base na estimativa de sua

utilidade econômica.

4.2.7.2 _ Os bens e direitos recebidos por doação são registrados pelo valor nominal ou

de mercado, o que for mais claramente identificado.

4.2.7.3 _ O fundo de comércio e outros valores intangíveis adquiridos são avaliados pelo

valor transacionado atualizado monetariamente, deduzido das respectivas

amortizações, calculadas com base na estimativa de sua utilidade econômica.

2.2.Custo de Aquisição ou Construção

O custo de aquisição é o valor no qual um ativo imobilizado é registrado na

contabilidade. Esse custo pode ser tanto aquele pago pelo ativo (bens adquiridos de

terceiros) quanto o de sua fabricação ou construção (desenvolvido pela própria

empresa).

O custo de um ativo imobilizado inclui todos os gastos necessários a colocá-lo

em condições de prestar serviços à empresa. O custo de um terreno, por exemplo, é o

preço pago pelo terreno, despesas com escritura, despachante, impostos de transmissão

etc. Caso exista construção que não seja de interesse da empresa, os custos de demolição

também são registrados como custo do terreno. Na hipótese da compra de equipamento,

os custos incluem, além de seu preço, gastos com transporte, prêmio de seguro, gastos

com instalação e gastos necessários para posse do bem.

Em situações não muito freqüentes, pode ocorrer de um grupo de ativos ser

adquirido por um valor global (compra em cesta), sem que seja identificado na transação

o valor individual de cada um dos bens adquiridos. Nesses casos, o custo deve ser

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distribuído entre os ativos com base em seus justos valores, entendendo-se como tal o

valor pelo qual eles poderiam ser adquiridos individualmente.

Segundo o IBRACOM, quando a aquisição de um item do imobilizado (em

condições de uso imediato) for financiado, o seu custo é o preço à vista; a diferença

entre este valor e o total dos pagamentos é reconhecida como despesa financeira,

apropriada nos respectivos períodos de competência.

Quando a empresa constrói suas próprias edificações ou equipamentos,

acumulam nessas contas os gastos com mão-de-obra, materiais e custos indiretos

incorridos na fabricação do ativo até os bens ficarem em condições de uso. Os Princípios

Contábeis Geralmente Aceitos, exigem que a empresa também considere como custo de

construção os juros pagos durante a construção, raciocinando que os custos de

financiamento constituem um custo tão necessário à construção como os materiais e a

mão-de-obra. Esses juros são calculados com base nos juros pagos sobre empréstimos

tomados pela empresa, e representam custos em que a empresa não incorreria se não

estivesse construindo o ativo. A capitalização dos juros pára quando a empresa termina a

construção do ativo.

Os bens recebidos a título de doação, sem ônus para a empresa, como, por

exemplo, terreno doado por uma Prefeitura como incentivo para instalação de indústria

no município, devem ser contabilizados pelo justo valor de mercado, a crédito da conta

específica de Reserva de Capital (Art. 182, § 19, letra d da Lei n.º 6.404/76).

Esse entendimento foi corroborado pelas autoridades fiscais através do Parecer

Normativo CST n.º 113, de 29-1 2-78, sendo que, se tal crédito for contabilizado em

conta de resultado, ao invés de Reserva de Capital, será tributável.

Até o exercício financeiro de 1980, as doações recebidas pela pessoa jurídica não

eram tributadas pelo imposto de renda, independentemente da personalidade jurídica do

doador. A partir de então, com a vigência do Decreto-lei n.º 1.730179 (art. 19, VIII), são

isentas de tributação apenas as doações feitas pelo Poder Público.

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Os bens do ativo imobilizado, incorporados ao patrimônio líquido da empresa

para formação do capital social serão contabilizados pelo seu valor de avaliação,

aprovado em assembléia geral, estabelecido por três peritos, ou por empresa

especializada, nomeados também em assembléia geral dos subscritores (Art. 89 da Lei

n.º 6.404/76.)

