aspectos fiscais e tributÁrios para encerramento do ano … · 2020-04-01 · ano-calendário...

134
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO-CALENDÁRIO DE 2001 Porto Alegre Janeiro de 2002

Upload: others

Post on 18-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADEDO RIO GRANDE DO SUL

ASPECTOS FISCAIS ETRIBUTÁRIOS PARAENCERRAMENTO DO

ANO-CALENDÁRIODE 2001

Porto AlegreJaneiro de 2002

Page 2: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

Autor:Contador João Roberto Domingues Pinto

7ª edição – revisada e atualizada

Editor:CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SULRua Baronesa do Gravataí, 47190160-070 Porto Alegre, RSFone/fax (051)3228-7999E-mail: [email protected]: www.crcrs.org.br

Coordenação:Contador Enory Luiz Spinelli – Presidente do CRCRS

Tiragem: 6.000 exemplares

Os conceitos emitidos neste livrosão de inteira responsabilidade do autor.

Page 3: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

PREFÁCIO

A reedição desta obra, Aspectos Fiscais e Tributários paraEncerramento do Ano-Calendário de 2001, faz-se necessária devido aimportância da atualização dos procedimentos tributários.

Esta publicação integra as ações deste Conselho de proporcionarmeios para que os Contadores e Técnicos em Contabilidade tenham apossibilidade de acompanhar a legislação tributária e suas alterações.

Manifestamos ao Autor, Contador João Roberto D. Pinto, nossosagradecimentos por mais este trabalho, que constitui mais uma contri-buição do CRCRS, no sentido de aprimorar e dirimir eventuais dúvidasna área fiscal.

Porto Alegre, 15 de janeiro de 2002.

Contador ENORY LUIZ SPINELLI,Presidente do CRCRS.

Page 4: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

APRESENTAÇÃO

Prezados Colegas:

O presente livro visa a facilitar o encerramento do ano-calendáriode 2001, e pode ser amplamente utilizado, independentemente da formade apuração escolhida pelo contribuinte (Lucro Real, Presumido ouArbitrado). O primeiro capítulo trata, em detalhes, do sistema de tri-butação aplicado a este ano-calendário, conforme as normas fiscais econtábeis atuais. Nos Capítulos II e III, procura-se fazer uma auditoria,sob o ponto de vista fiscal, dos procedimentos que foram ou quedeveriam ter sido adotados, tanto por quem optou por Lucro Realtrimestral, quanto por quem optou por Lucro Real anual, sendo, então,analisados diversos aspectos importantes.

O tema desta obra é a legislação do Imposto de Renda e da Con-tribuição Social. Ainda assim, é conveniente lembrar que a escrituraçãocontábil deve observar os Princípios Fundamentais de Contabilidade eas Normas Brasileiras de Contabilidade editados pelo CFC. Conse-qüentemente, todas as adequações para atendimento da legislaçãofiscal devem ser verificadas no LALUR – Livro de Apuração do LucroReal.

Contador JOÃO ROBERTO DOMINGUES PINTOCRCRS nº 36.194

Page 5: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

SUMÁRIO

CAPÍTULO I – FORMA DE TRIBUTAÇÃO APLICADA AOANO-CALENDÁRIO DE 2001 ........................... 11

1 – Pessoas Jurídicas Obrigadas ao Lucro Real (ou que não po-dem optar pelo Lucro Presumido) ....................................... 11

2 – Pessoas Jurídicas que optaram pelo Critério de Lucro Pre-sumido ................................................................................. 14

3 – Pessoas Jurídicas que fizeram apuração pelo Critério deLucro Real .......................................................................... 30

4 – Lucro Arbitrado ................................................................... 51

CAPÍTULO II – VERIFICAÇÃO DAS CONTAS PATRIMONIAIS 61 1 – Tratamento dos Valores Pagos por Estimativa .................... 61 2 – Imposto de Renda Pago ou Retido na Fonte ........................ 62 3 – Avaliação de Estoques ......................................................... 63 4 – Investimentos Temporários .................................................. 67 5 – Aplicação em Incentivos Fiscais – FINOR, FINAM e

FUNRES ............................................................................. 68 6 – Construções e Benfeitorias em Imóveis de Terceiros .......... 69 7 – Despesas Pré-Operacionais e Pré-Industriais ...................... 70 8 – Gastos com Reformas e Aquisição de Partes e Peças de

Reposição ............................................................................ 71 9 – Bens de Pequeno Valor ........................................................ 7310 – Bens com Vida Útil Inferior a 12 Meses ............................. 7311 – Impostos Pagos na Aquisição de Bens para o Imobilizado . 7312 – Juros sobre Impostos e Contribuições a Recuperar ............. 7313 – Empréstimos de Mútuo – Juros ........................................... 74

Page 6: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

8

CAPÍTULO III – VERIFICAÇÃO DAS CONTAS DE RESUL- TADO.............................................................. 75

1 – Perdas no Recebimento de Crédito ...................................... 75 2 – Negociações com Órgãos Públicos ...................................... 78 3 – Retiradas de Pró-Labore ...................................................... 80 4 – Contribuição Social Sobre o Lucro – Indedutibilidade ....... 81 5 – Gratificações a Empregados ................................................ 81 6 – Compensação dos Prejuízos Fiscais .................................... 82 7 – Prejuízos Não-Operacionais ................................................ 83 8 – Realização do Lucro Inflacionário ...................................... 84 9 – Juros Sobre o Patrimônio Líquido ....................................... 8610 – Provisões ............................................................................. 9011 – Arrendamento Mercantil e Aluguel de Bens Móveis ou

Imóveis ................................................................................ 9012 – Despesas com Depreciação, Amortização, Manutenção,

Reparo, Conservação, Impostos, Taxas, Seguros e Quais-quer Outros Gastos com Bens Móveis e Imóveis ................ 90

13 – Despesas com Alimentação de Sócios, Acionistas e Admi-nistradores ........................................................................... 91

14 – Despesas com Alimentação de Empregados ........................ 9115 – Contribuições ....................................................................... 9116 – Doações ............................................................................... 9217 – Brindes ................................................................................. 9418 – Lucros, Rendimentos ou Ganhos de Capital, Oriundos do

Exterior (IN SRF nº 36-96) ................................................. 9419 – Correção Monetária de Balanço .......................................... 9620 – Rendimentos de Aplicações Financeiras .............................. 9621 – Lucros e Dividendos ............................................................ 9622 – Variações Cambiais ............................................................. 9623 – Emissoras de Rádio e Televisão – Ressarcimento pela Pro-

paganda Eleitoral ................................................................. 9624 – Rateio de Despesas Administrativas .................................... 9725 – Preços de Transferência (RIR/99, Art. 240) ....................... 9726 – Depreciação, Amortização e Exaustão ................................ 97

Page 7: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

9

27 – Bens de Pequeno Valor ........................................................ 10728 – Bens com Vida Útil Inferior a 12 Meses ............................. 10729 – Impostos Pagos na Aquisição de Bens para o Imobilizado . 10730 – Despesas de Viagem ............................................................ 10731 – Prejuízos por Furtos, Desfalques e Apropriação Indébita ... 10732 – Perdas Extraordinárias – Bens do Ativo Permanente .......... 10833 – Registro de Custos ou Despesas Fora do Regime de Com-

petência ................................................................................ 10834 – Participação dos Trabalhadores nos Lucros ou Resultados

da Empresa (Art. 359 do RIR/99 e Lei nº 10.101-2000) .... 10935 – Despesas de Propaganda (RIR/99, Art. 366) ...................... 10936 – Multas e Juros ..................................................................... 11137 – Resultado de Equivalência Patrimonial (RIR/99, Art. 384) .. 11538 – Alienação de Bens do Ativo Permanente (RIR/99, Art. 418) .. 12139 – Reavaliação de Bens (RIR/99, Art. 434) ............................. 12540 – Arquivos em Meio Magnético ............................................. 12841 – Livros Comerciais e Fiscais Obrigatórios ........................... 12942 – Provisão para Imposto de Renda – Lucro Real ................... 13043 – Escrituração do LALUR ..................................................... 132

Page 8: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

10

Page 9: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

11

CAPÍTULO I

FORMA DE TRIBUTAÇÃO APLICADAAO ANO-CALENDÁRIO DE 2001

1 – PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AOLUCRO REAL (OU QUE NÃO PODEM OPTARPELO LUCRO PRESUMIDO)

Estão obrigadas ao Lucro Real, no ano-calendário 2001, as pessoasjurídicas enquadradas em qualquer das situações abaixo descritas (Lei8.981-95, art. 36, alterado pelo art. 1º da Lei 9.065-95, Lei 9.249-95,Lei 9.430-96, Lei 9.532-97 e Lei 9.718-98):

1.1 – cuja receita total seja superior ao limite de R$ 24.000.000 noano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período,quando inferior a doze meses (R$ 2.000.000, multiplicados pelo númerode meses);

1.1.1 – para fins de verificação deste limite deverá ser consideradoo somatório das seguintes receitas e/ou resultados:

a) receita de vendas de mercadorias e de serviços, deduzidos osimpostos cujo vendedor seja mero depositário (IPI e o ICMSdevido pelo vendedor como susbstituto tributário do compra-dor), os descontos incondicionais concedidos, as vendas e servi-ços cancelados;

NOTADe acordo com a IN SRF 51-78, desconto incondicional é somente aquele queconstar no corpo da Nota Fiscal. Portanto, qualquer desconto dado, fora da nota,não se caracteriza como incondicional.

Page 10: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

12

b) demais receitas e ganhos de capital não incluídos no objetivosocial da pessoa jurídica, tais como juros recebidos, descontosobtidos, variações monetárias ativas, aluguéis, ganhos de capitalna alienação de bens e direitos do ativo permanente, aplicaçõesem ouro não-ativo financeiro, receitas auferidas nas exporta-ções às pessoas vinculadas ou aos países com tributaçãofavorecida que exceder ao valor já contabilizado, na forma dasINs SRF 32-2001 e 33-2001;

c) ganhos líquidos obtidos em operações realizadas no mercado derenda variável;

d) rendimentos nominais produzidos por aplicações de renda fixa;e) juros sobre o capital próprio;NOTAPara fins de verificação do referido limite, será considerado regime de caixa oude competência, segundo o critério utilizado no ano anterior. Ver maiores de-talhes no item 2.2.

1.1.2 – não deverão ser incluídos, para fins de verificação do limiteem questão, os valores referentes:

a) às recuperações de créditos que não representem ingresso denovas receitas;

b) à reversão de provisões anteriormente constituídas, desde quenão tenham sido deduzidas anteriormente do IR e da Contribui-ção Social;

NOTAOs valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive comperdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados para fins de veri-ficação do limite acima, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzidoem período anterior no qual se tenha submetido ao regime de tributação combase no Lucro Real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido aoregime de tributação com base no Lucro Presumido ou Arbitrado.

c) os lucros e dividendos recebidos;d) os ganhos com equivalência patrimonial;

1.2 – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos deinvestimento, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, socieda-des de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito

Page 11: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

13

imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câm-bio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrenda-mento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privadose de capitalização, e entidades de previdência privada aberta;

1.3 – que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruirde benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda;

1.4 – que, no decorrer do ano-calendário efetuaram o pagamentomensal por estimativa;

1.5 – que auferirem lucros, rendimentos ou ganhos de capitaloriundos do exterior;

1.6 – empresas de factoring.NOTAS1ª – Até o ano-calendário de 1996, as empresas de factoring podiam optar pelocritério de Lucro Presumido. Entretanto, por força da Lei 9.430-96, a partir dejaneiro de 1997, esta possibilidade não mais existe.2ª – Com base na Lei 9.718-98, passaram a ter possibilidade de optar pelocritério de Lucro Presumido, a partir de 1º de janeiro de 1999, as seguintespessoas jurídicas, que estavam impedidas de fazê-lo até 31-12-98:– constituídas sob a forma de sociedades por ações de capital aberto;– que se dediquem à compra e à venda, ao loteamento, à incorporação ou à cons-

trução de imóveis, e as que se dedicam à execução de obras da construção civil;Nota: Mediante a IN SRF nº 25, DOU de 1º-03-99, foi determinado que asempresas acima não poderão optar pelo critério de Lucro Presumido, en-quanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registrode custo orçado.Apesar do acima exposto, gostaria de acrescentar que essa determinação ébastante discutível, pelo fato de ser uma restrição que está sendo criada peloSecretário da Receita Federal, uma vez que não consta em lei. Como bemsabemos, se a lei não determina restrições, não cabe ao órgão fiscalizadorfazê-lo. Aconselho aquelas empresas que tiverem interesse no assunto aanalisar a possibilidade de optar pelo critério de Lucro Presumido, mesmonão tendo concluído as obras para as quais utilizam o custo orçado. Porém,deve ficar bem claro que, se houver fiscalização, certamente a empresa correo risco de ser autuada. Entretanto, entendo que existe grande possibilidadede haver ganho de causa para o contribuinte numa eventual discussão juntoao Conselho de Contribuintes, ou mesmo na Justiça. Evidentemente, porocasião do encerramento dessas obras, havendo insuficiência de custorealizado, o dito valor deverá ser incluído na base de cálculo do Imposto deRenda e da Contribuição Social.

– que se dediquem à execução de obras da construção civil;– que tenham sócio ou acionista residente ou domiciliado no exterior;– constituídas sob qualquer forma societária, de cujo capital participem entida-

des da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal;

Page 12: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

14

– que sejam filiais, sucursais, agências ou representação, no País, de pessoasjurídicas com sede no exterior;

– cuja receita decorrente da venda de bens importados seja superior a 50%da receita bruta da atividade, quando esta for superior a R$ 994.440,00(1.200.000 UFIRs × 0,8287).

3ª – Exceto no caso das pessoas jurídicas citadas nos itens 1.2 e 1.6, acima, asdemais poderão optar pelo critério de lucro presumido, independentemente dequalquer restrição, se optaram pelo REFIS.Ocorrendo a exclusão, o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucrolíquido serão apurados com base no critério de lucro real, a partir do trimestreseguinte ao da exclusão (IN SRF nº 16-2001, art. 5º). Entretanto, salienta-se que,no tocante às empresas da área imobiliária (compra-e-venda, loteamento,incorporação e construção de imóveis), conforme manifestação da Secretaria daReceita Federal constante nas instruções de preenchimento da DIPJ-2001, estasempresas, mesmo optando pelo REFIS, não poderão utilizar o critério de lucropresumido enquanto tiverem obras em andamento para as quais adotem o custoorçado.4ª – Sociedades em Conta de ParticipaçãoCom base na IN SRF nº 31, DOU de 02-04-2001, a partir de 1º de janeiro de2001, observadas as vedações analisadas acima, as Sociedades em Conta deParticipação poderão optar pelo lucro presumido.A opção da Sociedade em Conta de Participação pelo Lucro Presumido nãoimplica a simultânea opção do sócio ostensivo, nem a efetuada por este implicaa daquela.Os recolhimentos dos tributos e contribuições devidos pela sociedade em contade participação serão efetuados mediante utilização de DARF específico, emnome do sócio ostensivo.As sociedades que exerçam as atividades de compra-e-venda, loteamento,incorporação ou construção de imóveis não poderão optar pelo lucro presumidoenquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registrode custo orçado.Aplicam-se a estas sociedades os demais procedimentos de cálculo do lucropresumido, inclusive adoção do regime de caixa.

2 – PESSOAS JURÍDICAS QUE OPTARAMPELO CRITÉRIO DE LUCRO PRESUMIDO

As pessoas jurídicas que não estavam obrigadas ao Lucro Real (veritem 1, acima) poderiam optar pelo critério de Lucro Presumido, consi-derando, para tanto, os procedimentos a seguir mencionados.

2.1 – Apuração TrimestralA partir do ano-calendário de 1997, as pessoas jurídicas tributadas

pelo Lucro Presumido deverão pagar o imposto de renda por períodos de

Page 13: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

15

apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho,30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base decálculo e do imposto de renda devido será efetuada na data do evento.

Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, aapuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na datadesse evento.

NOTAS1ª – É importante lembrar que, a partir de janeiro de 1997, a opção pelorecolhimento por estimativa é sinônimo de Lucro Real (anual), e não seconfunde mais com o Lucro Presumido. Entre outras razões, porque estimativaé mensal, e presumido é obrigatoriamente trimestral. Logo, não mais se aplicao procedimento de efetuar, durante o ano-calendário, recolhimentos porestimativa, e, no final dele, decidir se apresenta declaração pelo critério deLucro Real anual ou Lucro Presumido. Vejam-se mais adiante explicações sobreo momento da opção pelo Lucro Presumido.2ª – De acordo com a Lei nº 9.959-2000, passam a ser aplicados à pessoa jurí-dica incorporadora os mesmos procedimentos e prazos de levantamento dedemonstrações contábeis e apresentação de declaração de rendimentos dasempresas incorporadas, conforme citado acima (ver a Lei nº 9.249-95, art. 21, ea Lei nº 9.430-96, art. 1º, § 1º), exceto se as pessoas jurídicas, incorporadora eincorporada, estiverem sob o mesmo controle societário desde o ano-calendárioanterior ao do evento.

2.2 – Possibilidade de Utilização de Regime de CaixaCom base na IN nº 104, da Secretaria da Receita Federal, publicada

no Diário Oficial da União, em 26-08-98, as pessoas jurídicas tributadaspelo critério de lucro presumido, têm a possibilidade de optar pela tri-butação pelo regime de caixa. Salienta-se que esta opção, se utilizada,abrange obrigatoriamente o imposto de renda, a contribuição social sobreo lucro e as contribuições para o PIS/PASEP e COFINS. De umamaneira bastante simples, se o contribuinte vender a prazo e não receber,também não terá de recolher o imposto e contribuições citados.

Saliente-se, ainda, que os valores recebidos antecipadamente, porconta da venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serãocomputados como receita no mês em que se der o faturamento, a entregado bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que ocorrer primeiro.

A opção deverá ser mantida para todo o ano-calendário, nãopodendo, portanto, haver alternância entre regime de caixa e competênciadentro do mesmo ano.

Page 14: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

16

2.3 – Imposto Correspondente a Período TrimestralO imposto de renda devido, apurado trimestralmente, será pago em

quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramentodo período de apuração.

À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago ematé três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útildos três meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuraçãoa que corresponder.

Nenhuma quota poderá ter o valor inferior a R$ 1.000,00 (um milreais), e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) serápago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao doencerramento do período de apuração.

As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxareferencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, paratítulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeirodia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período deapuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de um porcento no mês do pagamento.

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoajurídica pelo encerramento da liquidação, o imposto devido deverá serpago até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento.

2.4 – Momento da OpçãoA opção pela tributação com base no Lucro Presumido será apli-

cada em relação a todo o período de atividade da empresa em cadaano-calendário, e será manifestada com o pagamento da primeira ouúnica quota do imposto devido correspondente ao primeiro período deapuração de cada ano-calendário, ou seja, o primeiro trimestre.

A pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundotrimestre deveria manifestar a opção com o pagamento da primeira ouúnica quota do imposto devido relativa ao trimestre do início de suaatividade.

NOTAVeja-se que a opção em questão passou a ser feita de forma antecipada, noprimeiro trimestre ou no trimestre de início de atividade da pessoa jurídica, enão mais na entrega da declaração, como era até o ano-calendário de 1996.

Page 15: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

17

2.5 – Impossibilidade de Mudar de Opção

A partir do ano-calendário de 1999, não mais é permitido mudar aopção de lucro presumido para lucro real. Logo, a opção feita nascondições citadas antes deverá ser mantida até o final do ano em curso.

2.5.1 – REDARFÉ comum contabilistas, tendo optado pelo lucro presumido ou pelo

lucro real, e concluindo, depois, que não foi a opção mais vantajosa,tentarem solucionar o problema via REDARF. Neste sentido hámanifestação por parte da Superintendência Regional da Receita Federalda 6ª Região Fiscal, mediante a Decisão 46, DOU de 27-11-2000, naqual ficou determinado que, para evitar que optantes pelo pagamentomensal do Imposto de Renda e da Contribuição Social alterem sua opçãode lucro real para presumido, a retificação dos DARFs será analisadacaso a caso.

2.6 – Livro-Caixa

A pessoa jurídica que optar pelo Lucro Presumido está obrigada amanter escrituração do livro-caixa (na verdade, movimentação de caixae bancos), exceto se mantiver escrituração contábil regular. É importantelembrar que, se a pessoa jurídica não mantiver escrituração contábil nemdo livro-caixa, estará sujeita ao arbitramento do resultado, na hipótesede haver fiscalização. Lembra-se, ainda, que esta dispensa de manter es-crituração contábil é procedimento puramente fiscal, pois, pela legisla-ção comercial, toda e qualquer pessoa jurídica está obrigada a mantê-la.

O livro-caixa deverá ter termo de abertura e de encerramento,numeração seqüencial de páginas e deverá ser assinado por contabilistalegalmente habilitado e pelo representante legal da empresa. Não ne-cessita ser autenticado nem registrado em nenhum órgão ou reparti-ção.

2.7 – Livro de Registro de Inventário

Há obrigatoriedade de escrituração do Livro de Registro de In-ventário tomando por base os estoques existentes em 31 de dezembro decada ano. O referido livro deverá ser autenticado.

Page 16: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

18

2.8 – Cálculo do Imposto de Renda2.8.1 – Percentuais Aplicáveis sobre a Receita BrutaOs percentuais aplicáveis sobre a Receita Bruta permanecem os

mesmos aplicados desde o ano-calendário de 1996, conforme segue:

Percentual Ramo de atividade

1,6% Receita Bruta Auferida na Revenda, para Consumo,de Combustível Derivado de Petróleo e Álcool EtílicoHidratado para Fins Carburantes;

8% Receita Bruta Auferida nas Atividades Comerciais,Industriais, Transporte de Carga, Serviços Hospita-lares, Venda de Unidades Imobiliárias, Empreitadacom Fornecimento de Material, Vendas de ProdutosRurais, Industrialização, Quando a Matéria-Prima, oMaterial Secundário e de Embalagem Forem Forne-cidos pelo Encomendante; e Outras Não Menciona-das nos Demais Percentuais;

16% Transporte de Passageiros;Exclusivamente Prestadoras de Serviços com Recei-ta Bruta Anual não superior a R$ 120.000,00, excetono caso de Transporte de Cargas, Serviços Hospita-lares e Sociedades Civis de Prestação de Serviços Le-galmente Regulamentada (veja nota a seguir);

32% Prestação de Serviços, pelas Sociedades Civis, Rela-tivos ao Exercício de Profissão Legalmente Regula-mentada;Intermediação de Negócios (inclusive RepresentaçãoComercial);Administração, Locação ou Cessão de Bens Imóveis,Móveis e Direitos de Qualquer Natureza;Construção por Administração ou por Empreitada,Unicamente de Mão-de-Obra;Prestação de Qualquer Outra Espécie de Serviço, NãoMencionada Anteriormente.

NOTAS1ª – As Pessoas Jurídicas Exclusivamente Prestadoras de Serviços em Geral po-derão utilizar o percentual de 16%, se a Receita Bruta do próprio ano-calen-dário não exceder a R$ 120.000,00. Para tanto, a pessoa jurídica poderá iniciaro ano-calendário considerando o percentual de 16%. Se, até determinado tri-

Page 17: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

19

mestre, a Receita Bruta exceder a R$ 120.000,00, a pessoa jurídica obri-gatoriamente passará a utilizar o percentual de 32%. Isso implicará, também,recalcular (utilizando 32%) o imposto de renda a partir do 1º trimestre (impostopostergado), e a diferença deverá ser recolhida até o último dia útil do mêsseguinte ao trimestre em que ocorreu o excesso, em cota única, em DARFseparado, com código 2089, não havendo encargos até esta data.Este tratamento aplica-se, inclusive, às pessoas jurídicas exclusivamente presta-doras de serviços com intermediação de negócios; administração, locação oucessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; construção poradministração ou por empreitada, unicamente de mão-de-obra. Porém, não seaplica às sociedades civis de prestação de serviços legalmente regulamentadas.A propósito, foi publicado no DOU, em 07-11-2000, o Ato Declaratório (Nor-mativo) nº 22, no qual o Coordenador-Geral do Sistema de Tributação declara,em caráter normativo, que as sociedades prestadoras de serviços relativos aoexercício de profissões legalmente regulamentadas, como, por exemplo, as esco-las, inclusive as creches, mesmo com receita bruta anual de até R$ 120.000,00,não poderão aplicar o percentual de 16% sobre a receita bruta para fins de de-terminação do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar o percentual de 32%.Dentro desta mesma linha de entendimento, há quem diga que, em função destemesmo Ato Declaratório, as pessoas jurídicas que praticam atividades deintermediação de negócio, tais como corretagem de seguro e representaçãocomercial, não poderiam utilizar o percentual de 16%. Discordo totalmentedesse entendimento, uma vez que a Lei 9.250-95 autoriza este procedimento, eainda, se analisarmos as orientações de preenchimento da DIPJ, inclusive parao exercício de 2001, as referidas empresas estão autorizadas a utilizar o per-centual de 16%, desde que, é claro, atendam aos demais requisitos exigidos.Veja-se, ainda, a nota 6ª, a seguir.2ª – No caso das atividades diversificadas, será utilizado o percentual adequadoa cada uma delas.3ª – Mediante as Decisões 11 e 17 SRRF – 1ª Região Fiscal, publicadas no DOUem 12-04-2000, foi definido que a pessoa jurídica que se dedica à atividade deprestação de serviços médico-ambulatoriais, bem como nas áreas de labora-tório, citologia, anatomia e patologia, está sujeita ao coeficiente de 32%, pois,segundo entendimento daquela Superintendência Regional da Receita Federal,serviços hospitalares são aqueles em que o estabelecimento prestador promoveinternação e hospedagem do paciente para aplicar-lhe o tratamento.4ª – A Superintendência Regional da Receita Federal – 9º Região Fiscal –aprovou a seguinte ementa de sua Decisão nº 45, de 27-04-2000, publicada noDOU em 09-08-2000:a) As pessoas jurídicas que atuam no ramo de perfuração de poços artesianos

podem optar pelo lucro presumido, à alíquota de 8%, para efeito da base decálculo do Imposto de Renda, em relação ao conjunto de atividades de per-furação, tubulação e instalação de equipamentos para poços artesianos, desdeque seja por empreitada, com utilização de materiais próprios.

b) Não caracterizam construção as atividades de manutenção, reparos, re-posição de partes, peças ou de natureza semelhante, ou mesmo aquelasexclusivamente de montagem ou instalação, ensejando tais hipóteses aaplicação da alíquota de 32%.

Page 18: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

20

5ª – Por meio do Ato Declaratório Normativo nº 16, publicado no DOU de19-09-2000, a Coordenação do Sistema de Tributação – COSIT – definiu que,para fins de lucro presumido e/ou recolhimento por estimativa, as receitas brutasde prestação de serviços de suprimento de água tratada e a conseqüente coletae tratamento de esgotos, cobradas diretamente dos usuários dos serviços, bemcomo as receitas brutas decorrentes da exploração de rodovia mediante co-brança de preço dos usuários, envolvendo execução de serviços de conservação,manutenção, melhoramentos para adequação de capacidade e segurança detrânsito, operação, monitoração, assistência aos usuários e outros definidos emcontratos, atos de concessão ou de permissão, ou em normas oficiais, auferidaspor concessionária ou subconcessionária de serviço público, estão sujeitas aopercentual de 32% para apuração da base de cálculo do Imposto de Renda.6ª – Mediante a Decisão nº 76, DOU de 03-07-2000, a SuperintendênciaRegional da Receita Federal da 8ª Região Fiscal estabeleceu que: As Corretorasde Seguro não se confundem com as empresas de seguros privados. Estasrespondem pelo pagamento de indenização aos segurados, e as primeiras sãomeras intermediárias legalmente autorizadas a angariar e promover contratos deseguros entre a seguradora e a pessoa física ou jurídica de direito privado.Assim, as corretoras de seguros poderão optar pela apuração do Imposto deRenda pelo critério de lucro presumido, e, uma vez que sua receita bruta nãoultrapasse o limite anual de R$ 120.000,00, poderão utilizar a alíquota de 16%para determinação da base de cálculo.7ª – A Superintendência Regional da Secretaria da Receita Federal da 10ªRegião Fiscal, mediante sua Decisão nº 105, DOU de 18-10-2000, determinouque, para fins de cálculo do lucro estimado ou presumido, deve ser aplicado opercentual de 32% sobre a receita bruta relativa à atividade de prestação deserviço de hemodiálise, sendo irrelevante que tais serviços sejam prestadosdentro ou fora da dependência física de hospital, porque correspondem aatividade autônoma, que não se confunde com a pessoa jurídica do mesmohospital.8ª – Atividade Gráfica – De acordo com o Ato Declaratório (Normativo) COSITnº 18, de 27-09-2000, a alíquota aplicável na apuração do lucro presumido seráde 8% quando atuar nas áreas comercial e industrial, sendo aplicada a de 32%na hipótese de prestação de serviços com ou sem fornecimento de material. Con-sideram-se como de prestação de serviços as operações realizadas por enco-menda, nos termos do art. 5º, V, e art. 7º, II, do Decreto nº 2.637-98 (Regu-lamento do IPI). Nos casos em que deve ser feita retenção por órgão público, opercentual será de 9,45% na hipótese de prestação de serviço sem fornecimentode material, e de 5,85% nas demais hipóteses.

2.8.2 – Conceito de Receita BrutaCompreende o produto da venda de bens nas operações de conta

própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas ope-rações de conta alheia (art. 31 da Lei 8.981-95).

Page 19: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

21

2.8.2.1 – Exclusões da Receita Bruta

Na receita bruta não se incluem as VENDAS CANCELADAS, OSDESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS E OS IMPOS-TOS NÃO-CUMULATIVOS cobrados destacadamente do compradorou contratante dos quais o vendedor ou prestador do serviço seja merodepositário (IPI e ICMS em substituição tributária, por exemplo).

NOTAEm 31 de dezembro, deverão ser incluídos na receita bruta (devendo, então, seraplicado o percentual cabível, conforme definido acima) os valores relativosàs diferenças positivas verificadas entre o valor apurado de acordo com aIN SRF nº 32-2001 (que trata dos preços de transferência) e a receita de expor-tações efetivamente contabilizada, relativa às exportações para pessoas jurídicasvinculadas ou países com tributação favorecida.

