aspectos hematologicos das rickettsioses caninas - guilherme senra santos
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
INSTITUTO QUALITTAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO LATU-SENSO DE CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA DE PEQUENOS
ANIMAIS - 2º SEMESTRE 2006.
ASPECTOS HEMATOLÓGICOS DAS
RICKETTSIOSES CANINAS
Guilherme Senra Santos
Rio de Janeiro, julho. 2010
GUILHERME SENRA SANTOS
Aluno do Curso Qualittas de Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais
ASPECTOS HEMATOLÓGICOS DAS
RICKETTSIOSES CANINAS
Trabalho monográfico de
conclusão do curso de Pós-
graduação em Clínica Médica e
Cirúrgica de Pequenos Animais,
apresentado à UCB como requisito
parcial para a obtenção do título de
Pós graduado Clínica Médica e
Cirúrgica de Pequenos Animais,
sob a orientação do Prof. Jorge
Luiz Costa Castro.
Rio de Janeiro, julho. 2010
ASPECTOS HEMATOLÓGICOS DAS RICKETTSIOSES CANINAS
Elaborado por Guilherme Senra Santos
Aluno do Curso Qualittas de Pós-graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de
Pequenos Animais
Foi analisado e aprovado com
grau: ....................................
Rio de Janeiro, de de
____________________________
Membro
____________________________
Membro
____________________________
Pro. M.Sc. Jorge Luiz Costa Castro (Orientador)
Presidente
Rio de Janeiro, julho. 2010
ii
Dedico essa monografia, aos meus
pais por tudo que representam pra
mim. À minha filha Maria
Eduarda a quem amo muito, fonte
de toda a minha força. Aos meus
irmãos, familiares, amigos e a
minha namorada Manoella por
serem à base de tudo.
iii
Agradeço, em primeiro lugar, a
Deus por me abençoar em todos os
dias de minha vida. Aos meus pais
por todo amor, carinho, dedicação
e esforços incondicionais para
minha formação. Aos meus irmãos
e parentes, pelo companheirismo.
A minha namorada Manoella, por
todo o apoio. Ao meu sócio e
amigo Hugo pela convivência
profissional e pessoal. Ao meu
orientador e amigo Jorge Castro,
pela paciência e atenção. Aos
meus professores e colegas de
curso pelos conhecimentos
adquiridos.
iv
SANTOS, Guilherme Senra
Aspectos Hematológicos das Rickettsioses caninas
A rickettsiose canina é uma importante doença infecciosa cuja prevalência tem
aumentado significativamente em várias regiões do Brasil. É usualmente transmitida
pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, tem como agentes etiológicos bactérias
pertencentes à família das Rickettsiales, sendo a Erhlichia canis e o Anaplasma platys
as espécies mais comumente encontradas. De acordo com os sinais clínicos, a doença
pode ser dividida em três fases: aguda, sub-aguda e crônica. A eficácia do tratamento
depende de um diagnóstico precoce. O diagnóstico é embasado e reforçado pela
suspeita clínica, confirmado pela identificação microscópica do agente etiológico em
lâmina, ou através de imunofluorescência indireta, ELISA e também PCR. Vários
fármacos são utilizados no tratamento da Rickettsiose canina, sendo a doxiciclina o
antibiótico de escolha. O prognóstico da doença é variável, sabe-se que quanto mais
precocemente for feito o diagnóstico, maiores são as chances de êxito no tratamento.
v
SANTOS, Guilherme Senra
Hematologics aspects of the canine rickettsioses.
The canine rickettsiosis is an important infectious disease whose prevalence has
increased significantly in some regions of Brazil. Usually it is transmitted by the tick
Rhipicephalus sanguineus, and has as etimologics agents of the family of Rickettsiales
more commonly spread for this region the Erhlichia canis and the Anaplasma platys. In
accordance with the clinical signs, the illness can be divided in three phases: acute, sub-
acute and chronic. The effectiveness of the treatment depends on a precosious
diagnostic. The diagnostic is embased and reinforced by the clinical suspect, confirmed
by the microscopic identification of the etiologic agent on a sheet, through the indirect
imunofluorescense, ELISA and PCR. Many drugs are used in treatment of the canine
rickettsiosis, being the doxicicline the antibiotic of choice. The Disease’s prognostic is
variable, is known that how earlier the diagnostic was realized, bigger are the chances
of the treatment’s success.
vi
SUMÁRIO
Página
Resumo ......................................................................................................................... v
Abstract ......................................................................................................................... vi
Parte
1. Introdução ................................................................................................................. 1
2. Revisão de literatura .............................................................................. .................. 4
2.1. Nova Taxionomia................................................................................................. 4
2.2.Principais Agentes Etiológicos .................................................... ..................... 4
2.2.1. Ehrlichia canis ............................................................................................. 5
2.2.2. Anaplasma platys ......................................................................................... 6
2.2.3. Outros agentes etiológicos ............................................................................ 7
2.3. Infecção e Doença .......................................................................................... 8
2.4. Diagnóstico ........................................................................................................ 11
2.5. Tratamento e Profilaxia ..................................................................................... 13
2.6. Prognóstico ........................................................................................................ 15
3. Conclusão ................................................................................................................. 16
Referências bibliográficas ............................................................................................ 17
vii
1 – INTRODUÇÃO
A Rickettsiose canina foi relatada pela primeira vez na Argélia em 1935,
quando os pesquisadores, Donatien e Lestoquard observaram organismos nas células
mononucleares circulantes de cães infestados por carrapato, na ocasião denominaram-no
Rickettsia canis (McDADE, 1990; ALMOSNY, 2002).
Posteriormente foram descritos casos de erliquiose canina em Uganda no
antigo Congo Belga (República do Congo) e na Nigéria (RIKIHISA, 1991). Segundo
EWING et. al. (1996), o primeiro caso descrito de erliquiose canina nas Américas foi à
região das Antilhas Holandesas por Bool & Stmoller em 1957, em infecção associada à
Babesia canis.
Segundo BIRCHARD & SHERDING (2003), os sinônimos usados na
literatura para esse distúrbio incluem “Doença do Cão Rastreador”, Pancitopenia canina
tropical, Febre hemorrágica canina e Tifo canino.
