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  • 7/23/2019 As Mudanas No Tratamento Contbil Do Leasing e Seus Reflexos Nos Indicadores Econmico-Financeiros Das Co

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    Gallon, Alessandra Vasconcelos; Crippa, Mauricio; Gois, Aderaldo Fontenele; De Luca, Mrcia MartinsMendes (2012). As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seus Reflexos nos IndicadoresEconmico-Financeiros das Companhias Areas Brasileiras. Revista de Finanas Aplicadas. Publicadoem 13dez12, pp.1-18.

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    As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seusReflexos nos Indicadores Econmico-Financeiros das

    Companhias Areas Brasileiras

    lessandra Vasconcelos Gallon

    Professora Adjunta da Universidade Federal do CearUFC.Doutora em Engenharia de Produo pela Universidade Federal de

    Santa [email protected]

    Mauricio Crippa

    Gerente Financeiro da Agrovneto S.A. Indstria de Alimentos.Mestre em Administrao e Controladoria pela Universidade

    Federal do [email protected]

    deraldo Fontenele Gois

    Graduado em Cincias Contbeis pela Universidade Estadual Valedo [email protected]

    Mrcia Martins Mendes De Luca

    Professora Adjunta da Universidade Federal do CearUFC.Doutora em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de

    So [email protected]

    As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seus Reflexos nos Indicadores Econmico-Financeiros das Companhias Areas Brasileiras

    O estudo objetiva analisar o impacto da adoo dos novos critrios de contabilizao e prticas dedivulgao das operaes de arrendamento mercantil (leasing) nos indicadores econmico-financeirosdas companhias areas brasileiras listadas na BM&FBovespa, as quais utilizam essa modalidade definanciamento em maior intensidade. Trata-se de pesquisa descritiva, de natureza qualitativa, realizadapor meio de anlise documental. Os indicadores foram analisados antes e depois da vigncia dosnormativos, confrontando-se-os com os indicadores das maiores companhias areas listadas noranking da Global Fortune 500, de 2009. Os resultados demonstram uma variao negativa dos ndicesmensurados relacionados ao Passivo, e positiva dos ndices de rentabilidade. Conclui-se que, de modogeral, aps a adoo das novas normas: (i) os indicadores das empresas brasileiras tornaram-se maisprximos daqueles apresentados pelos referenciais externos, demonstrando que o modelo contbilanteriormente adotado no Brasil poderia induzir o investidor, sobretudo o estrangeiro, a tomar decises

    incorretas; (ii) as empresas brasileiras apresentaram um nvel de evidenciao dos requisitos doPronunciamento Tcnico CPC 06 (IAS 17) prximo daquele apresentado pelos referenciais externos,ainda que todas as empresas analisadas apresentem lacunas de divulgao.

    Palavras-chave: Leasing. Indicadores econmico-financeiros. Companhias areas brasileiras.

    Changes in Accounting Treatment of Leasing and its Reflections on Economic and FinancialIndicators of Brazilian AirlinesThis study aims at analyzing the impact of the adoption of new accounting criteria and reportingpractices for leasing operations in the financial and economical indicators of Brazilian airlines listed onthe BM&FBovespa, which use this type of financing more intensely. It is a descriptive research of

    qualitative nature realized through documental analysis. The indexes were analyzed before and after

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Gallon, Alessandra Vasconcelos; Crippa, Mauricio; Gois, Aderaldo Fontenele; De Luca, Mrcia MartinsMendes (2012). As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seus Reflexos nos IndicadoresEconmico-Financeiros das Companhias Areas Brasileiras. Revista de Finanas Aplicadas. Publicadoem 13dez12, pp.1-18.

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    the establishment of normative criteria and then they were compared to the indexes of the major airlineslisted on the 2009 Global Fortune 500 ranking. The results demonstrate a negative variation of themeasured indicators related to the Passive and a positive variation of the profitability indicator. It hasbeen concluded that, in general, after the adoption of new rules: (i) the indicators of the Braziliancompanies got closer to the ones presented by external references, which shows that the accountingmodel adopted in Brazil could lead investors, especially foreign ones, into making wrong decisions; (ii)the Brazilian companies presented a level of evidencing of the technical statement requisites CPC 06(IAS 17) which was close to the one presented by external references even though all companiesanalyzed present blanks in their reports.

    Key words: Leasing. Financial and economical indicators. Brazilian airlines.

    Los Cambios en el Tratamiento Contable de Leasing y sus Reflexiones sobre los IndicadoresEconmicos y Financieros de las Lneas Areas BrasileasEl estudio tiene como objetivo analizar el impacto de la adopcin de los nuevos criterios contables yprocedimientos de divulgacin de las operaciones de arrendamiento financiero (leasing) de losindicadores econmicos y financieros de las aerolneas brasileas que cotizan en la BM & F Bovespa,que utilizan este tipo de financiamiento a una mayor intensidad. Es descriptivo, cualitativo, realizado atravs del anlisis de documentos. Los indicadores fueron analizados antes y despus de la vigenciade la normativa, confrontndolos con los indicadores de las mayores compaas areas que figuran enla lista Fortune Global 500 ranking en 2009. Los resultados muestran una variacin negativa de losndices de medicin relacionados con lo Pasivo y positiva relacionado com los ratios de rentabilidad.Llegamos a la conclusin de que, en general, despus de la adopcin de las nuevas normas: (i) losindicadores de las empresas brasileas se han acercado a los presentados por las referenciasexternas, lo que demuestra que el modelo de contabilidad adoptadas anteriormente en Brasil podrainducir a los inversores, especialmente en el extranjero, a tomar decisiones equivocadas, (ii) lasempresas brasileas mostraron un nivel de requerimientos de revelacin de la NIC 06 (NIC 17) similar

    a la presentada por las referencias externas, aunque todas las empresas analizadas tienen lagunas enla divulgacin.

    Palabras clave: Leasing. Los indicadores econmicos y financieros. Las aerolneas brasileas.

    INTRODUO

    Com o objetivo de adequar suas prticas contbeis s exigncias da atual economia globalizada, noque tange apresentao de informaes em uma linguagem universal, o Brasil adotou medidas comoa edio das Leis n. 11.638 (2007) e n. 11.941 (2009) e a emisso de pronunciamentos tcnicos peloComit de Pronunciamentos Contbeis [CPC]. Isso resultou em uma nova estrutura para as

    demonstraes contbeis, alm de novos critrios de contabilizao e de divulgao.Em decorrncia da introduo de significativas alteraes na legislao societria brasileira (Lei n.6.404, 1976), como a redefinio do conceito de Ativo Imobilizado e a adoo das orientaes doPronunciamento Tcnico CPC 06 no tratamento do arrendamento mercantil, as empresas que utilizamessa modalidade de financiamento podero apresentar alteraes relevantes em suas demonstraescontbeis, conforme evidenciado em estudos empricos anteriores mudana nos critrios contbeisno Brasil (Marques, 1999; Santana & Campos, 2007; Duarte, Oliveira, & Lemes, 2008; Rech, Cunha,Pereira, & Oliveira, 2008).