No caso de bens intangíveis desenvolvidos pela companhia, o custo de aquisição

deverá ser determinado pela soma de todos os gastos incorridos em seu

desenvolvimento. Um exemplo é o direito de extração de minério, onde no custo de

aquisição devem ser incluídos todos os gastos desde aqueles com a pesquisa de

dimensionamento, viabilidade, técnica (salários de técnicos, estudos geológicos,..), até

os necessários à obtenção do documento legal de direito à extração.

As empresas também adquirem ativos intangíveis e embora esses ativos

intangíveis possam ter uma vida econômica indefinida, seus custos também são alocados

aos períodos que deles se beneficiam. Não existe um termo específico associado à

amortização de intangíveis.

2.3. Reavaliação de Bens

As novas avaliações de bens incorporados ao patrimônio da companhia, se

denominam reavaliações, adotando terminologia consagrada no direito tributário. O ato

de reavaliar implica avaliar de novo bens que estão avaliados segundo os princípios de

contabilidade.

São classificadas como Reservas de Avaliação as contrapartidas de aumento de

bens do Ativo Permanente em virtude de constatação, com base em laudo especializado

emitido por um perito ou empresa especializada, de que possuem valor de mercado

superior ao custo contábil do bem.

A reavaliação tem por objetivo principal apresentar o valor do patrimônio mais

próximo da realidade, principalmente para os processos de fusão, incorporação e cisão.

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A reavaliação é feita mediante aumento em conta de ativo e criação de uma reserva

específica no grupo de patrimônio líquido.

Não é recomendável a reavaliação de bens adquiridos recentemente,

principalmente tendo eles sido adquiridos em condições normais, já que, sob essas

condições, o bem é negociado pelo seu justo valor.

Muitas empresas fazem, também, uso da faculdade de reavaliação espontânea de

ativos apenas quando se encontram com baixo patrimônio líquido. Elevam o valor do

seu imobilizado para aumentar o capital próprio.

O IBRACON, no seu pronunciamento XXIV, apresenta as hipóteses possíveis de

reavaliação:

a) Reavaliação Voluntária de Ativos Próprios

A empresa decide espontaneamente aumentar o valor de seus ativos em virtude

de nova avaliação a preços de mercado. A reavaliação deve restringir-se aos elementos

do imobilizado que estão em atividade e com expectativa de serem repostos. A

reavaliação deve sempre ser positiva, pois o critério de avaliação do imobilizado não é

de "custo ou mercado, dos dois o menor".

b) Reavaliação de Ativos por Controladas e Coligadas

A reavaliação espontânea por uma coligada ou controlada avaliada pelo método

da equivalência patrimonial é diretamente refletida na investidora através de acréscimo

na conta de investimentos, em contrapartida a uma reserva de reavaliação no Patrimônio

Líquido, numa conta específica.

c) Reavaliação na Subscrição de capital em outra empresa com conferência de

bens

A reavaliação de bens na integralização de capital visa determinar o valor que

constituirá o custo original para a investidora, dos bens que se incorporarão ao

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patrimônio, o que, no caso, não representa uma reavaliação espontânea de ativos.

Segundo o IBRACOM, a contrapartida da conta de investimentos, na investidora, deve

ser diretamente uma conta de Reserva de Reavaliação, pois representa um resultado não

realizado.

d) Reavaliação em fusão, Incorporação ou Cisão de Empresa

Essas operações, como regra geral, são realizadas envolvendo a avaliação de

ativos das empresas. Assim, os aumentos dos valores de bens constituirão reserva de

reavaliação na empresa resultante da fusão ou incorporação, ou na empresa cindida ou

nas empresas resultantes da cisão, com base nos ativos correspondentes.

Vale ressaltar que os bens também são reavaliados quanto à sua vida útil, e que

este exige o cumprimento de formalidades, dentre elas a obrigatoriedade de laudo

técnico de especialistas e evidenciação adequada nas demonstrações contábeis, como

dispõe a lei societária.