O papel da Ehrlichia. canis (E. canis) como Rickettsia significativamente
patogênica veio à luz no final da década de 60 (durante a Guerra do Vietnam), quando
ficou estabelecido que ela era o agente etiológico da pancitopenia tropical canina
(HUXSOLL, 1969). A erliquiose se distribuiu mundialmente e alcançou destaque
durante esta guerra, quando uma grande proporção de cães militares contraiu essa
doença (BIRCHARD & SHERDING, 2003). Este achado causou grande dúvida, visto
que a E. canis havia sido relatada como causa relativa de doença branda, exceto em
filhotes. Este fato estimulou novas pesquisas sobre este agente e a doença por ele
causada (ALMOSNY, 1998).
O primeiro relato no Brasil foi feito em Belo Horizonte, posteriormente em
1976, foi descrita, a referida rickettsiose, em cães da Polícia Militar – RJ no município
do Rio de Janeiro (COSTA et. al., 1973; CARRILLO et. al, 1976).
A erliquiose é uma doença que se encontra amplamente distribuída em todo
território nacional (PAES, 1995).
Em 1986 foi descrito um caso de infecção por Ehrlichia canis em um cão de
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e em 1988 um caso em Curitiba, Paraná. (SILVA et.
al., 1986; KAVINSKI et al., 1988).
De acordo com MIRANDA et al. (2004), em 557 canídeos suspeitos de
erliquiose na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, 69 apresentaram-se positivos a
partir de avaliação hematoscópica em esfregaço sanguíneo, o que corresponde à
ocorrência de 12,4% na citada região.
Segundo ALMOSNY (2002), as anormalidades hematológicas mais
freqüentemente observadas nessa infecção são anemia não regenerativa,
trombocitopenia e leucopenia.
Geralmente ocorre anemia arregenerativa, porém a anemia pode ser
regenerativa quando houver hemólise concomitante com Babesia canis ou ocorrência de
hemorragia (HOSKINS, 1991).
A trombocitopenia que se desenvolve durante a fase aguda é atribuída ao
decréscimo da meia vida das plaquetas circulantes, o que pode ser um mecanismo
imunomediado. Na fase crônica, a trombocitopenia está associada ao decréscimo da
hematopoiese, que é evidenciada pela presença de megacariócitos e outros precursores
hematopoiéticos na medula (ALMOSNY, 2002). Trombocitopenia, leucopenia, e
anemia desenvolvem-se durante a fase aguda da doença, mas a diminuição na contagem
celular aproxima-se gradualmente dos valores normais durante o período subclínico.
Estudos indicaram que a anemia regride e a contagem de plaquetas retorna ao valor
normal em aproximadamente 50% dos cães que desenvolveram fase subclínica
(CODNER & FARRIS – SMITH, 1986).
Segundo LOPES et al. (1996), o hemograma está entre os exames mais
práticos, econômicos e de maior utilidade na rotina clínica, ao utilizarmos dessa
importante ferramenta diagnóstica, podemos relatar as principais variações
hematológicas que ocorrem na infecção provocada por esses agentes da ordem das
Rickettsiales.
O objetivo do presente trabalho é revisar os aspectos hematológicos das
rickettioses caninas ressaltando a importância da realização do hemograma como
método de diagnóstico.
2. – REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - Nova Taxionomia
Os parasitos pertencentes gênero Ehrlichia, exceto as espécies E. ewingii e
E. ruminantium, são capazes de infectar monocitos e macrófagos. A espécie E. ewingii
por sua vez infecta granulócitos, ao passo que a Cowdria ruminantium parasita tanto as
células endoteliais vasculares quanto os neutrófilos. O gênero Anaplasma infecta
granulócitos, plaquetas e células vermelhas (DUMLER et. al. 2001). Segundo os
mesmos autores houve uma reorganização na ordem Rickettsiales e todos os membros
das tribos Ehrlichiae e Wolbachieae foram transferidos para a família Anaplasmatacea,
que contém quatro gêneros: Ehrlichia, Anaplasma, Neorickettsia, e Wolbachia.
Posição taxionômica da Ehrlichia canis. Ordem: Rickettsiales, Família:
Anaplasmatacea, Gênero: Ehrlichia, Espécie: Ehrlichia canis.
Posição taxionômica da Anaplasma platys, Ordem: Rickettsiales, Família:
Anaplasmatacea, Gênero: Anaplasma, Espécie: Anaplasma platys.
2.2 - Principais Agentes Etiológicos
WOODY & HOSKINS (1991) e INOKUMA et al. (2003), relataram que a
Erliquiose é uma doença transmitida por carrapato que acomete tanto humanos quanto
animais. Anaplasma platys e Ehrlichia canis são os dois mais conhecidos patógenos que
causam a Erliquiose canina, ambos têm uma distribuição global, assim como o seu
transmissor o Rhipicephalus sanguineus
A Erliquiose canina é uma patologia rickettsial causada por Ehrlichia spp e
transmitida por qualquer tipo de carrapato. Todas as Ehrlichia spp são microorganismos
intracelulares que infectam leucócitos (SAINZ et al, 2000).
O gênero Ehrlichia, pertence à família das Rickettsiaceae, constitui
bactérias intracelulares obrigatórias dos leucócitos (monócitos e polimorfonucleares) ou
trombócitos (DAVOUST et. al., 1993), esses organismos foram classificados de acordo
com RIKIHISA (1991) na Ordem Rickettsiales; Família Rickettsiaceae; Tribo
Ehrlichiae; Gênero Ehrlichia.
Seu desenvolvimento inclui três estágios de desenvolvimento: corpúsculo
elementar, corpúsculo inicial e mórula. Individualmente a ehrlichia é denominada
corpúsculo elementar, que geralmente tem aspecto cocóide ou elipsóide, porém, o
pleomorfismo é notado com frequência (MCDADE, 1990 ).
Segundo HOSKINS (1991), a espécie E. canis é a causa mais comum de
infecção natural e é considerada a mais severa. Outras espécies como E. platys, E. equi,
E. risticii e E. ewingii também foram descritas causando infecção natural em cães.
(RIKIHISA, 1991; HOSKINS, 1991).
2.2.1. Ehrlichia canis
ELIAS (1991) e ALMOSNY (2002) descreveram que são caracterizadas
três formas para a Ehrlichia canis: mórula, descrita como uma colônia arredondada com
grânulos corados em azul escuro nos preparados corados pelo Giemsa; corpúsculos
elementares, estruturas amorfas, arredondadas de vários tamanhos, podendo ser
visualizadas em vacúolos de citoplasma de monócitos e os corpúsculos iniciais, forma
granular composta de múltiplos grânulos, estes grânulos precisam ser diferenciados das
granulações azurófilas que podem ocorrer no citoplasma de mononucleares sanguíneos
de cães sadios. Os autores consideram a presença destas inclusões como suficientes para
um diagnóstico positivo da doença.
