asma na gestação
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Asma na Gestação
Alessandra Zille
Curso de Capacitação
Atendimento a Gestante e Humanização do Parto
Definição
Doença crônica inflamatória das vias aéreas - multifatorial
Limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento
Hiperresponsividade brônquica
Manifestações clínicas
Episódios recorrentes de sibilância,
dispnéia, opressão torácica e tosse,
particularmente à noite e pela manhã ao
despertar
Prevalência – 10 a 20%
3a causa de internação
120 milhões de reais
2,5 mil óbitos/ano
Brasil – DATASUS 2004
4 a 7% das mulheres grávidas
11 a 18% das grávidas asmáticas são
atendidas em serviços de emergência
pelo menos 1 vez na gestação
62% precisam de internação
Asma e gestação
↑ 20 a 25% consumo de oxigênio
Hiperventilação fisiológica - 75% tem
dispnéia (3º mês)
↓ capacidade residual no final da
gravidez (diafragma)
Fluxos inalterados
Função respiratória na gestação
35 a 42% pioram – PG F2
33 a 40% estáveis
38% melhoram – progesterona, cortisol
livre, PG E2
Evolução
Exacerbações – 24 e 36ª semana
< intensidade nos últimos 4 meses
Rara piora no trabalho de parto
Evolução semelhante em sucessivas
gestações
73% retornam ao padrão anterior 3 m
após o parto
Evolução
Avaliação periódica da mãe
Controle ambiental
Educação
Tratamento medicamentoso
Etapas do tratamento
Ausência ou ↓ de sintomas
nenhuma limitação as atividades
função pulmonar preservada
prevenção de exacerbações
Objetivos do tratamento
Uso mínimo de beta2 agonistas
↓ efeitos colaterais das medicações
nascimento de uma criança saudável
Objetivos do tratamento
Via inalatória
Maior concentração local
Menor risco de efeitos sistêmicos
• Inalador pressurizado (HFA)
• Pó seco
• Nebulizadores
Técnica de uso
1. Preparar a dose (varia em cada dispositivo)
2. Expirar, soprando lentamente
3. Colocar o dispositivo na boca
4. Inspirar o mais forte e profundo possível
5. Parar de respirar e “pensar” até 10
6. Lavar a boca, bochechar com água e cuspir
Medicação de Controle
Corticóides inalatórios - indispensáveis à
reversão ou estabilização do processo
inflamatório da asma
Medicação de Alívio
Beta2 agonistas - indispensáveis no alívio do
broncoespasmo
Medicamentos e gestação
Classe Medicamento Risco
Beta2 agonistas salbutamol C
terbutalina B
Salmeterol C
Formoterol C
Anticolinérgicos ipatrópio B
Corticóides inalatórios Budesonida B
Beclometasona C
Fluticasona C
Triancinolona C
Medicamentos e gestação
Classe Medicamento risco
Xantinas teofilina C
Cromonas cromoglicato B
Antileucotrienos Zafirlucast B
Montelucast B
Beta agonistas – salbutamol 100 mcg
salmeterol 25 ou 50 mcg
formoterol 6 ou 12 mcg
Dose semelhante a não grávidas
Via oral ou parenteral não recomendada
Beta agonistas
Corticóides inalatórios
Mecanismos de ação
reduz os sinais patológicos de
inflamação da via aérea
melhora progressivamente a HRB
Papel terapêutico
mais efetivo antinflamatório no tratamento da asma
Melhora a função pulmonar (A)
Diminui a HRB (A)
Diminui os sintomas e o uso de medicação de alívio (A)
Diminui crises induzidas pelo exercício em crianças (A)
Diminui frequência e severidade das crises (A)
Melhora a qualidade de vida (A)
Corticóides inalatórios
Corticóide inalatório – tratamento de
escolha
Reduz risco de exacerbações em grávidas e
melhora função pulmonar
Não aumenta risco de mal formações
Budesonida - preferência
Corticóides inalatórios
Efeitos adversos
Locais
candidíase oral
disfonia
tosse
Sistêmicos (dose, potência e metabolismo do corticóide)
alterações da pele
supressão adrenal
diminuição da densidade óssea
catarata e glaucoma (?)
