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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CÉLIA SOARES MARTINS DANIELE DA CONCEIÇÃO MOURA MARTA MATHIAS FERREIRA ROSÂNGELA MOREIRA BARBOSA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CLIENTE PORTADORA DO CÂNCER DE MAMA Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CÉLIA SOARES MARTINS

DANIELE DA CONCEIÇÃO MOURA

MARTA MATHIAS FERREIRA

ROSÂNGELA MOREIRA BARBOSA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CLIENTE PORTADORA DO CÂNCER DE MAMA

Rio de Janeiro

2010

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CÉLIA SOARES MARTINS

DANIELE DA CONCEIÇÃO MOURA

MARTA MATHIAS FERREIRA

ROSÂNGELA MOREIRA BARBOSA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CLIENTE PORTADORA DO CÂNCER DE MAMA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profª: Rita Maria Araújo Costa

Rio de Janeiro

2010

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Agradecimentos

Agradecemos em primeiro lugar a DEUS por ter nos dado força, perseverança e

discernimento para alcançar nosso objetivo atual.

Aos nossos familiares por todo o carinho, apoio e compreensão nos nossos momentos

de ausência durante este longo percurso na academia.

Agradecemos a todos os professores, os quais contribuíram direta ou indiretamente na

nossa formação acadêmica, em especial ao Profº. Carlos Adão por ter nos incentivado na

decisão do tema escolhido, e não esquecendo também dos dedicados professores que se

disporam a participar da Banca Examinadora: Ms.Sheila dos S. Souza Azevedo, Ms.Adriana

Nascimento Mayrink e Ms.Carlos Alberto Esteves Adão.

Agradecemos também à nossa orientadora Ms.Rita Maria Araujo Costa pela

sabedoria, dedicação e paciência a nós dedicada, conduzindo-nos na elaboração do

presente trabalho.

Não esquecendo também de agradecer aos cadáveres indigentes que emprestaram

seus corpos para que pudéssemos adquirir o conhecimento anatômico que foi fundamental

na nossa formação.

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Sobre o cuidado diz-se: "Pelo cuidado não vemos natureza e tudo que nela existe como objetos. A relação não é sujeito-objeto, mas sujeito-sujeito"

Leonardo Boff.

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RESUMO

MARTINS, Célia S.; MOURA, Daniele C.; FERREIRA, Marta M.; BARBOSA, ROSANGELA M. Assistência de Enfermagem a cliente portadora do câncer de mama 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Universidade Estácio de Sá. Rio de Janeiro, 2010.

Trabalho de Conclusão de Curso que aborda o tema Assistência de Enfermagem a Cliente Portadora do Câncer de Mama, inscrito na linha de pesquisa o cuidar no Processo Saúde-Doença, na área predominante Enfermagem no Cuidado à Saúde da Mulher. O trabalho tem como propósito descrever as ações desenvolvidas pelos Enfermeiros no cuidado à cliente portadora de câncer de mama. Foi adotada a metodologia bibliográfica do tipo descritiva com método de abordagem qualitativo. A coleta de dados foi realizada nas bases de dados do Sistema BIREME, em obras divulgadas no SciELO, LILACS e fontes impressas. Resultados: Foram selecionadas 19 produções científicas, que tratavam especificamente do tema, todos na área de enfermagem, publicadas entre 1999 e 2009, no idioma português, baseadas nas referências sobre câncer de mama e as ações de enfermagem prestadas às portadoras da doença. Revelou-se a enfermeira atua em todo o processo saúde/doença, com ações educativas que é uma das ações prioritárias da sua atuação, juntamente com a consulta de enfermagem onde proporciona o contato direto com a cliente. Dialogar na intenção de elaborar planos de intervenções que atendam as necessidades da cliente visando-lhe o apoio emocional, para vencer seus obstáculos referentes ao processo da doença, além dos cuidados no pré e pós-operatório e mastectomia. Conclui-se então que o enfermeiro é o elemento da equipe de saúde que mais tempo fica em contato com essas clientes, cabendo-lhe trabalhar de forma humanizada e holística com base no conhecimento científico e prático.

Palavras-chave: câncer de mama, ações de enfermagem e mastectomia.

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ABSTRACT

BARBOSA, Rosangela M.; FERREIRA, Marta M.; MARTINS, Célia S.; MOURA, Daniele C. Assistência de Enfermagem a cliente portadora do câncer de mama 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Universidade Estácio de Sá. Rio de Janeiro, 2010.

Work for the conclusion of course that deals with the theme Nursing Care to the Client Carrier of Breast Cancer, entered in the research line – The Caring in Health-Disease Process – in the predominant area of Nursing Care for the Women’s Health. The purpose of the work is to describe the actions developed by nurses in care for the customer carrier of breast cancer. The adopted methodology was the bibliographic of the descriptive type with qualitative approach. The data collection was performed in the databases of the BIREME system in works disclosed in the SciELO, LILACS and printed sources. Results: 21 scientific productions were selected, dealing specifically with the theme, all in nursing, published between 1999 and 2009, in the Portuguese language, based on references on breast cancer and nursing actions provided for those carrying the disease. The research revealed that the nurse operates in the entire health-disease process with educational actions, which is one of the priority actions of its activities, together with the nursing consultation, which provides direct contact with the client. Talks intending to draw up plans of interventions that meet the customers’ needs aiming to provide the emotional support to overcome the obstacles relating to the process of the disease, in addition to the care in pre and post-surgery and mastectomy. The conclusion is that the nurse is the element of the health team that more time is in contact with such customers, thus working in a humanized and holistic way on the basis of scientific and practical knowledge.

Key-words: Breast cancer. Nursing actions. Mastectomy.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1- Ações do Enfermeiro a cliente portadora de câncer de mama, distribuídas por autores e ano__________________________________________32

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Inspeção em frente ao espelho (INCA, 2002, p.337)_______________24

FIGURA 2- Palpação deitada (INCA, 2002, p.337)__________________________24

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SUMÁRIO

1 . INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10

2. METODOLOGIA ........................................................................................................ 13

3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 15

3.1 O CÂNCER DE MAMA ............................................................................................... 15

3.2 AÇÕES DE ENFERMAGEM À CLIENTE PORTADORA DE CÂNCER DE

MAMA............................................................................................................................27

4. ANÁLISE DE DADOS....................................................................................................32

5. CONCLUSÃO.................................................................................................................41

REFERÊNCIAS......................................................................................................................43

APÊNDICE A- INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS....................................................47

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem como tema a Assistência de Enfermagem a Cliente Portadora

de Câncer de Mama inscrito na linha de pesquisa O cuidar no Processo Saúde-

Doença e na área predominante Enfermagem no Cuidado à Saúde da Mulher. O

Câncer de Mama é um dos mais temidos pelas mulheres devido à sua frequência e

aos efeitos psicológicos da doença, que podem afetar a autoestima e a sexualidade

da mulher e assim como outras doenças, frequentemente apresenta sintomas que

devem ser observados.

Deste cenário estabeleceu-se a seguinte questão de pesquisa: Quais as

ações do Enfermeiro no cuidado a cliente portadora de câncer de mama?

Este trabalho traz como objeto de estudo as ações do enfermeiro no cuidado

a cliente com câncer de mama.

O objetivo da pesquisa foi descrever as ações desenvolvidas pelos

Enfermeiros no cuidado a cliente portadora de câncer de mama.

No decurso de nossa graduação tomamos consciência de que o enfermeiro é

o elemento da equipe de saúde que mais tempo fica em contato com a cliente, com

um papel fundamental na promoção da saúde e na prevenção das doenças. A sua

função de acompanhamento próximo e frequente junto as pessoas (doentes ou não)

deve privilegiar a educação em saúde, a aquisição de hábitos saudáveis, a

descoberta de novas motivações e de outros fatores determinantes do

comportamento.

Enquanto acadêmicas de uma Universidade privada no Rio de Janeiro a

motivação que nos levou a elaborar e construir este trabalho sobre as ações do

Enfermeiro a cliente portadora do câncer de mama, deveu-se ao alto índice de

pessoas principalmente as mulheres acometidas pela doença e a alta taxa de

mastectomia e mortalidade, na maioria dos casos em consequência do diagnóstico

tardio.

No Brasil foi elaborado um documento de Consenso do Controle do Câncer de

Mama, distribuído pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), recomenda ações de

controle da doença, o autoexame das mamas mensalmente e o exame clínico anual

das mamas em mulheres de 40 a 49 anos. Também faz recomendações específicas

para mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de

desenvolver câncer de mama, que são: exame clínico e mamografia anual a partir

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dos 35 anos. Hoje, o Sistema Único de Saúde realiza mamografia para todas as

mulheres que tenham indicação médica de fazer o exame, sem limite de idade.

A assistência de enfermagem em Oncologia evoluiu muito desde seu

aparecimento como especialidade e a literatura existente aponta e preconiza

importante papel do enfermeiro no apoio a cliente oncológica nas várias fases de

sua doença. Pensar hoje em Oncologia é pensar em sobrevida com qualidade e não

se fixar na cura da doença. (CAMARGO E SOUZA, 2003).

