artigo educadora de creche identidade e...

16
1 EDUCADORA DE CRECHE: IDENTIDADE E FORMAÇÃO MONTEIRO, Ana Maria Gutierrez 1 RONDON, Gislei Amorim de Souza 2 RESUMO Este artigo é resultado de uma monografia apresentada ao Curso de Pedagogia. Neste sentido, o estudo, teve-se como objetivo caracterizar os sentidos que educadoras de uma creche municipal atribuem a sua prática profissional. Para a realização do estudo, optou- se por uma abordagem de cunho qualitativo e quantitativo, um estudo de caso. Os resultados demonstraram que a formação das profissionais investigadas ainda não é adequada para atuar na educação infantil e que o saber fazer e os sentidos que as mesmas dão a sua profissão, estão ligados as suas experiências adquiridas no cotidiano da creche. Palavras-chave: Educadores, Identidade, Formação. ABSTRACT This article is the result of a thesis submitted to the Pedagogy Course. In this sense, the study had as objective to characterize the way that municipal daycare center attribute their professional practice. To conduct the study, we chose a qualitative approach and quantitative, a case study. The results showed that the formation of professional investigation is still not suitable for work in early childhood education and the know- how and the directions that they give to their profession, are connected to their everyday experiences in the nursery. 1 Aluna egressa do curso de Pedagogia das Faculdades Integradas Matogrossenses de Ciências Sociais e Humanas, Cuiabá, MT. [email protected] 2 Professora das Faculdades Integradas Matogrossenses de Ciências sociais e Humanas, Cuiabá, MT. [email protected]

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

1

EDUCADORA DE CRECHE: IDENTIDADE E FORMAÇÃO

MONTEIRO, Ana Maria Gutierrez1

RONDON, Gislei Amorim de Souza 2

RESUMO

Este artigo é resultado de uma monografia apresentada ao Curso de Pedagogia. Neste

sentido, o estudo, teve-se como objetivo caracterizar os sentidos que educadoras de uma

creche municipal atribuem a sua prática profissional. Para a realização do estudo, optou-

se por uma abordagem de cunho qualitativo e quantitativo, um estudo de caso. Os

resultados demonstraram que a formação das profissionais investigadas ainda não é

adequada para atuar na educação infantil e que o saber fazer e os sentidos que as

mesmas dão a sua profissão, estão ligados as suas experiências adquiridas no

cotidiano da creche.

Palavras-chave: Educadores, Identidade, Formação.

ABSTRACT

This article is the result of a thesis submitted to the Pedagogy Course. In this sense, the

study had as objective to characterize the way that municipal daycare center attribute

their professional practice. To conduct the study, we chose a qualitative approach and

quantitative, a case study. The results showed that the formation of professional

investigation is still not suitable for work in early childhood education and the know-

how and the directions that they give to their profession, are connected to their everyday

experiences in the nursery.

1 Aluna egressa do curso de Pedagogia das Faculdades Integradas Matogrossenses de Ciências Sociais e Humanas, Cuiabá, MT. [email protected]

2 Professora das Faculdades Integradas Matogrossenses de Ciências sociais e Humanas, Cuiabá, MT. [email protected]

Page 2: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

2

Keywords: Educators, Identity Formation.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa se constituiu em uma creche da rede pública na cidade de

Cuiabá, onde se buscou evidenciar a formação das profissionais e como são construídas

suas identidades em relação ao campo de trabalho e principalmente em relação às

crianças inseridas neste contexto.

Durante muito tempo a educação infantil foi vista como algo nada além do que

cuidar, deixando a desejar na questão de profissionais qualificados para atuar no

processo de desenvolvimento integral das crianças presentes no ambiente infantil.

É certo que a formação do educador aprendiz é inegavelmente necessária para

consagrar e valorizar o fazer docente na educação infantil, ou seja, não basta apenas

saber cuidar, tem que possuir múltiplas facetas, aprimorar sua experiência e a partir

desta, romper barreiras aparentemente impossíveis. Pois o caminho a ser seguido nesta

modalidade tem prioridades e somente o educador ciente da vulnerabilidade da criança

pequena saberá intervir perante as mudanças e dificuldades que conseqüentemente irão

surgir durante esta convivência.

IDENTIDADE E FORMAÇÃO: O EDUCADOR PESQUISADOR,

OBSERVADOR E INDAGADOR DAS ESPECIFICIDADES DA EDUCAÇÃO

INFANTIL.

