precedentes relativos Às indenizaÇÕes por danos...

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PRECEDENTES RELATIVOS ÀS INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAL, MATERIAL E ESTÉTICO JULGADOS NO 2º SEMESTRE DO ANO DE 2011 PELO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO RO- 0035900-30.2010.5.23.0066 Relator: Desembargador Roberto Benatar Ementa: DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Uma vez caracterizado o dever de indenizar o dano moral, a fixação do respectivo quantum, embora não haja critérios estabelecidos, baliza-se pela intensidade da dor, sofrimento ou angústia suportados, nas condições econômicas do ofensor e na remuneração auferida pelo ofendido, atentando-se sobretudo ao princípio da razoabilidade. De outra banda, destaque-se que a indenização a título de dano moral deve ser fixada em termos razoáveis, não se justificando que a reparação venha proporcionar enriquecimento ilícito, devendo o arbitramento operar com moderação, de maneira que, mesmo procurando desestimular o ofensor a repetir o ato, não se cometam abusos e exageros manifestos. In casu, o dano moral consistiu na atitude patronal de proporcionar ao trabalhador refeição imprópria para o consumo (estragada), assim como transporte em condições precárias, o que, a toda evidência, demonstram agressão à dignidade do trabalhador. Assim, sopesando os fatores de ordem subjetiva e objetiva, tanto da parte autora como dos réus, com vistas a amenizar o sofrimento experimentado, sem gerar, todavia, enriquecimento ilícito, e, à segunda reclamada, punição com função pedagógica pela conduta discriminatória no meio ambiente do trabalho, é justo e razoável reduzir o valor fixado a título de dano moral de R$ 10.000,00 para 5.000,00, por se afigurar proporcional à extensão do abalo moral experimentado durante o período de tempo que vigeu o contrato de emprego (aproximadamente 10 meses). Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Natureza do Dano Moral: A empregadora, durante o pacto laboral, fornecia ao autor refeições estragadas (azedas) e transporte em condições precárias, em profundo desrespeito à dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 05/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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PRECEDENTES RELATIVOS ÀS INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAL,

MATERIAL E ESTÉTICO JULGADOS NO 2º SEMESTRE DO ANO DE 2011

PELO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO

RO- 0035900-30.2010.5.23.0066

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Uma vez caracterizado o dever de

indenizar o dano moral, a fixação do respectivo quantum, embora não haja critérios estabelecidos, baliza-se pela intensidade da dor, sofrimento ou angústia suportados, nas condições econômicas do ofensor e na remuneração auferida pelo ofendido, atentando-se sobretudo ao princípio da razoabilidade. De outra banda, destaque-se que a indenização a título de dano moral deve ser fixada em termos razoáveis, não se justificando que a reparação venha proporcionar enriquecimento ilícito, devendo o arbitramento operar com moderação, de maneira que, mesmo procurando desestimular o ofensor a repetir o ato, não se cometam abusos e exageros manifestos. In casu, o dano moral consistiu na atitude patronal de proporcionar ao trabalhador refeição imprópria para o consumo (estragada), assim como transporte em condições precárias, o que, a toda evidência, demonstram agressão à dignidade do trabalhador. Assim, sopesando os fatores de ordem subjetiva e objetiva, tanto da parte autora como dos réus, com vistas a amenizar o sofrimento experimentado, sem gerar, todavia, enriquecimento ilícito, e, à segunda reclamada, punição com função pedagógica pela conduta discriminatória no meio ambiente do trabalho, é justo e razoável reduzir o valor fixado a título de dano moral de R$ 10.000,00 para 5.000,00, por se afigurar proporcional à extensão do abalo moral experimentado durante o período de tempo que vigeu o contrato de emprego (aproximadamente 10 meses). Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Natureza do Dano Moral:

A empregadora, durante o pacto laboral, fornecia ao autor refeições estragadas (azedas) e transporte em condições precárias, em profundo desrespeito à dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 05/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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RO-0012100-18.2010.5.23.0051

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa

ASSÉDIO MORAL. DANO EXPERIMENTADO INDENIZAÇÃO. CABIMENTO. A

manutenção de meio ambiente de trabalho sadio, equilibrado e seguro é imperativo constitucional (ex vi do inciso XXII do art. 7º; do inciso VIII do art. 200 e do § 3º do art. 225 da CRFB/88) imposto ao empregador e visa resguardar a higidez física e mental de seus empregados para que não ocorram desgastes diversos daqueles inerentes e típico do próprio avanço etário ou abalo psicológico. Esse postulado é também assegurado em diversos instrumentos internacionais que, do ponto de vista sistemático, integram o ordenamento jurídico interno, e, ainda, em diversas disposições do Código Civil de 2002. Tem-se, assim, que o ordenamento jurídico nacional, no seu todo, propugna pelo respeito e preservação da dignidade humana do trabalhador e, também, pela valorização social do trabalho com suas eficácias vertical e horizontal, entre outras garantias congêneres, de modo que esse novo panorama constitucional não tolera a manutenção de ambiente inseguro, doentio, o qual imponha condições de trabalho que comprometam a sua saúde física e mental. No caso concreto em que o trabalhador sofreu rebaixamento em suas funções após o afastamento por doença, sem justificativa plausível, o dever de indenizar é medida que se impõe, pois é direito constitucional e legal do vitimado por doença que no seu retorno seja considerada a possibilidade de retomar à função que desempenhava antes do licenciamento, se não há incompatibilidades para o seu exercício, como ocorreu na situação em apreço. Valor do Dano Moral: R$ 24.110,00 (vinte e quatro mil, e cento e dez reais). Natureza do Dano: Durante o pacto laboral a autora licenciou-se das atividades laborais pelo período de seis meses em função de tratamento médico, o que resultou na concessão de auxilio previdenciário. Ao retornar à labuta sofreu assédio moral, teve tratamento diferenciado dos demais empregados, foi perseguida pela sua superior hierárquica, sofreu descontos injustificáveis de produtos extraviados, desvio de função e chamadas de atenção em meio aos clientes e colegas, o que expôs a autora a situações vexatórias e humilhantes. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 05/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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RO-00693.2009.021.23.00-2

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa DANO MORAL. TRABALHO DEGRADANTE. OCORRÊNCIA. O direito à indenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e do nexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. Na hipótese, constatou-se que a reclamada não disponibilizava ao obreiro intervalo para fazer suas refeições no refeitório, bem assim que o banheiro existente no local de trabalho não apresentava condições mínimas para que ele fizesse suas necessidades fisiológicas, restando configurada a existência do dano moral, fruto dos sofrimentos experimentados por quem se viu obrigado a submeter-se a condições subumanas de trabalho, privado do mínimo de garantias que preservassem a sua saúde, higiene ou segurança. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano: O autor exercia a função de operador de produção júnior e durante o pacto laboral foi submetido a trabalho degradante, na medida em que a Reclamada disponibilizava banheiro e refeitório sem condições de uso, obrigando o autor a fazer suas refeições no local do trabalho, sem intervalo devido, em meio ao mau cheiro e equipamentos utilizados no labor, bem como a realizar suas necessidades fisiológicas no mato, afrontando, assim, a dignidade da pessoa humana do trabalhador. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 05/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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RO-0145900-09.2008.5.23.0021

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa AMBIENTE DE TRABALHO INADEQUADO. AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES MÍNIMAS DE SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA. DANO MORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. A Constituição Federal, ao dispor em seu art. 5°, incisos V e X, sobre a possibilidade de reparação do dano moral, pôs um ponto final nas divergências doutrinárias e jurisprudenciais acerca da possibilidade de reparação do dano imaterial e, ademais, reafirmou seu principal desiderato, que é o de elevar ao grau máximo de proteção a dignidade da pessoa humana. Desse modo, o trabalho em localidades distantes normalmente refoge às regalias da vida na área urbana, mas nem por isso a dignidade da pessoa humana pode ser desrespeitada. A inexistência, no local de prestação de serviço, de instalações sanitárias - químicas ou não - obsta as condições adequadas de higiene. Dessa feita, reprovável é a conduta e presumido é o dano moral advindo desse comportamento habitual. A conduta empresarial gerou dano ao trabalhador que, conformado com a necessidade de subsistência, sujeitava-se à condição que lhe era imposta. Valor do Dano Moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais) Natureza do Dano Moral:

O trabalhador foi submetido a trabalho degradante na medida em que a Empregadora não proporcionava banheiro e local adequado para fazer as refeições, afrontando assim a dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 05/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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RO-0191700-44.2010.5.23.0036

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa DANO MORAL. EMPRESA QUE EXERCE ATIVIDADE DISTINTA DE INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES.

Conforme dispõe o art. 3º da Lei n. 7.102/1983, o transporte de valores deve ser realizado, estritamente, por empresa especializada. No caso concreto, a empresa reclamada extrapolou os limites das cláusulas do contrato de trabalho ao exigir do empregado o transporte de valores, em veículo próprio e, em total comprometimento à segurança física e psicológica do reclamante, provocando-lhe dano moral, que deve ser reparado com o pagamento de indenização. Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) Natureza do Dano: O Autor foi contratado pela Reclamada para exercer a função de gerente de planos e realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 05/07/2011 Publicado em: 15/07/2011 DJE/TRT23: 772/2011

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RO-02026.2010.036.23.00-7

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa REVISTAS EM BOLSAS E SACOLAS. PRÁTICA CORRIQUEIRA E INDISCRIMINADA. INSPEÇÃO DE PERTENCES PESSOAIS. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS PERSONALÍSSIMOS DOS EMPREGADOS. DANO MORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Os parâmetros que norteiam a delimitação do contraste entre o direito de propriedade do empregador e os direitos fundamentais da pessoa humana do trabalhador devem ser prudentemente apreciados, pois em algumas situações, de fato, há necessidade de se permitir ao ente patronal que tome medidas a fim de evitar prejuízos patrimoniais, desde que absolutamente imprescindível conforme o objeto, método, forma e momento das revistas, devendo tais procedimentos deixar intacto o supraprincípio da dignidade da pessoa humana, instigador supremo do Bem-Estar coletivo. Nessa linha de raciocínio, numa empresa de distribuição e comércio de mercadorias, dificilmente haverá a necessidade de revistas íntimas, consubstanciadas em inspeções em bolsas e sacolas diariamente, da forma como foi efetuada pela ré, isto é, abrindo esses pertences pessoais e de forma indiscriminada – atingindo todos os empregados, pois ainda que não tenha sido caracterizado o desnudamento, o certo é que, na situação concreta da presente lide, a aplicação do princípio da ponderação ou da proporcionalidade de direitos fundamentais sufraga, irrefratavelmente, a revista procedida pela reclamada, pois realizada de forma corriqueira, sem justificativa plausível, invadindo a privacidade dos seus empregados, pautando-se na presunção de que todos os seus empregados são desonestos, suspeitos (sequer se utilizando de equipamentos eletrônicos, mas sim penetrando a olho nú nos pertences pessoais dos empregados), fazendo letra morta do princípio da presunção de inocência (CF, art. 5ª, LVII). Assim, essa situação em que a empregadora expôs seus empregados causou, em última análise, a criação de um ambiente de trabalho desgastante, doentio, ao contrário do que ordena a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (arts. 200, VIII, e 225). Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do Dano Moral:

Durante todo o contrato de trabalho a autora foi submetida a revistas de seus pertences pessoais sem nenhuma justificativa plausível por parte da Reclamada, expondo-a situações vexatórias. Tal ato por parte da Ré viola a dignidade da pessoas humana, bem como o princípio da boa-fé objetiva, a qual busca estabelecer aos empregadores condutas corretas, sendo assim, nos termos do art. 186, a autora é digna de reparação moral.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 05/07/2011 Publicado em: 15/07/2011 DJE/TRT23: 772/2011

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RO-0045400-24.2010.5.23.0001

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa DANO MORAL POR TRANSPORTE DE VALORES. VALOR DA INDENIZAÇÃO Para a fixação do valor da indenização por dano moral, deve-se levar em conta a situação econômica do ofendido e do ofensor, a gravidade do ato e a repercussão da ofensa, a posição social ou política do ofendido, bem como a intensidade de seu sofrimento, a culpa ou dolo pelo dano causado e o grau de sanção a ser imposto ao infrator. Em que pese inexistir valor que possa aplacar a dor advinda dos atos caracterizadores do assédio moral, o fato é que o capital e o porte da empresa devem ser levados também em consideração, porquanto impor uma condenação em quantia destoante de sua capacidade financeira implicará, se maior, em comprometimento de sua sobrevivência, pondo sob risco o emprego de outros tantos, ou, se muito aquém, em medida educativa contraproducente. Assim, levando-se em conta a reiterada prática desse abuso por parte do Reclamado e, ainda, diante dos critérios comumente utilizados para a fixação da indenização por dano moral, dou parcial provimento ao apelo obreiro para majorar o montante fixado em sentença, por considerar razoável e proporcional ao agravo tal montante. Valor do Dano Moral: R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) Natureza do Dano:

A autora exercia a função de escriturária e durante o pacto laboral realizava transporte de valores em média duas vezes na semana. Constitui ato ilícito a utilização pelo empregador, instituição financeira, dos serviços do trabalhador na realização de transporte de numerários entre cidades vizinhas, sem a devida escolta, em afronta a Lei n. 7.102/83, que dispõe em seu art. 3º que o transporte de valores será feito por empresa especializada ou por pessoal próprio especializado do Banco. Em conseqüência dessa conduta antijurídica do empregador é patente o dano moral causado à autora, que era obrigada a exercer atividades estranhas à sua função, sem a devida segurança, o que a colocava em permanente estado de medo e risco. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 06/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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RO-0019900-90.2010.5.23.0021

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. Restou evidenciado que a Reclamada não proporcionou condições dignas ao Reclamante no que concerne à devida higenização dos banheiros, razão pela qual deve indenizar pelo ato. Desse modo, considerando a extensão da agressão, as condições econômicas do ofensor e do ofendido e o tempo a que ficou o Reclamante exposto às condições degradantes o valor de R$ 1.000,00 fixando pela sentença mostra-se justo e razoável. Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais) Natureza do Dano: Durante o pacto laboral a reclamada deixou de disponibilizar para o autor local apropriado para realização de suas necessidades básicas diárias. No local de trabalho existiam apenas 2 banheiros químicos utilizados por mais ou menos cem pessoas, sendo estes os únicos banheiros à disposição de todos os funcionários da segunda Reclamada, bem como dos trabalhadores das empresas terceirizadas. Além do número insuficiente de sanitários, os existentes não recebiam higienização adequada, sendo limpos a cada três dias, o que fazia com que o Reclamante fosse obrigado a fazer suas necessidades em meio à vegetação, expondo-o à condições degradantes, que caracterizam o dano moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 06/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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RO-0028000-31.2010.5.23.0022

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa DANO MORAL CARACTERIZADO. Restou provado pelo reclamante as alegações iniciais acerca da conduta ilícita da empregadora, consistente no não oferecimento de instalações sanitárias no local de trabalho, bem como pelas condições inadequadas para a realização das refeições e ausência de local para dormir, ocasionando lesão a direitos de sua personalidade, tais como a honra, a imagem e a integridade psicológica, em afronta à dignidade da pessoa humana, motivo porque se há falar em reparação de cunho moral. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais) Natureza do Dano Moral:

A Reclamada deixou de oferecer ao autor e a outros trabalhadores água potável, local para dormir, refeitório e sanitários, estes dois últimos pelo período de 30 dias. O autor durante o pacto laboral dormia em um caminhão e realizava suas necessidades fisiológicas em meio à lavoura. Durante o período mencionado, quando era oferecido banheiro, este não era digno de uso devido à pouca higienização recebida. A inexistência de condições mínimas de higiene no local de trabalho, fere a dignidade do trabalhador, e o labor em tais condições coloca em risco a sua própria saúde, física e mental. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 06/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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RO(Rs) - 00053.2010.022.23.00-2

Relator: Desembargador João Carlos

Redatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. Restou caracterizado nos autos que a

Reclamada deixou de propiciar condições dignas de trabalho ao Reclamante, em face da ausência de banheiros em condições de uso no seu local de trabalho, havendo, assim, ofensa ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Desta forma, praticado o ato ilícito ensejador do dano moral ao Obreiro, este deve ser ressarcido. Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais) Natureza do Dano:

A reclamada durante o pacto laboral deixou de oferecer ao autor banheiros em condições dignas de uso, caracterizando assim condições degradantes, desrespeito a Norma Regulamentadora 24 do Ministério do Trabalho e Emprego e ofensa ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, motivos quais o trabalhador é digno de reparação moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 06/07/2011 Publicado em: 12/07/2011 DJE/TRT23: 769/2011

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RO-01680.2009.066.23.00-1

Relatora: Desembargadora Maria Berenice

Ementa DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. IMPORTÂNCIA. Para o surgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil, devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano e d) dolo ou culpa do agente. Configurada, nos autos, a presença desses elementos, devida a indenização a título de danos morais, cujo valor deverá considerar a extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa do Autor, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Por outro lado, a desobediência do Autor às normas gerais da empresa, contribuindo para a ocorrência do incidente, acarreta a atenuação do valor dessa indenização. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano:

O autor foi brutalmente interceptado por seguranças, quando ao passar pelo detector de metais disparou o alarme e recusou-se a mostrar seus pertences pessoais. Após ataques verbais por parte dos vigilantes o autor foi submeteu a revista no pátio da Reclamada diante de outros trabalhadores, sendo exposto a situação vexatória.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 06/07/2011 Publicado em: 07/07/2011 DJE/TRT23: 766/2011

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RO- 0060000-86.2010.5.23.0086

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa DANO MORAL. PRESSUPOSTO DE REPARABILIDADE. É cediço que o direito à indenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e do nexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. In casu, a reclamante demonstrou nos autos a conduta ilícita do reclamado, porém, restou configurada também a culpa da empregada e conseqüente culpa concorrente, razão pela qual merece ser reformada a sentença para condenar o réu ao pagamento de indenização por dano moral. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano:

A autora exercia a função de reflorestadora e sofreu abalo moral quando após a diária laboral entrou no ônibus da Reclamada, que levaria os empregados do campo para a cidade, porém, como o motorista estava esperando o restante dos empregados, saiu para ir ao banheiro, mas quando retornou o ônibus já estava partindo, ficando esquecida sozinha no meio do mato, sem local para dormir, sem comida, sem água, sem proteção alguma contra animais, sendo buscada apenas no dia seguinte pela manhã. A autora é digna de reparação moral, pois tal fato lhe deixou em estado lastimável e traumatizada, o que se agrava pelo fato de ser mulher. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 12/07/2011 Publicado em: 14/07/2011 DJE/TRT23: 771/2011

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RO- 0199600-78.2010.5.23.0036

Relator: Desembargador Tarcísio Valente

Ementa REVISTA EM PERTENCES PESSOAIS DO EMPREGADO. PRÁTICA CORRIQUEIRA E INFUNDADA. ABUSO DE DIREITO. DANO MORAL. CARACTERIZAÇÃO. É certo que o empregador, dentro do seu poder diretivo e na condição de proprietário do empreendimento, pode adotar medidas, no ambiente de trabalho, que visam proteger o seu patrimônio, desde que para esse mister não viole direitos do trabalhador. Todavia, em se tratando de revista em pertences pessoais do empregado, este procedimento somente justificarse-á como último recurso diante de concreta justificativa para tanto; caso contrário, caracterizarse-á a figura do abuso de direito. Na hipótese, a Acionada exorbitou os limites do seu poder diretivo, ao realizar revista em pertences pessoais da Acionante de forma corriqueira e à míngua de circunstâncias concretas que a justifique. Essa atitude, inexoravelmente, traduz-se em abuso de direito, por implicar violação à intimidade, à imagem, à honra e à dignidade do empregado, entre outros direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna. Vislumbra-se, na espécie, dano de ordem moral, visto que os direitos afetados são inerentes à personalidade. Assim, presentes os pressupostos do ato ilícito, dano e nexo causal, resta configurado o instituto da responsabilidade civil, nos termos das dicções dos artigos 186 e 927, caput, do CC, o que autoriza a condenação da Acionada ao pagamento de indenização por dano moral. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano:

A Reclamada adotava a prática de realizar revistas nas bolsas e sacolas de seus empregados, sem nenhuma justificativa plausível e diante de clientes, demais empregados ou outras pessoas que se encontrassem nas dependências do supermercado, assim o autor é passível de reparação moral pois tal conduta viola a dignidade da pessoa humana, a boa-fé objetiva, regra de conduta fundada na honestidade e lealdade do contrato de trabalho, bem como o princípio constitucional da presunção da inocência, visto que obriga seus empregados a provarem, diariamente, que não se apossaram de forma indevida de produtos pertencentes à empresa, maculando a honra do trabalhador. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 12/07/2011 Publicado em: 15/07/2011 DJE/TRT23: 772/2011