2.8.3 – Outras Receitas e GanhosSerão acrescidos à base de cálculo e tributados direto em 15%, para

efeito de incidência do imposto de renda, os ganhos de capital, demaisreceitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não com-preendidas na atividade da empresa.

Exemplo– rendimentos auferidos em operações de mútuo realizadas entre

pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou inter-ligadas, exceto se a mutuária for instituição financeira autoriza-da a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

– ganhos líquidos auferidos na alienação de participações socie-tárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e departicipações societárias que permaneceram no ativo da pessoajurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aqui-sições;

– hedge;– receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exer-

cer esta atividade;– juros recebidos;– descontos obtidos;– variações monetárias ativas;

Page 20: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

22

NOTAA partir de 1º-01-2000, as variações cambiais poderão ser reconhecidas, paraefeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuiçãosocial, do PIS, da COFINS e do lucro da exploração, quando da liquidação dacorrespondente operação (regime de caixa), ou pela competência (MP 2.158-35,art. 30).

– quaisquer outros ganhos ou receitas não compreendidos no obje-tivo social da pessoa jurídica.

2.8.4 – Inclusões a partir de 1997

A partir de janeiro de 1997, na apuração da base de cálculo doImposto de Renda pelo critério de Lucro Presumido deverão ser consi-derados:

a) os rendimentos de aplicações financeiras – renda fixa e variável;b) juros recebidos sobre o patrimônio líquido.

2.8.5 – Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitos doAtivo Permanente e de Aplicações em Ouro

Havendo ganho de capital, este será acrescido ao Lucro Presumido,e tributado diretamente em 15%. Será calculado mediante a confrontaçãodo valor de alienação com o respectivo valor contábil. Saliente-se que asaplicações em ouro, mencionadas, são aquelas não caracterizadas comode renda variável e que não estejam sujeitas à retenção na fonte nacondição de aplicações de renda fixa.

2.8.5.1 – Conceito de Valor Contábil

I – No caso dos Investimentos Permanentes em:– participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição, o va-

lor de aquisição, diminuído da provisão para perdas, quando foro caso, corrigido monetariamente;

– participações societárias avaliadas pelo patrimônio líquido, asoma algébrica: do valor do patrimônio líquido pelo qual o in-vestimento estiver registrado, ágio ou deságio na aquisição doinvestimento, corrigido monetariamente, provisão para perdas,quando dedutível, corrigida monetariamente;

Page 21: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

23

II – no caso das aplicações em ouro não considerado ativo finan-ceiro, o valor de aquisição, corrigido monetariamente, diminuído da pro-visão para ajuste ao valor de mercado, quando for o caso;

III – no caso dos demais bens e direitos do ativo permanente, o valorde aquisição, corrigido monetariamente até 31-12-95, pela UFIR de ja-neiro de 1996, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ouexaustão acumulada;

IV – no caso de outros bens e direitos não classificáveis no ativopermanente que estavam sujeitos à correção monetária, o valor de aqui-sição corrigido monetariamente até 31-12-95, pela UFIR de janeiro de 1996.

NOTAA não-comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará a tributação inte-gral da receita.

2.8.6 – Lucro Inflacionário Diferido

A pessoa jurídica que optar pelo recolhimento do imposto de rendapelo critério de Lucro Presumido deverá considerar realizado, em cadatrimestre, no mínimo 3/120 do lucro inflacionário diferido, corrigido até31-12-95, pela UFIR de janeiro de 1996, devendo, portanto, acrescer estevalor à base de cálculo.

O cálculo deverá ser efetuado sobre o saldo existente em 31-12-95(ADN 28-COSIT, DOU de 30-09-99).

OBSERVAÇÃO IMPORTANTEA pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada combase no Lucro Real deverá adicionar à base de cálculo do imposto de rendacorrespondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado pelatributação com base no Lucro Presumido os saldos dos valores cuja tributaçãohavia diferido, controlados na Parte B do Livro de Apuração do Lucro Real –LALUR. Como exemplo podemos citar o lucro inflacionário diferido e o lucrodiferido relativo a negociações com órgãos públicos na proporção do valorfaturado e não recebido.Veja-se que, neste caso, em vez de incluir na base de cálculo 3/120 do lucroinflacionário, deverá a pessoa jurídica adicionar todo o valor controlado na ParteB do LALUR.A pessoa jurídica poderia optar por liquidar o saldo do lucro inflacionáriodiferido à alíquota de 10%, com base na MP 2.113-30, DOU de 27-04-2001. Aopção deveria ser formalizada até 30 de junho de 2001, e a liquidação efetuada ematé seis parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira em 30-06-2001.O valor de cada parcela mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido

Page 22: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

24

de juros equivalentes à SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir de30-06-2001 até o mês anterior ao do pagamento, e de um por cento relativamenteao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. Na hipótese de pagamentoparcelado, a opção seria manifestada mediante o pagamento da primeira parcela.Neste caso o imposto é considerado definitivo, não podendo ser compensado como IRPJ devido. O cálculo deverá ser feito com base no saldo existente em31-12-95.

2.8.7 – Valores Não-Integrantes da Base de CálculoNão deverão ser incluídos na base de cálculo recuperações de

créditos que não representem o ingresso de novas receitas, reversão dosaldo de provisões anteriormente constituídas, lucros e dividendos rece-bidos lançados como receita e ganhos com equivalência patrimonial.

NOTAOs valores recuperados ou revertidos, correspondentes a custos, provisõese despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão seradicionados ao Lucro Presumido para determinação do imposto de renda, salvose o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual setenha submetido ao regime de tributação com base no Lucro Real, ou que serefiram a período no qual se tenha submetido ao regime de tributação com baseno Lucro Presumido ou Arbitrado.

2.8.8 – Determinação do Imposto Devido2.8.8.1 – Imposto de RendaO imposto de renda devido em cada trimestre será calculado

mediante a aplicação da alíquota de 15%.

2.8.8.2 – AdicionalA parcela da base de cálculo, apurada trimestralmente, que exce-

der a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) multiplicada pelo número de meses(R$ 60.000,00, no caso de um trimestre completo) ficará sujeita à inci-dência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento.

2.8.9 – Dedução Direta do IR DevidoPoderá ser deduzido do imposto de renda devido:– o IR-Fonte pago ou retido sobre as receitas que integrarem a

base de cálculo, inclusive no caso de rendimentos de aplicaçõesfinanceiras e juros sobre o patrimônio líquido;

– o IR retido por órgãos públicos.

Page 23: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

25

NOTAS1a – A partir de janeiro de 1998, não mais poderão ser deduzidos quaisquerincentivos fiscais pelas empresas tributadas pelo Lucro Presumido, inclusiveos relativos ao Programa de Alimentação do Trabalhador, Vale-Transporte,Doações aos Fundos da Criança e do Adolescente, Atividades Audiovisuais eAtividades Culturais ou Artísticas.2a – Quanto ao IR-Fonte a compensar, quando o mesmo for maior do que oimposto de renda devido no trimestre, o excedente poderá ser compensado nostrimestres seguintes, sendo acrescido de juros de acordo com a taxa da SELIC,acumulada a partir do primeiro dia do trimestre seguinte até o mês anterior aoda compensação, e de 1% relativo ao mês da efetiva compensação.

2.8.10 – Exemplo PráticoPara ilustrar os comentários acima, demonstrar-se-á a seguir um

exemplo prático.Hipótese:Suponhamos uma empresa que, no primeiro trimestre de 2001,

apresente a seguinte situação:– Receita da Venda de Produtos ______________ R$ 189.750,00– Receita de Comissões _____________________ R$ 93.750,00– Juros Recebidos__________________________ R$ 1.500,00– Ganhos de Capital na Venda de Bens do

Ativo Permanente ________________________ R$ 5.000,00– Rend. Aplic. Financeiras __________________ R$ 10.000,00– Lucro Inflac. Realizado ___________________ R$ 3.500,00– Vendas Canceladas _______________________ R$ 2.000,00– IPI ____________________________________ R$ 4.000,00– IR-Fonte s/Comissões _____________________ R$ 1.500,00Logo:1º – Lucro Presumido sobre as VendasReceita de Vendas R$ 189.750,00(–) Exclusões

Vendas Canceladas R$ 2.000,00IPI R$ 4.000,00

(=) Receita Bruta de Vendas R$ 183.750,00(×) Percentual Aplicável 8%(=) Lucro Presumido R$ 14.700,002º – Lucro Presumido sobre ServiçosReceita de Comissões R$ 93.750,00(×) Percentual Aplicável 32%(=) Lucro Presumido R$ 30.000,00

Page 24: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

26

3º – Base de Cálculo do IRBase de Cálculo Parcial (R$ 14.700,00 + 30.000,00) = R$ 44.700,00(+) Outros Ganhos (Juros) = R$ 1.500,00(+) Rendim.Aplic.Financeiras = R$ 10.000,00(+) Ganhos de Capital Venda Perman. = R$ 5.000,00(+) Lucro Inflacionário Realizado = R$ 3.500,00(=) Base de Cálculo = R$ 64.700,00(×) Alíquota 15%(=) IRPJ = R$ 9.705,00(×) 10% de 4.700,00 (64.700 – 60.000) = R$ 470,00

(–) IR-Fonte = R$ 1.500,00

(=) IR Devido = R$ 8.675,00

NOTALembre-se de que o adicional passou a incidir trimestralmente, a partir de 1997,sobre a base de cálculo do Lucro Presumido que exceder a R$ 20.000,00multiplicado pelo número de meses (em nosso exemplo, R$ 60.000,00, já que otrimestre é completo).

2.8.11 – Empresas Optantes pelo REFISAs pessoas jurídicas que optaram pelo REFIS e pelo Lucro

Presumido deverão obedecer a regras específicas quando aos lucros,rendimentos e ganhos de capital oriundos do Exterior, e aos incentivosde isenção e redução do imposto de renda (empresas situadas nas áreasda SUDAM, SUDENE e FUNRES). Estas regras estão estabelecidas naIN SRF nº 16, DOU de 16-02-2001.

2.9 – Distribuição de LucrosSerão considerados como isentos os lucros distribuídos pelas em-

presas tributadas pelo critério de Lucro Presumido, não havendo,portanto, tributação na fonte nem na declaração do beneficiário.

Para fins do cálculo da parcela de lucro isenta, deverão serdeduzidos do Lucro Presumido o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica,inclusive adicional, se devido, a contribuição social sobre o lucro, PIS ea COFINS.

A distribuição de lucros ou dividendos deverá ser feita na pro-porção da participação no capital social, exceto se houver contratodeterminando percentual diferente. Não são isentos quaisquer outros

Page 25: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

27

valores que não se refiram a lucros e dividendos, tais como: pró-labore,aluguel, etc.

2.9.1 – Definição de Lucro Presumido

De acordo com a Lei 9.430-96, art. 25, Lucro Presumido é o resul-tante da seguinte soma algébrica:

Receita de Vendas e/ou Receita de Prestação de Serviços(–) IPI, Descontos Incondicionais, Vendas Canceladas, Serviços

Cancelados, ICMS em Substituição Tributária(=) Receita Bruta(×) Alíquota Aplicável (1,6% ou 8% ou 16% ou 32%)(=) Lucro Presumido Parcial

(+) Demais Receitas e Ganhos(+) Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitos do

Ativo Permanente e Ouro Não-Financeiro(+) Variações Monetárias Ativas(+) Aplicações de Renda Fixa e Variável(+) Juros sobre o Patrimônio Líquido(=) Lucro Presumido.

Na hipótese de a pessoa jurídica tributada pelo Lucro Presumidooptar por manter escrituração contábil, a parcela de lucro apuradamediante a referida escrituração que exceder a apurada na forma acimadescrita poderá, também, ser distribuída livre de tributação.

Os lucros, nas condições acima citadas, poderão ser distribuídosapós o encerramento de cada trimestre.

2.10 – Contribuição SocialA base de cálculo da contribuição social sobre o Lucro Líquido,

devida pelas pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Presumido,corresponderá à soma dos valores:

I – 12% da Receita Bruta (Lei 9.249-95, art. 20);a) Conceito de Receita Bruta: compreende o produto da venda de bens nas

operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultadoauferido nas operações de conta alheia (art. 31 da Lei 8.981-95).

b) Exclusões da Receita Bruta: na receita bruta não se incluem as VENDASCANCELADAS, OS DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS E

Page 26: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

28

OS IMPOSTOS NÃO-CUMULATIVOS cobrados destacadamente do com-prador ou contratante dos quais o vendedor ou prestador do serviço seja merodepositário (IPI e ICMS em substituição tributária, por exemplo).

c) Em 31 de dezembro, deverão ser incluídos na receita bruta os valores relativosàs diferenças positivas verificadas entre o valor apurado de acordo com aIN SRF nº 32-2001 (que trata dos preços de transferência) e a receita deexportações efetivamente contabilizada, relativa às exportações para pessoasjurídicas vinculadas ou para países com tributação favorecida.

II – os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos aufe-ridos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultadospositivos decorrentes de receitas não abrangidas pela inciso anteriore demais valores determinados pela lei, auferidos naquele mesmo pe-ríodo.

Exemplo– rendimentos auferidos em operações de mútuo realizadas entre

pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou inter-ligadas, exceto se a mutuária for instituição financeira autoriza-da a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

– ganhos líquidos auferidos na alienação de participações socie-tárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e departicipações societárias que permaneceram no ativo da pessoajurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aqui-sições;

– hedge;– receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exer-

cer esta atividade;– juros recebidos;– descontos obtidos;– variações monetárias ativas;

NOTAA partir de 1º-01-2000, as variações cambiais poderão ser reconhecidas paraefeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuiçãosocial, do PIS, da COFINS e do lucro da exploração, quando da liquidação dacorrespondente operação (regime de caixa) ou pela competência (MP 2.158-35,art. 30).

– os rendimentos de aplicações financeiras – renda fixa e variável;– juros recebidos sobre o patrimônio líquido;

Page 27: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

29

– ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo perma-nente e de aplicações em ouro;

– quaisquer outros ganhos ou receitas não compreendidos no obje-tivo social da pessoa jurídica.

Exemplo de Cálculo da Contribuição SocialSuponhamos uma empresa que, no primeiro trimestre de 2001,

apresente a seguinte situação:

– Receita da Venda de Produtos ______________ R$ 189.750,00– Receita de Comissões _____________________ R$ 93.750,00– Juros Recebidos__________________________ R$ 1.500,00– Ganhos de Capital na Venda de Bens do

Ativo Permanente ________________________ R$ 5.000,00– Rend. Aplic. Financeiras __________________ R$ 10.000,00– Vendas Canceladas _______________________ R$ 2.000,00– IPI ____________________________________ R$ 4.000,00

Logo:Receita de Vendas R$ 189.750,00Receita de Comissões R$ 93.750,00(–) Exclusões

Vendas Canceladas R$ 2.000,00IPI R$ 4.000,00

(=) Receita Bruta R$ 277.500,00(×) Alíquota 12%(=) Base Cálculo Parcial R$ 33.300,00

(+) Outros Ganhos (Juros) R$ 1.500,00(+) Rendim. Aplic. Financeiras R$ 10.000,00(+) Ganhos de Capital Venda Perman. R$ 5.000,00

(=) Base de Cálculo R$ 49.800,00(×) Alíquota 9%(=) Contribuição Social Devida R$ 4.482,00

Page 28: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

30

3 – PESSOAS JURÍDICAS QUE FIZERAMAPURAÇÃO PELO CRITÉRIO DE LUCRO REAL

A atual legislação possibilita, a quem estiver obrigado, ou optar porapresentar declaração pelo critério de Lucro Real, a alternativa de es-colher entre fazer o recolhimento do imposto de renda e da contribuiçãosocial por estimativa, ou, então, utilizar o sistema de apuração trimestral.Saliente-se que está extinto, desde o ano-calendário de 1997, o sistemade Lucro Real mensal.

NOTAA adoção da forma de pagamento por estimativa ou a opção pela forma deapuração trimestral é irretratável para todo o ano-calendário e deveria ser ma-nifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou domês de início da atividade, segundo consta na legislação. Saliente-se que autilização do balanço de suspensão caracteriza a opção por estimativa.

3.1 – Pagamento por Estimativa3.1.1 – Aspectos Gerais

A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no Lucro Realpoderá optar pelo pagamento do imposto e da contribuição social emcada mês, determinado sobre base de cálculo estimada.

Antes de mais nada, é importante salientar que o sistema de re-colhimento por estimativa se aplica exclusivamente às pessoas jurídicasque serão tributadas pelo Lucro Real, não havendo qualquer vinculaçãocom Lucro Presumido.

3.1.2 – Cálculo do Imposto de Renda

3.1.2.1 – Percentuais Aplicáveis sobre a Receita Bruta

Os percentuais aplicáveis sobre a Receita Bruta permane-cem os mesmos aplicados desde o ano-calendário de 1996, conformesegue:

Page 29: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

31

Percentual Ramo de atividade

1,6% Receita Bruta Auferida na Revenda, para Consumo,de Combustível Derivado de Petróleo e Álcool EtílicoHidratado para Fins Carburantes;

8% Receita Bruta Auferida nas Atividades Comerciais,Industriais, Transporte de Carga, Serviços Hospita-lares, Venda de Unidades Imobiliárias, Obras porEmpreitada com Fornecimento de Material, Vendade Produtos Agropecuários, Industrialização, Quan-do a Matéria-Prima, o Material Secundário e de Em-balagem Forem Fornecidos pelo Encomendante; eOutras Não Mencionadas nos Demais Percentuais;

16% Entidades Financeiras e Assemelhadas, Empresas deArrendamento Mercantil, Seguradoras, Cooperativasde Crédito, Entidades de Previdência Privada Aberta;Transporte de Passageiros;Exclusivamente Prestadoras de Serviços com Re-ceita Bruta Anual Não-Superior a R$ 120.000,00,Exceto no Caso de Transporte de Cargas, ServiçosHospitalares e Sociedades Civis de Prestação de Ser-viços Legalmente Regulamentada (veja nota a seguir);

32% Prestação de Serviços, pelas Sociedades Civis, Rela-tivo ao Exercício de Profissão Legalmente Regula-mentada;Intermediação de Negócios (inclusive RepresentaçãoComercial);Administração, Locação ou Cessão de Bens Imóveis,Móveis e Direitos de Qualquer Natureza;Construção por Administração ou por Empreitada,Unicamente de Mão-de-Obra;Prestação Cumulativa e Contínua de Serviços de As-sessoria Creditícia, Mercadológica, Gestão de Crédi-to, Seleção e Riscos, Administração de Contas a Pa-gar e a Receber, Compras de Direitos Creditórios Re-sultantes de Vendas Mercantis a Prazo ou de Presta-ção de Serviços (Factoring);Prestação de Qualquer Outra Espécie de Serviço, NãoMencionada Anteriormente.

Page 30: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

32

NOTAS1ª – As Pessoas Jurídicas Exclusivamente Prestadoras de Serviços em Geralpoderão utilizar o percentual de 16%, se a Receita Bruta do próprio ano-ca-lendário não exceder a R$ 120.000,00. Para tanto, a pessoa jurídica poderáiniciar o ano-calendário considerando o percentual de 16%. Se, até determinadomês, a receita bruta exceder a R$ 120.000,00, a pessoa jurídica obrigatoriamentepassará a utilizar o percentual de 32%. Isto implicará, também, recal-cular (utilizando 32%), o imposto de renda a partir de janeiro (impostopostergado), e a diferença deverá ser recolhida até o último dia útil do mêsseguinte àquele em que ocorreu o excesso, não incidindo nenhum encargo, sepago neste prazo.Este tratamento aplica-se, inclusive, às pessoas jurídicas exclusivamente pres-tadoras de serviços com intermediação de negócios; administração, locação oucessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; construção poradministração ou por empreitada, unicamente de mão-de-obra; e factoring.Porém, não se aplica às sociedades civis de prestação de serviços legalmenteregulamentadas, que obrigatoriamente deverão utilizar o percentual de 32%.Sobre este assunto, há o Ato Declaratório (Normativo) COSIT nº 22, DOU de07-11-2000, no qual consta que as sociedades prestadoras de serviços relativosao exercício de profissões legalmente regulamentadas, como, por exemplo, esco-las, inclusive as creches, mesmo com receita bruta anual de até R$ 120.000,00,não podem aplicar o percentual de 16% sobre a receita bruta para fins dedeterminação do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar o percentual de32%. Muito embora o referido Ato Declaratório mencione apenas lucro presu-mido, entendo que o mesmo tratamento se aplica aos recolhimentos porestimativa. Dentro desta mesma linha de entendimento, há quem diga que, emfunção deste Ato Declaratório, as pessoas jurídicas que praticam atividades deintermediação de negócios, tais como corretagem de seguro e representaçãocomercial, não poderiam utilizar o percentual de 16%. Discordo totalmentedesse entendimento, uma vez que a Lei 9.250-95 autoriza este procedimento, eainda, se analisarmos as orientações de preenchimento da DIPJ, inclusive parao exercício de 2001, as referidas empresas estão autorizadas a utilizar o per-centual de 16%, desde que, é claro, atendam aos demais requisitos exigidos.Veja-se, ainda, a nota 6ª, a seguir.2ª – No caso de atividades diversificadas será utilizado o percentual adequado acada uma delas.3ª – Mediante as Decisões 11 e 17 SRRF – 1ª Região Fiscal, publicadas no DOUem 12-04-2000, foi estabelecido que a pessoa jurídica que se dedica à atividadede prestação de serviços médico-ambulatoriais, bem como nas áreas delaboratório, citologia, anatomia e patologia, está sujeito ao coeficiente de 32%,pois, segundo entendimento daquela Superintendência Regional da Receita Fe-deral, serviços hospitalares são aqueles em que o estabelecimento prestadorpromove internação e hospedagem do paciente para aplicar-lhe o tratamento.4ª – A Superintendência Regional da Receita Federal – 9ª Região Fiscal – apro-vou a seguinte ementa de sua Decisão 45, de 27-04-2000, publicada no DOUem 09-08-2000, tratando de lucro presumido (logo, entendo que se aplica tam-bém à estimativa):

Page 31: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

33

a) As pessoas jurídicas que atuam no ramo de perfuração de poços artesianospodem optar pelo lucro presumido, à alíquota de 8%, para efeito da base decálculo do Imposto de Renda, em relação ao conjunto de atividades deperfuração, tubulação e instalação de equipamentos para poços artesianos,desde que seja por empreitada, com utilização de materiais próprios.

b) Não caracterizam construção as atividades de manutenção, reparos, repo-sição de partes, peças ou de natureza semelhante, ou mesmo aquelasexclusivamente de montagem ou instalação, ensejando, tais hipóteses, aaplicação da alíquota de 32%.

5ª – Por meio do Ato Declaratório Normativo nº 16, publicado no DOU de19-09-2000, a Coordenação do Sistema de Tributação – COSIT – definiu que,para fins de lucro presumido e/ou recolhimento por estimativa, as receitas brutasde prestação de serviços de suprimento de água tratada e a conseqüente coletae tratamento de esgotos, cobradas diretamente dos usuários dos serviços, bemcomo as receitas brutas decorrentes da exploração de rodovia mediantecobrança de preço dos usuários, envolvendo execução de serviços de con-servação, manutenção, melhoramentos para adequação de capacidade e segu-rança de trânsito, operação, monitoração, assistência aos usuários e outrosdefinidos em contratos, atos de concessão ou de permissão, ou em normasoficiais, auferidas por concessionária ou subconcessionária de serviço público,estão sujeitas ao percentual de 32% para apuração da base de cálculo do Impostode Renda.6ª – Mediante a Decisão nº 76, DOU de 03-07-2000, a Superintendência Re-gional da Receita Federal da 8ª Região Fiscal estabeleceu que: As Corretorasde Seguro não se confundem com as empresas de seguros privados. Estasrespondem pelo pagamento de indenização aos segurados, e as primeiras sãomeras intermediárias legalmente autorizadas a angariar e promover contratosde seguros entre a seguradora e a pessoa física ou jurídica de direito privado.Assim, as corretoras de seguros poderão optar pela apuração do Imposto deRenda pelo critério de Lucro Presumido, e, uma vez que sua receita bruta nãoultrapasse o limite anual de R$ 120.000,00, poderão utilizar a alíquota de 16%para determinação da base de cálculo. Muito embora a decisão se refira a LucroPresumido, por analogia, entendo que se aplica aos casos de recolhimento porestimativa.7ª – A Superintendência Regional da Secretaria da Receita Federal da 10ªRegião Fiscal, mediante sua Decisão nº 105, DOU de 18-10-2000, determinouque, para fins de cálculo do lucro estimado ou presumido, deve ser aplicado opercentual de 32% sobre a receita bruta relativa à atividade de prestação deserviço de hemodiálise, sendo irrelevante que tais serviços sejam prestadosdentro ou fora da dependência física de hospital, porque correspondem aatividade autônoma, que não se confunde com a pessoa jurídica do mesmohospital.8ª – Atividade Gráfica – De acordo com o Ato Declaratório (Normativo) COSITnº 18, de 27-09-2000, a alíquota aplicável na apuração do lucro presumido seráde 8% quando atuar nas áreas comercial e industrial, sendo aplicada a de 32%na hipótese de prestação de serviços com ou sem fornecimento de material.Considera-se como de prestação de serviços as operações realizadas por

Page 32: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

34

encomenda, nos termos do art. 5º, V, e art. 7º, II, do Decreto nº 2.637-98(Regulamento do IPI). Nos casos em que deve ser feita retenção por órgãopúblico, o percentual será de 9,45% na hipótese de prestação de serviço semfornecimento de material, e de 5,85% nas demais hipóteses. Muito embora tenhasido mencionado apenas lucro presumido, entendo que é aplicável, também,para estimativa.

3.1.2.2 – Conceito de Receita BrutaCompreende o produto da venda de bens nas operações de conta

própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas ope-rações de conta alheia (art. 31 da Lei 8.981-95).

3.1.2.2.1 – Atividades ImobiliáriasNo caso das empresas dedicadas à compra-e-venda, loteamento,

incorporação e construção de imóveis, a receita bruta a ser consideradaserá o montante efetivamente recebido em cada mês, relativo à venda deunidades imobiliárias.

3.1.2.2.2 – Fornecimento de Bens a Prazo e Serviços deEmpreitada para Pessoas Jurídicas de Direito Público

Para fins de recolhimento por estimativa, a Receita Bruta seráapurada tomando-se por base o valor efetivamente recebido (Regime deCaixa).

3.1.2.2.3 – Construções por Empreitada ou Fornecimentode Bens

a) Nos casos de contratos com prazo de execução superior a umano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço prede-terminado, de bens ou serviços a serem produzidos, será computada naReceita Bruta a parte do preço total da empreitada, ou dos bens ouserviços a serem fornecidos, determinada mediante a aplicação, sobreesse preço total, da percentagem do contrato ou produção executada, emcada mês, nos termos da IN SRF 21-79.

b) Nos casos de construções ou fornecimentos contratados combase no preço unitário de quantidades de bens ou serviços produzidos emprazo inferior ou igual a um ano, a receita deverá ser incluída na basede cálculo do imposto de renda mensal e da contribuição social sobre olucro, no mês em que for completada cada unidade.

Page 33: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

35

3.1.2.3 – Exclusões da Receita BrutaNa Receita Bruta não se incluem as VENDAS CANCELADAS,

OS DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS E OS IM-POSTOS NÃO-CUMULATIVOS cobrados destacadamente do com-prador ou contratante dos quais o vendedor ou prestador do serviço sejamero depositário (IPI e ICMS em substituição tributária, por exemplo).

3.1.2.4 – Outras Receitas e GanhosSerão acrescidos ao Lucro Estimado e tributados direto em 15%

para efeito de incidência do imposto de renda os ganhos de capital,demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não com-preendidas na atividade da empresa.

Exemplo– rendimentos auferidos em operações de mútuo realizadas entre

pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou inter-ligadas, exceto se a mutuária for instituição financeira autoriza-da a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

– ganhos líquidos auferidos na alienação de participações societá-rias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e departicipações societárias que permaneceram no ativo da pessoajurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aqui-sições;

– hedge;– receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exer-

cer esta atividade, deduzidos os encargos necessários à percep-ção do rendimento;

– juros recebidos;– descontos obtidos;– variações monetárias ativas;

NOTAA partir de 01-01-2000, as variações cambiais poderão ser reconhecidas paraefeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuiçãosocial, do PIS, da COFINS e do lucro da exploração, quando da liquidação dacorrespondente operação (regime de caixa), ou pela competência (MP 2.158-35,art. 30).

– quaisquer outros ganhos ou receitas não compreendidos no obje-tivo social da pessoa jurídica.

Page 34: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

36

3.1.2.5 – Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitosdo Ativo Permanente e de Aplicações em Ouro

Havendo ganho de capital, este será acrescido ao Lucro Estimado etributado diretamente em 15%. Será calculado mediante a confrontaçãodo valor de alienação com o respectivo valor contábil. Saliente-se que asaplicações em ouro, mencionadas, são aquelas não caracterizadas comode renda variável e que não estejam sujeitas à retenção na fonte nacondição de aplicações de renda fixa.

3.1.2.5.1 – Conceito de Valor ContábilI – No caso dos Investimentos Permanentes em:– participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição, o va-

lor de aquisição, diminuído da provisão para perdas, quando foro caso, corrigido monetariamente;

– participações societárias avaliadas pelo patrimônio líquido, asoma algébrica: do valor do patrimônio líquido pelo qual o in-vestimento estiver registrado, ágio ou deságio na aquisição doinvestimento, corrigido monetariamente, provisão para perdas,quando dedutível, corrigida monetariamente;

II – no caso das aplicações em ouro não considerado ativo finan-ceiro, o valor de aquisição, corrigido monetariamente, diminuído da pro-visão para ajuste ao valor de mercado, quando for o caso;

III – no caso dos demais bens e direitos do ativo permanente, o valorde aquisição, corrigido monetariamente até 31-12-95, pela UFIR dejaneiro de 1996, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ouexaustão acumulada;

IV – no caso de outros bens e direitos não classificáveis no ativopermanente que estavam sujeitos à correção monetária, o valor de aqui-sição corrigido monetariamente até 31-12-95, pela UFIR de janeiro de1996.