Estudos recentes demonstram que a formação de professores para a educação

infantil tem uma história bastante familiar com o reconhecimento desta modalidade de

ensino, pois, tanto o educador, quanto a educação infantil, foram e são alvos de

inúmeras discussões entre autores reconhecidos e palestrantes em diferentes congressos

pelo mundo a fora.

Registra-se ainda que grandes transformações aconteceram a partir das

conquistas alcançadas pela Constituição de 1988 (que reconheceu a criança como

cidadão de direitos) e pela LDB 9394/96 (que reconhece os profissionais da educação

infantil como docentes).

Page 3: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

3

A respeito disso merece destacar:

A Lei de Diretrizes e bases 9.394/96 dá estatuto legal ao

estabelecimento sobre a educação infantil na constituição de 1988. A partir da LDB a educação infantil e a formação dos profissionais passam a ser pensadas no âmbito da educação básica. A pressão e a luta dos movimentos sociais e dos educadores colaboraram para que algumas das propostas iniciais fossem contempladas pela nova LDB 9394/96, dentre elas as que tratam dos profissionais da educação infantil como docentes, dando inicio a uma nova fase (BONETTI, 2005, p.147).

Entretanto, apesar de tudo, ainda hoje, a identidade3 e formação do profissional

atuante da educação infantil passam por questionamentos a cerca da qualificação e

caracterização de um trabalho promissor e participativo no que diz respeito às

especificidades da primeira etapa da educação básica. Isto deixa evidente, a relevância

que o profissional desta área tem para a futura geração humana.

Dessa forma, entende-se por identidade os atributos adquiridos pelo

profissional ao longo da sua jornada de trabalho, ou seja, competências e habilidades

contempladas com a coletividade em todos os sentidos, tudo aquilo que é vivenciado

dia-a-dia com o fazer da sua profissão.

Neste sentido, o educador infantil, tem sua identidade construída dia após dia,

seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na elaboração de um

planejamento ou no contato com os pequenos. Tudo que envolve o trabalho docente

produz identidade e conseqüentemente fortalece a formação continuada desta categoria.

Fulanetto destaca a identidade como fator experimental do sujeito em

construção: “a percepção da identidade como fixa e contínua cede espaço para uma

nova concepção de sujeito com uma identidade inacabada, fragmentada, aberta e

contraditória” (2007, p.14).

Percebe-se na fala da autora que não podemos falar em uma identidade comum

e acabada a todos educadores da infância, pois esta depende de vários aspectos como

experiências, conhecimentos e percepções construídos ao longo de sua prática.

Sendo assim, é inegável que o educador da infância deve demonstrar

características diferentes do educador dos anos iniciais (ensino fundamental). Pois, a 3 Segundo o minidicionário Luft (2000) o verbete identidade significa” conjunto de caracteres que fazem

reconhecer um indivíduo”

Page 4: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

4

partir do momento em que tem o contato com os primeiros anos da criança,

automaticamente ele já se destaca nos princípios de desenvolver as dimensões de um ser

particularmente vulnerável ao mundo que se encontra inserido.

Assim Bonetti (2005), contribui ao destacar que o desenvolvimento das

crianças é entendido como uma das finalidades da Educação Infantil (EI), devendo esta

propiciar condições para que as crianças possam realizar construir, criar, recriar suas

possibilidades como sujeitos.

Além do mais a educação da criança pequena propicia sua especificidade na

integração do cuidar e do educar, onde não é válido seguir um parâmetro disciplinar e

rigoroso a um corpo em adaptação, necessitado de atenção, compreensão, carinho e

dedicação durante o seu desabrochar.

Conforme sustenta Kishimoto:

O poder constituído dos campos disciplinares tem efeitos

catastróficos, por exemplo, na formulação de currículos para a educação infantil. A criança pequena aprende em contato com o amplo ambiente educativo que a cerca, que não pode ser organizado de forma disciplinar. A linguagem é desenvolvida em situações do cotidiano, quando a criança desenha, pinta ou observa uma flor, assiste a um vídeo, brinca de faz-de-conta, manipula um brinquedo, explora areia, coleciona pedrinhas, sementes, conversa com amigos ou com seu professor (2008, p.108).

A autora destaca a importância da organização de espaços e práticas voltadas

para as especificidades das crianças pequenas ao destacar que o ambiente organizado de

forma rígida, onde a criança não tem liberdade para expressar-se, brincar, traz

conseqüências catastróficas e o mesmo vale para a organização dos currículos que não

atendem a necessidade das crianças.

