aspectos hematologicos das rickettsioses caninas - guilherme senra santos

36
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO INSTITUTO QUALITTAS DE PÓS-GRADUAÇÃO CURSO LATU-SENSO DE CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA DE PEQUENOS ANIMAIS - 2º SEMESTRE 2006. ASPECTOS HEMATOLÓGICOS DAS RICKETTSIOSES CANINAS Guilherme Senra Santos Rio de Janeiro, julho. 2010

Upload: vivian-leao

Post on 27-Nov-2015

31 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

INSTITUTO QUALITTAS DE PÓS-GRADUAÇÃO

CURSO LATU-SENSO DE CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA DE PEQUENOS

ANIMAIS - 2º SEMESTRE 2006.

ASPECTOS HEMATOLÓGICOS DAS

RICKETTSIOSES CANINAS

Guilherme Senra Santos

Rio de Janeiro, julho. 2010

GUILHERME SENRA SANTOS

Aluno do Curso Qualittas de Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais

ASPECTOS HEMATOLÓGICOS DAS

RICKETTSIOSES CANINAS

Trabalho monográfico de

conclusão do curso de Pós-

graduação em Clínica Médica e

Cirúrgica de Pequenos Animais,

apresentado à UCB como requisito

parcial para a obtenção do título de

Pós graduado Clínica Médica e

Cirúrgica de Pequenos Animais,

sob a orientação do Prof. Jorge

Luiz Costa Castro.

Rio de Janeiro, julho. 2010

ASPECTOS HEMATOLÓGICOS DAS RICKETTSIOSES CANINAS

Elaborado por Guilherme Senra Santos

Aluno do Curso Qualittas de Pós-graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de

Pequenos Animais

Foi analisado e aprovado com

grau: ....................................

Rio de Janeiro, de de

____________________________

Membro

____________________________

Membro

____________________________

Pro. M.Sc. Jorge Luiz Costa Castro (Orientador)

Presidente

Rio de Janeiro, julho. 2010

ii

Dedico essa monografia, aos meus

pais por tudo que representam pra

mim. À minha filha Maria

Eduarda a quem amo muito, fonte

de toda a minha força. Aos meus

irmãos, familiares, amigos e a

minha namorada Manoella por

serem à base de tudo.

iii

Agradeço, em primeiro lugar, a

Deus por me abençoar em todos os

dias de minha vida. Aos meus pais

por todo amor, carinho, dedicação

e esforços incondicionais para

minha formação. Aos meus irmãos

e parentes, pelo companheirismo.

A minha namorada Manoella, por

todo o apoio. Ao meu sócio e

amigo Hugo pela convivência

profissional e pessoal. Ao meu

orientador e amigo Jorge Castro,

pela paciência e atenção. Aos

meus professores e colegas de

curso pelos conhecimentos

adquiridos.

iv

SANTOS, Guilherme Senra

Aspectos Hematológicos das Rickettsioses caninas

A rickettsiose canina é uma importante doença infecciosa cuja prevalência tem

aumentado significativamente em várias regiões do Brasil. É usualmente transmitida

pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, tem como agentes etiológicos bactérias

pertencentes à família das Rickettsiales, sendo a Erhlichia canis e o Anaplasma platys

as espécies mais comumente encontradas. De acordo com os sinais clínicos, a doença

pode ser dividida em três fases: aguda, sub-aguda e crônica. A eficácia do tratamento

depende de um diagnóstico precoce. O diagnóstico é embasado e reforçado pela

suspeita clínica, confirmado pela identificação microscópica do agente etiológico em

lâmina, ou através de imunofluorescência indireta, ELISA e também PCR. Vários

fármacos são utilizados no tratamento da Rickettsiose canina, sendo a doxiciclina o

antibiótico de escolha. O prognóstico da doença é variável, sabe-se que quanto mais

precocemente for feito o diagnóstico, maiores são as chances de êxito no tratamento.

v

SANTOS, Guilherme Senra

Hematologics aspects of the canine rickettsioses.

The canine rickettsiosis is an important infectious disease whose prevalence has

increased significantly in some regions of Brazil. Usually it is transmitted by the tick

Rhipicephalus sanguineus, and has as etimologics agents of the family of Rickettsiales

more commonly spread for this region the Erhlichia canis and the Anaplasma platys. In

accordance with the clinical signs, the illness can be divided in three phases: acute, sub-

acute and chronic. The effectiveness of the treatment depends on a precosious

diagnostic. The diagnostic is embased and reinforced by the clinical suspect, confirmed

by the microscopic identification of the etiologic agent on a sheet, through the indirect

imunofluorescense, ELISA and PCR. Many drugs are used in treatment of the canine

rickettsiosis, being the doxicicline the antibiotic of choice. The Disease’s prognostic is

variable, is known that how earlier the diagnostic was realized, bigger are the chances

of the treatment’s success.

vi

SUMÁRIO

Página

Resumo ......................................................................................................................... v

Abstract ......................................................................................................................... vi

Parte

1. Introdução ................................................................................................................. 1

2. Revisão de literatura .............................................................................. .................. 4

2.1. Nova Taxionomia................................................................................................. 4

2.2.Principais Agentes Etiológicos .................................................... ..................... 4

2.2.1. Ehrlichia canis ............................................................................................. 5

2.2.2. Anaplasma platys ......................................................................................... 6

2.2.3. Outros agentes etiológicos ............................................................................ 7

2.3. Infecção e Doença .......................................................................................... 8

2.4. Diagnóstico ........................................................................................................ 11

2.5. Tratamento e Profilaxia ..................................................................................... 13

2.6. Prognóstico ........................................................................................................ 15

3. Conclusão ................................................................................................................. 16

Referências bibliográficas ............................................................................................ 17

vii

1 – INTRODUÇÃO

A Rickettsiose canina foi relatada pela primeira vez na Argélia em 1935,

quando os pesquisadores, Donatien e Lestoquard observaram organismos nas células

mononucleares circulantes de cães infestados por carrapato, na ocasião denominaram-no

Rickettsia canis (McDADE, 1990; ALMOSNY, 2002).

Posteriormente foram descritos casos de erliquiose canina em Uganda no

antigo Congo Belga (República do Congo) e na Nigéria (RIKIHISA, 1991). Segundo

EWING et. al. (1996), o primeiro caso descrito de erliquiose canina nas Américas foi à

região das Antilhas Holandesas por Bool & Stmoller em 1957, em infecção associada à

Babesia canis.