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RO 0097300-46.2010.5.23.0001

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa DANO MORAL. JORNADA DE TRABALHO EXTENUANTE. O trabalho, para ser considerado ofensivo à dignidade humana, há que ser executado em condições tais que exteriorizem o uso do ser humano como mero instrumento, desprovido de dignidade própria, para o alcance de um fim econômico, ou seja, a chamada "coisificação" do trabalhador, isso sim é o que corporifica a degradação da condição humana. Nesse passo, vale ressaltar que não é a mera extrapolação da jornada legal que dá ensejo à reparação indenizatória, mas, sim, o cumprimento exorbitante de horas extras que acaba por privar o trabalhador do convívio social e familiar, além de causar-lhe estresse, pois tais jornadas extenuantes provocam grande desgaste físico para o organismo. Valor do Dano Moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) Natureza do Dano: A autora trabalhava mais de quatorze horas por dia, sem descanso semanal, bem assim nos feriados, caracterizando jornada de trabalho extenuante. Sendo assim, a autora é digna de reparação moral, pois restou comprovado que o tempo diário necessário à trabalhadora para o descanso, o convívio familiar e os compromissos sociais, os quais são próprios da condição humana, não foram respeitados pela Empregadora. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 12/07/2011 Publicado em: 20/07/2011 DJE/TRT23: 775/2011

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RO-0074400-53.2010.5.23.0071

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa: DANO MORAL. QUANTIFICAÇÃO. À falta de parâmetro legal, a fixação do valor

da reparação por dano moral deve obedecer a critérios de razoabilidade e proporcionalidade e, ainda, considerar a gravidade do dano, a intensidade da culpa e a condição financeira do réu. Há que se buscar sempre um ponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar a vítima pelo sofrimento sentido e a de produzir um efeito punitivo e pedagógico no ofensor. Neste caso, o valor arbitrado em primeiro grau à compensação não merece ser majorado, na medida em que os contornos específicos desta demanda demonstram que a importância atende aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, bem como aos arts. 4º e 5º da LINDB e não destoa dos parâmetros adotados em casos semelhantes. Valor do Dano Moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Natureza do Dano: Durante o pacto laboral o autor foi submetido a trabalho degradante, na medida em que a Reclamada não dispunha de banheiros e local para as refeições, sendo feita sob o sol quente, sem mesas e cadeiras para sentar, sem água para lavar as mãos ou beber. Sendo assim, é devida a reparação moral, pois tal atitude viola a dignidade da pessoa humana do trabalhador. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 13/07/2011 Publicado em: 14/07/2011 DJE/TRT23: 771/2011

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RO-01149.2009.021.23.00-8

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa: VALOR DA REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. À falta de parâmetro legal, a fixação do valor da reparação por dano moral, que abrange os estéticos, deve obedecer a critérios de razoabilidade e proporcionalidade e, ainda, considerar a gravidade do dano, a intensidade da culpa e a condição financeira do réu. Há que se buscar sempre um ponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar a vítima pelo sofrimento sentido e a de produzir um efeito punitivo e pedagógico no ofensor. Diante dos contornos específicos deste caso, o valor arbitrado pelo juízo de origem atendeu ao escopo punitivo, pedagógico e reparatório da condenação, razão pela qual não comporta alteração. Valor do Dano Moral: R$ 12.000,00 (doze mil reais) Natureza do Dano:

Na função de pedreiro o autor sofreu acidente de trabalho ao manusear uma “maquita”, usada para cortar madeira ou cerâmica. Face aos problemas elétricos do prédio os fios da ferramenta que estavam enrolados fizeram com que a máquina que estava ligada e não estava sendo usada, voltasse para trás, atingindo o dedo do autor. O autor não fazia uso de EPI’s e a perícia médica diagnosticou que o autor sofreu a redução de 4% (quatro por cento) de sua capacidade laborativa. Sendo assim, torna-se comprovado o nexo causal e o dano sofrido, aplicando-se a responsabilidade objetiva da acionada, nos termos do art. 927 do Código Civil. Resta comprovado também o dano de ordem estética, ocasionado pela lesão sofrida. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 13/07/2011 Publicado em: 14/07/2011 DJE/TRT23: 771/2011

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RO- 00813.2009.004.23.00-6

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: QUANTUM INDENIZATÓRIO A TÍTULO DE INDENIZAÇÂO POR DANO MORAL. VALOR FIXADO. Constatada a existência do dano moral, compete ao

órgão julgador estabelecer o quantum da reparação, haja vista a legislação não prever critérios objetivos para a fixação do seu montante. Assim, o valor da indenização deve observar um parâmetro razoável, a fim de coibir o arbitramento de valores meramente simbólicos, bem como valores exorbitantes. Na hipótese, o quantum arbitrado pelo Juízo de origem mostra-se razoável diante da situação concreta apresentada. Entretanto, a fim de evitar o enriquecimento ilícito, dou parcial provimento ao recurso da Reclamada para determinar a correção do valor recebido do Seguro Bradesco, desde a data de seu recebimento, ocorrida em 24.04.2009 e só após a sua dedução do montante deferido a título de indenização por dano moral. Valor do Dano Moral: 80.000,00 (oitenta mil reais). Natureza do Dano Moral: O autor estava cortando madeira na serra circular para alimentar a caldeira e foi atingido pela serra, resultando em amputação de três dedos da mão direita e fratura do 5º metacarpo direito, que fora reimplantado. O autor foi admitido para exercer função administrativa, porém, na prática, laborava como operador de caldeira, que é a pessoa responsável por cortar a lenha para manter o funcionamento da máquina caldeira. O laudo médico revelou que as lesões sofridas pelo autor são de caráter definitivo, resultando em incapacidade total ao seu labor original, bem como revelou haver nexo causal entre a função exercida e o acidente de trabalho. Desta forma é devida a reparação de dano moral e material ao autor, nos termos do artigo 927 do Código Civil.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 13/07/2011 Publicado em: 21/07/2011 DJE/TRT23: 776/2011

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RO- 0173600-41.2010.5.23.0036

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa: VALOR DA REPARAÇÃO CIVIL. Como não existe parâmetro legal, a fixação do valor da reparação de ordem moral deve obedecer a critérios de razoabilidade e proporcionalidade, considerar a gravidade do dano, a intensidade da culpa e a condição financeira do réu. Diante dos contornos específicos deste caso, não há motivo para a majoração do importe arbitrado em primeiro grau de jurisdição, já que atende a todos os fins da condenação, mesmo diante do porte econômico da ré. Valor do Dano Moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais). Natureza do Dano Moral:

O trabalhador era submetido diariamente a revista de seus pertences pessoais,

expondo-o a situações vexatórias. O direito de revistar pode ser exercido

pelo empregador, desde que não viole, de forma desproporcional, a

intimidade do empregado e esteja embasado em causa determinante que

justifique a medida invasiva. Configura-se, portanto, conduta ilícita, que

viola o disposto no artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal, em

decorrência da utilização inadequada do poder diretivo do empregador,

revelando o abuso do direito previsto no artigo 187 do Código Civil.

Comprovado o dano moral originado da conduta ilícita do empregador, o autor é digno de reparação moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 13/07/2011 Publicado em: 22/07/2011 DJE/TRT23: 777/2011

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RO- 01292.2009.004.23.00-4

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, ESTÉTICO E MATERIAL. CULPA CONCORRENTE. Não provando que o reclamante havia descumprido norma do orientador que proíbe empregados de manusear a máquina (prensa) na sua ausência, é inegável a responsabilidade patronal pelo infortúnio, já que o obreiro encontrava-se em fase de treinamento. Porém, mesmo não restando provada a aludida proibição patronal, o reclamante, assumindo conscientemente o risco de manusear a máquina com desatenção, arcou com idêntica proporção de culpa no evento danoso, caracterizando-se, portanto, hipótese de culpa recíproca das partes envolvidas. QUANTUM INDENIZATÓRIO. DANOS MORAIS. Embora não haja em nosso ordenamento qualquer fórmula predeterminada para fixação do quantum indenizatório dos danos morais e estéticos, doutrina e jurisprudência balizam-se sobretudo no princípio da razoabilidade. Na determinação de tal valor deve o juiz levar em conta alguns aspectos, tais como o grau de culpa do empregador no evento danoso, a extensão do dano, o patrimônio material da empresa, além de se preocupar em não causar o enriquecimento ilícito do trabalhador, com indenizações exorbitantes, e em não arbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam o acidentado, deixando impune o empregador que deu causa ao ano. Valor do Dano Moral: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Natureza do Dano:

O autor foi admitido na função de auxiliar de produção e sofreu acidente de trabalho enquanto exercia, sob desvio de função, a operação da máquina “prensadeira hidráulica”, responsável por esmagar e dobrar chapas de ferro. Ocorre que durante a operação a mão do autor deslizou e foi prensada pela máquina, ocasionando em corte e esmagamento do terceiro e quarto dedo da mão direita. O laudo médico atesta que o autor sofreu redução de 10% (dez por cento) de sua capacidade laborativa, bem como apresenta cicatrizes na face lateral do braço, além do atrofiamento dos dedos. Neste sentido tornam-se incontroversos a culpa da Reclamada e o nexo de causalidade, sendo, assim, devida a reparação de ordem moral, estética e material em proveito do autor. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 19/07/2011 Publicado em: 20/07/2011 DJE/TRT23: 775/2011

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RO- 0058600-45.2010.5.23.0051

Relator: Desembargador Tarcísio Valente

Ementa: INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. ATO ILÍCITO DO EMPREGADOR.

O transporte de valores expressivos, sem a presença de vigilantes ou utilização de carro forte, por empregado de instituição bancária, que não fora contratado para exercer esta atividade e tampouco recebeu treinamento para tal mister, constitui flagrante desrespeito à Lei n. 7.102/83, além de se traduzir em extrapolamento dos limites do poder diretivo atribuído ao empregador. Constata-se, nesse contexto, a presença de todos os elementos caracterizadores da responsabilidade civil, quais sejam: ato ilícito perpetrado pela Ré, consubstanciado no fato de ele determinar ao Autor a realização contínua de transporte de numerários, sem a observância das regras de segurança previstas na Lei n. 7.102/83; dano moral, visto que o trabalho nestas condições se dá sob alta pressão psicológica e nexo de causalidade entre o dano experimentado pela vítima e a conduta ilícita da empregadora. Valor do Dano Moral: R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais). Natureza do Dano Moral: O Autor realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. O transporte de numerários deveria ser efetuado com a presença de vigilantes, pois há evidência de que os valores transportados encontravam-se nos limites daqueles estabelecidos no art. 5º da referida lei. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 19/07/2011 Publicado em: 20/07/2011 DJE/TRT23: 775/2011

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RO- 0078000-30.2010.5.23.0056

Relator: Desembargador Tarcísio Valente

Ementa: ACIDENTE DE TRABALHO. TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. CARACTERIZAÇÃO. De acordo com a teoria da responsabilidade subjetiva, para que se configure situação capaz de ensejar condenação indenizatória por dano moral e material é imperativo que a Ré seja responsável pelo ato ofensor e, ainda, que haja o necessário nexo causal entre o ato e o dano experimentado pela parte ofendida. In casu, restou comprovada a ocorrência do acidente, os danos, a omissão culposa da empregadora e o nexo de causalidade entre o primeiro e segundo requisitos. Com efeito, é devida a indenização por danos morais, porque é evidente que as lesões constatadas pela prova pericial causaram ao Autor danos que atingem o seu direito à integridade psíquica (dano moral). Outrossim, também é devido o pensionamento vitalício, porquanto restou evidenciada a existência de limitação total e permanente para o exercício da atividade profissional do Autor. Valor do Dano Moral: R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais). Natureza do Dano: O autor sofreu acidente de trabalho ao utilizar-se do elevador no transportes de pesadas caixas ao compartimento inferior. O elevador despencou abruptamente em razão do rompimento do cabo de aço que lhe dava sustentação, caindo ao fundo do pavimento e causando-lhe danos graves, especialmente uma fratura em sua coluna vertebral, que gerou uma sequela denominada parapesia permanente dos membros inferiores. A perícia médica constatou que houve redução de 100% (cem por cento) da capacidade laborativa. O acidente ocorreu por negligência da Reclamada que, ciente da falha do elevador, não adotou medidas para a manutenção e/ou preservação da integridade física de seus empregados, conforme determinam os arts. 157 e 166 da CLT. Sendo assim, aplica-se ao caso a responsabilidade subjetiva, tornando-se devida a reparação moral e material, nos termos do art. 7º, XXVIII, da CF/88, em proveito do autor. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 19/07/2011 Publicado em: 20/07/2011 DJE/TRT23: 775/2011

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RO- 0034900-75.2010.5.23.0007

Relatora: Desembargadora Maria Berenice

Ementa: DANO MORAL. ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. Para o surgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano; d) dolo ou culpa do agente. Provada nos autos a culpa da Ré no acidente de trabalho que vitimou o empregado, em face da não adoção de normas de segurança suficientes para evitar o infortúnio, é cabível a reparação civil, ante a presença de nexo de causalidade entre o ato ilícito e o dano sofrido. Para o arbitramento do quantum debeatur devese, contudo, considerar além da extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa do ofendido, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Recurso a que se dá parcial provimento, no particular, para reduzir a indenização por danos morais ao montante de R$3.975,00 (três mil, novecentos e setenta e cinco reais). Valor do Dano Moral: R$ 3.975,00 (três mil, novecentos e setenta e cinco reais). Natureza do Dano Moral:

O autor exercia a função de auxiliar de serviços gerais e sofreu acidente de trabalho quando, ao laborar em local cheio de gordura, escorregou e seu pé atingiu um recipiente cheio de gordura quente, ocasionando-lhe queimaduras no pé e no tornozelo. A indenização é pertinente na medida em que a ré deixou de cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho para tornar seguro o ambiente de trabalho e evitar o acidente, além de ser incontroversa a dor física e o abalo psicológico sofrido pelo autor com a queimadura. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 20/07/2011 Publicado em: 26/07/2011 DJE/TRT23: 779/2011

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RO- 0114400-36.2010.5.23.0026

Relatora: Desembargadora Maria Berenice

Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. QUANTUM. Para o surgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano; d) dolo ou culpa do agente. Demonstrada a prática de ato ilícito pela Ré que causou dano ao Obreiro, fica esta obrigada a repará-lo indenizando-o pelo dano por sofrido como forma de compensação. Para o arbitramento do “quantum debeatur” deve-se, contudo, considerar, além da extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa do Obreiro, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Valor do Dano Moral: R$ 10.445,52 (dez mil, quatrocentos e quarenta e cinco reais e cinqüenta e dois centavos.) Natureza do Dano:

Durante o pacto laboral o autor teve o seu imposto de renda descontado mensalmente em folha de pagamento, porém a Reclamada não repassava aos órgãos competentes o valor discriminado, resultando em inadimplência e inclusão do nome do autor no CADIN-RF (Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal). Sendo assim, o autor é digno de reparação moral, pois incontroverso o dano causado pelo ato ilícito da Reclamada. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 20/07/2011 Publicado em: 21/07/2011 DJE/TRT23: 776/2011

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RO- 0062700-33.2010.5.23.0022

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa: DANO MORAL. CONFIGURADO. In casu, a prova oral trazida aos autos corroborou as alegações obreiras no que se refere à falta de condições para o uso do único banheiro existente no local de trabalho, o que equivale a sua inexistência. Assim, no contexto apresentado nestes autos, ressoa claro que a ré não zelou pelas condições saudáveis e básicas para a realização do trabalho do autor, acabando por violar o patrimônio pessoal do obreiro e gerando o abalo moral. Constatada a ofensa ao trabalhador, no que tange à sua personalidade (dignidade), impõe-se a manutenção da decisão primeva por meio da qual se deferiu a compensação pelo dano moral sofrido. No que tange ao valor da condenação, considerando o curto período em que o autor esteve exposto à situação degradante, pela ausência de sanitários, merece ser minorada a compensação pelo abalo moral sofrido. Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais) Natureza do Dano Moral: Durante todo o pacto laboral a Reclamada disponibilizou apenas um banheiro a todos os seus empregados, mas sem condições de uso, revelando-se devida a reparação moral, pois tal atitude viola a dignidade da pessoa humana do trabalhador. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 20/07/2011 Publicado em: 21/07/2011 DJE/TRT23: 776/2011

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RO- 0082500-47.2010.5.23.0022

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa: DANOS MORAIS. QUANTUM COMPENSATÓRIO. 1. Presumida a veracidade dos fatos noticiados na exordial, em face do tratamento ofensivo ao trabalhador, conduta injustificável nas relações interpessoais, mormente no ambiente de trabalho, impende concluir que teve, o trabalhador, a sua integridade moral abalada, diante do que, irreformável a decisão monocrática que deferiu a compensação do dano moral. 2. Ante a inexistência de parâmetro legal para a fixação do valor da compensação, esta deve obedecer a critérios de razoabilidade e proporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidade da culpa e a condição financeira da ré, além da repercussão da ofensa, de molde a procurar obter um ponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar a vítima pelo sofrimento. Tais parâmetros foram devidamente observados pelo julgador monocrático, razão pela qual o patamar condenatório não comporta minoração. Valor do Dano Moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais). Natureza do Dano: Após reivindicação dos trabalhadores da Reclamada por melhores condições de trabalho e benefício, o autor teve sua dispensa anunciada pelo seu superior hierárquico, que o chamou de “cascavel” e jogou seus pertences no chão como se fossem lixo. Tal conduta é incompatível com o ambiente de trabalho, assim o autor é digno de reparação moral, pois tal situação o expôs a situação vexatória, bem como causou-lhe dano psíquico. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 20/07/2011 Publicado em: 21/07/2011 DJE/TRT23: 776/2011

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RO- 0058700-90.2010.5.23.0021

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: DANO MORAL. TRABALHO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES. O direito à indenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e do nexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. Na hipótese, a prova demonstra que não havia instalações sanitárias no local de trabalho, de modo que os trabalhadores eram obrigados a fazer as necessidades fisiológicas em qualquer lugar da estrada, bem assim inexistia local apropriado para as refeições, em contrariedade ao disposto na NR 31/MTe, restando demonstrado o ato ilícito da empregadora, sendo imperioso manter a sentença que a condenou ao pagamento de indenização por danos morais. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano: A Reclamada fornecia aos trabalhadores refeitórios e sanitários sem condições de uso, em verdadeiro descaso aos seus empregados, que diante de tal fato se viam obrigados a realizar as refeições em local impróprio, bem como a fazer suas necessidades fisiológicas a céu aberto. Tal atitude enseja indenização por dano moral em proveito do autor, já que incontroverso o desrespeito à dignidade do trabalhador.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 26/07/2011 Publicado em: 27/07/2011 DJE/TRT23: 780/2011

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RO- 00855.2009.022.23.00-9

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: DANOS MORAL E MATERIAL. DEVER REPARATÓRIO. Via de regra, é subjetiva a responsabilidade civil do empregador para indenizar o empregado que sofreu acidente do trabalho ou que se encontra acometido de doença ocupacional a este equiparada, hipótese em que se faz necessária a caracterização do dano, da culpa ou dolo do empregador e do nexo de causalidade. In casu, restou comprovada, à saciedade, a existência de nexo de causalidade entre o mal de que acometida a obreira e as atividades por ela desempenhadas em favor do 2º réu e, portanto, em concurso, os pressupostos de reparabilidade, devido remanescendo o pedido de indenização por danos moral e material decorrentes da alegada doença ocupacional equiparada a acidente de trabalho. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais). Natureza do Dano: A autora, por cerca de vinte anos, exerceu suas atividades laborativas em circunstâncias que a sujeitavam a movimentações excessivas de pescoço, coluna e membros, resultando em doença ocupacional. A perícia médica diagnosticou haver nexo causal entre a patologia adquirida e as atividades laborais exercidas, e que a autora é portadora de doença clínica da dorsalgia/sistema osteomuscular, bem como concluiu que a trabalhadora está definitivamente incapacitada para execução de funções que exijam o emprego de força/torção do dorso e movimentos repetitivos com os membros superiores (esforço físico), e em posições estática e ereta. Sendo assim, a autora é digna de reparação moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 26/07/2011 Publicado em: 27/07/2011 DJE/TRT23: 780/2011

