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Assignatiiras. COM POItTE SEM 1'OUTE lanno.. lCgOOO 1 anno 13g000/ G mezes OgOOO G mezes... 8à'000' 3 mezes GgOOO 3 mezes... 5g000 Numero avulso SO rs. PEOP 'XUSDiLOS 11 ;>;/.Condições. Pulilica-se diariamente, menos nos dias sanctiücados ou de festa nacional. As assífr- naturas são pagas adiantado. Os annunci- os dos Srs. assignantes, bem como todo o artigo de interesse geral, serão publicados gratuitamente. As publicações à pedido e annuncios cobrar-se-hâo a rs. por linha. SDK 3Tc ffi DE PAULA CASTRO. AMM© I. OURO PRETO, ã DE JVMiHO ÍÍK 4853. IfUUERO 86. larte WÊM& «OVERNÍ© PROVBrVCMAKi. LEIN. 1:939—DE 19 DE JULHO DE 1872. Lei que manda contar ao professor de ins- trucção primaria, Joaquim José de Fa- ria Pinlo, para sua aposentadoria, o tempo em que leccionou particularmente. 0 Dr. Joaquim Floriano de Godoy, pre- sidenle da província de Minas Geraes: Fa- ço saber á todos os seus habitantes epie a assembléa legislativa provincial decretou e eu sanecionei â lei seguinte: Artigo único. Quando se conceder apo- sentadoria ao professor de instrucção pri- maria, Joaquim José de Faria Pinto, se lhe contará lodo o tempo em que leccio- nou particularmente- revogadas as dis- posições em. contrario. Mando, portanto, â lodas as autorida- des, á quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumprão e facão cumprir tão inteiramente como n'ella se contem. O secretario d'esla pro- vincia afaça imprimir, publicar e correr. Dada no palácio da presidência da provin- cia de Minas Geraes aos dezenove dias do mez de Julho do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Chrislo de mil oi- tocenlos e setenta e dous, quinquagesimo primeiro da independência e do Império. Dn. Joaquim Floriano de Godoy. Cláudio Aíaôr Bernhauss de Lima a fez. Sedada na secretaria da presidência aos 19 de Julho do 1872. José da Costa Carvalho. Nesta secretaria foi publicada a presen- te lei aos 8 de Junho de 1873. José da Costa Carvalho. Jfj%iim. 0 BANDIDO DO RIO DflS B10RTES. ROMANCE POR BERNARDO GUIMARÃES. PARTE P-EtXMJEIftA. (Continuação do numero 84J. Kra Gil, que, apenas se vio posto em liberdade, correo ã casa de Maurício para agradecer-lhe e desabafar no seio da amizade a sua cólera e justo resenti mento. —Parece-me que ainda agora fallavas no meu nome, disse a pessoa que ia entrando. —Ahi és tu, Gil?... ô verdade, lembrava-me de ti neste momento. —Com quem estás então conversando?... —Commigo mesmo; aqui não ha ninguém. —Estás ás escuras, e eu fui entrando...des- culpa-me. —Não faz mal; ás escuras ou às claras a casa é sempre tua, Gil.. .eu estavascismando... —Em teus amores de certo, não é assim?... —Não; penso também nelles muito, mas ago- ra eu estava a scismar no que hoje te aconle- ceo e na triste sorte que nos espera, si as cousas continuarem assim... —Pois eu ca, penso n'uma cousa; é no modo porque hei de vingar-me daquelle ca- chorro. —Sim! tens razão de sobra, mas... —Mas o que!....tarde ou cedo aquelle cas- murro ha de me pagar. Tenho muita gente por mim, louvado seja Deos, e aquelle patife ou ha de sahir bufando è pinoteando cóm três nós no rabo pplo caminho, por onde veio, ou ha de aqui largar a casca. —Mak.. esquece por ora essa offehsa, meu Gil. .. í£>i um acto precipitado, de que elle pa- rece estaiarrependido .. —Arre^ndido!... que esperança 1... não di- gas tal, MaLricio. Si não fosses tú, ainda agora eu, estaria W os pés entalados no tronco!... ipillúràil Tributo de amizade e respeito n S. Eive. o Sr. barão de Ca- margos, chefe tio partido con- servador de SBinas Geraes. (Continuação.) APONTAMENTOS POLÍTICOS. I. Reforma eleitoral e a demo- cracia. Quando os partidos confundem suas raias, as leis fundamentacs permanecem sem defeza: as transacções igualão todas as pretenções. Os ministérios (raciocinamos cm abs- tracto) os ministérios na necessidade de viver cortejão as influencias do dia: a palaaia é nenhuma garantia: a política, não podendo ser definida mais pela sei- encia—a lheoria dos governos—é defini- da, segundo Maclúavcl, a arte dos gover- nos se conservarem] .. Apagadas as tradições, exhaure-se o cofre das graças inconfessáveis: aparece o resenlimento de novo. 'Os chefes, insaciáveis de reputação nas províncias, aturdidos pelos grilos desçom- passados de uma clientella famellica, sa- crificão á principio a virtude indomável; e depois alistão-se nas opposiçõesl Mas essa opposição, não sendo inspira- da pelo patriotismo, é apenas a realisação de certa prophecia de Montesquieu, vali- cinando a perversão dos governos: ah! Maurício! Maurício!... isto é duro!... é in- suportável!... Dizendo estas palavras o moço chorava de rai- va e desesperação. A' vista de tão justa indigna- ção Maurício não sabia o que dizer. —Meu Gil, diz elle emQra, depois d'um longo silencio, as cousas deveras vão tomando um pes- simo caracter, e bem sabes, sinto tanto o ultraje que soffrestes, como si fosse feito a mim próprio. Mas, não acho prudente tomarmos uma resolução extrema; esperemos ... —Esperemos para quando elle nos levar à for- ca, não é assim?... ah! Maurício, beijo-te as mãos por me teres restituido a liberdade, mas tenho de ti. —Porque?... —Não tens os pés em um tronco, ô verdade; mas tens no pescoço uma canga peor e mais pe sada, que quanto tronco ha... Pobre Mauri- cio! .. não podemos contar comligo... -• —E porque não?—replicou Maurício com vi- vacidade, um pouco magoado das palavras de seu amigo;—ô verdade que tenho summo inte- resse e desejo ardente de que se acabem estas nossas fataes desavenças, e que o capitão-mór seja respeitado e querido de todos. Mas si assim não puder ser, si elle continuar a nos acabru- nhar com injustiças, ultrajes e perseguições, pen- sas acaso que eu hei de ser traidor á meus pa- tricios?... —Traidor, não; si eu te suspeitasse capaz de uma traição, nunca mais queria nemver-te a cara. Mas não é isso, Maurício... —Si não é isso, nada mais pode ser. disse; eu hei de procurar todos os meios, empre- gar todos os esforços para que haja paz e boa harmonia nesta terra, e para que não haja mo" (ivo de queixa do nosso capitão-mór. Elle tem boas intenções e ê bom homem, mas o tal se- nhor Fernando... esse... esse é que o ha de pôr a perder e a nós todos; si não procurarmos meio de nos desfazermos delle. Desappareça de entre nós o tal íidalgote, e verás como tudo se endireita. « O poder executivo, dispondo de to- dos os empregos, poderia dar grandes es- peranças, nunca temores; e todos que obtivessem seus favores se inclinarião para seu lado, vindo elle a ser aggredido pelos qne d'ello nada esperassem. » (Espirito das leis L. 19 capitulo 27). A opposição constitucional, como é de- finida pelo Exm. Sr. senador Pimenta Bueno, no sen Direito Publico, è um prin- cipio de edificação e de ordem: nunca foi a senha da destruição e do disgosto. A opposição con«ciencio?a, generosa e respeitosamente franca esclarece a opi- nião publica, dissipa os erros, prepara- se para futura governação. A opposição constitucional nunca des- lustrou; porque ella discute somente para conservar o paiz. A opposição systematica é filha de ter- riveis inspirações. Cega de ódio, desvai- rada de. ambições, ella tem somente em seus lábios espumantes o desrespeito e insulto. Sua divisa é a destruição. Como essa divindade do dualismo Persa, Arheman, que dizia eternamente—não— a opposição systematica corta com a fou- ce da impiedade o bem e o mal; porque ella está ébria de uma paixão rasteira, que é a svde do mando e do poder. Mas toda essa desorganisação das cou- sas publicas se dão nos paizes, que se esquecem da natureza de seu governo para cortejarem as cphemeras paixões do dia. Quando.se pretende introdusir um ele- —Qual Fernando, nem meio Fernando!... é toda essa calerva! é preciso dar uma lição mes- tra a toda essa corja de emboabas. De outra sor- te não teremos redempção.. —Não é tanto assim; escuta-me, Gil. es- tis muito apaixonado, e eu sei encarar as cousas com mais sangue frio. não fazes idéa do ve- neno, que o capitão-mór nos trouxe na figura daquelle homem. E' elle, eu te afianço, a causa única do transtorno que vai apparecendo. Veja- mos si podemos dar cabo delle, seja como for, e verás como as cousas tornão caminho... —Mas si elle é carne e unha com o capitão- mór!... para dar cabo do um, | é preciso acabar com o outro. —Talvez não seja. O capitão-mór não sabe bem ainda quem é o tal Fernando, que poucos mezes ha que veio de Portugal. Mas eu... eu o conheço como as palmas de minha mão, e tal- vez um dia possa abrir os olhos do velho... —Tü!... que esperança! a gratidão e o amor te cegão, meu caro Maurício. --Pode ser; mas também é certo, que tu não podes conhecer o capitão-mór melhor do que eu, que fui creado em casa delle. E' um pouco grosseiro, arrebatado, fanfarrão, e todo cheio de sua fidalguice; mas não deixa de ter boa alma. E' o tal Fernando quem lhe está virando a cabeça... —Seja como fôr, o certo é que o teu homem ja não é o mesmo. Foi o teu protector, é verda- de, e lhe deve ser grato; mas toma tento, Mau- ricio; um dia talvez o raio te caia em casa, e então nesse caso respeitarás teu carrasco, porque foi teu bemfeitor, e continuaria a beijar a mão, que foi bemfazeja, mas que agora te es- bofeteia?... —Não; mas nesse caso evitarei, como puder, os golpes dessa mão, que não posso cortar. •—Si tiveres tempo para isso, si ella não cahir sobre ti imprevista e veloz como o raio. - —Tú me farias pensar, meu Gil, si des do momento de tua prisão eu não tivesse esta mento democrático em uma forma de go- verno monarchico constitucional, essa in- novação é o primeiro symptoma da cor- rupção d'essa forma de governo. « Ha difTerença, diz o sábio antor do Espirito das Leis, enlre a natureza de um governo e seu principio; pois que a natu- reza é que o define como tal, e o que o faz mover-se é seu principio. » Uma cousa deve estar em harmonia com a outra, como a força dada á um machinismo deve ser proporcional â for- taleza de sua organisação. O elasterio dado ao principio dos go- vemos gera as revoluções: a preponde- rancia dada á qualquer elemento de sua natureza somente õ filha da corrupção. Mas d'onde provém tamanhos males, acobertados com especioso nome de re- formas ? Qual a origem de tamanhos de- lírios ? Ha muilo tempo, pensadores profun- dos, lamentando os desvarios do raciona- lismo individualista, o descrevem como um principio de desunião, como insliga- dor dos interesses disputados. O racionalismo dos encyclopedistas, se- melhante um vento empestado, vai manso e manso entoxicando a atmosphera so- ciai. Abalando todos principies de ordem, elle despensa em seu culto o Deos dos christãos; e, não contente com este impio triumpho, elle corrompe em toda parte o governo constitucional. cabeça fervendo em mil pensamentos, que me a- cabrnnhão. Mas eu conto ainda com a tua ami- zade, e peço-te em nome delia;—vamos pruden- ciar por emquanto. Mais um pouco de pacien- cia; por ora não acho bom que nos revoltemos. Desgraçadamente talvez em breve nos achare- mos cobertos de razão, e então—terminou Mau- ricio suspirando—então não haverá remédio... —Senão acabar de uma vez com essa corja, disse Gil completando a phrase de seu amigo. —Entretanto é bom excogitar algum meio de nos desembaraçarmos desse homem terrível, que para nosso mal veio em companhia do capitão- mór. Talvez possamos eonseguil-o: não deses- peremos. —E' bem louca essa tua esperança; mas em fim Dão quero magoar-te; farei tudo por abafar no fundo d'alma o meu ódio, e mesmo procura- rei acalmar os nossos bons pitricios, que estão ardendo por vingar-me. De mais a mais, meu amigo, estou certo que com isso não consegui- mos mais do que encher a medida de nossa pa- ciência e retardar a hora da vingança, que tarde ou cedo tem de estalar por força e com tal fúria, que ninguém mais a poderá conter. —O céo ha de permittir que assim nio acort- teça. Em todo caso, Gil, agradeço-te de todo o coração o sacríiicio qne faz por meu respeito o teo justo resenlimento, pois bem sei qnanto isto te custa;.e a mim também Deos sabe qnanto me custa a tragar a tua injuria, que também è minha. —E' verdade, não posso negar; este si cri fio io me é bem custoso, mas tu me mereces muito mais, Maurício. Quando eslavas nos braços do teu capitão-mór todo ufano e glorioso por lhe ter salvado a filha, a quem aqnella turba de pa- tifes não soube acudir, lu te esqueceste de tudo para te lembrar do pobre amigo, qne gemia em um tronco —Ah! Gil! nem fallemos nisso; qnal era o meu dever?... (Continua). ¦'•¦¦'" '.v-;;:-r--.;;:í'.v