NOTAS1a – A não-comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará a tributaçãointegral da receita.2a – O ganho de capital auferido na venda de bens do ativo permanente pararecebimento total ou parcial, após o término do ano-calendário seguinte ao dacontratação, poderá ser tributado à medida que cada parcela for sendo recebida,inclusive no caso de recolhimentos por estimativa, desde que a pessoa jurídicaseja tributada pelo Lucro Real.

Page 35: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

37

3.1.2.6 – Lucro Inflacionário Diferido

A pessoa jurídica que optar pelo recolhimento por estimativa deveráconsiderar realizado, em cada mês, no mínimo 1/120 do lucro infla-cionário diferido, corrigido até 31-12-95, pela UFIR de janeiro de 1996,devendo, portanto, acrescer este valor à base de cálculo.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

A pessoa jurídica poderia optar por liquidar o saldo do lucro inflacionáriodiferido à alíquota de 10%, com base na MP 2.113-30, DOU de 27-04-2001.A opção deveria ser formalizada até 30 de junho de 2001, e a liquidaçãoefetuada em até seis parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira em30-06-2001. O valor de cada parcela mensal, por ocasião do pagamento, seráacrescido de juros equivalentes à SELIC, acumulada mensalmente, calculadosa partir de 30-06-2001 até o mês anterior ao do pagamento, e de um por centorelativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. Na hipótesede pagamento parcelado, a opção seria manifestada mediante o pagamento daprimeira parcela. Neste caso o imposto é considerado definitivo, não podendoser compensado com o IRPJ devido. O cálculo deverá ser feito com base nosaldo existente em 31-12-95.

3.1.2.7 – Valores Não-Integrantes da Base de CálculoNão deverão ser incluídos na base de cálculo os rendimentos pro-

duzidos por aplicações financeiras de renda fixa, e de renda variável,receitas provenientes de atividades incentivadas, recuperações de cré-ditos que não representem o ingresso de novas receitas, reversão do saldode provisões anteriormente constituídas, lucros e dividendos recebidoslançados como receita, ganhos com equivalência patrimonial e jurossobre o capital próprio (IN 93-97, art. 7º).

3.1.2.8 – Determinação do Imposto Devido3.1.2.8.1 – Imposto de RendaO imposto de renda devido em cada mês será calculado mediante a

aplicação da alíquota de 15%.

3.1.2.8.2 – AdicionalA parcela da base de cálculo apurada mensalmente que exceder a

R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ficará sujeita à incidência de adicional deimposto de renda à alíquota de dez por cento.

Page 36: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

38

3.1.2.9 – Deduções Diretas do IR DevidoPoderão ser deduzidos do imposto de renda devido:– O IR-Fonte pago ou retido sobre as receitas que integrarem a

base de cálculo;– Incentivos relativos a:

• Programa Alimentação ao Trabalhador;• Doações aos Fundos da Criança e do Adolescente;• Atividade Audiovisual;• Atividades Culturais ou Artísticas.

3.1.2.10 – Vencimento do ImpostoO imposto calculado por estimativa vence no último dia útil do mês

seguinte ao do fato gerador.

3.1.2.11 – AjusteAs pessoas jurídicas que optarem pelo recolhimento por estimativa

deverão apurar o Lucro Real em 31 de dezembro (balanço anual), ou nadata da extinção, incorporação, cisão ou fusão, a fim de determinar adiferença de imposto e da contribuição social a pagar ou a sercompensada/restituída. Para fins desta apuração, devem-se considerar osprocedimentos mencionados na parte deste trabalho que trata de apu-ração do Lucro Real trimestral, no que se refere às despesas não-dedu-tíveis, receitas não-tributáveis e compensação de prejuízos fiscais. Nahipótese da pessoa jurídica estar sujeita à apuração dos Preços deTransferência, nas condições estabelecidas na IN SRF 32-2001. Casohaja ajustes, estes deverão ser adicionados em 31 de dezembro, para finsde apuração do imposto de renda e da contribuição social.

O saldo relativo ao balanço anual receberá o seguinte tratamento:a) deverá ser pago em quota única até o último dia útil do mês de

março do ano-calendário seguinte, se positivo;

NOTAS1ª – O saldo do imposto e/ou contribuição social a pagar, a partir do exercício de1998, base 1997, será acrescido de juros calculados à taxa do SELIC, a partir de1º de fevereiro até último dia do mês anterior ao do pagamento, e de um porcento no mês do pagamento;2ª – O prazo acima (último dia útil de março) não se aplica ao imposto relativoao mês de dezembro, que deverá ser pago até o último dia do mês de janeiro doano subseqüente.

Page 37: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

39

b) se negativo, a partir do ano 2000, base 1999, poderá ser com-pensado a partir de janeiro, ressalvada a alternativa de pedir res-tituição, podendo ser acrescidos juros de acordo com a taxa doSELIC acumulada de janeiro até o mês anterior ao da compen-sação ou restituição, e de 1% relativamente ao próprio mêsda compensação ou restituição (AD SRF nº 03 – DOU de11-01-2000).

3.1.2.12 – Possibilidade de Suspender ou Reduziros Pagamentos

A pessoa jurídica que estiver efetuando os recolhimentos porestimativa poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto e dacontribuição social devidos em cada mês, desde que demonstre, por meiode balanços ou balancetes mensais acumulados, que o valor acumuladojá pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, bem como dacontribuição social, calculados com base no Lucro Real do período emcurso (art. 35 da Lei 8.981-95). Estes balanços ou balancetes deverão serlevantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos nolivro-diário.

A pessoa jurídica poderá utilizar a prerrogativa de suspender oureduzir os recolhimentos por estimativa a partir do mês de janeiro, ouseja, se apurado prejuízo fiscal e/ou base negativa de contribuição social,estará dispensada do recolhimento relativo ao referido mês, e, se apuradoimposto de renda e contribuição social pelo critério de Lucro Real menorque o devido por estimativa, em janeiro, poderá ser recolhido o valormenor, sem prejuízo da opção pelo critério de estimativa.

Saliente-se, ainda, que, na hipótese de haver a suspensão ou re-dução dos recolhimentos, nas condições retromencionadas, os balancetesou balanços mensais servem apenas para comprovar junto ao fisco arazão da redução ou suspensão, MANTENDO-SE A OBRIGATO-RIEDADE DO BALANÇO ANUAL, para fins de declaração derendimentos.

Exemplo ISuponha-se que determinada pessoa jurídica tenha efetuado os

seguintes recolhimentos por estimativa, a título de imposto de renda:

Page 38: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

40

Competência Valor PagoJaneiro 1.000,00Fevereiro 1.200,00Março 1.500,00Total 3.700,00

Vamos supor, também, que, calculado o IRPJ estimado, da com-petência abril, este seja de R$ 2.000,00. Resolveu, então, o contribuintelevantar balanço de suspensão/redução do período de janeiro a abril,apurando imposto a pagar de R$ 2.500,00.

Conclusão: O valor devido acumulado até a competência abril –R$ 2.500,00 – é menor do que os valores já recolhidos nos mesesanteriores – R$ 3.700,00. Portanto, não há necessidade de a pessoajurídica em questão recolher IRPJ calculado por estimativa para o mêsde abril – R$ 2.000,00.

Exemplo IISuponha-se que determinada pessoa jurídica tenha efetuado

os seguintes recolhimentos por estimativa, a título de imposto de ren-da:

Competência Valor PagoJaneiro 1.000,00Fevereiro 1.200,00Março 1.500,00Total 3.700,00

Vamos supor também que, calculado o IRPJ estimado, da com-petência abril, este seja de R$ 2.000,00. Resolveu, então, o contribuintelevantar balanço de suspensão ou redução do período de janeiro a abril,apurando imposto a pagar de R$ 4.000,00.

Conclusão: O valor acumulado devido até a competência abril –R$ 4.000,00 – é maior do que os valores recolhidos nos meses anteriores– R$ 3.700,00. Mas a diferença entre o valor acumulado devido noperíodo e o já recolhido, ou seja, R$ 300,00, é menor do que o apuradopor estimativa para a competência abril. Portanto, poderá ser recolhidoapenas o valor de R$ 300,00, em vez do valor apurado por estimativa,que é de R$ 2.000,00.

Page 39: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

41

NOTAEmbora o exemplo aqui seja para fins de imposto de renda, o tratamento paraa contribuição social sobre o lucro é idêntico, salientando-se, ainda, que,se utilizado para o imposto de renda o critério de suspensão ou redução, omesmo procedimento deverá ser adotado em relação à contribuição social, evice-versa.

3.1.2.12.1 – Definição de Período em Curso

O período em curso, para fins do balanço, ou o balancete desuspensão ou redução, é aquele compreendido entre 01 de janeiro (ou omês de início da atividade) e o último dia do mês a que se referir obalanço, ou o balancete de suspensão/redução. Fica, portanto, bastanteclara a idéia do legislador de que, para fins deste critério, sempre seutilizarão resultados acumulados, seguindo o raciocínio do balançoanual.

3.1.2.12.2 – Definição de Imposto Devido

O imposto de renda devido do período em curso é o resultado daaplicação da alíquota do imposto sobre o Lucro Real, acrescido doadicional, e deduzido, quando for o caso, dos incentivos fiscais dededução e de isenção ou redução. Neste caso, o adicional do imposto derenda, de 10%, será devido sobre a parcela do Lucro Real que exceder aR$ 20.000,00 multiplicado pelo número de meses. Por exemplo, seestivermos fazendo apuração do lucro real para fins de suspensão ouredução em setembro, haverá adicional sobre a parcela do Lucro Realque exceder a R$ 180.000,00 (20.000,00 × 9 meses).

3.1.2.12.3 – Definição de Imposto Pago

Imposto pago é o somatório dos valores correspondentes ao impostode renda:

– pago mensalmente (inclusive com base em balanço de suspensãoou redução);

– retido na fonte sobre receitas ou rendimentos computados na de-terminação do Lucro Real do período em curso;

– pago sobre ganhos líquidos sobre renda variável;– pago a maior ou indevidamente em anos anteriores.

Page 40: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

42

3.1.2.12.4 – Apuração do Resultado ContábilPara a apuração do lucro ou prejuízo contábil do período em curso,

dever-se-á obedecer a todos os procedimentos de levantamento debalanço, tais como:

– escrituração de todos os atos e fatos administrativos, pela com-petência;

– constituição de provisões, tais como férias e 13º salário;– apropriação de despesas, tais como luz, telefone, folha de paga-

mento, tributos, contribuições, etc.– cálculo e contabilização das depreciações;– levantamento e avaliação de estoques, não sendo necessária, en-

tretanto, a escrituração do livro de registro de inventário. Ha-vendo controle permanente de estoques, não há necessidade dese proceder à contagem física dos estoques, a qual, neste caso, éobrigatória somente em 31 de dezembro. Por outro lado, nãohavendo o controle permanente, deverá ser feita a contagem porocasião de cada balanço de suspensão ou redução.

3.1.2.12.5 – Apuração do Resultado Fiscal do Período em CursoPara apuração do resultado fiscal, o resultado contábil deverá ser

ajustado por todas as adições obrigatórias e pelas exclusões e com-pensações de prejuízos fiscais admitidas pela legislação do imposto derenda.

3.1.2.12.6 – Escrituração do LALUR no Caso da Suspensãoou Redução

A demonstração do Lucro Real relativa ao período abrangido pelosbalanços ou balancetes para fins de suspensão ou redução do impostodeverá ser transcrita na Parte A do Livro de Apuração do Lucro Real –LALUR, observando-se o que segue:

I – a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensãoou redução do imposto de renda, o contribuinte deverá determinar umnovo Lucro Real para o período em curso, desconsiderando aquelesapurados em meses anteriores do mesmo ano-calendário;

II – as adições, exclusões e compensações computadas na apuraçãodo Lucro Real correspondente aos balanços ou balancetes deverão

Page 41: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

43

constar DISCRIMINADAMENTE NA PARTE A do LALUR, para finsde elaboração da demonstração do Lucro Real do período em curso,NÃO CABENDO NENHUM REGISTRO NA PARTE B.

3.1.2.13 – Exemplo Prático de Cálculo do IR Estimado

Para ilustrar os comentários acima, demonstrar-se-á a seguir umexemplo prático de cálculo do IR pelo critério de estimativa.

Hipótese:Suponhamos uma empresa, que no mês de janeiro de 2001, apre-

sente a seguinte situação:– Receita da Venda de Produtos ______________ R$ 189.750,00– Receita de Comissões _____________________ R$ 93.750,00– Juros Recebidos__________________________ R$ 1.500,00– Ganhos de Capital na Venda de Bens do

Ativo Permanente ________________________ R$ 5.000,00– Lucro Inflac. Realizado ___________________ R$ 3.500,00– Vendas Canceladas _______________________ R$ 2.000,00– IPI ____________________________________ R$ 4.000,00– IR-Fonte s/Comissões _____________________ R$ 1.500,00– Incentivo PAT ___________________________ R$ 500,00

Logo:1º – Lucro Estimado sobre as VendasReceita de Vendas R$ 189.750,00(–) Exclusões

Vendas Canceladas R$ 2.000,00IPI R$ 4.000,00

(=) Receita Bruta de Vendas R$ 183.750,00(×) Percentual Aplicável 8%(=) Lucro Estimado R$ 14.700,00

2º – Lucro Estimado sobre ServiçosReceita de Comissões R$ 93.750,00(×) Percentual Aplicável 32%(=) Lucro Estimado R$ 30.000,00

Page 42: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

44

3º – Base de Cálculo do IRBase de Cálculo Parcial (R$ 14.700,00 + 30.000,00) = R$ 44.700,00(+) Outros Ganhos (Juros) = R$ 1.500,00(+) Ganhos de Capital Venda Perman. = R$ 5.000,00(+) Lucro Inflacionário Realizado = R$ 3.500,00(=) Base de Cálculo R$ 54.700,00(×) Alíquota 15%(=) IRPJ R$ 8.205,00(×) 10% de 34.700,00 (54.700 – 20.000)(=) Adicional R$ 3.470,00(–) Incentivos Fiscais

PAT = R$ 328,20(–) IR-Fonte = R$ 1.500,00(=) IR Devido R$ 9.846,80

NOTAS1a – Lembre-se de que o adicional passou a incidir mensalmente, a partir de1997, sobre a base de cálculo do Lucro Estimado que exceder a R$ 20.000,00,e, ainda, de que os incentivos fiscais não podem reduzir o adicional, aplican-do-se os seus limites de dedução somente sobre o imposto devido.2a – As receitas provenientes de atividades incentivadas não comporão a basede cálculo do imposto na proporção a que a pessoa jurídica tributada peloLUCRO REAL fizer jus.

3.1.3 – Cálculo da Contribuição SocialA base de cálculo da contribuição social sobre o Lucro Líquido,

devida pelas pessoas jurídicas que optaram pelo recolhimento porestimativa, corresponderá à soma dos valores:

I – de que trata o art. 20 da Lei 9.249, de 26 de dezembro de 1995(12% da Receita Bruta);

a) Conceito de Receita Bruta: compreende o produto da venda de bens nasoperações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultadoauferido nas operações de conta alheia (art. 31 da Lei 8.981-95).

NOTAS1a – No caso das empresas dedicadas à compra-e-venda, loteamento, incorpo-ração e construção de imóveis, a receita bruta a ser considerada será o montanteefetivamente recebido em cada mês, relativo à venda de unidades imobiliárias.2a – Fornecimento de Bens a Prazo e Serviços de Empreitada para PessoasJurídicas de Direito Público: para fins de recolhimento por estimativa, a re-ceita bruta será apurada tomando-se por base o valor efetivamente recebido(Regime de Caixa).

Page 43: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

45

3ª – Construções por Empreitada ou Fornecimento de Bens: a) nos casos decontratos com prazo de execução superior a um ano, de construção por emprei-tada ou de fornecimento a preço predeterminado de bens ou serviços a seremproduzidos, será computada na receita bruta a parte do preço total da em-preitada, ou dos bens ou serviços a serem fornecidos, determinada mediante aaplicação, sobre esse preço total, da percentagem do contrato ou produçãoexecutada, em cada mês, nos termos da IN SRF 21-79; b) nos casos de cons-truções ou fornecimentos contratados com base no preço unitário de quantidadesde bens ou serviços produzidos em prazo inferior ou igual a um ano, a receitadeverá ser incluída na base de cálculo do imposto de renda mensal e da con-tribuição social sobre o lucro, no mês em que for completada cada unidade.

b) Exclusões da Receita Bruta: na receita bruta não se incluem as VENDASCANCELADAS, OS DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS EOS IMPOSTOS NÃO-CUMULATIVOS cobrados destacadamente do com-prador ou contratante dos quais o vendedor ou prestador do serviço seja merodepositário (IPI e ICMS em substituição tributária, por exemplo).

II – os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferi-dos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positi-vos, decorrentes de receitas não abrangidas pela inciso anterior e demaisvalores determinados pela lei, auferidos naquele mesmo período.

Exemplo– rendimentos auferidos em operações de mútuo realizadas entre

pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou inter-ligadas, exceto se a mutuária for instituição financeira autoriza-da a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

– ganhos líquidos auferidos na alienação de participações societá-rias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de parti-cipações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídicaaté o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

– hedge;– receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exer-

cer esta atividade, deduzidos os encargos necessários à percep-ção do rendimento;

– juros recebidos, inclusive sobre o capital próprio;– descontos obtidos;– variações monetárias ativas;NOTAA partir de 01-01-2000, as variações cambiais poderão ser reconhecidas paraefeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuiçãosocial, do PIS, da COFINS e do lucro da exploração, quando da liquidação dacorrespondente operação (regime de caixa) ou pela competência (MP 2.158-35,art. 30).

Page 44: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

46

– ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo perma-nente e de aplicações em ouro;

– quaisquer outros ganhos ou receitas não compreendidos no obje-tivo social da pessoa jurídica.

ExemploSuponhamos uma empresa que, em janeiro de 2001, apresente a

seguinte situação:– Receita da Venda de Produtos ______________ R$ 189.750,00– Receita de Comissões _____________________ R$ 93.750,00– Juros Recebidos__________________________ R$ 1.500,00– Ganhos de Capital na Venda de Bens do

Ativo Permanente ________________________ R$ 5.000,00– Rend. Aplic. Financeiras __________________ R$ 10.000,00– Vendas Canceladas _______________________ R$ 2.000,00– IPI ____________________________________ R$ 4.000,00Logo:Receita de Vendas R$ 189.750,00Receita de Comissões R$ 93.750,00(–) Exclusões

Vendas Canceladas R$ 2.000,00IPI R$ 4.000,00

(=) Receita Bruta R$ 277.500,00(×) Alíquota 12%(=) Base Cálculo Parcial R$ 33.300,00(+) Outros Ganhos (Juros) R$ 1.500,00(+) Rendim. Aplic. Financeiras R$ 10.000,00(+) Ganhos de Capital Venda Perman. R$ 5.000,00(=) Base de Cálculo R$ 49.800,00(×) Alíquota 9%(=) Contribuição Social Devida R$ 4.482,00

NOTAS1ª – A partir da competência maio de 1999 até janeiro de 2000, a alíquota a serutilizada passou de 8% para 12%; e, a partir de fevereiro de 2000 até dezembrode 2002, para 9%.2ª – No caso específico de bancos comerciais, bancos de investimento, bancosde desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento einvestimentos, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distri-buidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização,agentes autônomos de seguros privados e de crédito, entidades de previdênciaprivada abertas e fechadas e as sociedades corretoras de seguro, a alíquota da

Page 45: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

47

contribuição social sobre o lucro líquido foi reduzida de 18% para 8% emrelação aos fatos geradores ocorridos de 1º-01-99 até 30-04-99, passando a 12%em relação aos fatos geradores ocorridos entre 1º-05-99 até 31-01-2000, e 9% apartir de fevereiro de 2000 até dezembro de 2002.

3.2 – Apuração do Lucro Real3.2.1 – TrimestralidadeNo ano-calendário de 2001, as pessoas jurídicas tributadas pelo

Lucro Real que não desejaram trabalhar com recolhimentos por esti-mativa deveriam pagar o imposto de renda, determinado com base noLucro Real, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cál-culo e do imposto de renda devido deveria ser efetuada na data do evento.

Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, aapuração da base de cálculo e do imposto devido deveria ser efetuada nadata desse evento.

A apuração de forma trimestral substitui a forma de apuraçãomensal, aplicada até 31-12-96. Dessa forma, foram transferidos para otrimestre algumas obrigações que antes eram mensais, tais como es-crituração do LALUR, escrituração do livro de registro de inventário eoutras.

NOTADe acordo com a Lei nº 9.959-2000, passam a ser aplicados à pessoa jurídicaincorporadora os mesmos procedimentos e prazos de levantamento de de-monstrações contábeis e apresentação de declaração de rendimentos dasempresas incorporadas, conforme citado acima (ver Lei nº 9.249-95, art. 21, eLei nº 9.430-96, art. 1º, § 1º), exceto se as pessoas jurídicas, incorporadora eincorporada, estiverem sob o mesmo controle societário desde o ano-calendárioanterior ao do evento.

3.2.2 – Imposto Correspondente a Período Trimestral

O imposto de renda devido apurado trimestralmente será pago emquota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramentodo período de apuração.

À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago ematé três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil

Page 46: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

48

dos três meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuraçãoa que corresponder.

Nenhuma quota poderá ter o valor inferior a R$ 1.000,00 (milreais), e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais), serápago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao doencerramento do período de apuração.

As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxareferencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, paratítulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeirodia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período deapuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de um porcento no mês do pagamento.

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoajurídica pelo encerramento da liquidação, o imposto devido deverá serpago até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento.

3.2.3 – Alíquota e Adicional do Imposto de Renda

A alíquota do imposto de renda é de 15% sobre o Lucro Real.A parcela do Lucro Real que exceder ao valor resultante da multi-

plicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses dorespectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional deimposto de renda à alíquota de dez por cento. Evidentemente, se otrimestre for completo, o valor-limite será de R$ 60.000,00.

O disposto no parágrafo anterior aplica-se, inclusive, nos casos deincorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica peloencerramento da liquidação.

3.2.4 – Conceito de Lucro Real

Lucro Real é o lucro líquido do período-base, ajustado pelas adi-ções, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela Le-gislação do Imposto de Renda (art. 247 do RIR/99). A determinação doLucro Real será precedida da apuração do Lucro Líquido de cada perío-do-base, com observância do disposto nas leis comerciais, inclusive noque se refere à constituição da provisão para o imposto de renda.

Os valores que, por competirem a outro período-base, forem, paraefeito de determinação do Lucro Real, adicionados ao lucro líquido doperíodo-base em apuração, ou dele excluídos, serão, na determinação do

Page 47: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

49

Lucro Real do período-base competente, excluídos do Lucro Líquido, oua ele adicionados, respectivamente (art. 247, § 2º, RIR/99).

3.2.5 – Conceito de Lucro LíquidoO Lucro Líquido do período-base é a soma algébrica do lucro ope-

racional, dos resultados não-operacionais e das participações, e deveráser determinado com observância do preceituado na legislação co-mercial.

3.2.6 – Ajustes do Lucro Líquido para Apuração do Lucro Real

3.2.6.1 – AdiçõesNa determinação do Lucro Real, serão adicionados ao Lucro Lí-

quido do período-base:a) os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e

quaisquer outros valores deduzidos na apuração do Lucro Lí-quido que, de acordo com a Regulamentação do Imposto de Ren-da, não sejam dedutíveis na determinação do Lucro Real;

b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valoresnão incluídos na apuração do Lucro Líquido que, de acordo como Regulamento do Imposto de Renda, devam ser computados nadeterminação do Lucro Real.

3.2.6.2 – Exclusões

Na determinação do Lucro Real, poderão ser excluídos do LucroLíquido, no período-base:

a) os valores cuja dedução seja autorizada pelo Regulamento doImposto de Renda e que não tenham sido computados na apura-ção do Lucro Líquido do período-base;

b) os resultados, rendimentos, receitas ou quaisquer outros valoresincluídos na apuração que, de acordo com o Regulamento doImposto de Renda, não sejam computados no Lucro Real.

3.2.6.3 – Compensações

Prejuízos fiscais apurados em períodos-base anteriores, nas con-dições definidas na legislação (veja item que trata da compensação dosprejuízos fiscais).

Page 48: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

50

3.2.7 – Cálculo da Contribuição Social

3.2.7.1 – Indedutibilidade da ContribuiçãoA partir de janeiro de 1997, a contribuição social não será mais

dedutível dela mesma e do imposto de renda, devendo portanto, seradicionada para fins de apuração do Lucro Real (Lei 9.316-96).

3.2.7.2 – Forma de CálculoEm função da não-dedutibilidade da contribuição social, para fins

de seu próprio cálculo, a alíquota deverá ser aplicada integralmente sobrea base de cálculo, conforme se demonstra:

Lucro (ou) Prejuízo Contábil antes da Contribuição Social(+) Adições

Prov. não-dedutíveisDesp. não-relacion. intrinsec. com produção/comercializaçãoDespesas com brindesAlimentação de sóciosDeprec./Baixas IPC/BTNFPerdas com equival. patrimonialOutras

(–) ExclusõesLucros e dividendos receb. lançados como receitaGanhos com equival. patrimonialReversão de provisõesOutras

(–) Compensação Base Negativa(=) Base de Cálculo Positiva(×) 9%(=) Contribuição Social Devida

NOTAS1ª – A compensação da base negativa da contribuição social continua limitada a30% da base positiva. Salienta-se que, de acordo com a MP 1991-15, art. 42,DOU 13-03-2000, este limite não se aplica às atividades rurais.2ª – A partir de janeiro de 1997, o juros pagos ou creditados sobre o patrimôniolíquido passam a ser dedutíveis para fins de apuração da base de cálculo dacontribuição social sobre o lucro.3ª – Aplicam-se à apuração da base de cálculo e ao pagamento da contribuiçãosocial sobre o lucro líquido as normas relativas ao imposto de renda, tais como:a) opção por estimativa, inclusive balanços para fins de suspensão ou redução;b) trimestralidade;c) prazos de Recolhimento.

Page 49: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

51

4 – LUCRO ARBITRADO

Caso seja conhecida a Receita Bruta, a pessoa jurídica poderá optarpela tributação pelo critério de Lucro Arbitrado (art. 16 da Lei 9.249-95e art. 27 da Lei 9.430-96), conforme segue.

4.1 – Apuração TrimestralA partir do ano-calendário de 1997, as pessoas jurídicas tributadas

pelo Arbitrado, deverão pagar o imposto de renda por períodos deapuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho,30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base decálculo e do imposto de renda devido será efetuada na data do evento.

Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, aapuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na datadesse evento.

NOTADe acordo com a Lei nº 9.959-2000, passam a ser aplicados à pessoa jurídicaincorporadora os mesmos procedimentos e prazos de levantamento dedemonstrações contábeis e apresentação de declaração de rendimentos dasempresas incorporadas, conforme citado acima (ver Lei nº 9.249-95, art. 21, eLei nº 9.430-96, art. 1º, § 1º), exceto se as pessoas jurídicas, incorporadora eincorporada, estiverem sob o mesmo controle societário desde o ano-calendárioanterior ao do evento.

4.2 – Imposto Correspondente a Período TrimestralO imposto de renda devido apurado trimestralmente será pago em

quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramentodo período de apuração.

À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago ematé três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útildos três meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuraçãoa que corresponder.

Nenhuma quota poderá ter o valor inferior a R$ 1.000,00 (milreais), e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) serápago em cota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao doencerramento do período de apuração.

Page 50: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

52

As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxareferencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, paratítulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeirodia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período deapuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de um porcento no mês do pagamento.

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoajurídica pelo encerramento da liquidação, o imposto devido deverá serpago até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento.

4.3 – Cálculo do Imposto de Renda

4.3.1 – Percentuais Aplicáveis sobre a Receita Bruta

Os percentuais aplicáveis sobre a Receita Bruta permanecemos mesmos aplicados desde o ano-calendário de 1996, conformesegue:

Percentual Ramo de atividade

1,92% Receita Bruta Auferida na Revenda, para Consumo,de Combustível Derivado de Petróleo e Álcool EtílicoHidratado para Fins Carburantes;

9,6% Receita Bruta Auferida nas Atividades Comerciais,Industriais, Transporte de Carga, Serviços Hospita-lares, Venda de Unidades Imobiliárias (veja notaadiante), Empreitada com Fornecimento de Mate-rial, Venda de Produtos Rurais, Industrialização,Quando a Matéria-Prima, o Produto Intermediário eo Material de Embalagem Forem Fornecidos peloEncomendante; e Outras Não Mencionadas nos De-mais Percentuais;

19,2% Transporte de Passageiros;Exclusivamente Prestadoras de Serviços com ReceitaBruta Anual Não Superior a R$ 120.000,00, Excetono Caso de Transporte de Cargas, Serviços Hospita-lares e Sociedades Civis de Prestação de ServiçosLegalmente Regulamentada (veja nota adiante);

Page 51: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

53

Percentual Ramo de atividade

38,4% Prestação de Serviços, pelas Sociedades Civis, Rela-tiva ao Exercício de Profissão Legalmente Regula-mentada;Intermediação de Negócios;Administração, Locação ou Cessão de Bens Imóveis,Móveis e Direitos de Qualquer Natureza;Construção por Administração ou por Empreitada,Unicamente de Mão-de-Obra;Empresas de Factoring;Prestação de Qualquer Outra Espécie de Serviço, NãoMencionada Anteriormente.

45% Entidades Financeiras e Assemelhadas, Empresas deArrendamento Mercantil, Seguradoras, Cooperativasde Crédito, Entidades de Previdência Privada Aberta.