Segundo BIRCHARD & SHERDING (2003), os sinônimos usados na

literatura para esse distúrbio incluem “Doença do Cão Rastreador”, Pancitopenia canina

tropical, Febre hemorrágica canina e Tifo canino.

O papel da Ehrlichia. canis (E. canis) como Rickettsia significativamente

patogênica veio à luz no final da década de 60 (durante a Guerra do Vietnam), quando

ficou estabelecido que ela era o agente etiológico da pancitopenia tropical canina

(HUXSOLL, 1969). A erliquiose se distribuiu mundialmente e alcançou destaque

durante esta guerra, quando uma grande proporção de cães militares contraiu essa

doença (BIRCHARD & SHERDING, 2003). Este achado causou grande dúvida, visto

que a E. canis havia sido relatada como causa relativa de doença branda, exceto em

filhotes. Este fato estimulou novas pesquisas sobre este agente e a doença por ele

causada (ALMOSNY, 1998).

O primeiro relato no Brasil foi feito em Belo Horizonte, posteriormente em

1976, foi descrita, a referida rickettsiose, em cães da Polícia Militar – RJ no município

do Rio de Janeiro (COSTA et. al., 1973; CARRILLO et. al, 1976).

A erliquiose é uma doença que se encontra amplamente distribuída em todo

território nacional (PAES, 1995).

Em 1986 foi descrito um caso de infecção por Ehrlichia canis em um cão de

Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e em 1988 um caso em Curitiba, Paraná. (SILVA et.

al., 1986; KAVINSKI et al., 1988).

De acordo com MIRANDA et al. (2004), em 557 canídeos suspeitos de

erliquiose na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, 69 apresentaram-se positivos a

partir de avaliação hematoscópica em esfregaço sanguíneo, o que corresponde à

ocorrência de 12,4% na citada região.

Segundo ALMOSNY (2002), as anormalidades hematológicas mais

freqüentemente observadas nessa infecção são anemia não regenerativa,

trombocitopenia e leucopenia.

Geralmente ocorre anemia arregenerativa, porém a anemia pode ser

regenerativa quando houver hemólise concomitante com Babesia canis ou ocorrência de

hemorragia (HOSKINS, 1991).

A trombocitopenia que se desenvolve durante a fase aguda é atribuída ao

decréscimo da meia vida das plaquetas circulantes, o que pode ser um mecanismo

imunomediado. Na fase crônica, a trombocitopenia está associada ao decréscimo da

hematopoiese, que é evidenciada pela presença de megacariócitos e outros precursores

hematopoiéticos na medula (ALMOSNY, 2002). Trombocitopenia, leucopenia, e

anemia desenvolvem-se durante a fase aguda da doença, mas a diminuição na contagem

celular aproxima-se gradualmente dos valores normais durante o período subclínico.

Estudos indicaram que a anemia regride e a contagem de plaquetas retorna ao valor

normal em aproximadamente 50% dos cães que desenvolveram fase subclínica

(CODNER & FARRIS – SMITH, 1986).

Segundo LOPES et al. (1996), o hemograma está entre os exames mais

práticos, econômicos e de maior utilidade na rotina clínica, ao utilizarmos dessa

importante ferramenta diagnóstica, podemos relatar as principais variações

hematológicas que ocorrem na infecção provocada por esses agentes da ordem das

Rickettsiales.

O objetivo do presente trabalho é revisar os aspectos hematológicos das

rickettioses caninas ressaltando a importância da realização do hemograma como

método de diagnóstico.

2. – REVISÃO DE LITERATURA

2.1 - Nova Taxionomia

Os parasitos pertencentes gênero Ehrlichia, exceto as espécies E. ewingii e

E. ruminantium, são capazes de infectar monocitos e macrófagos. A espécie E. ewingii

por sua vez infecta granulócitos, ao passo que a Cowdria ruminantium parasita tanto as

células endoteliais vasculares quanto os neutrófilos. O gênero Anaplasma infecta

granulócitos, plaquetas e células vermelhas (DUMLER et. al. 2001). Segundo os

mesmos autores houve uma reorganização na ordem Rickettsiales e todos os membros

das tribos Ehrlichiae e Wolbachieae foram transferidos para a família Anaplasmatacea,

que contém quatro gêneros: Ehrlichia, Anaplasma, Neorickettsia, e Wolbachia.

Posição taxionômica da Ehrlichia canis. Ordem: Rickettsiales, Família:

Anaplasmatacea, Gênero: Ehrlichia, Espécie: Ehrlichia canis.

Posição taxionômica da Anaplasma platys, Ordem: Rickettsiales, Família:

Anaplasmatacea, Gênero: Anaplasma, Espécie: Anaplasma platys.

2.2 - Principais Agentes Etiológicos

WOODY & HOSKINS (1991) e INOKUMA et al. (2003), relataram que a

Erliquiose é uma doença transmitida por carrapato que acomete tanto humanos quanto

animais. Anaplasma platys e Ehrlichia canis são os dois mais conhecidos patógenos que

causam a Erliquiose canina, ambos têm uma distribuição global, assim como o seu

transmissor o Rhipicephalus sanguineus

A Erliquiose canina é uma patologia rickettsial causada por Ehrlichia spp e

transmitida por qualquer tipo de carrapato. Todas as Ehrlichia spp são microorganismos

intracelulares que infectam leucócitos (SAINZ et al, 2000).

O gênero Ehrlichia, pertence à família das Rickettsiaceae, constitui

bactérias intracelulares obrigatórias dos leucócitos (monócitos e polimorfonucleares) ou

trombócitos (DAVOUST et. al., 1993), esses organismos foram classificados de acordo

com RIKIHISA (1991) na Ordem Rickettsiales; Família Rickettsiaceae; Tribo

Ehrlichiae; Gênero Ehrlichia.

Seu desenvolvimento inclui três estágios de desenvolvimento: corpúsculo

elementar, corpúsculo inicial e mórula. Individualmente a ehrlichia é denominada

corpúsculo elementar, que geralmente tem aspecto cocóide ou elipsóide, porém, o

pleomorfismo é notado com frequência (MCDADE, 1990 ).

Segundo HOSKINS (1991), a espécie E. canis é a causa mais comum de

infecção natural e é considerada a mais severa. Outras espécies como E. platys, E. equi,

E. risticii e E. ewingii também foram descritas causando infecção natural em cães.

(RIKIHISA, 1991; HOSKINS, 1991).