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Assignatiiras.COM POItTE SEM 1'OUTE

lanno.. lCgOOO 1 anno 13g000/G mezes OgOOO G mezes... 8à'000'3 mezes GgOOO 3 mezes... 5g000

Numero avulso SO rs.

PEOP'XUSDiLOS

11 ;>;/. Condições.Pulilica-se diariamente, menos nos dias

sanctiücados ou de festa nacional. As assífr-naturas são pagas adiantado. Os annunci-os dos Srs. assignantes, bem como todo oartigo de interesse geral, serão publicadosgratuitamente. As publicações à pedido eannuncios cobrar-se-hâo a SÕ rs. por linha.

SDK 3Tc ffi DE PAULA CASTRO.AMM© I. OURO PRETO, ã DE JVMiHO ÍÍK 4853. IfUUERO 86.

larte WÊM&«OVERNÍ© PROVBrVCMAKi.

LEIN. 1:939—DE 19 DE JULHO DE 1872.Lei que manda contar ao professor de ins-

trucção primaria, Joaquim José de Fa-ria Pinlo, para sua aposentadoria, otempo em que leccionou particularmente.0 Dr. Joaquim Floriano de Godoy, pre-

sidenle da província de Minas Geraes: Fa-ço saber á todos os seus habitantes epie aassembléa legislativa provincial decretoue eu sanecionei â lei seguinte:

Artigo único. Quando se conceder apo-sentadoria ao professor de instrucção pri-maria, Joaquim José de Faria Pinto, selhe contará lodo o tempo em que leccio-nou particularmente- revogadas as dis-posições em. contrario.

Mando, portanto, â lodas as autorida-des, á quem o conhecimento e execuçãoda referida lei pertencer, que a cumprãoe facão cumprir tão inteiramente comon'ella se contem. O secretario d'esla pro-vincia afaça imprimir, publicar e correr.Dada no palácio da presidência da provin-cia de Minas Geraes aos dezenove diasdo mez de Julho do anno do Nascimentode Nosso Senhor Jezus Chrislo de mil oi-tocenlos e setenta e dous, quinquagesimoprimeiro da independência e do Império.

Dn. Joaquim Floriano de Godoy.Cláudio Aíaôr Bernhauss de Lima a fez.

Sedada na secretaria da presidênciaaos 19 de Julho do 1872.

José da Costa Carvalho.Nesta secretaria foi publicada a presen-

te lei aos 8 de Junho de 1873.José da Costa Carvalho.

Jfj%iim.0 BANDIDO DO RIO DflS B10RTES.

ROMANCE POR BERNARDO GUIMARÃES.PARTE P-EtXMJEIftA.

(Continuação do numero 84J.Kra Gil, que, apenas se vio posto em liberdade,

correo ã casa de Maurício para agradecer-lhe edesabafar no seio da amizade a sua cólera e justoresenti mento.

—Parece-me que ainda agora fallavas no meunome, disse a pessoa que ia entrando.

—Ahi és tu, Gil?... ô verdade, lembrava-mede ti neste momento.

—Com quem estás então conversando?...—Commigo mesmo; aqui não ha ninguém.—Estás ás escuras, e eu fui entrando...des-

culpa-me.—Não faz mal; ás escuras ou às claras a casa

é sempre tua, Gil.. .eu estavascismando...—Em teus amores de certo, não é assim?...—Não; penso também nelles muito, mas ago-

ra eu estava a scismar no que hoje te aconle-ceo e na triste sorte que nos espera, si as cousascontinuarem assim...

—Pois eu ca, só penso n'uma cousa; é nomodo porque hei de vingar-me daquelle ca-chorro.

—Sim! tens razão de sobra, mas...—Mas o que!....tarde ou cedo aquelle cas-

murro ha de me pagar. Tenho muita gente pormim, louvado seja Deos, e aquelle patife ou hade sahir bufando è pinoteando cóm três nós norabo pplo caminho, por onde veio, ou ha de aquilargar a casca.

—Mak.. esquece por ora essa offehsa, meuGil. .. í£>i um acto precipitado, de que elle pa-rece estaiarrependido ..

