atividade complementar - respostas

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Atividade Complementar Filme: Adeus, Lênin! Colégio Apoio Vilas

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Respostas do trabalho elaborado pelo Prof. Pirajá sobre o filme Adeus, Lênin.Valor: 1,0.

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Page 1: Atividade Complementar - respostas

Atividade Complementar

Filme: Adeus, Lênin!

Colégio Apoio VilasAluno: Caio de Araújo PedreiraSérie: 3º G

Page 2: Atividade Complementar - respostas

Professor: PirajáDisciplina: História

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Atividade Complementar

Respostas:

1. Lênin nos deu "adeus" em 1924? Sabemos que não. Na verdade, Lênin só veio a falecer historicamente há dez anos, quando do fim da URSS. Sua estátua foi derrubada. Ainda está na nossa memória os bolos em formato de Lênin, gigantescos, prontos para serem devorados pelas populações que estiveram sob o regime da "Cortina de Ferro", quando o pior já havia então passado. Os que viveram sob o Lêninismo, ou o que restou dele com Stalin e outros que o seguiram, não viam a hora de dizer "Adeus Lênin". Mas o problema todo não está no "adeus de Lênin" e sim no que Lênin disse para darmos "adeus". Porque tal mensagem, ainda hoje, está viva. Lênin desenvolveu a idéia do "partido revolucionário profissional". Neste partido, ninguém podia sequer pensar em uma sociedade onde existisse gente dizendo queremos "sexo, drogas e rock and roll". Por isso mesmo, é estranho notar, hoje, que Maio de 68 pode ser visto como uma época que trouxe logo após o aparecimento dos mais radicais partidos revolucionários - os que receberam na Europa e nos Estados Unidos o nome de "terroristas". Eram o que hoje podemos chamar de "os velhos terroristas", uma vez que Bin Laden e Bush rebatizaram o termo, com seus feitos recentes. As Brigadas Vermelhas na Itália, de maior porte, e o Exército Simbionês de Libertação nos Estados Unidos, em menor escala, foram os exemplos daqueles que, saídos da geração que parecia negar a participação política nos moldes Lêninistas, voltaram a utilizá-la de uma forma muito mais radical do que a dos bolcheviques. Tudo isso, hoje, parece estar mais distante de nós do que feitos como a Independência Americana ou a nossa Proclamação da República. Lênin, então, nem se fale. Nada mais há de curiosidade sobre ele. Seus livros estão completamente esquecidos. Sua doutrina, ainda que permaneça na cabeça de alguém, nada mais significa no contexto político atual. Mas o que fica é que, na política, ainda temos um dito Lêninista ecoando: não queremos "sexo, drogas e rock and roll". Verdade? Em parte! A geração que hoje se autodenomina "juventude" parece estar começando a negar isso, e, então, colocando fim ao Lêninismo de uma vez. É que a "juventude" tem cada vez mais deixado os partidos de lado, e colocado sua referência não em sexo e drogas, mas certamente em rock-and-roll. O "jovem" dos anos 60 e 70 tinha a música como coadjuvante da política. O "jovem" do final dos anos 90 e início do século XXI tem a referência de grupo em alguma banda - ou ele tem a própria ou participa de uma ou está em um fã clube de outra. Consome tudo de tal banda; mesmo não sendo rico, faz de tudo para comprar algo da banda. Muitos acham que isso é a despolitização da "juventude". Mas não é. É apenas o fim do Lêninismo, ou seja, o "fim da política moderna". Partidos, sejam eles o que forem, lembram aos "jovens" menos coisas do que as bandas. E a reivindicação social e política se insere diretamente na música, sendo conduzida por ela, e subsumida nela. Assim, se no passado a "juventude" usava da música para a política, é porque os partidos políticos, e no limite o partido de tipo Lêninista, ainda eram válidos. Hoje, os jovens não usam da música. Eles musicam tudo. Tudo é rock-and-roll ou seus derivados. Daí que um Bono, do U-2, possa fazer política sem ter de criar "canções de protesto". Esse mundo é um mundo definitivamente sem Lênin. É um mundo onde não é necessário dizer adeus a "sexo, drogas e rock-and-roll", até porque ninguém sabe mais o que significa tal frase. É um mundo onde há um corte com o passado em certos aspectos, e que mantém na música o elo com as aspirações de liberdade - de Nova York ao Rio, de Paris a Praga.

