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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: O texto a seguir foi extraído do liro de !e!"rias do es#ritor e $or%ali %as#eu e! ()2*& +arlos ,eitor +o%-. U! liro de !e!"rias / 0relato 'ue algu/! fa1& fre'ue%te!e%te& %a for!a liter3ria& a 4artir de a#o%te#i!e%tos 5ist"ri#os dos 'uais 4arti#i4ou ou foi t est6o fu%da!e%tados e! sua ida 4arti#ular7. 86o dee ser #o%fu%dido #o! auto O suor e a lágrima 9a1ia #alor %o Rio& 'uare%ta graus e 'ual'uer #oisa& 'uase 'uare%ta e u! segui%te& os $or%ais diria! 'ue fora o dia !ais 'ue%te deste er6o 'ue i%augur !il %io. 2 +5eguei ao Sa%tos ;u!o%t& o oo estaa atrasado& de#idi e%graxar os sa4 !e%os a'ui %o Rio s6o raros < esses e%graxates& s" existe! %os aero4ortos e e! 4ou#os lugares aulsos. Se%tei=!e > %a'uela es4/#ie de #adeira #a%?%i#a& de #oro de a adia 4o re& 'ue ta! /! 4ode 4are#er o tro%o de u! rei desolado de u! rei%o desola%te. O e%graxate era gordo e estaa #o! #alor @ o 'ue !e 4are#eu " io. Elogi !eu sa4ato& #ro!o italia%o& fa ri#a%te ilustre& os Rossetti. * Uso=o 4ou#o& e! 4arte 4ara 4ou43=lo& e! 4arte 4or'ue 'ua%do 4osso estou se!4re de t %is. Ofere#eu=!e o $or%al 'ue eu $3 5aia lido e #o!eBou seu ofí#io. Meio #ar e%#5ar#ou=l5e a testa e a #ala. C Pegou a'uele 4a%i%5o 'ue d3 ril5o fi%al %os sa4atos e # ele e%xugou o 4r"4rio suor& 'ue era a u%da%te. +o! o !es!o 4a%o& exe#utou #o! !aestria a'ueles !oi!e%tos r34idos e! to i'ueira& !as a todo o i%sta%te o usaa 4ara e%xugar=se @ #aso #o%tr3rio& o su !eu #ro!o italia%o. E foi assi! 'ue a testa e a #ala do ale%te fil5o do 4oo fi#ara! !a%#5 e o !eu sa4ato ad'uiriu u! ril5o de es4el5o& D #usta do suor al5eio. 8u%#a ti ril5a%tes& t6o dig%a!e%te suados. 8a 5ora de 4agar& alega%do %6o ter %ota !e%or& deixei=l5e u! tro#o ge%er ol5ou es4a%tado& retri uiu a gor$eta !e dese$a%do e! do ro tudo o 'ue eu iess resto dos !eus dias. Saí da'uela #adeira #o! u! aita se%ti!e%to de #ul4a. Que dia o& !eus sa4 estaa! t6o su$os assi!& 4or >C !íseros tost es fi1era u! fil5o do 4oo suar 4 46o. ( Ol5ei !eus sa4atos e tie ergo%5a da'uele ril5o 5u!a%o salgado #o!o l3gr +O8F& +arlos ,eitor. I%: Eu aos pedaços : !e!"rias. S6o Paulo: Ge-a& 2H(H. 4. ((>=((C. ( . Ue#e 2H(>J Es#rea V ouF& #o%for!e se$a erdadeiro ou falso o 'ue se afir!a so re refere%#iaB6o e relaB es si%t3ti#o=se!K%ti#as. J O tre#5o 08o dia segui%te& os $or%ais diria! 'ue fora o dia !ais 'ue%te d i%augura o s/#ulo e o !il %io7 #o%stitui& %a %arratia& u!a digress6o #u$ dis#ursia / #o!4roar o 'ue se afir!a e! 09a1ia #alor %o Rio& 'uare%ta gr 'ual'uer #oisa& 'uase 'uare%ta e u!.7 J A ex4ress6o 0esses e%graxates7 ref. <J $ustifi#a=se& %o texto& 4ela rel er o 0e%graxar7: o ato de e%graxar 4ressu4 e u! age%te& %o #aso& u! 4rofi u! e%graxate @ 0esses e%graxates7. J 8as ex4ress es 0 %J aquelaes4/#ie de #adeira #a%?%i#a L... 7 ref. >J e 0Pegou aquele 4a%i%5o 'ue d3 ril5o L... 7 ref. CJ& ao usar o 4ro%o!e aquele(a) & o e%u%#iador %6o a4o%ta 4ara %e%5u! ele!e%to da su4erfí#ie textual& !as a4osta %o #o%5e#i!e !u%do do e%u%#iat3rioN e! algo 'ue a#redita estar %a !e!"ria dele. J 8as 4alaras do #ro%ista& 0Uso=o 4ou#o& e! 4arte 4ara 4ou43=lo& e! 4arte 4osso estou se!4re de t %is.7 ref. *J& o 4ro%o!e o(lo) su stitui a ex4ress6o o meu sapato & ref. J& fu%#io%a%do #o!o ele!e%to de #oes6o e%tre o e%u%#iado e! e%u%#iado a%terior. Est3 #orreta& de #i!a 4ara aixo& a segui%te se'u %#ia: aJ . J 9 9 9.