O enfermeiro atua em todo o processo saúde/doença, com ações educativas

que são ações prioritárias da sua atuação. Realiza palestras, vídeos, promove

grupos de reflexão, onde deve ser incentivado o autoexame das mamas

periodicamente, para a prevenção e detecção precoce da doença, juntamente com a

consulta de enfermagem. Esta ação proporciona o contato direto com a cliente

garantindo a oportunidade de expressar-se, exteriorizar seus medos e ansiedades,

pois é essencial o enfermeiro imprimir no cuidado a capacidade de interagir com a

cliente exercitando o diálogo, dando voz a essa cliente de modo a identificar suas

ações e reações diante do impacto do possível diagnóstico positivo da doença. Deve

ter a intenção de elaborar planos de intervenções que atendam as necessidades da

cliente visando o apoio emocional, para vencer seus obstáculos referentes ao

processo da doença.

Durante consultas de preventivo de câncer de colo de útero e câncer de

mamas, comuns em postos de saúde e em unidades de saúde da mulher, o

enfermeiro tem a oportunidade de oferecer instruções de como realizar o auto-

exame das mamas, e esclarecer a significância de um diagnóstico precoce.

(BARBOSA, et al 2004).

A enfermagem tem papel fundamental no cuidado préoperatório por meio da

visita, dando orientações quanto uma série de exames pré-operatórios solicitados

pela equipe médica, prestar informações com linguagem acessível ao seu

entendimento clareza nas exposições, e ainda outro fator muito importante é a

inserção da mulher no processo decisório que a envolve e no tipo de procedimento

que será adotado. (BARRETO et al, 2008; ALMEIDA e MAMEDE, 2003).

A religião pode ser um instrumento que motiva e dá suporte aos profissionais

de saúde para o desenvolvimento e a melhoria de suas habilidades técnicas junto ao

paciente. Para Teixeira e Lefèvre (2006), a enfermagem, como profissão,

tradicionalmente reconhece o valor clínico do cuidado espiritual, através do diálogo a

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intervenção da enfermeira no tratamento de mulheres com câncer de mama, quando

associada ao aumento da autoestima, fortalecimento da ajuda social e de sustento

da crença religiosa pode ser importante para aumentar a crença, o potencial de luta

e o nível de esperança.

No Brasil o câncer de mama é a maior causa de óbitos na população feminina,

principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos. Em 2005 ocorreram 502 mil óbitos

por câncer de mama no mundo, as estimativas para o ano de 2008, válida também

para 2009 apontam que ocorrerão 49 mil novos casos de câncer de mama.

(BRASIL, 2008).

Como relevância acadêmica espera-se contribuir com uma reflexão sobre a

forma de como se pode trabalhar no câncer de mama, trazendo informações que

poderão acrescentar aos acadêmicos de Enfermagem conhecimentos teóricos,

instigando-os a serem pesquisadores e atuantes capazes de conviverem com os

enfrentamentos de sua vivência profissional e colaborando para que possam refletir

sobre as ações dos Enfermeiros no câncer de mama.

E a relevância social é enfatizar a importância da prevenção e o diagnóstico

precoce do câncer de mama aumentando as chances de cura, assim diminuindo o

índice de mastectomia e mortalidade.

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2 METODOLOGIA

No campo da saúde pública, o câncer de mama feminino emerge como uma

doença de importância cada vez maior em todas as partes do mundo. Isso ocorre,

principalmente, devido à sua frequência elevada e à dimensão do problema. Neste

estudo será utilizada uma revisão bibliográfica descritiva com abordagem qualitativa,

o que tornou possível identificar o conhecimento descrito na literatura sobre o câncer

de mama e a assistência de enfermagem prestada a cliente acometida por esta

doença.

A pesquisa realizada foi de tipologia bibliográfica que segundo Gil (2004), é

desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de

livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum

tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir

de fontes bibliográficas.

Para Marconi e Lakatos, 2006, a pesquisa bibliográfica não é mera repetição

do que já dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob

um novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.

Segundo Gil (2007), a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então o

estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características está na

utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a

observação sistemática.

Gil (1999), afirma que pesquisa qualitativa considera que há uma relação

dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o

mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que não pode ser traduzido em

números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas

no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas

estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o

pesquisador é um instrumento chave. Ela permite aos pesquisadores uma melhor

compreensão proposta, já que não se preocupa em qualificar índices, porém

trabalha com o que realmente acontece, sendo um instrumento mais adequado

porque se propõem a trabalhar não com dados e sim com a necessidade de cuidar

de orientações de Enfermagem no câncer de mama.

Para construir essa pesquisa após a escolha do tema, percorreu-se as

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bibliotecas do INCA, da UNESA e ESCOLA DE ENFERMAGEM ANA NERY (UFRJ)

e buscou-se os bancos de dados da internet como Sistema Bireme (LILACS,

SCIELO, BDENF e Medline), onde foram coletados materiais pertinentes ao tema e

que respondesse a questão norteadora no período de 1999 à 2009, no idioma

português, utilizando-se as palavras-chave: câncer de mama, ações de

enfermagem, mastectomia.

Para a realização da análise de dados foram selecionados 21 obras científicas

sendo 15 artigos, 2 livros, 3 monografias e 1 tese, após a seleção de material de

interesse para o estudo e que respondesse a questão norteadora, estes foram

submetidos a sucessivas leituras e fichamentos através de um formulário usado

como instrumento de coleta de dados aplicado pelas autoras do presente

estudo(Apêndice A).

Os dados foram analisados através da elaboração de categorias temáticas, de

acordo com que MINAYO (2003) preconiza:

“Categorias servem para agrupar elementos, idéias ou expressões em torno de um conceito capaz de abranger tudo isso... e a análise de dados, é onde se pode encontrar respostas para as questões formuladas e também podemos confirmar ou não as afirmações estabelecidas antes do trabalho de investigação,onde serão elaborados questionamentos, fundamentação teórica, leitura exaustiva e repetida dos textos estabelecendo interrogações para justificar o que surge de relevante.”

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 O CÂNCER DE MAMA

Culturalmente, a mama tem um papel significativo na imagem corporal da mulher, pois

é um símbolo importante de feminilidade compondo a estética feminina e sua sexualidade,

além de exercer a função fisiológica da amamentação e de símbolo da maternidade.

Segundo Barros et al (1998), primeiro devemos saber que todos os seres vivos são

formados por unidades microscópicas chamadas células. Cada célula pode se reproduzir,

formando outras células em condições normais num processo ordenado e controlado,

responsável pela formação, crescimento e regeneração de tecidos, que por sua vez

constituem órgãos.

Em algumas ocasiões, entretanto, ocorre uma ruptura dos mecanismos reguladores da

multiplicação celular e, sem que seja necessário ao tecido, uma célula começa a crescer e

dividir-se desordenadamente. Pode resultar daí um clone de células descendentes,

herdeiras dessa propensão ao crescimento e divisão anômalos, insensíveis aos

mecanismos reguladores normais, o que resulta na formação do que se chama tumor ou

neoplasia, que pode ser benigna ou maligna. A carcinogênese refere-se ao desenvolvimento

de tumores malignos, e é estudada com base nos fatores e mecanismos a ela relacionados.

(BRASIL, 2008)

Segundo o autor acima citado, a mama é constituída por estruturas produtoras de leite

(lóbulos), ductos, que são pequenos canais que ligam os lóbulos ao mamilo; gordura, tecido

conjuntivo, vasos sanguíneos e vasos linfáticos.

Vasos linfáticos são semelhantes aos vasos sanguíneos, só que em vez de sangue

transportam linfa, um líquido que contém células do sistema de defesa, gordura e proteínas.

Ao longo dos vasos linfáticos, há pequenos órgãos em forma de feijão, chamados gânglios

ou nódulos linfáticos, ou ainda linfonodos, que armazenam glóbulos brancos chamados

linfócitos. A maioria dos vasos linfáticos da mama se dirige a gânglios linfáticos situados nas

axilas, denominados nódulos ou gânglios axilares. Se as células cancerosas atingirem esses

gânglios, a probabilidade de que a doença se espalhe para outros órgãos é maior.

A maioria dos cânceres de mama começa nos ductos (carcinomas ductais), alguns

têm início nos lóbulos (carcinoma lobular) e os demais nos outros tecidos.

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Nódulos benignos

Para Smeltzer e Bare (2005), a maioria dos tumores de mama são benignos, isto é,

são crescimentos celulares que não se espalham pelo organismo e não ameaçam a vida da

mulher. Mas só um médico pode dizer a diferença. A maioria dos nódulos (ou caroços) nas

mamas são cistos, que contêm líquido.

Tipos de câncer de mama

• Carcinoma in situ: é o termo usado para o câncer em estágio inicial, que está

restrito ao local onde teve início - lóbulo ou ducto - e não atingiu nem os

tecidos gordurosos próximos, nem outros órgãos.