2.2.1. Ehrlichia canis

ELIAS (1991) e ALMOSNY (2002) descreveram que são caracterizadas

três formas para a Ehrlichia canis: mórula, descrita como uma colônia arredondada com

grânulos corados em azul escuro nos preparados corados pelo Giemsa; corpúsculos

elementares, estruturas amorfas, arredondadas de vários tamanhos, podendo ser

visualizadas em vacúolos de citoplasma de monócitos e os corpúsculos iniciais, forma

granular composta de múltiplos grânulos, estes grânulos precisam ser diferenciados das

granulações azurófilas que podem ocorrer no citoplasma de mononucleares sanguíneos

de cães sadios. Os autores consideram a presença destas inclusões como suficientes para

um diagnóstico positivo da doença.

A E. canis é parasita primária de artrópodes, sendo os vertebrados seus

hospedeiros secundários (CORRÊA & CORRÊA, 1992).

HUXSOLL (1976) classifica a erliquiose canina como uma severa doença

hemorrágica, às vezes caracterizada como pancitopenia tropical e associada à anemia

aplásica, que ocorre em alguns cães cerca de 60 dias apos infecção.

2.2.2. Anaplasma platys

E. platys, um microoganismo antigenicamente não relacionado com E. canis

ou E. equi, consiste no agente causador da Trombocitopenia cílclica infecciosa dos cães

(SWANGO et al., 1989).

Estes organismos foram observados apenas em plaquetas, podendo ocorrer

com uma, duas ou três inclusões. (WOODY & HOSKINS, 1991).

O Bergey’s Manual of Systematic Bacterology, reconhece a E. platys

como tendo sido descrita por FRENCH & HARVEY (1983) como um parasito

específico de plaquetas de cães.

Suspeita-se que E. platys seja transmitida entre cães, principalmente pelo

carrapato vermelho, Rhipicephalus sanguineus (HOSKINS, 1991)

De coloração basofílica em esfregaços corados pelo Giemsa, mede entre 0.4

a 1.2 m, podendo ser arredondada, oval ou achatada. É rodeada por membrana dupla e

se reproduz por fissão binária.(RISTIC et. al.,1989).

A infecção aguda pela E. platys caracteriza-se pela parasitemia cíclica dos

trombócitos seguida de trombocitopenia e linfadenopatia generalizada. Após um

período de trombocitopenia as plaquetas tendem a retornar a valores normais após 3 a 4

dias e estas fases acontecem em intervalos de uma a duas semanas. Os cães infectados

não apresentam enfermidade clínica e raramente mostram sinais de hemorragia

significativa, mesmo tendo plaquetopenias pronunciadas. As infecções associadas de E.

platys e E. canis são comuns (HOSKINS, 1991; HARRUS et. al., 1997).

GAUNT et. al (1990) observaram redução da agregação plaquetária

associada a E. platys. Afirmaram eles, após observação da medula óssea, haver

hiperplasia megacariocítica, caracterizando uma trombocitopenia regenerativa.

Existem dificuldades no diagnóstico de E. platys através da observação de

mórulas devido ao caráter cíclico da trombocitopenia e o teste de imunofluorescência

indireta detecta anticorpos para E. platys durante um curto período após o aparecimento

de plaquetas parasitadas (FRENCH & HARVEY, 1983; WOODY & HOSKINS, 1991).

A primeira alteração é uma severa trombocitopenia, onde se podem

observar valores mínimos inferiores a 10 000 plaquetas por milímetros cúbicos

(HOSKINS, 1991).

Quando os trombócitos parasitados desaparecem da circulação, a

contagem se eleva rapidamente, alcançando valores normais entre 3 a 4 dias (ibid).

HARRUS et al. (1997b) descreveram o primeiro caso de E. platys em cães

nativos de Israel e observaram, além das manifestações clínicas conhecidas, a presença

de macroplaquetas que também haviam sido observadas por HARRUS et al. (1997 a)

em um caso de erliquiose granulocítica. Os autores afirmaram que a cepa de E. platys

encontrada em Israel era mais virulenta que a Americana. Consideraram, também, que

infecções associadas a E. canis ou outras patologias podem agravar o quadro.

2.2.3 Outros Agentes Etiológicos

A espécie E. equi foi pela primeira vez reconhecida como forma pouco

usual de E. canis, devido à reprodução e formação de mórula primariamente no

citoplasma de neutrófilos, e não primariamente em linfócitos (EWING & BUCHNER,

1971). As infecções em cães pela E. equi são leves ou inaparentes (HOSKINS, 1991). O

modo de transmissão da E. equi é desconhecido, suspeita-se que carrapatos sejam

vetores (RIKIHISA, 1991).

A espécie E. risticii produz infecções leves ou inaparentes, podendo os cães

ficarem como portadores assintomáticos. Seu vetor também é desconhecido, porém

suspeita-se que seja o carrapato (HOSKINS, 1991).

A E. ewingii foi relatada inicialmente em 1985 como causadora da

erliquiose granulocítica canina, devido a observação da mórula em granulócitos e

células mononucleares de cães com poliartrite aguda (PAES, 1995). Produz uma

infecção sub-clínica, causando febre e muitas anormalidades hematológicas como

neutropenia, linfocitose e trombocitopenia entre 18 e 24 dias de infecção. Tem,

supostamente, como vetor o carrapato Amblyomma americanus e possivelmente o

carrapato Rhipicephalus sanguineus (PAES, 1995).

A erliquiose granulocítica em cães, causada por E. ewingii ou E. equi ,

associada a sinais neurológicos com diagnostico de meningite foi descrita por

MARETZKI et al. (1994). Os autores relataram que o animal apresentava perda de

peso, epistaxe, rigidez de pescoço e cabeça, moderada atrofia muscular, hiperestesia

cervical e com alta infestação por carrapato Dermacentor variabilis. Avaliações

laboratoriais revelaram anemia não regenerativa , neutrofilia, linfocitopenia com

discreto desvio nuclear de neutrófilos à esquerda (DNNE), trombocitopenia e

hipergamaglobulinemia policlonal (IGM,IGG e C3). A análise da Medula óssea revelou

suave hipoplasia eritróide e leve plamocitose. A análise do liquor revelou acentuada

pleocitose e observou-se em poucos neutrófilos, mórulas de Ehrlichia Sp enquanto que

ao esfregaço sanguíneo, apenas um monócito parasitado foi detectado. Os autores

relataram não existir teste específico para E. ewingii

E. chaffensis e E. sennetsu infectam experimentalmente os cães. A primeira

é responsável pela erliquiose humana e a segunda tem tropismo pelas células

mononucleares e provoca a febre sennetsu em humanos que são possivelmente seus

hospedeiros naturais (PAES, 1995). RIKIHISA (1991) relatou reação cruzada entre E.

sennetsu, E. canis e E. risticii.