A E. canis é parasita primária de artrópodes, sendo os vertebrados seus
hospedeiros secundários (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
HUXSOLL (1976) classifica a erliquiose canina como uma severa doença
hemorrágica, às vezes caracterizada como pancitopenia tropical e associada à anemia
aplásica, que ocorre em alguns cães cerca de 60 dias apos infecção.
2.2.2. Anaplasma platys
E. platys, um microoganismo antigenicamente não relacionado com E. canis
ou E. equi, consiste no agente causador da Trombocitopenia cílclica infecciosa dos cães
(SWANGO et al., 1989).
Estes organismos foram observados apenas em plaquetas, podendo ocorrer
com uma, duas ou três inclusões. (WOODY & HOSKINS, 1991).
O Bergey’s Manual of Systematic Bacterology, reconhece a E. platys
como tendo sido descrita por FRENCH & HARVEY (1983) como um parasito
específico de plaquetas de cães.
Suspeita-se que E. platys seja transmitida entre cães, principalmente pelo
carrapato vermelho, Rhipicephalus sanguineus (HOSKINS, 1991)
De coloração basofílica em esfregaços corados pelo Giemsa, mede entre 0.4
a 1.2 m, podendo ser arredondada, oval ou achatada. É rodeada por membrana dupla e
se reproduz por fissão binária.(RISTIC et. al.,1989).
A infecção aguda pela E. platys caracteriza-se pela parasitemia cíclica dos
trombócitos seguida de trombocitopenia e linfadenopatia generalizada. Após um
período de trombocitopenia as plaquetas tendem a retornar a valores normais após 3 a 4
dias e estas fases acontecem em intervalos de uma a duas semanas. Os cães infectados
não apresentam enfermidade clínica e raramente mostram sinais de hemorragia
significativa, mesmo tendo plaquetopenias pronunciadas. As infecções associadas de E.
platys e E. canis são comuns (HOSKINS, 1991; HARRUS et. al., 1997).
GAUNT et. al (1990) observaram redução da agregação plaquetária
associada a E. platys. Afirmaram eles, após observação da medula óssea, haver
hiperplasia megacariocítica, caracterizando uma trombocitopenia regenerativa.
Existem dificuldades no diagnóstico de E. platys através da observação de
mórulas devido ao caráter cíclico da trombocitopenia e o teste de imunofluorescência
indireta detecta anticorpos para E. platys durante um curto período após o aparecimento
de plaquetas parasitadas (FRENCH & HARVEY, 1983; WOODY & HOSKINS, 1991).
A primeira alteração é uma severa trombocitopenia, onde se podem
observar valores mínimos inferiores a 10 000 plaquetas por milímetros cúbicos
(HOSKINS, 1991).
Quando os trombócitos parasitados desaparecem da circulação, a
contagem se eleva rapidamente, alcançando valores normais entre 3 a 4 dias (ibid).
HARRUS et al. (1997b) descreveram o primeiro caso de E. platys em cães
nativos de Israel e observaram, além das manifestações clínicas conhecidas, a presença
de macroplaquetas que também haviam sido observadas por HARRUS et al. (1997 a)
em um caso de erliquiose granulocítica. Os autores afirmaram que a cepa de E. platys
encontrada em Israel era mais virulenta que a Americana. Consideraram, também, que
infecções associadas a E. canis ou outras patologias podem agravar o quadro.
2.2.3 Outros Agentes Etiológicos
A espécie E. equi foi pela primeira vez reconhecida como forma pouco
usual de E. canis, devido à reprodução e formação de mórula primariamente no
citoplasma de neutrófilos, e não primariamente em linfócitos (EWING & BUCHNER,
1971). As infecções em cães pela E. equi são leves ou inaparentes (HOSKINS, 1991). O
modo de transmissão da E. equi é desconhecido, suspeita-se que carrapatos sejam
vetores (RIKIHISA, 1991).
A espécie E. risticii produz infecções leves ou inaparentes, podendo os cães
ficarem como portadores assintomáticos. Seu vetor também é desconhecido, porém
suspeita-se que seja o carrapato (HOSKINS, 1991).
A E. ewingii foi relatada inicialmente em 1985 como causadora da
erliquiose granulocítica canina, devido a observação da mórula em granulócitos e
células mononucleares de cães com poliartrite aguda (PAES, 1995). Produz uma
infecção sub-clínica, causando febre e muitas anormalidades hematológicas como
neutropenia, linfocitose e trombocitopenia entre 18 e 24 dias de infecção. Tem,
supostamente, como vetor o carrapato Amblyomma americanus e possivelmente o
carrapato Rhipicephalus sanguineus (PAES, 1995).
A erliquiose granulocítica em cães, causada por E. ewingii ou E. equi ,
associada a sinais neurológicos com diagnostico de meningite foi descrita por
MARETZKI et al. (1994). Os autores relataram que o animal apresentava perda de
peso, epistaxe, rigidez de pescoço e cabeça, moderada atrofia muscular, hiperestesia
cervical e com alta infestação por carrapato Dermacentor variabilis. Avaliações
laboratoriais revelaram anemia não regenerativa , neutrofilia, linfocitopenia com
discreto desvio nuclear de neutrófilos à esquerda (DNNE), trombocitopenia e
hipergamaglobulinemia policlonal (IGM,IGG e C3). A análise da Medula óssea revelou
suave hipoplasia eritróide e leve plamocitose. A análise do liquor revelou acentuada
pleocitose e observou-se em poucos neutrófilos, mórulas de Ehrlichia Sp enquanto que
ao esfregaço sanguíneo, apenas um monócito parasitado foi detectado. Os autores
relataram não existir teste específico para E. ewingii
E. chaffensis e E. sennetsu infectam experimentalmente os cães. A primeira
é responsável pela erliquiose humana e a segunda tem tropismo pelas células
mononucleares e provoca a febre sennetsu em humanos que são possivelmente seus
hospedeiros naturais (PAES, 1995). RIKIHISA (1991) relatou reação cruzada entre E.
sennetsu, E. canis e E. risticii.
