as possíveis interações do jornalismo com as ciências humanas e sociais

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  • 7/30/2019 As possveis interaes do Jornalismo com as Cincias Humanas e Sociais

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    As possveis interaes do Jornalismo com as Cincias Humanas e Sociais1

    Prof. Dr. Antonio Hohlfeldt2

    RESUMO: Se a diferena principal entre as Cincias Naturais e as Cincias Humanas

    que as ltimas se voltam para o prprio pensar enquanto objeto de conhecimento, a

    principal diferena entre as Cincias Sociais e as Cincias Humanas que as primeiras

    buscam estabelecer constncias em relao a comportamentos e prticas sociais, dentre as

    quais se insere o Jornalismo. O ser humano um ser eminentemente comunicacional,

    porque social. Todas as suas relaes se estabelecem atravs da comunicao: nas

    sociedades industrializadas, so os mdias que garantem tais processos comunicacionais,

    destacando-se dentre eles o Jornalismo. Uma reflexo sobre o Jornalismo, assim, no que

    toca aproximao com aquelas Cincias, deve levar em conta, de um lado, a tica e, de

    outro, a democracia.

    PALAVRAS-CHAVE: Cincias Humanas, Cincias Sociais, Teoria do Jornalismo,

    Deontologia do Jornalismo, Teoria da Comunicao.

    A provocao sugerida pelo ttulo deste artigo exige que, antes de tentarmos

    respond-la diretamente, comecemos discutindo os termos em que ela se coloca, ou seja,

    1 Comunicao originalmente apresentada no II Congresso Luso-Brasileiro de Estudos Jornalsticos e IVCongresso Luso-Galego de Estudos Jornalsticos, no mbito da Universidade Fernando Pessoa, da cidade doPorto, em Portugal, entre 17 e 18 de maro de 2005. Texto revisto para o V Encontro dos Ncleos de Pesquisa NP em Jornalismo, no mbito do XXVIII Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao, entre 5 e 9 desetembro de 2005, na UERJ, Rio de Janeiro.2 Doutor em Letras, pela PUCRS, ex-Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Comunicao Socialda PUCRS. Professor de "Teorias da comunicao" e "Comunicao e opinio pblica" no mesmo Programa.

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    que ns tragamos algumas reflexes, ainda que rpidas, a respeito das Cincias Humanas e

    das Cincias Sociais, tais como elas se apresentam hoje em dia e, enfim, sobre o prprio

    Jornalismo, para s depois podermos aproximar os trs termos.

    Desde a hecatombe da II Grande Guerra, temos sido tentados a nos indagar,

    como o fez Theodor Adorno, a respeito do sentido do mundo humano, depois de tudo o que

    ento se assistiu. Se levarmos em conta os acontecimentos posteriores, culminando em

    guerras recentes, em torturas requintadas, em respostas cnicas a indagaes a respeito da

    morte de prisioneiros de guerra ou de simples cidados presentes em territrios ocupados

    por foras militares contrrias, por certo que o ceticismo do grande autor da Dialtica do

    Iluminismo ficaria ainda mais justificado. No entanto, se verdade que as Cincias

    Humanas se diferenciam das Cincias Naturais, no apenas porque essas estudam a

    natureza - de que, alis, o homem faz parte, em suas leis mais gerais e permanentes - certo

    que essa diferenciao existe porque as Cincias Humanas se voltam para si mesmas, na

    medida em que o homem pensa, e pensa sobre alguma coisa, mas, mais que isso, o homem

    pensa sobre o prprio pensar - e essa a principal tarefa das Cincias Humanas, motivo

    pelo qual elas tm na Epistemologia uma de suas principais disciplinas. Isso significa que

    as Cincias Humanas estabelecem um quadro referencial valorativo, que tem a ver no

    apenas com a Cultura, quanto, especialmente, com a Filosofia e, nesta, com a Deontologia.