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    Gallon, Alessandra Vasconcelos; Crippa, Mauricio; Gois, Aderaldo Fontenele; De Luca, Mrcia MartinsMendes (2012). As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seus Reflexos nos IndicadoresEconmico-Financeiros das Companhias Areas Brasileiras. Revista de Finanas Aplicadas. Publicadoem 13dez12, pp.1-18.

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    Objetivo

    O objetivo principal do trabalho identificar os reflexos da nova forma de contabilizao das operaesde arrendamento mercantil (leasing) nos indicadores econmico-financeiros das companhias areasbrasileiras listadas na BM&FBovespa.

    Adicionalmente, buscou-se confrontar os indicadores econmico-financeiros das companhiasbrasileiras com os indicadores das maiores companhias areas listadas no ranking da Global Fortune500, de 2009, alm de fazer uma anlise comparativa do nvel de divulgao das informaes sobre osarrendamentos mercantis entre as companhias areas nacionais e internacionais identificadas parabenchmark.

    Relevncia

    O setor de aviao comercial foi escolhido por se tratar de ramo de atividade com elevado ndice deoperaes de leasing financeiro (Lopes & De Rocchi, 2009), julgando-se, portanto, importante analisaro impacto dessas alteraes, bem como sua influncia nas decises de investimentos. Para tanto, esteestudo justifica-se por analisar as variaes dos indicadores econmico-financeiros aps a adoo dosnovos critrios de contabilizao das operaes de arrendamento mercantil institudos por meio doPronunciamento Tcnico CPC 06. Realiza-se tambm uma anlise comparativa desses indicadorescom referenciais internacionais, possibilitando, assim, avaliar o posicionamento econmico e financeirodas empresas brasileiras frente s maiores empresas areas mundiais conforme o ranking da GlobalFortune 500, de 2009. Por fim, analisa-se o nvel de divulgao das operaes de arrendamentomercantil nas Notas Explicativas, em consonncia com requisitos previstos no CPC 06. Nesse ponto,tambm faz-se uma comparao com as empresas europeias, cujas divulgaes se do com base nopadro internacional (IAS 17), a fim de se verificar se h um gap relevante de transparncia entre elas.

    Metodologia

    Este estudo descritivo compreende uma pesquisa aplicada, visto que esta objetiva gerarconhecimentos para aplicao prtica, dirigidos soluo de problemas especficos. Envolve verdadese interesses locais (Silva & Menezes, 2001). Quanto forma de abordagem do problema, trata-se deuma pesquisa qualitativa, pois responde a questes particulares, e apresenta interesse em demonstrarcomo uma varivel se apresenta, e no a sua frequncia (Leopardi, Beck, Nietsche, & Gonzales, 2001).

    REVISO BIBLIOGRFICA

    Da Definio s Modalidades de Arrendamento Mercantil

    Diniz (1988) define o arrendamento mercantil como um contrato por meio do qual uma das partes, aarrendadora, concede outra parte, a arrendatria, por prazo determinado, o direito de utilizar um bemespecificado, mediante contraprestao financeira mensal, podendo esta, antes do trmino do prazocontratual, declarar sua opo de compra, pagando o preo residual, correspondente diferena entreo valor total do bem e o somatrio dos valores por estas desembolsados a ttulo de contraprestaomensal.

    Das diversas modalidades de arrendamento mercantil, a legislao contempla apenas trs:arrendamento operacional, arrendamento financeiro e lease-back.

    Segundo o artigo 6 da Resoluo n. 2.309 (1996) do Banco Central do Brasil [BACEN] (1996), oarrendamento mercantil considerado operacional quando (a) as contraprestaes a serem pagas pelo

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    Gallon, Alessandra Vasconcelos; Crippa, Mauricio; Gois, Aderaldo Fontenele; De Luca, Mrcia MartinsMendes (2012). As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seus Reflexos nos IndicadoresEconmico-Financeiros das Companhias Areas Brasileiras. Revista de Finanas Aplicadas. Publicadoem 13dez12, pp.1-18.

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    arrendatrio levem em conta o custo de arrendamento do bem e os servios inerentes suadisponibilizao para uso, no podendo o valor presente dos pagamentos ultrapassar 90% do custo dobem; (b) o prazo do contrato seja inferior a 75% do prazo de vida til econmica do bem; (c) o preopara se efetuar a opo de compra seja o valor de mercado do bem arrendado; e (d) no haja previsode pagamento de valor residual garantido (BACEN, 1996). Segundo o artigo 5 da mesma Resoluo,considera-se arrendamento mercantil financeiro a modalidade em que (BACEN, 1996):

    I as contraprestaes e demais pagamentos previstos no contrato, devidos pelaarrendatria, sejam normalmente suficientes para que a arrendadora recupere ocusto do bem arrendado durante o prazo contratual da operao e, adicionalmente,obtenha um retorno sobre os recursos investidos; II as despesas de manuteno,assistncia tcnica e servios correlatos operacionalidade do bem arrendadosejam de responsabilidade da arrendatria; III o preo para o exerccio da opode compra seja livremente pactuado, podendo ser, inclusive, o valor de mercado dobem arrendado.

    E o lease-back ou leasing de retorno, segundo o artigo 9 da Lei n. 6.099 (1974), a modalidade dearrendamento em que o arrendatrio obtm capital de giro por meio da venda de seus equipamentosou mquinas ao arrendador, que os arrenda ao prprio vendedor. Segundo Di Augustini (1998), essetipo de contrato realizado como forma de gerao de capital de giro para o arrendatrio, havendotambm a possibilidade de reaquisio do bem ao fim do contrato.

    Pelo que se pode observar, h basicamente dois tipos de leasing: operacional e financeiro. Isso porqueo lease-back, resguardando suas particularidades, apresenta caractersticas que o compatibilizam tantocom aquelas duas modalidades (CPC, 2008b).

    Entretanto, o que se observava em termos de classificao contbil, segundo Suzuki, Novaes e Dayal(2001), que no Brasil os arrendamentos eram considerados operacionais indistintamente. Pois,independentemente da modalidade da operao, as contraprestaes e demais pagamentoscontratuais eram lanados como despesa do exerccio, embora a Norma Brasileira de ContabilidadeNBC T 10.2, aprovada pela Resoluo n. 921, do Conselho Federal de Contabilidade [CFC] (2001), jestipulasse que o valor do bem arrendado na modalidade leasing financeiro integrasse o AtivoImobilizado da arrendatria a partir da contratao.