—Arre^ndido!... que esperança 1... não di-gas tal, MaLricio. Si não fosses tú, ainda agoraeu, estaria W os pés entalados no tronco!...

ipillúràilTributo de amizade e respeito

n S. Eive. o Sr. barão de Ca-margos, chefe tio partido con-servador de SBinas Geraes.

(Continuação.)APONTAMENTOS POLÍTICOS.

I.Reforma eleitoral e a demo-

cracia.Quando os partidos confundem suas

raias, as leis fundamentacs permanecemsem defeza: as transacções igualão todasas pretenções.

Os ministérios (raciocinamos cm abs-tracto) os ministérios na necessidade deviver cortejão as influencias do dia: apalaaia é nenhuma garantia: a política,não podendo ser definida mais pela sei-encia—a lheoria dos governos—é defini-da, segundo Maclúavcl, a arte dos gover-nos se conservarem] ..

Apagadas as tradições, exhaure-se ocofre das graças inconfessáveis: apareceo resenlimento de novo.'Os chefes, insaciáveis de reputação nasprovíncias, aturdidos pelos grilos desçom-passados de uma clientella famellica, sa-crificão á principio a virtude indomável;e depois alistão-se nas opposiçõesl

Mas essa opposição, não sendo inspira-da pelo patriotismo, é apenas a realisaçãode certa prophecia de Montesquieu, vali-cinando a perversão dos governos:

ah! Maurício! Maurício!... isto é duro!... é in-suportável!...

Dizendo estas palavras o moço chorava de rai-va e desesperação. A' vista de tão justa indigna-ção Maurício não sabia o que dizer.

—Meu Gil, diz elle emQra, depois d'um longosilencio, as cousas deveras vão tomando um pes-simo caracter, e tü bem sabes, sinto tanto oultraje que soffrestes, como si fosse feito a mimpróprio. Mas, não acho prudente tomarmos jáuma resolução extrema; esperemos ...

—Esperemos para quando elle nos levar à for-ca, não é assim?... ah! Maurício, beijo-te asmãos por me teres restituido a liberdade, mastenho dó de ti.

—Porque?...—Não tens os pés em um tronco, ô verdade;

mas tens no pescoço uma canga peor e mais pesada, que quanto tronco ha... Pobre Mauri-cio! .. não podemos contar comligo... -•

—E porque não?—replicou Maurício com vi-vacidade, um pouco magoado das palavras deseu amigo;—ô verdade que tenho summo inte-resse e desejo ardente de que se acabem estasnossas fataes desavenças, e que o capitão-mórseja respeitado e querido de todos. Mas si assimnão puder ser, si elle continuar a nos acabru-nhar com injustiças, ultrajes e perseguições, pen-sas acaso que eu hei de ser traidor á meus pa-tricios?...

—Traidor, não; si eu te suspeitasse capaz deuma traição, nunca mais queria nemver-te acara. Mas não é isso, Maurício...

—Si não é isso, nada mais pode ser. Jà tédisse; eu hei de procurar todos os meios, empre-gar todos os esforços para que haja paz e boaharmonia nesta terra, e para que não haja mo"(ivo de queixa do nosso capitão-mór. Elle temboas intenções e ê bom homem, mas o tal se-nhor Fernando... esse... esse é que o ha depôr a perder e a nós todos; si não procurarmosmeio de nos desfazermos delle. Desappareça deentre nós o tal íidalgote, e tü verás como tudo seendireita.

« O poder executivo, dispondo de to-dos os empregos, poderia dar grandes es-peranças, nunca temores; e todos queobtivessem seus favores se inclinariãopara seu lado, vindo elle a ser aggredidopelos qne d'ello nada esperassem. »

(Espirito das leis L. 19 capitulo 27).A opposição constitucional, como é de-

finida pelo Exm. Sr. senador PimentaBueno, no sen Direito Publico, è um prin-cipio de edificação e de ordem: nunca foia senha da destruição e do disgosto.

A opposição con«ciencio?a, generosa erespeitosamente franca esclarece a opi-nião publica, dissipa os erros, prepara-se para futura governação.

A opposição constitucional nunca des-lustrou; porque ella discute somentepara conservar o paiz.

A opposição systematica é filha de ter-riveis inspirações. Cega de ódio, desvai-rada de. ambições, ella tem somente emseus lábios espumantes o desrespeito einsulto. Sua divisa é a destruição.

Como essa divindade do dualismo Persa,Arheman, que dizia eternamente—não—a opposição systematica corta com a fou-ce da impiedade o bem e o mal; porqueella está ébria de uma paixão rasteira,que é a svde do mando e do poder.

Mas toda essa desorganisação das cou-sas publicas se dão nos paizes, que seesquecem da natureza de seu governopara cortejarem as cphemeras paixões dodia.

Quando.se pretende introdusir um ele-

—Qual Fernando, nem meio Fernando!... étoda essa calerva! é preciso dar uma lição mes-tra a toda essa corja de emboabas. De outra sor-te não teremos redempção..

—Não é tanto assim; escuta-me, Gil. Tú es-tis muito apaixonado, e eu sei encarar as cousascom mais sangue frio. Tü não fazes idéa do ve-neno, que o capitão-mór nos trouxe na figuradaquelle homem. E' elle, eu te afianço, a causaúnica do transtorno que vai apparecendo. Veja-mos si podemos dar cabo delle, seja como for,e tú verás como as cousas tornão caminho...

—Mas si elle é carne e unha com o capitão-mór!... para dar cabo do um, | é preciso acabarcom o outro.

—Talvez não seja. O capitão-mór não sabebem ainda quem é o tal Fernando, que poucosmezes ha que veio de Portugal. Mas eu... eu oconheço já como as palmas de minha mão, e tal-vez um dia possa abrir os olhos do velho...

—Tü!... que esperança! a gratidão e o amorte cegão, meu caro Maurício.

--Pode ser; mas também é certo, que tu nãopodes conhecer o capitão-mór melhor do queeu, que fui creado em casa delle. E' um poucogrosseiro, arrebatado, fanfarrão, e todo cheiode sua fidalguice; mas não deixa de ter boaalma. E' o tal Fernando quem lhe está virando acabeça...

—Seja como fôr, o certo é que o teu homemja não é o mesmo. Foi o teu protector, é verda-de, e lhe deve ser grato; mas toma tento, Mau-ricio; um dia talvez o raio te caia em casa, eentão nesse caso respeitarás teu carrasco, porquejá foi teu bemfeitor, e continuaria a beijar amão, que já foi bemfazeja, mas que agora te es-bofeteia?...

—Não; mas nesse caso evitarei, como puder,os golpes dessa mão, que não posso cortar.

•—Si tiveres tempo para isso, si ella não cahirsobre ti imprevista e veloz como o raio.- —Tú me farias pensar, meu Gil, si jâ desdo momento de tua prisão eu não tivesse esta

mento democrático em uma forma de go-verno monarchico constitucional, essa in-novação é o primeiro symptoma da cor-rupção d'essa forma de governo.

« Ha difTerença, diz o sábio antor doEspirito das Leis, enlre a natureza de umgoverno e seu principio; pois que a natu-reza é que o define como tal, e o que ofaz mover-se é seu principio. »

Uma cousa deve estar em harmoniacom a outra, como a força dada á ummachinismo deve ser proporcional â for-taleza de sua organisação.

O elasterio dado ao principio dos go-vemos gera as revoluções: a preponde-rancia dada á qualquer elemento de suanatureza somente õ filha da corrupção.

Mas d'onde provém tamanhos males,acobertados com especioso nome de re-formas ? Qual a origem de tamanhos de-lírios ?

Ha muilo tempo, pensadores profun-dos, lamentando os desvarios do raciona-lismo individualista, o descrevem comoum principio de desunião, como insliga-dor dos interesses disputados.

O racionalismo dos encyclopedistas, se-melhante um vento empestado, vai mansoe manso entoxicando a atmosphera so-ciai.

Abalando todos principies de ordem,elle despensa em seu culto o Deos doschristãos; e, não contente com este impiotriumpho, elle corrompe em toda parte ogoverno constitucional.

cabeça fervendo em mil pensamentos, que me a-cabrnnhão. Mas eu conto ainda com a tua ami-zade, e peço-te em nome delia;—vamos pruden-ciar por emquanto. Mais um pouco de pacien-cia; por ora não acho bom que nos revoltemos.Desgraçadamente talvez em breve nos achare-mos cobertos de razão, e então—terminou Mau-ricio suspirando—então não haverá remédio...

—Senão acabar de uma vez com essa corja,disse Gil completando a phrase de seu amigo.

—Entretanto é bom excogitar algum meio denos desembaraçarmos desse homem terrível, quepara nosso mal veio em companhia do capitão-mór. Talvez possamos eonseguil-o: não deses-peremos.