Após a infecção através de seu vetor, ocorre um período de incubação que dura de
1 a 3 semanas. Nos animais mais jovens, aparece normalmente aos 11 dias pós-infecção
uma febre recorrente de 41ºC (ALMOSNY, 2002). Após esse período podem ser
isoladas mórulas do sangue.
2.3 - Infecção e Doença
O carrapato Rhipicephalus sanguineus é o vetor reconhecido para a
erliquiose canina, doença que se refere a uma variedade de síndromes clínicas que
acometem canídeos silvestres e cães (RIKIHISA, 1991; HOSKINS,1991).
A trombocitopenia cíclica infecciosa dos cães pode ser transmitida por
injeção de sangue contendo E. platys obtido durante o período parasitêmico e em
naturais condições pode ser transmitido pela picada de um carrapato infectado
(Rhipicephalus sanguineus) ou outro artrópode hematófago (ALVARADO et. al.,
2003).
Segundo WOODY & HOSKINS (1991), a transmissão ocorre de maneira
mais efetiva, no período de 2 a 3 semanas após o cão ser infectado pelo carrapato
devido ao maior número de células parasitadas nesta fase.
As diferentes espécies da ordem Rickettsiales, parecem apresentar um
tropismo característico por determinados tecidos que acarreta uma doença “sítio
específica”. Assim, enquanto que a E. risticii infecta predominantemente células ao
longo da parede intestinal, especialmente no cólon de equinos, onde provocam uma
diarréia aquosa, a E. canis possui uma predileção por células encontradas na micro
vascularização dos pulmões, rins e meninges de cães (HOSKINS, 1991; HARRUS et
al, 1997a; HARRUS et al, 1997b), sendo a epistaxe causada por hemorragias
características dos pulmões ou da mucosa nasal (RIKIHISA ,1991), enquanto que a E.
sennetsu está, predominantemente, localizada nos linfonodos, onde causa
linfadenopatia (RIKIHISA ,1991; HOSKINS, 1991). Após o período de incubação que
pode durar de uma a três semanas, mórulas já podem ser isoladas no sangue
(SWANGO et al.,1989; RIKIHISA, 1991; DAVOUST, 1993).
A doença apresenta três formas clínicas: aguda, subaguda e crônica
(CORRÊA & CORRÊA, 1992). Segundo SMITH & RISTIC (1977) a infecção em cães
ocorre em três estágios: aguda, sub-clínica e terminal.
A fase aguda inicia-se com processo febril, após incubação de 10 a 15 dias,
podem-se observar temperaturas superiores a 40,5ºC, nesta fase ocorrem anorexia,
perda de peso, edema de membros, vômitos e linfadenopatia (TROY & FORRESTER,
1990). A fase aguda da E. canis dura de 2 a 4 semanas e a replicação do parasito ocorre
dentro das células mononucleares infectadas, espalhando-se pelo organismo dentro dos
fagócitos mononucleares, instala-se nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e
linfonodos, onde se multiplicam primariamente em macrófagos e linfócitos resultando
em hiperplasia linforeticular, podendo conseqüentemente causar aumento dos órgãos
(TROY & FORRESTER, 1990).
Na fase sub-clínica a contagem global de células sanguíneas poderá estar
moderadamente reduzida, especialmente as plaquetas. Os animais, entretanto, estarão
assintomáticos (SMITH & RISTIC, 1977). A fase sub-clínica da erliquiose é associada
a persistência do organismo e aumento do título de anticorpos séricos, que começam a
aparecer 7 a 21 dias após a infecção inicial (HOSKINS, 1991). Os achados
hematológicos similares ao da fase aguda, que consistem em trombocitopenia, anemia
arregenerativa e respostas leucocitárias variáveis, desde leucopenia, linfocitose e
monocitose, podem persistir durante este estágio, não se observando sinais clínicos
(TROY & FORRESTER, 1990). A fase sub-clínica pode persistir por um período de 4 a
5 anos (HOSKINS,1991).
As manifestações clínicas tardias incluem febre, anorexia, drástica perda de
peso, acentuada pancitopenia, anemia e edema periférico. É comum observar equimoses
e petéquias em múltiplos locais (SMITH & RISTIC, 1977). Nesta fase há pancitopenia
como achado laboratorial predominante (McDADE, 1990).
Segundo observação de SWANGO et al. (1989), na fase crônica ocorre uma
hipergamaglobulinemia pela persistente estimulação antigênica. Os mesmos autores
relataram que a perda de peso crônica, hiporexia, anorexia, anemia e astenia são os
sinais mais comuns da erliquiose crônica, há também hipoplasia medular óssea, levando
a pancitopenia e ao aumento na destruição das plaquetas. Nesta etapa pode ocorrer
epistaxe, petéquias, hematúria ou hematoquesia.
As anormalidades hematológicas mais frequentemente observadas são
anemia arregenerativa, trombocitopenia e leucopenia (TROY & FORRESTER, 1990;
HOSKINS, 1991). A monocitose é um achado frequente (HARRUS et al., 1997).
A trombocitopenia aparece como resultado da hipoplasia megacariocítica e
da redução da vida das plaquetas, que ocorrem por alterações imunomediadas,
inflamatórias e perturbação nos mecanismos da coagulação (CODNER et. al, 1985;
TROY & FORRESTER, 1990; JAIN, 1993; HOSKINS, 1991; DAVOUST, 1993).
Como resultado da hiperplasia linforeticular, pode ocorrer aumento de
órgãos e, as células infectadas aparentemente atacam a microcirculação ou migram para
a superfície subendotelial dos órgãos alvo produzindo vasculite ou provocando
inflamações (TROY & FORRESTER, 1990).
A mortalidade geralmente ocorre devido a hemorragias ou infecções
secundárias (CODNER et al., 1985; WANER et al., 1995; WANER et al., 1997). De
acordo com CODNER (1986) a persistência da E. canis no interior da célula hospedeira
conduz a uma reação de hipersensibilidade ou a uma resposta imunomediada, podendo
acarretar, principalmente uma pancitopenia. A estimulação antigênica crônica favorece
a persistência da infecção, possibilitando o surgimento de uma doença glomerular
imunomediada. Segundo IMMELMAN & BUTTON (1973) a morte pode ser provocada
por anemia, uremia, infecção bacteriana secundária ou uma combinação destas.