2.3.1. Por que e quando reavaliar ?

A Lei n º 6.404/76 não cita os casos que justifiquem a reavaliação de bens do

ativo nem os casos em que essa possibilidade poderia sofrer restrições. Não o tendo

feito, a Lei tacitamente aceitou a reavaliação em qualquer situação e para todos os

efeitos legais.

Portanto, o momento de se proceder a uma reavaliação espontânea deverá ser

estabelecido pela empresa a partir da constatação de fatos que indiquem essa

necessidade.

Na prática a reavaliação espontânea de bens do ativo é realizada com os objetivos

de: melhorar a apresentação do balanço da empresa e para o planejamento tributário.

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Quanto a melhorar o balanço a reavaliação espontânea de bens do ativo pode

possibilitar à empresa:

a) Melhorar o seu índice de endividamento (relação entre os seus passivos e a

soma dos seus ativos), o que melhora a sua relação com terceiros, inclusive para

seguros;

b) Abertura de capital (a reserva de reavaliação no patrimônio líquido aumenta o

valor patrimonial da ação);

c) Compensação de prejuízos acumulados (a compensação de prejuízos

acumulados com a reserva de reavaliação propiciaria a empresa apresentar um balanço

``limpo`` com repercussões positivas para obtenção de financiamentos, referido

procedimento, foi alterado pelo art.40 da Lei nº 7.799/89 que dispôs só ser possível à

compensação da reserva de Reavaliação com os prejuízos fiscais, quando da efetiva

realização dos bens que foram objeto de reavaliação);

d) Preço de venda (no caso de negociação da empresa a sua posição patrimonial

já estaria refletindo um valor atual).

2.4. Consertos e Benfeitorias

Durante sua vida útil, a empresa incorrerá em gastos adicionais, para realização

de consertos, manutenção e eventuais benfeitorias. É importante caracterizar as

diferenças entre esses eventos, porque eles têm impacto sobre o lucro do período:

consertos e manutenção são considerados despesa do período, enquanto benfeitorias são

consideradas um ativo - sendo amortizadas, em períodos futuros.

Segundo o IBRACON, os gastos incorridos com reparos, consertos ou reformas

para que o bem continue em condições de prestar serviços podem ser acrescidos ao custo

quando representarem um aumento de eficiência ou produtividade ou da vida útil desse

bem.

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27

2.4.1.Consertos e Manutenção

A empresa realiza consertos em ativos para manter sua capacidade operacional.

Os concertos compreendem os custos de recuperação do potencial de serviço dos ativos,

após quebra ou outros danos. A manutenção envolve custos rotineiros, tais como custo

de limpeza e de pequenos ajustes. Os gastos associados a esses itens não estendem a

vida útil do ativo ou sua capacidade produtiva. Esses gastos, de acordo com os

princípios contábeis, são registrados como despesa do exercício em que foram

incorridos.

A política de manutenção e consertos que a empresa adota afeta a taxa de

depreciação dos ativos. Se a manutenção é cuidadosa, a vida útil dos ativos aumenta,

diminuindo a taxa de depreciação.

2.4.2.Benfeitorias

Gastos com benfeitorias fazem com que o ativo apresente um desempenho

melhor do que antes. Esses gastos podem aumentar a vida útil do ativo, reduzir seu custo

operacional ou aumentar sua taxa de produção. Aumentando o potencial de serviços do

ativo, esses gastos são tratados como um ativo : a empresa adquiriu novos benefícios

futuros.

Quando a empresa realiza realiza o gasto, pode debitar uma nova conta de ativo

ou a conta do ativo existente. As depreciações em períodos posteriores serão maiores.

2.5. Dano Econômico

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A empresa adquire ativos porque trazem consigo benefícios futuros para ela.

