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  • 7/28/2019 As clulas de Von Economo e sua importncia na evoluo do comportamento social em mamferos

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    O crebro humano sem dvidas um rgo incrvel. A compl ganizacional de seus componentes elementares, os neurniotriga a comunidadede neurocientistas. Desvendar como estas codicam e decodicam as informaes provindas de nossoinuenciando em cada aspecto de nosso comportamento, ainda desao.

    Existem vrios tipos deneurnios no crebro, e estes podem quanto a sua morfologia, funo e localizao. Em especial,um tipo particular de neurnio que tem chamado ateno dadade neurocientca nos ltimos 10 anos. Estes so chamneurnios de von Economo( Figura 1 ) , estas clulas podem ser um vidade evolutiva que possibilitou o surgimento do comporta

    cial em nossa espcie.

    As clulas de von Economo

    As clulas de von Economo( VEN ) foram descritas pelo psiquianeurologista romeno Constantin Freiherr von Economo, em u

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    As clulas de Von Economo e sua imporna evoluo do comportamento social mamferos

    utor : Marcelo Zanotti da Silva ontato: [email protected] publicado em:omport-se Psicologia Cientca ink: goo.gl/pA161 - 02 de Julho de 2013.

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    Figura 1 - Clula de Von EconomoFonte: prefrontal.org

    http://goo.gl/pA161http://neuroac.blogspot.com/http://prefrontal.org/blog/2007/09/brain-camp-review-von-economo-neurons/http://goo.gl/pA161http://goo.gl/pA161http://prefrontal.org/blog/2007/09/brain-camp-review-von-economo-neurons/http://prefrontal.org/blog/2007/09/brain-camp-review-von-economo-neurons/https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537http://neuroac.blogspot.com/http://neuroac.blogspot.com/http://goo.gl/pA161http://goo.gl/pA161http://neuroac.blogspot.com/http://neuroac.blogspot.com/mailto:[email protected]:[email protected]
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    de 1925. Elas possuem trs caractersti-cas principais: o seu formato alon- gado, a velocidade aumentada de con-duo do impulso neural, e a sua locali-zao no crebro. Em alguns casos asVEN apresentamdentritos1 que seprolongam de forma enroscada, comoa parte metlica de um saca -rolhas. Oformato das VEN facilita a conduodo impulso neural, possibilitando oprocessamento em grande velocidade. Somente duas regies do crebro possuem VEN: oCrtex Insular ateriore oCrtex Cingulado anterior [1].

    Ambas regies esto envolvidas no processamento das emoes, possuindo vastas conexes codo crebro. Em especial a nsula anterior tem recentemente sido reconhecida como uma regiopara sentimentos de cunho social como empatia, que a habilidade de perceber e partilhar ocional de outra pessoa [2].

    Clulas VEN e sua relao com ocomportamento social

    Estas clulas ocorrem exclusivamente em mamferos altamente soci-ais, como g randes primatas( chipanzs, gorilas, orangotangos ebonobos ) , elefantes, baleias jubartes, morsas e golnhos. Essestambm apresentam clulas VEN em regies anlogas s citadas an-teriormente e, mesmo que a quantidade destas clulas sejam com-parveis entre as espcies, no grupo dos grandes primatas assimcomo nos humanos, o nmero maior[4]. A hiptese levantada para explicara maior abundncia de clulasnos humanos sugere que as clulas VEN( Figura 2b ) teriam surgidoa partir de neurnios piramidais( Figura 2a ) , outro tipo de neurnio

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    John Allman e sua colaboradora Atiya Hakeem examinando cortes dcrebro de um elefante. Allman bilogo e pesquisador no InsTecnologia da Califrnia - Caltech.