    No intuito de acompanhar a tendncia mundial de convergncia contbil para adoo das InternationalFinancial Reporting Standards [IFRS] padro que tende a ser globalmente aceito para asdemonstraes contbeis, o Brasil promulgou a Lei n. 11.638 (2007), alterando a Lei n. 6.404 (1976)mediante introduo de novos dispositivos. Dentre as alteraes, destaca-se a do inciso IV do artigo179, que dispe sobre o imobilizado, ampliando seu conceito e considerando as operaes quetransferirem companhia os benefcios, riscos e controle desses bens no Ativo Imobilizado. Segundodefinio do CPC (2008a, p. 13) tem-se, nesses casos, a primazia da essncia sobre a forma, demaneira que:

    Para que a informao represente adequadamente as transaes e outros eventosque ela se prope a representar, necessrio que essas transaes e eventossejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substncia e realidadeeconmica, e no meramente sua forma legal. A essncia das transaes ou outroseventos nem sempre consistente com o que aparenta ser com base na sua formalegal ou artificialmente produzida.

    A Comisso de Valores Mobilirios [CVM], em seu Parecer de Orientao n. 15 (1987), j abordava aprevalncia da essncia sobre a forma, quando destacava que:

    A Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurdicos quecercam o patrimnio, mas, no raro, a forma jurdica pode deixar de retratar aessncia econmica. Nessa situao, deve a Contabilidade guiar-se pelos seus

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    Gallon, Alessandra Vasconcelos; Crippa, Mauricio; Gois, Aderaldo Fontenele; De Luca, Mrcia MartinsMendes (2012). As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seus Reflexos nos IndicadoresEconmico-Financeiros das Companhias Areas Brasileiras. Revista de Finanas Aplicadas. Publicadoem 13dez12, pp.1-18.

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    objetivos de bem informar, seguindo, se for necessrio, para tanto, a ESSNCIA aoinvs da FORMA (CVM, 1987).

    Segundo Duarte et al. (2008), sempre que houver discrepncia entre a forma jurdica e sua essnciaeconmica, esta dever ser privilegiada, especialmente porque trata-se de algo to importante para aqualidade da informao contbil, que mereceria at ser considerado postulado ou pr-requisito ao

    conjunto de postulados, princpios e convenes (Rech et al., 2008, p. 6).O CPC 06 (CPC, 2008b, p. 3) define arrendamento me rcantil como um acordo pelo qual o arrendadortransmite ao arrendatrio em troca de um pagamento ou srie de pagamentos o direito de usar umativo por um perodo de tempo acordado. O CPC 06 apresenta ainda a definio para o arrendamentomercantil financeiro como sendo aquele em que h transferncia substancial dos riscos e benefciosinerentes propriedade de um ativo, podendo o ttulo de propriedade vir a ser transferido.

    Breve Histrico e Pesquisas Anteriores Desenvolvidas sobre ArrendamentoMercantil

    O arrendamento mercantil surgiu com o objetivo de oferecer recursos s empresas a baixo custo paraaquisio de bens e modernizao de seus parques tecnolgicos. Fundamentalmente, a ideia deleasing se baseia na concepo de que o fato propulsor do rendimento para uma empresa autilizao de um bem de capital, e no a sua propriedade (Martins, Vasconcelos, & Souza, 2008).

    A palavra leasing surgiu nos Estados Unidos da Amrica (EUA), onde teve origem como derivao doverbo to lease, que significa alugar (Martins et al., 2008). Estima-se que o leasing foi introduzidonaquele pas por volta do ano 1700, pelos colonos ingleses; mas sua efetiva expanso somente viria aocorrer durante o governo do presidente Roosevelt, aps ser promulgada a Lend and Lease Act, em 11de maro de 1941. Ainda segundo Martins et al. (2008), com certo consenso, estudiosos acreditam queo leasing tenha se propagado por volta da dcada de 1940, logo aps a Segunda Guerra Mundial,

    quando os EUA passaram a alugar materiais blicos a seus aliados, dando-lhes a opo de compraao trmino do contrato.

    Genericamente, leasing (arrendamento mercantil) pode ser explicado como um negcio jurdicorealizado entre instituio financeira e cliente, no propsito de oferecer recursos para a aquisio debens sem que o arrendatrio (cliente) tenha que dispor de capital imediatamente. Consiste em umaespcie aproximada de locao de bens, considerando-se, no final da transao, trs possibilidadespara o arrendatrio: continuar a locao; extinguir o contrato, devolvendo o bem; ou comprar o bem porum valor estipulado no prprio contrato, denominado valor residual (Paiva, 2002).

    Na dcada de 1960 surgiu a primeira regulamentao (ainda fiscal) para o leasing no Brasil. No ano1974, mais precisamente em 12 de setembro, foi promulgada a Lei n. 6.099, a qual denominou a

    atividade de leasing no Brasil como Arrendamento Mercantil:Art. 1 Considera-se arrendamento mercantil, para efeitos desta Lei, o negcio jurdico realizado entrepessoa jurdica, na qualidade de arrendadora, e pessoa fsica ou jurdica, na qualidade de arrendatria,e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificaesda arrendatria e para uso prprio desta (Lei n. 6.099, 1974).

    Em 1975 o Conselho Monetrio Nacional [CMN] (1975) editou a Resoluo n. 351, que tratava daopo de compra do bem arrendado pela arrendatria. No ano seguinte foi promulgada a Lei dasSociedades por Aes (Lei n. 6.404, 1976), que, no entanto, no trouxe nenhum tratamento atividadede arredamento mercantil (CMN, 1975; Lei n. 6.404, 1976). A partir de ento o leasing passou areceber maior ateno, principalmente com a promulgao da Lei n. 7.132 (1983) e da Resoluo n.

    980 (1984) do CMN, quando as pessoas fsicas passaram a aderir a esse tipo de operao, para a

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    Gallon, Alessandra Vasconcelos; Crippa, Mauricio; Gois, Aderaldo Fontenele; De Luca, Mrcia MartinsMendes (2012). As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seus Reflexos nos IndicadoresEconmico-Financeiros das Companhias Areas Brasileiras. Revista de Finanas Aplicadas. Publicadoem 13dez12, pp.1-18.

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    realizao de investimento em setores como agropecuria, agroindstria, firmas individuais eprofissionais liberais (Lei n. 7.132, 1983; CMN, 1984).

    No mbito acadmico, a preocupao acerca dos impactos nas demonstraes contbeis dasempresas, devido s mudanas na legislao contbil inclusive as decorrentes de arrendamentomercantil e/ou na situao econmico-financeira das companhias areas, gerou uma srie de

    pesquisas nos ltimos anos. No Brasil, destacam-se os estudos de Marques (1999), Silva e Silva(2004), Aranha e Lins (2005), Santana e Campos (2007), Rech et al. (2008), Fernandes e Pires (2008),Souza, Tavares e Pfitscher (2008), Pereira, Ferreira e Machado (2008), Lopes e De Rocchi (2009),Pereira e Marques (2009), Grebinski e Dal Vesco (2010), Pereira, Barreto, Freire e Ribeiro (2010) eSantos e Calixto (2010).