• Carcinoma ductal in situ: é o tipo mais comum de câncer de mama não-

invasivo; está confinado aos ductos, não se espalhou através das paredes dos

ductos e não atingiu o tecido gorduroso. Praticamente todas as mulheres com

tumores neste estágio podem ser curadas.

• Carcinoma lobular in situ: é o câncer que começa nas glândulas produtoras de

leite (lóbulos) e permanece restrito a elas, sem atravessar a parede dos

lóbulos.

• Carcinoma ductal infiltrante ou invasivo: é o tipo mais comum de câncer de

mama e é responsável por 80% dos casos da doença. Ele começa nos ductos,

atravessa sua parede e invade o tecido adiposo (gorduroso) da mama, de

onde pode se espalhar para outras partes do corpo.

• Carcinoma lobular infiltrante ou invasivo: ele começa nas glândulas que

produzem leite ou lóbulos e pode se espalhar para outras partes do corpo. Ele

é responsável por 10% dos cânceres de mama invasivos.

• Carcinoma de Paget é uma lesão especial que, freqüentemente, se manifesta

como dermatite eczematóide unilateral da papila mamária, por isso ela deve

sempre merecer certo grau de suspeição e requer biópsia.

• O carcinoma inflamatório é uma forma especial de tumor caracterizada pelo

comprometimento difuso da mama, que adquire características de inflamação.

Ao microscópio, observa-se a presença de êmbolos subdérmicos maciços.

Clinicamente, a pele apresenta calor, rubor e edema, lembrando a casca de

uma laranja. Trata-se de um tumor agressivo, fundamentalmente tratado pela

quimioterapia.

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Os sintomas de disseminação regional são vermelhidão, ulceração, edema ou

dilatação de veias; alterações cutâneas do tipo “Casca de Laranja” e aumento dos

linfonodos na axila.

E as evidências de doença metastática são:

• Aumento dos linfonodos na região supraclavicular ou cervical;

• Anormalidade na radiografia de tórax;

• Com ou sem derrame pleural;

• Elevação da fosfatase alcalina, elevação de cálcio, cintigrafia óssea positiva

e/ou dor óssea relacionada com comprometimento ósseo;

• Provas de função hepática alteradas.

As células cancerizadas adquirem capacidade de se desprender do tumor e migrar,

chegando a órgãos distantes, constituindo as metástases. Elas perdem sua função

especializada e, à medida que substituem as células normais, comprometem a função do

órgão afetado. Se o câncer se inicia em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, ele é

chamado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos, como o tecido de sustentação da

mama, é chamado sarcoma.

O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, é em geral lento,

podendo levar vários anos para que uma célula se prolifere e dê origem a um tumor

palpável. Esse processo é composto de três estágios, quais sejam:

• Estágio de iniciação, no qual os genes sofrem ação de fatores cancerígenos;

• Estágio de promoção, no qual os agentes oncopromotores atuam na célula já

alterada;

• Estágio de progressão, caracterizado pela multiplicação descontrolada e

irreversível da célula. (BRASIL 2008)

Segundo o INCA o tempo médio para ocorrer a duplicação celular no câncer de mama

é de 100 dias. O tumor pode ser palpável quando atinge um centímetro de diâmetro. Uma

esfera de tal dimensão contém aproximadamente um bilhão de células que é o resultado de

30 duplicações celulares. Portanto, uma célula maligna levará 10 anos para se tornar um

tumor de um centímetro.

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Cerca de 80% dos cânceres se manifestam como um tumor indolor. Apenas 10% das

pacientes queixam-se de dor, sem a percepção do tumor. No caso dos tumores clinicamente

palpáveis, a paciente será inicialmente submetida à mamografia. Em seguida, a punção

aspirativa por agulha fina ou a punção por agulha grossa (core biopsy) devem ser

realizadas, a fim de melhor orientar a condução dos exames e programação cirúrgica a que

será submetida a paciente. A punção por agulha grossa dá diagnóstico histológico e,

portanto, definitivo da lesão. (BRASIL, 2002)

Diagnóstico e Estadiamento.

O câncer de mama pode ser diagnosticado após avaliação citológica ou histológica. O

exame do tecido dá o diagnóstico definitivo e é realizado através de:

• biópsia por aspiração por agulha fina (AAF) - a citologia é fácil de realizar

quando as massas dominantes são palpáveis;

• biópsia tecidual - fornece uma amostra do volume central do tecido de uma

massa dominante;

• biópsia incisional - realizada quando a massa é grande, e envolve a retirada de

apenas uma parte da mesma;

• biópsia excisional - envolve a retirada de toda a massa e de uma margem de

tecido normal em torno dela. Massas não palpáveis detectadas por

mamografia também podem ser removidas por biópsia excisional, que é por

localização de agulha. (BRASIL, 2002)

O estadiamento consiste em avaliar a extensão da doença no órgão de origem, nos

órgãos e/ou estrutura adjacentes, nos linfonodos regionais e a distância. O processo de

estadiamento objetiva determinar o prognóstico e orientar o tratamento, avaliar os

resultados, e facilitar o intercâmbio de informações entre os centros, contribuindo para

pesquisa.

Em continuidade, o autor aponta os fatores prognósticos para o estadiamento do

câncer de mama como: o tamanho do tumor; situação dos linfonodos; grau histológico e

nuclear; receptores para estrogênio e progesterona; análise do conteúdo do DNA; invasão

vascular e linfática; oncogênese; genes de supressão tumoral; fator de crescimento

epidérmico; catepsina D; proteínas de resposta ao estresse, calor e choque; necrose;

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margem de ressecção; resposta inflamatória; multicentricidade; componente intraductal

extensivo (EIC); características demográficas; tumores receptores de estrogênio (ER)

positivos e receptores de progesterona (PR) positivos comprovadamente apresentam

melhor resposta do que tumores ER e PR negativos; o tipo e tamanho do tumor; a situação

dos linfonodos, os graus histológicos e nucleares e o teor de DNA (ploidia e SPF) são as

avaliações mais comumente consideradas usadas hoje para determinar o prognóstico e os

planos terapêuticos.

Existem vários sistemas de estadiamento do câncer. O sistema que é universalmente

recomendado é o TNM, da União Internacional Contra o Câncer (UICC). Este sistema serve

para descrever a extensão anatômica da doença e baseia-se na pesquisa de três

componentes:

• T: extensão do tumor primário;

• N: ausência ou presença de metástases em linfonodos regionais;

• M: ausência ou presença de metástases a distância. (BRASIL, 2008)

A adição de números a esses três componentes indica a extensão da doença. Na

interpretação de cada fator são analisadas as diversas variações que, para o tumor

primitivo, vão de T1 a T4, para o comprometimento linfático, de N0 a N3, e, para as

metástases a distância, de M0 a M1. O estadiamento encerra a investigação necessária ao

planejamento terapêutico.

Para o tratamento do câncer de mama, existem algumas possibilidades como:

• Tratamento cirúrgico: a principal meta desse tratamento é erradicar a presença

local do câncer;

• Mastectomia radical modificada: é a retirada da totalidade do tecido mamário

juntamente com os linfonodos axilares;

• Cirurgia conservadora da mama: consiste em lumpectomia, excisão ampla,

mastectomia parcial ou segmentar ou quadrantectomia (ressecção do

quadrante mamário afetado) e retirada dos linfonodos axilares para os tumores

com componente invasivo seguido de uma série de radioterapia para tratar a

doença microscópica residual;

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• Radioterapia: feixe externo que geralmente sucede a excisão da massa

tumoral para diminuir a possibilidade de recidiva local e para erradicar

quaisquer células cancerosas microscópicas residuais;

• Quimioterapia: é administrada para erradicar a disseminação micro metastática

da doença.

Os procedimentos cirúrgicos selecionados baseiam-se no estágio clínico da doença

(tamanho do tumor, fixação, histologia, gânglios, metástase), achados da mamografia

(inclusive evidências de células cancerosas em regiões da mama distintas do tumor

primário), localização do tumor, história do cliente; experiência cirúrgica e em radioterapia

disponível, tamanho e formato da mama e preferência da cliente. (SMELTZER e BARE,

2005)

A cirurgia também tem um papel no controle da doença metastática. Os exemplos

incluem procedimentos de ressecção de recidiva local, drenagem de derrames pleurais,

redução do volume e descompressão de metástase medulares e ressecção dos ovários

para eliminar a fonte de estrogênio andrógeno.

Mesmo com os avanços no diagnóstico e tratamento dos distúrbios de mama, o medo

da desfiguração, da perda da atração sexual e da morte ainda afeta as mulheres. Assim, os

cuidados de enfermagem voltados para essas mulheres devem abranger profunda

compreensão e habilidade de avaliação clínica especializadas para abordar as

necessidades físicas e psicológicas das mulheres com distúrbios de mama e suas famílias.

As reações da mulher com câncer de mama frente à mutilação ocorrida com a

mastectomia relacionam-se à sua subjetividade, sendo determinadas pela maneira como ela

vive e convive com o seu corpo desde a infância e o processo de elaboração frente à

doença e à perda da mama é semelhante ao processo de elaboração de luto (ALMEIDA,

MAMEDE e cols., 2000).