Acompanhando as mudanças mundiais, esses benefícios podem aumentar ou diminuir

seu valor. Na contabilidade, não é permitido que ativos, cujos benefícios futuros tenham

caído significativamente, sejam mantidos nos livros da empresa pelo custo de aquisição

menos amortização acumulada. Quando a empresa dispõe de informação de que o valor

de mercado de algum ativo caiu ou que o ativo irá trazer menores benefícios futuros do

que inicialmente tinha sido previsto, ela testa se o fluxo de caixa a ser gerado pelo ativo

caiu abaixo do valor contábil líquido. Se isso acontecer, diz-se que o ativo sofreu um

impairment; a empresa tem então que contabilizar o ativo por seu valor justo - o valor de

mercado do ativo ou, na falta deste, o valor presente dos benefícios futuros.

CAPÍTULO III

DEPRECIAÇÃO

3.1.Conceitos

Podemos conceituar

depreciação em três aspectos :

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• Contábil : Pelo fator contábil podemos dizer que depreciação é a

perda do valor do bem pelo seu uso, desgaste ou obsolescência. O

conceito de depreciação está ligado aos fundamentos da teoria

contábil de avaliação de ativos. Por este motivo, depreciação, é uma

forma de diminuir o valor de bens.

• Financeiro : Sob o aspecto financeiro, podemos definir depreciação

como uma forma de recuperação de valores a títulos de investimentos

no negócio. O custo do investimento equivale à depreciação, que é

considerada na análise do retorno do investimento.

• Custos : É o mais importante. Significa entender a natureza diversa

dos gastos principais que uma empresa faz para gerir suas atividades

operacionais e colocar ou obter produtos para revenda ou venda.

O conceito mais adequado de depreciação expressa-se na seguinte definição

proposta pelo Comitê de Terminologia do Instituto Americano de Contadores Públicos

Certificados:

"A contabilização da depreciação é um sistema contábil que tem por objetivo distribuir o

custo ou outro valor básico do Ativo Imobilizado, através da vida útil provável do bem,

em forma sistemática e racional."

A depreciação de bens do ativo imobilizado corresponde à diminuição do valor

dos elementos ali classificáveis, resultante do desgasto pelo uso, ação da natureza ou

obsolescência normal.

O ativo imobilizado representa benefícios futuros de longo prazo. Seu

consumo se dá ao longo de vários anos e o custo do ativo é então alocado aos

diversos períodos que se beneficiam de sua utilização chamado de amortização. A

depreciação refere-se à amortização de ativos imobilizados.

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Segundo o IBRACON o valor depreciável de um bem imobilizado deve ser

apropriado numa base sistemática durante a sua vida útil econômica. O método de

depreciação usado deve refletir o padrão em que os benefícios econômicos do ativo são

consumidos pela empresa. A parcela de depreciação referente a cada período deve ser

contabilizada como despesa ou custo, a não ser que seja incluída no valor contábil de

outro ativo.

A depreciação tem como objetivo alocar, de forma sistemática, o custo dos ativos

imobilizados aos períodos que se beneficiam de sua utilização.

O IBRACON esclarece que a vida útil econômica de um bem do ativo

imobilizado é definida em termos do benefício econômico que a empresa espera obter da

utilização desse ativo. A política de administração dos ativos de uma empresa pode

incluir a venda dos ativos depois de um determinado período ou depois do consumo de

uma certa proporção dos benefícios econômicos incorporados no ativo.

Conseqüentemente, a vida útil de um ativo pode ser mais curta que a sua vida

econômica. A estimativa da vida útil de um bem do ativo imobilizado é questão de

julgamento baseado na experiência com ativos semelhantes e, portanto, não deve estar

vinculada a limites legais para dedutibilidade da despesa com depreciação.

Em função dos bens do ativo imobilizado terem uma vida útil limitada, os

princípios contábeis exigem que os gastos incorridos em sua aquisição sejam

apropriados a despesas ou custo nos exercícios contábeis relacionados com sua

utilização.