Após a infecção através de seu vetor, ocorre um período de incubação que dura de

1 a 3 semanas. Nos animais mais jovens, aparece normalmente aos 11 dias pós-infecção

uma febre recorrente de 41ºC (ALMOSNY, 2002). Após esse período podem ser

isoladas mórulas do sangue.

2.3 - Infecção e Doença

O carrapato Rhipicephalus sanguineus é o vetor reconhecido para a

erliquiose canina, doença que se refere a uma variedade de síndromes clínicas que

acometem canídeos silvestres e cães (RIKIHISA, 1991; HOSKINS,1991).

A trombocitopenia cíclica infecciosa dos cães pode ser transmitida por

injeção de sangue contendo E. platys obtido durante o período parasitêmico e em

naturais condições pode ser transmitido pela picada de um carrapato infectado

(Rhipicephalus sanguineus) ou outro artrópode hematófago (ALVARADO et. al.,

2003).

Segundo WOODY & HOSKINS (1991), a transmissão ocorre de maneira

mais efetiva, no período de 2 a 3 semanas após o cão ser infectado pelo carrapato

devido ao maior número de células parasitadas nesta fase.

As diferentes espécies da ordem Rickettsiales, parecem apresentar um

tropismo característico por determinados tecidos que acarreta uma doença “sítio

específica”. Assim, enquanto que a E. risticii infecta predominantemente células ao

longo da parede intestinal, especialmente no cólon de equinos, onde provocam uma

diarréia aquosa, a E. canis possui uma predileção por células encontradas na micro

vascularização dos pulmões, rins e meninges de cães (HOSKINS, 1991; HARRUS et

al, 1997a; HARRUS et al, 1997b), sendo a epistaxe causada por hemorragias

características dos pulmões ou da mucosa nasal (RIKIHISA ,1991), enquanto que a E.

sennetsu está, predominantemente, localizada nos linfonodos, onde causa

linfadenopatia (RIKIHISA ,1991; HOSKINS, 1991). Após o período de incubação que

pode durar de uma a três semanas, mórulas já podem ser isoladas no sangue

(SWANGO et al.,1989; RIKIHISA, 1991; DAVOUST, 1993).

A doença apresenta três formas clínicas: aguda, subaguda e crônica

(CORRÊA & CORRÊA, 1992). Segundo SMITH & RISTIC (1977) a infecção em cães

ocorre em três estágios: aguda, sub-clínica e terminal.

A fase aguda inicia-se com processo febril, após incubação de 10 a 15 dias,

podem-se observar temperaturas superiores a 40,5ºC, nesta fase ocorrem anorexia,

perda de peso, edema de membros, vômitos e linfadenopatia (TROY & FORRESTER,

1990). A fase aguda da E. canis dura de 2 a 4 semanas e a replicação do parasito ocorre

dentro das células mononucleares infectadas, espalhando-se pelo organismo dentro dos

fagócitos mononucleares, instala-se nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e

linfonodos, onde se multiplicam primariamente em macrófagos e linfócitos resultando

em hiperplasia linforeticular, podendo conseqüentemente causar aumento dos órgãos

(TROY & FORRESTER, 1990).

Na fase sub-clínica a contagem global de células sanguíneas poderá estar

moderadamente reduzida, especialmente as plaquetas. Os animais, entretanto, estarão

assintomáticos (SMITH & RISTIC, 1977). A fase sub-clínica da erliquiose é associada

a persistência do organismo e aumento do título de anticorpos séricos, que começam a

aparecer 7 a 21 dias após a infecção inicial (HOSKINS, 1991). Os achados

hematológicos similares ao da fase aguda, que consistem em trombocitopenia, anemia

arregenerativa e respostas leucocitárias variáveis, desde leucopenia, linfocitose e

monocitose, podem persistir durante este estágio, não se observando sinais clínicos

(TROY & FORRESTER, 1990). A fase sub-clínica pode persistir por um período de 4 a

5 anos (HOSKINS,1991).

As manifestações clínicas tardias incluem febre, anorexia, drástica perda de

peso, acentuada pancitopenia, anemia e edema periférico. É comum observar equimoses

e petéquias em múltiplos locais (SMITH & RISTIC, 1977). Nesta fase há pancitopenia

como achado laboratorial predominante (McDADE, 1990).

Segundo observação de SWANGO et al. (1989), na fase crônica ocorre uma

hipergamaglobulinemia pela persistente estimulação antigênica. Os mesmos autores

relataram que a perda de peso crônica, hiporexia, anorexia, anemia e astenia são os

sinais mais comuns da erliquiose crônica, há também hipoplasia medular óssea, levando

a pancitopenia e ao aumento na destruição das plaquetas. Nesta etapa pode ocorrer

epistaxe, petéquias, hematúria ou hematoquesia.

As anormalidades hematológicas mais frequentemente observadas são

anemia arregenerativa, trombocitopenia e leucopenia (TROY & FORRESTER, 1990;

HOSKINS, 1991). A monocitose é um achado frequente (HARRUS et al., 1997).

A trombocitopenia aparece como resultado da hipoplasia megacariocítica e

da redução da vida das plaquetas, que ocorrem por alterações imunomediadas,

inflamatórias e perturbação nos mecanismos da coagulação (CODNER et. al, 1985;

TROY & FORRESTER, 1990; JAIN, 1993; HOSKINS, 1991; DAVOUST, 1993).

Como resultado da hiperplasia linforeticular, pode ocorrer aumento de

órgãos e, as células infectadas aparentemente atacam a microcirculação ou migram para

a superfície subendotelial dos órgãos alvo produzindo vasculite ou provocando

inflamações (TROY & FORRESTER, 1990).

A mortalidade geralmente ocorre devido a hemorragias ou infecções

secundárias (CODNER et al., 1985; WANER et al., 1995; WANER et al., 1997). De

acordo com CODNER (1986) a persistência da E. canis no interior da célula hospedeira

conduz a uma reação de hipersensibilidade ou a uma resposta imunomediada, podendo

acarretar, principalmente uma pancitopenia. A estimulação antigênica crônica favorece

a persistência da infecção, possibilitando o surgimento de uma doença glomerular

imunomediada. Segundo IMMELMAN & BUTTON (1973) a morte pode ser provocada

por anemia, uremia, infecção bacteriana secundária ou uma combinação destas.