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RO- 00627.2010.086.23.00-1

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TRANSPORTE DE VALORES. AUSÊNCIA DE SEGURANÇA ARMADA. LEI N. 7.102/83. INDENIZAÇÃO. FIXAÇÃO DO VALOR DEVIDO. CRITÉRIOS. Para que seja imputado a prática de ato passível de gerar indenização por dano moral, imperativa a comprovação inequívoca da intenção manifesta de ferir o conjunto de valores morais do empregado. Assim, a conduta antijurídica da empresa bancária, com violações às normas concernentes aos transportes de numerários, causadora de sofrimentos e violações ao patrimônio moral do obreiro, acarreta a obrigação de ressarcimento por danos morais. Para a fixação do quantum debeatur, o juiz deve atentar para que a medida atenda aos fins pedagógico e compensatório, ou seja, ao mesmo tempo deve coibir o autor do dano de praticar novamente o ato que deu ensejo à reparação e compensar o sofrimento da vítima, considerando, ainda, a gravidade do dano, o grau de culpa do autor e a situação econômica do ofensor e do ofendido. Em que pese inexistir valor que possa amenizar a dor advinda dos atos caracterizadores do dano moral, o fato é que o capital e o porte da empresa devem ser levados também em consideração, porquanto impor uma condenação em quantia destoante de sua capacidade financeira implicará, se maior, em comprometimento de sua sobrevivência, colocando sob risco o emprego de outros tantos, ou, se muito aquém, em medida educativa contraproducente. Valor do Dano Moral: R$ 70.000,00 (setenta mil reais). Natureza do Dano: O Autor foi contratado pela Reclamada para exercer a função de bancário e realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 27/07/2011 Publicado em: 04/08/2011 DJE/TRT23: 786

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RO- 0058800-45.2010.5.23.0021

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa: DANO MORAL. CONDIÇÃO LABORAL OFENSIVA À DIGNIDADE. CONFIGURAÇÃO. Constitui ato de negligência do empregador e lesivo à

dignidade do empregado, a não disponibilização de instalações sanitárias no ambiente de trabalho, obrigando o trabalhador a realizar as necessidades fisiológicas em local aberto. Isso porque a exposição do autor a tal situação, além de evidenciar o descumprimento do dever do empregador de disponibilizar condições dignas para o desempenho das obrigações contratuais, viola os direitos concernentes à personalidade, restando desta feita, presumido o dano à sua intimidade, privacidade e dignidade, e, por corolário, configurados os elementos ensejadores da compensação do dano moral. Valor do Dano Moral: R$ 2.000,00 ( dois mil reais). Natureza do Dano Moral: O autor exercia a função de ferroviário e durante o pacto laboral a Reclamada deixou de oferecer para os seus empregados refeitório e banheiro próximos ao local de trabalho e em condições de uso. As refeições eram feitas dentro das locomotivas e em meio às ferragens; já as necessidades fisiológicas, eram feitas em meio à vegetação, pois o banheiro que a Empregadora disponibilizava ficava cerca de 2,5 km de distância. Comprovado que o autor era submetido a trabalho degradante e em desrespeito à dignidade da pessoa humana, faz jus à reparação moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 27/07/2011 Publicado em: 28/07/2011 DJE/TRT23: 781

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RO- 00123.2009.008.23.00-2

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: DANO MORAL. VALORAÇÃO. Para a fixação do valor da indenização há que se levar em conta a situação econômica do ofendido e do ofensor, a gravidade do ato e a repercussão da ofensa, a posição social ou política do ofendido, a intensidade do ânimo de ofender, a culpa ou dolo. Assim, considerando as peculiaridades do caso concreto, a extensão e efeitos dos danos causados e os critérios comumente utilizados para a fixação da indenização por dano moral, entendo razoável o valor fixado pelo Juízo de origem. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais). Natureza do Dano Moral:

A autora foi admitida para exercer a função de Líder Júnior, sendo responsável por realizar venda de produtos e de títulos de capitalização, e sofreu dano de ordem psíquica quanto foi obrigada pelas Reclamadas a vender produtos que estavam em falta ou em atraso de mercadoria, resultando em constrangimento e desgaste com clientes. Face à obrigatoriedade de vendas exigida pelas Reclamadas, torna-se incontroversa a atitude ilícita destas e o dever de indenizar pelo abalo moral causado à autora. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 27/07/2011 Publicado em: 29/07/2011 DJE/TRT23: 782

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RO- 0056600-57.2010.5.23.0056

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa: ACIDENTE DE TRABALHO. DANO MORAL. Uma vez demonstrados o dano, o nexo de causalidade entre a lesão acidentária e a atividade laboral, bem como a culpa patronal, é devida a compensação por dano moral suportado pela obreira, em conformidade com art. 7º, XXVIII da Constituição Federal e os artigos 186, 187 e 927 do Código Civil. O direito à reparação não guarda vinculação direta com a persistência ou não da redução da capacidade laborativa do empregado. A diminuição da aptidão laboral é circunstância a ser considerada apenas no sopesamento do valor da compensação, porquanto o empregado não precisa ficar limitado funcionalmente para que os seus valores de ordem moral sejam atingidos. Valor do Dano Moral: R$ 1.830,15 (um mil, oitocentos e trinta reais e quinze centavos). Natureza do Dano Moral: A autora, após suas atividades rotineiras, foi obrigada pelo superior hierárquico a fazer limpeza com os produtos químicos “160” e “soda”, resultando em queimadura no antebraço direito da autora. A perícia médica concluiu que a autora não sofreu redução laborativa ou dano estético. A despeito disso, porém, o dano moral é presumível, pois certamente a lesão sofrida ensejou dor física e psicológica à obreira. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 27/07/2011 Publicado em: 29/07/2011 DJE/TRT23: 782

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RO- 00559.2010.056.23.00-9

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. MAJORAÇÃO DO QUANTUM ARBITRADO NA SENTENÇA. PEDIDO OBREIRO REJEITADO. A fixação do

valor da indenização pelo dano moral fica ao arbítrio do juiz, conforme disposto no art. 946 do CC, devendo estar sempre escorado no princípio da razoabilidade para fixar um valor que não se constitua enriquecimento sem justa causa da vítima, nem represente indenização simbólica. Desta forma, diante dos critérios comumente utilizados para a fixação da indenização por dano moral e, considerando a manutenção da sentença no que se refere à culpa concorrente, tenho que o valor arbitrado originariamente, está dentro dos critérios da razoabilidade e proporcionalidade ao agravo. Valor do Dano Moral: R$ 1.487,22 (um mil, quatrocentos e oitenta e sete reais e vinte e dois centavos). Natureza do Dano Moral:

O autor exercia a função de trabalhador agropecuário e sofreu acidente de trabalho ao trabalhar em uma cerca, cujo arame soltou e atingiu seu olho causando lesão. A perícia médica concluiu que o autor não sofreu redução de sua capacidade laborativa. A despeito disso, porém, a reparação moral é devida pois restou comprovado o desrespeito da Reclamada às normas de segurança e medicina do trabalho, art. 157 e 166 da CLT, bem como que o acidente causou sofrimento ao Autor. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 03/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 0082200-57.2010.5.23.0096

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: DANO MORAL. Nota-se então que o único fato realmente presenciado pela testemunha ouvida foi o relativo à conduta negativa do reclamado, sendo a alegação de que houve “...xingamentos mútuos...” irrelevante para a alteração do julgado por ele buscada, haja vista ainda os muitos outros argumentos lançados na sentença quanto ao tópico em apreço, pelo que em relação à condenação o julgado não merece reparo, como querem os reclamados. Quanto à pretensão do reclamante, dos autos é possível verificar que na sentença o Juízo a quo levou em conta a conduta do 2º reclamado, descrita pelo reclamante na inicial e em seu recurso, sendo que no arbitramento do valor da indenização, além de outros fatores, foi observado também o necessário intuito punitivo/pedagógico da medida, o que levou a fixação de uma indenização de valor que não se mostra inexpressivo e o qual se tem por razoável ante a lesão sofrida. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais) Natureza do Dano Moral: O autor era empreiteiro e sofreu agressões verbais e físicas do 2º reclamado,

quando da entrega da obra, na frente de colegas. Ocorre que durante a

entrega o autor foi convidado pelo 2º Reclamado a se retirar sem suas

ferramentas pessoais, o que deu início à discussão entre as partes, sendo

que o reclamado dirigiu-se à sua casa e voltou portando uma arma de fogo,

motivo pelo qual o autor requisitou policiamento para escoltá-lo até sua

saída. A conduta ilícita da Empregadora está comprovada pelo uso de

palavrões de baixo calão, bem assim pela utilização de arma de fogo com o

intuito de impedir o autor de retirar suas ferramentas pessoais. Sendo

incontroverso o abalo psicológico sofrido, o autor é digno de reparação

moral.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 03/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 00338.2009.066.23.00-4

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. DANO ESTÉTICO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. A fixação do dano moral e estético segue o critério

de arbitramento, levando-se em conta, dentre outros elementos, as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. Encontrando-se observados esses fatores, deve ser mantido o montante fixado em primeiro grau. Valor do Dano Moral: R$ 200.00,00 (duzentos mil reais) Natureza do Dano: O autor trabalhava como eletricista e sofreu acidente de trabalho quando estava trocando a cruzeta do poste de energia elétrica, erguido em cesto pelo caminhão muque. O operador do caminhão fez manobra brusca e aproximou o eletricista dos fios de alta tensão, fazendo com que o Autor recebesse descarga elétrica de aproximadamente 13.000volts. O acidente resultou na amputação dos dois antebraços do autor, sendo este é digno de reparação pelos danos morais, estéticos e materiais. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 03/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 0049700-66.2010.5.23.0021

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: DOENÇA OCUPACIONAL. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. A fixação do dano moral segue o critério de arbitramento, levando-se em conta, dentre outros elementos, as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. Encontrandose observados esses fatores, bem como a finalidade punitiva da indenização, deve ser mantido o montante fixado em primeiro grau, no importe de R$ 10.000,00. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais). Natureza do Dano: Ao longo do contrato de trabalho, em razão dos movimentos repetitivos, a autora adquiriu doença ocupacional diagnosticada como tendinite do supra-espinhoso. A perícia médica confirmou a existência da doença e concluiu existir nexo causal com a vida funcional da trabalhadora, a qual se encontra permanentemente incapacitada ao trabalho. A autora é digna de reparação moral em razão das dores físicas e morais experimentadas em conseqüência do acidente. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 03/08/2011 Publicado em: 04/08/2011 DJE/TRT23: 786

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RO- 0025600-47.2010.5.23.0021

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: INDENIZAÇÃO EM DECORRÊNCIA DE LER/DORT. DANO MORAL. Ficando

comprovado, pelo laudo pericial, o nexo concausal entre a LER/DORT adquirida pela reclamante na época em que trabalhou para reclamada, impõe-se a obrigação de indenizar o período em que perdurou o tratamento até a cessação da incapacidade temporária para o labor (danos emergentes) e também o dano moral. Não se há negar o sofrimento físico e psicológico da obreira causados pela doença, pelo tratamento prolongado e pelo próprio afastamento temporário do ambiente laboral, sendo devida a reparação por dano moral, todavia, no importe majorado de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Entretanto, não há nexo causal do labor exercido durante o pacto laboral e a atual incapacidade da autora, caracterizado como fibromialgia, doença que tem fundo psicológico, sem nexo com a atividade laborativa, que causa dores crônicas e compromete o seu condicionamento ósseo e muscular. Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) Natureza do Dano: A autora foi admitida para exercer a função de analista administrativo e em razão de contínua digitação adquiriu doença ocupacional diagnosticada como LER/DORT – Síndrome do Túnel do Carpo. A perícia médica concluiu pela existência de nexo causal, bem assim que a autora é portadora de fibromialgia, doença que consiste em uma Síndrome dolorosa crônica, não inflamatória, que compromete o condicionamento ósseo muscular. Sendo assim a autora é digna de reparação moral, pois são evidentes os sofrimentos físicos e psicológicos causados pela doença. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 01009.2010.009.23.00-0

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: OCIOSIDADE FORÇADA DURANTE 12 DIAS. ASSÉDIO MORAL. AGRESSÃO AOS ATRIBUTOS QUE COMPÕEM A DIGINIDADE HUMANA DO EMPREGADO. DANO MORAL CARACTERIZADO. DEVER DE REPARAÇÃO CIVIL. APLICAÇÃO, NO CASO, DOS ARTIGOS 186, 187 E 927 DO CÓDIGO CIVIL. É mandamento constitucional imposto ao empregador a criação e

manutenção de ambiente de trabalho digno, sadio e equilibrado aos seus empregados e colaboradores (inciso VIII do art. 200 e art. 225 da CRFB/88), que, se desrespeitado, surge o dever de reparação civil. No caso concreto ficou evidenciado, pela prova idônea, robusta e convincente, que a empresa/ré colocou o empregado/autor, seu ex-empregado, em ociosidade forçada durante 12 (doze) dias ao ordená-lo a permanecer no seu pátio sem nada fazer com o descortinado fim de humilhá-lo, ofendê-lo e colocá-lo em situação vexatória perante seus ex-colegas de trabalho e fornecedores/clientes da empresa sem qualquer justificativa. Esse agir extrapola o espaço de liberdade patronal que lhe é conferida pelo ius variandi e, portanto, pelo poder diretivo, ao mesmo tempo em que configura assédio moral e dá ensejo à reparação civil pelo vilipêndio aos atributos que compõem a dignidade da pessoa humana do empregado (arts. 186, 187 e 927 do CC). Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano:

O autor ficou em inatividade forçada pela empresa Reclamada que o proibiu de exercer as suas atividades na tomadora de serviço e ainda determinou que permanecesse na sede da empresa aguardando informações sobre o futuro do seu contrato de trabalho. O fato é que o autor ficava isolado no pátio da empresa das 7h30 às 16h30, respectivamente início e término da jornada de trabalho, o que corroborou para que fosse alvo de chacotas dos seus colegas de trabalho. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/08/2011 Publicado em: 18/08/2011 DJE/TRT23: 796

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RO- 01128.2009.021.23.00-2

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: AMBIENTE DE TRABALHO DEGRADANTE. AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES MÍNIMAS DE HIGIENE. DANO MORAL. FIXAÇÃO DO QUANTUM DEBEATUR. PRUDENTE ARBITRAMENTO DO JUIZ. O dano moral, devido à sua natureza imaterial, subsume-se àqueles casos em que o juiz, inspirado pela lógica do razoável, deve prudentemente arbitrar o valor necessário à compensação do ofendido pela conduta ilícita (CC, art. 950, parágrafo único e art. 953, parágrafo único). Entretanto, alguns critérios objetivos devem nortear essa fixação por arbitramento, tais como: a estipulação de um valor compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade socioeconômica e financeira das partes e outras circunstâncias específicas de cada caso concreto. Nesse contexto, o ponto ótimo a ser alcançado é aquele em que o valor arbitrado sirva como punição da conduta ilícita e cumpra o caráter pedagógico de desestimular a reincidência dessa conduta, sendo que do outro lado da balança deve-se buscar apenas a compensação do ofendido, pois o que passar disso caracterizar-se-á como fonte de enriquecimento sem causa. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais) Natureza do Dano: O autor trabalhava em situações degradantes, não dispondo de lugar adequado para realizar suas refeições, bem como suas necessidades fisiológicas. Restou comprovado nos autos a conduta dolosa da empregadora, pois submeteu o empregado a situações degradantes, violando princípio basilar dos direitos fundamentais, em especial o da dignidade da pessoa humana, com fulcro no art. 1º,III, da CF.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 00517.2009.056.23.00-4

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: DANOS MORAL, ESTÉTICO E MATERIAL. CRITÉRIOS DE AFERIÇÃO E DE QUANTIFICAÇÃO. À configuração da responsabilidade civil por danos material,

moral e estético decorrentes de acidente de trabalho requer, como regra, a conjugação dos seguintes requisitos: a)- ato culposo ou doloso do ofensor; b)- dano causado ao ofendido e c)- nexo de causalidade entre dano e ato culposo ou doloso. E como exceção, admite-se à possibilidade de reconhecimento da responsabilidade objetiva, na forma preconizada no parágrafo único do art. 927 do Código Civil, quando a atividade desempenhada pelo ofensor, e na qual se insere o ofendido, for de risco. No caso concreto, o ofendido desempenhava a função de ajudante de lixador, atividade essa ligada ao objetivo social da empresa ofensora (que explora o ramo de fabricação de madeira laminada). Sendo a causa do infortúnio a serra lixadeira automática na qual a vítima trabalhava com uma placa de compensado, configurada está a exigência de reconhecimento da responsabilidade objetiva, que dispensa a presença do elemento culpa ou dolo. Como no caso concreto estão presentes os demais pressupostos de reparabilidade e não sendo o caso de culpa exclusiva da vítima, o dever de reparação civil à empresa ofensora é impositivo. Não sendo possível recompor o dano pela prestação in natura torna-se necessário convertê-lo em pecúnia, e nessa hipótese o valor será a importância apta a compensar o prejuízo ao mesmo tempo em que não leva o prestador à bancarrota nem configura ganho sem causa ao beneficiário. Valor do Dano Moral: R$ 12.000,00 (doze mil reais) Natureza do Dano:

O autor sofreu acidente de trabalho enquanto lixava uma folha de compensado, teve o braço puxado pela máquina, sofrendo ferimentos gravíssimos. A perícia médica concluiu que o autor apresenta seqüela permanente com fraqueza e rigidez do punho da mão esquerda devido às lesões do nervo, das veias e tendões, além de sofrer perda de sua capacidade laborativa em 50% (cinqüenta por cento). Sendo assim, torna-se comprovado o nexo causal e o dano sofrido, aplicando-se a responsabilidade objetiva da acionada, nos termos do art. 927 do Código Civil. Resta comprovado também o dano de ordem estética, ocasionado pela lesão sofrida.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 0068200-83.2010.5.23.0021

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: DANOS MORAL E ESTÉTICO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Na determinação do quantum indenizatório por danos morais e estéticos, deve o juiz levar em conta alguns aspectos, tais como o grau de culpa do empregador no evento danoso, a extensão do dano, o patrimônio material da empresa, além de se preocupar em não causar o enriquecimento ilícito do empregado com indenizações exorbitantes e em não arbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam o ofendido, deixando impune o empregador que deu causa ao dano. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano Moral: A autora sofreu acidente de trabalho. Ao passar por um local molhado, escorregou e caiu sobre uma máquina em funcionamento, vindo a sofrer deformação física de parte de sua mão esquerda (principalmente o polegar), além de perda de 5% (cinco por cento) de sua capacidade laborativa. Incontroverso o dano sofrido, torna-se devida a reparação moral em proveito da autora. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 0018200-42.2010.5.23.0001

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: VALOR DA INDENIZAÇÃO DOS DANOS MORAIS. Uma vez caracterizado o dever do reclamado de indenizar o dano moral, a fixação do respectivo quantum, embora não haja critérios estabelecidos, baliza-se pela intensidade da dor, sofrimento ou angústia suportados, nas condições econômicas do ofensor e na remuneração auferida pelo ofendido, atentando-se sobretudo ao princípio da razoabilidade. De outra banda, destaque-se que a indenização a título de dano moral deve ser fixada em termos razoáveis, não se justificando que a reparação venha proporcionar enriquecimento ilícito, devendo o arbitramento operar com moderação, de maneira que, mesmo procurando desestimular o ofensor a repetir o ato, não se cometam abusos e exageros manifestos. Assim, os tribunais têm decidido que as indenizações por danos morais têm de ser suficientes para punir o ofensor, visando desestimulá-lo à pratica de novos atos contrários ao direito e também para compensar a vítima pela dor sofrida, sem, entretanto, enriquecê-la indevidamente. Valor do Dano Moral: R$ 7.000,00 (sete mil reais) Natureza do Dano Moral: O autor sofreu assédio moral por parte de seu superior hierárquico (gerente), pois era tratado de forma arrogante, agressiva e ofensiva, além de sofrer ameaça de ser mandado embora se não cumprisse suas ordens. A ameaça vinda do gerente fazia com que o ambiente de trabalho ficasse tenso, abalando o psicológico dos trabalhadores. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 0142300-16.2010.5.23.0051