Ao adquirir um ativo depreciável, a

empresa incorre em um custo que

corresponde ao preço dos serviços

futuros que a empresa espera receber

desse ativo. O ativo na realidade

constitui um pagamento antecipado,

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por serviços que a empresa espera

receber no futuro. À medida que a

empresa utiliza o ativo em cada

período contábil, trata uma parcela de

aquisição do ativo como o custo do

serviço recebido, reconhecendo tal

parcela como despesa do período em

que a empresa recebeu os serviços do

ativo ou como parte dos custos dos

produtos fabricados no período.

Existem bens do ativo imobilizado que não estão sujeitos à depreciação, pelo fato

de, ao invés de perderem seu valor, conseguirem se valorizar com o decorrer do tempo.

Um exemplo desse tipo de bens é terrenos.

3.2. A Depreciação Não é Perda de Valor

A depreciação é um processo de alocação de custos, ela não é um processo de

avaliação. Ao longo da vida de um ativo imobilizado- desde sua aquisição até ele ser

retirado de serviço- seu valor declina. A depreciação lançada em cada período não

procura medir essa perda de valor, ela representa simplesmente uma parcela do custo de

aquisição do ativo, que é reconhecida como despesa do período ou como dos produtos

nele fabricados. A depreciação representa, um processo de alocação de custos.

O fato de depreciarmos determinado percentual do bem imobilizado por ano (ou

por mês, se quisermos um resultado mensal) faz com que, ao final da vida útil desse

bem, já o tenhamos totalmente depreciado. Quando um bem fica totalmente depreciado

significa que todo o seu valor foi contabilizado como despesa ao longo de sua vida.

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O valor dos ativos totalmente depreciados não precisa ser divulgado. Se tal

divulgação é feita, ela não deverá insinuar que as depreciações anteriores foram

excessivas se, como freqüentemente é o caso, a utilidade remanescente dos ativos

totalmente depreciados for mínima.

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3.3.Retorno do Capital

A empresa procura obter um retorno do capital e um retorno sobre o capital.

Antes que a empresa obtenha um retorno sobre o capital (medido sobre o lucro contábil),

ela precisa recuperar os custos em que incorre. Pelo processo de depreciação, o custo

dos ativos imobilizados é jogado contra as receitas da empresa. Na contabilização

baseada no custo histórico, o processo em questão permite apenas o retorno do capital. E

essa recuperação do custo se dá ao longo de toda a vida do ativo.

3.4.Causas da depreciação

A depreciação é lançada em função de os ativos imobilizados, com o passar do

tempo, irem perdendo seu potencial de prestação de serviços à empresa. Se esse

potencial não cair, nenhuma depreciação será lançada. A queda do potencial resulta de

causas físicas ou funcionais.

Entre os fatores físicos, encontram-se o desgaste normal pelo uso, o resultado da

ação de agentes químicos, como a ferrugem, e os efeitos do vento ou da chuva. A causa

funcional (não física) mais importante é a absolescência. Invenções, podem gerar novos

processos que reduzem o custo unitário de produção até o ponto em que continuar

produzindo com equipamentos antigos torna-se antieconômico, mesmo que fisicamente

esses equipamentos se encontrem funcionando perfeitamente.

A mensuração da depreciação não exige a identificação das causas da

depreciação. Quase todo ativo perde potencial de serviços; a empresa pode ter que retirar

um ativo de serviço, mesmo que ele não se tenha deteriorado fisicamente. Não obstante,

o entendimento das causas da depreciação ajuda a estimar sua vida útil.

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3.5.Estimativa da Vida Útil

O cálculo da depreciação exige que se estime a vida útil econômica do ativo. Ao

fazer essa estimativa, o contador precisa considerar ambas as causas da depreciação –

físicas ou funcionais.