2. Mais de dez anos depois da queda do Muro de Berlim, a Alemanha Oriental volta a ser lembrada em Adeus, Lênin!

Conta a história do amor de um jovem por sua mãe no momento em que o Muro de Berlim é derrubado e a velha Alemanha comunista é varrida por uma onda de produtos e atitudes importadas do até então renegado mundo capitalista.

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O protagonista Alex quer proteger a mãe doente - e comunista ferrenha- do trauma de assistir à queda do sistema que ela defendia. Depois que ela acorda de um coma, ele recria um pedaço da antiga Alemanha Oriental dentro do apartamento em que eles vivem em Berlim, para que ela possa acreditar que seu estilo de vida continua intacto.

3. Em 9 de novembro de 1989, há 10 anos, o governo da então Alemanha Oriental, comunista, decidia abrir suas fronteiras e destruir o Muro de Berlim, precipitando o colapso dos regimes do leste europeu. Para muitos, esse fato encerrou definitivamente a 2ª Guerra Mundial, já que esse Muro era parte da herança desse conflito, e da Guerra Fria entre as superpotências militares de então: Estados Unidos e a ex-URSS. Precipitadamente, o historiador norte-americano Francis Fukoyama viu nisso o "fim da história", com o domínio absoluto do mercado e do ideário neoliberal. Já o sociólogo alemão Robert Kurz via nesse fato não esse fim, mas o início do colapso do que ele chamou "sistema mundial de mercadorias", que teria tido no Leste Europeu a sua versão estatizante, mas que seria parte integrante do sistema maior, o capitalismo. Esse começou a entrar em colapso nessa região, como também entrara em outras regiões periféricas. De um lado, portanto, esse fato foi interpretado como o "fim das ideologias", já que restava apenas uma após a queda desse Muro. De outro, a interpretação de que o que ruiu não foi apenas um muro famigerado e o sistema comunista, mas uma fração do próprio sistema mundial e que esse processo acabará arrastando no curso do tempo todo o sistema.

Com o fim desse Muro e o colapso do sistema comunista do Leste Europeu, estatizado e de planejamento centralizado, começou a soprar mais forte o vento da globalização, sem barreiras, e esse, no âmbito dos fluxos financeiros mais livres do que nunca, ameaça converter-se em um furacão, situado num horizonte próximo, sendo que algumas de suas rajadas desestabilizantes já se fizeram sentir em vários quadrantes deste Globo, ao longo dos últimos anos. É como se sempre houvesse "uma bola da vez". Em vez do céu azul do "fim das ideologias", pairam nele grossas nuvens de incertezas, prenunciadoras de tempestades. O final de século revela um panorama de mudanças e muitas incertezas, ainda que a queda do referido Muro tenha sugerido um mar de águas tranqüilas. Nesse sentido, o historiador inglês Eric Hobsbawn afirma que "um dos riscos atuais é que o capitalismo tenha perdido seu sentimento de medo. Aceitam-se níveis de desigualdade antes não tolerados".

O sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein, criador, por exemplo, dos conceitos de Centro e Periferia, na sua tentativa de analisar o capitalismo como um todo, como um "sistema-mundo", vê um futuro pouco promissor para o mesmo. Em sua opinião, o capitalismo durará mais 50 anos e esses serão anos difíceis, traumáticos, violentos, em que os conflitos, coincidindo com a análise de Kurz, terão lugar também no coração do sistema, ou seja, nos países dominantes como Estados Unidos, Alemanha, Japão para citar os principais.

O filme "Adeus, Lênin" ilustra este momento histórico. Oficialmente a Alemanha Ocidental foi a campeã da Copa do Mundo de 1990, mas nos dois lados se comemorou como se fosse o título de uma só Alemanha.