—E' bem louca essa tua esperança; mas emfim Dão quero magoar-te; farei tudo por abafarno fundo d'alma o meu ódio, e mesmo procura-rei acalmar os nossos bons pitricios, que estãoardendo por vingar-me. De mais a mais, meuamigo, estou certo que com isso não consegui-mos mais do que encher a medida de nossa pa-ciência e retardar a hora da vingança, que tardeou cedo tem de estalar por força e com tal fúria,que ninguém mais a poderá conter.

—O céo ha de permittir que assim nio acort-teça. Em todo caso, Gil, agradeço-te de todoo coração o sacríiicio qne faz por meu respeitoo teo justo resenlimento, pois bem sei qnantoisto te custa;.e a mim também Deos sabe qnantome custa a tragar a tua injuria, que também èminha.

—E' verdade, não posso negar; este si cri fio iome é bem custoso, mas tu me mereces muitomais, Maurício. Quando eslavas nos braços doteu capitão-mór todo ufano e glorioso por lheter salvado a filha, a quem aqnella turba de pa-tifes não soube acudir, lu te esqueceste de tudosó para te lembrar do pobre amigo, qne cá gemiaem um tronco

—Ah! Gil! nem fallemos nisso; qnal era o meudever?...

(Continua).

¦'•¦¦'" '.v-;;:-r--.;;:í'.v

Page 2: 11memoria.bn.br/pdf/376523/per376523_1873_00086.pdf · Assignatiiras. COM POItTE SEM 1'OUTE lanno.. lCgOOO 1 anno13g000/ G mezes OgOOO G mezes... 8à'000' 3 mezes GgOOO 3 mezes

a DIÁRIO DÜ3 MIIVAS.

I" por isso que Ahrcns cit., pag. 155,escreveo:

« O systema representativo modernoé deste modo o producto natural das dou-trinas liberaes que parlem do indivíduo,o collocão como grande quicio da ordemsocial, oxlinguem as differpnças não ten-do em vista sinão uma igualdade abs-Irada, o pedem a cooperação de Iodospara a confecção das leis como uma con-seqüência e uma garantia da igualdadepolítica. O centro da gravitação ficoudeslocado. Si no systema feudal o in-dividuo desapparecé na ordem, da qualfaz elle parle, no systema representativoliberal, as classes se dissolverão c nãodeixarão subsistir senão o indivíduo comtodas suas tendências individualistas e e-goislas, »

Eslas palavras notáveis do sábio Alie-mão juslilição as proposições geraes, pornós enunciadas no principio d'eslas linhas.

Elias provão que quando se não eslu-dão ein seu complexo as leis da naturezahumana e da sociedade, os princípios sãoverificados por partes. Os que exagerãoa razão individual, precipilão-se nas or-gias democráticas e convencionalislas: osque esposão os excessos do elemento his-torico afiuidão no abysmo escuro do di-reiío divino; mas o grande principio deharmonia, cm quo o homem e a socie-dado apparecem como parle integrantedo ser orgânico, chamado a humanidade,repousa em outros princípios.

Do ponto de vista destes princípios ex-clusivos o democrata conclue que o me-Ihnr governo á o povo pelo povo: o disci-pulo do direito divino aflirma que o des-polismo, o governo da suprema e illimitâ-da autoridade, acerescentando que o ver-dadeiro poder moderador é a consciênciado governante (1).

Aquelles, porem, como Monlosquieu,que sabem que o Eslado tem por missãorealisar "a

justiça e garantir os direitosdo homem, alfirmão que o melhor gover-no é aquelle que melhor convém á socie-dade á que é applicado.

1" por essa razão que o sábio Cousindizia do alto de sua cadeira:

« As constituições dos estados tem ai-i*um lanto de absoluto por suas relaçõescom os direitos individuaes, que ellasdevem garantir: mas ellas tem lambemum lado relativo pelas formas variáveis,que ellas revestem segundo os tempos,os lugares, os costumes, e a historia. Aregra suprema que a philosophia recordaá política, é que ella deve, inspirando-seem todas as circumstancias, procurarsempre as formas sociaes e as constitui-ções, que mais bem realisem esses princi-pios eternos.

Esquecida destes princípios absolutos,a democracia contempla no quadrantesocial somente as exigências do momento:ella vive para o presente I

Afagando as exigências das turbas, ellafigura um imaginário antagonismo entrea liberdade c o poder: esquece-se de quese o poder vem de Deos, a liberdade Iam-bem delle provem. (Cousin cit. obra, doVerdadeiro, do Bello e do Bem pag. 395).

E' por essa razão que o caracter dademocracia, dizia Lamennais, é a mo-bilidade constante : tudo n'ella'se mudacom espantosa rapidez, segundo o impulsodas paixões e das opiniões de momento.

Urna força irresistível jmpelle e agitaos homens n'csta forma de governo : elles

(1) Sismondi, Constituições dos povos.

calção, com o pé descuidoso, o que en-conlrão cm seu caminho. .

A democracia, continua Lamennais,gera nos espíritos uma certa indocilida-de; inspira nos corações um despreso daautoridade, odioso e desconfiado, que fazque o homem ceda a sua determinação,mas não obedeça.

Censurar é o desejo de todo democra-Ia: a censura para elle é um e.terciciodo orgulho, é um sentimento de vingança.

« A mediocridade é mais feliz nas de-mocracias do que o verdadeiro talento,principalmente si á elle se allia um ca-racler nobre. » (Lamennais Melangespag. 34.)

Cornellis Wilt (Tliomas Jcfferson) con-catenando os vicios radicaes das demo-eracias, em um quadro profundo e vivaz,concorda com todos estes defeitos, aponta-dos por Lamennais:

« Uma política sem seguimenlo e des-cuidosa do futuro, leis instáveis, um po-der menospresado, uma sociedade álter-nativamente agitada e uniforme, os espi-ritos nivellados ainda mais,do que as con-(lições, taes são os máos effeilos que oeslado social democrático pôde trazer, eque elle deve produzir em toda parte emque não encontra um poderoso correcti-vo nos coslumes e.nas leis.

As prophecias desses sábios escriplorescumprem-se letra por letra nos ensaiosdemocráticos effeituados, de pouco tem-po, em nosso paiz.

Uma imprensa nivelladora e ferozderrama o vilipendio desde a cúpola doEstado até as ultimas extremidades so-ciaes; porque, no vocabulário democra-tico, parece que a insolencia chama-seinlendencia de caracter e o paradoxo sa-bedoria.

As palavras miseráveis beocios e outrasfrelernisadas com as liberdades tribuni-cias, desconhecem a paternidade dos ga-rolos ¦. gozão das honras palacianas da im-prensa! I...

Repletos da consciência de si mesmos,os democratas chamão toda sociedade deescrava; porque elles sabem que um sòraio de Deos e da liberdade não vem il-luminar as nossas mentes!.

Alimentando o espirito alheio de pala-vras sonoras e vans, com indizivel sor-riso de desdém, elles appellidão seus ad-versarios de positivistas, porque ouvem oque elles dizem, mas não crêem no queelles ensinão.

Argumentando com insulso ridículo,atirão suas seitas hérvàdás nas doutrinase nos homens, esquecidos, como disseMonsenhor Pinto de Campos, de que oridículo não mata o que éporsuanalu-reza serio.

Ja tendo, ha muito tempo, se devorcia-do da ordem, os democratas quebrão,nas assemblèas publicas, o jugo sagradode Deos: em nome do atheismo pedemabolição da religião do eslado!..

Para com elles cumpre-se leltra porlet-Ira a prophecia de Lamennais que diz:

« A soberania do povo encerra o prin-cipio do atheismo, pois que em virtudedessa soberania, o povo ou o parlamentoque o representa, lem o direito de mudarou modificar, quando e como lhe convi-er, a religião do paiz. » (Obra cit. pg.39).

Não cintentes de correrem como o cor-cel de Mazépa nos paramos sem norteda novidade e da utopia, os democratasdesejão que todo o mundo social os acom-pánho em sua vertigem; e porque o par-

tido da ordem queira a liberdade peloprogresso refleclido, elles pedirão a EliasRegnault uma definição do ridículo, obaptismo do esíacionarismo.

« Conservadores, diz Regnault, nomeadoptado pelos inimigos do progresso so-ciai. Esla palavra não lem necessidadede ser definida, porque traz comsigo suaprópria definição.

Repellir toda innovação como um pe-rigo, manter toda instituição como umprincipio sagrado, proclamar a immobi-lidade nas formas sociaes, introdusir aeternidade nas cousas humanas, eis oque querem os conservadores, ou seu no-me não tem sentido.

« Os conservadores não lem futuro, porque são homens do presente. Não conhe-cem outra divindade senão a do dia, ou-tra religião senão a do facto material queexiste. » (*)

Com quanto desviemos-nos dos pontosda discussão, responderemos à essa defi-nição com outras menos suspeitas e demaior autoridade.

(Continua).