NOTAS

1ª – As Pessoas Jurídicas Exclusivamente Prestadoras de Serviços em Geralpoderão utilizar o percentual de 19,2%, se a Receita Bruta do próprio ano-ca-lendário não exceder a R$ 120.000,00. Para tanto, a pessoa jurídica poderáiniciar o ano-calendário considerando o percentual de 19,2%. Se, até determi-nado trimestre, a receita bruta exceder a R$ 120.000,00, a pessoa jurídicaobrigatoriamente passará a utilizar o percentual de 38,4%. Isto impli-cará também, recalcular (utilizando 38,4%) o imposto de renda a partir doprimeiro trimestre (imposto postergado), e a diferença deverá ser recolhida atéo último dia útil do mês seguinte ao trimestre em que ocorreu o excesso, nãoincidindo nenhum encargo.Este tratamento aplica-se, inclusive, às pessoas jurídicas exclusivamente pres-tadoras de serviços com intermediação de negócios; administração, locação oucessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; construção poradministração ou por empreitada, unicamente de mão-de-obra; e factoring.Porém, não se aplica às sociedades civis de prestação de serviços legalmenteregulamentadas. Sobre este assunto, há o Ato Declaratório (Normativo) COSITnº 22, DOU de 07-11-2000, no qual consta que as sociedades prestadoras deserviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas, como,por exemplo, escolas, inclusive as creches, mesmo com receita bruta anual deaté R$ 120.000,00, não podem aplicar o percentual de 16% sobre a receita brutapara fins de determinação do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar opercentual de 32%. Embora o Ato Declaratório citado mencione apenas lucropresumido, entendo que se aplica também ao lucro arbitrado, devendo ser

Page 52: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

54

considerado, evidentemente, onde consta 32%, 38,4% e onde consta 16%,19,2%. Dentro desta mesma linha de entendimento, há quem diga que, emfunção deste mesmo Ato Declaratório, as pessoas jurídicas que praticamatividades de intermediação de negócio, tais como corretagem de seguro erepresentação comercial não poderiam utilizar o percentual de 16%. Discordototalmente deste entendimento, uma vez que a Lei 9.250-95 autoriza esteprocedimento, e ainda, se analisarmos as orientações de preenchimento da DIPJ,inclusive para o exercício de 2001, as referidas empresas estão autorizadas autilizar o percentual de 16% para lucro presumido, portanto, 19,2% para lucroarbitrado.2ª – No caso de atividades diversificadas, será utilizado percentual adequado acada uma delas.3ª – No caso das atividades imobiliárias (compra, venda, loteamento, incor-poração e construção de imóveis), o entendimento da Secretaria da ReceitaFederal é que deverá ser considerado como lucro arbitrado o valor da receitarecebida ou que deveria ter sido recebida, diminuída dos custos efetivamentecomprovados, não sendo aplicado nenhum percentual sobre a receita bruta.Entendo que este procedimento é no mínimo discutível, e que deveria ser apli-cado o percentual de 9,6%, conforme consta acima.4ª – A Superintendência Regional da Secretaria da Receita Federal da 10ªRegião Fiscal, mediante sua Decisão nº 105, DOU de 18-10-2000, determinouque, para fins de cálculo do lucro estimado ou presumido, deve ser aplicado opercentual de 32% sobre a receita bruta relativa à atividade de prestação deserviço de hemodiálise, sendo irrelevante que tais serviços sejam prestadosdentro ou fora da dependência física de hospital, porque correspondem aatividade autônoma, que não se confunde com a pessoa jurídica do mesmohospital. Muito embora a decisão não mencione o lucro arbitrado, entendo quetambém se aplica a este, devendo, é claro, ser substituído o percentual de 32%por 38,4%.

4.3.2 – Conceito de Receita Bruta

Compreende o produto da venda de bens nas operações de contaprópria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas ope-rações de conta alheia (art. 31 da Lei 8.981-95).

NOTANo caso das empresas dedicadas à compra-e-venda, loteamento, incorporação econstrução de imóveis, chama-se a atenção para o fato de que há, por parte daSecretaria da Receita Federal, uma séria divergência de interpretação dalegislação que trata do lucro arbitrado:a) interpretando-se a Lei 9.249-95, artigo 16, conclui-se que, no caso de arbitra-

mento do resultado, nas empresas que tenham receitas de venda de imóveis,

Page 53: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

55

se aplicaria sobre esta o percentual de 9,6%, para encontrar o lucro arbi-trado;

b) por outro lado, a Receita Federal, por meio de Instruções Normativas e dopróprio MAJUR, determina que, para fins de cálculo do lucro arbitrado, deveconsiderar-se a receita efetivamente recebida ou cujo recebimento estavaprevisto, diminuída do custo comprovado. Esta definição, além de gerarmaior tributação, também entra em choque com a referida lei. Conclui-se,então, que este assunto é passível de discussão, fora do âmbito da Secretariada Receita Federal.

c) Em 31 de dezembro, deverão ser incluídos na receita bruta (devendo, então,ser aplicado o percentual cabível, conforme definido acima) os valores relati-vos às diferenças positivas verificadas entre o valor apurado de acordo com aIN SRF nº 32-2001 (que trata dos preços de transferência) e a receita deexportações efetivamente contabilizada, relativo às exportações para pessoasjurídicas vinculadas ou para países com tributação favorecida.

4.3.2.1 – Exclusões da Receita Bruta

Na Receita Bruta não se incluem as VENDAS CANCELADAS,OS DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS E OSIMPOSTOS NÃO-CUMULATIVOS cobrados destacadamente docomprador ou contratante dos quais o vendedor ou prestador do serviçoseja mero depositário (IPI e ICMS em substituição tributária, porexemplo).

4.3.3 – Outras Receitas e Ganhos

Serão acrescidos à base de calculo e tributados direto em 15% paraefeito de incidência do imposto de renda os ganhos de capital, demaisreceitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não com-preendidas na atividade da empresa.

Exemplo– rendimentos auferidos em operações de mútuo (parcela que ex-

ceda a variação da UFIR) realizadas entre pessoas jurídicascontroladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto sea mutuária for instituição financeira autorizada a funcionar peloBanco Central do Brasil;

– ganhos líquidos auferidos na alienação de participações socie-tárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de

Page 54: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

56

participações societárias que permaneceram no ativo da pessoajurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aqui-sições;

– hedge;– receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exer-

cer esta atividade;– juros recebidos;– descontos obtidos;– variações monetárias ativas;

NOTAA partir de 1º-01-2000, as variações cambiais poderão ser reconhecidas paraefeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuiçãosocial, do PIS, da COFINS e do lucro da exploração, quando da liquidação dacorrespondente operação (regime de caixa), ou pela competência (MP 2.158-35,art. 30).

– quaisquer outros ganhos ou receitas não compreendidos no obje-tivo social da pessoa jurídica.

4.3.4 – Inclusões a Partir de 1997

A partir de janeiro de 1997, na apuração da base de cálculo doimposto de renda pelo critério de Lucro Arbitrado, deverão ser consi-derados:

a) os rendimentos de aplicações financeiras – renda fixa e variável;b) juros recebidos sobre o patrimônio líquido.

4.3.5 – Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitos doAtivo Permanente e de Aplicações em Ouro

Havendo ganho de capital, este será acrescido ao Lucro Arbitradoe tributado diretamente em 15%. Será calculado mediante a confrontaçãodo valor de alienação com o respectivo valor contábil. Saliente-se que asaplicações em ouro, mencionadas, são aquelas não caracterizadas comode renda variável e que não estejam sujeitas à retenção na fonte nacondição de aplicações de renda fixa.

Page 55: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

57

4.3.5.1 – Conceito de Valor Contábil

I – No caso dos Investimentos Permanentes em:– participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição, o

valor de aquisição, diminuído da provisão para perdas, quandofor o caso, corrigido monetariamente;

– participações societárias avaliadas pelo patrimônio líquido, asoma algébrica: do valor do patrimônio líquido pelo qual o in-vestimento estiver registrado, ágio ou deságio na aquisição doinvestimento, corrigido monetariamente, provisão para perdas,quando dedutível, corrigida monetariamente;

II – no caso das aplicações em ouro não considerado ativofinanceiro, o valor de aquisição, corrigido monetariamente, diminuído daprovisão para ajuste ao valor de mercado, quando for o caso;

III – no caso dos demais bens e direitos do ativo permanente, o valorde aquisição, corrigido monetariamente até 31-12-95, pela UFIR dejaneiro de 1996, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ouexaustão acumulada;

IV – no caso de outros bens e direitos não-classificáveis no ativopermanente que estavam sujeitos à correção monetária, o valor deaquisição corrigido monetariamente até 31-12-95, pela UFIR de janeirode 1996.

NOTAA não-comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará a tributaçãointegral da receita.

4.3.6 – Lucro Inflacionário DiferidoA pessoa jurídica que optar pelo recolhimento do imposto de renda

pelo critério de Lucro Arbitrado deverá considerar realizado, em cadatrimestre, no mínimo 3/120 do lucro inflacionário diferido, corrigido até31-12-95, pela UFIR de janeiro de 1996, devendo, portanto, acrescer estevalor à base de cálculo.

NOTAS1ª – A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributadacom base no Lucro Real deverá adicionar à base de cálculo do imposto de rendacorrespondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado pelatributação com base no Lucro Arbitrado os saldos dos valores cuja tributação

Page 56: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

58

havia diferido, controlados na parte B do Livro de Apuração do Lucro Real –LALUR. Como exemplo podemos citar o lucro inflacionário diferido e o lucrodiferido relativo a negociações com órgãos públicos na proporção do valorfaturado e não recebido.Veja-se que, neste caso, em vez de incluir na base de cálculo 3/120 do lucroinflacionário, deverá a pessoa jurídica adicionar todo o valor controlado na parteB do LALUR.2ª – O cálculo deverá ser efetuado sobre o saldo existente em 31-12-95 (ADN28-COSIT – DOU de 30-09-99).3ª – A pessoa jurídica poderia optar por liquidar o saldo do lucro inflacionáriodiferido à alíquota de 10%, com base na MP 2.113-30, DOU de 27-04-2001.A opção deveria ser formalizada até 30 de junho de 2001, e a liquidação efe-tuada em até seis parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira em30-06-2001. O valor de cada parcela mensal, por ocasião do pagamento, seráacrescido de juros equivalentes à SELIC, acumulada mensalmente, calculadosa partir de 30-06-2001 até o mês anterior ao do pagamento, e de um por centorelativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. Na hipótesede pagamento parcelado, a opção seria manifestada mediante o pagamento daprimeira parcela. Neste caso o imposto é considerado definitivo, não podendoser compensado com o IRPJ devido. O cálculo deverá ser feito com base no saldoexistente em 31-12-95.

4.3.7 – Valores Não-Integrantes da Base de Cálculo

Não deverão ser incluídos na base de cálculo recuperações decréditos que não representem o ingresso de novas receitas, reversãodo saldo de provisões anteriormente constituídas, lucros e dividendosrecebidos lançados como receita e ganhos com equivalência patrimonial.

NOTAOs valores recuperados ou revertidos, correspondentes a custos, provisões edespesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão seradicionados ao lucro presumido para determinação do imposto de renda, salvose o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual setenha submetido ao regime de tributação com base no Lucro Real, ou que serefiram a período no qual se tenha submetido ao regime de tributação com baseno Lucro Presumido ou Arbitrado.

4.3.8 – Determinação do Imposto Devido

4.3.8.1 – Imposto de RendaO imposto de renda devido em cada trimestre será calculado me-

diante a aplicação da alíquota de 15%.

Page 57: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

59

4.3.8.2 – Adicional

A parcela da base de cálculo, apurada trimestralmente, que exce-der a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) multiplicado pelo número de me-ses (R$ 60.000,00 no caso de um trimestre completo) ficará sujeitaà incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de 10%.

4.3.9 – Deduções Diretas do IR Devido

Poderão ser deduzidos do imposto de renda devido, o IR-Fonte pagoou retido sobre as receitas que integrarem a base de cálculo, inclusive nocaso de rendimentos de aplicações financeiras e juros sobre o patrimôniolíquido.

Quando o IR-Fonte a compensar for maior do que o imposto derenda devido no trimestre, o excedente poderá ser compensado nostrimestres seguintes, acrescido de juros de acordo com a taxa da SELIC,acumulada a partir do primeiro dia do trimestre seguinte até o mêsanterior ao da compensação, e de 1% relativo ao mês da efetivacompensação.

4.3.10 – Distribuição de LucrosSerão considerados como isentos os lucros distribuídos pelas em-

presas tributadas pelo critério de Lucro Arbitrado, não havendo, por-tanto, tributação na fonte nem na declaração do beneficiário.

Para fins do cálculo da parcela de lucro isenta deverão ser dedu-zidos do Lucro Arbitrado o imposto de renda da pessoa jurídica,inclusive adicional, se devido, a contribuição social sobre o lucro, PIS eo COFINS.

4.3.10.1 – Definição de Lucro ArbitradoDe acordo com a Lei 9.430-96, art. 27, Lucro Arbitrado é o resul-

tante da seguinte soma algébrica:Receita de Vendas e/ou Receita de Prestação de Serviços(–) IPI, Descontos Incondicionais, Vendas Canceladas, Serviços

Cancelados, ICMS em Substituição Tributária.(=) Receita Bruta(×) Alíquota Aplicável (1,92% ou 9,6% ou 19,2% ou 38,4%)(=) Lucro Arbitrado Parcial

Page 58: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

60

(+) Demais Receitas e Ganhos(+) Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitos do

Ativo Permanente e Ouro Não-Financeiro(+) Variações Monetárias Ativas(+) Aplicações de Renda Fixa e Variável(+) Juros sobre o Patrimônio Líquido(=) Lucro Arbitrado

Na hipótese de a pessoa jurídica tributada pelo Lucro Arbitradooptar por manter escrituração contábil, a parcela de lucro apuradamediante a referida escrituração que exceder a apurada na forma acimadescrita poderá, também, ser distribuída livre de tributação.

Sob o aspecto tributário, a partir do ano-calendário de 1997, apessoa jurídica que optar pelo arbitramento do resultado poderádistribuir o lucro calculado da forma acima, após o encerramento dotrimestre

4.3.11 – Cálculo da Contribuição SocialPara fins de cálculo da contribuição social pelo critério do Lucro

Arbitrado, adotar os mesmos procedimentos citados para fins do LucroPresumido.

Page 59: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

61

CAPÍTULO II

VERIFICAÇÃO DAS CONTAS PATRIMONIAIS

1 – TRATAMENTO DOS VALORES PAGOSPOR ESTIMATIVA

Os valores recolhidos por estimativa, a título de imposto de renda econtribuição social, deverão ser registrados no ativo circulante ao longodo ano-calendário e não poderão ser atualizados, por expressa de-terminação da Lei 9.430, de dezembro de 1996. No encerramento doano-calendário, por ocasião do balanço anual, serão confrontados com ovalor efetivamente devido e transferidos para o passivo circulante, até olimite dos referidos valores. Caso o valor recolhido por estimativa sejamaior que o devido, a diferença permanecerá no ativo circulante para sercompensado ou restituído no ano-calendário seguinte, lembrando-se que acompensação poderá ser efetuada com o imposto ou contribuição social,respectivamente, a ser pago a partir da competência janeiro de 2002.

Caso o ajuste resulte em valor a pagar, o vencimento deverá ocorreraté o último dia útil do mês de março de 2002, ficando sujeito a juros apartir de fevereiro de 2002, conforme analisado no item 3.1.2.11 doCapítulo I.

1.1 – Juros Relativos à Compensação de ValoresRecolhidos a Maior por Estimativa

Segundo orientação constante na Pergunta nº 616, do serviço deperguntas e respostas da Secretaria da Receita Federal, o procedimentopara cálculo de juros sobre a sobra de estimativa a ser compensada, tantode Imposto de Renda quanto de Contribuição Social é a seguinte:

Page 60: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

62

1.1.1 – os valores pagos, nos vencimentos estipulados na legislaçãoespecífica, com base na receita bruta e acréscimos ou em balanço, oubalancete de suspensão ou redução, nos meses de janeiro a novembro queexcederem ao valor devido anualmente serão atualizados pelos jurosequivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação eCustódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, apartir de 1° janeiro do ano-calendário subseqüente àquele a que se referiro ajuste anual, até o mês anterior ao da compensação, e de 1% rela-tivamente ao mês da compensação que estiver sendo efetuada;

1.1.2 – o valor pago, no vencimento estipulado em legislaçãoespecífica, com base na receita bruta e acréscimos ou em balanço, oubalancete de suspensão ou redução, relativo ao mês de dezembro queexceder ao valor devido anualmente será acrescido dos juros equiva-lentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia –SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir de 1° defevereiro, até o mês anterior ao da compensação, e de 1% relativamenteao mês em que a compensação estiver sendo efetuada.

2 – IMPOSTO DE RENDA PAGO OU RETIDONA FONTE

2.1 – Imposto de Renda na Fonte sobreAplicações Financeiras

O imposto retido relativo a aplicações financeiras (renda fixa ouvariável) será compensável com o devido por ocasião do encerramentodo período-base (trimestral ou anual), ou, ainda, por ocasião do levan-tamento do balanço para fins de suspensão ou redução do imposto derenda. Será lançado no ativo circulante, não podendo ser atualizado.

Importante salientar que, no caso do recolhimento por estimativa,os rendimentos de aplicações financeiras poderão ser incluídos apenaspor ocasião do balanço anual ou de suspensão ou redução, de modo que,dessa forma, a compensação do IR-Fonte também será feita apenas noencerramento anual ou por ocasião dos balanços de suspensão ou redução.

2.2 – Imposto de Renda Retido na Fonte sobreDemais Receitas

O imposto de renda retido sobre receitas, tais como serviçosprestados a outras pessoas jurídicas, comissões e corretagens, e propa-

Page 61: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

63

ganda e publicidade, é compensável por ocasião da apuração do impostode renda recolhido por estimativa, por ocasião da apuração do LucroReal pelo critério de balanço anual, do balanço levantado para fins desuspensão ou redução do imposto de renda, e por ocasião da apuraçãodo imposto de renda pelo critério de Lucro Real trimestral.

Para tanto, deverá ser contabilizado no ativo circulante, não po-dendo ser atualizado.

3 – AVALIAÇÃO DE ESTOQUESSem dúvida alguma, o principal objetivo da correta avaliação de

estoques, em termos fiscais, é exatamente o reflexo causado na apuraçãodos resultados das pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real, peloCUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS OU CUSTO DAS MER-CADORIAS VENDIDAS, conforme o caso.

A pessoa jurídica que utiliza o critério de Lucro Real trimestraldeverá avaliar seus estoques trimestralmente e, se mantiver controlepermanente de estoques, poderá efetuar contagem física apenas em 31 dedezembro; caso contrário, deverá fazê-la trimestralmente.

A pessoa jurídica que levantar balanços ou balancetes para fins desuspensão ou redução do imposto de renda deverá obrigatoriamenteavaliar seus estoques por ocasião do referido balanço e, se mantivercontrole permanente de estoques, não estará obrigada a proceder àcontagem física antes de 31 de dezembro.

3.1 – Avaliação das Matérias-Primas e Mercadoriaspara Venda

A avaliação do estoque de mercadorias para revenda, maté-rias-primas, bem como materiais em almoxarifados, é baseada no custoda aquisição.

3.2 – Avaliação dos Produtos Prontos e em ElaboraçãoA empresa industrial que mantiver sistema de contabilidade de

custo integrado e coordenado com o restante da escrituração poderáutilizar os custos apurados contabilmente para avaliação dos estoques deprodutos acabados e em elaboração.

Page 62: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

64

3.2.1 – Sistema de Custo IntegradoConforme definido no PN 06-79, sistema de contabilidade de custo

integrado e coordenado com o restante da escrituração é aquele:I – apoiado em valores originados da escrituração contábil (ma-

téria-prima, mão-de-obra direta e gastos gerais de fabricação);II – que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do

valor dos estoques de matérias-primas e de outros materiais, produtos emelaboração e produtos acabados;

III – apoiado em livros auxiliares, ou fichas, ou formulários con-tínuos, ou mapas de apropriação ou rateio, tidos em boa guarda e deregistro coincidentes com aqueles constantes na escrituração principal;

IV – que permite avaliar os estoques existentes na data de en-cerramento do período-base de apropriação de resultados segundo oscustos efetivamente incorridos.

3.3 – Formação do Custo de AquisiçãoO custo de aquisição de matérias-primas utilizadas nas indústrias,

bem como das mercadorias destinadas à revenda pelas empresascomerciais, compreende, além do preço pago ao fornecedor, também asdespesas de transporte e seguro até a entrega dos bens no estabelecimentodo adquirente, e os impostos não-recuperáveis devidos na aquisição ouimportação.

3.3.1 – ImportaçãoO custo de aquisição de mercadorias ou matérias-primas impor-

tadas compreende, além do valor de operação cambial, frete, seguro eimpostos não-recuperáveis, todos os demais gastos decorrentes daimportação, incluindo-se, por exemplo, desde a taxa de importação (paraobtenção da guia de importação) até os honorários do despachanteaduaneiro.

3.4 – Critérios de Avaliação de EstoquesO estoque final, existente no encerramento do período-base (mensal

ou anual), deverá ser avaliado com base:1º – em registro permanente de estoque, mediante adoção:a) do custo médio ponderado; oub) do custo de aquisições mais recentes (PEPS ou FIFO); ou

Page 63: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

65

2º – em inventário físico avaliado ao custo das aquisições maisrecentes.

A partir do período-base de 1989, passou a ser admitida a avaliaçãode estoques com base no preço de venda, subtraída da margem de lucro,desde que da avaliação por este critério não resulte diferença em relaçãoà avaliação efetuada pelos critérios supra-referidos, cabendo à autori-dade fiscal provar eventual diferença (Lei 7.959-89, art. 2º).

NOTANão é admitida, para fins fiscais, a utilização do método conhecido como EUPS(ou LIFO, em inglês) – último que entra, primeiro que sai.

3.5 – Inexistência do Registro Permanente de EstoquesPara que possamos avaliar corretamente nossos estoques, devemos

adotar um registro permanente, que pode ser elaborado em livros, fichas(Kardex) ou em formulários contínuos emitidos por processamentoeletrônico de dados, cujos modelos são de livre escolha da empresa (PNCST 6-79), utilizando-se, evidentemente, um dos métodos autorizadospela legislação, conforme mencionado acima.

Não possuindo a empresa tais registros, não poderá avaliar seusestoques com base nos critérios referidos, adotando, então, os seguintesprocedimentos:

1º – Matérias-Primas, Mercadorias para Revenda e Materiais emAlmoxarifado

Será efetuado o inventário físico do estoque existente no final decada período de apuração, e as quantidades encontradas serão avaliadasaos preços unitários praticados nas compras mais recentes, constantesnas notas fiscais, deduzindo os impostos recuperáveis.

2º – Produtos Prontos e em ElaboraçãoSe a empresa industrial não mantiver sistema de contabilidade de

custos ou o sistema não possuir os requisitos para ser considerado comointegrado e coordenado com o restante da escrituração, os estoquesexistentes no final do período de apuração deverão ser avaliados(ARBITRADOS), obrigatoriamente, da seguinte forma:

a) produtos acabados: em 70% do maior preço de venda verificadono período-base, sem inclusão do IPI, mas com ICMS incluso(PN CST 14-81);

Page 64: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

66

b) os produtos em elaboração:b.1) por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas ad-

quiridas no período-base, excluídos os impostos recuperá-veis (PN CST 14-81); ou

b.2) em 80% do valor dos produtos acabados, determinados deacordo com a letra a, supra.

3.6 – Produtos RuraisOs estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos poderão ser

avaliados aos preços correntes no mercado, conforme as práticas usuaisde cada tipo de atividade. Esta faculdade aplica-se, também, aos comer-ciantes e industriais (PN CST 5-86).

3.7 – Quebras ou Perdas de EstoquesTambém integra o custo dos bens ou serviços o valor:I – das quebras e perdas razoáveis, de acordo com a natureza do

bem e da atividade, ocorridas na fabricação, no transporte e manuseio;II – das quebras ou perdas de estoques por deterioração e obso-

lescência ou pela ocorrência de riscos não cobertos por seguros, desdeque comprovadas:

a) por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de seguran-ça, que especifique e identifique as quantidades destruídas ouinutilizadas e as razões da providência;

b) por certificado de autoridades competentes nos casos de incên-dios, inundações ou outros eventos semelhantes;

c) mediante laudo de autoridade fiscal chamada a certificar a des-truição de bens obsoletos, invendáveis ou danificados, quandonão houver valor residual apurável.

3.8 – Bens de Consumo EventualA aquisição de bens de consumo eventual cujo valor não exceda a

5% do valor do custo total dos produtos vendidos no período anteriorpoderá ser registrada diretamente como custo.

3.9 – Livro-Registro de InventárioO livro em questão destina-se a arrolar, com especificações que

facilitem a sua identificação, as mercadorias, os produtos manufatu-

Page 65: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

67

rados, as matérias-primas, os produtos em elaboração e os bens emalmoxarifado existentes na data do balanço patrimonial.

3.9.1 – Prazo para Autenticação e EscrituraçãoDe acordo com o atual Regulamento do Imposto de Renda, em seu

art. 260, § 2º, o livro-registro de inventário ou fichas que o substituíremdeverão ser registrados e autenticados no Departamento Nacional deRegistro do Comércio, ou pelas Juntas Comerciais, ou por repartiçõesencarregadas do registro do comércio.

No caso das sociedades civis, esta autenticação deverá ser efetuadano Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou pelo Cartório deRegistro de Títulos e Documentos.

Por sua vez, a IN SRF 56-92 determinou que a pessoa jurídica comapuração de Lucro Real mensal está obrigada a legalizar, ou seja, es-criturar e autenticar o livro de registro de inventário até a data marcadapara pagamento do imposto do mês em questão. Com os atuais ven-cimentos, significa dizer que deverão estar legalizados os livros de inven-tário até o último dia útil do mês seguinte ao do encerramento do tri-mestre, no caso de apuração trimestral. Diz, ainda, a referida InstruçãoNormativa que o não-cumprimento das normas retromencionadas sujei-tará a pessoa jurídica ao arbitramento do resultado.

Quanto às pessoas jurídicas que optaram por apurar o imposto derenda de forma anual, estas terão até a data tempestiva da entrega dadeclaração para autenticar o livro em questão.

4 – INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOSSegundo dispõe o PN CST 108-78, em seu subitem 7, deverão ser

classificadas no ativo permanente investimentos todas as participaçõesem outras sociedades e direitos de qualquer natureza não-classificáveisno ativo circulante e que não se destinem à manutenção da atividade daempresa. Portanto, havendo intenção da empresa em alienar o investi-mento, este não terá caráter de permanência, sendo, então, classifica-do no ativo circulante. Todavia, se ele não for alienado até o final doano-calendário seguinte àquele em que tiver sido adquirido, seu valordeverá ser transferido para o ativo permanente investimentos.

Tratando-se de participações em coligadas ou controladas, devemser classificadas sempre no permanente, pois, segundo a legislação, éevidente, nesses casos, a intenção de permanência.

Page 66: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

68

5 – APLICAÇÃO EM INCENTIVOS FISCAIS– FINOR, FINAM E FUNRES

As pessoas jurídicas submetidas ao regime de tributação com baseno Lucro Real poderão destinar parcela do imposto devido para aplica-ção nos fundos de investimentos regionais – FINOR, FINAM e FUNRES.

No caso da apuração trimestral do Lucro Real, o pagamento daparcela correspondente ao incentivo será efetuado, trimestralmente, pormeio do DARF, em separado, com indicação, no campo próprio, dosseguintes códigos:

a) FINOR – 1800;b) FINAM –1825;c) FUNRES – 1838.As pessoas jurídicas que tenham optado pelo recolhimento por

estimativa podem destinar parcela do imposto devido para aplicação nosreferidos fundos. O pagamento da parcela correspondente ao incentivoserá efetuado, mensalmente, por meio do DARF, em separado, comindicação, no campo próprio, dos seguintes códigos:

a) FINOR – 6677;b) FINAM – 6692;c) FUNRES – 6704.Haverá redução gradativa do percentual máximo a ser aplicado

sobre a base de cálculo. A partir de 1º de janeiro de 2014, estes benefíciosestarão extintos. Como dito antes, a redução será gradativa. Inicialmente,de 1º de janeiro de 1998 a 31 de dezembro de 2003, o máximo a seraplicado (FINOR+FINAM+FUNRES) não poderá ultrapassar a 30%da base de cálculo. Até 31-12-97, o limite era de 40%.

Quanto ao limite máximo dos incentivos do FINOR + FINAM, queera de 24% até 31-12-97, também sofrerá uma redução gradual até o anode 2013, e serão extintos a partir do ano de 2014. Inicialmente, de01-01-98 a 31-12-2003, o limite máximo de aplicação conjunto destesdois incentivos será de 18%.

Diferentemente do que determinou o Decreto nº 2.259-97, a Leinº 9.532-97 não exige, no caso de recolhimento por estimativa, quenecessariamente a empresa optante deva ter projetos próprios.

Concluindo: todos os incentivos em análise foram reduzidos em25% de 1998 a 2003, em 50% de 2004 a 2008 e em 75% de 2009 a 2013,sendo totalmente extintos a partir do ano de 2014.

Page 67: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

69

De acordo com os antigos PNs 108-78 e 48-79, os depósitos des-tinados a aplicações nos fundos de investimentos regionais – FINOR,FINAM e FUNRES – poderiam, por opção do contribuinte, ser classi-ficados no ativo circulante ou no ativo permanente.

A vantagem de lançar esses valores no ativo circulante era a de seevitar a correção monetária de balanço, quando esta existia, porém, me-diante AD(N) CGST 48-94, foi determinado que estes valores, mesmoquando lançados no ativo circulante, deveriam ser corrigidos desde a suaorigem. Por fim, a IN SRF 51-95 determina que a contabilização deveráser feita diretamente no ativo permanente – investimentos.

6 – CONSTRUÇÕES E BENFEITORIAS EMIMÓVEIS DE TERCEIROS

Classificam-se nesta conta as construções em terrenos arrendadosde terceiros e as instalações e outras benfeitorias em prédios e edifíciosalugados, sejam de uso administrativo ou de produção.