    O estudo de Marques (1999), um dos primeiros a examinar o reflexo do tratamento contbil do leasingfinanceiro na anlise das demonstraes contbeis das empresas, ao investigar a contabilizao doleasing financeiro na arrendatria, comparando a metodologia adotada no Brasil com aquela baseadanas IFRS, e o reflexo na anlise das demonstraes contbeis, observou que, a depender do tipo detratamento contbil adotado, haver impacto significativo no processo decisrio dos diversos usuriosdos demonstrativos contbeis, tendo em vista que a empresa, dependendo da metodologia utilizada,apresentar diferentes nveis de rentabilidade, de endividamento e de impostos a pagar (Marques,1999, p. 101).

    Santana e Campos (2007) discorreram sobre a forma como as empresas arrendatrias e asarrendadoras registram as operaes de arrendamento mercantil financeiro, e levantaram algunsquestionamentos sobre os impactos nas demonstraes contbeis das empresas que desprezam aevidenciao de tais informaes, optando pela forma jurdica. Em sua anlise, os autores constataramque ao registrar o leasing de acordo com a Lei n. 6.099 (1974), enquanto os ndices de liquidez daempresa arrendatria ficaram superiores aos encontrados atravs da contabilizao sugerida pela NBCT 10.2, os ndices de endividamento ficaram menores com a aplicao da Lei n. 6.099 (1974) emcomparao com a aplicao da NBC T 10.2. No estudo tambm foi possvel constatar a ocorrncia de

    distores no Ativo Circulante, no Ativo Realizvel a Longo Prazo (atual Ativo No Circulante) e noPassivo Exigvel a Longo Prazo (atual Passivo No Circulante), no Balano Patrimonial, mas o mesmono ocorreu na Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE), porque a arrendadora realizou osajustes exigidos pela Circular n. 1.429 (1989), do BACEN.

    No caso especfico das empresas arrendatrias, os resultados do estudo de Rech et al. (2008), combase nas demonstraes contbeis dos exerccios de 2005 e 2006, tambm demonstram que a formacomo a empresa reconhece e evidencia as operaes de leasing altera substancialmente a suasituao patrimonial e financeira, e apontam diferenas em termos econmicos na arrendatria, j quena DRE da TAM Linhas Areas S. A. houve uma reduo de aproximadamente 53 milhes de reais nolucro a ser distribudo.

    Do exposto em estudos nacionais anteriores s alteraes nas normas contbeis brasileiras,principalmente, pela Lei n. 11.638 (2007) e pelo CPC 06, no sentido de buscar uma convergnciadefinitiva entre o padro brasileiro e o internacional (IFRS), justifica-se a realizao do estudo oraproposto, que, alm de analisar os indicadores econmico-financeiros das companhias areasbrasileiras antes e depois da vigncia das novas normas contbeis, confronta-os com os indicadoresdas maiores companhias areas listadas no ranking da Global Fortune 500, de 2009, possibilitandogerar informaes capazes de subsidiar decises dos usurios da Contabilidade sobre a anliseeconmico-financeira de empresas. Alm disso, seguindo o escopo apresentado em vrias pesquisasda rea contbil sobre a evidenciao, esta pesquisa examina, indiretamente, as prticas de divulgaode empresas brasileiras e europeias acerca das operaes de arrendamento mercantil requisitadaspelo CPC 06 e pela IAS 17, respectivamente.

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    DETALHAMENTO METODOLGICO

    Em relao aos procedimentos tcnicos, a pesquisa documental com dados secundrios, uma vezque as informaes provm de demonstrativos contbeis (Balano Patrimonial, Demonstrao deResultado do Exerccio e Notas Explicativas) das empresas. Ressalta-se que a pesquisa documentaltem por objetivo reunir, classificar e analisar os documentos da temtica em estudo. Ela se baseia em

    materiais que ainda no receberam tratamento analtico (Martins, 2002).A populao da pesquisa rene as companhias areas listadas na BM&FBovespa. Essa delimitaodeve-se disponibilizao das informaes contbeis, obrigatria para as sociedades por aes.Foram identificadas quatro empresas na populao: (1) GOL Linhas Areas Inteligentes S. A.; (2) TAMLinhas Areas S. A.; (3) Viao Area Riograndense S. A., sem publicao desde 2005; e (4) VarigParticipaes em Transportes Areos S. A., gestora das companhias Rio Sul Linhas Areas S. A. eNordeste Linhas Areas S. A., ambas em recuperao judicial e tambm sem publicao desde 2005.

    A amostra da pesquisa configura-se como no-probabilstica, compreendendo duas empresas listadasna BM&FBovespa. Segundo Martins (2002), nas amostras no-probabilsticas, a escolha doselementos no depende de mtodos de probabilidade, mas de critrios estabelecidos pelo pesquisador.

    Dessa forma, a amostra limitou-se s duas primeiras empresas, que representam os principais playersno segmento de transporte areo brasileiro e possuem seus demonstrativos contbeis publicados nosperodos sob anlise (2007, 2008 e 2009). Torna-se importante elucidar que o baixo nmero deempresas de capital aberto no setor areo brasileiro constitui-se a principal limitao do estudo umavez que no permite o tratamento estatstico dos dados nem a generalizao dos resultados, que serestringem s empresas pesquisadas. O objeto 1 procura caracterizar essas empresas.

    Objeto 1 (Tabela 1)Caracterizao da amostra de companhias areas brasileirasFonte: Relatrios anuais das empresas referentes ao ano-exerccio 2007.

    EmpresaFaturamento Anual

    (R$ bilhes)

    N de Funcionrios

    (milhares)

    N de Passageiros

    em 2007 (milhes)

    GOL Linhas Areas Inteligentes S. A. 4,9 15,7 23,7

    TAM Linhas Areas S. A. 17,1 20,5 27,8

    Tomou-se como base comparativa as maiores companhias areas mundiais listadas na Global Fortune500, de 2009, cujas demonstraes contbeis so divulgadas no padro internacional (IFRS) ou nopadro americano (US GAAP), de maneira a possibilitar a comparao pela similaridade nos requisitosde contabilizao, pois, Segundo Perez (2006, p. 71), os Princpios Contbeis Norte-Americanos tmum conceito similar ao IAS 17, entretanto as exigncias so mais detalhadas.

    Com base nesses requisitos, foram selecionadas como parmetro a Air France-KLM, a AmericanAirlines, a Delta Airlines, a Deutsche Lufthansa AG, e a United Airlines. Para fins de anlise, guardandocoerncia com as informaes das empresas nacionais, foram utilizados os dados publicados nosrelatrios anuais a partir do ano-exerccio de 2007. Os dados referentes s empresas estrangeiras soapresentados no Objeto 2.