Assinala ainda a autora que o educador das crianças pequenas deve ser um

facilitador, e, tem que revigorar a sua prática no decorrer da sua experiência com o

grupo de crianças que está se comunicando, pois ciente da sua incompletude poderá

descobrir caminhos verdadeiramente originais e transformadores de culturas estagnadas

em um contexto contemporâneo .

Rezende apud Furlanetto (2007, p.22) salienta:

O conceito sem experiência é vazio, seriam palavras, palavras e

mais palavras, assim como uma experiência não nomeada, não conceitualizada, não possibilita a apropriação. A aprendizagem, por sua vez, está profundamente relacionada ao crescimento, não existe possibilidade de

Page 5: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

5

crescer sem aprender. Para aprender não basta só olhar, mas, ver; não basta só ouvir, mas, escutar. Para que o olhar possa transformar-se em ver e o ouvir em escutar, o intervalo estabelecido entre eles necessita ser preenchido pela nomeação possibilitada pelo pensamento. Conseqüentemente, não basta também só fazer, mas, pensar o que se faz e sobre o que se faz. Quando exercitamos nossa capacidade de pensar, deslocamo-nos do patamar da atuação para o da ação.

Segundo o autor a experiência é primordial para a construção de

conhecimentos pelo educador, e a sua pratica deve ser reflexiva, ou seja, embasada na

ação x reflexão x ação.

Logo constatamos que a formação do educador é um fator de grande

preocupação no que diz respeito a apresentar grau representativo de conhecimento e

preparação para contemplar a aprendizagem das futuras gerações e preencher lacunas

que surgirão durante o exercício em sala de aula. O professor aprendiz tem a

incumbência de aliar-se fielmente ao seu estado inacabado, tomando atitudes inovadoras

para romper barreiras inesperadas e fortalecer a sua bagagem de conceitos, gerando

neste segmento o reconhecimento do seu trabalho.

Como afirma Alarcão, “criar, estruturar e dinamizar situações de aprendizagem

e estimular a aprendizagem e a auto-confiança nas capacidades individuais para

aprender são competências que o professor de hoje tem de desenvolver”(2003, p.30).

Desta forma, deve-se pensar no profissional da educação como um apreciador

do seu oficio, onde a auto-avaliação esteja em constante sintonia com a sua prática

docente, para que possa refletir sobre seus conceitos e decisões no ambiente de trabalho,

sendo humilde e perspicaz no momento em que esteja vivenciando situações

indagadoras.

Para que isso aconteça Furlanetto relata a seguinte posição: “refletir não é um

exercício linear, envolve além da razão a nossa emoção; articula conteúdos

inconscientes, criativos e defensivos que ora nos possibilitam, ora nos dificultam os

movimentos de ampliação da consciência” (2007, p.23).

Pode-se destacar que o sucesso do educador na sua formação e na sua

identidade, está atrelado ao seu interior, onde o que se busca é a satisfação permanente

do seu eu, pois o ser humano precisa estar recheado de artifícios que o façam brilharem

e permanecer vivo para continuar buscando e exercitando a sua mente desafiadora. E é

neste sentido que o interlocutor do conhecimento cultivará sua profissão, buscando

Page 6: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

6

incessantemente as chaves que abrirão a porta do alvorecer, da realidade, do novo, do

exemplo e da dignidade que o seu trabalho lhe permite experimentar.

Acredita-se que no contato com a criança pequena, alguns princípios são

imprescindíveis para estabelecer uma prática participativa e eficaz no desenvolvimento

integral desses sujeitos tão empíricos, famintos de experiência e aventura. Entre estes

princípios destacam-se as seguintes facetas: comprometimento, condicionamento, ética,

respeito, diálogo, bom senso, humildade, curiosidade e acima de tudo o ato da pesquisa,

pois é neste ponto que grandes mudanças ocorrem em relação a certas concepções

preestabelecidas pela sociedade.

Nesta perspectiva, Freire articula as seguintes palavras:

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Enquanto

ensino contínuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (1996, p. 29).

A educação dos pequenos e pequenas é um caminho que exige do facilitador

deixar transparecer e aflorar seus sentimentos e emoções, pois a criança é

completamente sensível aos tratamentos que lhes são oferecidos. Tudo que está voltado

para o lado infantil, é simples, cativador, inofensivo e conquistador.

Para tanto, sustenta-se a necessidade do educador ter bem claro, que está

lidando com seres ativos e protagonistas do seu próprio conhecimento, sendo que nesta

viagem de interações e descobertas, as culturas se entrelaçam e se transformam em

comunhão gerada entre professor e aluno.