Somente se incluem aqui os gastos com as construções e instalaçõesque se incorporam ao imóvel arrendado e revertem ao proprietário aofinal da locação. Sua amortização deve ser feita em função de sua vidaútil estimada ou no período de arrendamento ou locação contratual, dosdois o menor.

Tem havido diversidade de critério quanto à classificação dessaconta, já que algumas empresas a têm classificado como um ativodiferido, em vez de imobilizado. Todavia, trata-se de bens efetivos e quese destinam à atividade objeto da empresa, devendo ser computados noimobilizado.

Essas contas, no caso de uma indústria, devem estar subdivididaspara mostrar a parte do imobilizado cuja depreciação, amortização ouexaustão se transformará em custo do produto, e a parte a se transformardiretamente em despesa.

Devemos considerar ainda, os seguintes fatores, quanto ao trata-mento contábil deste grupo de contas:

a) Quando há direito de indenizaçãoCaso o contrato de locação contenha cláusula determinando inde-

nização dos gastos efetuados, tais desembolsos deverão ser classificadosno ativo circulante ou realizável a longo prazo, e nunca no imobilizado.

Page 68: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

70

b) Quando não há direito à indenizaçãoNestes casos, a contabilização será efetuada no imobilizado, e o

gasto será amortizado de acordo com o explanado acima, em função davida útil ou do prazo da locação, dos dois o menor.

c) Benfeitorias em imóveis de sócios, acionistas, dirigentes eparticipantes nos lucros, ou respectivos parentes ou dependentes

Conforme consta no Parecer Normativo CST 869-71, não é cabívelamortização nas benfeitorias feitas nos imóveis das pessoas retrocitadas.Poderá, entretanto, ser calculada e contabilizada a depreciação peloprazo de vida útil normal do bem.

7 – DESPESAS PRÉ-OPERACIONAIS EPRÉ-INDUSTRIAIS

Referem-se a gastos incorridos antes de a empresa entrar emfuncionamento (pré-operacionais), bem como durante a ampliação doparque industrial, implantação da linha de produção de novos produ-tos, gastos com pesquisas para o desenvolvimento de novos produtos(pré-industriais), por exemplo.

Estas despesas serão classificadas no ativo permanente diferido,pelo fato de contribuírem para a formação do resultado de mais de umexercício.

Com relação a uma análise voltada a procedimentos fiscais, temosa fazer as seguintes observações:

a) no período que anteceder o início das operações sociais ou a im-plantação do empreendimento inicial, não se aplicará o percen-tual mínimo de realização do lucro inflacionário, se não houveroutra realização no ativo permanente (AD(N) CST 20-88);

b) a taxa anual de amortização será fixada tendo em vista (art. 326do RIR/99):I – o número de anos restantes de existência do direito;II – o número de períodos-base em que deverão ser usufruídos osbenefícios decorrentes das empresas registradas no ativo diferido;

NOTAO prazo de amortização não poderá ser inferior a 5 anos (parágrafo único doreferido artigo).

Page 69: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

71

c) registro contábil e tributação – a soma algébrica das despesas ereceitas financeiras e variações monetárias ativas e passivas teráo seguinte tratamento:c.1) se devedor, será acrescido ao saldo da conta de gastos a

amortizar do ativo permanente diferido;c.2) se credor, será diminuído do total das despesas pré-opera-

cionais incorridas no próprio período-base. Caso o resulta-do final do período-base seja devedor, será acrescido aosaldo da conta de gastos a amortizar no ativo permanentediferido, e, se for credor, será considerado lucro e tributadonormalmente.

NOTAS1a – As transações não-operacionais realizadas na fase pré-operacional oupré-industrial deverão ter seus resultados, positivos ou negativos, apurados nopróprio período-base, para fins de Lucro Real (PN CST 110-75). Dessa forma,se a empresa alienar algum bem do ativo permanente, deverá apurar o resultadoe, havendo ganho, tributá-lo normalmente.2a – As despesas não-dedutíveis deverão ser escrituradas em contas específicas,e, quando posteriormente amortizadas e levadas a resultado, deverão ser adicio-nadas para fins de Lucro Real (PN CST 110-95).

8 – GASTOS COM REFORMAS E AQUISIÇÃO DEPARTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO

8.1 – Gastos com Aquisição de Peças de Reposição

O Parecer Normativo CST 02-84 nos orienta no sentido de que osgastos com aquisição de peças de reposição deverão ser registrados comoativo imobilizado, quando sua vida útil for superior a um ano.

8.2 – Gastos com Reformas e Substituição de Partese Peças de Reposição

Este ponto é um dos mais polêmicos em se tratando da suainterpretação, e não raras vezes tem sido objeto de autuação por partedo fisco. Autuações estas que seguidamente são rejeitadas pelo Conselhode Contribuintes.

Page 70: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

72

8.2.1 – O Que Determina a Legislação

a) Se a reforma ou substituição de partes e peças resultar em au-mento de vida útil superior a 12 meses, deverá o gasto ser imobilizado; ou

b) não havendo aumento da vida útil do bem em mais de 12 meses,poderá o gasto ser lançado diretamente como despesa ou custo, inde-pendentemente de qualquer outro fator.

Lembra-se, ainda, que, se o valor não for superior a R$ 326,62, nãonecessita ser imobilizado.

8.2.2 – Como Baixar a Peça ou Partes queEstão Sendo Substituídas

Um dos problemas enfrentados em relação ao assunto em questão éo valor a ser atribuído ao que está sendo substituído. Ora, se devemosimobilizar o que foi gasto, é justo que pensemos em levar para resultadoo valor do bem que está sendo substituído.

A partir da vigência do PN CST 22-87, o fisco solucionou o pro-blema da seguinte forma:

a) aplicar-se-á o percentual de depreciação correspondente à partenão depreciada do bem sobre os custos de substituição das par-tes e peças;

b) apurar-se-á a diferença entre o total dos custos de substituição eo valor determinado conforme a letra a;

c) escriturar-se-á o valor de a a débito de contas de resultado;d) escriturar-se-á o valor de b a débito da conta do ativo imobiliza-

do que registre o bem, o qual terá seu novo valor.

Exemplo

Um veículo cujo motor foi substituído, nas seguintes condições:

R$ %Custo de Aquisição Corrigido 10.000,00Depreciação Acumul. Corrigida 4.000,00 40

(–) Parcela Não Depreciada 6.000,00 60

Gasto com aquisição do motor 1.000,00

Page 71: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

73

Aplicando-se a fórmula:a) 60% × 1.000,00 = R$ 600,00b) 40% × 1.000,00 = R$ 400,00c) Contabilizar no Resultado: R$ 600,00d) Contabilizar no Imobilizado: R$ 400,00

Conclusões finais: Pela aplicação da fórmula, conclui-se que o queserá imobilizado é o valor proporcional à parcela já depreciada, e que,no caso de o bem já estar totalmente depreciado, todo o gasto será imo-bilizado, exceto se for de pequeno valor, como visto anteriormente, ou senão aumentar a vida útil do bem em mais de 12 meses.

9 – BENS DE PEQUENO VALOROs bens adquiridos cujo valor de aquisição não exceda a R$ 326,62,

independente do tempo de vida útil, poderão ser lançados como custo oudespesa.

10 – BENS COM VIDA ÚTIL INFERIOR A 12 MESESOs bens cuja vida útil seja inferior a 12 meses também poderão ser

lançados como despesa ou custo, mesmo que seu valor de aquisição sejaelevado.

11 – IMPOSTOS PAGOS NA AQUISIÇÃO DEBENS PARA O IMOBILIZADO

De acordo com a IN 51-95, art. 21, § 5º, os impostos pagos pelapessoa jurídica na aquisição de bens do ativo permanente poderão, a seucritério, ser registrados como custo de aquisição (contabilizados no ativopermanente), ou deduzidos como despesa operacional, exceto os deimportação de bens, que deverão ser ativados.

12 – JUROS SOBRE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕESA RECUPERAR

O contribuinte poderá calcular juros sobre impostos ou contri-buições pagos indevidamente ou a maior, a partir do mês seguinte ao desua ocorrência, com base na taxa SELIC acumulada até o mês anteriorao da compensação, e de 1% no mês da própria compensação.

Page 72: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

74

13 – EMPRÉSTIMOS DE MÚTUO – JUROSDe acordo com a IN nº 7, DOU de 05-02-99, normatizando a Lei

nº 9.779-99, há incidência de IR-Fonte sobre os rendimentos de ope-rações de mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entrepessoa jurídica e pessoa física, abrangendo, inclusive, o caso de em-presas controladoras e controladas, coligadas e interligadas.

Uma vez que a legislação passa a equiparar tais operações aaplicações financeiras de renda fixa, a alíquota será de 20% sobre orendimento pago ou creditado.

O responsável pela retenção e recolhimento é a pessoa jurídica:a) mutuante, quando o mutuário for pessoa física;b) mutuária, nos demais casos.O imposto deverá ser recolhido até o terceiro dia útil da semana

seguinte à da retenção.

Page 73: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

75

CAPÍTULO III

VERIFICAÇÃO DAS CONTAS DE RESULTADO

Os procedimentos a seguir descritos aplicam-se a todas as hipótesesde apurações do Lucro Real (seja ele trimestral, anual, ou balanços parafins de suspensão ou redução), abrangendo Imposto de Renda e Con-tribuição Social.

1 – PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITO

1.1 – DedutibilidadeAs perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da

pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinaçãodo Lucro Real, observado o que se comenta a seguir.

Poderão ser registrados como perda os créditos:I – em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência

do devedor, em sentença emanada do Poder Judiciário;II – sem garantia, de valor:a) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por operação, vencidos há mais

de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentosjudiciais para o seu recebimento;

b) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trintamil reais) por operação, vencidos a mais de um ano, independen-temente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu rece-bimento, mantida, porém, a cobrança administrativa;

c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais deum ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judi-ciais para o seu recebimento;

Page 74: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

76

III – com garantia, vencidos a mais de dois anos, desde queiniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento,ou arresto das garantias;

IV – contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declaradaconcordatária, relativamente à parcela que exceder o valor que esta setenha comprometido a pagar. A parcela do crédito cujo compromisso depagar não houver sido honrado pela empresa concordatária poderá, tam-bém, ser deduzida como perda, observadas as condições previstas acima.

No caso de contrato de crédito em que o não-pagamento de uma oumais parcelas implique o vencimento automático de todas as demaisparcelas vincendas, os limites a que se referem as alíneas a e b do incisoII acima serão considerados em relação ao total dos créditos, poroperação, com o mesmo devedor.

Para os fins desta Lei, considera-se crédito garantido o provenientede vendas com reservas de domínio, de alienação fiduciária em garantiaou de operações com outras garantias reais.

No caso de crédito com empresa em processo falimentar ou deconcordata, a dedução da perda será admitida a partir da data dadecretação da falência ou da concessão da concordata, desde que acredora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários aorecebimento do crédito.

Não será admitida a dedução de perda no recebimento de créditoscom pessoa jurídica que seja controladora, controlada, coligada ouinterligada, bem como com pessoa física que seja acionista controlador,sócio, titular ou administrador da pessoa jurídica credora, ou parente atéo terceiro grau dessas pessoas físicas.

NOTASA IN SRF nº 93, publicada no DOU em 29-12-97, em seu artigo 24, define otermo OPERAÇÃO da seguinte forma:I – No caso das empresas mercantis, a operação será caracterizada pela emissãoda fatura, mesmo que esta englobe mais de uma nota fiscal. Conclui-se, portanto,que, se não for emitida fatura, não poderá a pessoa jurídica usufruir do presentebenefício. Salienta-se, ainda, que é obrigatória a emissão da fatura de vendamercantil sempre que o prazo previsto para pagamento for igual ou superior a30 dias (Lei nº 5.474-68). Evidentemente, nada impede que seja emitida faturapara operações em prazo menor. A título de curiosidade, a emissão da duplicatanão é obrigatório por lei, embora constitua um importante instrumento decobrança.II – No caso das empresas prestadoras de serviços, o valor pactuado, mesmo queo pagamento seja parcelado.

Page 75: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

77

1.2 – Registro Contábil das PerdasOs registros contábeis das perdas admitidas na Lei 9.430-97 serão

efetuados a débito de conta de resultado e a crédito:I – de conta do ativo que registre o crédito, no caso de este estar

vencido há mais de seis meses e não ser superior a R$ 5.000,00;II – de conta redutora do crédito, nos demais casos citados acima.Os valores registrados na conta redutora do crédito, referida acima,

poderão ser baixados definitivamente em contrapartida à conta queregistre o crédito, a partir do período de apuração em que se completarem cinco anos do vencimento do crédito sem que este tenha sido liqui-dado pelo devedor.

Ocorrendo a desistência da cobrança pela via judicial antes dedecorridos cinco anos do vencimento do crédito, a perda eventualmenteregistrada deverá ser estornada ou adicionada ao lucro líquido, paradeterminação do lucro real correspondente ao período de apuração emque se der a desistência, exceto no caso de créditos sem garantia, atéR$ 5.000,00, vencidos há mais de seis meses, e até R$ 30.000,00,vencidos há mais de um ano, pois para estes casos não há necessidade decobrança judicial.

Na hipótese do parágrafo anterior, o imposto será consideradocomo postergado desde o período de apuração em que tenha sido reco-nhecida a perda.

Se a solução da cobrança se der em virtude de acordo homologadopor sentença judicial, o valor da perda a ser estornado ou adicionado aolucro líquido para determinação do lucro real será igual à soma daquantia recebida com o saldo a receber renegociado, não sendo aplicávelo disposto no parágrafo anterior.

1.3 – Encargos Financeiros de Créditos VencidosApós dois meses de vencimento do crédito sem que tenha havido o

seu recebimento, a pessoa jurídica credora poderá excluir do lucrolíquido, para determinação do Lucro Real, o valor dos encargos finan-ceiros incidentes sobre o crédito, contabilizado como receita, auferido apartir do prazo definido neste artigo.

Ressalvadas as hipóteses dos créditos vencidos cujo valor nãoexceda a R$ 30.000,00, o disposto neste subitem somente se aplica

Page 76: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

78

quando a pessoa jurídica houver tomado as providências de caráterjudicial necessárias ao recebimento do crédito.

Os valores excluídos deverão ser adicionados no período de apu-ração em que, para os fins legais, se tornarem disponíveis para a pessoajurídica credora ou em que for reconhecida a respectiva perda.

A partir da citação inicial para pagamento do débito, a pessoajurídica devedora deverá adicionar ao lucro líquido, para determinaçãodo Lucro Real, os encargos incidentes sobre o débito vencido e não-pagoque tenham sido deduzidos como despesa ou custo, incorridos a partirdaquela data.

Os valores adicionados a que se refere o parágrafo anterior poderãoser excluídos do lucro líquido, para determinação do lucro real, noperíodo de apuração em que ocorra a quitação do débito por qualquerforma.

1.4 – Créditos RecuperadosDeverá ser computado na determinação do Lucro Real o montante

dos créditos deduzidos que tenham sido recuperados, em qualquer épocaou a qualquer título, inclusive nos casos de novação da dívida ou doarresto dos bens recebidos em garantia real.

Os bens recebidos a título de quitação do débito serão escrituradospelo valor do crédito ou avaliados pelo valor definido na decisão judicialque tenha determinado sua incorporação ao patrimônio do credor.

2 – NEGOCIAÇÕES COM ÓRGÃOS PÚBLICOS2.1 – Retenção de Tributos e ContribuiçõesOs pagamentos efetuados por órgãos, autarquias e fundações da

administração pública federal a pessoas jurídicas, pelo fornecimento debens ou prestação de serviços, estão sujeitos à incidência, na fonte, doimposto sobre a renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, dacontribuição para seguridade social – COFINS e da contribuição para oPIS/PASEP (IN SRF nº 23 – DOU de 08-03-2001).

A obrigação pela retenção é do órgão ou entidade que efetuar opagamento.

O valor retido, correspondente a cada tributo ou contribuição, serálevado a crédito da respectiva conta de receita da União.

Page 77: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

79

O valor do imposto e das contribuições sociais retido será con-siderado como antecipação do que for devido pelo contribuinte emrelação ao mesmo imposto e às mesmas contribuições.

O valor retido correspondente ao imposto de renda e a cadacontribuição social somente poderá ser compensado com o que fordevido em relação à mesma espécie de imposto ou contribuição.

O imposto de renda a ser retido será determinado mediante aaplicação da alíquota de quinze por cento sobre o resultado da multi-plicação do valor a ser pago pelo percentual utilizado para o cálculo porestimativa – 1,6% ou 8% ou 16% ou 32%, conforme a atividade –aplicável à espécie de receita correspondente ao tipo do bem fornecidoou do serviço prestado.

O valor da contribuição social sobre o lucro líquido, a ser retido,será determinado mediante a aplicação da alíquota de um por cento sobreo montante a ser pago.

O valor da contribuição para a seguridade social – COFINS, a serretido, será determinado mediante a aplicação da alíquota de três porcento sobre o montante a ser pago.

O valor da contribuição para o PIS/PASEP, a ser retido, serádeterminado mediante a aplicação da alíquota respectiva (0,65% para asempresas em geral) sobre o montante a ser pago.

O Banco do Brasil S. A. deverá reter, no ato do pagamento oucrédito, a contribuição para o PIS/PASEP incidente nas transferênciasvoluntárias da União para suas autarquias e fundações e para os Estados,Distrito Federal e Municípios, suas autarquias e fundações.

2.2 – Diferimento da TributaçãoNos casos de contratos de construção por empreitada ou de

fornecimento, a preço predeterminado, de bens e serviços, celebradoscom pessoa jurídica de direito público, ou empresa sob seu controle,empresa pública, sociedade de economia mista ou subsidiária, éfacultado ao contribuinte diferir a tributação do lucro até sua realização,observando, para tanto, os seguintes procedimentos:

I – poderá ser excluída do Lucro Líquido do período-base, paraefeito de determinação do Lucro Real e da Contribuição Social, parcelado lucro da empreitada ou fornecimento computado no resultado doperíodo-base, proporcional à receita dessas operações consideradas

Page 78: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

80

nesse resultado e não recebida até a data do balanço de encerramento domesmo período-base;

II – a parte excluída na forma acima deverá ser controlada na ParteB do LALUR e será adicionada no período-base em que a receita forrecebida.

3 – RETIRADAS DE PRÓ-LABOREA partir de janeiro de 1997, não há mais limites para dedutibilidade

dos pró-labores pagos ou creditados a administradores. Portanto, todoo valor pago será considerado como dedutível. Entretanto, a IN SRFnº 93-97, de dezembro-97, vincula a dedutibilidade do pró-labore ao fatode a remuneração ser predeterminada, mensal e fixa.

3.1 – Rendimentos IndiretosA partir de 1º-01-92, passaram a integrar a remuneração paga aos

sócios e administradores os valores referentes (art. 74, Lei 8.383-91):I – à contraprestação de arrendamento mercantil ou aluguel, ou,

quando for o caso, os respectivos encargos de depreciação:a) de veículo utilizado no transporte de administradores, diretores,

gerentes e seus assessores ou de terceiros em relação à pessoajurídica, cedidos gratuitamente;

b) de imóvel cedido gratuitamente para uso de qualquer pessoa den-tre as referidas na alínea precedente;

II – as despesas com benefícios e vantagens concedidos pelaempresa a administradores, diretores, gerentes e seus assessores, pagosdiretamente ou mediante contratação de terceiros, tais como:

a) aquisição de alimento ou quaisquer outros bens para utilizaçãopelo beneficiário fora do estabelecimento da empresa;

b) os pagamentos relativos a clubes e assemelhados;c) o salário e respectivos encargos sociais de empregados postos à

disposição ou cedidos, pela empresa, a administradores, direto-res, gerentes e seus assessores ou de terceiros;

d) a conservação, o custeio e a manutenção dos bens referidos noitem I;

III – quaisquer outros benefícios que possam caracterizar ren-dimentos indiretos.

Page 79: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

81

3.1.1 – Tratamento Fiscal

a) Na Pessoa Jurídicaa.1) Sócios, Dirigentes e Administradores: serão considerados

como despesa dedutível.a.2) Gerentes ou Assessores (Não-Dirigentes): serão conside-

rados dedutíveis.b) Na Pessoa FísicaO rendimento indireto será acrescido à remuneração para fins de

retenção na fonte e será tributável na declaração de ajuste, sendo queo imposto retido na fonte será compensável por ocasião da citadadeclaração.

3.1.2 – Quando Não Atribuído ao Beneficiário

A pessoa jurídica poderá optar por não onerar a pessoa física,assumindo, assim, o ônus do imposto, que será tributado exclusivamentena fonte à alíquota de 33% até 31-12-94, e 35% a partir de 1º-01-95.

Nesta situação, a despesa será dedutível na pessoa jurídica, acres-cida do IR-Fonte, desde que os beneficiários sejam identificados. Napessoa física, não será atribuído rendimento para efeito de tributação nafonte ou na declaração anual de rendimentos.

4 – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO –INDEDUTIBILIDADE

A partir de 1º-01-97, a Contribuição Social sobre o Lucro não serámais dedutível para fins dela própria e do Lucro Real. O valor conta-bilizado a este título deverá ser adicionado, portanto.

5 – GRATIFICAÇÕES A EMPREGADOS

A partir de janeiro de 1997, os valores efetivamente pagos a títulode gratificação aos empregados passam a ser totalmente dedutíveis, semlimitação de valor.

Importante salientar que a provisão para gratificação de empre-gados continua sendo indedutível.

Page 80: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

82

6 – COMPENSAÇÃO DOS PREJUÍZOS FISCAISA compensação dos prejuízos fiscais continua limitada a 30% do

Lucro Real apurado no período-base (mensal ou anual), e poderão sercompensados os prejuízos fiscais apurados do ano-base de 1991 emdiante, sem prazo de prescrição.

Exemplo:Supondo-se que determinada pessoa jurídica tenha prejuízos fiscais

controlados na Parte B do LALUR, gerados nos anos-calendário de 1991até 2000, no valor de R$ 50.000,00, e que esta mesma pessoa jurídicatenha apurado, no primeiro trimestre de 1999, Lucro Real, antes dacompensação dos prejuízos fiscais, no valor de R$ 10.000,00.

Logo:Compensação máxima permitida: 10.000,00 × 30% = R$ 3.000,00Lucro tributável: R$ 10.000,00 (–) R$ 3.000,00 = R$ 7.000,00

Conclusão: Embora possua prejuízo fiscal compensável, maior queo Lucro Real apurado, a pessoa jurídica deverá pagar Imposto de Rendasobre 70% do referido Lucro Real.

NOTAOs saldos dos prejuízos fiscais apurados do período-base de 1991 em diantepoderão ser compensados, sem prazo de prescrição.

6.1 – Empresas Titulares de Programas BEFIEXOs prejuízos fiscais apurados pelas empresas em questão, cujo

programa tenha sido aprovado até 03-06-93, poderão ser compensadoscom Lucro Real determinado nos seis anos-calendário subseqüentes,independentemente da distribuição de lucros ou dividendos a seus sóciosou acionistas e SEM A LIMITAÇÃO DE 30%.

6.2 – Prejuízos Fiscais da Atividade RuralOs prejuízos fiscais da atividade rural continuam sendo compensá-

veis normalmente com o Lucro Real da própria atividade, em até 100%.Entretanto, existe a possibilidade de compensar os prejuízos fiscais

das atividades rurais, com os lucros de outras atividades, conforme segue(IN SRF nº 39-96):

Page 81: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

83

– o prejuízo fiscal da atividade rural apurado no período-base po-derá ser compensado com o Lucro Real das demais atividades,apurado no mesmo período-base, sem limite; e

– o prejuízo fiscal da atividade rural poderá ser compensado como Lucro Real das demais atividades, apurado em períodos-basediferentes, mas com a limitação de 30%.

Embora não conste oficialmente na legislação, por meio de orienta-ções constantes no MAJUR a Receita Federal tem permitido que oprejuízo fiscal das demais atividades possa ser compensado com LucroReal da atividade rural apurado no mesmo período-base, sem a limitaçãode 30%.

7 – PREJUÍZOS NÃO-OPERACIONAISOs prejuízos não-operacionais apurados a partir de 1º-01-96

somente poderão ser compensados com lucros de mesma natureza,observados os seguintes procedimentos:

7.1 – consideram-se não-operacionais os resultados decorrentes daalienação de bens ou direitos do ativo permanente;

7.2 – no período-base de ocorrência, os resultados não opera-cionais, positivos ou negativos, integrarão o Lucro Real;

7.3 – a separação em prejuízos não-operacionais e em prejuízos dasdemais atividades somente será exigida se, no período, forem verificados,cumulativamente, resultados não-operacionais negativos e prejuízofiscal, e, uma vez verificada essa hipótese, a pessoa jurídica deverácomparar o prejuízo não-operacional com o prejuízo fiscal, observado oseguinte:

7.3.1 – se o prejuízo fiscal for maior, todo o resultado não-opera-cional negativo será considerado prejuízo fiscal não-operacional, e aparcela excedente será considerada prejuízo fiscal das demais ati-vidades;

7.3.2 – se todo o resultado não-operacional negativo for maior ouigual ao prejuízo fiscal, todo o prejuízo fiscal será considerado não-ope-racional;

7.4 – os prejuízos fiscais, operacionais e não-operacionais, deverãoser controlados em folhas distintas, na Parte B do LALUR;

Page 82: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

84

7.5 – o valor do prejuízo fiscal não-operacional a ser compensadoem cada período-base subseqüente não poderá exceder o total dosresultados não-operacionais positivos apurados no período da compen-sação;

7.6 – a soma dos prejuízos operacionais e não-operacionais a sercompensada não poderá exceder o limite de 30% do Lucro Real doperíodo da compensação;

7.7 – no período-base em que for apurado resultado não-ope-racional positivo, todo o seu valor poderá ser utilizado para compensarprejuízos não-operacionais de períodos anteriores, ainda que a parcelado Lucro Real admitida para a compensação não seja suficiente ou quetenha sido apurado prejuízo fiscal. Neste caso, a parcela de prejuízosfiscais não-operacionais compensada com lucros não-operacionais quenão puder ser compensada com o Lucro Real, seja em virtude da limi-tação dos 30% ou de ter ocorrido prejuízo fiscal no período, passará aser considerada prejuízo fiscal das demais atividades, devendo ser pro-movidos os devidos ajustes na Parte B do LALUR;

7.8 – o disposto neste item não se aplica às perdas decorrentes debaixa de bens ou direitos do ativo permanente em virtude de se teremtornado imprestáveis, obsoletos ou caído em desuso, ainda que poste-riormente venham a ser alienados como sucata.

8 – REALIZAÇÃO DO LUCRO INFLACIONÁRIOA partir de janeiro de 1995, o percentual mínimo de realização do

lucro inflacionário diferido passou a ser de 1/120 (cento e vinte avos)por mês, ou seja, 10% (dez por cento) ao ano.

É importante salientar que deverá ser apurado o efetivo percentualde realização, e, caso este seja maior que o mínimo mencionado acima,deverá ser utilizado para apuração da parcela a ser tributada.

O cálculo deverá ser efetuado sobre o saldo existente em 31-12-95(ADN 28-COSIT, DOU de 30-09-99).

A parcela a tributar será encontrada da seguinte forma:I – Determinação do Percentual de RealizaçãoDetermina-se a relação percentual entre o valor dos bens e direitos

do ativo que estavam sujeitos à correção monetária de balanço até31-12-95, realizado no período (veja subitem II a seguir), e a soma dosseguintes valores:

Page 83: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

85

a) média do valor contábil do ativo permanente no início e no fimdo período;

b) média dos saldos das demais contas do ativo que estavam sujei-tas à correção monetária de balanço até 31-12-95, no início e nofim do período.

Logo:

1º) Média das Contas Saldo Inicial Período + Saldo Final Períododo Ativo Sujeitas =à Correção Monet. 2

2º) Ativo Realizado % de Realização = × 100

Média

II – Determinação do Ativo RealizadoDetermina-se o valor dos bens e direitos sujeitos à correção

monetária de balanço realizado no período, somando-se os seguintesvalores:

a) custo contábil dos imóveis em estoque em 31-12-95 e baixadosno período de apuração;

b) valor contábil, corrigido até 31 de dezembro de 1995, com basena UFIR de janeiro de 1996, dos demais bens e direitos do ativo,sujeitos à correção monetária de balanço até 31-12-95, baixadosno curso do período (inclusive aqueles adquiridos no próprio pe-ríodo);

c) quotas de depreciação, amortização e exaustão computadascomo custo ou despesas operacionais do período referente a bensexistentes em 31-12-95;

d) lucros e dividendos recebidos, no período, de quaisquer partici-pações societárias registradas como investimentos, existentes em31-12-95.

III – Cálculo do Lucro Inflacionário RealizadoAplica-se o percentual calculado no subitem I, acima, sobre o saldo

do lucro inflacionário em 31-12-95, constante na Parte B do LALUR,encontrando-se assim o valor a adicionar para fins de Lucro Real.

Page 84: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

86

Exemplo:– Dados:Lucro Inflac. Acumulado em 31-12-95 cfe. LALUR __ R$ 3.000,00Ativo Permanente no Início do Período ____________ R$ 20.000,00Ativo Permanente no Fim do Período _____________ R$ 60.000,00Valor Contábil dos Bens Baixados no Período _______ R$ 3.500,00

– Cálculo em Função das Realizações:

20.000,00 + 60.000,00Média do Ativo = = 40.000,00

2

Ativo Realizado = R$ 3.500,00

3.500,00 × 100% Realização = = 8,75%

40.000,00

Lucro Inflacionário Realizado = 3.000,00 × 8,75% = R$ 262,50

– Cálculo pelo limite mínimo:

1/120 de R$ 3.000,00 = R$ 25,00

Conclusão: Deverá ser oferecido à tributação o valor de R$ 262,50,por ser superior ao limite mínimo.

NOTAA pessoa jurídica poderia optar por liquidar o saldo do lucro inflacionáriodiferido à alíquota de 10%. Com base na MP 2.113-30, DOU de 27-04-2001, aopção deveria ser formalizada até 30 de junho de 2001. A liquidação poderá serefetuada em até seis parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira em30-06-2001. O valor de cada parcela mensal, por ocasião do pagamento, seráacrescido de juros equivalentes à SELIC, acumulada mensalmente, calculadosa partir de 30-06-2001 até o mês anterior ao do pagamento, e de um por centorelativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. Na hipótesede pagamento parcelado, a opção será manifestada mediante o pagamento daprimeira parcela.