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    Objeto 2 (Tabela 2)Caracterizao das companhias areasreferenciais internacionaisFonte: Relatrios anuais das empresas referentes ao ano-exerccio de 2007; *Exerccio findo em

    31/03/2008; **Dados divulgados pela International Air Transport Association.

    Empresa PasFaturamento

    Anual (bilhes)N de Funcionrios

    (milhares)

    **N dePassageiros em2007 (milhes)

    Air France-KLM Frana 24,1* 104,6 74,8

    American Airlines EUA US$ 22,9 85,5 98,2

    Delta Airlines EUA US$ 13,4 55,0 72,9

    Deutsche Lufthansa AG Alemanha 22,4 100,8 66,1

    United Airlines EUA US$ 20,1 55,0 68,4

    A opo pelo segmento de transporte areo deve-se mais intensiva utilizao de leasing pelascompanhias areas, para aquisio de aeronaves e outros equipamentos, dando carter designificativa importncia a essa modalidade de operao.

    O procedimento de coleta dos dados tomou por base as demonstraes contbeis disponveis no siteda BM&FBovespa e nos das empresas, adotando-se como ponto de partida o ano 2007, anterior ao de

    adoo do CPC 06, que definiu novo tratamento ao leasing financeiro. Em seguida utilizaram-se asdemonstraes financeiras padronizadas (DFP)Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado doExerccio, Notas Explicativas, Relatrios da Administrao e Relatrios Anuaispublicadas em 2008 e2009, ou seja, j com a adoo das alteraes preconizadas no CPC 06, o qual, por obrigatoriedade dedados comparativos, demandou a publicao das respectivas demonstraes de 2007 com os ajustesexigidos pela Lei n. 11.638 (2007). Dessa forma, obtiveram-se, para o ano de 2007, duas verses deDFPs, com e sem os ajustes da nova legislao.

    Aps essa primeira anlise, procedeu-se a uma segunda, agora comparativa, entre os resultadosanuais das empresas nacionais e os das empresas internacionais identificadas como parmetro. Paratais anlises, foram selecionados, dentre os indicadores comumente utilizados pelas instituiesfinanceiras para anlise de investimentos, aqueles que sofrem influncia direta da contabilizao de

    arrendamento mercantil. Os trabalhos de Marques (1999), Macedo (2007), Rech et al. (2008), Costa(2009), Tonetto e Fregonesi (2010), bem como a bibliografia de finanas empresariais (Machado, 2004;Assaf Neto, 2008; Santi & Olinquevitch, 2009), apontam os indicadores de desempenho maiscomumente utilizados para anlises de investimentos. Dentre esses indicadores, foram selecionadosaqueles sujeitos a sofrer reflexos da contabilizao do leasing financeiro; mais especificamente,aqueles que incluem o Ativo Imobilizado devido imobilizao dos arrendamentos e o PassivoExigvelem funo das obrigaes financeiras relacionadas.

    Os indicadores selecionados, bem como sua frmula de clculo, so apresentados no Objeto 3. Devidoao relevante impacto dos arrendamentos nas obrigaes financeiras (emprstimos bancrios edebntures), sugeriu-se a utilizao de um indicador especfico o Nvel de Arrendamento para

    avaliar a participao proporcional do leasing financeiro nas obrigaes financeiras totais dasempresas. Esse indicador, bem como sua frmula, tambm so apresentados no Objeto 3.

    Objeto 3 (Quadro 1)Indicadores econmico-financeiros utilizados na anliseFonte: Adaptado de Marques (1999), Machado (2004), Macedo (2007), Rech et al. (2008), Assaf Neto (2008),

    Costa (2009), Santi e Olinquevitch (2009) e Tonetto e Fregonesi (2010).

    ndice Frmula de clculo Descrio

    Liquidez GeralAtivo Circulante + Ativo NoCirculante / Passivo Circulante +Passivo No Circulante

    Indica a liquidez da empresa no curto e nolongo prazo

    Endividamento Geral Exigvel Total / Ativo TotalIndica o montante da dvida em relao ao

    patrimnio lquido da empresa

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    Gallon, Alessandra Vasconcelos; Crippa, Mauricio; Gois, Aderaldo Fontenele; De Luca, Mrcia MartinsMendes (2012). As Mudanas no Tratamento Contbil do Leasing e seus Reflexos nos IndicadoresEconmico-Financeiros das Companhias Areas Brasileiras. Revista de Finanas Aplicadas. Publicadoem 13dez12, pp.1-18.

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    Capital de TerceirosPatrimnio Lquido / Capital deTerceiros

    Indica quanto a empresa possui de capitalprprio para cada unidade monetria decapital de terceiros

    Capital Financeiro Passivo Financeiro / Exigvel Total

    Indica a participao de capital financeiro(financiamentos, inclusive arrendamentosfinanceiros, e debntures) nas obrigaes comterceiros

    Nvel deArrendamento

    Arrendamentos Financeiros /Passivo Financeiro

    Representa a participao dos arrendamentosfinanceiros nas obrigaes financeiras

    ROA (Return OnAssets)

    Lucro Lquido / Ativo TotalIndica a produtividade ou capacidade deretorno do Ativo

    ROE (Return OnEquities)

    Lucro Lquido / Patrimnio LquidoIndica o retorno obtido pelo acionista sobre ocapital prprio investido

    Alm da anlise do impacto da adoo das novas prticas contbeis (incluindo as recomendaes doCPC 06) nos indicadores econmico-financeiros, a presente pesquisa procurou analisar a adernciadas Notas Explicativas referentes s demonstraes contbeis de 2008 das empresas selecionadasaos requisitos de divulgao estabelecidos no respectivo Pronunciamento Contbil. Como anlise

    comparativa, buscaram-se as Notas Explicativas das empresas europeias (Lufthansa, 2007; Air France,2008), as quais publicam seus demonstrativos contbeis de acordo com o padro internacional IAS 17(IASB, 2010), para o qual o Brasil busca convergncia. Excluem-se dessa parte da anlise asempresas dos EUA, as quais possuem requisitos de divulgao definidos pelo padro americano (USGAAP), de acordo com a norma FAS 13 (FASB, 1976), pois no so de todo compatveis com osrequisitos do padro internacional e com o CPC 06.

    A avaliao do nvel de evidenciao do tratamento dado aos arrendamentos mercantis financeiros foiefetuada com base no checklist (detalhado no Objeto 4) elaborado pela empresa internacional deauditoria contbil Deloitte Touche Tohmatsu (2008), no intuito de verificar se os requisitos dedivulgao definidos no CPC 06 esto presentes nas Notas Explicativas das empresas analisadas.

    Objeto 4 (Quadro 2)Checklist para elaborao das demonstraes contbeisFonte: Adaptado de Deloitte Touche Tohmatsu (2008).