A Organização Mundial de Saúde estima que, por ano, ocorram mais de 1.050.000

casos novos de câncer de mama em todo o mundo, o que o torna mais comum entre as

mulheres. No Brasil não tem sido diferente. Informações obtidas pelo Registro de câncer de

Base Populacional, disponíveis para 16 cidades brasileiras, mostram que na década de 90

este foi o câncer mais frequente no país. As maiores taxas de incidência foram observadas

em São Paulo, no Distrito Federal e em Porto Alegre (BRASIL, 2008).

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Segundo a fonte acima citada, o número de casos novos de câncer de mama

esperados para o Brasil em 2010 aponta que ocorrerão 49.400 novos casos, com risco

estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres. Embora seja considerado um câncer de

bom prognóstico, trata-se da maior causa de morte entre as mulheres brasileiras,

principalmente na faixa entre 40 e 69 anos, com mais de 11.000 mortes no ano de 2007.

Isso porque a doença na maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados.

A cada ano, cerca de 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama. Em

novembro de 2003, foi realizada a "Oficina de Trabalho para Elaboração de

Recomendações ao Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama", organizada pelo

Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer e da Área Técnica da Saúde

da Mulher, com o apoio das Sociedades Científicas afins e participação de gestores

estaduais, ONG's e OG's.

A partir dessa oficina foi desenvolvido um documento de Consenso para Controle do

Câncer de Mama, contém as principais recomendações técnicas referentes à detecção

precoce, ao tratamento e aos cuidados paliativos em câncer de mama no Brasil (BRASIL,

2004).

Esse Consenso do controle do câncer de Mama, documento elaborado por gestores,

ONGs, sociedades médicas universidades, com criação, redação e distribuído pelo Instituto

Nacional do Câncer (INCA), dentre outras ações, recomenda como estratégia de controle da

doença o auto-exame das mamas mensalmente e o exame clínico anual das mamas em

mulheres de 40 a 49 anos, além da realização de mamografia para a faixa etária de 50 a 69

anos, repetida a cada dois anos. Também faz recomendações específicas para mulheres

pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama,

que são: exame clínico e mamografia anual a partir dos 35 anos. Hoje, o Sistema Único de

Saúde realiza mamografia para todas as mulheres que tenham indicação médica de fazer o

exame, sem limite de idade.

Frente às limitações práticas para a implementação, junto à população, de estratégias

efetivas para a prevenção do câncer de mama, as intervenções, do ponto de vista da Saúde

Pública, passam a ser direcionadas à sua detecção precoce, com a garantia de recursos,

diagnósticos adequados e tratamento oportuno. O Ministério da Saúde preconiza que as

formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da

mama, mamografia e a ultrassonografia (BRASIL, 2004).

A realização do exame clinico das mamas (ECM), quando realizado por um médico ou

enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. O Exame

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Clínico das Mamas deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso

para Controle do Câncer de Mama.

A primeira etapa do autoexame das mamas é a inspeção e deve ser feita com boa

fonte de iluminação natural ou artificial. A mulher deve estar em pé ou sentada e o

profissional deverá observá-la, primeiramente, com os braços ao longo do tronco;

posteriormente com os braços levantados; finalmente, com as mãos nos quadris,

pressionando-os, com o objetivo de salientar os contornos das mamas. Atentar para:

• Forma, volume e simetria das mamas e eventuais retrações nas mesmas.

• Coloração e alterações da pele.

• Aréolas e papilas.

A segunda etapa é a palpação e deve incluir a região axilar e a mama, desde a linha

médio esternal até a clavícula e, lateralmente, até o início da região dorsal. Deve ser

realizada em dois momentos:

a) Mulher sentada - Palpar profundamente as cadeias linfáticas, com atenção para as fossas

supraclaviculares e regiões axilares. Atentar para a presença de linfonodos e caracterizá-

los.

b) Mulher deitada, ombro sobrelevado - Palpar a mama em toda sua extensão, a fim de

sentir o parênquima mamário. Atentar para a presença de nódulos e caracterizá-los.

A terceira etapa é a expressão e esta é uma etapa subsequente à palpação e permite

detectar a presença de secreção. A presença de secreção papilar pode estar associada a

processo inflamatório ou a lesão benigna ou maligna. Atentar para a presença e

características da secreção, se purulenta, serosa, sanguinolenta ou cristalina, que deve ser

coletada e encaminhada para exame citopatológico, especialmente quando for espontânea.

As secreções cristalinas estão mais associadas ao câncer, e as secreções

sanguinolentas, aos papilomas.

Técnica para a realização do auto-exame das mamas segundo Brasil,2004:

Atualmente, o autoexame das mamas não é recomendado como método de

rastreamento para o câncer de mama. O exame das mamas realizado pela própria mulher,

apalpando as mamas, ajuda no conhecimento do próprio corpo. Entretanto esse exame não

substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso

a mulher observe alguma alteração, deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais

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próximo da sua residência. Mesmo que ela não encontre nenhuma alteração no autoexame,

deve ter suas mamas examinadas uma vez por ano por um profissional de saúde.

� Inspeção em frente ao espelho

Observar a área que vai do pescoço até embaixo do seio e das axilas até a parte externa

dos ombros.

a) A mulher deve estar em pé, desnuda, braços estendidos ao longo do tronco. Deve

observar as mamas e estabelecer comparações de uma para outra, em termos de tamanho,

posição, cor da pele, retrações ou qualquer outra alteração.

b) Em seguida, a mulher deve levantar os braços sobre a cabeça e fazer as mesmas

comparações de acordo com a figura 1, observando se existe projeção de massa tumoral;

caso a mulher tenha seios grandes, deverá levantá-los com ajuda das mãos para ver a parte

debaixo deles.

c) Colocar as mãos nos quadris, pressionando-os, para que fique salientado o contorno das

mamas. Deve fazer isto de forma alternada, primeiro do lado direito e depois, do lado

esquerdo. Este procedimento evidencia retrações, que podem sugerir a presença de

processo neoplásico.

d) Com as palmas das mãos juntas, levantar os braços à altura do nariz. Forçar uma

palma contra a outra, de forma a endurecer os músculos da região torácica, verificando

alguma anormalidade que não foi detectada nas etapas anteriores. A seguir, deverá realizar

a palpação da mama com o braço elevado até o prolongamento axilar e com o braço

posicionado ao longo do corpo para o oco axilar.

� Palpação

Para realizar a palpação, a mulher deve estar deitada com o ombro sobrelevado, conforme a

figura 2. Assim, para examinar a mama esquerda, deve colocar sob o ombro esquerdo um

travesseiro ou toalha dobrada e, com a mão direita, realizar a palpação da mama esquerda.

Procedimento similar deve ser realizado para a mama direita.

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Figura 1- Inspeção em frente ao espelho

Figura 2 - Palpação deitada

Fonte: INCA (2002)

O INCA não estimula o autoexame das mamas como estratégia isolada de detecção

precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria

mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do

próprio corpo.

Brasil, (2004), enfatiza que as evidências científicas sugerem que o autoexame das

mamas não é eficiente para o rastreamento e não contribui para a redução da mortalidade

por câncer de mama. Além disso, o autoexame traz consigo conseqüências negativas, como

o aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos

exames negativos e impactos psicológicos negativos nos exames falsamente positivos.

Portanto, o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico

realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade.

Ainda segundo Brasil (2004), a outra forma de detecção precoce é a mamografia. É a

radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar

lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros). É realizada em um aparelho de raio

X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer

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melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado

é discreto e suportável.

Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como

exame adicional, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como estratégia

isolada de rastreamento.

A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e

localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam

mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do

radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da

qualidade do exame.

Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em

mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a

nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção

precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de estudos de

meta análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia se referem,

principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50

anos.

O diagnóstico precoce é o procedimento utilizado na tentativa de se descobrir o mais

cedo possível uma doença, através dos sintomas e/ou sinais clínicos que o paciente

apresente, principalmente quando associados à presença de fatores de risco. Nesse caso, o

enfermeiro pode aplicar, em sua prática assistencial, seus conhecimentos sobre os fatores

de risco para o câncer, bem como sobre medidas de prevenção. Deve ainda informar sobre

os sinais e sintomas de alerta para o câncer que podem levantar, com isso, suspeita

diagnóstica e orientar e encaminhar os pacientes aos serviços de saúde. As pessoas

informadas passam então a procurar uma unidade de saúde para investigação e, caso haja

confirmação diagnóstica, para tratamento.

Segundo Smeltzer e Bare (2005), não há causa específica para o câncer de mama,

porém pesquisadores identificaram um grupo de fatores de risco. Esses fatores são

importantes no auxílio do desenvolvimento de programas de prevenção. São eles: mutações

genéticas; idade crescente; história pessoal ou familiar de câncer de mama; menarca

precoce; menopausa tardia; exposição à radiação; obesidade; terapia de reposição

hormonal; ingesta de álcool; tabagismo; vírus; bactérias, fatores dietéticos.