Nesta direção, Faria apud Filho escreve que:

A criança não só aprende e consome a cultura do seu tempo, como

também produz cultura, seja a cultura infantil de sua classe, seja reconstruindo a cultura à qual tem acesso. O fato da criança não falar, ou não escrever, ou não saber fazer as coisas que os adultos fazem transformam-na em produtora de uma cultura infantil, justamente através dessas especificidades. A ausência, a incoerência e a precariedade características da infância, em vez de serem falta, incompletude, são exatamente a infância (2005, p.19).

É central nestes conceitos que, os fazeres que articulam está realidade é

essencialmente orientador do conjunto de adereços julgados importantes na conquista de

Page 7: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

7

uma identidade própria do ser criança, sendo esta singular em cada indivíduo que

transforma, organiza, reorganiza e da originalidade ao espaço que ocupa na sociedade.

Na concepção de Filho A. M., a criança exerce o papel de ator principal da sua

aprendizagem, dando um novo olhar ao ambiente caracterizado por outras histórias:

Pois se é importante à criança conhecer e integrar valores, normas

e condutas da sociedade em que está inserida, é também necessário que se reconheça que esse conhecimento e integração são reconstruídos por ela mesma, ultrapassando as meras dimensões de inculturação e reprodução, que historicamente lhes tem sido atribuídas (2005, p.24).

A prática que envolve esse mundo tão peculiar chama a atenção para que a

relação professor/aluno ultrapasse o método da passividade, dando lugar ao dinamismo,

a parceria e a formação mútua dos personagens. Fica a cargo do interlocutor do saber

incrementar essa convivência, incentivando e respeitando em todos os sentidos o vasto

repertório de especificidades desmembradas por cada criança.

No mesmo momento em que se pensa nas especificidades da educação infantil,

como ponto de partida para uma prática consciente das necessidades de cada pequeno

aprendiz, também se pensa no profissional com uma identidade exemplar, que não só

caracterize seu trabalho, mas principalmente que caracterize o seu eu. Esse eu, pode-se

permitir destacar como o modo de pensar e agir deste ser em constante evolução,

deixando-se moldar por meio de novas atitudes docentes, que querendo ou não trarão

frutos imprescindíveis para uma identidade plural e autêntica.

Perante este contexto Libâneo (2009) colabora com pontos altamente

significativos para que o educador modifique e incremente sua ação docente de acordo

com a realidade contemporânea. O autor destaca que a identidade do professor é algo

que necessita de ousadia, pois exige mudança e rompimento.

Segundo o autor, na medida em que o mundo se transforma, as pessoas

também se transformam, deixando para traz paradigmas que não servem mais para o

atual momento, neste sentido o educador tem em mãos duas chaves: a chave do sucesso

e a chave do fracasso, podendo assim traçar o seu perfil.

Ainda argumenta o autor que de um modo geral, o fator primordial e norteador

da prática docente é a busca incansável pelo conhecimento, trazendo este um

direcionamento para o exercício desta profissão. Entretanto, o professor tem que estar

aberto e demonstrar capacidade de compactuar com o seu aprimoramento, fazendo deste

Page 8: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

8

consagrador de atributos como competência, habilidades e saberes geradores de novos

caminhos a serem percorridos.

Neste sentido Alarcão contextualiza o seguinte ponto de vista:

São hoje muitas as competências desejadas que assentam num

conjunto de capacidades. Valoriza-se a curiosidade intelectual, a capacidade de utilizar e recriar o conhecimento, de questionar e indagar, de ter um pensamento próprio, de desenvolver mecanismos de auto-aprendizagem. Mas também a capacidade de gerir a sua vida individual e em grupo, de se adaptar sem deixar de ter a sua própria identidade, de se sentir responsável pelo seu desenvolvimento constante, de lidar com situações que fujam à rotina, de decidir e assumir responsabilidades, de resolver problemas, de trabalhar em colaboração, de aceitar os outros (2003, p.24).

Assinala ainda que a veracidade da ação docente está nos pequenos atos, onde

o recheio está na capacidade de interagir com o mundo e com o emaranhado de

situações que ele proporciona. As pessoas que nele habitam têm uma bagagem imensa

de sonhos, realidades, fantasias, cada qual em uma fase da vida, seja ela na infância, na

juventude ou na vida adulta.

Assim, o educador tem que mergulhar no mundo dos seus alunos, onde cada

um tem uma história, uma realidade, uma cultura diferente, onde cada um tem seu jeito

singular de apreciar as coisas da vida e no momento em que está em processo de

aprendizagem não é diferente.