2.4 - Diagnóstico
O diagnóstico é dado pela suspeitas e achados clínicos, e hematológicos
que incluem trombocitopenia, anemia e leucopenia (SWANGO et al., 1989; McDADE
,1990; BONNARD & DRALEZ, 1990; HOSKINS, 1991; ELIAS, 1991), e também
deve ser baseado na identificação microscópica de rickettsias nos esfregaços de sangue
e imunofluorescência indireta (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
Os sinais clínicos indicam uma suspeita de Erliquiose. O diagnóstico,
porém, deverá ser efetuado através da observação de mórulas em esfregaço de sangue
periférico, coletado da veia marginal da orelha, ou da capa leucocitária (BONNARD
& DRALEZ, 1990; EWING et. al., 1996). Estas inclusões de coloração basofílica a
púrpura contendo número variado de indivíduos, são observadas no citoplasma de
leucócitos, em esfregaços corados em método de Romanovsky (MC DADE, 1990).
NEITZ & THOMAS (1938) e ALMOSNY (1998) relataram que o aparecimento de
mórulas no sangue ocorre cerca de três a cinco dias após o aumento da temperatura,
(que pode ultrapassar 41o c) e deve ser efetuado esfregaço da primeira gota de sangue
porque nesta existem mais células que nas gotas subsequentes. Os autores ressaltaram
a necessidade de saber distinguir morfologicamente E. canis de Leishmania
donnovani, Hepatozoon canis, fagocitose, plaquetas e artefatos sobrepondo os
leucócitos.
Segundo ELIAS (1991) o método de observação da mórula em
esfregaços sanguíneos consiste, numa forma especialmente adequada a prática
veterinária, não necessitando laboratórios sofisticados. Porém, a mórula é dificilmente
observada no esfregaço sanguíneo, isto porque o parasita está presente em pequeno
número e a proporção de células infectadas pode ser inferior a 1 %. Assim, a
observação de mórulas em leucócitos circulantes é rara, exceto durante a fase aguda da
infecção, que se inicia entre 14 e 20 dias após a infecção e termina em
aproximadamente 1 mês depois (HOSKINS et al., 1991; ELIAS, 1991). Apesar das
chances de visualização de mórulas serem reduzidas, a observação dos esfregaços
corados pelo Giemsa revela-se eficiente quando são observados corpúsculos
elementares, conforme relatou ELIAS (1991) que comparou estas inclusões a
determinações imunológicas.
Segundo SWANGO et. al. (1989), o diagnóstico é baseado na
combinação de história, achados clínicos, testes laboratoriais e exames pós-mortem.
BONNARD & DRALEZ (1990) afirmam que o diagnóstico pós-mortem deve ser
baseado apenas na observação de mórulas em tecidos.
Segundo RISTIC et al. (1989), a técnica de cultivo in vitro e a
imunofluorescência indireta, prova que detecta anticorpos para E. canis, são duas
técnicas comumente utilizadas na detecção da erliquiose canina. A desvantagem destas
duas técnicas é que não são praticadas facilmente pela clínica de pequenos animais e
pelo fato de que os títulos não aparecem na fase aguda (ELIAS, 1991; HARRUS et al.
,1997 a; HARRUS et al. ,1997b).
Segundo DAVOUST et al. (1986) e PERILLE & MATUS (1991) os títulos
permanecem por 6 meses após tratamento. Entretanto a imunofluorescência indireta
mostra-se útil na fase crônica mostrando excelente especificidade e grande sensibilidade
(HUXSOLL,1976 ; TROY & FORRESTER, 1990; EGENVALL et al. , 1997 e
HARRUS et al. ,1997 a). Para VAN HEERDEN et al. (1983); HARRUS et al. (1997a)
e MATTHEWMAN et al. (1993) a imunofluorescência indireta mostrou-se não
confiável uma vez que ela persiste após eliminação do parasito.
Nos testes de imunofluorescência indireta, a soropositividade começa de 7 a
21 dias após a infecção e chega a níveis máximos após 80 dias e persiste, a menos que
se efetue o tratamento. Entretanto, os títulos podem aumentar com o início do
tratamento e declinar após 3 a 6 meses. A persistência do título após este período
assinala a presença de E.canis em fase sub clínica ou reinfecção. (SWANGO et. al.,
1989).
A técnica de PCR (polymerase chain reaction-“reação em cadeia de
polimerase”), permite um diagnóstico rápido e com sensibilidade semelhante a outras
técnicas, o que o torna uma peça útil para a elaboração do diagnóstico (IQBAL et al.,
1994; WEN et al., 1997).
HARRUS et. al. (1997a) afirmaram que testes de imunofluorescência
indireta, P.C.R., cultura e Western Immunoblot precisam de 14 a 34 dias de infecção
para apresentarem-se positivos.
2.5 - Tratamento e Profilaxia
O objetivo do tratamento é prevenir a manutenção da doença pelos
portadores sãos (DAVOUST, 1993).
Para tanto, diversos fármacos podem ser utilizados no tratamento da
erliquiose, entre eles estão: a oxitetraciclina, o cloranfenicol, o imidocarb, a tetraciclina
e a doxiciclina. (Quadro 1)
Destas, a doxiciclina constitui a droga de eleição no tratamento da erliquiose
em todas as suas fases (VIGNARD-ROSEZ et al., 2000).
A droga é bem absorvida e com rapidez quando administrada por via oral. A
distribuição é ampla pelo coração, rins, pulmões, músculo, fluido pleural, secreções
brônquicas, bile, saliva, líquido sinovial, líquido ascítico e humores vítreo e aquoso. A
doxiciclina é mais lipossolúvel e penetra nos tecidos e fluidos corporais melhor que o
cloridrato de tetraciclina e a oxitetraciclina. A eliminação da doxiciclina se dá
primariamente através das fezes por vias não biliares, na forma ativa. A vida média da
doxiciclina no soro em cães é de 10-12 horas e a "clearence" de cerca de 1,7
mL/kg/min. A droga não se acumula em pacientes com disfunção renal e por isso pode
ser usada nesses animais sem maiores restrições. Existem várias indicações de dosagens
e tempo de duração do tratamento da erliquiose utilizando-se a doxiciclina. Os critérios
para o tratamento variam de acordo com a precocidade do diagnóstico, da severidade
dos sinais clínicos e da fase da doença que o paciente se encontra quando do início da
terapia. (VIGNARD-ROSEZ et al., 2000).
BARTSCH & GREENE (1996), recomendam nas fases agudas, a dosagem
de 5 mg/kg ao dia durante 7 a 10 dias e nos casos crônicos 10 mg/kg ao dia durante 7 a
21 dias.