Corticóides inalatórios
Dose baixa – 200 a 600 mcg
Dose média – 600 e 1200 mcg
Dose alta – acima de 1200 mcg
Usual – 400 mcg inalatória de 12/12 horas
Budesonida – dose diária
Exacerbações que não regridam com ß2
agonistas
Asma persistente grave sem controle com
inalatório
Dose diária por via oral 40 a 60 mg de
prednisona por 5 a 10 dias
Corticóide oral na gestação
Efeitos colaterais
Piora dos sintomas de RGE
Atravessa placenta – taquicardia,
irritabilidade e vômitos no RN
Ação inferior aos BD de longa duração
Teofilina
CORTICÓIDES INALATÓRIOS
DROGA DOSES BAIXAS
(mcg ∕ dia)
DOSES MÉDIAS
(mcg ∕ dia)
DOSES ALTAS
(mcg ∕ dia)
Beclometasona 100 - 250 250 - 500 > 500
Budesonida 200 - 600 600 - 1200 > 1200
Fluticasona 100 - 250 250 - 500 > 500
Ciclesonida 80 - 160 160 - 320 > 320
SEVERIDADE DA ASMA
Global Iniciative For Asthma-National Institutes of Health –
NHLBI/WHO - Gina 2008 – www.ginasthma.com
Sintomas diurnos Sintomas noturnos PF ou VEF1
Intermitente < 1 vez ∕ semana
Assintomático entre
as crises
≤ 2 vezes ∕ mês ≥ 80%
Persistente
leve
1 vez ∕ semana, porém
< 1 vez ∕ dia
Crises podem afetar
atividades
> 2 vezes ∕ mês ≥ 80%
Persistente
moderada
Diários
Afetam atividades
> 1 vez ∕ semana 60 - 80%
Persistente
grave
Diários
Limitação das
atividades físicas
Frequentes ≤ 60%
Classificação de severidade - NHLBI
% de pacientes
40
22 19 19
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
intermitente leve moderada severaASMA
Asthma in America 1998: www.asthmainamerica.com/statistics.htm
n = 2509 (a:1788 e c:721)
Persistente 60
GRAVIDADE Tratamento de manutenção
Intermitente
Persistente leve Preferencial - doses baixas de CI
Alternativas – antileucotrieno ou cromoglicato
Persistente
moderada
Preferencial - doses baixas ∕ médias CI + BD longa
duração
Alternativo – CI doses altas + BD longa duração +
antileucotrieno ou teofilina de ação prolongada
Persistente
grave
Preferencial - doses altas CI + BD longa duração e se
necessário corticóide oral
Aleternativo - doses altas CI + BD longa duração +
corticóide oral + antileucotrieno ou teofilina de ação
prolongada
Para todos os casos: BD de curta duração usado para alívio dos sintomas
NAEPP Expert Reference Report. Managing Asthma During Pregnancy.
Ausência ou mínimos* sintomas diurnos
Ausência de limitações nas atividades
Ausência de sintomas noturnos
Necessidade ausente ou mínima de medicação
de resgate
Função pulmonar normal
Ausência de exacerbações
* Minimos = igual ou inferior a duas vezes por semana
Controle Clínico da Asma
Consultas frequentes – intensidade e
frequência dos sintomas
Uso correto dos inaladores
Identificar complicações
Monitoração
Exposição à poeira/mofo/inseticidas
Tabagismo
Contato com animais domésticos
RGE
ß bloqueadores
Infecções virais e bacterianas
Exacerbações
Avaliação repetida de sinais e sintomas
Controle da saturação de O2 materno
Monitoramento da atividade fetal
→ O2 para manter saturação > 95%
2 a 4 jatos de BD de curta (3 x de 20/20
min)
Corticóide oral – função pulmonar
Exacerbações - Tratamento
Sem melhora ou com piora dos sintomas
Manter medicação ou corticóide
endovenoso: metilprednisolona 30 a 125
mg 6/6 horas ou hidrocortisona 200 a 500
mg a cada ou 6 horas.
Internação
Salbutamol spray 100 mcg 2 jatos ou
nebulização se dispnéia
Budesonida 200 ou 400 mcg 2 x dia
podendo associar com formoterol 6 ou 12
mcg 2 x dia
Tratamento de manutenção
20% das gestantes
Controle dos sintomas beneficia
tratamento da asma
Escolha – corticóides intranasais
Loratadina e cetirizina
Evitar descongestionantes nasais no 1º
trimestre
Rinite