9 – JUROS SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDOA pessoa jurídica tributada pelo Lucro Real poderá deduzir, para

fins de apuração do imposto de renda e da contribuição social sobre olucro, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios

Page 85: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

87

ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculadossobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro ratadiei, da TJLP.

A dedutibilidade é condicionada à existência de lucros computadosantes da dedução dos juros ou de lucros acumulados e reserva de lucros,em montante que deverá ser igual ou superior ao valor de duas vezes osjuros a serem pagos ou creditados, podendo o contribuinte optar pelomaior dos dois valores. Quando o limite a ser utilizado for o lucro dopróprio período, deverá ser considerado o valor após a contribuiçãosocial e antes do imposto de renda (IN SRF 93-97, art. 29).

9.1 – IR-FonteHaverá tributação de 15% na fonte, na data do pagamento ou

crédito ao beneficiário, o que ocorrer primeiro, incidindo, inclusive, nocaso de pessoas jurídicas isentas.

9.2 – Tratamento do Imposto de Renda na FonteO IR-Fonte será:I – compensável (considerado antecipação) no caso de pessoa

jurídica tributada pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado;II – definitivo no caso de pessoa física ou pessoa jurídica isenta.

NOTAO prazo para recolhimento deste imposto é o terceiro dia útil da semana seguinteà do fato gerador, considerado como tal o pagamento ou crédito contábil, o queocorrer primeiro.

9.3 – Imputação aos DividendosPoderá ser imputado ao dividendo obrigatório – art. 202 da Lei

6.404-76 –, mas sofrerá tributação de qualquer modo.

9.4 – Reserva de ReavaliaçãoPara fins de cálculo dos juros em questão, não será conside-

rada a reserva de reavaliação, exceto se for adicionada à basede cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre olucro.

Page 86: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

88

9.5 – Incorporação ao CapitalApós efetuado o crédito em conta de passivo circulante ou exigível

a longo prazo, o valor líquido de IR-Fonte poderá ser incorporado aocapital.

9.6 – Dedutibilidade para Fins de Contribuição SocialOs juros em questão não eram dedutíveis para fins da base de

cálculo da contribuição social até 31-12-96, passando a ser dedutíveis apartir de janeiro/97.

9.7 – Exemplo de CálculoÉ importante, em primeiro lugar, salientar que o juro em questão

deverá ser calculado tomando-se por base o patrimônio líquido do últimoperíodo-base encerrado, e a TJLP – Taxa de Juro de Longo Prazo prorata diei, a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do período deapuração. Supondo-se que determinada pessoa jurídica faça apuraçãotrimestral e tomando-se por base o primeiro trimestre de 2001, teríamos:

– Cálculo do Valor dos JurosPatrimônio Líquido em 31-12-2000: R$ 10.000.000,00TJLP 2,24%Juro s/Patr. Líquido em 30-03-01: R$ 224.000,00

– Cálculo da Taxa:Existe mais de uma forma de se encontrar a TJLP pro rata. Abaixo

segue uma sugestão:a) para encontrar a taxa relativa a cada mês, tomamos a taxa do

trimestre, dividida por 100 e acrescida de 1;b) elevamos à potência 1/12;c) multiplicamos entre si os coeficientes encontrados e teremos a

taxa acumulada.

Taxas aplicáveis para o ano de 2001:Período TaxaJaneiro a março ................................................................ 9,25%Abril a junho .................................................................... 9,25%Julho a setembro ............................................................... 9,50%Outubro a dezembro ......................................................... 10,00%Anual (janeiro a dezembro) ............................................. 9,50%

Page 87: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

89

Exemplo:Se quisermos calcular a TJLP pro-rata, referente ao trimestre de

apuração do Lucro Real, de janeiro a março-2001, teremos:Para o mês de janeiro: (1,0925)1/12 = 1,007399630Para o mês de fevereiro: (1,0925)1/12 = 1,007399630Para o mês de março: (1,0925)1/12 = 1,007399630Taxa acum. do trimestre = 1,007399630 × 1,007399630 × 1,007399630 =

= 1,0224 ou 2,24%

Redução de Carga Tributária:C. Social: 9% de R$ 224.000,00 _________________ R$ 20.160,00IRPJ: 15% de R$ 224.000,00_____________________ R$ 33.600,00Adicional do IR, se houver: 10% de R$ 224.000,00 ___ R$ 22.400,00Redução Total em 31-03-01 ______________________ R$ 76.160,00

Conclusão: No exemplo acima, a utilização deste procedimentogerou redução de tributação de R$ 76.160,00. Normalmente haverávantagem fiscal quando utilizados os juros sobre o patrimônio líquido;entretanto, dependerá da situação de cada empresa.

9.8 – Informe de RendimentosO valor dos juros pagos ou creditados deverá ser informado aos

beneficiários, do seguinte modo:I – Beneficiário Pessoa Física: o comprovante de rendimentos

pagos e de retenção de imposto de renda na fonte, até o último dia útildo mês de fevereiro do ano seguinte ao do pagamento ou crédito;

II – Beneficiário Pessoa Jurídica: até o dia 10 do mês seguinte aodo crédito ou pagamento, por meio do comprovante de pagamento oucrédito, a pessoa jurídica, de juros sobre o capital próprio, conformemodelo anexo à IN SRF nº 41, publicada em 23-04-98.

9.9 – Reflexos TributáriosI – Pessoa Física: o valor líquido dos juros creditados ou pa-

gos deve ser incluído na declaração de rendimentos do respectivoano-calendário como rendimento tributado exclusivamente na fonte.Caso tenha havido o crédito, mas não se tenha efetuado o pagamento até31 de dezembro do ano em questão, o valor deverá ser informado nadeclaração de bens, como direito de crédito contra a pessoa jurídica.

Page 88: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

90

II – Pessoa Jurídica: o valor dos juros creditados ou pagos deve serescriturado como receita, de acordo com o regime de competência.Lembra-se que, no caso do Lucro Presumido, a partir de 26-08-98,poderá ser por regime de caixa, com base na IN SRF 104. O IR-Fonte écompensável no caso do Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.

10 – PROVISÕESSomente serão dedutíveis as provisões para férias de empregados,

13º salário de empregados e provisões técnicas das companhias deseguro e capitalização, bem como das entidades de previdência privada,cuja constituição é exigida por legislação específica.

De acordo com a redação acima, deixaram de ser dedutíveis asprovisões:

– para ajuste a valor de mercado;– para perdas prováveis na realização de investimentos;– para pagamento de licença-prêmio;– para gratificações a empregados;– para crédito de liquidação duvidosa, a partir de janeiro/97.

NOTAS1 – No caso das gratificações a empregados, não são dedutíveis as provisões,permanecendo a dedutibilidade para o caso do efetivo pagamento, não havendo,inclusive, limites.2ª – A Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa era dedutível até31-12-96, passando a ser indedutível a partir de janeiro/97.

11 – ARRENDAMENTO MERCANTIL E ALUGUELDE BENS MÓVEIS OU IMÓVEIS

Só serão dedutíveis quando relacionados intrinsecamente com aprodução ou comercialização dos bens ou serviços.

12 – DESPESAS COM DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO,MANUTENÇÃO, REPARO, CONSERVAÇÃO,IMPOSTOS, TAXAS, SEGUROS E QUAISQUEROUTROS GASTOS COM BENS MÓVEIS E MÓVEIS

Somente dedutíveis quando relacionadas intrinsecamente com aprodução ou comercialização dos bens e serviços.

Page 89: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

91

NOTASegundo o ponto de vista da Receita Federal, externado na IN nº 11-96, sãointrinsecamente relacionadas à produção ou comercialização e, portanto, de-dutíveis as despesas com os bens a seguir descritos:I – bens móveis e imóveis utilizados no desempenho de atividades de con-tabilidade;II – bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração;III – bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em estabe-lecimento da empresa;IV – os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou utilitário,utilizados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos para revenda, dematéria-prima, produtos intermediários e de embalagem aplicados na produção;V – os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou utilitário,as bicicletas e motocicletas utilizados pelos cobradores, compradores evendedores nas atividades de cobrança, compra e venda;VI – os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou utilitário,as bicicletas e motocicletas utilizados nas entregas de mercadorias e produtosvendidos;VII – os veículos utilizados no transporte coletivo de empregados;VIII – os bens móveis e imóveis utilizados em pesquisa e desenvolvimento deprodutos ou processos;IX – os bens móveis e imóveis próprios, locados pela pessoa jurídica que tenhaa locação como atividade;X – os bens móveis e imóveis objeto de arrendamento mercantil, nos termos daLei nº 6099-74, pela pessoa jurídica arrendadora;XI – os veículos utilizados na prestação de serviços de vigilância móvel pelapessoa jurídica que tenha por objeto essa espécie de atividade.

13 – DESPESAS COM ALIMENTAÇÃO DE SÓCIOS,ACIONISTAS E ADMINISTRADORES

Totalmente indedutíveis a partir de janeiro de 1996.

14 – DESPESAS COM ALIMENTAÇÃO DEEMPREGADOS

No caso dos empregados, será dedutível a despesa com forne-cimento de alimentação indistintamente a todos. Este procedimentoaplica-se, inclusive, no caso de fornecimento de cestas básicas.

15 – CONTRIBUIÇÕESSão indedutíveis, a partir de 1º-01-96, as Contribuições Não-Com-

pulsórias, exceto as destinadas a custear seguros, e planos de saúde e

Page 90: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

92

benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social,instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica.

A partir de 1º-01-98, a dedutibilidade das contribuições para asentidades de previdência privada somadas às contribuições para o Fundode Aposentadoria Programada Individual (FAPI) ficou limitada a 20%dos salários dos empregados, somados à remuneração dos administra-dores, participantes dos planos. Este limite aplica-se para Imposto deRenda e Contribuição Social.

16 – DOAÇÕESSão indedutíveis, a partir de 1º-01-96, as doações, exceto:I – as efetuadas a instituições de ensino e pesquisa cuja criação

tenha sido autorizada por lei federal e que preencham os requisitos dosincisos I e II do art. 213 da Constituição Federal (veja nota abaixo), atéo limite de um e meio por cento do lucro operacional, antes decomputada a sua dedução e a de que trata o subitem seguinte;

NOTAConstituição Federal, art. 213:Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidosa escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:I – comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeirosem educação;II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no caso de encerramento desuas atividades.

II – as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacionalda pessoa jurídica, antes de computada a sua dedução, efetuadas aentidades civis legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos,que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoajurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício dacomunidade onde atuem, observadas as seguintes regras:

1ª – as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante créditoem conta-corrente bancária, diretamente em nome da entidade bene-ficiária;

2ª – a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, à disposição dafiscalização, declaração, segundo modelo aprovado pela Secretaria da

Page 91: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

93

Receita Federal, fornecida pela entidade beneficiária, em que secompromete a aplicar os recursos recebidos na realização de seusobjetivos sociais, com identificação da pessoa física responsávelpelo cumprimento, e a não distribuir lucros, bonificações ou vantagensa dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma oupretexto;

3ª – a entidade deverá ser reconhecida como de utilidade públicapor ato de órgão competente da União, exceto no caso daquelas queprestem exclusivamente serviços gratuitos em benefício dos empregadosda pessoa jurídica doadora. Com base na MP 2.113-30, art. 60, DOU de27-04-2001, nos casos em que é obrigatório, para fins de dedutibilidade,que a entidade seja reconhecida como de utilidade pública, tal condiçãodeverá ser renovada anualmente. A renovação produzirá efeitos para oano-calendário seguinte ao de sua formalização. Os atos de reconhe-cimento emitidos até 31 de dezembro de 2000 produzirão efeitos emrelação às doações até 31 de dezembro de 2001;

III – as doações e patrocínios de caráter cultural e artístico, aprova-dos com base nos artigos 25 e 26 da Lei nº 8.313-91, sem limite de valor.Importante salientar que, se o projeto for aprovado com base no art. 18da Lei nº 8.313-91, as doações serão totalmente indedutíveis, podendoser utilizado apenas o incentivo de dedução direta do imposto;

IV – de acordo com a MP 2.113-30, DOU de 27-03-2001, arts. 59e 60, a partir do ano-calendário de 2001, serão dedutíveis as doações,até o limite de dois por cento do lucro operacional da pessoa jurídica,antes de computada a sua dedução, efetuadas às Organizações daSociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs qualificadas segundo asnormas estabelecidas na Lei n° 9.790, de 23 de março de 1999. Para finsde dedutibilidade, estas entidades não precisam ser reconhecidas comode utilidade pública; entretanto a sua condição de OSCIP deverá serrenovada anualmente. A renovação produzirá efeitos para o ano-ca-lendário seguinte ao de sua formalização. Os atos de reconhecimentoemitidos até 31 de dezembro de 2000 produzirão efeitos em relação àsdoações até 31 de dezembro de 2001. Deverão, ainda, ser obedecidos osseguintes critérios:

1º – as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante créditoem conta-corrente bancária, diretamente em nome da entidade bene-ficiária;

Page 92: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

94

2º – a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, à disposição dafiscalização, declaração, segundo modelo aprovado pela Secretaria daReceita Federal, fornecida pela entidade beneficiária, em que se com-promete a aplicar os recursos recebidos na realização de seus objetivossociais, com identificação da pessoa física responsável pelo cumpri-mento, e a não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes,mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretexto.

17 – BRINDESPassaram a ser totalmente indedutíveis as despesas com brindes, a

partir de 1º-01-96.

18 – LUCROS, RENDIMENTOS OU GANHOS DECAPITAL ORIUNDOS DO EXTERIOR(IN SRF Nº 36/96)

Os lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais,controladas ou coligadas serão adicionados ao lucro líquido, para deter-minar o lucro real correspondente ao balanço levantado no dia 31 dedezembro do ano-calendário em que tiverem sido disponibilizados paraa pessoa jurídica domiciliada no Brasil.

Para efeito do disposto acima, os lucros serão considerados dis-ponibilizados para a empresa no Brasil:

18.1 – no caso de filial ou sucursal, na data do balanço no qualtiverem sido apurados. Este procedimento passou a ser adotado a partirde janeiro de 1998, em função da Lei nº 9.532-97. Até 31-12-97, oprocedimento era o mesmo aplicado às coligadas e controladas, con-forme consta no item 18.2, a seguir.

18.2 – no caso de controlada ou coligada, na data do pagamentoou do crédito em conta representativa de obrigação da empresa noexterior.

Para fins de disponibilização do lucro no caso de coligadas e con-troladas, considera-se:

18.2.1 – creditado o lucro quando ocorrer a transferência doregistro do seu valor para qualquer conta representativa de passivoexigível da controlada ou coligada domiciliada no exterior. Ou seja,

Page 93: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

95

transferêrncia contábil do lucro do grupo do Patrimônio Líquido paraconta de Passivo Circulante ou Passivo Exigível a Longo Prazo;

18.2.2 – pago o lucro, quando ocorrer:18.2.2.1 – o crédito do valor em conta bancária, em favor da

controladora ou coligada no Brasil;18.2.2.2 – a entrega, a qualquer título, a representante da bene-

ficiária;18.2.2.3 – a remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou

para qualquer outra praça;18.2.2.4 – o emprego do valor, em favor da beneficiária, em

qualquer praça, inclusive no aumento do capital da controlada oucoligada domiciliada no exterior.

Como se pode notar, há alteração em relação ao que vigorou até oano de 1997, conforme disposto no item 18.1, acima, pois, a partir de1998, se filiais ou sucursais no exterior, de pessoas jurídicas com sedeno Brasil, apurarem lucros, estes serão tributados no Brasil, indepen-dentemente de qualquer outro aspecto, ou seja, se houver lucro, estesestarão sujeitos à tributação, mesmo que não tenham sido pagos oucreditados.

Outra alteração havida é a que determina que os créditos de impostode renda, relativos a lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidosno exterior (imposto pago no exterior), somente serão compensados como imposto de renda devido no Brasil se os referidos lucros, rendimentose ganhos de capital forem computados na base de cálculo do imposto,no Brasil, até o final do segundo ano-calendário subseqüente ao da suaapuração.

Em relação aos anos-calendário de 1996 e 1997, este prazo seráconsiderado vencido em 31 de dezembro de 1999.

NOTAS1ª – Importante lembrar que, antes de proceder à tributação na forma acima, énecessário verificar os acordos que o Brasil mantém com outros países, paraevitar bitributação;2ª – Passou a haver incidência, para fins da contribuição social, a partir de1º-10-99 – AD 75 SRF – DOU de 19-08-99.

Page 94: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

96

19 – CORREÇÃO MONETÁRIA DE BALANÇOPermanece a vedação quanto ao cálculo e contabilização da

correção monetária de balanço. É bom lembrar que as depreciaçõescontinuam sendo calculadas normalmente, não cabendo nenhum tipo decorreção em relação a elas.

20 – RENDIMENTOS DE APLICAÇÕESFINANCEIRAS

Os rendimentos de aplicações financeiras, de renda fixa ou variável,são tributados normalmente, para fins de Lucro Real, e o IR-Fontecompensável, conforme analisado no Capítulo II.

21 – LUCROS E DIVIDENDOSOs lucros e dividendos calculados sobre os resultados apurados

mediante escrituração contábil a partir de 1º-01-96, distribuídos pelaspessoas jurídicas tributadas pelo LUCRO REAL são isentos tanto paraos beneficiários pessoa física, quanto pessoa jurídica, na fonte e nadeclaração, bem como na apuração trimestral do imposto de renda.Poderá haver, inclusive, antecipação, desde que haja lucro na data destaantecipação. Saliente-se que, na hipótese de balanço anual, para que aantecipação seja considerada isenta, além de haver lucro na data dadistribuição, também deverá haver valor igual ou superior ao antecipado,em 31 de dezembro, por ocasião da apuração do balanço anual.

22 – VARIAÇÕES CAMBIAISA partir da publicação da MP 1.991-14, em 12-02-2000 (atual MP

2.158-35), o contribuinte passou a ter a possibilidade de optar peloregime de caixa ou competência para reconhecer a variação cambial dosdireitos e obrigações em moeda estrangeira. Entretanto, este tratamentodeverá ser mantido para todo o ano-calendário.

23 – EMISSORAS DE RÁDIO E TELEVISÃO –RESSARCIMENTO PELA PROPAGANDAELEITORAL

A partir do ano-calendário de 2000, as emissoras de rádio e tele-visão obrigadas à divulgação da propaganda partidária gratuita, nos

Page 95: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

97

termos da Lei nº 9.096-95, poderão excluir do lucro líquido, para efeitode determinação do Lucro Real, valor correspondente a oito décimos doresultado da multiplicação do preço do espaço comercializável pelotempo que seria efetivamente utilizado pela emissora em programaçãodestinada à publicidade comercial, no período de duração daquelapropaganda (Decreto 3.516, DOU de 21-06-2000).

24 – RATEIO DE DESPESAS ADMINISTRATIVASDespesas administrativas que forem contabilizadas em uma única

empresa do grupo, para posteriormente serem rateadas, de acordo com oefetivo gasto de cada empresa, são dedutíveis uma vez efetivamentecomprovadas e mediante demonstração do critério de rateio. Há, tam-bém, a possibilidade de escrituração de despesas em período-baseinexato, desde que não haja postergação do imposto ou redução indevidado Lucro Real (Decisão nº 140, DOU de 14-09-2000, da Superin-tendência Regional da Secretaria da Receita Federal da 8ª RegiãoFiscal).

25 – PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA (RIR-99, ART. 240)Na hipótese de a pessoa jurídica estar sujeita à apuração dos Preços

de Transferência, nas condições estabelecidas nas INs SRF 32 e 33,ambas publicadas em 03-04-2001, caso haja ajustes, estes deverão seradicionados em 31 de dezembro para fins de apuração do Imposto deRenda e da Contribuição Social.

26 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

26.1 – Considerações IniciaisA legislação do Imposto de Renda admite que a diminuição do valor

dos bens integrantes do Ativo Imobilizado das empresas seja reconhecidacontabilmente, como custo ou despesa operacional, sob a forma de:

a) depreciação, quando corresponder à diminuição do valor dosbens físicos resultante de desgastes ou perda de utilidade poruso, ação da natureza ou obsolescência normal;

b) amortização, quando corresponder à recuperação do capital apli-cado na aquisição dos direitos imateriais (direitos da proprieda-

Page 96: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

98

de industrial, direitos autorais, etc.) com existência ou exercíciode duração limitada;

c) exaustão, quando corresponder à redução do valor decorrente daexploração de recursos minerais ou florestais.

NOTAA propósito das considerações acima, importa não se esquecer do conceito dedespesas intrinsecamente relacionadas com a produção ou comercialização.

26.2 – Bens Depreciáveis

26.2.1 – Regra BásicaPodem ser depreciados todos os bens físicos sujeitos a desgaste pelo

uso ou por causas naturais ou obsolescência normal, inclusive edifíciose construções, bem como as florestas destinadas à exploração dosrespectivos frutos.

26.3 – Bens Não-DepreciáveisNão podem ser depreciados:I – terrenos, salvo em relação aos melhoramentos e construções;II – prédios e construções não alugados nem utilizados na produção

de rendimentos da empresa ou destinados a revenda;III – bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como

obras de arte e antiguidades;IV – bens para os quais sejam registradas quotas de exaustão;V – bens que não sejam intrinsecamente relacionados com a pro-

dução ou comercialização.

26.4 – Depreciação de ConstruçõesVimos que a legislação permite a depreciação do valor de cons-

truções, inclusive no caso de imóveis alugados a terceiros.Entretanto, conforme esclareceu a PN CST nº 14-72, para que

possa ser objeto de depreciação, o valor da construção deve estardestacado do valor do terreno sobre o qual estiver edificada, com baseem documentação idônea, e o mesmo Parecer acrescenta que, se

Page 97: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

99

inexistirem documentos em que o valor do terreno esteja separado dovalor da construção (como no caso de imóveis adquiridos já construídos,cuja escritura ou contrato de compra e venda não destaca tais valores),para que seja possível a depreciação, deve ser providenciado um laudopericial que determine a parcela do valor do imóvel que corresponder àconstrução.

NOTASomente será dedutível, para efeitos fiscais, a depreciação de bens (móveis ouimóveis) cedidos, gratuitamente, para fins residenciais de sócios, diretores,administradores ou empregados se o valor dela for atribuído às pessoas men-cionadas e tributadas na fonte e na declaração da pessoa física (Lei 8.383-91,art. 74 e PN 11-92), podendo, ainda, a pessoa jurídica assumir o ônus do imposto(alíquota de 35%), hipótese em que a pessoa física não sofrerá tributação. Emse tratando de imóveis, é permitida a dedutibilidade da depreciação, mesmo quecedidos a título gratuito às referidas pessoas, se o estabelecimento, pela sualocalização, não tenha condições de operar sem que a empresa forneça ashabitações (PN CST nº 126-75).

26.4.1 – Construções e Benfeitorias em Imóveis de TerceirosO direito de deduzir a depreciação compete ao contribuinte que

suporta o encargo econômico do desgaste ou obsolescência, de acordocom as condições de propriedade, posse ou uso do bem.

Dessa forma, decorre o direito da empresa locatária de deduzirquotas de depreciação de construções ou benfeitorias realizadas emimóvel alugado de terceiros, quando não couber a amortização dosreferidos custos.

Lembramos que a amortização dos custos de tais construções oubenfeitorias, durante o prazo contratual, só é cabível quando a locaçãofor a prazo determinado, mas se condiciona, também, à inexistência deindenização ao término do contrato. Sendo o contrato a prazo inde-terminado, ou não estando vetado ao locatário o direito de indenizaçãopelas benfeitorias realizadas, só cabe depreciar os bens com base no seuprazo de vida útil (PN CST nº 210-73).

NOTAAs construções ou benfeitorias realizadas em imóvel locado de sócios, acio-nistas, dirigentes ou respectivos parentes ou dependentes não podem ser objetode amortização, mesmo que o contrato de locação tenha prazo determinado e nãohouver direito ao recebimento de seu valor pela empresa locatária, cabendo, emqualquer hipótese, tão-somente a depreciação (PN CST nº 869-71).

Page 98: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

100

26.5 – Depreciação dos Bens Cedidos em ComodatoO PN nº 19-84 esclareceu que são dedutíveis os encargos da

depreciação de bens do Ativo Imobilizado cedidos em comodato, desdeque o empréstimo de tais bens seja usual no tipo de operações, transaçõesou atividades da comodante, e não mera liberalidade desta.

Enquadra-se nesta hipótese, por exemplo, a cessão de comodato debens do Ativo Imobilizado feita pelos fabricantes de bebidas ou sorvetese distribuidores de derivados de petróleo aos comerciantes revendedoresde seus produtos.

Entretanto, a partir de 1º de janeiro de 1996, com base na Leinº 9.249-95, bens móveis utilizados nas atividades operacionais somentesão dedutíveis se instalados em estabelecimento da empresa. Destaforma, o entendimento do PN nº 19-84 ficou prejudicado.

26.6 – Depreciação de Animais Classificados noAtivo Imobilizado das Empresas Rurais

Um aspecto que vale salientar é o que diz respeito à depreciação deanimais classificados no Ativo Imobilizado das empresas agrícolas oupastoris, tais como (PN CST nº 57-76):

a) animais de trabalho (compreendendo eqüinos, bovinos e outrosanimais destinados ao trabalho agrícola, sela ou transporte);

b) reprodutores e matrizes.Tratando-se de bens físicos cuja vida útil é de duração limitada, não

resta dúvida de que é perfeitamente admissível a depreciação de taisanimais, uma vez que, com o decorrer do tempo, vão perdendo paula-tinamente a sua capacidade de trabalho e de reprodução, conforme ocaso.

26.7 – Taxas Anuais Admitidas26.7.1 – Previsão legalO Regulamento do Imposto de Renda estabelece que a taxa anual

de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possaesperar a utilização econômica do bem, pelo contribuinte, na produçãode seus rendimentos. E, ainda, que a Secretaria da Receita Federal publi-cará, periodicamente, o prazo de vida útil admissível, em condições nor-mais ou médias, para cada espécie de bem.

Page 99: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

101

Em 31-12-1998, por meio da IN 162, a SRF definiu taxas aplicá-veis para diversas espécies de bens. A referida IN sofreu um acréscimopor meio da IN SRF 130, de 10-11-1999. Especificamente em relaçãoàs Concessionárias de Energia Elétrica, deve ser observada a Resoluçãonº 44, de 17-03-99.

26.7.2 – Taxas mais UsuaisA título exemplificativo, seguem algumas taxas anuais de depre-

ciação:Computadores e periféricos – hardware ________________ 20%Edifícios e benfeitorias _____________________________ 4%Instalações _______________________________________ 10%Maquinários _____________________________________ 10%Móveis e utensílios ________________________________ 10%Veículos automotores

– Caminhões fora-de-estrada ______________________ 25%– Motociclos ___________________________________ 25%– Tratores _____________________________________ 20%– Veículos de passageiros _________________________ 20%– Veículos de carga ______________________________ 20%

Animais– Bovinos _____________________________________ 20%– Suínos ______________________________________ 20%– Burro _______________________________________ 20%– Cavalo ______________________________________ 20%

NOTASerão considerados fora-de-estrada os caminhões de construção especial paraserviços pesados, destinados ao transporte de minérios, pedras, terras compedras e materiais semelhantes, utilizados dentro dos limites das obras ouminas.

26.7.3 – Adoção de Taxas Diferentes das UsuaisÉ assegurado à empresa o direito de computar a quota efetivamente

adequada às condições de depreciação de seus bens, mediante autilização de taxas diferentes das que foram mencionadas, desde que façaprova dessa adequação.

A adequação da taxa adotada, se diferente das usualmente admi-tidas, poderá ser atestada por laudo pericial do Instituto Nacional de

Page 100: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

102

Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica outecnológica.

26.8 – Depreciação dos Bens Adquiridos UsadosAs taxas mencionadas nos subitens precedentes são para bens

adquiridos novos. Para os bens adquiridos usados, a Instrução Norma-tiva do SRF nº 103-84 estabelece que o prazo de vida útil admissível parafins de depreciação é o maior dentre os seguintes:

a) metade do prazo de vida útil admissível para o bem adquiridonovo;

b) restante de vida útil do bem, considerada esta em relação à pri-meira instalação para utilização.

Desse modo, ao adquirir um bem usado, a empresa deve munir-sede documento que comprove a época em que ele foi instalado parautilização pela primeira vez, porque, se dessa data até a sua últimaaquisição tiver decorrido prazo inferior à metade de vida útil normaladmitida para o bem novo, para efeito de depreciação deve prevalecer orestante de vida útil. Caso contrário, isto é, se já tiver decorrido prazoigual ou superior à metade da vida útil normal, prevalece, para fins dedepreciação, prazo correspondente à metade da vida útil admissível parao bem novo.

ExemplosI – Se uma empresa adquire um veículo (cujo prazo de vida útil

admitido para o bem adquirido novo é de 5 anos), após ter sido usadodurante três pela vendedora, o prazo admissível para sua depreciação éde 2 anos e meio, devendo, portanto, utilizar a taxa anual de 40%.

II – Em outra hipótese, considerando a aquisição de um equipa-mento usado (cujo prazo de vida útil admitido para o equipamento novoé de 10 anos), após ter sido utilizado pela vendedora (que o adquiriunovo) durante dois anos, a empresa que o adquiriu usado deverárespeitar, para fins de sua depreciação, o prazo mínimo de 8 anos (prazorestante, considerado em relação à sua primeira aquisição), sendo entãoaplicável a taxa anual de 12,5%.

NOTAO procedimento em questão aplica-se aos bens adquiridos mediante leasing, emrelação ao valor residual, após formalizada a opção de compra.

Page 101: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

103

26.9 – Conjunto de Instalações ou EquipamentosQuando o registro do imobilizado for feito por conjunto de insta-

lações ou equipamentos, sem especificação suficiente para permitir aaplicação das diferentes taxas de depreciação de acordo com a naturezado bem, e não houver elemento para justificar as taxas médias adotadaspara o conjunto, será obrigatória a utilização de taxas aplicáveis aos bensde maior vida útil que integrem o conjunto.