Nota-se que o facilitador nada mais é do que um aluno evoluído, na qual tem a

profissão de compartilhar o conhecimento adquirido com pessoas pouco desenvolvidas

intelectualmente, mas que acima de tudo contribui significativamente para o novo

horizonte a ser conquistado.

Enfim, para se pensar no profissional com uma identidade e formação voltada

para educação infantil, nada mais justo do que pensar na profissionalização deste

docente, pois as especificidades que abrangem esta modalidade de ensino estão voltadas

não somente para o reconhecimento e respeito à vulnerabilidade de cada criança, mas

principalmente pela qualidade das educadoras que estarão em constante contato com

este público tão fragilizado.

Oliveira-Formosinho define com muita exatidão a profissionalidade docente na

educação infantil:

Page 9: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

9

O conceito de profissionalidade docente diz respeito à acção profissional integrada que a pessoa da educadora desenvolve junto das crianças e famílias com base nos seus conhecimentos, competências e sentimentos, assumindo a dimensão moral da profissão (2008, p.133).

A autora coloca que a identidade profissional está voltada para a categoria de

ensino a ser ministrada, no caso em questão a educação infantil. E é neste patamar que o

indivíduo toma partido da construção dessa identidade.

Dessa forma se percebe que são muitos os fatores que contribuem para uma

formação sólida e concreta dessa identidade profissional e, em muitos destes fatores,

permite-se destacar o entendimento amplo do que é ser criança, pois é a partir desse

conceito que o educador completará sua identidade, fortalecendo sua atividade diária

com competência e segurança. A criança é um ser humano repleto de contextos, que

merece respeito as suas especificidades, gerando a partir desse respeito o

reconhecimento da identidade do ser criança e conseqüentemente da identidade do ser

professor.

Moss. P, deixa transparecer em suas palavras que o entendimento de criança

como um ser ativo em todos os aspectos da vida, desmembra novos conceitos de criança

no seu mais puro mundo de múltiplas linguagens:

Desse entendimento de criança como co-construtora, cidadã,

agente, membro do grupo, advém uma outra série de linguagens. A criança como forte, competente, inteligente, um pedagogo poderoso, capaz de produzir teorias interessantes e desafiadoras, compreensões, perguntas – e desde o nascimento, não em uma idade avançada quando já ficaram prontos. Uma criança com uma voz para ser ouvida, mas compreendendo que ouvir é um processo interpretativo e que as crianças podem se fazer ouvir de muitas formas. Em resumo, essa construção da criança produz uma criança “rica” (2008, p. 242).

Este imenso repertório de valores que a criança traz consigo, mostra que o

educador tem que estar completamente esclarecido de que a criança não somente habita

no lugar em que ela está inserida, mas principalmente participa de tudo a sua volta,

demonstrando que independentemente das suas limitações é um ser produtor do seu

próprio saber, da sua própria cultura e da sua própria identidade.

Oportuno destacar que a identidade do profissional da educação infantil, está

visivelmente atrelada ao seu perfil profissional, pois ambos são construídos em

conjunto, dando ênfase em questões como a qualidade do ensino e o compromisso para

com o próprio desenvolvimento profissional.

Page 10: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

10

Por conseguinte, cada atitude que o mediador tomar em partido da sua

identidade, faz dele uma pessoa questionadora sobre a sua atual qualificação, pois é

nesta que o seu trabalho estará alicerçado, podendo ser reconstruído à medida que for se

descaracterizando. E para o mestre da educação infantil, isso é mais do que um dever,

no qual ele estará lidando com pessoas que apesar do pequeno tamanho, são grandes na

sua competência de descobrir o mundo e aprender por si mesmas.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa iniciou-se com uma breve visita de quatro dias em uma creche

municipal, da cidade de Cuiabá,MT , no mês de setembro de 2010. As alternativas

metodológicas escolhidas para conduzir este trabalho foram às seguintes: pesquisa de

Campo (estudo de caso descritivo), pesquisa bibliográfica, observação não participante,

registro no caderno de campo, registro fotográfico e aplicação de questionários, numa

linha de pesquisa qualitativa e quantitativa.

Com a pesquisa de campo focou-se em todos os detalhes relacionados ao

ambiente pesquisado, utilizando-se também como complementação o registro

fotográfico e o registro de campo onde houve maior exploração do contexto educativo

da unidade de ensino.