Assassinados os (res infelizes, os Apurinãstomaria conla da lancha e ahi se conservão re-forçado- de üexas o dardos, ã espera de novosaventureiros que ousarem penetrar naquellesinvios sertões.

Os Apurinãs sSo traiçoeiros e antropophogose é de suppòr que as três victimas servissemde iguaria n'um grande festím gentilico. »

Assassinio.—No districto do Paraüna,termo da Diamantina, foi assassinado no dia 22de Abril ultimo Antônio Falcão de Sousa comuma facada, estando dormindo em sua própria

HonriarioDeslxuxiaa*aidad.e.—Sob esle titulo

diz o 'Pharol, de Juiz de Fora, o seguinte:« Somos informados de que no Sarandy têm-

se repetido factos de desrespeito aos cadáveresdos míseros que suecumbem às bexigas naquel-Ia localidade.

Ha poucos dias ainda vio-se o Sr. ManoelGervasio, fazendeiro alli estabelecido, forcado asepultar o corpo de sua infeliz esposa nos pastosda fazenda, por lhe ser negada a sepultura nocemitério da povoação.

Não sabemos com certeza qual o verdadeiroculpado, mas consta-nos que é o fiscal. Assimchamamos a attenção da pessoa competente paraessa deshumanidade, e pedimos a cessação defactos que podem ter màos resultados, desdeque os moradores de Sarandy se convenção doseu direito. »

Esta realmente é nova.-( DoJornal do Commercio]. Escreverão do Recife:

« Acaba de dar-se no foro desta cidade umfacto singular, que, envolvendo uma licção paraos Srs. juizes, julgamos digno de publicidade:

Em um processo de inventario, feito comgrande dispendio e trabalho, uma das partes,interessada em interromper a marcha do pro-cesso, pedio vista dos autos, depois de feita apartilha, e obtendo os autos, não obstante nãoser advogado, declara agora que perdeu-os.

Consta-nos que a parte pedira os autos comvista a si mesmo, sob fundamentq—de não ex-istir nesla cidade um advogado que lhe mere-cesse confiança!—E um tal requerimento foideferido I»

Assassinatos xxo Hio Prurríxs.—Noticia uma folha de Manãos:

« Tendo o Norte-Americano Paiper subidoem uma lancha a vapor para o rio Acre, con-fluente do Purüs, os selvagens Apurinãs assas-sinarão-n'o e a mais dous homens, sendo uminglez, cujo nome ignoramos, e um brazileirode nome Daniel Ferro, que tantos erão os ou-sados que emprehendèrão a viagem à um lugarnunca visitado por gente civilisada.

Rio estreito, os selvagens em numero de seischamarão na subida ao infeliz Paiper, que nãoaccedeu aos gestos amistosos com que queriãoapanha-los; José V.illa-Verde, empregado namachina da lancha, vendo áquella apparição, des-pedio-se do serviço de Paiper, dizendo-lhe queera temeridade proseguir na viagem. Paiper in-siste com Villa-Verde para 'continuar na via-gero, mas este não desiste do propósito de vol-tar, como voltou, hospedando-se na casa de umSr. Marlinho.

Depois de alguns dias, e já regressando parao rio Mamoriâ, Paiper foi acommettido, pelosbárbaros em tão crescido numero que tornouimpossível a resistência.

casa.Pela voz publica são indigitados como autor

Manoel Joaquim Ramos, e como complice MariaRoza, que no acto do delicto estava em com-panhia do assassinado.

Ambos forão presos, e estão sendo proces-sados.

Decisões eleitoraes— Foi diri-gida ao presidente desta provincia o seguinteaviso:

« Rio de Janeiro em 27 de Maio de 1873.—Illm. e Exm. Sr.—Sendo essencial o preceito doart. 48 da lei n. 387 de 19 do Agosto de 1846,que manda em toda eleição parochial proceder â3.a chamada dos volantes em outro dia depoisda 2.", declaro à V. Exc. para os devidos effei-tos, que não podem subsistir as eleições que sefizerSo em Setembro do anno passado para ve-readores e juizes de paz na freguezia do Chapóode Uvas, do municipio do Juiz de Fora, e na dePassa Quatro, do municipio de Baependy, vistoque em ambas, como consla das aclas respecti-vas, transmittidas à este ministério com o officiodessa presidência datado de 9 de Janeiro ultimo,deixou de ser observado aquelle preceito. Deusguarde a V. Exc.—João Alfredo Corrêa de OU-veira.—Sr. presidente da provincia de MinasGeraes. »

Exposição.— (Do Jornal do Commer-cio) Em um dos mostradorÊs da casa NotreDame de Paris acha-se exposto o estandarte doClub Musical Recreio do Commercio, trabalhofeito- pelo artista brazileiro Lau rindo VictorPaulino.

O estandarte é de seda azul celeste, recamadode estrellas de prata, sendo bordado igualmentenas duas faces. No centro em uma elypse deseda branca ha _ uma bella lyra bordada a ouroe em uma fita de velludo escarlate lê-se o tituloda sociedade.

Em cada um dos cantos vè-se também um cir-culo de seda branca em que estão bordadas aouro as quatro iniciaes da sociedade. Contornao estandarte uma bella franja de ouro fino. Alança é de prata.

E', em resumo, um bello trabalho que muitohonra ao artista íi quem foi confiado.

!|ri jiiriuitE.27 de Maio.

Tribunal da relação.—Despacharão-se:

(*) Pg. 96 dos Ensaios Litlerarios do nossoülustrado amigo i)r. Carlos Ottoni.

Appellações eiveis.—N. 14287. Ap. Eu-gênio Sigaud & comp.% Ap. Antônio Pin-to de Castro. Confirmou-se.

jSfi 13993. Rio Pardo. Ap. Francklindos Santos Praia, Ap. D. Auna EulaliaBarreto Bandeira. Despresarão-se.

N.° 14020. Itajubá. App. José Caetanoda Silva Vieira e outros, App. LourençoAntunes do Amaral e outros. Despresa-rão-se.

Distribuição. — Appellações crimes.—N.° 7787. Ayuruoca. Escrivão C. dos San-tos. Ap. o juizo, Ap. Aureliano do Paulae Senne. Sr. Azevedo.

N.° 7788. Sete Lagoas. Escrivão C. dosSantos. Ap. ajustiça, Ap. Praxedes Fran-cisco França. Sr. Campos.

Appellações eiveis.—N." 14445. PonteNova. Escrivão Sr. Araújo. App. AntônioJosé da Silva Brandão e outros, App. Cy-priano e outros. Sr. A e Castro./

N.° 14447. Tamanduá. Escriyão C. dosSantos. 1.° Ap. Antônio "José de OliveiraBarreto. 2." Ap. Bernardo José de Ó!" </'

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Page 3: 11memoria.bn.br/pdf/376523/per376523_1873_00086.pdf · Assignatiiras. COM POItTE SEM 1'OUTE lanno.. lCgOOO 1 anno13g000/ G mezes OgOOO G mezes... 8à'000' 3 mezes GgOOO 3 mezes

DIÁRIO DF MOTAS.

ra Barreto, App. D. Maria Josepha dasChagas Lobato c outro. Sr. Almeida.

28 de Maio.Supremo tridunal da justiça.—Distri-

buição.Crime.—N.° 21â5. Leopoldina. R. Luiz

Francisco Antônio, R. a justiça. Sr. Si-mões.

Mio, 29 de Maio.Não houve hoje cotações oüiciaes.0 mercado de cambio mostrou mais anima-

pão do que hontem, e apezar das noticias poucolisongeiras que nos trouxe da Bahia o Maraldi;fechou firme. As transacções efTecluadas sobreLondres forào regulares a 25 5/8 d. papel banca-" rio, 25 3/4 e 25 7/8 d. particular. Negociarão-se também letlras bancarias de Santos sobre amesma praça a 25 3/4 d.

Nada so fez em soberanos.Continuarão as apólices geraes de 6 % a apre-

sentar muita firmeza de preços, mostrando-se ospossuidores cada vez maior exigência. Pela ma-nhã negociarão-se pequenos lotos a l:058j? e1:060g a dinheiro e mais tarde partidas regula-res alcançarão 1:065£ e l:070g também à dinhei-ro. A posição do mercado, á ultima hora, eradas mais lisongeiras.

Ao conlrario do estado em que esteve nestesúltimos dias, o nosso mercado de acções apre-sentou hoje movimento animado para as doBanco Nacional. Encetârão-se as transacções pelamanhã a 51j? por acção à dinheiro; mais tarde,porém, desenvolvendo-se procura muito activaos preços subirão para 51gõ00 e 52S a dinheiro,a que fcrão negociados lotes regulares e a que omercado fechou firme. Transpirou também avenda de um lote das do Banco Mercantil deSantos ã 45g por acção á dinheiro.

As vendas effectuadas hoje no mercado deproduetos forão menos que. regulares de café ede assucar.

Sahirão para consumo cerca de 10,000 arrobasde carne secca.