Os outros povos da Europa do Leste liberados do antigo regime conservaram sua nação. Isso não ocorreu com os alemães orientais: a RDA desapareceu, e os reunificadores tentaram apagar qualquer traço dela. “Nosso país não existia mais, nós não existíamos mais”, lamenta Maxim Leo. E seu avô aponta a insolente injustiça dos vencedores: “Um terço dos ossis tiveram de deixar sua casa, “restituída” a um alemão ocidental, mas nenhum se beneficiou dessa lei – os judeus espoliados pelos nazistas também não”. Com que alimentar a ostalgia. A estudante Anja Weinhold sofreu com a eliminação da DT64, uma emissora de rádio muito popular: “No vilarejo onde moro, essa era minha única ligação com o mundo exterior”. Naquele dia, ela sentiu-se como uma “estrangeira em sua própria terra”. Mesmo o chocolate favorito dos ossis, o Raider, mudou de nome: foi rebatizado de Twix! Conclusão de Vincent von Wroblewski, filósofo e tradutor de Jean-Paul Sartre: “Ao negar nosso passado, nos tomaram nossa dignidade”.

4. Houve uma enxurrada de produtos de ordem capitalista, industrial e estrangeira, e a cada dia, havia mais e mais produtos que antes não haviam de modo algum. “Os tempos eram outros”. A globalização já estava se inserindo no contexto da época. Bastava olhar para a rua, para os jornais

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da televisão, ou até mesmo para a variedade de produtos disponíveis nos mercadinhos, já presenciávamos a existência de uma nova sociedade que estava por vir: a sociedade do consumo. E com ela, veio também o consumismo desenfreado.

Não podemos deixar de ressaltar os benefícios dos impactos da globalização, como por exemplo, defendem alguns teóricos, como Fukuyama: “A Globalização nas telecomunicações não tem apenas o efeito de disseminar hábitos de consumo, comportamentos e valores predominantes nas sociedades industrializadas de democracia liberal, mas também torna acessível a informação sobre o que acontece no mundo, quebrando o bloqueio da censura em países que vivem sob regimes autoritários”.

Certamente a globalização aproxima os povos, mas não no sentido de homogeneização cultural. Ainda temos muito que aprender sobre determinados povos. Às vezes, o consumismo nos dá essa falsa idéia de conhecimento, que nem sempre é válido na realidade. Às vezes, desconhecemos culturas locais dentro do nosso próprio país. Como podemos dizer que a globalização leva a uma mundialização cultural?

5. A unificação trouxe novas possibilidades para os orientais, principalmente a reincorporação de um grande país, entretanto trouxe também a pobreza, desemprego e o neonazismo. Muito alemães tiveram que se adaptar às leis da competição ou se acostumar a elas. Para a Alemanha Ocidental, o preço da reunificação também foi alto, já que teve de adaptar o obsoleto parque industrial oriental.

Em lugares como Eisenhüttenstadt, o desemprego atinge uma de cada quatro pessoas em idade de trabalhar, os aluguéis não são mais subsidiados pelo Estado e as visitas ao médico custam dinheiro.

O processo de reintegração das duas Alemanhas teve um alto custo econômico, que gerou inflação e recessão. O governo enfrentou graves problemas, como o aumento da dívida pública, o alto índice de desemprego e a atuação de grupos neonazistas e de extrema direita, cujos ataques visavam, sobretudo, o grande contingente de imigrantes do país.

As medidas de ajuste da economia, sobretudo cortes de benefícios do generoso sistema previdenciário, e o aumento do desemprego geraram muitos protestos no país.

O desemprego continuou a ser um desafio para o governo.

6. Ainda hoje existem diferenças e um pouco de rivalidade entre ocidentais e orientais, o que antigamente era mais comum entre sulistas e nortistas. Entretanto, não há como negar a força de recuperação dos alemães. Atualmente, a Alemanha já é a terceira maior potência mundial e a líder da Comunidade Européia.

A três de outubro de 1990, a Alemanha Oriental passou a fazer parte da Alemanha Ocidental, e assim a Alemanha tornou-se novamente uma nação unida. Atualmente, a Alemanha carrega o título de nação mais poderosa da Europa, graças à sua grande economia e desenvolvimento tecnológico.