A maioria dos bens do ativo imobilizado, com exceção de terreno, tem uma vida

útil limitada. A vida útil representa o tempo que o bem será utilizado pela empresa em

circunstâncias normais. Os fatores que limitam a vida útil de um bem são a deterioração

e a obsolescência. A deterioração é o desgaste físico do bem e a obsolescência é o

processo pelo qual bem se torna obsoleto em função do desenvolvimento de novas

tecnologias ou de processos mais aperfeiçoados.

Estimar a vida útil dos ativos constitui a parte mais difícil no cálculo da

depreciação. A absolescência geralmente é resultante de forças externas à empresa e

com isso fica difícil prever com exatidão sua contabilização. Por esse motivo,

periodicamente a vida útil dos ativos são reestimadas.

3.6. Taxas de Depreciação

Os parágrafos 1o e 2o do artigo 198 do Regulamento do Imposto de Renda

estabelecem que deve deduzir a quota de depreciação como custo ou encargo , a partir

de quando, respectivamente :

Parágrafo 1o A depreciação será deduzida pelo contribuinte que suporta o

encargo econômico do desgaste do bem ou obsolescência, de acordo com as

condições de propriedade, posse ou uso de bem.

Parágrafo 2o A quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o

bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir.

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Como as quotas de depreciação representam o desgaste do bem, as quotas

acumuladas de depreciação de um mesmo bem, em nenhuma hipótese podem

ultrapassar o custo de bem (art. 198, § 3º).

De acordo com o artigo

202 do RIR , a taxa de

depreciação é fixada em função

do prazo de utilização

econômica do bem, ficando a

cargo da Secretária da Receita

Federal a publicação periódica

do prazo de vida útil para cada

tipo de bem utilizado em

condições normais.

Eis alguns exemplos de taxas de depreciação :

Computadores e periféricos 20%

Edifícios e benfeitorias 4%

Instalações 10%

Maquinários 10%

Móveis e utensílios 10%

Semoventes 20%

Caminhões 25%

Motociclos 25%

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Tratores 20%

Veículos de passageiros 20%

Veículos de cargas 20%

Ressalva-se que o contribuinte pode utilizar taxas diferentes das acima

citadas, desde que prove a adequação de operação, para tanto serão aplicados os

seguintes coeficientes:

• para um turno de 8 horas 1,0

• para dois turnos de 8 horas 1,5

• para três turnos de 8 horas 2,0

Além da depreciação acelerada em função das horas de operação, pode ser

fixado para determinadas indústrias ou atividades taxas - incentivo de depreciação

acelerada, conforma consta no artigo 203 do RIR 2002 : “ com o fim de incentivar

a implantação, renovação ou modernizações de instalações e equipamentos,

poderão ser adotados coeficientes de depreciação acelerada, a vigorar durante

prazo certo para determinadas indústrias ou atividades...”

A depreciação acelerada incentivada é exercida sem prejuízo da

depreciação normal, não consta nos registros contábeis e é considerada como

exclusão do lucro liquido e controlada através do Livro de Apuração do Lucro

Real _ LALUR, segundo o parágrafo 1º artigo 203: “A quota de depreciação

acelerada constituirá exclusão do lucro liquido e será escriturada no livro de

apuração do lucro real

O somatório da depreciação normal acumulada e da depreciação acelerada

incentivada não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem corrigido

monetariamente.

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A partir do exercício em que o somatório das duas depreciações igualar-se

ao custo de aquisição do bem corrigido monetariamente, a depreciação normal do

período, registrada na escrituração mercantil, será considerada no LALUR como

inclusão ao lucro líquido para determinação do lucro real, conforme determina o

parágrafo§ 3º do artigo 203.