    Checklist sobre arrendamento mercantil para elaborao das DemonstraesContbeis

    Sim No N/A

    1. Foram divulgados para os arrendamentos mercantis financeiros:1.1 O valor contbil ao final do perodo para cada categoria de ativo?

    1.2 Uma reconciliao entre o total dos futuros pagamentos mnimos ao final do perodo e oseu valor presente?

    1.3 O total dos futuros pagamentos mnimos e o seu valor presente para os seguintesperodos: at um ano, mais de um ano e at cinco anos, e mais de cinco anos?

    1.4 Os pagamentos contingentes reconhecidos como despesa durante o perodo?

    1.5 O total dos futuros recebimentos mnimos de subarrendamento mercantil que se esperasejam recebidos?

    1.6 Uma descrio geral dos acordos relevantes, incluindo, no mnimo: a base pela qual opagamento contingente determinado; a existncia de termos de renovao ou de opes decompra e clusulas de reajustamento; e restries impostas por acordos de arrendamento,como relativas a dividendos e juros sobre o capital prprio, dvida adicional e arrendamentomercantil adicional?

    1.7 Os requisitos de divulgao estabelecidos pela norma contbil Reduo ao ValorRecupervel dos Ativos?

    2. Foram divulgados para os arrendamentos mercantis operacionais:2.1 O total dos pagamentos mnimos futuros para os seguintes perodos: at um ano, mais deum ano e at cinco anos, e mais de cinco anos?

    2.2 O total dos futuros pagamentos mnimos de subarrendamento mercantil que se espera

    sejam recebidos?

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    2.3 Os pagamentos de arrendamento mercantil e de subarrendamento reconhecidos comodespesa, com valores separados para pagamentos mnimos, pagamentos contingentes e

    pagamentos de subarrendamento?

    2.4 Uma descrio geral dos acordos relevantes, incluindo, no mnimo: a base pela qual opagamento contingente determinado; a existncia de termos de renovao ou de opes decompra e clusulas de reajustamento; e restries impostas por acordos de arrendamento,como relativas a dividendos e juros sobre o capital prprio, dvida adicional e arrendamento

    mercantil adicional?3.Os requisitos de divulgao para arrendatrios e arrendadores aplicam-seigualmente a transaes de venda e lease-back. A entidade divulgou corretamente?

    Cabe destacar que uma das limitaes do estudo diz respeito anlise do nvel de evidenciao dasinformaes, a qual baseou-se em um questionrio voltado para avaliar apenas a existncia dainformao, e no a sua qualidade.

    ANLISE DOS RESULTADOS

    Para anlise dos ndices financeiros, preparou-se uma tabela comparativa, contendo o resumo dos

    indicadores das empresas nacionais analisadas e respectivas variaes aps aplicao dasrecomendaes do CPC 06, assim como dos referenciais internacionais, referentes ao ano-exerccio de2007. O Objeto 3 demonstra os resultados obtidos pelos indicadores Liquidez Geral e EndividamentoGeral e os percentuais de variao dos ndices nas empresas analisadas.

    Objeto 5 (Tabela 3) Indicadores Liquidez Geral e Endividamento Geral nas empresas brasileiras, antes e depois daadoo do CPC 06, e referncias internacionaisFonte: Elaborada pelos autores a partir das demonstraes contbeis e Notas explicativas disponveis nos sites

    da BM&FBovespa, da NYSE e relatrios anuais disponveis nos sites das empresas.

    EmpresasIndicador

    Liquidez Geral Endividamento Geral

    TAMAntes 1,14 0,77Variao -41% 5%

    Depois 0,68 0,81

    GOLAntes 1,07 0,58

    Variao -24% 14%

    Depois 0,82 0,67

    Referncias internacionais

    Lufthansa 0,68 0,69

    Air France 0,77 0,65

    American 0,28 0,91

    Delta 0,27 0,69

    United 0,35 0,90

    O ndice de Liquidez Geral assinalou uma queda bastante acentuada no caso da TAM (reduo de41%) e moderada na GOL (-24%). Esse resultado era esperado, haja vista que o impacto dacontabilizao do arrendamento mercantil financeiro se d apenas no denominador da equao(Passivo Exigvel). Interessante notar que, aps a adoo do CPC 06, esses ndices aproximam-semais das referncias externas, em especial as europeias, evidenciando que o modelo de contabilizaodo arrendamento mercantil financeiro como despesa poderia induzir ao erro os investidores externosque desconhecessem essa particularidade da contabilidade brasileira anterior Lei n. 11.638 (2007).

    Cabe destacar que, para fins de anlise dos indicadores econmico-financeiros em especial o ROE,sobretudo em comparao com empresas dos EUA e europeias, deve-se levar em conta o custo docapital, o qual relevantemente superior no Brasil. O Objeto 6 exemplifica as diferenas de taxas entre

    o Brasil e os EUA ao final de 2007.

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    Objeto 6 (Tabela 4)Taxas referenciais de juros no Brasil e nos EUA em dezembro de 2007Fonte: www.bcb.gov.br; www.federalreserve.gov.

    Modalidade Brasil EUATaxa Livre de Risco TJLP 6,25% T-Bond30 4,54%

    Taxa de Prmio de Tisco Selic 11,8% Bank Prime 7,25%

    Com referncia ao indicador Endividamento Geral, a TAM, que mesmo antes da adoo do CPC 06 japresentava um ndice elevado, se comparado s referncias europeias, alcanou um patamarequivalente ao das companhias dos EUA, com exceo da Delta Airlines, aps a convergncia contbil.A GOL, por sua vez, somente aps a convergncia do padro contbil obteve ndice equivalente aosdas empresas europeias e Delta Airlines, demonstrando uma posio conservadora.

    A assertiva acima corroborada pelo Objeto 7, que trata dos indicadores de estrutura de capital,possibilitando confrontar o nvel de capital de terceiros (Passivo Exigvel) com o do capital prprioinvestido (Patrimnio Lquido), antes e depois da adoo das novas prticas contbeis, referentes aoano-exerccio de 2007.

    Objeto 7 (Tabela 5)Indicadores de estrutura de capitalFonte: Elaborada pelos autores a partir das DFPs disponveis nos sites da BM&FBovespa e da NYSE e em

    relatrios anuais disponveis nos sites das empresas.