2.4 - Diagnóstico

O diagnóstico é dado pela suspeitas e achados clínicos, e hematológicos

que incluem trombocitopenia, anemia e leucopenia (SWANGO et al., 1989; McDADE

,1990; BONNARD & DRALEZ, 1990; HOSKINS, 1991; ELIAS, 1991), e também

deve ser baseado na identificação microscópica de rickettsias nos esfregaços de sangue

e imunofluorescência indireta (CORRÊA & CORRÊA, 1992).

Os sinais clínicos indicam uma suspeita de Erliquiose. O diagnóstico,

porém, deverá ser efetuado através da observação de mórulas em esfregaço de sangue

periférico, coletado da veia marginal da orelha, ou da capa leucocitária (BONNARD

& DRALEZ, 1990; EWING et. al., 1996). Estas inclusões de coloração basofílica a

púrpura contendo número variado de indivíduos, são observadas no citoplasma de

leucócitos, em esfregaços corados em método de Romanovsky (MC DADE, 1990).

NEITZ & THOMAS (1938) e ALMOSNY (1998) relataram que o aparecimento de

mórulas no sangue ocorre cerca de três a cinco dias após o aumento da temperatura,

(que pode ultrapassar 41o c) e deve ser efetuado esfregaço da primeira gota de sangue

porque nesta existem mais células que nas gotas subsequentes. Os autores ressaltaram

a necessidade de saber distinguir morfologicamente E. canis de Leishmania

donnovani, Hepatozoon canis, fagocitose, plaquetas e artefatos sobrepondo os

leucócitos.

Segundo ELIAS (1991) o método de observação da mórula em

esfregaços sanguíneos consiste, numa forma especialmente adequada a prática

veterinária, não necessitando laboratórios sofisticados. Porém, a mórula é dificilmente

observada no esfregaço sanguíneo, isto porque o parasita está presente em pequeno

número e a proporção de células infectadas pode ser inferior a 1 %. Assim, a

observação de mórulas em leucócitos circulantes é rara, exceto durante a fase aguda da

infecção, que se inicia entre 14 e 20 dias após a infecção e termina em

aproximadamente 1 mês depois (HOSKINS et al., 1991; ELIAS, 1991). Apesar das

chances de visualização de mórulas serem reduzidas, a observação dos esfregaços

corados pelo Giemsa revela-se eficiente quando são observados corpúsculos

elementares, conforme relatou ELIAS (1991) que comparou estas inclusões a

determinações imunológicas.

Segundo SWANGO et. al. (1989), o diagnóstico é baseado na

combinação de história, achados clínicos, testes laboratoriais e exames pós-mortem.

BONNARD & DRALEZ (1990) afirmam que o diagnóstico pós-mortem deve ser

baseado apenas na observação de mórulas em tecidos.

Segundo RISTIC et al. (1989), a técnica de cultivo in vitro e a

imunofluorescência indireta, prova que detecta anticorpos para E. canis, são duas

técnicas comumente utilizadas na detecção da erliquiose canina. A desvantagem destas

duas técnicas é que não são praticadas facilmente pela clínica de pequenos animais e

pelo fato de que os títulos não aparecem na fase aguda (ELIAS, 1991; HARRUS et al.

,1997 a; HARRUS et al. ,1997b).

Segundo DAVOUST et al. (1986) e PERILLE & MATUS (1991) os títulos

permanecem por 6 meses após tratamento. Entretanto a imunofluorescência indireta

mostra-se útil na fase crônica mostrando excelente especificidade e grande sensibilidade

(HUXSOLL,1976 ; TROY & FORRESTER, 1990; EGENVALL et al. , 1997 e

HARRUS et al. ,1997 a). Para VAN HEERDEN et al. (1983); HARRUS et al. (1997a)

e MATTHEWMAN et al. (1993) a imunofluorescência indireta mostrou-se não

confiável uma vez que ela persiste após eliminação do parasito.

Nos testes de imunofluorescência indireta, a soropositividade começa de 7 a

21 dias após a infecção e chega a níveis máximos após 80 dias e persiste, a menos que

se efetue o tratamento. Entretanto, os títulos podem aumentar com o início do

tratamento e declinar após 3 a 6 meses. A persistência do título após este período

assinala a presença de E.canis em fase sub clínica ou reinfecção. (SWANGO et. al.,

1989).

A técnica de PCR (polymerase chain reaction-“reação em cadeia de

polimerase”), permite um diagnóstico rápido e com sensibilidade semelhante a outras

técnicas, o que o torna uma peça útil para a elaboração do diagnóstico (IQBAL et al.,

1994; WEN et al., 1997).

HARRUS et. al. (1997a) afirmaram que testes de imunofluorescência

indireta, P.C.R., cultura e Western Immunoblot precisam de 14 a 34 dias de infecção

para apresentarem-se positivos.

2.5 - Tratamento e Profilaxia

O objetivo do tratamento é prevenir a manutenção da doença pelos

portadores sãos (DAVOUST, 1993).

Para tanto, diversos fármacos podem ser utilizados no tratamento da

erliquiose, entre eles estão: a oxitetraciclina, o cloranfenicol, o imidocarb, a tetraciclina

e a doxiciclina. (Quadro 1)

Destas, a doxiciclina constitui a droga de eleição no tratamento da erliquiose

em todas as suas fases (VIGNARD-ROSEZ et al., 2000).

A droga é bem absorvida e com rapidez quando administrada por via oral. A

distribuição é ampla pelo coração, rins, pulmões, músculo, fluido pleural, secreções

brônquicas, bile, saliva, líquido sinovial, líquido ascítico e humores vítreo e aquoso. A

doxiciclina é mais lipossolúvel e penetra nos tecidos e fluidos corporais melhor que o

cloridrato de tetraciclina e a oxitetraciclina. A eliminação da doxiciclina se dá

primariamente através das fezes por vias não biliares, na forma ativa. A vida média da

doxiciclina no soro em cães é de 10-12 horas e a "clearence" de cerca de 1,7

mL/kg/min. A droga não se acumula em pacientes com disfunção renal e por isso pode

ser usada nesses animais sem maiores restrições. Existem várias indicações de dosagens

e tempo de duração do tratamento da erliquiose utilizando-se a doxiciclina. Os critérios

para o tratamento variam de acordo com a precocidade do diagnóstico, da severidade

dos sinais clínicos e da fase da doença que o paciente se encontra quando do início da

terapia. (VIGNARD-ROSEZ et al., 2000).