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL PÓS CONTRATUAL. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Numa relação de trabalho ocorrerá a responsabilidade

civil pós-contratual do tomador de serviços quando ele, ainda que tenha cumprido todos os deveres principais do contrato de trabalho, deixar de observar, após o término dessa relação jurídica, os deveres decorrentes da boa-fé (artigo 422 do CC). No caso vertente, restou provado no autos que a reclamada praticou ato ilícito, após a extinção do contrato de trabalho havido com o autor, quando forneceu informações desabonadoras desse a terceiros a fim de dificultar sua recolocação no mercado profissional. Tal conduta violou a dignidade humana do trabalhador, pelo que lhe é devida a indenização por dano moral. Valor do Dano Moral: 10.000,00 (dez mil reais). Natureza do Dano: O trabalhador era prestador de serviços e após romper os vínculos com as duas empresas (prestadora e tomadora de serviço) acionou ambas na justiça do trabalho a fim de fazê-las cumprir com suas obrigações trabalhistas, pois não haviam efetuado o pagamento das verbas rescisórias devidas. Ocorre que ao acionar a justiça, a tomadora de serviço elaborou uma lista negra com o nome de todos os trabalhadores que haviam interposto reclamatórias trabalhistas, dificultando assim a recolocação do trabalhador no mercado de trabalho. Configurado o ato ilícito por parte da tomadora de serviço (discriminação), devida é a indenização por dano moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO-0080600-77.2010.5.23.0006

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: DANOS MORAL E MATERIAL. DEVER REPARATÓRIO. Via de regra, é subjetiva a responsabilidade civil do empregador para indenizar o empregado por suposta violação de ordem moral, hipótese em que se faz necessária a caracterização do dano, da culpa ou dolo do empregador e do nexo de causalidade. A responsabilidade subjetiva encontra-se prevista no inciso XXVIII do art. 7º da CF/88, estabelecendo a obrigatoriedade de indenização, a cargo do empregador, quando incorrer em dolo ou culpa. No caso, cristalinos o acidente, o dano e o nexo causal entre o fato (acidente de trabalho) e o dano suportado pelo trabalhador, bem assim improvada a exclusiva culpa obreira ao advento do infortúnio, ônus cuja satisfação incumbia ao réu, devida a indenização por danos moral e material pleiteada. Valo do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Natureza do Dano:

O autor foi admitido na função de pedreiro e durante suas atividades sofreu uma queda da altura de três metros de um andaime, resultando em luxações no joelho. A perícia médica concluiu que o trabalhador apresenta seqüelas definitivas causadas pelo acidente, bem como que o trabalhador sofreu perda de 30% (trinta por cento) de sua capacidade laborativa, estando incapacitado parcialmente e definitivamente para o trabalho. Provada a presença do dano, do nexo causa e da culpa, à luz do art. 927 do CC, aplica-se a responsabilidade objetiva à Reclamada atribuindo-se a ele o dever de indenizar.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/08/2011 Publicado em: 10/08/2011 DJE/TRT23: 790

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RO- 0008700-86.2010.5.23.0021

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: DANO MORAL CARACTERIZAÇÃO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. A precariedade dos sanitários, diante da ausência de higiene e limpeza, representam agressão à dignidade, à imagem e à intimidade do autor, valores protegidos constitucionalmente. Assim, tenho como configurado o dano moral causado pelo sofrimento íntimo imposto ao obreiro, decorrente da negligência da ré que descuidou de lhe fornecer as condições dignas de trabalho. No entanto, no arbitramento do dano moral o julgador há de observar sua repercussão, o caráter punitivo/pedagógico da condenação e a capacidade econômica das partes, de forma que sopesados esses elementos, merece reforma a sentença de origem para reduzir o valor da condenação a título de danos morais para R$ 1.000,00 (mil reais). Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais) Natureza do Dano:

Durante o pacto laboral o autor era submetido a trabalho degradante, pois a Reclamada disponibilizava banheiro e refeitório sem condições de uso, obrigando o autor a fazer suas refeições no local do trabalho, sem intervalo devido, em meio ao mau cheiro e equipamentos utilizados no labor, bem como a realizar suas necessidades fisiológicas no mato, afrontando, assim, a dignidade da pessoa humana do trabalhador. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 10/08/2011 Publicado em: 12/08/2011 DJE/TRT23: 792

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RO-0025600-09.2010.5.23.0066 Apenso ao RO 0056500-72.2010.5.23.0066

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: DANOS MORAIS. VALORAÇÃO. Para a fixação dos valores da indenização por danos morais deve-se levar em conta a situação econômica do ofendido e do ofensor, a gravidade do ato e a repercussão da ofensa, a posição social ou política do ofendido, a intensidade do ânimo de ofender, a culpa ou dolo. Nesta esteira, o valor fixado pelo Juízo de origem é proporcional e adequado ao caráter pedagógico da indenização pelo excesso cometido pelo Reclamado e a repercussão da ofensa causada a integridade moral da Reclamante. Valor do Dano Moral: R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para cada autor, totalizando R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Natureza do Dano: O Trabalhador se acidentou e faleceu no local de trabalho quando um silo (caixa de milheto) caiu sobre ele. Os autores do processo são os dois filhos do primeiro casamento e a companheira do segundo. A perícia constatou que a caixa que caiu sobre o de cujus apresentava problemas, pois sua manutenção não era feita regularmente. Comprovado o desrespeito da empregadora com as normas trabalhistas, e sendo evidente o dano moral sofrido pelos filhos e companheira, patente é o dever de indenizar.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 10/08/2011 Publicado em: 12/08/2011 DJE/TRT23: 792

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RO- 0128500-47.2010.5.23.0009

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: ASSÉDIO MORAL - CONFIGURAÇÃO - A indenização por danos morais, em decorrência de assédio moral, somente pode ser reconhecida quando estiver calcada em provas seguras acerca da conduta abusiva do empregador ou de seu preposto, consubstanciada pela pressão ou agressão psicológica, prolongada no tempo, ou ofensa que venha a ferir a dignidade do trabalhador, que por sua própria natureza, faz presumir o dano, independentemente da comprovação do abalo psicológico sofrido pela vítima, situação demonstrada no caso vertente, motivo pelo qual o Autor faz jus à indenização perseguida. No concernente ao valor da indenização, este não pode ser excessivo a ponto de causar enriquecimento do ofendido, nem irrisório que não provoque nenhum sentimento de arrependimento ao ofensor, servindo também de caráter pedagógico à Reclamada. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais). Natureza do Dano: O Autor sofreu abalo moral decorrente da prática da empresa de premiar os empregados com "troféu tartaruga" pelo baixo rendimento, o que o colocava em situação inferior, vexatória e humilhante perante os demais colegas de trabalho. Tal conduta é suficiente para caracterizar o fenômeno do assédio moral, máxime quando presente prova de que a conduta desrespeitosa se perpetuou no tempo, de forma repetitiva e sistemática. A culpa patronal está evidente, eis que o empregador responde de forma objetiva pelos atos praticados por seus prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele (art. 932, III, do NCC). Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 10/08/2011 Publicado em: 31/08/2011 DJE/TRT23: 805

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RO- 0055900-89.2010.5.23.0021

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: DANO MORAL CARACTERIZAÇÃO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. A precariedade dos sanitários, diante da ausência de higiene e limpeza, representam agressão à dignidade, à imagem e à intimidade do autor, valores protegidos constitucionalmente. Assim, tenho como configurado o dano moral causado pelo sofrimento íntimo imposto ao obreiro, decorrente da negligência da ré que descuidou de lhe fornecer as condições dignas de trabalho. No entanto, no arbitramento do dano moral o julgador há de observar sua repercussão, o caráter punitivo/pedagógico da condenação e a capacidade econômica das partes, de forma que sopesados esses elementos, merece reforma a sentença de origem para que o valor da condenação a título de danos morais seja reduzido para o montante de R$ 1.000,00 (mil reais). Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais). Natureza do Dano Moral

O trabalhador foi submetido a trabalho degradante na medida em que a Empregadora não proporcionava banheiro nem local adequado para refeições, afrontando assim a dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 10/08/2011 Publicado em: 18/08/2011 DJE/TRT23: 796

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RO- 0056000-44.2010.5.23.0021

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: AMBIENTE DE TRABALHO DEGRADANTE. AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES MÍNIMAS DE HIGIENE. DANO MORAL. FIXAÇÃO DO QUANTUM DEBEATUR. PRUDENTE ARBITRAMENTO DO JUIZ. O dano moral, devido à sua natureza imaterial, subsume-se àqueles casos em que o juiz, inspirado pela lógica do razoável, deve prudentemente arbitrar o valor necessário à compensação do ofendido pela conduta ilícita (CC, art. 950, parágrafo único e art. 953, parágrafo único). Entretanto, alguns critérios objetivos devem nortear essa fixação por arbitramento, tais como: a estipulação de um valor compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade socioeconômica e financeira das partes e outras circunstâncias específicas de cada caso concreto. Nesse contexto, o ponto ótimo a ser alcançado é aquele em que o valor arbitrado sirva como punição da conduta ilícita e cumpra o caráter pedagógico de desestimular a reincidência dessa conduta, sendo que do outro lado da balança deve-se buscar apenas a compensação do ofendido, pois o que passar disso caracterizar-se-á como fonte de enriquecimento sem causa. No caso concreto, considerando que o autor ficou exposto a condições degradantes em razão da falta de higiene mínima dos banheiros, deve ser mantida a sentença que fixou o valor da indenização por dano moral em R$ 3.000,00, pois a cifra atende plenamente às balizas jurisprudenciais e doutrinárias acima expostas, não extrapolando os padrões da razoabilidade. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais). Natureza do Dano: O trabalhador foi admitido na função de operador de produção I e durante o pacto laboral foi submetido a trabalho degradante na medida em que a Empregadora não proporcionava banheiro adequado para uso, afrontando assim a dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 16/08/2011 Publicado em: 23/08/2011 DJE/TRT23: 799

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RO- 00081.2010.086.23.00-9

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: ACIDENTE DO TRABALHO. ATIVIDADE PERIGOSA. RESPONSABILIDADE PATRONAL. APLICAÇÃO DA TEORIA DO RISCO. FAZENDA DE CULTIVO DE SOJA. TRABALHO EM MANUTENÇÃO DE RODAS D’ÁGUA. Segundo a dicção do parágrafo único do art. 927 do CC, quando a atividade normalmente desenvolvida pelo empregador implicar, por sua natureza, risco para outrem, a reparação dos danos daí decorrentes é apreciada à luz do instituto da responsabilidade objetiva. Trata-se da aplicação da teoria do risco, seara em que não se questiona a existência do elemento culpa, mas apenas se existe nexo causal entre o dano experimentado pela vítima e a atividade de risco implementada pelo agente. No caso em tela, a função desempenhada pelo empregado, serviços gerais em fazenda de cultivo de soja, na qual tinha que auxiliar na manutenção das rodas d’água, constitui atividade que oferece risco acentuado à integridade física do trabalhador e o acidente do trabalho examinado nestes autos se deu no exercício desse mister. A partir dessas premissas fáticas, impõe-se reconhecer que a reclamada possui responsabilidade objetiva pela indenização por danos moral, estético e material suportados pelo reclamante, visto ter restado incontroversa a ocorrência do evento danoso e do nexo de causalidade com a atividade perigosa por ele regularmente desenvolvida.

Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para o dano de ordem estética. Natureza do Dano: O autor sofreu acidente de trabalho enquanto fazia a manutenção de uma roda d’água com a finalidade de apertar a graxeta, visto que haviam vazamentos. A roda d’água girou para o lado errado e prensou seus dedos. O trabalhador não fazia uso de equipamentos de proteção no momento do acidente, vindo a sofrer amputação traumática de extremidade distal dos dedos médio e indicador da mão esquerda, tendo a perícia diagnosticado perda total em relação aos dedos e parcial em relação à mão, resultando na perda do uso do dedo médio em 12% e do dedo indicador em 15%. Configurado o dano e o nexo causal com a atividade devida a reparação moral, inclusive em relação ao dano estético. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 16/08/2011 Publicado em: 25/08/2011 DJE/TRT23: 801

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RO-00493.2010.066.23.00-4

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: DANO MORAL. JORNADA DE TRABALHO EXTENUANTE. O trabalho, para ser considerado ofensivo à dignidade humana, há que ser executado em condições tais que exteriorizem o uso do ser humano como mero instrumento, desprovido de dignidade própria, para o alcance de um fim econômico, ou seja, a chamada "coisificação" do trabalhador, isso sim é o que corporifica a degradação da condição humana. Nesse passo, vale ressaltar que não é a mera extrapolação da jornada legal que dá ensejo à reparação indenizatória, mas, sim, o cumprimento exorbitante de horas extras que acaba por privar o trabalhador do convívio social e familiar, além de causar-lhe estresse, pois tais jornadas extenuantes provocam grande desgaste físico para o organismo. Valor do Dano Moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) Natureza do Dano Moral: O autor, durante o pacto laboral, foi submetido a jornadas diárias de 15 horas de trabalho. Tal fato ocasionou prejuízos de ordem moral ao trabalhador, visto que não foi respeitado o tempo diário necessário para o seu descanso, convívio familiar e lazer, os quais são inerentes à própria condição humana, tornando-se assim devida a indenização por dano moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 16/08/2011 Publicado em: 26/08/2011 DJE/TRT23: 802

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RO-00493.2010.066.23.00-4

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: DANO MORAL. JORNADA DE TRABALHO EXTENUANTE. O trabalho, para ser considerado ofensivo à dignidade humana, há que ser executado em condições tais que exteriorizem o uso do ser humano como mero instrumento, desprovido de dignidade própria, para o alcance de um fim econômico, ou seja, a chamada "coisificação" do trabalhador, isso sim é o que corporifica a degradação da condição humana. Nesse passo, vale ressaltar que não é a mera extrapolação da jornada legal que dá ensejo à reparação indenizatória, mas, sim, o cumprimento exorbitante de horas extras que acaba por privar o trabalhador do convívio social e familiar, além de causar-lhe estresse, pois tais jornadas extenuantes provocam grande desgaste físico para o organismo. Valor do Dano Moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) Natureza do Dano Moral: O autor era habitualmente submetido a jornadas diárias de trabalho de 15 horas, o que lhe trouxe prejuízos de ordem moral, visto que não foi respeitado o tempo diário necessário ao descanso, bem como restou prejudicado o convívio familiar e compromissos sociais, tornando-se devida a indenização por dano moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 16/08/2011 Publicado em: 26/08/2011 DJE/TRT23: 802

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RO-02565.2010.037.23.00-2

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: REVISTAS EM BOLSAS E SACOLAS. PRÁTICA CORRIQUEIRA E INDISCRIMINADA. INSPEÇÃO DE PERTENCES PESSOAIS. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS PERSONALÍSSIMOS DOS EMPREGADOS. DANO MORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Os parâmetros que norteiam a

delimitação do contraste entre o direito de propriedade do empregador e os direitos fundamentais da pessoa humana do trabalhador devem ser prudentemente apreciados, pois em algumas situações, de fato, há necessidade de se permitir ao ente patronal que tome medidas a fim de evitar prejuízos patrimoniais, desde que absolutamente imprescindível conforme o objeto, método, forma e momento das revistas, devendo tais procedimentos deixar intacto o supraprincípio da dignidade da pessoa humana, instigador supremo do Bem-Estar coletivo. Nessa linha de raciocínio, numa empresa de distribuição e comércio de mercadorias dificilmente haverá a necessidade de revistas íntimas, consubstanciadas em inspeções em bolsas e sacolas diariamente, da forma como foi efetuada pela ré, isto é, abrindo esses pertences pessoais e de forma indiscriminada – atingindo todos os empregados, pois ainda que não tenha sido caracterizado o desnudamento, o certo é que, na situação concreta da presente lide, a aplicação do princípio da ponderação ou da proporcionalidade de direitos fundamentais, sufraga, irrefratavelmente, a revista procedida pela reclamada, pois realizada de forma corriqueira, sem justificativa plausível, invadindo a privacidade dos seus empregados, pautando-se na presunção de que todos os seus empregados são desonestos, suspeitos (sequer se utilizando de equipamentos eletrônicos, mas sim penetrando a olho nú nos pertences pessoais dos empregados), fazendo letra morta do princípio da presunção de inocência (art. 5ª, LVII, da CF). Assim, essa situação em que a empregadora expôs seus empregados causou, em última análise, a criação de um ambiente de trabalho desgastante, doentio, ao contrário do que ordena a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (artigos 200, VIII, e 225). Valor do Dano: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano: A trabalhadora era submetida diariamente a revistas de seus pertences pessoais,

expondo-a situações vexatórias. O direito de revistar pode ser exercido pelo

empregador, desde que não viole, de forma desproporcional, a intimidade

do empregado e esteja embasado em causa determinante que justifique a

medida invasiva. Configura-se, portanto, conduta ilícita, que viola o

disposto no artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal, em decorrência

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da utilização inadequada do poder diretivo do empregador, revelando o abuso

do direito previsto no artigo 187 do Código Civil. Restando comprovado o

dano moral originado da conduta ilícita do empregador, o autor é digno de

reparação moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 16/08/2011 Publicado em: 18/08/2011 DJE/TRT23: 796

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RO- 00262.2010.061.23.00-9

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS (DANOS EMERGENTES E LUCROS CESSANTES). ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ATIVIDADE DE RISCO. A função executada pelo Reclamante, vaqueiro, se insere dentre aquelas que, por sua natureza, estão sujeitas a riscos acima do nível de exposição dos demais membros da coletividade, tanto que enquadrada na NR 4, no grau de risco 3. Assim, aplica-se, ao caso, a responsabilidade objetiva do artigo 927, parágrafo único do Código Civil. Não conseguindo os Reclamados comprovarem qualquer excludente do nexo de causalidade capaz de liberá-los do ônus de indenizar o Autor e devidamente comprovados os danos, devidas as indenizações por danos morais e materiais (danos emergentes e lucros cessantes) deferidas. Valor do Dano: R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) Natureza do Dano:

O autor laborava na função de vaqueiro e sofreu acidente de trabalho ao cair de um cavalo. No laudo pericial ficou consignado que os Recorrentes não forneciam EPIs adequados à sua função que se enquadra na hipótese do risco objetivo, pois no desempenho do seu labor diário há exposição a risco constante. Sendo assim, tem direito o Reclamante ao ressarcimento dos danos morais e materiais sofridos em decorrência do acidente. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 17/08/2011 Publicado em: 31/08/2011 DJE/TRT23: 805

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RO-0057200-34.2010.5.23.0006

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: DOENÇA DEGENERATIVA. HERNIA DE DISCO NEXO CONCAUSAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. Nos termos dos

artigos 7º, XXVIII da CF, 186 e 927 do CC, para a configuração da responsabilidade civil, fundada na culpa subjetiva do Reclamado, deve ficar comprovada nos autos a presença do dano, nexo de causalidade e culpa. Presentes na hipótese os elementos dispostos acima, impõe ao Reclamado o dever de arcar com as indenizações pelos danos morais e materiais causados ao Obreiro. Isto porque a perícia médica realizada analisada em conjunto com as demais provas colacionadas aos autos, evidenciam que há nexo de causalidade entre a doença apresentada na coluna lombar do Obreiro na forma de concausa com as tarefas por ele executadas. Frise-se que a culpa patronal ressai nítida da prova oral colhida nos autos, a qual informa não ter o Supermercado Reclamado tomado as providências necessárias como implantação de cursos, alternância nas atividades prestadas pelos trabalhadores, a fim de evitar que seus empregados adquirissem doença do trabalho, porquanto cabia a ele propiciar a seus trabalhadores boas condições no ambiente de trabalho, nos termos do artigo 7º, XXII, da CF. Assim, devida a indenização por danos moral e material nos montantes arbitrados pelo Juízo de origem porquanto cumprem sua função pedagógica e reparatória.

Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e dano material R$ 21.420,00 (vinte e um mil, quatrocentos e vinte reais). Natureza do Dano: Na função de auxiliar de depósito e armazém, laborando com carga e descarga de mercadorias pesadas, o autor adquiriu doença degenerativa - hérnia de disco. O laudo pericial diagnosticou que o autor encontra-se definitivamente e parcialmente incapacitado, e que a moléstia possui relação de causalidade com a atividade laboral exercida. Sendo assim, tornam-se presentes todos os elementos caracterizadores da responsabilidade civil quanto à doença ocupacional apresentada, sendo devida a reparação dos danos morais e materiais sofridos pelo autor. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 17/08/2011 Publicado em: 18/08/2011 DJE/TRT23: 796

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RO- 00069.2011.036.23.00-9

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: REVISTA DE BOLSAS E SACOLAS. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR. A malsinada prática empresarial de revistar cotidianamente bolsas e sacolas dos trabalhadores importa maltrato invulgar às garantias constitucionais da intimidade, privacidade e da dignidade humana, desafiando a imposição de indenização em valor igualmente substancial, sem descurar do papel pedagógico que lhe inerente, segundo o qual a indenização deve surtir efeito dissuasório em relação ao agressor, não se lhe podendo atribuir valor irrisório que acabe por estimular a reiteração da conduta réproba. Assim, a indenização por dano moral decorrente de revista íntima arbitrada em sentença na exígua importância de R$ 2.000,00 afigura-se desproporcional tanto à dimensão do gravame quanto ao alentado porte financeiro do agressor, cujo capital social monta a R$ 1.149.846.178,00 (um bilhão, cento e quarenta e nove milhões, oitocentos e quarenta e seis mil e cento e setenta e oito reais), razão pela qual é elevada para R$ 10.000,00 (dez mil reais), conforme precendentes da Turma. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano:

Durante todo o contrato de trabalho a autora foi submetida a revistas de seus pertences pessoais sem nenhuma justificativa plausível por parte da Reclamada, expondo-a a situações vexatórias. Tal ato por parte da Ré viola a dignidade da pessoa humana, bem como o princípio da boa-fé objetiva que busca estabelecer aos empregadores condutas corretas. Sendo assim, nos termos do art. 186, a autora é digna de reparação moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 06/09/2011 Publicado em: 09/09/2011 DJE/TRT23: 811

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RO- 0000121-60.2011.5.23.0007

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: DANO MORAL. TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. À luz do disposto

no art. 3º da Lei n. 7.102/83, o transporte de valores somente pode ser realizado por empresa especializada. Na hipótese, ao exigir do obreiro o transporte de valores, em desconformidade com a legislação pertinente, o reclamado, além de extrapolar os limites das cláusulas do contrato de trabalho, atentou contra a segurança e tranquilidade do reclamante, provocando-lhe graves abalos de ordem moral, razão pela qual deve reparar o dano com o pagamento da indenização correspondente. Valor do Dano Moral: R$ 20.260,00 (vinte mil, duzentos e sessenta reais). Natureza do Dano:

O Autor realizava regularmente transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, ficando exposto a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. O transporte de numerários deveria ser efetuado com a presença de vigilantes, pois há evidência de que os valores transportados encontravam-se nos limites daqueles estabelecidos no art. 5º da referida lei. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários, em desconsonância com as diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral alegado na peça de ingresso. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 06/09/2011 Publicado em: 09/09/2011 DJE/TRT23: 811

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RO- 0100000-29.2010.5.23.0022

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TRABALHO EM SITUAÇÃO DEGRADANTE. AUSÊNCIA DE BANHEIRO E REFEITÓRIO NO LOCAL DE TRABALHO. Restou caracterizado nos autos que a Reclamada deixou de

propiciar condições dignas de trabalho ao Reclamante, em face da ausência de banheiros e refeitório no seu local de trabalho, desrespeitando a Norma Regulamentadora 24 do Ministério do Trabalho e Emprego, havendo, assim, ofensa ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. No caso dos autos, observo que o Obreiro trabalhou nessas condições de 01.10.2004 a 06.01.2009, ensejando, pois, o pagamento de indenização por dano moral. Dou provimento.

Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza Do Dano:

A empregadora não propiciou ao autor condições dignas de trabalho, pois não disponibilizou banheiros e locais adequados para refeição, expondo-o assim a condições degradantes, o que perdurou por mais de 4 anos. Incontroversa a ofensa à dignidade da pessoa humana do trabalhador, impõe-se a compensação pelo dano moral sofrido. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 14/09/2011 Publicado em: 16/09/2011 DJE/TRT23: 816

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RO- 00421.2011.096.23.00-0

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: DANO MORAL – VALORAÇÃO - A indenização deve ser arbitrada de forma tal que se outorgue ao ofendido uma justa compensação sem enriquecê-lo indevidamente, ao mesmo tempo em que esse valor deve ser significativo o bastante ao causador do dano para preocupar-se em agir com maior cuidado ao adotar procedimentos que possam novamente causar lesões morais às pessoas. No caso em apreço, ante a extensão do dano e a capacidade econômica da Reclamada, tenho que não existem elementos capazes de justificar o aumento no valor da indenização. Valor do Dano Moral: R$ 14.000,00 (quatorze mil reais) Natureza do Dano: A autora foi assediada moralmente por seus superiores hierárquicos por não conseguir cumprir as metas da empresa, sendo ainda obrigada a acumular tarefas sob ameaças de demissão. Por erro do sistema eletrônico bancário, a autora descontou indevidamente um cheque que deveria ser bloqueado por decisão judicial, diante do que foi humilhada, desrespeitada e discriminada perante seus colegas. Tais atitudes causaram à autora constrangimento e humilhação, sendo digna de indenização. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 14/09/2011 Publicado em: 16/09/2011 DJE/TRT23: 816

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RO- 0126200-76.2010.5.23.0021

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. USO INDEVIDO DO NOME. A Reclamada admitiu ter enviado mercadorias destinadas a prestação de serviços a seus clientes, cuja nota fiscal constava como consumidor final o Reclamante, não provando que obteve o consentimento do Autor para tais operações, ônus que lhe competia. Para caracterizar a responsabilidade da Reclamada no caso em tela, irrelevante definir se os atos praticados por ela configuram crime contra a ordem tributária, ou mesmo responsabilidade tributária, até porque esta Especializada não é competente para tal. Contudo, patente que os atos levados a efeito pela Reclamada são irregulares, porquanto esta transferiu ao Reclamante responsabilidades próprias do empregador, tendo aquele, inclusive, sofrido penalidades tributárias (imposição de multa por apreensão de mercadoria). O simples fato de a Reclamada utilizar-se do nome do Reclamante sem seu consentimento implica em ato ilícito, gerador de indenização por dano moral, nos termos previstos no art. 5º, inciso X, da Constituição Federal, ante a configuração de afronta aos direitos da personalidade. Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais) Natureza do Dano:

A Reclamada, sem autorização, adquiria produtos e faturas em nome de seu empregado, autor do processo, sendo-lhe devida reparação moral pelo ato ilícito praticado (no art. 5º, X, da Constituição Federal), os quais afrontaram aos direitos de personalidade. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 14/09/2011 Publicado em: 16/09/2011 DJE/TRT23: 816

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RO- 0055400-67.2010.5.23.0071

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. PARTICIPAÇÃO EM MOVIMENTO GREVISTA. ABUSO DE DIREITO. ATO ILICITO. DANO MORAL. Extraindo-se do

conjunto fático probatório dos autos que o motivo que ensejou a dispensa do autor foi sua participação em movimento dos caminhoneiros, onde se reivindicava melhores condições de higiene e alimentação no terminal de descarregamento dos caminhões, resta caracterizado o abuso de direito (artigo 187 do CC), no caso consistente no poder potestativo de promover a extinção do contrato de trabalho. Na espécie, o dano se vislumbra do próprio ato, vez que se trata de afronta direta ao livre direito de manifestação do pensamento, com consequente violação à dignidade, passível, portanto, de reparação por indenização. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano: O autor após participar de movimento grevista, por meio do qual reivindicavam melhorias nos banheiros e locais de refeição, foi demitido perante seus colegas de labuta em meio ao pátio da 1ª Reclamada, o que lhe deixou em situação vexatória. A Constituição da República elege em seu artigo 1º, como fundamento do Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana (Inciso III) e os valores sociais do trabalho (Inciso IV), bem assim, assegura a prevalência do interesse social sobre o mero interesse particular do lucro (artigos 5º., Inciso XXIII e 170, Inciso III). Devido, portanto, o dano moral, pois a atitude da Reclamada é abusiva e sem justa causa, provocada pelo simples fato do empregador ter participado de movimento reivindicatório por melhores condições de higiene e alimentação, o que fere o direito à livre manifestação do pensamento. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 14/09/2011 Publicado em: 16/09/2011 DJE/TRT23: 816

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RO- 00963.2009.051.23.00-7

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Para a fixação dos valores da indenização por dano moral, deve-se levar em conta a situação econômica do ofendido e do ofensor, a gravidade do ato e a repercussão da ofensa, a posição social ou política do ofendido, a intensidade do ânimo de ofender, a culpa ou dolo. Assim, considerando as peculiaridades do caso concreto e o capital social da empresa Reclamada, mantenho o valor arbitrado pela sentença. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano: A autora sofreu acidente de trabalho no vestiário da empresa quando estava se trocando. Uma das bolsas com uniformes e pertences pessoais de outro empregado estava solta na barra mais alta do vestiário e caiu sobre a autora, resultando em lesão e dores constantes nos ombros e membros. O laudo médico diagnosticou que a autora é portadora de doença degenerativa em coluna cervical e ombros e concluiu que a função laboral exercida pela mesma tem nexo de concausa moderada para a lesão do ombro da trabalhadora, e em bem menor grau para a lesão da coluna cervical, uma vez que trabalhou por um período médio de tempo para a empresa reclamada. Contudo observou que a autora não sofreu perda da capacidade laboral. Neste sentido e levando em consideração que o acidente laboral serviu como agravamento das dores sentidas pela autora, torna-se devida a reparação de ordem moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 14/09/2011 Publicado em: 16/09/2011 DJE/TRT23: 816

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RO- 00138.2010.001.23.00-0

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa: INDENIZAÇÃO POR ASSÉDIO MORAL. Ainda que afastada a relação de emprego, nada impede o reconhecimento de eventual dano praticado pelo tomador de serviços, passível de gerar direito à indenização respectiva. A indenização por danos morais em decorrência de assédio moral somente pode ser reconhecida quando estiver calcada em provas seguras acerca da conduta abusiva do empregador ou de seu preposto, consubstanciada pela pressão ou agressão psicológica, prolongada no tempo, que fere a dignidade do trabalhador, bem como acerca do necessário nexo de causalidade entre a conduta violadora e a dor experimentada pela vítima. No caso dos autos, tais elementos se fazem presentes ante o depoimento prestado pela testemunha conduzida pelo Autor. Assim, comprovada a presença dos requisitos dispostos acima, mantenho a sentença que condenou a Recorrente ao pagamento de indenização decorrente de assédio moral. Contudo, sopesando o período da prestação de serviços, o valor do salário do Autor e o porte da empresa reclamada e os demais elementos comumente utilizados, tais como, o critério pedagógico da penalidade e enriquecimento sem causa, dou provimento parcial ao apelo para reduzir a quantia fixada originariamente sob tal título. Valor do Dano Moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) Natureza do Dano:

A autora, na profissão de diarista, sofreu assédio moral pelo Reclamado que a perseguia com tratamentos desonrosos e em tom de “deboche”. O terror psicológico no trabalho é uma das espécies de dano moral mais sutis que sofre o trabalhador, exigindo para sua constatação, uma minuciosa análise dos fatos reiterados ocorridos durante a prestação laboral. Presentes todos os requisitos ensejadores do assédio, bem como demonstrada a conduta ofensiva que resultou em transtorno moral e psicológio da autora, é devido o pagamento de indenização decorrente de assédio moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 14/09/2011 Publicado em: 16/09/2011 DJE/TRT23: 816

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RO- 0037100-73.2010.5.23.0001

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: DIFERENÇAS NAS VERBAS RESCISÓRIAS E MULTAS E DANOS MORAIS DEVIDOS. No caso dos autos, embora se possa verificar que a reclamada

efetuara o pagamento das verbas rescisórias, conforme documentação anexa, a sua regularidade não está verificada, tendo em vista a ausência de homologação pelo sindicato. Sendo devidas as verbas deferidas na sentença, inclusive, a multa do art. 477 da CLT e depósitos fundiários, bem como cominação de multa por desobediência e ofícios aos órgãos de fiscalização. Ainda, em face da ausência de rescisão pelo sindicato, é certo o dano moral da autora, porquanto teve que esperar mais de três meses para habilitar-se ao seguro desemprego e cinco meses para sacar o seu FGTS. Valor do Dano Moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais) Natureza do Dano: A autora, após ser demitida sem justa causa, deveria ter seu contrato de trabalho homologado perante o sindicato de sua categoria, o que não ocorreu, resultando em inadimplência das verbas rescisórias. É devida a reparação de ordem moral, visto que a inadimplência ocasionada adiou, por mais de três meses, a habilitação da autora ao programa do seguro desemprego, o que lhe causou angústia e sofrimento. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 14/09/2011 Publicado em: 16/09/2011 DJE/TRT23: 816

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RO- 00073.2009.071.23.00-0

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: DANOS MORAIS E MATERIAIS. PATOLOGIA AGRAVADA PELA ATIVIDADE LABORAL. CONFIGURAÇÃO DO DEVER DE INDENIZAR. Sendo o laudo

pericial conclusivo no sentido de que as alterações na coluna vertebral do autor foram agravadas pela atividade desenvolvida para a empresa, resta clara a configuração do nexo concausal que determina o dever de indenizar com respaldo no art. 21 da Lei 8.213/91. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Valor do Dano Material: Correspondente a 30% (trinta por cento) dos rendimentos constantes no TRCT. Natureza do Dano:

O autor, durante a prestação de trabalho, adquiriu doença ocupacional. A perícia médica diagnosticou que o autor é portador de patologia degenerativa, sendo que o sintoma da dor lombar se agravou em razão do trabalho desempenhado em prol da Reclamada, revestindo-se, assim de caráter ocupacional. O laudo também concluiu que a incapacidade adquirida pelo autor é total. Atualmente o autor encontra-se aposentado por invalidez. Sendo assim e considerando que o trabalho desenvolvido pelo autor, atuou como concausa da patologia degenerativa preexistente, é devida a reparação de ordem moral, bem como pensionamento vitalício correspondente a 30% (trinta por cento) dos rendimentos constantes no TRCT, enquanto o autor viver. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 14/09/2011 Publicado em: 16/09/2011 DJE/TRT23: 816

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RO- 00221.2010.003.23.00-1

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: DANO MORAL. FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRUDENTE ARBITRAMENTO DO JUIZ. O dano moral, devido à sua natureza imaterial,

subsume-se àqueles casos em que o juiz, inspirado pela lógica do razoável, deve prudentemente arbitrar o valor necessário à compensação do ofendido pela conduta ilícita (CC, art. 950, parágrafo único e art. 953, parágrafo único). Entretanto, alguns critérios objetivos devem nortear essa fixação por arbitramento, tais como: a estipulação de um valor compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, as capacidades socioeconômica e financeira das partes e outras circunstâncias específicas de cada caso concreto. Nesse contexto, o ponto ótimo a ser alcançado é aquele em que o valor arbitrado sirva como punição da conduta ilícita e cumpra o caráter pedagógico de desestimular a reincidência dessa conduta, sendo que do outro lado da balança deve-se buscar apenas a compensação do dano sofrido pelo ofendido, pois o que passar disso caracterizar-se-á como fonte de enriquecimento sem causa. Valor do Dano Moral: R$ 15.000,00 (quinze mil reais) Natureza do Dano:

O autor sofreu acidente de trabalho ao perfurar o chão, a alavanca afundou muito e causou “travamento” nas costas do autor. A perícia médica diagnosticou que o autor é portador de doença na coluna, que pode ser degenerativa ou concausada por traumas agudos ou de repetição, diagnosticou ainda haver nexo causal entre a enfermidade adquirida e o acidente sofrido. Contudo, a perícia concluiu que o autor está totalmente incapacitado para atividades que exijam esforço físico e mobilização da coluna vertebral, asseverando ainda, haver prejuízo para a vida privada ou social do autor. Sendo assim é devida a reparação por dano moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/09/2011 Publicado em: 26/09/2011 DJE/TRT23: 822

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RO- 01473.2010.021.23.00-0

Relator: Desembargador Edson Bueno

Redator Designado: Desembargador Tarcísio Valente

Ementa: AMBIENTE DE TRABALHO DEGRADANTE. AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES MÍNIMAS DE HIGIENE. DANO MORAL. FIXAÇÃO DO QUANTUM DEBEATUR. PRUDENTE ARBITRAMENTO DO JUIZ. O dano moral, devido à sua natureza imaterial, subsume-se àqueles casos em que o juiz, inspirado pela lógica do razoável, deve prudentemente arbitrar o valor necessário à compensação do ofendido pela conduta ilícita (CC, art. 950, parágrafo único e art. 953, parágrafo único). Entretanto, alguns critérios objetivos devem nortear essa fixação por arbitramento, tais como: a estipulação de um valor compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade socioeconômica e financeira das partes e outras circunstâncias específicas de cada caso concreto. Nesse contexto, o ponto ótimo a ser alcançado é aquele em que o valor arbitrado sirva como punição da conduta ilícita e cumpra o caráter pedagógico de desestimular a reincidência dessa conduta, sendo que do outro lado da balança deve-se buscar apenas a compensação do ofendido, pois o que passar disso caracterizar-se-á como fonte de enriquecimento sem causa. Considerando que o autor ficou exposto a condições degradantes em razão da falta de higiene mínima dos banheiros, condena-se a ré a pagar indenização por dano moral no importe de R$ 3.000,00, pois a cifra atende plenamente às balizas jurisprudenciais e doutrinárias acima expostas, não extrapolando os padrões da razoabilidade. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais) Natureza do Dano: A Reclamada deixou de propiciar ao autor condições dignas de trabalho, não disponibilizou banheiros nem vestuários em condições de uso e ainda realizou revista nos armários de uso pessoal do trabalhador. Incontroversa a ofensa à dignidade humana do trabalhador, impõe-se a compensação por dano moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/09/2011 Publicado em: 28/09/2011 DJE/TRT23: 824

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RO- 00455.2010.046.23.00-7

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: DANO MORAL COLETIVO. FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. PRUDÊNCIA NO SEU ARBITRAMENTO. REGRAS OBJETIVAS A SEREM TRILHADAS. Embora não haja regra objetivamente clara quanto aos critérios para

fixação do valor da reparação por dano moral, algumas diretrizes hão de ser seguidas pelo órgão julgador para, com prudência e equilíbrio, fixá-lo, tais como: valor compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do dano, bem como a capacidade sócio-econômica das partes. Além disso, há de se encontrar um ponto de equilíbrio consistente no critério de fixação de um valor que sirva como justa reparação do dano e ao mesmo tempo cumpra o caráter pedagógico de desestímulo à reincidência. No caso concreto, todos esses critérios foram observados pela ilustre juíza de primeira instância ao condenar o réu ao pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 21.000,00, de modo que essa quantia não comporta majoração, porquanto cumpriu aos fins a que se destina. Valor do Dano Moral Coletivo: R$ 21.000,00 (vinte e um mil reais), equivalente a R$ 3.000,00 (três mil reais) para cada trabalhador submetido ao trabalho degradante. Natureza do Dano:

O autor, Ministério Público do Trabalho, ajuizou ação civil pública contra o Reclamado por ter encontrado em sua propriedade rural 07 (sete) trabalhadores laborando na roçada do pasto e na aplicação de agrotóxicos em péssimas condições. Os trabalhadores eram alojados em barracos de lona, não tinham suas CTPSs assinadas, nem pagamento de salários. Além disso o reclamado deixou de propiciar aos trabalhadores equipamentos de proteção individual (EPIs) e sanitários adequados, em profundo desrespeito às normas trabalhistas. Tais condutas comprometem a integridade física dos trabalhadores, além de submetê-los a condição análoga à de escravo (art. 1º, III e IV da Constituição Federal), tornando-se devida a reparação de ordem moral.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/09/2011 Publicado em: 29/09/2011 DJE/TRT23: 825