26.10 – Depreciação Acelerada em Função doNúmero de Horas de Operação

26.10.1 – Majoração de taxasPara a depreciação de bens móveis, as taxas normais admitidas

poderão ser majoradas em função do número de horas diárias de ope-ração, mediante a aplicação dos seguintes coeficientes:

– um turno de 8 horas _____________ 1,0;– dois turnos de 8 horas ___________ 1,5;– três turnos de 8 horas ____________ 2,0.

Assim, por exemplo, um equipamento para o qual seja admitida ataxa normal de 10% poderá ser depreciado à taxa de 15%, se operarregularmente 16 horas por dia. E, se esse bem operar regularmente24 horas por dia, poderá ser depreciado à taxa de 20%.

NOTAQuando adotada, a depreciação acelerada em função do número de horas diáriasde operação será normalmente contabilizada como custo ou despesa e, inclusive,poderá ser utilizada cumulativamente com a depreciação acelerada a título deincentivo fiscal (PN CST nº 95-75).

26.10.2 – Prova de Operação em Mais de um TurnoNão é exigida autorização prévia para que a empresa possa efetuar

a depreciação acelerada em função do número de horas diárias deoperação.

Entretanto, o fisco poderá posteriormente exigir a justificação daaplicação das taxas aceleradas, devendo neste caso a empresa compro-

Page 102: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

104

var que, no período em que adotou as referidas taxas, os bens realmenteestiveram em operação em 2 ou 3 turnos diários de 8 horas, conformefor o caso.

Para tal comprovação poderão ser utilizados, dentre outros, osseguintes elementos:

a) folha de pagamento relativa a 2 ou 3 operadores diários para ummesmo equipamento, que necessite de um único operador duran-te o período de 8 horas;

b) produção condizente com o número de horas de operação doequipamento;

c) consumo de energia elétrica compatível com o regime de horasde operação.

26.10.3 – Depreciação Acelerada a Título de Incentivo Fiscal

Com o fim de incentivar a implantação, renovação ou moderni-zação de instalações ou equipamentos, poderão ser adotados coeficientesde depreciação acelerada, a vigorar durante prazo certo para deter-minadas indústrias ou atividades (Lei nº 4.506-64, art. 57, § 5º).

A quota de depreciação acelerada, correspondente ao benefício,constituirá exclusão do lucro líquido, devendo ser escriturada no Livrode Apuração do Lucro Real – LALUR (Decreto-Lei nº 1.598-77, art. 8º,I, c, e § 2º).

O total da depreciação acumulada, incluindo a normal e a acele-rada, não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem, corrigidomonetariamente (Lei nº 4.506-64, art. 57, § 6º).

A partir do período-base em que for atingido o limite de que trata oparágrafo anterior, o valor da depreciação normal, registrado na escri-turação comercial, deverá ser adicionado ao lucro líquido para efeito dedeterminar o Lucro Real.

As empresas que exerçam, simultaneamente, atividades industriaise comerciais poderão utilizar o benefício em relação aos bens destinadosexclusivamente à atividade industrial.

Salvo autorização expressa em lei, o benefício fiscal de que trataeste tópico não poderá ser usufruído cumulativamente com outrosidênticos, exceto a depreciação acelerada em função dos turnos detrabalho.

Page 103: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

105

26.10.3.1 – Atividades AgropecuáriasUm caso típico de depreciação acelerada a título de incentivo fiscal

é a aplicada às pessoas jurídicas com atividade agropecuária. Para tanto,poderão ser depreciados integralmente, no próprio ano-calendário deaquisição, os bens imobilizados adquiridos por estas empresas. Ou seja,lançada a depreciação normal na contabilidade; e o restante, excluído viaLALUR.

26.11 – Utilização de Taxas Inferiores às AdmitidasSegundo o PN CST nº 79-76, a empresa tem a faculdade de utilizar,

em qualquer período-base, taxas inferiores às admitidas, ou até mesmodeixar de computar a depreciação, já que, para efeitos fiscais, a deduçãode tal encargo é uma faculdade, e não uma obrigação. O que esse Parecerse preocupou em afirmar é que, “se a empresa adotar qualquer taxa dedepreciação inferior à permitida, as importâncias não apropriadas nãopoderão ser recuperadas posteriormente mediante a utilização de taxassuperiores às máximas anualmente permitidas para cada exercício e cadabem em especial”.

Tais colocações fiscais permitem concluir que, se a empresa utilizartaxas menores que as permitidas, poderá recuperar posteriormente oencargo não apropriado oportunamente, desde que respeitada a taxamáxima anual, em qualquer período-base, o que implicará, tão-somente,dilatar o prazo durante o qual se poderia depreciar o bem.

26.12 – Depreciação de Bens ReavaliadosO aumento do valor dos bens do Ativo Imobilizado que tenham sido

contabilizados em virtude de nova avaliação com base em laudo nostermos do art. 8º da Lei nº 6.404-76 (subscrito por três peritos ou porempresa especializada) também é passível de ser depreciado segundo oregime aplicável ao custo de aquisição (admitido pela jurisprudênciaadministrativa), ou prazo remanescente maior, que eventualmente tenhasido estipulado no laudo pericial.

26.12.1 – Ajuste da Taxa AnualDependendo da forma de contabilização da reavaliação adotada

pela empresa, poderá ser necessário ajustar a taxa anual do encargo

Page 104: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

106

correspondente ao bem reavaliado para o prazo restante de sua vida útil,de modo que, ao final do prazo total de vida útil previsto por ocasião daaquisição do bem, o valor total esteja integralmente depreciado (PN CSTnº 27-81).

Esse ajuste, quando implicar a adoção de taxas nominais superioresàs admitidas pela jurisprudência administrativa, será admitido desde quenão provoque diminuição no montante do imposto de renda que seriadevido se não tivesse sido efetuada a reavaliação. Para assegurar essaneutralização dos efeitos de reavaliação, deverá ser observado o proce-dimento explanado mais adiante, que trata dos procedimentos contábeise fiscais quando da reavaliação de ativos.

26.13 – Empresas Instaladas em Zonas deProcessamento de Exportação – ZPEs

As empresas instaladas em zonas de processamento de exportação– ZPEs, de que trata o Decreto-Lei nº 2.452-88, não poderão computar,como custo ou despesa para fins de apuração do Lucro Real, a de-preciação dos bens adquiridos no mercado externo (art. 11, § 1º, docitado diploma). Isto significa que a depreciação calculada sobre essesbens, registrada como custo ou despesa operacional, deve ser adicio-nada ao lucro líquido, no LALUR, para fins de determinação do LucroReal.

26.14 – Indústrias CalçadistasAs indústrias calçadistas podem computar como custo da pro-

dução o valor de aquisição de formas para calçados e o de facas ematrizes (moldes), estas últimas utilizadas para confecção de partes decalçados (IN SRF nº 104-87).

Isto significa que os referidos bens não precisam ser registrados noAtivo Imobilizado, para posterior depreciação.

26.15 – Guarnições e LouçasDe acordo com a IN nº 122-89, o valor de aquisição de guarnições

de cama, mesa e banho e da louça, utilizadas por empresas que exploremserviços de hotelaria, restaurantes e atividades similares, poderá serlançado como despesa.

Page 105: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

107

27 – BENS DE PEQUENO VALOROs bens adquiridos cujo valor de aquisição não exceda a

R$ 326,62, independentemente do tempo de vida útil, poderão serlançados como custo ou despesa.

28 – BENS COM VIDA ÚTIL INFERIOR A 12 MESESOs bens cuja vida útil seja inferior a 12 meses também poderão ser

lançados como despesa ou custo, mesmo que seu valor de aquisição sejaelevado.

29 – IMPOSTOS PAGOS NA AQUISIÇÃO DEBENS PARA O IMOBILIZADO

De acordo com a IN 51-95, art. 21, § 5º, os impostos pagos pelapessoa jurídica na aquisição de bens do ativo permanente poderão, a seucritério, ser registrados como custo de aquisição (contabilizados no ativopermanente), ou deduzidos como despesa operacional, exceto os deimportação de bens que deverão ser ativados.

30 – DESPESAS DE VIAGEMAs despesas de viagens que comprovadamente estejam vinculadas

às atividades da empresa, efetuadas por empregados e diretores, poderãoser dedutíveis para efeito do imposto de renda e da contribuição social.Para tanto, é necessário que estejam devidamente evidenciadas por meiode comprovantes e relatórios de viagem corretamente elaborados.

A dedução de gastos sem comprovação, tais como táxis, porexemplo, será permitida, desde que em valores razoáveis.

Os gastos com refeições no valor de até R$ 16,57, poderão serconsiderados dedutíveis, sem necessidade de comprovação do gasto, masdesde que se comprove de alguma forma que houve efetivamente aviagem.

31 – PREJUÍZOS POR FURTOS, DESFALQUES EAPROPRIAÇÃO INDÉBITA

De acordo com a norma definida no art. 364, RIR/99, somenteserão dedutíveis como despesa os prejuízos por desfalques, apropriação

Page 106: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

108

indébita e furto, por empregados ou terceiros, quando houver inquéritoinstaurado nos termos da legislação trabalhista ou quando apresentadaqueixa perante a autoridade policial.

Deve-se observar, ainda, que a matéria legal se refere a TER-CEIROS, ou seja, pessoas estranhas à sociedade. Logo, conclui-se quetal dedutibilidade não se refere a atos praticados por sócios, pois estesnão se enquadram como terceiros.

32 – PERDAS EXTRAORDINÁRIAS – BENS DOATIVO PERMANENTE

O art. 418 do RIR/99 permite a dedutibilidade das perdas ocorridasna baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão.

Deve-se observar que, para a dedutibilidade da perda, é funda-mental que a empresa se desfaça desses bens, mesmo que estejamsucateados (Parecer Normativo CST 146-75).

33 – REGISTRO DE CUSTOS OU DESPESAS FORADO REGIME DE COMPETÊNCIA

Desde que não haja prejuízo ao fisco, é permitido contabilizar ededuzir tais gastos em períodos posteriores à sua competência.

Normalmente o registro antecipado de receita, rendimento oureconhecimento de lucro, ou a contabilização posterior de custo oudespesa, não ocasionam prejuízo para o fisco, quando então tais eventosnão originam efetivação de lançamento, caso a alíquota do imposto sejaa mesma nos dois exercícios. Configuram meras inexatidões contábeis,sem efeitos tributários.

Esses mesmos fatos, porém, adquirem relevância fiscal quando ocontribuinte visa, postergando despesa ou custo, a criar lucro necessá-rio ao aproveitamento de prejuízo fiscal, cujo direito à compensaçãocaducaria se obedecido o regime de competência, consoante asregras vigentes até 31-12-94; ou, a partir de 1º-01-95, quando o con-tribuinte procurar aumentar o lucro visando à compensação de valormaior que o limite de 30%, previsto para a compensação de prejuízosfiscais.

Page 107: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

109

34 – PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NOSLUCROS OU RESULTADOS DA EMPRESA(ART. 359 DO RIR/99 E LEI Nº 10.101/2000)

A despesa com a participação nos lucros ou resultados atribuídosaos empregados poderá ser considerada dedutível pelo regime decompetência, no próprio período da sua constituição.

Quanto ao assunto, fazem-se as seguintes observações:a) Deverá haver acordo entre o empregador, uma comissão nomea-

da pelos empregados e um representante do sindicato da catego-ria. No acordo deverão constar forma de aferição dos lucros ouresultados, periodicidade e forma de pagamento. A periodicida-de não poderá ser inferior a seis meses. O acordo deverá serarquivado no sindicato.

b) Este valor não será agregado ao salário, e sobre ele não incidirãoencargos trabalhistas, tais como Previdência e FGTS.

c) Incidirá IR-Fonte, de acordo com a tabela progressiva. O cál-culo será feito em separado dos demais rendimentos e será con-siderado antecipação do devido por ocasião da elaboração dadeclaração de rendimentos da pessoa física.

35 – DESPESAS DE PROPAGANDA (RIR/99, ART. 366)São admitidos como despesas de propaganda, desde que direta-

mente relacionados com a atividade explorada pela empresa e respeitadoo regime de competência, observado, ainda, o disposto no art. 249,parágrafo único, inciso VIII (Lei nº 4.506, de 1964, art. 54, e Leinº 7.450, de 1985, art. 54):

I – os rendimentos específicos de trabalho assalariado, autônomoou profissional, pagos ou creditados a terceiros, e a aquisição de direitosautorais de obra artística;

II – as importâncias pagas ou creditadas a empresas jornalísticas,correspondentes a anúncios ou publicações;

III – as importâncias pagas ou creditadas a empresas de radio-difusão ou televisão, correspondentes a anúncios, horas locadas ouprogramas;

IV – as despesas pagas ou creditadas a quaisquer empresas,inclusive de propaganda;

Page 108: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

110

V – o valor das amostras, tributáveis ou não pelo imposto so-bre produtos industrializados, distribuídas gratuitamente por laborató-rios químicos ou farmacêuticos e por outras empresas que utilizemesse sistema de promoção de venda de seus produtos, sendo indispen-sável:

– que a distribuição das amostras seja contabilizada, nos livros deescrituração da empresa, pelo preço de custo real;

– que a saída das amostras esteja documentada com a emissão dascorrespondentes notas fiscais;

– que o valor das amostras distribuídas em cada ano-calendárionão ultrapasse os limites estabelecidos pela Secretaria da Recei-ta Federal, tendo em vista a natureza do negócio, até o máximode cinco por cento da receita obtida na venda dos produtos.

Poderá ser admitido, a critério da Secretaria da Receita Federal, queas despesas de que trata o inciso V ultrapassem, excepcionalmente, oslimites previstos na alínea c, nos casos de planos especiais de divulgaçãodestinados a produzir efeito além de um ano-calendário, devendo aimportância excedente daqueles limites ser amortizada no prazo mínimode três anos, a partir do ano-calendário seguinte ao da realização dasdespesas (Lei nº 4.506, de 1964, art. 54, parágrafo único).

As despesas de propaganda, pagas ou creditadas a quaisquerempresas, somente serão admitidas como despesa operacional quando aempresa beneficiada for registrada no Cadastro Nacional da PessoaJurídica e mantiver escrituração regular (Lei nº 4.506, de 1964, art. 54,inciso IV).

As despesas de que trata este artigo deverão ser escrituradas des-tacadamente em conta própria.

É permitido às empresas exportadoras de produtos manufaturados,inclusive cooperativas, consórcios de exportadores, consórcios de produ-tores ou entidades semelhantes, imputar ao custo, destacadamente, paraapuração do lucro líquido, os gastos que, no exterior, efetuarem compromoção e propaganda de seus produtos, com a participação em feiras,exposições e certames semelhantes, na forma, limite e condições deter-minados pelo Ministro de Estado da Fazenda (Decreto-Lei nº 491, de5 de março de 1969, art. 7º e parágrafo único, e Lei nº 9.249, de 1995,art. 25).

Page 109: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

111

36 – MULTAS E JUROS

36.1 – Multa de Mora (Recolhimento Espontâneo)Os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições

administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos pagamentosocorrerem a partir 1º de janeiro de 1997, independentemente da épocade ocorrência do fato gerador, não pagos nos prazos previstos nalegislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada àtaxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso.

A multa será calculada a partir do primeiro dia útil subseqüente aodo vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou dacontribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento.

O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.

36.2 – Multas de Ofício (por Autuação Fiscal)Nos casos de lançamento de ofício, ocorridos a partir de janeiro/97,

independentemente da época da ocorrência do fato gerador, serãoaplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferençade tributo ou contribuição:

I – de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ourecolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo,sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos dedeclaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte;

NOTAAté 31-12-96, esta multa era de 100%.

II – cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito defraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembrode 1964, independentemente de outras penalidades administrativas oucriminais cabíveis.

NOTAAté 31-12-96, esta multa era de 300%.

As multas de que estamos tratando serão exigidas:I – juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não hou-

verem sido anteriormente pagos;

Page 110: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

112

II – isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sidopago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo demulta de mora;

III – isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamentomensal do imposto (carnê-leão), na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de22 de dezembro de 1988, que deixar de fazê-lo, ainda que não tenhaapurado imposto a pagar na declaração de ajuste;

IV – isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamentodo imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido,apurado por estimativa, que deixar de fazê-lo, ainda que tenha apuradoprejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição socialsobre o lucro líquido, no ano-calendário correspondente;

V – isoladamente, no caso de tributo ou contribuição social lan-çado que não houver sido pago ou recolhido.

Se o contribuinte não atender, no prazo marcado, à intimação paraprestar esclarecimentos, as multas a que se referem os incisos I e II docaput passarão a ser de cento e doze inteiros e cinco décimos por cento ede duzentos e vinte e cinco por cento, respectivamente.

Aplicam-se às multas de que trata este artigo as reduções previstasno art. 6º da Lei 8.218, de 29 de agosto de 1991, e no art. 60 da Leinº 8.383, de 30 de dezembro de 1991.

As disposições deste artigo aplicam-se, inclusive, aos contribuintesque derem causa a ressarcimento indevido de tributo ou contribuiçãodecorrente de qualquer incentivo ou benefício fiscal.

36.3 – Aplicação de Procedimento de AcréscimoEspontâneo

A pessoa física ou jurídica submetida à ação fiscal por parteda Secretaria da Receita Federal poderá pagar, até o vigésimo diasubseqüente à data de recebimento do termo de início de fiscalização,os tributos e contribuições já declarados, de que for sujeito passivocomo contribuinte ou responsável, com os acréscimos legais aplicá-veis nos casos de procedimento espontâneo, ou seja, de no máximo 20%,não prevalecendo, neste caso, a multa de ofício na forma citadaacima.

Page 111: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

113

36.4 – Multa pela Falta de Entrega da Declaraçãode Rendimentos

No caso da entrega da declaração de rendimentos em atraso seráaplicada multa da seguinte forma:

a) declaração com imposto devido: multa de 1% ao mês ou fraçãosobre o imposto de renda devido, ainda que integralmente pago,sendo aplicado, no mínimo, a multa de acordo com os valoresconstantes na letra b a seguir;

b) no caso de não haver imposto devido:b.1) pessoa física – R$ 165,74; eb.2) pessoa jurídica – R$ 414,35.

NOTAS1ª – A partir de janeiro de 1996, as multas acima não são mais quantificadasem UFIR, não podendo, portanto, ser atualizadas.2ª – A multa não poderá ser maior do que 20% do imposto devido, mas não serámenor do que o valor mínimo citado acima.

36.5 – Juros de MoraOs débitos para com a União decorrentes de tributos e contribui-

ções administrados pela Secretaria da Receita Federal, não pagos nosprazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de jurosequivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação eCustódia – SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente,calculados a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimentoaté o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento nomês do pagamento.

36.6 – Dedutibilidade dos Acréscimos Moratórios36.6.1 – MultasDe acordo com o art. 344 do RIR/99, não são dedutíveis como

custos ou despesas operacionais as multas por infrações fiscais, salvo asde natureza compensatória e as impostas por infrações fiscais de que nãoresulte falta ou insuficiência de pagamento de tributos.

Para melhor entendimento, dividiremos as multas em três tiposdistintos, a saber:

Page 112: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

114

a) Multas de Natureza Fiscal ou Tributáriaa.1) falta de pagamento pura e simples, ou pagamento em valor

menor que o devido; oua.2) falta de cumprimento de obrigação que não seja propriamente

de pagar o tributo, mas cuja omissão implica não-recolhimento, por tera lei atribuído ao cumprimento da obrigação a condição do lançamentonormal, como, por exemplo:

– falta de apresentação da declaração de rendimentos;– falta de retenção de IR-Fonte.

NOTAS1ª – Vale lembrar que as multas somente serão dedutíveis quando do seu efetivopagamento.2ª – Não são dedutíveis para fins de Imposto de Renda (Lucro Real) e daContribuição Social sobre o Lucro as multas provisionadas sobre débitos cujaexigibilidade esteja suspensa.

b) Multas Não-FiscaisAs multas de natureza não-fiscal não serão dedutíveis, pois,

segundo entendimento fiscal contido no PN CST 61-79, elas não sãoadmissíveis, uma vez que “não são necessárias à atividade da empresa”.Logo, deverão ser adicionadas, para fins de Lucro Real, as seguintesmultas, por exemplo:

– as de trânsito;– as aplicadas pelo Ministério do Trabalho por falta de assinatura

de carteira de trabalho, salários pagos em atraso, etc.;– as por excesso de peso;– as por falta de emissão de notas fiscais.

c) Multas ContratuaisO fisco admite como dedutíveis as multas efetivamente suportadas

pela empresa em virtude do descumprimento de obrigação contratual,desde que vinculadas a legítimas transações comerciais, necessárias àatividade da empresa.

36.6.2 – JurosOs juros serão dedutíveis em qualquer hipótese, mesmo quando

houver auto de lançamento por iniciativa da fiscalização, por se tra-

Page 113: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

115

tar de despesas financeiras, conforme entendimento explanado noPN 174-74.

NOTACabe lembrar que, em relação aos fatos geradores ocorridos de 1º-01-93 até31-12-94, tanto as multas quanto os juros, bem como os próprios tributose contribuições, somente serão dedutíveis no período-base de seu efetivopagamento e desde que sua exigibilidade não esteja suspensa.

37 – RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL(RIR/99, ART. 384)

37.1 – Dever de Avaliar pelo Valor de Patrimônio Líquido

Serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido os investimentosrelevantes da pessoa jurídica (Lei nº 6.404, de 1976, art. 248, e De-creto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI):

I – em sociedades controladas; eII – em sociedades coligadas sobre cuja administração tenha

influência, ou de que participe com vinte por cento ou mais do capitalsocial.

São coligadas as sociedades quando uma participa, com dez porcento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la (Lei nº 6.404, de1976, art. 243, § 1º).

Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, dire-tamente ou por intermédio de outras controladas, é titular de direitos desócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nasdeliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores(Lei nº 6.404, de 1976, art. 243, § 2º).

Considera-se relevante o investimento (Lei nº 6.404, de 1976,art. 247, parágrafo único):

I – em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil éigual ou superior a dez por cento do valor do patrimônio líquido dapessoa jurídica investidora;

II – no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valorcontábil é igual ou superior a quinze por cento do valor do patrimôniolíquido da pessoa jurídica investidora.

Page 114: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

116

37.2 – Desdobramento do Custo de AquisiçãoO contribuinte que avaliar investimento em sociedade coligada ou

controlada pelo valor de patrimônio líquido deverá, por ocasião daaquisição da participação, desdobrar o custo de aquisição em (De-creto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 20):

I – valor de patrimônio líquido na época da aquisição, determinadode acordo com o disposto no artigo seguinte; e

II – ágio ou deságio na aquisição, que será a diferença entre o custode aquisição do investimento e o valor de que trata o inciso anterior.

O valor de patrimônio líquido e o ágio ou deságio serão registradosem subcontas distintas do custo de aquisição do investimento (De-creto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 20, § 1º).

O lançamento do ágio ou deságio deverá indicar, dentre os se-guintes, seu fundamento econômico (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,art. 20, § 2º):

I – valor de mercado de bens do ativo da coligada ou controladasuperior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade;

II – valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base emprevisão dos resultados nos exercícios futuros;

III – fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas.O lançamento com os fundamentos de que tratam os incisos I e II

do parágrafo anterior deverá ser baseado em demonstração que ocontribuinte arquivará como comprovante da escrituração (Decreto-Leinº 1.598, de 1977, art. 20, § 3º).

37.2.1 – Tratamento Tributário do Ágio ou Deságio nosCasos de Incorporação, Fusão ou Cisão

A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude deincorporação, fusão ou cisão, na qual detenha participação societáriaadquirida com ágio ou deságio, apurado segundo o disposto no artigoanterior (Lei nº 9.532, de 1997, art. 7º, e Lei nº 9.718, de 1998, art. 10):

I – deverá registrar o valor do ágio ou deságio cujo fundamento sejao de que trata o inciso I do § 2º do artigo anterior, em contrapartida àconta que registre o bem ou direito que lhe deu causa;

II – deverá registrar o valor do ágio cujo fundamento seja o de quetrata o inciso III do § 2º do artigo anterior, em contrapartida à conta deativo permanente não-sujeita à amortização;

Page 115: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

117

III – poderá amortizar o valor do ágio cujo fundamento seja o deque trata o inciso II do § 2º do artigo anterior, nos balanços corres-pondentes à apuração de Lucro Real, levantados posteriormente à in-corporação, fusão ou cisão, à razão de um sessenta avos, no máximo,para cada mês do período de apuração;

IV – deverá amortizar o valor do deságio cujo fundamento seja ode que trata o inciso II do § 2º do artigo anterior, nos balanços corres-pondentes à apuração do Lucro Real, levantados durante os cincoanos-calendário subseqüentes à incorporação, fusão ou cisão, à razão deum sessenta avos, no mínimo, para cada mês do período de apuração.

O valor registrado na forma do inciso I integrará o custo do bem oudireito para efeito de apuração de ganho ou perda de capital e dedepreciação, amortização ou exaustão (Lei nº 9.532, de 1997, art. 7º,§ 1º).

Se o bem que deu causa ao ágio ou deságio não houver sidotransferido, na hipótese de cisão, para o patrimônio da sucessora, estadeverá registrar (Lei nº 9.532, de 1997, art. 7º, § 2º):

I – o ágio em conta de ativo diferido, para amortização na formaprevista no inciso III;

II – o deságio em conta de receita diferida, para amortização naforma prevista no inciso IV.

O valor registrado na forma do inciso II (Lei nº 9.532, de 1997,art. 7º, § 3º):

I – será considerado custo de aquisição, para efeito de apuração deganho ou perda de capital na alienação do direito que lhe deu causa ouna sua transferência para sócio ou acionista, na hipótese de devoluçãode capital;

II – poderá ser deduzido como perda, no encerramento das ativi-dades da empresa, se comprovada, nessa data, a inexistência do fundode comércio ou do intangível que lhe deu causa.

Na hipótese do inciso II do parágrafo anterior, a posterior utilizaçãoeconômica do fundo de comércio ou intangível sujeitará a pessoa físicaou jurídica usuária ao pagamento dos tributos ou contribuições quedeixaram de ser pagos, acrescidos de juros de mora e multa, calculadosde conformidade com a legislação vigente (Lei nº 9.532, de 1997, art. 7º,§ 4º).

Page 116: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

118

O valor que servir de base de cálculo dos tributos e contribuições aque se refere o parágrafo anterior poderá ser registrado em conta doativo, como custo do direito (Lei nº 9.532, de 1997, art. 7º, § 5º).

O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, quando (Lei nº 9.532,de 1997, art. 8º):

I – o investimento não for, obrigatoriamente, avaliado pelo valor dopatrimônio líquido;

II – a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela quedetinha a propriedade da participação societária.

Sem prejuízo do disposto nos incisos III e IV, a pessoa jurídicasucessora poderá classificar, no patrimônio líquido, alternativamente, aconta que registrar o ágio ou deságio nele mencionado (Lei nº 9.718, de1998, art. 11).

37.3 – Avaliação do InvestimentoEm cada balanço, o contribuinte deverá avaliar o investimento pelo

valor de patrimônio líquido da coligada ou controlada, de acordo com odisposto no art. 248 da Lei nº 6.404, de 1976, e as seguintes normas(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 21, e Decreto-Lei nº 1.648, de 1978,art. 1º, inciso III):

I – o valor de patrimônio líquido será determinado com base embalanço patrimonial ou balancete de verificação da coligada ou con-trolada levantado na mesma data do balanço do contribuinte ou atédois meses, no máximo, antes dessa data, com observância da leicomercial, inclusive quanto à dedução das participações nos resultadose da provisão para o imposto de renda;

II – se os critérios contábeis adotados pela coligada ou controladae pelo contribuinte não forem uniformes, o contribuinte deverá fazer nobalanço ou balancete da coligada ou controlada os ajustes necessáriospara eliminar as diferenças relevantes decorrentes da diversidade decritérios;

III – o balanço ou balancete da coligada ou controlada levantadoem data anterior à do balanço do contribuinte deverá ser ajustado pararegistrar os efeitos relevantes de fatos extraordinários ocorridos noperíodo;

IV – o prazo de dois meses de que trata o inciso I aplica-se aosbalanços ou balancetes de verificação das sociedades de que a coligada

Page 117: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

119

ou controlada participe, direta ou indiretamente, com investimentosrelevantes que devam ser avaliados pelo valor de patrimônio líquidopara efeito de determinar o valor de patrimônio líquido da coligada oucontrolada;

V – o valor do investimento do contribuinte será determinadomediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido ajustado deacordo com os incisos anteriores, da percentagem da participação docontribuinte no capital da coligada ou controlada.

37.3.1 – Ajuste do Valor Contábil do InvestimentoO valor do investimento na data do balanço deverá ser ajustado ao

valor de patrimônio líquido determinado de acordo com o disposto noartigo anterior, mediante lançamento da diferença a débito ou a créditoda conta de investimento (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 22).

Os lucros ou dividendos distribuídos pela coligada ou controladadeverão ser registrados pelo contribuinte como diminuição do valor depatrimônio líquido do investimento, e não influenciarão as contas deresultado (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 22, parágrafo único).

Quando os rendimentos referidos no parágrafo anterior foremapurados em balanço da coligada ou controlada levantado em dataposterior à da última avaliação, deverão ser creditados à conta deresultados da investidora e, ressalvado o disposto no § 2º do art. 379 doRIR/99, não serão computados na determinação do Lucro Real.

No caso do parágrafo anterior, se a avaliação subseqüente forbaseada em balanço ou balancete de data anterior à da distribuição,deverá o patrimônio líquido da coligada ou controlada ser ajustado, coma exclusão do valor total distribuído.

37.3.2 – Contrapartida do Ajuste do Valor doPatrimônio Líquido

A contrapartida do ajuste, por aumento ou redução no valor depatrimônio líquido do investimento, não será computada na determinaçãodo Lucro Real (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 23, e Decreto-Leinº 1.648, de 1978, art. 1º, inciso IV).