Para dar suporte à informação adquirida durante a pesquisa de campo teve-se a

necessidade da utilização da pesquisa bibliográfica, sendo este fator importantíssimo na

consagração de um repertório lingüístico rico e verdadeiramente conciso na produção

das discussões das análises decorrentes da pesquisa.

Partindo de uma linha de pesquisa tão envolvente nas questões do cotidiano a

ser desmembrado por diferentes olhares, observou-se indiretamente todas as pistas

encontradas no dia-a-dia da creche, destacando que em nenhum momento palpitou-se

em relação às atividades desenvolvidas pelas educadoras, pelo contrário, se utilizou

desta experiência para incrementar ainda mais o conhecimento a cerca dos profissionais

que atuam na educação infantil.

Em relação ao questionário teve-se a incumbência de aplicação de dezessete

questionários contendo vinte e quatro perguntas intercaladas em perguntas abertas e

fechadas para as educadoras da instituição, onde se enfatizou perguntas que

caracterizasse a formação e a identidade daquelas profissionais.

Page 11: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

11

Decorrente deste instrumento de pesquisa baseou-se nas análises qualitativas e

quantitativas dos sete questionários devolvidos, onde se discutiu cada questão abordada

com o intuito de apresentar dados significativos para o público que posteriormente fará

a leitura ou releitura do contexto apresentado neste trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa foi efetivada com uma amostra de sete educadoras na faixa etária

de 24 à 49 anos de idade, dos quais, 42% estão entre 30 a 39 anos, 29% entre 24 a 29

anos e 29% com igual ou mais de 40 anos. A maior parte dessas profissionais é solteira

totalizando 57%, 29% das educadoras são casadas e apenas 14%, viúvas.

Em relação à formação das educadoras constatou-se que , 57%,possui apenas o

diploma de ensino médio voltado para áreas distintas como magistério, auxiliar de

escritório e técnico em desenvolvimento infantil, deixando transparecer neste sentido

que o conhecimento básico ainda prevalece dentro das instituições de educação infantil,

deixando a desejar no contexto educativo propiciado as crianças pequenas.

Cerca de, 29% dessas profissionais concluíram o Curso de Pedagogia, é de se

verificar, que a formação em pedagogia é essencial para ampliar o conhecimento

específico em relação às teorias que explicitam não só as fases de desenvolvimento das

crianças, como também as leis que envolvem esta modalidade de ensino. Pois para atuar

na educação infantil não basta apenas ter experiências adquiridas no dia-a-dia, mas sim

uma integração de saberes onde a teoria e a prática estejam em comunhão no desenrolar

de cada atitude tomada dentro do ambiente educacional.

Vale destacar que desses 29% de profissionais que concluíram o curso de

pedagogia 50% possui também o diploma universitário na área de matemática.

Apenas 14% das educadoras infantis disseram ter cursos em outra área do

conhecimento, sendo este específico na área de administração de empresas.

Quando questionadas se tiveram dificuldades para adaptar-se ao trabalho, a

maioria das educadoras (57%), responderam não ter tido nenhuma dificuldade,

sinalizando que a educação infantil apesar das várias exigências, é um ambiente de fácil

adaptação, principalmente para aqueles profissionais que querem aprender e conquistar

o seu espaço.

Page 12: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

12

Em analise as respostas, é importante salientar que o primeiro contato com

qualquer ambiente de trabalho é constrangedor, gera medo e insegurança, mas o

funcionário não pode se deixar abater por suas limitações tem que encarar com firmeza

e demonstrar que é capaz de estar na profissão escolhida.

Ademais o caminho da docência é cheio de incertezas, de desafios,

principalmente quando se trata da criança pequena, mas este caminho é um caminho que

precisa de pessoas que mereçam estar nele, e mergulhem nas surpresas que ele

proporcionar, onde o ato de ensinar e aprender são mútuos e nada dá mais prazer do que

experimentar o sabor de cada conquista.

Inclusive, em muitos momentos na vida precisamos nos adaptar, seja na escola,

numa casa nova, no emprego novo, no casamento, na cidade desconhecida, enfim, em

várias novas experiências, mas tudo se aprende e se acostuma, quando a pessoa tem

sede de superação.

Quando questionadas, a respeito de ter freqüentado cursos de atualização nos

últimos cinco anos, a grande maioria das educadoras, com exceção de uma que não

respondeu, afirmaram ter se qualificado em cursos de atualização, demonstrando que

não ficaram paradas no tempo, pois na sociedade em que vivemos não podemos ser

ingênuos de pensar que o conhecimento não necessita ser aprimorado. O educador da

contemporaneidade é aquele que pensa no futuro dos seus alunos, que corre atrás de

novas fontes de aprendizagem ou de novas teorias para compreender alguma

“deficiência” ou “distúrbio” que seu aluno possa ter e demonstrar no dia-a-dia em sala

de aula.