Não nos constou rolamento algum.

Rio, 30 de Maio.COTAÇÕES OFFICIAES.

Apólices.—Geraes de G % a 1:0G0JJ hontem,1:0658 hoje.

Opresidente, Augusto Fomm.Pelo secretario, Francisco de Paula B. Lei-

tão Filho.

O mercado de cambio continuou a mostrarfirmeza, mas pouca actividade. A taxa bancariasobre Londres conservou-se nominalmente à 255/8 d., e o papel particular foi negociado á 253/4 e 25 7/8 d., tendo-se apenas eflectuadotransacções insignificantes.

Foi também pouco activo o movimento dossoberanos â 9g500, à dinheiro.

As apólices geraes de 6 % continuarão firmese em posição favorável. Alguns lote3 insignifi-cantes alcançarão 1:0608, ao passo que partidasregulares forão negociadas á 1:0658, á dinheiro:a esses preços o mercado fechou firme.

A animação que hontem se pronunciou nonosso mercado de acções desappareceu hojecompletamente. Os especuladores retrahirão-se,e o mercado fechou completamente paralysado.Apenas nos constou a venda de ura lote das doBanco Mercantil de Santos â 458. e da Compa-nhia Commercio e Lavoura ã 258 por acção, àdinheiro.

As vendas effectuadas hoje no mercado deproduetos forão mais que regulares de café e in-significantes de assucar para consumo.

Sahirão, também para consumo, cerca de 5,000arrobas de carne secca.

Fretârâo-se hoje dous navios para irem car-regar sal em Cabo-Verde, com.destino ao nossomercado, à 420 rs. por alqueire, e um para car-regar café aqui para Lisboa, ã ordem, a 32 s. 6d. e 5 % de capa;

artiguinho, firmado com o pseudonymo—aprudência—pede providencias ao governo con-tra certo oíficial honorário do exercito, pen-sionista do estado, actualmente ao serviço daguarniçào desta capital, que alli se diz hosli-Usar os oificiaes da companhia de cavallaria,chegando a dirigir-lhes ameaças, que podemdar lugar à oceureucias desagradáveis.

Como sou o único oíficial honorário do exer-cito n'aquellas condições; addido actualmenteà companhia de cavallaria desta provincia, etendo um decreto de pensão jà approvado pelascâmaras, em prêmio de alguns combates e di-versos ferimentos recebidos na ultima guerra,julguei a propósito dizer algumas palavras so-bre esta insignificanle publicação, que eviden-temente á mim se refere, escondendo-se, comoque envergonhada de si mesma, nas ultimas co-lumnas do referido jornal.

Fal-o-hei unicamente por deferencia a opi-nião publica e por espirito de caridade.

Não é meu. intento mostrar o que ella con-tem de mentiroso e falso, nem tão pouco omesquinho e insidioso caracter de seu autor,que fielmente se retrata, vindo em publico pe-dir alheia vingança contra officiaes de que con-fessa ter sido objecto.

Tudo isto sabiamente se pantenteia no dignoescripto, inserlo no mesmo Diário de Minas,n. 82, em que os briosos olficiciacs da compa-nhia de cavallaria, estacionada n'esta capital,se apressarão em rèpellir com justa indignaçãoas calumninsas e malignas asserções forjadasno artiguinho em questão pelo espirito intri-gante de seu autor.

O meu fim é simplesmente dar um conselhoao prudente guerreiro.

Procurando por aquelle meio um desabafocompatível com a prudência de sua bcllicosaalma, não sentio quanto offendia a susceptibi-lidade e pundonor da nobre classe que lem adesgraça de contal-o era seu seio, por umadestas contradicções e anomalias tão freqüentesna vida dos homens.

A publicação de seus camaradas, que respiratanta elevação de caracter e sentimentos, devetel-o feito corar e arrepender-se da malfadadahora era que se lembrou de pinlal-os soffrendooffensas e ameaças.

Pois bem. Torne-se digno de hombrear comelles.

Sirva-lhe de escarmento a Iicção. Tome juizoe trate de regenerar-se.

Quando receber reprehensões de seus superio-res, por /altas commeUidas no serviço, procureevital-as para o futuro, corrigindo-se e cura-prindo zelosamente os seus deveres; quando re-ceber affronlas, desaggrave-se dignamente, porsi mesmo; mas não vã importunar estranhos,pedindo artiguinhos para a imprensa, que pro-movão a reprovação e desmentido de todos osseus collegas.

Semelhante proceder pode ter muito cabi-mento enlre creados de servir e malsins; maspor certo disla muitíssimo do que é usual nosque estão acostumados a cruzar as armas noscampos de batalha.

Aos meus bravos camaradas, os valentes of-ficiaes da companhia de cavallaria, ora n'estacapital, agradeço cordialmente o artigo publi-cado no Diário de 29 do corrente, que dandovivo e eloqüente testemunho de seu melindre,fez ao mesmo tempo minha cabal e completajustificação.

Ouro Preto, 30 de Maio de 1873.O major honorário

Herculano Martins da Rocha.

gulamenlo n. 07 do 2 de Outubro de1872, e em cumprimento da ordem daExm. presidência da provincia, que seachão em concurso os oílicios de escri-vão do jury dos termos desta comarca.As pessoas, pois, que pretenderem serprovidas1 nos referidos oliicios deverão a-presentar, no prazo legal e por inlerme-dio deste juizo, seus requerimentos da-lados, assignados, acompanhados de fo-lha corrida, certidão de idade, examede süfliciencia e dos demais documen-tos que julgarem necessários.—Epara quecheguo a noticia á todos, mandou pas-sar o presente edital que será aQixado epublicado no lugar do costume.—Dadoe passado nesta Villa de Sele Lagoasaos 12 do Maio de 1873. Eu DomingosJosé de Freitas, escrivão interino doju-ry o escrevi.—Aurélio A Pires de Fi-gueiredo Camargo.

Por isso pede ao respeitável publicod'esta capital sua valiosa prolf-cçüo.Principiara ás 8 I/ã.

?munam« ATTENÇÃO.

Fugirão da fazenda Ribeirão Dourado,no município de Canlagallo e provinciado Rio de Janeiro, os" escravos seguin-tes pertencentes ao Dr. Elias Antônio deMoraes.

Manoel, creoulo de 24 annos de idadepresumíveis, preto fula, estatura regular,reforçado, rosto arredondado, dentes po-dres, um pouco vesgo, os dedos dos péssão curtos e grossos, e não tem aindabarba. E* tropeiro, de serviço de roça,e sabj fazer telhas. Foi comprado á 31a-noel Caetano Ribeiro, de S. Sebastião dosAllictos em Minas.

Esse escravo foi visto em caminho pa-ra o Serro acompanhando uma tropa.—Fugido desde 1868.

Evaristo, creoulo, preto de 45 annos deidade presumivel, de estatura regular,pouco corpo, pouca barba, bons den-tes, rosto comprido, pés pequenos, e temum pequeno papo. E' de serviço de roça ecasado; consta ter filhos no Morro Velho.

Foi comprado á José Ribeiro dos Heisnegociante rio Curvêllo.— Foi visto noTaboleiro Grande c suppoe-se que estejaacoulado. Nascido em Minas.—Fugido des-de 1869. Da-so 200-rOOO por cada um,á quem prende-los e leva-los a fazendaacima, podendo também leva-los a fa-zenda do João Ferreira do Amaral, noBrumado de Suassuhy, que está autori-zado para dar a gratilicação acima men-cionada.

Escravo fugido.Fugio em fins do mez passado ao abai-xo assignado um escravo de nome Joa-

quim, de nação e já idoso, o qual lem ossignaes seguintes.—Estatura ordinária,pouca barba, craneo quasi destituído decabellos, pernas finas, pés grandes e queestallão quando elle anda; falia baixo eaos arrancos; levou capote, e uma fou-cinha. Quem o apprehender será gratifica-do.

Ouro Preto, 2 de Junho de 1S73.Anaclelo de Magalhães Rodrigues.

ADVOCACIA§. Paulo do Mnriahé.

O abaixo assignado, provisionado pelaExma. presidência da relação do dislri-cto da corte, e agora pela da provinciapara vilaliciamente n'ella advogar, conti-nua com sua residência fixada n*esta ei-dade á rua nova, e encarrega-se com todadiligencia, actividade, e assiduidade ne-cessarias, de todos os negócios tendentesao seu cargo. Encarrega-se outrosim dedefender gratuitamente os direitos dosoppressos na escravidão com direito á li-herdade.

Cidade do Muriahé, 16 de Maio de 1873.Manoel de Jezuf Gomes e Silra.

