Profissional de saúde,nessa hora o seu papel se torna ainda mais importante.

Família, quem você ama pode salvar vidas.Para ser doador de órgãos, lembre-se de avisar a sua família.

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O diagnóstico

Morte Encefálica (ME) é a perda total e irreversível das funções do encéfalo (cérebro e tronco encefálico) por uma causa conhecida e comprovadamente capaz de provocar esse quadro clínico. Uma resolução do CFM define o que é ME e estabelece os critérios clínicos e gráficos para o seu diagnóstico. Portanto, não existe dúvida quanto ao diagnóstico de ME. O diagnóstico de ME é um direito do paciente e de sua família e os procedimentos para sua verificação deverão ser realizados em todos os pacientes em coma não responsivo e apneia, independente da intenção de ser ou não um doador. Para a verificação de ME é essencial que todas as condições abaixo sejam observadas:

Pré-requisitos: identificar o paciente em coma que tenha sofrido situação passível de provocar lesão encefálica irreversível e constatar a ausência de quaisquer condições que possam estar causando estado de coma reversível (ex.: sedação e hipotermia).

Exame clínico: para verificação da consciência e de ausência de função do tronco cerebral em todos os seus níveis, é necessário que o médico realize dois exames clínicos compostos de provas neurológicas, realizados em intervalos de tempo que variam de acordo com a faixa etária.

Exames complementares: devem ser realizados para documentar a ausência de circulação sanguínea intracraniana ou atividade elétrica cerebral ou atividade metabólica cerebral, confirmando o diagnóstico clínico de ME.

Condições imprescindíveis para o diagnóstico de Morte Encefálica

Ausência de causas reversíveis de coma:

Distúrbio hidroeletrolítico, acido-básico ou endócrino e intoxicação severos e não corrigidos: na presença ou suspeita de alguma dessas condições, cabe à equipe assistencial analisar se essas anormalidades estão causando o quadro de coma ou se são decorrentes da ME. Devem ser registradas no prontuário hospitalar a análise justificada da situação e tomadas todas as medidas necessárias para correção das alterações antes de se prosseguir com o diagnóstico de ME pelo médico.

Sedação: confirmar a ausência do uso de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central.

Hipotermia severa: a temperatura corporal (retal ou oral) deverá ser igual ou maior que 32°C.

Dúvidas frequentes

A) É ético desligar os aparelhos se uma pessoa em ME a não for doadora de órgãos?A Resolução CFM estabelece que é legal e ética a suspensão dos procedimentos de suportes terapêuticos quando determinada a ME em não doador de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante, após

o devido esclarecimento à família. Portanto, é dever do médico retirar os procedimentos de suporte que mantêm artificialmente o funcionamento dos órgãos vitais, tendo em vista que se trata de pessoa falecida e não de indivíduo em estado terminal.

B) Seu hospital nunca notificou um caso de ME. Quem se deve procurar quando houver suspeita ou diagnóstico de ME?Todos os casos suspeitos de ME devem ser comunicados à Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) ou à Organização de Procura de Órgãos (OPO), as quais podem fornecer orientações e auxílio para que o médico realize o diagnóstico de ME. Se for confirmada a morte e a família autorizar a doação, a CIHDOTT ou a OPO podem participar na condução do processo de doação de órgãos e tecidos. É importante frisar que, independente da intenção de doar, é obrigatória por lei a notificação de todos os casos de ME à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) da unidade federada onde ocorrer o diagnóstico.

C) Onde encontrar outras informações sobre o processo de doação/transplante?Informações sobre o processo doação/transplante podem ser encontradas no site do Ministério da Saúde. Nele, você encontrará o link de acesso à área de transplantes, que contém a legislação vigente sobre o tema, além de dados estatísticos, contatos das CNCDO e outras informações. Acesse www.saude.gov.br.

Conforme prevê a Lei 9.434/1997,

a notificação dos casos de Morte

Encefálica é obrigatória. O trabalho

continua na conversa com familiares

e responsáveis legais que, após

serem totalmente esclarecidos sobre

a situação irreversível de seu ente

querido, precisam ouvir uma pergunta

delicada sobre a doação de órgãos

e tecidos. Dessa conversa nasce a

decisão que pode trazer vida nova

às pessoas que aguardam na lista

de espera por um transplante. Os

profissionais de saúde têm o dever de

oferecer às famílias a possibilidade

da doação de órgãos e tecidos. É a

dedicação de profissionais como você

que possibilita resultados cada vez

melhores nos transplantes e redução das

listas de espera por órgãos e tecidos.

Bom trabalho!

A entrevista familiar sobre a doação de órgãos requer atenção e sensibilidade.