    EmpresasIndicador

    Capital de Terceiros Capital Financeiro Nvel de Arrendamento

    TAMAntes 3,35 0,34 0,05

    Variao 26% 62% 1.247%

    Depois 4,21 0,55 0,65

    GOLAntes 1,39 0,57 0,02

    Variao 43% -8% 1.453%

    Depois 1,99 0,53 0,29

    Refernciasinternacionais

    Lufthansa 2,23 0,48 0,65

    Air France 1,89 0,40 0,51

    American 9,75 0,43 0,07

    Delta 2,21 0,40 0,07

    United 9,02 0,39 0,16

    Por meio das informaes disponibilizadas no Objeto 7, observa-se que a TAM apresenta um grau dealavancagem bastante elevado quando comparada concorrente nacional, s empresas europeias e Delta Airlines, ainda que esteja a menos de 50% do ndice das demais empresas dos EUA. Analisando-se as demonstraes contbeis das empresas American Airlines e United Airlines, ressalta-se o fato deque ambas apresentam o ndice de capital de terceiros acima de 9 pontos (ou seja, nove dlares [norte-

    americanos] de terceiros para cada dlar investido pelo acionista), e, em especial, observa-se que seusPatrimnios Lquidos esto corrodos por perdas acumuladas, constituindo-se, principalmente, deintegralizao de capital adicional. Desse modo, quanto a esse indicador, a TAM se apresenta como aempresa com a posio mais arriscada na relao de capital de terceiros sobre capital prprio.

    Note-se que o ndice de capital financeiro das empresas consideradas referenciais mantm-se emtorno de 42%. Por outro lado, as empresas brasileiras, mesmo levando-se em conta o alto custo docapital financeiro no Brasil, tm obrigaes financeiras superiores a 50%. Uma anlise das despesasfinanceiras das empresas da amostra apresentada no Objeto 8, que evidencia um custo financeirosuperior nas empresas brasileiras. Entenda-se que a conta contbil Despesas Financeiras apresentadanos demonstrativos de resultados tem carter sinttico e no engloba restritamente os juros de

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    financiamentos, mas tambm pode incluir a parte financeira embutida nas compras a prazo e, inclusive,a variao cambial passiva, as quais, ainda que indiretamente, fazem parte do custo financeiro.

    Objeto 8 (Tabela 6)Custo mdio do capital financeiro das empresas analisadas ($Milhes)Fonte: Elaborada pelos autores a partir das DFPs disponveis nos sites da BM&FBovespa e da NYSE e em

    relatrios anuais disponveis nos sites das empresas.

    IndicadorTAM

    (R$)GOL

    (R$)Lufthansa

    ()

    Air France

    ()

    American

    (US$)Delta

    (US$)United

    (US$)Passivo Financeiro 4.568 2.606 7.359 7.991 11.142 9.000 8.449DespesasFinanceiras 829 657 371 387 914 390 661Custo Financeiro 18% 25% 5% 5% 8% 4% 8%

    Pode-se observar que, ainda que em valores absolutos, as empresas nacionais tenham obrigaesfinanceiras relativamente baixas, o custo dessas operaes sugere que um grau extra deconservadorismo deve sempre ser considerado, sobretudo nas operaes de alavacagem, uma vezque a rentabilidade do negcio intrinsecamente varivel e muito sensvel a fatores externos s

    companhias, como, por exemplo, preo do petrleo e variao cambial. claro que o custo do capitalno Brasil, alm do prmio pelo risco, impactado tambm pela inflao, a qual fechou o ano de 2007em 4,47% (IPCA/IBGE), e deveria ser descontado do custo financeiro, para obteno do custo real.

    Ainda com relao participao das obrigaes financeiras no Passivo Exigvel, cabe comentar ocaso da GOL, que, aps a adoo do CPC 06, reduziu esse ndice, de 0,57 para 0,53, contrariando,assim, uma expectativa de crescimento, com a incluso das obrigaes de arrendamentos financeiros.Esse fato pode ter sido causado pela interferncia de outros ajustes de prticas contbeis, em especialo acrscimo de R$ 573 milhes no Passivo Exigvel, advindos das contas Impostos Diferidos e ReceitaDiferida (programa de milhagem Smiles).

    O indicador do nvel de arrendamento, apesar de no ser um ndice padro considerado nas anlises

    de decises de investimentos, foi sugerido como forma de avaliar, isoladamente, a relevncia doimpacto da adoo do CPC 06 no Passivo Financeiro das empresas brasileiras, e de comparar aadoo dessa prtica de financiamento com os referenciais externos. Observa-se que essa umaprtica pouco recorrente pelas empresas dos EUA, as quais tm, em mdia, apenas 10% de seupassivo financeiro derivado de operaes de arrendamento. J as empresas europeias utilizam-se maisdessa modalidade de financiamento, com 58%, em mdia, de suas obrigaes financeiras advindas dearrendamento financeiro. No caso das brasileiras, o leasing no apresenta um padro, sendo que aTAM mostra-se mais arrojada nessa prtica, obtendo ndice de 65% de suas obrigaes geradas porarrendamento financeiro, equiparando-se assim Lufthansa, enquanto a GOL apresenta um ndice de29%, estabelecendo-se num patamar intermedirio entre o dos EUA e o europeu.

    O Objeto 9 apresenta os resultados da anlise da produtividade dos ativos (ROA) e da rentabilidade dopatrimnio lquido (ROE) das empresas brasileiras e das internacionais selecionadas, referentes aoano-exerccio de 2007.

    Objeto 9 (Tabela 7)Indicadores de produtividade dos ativos e rentabilidade do PL (%)Fonte: Elaborada pelos autores a partir das DFPs disponveis nos sites da BM&FBovespa e da NYSE e em

    relatrios anuais disponveis nos sites das empresas.

    Indicador

    TAM GOL REFERNCIAS

    Antes Var. Depois Antes Var. Depois LufthansaAir

    FranceAmerican Delta United

    ROA 2,0 148 4,9 4,7 -22 3,7 5,6 2,6 1,8 1,0 1,7

    ROE 8,6 197 25,4 11,1 -2 10,9 18,2 7,5 19,0 3,1 16,7

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    Com base no Objeto 9, verifica-se que, aps a adoo do CPC 06, a TAM apresentou melhorasignificativa de seus resultados. Essa melhoria j era esperada, devido ao impacto da reverso daparcela referente amortizao do principal, antes lanada integralmente como despesa, e, aps asnovas prticas contbeis, transitando apenas nas contas patrimoniais. Como a participao do leasingfinanceiro na TAM bastante relevante, a capitalizao da amortizao do principal e a consequentereduo das despesas impactaram mais fortemente o resultado ajustado. No caso da GOL, esseimpacto foi menor, devido pequena participao de arrendamentos no Passivo, fazendo com que amelhoria no resultado no compensasse o aumento do Ativo, reduzindo, assim, a produtividade e arentabilidade calculadas.

    O Objeto 10 exibe os indicadores das empresas brasileiras nos anos subsequentes vigncia dasnovas normas contbeis.

    Objeto 10 (Tabela 8)Evoluo dos indicadores nas empresas nacionais em 2008 e 2009Fonte: DFPs disponveis no site da BM&FBovespa.