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RO- 00296.2010.041.23.00-9

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa: ABUSO DO PODER DIRETIVO E FISCALIZATÓRIO. DANO MORAL. REPARAÇÃO DEVIDA. O poder de direção do empregador compreende não

apenas organizar suas atividades, mas também controlar, fiscalizar e disciplinar o trabalho de acordo com os fins do empreendimento. No exercício desse poder o empregador deve conciliar o legítimo interesse em defender o seu patrimônio com o indispensável respeito à dignidade do trabalhador. A fiscalização de atos que atentam contra o seu patrimônio supostamente praticados por seus empregados deve se dar mediante aplicação de métodos razoáveis, haja vista que é inadmissível o exercício abusivo das prerrogativas fiscalizatória e diretiva de forma que implique em agressão à privacidade, intimidade e honra dos seus empregados, ou seja, ofensa à dignidade do trabalhador como pessoa humana. No caso dos autos, a prova testemunhal comprovou que a reclamada, durante investigação sobre o sumiço de peças de carne do estoque da empresa, acusou, sem provas, o reclamante de ser o suposto autor do crime de furto e o chamou em reunião para interrogatório perante seus prepostos e policiais militares, que foram chamados para acompanhar os questionamentos que lhe seriam feitos. Nesse contexto, ao acusar, sem provas, o reclamante da prática de crime contra o patrimônio, a reclamada agiu de forma precipitada e temerária e submeteu o reclamante à situação vexatória e humilhante, sendo inegável o abalo à sua honra e imagem, razão pela qual, presentes todos os requisitos exigidos à caracterização da responsabilidade civil subjetiva e ao dever de indenizar, a reclamada deve ser condenada ao pagamento de indenização por dano moral. Valor do Dano Moral: R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais) Natureza do Dano Moral: O autor sofreu dano moral na medida em que recaiu sobre este a suspeita de furto de peças de carne. O preposto da reclamada realizou ligação para o autor e outro colega de labuta afirmando que já sabia que ambos haviam furtado as peças de carne e que era melhor confessarem. Por este motivo o autor dirigiu-se à delegacia e registrou Boletim de Ocorrência contra o preposto da empresa por crime de calúnia. No dia seguinte o autor foi interrogado por dois policiais na sala da gerência e posteriormente demitido. A reparação de ordem moral é devida, visto que as ofensas sofridas pelo autor abalaram sua honra e imagem. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/09/2011 Publicado em: 29/09/2011 DJE/TRT23: 825

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RO- 02321.2010.036.23.00-3

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa:

REVISTAS EM BOLSAS E SACOLAS. PRÁTICA CORRIQUEIRA E INDISCRIMINADA. INSPEÇÃO DE PERTENCES PESSOAIS. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS PERSONALÍSSIMOS DOS EMPREGADOS. DANO MORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Os parâmetros que norteiam a delimitação do contraste entre o direito de propriedade do empregador e os direitos fundamentais da pessoa humana do trabalhador devem ser prudentemente apreciados, pois em algumas situações, de fato, há necessidade de se permitir ao ente patronal que tome medidas a fim de evitar prejuízos patrimoniais, desde que absolutamente imprescindível conforme o objeto, método, forma e momento das revistas, devendo tais procedimentos deixar intacto o supraprincípio da dignidade da pessoa humana, instigador supremo do Bem-Estar coletivo. Nessa linha de raciocínio, numa empresa de distribuição e comércio de mercadorias, dificilmente haverá a necessidade de revistas íntimas, consubstanciadas em inspeções em bolsas e sacolas diariamente, da forma como foi efetuada pela ré, isto é, abrindo esses pertences pessoais e de forma indiscriminada – atingindo todos os empregados, pois ainda que não tenha sido caracterizado o desnudamento, o certo é que, na situação concreta da presente lide, a aplicação do princípio da ponderação ou da proporcionalidade de direitos fundamentais sufraga, irrefratavelmente, a revista procedida pela reclamada, pois realizada de forma corriqueira, sem justificativa plausível, invadindo a privacidade dos seus empregados, pautando-se na presunção de que todos os seus empregados são desonestos, suspeitos (sequer se utilizando de equipamentos eletrônicos, mas sim penetrando a olho nú nos pertences pessoais dos empregados), fazendo letra morta do princípio da presunção de inocência (CF, art. 5ª, LVII). Assim, essa situação em que a empregadora expôs seus empregados causou, em última análise, a criação de um ambiente de trabalho desgastante, doentio, ao contrário do que ordena a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (arts. 200, VIII, e 225).

Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais)

Natureza do Dano:

Durante todo o contrato de trabalho o autor foi submetido a revistas de seus pertences pessoais sem nenhuma justificativa plausível por parte da Reclamada, expondo-o a situações vexatórias. Tal ato por parte da Ré viola a dignidade da pessoa humana, bem como o princípio da boa-fé objetiva, a qual busca estabelecer aos empregadores condutas corretas. Sendo assim, nos termos do art. 186, o autor é digno de reparação moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/09/2011 Publicado em: 26/09/2011 DJE/TRT23: 822

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RO- 00608.2010.071.23.00-6

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa:

AMBIENTE DE TRABALHO INADEQUADO. AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES MÍNIMAS DE SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA. DANO MORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. A Constituição Federal, ao dispor em seu art. 5°, incisos V e X, sobre a possibilidade de reparação do dano moral, pôs um ponto final nas divergências doutrinárias e jurisprudenciais acerca da possibilidade de reparação do dano imaterial e, ademais, reafirmou seu principal desiderato, que é o de elevar ao grau máximo de proteção a dignidade da pessoa humana. Desse modo, o trabalho rural no campo normalmente refoge às regalias da vida na área urbana, mas nem por isso a dignidade da pessoa humana pode ser desrespeitada. A inexistência, no local de prestação de serviço, de instalações sanitárias – químicas ou não – obsta as condições adequadas de higiene. Dessa feita, reprovável é a conduta e presumido é o dano moral advindo desse comportamento habitual. A conduta empresarial gerou dano ao trabalhador rural da região, o qual, desconhecendo os seus direitos e ante a necessidade de subsistência, sujeitava-se às condições que lhe eram impostas. Valor do Dano Moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) Natureza do Dano:

O autor foi submetido a trabalho degradante, na medida em que a Reclamada disponibilizava banheiro sem condições de uso, obrigando o autor a fazer suas necessidades fisiológicas no mato, afrontando, assim, a dignidade da pessoa humana do trabalhador. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/09/2011 Publicado em: 26/09/2011 DJE/TRT23: 822

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RO- 00818.2010.022.23.00-4

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa:

MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO OBREIRO. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. RETALIAÇÃO. ABUSO DO DIREITO. DANO MORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Enseja reparação de natureza extrapatrimonial a conduta retaliatória do empregador que, no intuito de intimidar seus empregados, promove a dispensa daqueles que encabeçam movimento obreiro que busca melhores condições de trabalho, porquanto tal conduta patronal implica em desdenho, em desprezo pela dignidade da pessoa humana e pelo valor social do trabalho, em nítido abuso de direito. No caso concreto, a prova testemunhal produzida nos autos corroborou a tese obreira de que sua dispensa sem justa causa decorreu, na verdade, do fato de ter encetado manifestação pacífica, consubstanciada na reivindicação por melhores salários e benefícios. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais) Natureza do Dano:

O autor participou de manifestação pacífica em que os trabalhadores reivindicavam melhores condições de salários e benefícios. A caminho do trabalho foi determinado ao autor que descesse do ônibus, tendo seus objetos pessoais jogados no chão e sendo demitido perante os seus colegas, com o intuito de inibir os demais empregados de participarem de manifestações. A Constituição da República elege em seu artigo 1º, como fundamento do Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana (Inciso III) e os valores sociais do trabalho (Inciso IV), bem assim, assegura a prevalência do interesse social sobre o mero interesse particular do lucro (artigos 5º, Inciso XXIII e 170, Inciso III). Devido, portanto, o dano moral, pois a atitude da Reclamada foi abusiva e feriu o direito à livre manifestação do pensamento.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/09/2011 Publicado em: 26/09/2011 DJE/TRT23: 822

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RO- 01686.2011.086.23.00-8

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa:

TRANSPORTE IRREGULAR DE NUMERÁRIOS. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO QUANTUM INDENIZATÓRIO. Correta a condenação ao pagamento de indenização por dano moral, decorrente do transporte de valores realizado pela reclamante, sem o atendimento das medidas de segurança. Razoável se mostra, ainda, o quantum indenizatório fixado em primeiro grau, segundo critério de arbitramento, levandose em conta as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) Natureza do Dano: A autora exercia a função de estagiária. A autora não foi contratada para realizar transporte de valores, nem recebeu treinamento para executar tal atividade, logo, não poderia ter sido designada para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado à sua estagiária para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado à autora.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 28/09/2011 Publicado em: 11/10/2011 DJE/TRT23: 833

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RO- 00861.2010.003.23.00-1

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa:

ASSÉDIO MORAL. CONFIGURAÇÃO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Segundo

direciona a Súmula 74 do c. TST, a pena de confissão ficta é aplicada à parte que expressamente intimada com a aquela cominação, não comparece à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor, como ocorrera no presente feito. Assim, correta a sentença que impôs a confissão ficta à reclamada no que pertine ao assédio moral. Ademais, a fixação do dano moral segue o critério de arbitramento, levando-se em conta, dentre outros elementos, as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. Encontrando-se em desacordo com esses fatores, deve ser majorado o montante fixado em primeiro grau, em atenção aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Valor do Dano Moral: R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) Natureza do Dano:

A autora, durante o pacto laboral, sofreu constante pressão psicológica por seu superior hierárquico, que passou a lhe perseguir, impondo trabalho extra ou reprovando suas atitudes, das quais dizia: “você está demorando muito para fazer as coisas”, “desse jeito vai ficar difícil pra gente continuar trabalhando com você”, “você é muito lerda”, o que lhe causou intensos transtornos emocionais. Tal conduta é suficiente para caracterizar o fenômeno do assédio moral. A culpa patronal é evidente, eis que o empregador responde de forma objetiva pelos atos praticados por seus prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele (art. 932, III, do NCC). Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 28/09/2011 Publicado em: 30/09/2011 DJE/TRT23: 826

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RO- 00756.2009.026.23.00-2

Relatora: Juiza Convocada Carla Reita Leal

Ementa:

DANO MORAL E MATERIAL. QUANTUM DEBEATUR. Demonstrado o dano

causado ao Autor, fica a Ré obrigada a indenizá-lo como forma de compensação. Para efeito de fixação do quantum debeatur há que ser observada, além da extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento em causa do Obreiro, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Considerados os parâmetros habituais, majora-se a indenização por danos morais para R$20.000,00 e mantém-se a indenização por danos materiais deferida. Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte e mil reais) Natureza do Dano Moral:

O autor exercia a função de desossador e sofreu acidente de trabalho quando um colega de trabalho jogou uma peça de carne sobre a peça que ele estava desossando e com o impacto a faca que estava usando resvalou e atingiu seu braço na altura do cotovelo esquerdo. Segundo laudo médico o autor sofreu lesão corporal grave (mão e punho), devido à ação de agente cortante, sofrendo redução de capacidade laboral em 36%. Sendo assim, torna-se comprovado o nexo causal e o dano sofrido, aplicando-se a responsabilidade objetiva da acionada, nos termos do art. 927 do Código Civil. Resta comprovado também o dano de ordem estética, ocasionado pela lesão sofrida. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 28/09/2011 Publicado em: 30/09/2011 DJE/TRT23: 826

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RO- 0001831-72.2011.5.23.0086

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa:

DANO MORAL CONFIGURAÇÃO QUANTUM INDENIZATÓRIO. O quantum

indenizatório pelo transporte irregular de numerários, foi fixado segundo critério de arbitramento, levando-se em conta as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. In casu, forçosa se mostra a majoração da condenação, fixando-se o título em questão no valor de R$ 20.000,00. Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) Natureza do Dano: O Autor foi contratado pela Reclamada para exercer a função de gerente de planos e realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 28/09/2011 Publicado em: 11/10/2011 DJE/TRT23: 833

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RO- 00461.2011.002.23.00-0

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

INDENIZAÇÃO POR ASSÉDIO MORAL. CONFIGURAÇÃO. Considerando que a

indenização por dano moral está fundada em idênticas razões da rescisão indireta do contrato de trabalho, reconhecida a conduta faltosa ensejadora da dispensa com fulcro no art. 483, “e”, da CLT, impõe-se a manutenção da sentença que reconheceu a conduta assediadora da Reclamada. Valor do Dano: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano:

O Autor sofreu abalo moral decorrente de assédio moral praticado pelo preposto da Reclamada que o chamava de “mentiroso”, “porcaria”, “incapaz”, “vendedor de bosta”, e dizia que não aceitava atestados apresentados pelo trabalhador pelo tratamento de hanseníase, moléstia adquirida por sua filha, por serem fraudulentos. O terror psicológico no trabalho, conhecido como assédio moral, é uma das espécies de dano moral mais sutis que sofre o trabalhador, exigindo para sua constatação minuciosa análise de todos os fatos ocorridos durante a prestação de trabalho. Tal conduta é suficiente para caracterizar o fenômeno do assédio moral, máxime quando presente prova de que a conduta desrespeitosa se perpetrou no tempo, de forma repetitiva e sistemática. A culpa patronal está evidente, eis que o empregador responde de forma objetiva pelos atos praticados por seus prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele (art. 932, III, do NCC). Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 05/10/2011 Publicado em: 07/10/2011 DJE/TRT23: 831

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RO- 0105000-67.2010.5.23.0003

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Para o deferimento do pleito relativo à

indenização por danos morais e materiais faz-se mister a existência de alguns requisitos indispensáveis ao acolhimento, nos parâmetros contidos no inciso X do artigo 5º da Magna Carta e arts. 186 e 927 do Código Civil. De tal modo, para que seja imputado ao empregador a prática de ato passível de gerar indenização por dano moral e material, imperativa a existência da culpa por ato omissivo ou comissivo, da ocorrência do dano, bem como do nexo causal entre o ato e o dano sofrido pela vítima, ou seja, é indispensável demonstrar que a conduta tenha causado prejuízos consumados, o que deve restar robustamente comprovado nos autos, cuja prova incumbe à parte Autora, segundo inteligência do art. 818 da CLT, c/c o art. 333, I, do CPC, por se tratar de fato constitutivo do seu direito. Sopesando as provas colacionadas aos autos (f. 19/21), extrai-se que os compromissos financeiros da Autora deixaram de ser cumpridos em razão da contumácia patronal em não quitar salários. O adimplemento de indenização está inserida na responsabilidade subsidiária do 2º Reclamado, porquanto em razão de sua culpa in vigilando a Obreira sofreu o dano moral por ela apontado. Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais) Natureza do Dano: A autora constantemente recebia seus salários com atraso, de modo que, não podendo pagar suas contas em dia, teve o seu nome inscrito no rol de maus pagadores, o que acabou por atentar contra sua dignidade enquanto cidadã, ofendendo-lhe a honra perante a sociedade, causando-lhe dor psíquica, sofrimento íntimo e angústia, passíveis de reparação moral.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 05/10/2011 Publicado em: 07/10/2011 DJE/TRT23: 831

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RO- 01171.2010.096.23.00-4

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

INDENIZAÇÕES POR DANO MORAL E ESTÉTICO. FIXAÇÃO DOS VALORES.

Para a fixação dos valores das indenizações por danos moral e estético, o julgador deve atentar para que a medida atenda aos fins pedagógicos e compensatórios, ou seja, ao mesmo tempo deve coibir o autor do dano de praticar novamente o ato que deu ensejo à reparação e reparar o sofrimento da vítima, atentando-se para a gravidade do dano, o grau de culpa e a situação econômica do ofensor e do ofendido. Na hipótese, os valores fixados originariamente atendem os critérios comumente utilizados, bem assim as peculiaridades do caso concreto. Valor do Dano Moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais) e estético R$ 3.000,00 (três mil reais). Natureza do Dano Moral:

O autor sofreu acidente de trabalho resultante do contato atritivo do concreto entre as bordas da bota por ele usada e a pele da perna, resultando em cicatrizes nos membros inferiores decorrentes das lesões. A perícia médica concluiu que o acidente sofrido não comprometeu a capacidade laborativa do autor. Considerando que o réu deixou de propiciar botas e EPI’s adequados ao autor, bem assim que este, com apenas 25 anos, terá que carregar marcas e cicatrizes para o resto de sua vida, devido o dano moral, inclusive o proveniente de dano estético. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 05/10/2011 Publicado em: 07/10/2011 DJE/TRT23: 831

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RO- 00219.2010.081.23.00-8

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

QUANTUM INDENIZATÓRIO. DANOS MORAL E ESTÉTICO. VALORES FIXADOS. Constatada a existência do dano moral, compete ao órgão julgador estabelecer o quantum da reparação, haja vista a legislação não prever critérios objetivos para a fixação do seu montante. Assim, o valor da indenização deve observar um parâmetro razoável, a fim de coibir o arbitramento de valores meramente simbólicos, bem como valores exorbitantes. Na hipótese, diante dos critérios comumente utilizados para a fixação da indenização por danos moral e estético, bem assim as peculiaridades do caso concreto e sopesando a extensão e os efeitos do prejuízo causado à vítima, reduzo o valor da indenização arbitrada, para torná-la mais razoável ante a situação concreta apresentada. Valor do Dano Moral: R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e R$ 13.000,00 (treze mil reais) de dano estético. Natureza do Dano:

O autor exercia a função de gerente de produção. Sofreu acidente de trabalho juntamente com outro empregado. Estavam começando a movimentar o “macaco” para abrir a porta de uma estufa, ocorreu uma explosão na porta e esta, de aproximadamente uma tonelada, caiu sobre o autor e seu colega. De acordo com laudo médico o autor encontra-se definitivamente e totalmente incapacitado para o trabalho e também ficou com cicatrizes cirúrgicas na cervical e na crista ilíaca direita. Comprovado o nexo causal e o dano sofrido, devida a reparação moral, inclusive da ordem estética.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 05/10/2011 Publicado em: 25/10/2011 DJE/TRT23: 842

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RO- 00096.2011.031.23.00-0

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. NÃO OCORRÊNCIA. Em que pese todo o esforço argumentativo implementado pelo Reclamado na tentativa de atribuir culpa ao Reclamante pelo acidente de que fora vítima, o conjunto probatório dos autos não corrobora essa tese. A testemunha arrolada pela defesa informa que o Reclamante, quando saiu em sua companhia já transportava os equipamentos necessários para religar o cabo de energia situado no percurso, dirigindo-se direto ao local do acidente. Isto implica em admitir-se que teria recebido ordem para tal fim pois, se tivesse pedido carona ao colega que ia até outra fazenda, apenas com intuito de desfrutar de forma mais agradável seus momentos de folga, como alegado na defesa, não teria motivo nenhum para levar consigo tais equipamentos. Assim, reformo a r. sentença, para dar provimento ao recurso do Autor e reconhecer a culpa do Reclamado no acidente de trabalho que vitimou o Reclamante. Valor do Dano Moral: R$ 15.000,00 (quinze mil reais) e R$ 15.000,00 (quinze mil reais) reparação de ordem estética. Natureza do Dano:

O autor exercia a função de trabalhador rural e sofreu acidente de trabalho. Por ordens do proposto do Reclamado retirou o “elo fusível” direto da linha de alta tensão para efetuar reparos, visto que esta linha atendia à fazenda da Reclamada, momento em que sofreu involuntariamente uma descarga elétrica pelo corpo e pelos braços, resultando na amputação dos braços. Devida, portanto, a indenização de ordem moral ao autor, bem como estética. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 05/10/2011 Publicado em: 28/10/2011 DJE/TRT23: 845

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RO- 01474.2010.021.23.00-4

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TRABALHO EM SITUAÇÃO DEGRADANTE. REVISTAS. DESVIO DE FUNÇÃO. AUSÊNCIA DE BANHEIRO EM CONDIÇÕES DE USO. Para a ocorrência do dever de reparar deve ficar suficientemente provada a prática do ato ilícito pela empresa, de forma dolosa ou culposa; agressão à dignidade humana e nexo causal entre a conduta e o dano, entendimento que emerge da norma inserta nos artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro. No caso em tela, tenho que a simples averiguação por parte da Reclamada, mediante vistoria dos armários de seus empregados, constitui exercício regular do direito do empregador, inerente ao seu poder diretivo e de fiscalização, assim como proteção ao seu patrimônio. Dessa feita, tenho que o ato não pode ser classificado como antijurídico ou até mesmo ilícito capaz de ensejar indenização por dano moral, mormente pelo fato da revista ser realizada com todos os empregados, sem qualquer distinção. Neste caso, o alegado desvio de função não caracteriza condição indigna de trabalho. Mas, o Obreiro logrou em demonstrar nos autos que a Reclamada deixou de propiciar condições dignas de trabalho, em face da ausência de condições mínimas de higiene e salubridade no que tange aos banheiros no local de trabalho, desrespeitando a Norma Regulamentadora 24 do Ministério do Trabalho e Emprego, havendo, assim, ofensa ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Desta forma, praticado o ato ilícito ensejador do dano moral ao Obreiro, este deve ser ressarcido. Assim, mantenho a sentença quanto à indenização por dano moral, porém, sob fundamento diverso. Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais) Natureza do Dano: O autor durante o pacto laboral foi submetido a trabalho degradante, na medida em que a Reclamada disponibilizava banheiros sem condições de uso. Desta forma, o autor é digno de reparação moral por ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 05/10/2011 Publicado em: 07/10/2011 DJE/TRT23: 831