A eficácia da doxiciclina no tratamento da erliquiose na dose de 10
mg/Kg/dia em dose única foi demonstrada por vários autores (HOSKINS et al., 1991).
O tratamento pode durar de 3 a 4 semanas nos casos agudos e até 8 semanas
nos casos crônicos. A doxiciclina deverá ser fornecida 2 a 3 horas antes ou após a
alimentação para que não ocorram alterações na absorção (WOODY & HOSKINS,
1991).
Alguns autores recomendam prolongar o tratamento por mais de seis
semanas nos casos de erliquiose sub-clínica (HARRUS et al., 1997), caso contrário
existe a possibilidade da permanência do agente no animal (IQBAL et al., 1994).
Freqüentemente deverá ser fornecido um tratamento de suporte,
principalmente nos casos crônicos. Assim, deve-se corrigir a desidratação com
fluidoterapia, e as hemorragias devem ser compensadas pela transfusão sangüínea
(PASSOS et al., 1999).
Terapia a base de glicocorticóides e antibióticos pode também ser utilizada
nos casos em que a trombocitopenia for severa e nos casos de infecções bacterianas
secundárias, respectivamente (ibid).
A seguir, no quadro 1, são demonstradas as opções terapêuticas para a
referida doença.
Quadro 1 – Opções terapêuticas para o tratamento das rickettsioses
.
Base terapêutica Dose Via de
administração
Freqüência
Antibióticos de 1a Linha
Cloridrato de
tetraciclina
22 mg/Kg Oral Três vezes ao dia por
21 dias
Oxitetraciclina 25 mg/Kg Oral Três vezes ao dia por
21 dias
Doxiciclina 5 a 10 mg/Kg Oral ou Intravenosa Uma a duas vezes ao
dia por 14 dias
Minociclina 20 mg/Kg Oral Duas vezes ao dia
por 14 dias
Antibióticos de 2a Linha
Imidocarb 5 mg/Kg Intramuscular ou
Subcutânea
Dose única com
repetição após 2 ou 3
semanas.
Cloranfenicol 50 mg/Kg Oral Três vezes ao dia por
21 dias
A prevenção da doença tem um caráter de suma importância nos canis e nos
locais de grande concentração de animais. Devido a inexistência de vacina contra esta
enfermidade (WOODY et al., 1991), a prevenção é realizada através do controle do
vetor da doença: o carrapato. Para tanto, produtos acaricidas ambientais e de uso tópico
são eficazes desde que seja realizado o manejo correto.
O controle de carrapatos constitui o esteio da prevenção contra a erliquiose.
Além disso, pode-se usar doses baixas de doxiciclina (2mg/kg, V.O, a cada 24h) ou
tetraciclinas (6,6mg/kg,V.O, a cada 24h) nas áreas endêmicas durante a estação de
carrapatos (BIRCHARD & SHERDING 2003).
Deve se instaurar um sistema de identificação sorológica dos animais
positivos, com o intuito de tratá-los o mais rápido possível, minimizando a amplitude
das fontes de infecção, que correspondem aos animais assintomáticos (DAVOUST,
1993).
2.6 Prognóstico
O prognóstico para a erliquiose canina é excelente com um tratamento
apropriado, a menos que a medula óssea fique severamente hipoplásica. A resposta
clínica começa geralmente 48hs após a iniciação da doxiciclina, mas na forma crônica
pode levar até 3 a 4 semanas. A forma crônica da doença parece ser mais severa nas
raças pastor alemão e dobermann (BIRCHARD & SHERDING 2003).
Segundo (WOODY & HOSKINS, 1991), o prognóstico depende da fase em
que a doença for diagnosticada e do início da terapia. Quanto antes se inicia o
tratamento na fase aguda, melhor o prognóstico. Nos cães no início da doença observa-
se melhora do quadro em 24 a 48 horas, após o início da terapia.
TILLEY & SMITH JR. (2003) citaram que na fase aguda o prognóstico é
excelente, contanto que o tratamento seja o apropriado; e na fase crônica pode-se levar
até quatro semanas para uma resposta clínica, e que o prognóstico é ruim em caso de
hipoplasia medular.
3 - CONCLUSÃO
A rickettsiose canina é uma importante doença de caráter infeccioso e
progressivo cuja prevalência tem aumentado significativamente, nos últimos anos, em
várias regiões do Brasil.
Esta doença transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, que tem a
Erhlichia canis e o Anaplasma platys, bactérias pertencentes à família das Rickettsiales,
como os principais agentes etiológicos.
É importante para o médico veterinário conhecer todos os sinais e
sintomatologia clínica apresentados pela doença, pois só assim conseguirá diagnosticá-
la precocemente e obter êxito no tratamento.
O prognóstico da doença é variável, sendo que quanto mais cedo for
descoberta a doença, maiores são as chances de sucesso no tratamento.
A presente revisão de literatura visa principalmente alertar o clínico para a
importância da utilização de exames laboratoriais, hematológicos e sorológicos, como
auxílio ao diagnóstico clínico, para uma detecção precoce da doença, visando um
melhor e mais eficaz tratamento, melhorando assim as condições do paciente e a
perspectiva de um prognóstico favorável.
4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALMOSNY, N. R. P. Hemoparasitoses em Pequenos Animais Domésticos e
como Zoonoses, L. F Livros de Veterinária Ltda; Cap 1, p.16, 2002.
2. ALMOSNY, N. R. P.Ehrlichia canis (DONATIEN & LESTOQUARD,1935):
Avaliação parasitológica, hematológica e bioquímica sérica da fase aguda de
cães e gatos experimentalmente infectados; U.F.R.R.J; Tese de Doutorado; 1998
3. ALVARADO, C. A.; PALMAR, M.; PARRA, O.; SALAS P. Ehrlichia
platys (Anaplasma platys) in Dogs from Maracaibo, Venezuela: An
Ultrastructural Study of Experimental and Natural Infections, 2003.
4. BARTSCH, R. C; GREENE R. T.: Post-Therapy antibody titers in dogs with
Ehrlichiosis: Follow-up study on 68 patients treated primarily with tetracycline
and/or Doxycycline. J. of Veterinary Internal Medicine, vol.10 n.4, 1996 pp.271-
274.
5. BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: Clínica de Pequenos
Animais, Roca; Cap 15 p.139,2003.
6. BONNARD,P.; DRALEZ,F., 1990. Cas clinique: Pancytopénie canine. Le
point Vet. 22 (128): 129-134.