    Constantin Freiherr von Econom( 1876-1931 )

    1 Prolongaes menores que o axnio de um neurnio. Veja mais:http://goo.gl/x8ye3

    http://www.ijpm.info/articles/2012/34/2/images/IndianJPsycholMed_2012_34_2_133_101778_u4.jpghttp://en.wikipedia.org/wiki/File:Anterior_cingulate_gyrus_animation.gifhttp://en.wikipedia.org/wiki/File:Anterior_cingulate_gyrus_animation.gifhttp://en.wikipedia.org/wiki/File:Anterior_cingulate_gyrus_animation.gifhttp://www.apple.com/http://goo.gl/x8ye3http://goo.gl/x8ye3https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537http://neuroac.blogspot.com/http://neuroac.blogspot.com/http://en.wikipedia.org/wiki/File:Anterior_cingulate_gyrus_animation.gifhttp://en.wikipedia.org/wiki/File:Anterior_cingulate_gyrus_animation.gifhttp://www.ijpm.info/articles/2012/34/2/images/IndianJPsycholMed_2012_34_2_133_101778_u4.jpghttp://www.ijpm.info/articles/2012/34/2/images/IndianJPsycholMed_2012_34_2_133_101778_u4.jpghttp://www.ijpm.info/articles/2012/34/2/images/IndianJPsycholMed_2012_34_2_133_101778_u4.jpghttp://www.ijpm.info/articles/2012/34/2/images/IndianJPsycholMed_2012_34_2_133_101778_u4.jpghttp://www.apple.com/http://www.apple.com/
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    abundante no crtex cerebral. Mais especicamente, as VEN teriam surgido em regies do processavam comportamentos sociais teis sobrevivncia, tais como comunicao ou respeitdo grupo[4].

    O crtex cingulado e a insula so regies ativadas em situaes como: mes que ouvem o chor ver a pessoa amada recebendo algum estmulo doloroso e, em dilemas de jogos onde cooperaescolhas possveis. Sentimentos como culpa, ressentimento, desgosto, empatia, conana e amcionados atividade nestas regies. O que todos os casos tem em comum?- contextos sociais onde sentimtos socialmente relevantes para as relaes esto em jogo[5].

    VEN e sua relao com asdoenas mentaisEmbora sejam recentes os estudos sobre o papel das VENem doenas e transtornos mentais, os dados sugerem umpossvel atuao nos sintomas afetando principalmente ashabilidades relevantes para a sociabilidade do indivduo. Alguns distrbios neuropsiquitricos oferecem evidncias

    para o caso, tais como a demncia frontotemporal, esqui-zofrenia, transtorno bipolar, e autismo[3].

    A demncia frontotemporal( DFT ) talvez seja o caso maisinteressante. Ela uma doena que atinge pessoas comidade superior aos 50 anos, sendo que suas principais carac-tersticas so dcit no autocontrole( desinibio ) , negligncia com higiene pessoal, desateno, perd

    gamento social e empatia [3].

    Willian Seeley, neurologista e pesquisador do Centro de Memria e Envelhecimento da UniCalifrnia, comparou o crebro de pessoas idosas nos estgios iniciais da DFT, Alzheimer e nsultados foram claros: nos estgios iniciais de DFT h uma perda de cerca de 74% de neurnios VEN. Osemplares normais no apresentam tal reduo. Os crebros de pacientes com Alzheimer apresreduo considervel, porm no abrupta. O que mais intriga nesta doena que a reduo

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    Figura 2a - Clula piramidalFigura 2b - Clula de Von Economo

    Fonte: neuronbank.org

    http://neuronbank.org/wiki/index.php/File:DendriteVEN.jpghttp://neuronbank.org/wiki/index.php/File:DendriteVEN.jpghttps://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537http://neuroac.blogspot.com/http://neuroac.blogspot.com/
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    nos neurnios VEN, seus vizinhos, alas piramidais permanecem praticaminalteradas[3], [6].

    Em pacientes no estgio nal da dode Alzheimer h uma reduo de 60% declulas VEN. Neste estgio da doenmaior deteriorao do comportamentcial. O mesmo padro de decaimen visto em casos avanados de transtbipolar e esquizofrenia [3].

    Nos casos de crianas com autismevidncia de uma quantidade maior

    lulas VEN, porm elas so inchadas ou deformadas( Figura 3a ) 2 alm do fato destas serem esparsas umoutras. Em pessoas sem alguma doena mental, estas aparecem concentradas em pequenos gno claro para os neurocientistas o porqu da aparente vulnerabilidade destas clulas a edoena mental[3].