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Atividade de Interpretação

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TEXTO PARA AS PRXIMAS 2 QUESTES: O texto a seguir foi extrado do livro de memrias do escritor e jornalista carioca, que nasceu em 1926, Carlos Heitor Cony.Um livro de memrias relato que algum faz, frequentemente, na forma de obra literria, a partir de acontecimentos histricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que esto fundamentados em sua vida particular. No deve ser confundido com autobiografia.

O suor e a lgrima

Fazia calor no Rio, quarenta graus e qualquer coisa, quase quarenta e um. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o dia mais quente deste vero que inaugura o sculo e o milnio. 2Cheguei ao Santos Dumont, o voo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio so raros 3esses engraxates, s existem nos aeroportos e em poucos lugares avulsos.Sentei-me 4naquela espcie de cadeira cannica, de coro de abadia pobre, que tambm pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante.O engraxate era gordo e estava com calor o que me pareceu bvio. Elogiou 7meu sapato, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rossetti. 6Uso-o pouco, em parte para poup-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tnis. Ofereceu-me o jornal que eu j havia lido e comeou seu ofcio. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. 5Pegou aquele paninho que d brilho final nos sapatos e com ele enxugou o prprio suor, que era abundante.Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rpidos em torno da biqueira, mas a todo o instante o usava para enxugar-se caso contrrio, o suor inundaria o meu cromo italiano.E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho, custa do suor alheio. Nunca tive sapatos to brilhantes, to dignamente suados.Na hora de pagar, alegando no ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar no resto dos meus dias.Sa daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos no estavam to sujos assim, por 45 mseros tostes fizera um filho do povo suar para ganhar seu po. 1Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano salgado como lgrimas.

CONY, Carlos Heitor. In: Eu aos pedaos: memrias. So Paulo: Leya, 2010. p. 114-115.

1. (Uece 2014) Escreva V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma sobre referenciao e relaes sinttico-semnticas.

( ) O trecho No dia seguinte, os jornais diriam que fora o dia mais quente deste vero que inaugura o sculo e o milnio constitui, na narrativa, uma digresso cuja funo discursiva comprovar o que se afirma em Fazia calor no Rio, quarenta graus e qualquer coisa, quase quarenta e um.( ) A expresso esses engraxates (ref. 3) justifica-se, no texto, pela relao indireta com o verbo engraxar: o ato de engraxar pressupe um agente, no caso, um profissional um engraxate esses engraxates.( ) Nas expresses (n)aquela espcie de cadeira cannica [...] (ref. 4) e Pegou aquele paninho que d brilho [...] (ref. 5), ao usar o pronome aquele(a), o enunciador no aponta para nenhum elemento da superfcie textual, mas aposta no conhecimento de mundo do enunciatrio; em algo que acredita estar na memria dele.( ) Nas palavras do cronista, Uso-o pouco, em parte para poup-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tnis. (ref. 6), o pronome o(lo) substitui a expresso o meu sapato, (ref. 7), funcionando como elemento de coeso entre o enunciado em pauta e o enunciado anterior.

Est correta, de cima para baixo, a seguinte sequncia: a) V V V V. b) F V F F. c) F F V F. d) V F F V. 2. (Uece 2014) Atente caracterizao do engraxate.