    As cincias humanas so duais, ensina-nos Adriano Duarte Rodrigues3

    . Elas

    preenchem o vazio entre o logos e a tcnica e, por isso, so sujeito e objeto de si mesmas,

    porque sujeito e objeto de conhecimento. Ainda que se corra, hoje em dia, o risco de uma

    3 RODRIGUES, Adriano Duarte - Estratgias da comunicao - Questo comunicacional e formas desociabilidade, Lisboa, Presena. 1990, p. 114.

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    demasiada tecnizao das cincias humanas4, o que pode instrumentaliz-la perigosamente,

    por isso mesmo elas continuam cumprindo funo fundamental nas sociedades humanas,

    porque, por sua dualidade, so disciplinas, por excelncia, da modernidade.

    sob tal perspectiva que o jornalismo tambm se aproxima das Cincias

    Sociais, enquanto estudo dos processos de interao entre os homens sociais e os grupos

    humanos e as formas que assumem5. As cincias sociais tm como objeto descobrir as

    regularidades dos fenmenos e determinar-lhes critrios de significao6. Desde Ferdinand

    Tnnies, quando se diferenciaram as Gemmeinschaften das Gesellschaften7, valorizou-se a

    comunicao enquanto um mdia de interao social, tendo em vista que, diferentemente

    das sociedades comunitrias, em que as relaes se do de modo direto entre seus

    integrantes, nas sociedades complexas, urbanas, industrializadas, essas relaes so

    impossveis de ocorrer em sua totalidade, necessitando, por isso mesmo, daquilo que, mais

    tarde, passar-se-ia a denominar de meios de comunicao de massa ou meios de

    comunicao social e, ainda, mdia, simplesmente, para tais enlaces e aproximaes. Alis,

    Niklas Luhmann, em obra referencial, afirma que quase tudo o que sabemos sobre o mundo

    e a sociedade, sabemo-lo atravs dos mdia, que ele assim conceitua: todas aquelas

    disposies da sociedade que servem para propagar a comunicao, de meios tcnicos de

    reproduo massiva. Deste modo, deve-se pensar sobretudo em livros, revistas e jornais,

    no referente ao meio impresso, assim como em reproduo fotogrfica ou eletrnica de

    todo tipo, na medida em que a produo seja em grande nmero e esteja dirigida a

    receptores desconhecidos.

    4 RODRIGUES, Adriano Duarte - Estratgias da comunicao - Questo comunicacional e formas desociabilidade, Lisboa, Presena. 1990, p. 9.5 FREYRE, Gilberto - Sociologia - Introduo ao estudo dos seus princpios, Rio de Janeiro, JosOlympio/MEC. 1973, Vol. 1, p. 109.

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    O pesquisador, recentemente falecido, acrescenta logo depois: em todo o

    caso o decisivo isto: entre o emissor e o receptor no deve haver interao entre

    presentes. A interao ficar excluda pela intercalao da tcnica e isto acarreta

    conseqncias muito amplas para definir o conceito de meios de comunicao de massas

    (p. 3), dentre os quais, como se viu, insere-se a imprensa - ou o jornalismo.

    Sabe-se que o campo jornalstico comea a se diferenciar do literrio a partir

    do final do sculo XIX e princpios do sculo XX, quando a notcia transforma-se em

    mercadoria8 e surgem, ento, exigncias especficas para aquela atividade. Por

    conseqncia, estabelecem-se igualmente habitus especficos para aqueles profissionais que

    se ocupam de tais atividades9: o habitus consiste numa espcie de matriz geradora de

    esquemas de ao e percepo social que, sob a iluso da naturalidade, parecem ao

    indivduo como absolutamente corretos e coerentes10 . Observe-se que essa naturalidade

    tanto se aplica ao profissional, em suas aes de emissor de mensagens jornalsticas quanto

    ao leitor de jornal, ouvinte de rdio ou telespectador, enquanto receptor dessas mesmas

    mensagens, abrangendo, na verdade, (quase) totalidade da sociedade, em seu cotidiano.

    Do mesmo modo que as Cincias Humanas, as estruturas da ao social

    tambm possuem um duplo movimento, porque elas tendem a determinar a produo e a

    recepo da comunicao, assim como a comunicao tende a influenciar as estruturas

    sociais e suas modificaes, j que inexistem relaes sociais sem interinfluncias.