    O ponto em comum de todos estesdistrbios psiquitricos o comprome-timento do comportamento social.Dado a localizao dos neurniosVEN em regies neurais responsveispelo processamento emocional, possvel que estas clulas possuam um

    papel fundamental no desenvolvi-mento afetivo-social do indivduo.

    fascinante observar a sua presena em mamferos altamente sociais. Os elefantes africanos,demonstram sinais de luto e particular interesse por restos mortais da mesma espcie. Esse tipomento presente em humanos e outras espcies prximas so traos nicos e, as clulas de vondem ser uma novidade evolutiva que possibilitou lidar e conviver com semelhantes[7].

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    Willian Seeley mdico neurologista e pesquisador na Universidade da Califrnia em San Diego. Sua pesquisa procura entender o porqu dealguns neurnios serem mais vulnerveis a certos tipos de demncia.

    2 A gura 3a pode ser visualizada neste link: http://migre.me/ 4s1

    http://migre.me/fh4s1http://migre.me/fh4s1https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537http://neuroac.blogspot.com/http://neuroac.blogspot.com/http://ars.els-cdn.com/content/image/1-s2.0-S0010945211002784-gr7.jpghttp://ars.els-cdn.com/content/image/1-s2.0-S0010945211002784-gr7.jpg
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    Referncias[1] B. C. Bernhardt and T. Singer, The Neural Basis of Empathy , Jun. 2012.

    [2] V. Mazzola, V. Latorre, A. Petito, N. Gentili, L. Fazio, T. Popolizio, G. Blasi, G. Arciero, and Affective response to a loved ones pain: insula activity as a function of individual differenc., PloS on vol. 5, no. 12, p. e15268, Jan. 2010.

    [3] C. Butti, M. Santos, N. Uppal, and P. R. Hof, Von Economo neurons: clinical and evolutionary ptives., Cortex; a journal devoted to the study of the nervous system and behavior, vol. 49, no. 1, pp 26 Jan. 2013.

    [4] E. A. Nimchinsky, E. Gilissen, J. M. Allman, D. P. Perl, J. M. Erwin, andP. R. Hof, A neuronal morphogic type unique to humans and great apes, Proceedings of the National Academy of Sciences, vol. pp. 5268 5273, Apr. 1999.

    [5] J. M. Allman, N. A. Tetreault, A. Y. Hakeem, K. F. Manaye, K. Semendeferi, J. M. Erwin, S. Paoubert, and P. R. Hof, The von Economo neurons in the frontoinsular and anterior cingulate cortex., Anna

    of the New York Academy of Sciences, vol. 1225, pp. 59 71, Apr. 2011.

    [6] W.W. Seeley, D. A. Carlin, J. M. Allman, M. N. Macedo, C. Bush, B. L. Miller, and S. J. DearmondEarlyfrontotemporal dementia targets neurons unique to apes and humans., Annals of neurology, vol. 60, no. pp. 660 7, Dec. 2006.

    [7] K.McComb, L. Baker, and C. Moss, African elephants show high levels of interest in the skulls

    of their own species., Biology letters, vol. 2, no. 1, pp. 26

    8, Mar. 2006.

    Agradecimento

    Ao amigo Diogo B. Provete, bilogo doutorando em Ecologia e Evoluo na University of Texas at AuPela reviso dos termos de biologia utilizados no texto.5

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    http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1617198/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1617198/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1617198/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1617198/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17187353http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20512377http://www.pnas.org/content/96/9/5268.longhttp://www.pnas.org/content/96/9/5268.longhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22130090http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22130090http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22130090http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22715878https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537https://www.facebook.com/pages/NeuroAC-Neuroci%C3%AAncias-Comportamento-e-Sociedade/554397801255537http://neuroac.blogspot.com/http://neuroac.blogspot.com/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1617198/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1617198/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1617198/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1617198/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17187353http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17187353http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17187353http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17187353http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20512377http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20512377http://www.pnas.org/content/96/9/5268.longhttp://www.pnas.org/content/96/9/5268.longhttp://www.pnas.org/content/96/9/5268.longhttp://www.pnas.org/content/96/9/5268.longhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22130090http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22130090http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22130090http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22130090http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0015268http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0015268http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22715878http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22715878