Não serão computadas na determinação do Lucro Real as contra-partidas de ajuste do valor do investimento ou da amortização do ágioou deságio na aquisição de investimentos em sociedades estrangeiras

Page 118: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

120

coligadas ou controladas que não funcionem no País (Decreto-Leinº 1.598, de 1977, art. 23, parágrafo único, e Decreto-Lei nº 1.648, de1978, art. 1º, inciso IV).

37.4 – Reavaliação de Bens na Coligada ou ControladaA contrapartida do ajuste por aumento do valor do patrimônio

líquido do investimento em virtude de reavaliação de bens do ativo dacoligada ou controlada, por esta utilizada para constituir reserva dereavaliação, deverá ser compensada pela baixa do ágio na aquisição doinvestimento com fundamento no valor de mercado dos bens reavaliados(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 24).

O ajuste do valor de patrimônio líquido correspondente à reavalia-ção de bens diferentes dos que serviram de fundamento ao ágio, oua reavaliação por valor superior ao que justificou o ágio, deverá sercomputado no Lucro Real do contribuinte, salvo se este registrar acontrapartida do ajuste como reserva de reavaliação (Decreto-Leinº 1.598, de 1977, art. 24, § 1º).

O valor da reserva constituída nos termos do parágrafo anteriordeverá ser computado na determinação do Lucro Real do período deapuração em que o contribuinte alienar ou liquidar o investimento, ou emque utilizar a reserva de reavaliação para aumento do seu capital social(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 24, § 2º).

A reserva de reavaliação do contribuinte será baixada mediantecompensação com o ajuste do valor do investimento, e não será compu-tada na determinação do Lucro Real (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,art. 24, § 3º):

I – nos períodos de apuração em que a coligada ou controladacomputar sua reserva de reavaliação na determinação do Lucro Real; ou

II – no período de apuração em que a coligada ou controlada utilizarsua reserva de reavaliação para absorver prejuízos.

37.5 – Amortização do Ágio ou DeságioAs contrapartidas da amortização do ágio ou deságio não serão

computadas na determinação do Lucro Real, ressalvado o dispostono art. 426 do RIR/99 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 25, e De-creto-Lei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso III).

Page 119: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

121

Concomitantemente com a amortização, na escrituração comercial,do ágio ou deságio a que se refere este artigo, será mantido controle, noLALUR, para efeito de determinação do ganho ou perda de capital naalienação ou liquidação do investimento.

38 – ALIENAÇÃO DE BENS DO ATIVOPERMANENTE (RIR/99, ART. 418)

Serão classificados como ganhos ou perdas de capital, e compu-tados na determinação do Lucro Real, os resultados na alienação, nadesapropriação, na baixa por perecimento, extinção, desgaste, obso-lescência ou exaustão, ou na liquidação de bens do ativo permanente(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31).

Ressalvadas as disposições especiais, a determinação do ganho ouperda de capital terá por base o valor contábil do bem, assim entendidoo que estiver registrado na escrituração do contribuinte e diminuído, sefor o caso, da depreciação, amortização ou exaustão acumulada(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31, § 1º).

O saldo das quotas de depreciação acelerada incentivada, re-gistradas no LALUR, será adicionado ao lucro líquido do período deapuração em que ocorrer a baixa.

Os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica que forem transfe-ridos ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de suaparticipação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábilou de mercado (Lei nº 9.249, de 1995, art. 22).

No caso de a devolução realizar-se pelo valor de mercado, adiferença entre este e o valor contábil dos bens ou direitos transferidosserá considerada ganho de capital, que será computado nos resultados dapessoa jurídica tributada com base no Lucro Real (Lei nº 9.249, de 1995,art. 22, § 1º).

38.1 – Vendas a Longo PrazoNas vendas de bens do ativo permanente para recebimento do

preço, no todo ou em parte, após o término do ano-calendário seguinteao da contratação, o contribuinte poderá, para efeito de determinar oLucro Real, reconhecer o lucro na proporção da parcela do preçorecebida em cada período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,art. 31, § 2º).

Page 120: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

122

Caso o contribuinte tenha reconhecido o lucro na escrituraçãocomercial no período de apuração em que ocorreu a venda, os ajustes eo controle decorrentes da aplicação do disposto neste artigo serãoefetuados no LALUR.

38.2 – Ganhos em Desapropriação – Diferimento daTributação

O contribuinte poderá diferir a tributação do ganho de capitalobtido na desapropriação de bens, desde que (Decreto-Lei nº 1.598, de1977, art. 31, § 4º):

I – transfira o ganho de capital para reserva especial de lucros;II – aplique, no prazo máximo de dois anos do recebimento da

indenização, na aquisição de outros bens do ativo permanente, impor-tância igual ao ganho de capital;

III – discrimine, na reserva de lucros, os bens objeto da aplicaçãode que trata o inciso anterior, em condições que permitam a determinaçãodo valor realizado em cada período de apuração.

A reserva será computada na determinação do lucro real nos ter-mos do art. 435, ou quando for utilizada para distribuição de dividendos(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31, § 5º).

Será mantido controle, no LALUR, do ganho diferido nos termosdeste artigo.

38.3 – Desapropriação para Reforma AgráriaEstá isento do imposto o ganho obtido nas operações de trans-

ferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (CF,art. 184, § 5º).

38.4 – Perdas na Alienação de Bens Tomados emArrendamento Mercantil pelo Vendedor

Não será dedutível na determinação do Lucro Real a perda apuradana alienação de bem que vier a ser tomado em arrendamento mercantilpela própria vendedora ou com pessoa jurídica a ela vinculada (Leinº 6.099, de 1974, art. 9º, parágrafo único, e Lei nº 7.132, de 1983,art. 1º, inciso III).

Page 121: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

123

38.5 – Resultado na Alienação de Investimento38.5.1 – Avaliado pelo Custo de AquisiçãoO ganho ou perda de capital na alienação ou liquidação de inves-

timento será determinado com base no valor contábil (art. 418, § 1º)(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31, § 3º).

A provisão para perdas constituídas até 31 de dezembro de 1995,quando dedutível na apuração do Lucro Real nos termos da legislaçãoaplicável, deverá ser considerada na determinação do ganho ou perda decapital.

38.5.2 – Avaliado pelo Valor de Patrimônio LíquidoO valor contábil para efeito de determinar o ganho ou perda de

capital na alienação ou liquidação de investimento em coligada oucontrolada avaliado pelo valor de patrimônio líquido, será a soma algé-brica dos seguintes valores (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 33, eDecreto-Lei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso V):

I – valor de patrimônio líquido pelo qual o investimento estiverregistrado na contabilidade do contribuinte;

II – ágio ou deságio na aquisição do investimento, ainda que tenhasido amortizado na escrituração comercial do contribuinte, excluídos oscomputados nos exercícios financeiros de 1979 e 1980, na determinaçãodo Lucro Real;

III – provisão para perdas que tiver sido computada, como dedução,na determinação do Lucro Real, observado o disposto no parágrafo únicodo artigo anterior.

A baixa de investimento relevante e influente em sociedade coligadaou controlada deve ser precedida de avaliação pelo valor do patrimôniolíquido, com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação dacoligada ou controlada, levantado na data da alienação ou liquidação ouaté trinta dias, no máximo, antes dessa data (Lei nº 7.799, de 1989, art.27, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 4º).

Não será computado na determinação do lucro real o acréscimo oua diminuição do valor de patrimônio líquido de investimento, decorrentede ganho ou perda de capital por variação na percentagem de par-ticipação do contribuinte no capital social da coligada ou controlada(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 33, § 2º, e Decreto-Lei nº 1.648, de1978, art. 1º, inciso V).

Page 122: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

124

Os resultados da avaliação dos investimentos no exterior, pelométodo da equivalência patrimonial, decorrentes da variação no per-centual de participação, no capital da investida, terão o tratamentoprevisto no art. 394 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 6º).

38.5.3 – Perdas na Alienação de Bens e Valores Oriundosde Incentivos Fiscais

Não será dedutível na determinação do Lucro Real a perda apuradana alienação ou baixa de investimento adquirido mediante dedução do im-posto devido pela pessoa jurídica (Decreto-Lei nº 1.648, de 1978, art. 6º).

38.6 – Participação Extinta em Fusão, Incorporaçãoou Cisão

Na fusão, incorporação ou cisão de sociedades com extinção deações ou quotas de capital de uma possuída por outra, a diferença entreo valor contábil das ações ou quotas extintas e o valor de acervo líquidoque as substituir será computada na determinação do Lucro Real deacordo com as seguintes normas (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 34):

I – somente será dedutível como perda de capital a diferença entreo valor contábil e o valor do acervo líquido avaliado a preços de mer-cado, e o contribuinte poderá, para efeito de determinar o Lucro Real,optar pelo tratamento da diferença como ativo diferido, amortizável noprazo máximo de dez anos;

II – será computado como ganho de capital o valor pelo qual tiversido recebido o acervo líquido que exceder ao valor contábil das açõesou quotas extintas, mas o contribuinte poderá, observado o disposto nos§§ 1º e 2º, diferir a tributação sobre a parte do ganho de capital em bensdo ativo permanente, até que esse seja realizado.

O contribuinte somente poderá diferir a tributação da parte doganho de capital correspondente a bens do ativo permanente se (De-creto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 34, § 1º):

I – discriminar os bens do acervo líquido recebido a que corres-ponder o ganho de capital diferido, de modo a permitir a determinaçãodo valor realizado em cada período de apuração; e

II – mantiver, no LALUR, controle do ganho de capital ainda nãotributado, cujo saldo ficará sujeito à atualização monetária até 31 dedezembro de 1995 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 6º, e parágrafo único).

Page 123: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

125

O contribuinte deve computar no Lucro Real de cada período deapuração a parte do ganho de capital realizada mediante alienação ouliquidação, ou mediante quotas de depreciação, amortização ou exaustãoe respectiva atualização monetária até 31 de dezembro de 1995, quandofor o caso, deduzidas como custo ou despesa operacional (Decreto-Leinº 1.598, de 1977, art. 34, § 2º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 6º eparágrafo único).

39 – REAVALIAÇÃO DE BENS (RIR/99, ART. 434)A contrapartida do aumento de valor de bens do ativo permanente,

em virtude de nova avaliação baseada em laudo nos termos do art. 8º daLei nº 6.404, de 1976, não será computada no Lucro Real enquantomantida em conta de reserva de reavaliação (Decreto-Lei nº 1.598, de1977, art. 35, e Decreto-Lei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso VI).

Saliente-se que, de acordo com a Lei nº 9.959-2000, art. 4º, acontrapartida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídicasomente poderá ser computada em conta de resultado ou na deter-minação do Lucro Real e da base de cálculo da contribuição social sobreo lucro líquido quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado.

O laudo que servir de base ao registro de reavaliação de bensdeve identificar os bens reavaliados pela conta em que estão escritura-dos e indicar as datas da aquisição e das modificações no seu custooriginal.

O contribuinte deverá discriminar na reserva de reavaliação os bensreavaliados que a tenham originado, em condições de permitir a de-terminação do valor realizado em cada período de apuração (Decreto-Leinº 1.598, de 1977, art. 35, § 2º).

Se a reavaliação não satisfizer aos requisitos deste artigo, seráadicionada ao lucro líquido do período de apuração, para efeito dedeterminar o Lucro Real (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 43, § 1º,alínea h, e Lei nº 154, de 1947, art. 1º).

39.1 – Tributação na RealizaçãoO valor da reserva referida no artigo anterior será computado na

determinação do Lucro Real (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 35,§ 1º, e Decreto-Lei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso VI):

Page 124: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

126

I – no período de apuração em que for utilizado para aumento docapital social, no montante capitalizado, ressalvado o disposto no item39.2, abaixo;

NOTAEm função da alteração trazida pela Lei 9.959-2000, art. 4º, já comentada acima,entende-se que este procedimento não mais se aplica a partir de janeiro de 2000,ou seja, a reserva de reavaliação de qualquer bem do ativo permanente poderáser capitalizada sem que o valor respectivo tenha de ser levado à tributação poreste motivo.

II – em cada período de apuração, no montante do aumento do valordos bens reavaliados que tenha sido realizado no período, inclusivemediante:

a) alienação, sob qualquer forma;b) depreciação, amortização ou exaustão;c) baixa por perecimento.

39.2 – Reavaliação de Bens Imóveis e de PatentesA incorporação, ao capital, da reserva de reavaliação constituída

como contrapartida do aumento de valor de bens imóveis integrantes doativo permanente não será computada na determinação do Lucro Real(Decreto-Lei nº 1.978, de 21 de dezembro de 1982, art. 3º).

Na companhia aberta, a aplicação do disposto neste artigo ficacondicionada a que a capitalização seja feita sem modificação do númerode ações emitidas e com aumento do valor nominal das ações, se for ocaso (Decreto-Lei nº 1.978, de 1982, art. 3º, § 2º).

Aos aumentos de capital efetuados com a utilização da reserva deque trata este artigo, constituída até 31 de dezembro de 1988, aplicam-seas normas do art. 63 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, e às reservasconstituídas nos anos de 1994 e 1995 aplicam-se as normas do art. 658(Decreto-Lei nº 1.978, de 1982, art. 3º, § 3º).

O disposto neste item aplica-se à reavaliação de patente ou dedireitos de exploração de patentes, quando decorrentes de pesquisa outecnologia desenvolvida em território nacional por pessoa jurídicadomiciliada no País (Decreto-Lei nº 2.323, de 26 de fevereiro de 1987,art. 20).

O valor da reavaliação referida acima, incorporado ao capital, será(Decreto-Lei nº 1.978, de 1982, art. 3º, § 1º):

Page 125: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

127

I – registrado em subconta distinta da que registra o valor do bem;II – computado na determinação do Lucro Real de acordo com o

inciso II do art. 435, ou os incisos I, III e IV do parágrafo único doart. 439 do RIR/99.

39.3 – Reavaliação de Participações SocietáriasAvaliadas pelo Valor de Patrimônio Líquido

Será computado na determinação do Lucro Real o aumento de valorresultante de reavaliação de participação societária que o contribuinteavaliar pelo valor de patrimônio líquido, ainda que a contrapartida doaumento do valor do investimento constitua reserva de reavaliação(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 35, § 3º).

NOTAEm função da alteração trazida pela Lei 9.959-2000, art. 4º, já comentada acima,entende-se que este procedimento não mais se aplica a partir de janeiro de 2000,ou seja, a reserva de reavaliação de qualquer bem do ativo permanente poderáser capitalizada sem que o valor respectivo tenha de ser levado à tributação poreste motivo.

39.4 – Reavaliação na Subscrição de Capital ouValores Mobiliários

A contrapartida do aumento do valor de bens do ativo incorporadosao patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de capitalsocial, ou de valores mobiliários emitidos por companhia, não serácomputada na determinação do Lucro Real enquanto mantida em contade reserva de reavaliação (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 36).

O valor da reserva deverá ser computado na determinação do Lu-cro Real (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 36, parágrafo único, eDecreto-Lei nº 1.730, de 1979, arts. 1º, inciso VII, e 8º):

I – na alienação ou liquidação da participação societária ou dosvalores mobiliários, pelo montante realizado;

II – quando a reserva for utilizada para aumento do capital social,pela importância capitalizada;

III – em cada período de apuração, em montante igual à parte doslucros, dividendos, juros ou participações recebidos pelo contribuinte,que corresponder à participação ou aos valores mobiliários adquiridoscom o aumento do valor dos bens do ativo; ou

Page 126: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

128

IV – proporcionalmente ao valor realizado, no período de apuraçãoem que a pessoa jurídica que houver recebido os bens reavaliadosrealizar o valor dos bens, na forma do inciso II do art. 435, ou com elesintegralizar capital de outra pessoa jurídica.

39.5 – Reavaliação na Fusão, Incorporação ou CisãoA contrapartida do aumento do valor de bens do ativo em virtude

de reavaliação na fusão, incorporação ou cisão não será computada paradeterminar o lucro real enquanto mantida em reserva de reavaliação nasociedade resultante da fusão ou incorporação, na sociedade cindida ouem uma ou mais das sociedades resultantes da cisão (Decreto-Leinº 1.598, de 1977, art. 37).

O valor da reserva deverá ser computado na determinação do lu-cro real de acordo com o disposto no § 2º do art. 434 e no art. 435 doRIR/99 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 37, parágrafo único).

As reservas de reavaliação transferidas por ocasião da incorpo-ração, fusão ou cisão terão, na sucessora, o mesmo tratamento tributárioque teriam na sucedida.

40 – ARQUIVOS EM MEIO MAGNÉTICO

As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real cujo patrimôniolíquido em 31-12-2000 foi maior do que R$ 1.633.072,44 (RIR/99,art. 265) estão obrigadas a manter à disposição do fisco, em layoutespecífico, os arquivos em meio magnético (IN 68-95 e Portaria 13-95)utilizados para registrar suas operações, bem como a escrituração delivros contábeis e fiscais relativos ao ano de 2001. Uma das penalidadesprevistas pelo não-atendimento desta obrigatoriedade era a do arbi-tramento do resultado. Mas, a partir de 1º-01-99, portanto em relação aoano-calendário de 1998, não caberá mais arbitramento, conformerevogação constante no inciso III do art. 18 da Lei nº 9.718-98.

Saliente-se que, de acordo com a Lei nº 8.218-91, art. 12, e aPortaria nº 13-95, permanecem outras penalidades, conforme segue:

a) multa de 0,5% (meio por cento) do valor da receita bruta dapessoa jurídica no período aos que não atenderem à forma emque devem ser apresentados os registros e respectivos arquivos;

Page 127: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

129

b) multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da operação corres-pondente aos que omitirem ou prestarem incorretamente as in-formações solicitadas;

c) multa equivalente a R$ 115,27 por dia de atraso, até o máximode trinta dias, aos que não cumprirem o prazo estabelecido pelaSecretaria da Receita Federal ou diretamente pelo auditor fiscaldo Tesouro Nacional, para apresentação dos arquivos.

NOTAO sujeito passivo usuário de sistema de processamento de dados deverá manterdocumentação técnica completa e atualizada do sistema, suficiente para possi-bilitar a sua auditoria, facultada a manutenção em meio magnético, sem prejuízoda sua emissão gráfica, quando solicitada.Com esta regra, quer o legislador que o contribuinte mantenha à disposição dofisco uma espécie de manual de uso do sistema. Saliente-se que esta obriga-toriedade se aplica a todas as pessoas jurídicas que, de uma maneira ou de outra,utilizem processamento eletrônico de dados.

41 – LIVROS COMERCIAIS E FISCAISOBRIGATÓRIOS

De acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, a pessoajurídica tributada pelo Lucro Real é obrigada a escriturar os seguinteslivros (arts. 257 a 260 do RIR/99):

– livro-diário;– livro-razão (ou fichas, se for o caso);– livro de registro de inventário;– livro para registro de compras;– livro de apuração do Lucro Real – LALUR;– livro para registro permanente de estoques, para pessoas jurídi-

cas que exercem atividades de compra, venda, incorporação econstrução de imóveis, loteamento ou desmembramento de ter-renos para venda;

– livro de movimentação de combustíveis, a ser escriturado diaria-mente pelo posto revendedor.

NOTARelativamente aos livros de registro de inventário, registro de compras, registropermanente de estoques das empresas que exploram atividades imobiliárias, aspessoas jurídicas poderão criar modelos próprios que satisfaçam as necessidadesde seu negócio, ou utilizar os livros porventura exigidos por outras leis fiscais,ou, ainda, substituí-los por séries de fichas numeradas (RIR/99, art. 260).

Page 128: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

130

41.1 – AutenticaçãoO livro-diário, o livro de registro de inventário e o livro para

registro de compras deverão ser registrados e autenticados pelo De-partamento Nacional de Registro de Comércio, ou seja, pelas juntascomerciais ou repartições encarregadas do Registro do Comércio,e, quando se tratar de sociedades civis, pelo registro civil de pes-soas jurídicas, ou pelo Cartório de Registro de Títulos e Documentos(RIR/99, art. 260).

No caso da pessoa física equiparada à jurídica pela prática deatividades imobiliárias, a autenticação do livro para registro permanentede estoques será feita pelo órgão da Secretaria da Receita Federal.

41.2 – Conservação de Livros e ComprovantesA pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não

prescritas as eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros,documentos e papéis relativos a sua atividade ou que se refiram a atos eoperações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situaçãopatrimonial.

De acordo com a Lei 5.172-66, art. 173 (CTN), o direito de pro-ceder ao lançamento do imposto extingue-se após cinco anos, contados:

a) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamen-to poderia ter sido efetuado;

b) da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anula-do, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.

42 – PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA– LUCRO REAL

42.1 – AlíquotaA alíquota do imposto de renda aplicável para o ano-calendário de

1999 é de 15%.

42.2 – Adicional sobre o Imposto de RendaIncidirá adicional de 10% nas seguintes condições:a) Balanço Anual – sobre a parcela do Lucro Real superior a

R$ 240.000,00;

Page 129: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

131

b) Balanço Trimestral – sobre a parcela do Lucro Real superior aR$ 20.000,00, multiplicada pelo número de meses, o que equi-vale, num trimestre completo, a R$ 60.000,00. Logo, se o LucroReal for, por exemplo, R$ 70.000,00, teremos um adicional so-bre R$ 10.000,00 (70.000,00 – 60.000,00).

42.3 – Deduções Diretas do ImpostoDo imposto apurado com base no Lucro Real (trimestral ou anual),

e sem considerar o adicional, poderão ser deduzidos os seguintesincentivos fiscais:

INCENTIVOS FISCAIS – DEDUÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO

Nome Cálculo Limite Excesso DedutibilidadeDespesa

Operações Cará- Ver notas 4%* Ver notas Ver notaster Cult./Art.Audiovisual Valor dos 1% de janeiro a Não-aproveitável Excluído

investimentos julho/96, e após, via LALUR3% *

PAT 15% dos 4%** Dois anos Integraldispêndios; ouR$ 1,99; dosdois, o menor

PDTI/PDTA 15% dos 4%** Dois anos Integraldispêndios

Fundos Total das 1% Não-aproveitável DespesaCriança doações não-dedutívelAdolesc.Pesquisa Soma algébrica 50% Não há IntegralInformática das linhas da

ficha 8, 1-5-6-7-8-10-(11x2,5)= base

Aplicações Soma algébrica 1% Não há Não há despesaInform. das linhas do

anexo 3, quadro 41+2-5-6-7-8-10-(11x2,5)-(12x2,0)--21 = base

* O limite conjunto não poderá exceder a 4% do imposto devido, sem considerar o adicional.** O limite conjunto não poderá exceder a 4% do imposto devido, sem considerar o adicional.

NOTAS1ª – Em todos os casos, deverá ser excluído da base de cálculo o imposto devidorelativo a lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior.

Page 130: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

132

2ª – No caso das doações e patrocínios de caráter cultural e artístico citados noquadro acima, considerar:a) se o projeto for aprovado com base no art. 18 da Lei 8.313-91, as doações

serão totalmente indedutíveis, podendo ser utilizado apenas o incentivo dededução direta do imposto, que é o caso apresentado acima;

b) se o projeto for aprovado com base nos arts. 25 e 26 da Lei nº 8.313-91,as doações e patrocínios serão totalmente dedutíveis, sem limite de valor.A base de cálculo do incentivo será de 40% das doações e 30% dos patro-cínios.

43 – ESCRITURAÇÃO DO LALUR

43.1 – ObrigatoriedadeO Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR – deve ser escri-

turado obrigatoriamente, sob pena de o fisco considerar a apuração doLucro Real não-apoiada em escrituração, ficando, assim, sujeita a im-pugnação e conseqüente arbitramento do resultado.

Por conseguinte, seu uso é obrigatório para todas as empresas queapresentarem declaração com base no Lucro Real, sejam pessoas jurí-dicas, sejam empresas individuais, e mesmo pessoas físicas equiparadasa jurídicas.

43.2 – Prazosa) Lucro Real TrimestralAs pessoas jurídicas que efetuarem a apuração do Lucro Real

trimestral deverão escriturar o Livro de Apuração do Lucro Real –LALUR – trimestralmente, devendo esta escrituração estar pronta até adata marcada para o pagamento do imposto do período em questão.

b) Lucro Real AnualAs pessoas jurídicas que efetuarem a apuração do Lucro Real

anual deverão escriturar o LALUR com base no balanço apurado em31 de dezembro, sendo que o prazo, neste caso, é a data tempestiva deentrega da declaração.

c) Pessoas Jurídicas que Efetuaram Balanços para Fins deSuspensão ou Redução do Imposto de Renda

Em cada período em que tal procedimento foi adotado, obrigato-riamente deverá haver escrituração na Parte A do LALUR.

Page 131: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

133

43.3 – ModeloO livro de apuração do Lucro Real deverá ser elaborado da seguinte

foma:a) deverá ser encadernado e ter suas folhas tipograficamente nume-

radas em seqüência, sem interrupção;b) não poderá ser substituído por fichas ou folhas soltas, ainda que

a empresa pretenda encaderná-las futuramente;c) deverá conter termos de abertura e encerramento assinados por

um administrador da empresa e pelo contabilista, sendo, porém,dispensado seu registro em Junta Comercial ou Registro de Tí-tulos e Documentos, ou mesmo qualquer órgão fazendário;

d) terá qualquer quantidade de folhas, as quais observarão doismodelos distintos: as páginas da primeira metade terão a deno-minação Parte A – Registro de Ajustes do Lucro Líquido doExercício; as da segunda metade corresponderão à Parte B –Controles de Valores que Constituirão Ajuste do Lucro Líquidode Períodos-Base Futuros;

e) após ter escrituradas todas as páginas de uma das partes, teráinutilizadas as folhas sem uso da outra parte, ensejando o pros-seguimento da escrituração integral em novo livro.

43.3.1 – Escrituração por Processamento Eletrônico de Dados

A partir da vigência da Lei 8.218-91, art. 18, é possível utilizar osistema de processamento eletrônico de dados. A referida lei mencionaque a Receita Federal baixará normas a respeito do assunto, o que, até opresente momento, não foi feito. Entretanto, muitas empresas vêm uti-lizando este procedimento, e, estando a apuração correta, a fiscalizaçãoa tem aceito sem maiores problemas.

43.4 – DestinaçãoA Parte A tem destinação semelhante à do Livro-Diário: recebe-

rá periodicamente a indicação de registros pormenorizados, em suacoluna Histórico, e respectivos valores, em suas colunas Adições eExclusões.

Page 132: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

134

Basicamente, tais registros corresponderão:a) como adições, a custos, despesas e encargos não-dedutíveis se-

gundo a legislação tributária que tenham sido lançados contabil-mente, diminuindo o Lucro Líquido da empresa; exemplos: des-pesas sem comprovante; doações não-dedutíveis, gratificação aadministradores; multa imposta por autoridade tributária em ra-zão da falta de pagamento de tributo, etc.

b) também como adições, a valores que as normas legais imponhamsejam tributados, embora sem direta correspondência com os re-gistros contábeis; exemplo: o valor do Lucro Inflacionário Rea-lizado;

c) como exclusões, as receitas não-tributáveis que tenham sido in-cluídas no Lucro Líquido, majorando-o; exemplo: dividendos re-cebidos;

d) ainda como exclusões, a valores não contabilizados que a legis-lação permita sejam redutores do Lucro Líquido só para fins deapuração do Lucro Real; exemplos: parcela correspondente àDepreciação Acelerada, correção complementar da diferençaIPC/BTNF, valor do Prejuízo Fiscal a Compensar, etc.

Ao final de cada período-base de apuração do imposto e após oúltimo registro individualizado, a Parte A deverá conter uma síntese doslançamentos precedentes, denominada Demonstração do Lucro Real,que, em vários itens, agrupará, sob o mesmo título, o valor dos várioslançamentos da mesma natureza feitos anteriormente, somando-os, ousubtraindo-os do resultado líquido do período-base e apontando o LucroReal ou prejuízo fiscal resultante. Esta Demonstração observa modelopadronizado adiante reproduzido.

Page 133: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

135

DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL

Natureza dos Ajustes Adições Exclusões

1. Lucro Líquido antes do IR

2. (+) Adições

3. (–) Exclusões

4. (–) Comp. Prej. Fiscais

5. (=) Lucro Real ou Prej. Fiscal

Reconhecemos a exatidão desta demonstração:

Porto Alegre, _______________________________

Diretor Contabilista

Page 134: ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO … · 2020-04-01 · ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses

NOTAS SOBRE O AUTOR

JOÃO ROBERTO DOMINGUES PINTO• Contador.• Professor.• Desenvolve atividades na área contábil há 20 anos, tendo sido contador de empresas de porte em

diversos ramos de atividade.• Tem experiência em auditoria interna e externa.• Sócio da Empresa Temac Consultoria e Com. Livros Did. Ltda.• Assessor de empresas de porte, como o grupo Tramontina.• Foi instrutor de cursos do Grupo IOB de Consultoria de janeiro de 1992 até fevereiro de 1995.• Foi Consultor do Grupo IOB de Consultoria.• Instrutor de cursos do Conselho Regional de Contabilidade do RS.• Instrutor de cursos da Câmara da Ind. e Com. de Caxias do Sul.• Ministrou inúmeros cursos e presidiu centenas de mesas-rendondas por todo o Estado do Rio

Grande do Sul.• Ministrou cursos em outros Estados (São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Maranhão).• Especializado em Contabilidade e Imposto de Renda para as Empresas da Área Imobiliária

(Construção Civil).• Autor dos livros: Auditoria Fiscal, Lucro Presumido com Base na Lei nº 8.541-92, Imposto de

Renda e Contribuições Federais – Incidências e Bases de Cálculo (9 edições) e Aspectos Fiscaise Tributários para Encerramento do Ano-Calendário (7 edições), todos editados pelo ConselhoRegional de Contabilidade do RS; Aspectos Fiscais e Tributários para Encerramento doAno-Calendário e Imposto de Renda e Contribuições Federais – Incidências e Bases deCálculo, editados pelo CRCMG; SIMPLES – A Nova Legislação das Microempresas e Empresasde Pequeno Porte, editado pela Editora Síntese; Imposto de Renda e Contabilidade paraEmpresas de Construção Civil, editado por Temac – Treinamento Empresarial, Assessoria eConsultoria; e Manual das Atividades Imobiliárias, editado por Informare.