Segundo o cronista, ele era gordo e calvo. Essa caracterizao

I. est, de algum modo, relacionada com as ideias principais do texto.II. tem uma funo textual.III. atende a uma necessidade de coerncia interna do texto.

Esto corretas as complementaes contidas em a) I, II e III. b) I e II apenas. c) II e III apenas. d) I e III apenas. TEXTO PARA AS PRXIMAS 2 QUESTES: Crianas brincando

Uma psicloga da PM-SP defende que crianas de oito anos podem manusear armas de fogo, desde que acompanhadas pelos pais. normal, diz ela, que o filho de um policial tenha curiosidade sobre o instrumento de trabalho de seu pai, assim como o filho do mdico tem sobre o estetoscpio. A recente tragdia em So Paulo, envolvendo o menino Marcelo Pesseghini, 13, suspeito de matar seus pais (ambos, policiais militares), a av e a tia-av, e que se matou em seguida, tudo a tiros, no abalou sua convico. Vejamos. normal que o filho de oito anos de um piloto de aviao tenha curiosidade sobre o instrumento de trabalho do pai - o avio. Isso autoriza o piloto a pr o filho na cadeira do copiloto e acompanh-lo enquanto ele pousa o aparelho levando 300 passageiros? O filho de um madeireiro, apenas por ser quem , estar autorizado a brincar com uma motosserra? E o filho de um proctologista estar apto a manipular o instrumento de trabalho de seu pai? (...) A professora Maria de Lourdes Trassi, da Faculdade de Psicologia da PUC-SP, rebate o argumento da psicloga da PM, dizendo: O cirurgio pode at dar o estetoscpio ou a luva [para o filho brincar]. Mas no vai lhe apresentar o bisturi.Tambm acho. E h muitas coisas com que o filho de um PM pode brincar - gs de mostarda, bombas de gs lacrimogneo, balas de borracha -, sem ter de apelar para armas de fogo.

(Ruy Castro, Folha de S. Paulo, 19.08.2013)

3. (Espm 2014) Dos objetos citados no texto, assinale aquele que possui grau diferente de importncia se comparado aos demais: a) armas de fogo b) estetoscpio c) motosserra d) bisturi e) instrumento do proctologista 4. (Espm 2014) No 2 pargrafo, as perguntas feitas pelo autor so: a) declarativas, que comparam a periculosidade das mais variadas atividades profissionais. b) retricas, que contradizem a declarao da professora da PUC. c) retricas, que questionam o posicionamento da psicloga da PM. d) ideolgicas, que polemizam a postura tanto da psicloga quanto da professora. e) exclamativas, que expressam os sentimentos de ironia sobre o tema em questo. TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Liberdade, onde ests? Quem te demora?Quem faz que o teu influxo em ns no caia?Porque (triste de mim!), porque no raiaJ na esfera de Lsia* a tua aurora?

Da santa redeno vinda a horaA esta parte do mundo, que desmaia.Oh!, venha... Oh!, venha, e trmulo descaiaDespotismo feroz, que nos devora!

Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo,Oculta o ptrio amor, torce a vontade,E em fingir, por temor, empenha estudo.

Movam nossos grilhes tua piedade;Nosso nmen tu s, e glria, e tudo,Me do gnio e prazer, Liberdade!(Bocage)

Lsia = Portugal

MOISS, Massaud. A Literatura Portuguesa Atravs dos Textos. So Paulo: Cultrix, 2006, p.239.

5. (Uepa 2014) O poema de Bocage organiza uma situao comunicativa interna em que se verificam os seguintes elementos fundamentais da comunicao: emissor, receptor (contido no prprio texto) e mensagem. No poema estes elementos so: a) eu lrico, liberdade e crtica ao despotismo. b) poema, liberdade e crtica ao despotismo. c) eu lrico, povo portugus e crtica ao despotismo. d) eu lrico, liberdade e lngua portuguesa. e) eu lrico, leitor e crtica ao despotismo. TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