Hoje, o patamar da educação é a inclusão em todos os aspectos,

principalmente quando se trata das creches e pré-escolas, onde o facilitador tem que

estar preparado para lidar com múltiplas situações e isso exige que o profissional esteja

aberto a novos horizontes, no qual ele terá que investigar e pesquisar novos mecanismos

para satisfazer se não completamente mais parcialmente às necessidades dos seus

alunados, contribuindo significativamente na qualidade de vida desses seres tão

vulneráveis.

Cerca de 57% das educadoras , afirmaram estar satisfeitas com o atual

trabalho, em geral, isso nos mostra que apesar da complexidade que é trabalhar com a

educação infantil, elas estão felizes em fazer parte desse mundo cheio de aventuras. Pois

quando o docente está satisfeito com a sua prática é porque ela está lhe proporcionando

Page 13: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

13

alegrias, prazeres, conquistas, pois a satisfação em um ambiente de trabalho não se

baseia somente no salário, no cargo mais cobiçado, mas sim nas recompensas

adquiridas com as experiências do seu cotidiano.

Soma-se a esse fato a educação infantil é um espaço destinado a profissionais

que querem e gostam de ensinar, de aprender, de contribuir, de zelar, de participar e

socializar o conhecimento. Ou seja, é um espaço destinado a pessoas com prazer de

acolher, de dar a mão, de buscar aquilo que favoreça os pequenos e as pequenas em

processo de descoberta, pois o educador tem que ter em mente que todos (adultos e

crianças) estão ali para fortalecer, construir e reconstruir suas histórias, suas

especificidades, suas identidades, sem que haja nesta relação um poder de autoridade,

de egoísmo, de insatisfação.

Larrosa apud Furlanetto contribui com as seguintes palavras:

A criança não se pode antecipar, nem se projetar, nem se

idealizar, nem se determinar, nem se antecipar. A criança não cumpre nada, não realiza nada, não culmina nada. É um limite, uma fronteira, um salto, um intervalo, um mistério... A criança abre um devir que não é senão o espaço de uma liberdade sem garantias, de uma liberdade que não se sustenta mais sobre nada, de uma liberdade trágica, de uma liberdade que não pertence à história, mas que inaugura um novo começo, de uma liberdade libertada. Sob o signo da criança, a liberdade não é outra coisa senão a abertura de um porvir que não está determinado nem por nosso saber, nem por nosso poder, nem por nossa vontade, que não depende de nós mesmos. Que não está determinado pelo que somos, mas que se indetermina no que vemos a ser. A liberdade é a experiência da novidade, transgressão, do ir além do que somos, da invenção de novas possibilidades de vida (2007, p.74).

Compreende-se que a satisfação vem do coração, como fonte de transformação,

de equilíbrio, de amor a vida, pois a vida sem o sabor das incertezas, não é vivida com

entusiasmo, sendo assim, que os futuros educadores da educação básica, escolham a

modalidade que satisfaça a sua vida profissional, para que possa olhar para trás e sentir

orgulho do caminho percorrido.

Em relação às fontes principais para aprender a exercer o seu trabalho atual,

foram escolhidas entre várias alternativas as três mais votadas pelas educadoras para

serem discutidas no corpo do trabalho, sendo estas colocadas por ordem de importância.

Como primeira principal fonte quatro (4) das sete (7) investigadas escolheram

a experiência e a prática profissional, sendo estas defendidas como forma de

aprendizagem significativa por quase todas as educadoras que atuam nesta categoria,

Page 14: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

14

onde se permite observar que ainda prevalece a concepção de que para aprender fazer

algo desconhecido, o importante é praticar, pois, sem a prática fica difícil adquirir

habilidades.

Como segunda fonte mais importante três (3) das sete (7) investigadas

escolheram a formação escolar de base, deixando a interpretar que as educadoras não

valorizam nem a formação científica, nem a formação continuada, contradizendo as

respostas expostas anteriormente , ou seja, só a formação de base não qualifica nenhum

profissional, ainda mais neste caso específico que é a educação infantil.