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RO- 01288.2009.004.23.00-6

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DE DOENÇA DEGENERATIVA AGRAVADA PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO. CONCAUSA. DEVIDA. Ainda que a moléstia que acometa o trabalhador seja de cunho degenerativo, como no caso dos autos, se houver agravamento em virtude do exercício de seu labor, com a presença constante de dores no ombro e joelho esquerdo, presente estará o nexo entre o mal que o aflige e o dano, na modalidade concausal, nos termos do art. 21, I da Lei n. 8.213/91. Valor do Dano Moral: R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) Natureza do Dano:

O autor exercia a função de magarefe, ao qual atribuía-se a responsabilidade de empurrar os bois na carretilha para a retirada de couro e, face ao exercício contínuo de atividades repetitivas, começou a sentir dores no ombro e joelho, tendo passado por intervenções cirúrgicas e afastado do labor por três meses. Segundo a perícia médica o autor é portador de doença pré-existente no joelho esquerdo (Condromalacia Troclear), de caráter degenerativo e bursite do ombro esquerdo, e que as condições na qual labutava agravaram as dores no joelho e desencadearam a doença no ombro, resultando em redução da sua capacidade total e definitiva para as atividades que exijam esforços e movimentação constante, relatou também há existência de concorrência causal entre o labor e as moléstias adquiridas. Sendo assim, o autor é digno de reparação moral.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 18/10/2011 Publicado em: 19/10/2011 DJE/TRT23: 838

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RO- 01043.2010.066.23.00-9

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

ATRASOS SALARIAIS E NÃO QUITAÇÃO DE VERBAS RESCISÓRIAS. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. POSSIBILIDADE. Incontroverso nos autos que a Reclamada não pagou ao Reclamante os salários dos meses de dezembro de 2009 a fevereiro de 2010. O dano, no caso, configura-se pela simples existência do prejuízo financeiro causado pela contumácia do empregador em não quitar o salário no prazo legal ou mesmo a ausência de pagamento, não sendo necessária a demonstração do abalo moral, que é presumido. Nessa esteira e, considerando o período de duração do contrato de trabalho 6 meses, bem assim o valor da última remuneração do Obreiro, mantenho o valor da indenização fixada pelo Juízo de origem. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais) Natureza do Dano: O autor após encerramento do contrato de trabalho por prazo determinado ficou impossibilitado de sacar o FGTS e dar entrada no Seguro Desemprego, em razão da inadimplência das verbas trabalhistas e da não extinção do contrato de trabalho e emprego, o que impossibilitou que o autor buscasse um novo trabalho, passando a viver de ajuda de familiares e amigos. Incontroverso, portanto, o ato ilícito praticado pela Reclamada, bem assim a obrigação de indenizar. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 19/10/2011 Publicado em: 27/10/2011 DJE/TRT23: 844

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RO- 0000013-70.2011.5.23.0091

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TRANSPORTE DE NUMERÁRIOS. Para o deferimento do pleito indenizatório requerido por dano moral faz-se mister a comprovação de alguns requisitos, indispensáveis ao acolhimento, nos parâmetros contidos nos incisos V e X do artigo 5º da Magna Carta e arts. 186 e 927 do Código Civil, quais sejam: a) ação ou omissão do agente; b) culpa do agente; relação de causalidade; existência do dano. No caso em tela, ainda que não se há falar na inobservância da Lei n. 7.102/83, porquanto esta se aplica às instituições bancárias e similares, não estando o Reclamado inserido entre elas, cabia ao Reclamante o ônus do fato constitutivo de seu direito, nos termos dos arts. 818 da CLT e 333, I, do CPC, encargo processual do qual se desincumbiu. Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) Natureza do Dano Moral: O Autor realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 19/10/2011 Publicado em: 04/11/2011 DJE/TRT23: 848/2011

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RO- 00200.2010.046.23.00-4

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAL E ESTÉTICO. VALORAÇÃO. Diante dos critérios comumente utilizados para a fixação da indenização por dano moral, e estético e, levando-se em consideração as peculiaridades do caso concreto, em especial a redução da capacidade laborativa do Autor, ante as seqüelas no membro lesionado, aliado ao dano estético (f. 207 do laudo), o valor da condenação fixada na sentença a título de indenização por dano moral não foi excessivo. Quanto ao dano estético, verifico que o montante fixado encontra-se acima do razoável, ante a extensão do dano suportado pelo Autor, razão pela qual reformo a sentença para reduzi-lo. Valor do Dano Moral: R$ 27.250,00 (vinte e sete mil, duzentos e cinqüenta reais) Natureza do Dano:

O autor exercia a função de auxiliar de serviços gerais e sofreu acidente de trabalho. Ao carregar sobre os ombros uma caixa de carne congelada e pesada, escorregou no piso úmido e a caixa caiu sobre o seu braço direito, sofrendo fratura. O autor não utilizava EPI’s, pois a empregadora não os fornecia. A perícia médica diagnosticou que o trabalhador sofreu seqüela por trauma em membro superior direito e teve redução da capacidade laborativa em 25% (vinte e cinco por cento). Sendo assim e diante da negligência por parte da Reclamada, o autor é digno à reparação de ordem moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 19/10/2011 Publicado em: 27/10/2011 DJE/TRT23: 844/2011

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RO- 00958.2010.071.23.00-2

Relator: Desembargador Tarcísio Valente

Ementa:

TRABALHO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. CARACTERIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL. É cediço que a

configuração da responsabilidade civil subjetiva reclama a demonstração de ato ilícito, dano experimentado pelo ofendido e nexo causal (exegese do art. 186 do CC). Na hipótese, emerge dos elementos da lide que a Ré submeteu seu empregado à prestação de serviço em condições degradantes, haja vista ter desrespeitado regras básicas de saúde e higiene de trabalho, que comprometem garantias mínimas de uma vida digna. Ilicitude dessa natureza, violadora da dignidade do trabalhador, autoriza a configuração de dano moral. Dessa forma, demonstrada a ocorrência de ato lesivo a direitos personalíssimos, a existência de dano e nexo de causalidade, o deferimento da indenização postulada na inicial é medida que se impõe. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (três mil reais) Natureza do Dano:

O trabalhador foi submetido a trabalho degradante na medida em que a Empregadora não proporcionava banheiro e local adequado para fazer as refeições, afrontando assim a dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 25/10/2011 Publicado em: 28/10/2011 DJE/TRT23: 845/2011

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RO- 02322.2010.036.23.00-8

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. REVISTA VEXATÓRIA. FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. Embora não haja critérios estabelecidos para a fixação do quantum da indenização por danos morais, doutrina e jurisprudência balizam-se sobretudo no princípio da razoabilidade, segundo o qual deve o juiz levar em conta alguns aspectos, tais como o grau de culpa do empregador no evento danoso, a extensão do dano, o patrimônio material da empresa, além de se preocupar em não causar o enriquecimento ilícito do reclamante com indenizações exorbitantes e em não arbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam o vindicante, deixando impune o empregador que deu causa ao dano. In casu, o quantum indenizatório estipulado pelo juízo a quo não atende aos objetivos esperados com tal condenação, razão pela qual reforma-se a sentença para majorar o valor da indenização dos danos morais. Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) Natureza do Dano:

Durante todo o contrato de trabalho a autora foi submetida a revistas de seus pertences pessoais sem nenhuma justificativa plausível por parte da Reclamada, expondo-a situações vexatórias. Tal ato por parte da Ré viola a dignidade da pessoa humana, bem como o princípio da boa-fé objetiva, a qual busca estabelecer aos empregadores condutas corretas. Sendo assim, nos termos do art. 186, a autora é digna de reparação moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 25/10/2011 Publicado em: 28/10/2011 DJE/TRT23: 845/2011

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RO- 00363.2010.081.23.00-4

Relator: Desembargador Edson Bueno

Ementa:

TRANSPORTE DE VALORES. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRUDENTE ARBITRAMENTO DO JUIZ. O transporte de valores, com frequência e em longos trajetos, expõe o empregado, especialmente aquele desprovido de segurança e treinamento, à situação capaz de causar dano ao seu patrimônio imaterial, ainda que não tenha havido infortúnio no percurso. As máximas de experiência, aliadas ao ponto médio de constrangimento extraível do comportamento social, comprovam a potencial lesão denunciada. Aliás, exatamente por deter natureza impalpável, o dano moral subsume-se àqueles casos em que o juiz, inspirado pela lógica do razoável, deve prudentemente arbitrar o valor necessário à compensação do ofendido pela conduta ilícita (CC, art. 950, parágrafo único, e art. 953, parágrafo único). Entretanto, alguns critérios objetivos devem nortear essa fixação por arbitramento, tais como: a estipulação de um valor compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade sócio-econômica e financeira das partes e outras circunstâncias específicas de cada caso concreto. Nesse contexto, o ponto ótimo a ser alcançado é aquele em que o valor arbitrado sirva como punição da conduta ilícita e cumpra o caráter pedagógico de desestimular a reincidência dessa conduta, sendo que do outro lado da balança devese buscar apenas a compensação do ofendido, pois o que passar disso caracterizar-se-á como fonte de enriquecimento sem causa. Valor do Dano Moral: R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) Natureza do Dano: O Autor realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 25/10/2011 Publicado em: 28/10/2011 DJE/TRT23: 845/2011

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RO- 0000174-48.2011.5.23.0037

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. TRABALHO DEGRADANTE. AUSÊNCIA DE CONTESTAÇÃO ESPECÍFICA. CARACTERIZAÇÃO. A ausência de contestação específica do reclamado quanto as condições degradantes de trabalho narradas pelo empregador na petição inicial torna incontroversa a questão, a teor do disposto no art. 302 do CPC, daí presumir-se verdadeira a ausência de alojamentos, sanitários e água potável no local de trabalho, condição de trabalho degradante que atenta gravemente contra a dignidade humana, propiciando dano moral que desafia a imposição da competente indenização, até mesmo como medida pedagógica em relação ao reclamado, para que se conscientize da necessidade de respeitar as normas protetivas da dignidade do trabalhador. Valor do Dano Moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) Natureza do Dano: Durante o pacto laboral o autor foi submetido a condições degradantes de trabalho na medida em que a reclamada lhe forneceu alojamentos içados apenas de lonas armadas no meio do mato, sem luz, banheiros, paredes e água potável, sendo o autor obrigado a tomar banho e beber água de riachos, bem como fazer suas necessidades fisiológicas no mato. Um ambiente sadio é condição sine qua non à vida do empregado, quer do ponto de vista de higidez mental quanto física, porquanto o trabalhador que se submete a condições degradantes de trabalho, que não lhe proporcionam o mínimo de saúde, higiene ou segurança, torna-se um infeliz no serviço, no lar e na comunidade, e se esse fato perdurar no tempo pode até lhe ocasionar doenças, acabando por onerar a própria sociedade. Sendo assim o autor é digno de indenização de ordem moral, visto que tal atitude afronta o princípio da dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 08/11/2011 Publicado em: 11/11/2011 DJE/TRT23: 853/2011

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RO- 01273.2010.022.23.00-3

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. RESPONSABILIDADE POR ATO DE EMPREGADOS. OCORRÊNCIA. A responsabilidade do empregador pelos atos de seus pregados no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele, nos termos dos arts. 932 e 933 do Código Civil em vigor, é objetiva, ou seja, referida responsabilidade não está condicionada à demonstração da existência dos elementos necessários à responsabilização subjetiva nos moldes do art. 186 e seguintes do Código Civil, independe de prova de o empregador ter agido com culpa ou dolo, da existência de nexo causal e do dano produzido. Na hipótese, demonstrada a existência do ato ilícito praticado pela empregada/agressora em face da vítima/reclamante é o que basta para caracterizar o dever objetivo da empregadora/reclamada de ressarcir o dano decorrente. Valor do Dano Moral: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais Natureza do Dano:

Ao longo do pacto laboral a autora sofreu ataques verbais, ofensas, provocações, ameaça e insultos de outra trabalhadora, perseguições essas que culminaram em uma briga dentro do local de trabalho e no horário da prestação laboral, resultando em agressão física e verbal. Em se tratando de responsabilidade civil do empregador por atos de terceiro, isto é, por atos ilícitos praticados por seus empregados ou prepostos, a responsabilidade não é examinada sob o enfoque da regra geral, porquanto a lei determina que é ela objetiva, visto que surge independente da comprovação de culpa ou dolo, nexo causal e dano. A autora é digna de reparação moral, visto que as perseguições já ocorriam há tempos no local de trabalho e a reclamada foi omissa em resolver as desavenças entre a autora e agressora, motivos pelos quais deverá responder de forma objetiva pela conduta antijurídica praticada pela sua empregada e pelo dano moral daí decorrente. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 08/11/2011 Publicado em: 11/11/2011 DJE/TRT23: 853/2011

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RO- 00004.2011.007.23.00-8

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. PRESSUPOSTO DE REPARABILIDADE. QUANTUM INDENIZATÓRIO. É cediço que o direito à indenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e do nexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. Por outro lado, no tocante à quantificação por dano moral. Cabe registrar que deve o juiz levar em conta alguns aspectos, tais como o grau de culpa do empregador no evento danoso, a extensão do dano, o patrimônio da empresa, além de se preocupar em não causar o enriquecimento ilícito do trabalhador com indenizações exorbitantes e em não arbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam o empregado, deixando impune o empregador que deu causa ao dano. Na hipótese dos autos, em havendo violação ao direito do autor à preservação de seu nome, pois sofreu um sério abalo psíquico ao vê-lo inscrito no órgão de restrição de crédito, de maneira a restar violado direito da personalidade, caracterizado está o dano moral, impondo-se ao ofensor o dever de compensar a violação perpetrada, dessarte, reforma-se a sentença para fixar a respectiva indenização em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano: O autor contraiu dívida com o réu na constância de contrato do trabalho e por determinação judicial ficou estabelecido ao Reclamado a impossibilidade de incluir o nome do autor em serviços de proteção ao crédito, o que não foi cumprido, tendo o autor sofrido dano moral causado pelo constrangimento e humilhação ao ver ser nome inscrito no SPC. A indenização por dano moral repousa na teoria subjetiva da responsabilidade civil, cujo postulado básico estriba-se no conceito de culpa e esta, fundamentalmente, tem por pressuposto a infração de uma norma preestabelecida. O comportamento do réu atingiu negativamente o bom nome do autor, restando danos ofensivos à sua pessoa que justificam a indenização por dano moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 08/11/2011 Publicado em: 18/11/2011 DJE/TRT23: 857/2011

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RO- 01449.2009.022.23.00-3

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. Quanto à fixação do quantum da indenização por danos morais, embora não haja critérios estabelecidos, doutrina e jurisprudência balizam-se sobretudo no princípio da razoabilidade. Para isso, deve o juiz levar em conta alguns aspectos, tais como o grau de culpa do empregador no evento danoso, a extensão do dano, o patrimônio material da empresa, além de se preocupar em não causar o enriquecimento ilícito do reclamante com indenizações exorbitantes e em não arbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam o acidentado, deixando impune o empregador que deu causa ao dano. In casu, levando em consideração a ilicitude do ato praticado, o potencial econômico social do reclamado e o caráter educativo da indenização, afigura-se justo e razoável o valor da indenização dos danos morais e estéticos em R$ 10.000,00. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano: O autor sofreu acidente de trabalho no momento que um colega de trabalho desossava, juntamente com ele, um boi, e resvalou a faca em seu punho esquerdo. Segundo a perícia médica o autor sofreu lesão permanente com a diminuição da capacidade laborativa em 15% (quinze por cento) e cicatriz de 2 cm. Sendo assim, o autor é digno de reparação moral, bem como faz jus à reparação de ordem estética. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 08/11/2011 Publicado em: 18/11/2011 DJE/TRT23: 857/2011

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RO- 0019600-73.2010.5.23.0007

Relator: Desembargador Tarcísio Valente

Ementa:

ACIDENTE DE TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO. CONCAUSA. CARACTERIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL. Como é cediço, o Direito Previdenciário, a par dos infortúnios laborais típicos, regulamenta também as hipóteses de “acidentes de trabalho por equiparação”, dentre as quais se destaca o “acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda da capacidade do trabalho” (inciso I do art. 21 da Lei n. 8.213/91). Trata-se do fenômeno jurídico da concausa, epíteto no qual se amolda a situação fática examinada nestes autos, visto que a prova pericial atesta que a patologia denunciada na peça de ingresso (esquizofrenia), embora consista em moléstia préexistente, guarda relação de concausalidade com as condições do ambiente de trabalho do empregado, que foram afetadas pela ocorrência de assédio moral. Demonstrado que a aludida enfermidade comprometeu a capacidade laborativa do empregado, em virtude do fato de o empregador ter deixado de propiciar ao empregado um ambiente de trabalho saudável, torna-se indubitável o direito da parte de auferir indenização pelos danos materiais e morais daí decorrentes, na medida em que emergem desse contexto fático todos os pressupostos que autorizam a caracterização do instituto da responsabilidade civil subjetiva, quais sejam: ato lesivo, dano e nexo causal (exegese dos artigos 186 e 927, caput, do CC).

Valor do Dano Moral: R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)

Natureza do Dano Moral:

O autor exercia a função de pintor automotivo. Em seu contrato ficou estabelecido que perceberia um salário fixo mais comissão de 30% sobre o valor dos serviços de pintura. Foi vítima de assédio moral na medida em que o seu superior hierárquico deixou de cumprir o acordo firmado, referente à comissão de 30%, e quando este era questionado respondia gritando ao autor, em meio aos demais colegas de trabalho, “que a sua gaveta estava cheia de propostas de pessoas que ali queria trabalhar, sendo assim, que ficasse quieto”, além de o humilhar com palavras difamadoras, como “preto safado”, “preto”, “negro quando não caga na entrada caga na saída. O assédio moral no trabalho é definido como qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude...) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho. Sendo assim o autor é digno de reparação moral ocasionado por assédio. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 08/11/2011 Publicado em: 22/11/2011 DJE/TRT23: 859/2011

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RO- 0024400-44.2010.5.23.0008

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. PRESENÇA DOS PRESSUPOSTOS DE REPARABILIDADE. É

cediço que o direito à indenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e do nexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. In casu, restando provados nos autos os fatos narrados na exordial como hábeis a causar dano moral ao reclamante, impõe-se a manutenção da sentença que condenou o reclamado a repará-la através da indenização que lhe foi arbitrada. Valor do Dano Moral: R$ 8.000,00 (oito mil reais) Natureza do Dano: O autor foi demitido mediante expulsão do local de trabalho, de forma alterada, pelo Reclamado, mediante presença dos demais colegas de labuta e clientes. A indenização por dano moral repousa na teoria subjetiva da responsabilidade civil, cujo postulado básico estriba-se no conceito de culpa, e esta, fundamentalmente, tem por pressuposto a infração de uma norma preestabelecida. De acordo com o art. 5ª da Constituição Federal, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando assim o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Sendo assim o autor faz jus a tal reparação. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 08/11/2011 Publicado em: 11/11/2011 DJE/TRT23: 853/2011

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RO- 01348.2010.022.23.00-6

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. PRESSUPOSTO DE REPARABILIDADE. É cediço que o direito

à indenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e do nexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. In casu, o reclamante não demonstrou nos autos o alegado sofrimento em razão da vistoria ocorrida em seu armário, razão pela qual tenho que a aflição vivida configura mero aborrecimento, dissabor que não desafia indenização própria. Ocorre que o recurso é do próprio reclamante visando majorar o quantum indenizatório arbitrado em sentença. Logo, mantém-se o valor da indenização do decisum objurgado, ante a vedação de reformatio in pejus. Valor do Dano Moral: R$ 1.000,00 (um mil reais) Natureza do Dano: Em virtude de sumiço de dinheiro de um dos empregados a Reclamada realizou revistas nos armários pessoais dos demais trabalhadores. Tal fato por parte da Reclamada viola a dignidade da pessoa humana, bem como o princípio da boa-fé, a qual busca estabelecer aos empregadores condutas corretas, sendo assim, nos termos do art. 186, o autor é digno de reparação moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 08/11/2011 Publicado em: 11/11/2011 DJE/TRT23: 853/2011