7. CARRILLO, B. J., RESENDE, H. E. B. & MASSARD, C. L., Erliquiose canina
no estado do Rio de Janeiro, Brasil. XV Congresso Brasileiro de Medicina
Veterinária. Rio de Janeiro. Anais. p. 162, 1976.
8. CODNER, E. C. & FARRIS-SMITH, L. Characterization of the subclinical
phase of ehrlichiosis in dogs. Journal of American Veterinary Medical
Association, v. 187, (n.1): p. 47-50, 1986.
9. CODNER,E.C; ROBERTS,R.E.; AINSWORTH,A.G,. 1985. Atypical
findings in 16 cases of canine ehrlichiosis. JAMA.186(2).:166-169.
10. COLES, E. H.; Veterinary Clinical Pathology. W. B. Saunders Company. Fourth
Edition, 1986.
11. CORRÊA, W. M.; CORRÊA, C. N. M. 1992. Enfermidades Infecciosas dos
Mamíferos Domésticos. MEDSI – Editora Médica e Científica. Rio de Janeiro. P
477-506.
12. COSTA, J. O.; BATISTA Jr, J. A.; SILVA, M & GUIMARÃES, M. P.,1973.
Ehrlichia canis infection in dog in Belo Horizonte-Brazil. Arq. Esc. Vet.
25(2).:199-200.
13. DAVOUST, B.; PARZY, D.; VIDOR, E.; HASSELOT, N.; MARTET, G.
Ehrlichiose canine experimentale : étude clinique et terapeutique. Rev. Méd.
Vét. 167: 33-40, 1993
14. DUMLER, J. S., BARBET A. F., BEKKER, C. P. J., DASCH, G. A., PALMER,
G. H., RAY, S. C., RIKIHISA, Y., and RURANGIRWA F. R. (2001)
Reorganization of Genera in the Families Rickettsiaceae and Anaplasmataceae
in the order Rickettsiales; Unification of some species of Ehrlichia with
Anaplasma, Cowdria with Ehrlichia, and Ehrlichia with Neorickettsia;
Description of six New Species Combinaions; and Designation of Ehrlichia equi
and "HGE agent" as Subjective Synonyms of Ehrlichia phagocytophilum. Int. J.
Syst. Evol. Microbiol. 51: 2145-2165.
15. EGENVALL, A.E; HEDHAMMAR, A.A; BJOERSDORFF, A.I., 1997.
Clinical features and serologic of 14 dogs affected by granulocitc
ehrlichiosis in Sweden. Vet. Rec. 140(9):222-226.
16. ELIAS, E. Diagnosis of Ehrlichiosis from the presence of inclusio bodies or
morulae of E. canis. Journal of Small Animal Practice, v.33: p.540-543, 1991.
17. ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C., Tratado de Medicina Interna. 4° edição.
Volume 1. Editora Manole, 1992.
18. EWING, S. A.; BUCHNER, R.G. Manifestations of Bebesiosis, Erlichiosis and
Combined Infections in The dog. American Journal of Veterinary Research,
v.26, (n.113): p815-828,1971.
19. EWING, S. A; DAWSON, J. E.; PANCIERA, R. J; MATHEW, J. S; PRATT,
K. W; KATAVOLOS, P & TELFORD, S. R., 1996. Dogs infected with a human
granulocitc Ehrlichia spp. (Rickettsiales: Ehrlichieae).Med Entomol. 34(6):710-
718.
20. FRENCH, T. W & HARVEY, J. W. 1983. Serologic diagnosis of infections
cyclic thrombocitopenia in dogs using na indirect fluorescent antibody test. Am.
J. Vet. Res. 44(12):2407-2411.
21. GAUNT,S.D; BAKER,D.C & BABIN,S,.1990. Platelet aggregation studies
in dogs with acute Ehrlichia platys infection. Am. J. Vet. Res. 51(2): 290-
293.
22. GREGORY, C; FORRESTER, S..O. Ehrichia canis, E. equi, E. risticci
infections. In: GREENE, C.E. Infectious diseases of the dog and cat.
Philadelphia: W.B. Saunders: 404-14, 1990.
23. HARRUS S., AROCH I., LAVY E., BARK H.: Clinical manifestations of
infectious canine cyclic thrombocytopenia. Vet Rec 141:247-250, 1997 (c).
24. HARRUS, S ; KASS, P. H ; KLIMENT, E & WANER, T, 1997 (b) Canine
monocytic ehrlichiosis: a retrospective study of 100 cases, and na
epidemiological investigation of prognostic indicators for the disease.
Veterinary Record .141: 360-363.
25. HARRUS,S; BARK,H & WANER,T; E., 1997 (a). Canine Monocytic
Ehrlichiosis: An Update. Continuing Education.19 (4).431-444
26. HOSKINS, J. D.,1991. Ehrlichial Diseases of Dogs: Diagnosis and Treatment.
Canine Practice.16(3) :13- 21
27. HUXSOLL, D.L.; HILDEBRANDT,P.K., NIMS,R.M., FERGUSON,J.A. &
WALKER,J.S., 1969. Ehrlichia canis. The causative agent of a hemorragic
disease of dogs .Vet. Rec.85:587.
28. HUXSOLL,D.L.,1976. Canine Ehrlichiosis (Tropical canine Pancytopenia): A
Review. Veterinary Parasitology, 2.:49-60
29. IMMELMAN, A. & BUTTON, C. Ehrlichia canis Infection (Tropical Canine
Pancitopaenia or Canine Rickettsiosis). Journal of South African Veterinary
Association, v. 44, (n.3) : p. 241-245, 1973.
30. INOKUMA, H.; BEPPU, T.; OKUDA, M.; SHIMATA, Y.; SAKATA, Y.,2003.
Epidemological survey of Anaplasma platys and Ehrlichia canis using ticks
collected from dogs in Japan. Veterinary Parasitology 115: 343–348
31. IQBAL, Z.; CHAICHANASIRIWITHAYA, W.; RIKIHISA, Y. Comparison of
PCR with other test for early diagnosis of canine ehrlichiosis. J. Clin.
Microbiol., 32 (7): 1658-63, 1994.
32. JAIN, N. 1993. Essentials of veterinary hematology. Leo & Febinger; Cap 8, p.
130-131.
33. KAVINSKI, L. C; FLORIANO, B; CARON, P. E. & BRONZE, S. J. M.,1988.
Ocorrência de um caso de ehrlichiose canina em Curitiba-Pr. Rev.Cienc.