Estudos apontam determinados fatores que podem ser protetores em relação ao

desenvolvimento do câncer de mama. Demonstrou-se que o exercício físico regular diminui

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o tecido adiposo corporal, onde os estrogênios são armazenados e produzidos diminuindo a

sua exposição continuada, assim como uma alimentação saudável, o aleitamento materno e

a gestação antes dos 30 anos.

Os fatores de risco, para o referido câncer são maiores em mulheres principalmente

na menarca precoce (antes de 11 anos de idade), nuliparidade, idade da primeira gestação

acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia (após 55 anos) e terapia de

reposição hormonal, histórico familiar, principalmente mãe e irmã com história da doença

antes da pré-menopausa, dieta rica em gordura animal e pobre em fibras, obesidade após a

menopausa e exposição a radiações ionizantes estão bem estabelecidos em relação ao

câncer de mama. (BRASIL,2002)

As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos, e posteriormente o

mesmo se dá de forma mais lenta. Essa mudança no comportamento da taxa é conhecida

como “Clemmesen‘s hook”, e tem sido atribuída à menopausa. Alguns estudos apontam

para dois tipos de câncer de mama relacionado com a idade: o primeiro tipo ocorre na pré-

menopausa e é caracterizado por ser mais agressivo e estrogênio receptor (ER) negativo; o

segundo ocorre na pós-menopausa e está associado por ser indolente e principalmente por

ser ER positivo. As variações morfológicas também estão relacionadas ao ER, como por

exemplo, os carcinomas medulares em ER – negativo e os carcinomas tubulares e lobulares

em ER – positivo.

Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio,

acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a

mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma

laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila. (BRASIL,2008)

As manifestações clínicas do câncer de mama para Otto (2002) são:

• Massa (especialmente quando dura, irregular, indolor) ou espessamento da mama

ou axila;

• Secreção espontânea, persistente, unilateral mamilar, serosanguinolenta,

sanguinolenta ou aquosa;

• Retração ou inversão do mamilo;

• Alteração do tamanho no formato ou textura da mama (assimetria);

• Enrugamento ou retração da pele;

• Descamação cutânea em torno do mamilo;

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3.2 AÇÕES DE ENFERMAGEM À CLIENTE PORTADORA DE CÂNCER DE MAMA.

É sabido que a ocorrência de uma neoplasia altera a vida da cliente e sua família, em

todos os aspectos, causando instabilidade emocional e algumas restrições que podem ser

até de caráter permanente. A cliente acaba tendo que encontrar uma forma de lidar com o

fato. Mesmo com o nível de estresse sendo alto e ocorrendo algumas mudanças no seu

cotidiano e em seu corpo, a mulher deve encontrar a melhor forma para superar esse fato e

aderir ao tratamento proposto. Nesse sentido tornam-se presentes e necessárias as ações

de enfermagem para auxiliá-la nas suas tomadas de decisões.

A assistência de enfermagem em oncologia evoluiu muito desde seu aparecimento

como especialidade, e a literatura existente aponta e preconiza importante papel da

enfermeira no apoio à cliente oncológica nas várias fases de sua doença. Pensar hoje em

oncologia é pensar em sobrevida com qualidade e não se fixar na cura da doença e o

enfermeiro atua em todo o processo saúde/doença com ações educativas, que são ações

prioritárias da sua atuação, como palestras, vídeos, promovendo grupos de reflexão, onde

deve ser incentivado o auto-exame das mamas periodicamente, para a prevenção e

detecção precoce da doença, juntamente com a consulta de enfermagem. Esta proporciona

o contato direto com a cliente, proporcionando-lhe oportunidade de expressar-se

exteriorizando em muitas vezes a sua ignorância sobre a doença, seus medos e

ansiedades. (CAMARGO E SOUZA, 2003).

É essencial que o enfermeiro imprima no cuidado a capacidade de interagir com a

cliente exercitando o diálogo, dando voz a essa cliente, o que nesse momento faz-se

importante de modo a identificar suas ações e reações diante do impacto do possível

diagnóstico positivo da doença, na intenção de elaborar planos de intervenções que

atendam às necessidades da cliente, visando-lhe o apoio emocional e espiritual. Isto porque,

para vencer seus obstáculos referentes ao processo da doença, a religião pode ser um

instrumento que motiva e dá suporte aos enfermeiros para o desenvolvimento e a melhoria

de suas habilidades técnicas junto ao paciente. O profissional de saúde deve ser capaz de

transmitir vida, de mostrar vida nas suas ações, nas suas palavras, nas suas intenções, nos

seus projetos. Neste sentido, a mensagem que precisa ser transmitida deve ser a de luta e

de esperança.

O enfermeiro durante as consultas de preventivo de câncer de colo de útero e câncer

de mamas, comuns em postos de saúde e em unidades de saúde da mulher, nunca deve

perder de vista a oportunidade de oferecer instruções de como realizar o auto-exame das

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mamas, a importância de repetir todos os meses o exame em data semelhante, enfatizando

as alterações comuns que ocorrem durante o ciclo menstrual, a importância de relatar

qualquer alteração percebida que represente algo incomum ou nunca sentido antes a um

profissional de saúde, esclarecendo a significância de um diagnóstico precoce.

Segundo Barbosa et al. 2004

“O Enfermeiro pode estar atuando em todas as fases do processo, desde o diagnóstico até o retorno para casa depois da cirurgia, onde a mulher necessita de um apoio emocional e de aprendizagem sobre medidas de enfrentamento da doença e tratamento, bem como o auto-cuidado e reconstrução do seu cotidiano da melhor forma possível.”

A enfermagem tem papel fundamental no cuidado préoperatório por meio da visita,

dando orientações quanto a uma série de exames pré-operatórios solicitados pela equipe

médica, prestar informações com linguagem acessível ao seu entendimento com clareza

nas exposições. Ainda outro fator muito importante é a inserção da mulher no processo

decisório que a envolve e no tipo de procedimento que será adotado. BARRETO et al

(2008); ALMEIDA, MAMEDE (2003).

Para Camargo e Souza (2003), o período cirúrgico é o mais estressante e, apesar da

tendência atual da realização da cirurgia conservadora, muitos casos ainda exigem a

mastectomia, e é nessa época que a mulher é confrontada definitivamente com a perda da

mama e o medo da cirurgia, da mutilação e da morte.

Segundo o autor acima citado, o período pósoperatório é marcado pelo alívio de ter

sobrevivido à cirurgia e a esperança de estar curada, mas continua existindo o medo do

retorno da doença, o medo de enfrentar a dor e os curativos, o medo de enfrentar a

possibilidade permanente de um corpo mutilado e, ainda, a preocupação com a feminilidade

e com as reações do companheiro frente à mastectomia. Cabe ao Enfermeiro a grande

função de estimular essa mulher a ganhar forças para enfrentar todo o processo

desencadeado pela doença.

Como a ação principal da enfermagem é o cuidar, Randuz (1999) diz que o cuidar de

enfermagem é saber olhar, ouvir, observar, criar empatia e estar disponível em todo o

processo da doença, inclusive ensinando procedimentos técnicos que ela ou familiares não

tenham aprendido ou não conseguem executar, procurando compartilhar o saber sempre

que houver interesse ou condições para tal. É necessário que quem cuide esclareça toda a

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situação, respeite o limite de cada caso e o tempo de adaptação que cada cliente requer e

considere suas necessidades, que irão se modificar em conformidade com a fase de

evolução da doença.

Ainda para Randuz, o cuidar é procurar estabelecer também uma política assistencial

de saúde e de enfermagem, garantindo acesso ao tratamento e à medicação que

certamente garantirá uma qualidade da assistência.

O enfermeiro deve desenvolver e planejar ações que atendam às necessidades

personalizadas dessas clientes, tendo uma visão geral de suas necessidades básicas,

dando conforto e atenção, sabendo ouvir as suas opiniões, promovendo a diminuição de seu

sofrimento, atentando sempre para o sucesso do tratamento até a reabilitação.

Para Alcântara, et al. (2004), a ação profissional do enfermeiro Oncológico engloba

uma grande diversidade de atividades, com variados grau de complexidade, cabendo-lhe

igual empenho na realização de qualquer uma delas, tais como:

• O atendimento ao cliente na recepção ou portaria de entrada;

• Administração de medicação;

• A verificação de sinais vitais;

• Realização de palestras educativas;

• Consulta de enfermagem;

• Gerência de serviços.

Smeltzer e Bare (2005) citam que a cliente ao se submeter à investigação extensiva

fica temerosa dos procedimentos e ansiosa a respeito dos possíveis resultados dos testes,

cabendo ao Enfermeiro o papel de ajudar a aliviar o medo e a ansiedade ao explicar os

exames que serão realizados, como ela deve agir no momento do procedimento e as

sensações que provavelmente apresentará, além de encorajá-la e aos membros da família a

se comunicarem e compartilharem suas preocupações e dúvidas entre si.