    6 MARTINO, Lus Mauro S -Mdia e poder simblico , So Paulo, Paulus.2003, p. 21.7TNNIES, Ferdinand - Comunidad y sociedad, Buenos Aires, Losada. 1947.8 MARCONDES FILHO, Ciro - O capital da notcia - Jornalismo como produo social de segundanatureza , So Paulo, tica. 1986. Ver, tambm, MARCONDES, Ciro (Org.) -Imprensa e capitalismo , SoPaulo, Kairs. 1984.9 Ainda uma vez, o conceito oriundo de Pierre Bourdieu, e tratado por Lus Mauro S Martino enquanto

    prticas estruturadas que semelham-se aprt icas naturais (in MARTINO, Lus Mauro S, op. cit., p. 75).10 MARTINO, Lus Mauro S - Idem, ibidem, p. 75.

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    Sinteticamente, pode-se dizer que h um constante tensionamento social que

    emerge tanto das disputas - reais ou simblicas - dos diferentes campos, quanto das prticas

    comunicacionais, dentre as quais o jornalismo se constitui como uma das principais,

    sobretudo porque, como j o indicou Stuart Hall, o jornalismo ata como redutor da

    complexidade social11. Luhmann j observara que a funo dos mass media consiste,

    sobretudo, em dirigir a auto-observao do sistema da sociedade (...) Trata-se de uma

    observao universal, e no uma observao especfica de um objeto12, na medida em que

    os meios de comunicao de massa formam o que ele denomina de memria social.

    Como os mdia constrem realidades sociais raramente consensuais,

    constituem permanentes horizontes de incerteza que necessitam ser alimentados sempre por

    mais informaes (p. 120). Seu parmetro referencial, assim, a introduo de preferncias

    por padres morais - modelos de comportamento e de valores - o que nos leva para o

    espinhoso debate da tica, uma tica que, em ltima anlise, no deve ser apenas uma tica

    do jornalismo mas uma tica humana, como j observou uma pesquisadora brasileira, por

    casualidade companheira desta mesa, Marialva Barbosa13.

    O princpio da construo social da realidade, como se sabe, devida a Peter

    Berger: ela se d atravs de sinais - a linguagem humana - constituindo um universo

    simblico que transcende o aqui e o agora14. Da que todo o fato chega ao conhecimento

    social apenas como relato : o real no o que ocorre, mas sim aquilo que narrado e como

    narrado pelos meios de comunicao de massa. A revelao, do ponto de vista do

    11 HALL, Stuart - "Culture, the media and 'ideological effect'" in Culture, media, language: Working papersin cultural studies - 1972-1979, London, Hutchinson / CCCS. 1980.12 LUHMANN, Niklas - Op. cit., p. 139.13 BARBOSA, Marialva - "tica jornalstica ou tica humana?" in HOHLFELDT, Antonio et BARBOSA,Marialva (Org.) -Jornalismo no sculo XXI - A cidadania, Rio de Janeiro / So Paulo / Porto Alegre,Universidade Federal Fluminense / INTERCOM / Mercado Aberto. 2002, p. 91.14 BERGER, Peter L. et LUCKMANN, Thomas -A construo social da realidade, Petrpolis, Vozes. 1966.

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    emissor, que torna o acontecimento real, segundo Roberto Amaral que, por isso mesmo,

    indica o ser humano enquanto homo ocular15.

    quando ocorre aquilo que denominamos de publicidade16, que leva

    visibilidade dos acontecimentos17. O conceito de noticiabilidade como que organiza o

    espao social, indica Mayra Rodrigues Gomes (p. 89), fazendo com que a percepo da

    realidade ocorra sob determinada tbua de valores (ainda que inconsciente): nesta

    organizao, por conseqncia, valorizam-se determinados fatos (ou melhor, narrativas),

    em detrimento de outras.