Escravo fugido.Da cidade da Formiga, em .Minas Ge-raes, fugio ao tenente coronel CustodioJosé Jlachado um escravo pardo de nome

Antônio, com a idade de 30 annos, eslalu-ra regalar e vistosa, usa barba grande, éfallante, e trabalha de peão, carreiro, fal-quejador, e entende dos mais serviços deroça. Foi pertencente a 3Ianoel da*SilvaAmorim morador na freguezia da LagoaFormoza, destricto da villa de Patos, cestevejuslocomo Sr. José Joaquim, fa-zendeiro morador na fazenda da Estremadistricto do Rom Despacho, onde se ca-zou com Jeronima Tavares de Souza, par-da forra filha de Maria Tavares tambémforra, e ambas aggregadas do mesmo JosôJoaquim. Este escravo foi comprado aoSr. alferes João Coulinho da Nobrega ha10 mezes mais ou menos; gratilica-sccom a quantia de duzentos mil reis àquem o levar a seu senhor.

Formiga, 21 de .Maio de 1873.Custodio José Madiado.

A' Silvestre Jlartins de Amaral, mora-dor na fazenda do Formozo, propriedadede D. Florinda Raldoina de Castro, termodo Pomba, fugio em lã de Novembro ulli-mo, Antônio, escravo africano, de alturaregular, côr preta, cara chata, com si-gnaes de bexigas, bons dentes, olhos par-dos, boa pronuncia, inclinado a tropeiro,e pés radiados; quem o levar á seu se-nhor receberá de gratificação IO05O0O.Formozo , 10 de Dezembro de 187*

dMitts.

~ J^ jjffiãT

A.o pubüoo e particularmenteaosmeus cama-

radas.No ri. 30 do-,Diário de Mi/ias-um pequeno

Secretaria da Presidência.S. Exc. o Sr. Dr. presidente da pro-vincia, em virtude dos artigos 11 e 12 dodecreto n. 817 de 30 de Agosto de 1851,

manda reproduzir o edital publicado pelojuiz de direito da comarca do Paraopèba,pondo em concurso os oliicios de escri-vão do jury dos termos do Curvêllo eSeteLagoas.

Secretaria da presidência de Minas Ge-raes. Ouro Preto, 29 de Maio de 1873.

Dr. José Pereira Terra Juxior.c O Dr. Aurélio A Pires de Figueiredo

Camargo, juiz de direito da comarca &.Faz saber aos que o presente edital vi-rem, que em virtude do artigo 3." do re-

thea™.

TYPOGRAPHIADO

iliario k 311inaá.

Sobe á scena no dia 7 do corrente ummagnífico espectaculo.

Em beneficio deMAD. AUGUSTA

NA FORMA SEGUINTE:1." 0 lindo drama histórico intitulado

^«^ ^w» X7« \s^ 'tc >tt.v ^^ >^ çr xSS ^h2|sou o naufrago da ilha oceania do sul.2." Mais vai quem Deos ajuda

Que quem muito madruga.3.° Magnífica comedia intitulada.

OS DOUS SURDOS.Finalisarâ o espectaculo com o lindo

quadro vivo.

1 CIMA ME Mi®,A beneficiada não se tem poupado àdespezas para que o espectaculo de suaescolha agrade.

Tendo o proprietário deste estabelleci-mento reformado todo o material e dis-pondo hoje de grande e variado sorti-mento de typos e outros objectos, offere-ce.a todas as pessoas, e principalmente aseus amigos que precisarem de qualquerserviço tendente a sua arte, queirão ohonrar com sua confiança, certos de que,alem da nitidez do trabalho, offèrece amaior modicidade nos preços.

§***«=•' --'- - - =. SSSSSSBSmSSSBS!Jeronimo Máximo Nogueira Pe-

nido advoga na corte, e tem oseu escriptorio â rua do Rosárion. 79, e se encarrega de appel-lações e recursos, perante a re-lação e supremo tribunal de jus-tiça, c causas nos jurys dos mu-nicipios da provincia do Rio e deMinas, sendo avisado com tempo.

5SB555S5S551

iSès.7í*'?[.M^" '

Page 4: 11memoria.bn.br/pdf/376523/per376523_1873_00086.pdf · Assignatiiras. COM POItTE SEM 1'OUTE lanno.. lCgOOO 1 anno13g000/ G mezes OgOOO G mezes... 8à'000' 3 mezes GgOOO 3 mezes

DIÁRIO DE MINAS.

UNGUENTO HOLLOWAY.Ulceração das pernas ou dopeito, chagas.,

feridas antigas, etc.

Não ha ferida, chaga ou ulcera que nãoceda ás propriedades curativas deste ex-celleiitè unguento. Ainda nos peiores ca-sos a parto affectada toma um aspectosaudável desdeo momento em quo se co-moça o uso do dito remédio; a cavidadeprincipia então a encher-se de carne sã,o progresso da inflamação é delido, e oemprego do Unguento Holloway não tar-da em resultar uma cura completa, per-nunonte.

llnmorroidas, ftslulas e inflamaçãointerna.

Estas enfermidades desagradáveis ede-bililadoras podem ser infallivèlmente eu-radas, so as pessoas affectadas dellas ac-cudirem ao emprego do Unguento Hol-Ioway, usando-o como mandam as ins-trucções quo acompanham a cada boto.Afim de destruir as partículas morbosasconvirá untàr com o dito remédio, não sóa parto affectada, como lambem a polleom redor. O doente não deixará de obteralivio da applicação; na parte affectada(na oceasião de deitar-se), de uma cata-plasma composta de pão o água, devendoobservar-se a mais stricla limpeza. Se aspessoas que lerem este período quizeremcommunicar o quenelle so diz a seus ami-gos, lhes prestarão um serviço inestima-vol, pois com estes remédios a cura é in-fallivel.

Rheumatismo, gotta e nevralgia.Nenhum remédio reduz as inflama-

ções e mitiga as dores tão prompla e com-pletàmente como o Unguento refrigeran-tee as pílulas purilicadoras de Holloway,e se açodo simultaneamente a estes dousmedicamentos, elles expulsam do sanguetoda a impuresa, evitam as inflamaçõesdas glândulas, e removem a contracçãodos tendoes edos músculos, por desfavo-raveis que sejão as circunstancias, perse-verando no uso destes remédios não dei-xará nunca de curar-se.Dores de garganta, diptria, anginas, mo-

lestiiis e mal da garganta.Ao apparocimento de qualquer destas

enfermidades o unguento deve untar-sevigorosamente, e pelo menos três vezes aodia, no pescoço e parte superior do peito,da mesma maneira que se esfrega o salna carne, afim de que o balsamo peneirealé ás glândulas. Desto modo desappare-ceràõ muito depressa a inflamação e a ul-ceração; e se o doente attender piamenteás instrucções que acompanham a cadabote de unguento, e a cada caixa de pi-lulas, por grave que seja a doença, nãotardará sem ver-se completamente livredelia.

O unguento e as pílulas Holloway de-vem usar-se nas enfermidades seguintes

Inffamações glândula--res.Ditas internas.

» externasLepra.Moléstia das pernas.» do peito

» dos olhosModerdura de mosqui-

tos.» de insectos.

Pústulas.Queimaduras.Rheumalismo.Sarnas.Suporações pútridas.Tremor de nervos.Tinha.Tumores.Ulcerações dos escro-

tros.

Aslhama.Bnbõos.Caimbras.Calilos.Cancros.Moléstias dopeito

» do fígado» das arlicu-lações.

Erysipela.Erupções cuia-

neas.Escorbuto.EscrophulasFistulas.Frialdade das

Iromidades.Frieiras.Gotta:HemorrhoidasFeridas antigasHydropcsia.

Este unguento, preparado sob a inspe-cção do professor Holloway, vende-se a 1s. 1 i'22 d. a 2 s. 9 d., c a 4 s. 6 d. cadabote, 110 estabelecimento central do ditoprofessor em Londres, Strand 244, e nascasas dos principaes droguislas e botica-rios de todos os paizes do mundo, pelos

ex-

preços relalivos, estabelecidos para cadapaiz.

Os boles de unguento pequenos contemuma onça, os médios trez, e os grandesseis.

Cadabote.de unguento vai acompanha-do de instrucções impressas erit hespa-nhol, que explicam a maneira de usard'este remédio em cada uma das enfer-midades, para que se applica.

Por motivos de philaiilropia se daráõgrátis os conselhos convenientes ás pesso-as, que se dirigirem por meio de cartaao professor Holloway, expondo a causade suas enfermidades particulares.

•Bcquiry.AO PUBLICO.

O abaixo assignado, tendo annuncia-do no Echo de Minas n. 32, que mu-dava a sua rezidencia de Jequiry paraa cidade da Ponte Nova, vem de novo adeclarar ao respeitável publico que vol-tou a sua rezidencia para o Jequiry aon-de conlinúa com a sua habitação.

Jequiry, 1.° de Maio de 1873.Antônio Januário Gojies da Silva Pontes.

ESCRAVO EUGID©J.00,$®00 de gratificação.