BARTSCH & GREENE (1996), recomendam nas fases agudas, a dosagem

de 5 mg/kg ao dia durante 7 a 10 dias e nos casos crônicos 10 mg/kg ao dia durante 7 a

21 dias.

A eficácia da doxiciclina no tratamento da erliquiose na dose de 10

mg/Kg/dia em dose única foi demonstrada por vários autores (HOSKINS et al., 1991).

O tratamento pode durar de 3 a 4 semanas nos casos agudos e até 8 semanas

nos casos crônicos. A doxiciclina deverá ser fornecida 2 a 3 horas antes ou após a

alimentação para que não ocorram alterações na absorção (WOODY & HOSKINS,

1991).

Alguns autores recomendam prolongar o tratamento por mais de seis

semanas nos casos de erliquiose sub-clínica (HARRUS et al., 1997), caso contrário

existe a possibilidade da permanência do agente no animal (IQBAL et al., 1994).

Freqüentemente deverá ser fornecido um tratamento de suporte,

principalmente nos casos crônicos. Assim, deve-se corrigir a desidratação com

fluidoterapia, e as hemorragias devem ser compensadas pela transfusão sangüínea

(PASSOS et al., 1999).

Terapia a base de glicocorticóides e antibióticos pode também ser utilizada

nos casos em que a trombocitopenia for severa e nos casos de infecções bacterianas

secundárias, respectivamente (ibid).

A seguir, no quadro 1, são demonstradas as opções terapêuticas para a

referida doença.

Quadro 1 – Opções terapêuticas para o tratamento das rickettsioses

.

Base terapêutica Dose Via de

administração

Freqüência

Antibióticos de 1a Linha

Cloridrato de

tetraciclina

22 mg/Kg Oral Três vezes ao dia por

21 dias

Oxitetraciclina 25 mg/Kg Oral Três vezes ao dia por

21 dias

Doxiciclina 5 a 10 mg/Kg Oral ou Intravenosa Uma a duas vezes ao

dia por 14 dias

Minociclina 20 mg/Kg Oral Duas vezes ao dia

por 14 dias

Antibióticos de 2a Linha

Imidocarb 5 mg/Kg Intramuscular ou

Subcutânea

Dose única com

repetição após 2 ou 3

semanas.

Cloranfenicol 50 mg/Kg Oral Três vezes ao dia por

21 dias

A prevenção da doença tem um caráter de suma importância nos canis e nos

locais de grande concentração de animais. Devido a inexistência de vacina contra esta

enfermidade (WOODY et al., 1991), a prevenção é realizada através do controle do

vetor da doença: o carrapato. Para tanto, produtos acaricidas ambientais e de uso tópico

são eficazes desde que seja realizado o manejo correto.

O controle de carrapatos constitui o esteio da prevenção contra a erliquiose.

Além disso, pode-se usar doses baixas de doxiciclina (2mg/kg, V.O, a cada 24h) ou

tetraciclinas (6,6mg/kg,V.O, a cada 24h) nas áreas endêmicas durante a estação de

carrapatos (BIRCHARD & SHERDING 2003).

Deve se instaurar um sistema de identificação sorológica dos animais

positivos, com o intuito de tratá-los o mais rápido possível, minimizando a amplitude

das fontes de infecção, que correspondem aos animais assintomáticos (DAVOUST,

1993).

2.6 Prognóstico

O prognóstico para a erliquiose canina é excelente com um tratamento

apropriado, a menos que a medula óssea fique severamente hipoplásica. A resposta

clínica começa geralmente 48hs após a iniciação da doxiciclina, mas na forma crônica

pode levar até 3 a 4 semanas. A forma crônica da doença parece ser mais severa nas

raças pastor alemão e dobermann (BIRCHARD & SHERDING 2003).

Segundo (WOODY & HOSKINS, 1991), o prognóstico depende da fase em

que a doença for diagnosticada e do início da terapia. Quanto antes se inicia o

tratamento na fase aguda, melhor o prognóstico. Nos cães no início da doença observa-

se melhora do quadro em 24 a 48 horas, após o início da terapia.

TILLEY & SMITH JR. (2003) citaram que na fase aguda o prognóstico é

excelente, contanto que o tratamento seja o apropriado; e na fase crônica pode-se levar

até quatro semanas para uma resposta clínica, e que o prognóstico é ruim em caso de

hipoplasia medular.

3 - CONCLUSÃO

A rickettsiose canina é uma importante doença de caráter infeccioso e

progressivo cuja prevalência tem aumentado significativamente, nos últimos anos, em

várias regiões do Brasil.

Esta doença transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, que tem a

Erhlichia canis e o Anaplasma platys, bactérias pertencentes à família das Rickettsiales,

como os principais agentes etiológicos.

É importante para o médico veterinário conhecer todos os sinais e

sintomatologia clínica apresentados pela doença, pois só assim conseguirá diagnosticá-

la precocemente e obter êxito no tratamento.

O prognóstico da doença é variável, sendo que quanto mais cedo for

descoberta a doença, maiores são as chances de sucesso no tratamento.

A presente revisão de literatura visa principalmente alertar o clínico para a

importância da utilização de exames laboratoriais, hematológicos e sorológicos, como

auxílio ao diagnóstico clínico, para uma detecção precoce da doença, visando um

melhor e mais eficaz tratamento, melhorando assim as condições do paciente e a

perspectiva de um prognóstico favorável.

4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALMOSNY, N. R. P. Hemoparasitoses em Pequenos Animais Domésticos e

como Zoonoses, L. F Livros de Veterinária Ltda; Cap 1, p.16, 2002.

2. ALMOSNY, N. R. P.Ehrlichia canis (DONATIEN & LESTOQUARD,1935):

Avaliação parasitológica, hematológica e bioquímica sérica da fase aguda de

cães e gatos experimentalmente infectados; U.F.R.R.J; Tese de Doutorado; 1998

3. ALVARADO, C. A.; PALMAR, M.; PARRA, O.; SALAS P. Ehrlichia

platys (Anaplasma platys) in Dogs from Maracaibo, Venezuela: An

Ultrastructural Study of Experimental and Natural Infections, 2003.

4. BARTSCH, R. C; GREENE R. T.: Post-Therapy antibody titers in dogs with

Ehrlichiosis: Follow-up study on 68 patients treated primarily with tetracycline

and/or Doxycycline. J. of Veterinary Internal Medicine, vol.10 n.4, 1996 pp.271-

274.

5. BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: Clínica de Pequenos

Animais, Roca; Cap 15 p.139,2003.