Agr.10(1-2).217-218.
34. LOPES, S. T.; BIONDO, A. W.; FAN, L. C.; CUNHA, M. S. C.; Patologia
Clínica Veterinária. Santa Maria. Universidade Federal de Santa Maria, 1996.
35. MARETZKI,C.H; FISHER,D.J.; GREENE,C.E., 1994. Granulocitc ehrlichiosis
and meningitis in a dog. JAVMA.205(11).1554-1556.
36. MATTHEWMAN, L.A; KELLY, P.J.; MAHAN, S.M; SEMU, D;
TAGWIRA, M; BOBADE, P.A.; BROUQUI,P.; MASON, P.R., 1993.
Western blot and indirect fluorescent antibody testing for antibodies reactive
with Ehrlichia canis in sera from apparenttly healthy dogs in Zimbabwe.
Afr. Vet. Ass. 64(3):111-115.
37. McDADE, J. E. 1990.Ehrlichiosis- A disease of Animals and Humans. J. Inf.
Dis. 161: 609-617.
38. MEYER, D.; COLES, H. E.; RICH, L. J. Medicina de Laboratório Veterinária:
interpretação e diagnóstico. ROCA, 1995.
39. MIRANDA, F. J. B.; FAJARDO, H. V.; ALBERNAZ, A. P.; MELO Jr., O. A.;
MACHADO, J. A. Abordagem hematológica de canídeos portadores de
Erliquiose canina no município de Campos dos Goytacazes, RJ. Anais do XIII
Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária e I Simpósio Latino-
Americano de Rickettsioses. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária,
Vol 13 p01–396, 2004.
40. NEITZ,W.O & THOMAS,A.D., 1938. Rickettsiosis in the Dog.
J.S.Afr.Vet.Med.Assoc. 9:166-174.
41. PAES, P. R. 1995. Erlichiose canina: Avaliação hematológica e ocorrência nas
cidades do Rio de Janeiro e Niterói. UFF. 53 págs. Monografia da disciplina de
estágio supervisionado apresentada ao curso de graduação em Medicina
Veterinária da Universidade Federal Fluminense.
42. PASSOS, L. M. F; ANDEREG, P. I; SAMARTINO, L. E. Ehrlichiosis canina.
Vet. Arg., 16 (153), 1999.
43. PERILLE, A.L.; MATUS, R.E., 1991. Canine ehrlichiosis in six dogs with
persistent increased antibod titers, Am.Vet.Intern. Med. 5: 195-198.
44. RIKIHISA, Y. 1996. Ehrlichiae. In "Rickettsiae and Rickettsial Diseases",
Proceedings of the Vth International Symposium. Stara Lesna, Sept. 1-6, 1996.
45. RIKIHISA,Y. The tribe Ehrlichiae and Ehrlichial Diseases. Clinical
Microbiology Reviews, v.4: p. 286-308, 1991.
46. RISTIC, M.; HUXSOLL, D. L.; WEISIGER, R.M.: HILDEBRANDT, P. K. &
NYINDO, M. B. A. Serological diagnosis of tropical canine pancytopenia by
indirect immunoflorescense. Infectious Immunology, 1989.
47. SAINZ, A.; AMUSATEGUI, I.; RODRÍGUEZ, F.; TESOURO, M.A., 2000.
Las Ehrlichiosis en el perro: presente y futuro. Revista Profesión Veterinaria,
año 12, nº 47, mayo – junio.
48. SILVA, C. F.; CARVALHO, C. B.; PEREIRA, N. R. & FAN, L. C. R.;
Erliquiose Canina: relato de um caso. IX Congresso Estadual de Medicina
Veterinária, Santa Maria – RS. Anais 1986.
49. SMITH, R. D. & RISTIC, M. 1977. Ehrlichiae. In: KREIER, J. Parasitic
Protozoa. 4.Philadelphia. Ac. Press. 285-323.
50. SWANGO, L. J.; BANKEMPER. K. W & KONG, L. I. 1989. Bacterial,
Rickettsial, Protozoal and Miscelalaneous infections. In: Ettinger.S.J.(ed):
Textbook of Veterinary Internal Medicine. Philadelphia, W,b. Saunders
Co,pp265-297.
51. TILLEY, L.P.; SMITH, F.W.K.Jr. (2003); Consulta Veterinária em 5 minutos-
Espécies canina e felina; Manole, São Paulo; p. x-x
52. TROY, G. C. & FORRESTER, S. D.,1990. Canine Ehrlichiosis. In: GREENE,
C. E. Clinical Microbiology Infectious Diseases of the Dog and Cat,
Philadelphia. WS Saunders Co.,pp 404-417.
53. VAN HEERDEN, J; REYERS, F.; STEWART, C.C., 1983. Treatment and
thombocyte levels in experimentally induced canine ehrlichiosis and canine
babesiasis. Onderstepoort J. Vet. Res. 50.:267-270.
54. VIGNARD-ROSEZ, K. S. F. V; ALVES, F. A. R. BLEICH, I. M. Artigo sobre
Erliquiose Canina. Laboratórios CEPAV. www.cepav.com.br. 2000.
55. WADDLE, J. R. & LITTMAN,. A retrospective study of 27 cases of naturally
ocorring canine ehrlichiosis. Journal of American Animal Hospital Association,
v. 24: p. 615-620, 1987
56. WANER,T; HARRUS,S & BARK,H., 1997. Characterization of the
subclinical phase of canine ehrlichiosis in experimentallly infected beagle
dogs. Vet. Parasitol. 9: 307-317.
57. WANER,T; HARRUS,S; BARK,H.& KEYSARY, A., 1995.
Demonstration of serum antiplatelet antibodies in experimental acute canine
ehrlichiosis. Vet. Immunol Immunopathol. 48 (1-2):177-182.
58. WEN, B.; RIKIHISA, Y. MOTT, J. M.; GREENE, R.; KIM, H. Y.; ZHI, N.;
COUTO, G.C.; UNVER, A. BARTSCH, R. Comparison of nested PCR with
imunofluorescent-antibody assay for detection of Ehrlichia canis infection in
dogs treated with doxycycline. J. Clin. Microbiol. 35 (7): 1952-5, 1997.
59. WOODY, B. J.; HOSKINS, J. D. Ehrlichial diseases of the dog. Veterinary
Clinical North America: Small animal practice, 21 (1): 45-98, 1991.