6. (Uea 2014) No primeiro e terceiro quadrinhos, as expresses licencinha, t passando e lascou exemplificam o emprego de a) uma modalidade agramatical. b) uma variante considerada padro. c) uma linguagem vulgar e ofensiva. d) um discurso neutro e formal. e) um registro coloquial e informal. 7. (Enem 2013) Lusofonia

rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moa; menina; (Brasil), meretriz.Escrevo um poema sobre a rapariga que est sentadano caf, em frente da chvena de caf, enquantoalisa os cabelos com a mo. Mas no posso escrever estepoema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavrarapariga no quer dizer o que ela diz em portugal. Ento,terei de escrever a mulher nova do caf, a jovem do caf,a menina do caf, para que a reputao da pobre raparigaque alisa os cabelos com a mo, num caf de lisboa, nofique estragada para sempre quando este poema atravessar oatlntico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudosem pensar em frica, porque a l tereide escrever sobre a moa do caf, paraevitar o tom demasiado continental da rapariga, que uma palavra que j me est a pr com doresde cabea at porque, no fundo, a nica coisa que eu queriaera escrever um poema sobre a rapariga docaf. A soluo, ento, mudar de caf, e limitar-me aescrever um poema sobre aquele caf onde nenhuma rapariga sepode sentar mesa porque s servem caf ao balco.

JDICE, N. Matria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funes metalingustica e potica. Seu carter metalingustico justifica-se pela a) discusso da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporneo. b) defesa do movimento artstico da ps-modernidade, tpico do sculo XX. c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros. d) tematizao do fazer artstico, pela discusso do ato de construo da prpria obra. e) valorizao do efeito de estranhamento causado no pblico, o que faz a obra ser reconhecida. 8. (Enem 2013) A diva

Vamos ao teatro, Maria Jos?Quem me dera,desmanchei em rosca quinze kilos de farinha,tou podre. Outro dia a gente vamos.Falou meio triste, culpada,e um pouco alegre por recusar com orgulho.TEATRO! Disse no espelho.TEATRO! Mais alto, desgrenhada.TEATRO! E os cacos voaramsem nenhum aplauso.Perfeita.

PRADO, A. Orculos de maio. So Paulo: Siciliano, 1999.

Os diferentes gneros textuais desempenham funes sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em suas caractersticas especficas, bem como na situao comunicativa em que ele produzido. Assim, o texto A diva a) narra um fato real vivido por Maria Jos. b) surpreende o leitor pelo seu efeito potico. c) relata uma experincia teatral profissional. d) descreve uma ao tpica de uma mulher sonhadora. e) defende um ponto de vista relativo ao exerccio teatral. 9. (Enem 2013)

Os objetivos que motivam os seres humanos a estabelecer comunicao determinam, em uma situao de interlocuo, o predomnio de uma ou de outra funo de linguagem. Nesse texto, predomina a funo que se caracteriza por a) tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se tomarem certas medidas para a elaborao de um livro. b) enfatizar a percepo subjetiva do autor, que projeta para sua obra seus sonhos e histrias. c) apontar para o estabelecimento de interlocuo de modo superficial e automtico, entre o leitor e o livro. d) fazer um exerccio de reflexo a respeito dos princpios que estruturam a forma e o contedo de um livro. e) retratar as etapas do processo de produo de um livro, as quais antecedem o contato entre leitor e obra. 10. (Enem PPL 2013) Pesquisa da Faculdade de Educao da USP mostrou que quase metade dos alunos que ingressam nos cursos de licenciatura em Fsica e Matemtica da universidade no esto dispostos a tornar-se professores. O detalhe inquietante que licenciaturas foram criadas exatamente para formar docentes. A dificuldade que, se os estudantes no querem virar professores, fica difcil conseguir bons profissionais.Resolver essa encrenca o desafio. Salrios so por certo uma parte importante do problema, mas outros elementos, como estabilidade na carreira e prestgio social, tambm influem.

SCHWARTSMAN, H. Folha de S. Paulo, 13 out. 2012.

Identificar o gnero do texto um passo importante na caminhada interpretativa do leitor. Para isso, preciso observar elementos ligados sua produo e recepo.Reconhece-se que esse texto pertence ao gnero artigo de opinio devido ao() a) suporte do texto: um jornal de grande circulao. b) lugar atribudo ao leitor: interessados no magistrio. c) tema tratado: o problema da escassez de professores. d) funo do gnero: refletir sobre a falta de professores. e) linguagem empregada pelo autor: formal e denotativa.