6. BONNARD,P.; DRALEZ,F., 1990. Cas clinique: Pancytopénie canine. Le

point Vet. 22 (128): 129-134.

7. CARRILLO, B. J., RESENDE, H. E. B. & MASSARD, C. L., Erliquiose canina

no estado do Rio de Janeiro, Brasil. XV Congresso Brasileiro de Medicina

Veterinária. Rio de Janeiro. Anais. p. 162, 1976.

8. CODNER, E. C. & FARRIS-SMITH, L. Characterization of the subclinical

phase of ehrlichiosis in dogs. Journal of American Veterinary Medical

Association, v. 187, (n.1): p. 47-50, 1986.

9. CODNER,E.C; ROBERTS,R.E.; AINSWORTH,A.G,. 1985. Atypical

findings in 16 cases of canine ehrlichiosis. JAMA.186(2).:166-169.

10. COLES, E. H.; Veterinary Clinical Pathology. W. B. Saunders Company. Fourth

Edition, 1986.

11. CORRÊA, W. M.; CORRÊA, C. N. M. 1992. Enfermidades Infecciosas dos

Mamíferos Domésticos. MEDSI – Editora Médica e Científica. Rio de Janeiro. P

477-506.

12. COSTA, J. O.; BATISTA Jr, J. A.; SILVA, M & GUIMARÃES, M. P.,1973.

Ehrlichia canis infection in dog in Belo Horizonte-Brazil. Arq. Esc. Vet.

25(2).:199-200.

13. DAVOUST, B.; PARZY, D.; VIDOR, E.; HASSELOT, N.; MARTET, G.

Ehrlichiose canine experimentale : étude clinique et terapeutique. Rev. Méd.

Vét. 167: 33-40, 1993

14. DUMLER, J. S., BARBET A. F., BEKKER, C. P. J., DASCH, G. A., PALMER,

G. H., RAY, S. C., RIKIHISA, Y., and RURANGIRWA F. R. (2001)

Reorganization of Genera in the Families Rickettsiaceae and Anaplasmataceae

in the order Rickettsiales; Unification of some species of Ehrlichia with

Anaplasma, Cowdria with Ehrlichia, and Ehrlichia with Neorickettsia;

Description of six New Species Combinaions; and Designation of Ehrlichia equi

and "HGE agent" as Subjective Synonyms of Ehrlichia phagocytophilum. Int. J.

Syst. Evol. Microbiol. 51: 2145-2165.

15. EGENVALL, A.E; HEDHAMMAR, A.A; BJOERSDORFF, A.I., 1997.

Clinical features and serologic of 14 dogs affected by granulocitc

ehrlichiosis in Sweden. Vet. Rec. 140(9):222-226.

16. ELIAS, E. Diagnosis of Ehrlichiosis from the presence of inclusio bodies or

morulae of E. canis. Journal of Small Animal Practice, v.33: p.540-543, 1991.

17. ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C., Tratado de Medicina Interna. 4° edição.

Volume 1. Editora Manole, 1992.

18. EWING, S. A.; BUCHNER, R.G. Manifestations of Bebesiosis, Erlichiosis and

Combined Infections in The dog. American Journal of Veterinary Research,

v.26, (n.113): p815-828,1971.

19. EWING, S. A; DAWSON, J. E.; PANCIERA, R. J; MATHEW, J. S; PRATT,

K. W; KATAVOLOS, P & TELFORD, S. R., 1996. Dogs infected with a human

granulocitc Ehrlichia spp. (Rickettsiales: Ehrlichieae).Med Entomol. 34(6):710-

718.

20. FRENCH, T. W & HARVEY, J. W. 1983. Serologic diagnosis of infections

cyclic thrombocitopenia in dogs using na indirect fluorescent antibody test. Am.

J. Vet. Res. 44(12):2407-2411.

21. GAUNT,S.D; BAKER,D.C & BABIN,S,.1990. Platelet aggregation studies

in dogs with acute Ehrlichia platys infection. Am. J. Vet. Res. 51(2): 290-

293.

22. GREGORY, C; FORRESTER, S..O. Ehrichia canis, E. equi, E. risticci

infections. In: GREENE, C.E. Infectious diseases of the dog and cat.

Philadelphia: W.B. Saunders: 404-14, 1990.

23. HARRUS S., AROCH I., LAVY E., BARK H.: Clinical manifestations of

infectious canine cyclic thrombocytopenia. Vet Rec 141:247-250, 1997 (c).

24. HARRUS, S ; KASS, P. H ; KLIMENT, E & WANER, T, 1997 (b) Canine

monocytic ehrlichiosis: a retrospective study of 100 cases, and na

epidemiological investigation of prognostic indicators for the disease.

Veterinary Record .141: 360-363.

25. HARRUS,S; BARK,H & WANER,T; E., 1997 (a). Canine Monocytic

Ehrlichiosis: An Update. Continuing Education.19 (4).431-444

26. HOSKINS, J. D.,1991. Ehrlichial Diseases of Dogs: Diagnosis and Treatment.

Canine Practice.16(3) :13- 21

27. HUXSOLL, D.L.; HILDEBRANDT,P.K., NIMS,R.M., FERGUSON,J.A. &

WALKER,J.S., 1969. Ehrlichia canis. The causative agent of a hemorragic

disease of dogs .Vet. Rec.85:587.

28. HUXSOLL,D.L.,1976. Canine Ehrlichiosis (Tropical canine Pancytopenia): A

Review. Veterinary Parasitology, 2.:49-60

29. IMMELMAN, A. & BUTTON, C. Ehrlichia canis Infection (Tropical Canine

Pancitopaenia or Canine Rickettsiosis). Journal of South African Veterinary

Association, v. 44, (n.3) : p. 241-245, 1973.

30. INOKUMA, H.; BEPPU, T.; OKUDA, M.; SHIMATA, Y.; SAKATA, Y.,2003.

Epidemological survey of Anaplasma platys and Ehrlichia canis using ticks

collected from dogs in Japan. Veterinary Parasitology 115: 343–348

31. IQBAL, Z.; CHAICHANASIRIWITHAYA, W.; RIKIHISA, Y. Comparison of

PCR with other test for early diagnosis of canine ehrlichiosis. J. Clin.

Microbiol., 32 (7): 1658-63, 1994.

32. JAIN, N. 1993. Essentials of veterinary hematology. Leo & Febinger; Cap 8, p.

130-131.