Para Barcelos e Alvim (2003):

“Neste momento de crise, os Enfermeiros devem agir mo sentido de oferecer apoio à cliente e sua família. É essencial ao cuidador garantir voz a essas pacientes e deixá-las confiantes do seu tratamento, colocando-se sempre à disposição, mostrando interesse e compaixão e exercitando sua capacidade de ouvir”.

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Quando a cliente acaba de receber o diagnóstico de câncer de mama, os autores

acima citado mencionam que o Enfermeiro precisa instruí-la sobre as atuais opções de

tratamento e ser capaz de discutir com a paciente sobre os medicamentos, a extensão do

tratamento, o controle dos efeitos colaterais, as possíveis reações depois do tratamento, a

frequência e a duração deste e as suas metas. Baseando-se nas respostas, deve-se

procurar desenvolver capacidades de enfrentamento e aptidão para o aprendizado por parte

da paciente.

Silva e Melo (1999) apontam outro fator estressante no processo da doença que é a

mastectomia, pois costuma causar um grande impacto na mulher, diminuindo sua

autoestima, causando revolta e sentimentos negativos, difícil aceitação do tratamento

quimioterápico e seus efeitos colaterais, especialmente a queda de cabelo, desencadeando

depressão, angustia e tristeza nas pacientes.

Para Pinho et al (2007) a importância da enfermagem é diagnosticar as necessidades

das mulheres mastectomizadas, compreendendo o significado do câncer em suas vidas e o

convívio constante com o temor da recorrência, conscientizando e proporcionando meios de

interação com estas pacientes, para que aumentem, assim, as suas perspectivas diante da

cura, aumentando o auto-cuidado e, através da confiança na realização correta do

tratamento, diminuir o temor da recorrência do mal.

Segundo Ferreira e Mamede (2003) a primeira grande dificuldade a ser enfrentada

pelas mulheres, após uma mastectomia, é a sua própria aceitação, como a de olhar no

espelho e aceitar que seu corpo está diferente, sem uma parte, que culturalmente

representa a feminilidade. A identificação da mutilação se dá pela percepção da assimetria

do corpo e pela visibilidade da cirurgia, o que, para muitas, é um momento agressivo à sua

auto-estima. Nessa situação a enfermeira tem que estar preparada para dar orientação,

apoio emocional, incentivo a esta cliente e propor alternativas futuras, atualizadas, como,

por exemplo, a reconstrução da mama por prótese e incentivar a participação em grupos de

apoio entre mulheres mastectomizadas, assim contribuindo para o aumento de sua auto-

estima e êxito na recuperação.

Para uma abordagem humanizada a cliente com diagnóstico de câncer de mama, faz-

se oportuno considerar as emoções desencadeadas com a confirmação do diagnóstico,

quase sempre associado à morte, ao medo e ao desespero.

Entender as questões referentes ao ajustamento psico-social envolvido no câncer de

mama, permite ao profissional de saúde, especialmente o Enfermeiro, avaliar e assistir a

mulher de uma forma adequada e singularizada. (RÉGIS E SIMÕES, 2005)

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4. ANÁLISE DE DADOS

Para a elaboração da análise de dados, foram selecionadas 21 produções científicas

publicadas entre 1999 e 2009, no idioma português, baseadas nas referências sobre câncer

de mama e as ações de enfermagem prestadas às portadoras da doença. Foram

encontrados 15 artigos científicos, 3 monografias, 1 tese e 2 livros.

O quadro 1 apresenta as ações dos enfermeiros no cuidado à cliente portadora de

câncer de mama, ações essas que abrangem vários estágios da doença, já que o assistir ao

outro com câncer possibilita a intervenção de enfermagem em diversos níveis, desde a

prevenção, reabilitação e também na doença avançada.

Quadro 1: Ações do enfermeiro a cliente portadora do câncer de mama,

distribuídas pelos autores e ano.

AÇÕES DO ENFERMEIRO

AUTOR E ANO

Realizar consulta de enfermagem.

ALCÂNTARA et al, 2004, GERK et al., 2000; CAMARGO e SOUZA, 2003; FONSECA, 2005; BRASIL 2008

Educar (ensinar, orientar incentivar) e divulgar (sugerir e motivar).

GERK et al., 2000; SMELTZER e BARE, 2005; FREIRE e MASSOLI, 2006; NETTINA, 2003; FONSECA, 2005; BERTOLO e PAULI, 2008; MELO et al (2005); PAIXÃO 2006; BRASIL 2008.

Dialogar com a cliente; dar apoio emocional, reduzir medo, ansiedade e estresse.

FREIRE e MASSOLI, 2006; FONTES e ALVIM, 2008. FERREIRA E MAMEDE, 2003; SMELTZER e BARE 2005; REGIS E SIMÕES, 2005. TEIXEIRA E LEFÈVRE, 2006; SALCI et al 2009. AMORIM,1999; DUARTE e ANDRADE, 2003

O cuidar no pré-operatório

BARRETO et al 2008; FERREIRA e MAMEDE 2003; CAMARGO, SOUZA ,2003; SMELTZER e BARE 2005; NETTINA,2003; PAIXÃO, 2006; AMORIM. 2001

O cuidar no pós-operatório e mastectomia

SMELTZER e BARE 2005; BARRETO et al 2008; CAMARGO e SOUZA 2003; VIANA e CAMPOS 2009; FERREIRA E MAMEDE,2003; PEREIRA et al,2006 .

Fonte: MARTINS; MOURA; FERREIRA; BARBOSA (2010).

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Gerk et al. (2000), Considera o Art. 11, inciso I, alínea "i" da Lei nº 7.498, de 25 de

junho de 1986, e no Decreto 94.406/87, que regulamenta, legitima a Consulta de

Enfermagem e determina como sendo uma atividade privativa do enfermeiro;

Destaca ainda que a consulta de Enfermagem é um recurso valioso na assistência

personalizada ao cliente e sua família, criando uma situação de ensino/aprendizagem,

que a define como a atenção prestada ao indivíduo, à família e à comunidade de modo

sistemático e contínuo, realizada pelo profissional com a finalidade de promover a saúde

mediante o diagnóstico e tratamento precoces, bem como a aplicação de princípios e

técnicas de enfermagem, torna possível a prevenção e a detecção precoce do câncer de

mama.

A consulta de enfermagem deve incluir a identificação de fatores de risco com

base na anamnese; realização de exame clínico das mamas; orientação sobre o exame

mamográfico (indicação, técnico e periodicidade); ações educativas para a saúde que

contemplem o conhecimento do corpo, incluindo o exame das mamas realizado

periodicamente pela própria mulher (autoexame); a desmistificação do diagnóstico e da

incurabilidade do câncer de mama; o agendamento das mulheres assintomáticas para

consultas periódicas; o encaminhamento adequado ao exame físico dos casos

classificados como de “risco alto” ou com anormalidades, neste caso, independentemente

do risco. (BRASIL 2008)

Para Fonseca (2005), é nas consultas ginecológicas de prevenção de câncer de colo

de útero e de mama que o enfermeiro deve realizar a consulta de enfermagem,

comprometendo-se no combate e controle da doença através de ações educativas,

enfatizando a prevenção primária e secundaria.

Camargo e Souza (2003) ressaltam que apesar do direcionamento técnico e científico

da consulta de enfermagem, as orientações à clientela e seus familiares são feitas através

de palestras, recursos audiovisuais, de folders, e em conjunto com a equipe

multiprofissional, e são direcionadas à vivência dos diversos tipos de modalidades

terapêuticas para o câncer de mama.

Segundo Alcântara et al (2004), a consulta de enfermagem deve ser um espaço

favorável à relação entre o cliente e o enfermeiro, visando um cuidado efetivo usando todo o

conhecimento técnico e científico que possui, aliado a um assistir, ajudando com

palavras, mostrando-se envolvido com os problemas pessoais das mulheres a que

atendem. Nesse entendimento, o profissional de enfermagem cuida e se volta para as

necessidades de cada cliente, esclarecendo as dúvidas e dando orientações e apoio

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psicológico que possam diminuir o estresse da paciente, minimizando os efeitos colaterais

do tratamento.

Segundo Fonseca (2005), o câncer de mama é de relativo bom prognóstico, quando

diagnosticado e tratado nos estágios iniciais. Torna-se necessária a realização de ações

educativas específicas no combate ao câncer de mama, objetivando a detecção precoce e

consequentemente melhor sobrevida. As Políticas Públicas de saúde devem informar à

população as ações de combate ao câncer de mama de forma contínua e clara.

Para Gerk et al (2000), a educação constitui uma das áreas prioritárias da atuação da

enfermeira, a qual pode e deve ser exercida por meio da consulta de enfermagem, sua

atividade fim.

O profissional de enfermagem tem papel fundamental no sentido da educação da

mulher para a realização do auto-exame das mamas e isso deve ser instituído nos

programas de saúde e de educação nos locais de trabalho e outros. Nas ações educativas

com base comunitária, deve ser feita a identificação das mulheres com risco, realização de

reuniões educativas (palestras, grupos de reflexão, vídeos), visando à mobilização e à

conscientização para o autocuidado e a importância da prevenção e do diagnóstico precoce,

quebra de preconceitos, diminuição do medo. (BRASIL, 2008)

Bertolo e Pauli (2008) ressaltam que o incentivo e divulgação do autoexame das

mamas deve se adequar a uma linguagem simples e objetiva que atinja a todas as classes

sociais, para que o câncer de mama seja detectado na fase inicial, possibilitando tratamento

menos traumatizante à mulher.