7. Os Alemães, trabalhadores incansáveis, em breve fizeram renascer as suas velhas técnicas e adotaram novas. As indústrias pertencentes ao Estado produziam maquinaria, ferramentas e instrumentos, artigos ópticos, elétricos e eletrônicos. As fábricas e os laboratórios de pesquisa para estes artigos estão instavam instalados em cidades com excelente apetrechamento desportivo e cultural, como Berlin, Leipzig, Dresden, Jena, Dessau, Eisenach e Erfurt. Perto da sua dissolução, a indústria alastrou-se aos centros da zona rural do Norte, como Schwerin. A língua comum tornou acessíveis à RDA os trabalhos tecnológicos e científicos publicados na RFA. As manufaturas, a agricultura, os transportes e outras indústrias beneficiaram dos progressos da Alemanha Ocidental, através de uma espantosa espionagem industrial. Na década de 1970, os líderes Willy Brandt e Erich Honecker estabeleceram contatos mais estreitos entre as duas Alemanhas, em resultado dos quais os mercados da RFA e da CEE foram abertos à RDA. Em 1984, os Alemães do Leste já tinham ganhado uma vantagem tecnológica sobre os outros países do Conselho para a Assistência Econômica Mútua (COMECON). A RDA sublinhava sempre a sua natureza comunista. Toda a produção, comércio, serviços, ação social, desportos e a maioria da habitação urbana estavam nas

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mãos do Estado. As cidades constatavam notoriamente com as da Alemanha Ocidental pela sua arquitetura mais simples e repetitiva, os seus mais amplos espaços abertos, os seus importantes centros culturais. Os Alemães de Leste, segundo dados de 1988, usufruíam de um Rendimento anual per capita de 6000 US$. A Alemanha Oriental estava em pleno crescimento e desenvolvimento. Em 1987, a taxa de crescimento do PIB encontrava-se nos 4%, enquanto que a da RFA encontrava-se, em 1988, nos 1,8%.

8. Não. Tudo depende dos olhos de quem vê. A verdade vai da interpretação de cada um. Verdade absoluta é aquela que por si só se defende. Acho que a única verdade absoluta é a morte, porque não pode ser contestada logicamente. O resto são teorias e crenças.

A exemplo da mãe doente do filme, que para ela, tudo estava como antes, havia apenas uma verdade na cabeça dela, porém, com o tempo, mais cedo ou mais tarde, a trama é revelada quando ela vê que os jornais da tevê são outros, a publicação de fachadas nas ruas, enfim.

O que era verdade era o fato de que não havia mais volta depois da enxurrada de produtos nas prateleiras dos mercados, que a globalização é um caminho sem volta, juntamente com o consumismo.

9. Mais odiada que amada pelos alemães enquanto existiu, a Alemanha Oriental significou ditadura e privações econômicas para os cidadãos do Leste e simbolizou a "ameaça comunista" para a maior parte dos alemães ocidentais. O país em si nunca existiu. O que existiu sim foi um Estado. Dois Estados alemães dentro de uma nação alemã. E nada é eterno. Pelo menos, foi eterno enquanto durou.

10. Capitalismo e socialismo são dois tipos de sistemas bastante diferentes entre si. Podemos dizer que o capitalismo caracteriza-se por apresentar uma economia de mercado e uma sociedade de classes. O socialismo, por sua vez, basicamente constitui-se por uma economia planificada e uma sociedade teoricamente sem classes.

A sociedade capitalista é dividida basicamente em duas classes sociais: a burguesia, composta pelos capitalistas, donos dos meios de produção (fábricas, bancos, fazendas, etc.), e o proletariado(urbano e rural), que vive de salários, trabalhando para os donos do capital. No entanto, existem indivíduos que não se enquadram em nenhuma destas classes, como por exemplo, os profissionais liberais (advogados com escritório próprio, médicos c/consultório particular, etc.).

Na economia planificada, o elemento principal do funcionamento do sistema econômico (produção, consumo, investimentos, etc.) é o plano e não o mercado. Nesse sistema os meios de produção são públicos ou estatais, quase não existindo empresas privadas.

Teoricamente, não deveria haver estratificação social nesse sistema, mas o que se verificou na prática foi o surgimento de uma elite burocrática que dirigia o sistema produtivo, constituindo-se em nova classe dominante.