    Tem razo, portanto, Nelson Traquina, dentre dezenas de autores, quando

    conceitua a notcia enquanto uma construo narrativa18, melhor ainda, como um artefato

    lingstico que traduz e concretiza a(s) luta(s) simblica(s) que se d(o) no mbito social19.

    A importncia maior dessas narrativas que, provocando o interesse, permitem a

    conversao que, desde sempre informa a formao da opinio pblica20. Conclui-se,

    assim, por uma espcie de funo disciplinadora e modeladora da realidade por parte dos

    meios de comunicao social21, conceito trazido de Foucault, e que nos extremamente til

    para essa reflexo.

    15 AMARAL, Roberto - "Imprensa e controle da opinio pblica (informao e representao no mundoglobalizado)" in MOTTA, Luiz Gonzaga (Org.) -Imprensa e poder, op. cit., p. 80.16

    CAREY, James W. - "The press, public opinion and public discourse" in GLASSER, Theodore L. etSALMON, Charles T. (Ed.) - Public opinion and the communication of consent, New York, Guilford. 1995,p. 390.17 SCHOENBACH, Klaus et BECKER, Lee B. - "Origins and consequences of mediated public opinion" inGLASSER, Theodore L. et SALMON, Charles T. (Ed.) - Public opinion and the communication of consent,op.cit., p. 325. Tambm Mayra Rodrigues Gomes aponta como uma das funes-chave dos mdia avisibilidade (in GOMES, Mayra Rodrigues - Poder no jornalismo , So Paulo, Hacker / EDUSP. 2003, p. 75.18 TRAQUINA, Nelson - O estudo do jornalismo no sculo XX, So Leopoldo, UNISINOS. 2001, p. 30.19 SOUSA, Jorge Pedro -As notcias e seus efeitos, Coimbra, Minerva. 2000, p. 15.20 GOMIS, Lorenzo - Teora del periodismo - Como se forma el presente, Barcelona, Paids. 1997, p. 191.21 GOMES, Mayra Rodrigues - Poder no jornalismo , op. cit., p. 67. O conceito de Michel Foucault distribui-se em diferentes obras, mas pode ser encontrado especialmente emMicrofsica do poder, Rio de Janeiro,Graal. 2001.

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    Essa funo nos remete, uma vez mais, ao campo da tica que, como vimos

    no pode ser apenas jornalstica, mas humana: poderamos acrescentar, uma tica histrica,

    como quer Paulo Nassar22, justamente na medida em que o ser humano est sempre em

    determinada situao, num certo contexto. Se verdade que a tecnologia permitiu a

    ampliao do universo de usurios dos sistemas miditicos e, por conseqncia,

    possibilitou o rompimento de barreiras de comunicao unidirecional, como indica Jos

    Marques de Mello23, tambm aumentou as possibilidades da marginalizao, da explorao

    e da violncia, menos fsica que institucional e simblica. Da que a crescente necessidade

    de criao de novos parmetros jurdico-institucionais, de auto-regulao dos sistemas e da

    criao de mecanismos sociais intermedirios tambm se tornou mais evidente.

    Embora Muniz Sodr prefira distinguir entre os conceitos de moral e de

    tica, reconhece que a imprensa herdou seu prestgio da funo histrica e tica de ser (ou

    pretender ser) a voz do(s) cidado(s)24. Se levarmos em conta que o discurso foi um dos

    elementos bsicos identificados desde a antiga Grcia, por Aristteles, como veculo da

    comunicao, e que o mvel desse discurso era a felicidade humana, advinda da felicidade

    maior da sociedade, para o qual o discurso deveria trabalhar, podemos concluir que, de

    certo modo, a perspectiva tica deveria ser considerada como geneticamente natural ao

    jornalismo, como o indica, acertadamente, Muoz-Torres25, ao demonstrar que a ao

    prtica comunicativa (na esteira de Habermas) deve levar a humanidade a uma felicidade