Para Nettina (2003), os enfermeiros desempenham importante papel no autoexame

das mamas, pois segundo a autora as mulheres relatam o aumento da frequência do

autoexame das mamas quando ensinadas por um enfermeiro.

Ainda sobre educação, Paixão (2006) coloca o desafio para o profissional de

enfermagem de ensinar essas mulheres a viver diante de futuros imprevisíveis com a

possibilidade de recorrência, mesmo após a fase aguda da cirurgia e dos sofridos

tratamentos coadjuvantes e, ainda, o de orientá-las sobre suas tarefas de auto cuidado e

acompanhamento médico pós-operatório.

Assim, evidencia-se a necessidade do enfermeiro no papel de educador, que deve

manter sua flexibilidade durante a prestação de assistência, a qual inclui planejar

abordagens criativas para a promoção de famílias saudáveis, considerando que sua

atenção deve estar voltada não somente para as pessoas individualmente, mas para a

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família como um todo, buscando a manutenção do equilíbrio de seus membros. Para a

prestação de uma assistência mais qualitativa em oncologia, sugerimos que a enfermagem

enfatize a família como relevante no cuidado, visto que, no momento de uma doença de

caráter maligno como o câncer, esta também fica afetada em sua integridade, podendo

interferir na promoção de respostas adaptativas pelo cliente. (MELO et al, 2005).

Smeltzer e Bare (2005) afirmam que o Enfermeiro fornece ensino e aconselhamento

antecipados em cada estágio do processo e identifica as sensações que podem ser

esperadas durante os procedimentos diagnósticos adicionais. O Enfermeiro também

discute as implicações de cada opção de tratamento e como elas podem afetar os vários

aspectos do curso de tratamento e estilo de vida da paciente.

Para Fontes e Alvim (2008), é essencial que o Enfermeiro imprima no cuidado a

capacidade de interagir com a cliente exercitando o diálogo, colocando-se disponível para

escutar o que a aflige. Pode não resolver a situação objetiva do câncer de mama e os

aspectos dela decorrentes, mas certamente contribuirá para minimizar a sensação de

medo e angústia manifestada pelo seu surgimento. Essa atitude poderá facilitar o

processo de aceitação do câncer pela cliente e sua reabilitação, bem como o tratamento

da doença.

Isso porque, quando a cliente desenvolve uma relação de confiança com a equipe que

lhe presta cuidados, tende a responder melhor à terapêutica quimioterápica. Assim, ao

trabalhar com a subjetividade da cliente no cuidado, através do diálogo, o Enfermeiro a

ajuda a lidar com suas emoções e sentimentos, tornando-a partícipe de todo o processo

de cuidar. Daí a importância de estudos que chamam atenção para essa dimensão do

cuidado de enfermagem. O ser humano é complexo em sua essência. Por isso, para a

enfermeira que utiliza o diálogo como um dos fundamentos do cuidado, é preciso

desenvolver a habilidade sensível nesse processo.

Para Amorim (1999), a atuação do Enfermeiro no cotidiano do cuidar deve se refletir

numa assistência de enfermagem de qualidade que direciona para o auto-cuidado, objetiva

a melhoria da qualidade de vida da cliente e, ainda, permite o reconhecimento do

profissional ao estabelecer um diálogo positivo e empático enfermeira-cliente.

Salci et al (2009), em sua pesquisa, ressaltam a importância de os profissionais de

enfermagem refletirem sobre a realidade da mulher ao receber o diagnóstico de câncer, pois

eles vão muito além das necessidades físicas. Assim, cabe aos profissionais da

enfermagem conhecer essas realidades, para que possam oferecer um tratamento que

contemple, além das necessidades fisiológicas, diálogo, apoio emocional, orientação,

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respeito e ajuda em direção a um novo modo de viver a todos os envolvidos na rede

familiar e social dessa mulher.

Para Regis e Simões (2005), viver com uma doença estigmatizante, conviver com

sentimentos negativos e enfrentar o tratamento e suas conseqüências significaram para

essas mulheres estarem constantemente inseguras e com incertezas, momento este em

que se torna importante a participação do profissional de saúde, especialmente dos

enfermeiros. Elas poderão perceber que através do diálogo que tal diagnóstico traz um

significado em suas vidas e suas formas de enfrentamento, ajudando-as a explorar seus

sentimentos, expectativas e estratégias de ajustamento, evidenciando a oportunidade

para que a assistência de enfermagem inclua medidas para prevenir ou minimizar a

angustia referida pela mulher diante do diagnóstico. Entender as questões referentes ao

ajustamento psicossocial permite avaliar e assistir a mulher mais apropriadamente.

Segundo Ferreira e Mamede (2003), a primeira grande dificuldade a ser enfrentada

pelas mulheres, após uma mastectomia, é a sua própria aceitação, como de olhar no

espelho e aceitar que seu corpo está diferente, é um momento agressivo à sua auto-estima.

Nessa situação a enfermeira tem que estar preparada para dar orientação, apoio

emocional, incentivo a esta cliente e propor alternativas futuras, atualizadas, como, por

exemplo, a reconstrução da mama por prótese e incentivar a participação em grupos de

apoio entre mulheres mastectomizadas, assim contribuindo para o aumento de sua auto-

estima e êxito na recuperação.

Smeltzer e Bare (2005) citam que a cliente ao se submeter à investigação extensiva

fica temerosa dos procedimentos e ansiosa a respeito dos possíveis resultados dos testes,

cabendo à enfermeira o papel de ajudar a aliviar o medo e a ansiedade ao explicar os

exames que serão realizados, e como ela deve agir no momento do procedimento e as

sensações que provavelmente apresentará, além de encorajá-la e aos membros da

família a se comunicarem e compartilharem suas preocupações e dúvidas entre si.

O Enfermeiro que cuida da mulher que acabou de receber o diagnóstico precisa

conhecer as várias opções de tratamento para discuti-las com a cliente e estar ciente

da informação repassada pelo médico a sua cliente. Em função disso, o Enfermeiro exerce

um papel de grande relevância na vida destas mulheres, pois é ela que identifica as

preocupações, ansiedades e medos das clientes, orientando-as e apoiando-as

psicologicamente. Uma conduta cuidadosa e calma estabelecendo um diálogo entre

cliente e enfermeira pode controlar a ansiedade da mulher frente ao diagnóstico e durante o

tratamento. (DUARTE e ANDRADE, 2003).

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Para Teixeira e Lefèvre (2006), a Enfermagem, como profissão, tradicionalmente

reconhece o valor clínico do cuidado espiritual. Através do diálogo, a intervenção da

enfermeira quando associada ao aumento da auto-estima, fortalecimento da ajuda social

e de sustento da crença religiosa, pode ser importante para aumentar a crença, o

potencial de luta e o nível de esperança. A religião pode ser um instrumento que motiva e dá

suporte aos profissionais de saúde para o desenvolvimento e a melhoria de suas

habilidades técnicas junto ao paciente.

A enfermagem tem papel fundamental no cuidado pré-operatório por meio da visita,

na qual realiza coleta de dados identificando doenças preexistentes, tratamentos prévios,

hábitos alimentares, tabagismo e alcoolismo, que poderão trazer complicações durante e

após a cirurgia. Devem ser incluidas orientações quanto uma série de exames pré-

operatórios solicitados pela equipe médica, cuja função é analisar o estado nutricional,

respiratório, cardiovascular, hepático, renal, endócrino e imunológico da mulher. (BARRETO

et al 2008 ; FERREIRA e MAMEDE, 2003).

Os mesmos autores expõem que desde o diagnóstico o Enfermeiro deve adotar ações

que proporcionam excelência na assistência a estas mulheres, de modo que sejam tratadas

de forma honesta e humanizadas, para que possa mostrar as vantagens da cirurgia e/ou

tratamento e a importância da adesão a terapias. Para isso é necessário prestar

informações com linguagem acessível ao seu entendimento, com clareza nas

exposições. Ainda, outro fator muito importante é a inserção da mulher no processo

decisório que a envolve e no tipo de procedimento que será adotado.

Para Barreto et al (2008), é importante esclarecer as clientes sobre as técnicas

invasivas às quais serão submetidas, bem como sua importância e desconfortos. É uma

etapa indispensável, pois visa prevenir a ansiedade, o medo e ter uma cliente participativa

e colaboradora com os procedimentos a serem realizados.

Para Camargo e Souza (2003), o período cirúrgico é o mais estressante e, apesar da

tendência atual da realização da cirurgia conservadora, muitos casos ainda exigem a

mastectomia, e é nessa época que a mulher é confrontada definitivamente com a perda da

mama, medo da cirurgia, da mutilação e da morte.