    Indicador

    TAM Gol

    2008 2009 2008 2009Liquidez Geral 0,40 0,41 0,50 0,72Endividamento Geral 0,96 0,88 0,80 0,66Capital de Terceiros 23,6 7,02 4,05 1,96Capital Financeiro 0,63 0,62 0,63 0,56

    Nvel de Arrendamento 0,80 0,63 0,46 0,50ROA -11,3% 13,0% -18,4% 10,2%ROE -278,8% 82,0% -92,7% 30,2%

    Destaca-se o ano 2008, cujos resultados, agravados pela crise mundial, pela forte desvalorizao doreal e pelo aumento dos preos do petrleo, foram negativamente impactados (TAM, 2008; GOL,2008). No estudo de Duarte et al. (2008), os resultados demonstraram que a curto prazo, a empresa

    arrendatria Companhia Brasileira de Telecomunicaes (CTBC) apresenta melhoria no lucro passvelde distribuio, possibilitando o pagamento de dividendos ou a aplicao do capital, porm, a longoprazo, exprime reduo de lucro. No estudo de Rech et al. (2008), que analisou o caso TAM, tambmfoi possvel observar uma reduo no lucro a ser distribudo na DRE.

    Alm do reflexo do resultado lquido negativo no ano 2008 (-1,5 milho de reais para a TAM e -1,2milho de reais para a GOL), as empresas foram tambm impactadas pelo crescimento doarrendamento mercantil financeiro, o qual elevou o capital de terceiros, prejudicando os indicadores,em especial em 2008, quando os resultados negativos reduziram tambm o patrimnio lquido,diminuindo ainda mais a participao do capital prprio.

    Dentre as questes includas no checklist utilizado neste estudo (DELOITTE TOUCHE TOHMATSU,

    2008, p. 29-31) foram selecionados trs itens para anlise, os quais abordam especificamente osrequisitos de divulgao dos arrendamentos mercantis financeiros (1), operacionais (2) e de lease-back(3). O Objeto 11 apresenta os resultados da anlise da divulgao para as respectivas empresas.

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    Objeto 11 (Tabela 9) Anlise do nvel de divulgao das informaes sobre os arrendamentos mercantis,conforme CPC 06 (2008)Fonte: Elaborado pelos autores a partir das Notas Explicativas e Relatrios da Administrao; Check-list modelo

    Deloitte (2008). Nota: S - atende ao requisito; N - no atende ao requisito; NA - requisito no se aplica ou no

    h evidncia da aplicao.

    Empresa1 2

    3(S)

    1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 2.1 2.2 2.3 2.4 (12-NA)TAM S N S S NA S N S NA S S S 80%GOL S S S N NA N S S NA N N S 60%

    Lufthansa S S S N S S S S S S S S 92%

    Air France S S S S NA S S S N S S N 82%

    Nota-se que, ainda que as informaes divulgadas pelas empresas brasileiras no estejam totalmenteadequadas aos requisitos do CPC 06, a lacuna a ser preenchida bastante pequena. Esse fatocorrobora o estudo de Sales e Resende (2005), que fez uma anlise comparativa do nvel deevidenciao encontrado nas demonstraes contbeis das companhias areas GOL, VASP, VARIG eTAM, utilizando a Anlise de Contedo, e constatou que empresas com maior status no mercadodivulgam informaes mais minuciosas e atraentes. Dito isso, conjectura-se que a evoluo na curvade aprendizagem na adoo das novas prticas contbeis, a utilizao de modelos externos(benchmarking) e uma maior presso das entidades reguladoras e dos investidores so fatores quepodem garantir a integral aderncia futura aos requisitos de divulgao definidos.

    CONSIDERAES FINAIS

    A pesquisa teve por objetivo analisar os novos critrios de contabilizao e prticas de divulgao dasoperaes de arrendamento mercantil, assim como seus impactos nos indicadores econmico-financeiros das companhias areas listadas na BM&FBovespa, as quais se caracterizam por intensivautilizao dessa modalidade de financiamento. Os indicadores foram analisados antes e depois davigncia das novas normas contbeis brasileiras, confrontando-se-os com os indicadores das maiorescompanhias areas listadas no ranking da Global Fortune 500, de 2009.

    Em linhas gerais, os resultados obtidos evidenciam que a prtica adotada no Brasil de despesamentoe no contabilizao patrimonial do leasing financeiro, em consonncia com a Resoluo CMN/BACENn. 2.309 (1996), poderia induzir o investidor, sobretudo o estrangeiro, ao erro, uma vez que osindicadores econmico-financeiros apresentam-se, em geral, melhores ou equivalentes aos dosreferenciais internacionais, devido subavaliao do Passivo Exigvel. Observa-se que odespesamento da parcela da prestao do arrendamento referente amortizao do principal, aindaque traga um benefcio tributrio, acaba por reduzir a lucratividade, podendo assim prejudicar osacionistas, em especial os minoritrios, no pagamento de dividendos e distribuio dos lucros.

    Cabe destacar que os resultados obtidos corroboram pesquisas anteriores (Marques, 1999; Rech et al.,2008) acerca da reclassificao do arrendamento mercantil de acordo com a recomendaointernacional (IAS 17), e que obtiveram resultados equivalentes para as variaes nas contas deresultado e patrimoniais.

    Com base na pesquisa, identificam-se quatro padres de comportamento: (1) empresas com altaalavancagem, intensivas no uso do arrendamento mercantil, e com alta rentabilidade dos ativos (TAM eLufthansa); (2) empresas com menor alavancagem financeira e baixa/mdia utilizao dearrendamento mercantil e com rentabilidade tambm intermediria (GOL e Air France); (3) empresascom alta utilizao de capital de terceiros no-financeiro, praticamente sem utilizao dearrendamentos e com rentabilidade baixa (American Airlines e United Airlines); e (4) empresa que se

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    apresenta conservadora em sua utilizao de recursos de terceiros, em especial de origem financeira eque possui a pior rentabilidade dos ativos dentre as empresas analisadas (Delta Airlines).

    Essa anlise pontual poderia sugerir que a utilizao do leasing seria uma forma adequada dealavancagem financeira. A anlise pode justificar-se na medida em que o capital financiado aplica-se aquisio de ativos produtivos, possibilitando que estes sejam mantidos tecnologicamente atualizados,

    mediante renovao ao final de cada contrato. Por outro lado, uma anlise com amostragem maior eque visualizasse a evoluo temporal dos indicadores seria necessria para se poder confirmar talassertiva, o que, sugere-se, seja implementado em estudos posteriores.

    So compreensveis, portanto, as limitaes da anlise do nvel de evidenciao, uma vez que tomoupor base os requisitos de um nico Pronunciamento Tcnico, no caso o CPC 06, com base numquestionrio simplificado de identificao apenas de existncia da informao, no avaliando a suaqualidade e completude. Sugere-se que estudos posteriores desenvolvam um modelo de avaliaoqualitativo das informaes divulgadas, ainda que seja realizada pesquisa avaliando o grau deaderncia aos requisitos de todos os CPCs, assim como um acompanhamento temporal da evoluodo nvel das divulgaes.

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