3.7. Métodos de Depreciação

Os métodos de cálculo da depreciação alocam o custo do ativo, menos o

valor residual estimado, aos períodos durante os quais a empresa o utiliza. Eis

alguns exemplos:

3.7.1.Método da linha reta baseada no tempo

Também conhecido como método Linear; geralmente é utilizado na

elaboração das demonstrações financeiras publicadas. Segundo esse método, a

depreciação anual é dada pela divisão do custo de aquisição do ativo, menos o

valor residual estimado, pela vida útil econômica do ativo, expressada em anos.

Depreciação anual = Custo - Valor residual estimado

Vida útil estimada (em anos)

3.7.2.Método da linha reta baseada na produção ou utilização

As empresas não utilizam seus ativos uniformemente ao longo do tempo.

Muitas vezes as fábricas operam com padrão sazonal, um padrão próprio para

fabricação onde em certas épocas do ano algumas máquinas são utilizadas 24

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horas por dia e em outras são utilizadas 8 horas por dia. A aplicação do método da

linha reta baseada no tempo pode resultar, portanto, em um padrão de depreciação

não condizente com o padrão de utilização do ativo.

Quando a taxa de utilização do ativo varia ao longo dos períodos e quando

a empresa pode estimar a utilização total (considerando toda a vida útil do ativo), o

método da linha reta baseada na produção ou utilização, pode ser utilizado.

A depreciação por unidade de produção ou utilização é dada por:

Depreciação por unid. produzida ou utilizada = Custo - Valor residual

estimado

Vida útil estimada (em

anos)

3.7.3.Depreciação acelerada:

Ao adquirir ou baixar um ativo dentro de um período contábil, a

depreciação deve ser calculada apenas para a parte do período durante o qual o

ativo é utilizado.

O poder de geração de lucros de alguns ativos imobilizados cai à medida

que os ativos envelhecem: enquanto jovens, fornecem mais e melhores serviços; à

medida que envelhecem, exigem maiores custos de manutenção. Com o uso,

máquinas, ferramentas de corte perdem a precisão; impressoras exigem paradas

mais freqüentes para manutenção; alugueis de salas em um prédio velho são

inferiores aos obtidos em prédios novos. Casos como esses justificam a aplicação

dos métodos de depreciação acelerada, pelos quais a depreciação é maior nos anos

iniciais da vida útil do ativo do que nos anos finais. A contabilidade não exige que

as empresas utilizem algum método de depreciação acelerada, mesmo quando há

indicações de que a utilização do ativo segue o padrão sugerido pelo método. As

empresas sempre podem utilizar o método linear.

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3.8. Fatores a Serem Considerados na Escolha do Método de

Depreciação.

A depreciação afeta tanto o lucro divulgado nas demonstrações financeiras

publicadas como o lucro tributável, sobre o qual o imposto de renda é calculado. É

provável que a empresa escolha um método de depreciação para fins de

elaborações das demonstrações financeiras, e um outro para fins de cálculo do

imposto de renda .

3.9. Contabilização da Depreciação de Cada Período

Ao registrar a depreciação em cada período, o contador debita uma conta

de despesa ou uma conta de custo do produto. A depreciação de equipamentos e

edificações utilizados na produção incorpora-se ao custo dos produtos em

fabricação (e, consequentemente, ao custo dos produtos acabados). A depreciação

de equipamentos utilizados nas vendas, por sua vez, torna-se uma despesa do

período; o mesmo acontece com a depreciação de equipamentos utilizados nos

departamentos administrativos.

A contrapartida do débito apresentado poderia ser feita diretamente na

conta do ativo correspondente. Na prática, a maioria das empresas credita uma

contrapartida do ativo, a Depreciação Acumulada. Esse procedimento deixa

intacto o custo de aquisição do ativo, permitindo que o analista possa identificar a

parcela do custo do ativo já depreciada - o saldo na conta Depreciação Acumulada

- e o próprio valor bruto do custo de aquisição. Se a empresa creditasse

diretamente a conta de ativo, nas demonstrações financeiras somente apareceria o

valor contábil.