Como terceira fonte mais importante três (3) das sete (7) entrevistadas escolheu

a experiência pessoal e familiar, indicando que as profissionais dão um grau

significativo para aprender fazer em conjunto com suas próprias experiências de vida

tanto individual, quanto familiar, isso nos permite diagnosticar que por mais que estas

duas experiências sejam válidas na questão do fazer docente, não é suficiente para

preparar os pequenos seres humanos para uma vida cheia de surpresas no futuro a ser

seguido.

Analisando as respostas dadas a questão: defina sua própria competência na

área na qual atua, por meio de uma auto-análise, tanto de conhecimento quanto de

experiência. , pode-se constatar que grandes partes das educadoras conseguiram

descrever sua competência, fazendo uma auto-análise, tanto de conhecimento quanto de

experiência, na qual nenhumas das respostas foram compatíveis umas com as outras.

Cada uma delas expressou um ponto de grande importância na sua prática, sendo estes:

aprimoramento do saber, amor pela profissão, competência e experiência profissional.

Todos esses fatores destacados pelas educadoras têm sua parcela de

contribuição para com a formação docente e para o fortalecimento da identidade das

profissionais de educação infantil. Quando se fala em formação e identidade, se fala em

questionamento, inquietação, transformação e amadurecimento deste profissional, pois,

a sua valorização e o seu reconhecimento depende exclusivamente da sua capacidade de

querer progredir, de querer ir além daquilo que ele já conquistou.

Por conseguinte, os profissionais da criança pequena são conhecedores de que

para reconstruírem suas histórias e definir suas fronteiras é necessário que se

comprometam com o seu campo de atuação, correndo atrás de uma formação melhor,

Page 15: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

15

que garanta lutar pelos seus direitos, pois nada adianta demonstrar sua insatisfação, se

nada faz para ampliar seu crescimento profissional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A identidade e a formação das educadoras de creche ainda permanecem a

passos lentos, principalmente pelo fato de que poucas delas possuem formação

adequada para estarem desenvolvendo um trabalho diferenciado e inovador para com as

crianças da rede pública.

Assim, propõe-se que os atuantes e os futuros profissionais que desejam um

reconhecimento a altura das suas responsabilidades, sejam protagonistas assíduos do seu

crescimento profissional e pessoal, pois só assim terão subsídios para lutar com

segurança e credibilidade, demonstrando que vale a pena serem recompensados com

valorização e respeito. Que a formação docente esteja em primeiro lugar nas suas

atitudes como formador de seres em processo de evolução e que seja utilizado da

curiosidade para adquirir novas formas de contemplar a aprendizagem em todos os

sentidos.

Para tanto se espera que a presente pesquisa colabore para reflexões e

indagações à muitos profissionais da área da educação infantil e que para além de

questionamentos, possa ser alvo de muitas outras pesquisas que nos levem a conhecer

novas realidades e que positivamente nos apontem outras problemáticas a serem

discutidas e resolvidas na sociedade das constantes mudanças.

Para finalizar, é interessante destacar que o prazer de ser professor está

justamente na sua posição constante do ser aprendiz e esse estado não termina no ensino

médio, na faculdade ou em qualquer outro curso de atualização, ele tem uma

continuidade infinita que garante as características necessárias para o profissional de

qualquer área da educação básica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003. BONETTI. N. Leis de diretrizes e bases e suas implicações na formação de professores de educação infantil. In: FILHO, A. J. M. (org.). Criança pede respeito: temas em educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2005. FILHO, A. J. M. (org.). Criança pede respeito: temas em educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2005.

Page 16: ARTIGO EDUCADORA DE CRECHE IDENTIDADE E ...ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/02/11/outros/32b81c...2011/02/11  · seja nas leituras teóricas, nas reuniões de professores, na

16

FURLANETTO, E. C. Como nasce um professor? : uma reflexão sobre o processo de individuação e formação. São Paulo: Paulus, 2003. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e terra, 1996. Prefeitura. SME. Proposta pedagógica para a educação infantil. Cuiabá: Central de texto, 2009. LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, Adeus professora? : novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 2009. LUFT. C. P. Minidicionário. São Paulo: Ática, 2000. KISHIMOTO, T. M. Encontros e desencontros na formação dos profissionais de educação infantil. In: MACHADO, M. L. A. (org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2008. MACHADO, Maria. Lúcia . A. (org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2008. MOSS, PETER. Reconceitualizando a infância :crianças ,instituições e profissionais. In: MACHADO, M. L. A. (org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2008. OLIVEIRA-FORMOSINHO, Júlia. O desenvolvimento profissional das educadoras de infância :entre os saberes e os afetos , entre a sala e o mundo .In: MACHADO, M. L. A. (org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2008.