    22 NASSAR, Paulo - "Responsabilidade social ou responsabilidade histrica? " in MOREIRA, Snia Virgniaet BRAGANA, Anbal (Org.) -Mdia, tica e sociedade, So Paulo / Belo Horizonte, INTERCOM /PUCMG, 2004, p. 89.23 MELLO, Jos Marques - "Jornalismo: O desafio do servio pblico" in MOREIRA, Snia Virgnia etBRAGANA, Anbal (Org.) -Mdia, tica e sociedade , op. cit., p. 67.24 SODR, Muniz - "tica, moralidade e jornalismo" in MOREIRA, Snia Virgnia e BRAGANA, Anbal(Org.) -Mdia, tica e sociedade, op. cit., p. 123.25 MUOZ-TORRES, Juan Ramo n - Por qu interesan las notcias - Un estudio de los fundamentos delinters informativo, Barcelona, Herder. 2002, p. 201 e ss.

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    que s pode ser considerada por inteiro se concretizada enquanto felicidade geral, isto ,

    social, ou seja, enquanto uma felicidade advinda do bem maior que se possa produzir junto

    sociedade.

    O jornalismo precisa ser compreendido, sob tal perspectiva, enquanto um

    importante agente de consolidao democrtica, pois opera no sentido da desqualificao

    do autoritarismo e das incitaes histricas violncia e s cruzadas, afirma Gilles

    Lipovetsky26, no que corroborado por outros autores, para quem a opinio pblica,

    animada pela mdia, gira essencialmente em torno de conflitos e de suas solues. A mdia

    tanto provoca quanto resolve tais conflitos, de maneira institucional, dependendo do tipo de

    sociedade em que se desenvolva, e da capacidade para o discernimento dessa mesma

    sociedade, atravs da busca e da aquisio da informao, formao de uma opinio pblica

    consolidada e, por conseqncia, o atingimento de um consenso social27, graas s

    chamadas controvrsias ritualsticas que, segundo os autores, evitam a violncia fsica, a

    marginalizao social e a fragmentao poltica.

    Concluindo, podemos, sim, afirmar que as interaes do Jornalismo com as

    Cincias Humanas e as Cincias Sociais continuam extremamente importantes, tanto ideal

    quanto concretamente: das Cincias Humanas, o Jornalismo continua a guardar a

    preocupao moral e tica, campos da Filosofia, da Ontologia e da Deontologia; das

    Cincias Sociais, o Jornalismo continua a buscar a consolidao da sociedade democrtica

    ideal, graas s relaes que mantm com a Psicologia Social, o Direito Social, a

    Sociologia, alm da Poltica. Pode-se afirmar, para guardar uma imagem, que o Jornalismo

    26 LIPOVETSKY, Gilles -Metamorfoses da cultura liberal - tica, mdia, empresa , op. cit., p. 85.27 OLIEN, Clarice N. ; DONOHUE, George A. et TICHENOR, Phillip J. - "Conflict, consensus and publicopinion" in GLASSER, Theodore L. et SALMON, Charles T. (Ed.) - Public opinion and the communicaitonof consent, op. cit., p. 320.

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    continua sendo a amarrao fundamental que, mesmo tensionada, ou sobretudo porque

    tensionada, diz da vitalidade de uma sociedade e da transparncia das relaes sociais que

    nela se desenvolvem.

    Porto Alegre, Janeiro-Fevereiro de 2005

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    BERGER, Peter L. et LUCKMANN, Thomas - A construo social da realidade,

    Petrpolis, Vozes. 1973.

    FREYRE, Gilberto - Sociologia - Introduo ao estudo dos seus princpios, Rio de Janeiro,

    MEC / Jos Olympio. 1973.

    GLASSER, Theodore L. et SALMON, Charles T. (Ed.) - Public opinion and the

    communication of consent, Nova York, Guilford. 1995.

    GOMES, Mayra Rodrigues - Poder no jornalismo, So Paulo, Hacker / EDUSP. 2003.

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    1997.

    HALL, Stuart - Da dispora. Identidades e mediaes culturais, Belo Horizonte, UFMG /

    UNESCO. 2003. Organizao e seleo de textos de Liv Sovik.

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