A conta Despesa de Depreciação é encerrada normalmente, como qualquer

outra conta de despesa, no final do período. A conta Estoque de Produtos em

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Fabricação, por outro lado, é uma conta de ativo. Os custos dos produtos

acumulam-se na conta Estoque de Produtos em Fabricação, até que se complete a

fabricação dos produtos e eles sejam transferidos para o Estoque de Produtos

Acabados. A conta Depreciação Acumulada permanece aberta no final do período,

e aparece no balanço , como dedução da correspondente conta de ativo. O saldo

nesta conta Depreciação Acumulada representa o total das depreciações lançadas

desde a aquisição do ativo, até a data do balanço. O valor contábil líquido

corresponde à diferença entre o saldo da conta indicativa do custo de aquisição do

ativo, e o saldo da correspondente Depreciação Acumulada.

3.10.Amortização dos Ativos Intangíveis

Embora os ativos intangíveis possam ter uma vida econômica indefinida,

seus custos também são alocados aos períodos que deles se beneficiam. Não existe

um termo associado à amortização de intangíveis.

3.11.Baixas do Ativo Imobilizado

Os motivos mais freqüentes para a baixa de bens do ativo imobilizado são a

venda ou a cessação de sua utilidade para a companhia. Em ambos os casos, é necessário

que o valor do bem baixado seja retirado contabilmente dos registros da empresa.

As baixas correspondem aos valores residuais dos bens, ou seja, aos custos de

aquisição, deduzidos das depreciações acumuladas, corrigidas monetariamente, isto é,

não correspondem ao valor de venda desses bens.

“Ganhos ou perdas decorrentes da retirada ou baixa de um bem do ativo imobilizado

devem ser apurados pela diferença entre o valor líquido e estimado de venda e o valor

contábil do ativo, e devem ser reconhecidos como receita ou despesa na demonstração

do resultado. O ativo que é retirado do serviço ativo fica à disposição para venda deve

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ser mantido pelo menor entre o valor contábil e o valor realizável.

O valor baixado é o valor por quanta o bem está registrado no ativo, ou seja, o

custo corrigido menos a depreciação acumulada corrigida (valor contábil do bem). O

valor baixado é contabilizado normalmente uma conta de despesa, e, no caso de uma

venda, o valor da alienação é registrado em uma conta de receita e ambos os valores são

computados no resultado não operacional.

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CONCLUSÃO

Para consecução das atividades fins, o que envolve por conseqüência as sua

atividades operacionais, as empresas precisam, além da ferramenta humana,

estarem equipadas com máquinas, equipamentos, veículos e demais itens que

constituem o ativo imobilizado das organizações.

O ativo imobilizado de uma empresa tem que ser tratado cuidadosamente,

pela mesma, por representar parte significante de seu patrimônio.

Foi mostrado no decorrer desse trabalho como calcular o custo do ativo

imobilizado; como estimar seu prazo de vida útil, que é muito importante para

definir até quando esses ativos irão trazer benefícios para a empresa, assim como a

quantidade desses benefícios, assim como foi enfatizado a depreciação como um

processo de alocação de custos, e não de avaliação.

Quando a empresa retira um ativo de serviço antes do final de sua vida útil

econômica estimada, por uma quantia diferente do respectivo valor contábil

líquido, surge um ganho ou perda que aparece nas demonstrações de resultado.

Para algumas empresas, os ativos intangíveis são os mais valiosos.

Contudo, em sua maioria os desenvolvidos pelas empresas são considerados como

despesa do período em que são incorridos. A contabilização de sua aqisição é da

mesma forma que dos ativos tangíveis.

Podemos concluir que o controle patrimonial do imobilizado, é

fundamental para a manutenção das atividades operacionais.

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Que a depreciação lançada ao longo da vida do ativo é igual ao custo de

aquisição do ativo menos seu valor residual. A vida útil do ativo é estimada com

base na experiência passada da empresa.

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