O enfermeiro fornece o ensino e aconselhamento antecipado em cada estágio do

processo e identifica as sensações que podem ser esperadas durante os procedimentos

diagnósticos adicionais, e também discute as implicações de cada opção de tratamento

e como elas podem afetar os vários aspectos do curso de tratamento e estilo de vida da

cliente, que prefere ser ativa em seu cuidado e na tomada de decisão. Por vezes, a cliente

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pode demonstrar o comportamento que indica incapacidade de tomada de decisão sobre o

tratamento, casos em que a orientação cuidadosa e aconselhamento de suporte são as

prescrições que a enfermeira pode usar para ajudar essa cliente. (SMELTZER e BARE

2006; NETTINA, 2003).

Ainda sobre o cuidado de enfermagem pré-operatório, Paixão (2006) e Amorim,

(2001), descrevem sobre o Processo de Enfermagem, destacando as várias ações

realizadas, como a realização da Consulta de Enfermagem pré- operatória para avaliar

condições e hábitos de higiene e a integridade da pele, para identificar lesões que impeçam

o ato cirúrgico, checar exames pré-operatórios, orientações quanto às rotinas como jejum,

administração pré-anestésica, horário provável da cirurgia, equipe de cirurgião e

anestesista, entre outros procedimentos pertinentes e finalizando com o registro, como a

evolução de enfermagem no prontuário e preenchimento do histórico do trans-operatório.

Camargo e Souza (2003) relatam que o período pós-operatório é marcado pelo

alívio de ter sobrevivido à cirurgia e a esperança de estar curada, mas continua existindo o

medo do retorno da doença, o medo de enfrentar a dor e os curativos, o medo de enfrentar

a possibilidade permanente de um corpo mutilado, e ainda, a preocupação com a

feminilidade e com as reações do companheiro frente à mastectomia. É neste período

também que ocorre a depressão, a ansiedade e a diminuição da auto-estima, coexistentes

com sentimentos de fortalecimento pessoal e esperança. A mastectomia traz para a mulher

a realidade da mutilação e com ela muitos sentimentos e perturbações criadas no cotidiano

das mulheres que passam a apresentar nervosismo, agressividade e insegurança,

sentimentos esses que parecem permeados de significados como desespero, medo de

aceitação, segurança, impacto, readaptação.

Uns dos cuidados de enfermagem no pós-operatório segundo Smeltzer e Bare

(2005), é a avaliação contínua da dor e desconforto, porque as pacientes apresentam

graus diferentes de intensidade da dor. Deve ser encorajanda a tomar agentes

analgésicos, além de realização de curativos no sitio cirúrgico e cuidados com drenos,

mantendo sua permeabilidade, assim como as precauções contra possíveis infecções.

Para Barreto et al (2008), a presença da incisão, curativo e drenos denunciam as

principais preocupações das clientes e é fundamental o esclarecimento de forma detalhada

de todos os procedimentos, sobre os cuidados que deverão ser tomados para evitar

complicações, inclusive os domiciliares como o auto-cuidado.

Segundo Ferreira e Mamede (2003), o enfermeiro tem que estar preparada para dar

orientação, apoio emocional, incentivo a esta cliente e propor alternativas futuras,

atualizadas como, por exemplo, a reconstrução da mama por prótese e incentivar a

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participação em grupos de apoio entre mulheres mastectomizadas, assim contribuindo

para o aumento de sua auto-estima e êxito na recuperação.

Pereira et al (2006), afirmam que cabe ao enfermeiro um relacionamento humanista

e desmistificador do preconceito enfrentado pelas mulheres mastectomizadas,

contribuindo para que elas não sejam preconceituosas em relação ao seu próprio corpo, o

que leva a outra dificuldade a ser enfrentada no pós operatório. Quando aceitam retornar à

vida sexual, a maioria delas tem vergonha de mostrar-se nua na frente de seus parceiros,

pois a sensação é de que, na situação que se encontram, são menos mulheres, preferindo

então manter relações sexuais com um sutiã ou mesmo com uma camiseta. Tal situação faz

com que muitas mulheres, às vezes, ainda que com medo, optem pela reconstrução

imediata da mama, seja para simples satisfação do cônjuge, seja para reconhecer

novamente a sua feminilidade ou para evitar o olhar preconceituoso da sociedade.

O Enfermeiro, quando presta cuidado à cliente com câncer de mama e

mastectomizada, tem a grande função de estimular essa mulher a ganhar forças para

enfrentar todo o processo desencadeado pela doença que é um desafio significativo porque

prioriza a redução do sofrimento traçando um plano de cuidado, oferecendo suporte

informativo com relação ao câncer, ao tratamento, ao cuidado domiciliar, considerando a

auto-estima, a sexualidade e o desenvolvimento de suas atividades, que desde o

diagnóstico do câncer até o retorno para casa pós-cirúrgico é possível o sucesso do

tratamento e, principalmente, para o despertar de uma nova mulher que participa ativamente

para o seu cuidado, proporcionando maior tranqüilidade e conforto. (VIANA e CAMPOS

2009).

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5. CONCLUSÃO

Através dos dados obtidos, evidenciou-se que a mulher ao descobrir-se com câncer de

mama, vivencia uma trajetória de sofrimento, vulnerabilidade, medo do futuro e da morte.

Temer ser mutilada no caso de precisar ser realizada uma mastectomia, afetando também

as pessoas em seu convívio com os sentimentos e emoções de pesar. Portanto, torna-se

necessário e oportuno que a assistência de enfermagem inclua medidas para prevenir ou

minimizar a angústia referida pela mulher em seguida ao diagnóstico de câncer. E como o

enfermeiro é o profissional da equipe de saúde que mais tem contato com estas clientes,

cabe a nós, futuras enfermeiras, trabalhar de forma humanizada e holística com base no

conhecimento científico e prático, a fim de contribuir com ações que as ajudem a lidar com

as suas emoções e sentimentos e com situações de natureza cultural, social, material e

espiritual. Também necessário se faz, avaliar o estado físico e psicossocial da cliente,

fornecendo tranqüilidade, informando a cliente sobre as pesquisas recentes e as novas

modalidades de tratamento, encorajando-a a fazer perguntas para solucionar suas dúvidas.

Dessa forma, é imprescindível o preparo adequado da equipe de enfermagem para as

demandas do cuidar dessa cliente.

Notou-se também que o enfermeiro tem um papel fundamental na promoção da saúde

e prevenção das doenças, com a função de acompanhar e orientar principalmente durante a

consulta de enfermagem, onde é prestada uma assistência personalizada à cliente e sua

família, e é criada uma situação de ensino/aprendizagem com os objetivos de contribuir para

a redução dos índices de morbi-mortalidade de mulheres por câncer de mama,

implementando de forma fundamentada e sistematizada ações preventivas de manutenção

e recuperação da saúde da mulher.

Compreendemos que é muito importante o apoio, a disponibilidade e a orientação

fornecida pelo Enfermeiro à cliente e sua família sobre sua doença, sobre o que esperar do

diagnóstico do câncer, como se dá o tratamento e suas consequências e, ainda de como a

reabilitação é importante para auxiliar a mulher na superação desses momentos difíceis da

sua vida.

O diálogo do enfermeiro, como base para a educação e o cuidado, ajuda no alívio dos

sentimentos destrutivos e ameaçadores e na integridade social, fornecendo-lhes as

informações necessárias acerca da doença e seu tratamento, assim como promovendo o

estabelecimento de laços de confiança, possibilitando a cliente e familiares verbalizarem

seus temores, encorajando-os a expressar suas dúvidas, preocupações, anseios e

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expectativas, em uma autêntica relação de ajuda, solidariedade e apoio no enfrentamento

das situações que se apresentam desde o surgimento da doença e em todo o processo de

tratamento até a reabilitação.

As ações de enfermagem vão muito além dos procedimentos realizados à beira do

leito da cliente, não é tarefa das mais fáceis. Mesmo que as técnicas pareçam soberanas,

temos que ter em mente e acreditar que o enfoque deve ser o cuidado ao ser humano e não

a cura, pois a cliente sendo curada ou vindo a morrer, o enfermeiro ainda assim sai

fortalecido, por acreditar ter feito o que estava a seu alcance, indo ao encontro do outro,

adequando-se para as necessidades pessoais, emocionais e espirituais da mulher em

tratamento, contribuindo assim para o aumento de sua auto-estima e êxito na recuperação.

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APÊNDICE A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS - TCC.

TÍTULO:

AUTOR:

ANO PUBLICAÇÃO:

TIPO: ( ) ARTIGO PERIÓDICO ( ) ARTIGO CIENTÍFICO

( ) LIVRO ( ) MONOGRAFIA ( ) TESE

TIPO DE ESTUDO: ( ) REVISÃO DE LITERATURA ( ) ESTUDO DE TEMPO

LITERATURA: ( ) MÉDICA ( ) ENFERMAGEM ( ) OUTROS:

Descritores:

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QUESTÃO NORTEADORA:

Quais as ações do Enfermeiro no cuidado à cliente portadora de

Câncer de Mama?

Nº da pág.

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