Juslino, crioulo vermelho, puxando acaboclo, cabellos ruins e avermelhados á.ioda do pescoço, idade Vinte annos, nãotem barba, rosto mais redondo do quecumprido, um tanto beiçudo, olhos gro-ços, falta de dois dentes da frente de ei-ma, um arrancado e outro quebrado, noandar tem os joelhos um pouco mettidospara dentro, boa estatura, os dedos dospés curtos, e signal de esporas de bichonos calcanhares: fugio a oito de Junho de1872 da fazenda de Santo Antônio, fre-guezia do S. Miguel daPiraciava, escravodo Antônio Alves Torres. Quem o pren-der e trouxer a seu senhor terá cem milréis de gratificação.

Antônio Alves Torres.

Cidade da IPontc Nova.O fundador da bibliotheca popular

agradece a todas as pessoas que envia-rão offertas em livros e jornaes a esleulil estabelecimento; e pede aos Srs. ca-valheiros que ainda não responderão asua circular, quo facão em atlenção aofim patriótico d'este estabelecimento.

O Exm. Sr. conselheiro ministro daagricultura commercio e obras publicas,acaba de nos enviar grande porção delivros.

Cidade da Ponte FSova.PHARMACIA AMERICANA.

O pharmaceulico Bernardino de Brittochama a altenção de seus amigos e fre-guezes para o seo estabelecimento, aon-de manipula-se com promptidão as pres-cripções médicas, a qualquer hora dodia ou da noite. Pede a todas as pessoasque devem á extincla firma de Britto &Brandão para saldarem suas contas.

Vende-se barato as preparações nacip-naes o estrangeiras.

Despedida.Relirando-me temporariamente da ei-

dade da Ponto Nova para tratar de mi-nha saúde, resolvi durante a minha au-zencia fechar a minha rezidencia na fre-guezia de S. Domingos da Prata, e co-mo não tenho podido cumprir o sagra-do dever de amizade, dospodindo-me pes-soalmente de meus parentes e amigos,faço por este meio, e a todos n'aquellelugar offereço o meu limitado preslimo.

Ponte Nova, 14 de Maio de 1873.José Pedro daF. Barreto.

mmmmmAgtgirovciteni que é pechincha.

I. 29 RUA DE S, JOSÉ H. .28ARMAZÉM DE MANOEL RODRIGUESFER-

NANDES.

Vondem-se charutos superiores em mas-so a lííGOO o cento.

Ditos também superiores em caixa a2#600.

Também encontra-se no mesmo arma-zem grande sortimento de fogos arlifici-aes para as noites deSANTO ANTÔNIO.

S. JOÃO.S. PEDRO.

E SANT'ANNA.

ESCRAVO EUGIDO.1003000 DE GRATIFICAÇÃO, ALEM DAS

DESPEZAS DA VIAGEM.Fugio de José Dias Moreira da Silva

morador no districlo do Porto de San-to Antônio, município do Pomba, o es-cravo Anacleto, pardo, de idade de 23annos mais ou menos, cabellos ruins eum pouco ruivos, olhos azues, alturaregular, e com um signal de corte demachado ao cumprido om uma das ca-nellas, ô tropeiro e roceiro, e quandofica com raiva torna-se um pouco ga-go, tendo sido comprado de pouca ida-de no Rio do Janeiro.

Quem o aprehcnder e levar a seu Se-nhor será gratificado com a quantia aci-ma, alem das despezas da viagem.

Ouro Preto, 19 de Maio de 1873.

ArUSBSAi. EUGIDO.Fugio dos pastos d'esta cidade em a

noite de 8 do corrente, pertencente aoabaixo assignado, um burro vermelho,mais que do meio, crioulo; alem da mar-ca que lem em um dos quartos tem nataboa do pescoço—GC—, e é manso desella: quem o trouxer ou dér nolicia cer-ta será gratificado.

Ouro Preto, 20 de Maio de 1873.Raymundo Nonato da Silva Athayde.

Agradecimento.O abaixo assignado, ferido da mais pun-

gente dôr pelo prematuro passamento deseu presado e sempre chorado filho Ray-mundo Martins Sampaio, fallecido no Riode Janeiro a 21 de Fevereiro do correnteanno, victima da febre amarella, serve-seda imprensa para dar um testemunhopublico de seu eterno reconhecimento aosSrs. Manoel José Duarte & Companhia,que tanto se desvelarão por oceasião daenfermidade do dito seu filho, receben-do-o como se fora um próximo parente; oaos Srs. Antônio Peixoto de Abreo e Limae João da Matta Machado Júnior, quedeixando suas oecupações, ficarão a cabe-ceira de seu leito e prodigalisarão todosesforços e amisade para consolal-o, e oaccompanharão até o ultimo momentoem que deo a alma ao creador.

Agradeço igualmente a todos aquellesque accompanharão seos restos mortaesao final jazigo e aos que tomarão parteem meos soffrimentos. As manifestaçõesde meos amigos são penhoradouras deminhas intimas expansões de amor pa-terno.

Diamantina, 8 de Abril de 1873.Fernando Martins Sampaio.

Charitas.No dia 22 de Junho p. futuro, terá lu-

gar a festa do gloriozo patriarcha S. Fran-cisco de Paula, constando dos seguintesactos: ás 10 horas da manhã missa can-tada, orando ao evangelho o Exm. Sr. co-nego Joaquim José de SanfAnna; ás 4da tarde variada exposição em beneficiodas dispendiosas obras da capella; às 7posse dos novosmesarios e Te-Deurá.

A meza administrativa espora, que osdignos irmãos 0 devotos compareção aosactos, econcòrrao com seus donativos paraa exposição.'Ouro Preto, 22 de Maio del873.

O secretario, Francisco Coelho de Ma-galhães Gomes.

Jequiry,FOGOS ARTIFICIAES DE TODAS

ÀS QUALIDADES.Antônio Januário Gomes da Silva Pon-

tes, rezidente no Jequiry, incumbe-sede fazer fogos de artificio de todas asqualidades, e por preços commodos, nãosó no dito arraial como para fora.

Quem se dignar honra-lo com sua con-fiança pode se dirigir à elle, quo seráservido satisfatoriamente e a contento.

Jequiry, 2 de Maio de 1873.Escravo fugido.

Fugio da fazenda da Rocinlia, em Si-mão Pereira, hoje propriedade de JoséMarciano da Silva Brandão, o escravoAntônio, mulato, de 30 annos de idade,altura regular, grosso de corpo, olhospardos bem salientes, barbado e combom eabello, pouca conversa, ar de forroe como tal engana a qualquer: é pardomuito claro e de serviço de roça. E'natural do Porto Salgado/e seu.ex-senhornesse lugar chamava-se João Bello: levouuma trouxa de roupa e uma faca appa-relhada de metal. Foi visto na Manli-queira e no arraial do Barroso, procu-rando o rio de S. Francisco, na estradaque vai para o Patrocínio. Este escravoestá fugido ha seis mezes, ainda em po-der dos ex-proprielario da fazenda. Quemo apprehender e levar à fazenda acima,ou. der noticias certas, será gratilicadocom a quantia de 3003».

PÍLULAS DE HOLLOWAY.

Este remédio é universalmente conhe-cido como o mais efficaz que se conheceno mundo. Nao ha senão uma causa uni-versai de todas as doenças, isto é, impu-resa do sangue, que é a fonte da vida.Esta impuresa depressa se retifica com ouso das pilulas de Holloway, as quaesobrando como depuradoras do estômagoe intestinos, por meio das suas proprie-.dades balsamicas, purificão o sangue, dãotom e energia aos nervos e músculos e en-rijao todo o systema.

Elles excedem qualquer outro remédioem regular a digestão. Operão da manei-ra a mais sadia e effecliva sobre o figa-do, rins, regulào as secreções, fortificãoo systema nervoso, e enrijão todo o corpohumano. Mesmo aquellas pessoas da ma-is delicada constituição podem, sem re-ceio, experimentar os seus effeitos saluta-res e corroborantes, regulando as dosesconforme as instrucções que so encontrãonos livrinhos impressos em que cada cai-xa esta enrolada.

VlfcJLA DO ROM SUCCESSOEscravo fugido.

Da fazenda da Babilônia, do districtodesta villa, fugio no dia 23 de Março docorrente anno o escravo Germano, con>prado em Campo Bello ao Sr. JoaquimMartins Pereira, e pertencente actual-mente a Antônio Felisberto Vivas; é par-do, de idade de 45 annos mais ou menos,estatura regular, cheio de corpo, poucabarba, bem criado, com alguns cabellosjá brancos, tendo um lombinho em umadas espaduas, sobre o qual se applicárãobichas; embriaga-se ás vezes; bom vai-leiro e trabalha bem na roça. Este escra-vo, em outro tempo que fugio, assentoupraça na capital. Quem o aprehender c olevar á presença de seu senhor, na referi-da villa, será bem gratificado.

Typ. de Paula Castro.—Ooro Preto.Rua das-Mrrcéz n.° .1