as razÕes de antÓnio capucho

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António d’Orey Capucho DECLARAÇÃO ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU: EU VOTO PS! Como é público, há cerca de dois anos suspendi a militância e afastei-me do Partido em cuja fundação e implantação estive envolvido, por discordar da deriva ideológica que o afastou da matriz social-democrata e da estratégia governativa que assumiu nos últimos anos. Sou um cidadão partidariamente independente. Nas próximas eleições para o Parlamento Europeu considero ser essencial a participação de todos, pelo que cumprirei o meu dever cívico de votar na lista que entendo melhor defender os interesses do nosso País e acredite numa Europa solidária, coesa, politicamente robustecida e que privilegie o crescimento económico e o emprego. Continuo europeísta, apesar de todas as vicissitudes e erros de percurso da construção europeia. Ora, a coligação PSD/CDS que nos governa afasta-se profundamente, na política interna e na estratégia europeia, do caminho que defendo para que o País possa ultrapassar a crise em que está mergulhado. De facto, o Governo persiste na austeridade excessiva que leva ao definhar da economia, ao agravamento de desemprego e ao empobrecimento dos portugueses, sem resolver os principais problemas estruturais do País, como decorre designadamente da incapacidade de formular uma estratégia consequente de reformas e de inverter o crescimento da dívida. Consequentemente, considero mesmo que a política governativa deve merecer nas urnas um claro voto de protesto por parte dos cidadãos eleitores. Entretanto, a candidatura do PSD/CDS ao Parlamento Europeu não só assume uma posição inteiramente seguidista e laudatória das políticas governativas que considero perversas, como o cabeça de lista se permite insultar o conjunto plural de cidadãos, entre os quais me encontro, que assinaram e submeteram a debate público o documento “Preparar a reestruturação da dívida para crescer sustentadamente”. Ao contrário, ocorre que me identifico no essencial com o Manifesto Eleitoral do PS. Acresce que a candidatura socialista é encabeçada por Francisco de Assis, que tive o gosto de conhecer mais de perto quando liderávamos os respectivos grupos parlamentares na Assembleia da República, pessoa que é merecedora da minha confiança e admiração pelas qualidades pessoais e políticas que lhe reconhecemos. O mesmo apreço tenho pela generalidade dos demais candidatos socialistas que integram uma lista corajosamente paritária e em que me permito distinguir Maria João Rodrigues, que ocupa o segundo lugar, com cuja visão prospectiva sobre a União Europeia, que nos dá a conhecer na obra escrita e em intervenções públicas, me identifico no essencial. Por tudo o que antecede, em consciência e em coerência, obviamente votarei PS! António d’Orey Capucho S. João do Estoril, 12 de Maio de 2014

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Page 1: AS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHO

António d’Orey Capucho

DECLARAÇÃO

ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU: EU VOTO PS!

Como é público, há cerca de dois anos suspendi a militância e afastei-me do Partido em cuja fundação e implantação estive envolvido, por discordar da deriva ideológica que o afastou da matriz social-democrata e da estratégia governativa que assumiu nos últimos anos.

Sou um cidadão partidariamente independente.

Nas próximas eleições para o Parlamento Europeu considero ser essencial a participação de todos, pelo que cumprirei o meu dever cívico de votar na lista que entendo melhor defender os interesses do nosso País e acredite numa Europa solidária, coesa, politicamente robustecida e que privilegie o crescimento económico e o emprego. Continuo europeísta, apesar de todas as vicissitudes e erros de percurso da construção europeia.

Ora, a coligação PSD/CDS que nos governa afasta-se profundamente, na política interna e na estratégia europeia, do caminho que defendo para que o País possa ultrapassar a crise em que está mergulhado. De facto, o Governo persiste na austeridade excessiva que leva ao definhar da economia, ao agravamento de desemprego e ao empobrecimento dos portugueses, sem resolver os principais problemas estruturais do País, como decorre designadamente da incapacidade de formular uma estratégia consequente de reformas e de inverter o crescimento da dívida.

Consequentemente, considero mesmo que a política governativa deve merecer nas urnas um claro voto de protesto por parte dos cidadãos eleitores.

Entretanto, a candidatura do PSD/CDS ao Parlamento Europeu não só assume uma posição inteiramente seguidista e laudatória das políticas governativas que considero perversas, como o cabeça de lista se permite insultar o conjunto plural de cidadãos, entre os quais me encontro, que assinaram e submeteram a debate público o documento “Preparar a reestruturação da dívida para crescer sustentadamente”.

Ao contrário, ocorre que me identifico no essencial com o Manifesto Eleitoral do PS.

Acresce que a candidatura socialista é encabeçada por Francisco de Assis, que tive o gosto de conhecer mais de perto quando liderávamos os respectivos grupos parlamentares na Assembleia da República, pessoa que é merecedora da minha confiança e admiração pelas qualidades pessoais e políticas que lhe reconhecemos.

O mesmo apreço tenho pela generalidade dos demais candidatos socialistas que integram uma lista corajosamente paritária e em que me permito distinguir Maria João Rodrigues, que ocupa o segundo lugar, com cuja visão prospectiva sobre a União Europeia, que nos dá a conhecer na obra escrita e em intervenções públicas, me identifico no essencial.

Por tudo o que antecede, em consciência e em coerência, obviamente votarei PS!

António d’Orey Capucho

S. João do Estoril, 12 de Maio de 2014