33. KAVINSKI, L. C; FLORIANO, B; CARON, P. E. & BRONZE, S. J. M.,1988.

Ocorrência de um caso de ehrlichiose canina em Curitiba-Pr. Rev.Cienc.

Agr.10(1-2).217-218.

34. LOPES, S. T.; BIONDO, A. W.; FAN, L. C.; CUNHA, M. S. C.; Patologia

Clínica Veterinária. Santa Maria. Universidade Federal de Santa Maria, 1996.

35. MARETZKI,C.H; FISHER,D.J.; GREENE,C.E., 1994. Granulocitc ehrlichiosis

and meningitis in a dog. JAVMA.205(11).1554-1556.

36. MATTHEWMAN, L.A; KELLY, P.J.; MAHAN, S.M; SEMU, D;

TAGWIRA, M; BOBADE, P.A.; BROUQUI,P.; MASON, P.R., 1993.

Western blot and indirect fluorescent antibody testing for antibodies reactive

with Ehrlichia canis in sera from apparenttly healthy dogs in Zimbabwe.

Afr. Vet. Ass. 64(3):111-115.

37. McDADE, J. E. 1990.Ehrlichiosis- A disease of Animals and Humans. J. Inf.

Dis. 161: 609-617.

38. MEYER, D.; COLES, H. E.; RICH, L. J. Medicina de Laboratório Veterinária:

interpretação e diagnóstico. ROCA, 1995.

39. MIRANDA, F. J. B.; FAJARDO, H. V.; ALBERNAZ, A. P.; MELO Jr., O. A.;

MACHADO, J. A. Abordagem hematológica de canídeos portadores de

Erliquiose canina no município de Campos dos Goytacazes, RJ. Anais do XIII

Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária e I Simpósio Latino-

Americano de Rickettsioses. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária,

Vol 13 p01–396, 2004.

40. NEITZ,W.O & THOMAS,A.D., 1938. Rickettsiosis in the Dog.

J.S.Afr.Vet.Med.Assoc. 9:166-174.

41. PAES, P. R. 1995. Erlichiose canina: Avaliação hematológica e ocorrência nas

cidades do Rio de Janeiro e Niterói. UFF. 53 págs. Monografia da disciplina de

estágio supervisionado apresentada ao curso de graduação em Medicina

Veterinária da Universidade Federal Fluminense.

42. PASSOS, L. M. F; ANDEREG, P. I; SAMARTINO, L. E. Ehrlichiosis canina.

Vet. Arg., 16 (153), 1999.

43. PERILLE, A.L.; MATUS, R.E., 1991. Canine ehrlichiosis in six dogs with

persistent increased antibod titers, Am.Vet.Intern. Med. 5: 195-198.

44. RIKIHISA, Y. 1996. Ehrlichiae. In "Rickettsiae and Rickettsial Diseases",

Proceedings of the Vth International Symposium. Stara Lesna, Sept. 1-6, 1996.

45. RIKIHISA,Y. The tribe Ehrlichiae and Ehrlichial Diseases. Clinical

Microbiology Reviews, v.4: p. 286-308, 1991.

46. RISTIC, M.; HUXSOLL, D. L.; WEISIGER, R.M.: HILDEBRANDT, P. K. &

NYINDO, M. B. A. Serological diagnosis of tropical canine pancytopenia by

indirect immunoflorescense. Infectious Immunology, 1989.

47. SAINZ, A.; AMUSATEGUI, I.; RODRÍGUEZ, F.; TESOURO, M.A., 2000.

Las Ehrlichiosis en el perro: presente y futuro. Revista Profesión Veterinaria,

año 12, nº 47, mayo – junio.

48. SILVA, C. F.; CARVALHO, C. B.; PEREIRA, N. R. & FAN, L. C. R.;

Erliquiose Canina: relato de um caso. IX Congresso Estadual de Medicina

Veterinária, Santa Maria – RS. Anais 1986.

49. SMITH, R. D. & RISTIC, M. 1977. Ehrlichiae. In: KREIER, J. Parasitic

Protozoa. 4.Philadelphia. Ac. Press. 285-323.

50. SWANGO, L. J.; BANKEMPER. K. W & KONG, L. I. 1989. Bacterial,

Rickettsial, Protozoal and Miscelalaneous infections. In: Ettinger.S.J.(ed):

Textbook of Veterinary Internal Medicine. Philadelphia, W,b. Saunders

Co,pp265-297.

51. TILLEY, L.P.; SMITH, F.W.K.Jr. (2003); Consulta Veterinária em 5 minutos-

Espécies canina e felina; Manole, São Paulo; p. x-x

52. TROY, G. C. & FORRESTER, S. D.,1990. Canine Ehrlichiosis. In: GREENE,

C. E. Clinical Microbiology Infectious Diseases of the Dog and Cat,

Philadelphia. WS Saunders Co.,pp 404-417.

53. VAN HEERDEN, J; REYERS, F.; STEWART, C.C., 1983. Treatment and

thombocyte levels in experimentally induced canine ehrlichiosis and canine

babesiasis. Onderstepoort J. Vet. Res. 50.:267-270.

54. VIGNARD-ROSEZ, K. S. F. V; ALVES, F. A. R. BLEICH, I. M. Artigo sobre

Erliquiose Canina. Laboratórios CEPAV. www.cepav.com.br. 2000.

55. WADDLE, J. R. & LITTMAN,. A retrospective study of 27 cases of naturally

ocorring canine ehrlichiosis. Journal of American Animal Hospital Association,

v. 24: p. 615-620, 1987

56. WANER,T; HARRUS,S & BARK,H., 1997. Characterization of the

subclinical phase of canine ehrlichiosis in experimentallly infected beagle

dogs. Vet. Parasitol. 9: 307-317.

57. WANER,T; HARRUS,S; BARK,H.& KEYSARY, A., 1995.

Demonstration of serum antiplatelet antibodies in experimental acute canine

ehrlichiosis. Vet. Immunol Immunopathol. 48 (1-2):177-182.

58. WEN, B.; RIKIHISA, Y. MOTT, J. M.; GREENE, R.; KIM, H. Y.; ZHI, N.;

COUTO, G.C.; UNVER, A. BARTSCH, R. Comparison of nested PCR with

imunofluorescent-antibody assay for detection of Ehrlichia canis infection in

dogs treated with doxycycline. J. Clin. Microbiol. 35 (7): 1952-5, 1997.

59. WOODY, B. J.; HOSKINS, J. D. Ehrlichial diseases of the dog. Veterinary

Clinical North America: Small animal practice, 21 (1): 45-98, 1991.