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RO- 00879.2010.021.23.00-5

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

DANO MORAL. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. Embora não haja critérios estabelecidos para a fixação do

quantum da indenização por danos morais, doutrina e jurisprudência balizam-se sobretudo no princípio da razoabilidade, segundo o qual, deve o juiz levar em conta alguns aspectos, tais como o grau de culpa do empregador no evento danoso, a extensão do dano, o patrimônio material da empresa, além de se preocupar em não causar o enriquecimento ilícito do reclamante com indenizações exorbitantes e em não arbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam o prejudicado, deixando impune o empregador que deu causa ao dano. In casu, levando em consideração a ilicitude do ato praticado, transporte de valores desprovido de qualquer preparo e sem o auxílio de vigilantes, em esconformidade com a legislação pertinente, a prática renitente e contumaz do ato ilícito e o potencial econômico do ofensor, não se esquecendo do caráter educativo e compensatório buscado com a indenização, o quantum indenizatório estipulado não atende a esses requisitos, razão pela qual a sentença objurgada merece ser reformada majorando-se o valor da indenização dos danos morais para R$ 100.000,00 (cento mil reais). Valor do Dano Moral: R$ 100.000,00 (cento mil reais). Natureza do Dano:

O Autor realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 08/11/2011 Publicado em: 11/11/2011 DJE/TRT23: 853/2011

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RO- 01687.2011.086.23.00-2

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa:

TRANSPORTE DE VALORES. EMPREGADO DE COOPERATIVA. DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA. MINORAÇÃO DO VALOR FIXADO. Neste caso, o empregado de Cooperativa de crédito transportava valores sem a adequada segurança, pois não recebeu treinamento específico para tal intento, nem tampouco era acompanhado por vigilante do réu ou de empresa especializada. Nesse contexto, tem-se por presentes os requisitos imprescindíveis para a configuração do dano moral, quais sejam, a conduta ilícita culposa do empregador, consubstanciada no descumprimento da Lei n. 7.102/83, específica para a hipótese; o nexo causal, já que a conduta patronal provoca invariavelmente alta tensão psicológica presumida; e o dano moral, cuja constatação não depende da prova do efetivo prejuízo. Contudo, merece reforma a decisão de origem para minorar o valor inicialmente fixado, sob pena de se configurar causa de enriquecimento ilícito. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano: O Autor realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 09/11/2011 Publicado em: 14/11/2011 DJE/TRT23: 854/2011

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RO- 00499.2010.086.23.00-6

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

ACIDENTE DE TRABALHO. ATIVIDADE AGROPECUÁRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. O ramo de atividade do Reclamado (Agropecuária), está enquadrada no grau 3 de risco nos termos da NR 04, quadro I - A, sendo que os empregados que atuam na área fim, tal qual o autor (vaqueiro) ficam expostos a riscos acima do nível de exposição dos demais membros da coletividade. Assim, ante a aplicação da responsabilidade objetiva, preconizada no art. 927, parágrafo único, do CC, cabe à Reclamada, ao aduzir a culpa exclusiva da vítima, comprovar suas alegações, nos termos dos arts. 818 da CLT e 333, I, do CPC. Todavia, na hipótese, a alegação da Reclamada de culpa exclusiva da vítima não restou provada, pelo contrário, ficou demonstrado que laborando na atividade fim da empresa, estava o Obreiro exposto aos riscos inerentes da função. Assim, não conseguindo o Reclamado comprovar a culpa exclusiva da vítima, excludente do nexo de causalidade, capaz de liberá-lo do ônus de indenizar o Obreiro, devida é a indenização respectiva. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano:

O autor exercia a função de vaqueiro e sofreu acidente de trabalho quando, na tentativa de laçar um touro que se encontrava no pasto, o laço ficou preso no cupim do animal e, ao se aproximar da corda, a mula na qual estava montado assustou-se e saiu correndo, sendo decepado o 4º dedo e a falange distal do 5º dedo, ambos da mão direita. O ramo de atividade do Reclamado (Agropecuária), está enquadrado no grau 3 de risco nos termos da NR 04, quadro I - A, sendo que os empregados que atuam na área fim, tal qual o autor (vaqueiro), ficam expostos a riscos acima do nível de exposição dos demais membros da coletividade. Segundo laudo médico, o autor sofreu redução da capacidade laborativa, ensejando o dever de indenizar moralmente por parte do Reclamado. Devida também a reparação por dano estético e material. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 09/11/2011 Publicado em: 22/11/2011 DJE/TRT23: 859/2011

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RO- 00093.2011.004.23.00-3

Relatora: Desembargadora Leila Calvo

Ementa:

ATRASOS SALARIAIS E NÃO QUITAÇÃO DE VERBAS TRABALHISTAS - INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - O fato da Reclamada estar passando por dificuldades financeiras e encontrar-se em fase de recuperação judicial não afasta a ilicitude de seu ato, pois não se pode imputar ao Reclamante assumir os riscos da atividade econômica, porquanto estes pertencem ao empregador, nos termos do art. 2º da CLT. Assim, sua atitude de não efetuar o pagamento dos salários e verbas trabalhistas ao Autor causou-lhe prejuízo moral, porquanto deixou de cumprir com seus compromissos financeiros e sua própria subsistência e de sua família ficaram prejudicadas. Ademais, o dano, no caso destes autos, configura-se pela simples existência do prejuízo financeiro causado pelo fato do empregador ter descumprido com suas obrigações em não quitar o salário e pagar as demais verbas trabalhistas no prazo legal, não sendo necessária a demonstração do abalo moral, que é presumido. Nessa esteira e, considerando o período de duração do contrato de trabalho, bem assim o valor da última remuneração do Obreiro, reduzo o valor da indenização fixada pelo Juízo de Origem. Recurso a que se dá parcial provimento. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano: O autor ficou o mês de agosto e setembro sem perceber salário, sendo que neste último saiu de férias e ao retornar recebeu ordens para ficar em casa aguardando chamamento, pois a Reclamada não possuía dinheiro para pagar os salários atrasados e demais verbas trabalhistas. Em contestação a Reclamada afirma não ter efetuado o pagamento do salário no período correto porque se encontrava em situação financeira delicada, tanto assim que está em recuperação judicial, sendo incontroverso o fato do Autor ficar sem remuneração. A atitude da Reclamada em deixar de cumprir com suas obrigações contratuais e legais no sentido de efetuar o pagamento dos salários e verbas trabalhistas ao Autor no prazo legal causou-lhe prejuízo moral, porquanto deixou de cumprir com seus compromissos financeiros, restando prejudicada sua própria subsistência e de sua família.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 16/11/2011 Publicado em: 21/11/2011 DJE/TRT23: 858/2011

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RO- 0089400-18.2010.5.23.0096

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa:

REPARAÇÃO POR DANO MORAL. MINORAÇÃO DEVIDA. Como inexiste parâmetro legal, a fixação do valor da reparação deve obedecer a critérios de razoabilidade e proporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidade da culpa e a condição financeira do réu. Há que se buscar sempre um ponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar a vítima pelo sofrimento sentido e a de produzir um efeito punitivo e pedagógico no ofensor. Neste caso específico, o valor da compensação merece ser reduzido, porque o grau de comprometimento da saúde do obreiro regrediu consideravelmente, sequer prejudicando a execução das mesmas atividades laborais por ele antes empreendidas a benefício da ré. Valor do Dano Moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) Natureza do Dano:

O autor sofreu acidente de trabalho quando tentou montar em um “burro” e este negou estribo saindo pulando, o que fez com que o autor caísse do mesmo. Ao cair no chão o trabalhador perdeu os sentidos, sendo informado pelos colegas que teria sido pisado e levado coice do animal. A perícia técnica constatou que o Reclamado não cumpriu as determinações da NR-31, que determina que o empregador deve se valer de animais adestrados. Já a perícia médica ponderou que o autor, atualmente, está parcialmente e temporariamente incapacitado, bem como sofreu redução da capacidade laboral em 25% (vinte e cinco por cento). Sendo assim o autor é digno de reparação moral, material e estética. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 09/11/2011 Publicado em: 11/11/2011 DJE/TRT23: 853/2011

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RO- 0138400-18.2010.5.23.0021

Relatora: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa:

DANO MORAL. VALOR DA REPARAÇÃO. O montante fixado pelo Juízo de origem a título de danos morais não comporta alteração, quando se constata que obedeceu aos critérios de proporcionalidade e razoabilidade e a condição socio-econômica dos litigantes, além das particularidades que compõem o caso concreto. Valor do Dano Moral: R$ 2.800,00 (dois mil e oitocentos reais) Natureza do Dano:

O trabalhador foi submetido a trabalho degradante na medida em que a Empregadora durante o pacto laboral deixou de proporcionar sanitários, afrontando assim a dignidade da pessoa humana. O dano é devido, pois a Ré deixou de propiciar ambiente laboral hígido e seguro, a despeito de sua capacidade econômica, motivo qual tornou-se necessário aplicação de condenação mais substancial para provocar efeito pedagógico.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 16/11/2011 Publicado em: 17/11/2011 DJE/TRT23: 856/2011

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RO- 0000142-45.2011.5.23.0004

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa:

ACIDENTE DE TRABALHO. DANO MORAL. CULPA. DEVER GERAL DE CAUTELA. Por violação do dever geral de cautela, reconhece-se a culpa patronal pela ocorrência do acidente de trabalho, vez que reclamada, na hipótese vertente, permitiu que o obreiro desenvolvesse suas atividades laborais sem a segurança necessária, tendo sido este fato demonstrado a contento pela prova oral produzida nos autos. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano:

O autor exercia a função de ajudante de cargas e sofreu acidente de trabalho. Ao descarregar o caminhão escorregou de um pedaço de aço com largura de 1 metro usado como ponte de ligação entre a plataforma e o veículo. A queda sofrida pelo autor resultou em lesão na coluna lombar, motivo pelo qual ficou afastado de suas atividades por 15 (quinze) dias, constituindo assim dano moral em razão da dor e da angústia sofrida, motivos pelos quais o trabalhador é digno de reparação. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 16/11/2011 Publicado em: 17/11/2011 DJE/TRT23: 856/2011

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RO- 01425.2009.021.23.00-8

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

ACIDENTE DE TRABALHO. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. A efetiva ocorrência

de nexo causal entre as atividades laborais executadas pelo autor e as entidades mórbidas que a acometem constitui-se em pressuposto para o acolhimento tanto do pedido de reintegração no emprego quanto do de indenização por dano moral. Na hipótese, restando demonstrado o nexo causal entre a doença adquirida e o labor para as reclamadas, bem como o afastamento por mais de 15 dias e percebimento de auxílio-doença acidentário, resta possibilitado o reconhecimento de estabilidade acidentária e o deferimento de indenização por danos moral e material. Valor do Dano Moral: R$ 3.000,00 (Três mil reais) Natureza do Dano: Durante o pacto laboral o autor adquiriu moléstia denominada de Lombalgia. A Lombalgia pode ser causada por atividades laborais em que haja movimentos repetitivos, levantamento de peso com flexão e rotação da coluna vertebral e posturas inadequadas. A perícia técnica constatou a inexistência de programas preventivos à saúde e segurança do trabalhador, o que demonstra que os riscos ocupacionais não foram evitados. Demonstrada a culpa por parte do Reclamado, bem como o dano vivenciado pelo autor, torna-se devida a reparação moral. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/11/2011 Publicado em: 24/11/2011 DJE/TRT23: 861/2011

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RO- 01480.2010.022.23.00-8

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa: DANO MORAL. TRABALHO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES. O direito à indenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e do nexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. Na hipótese, a prova demonstra que as instalações sanitárias eram impróprias para o uso, daí o ato ilícito da empregadora, sendo imperioso reformar a sentença para condenar a ré ao pagamento de indenização por dano moral. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano Moral:

O autor foi admitido para exercer a função de operador de produção, sendo submetido a trabalho degradante na medida em que a Empregadora não proporcionava banheiro e local adequado para fazer as refeições, afrontando assim a dignidade da pessoa humana. Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/11/2011 Publicado em: 24/11/2011 DJE/TRT23: 861/2011

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RO- 00147.2009.031.23.00-9

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO DO DANO MORAL. A fixação

do quantum da indenização por dano moral, embora não haja em nosso ordenamento qualquer fórmula pré-determinada, doutrina e jurisprudência balizam-se, sobretudo, no princípio da razoabilidade. No caso dos autos, o autor é portador de cervicalgia devido a transtornos dos discos intervertebrais cervicais, havendo concausalidade entre a doença e seu labor, com perda de capacidade laborativa em 5%, de maneira que não merece reforma a sentença que fixou a indenização por dano moral no importe de R$ 10.000,00. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano:

O autor sofreu acidente de trabalho ao descarregar um saco de sal com peso de 50 Kg, sentiu um estralo na coluna e na altura do pescoço. Conforme perícia médica o autor é portador de Cervicalgia devido a transtornos dos discos intervertebrais cervicais, doença esta de etiologia crônica degenerativa. Atualmente o autor encontra-se parcialmente incapacitado para o trabalho, redução de 5% de sua capacidade laboral. Presentes estão os requisitos ensejadores de reparação moral, de acordo com art. 186 e 927, do Código Civil, torna-se devida a reparação moral em proveito do autor.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/11/2011 Publicado em: 24/11/2011 DJE/TRT23: 861/2011

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RO- 0045600-67.2010.5.23.0086

Relator: Desembargador Roberto Benatar

Ementa:

ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONFIGURAÇÃO.

Via de regra, é subjetiva a responsabilidade civil do empregador para indenizar o empregado que sofreu acidente de trabalho, hipótese em que se faz necessária a caracterização do dano, da culpa ou dolo do empregador e do nexo de causalidade. No caso, restou provado nos autos que o acidente de trabalho sofrido pelo autor decorreu de ato culposo praticado pela ré, visto que não orientou o autor quanto à forma de manusear a máquina “chupim”, assim como não dispôs de nenhum mecanismo de segurança hábil a proteger os empregados de eventos danosos, tais como tela de proteção na estrutura cortante da máquina a ser utilizada nos deslocamentos, tampa de proteção no botão liga/desliga, demonstrando não zelar pelo atendimento das normas de segurança e higiene do trabalho, desobedecendo, dessa forma, a determinação legal contida no art. 157, I e II da CLT, razão pela qual são devidas as indenizações por danos moral, estético e material. Valor do Dano Moral: R$ 30.000,00 (trinta mil reais) Natureza do Dano:

O autor sofreu acidente de trabalho. Ao deslocar uma máquina utilizada para efetuar a transferência de grãos a granel do chão para dentro do caminhão, conhecida como “chupim” ou “elevador de grãos”, sem desconectá-la da corrente elétrica, ela encostou em um cano que desce dentro do armazém usado para descarga dos grãos, que esbarrou na chave liga/desliga e acionou o “chupim”, culminando com o evento danoso que lesionou a mão direita do vindicante (amputação do dedo médio e perda da função dos dedos indicador, anular e mínimo). Encontra-se incontroverso, bem como confessado pela Reclamada, que não haviam cursos ou qualquer outra orientação que ensinasse seus funcionários a manejar o “chupim”, como também não dispôs de mecanismo de segurança hábil a proteger os seus empregados de eventos danosos, tais como uso de EPI’s, desobedecendo assim as normas de segurança do trabalho vigentes contidas no art. 157 da CLT. No caso do acidente do trabalho, haverá culpa do empregador quando não forem observadas as normas legais, convencionais, contratuais ou técnicas de segurança, higiene e saúde no trabalho. Tendo a Reclamada agido em desacordo com as normas protetivas, configurada está a sua culpa no acidente de trabalho que lesionou o autor, devendo, portanto, ser responsabilizada civilmente pelos danos a ele causados.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 22/11/2011 Publicado em: 24/11/2011 DJE/TRT23: 861/2011

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RO- 0023900-05.2010.5.23.0096

Relatora: Desembargadora Maria Berenice

Ementa: DANO MATERIAL. NEXO CONCAUSAL. INDENIZAÇÃO. IMPORTÂNCIA. Para o surgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil, devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano e d) dolo ou culpa do agente. Na hipótese dos autos, a conduta culposa da Ré atuou como concausa para a ocorrência do prejuízo sofrido pelo Autor, razão pela qual é devida a indenização por danos materiais. Recurso ao qual se dá parcial provimento no particular. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. QUANTUM. Para

o arbitramento do quantum debeatur decorrente de indenização por danos morais, deve-se considerar, além da extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa do Obreiro, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Preenchidos esses elementos, há que se manter o valor fixado na sentença sob tal título. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano:

O autor sofreu acidente de trabalho que resultou em amputação ao nível do terço médio da coxa D, e foi reabilitado e readaptado devido ao uso de prótese. Devido ao fato do autor laborar em local de terreno sem cimento e lamacento, contribuiu para o desgaste de sua prótese e lhe ocasionou ferimentos na coxa, ficando este afastado percebendo benefícios previdenciários. A perícia constatou que a função desempenhada pelo autor, porteiro, tem nexo de concausa para o desgaste da prótese. Dessa forma, deve a Reclamada ser responsabilizada civilmente por seus atos, nos termos dos artigos 186 e 927, caput, do Código Civil. O tribunal manteve o valor da indenização arbitrado em 1ª instância, pois levou em consideração os dias trabalhados pelo autor, total de 40 dias, bem como as dores físicas e psíquicas sofridas. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 23/11/2011 Publicado em: 06/12/2011 DJE/TRT23: 869/2011

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RO- 01082.2009.007.23.00-5

Relatora: Desembargadora Maria Berenice

Ementa: DANOS MORAIS E MATERIAIS. INDENIZAÇÃO. DOENÇA DEGENERATIVA. AGRAVAMENTO. CONCAUSA. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. Para

o surgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano; d) dolo ou culpa do agente. Havendo prova de que o Autor é portador de doença degenerativa que foi agravada pela atividade laboral, deve o empregador ser responsabilizado civilmente pelo dano, porque presente o nexo de causalidade entre o ato omissivo e a lesão. A omissão patronal, no que concerne ao dever de zelar pela saúde do empregado, implica culpa pelo evento danoso, caracterizando o ato ilícito, em face da desobediência ao disposto no art. 157 da CLT. Recurso Obreiro ao qual se dá parcial provimento para acolher a responsabilidade civil da Ré e condená-la a pagar indenização por danos morais e materiais, nos termos da fundamentação. Valor do Dano Moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Natureza do Dano:

O autor exercia a função de Operador I e sofreu acidente de trabalho quando, ao levantar duas caixas de prego, cada uma com 20Kg, sofreu lesão em sua coluna lombar, a qual foi confirmada por meio de ressonância magnética, realizada no mês subsequente ao acidente. O autor realizou exame de ressonância magnética que constatou lesão no disco intervertebral da coluna lombar, quais sejam, hérnia de disco, abaulamento de disco, ruptura de fibral do anel fibroso do disco e protusão discal. O laudo pericial registrou que embora a lesão na coluna deste não seja originada do trabalho, esta atuou como concausa para seu agravamento, bem como o autor ficou com incapacidade laboral parcial temporária. O empregador possui o dever de zelar pela integridade física de seus empregados, consoante preconiza o art. 7º, XXII, da CF/88, bem como art. 157, I e II, da CLT, cabendo-lhe orientar seus empregados bem como tomar precauções para evitar as doenças ocupacionais. Sendo assim o autor é digno de reparação moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 23/11/2011 Publicado em: 06/12/2011 DJE/TRT23: 869/2011

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RO- 00633.2009.003.23.00-8

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: DANOS MORAIS. NEXO CAUSAL E CULPA. COMPROVAÇÃO. DEVER DE INDENIZAR. ATIVIDADE LABORAL CONSISTENTE EM MOVIMENTOS REPETITIVOS. Diante das provas dos autos e do laudo pericial, o qual foi conclusivo no sentido de que o trabalho desenvolvido pelo reclamante foi um fator de risco contributivo de doença de etiologia multifatorial, resta clara a configuração do nexo causal com a tenossinovite de Quervain noticiada. A culpa da ré, no caso em apreço, configura-se pelo fato de inobservância às normas legais configuradas na complacência como o trabalho extraordinário laborado pelo obreiro em inobservância ao intervalo intrajornada legalmente garantido, além da ausência de adoção, atempada, medidas preventivas para evitar o evento danoso, como a ginástica laboral ou a rotatividade nas tarefas. Na hipótese mostra-se devida a compensação pelo sofrimento experimentado pelo autor, cuja existência é presumível na hipótese da doença ocupacional, ainda que, na data da dispensa, se tenha atestado também que o autor já se encontrava apto ao trabalho. Valor do Dano Moral: R$ 15.000,00 (quinze mil reais) Natureza do Dano Moral: O autor laborou por mais de 26 anos na empresa ré e foi acometido por doença ocupacional denominada de Tenossinovite de Quervain, ocacionada por atividades repetitivas. A perícia médica concluiu que houve relação de concausa entra a patologia adquirida e a atividade desempenhada pelo autor, demonstrado assim o nexo causal. No tocante à culpa, esta surge na medida em que a Reclamada não proporcionava aos seus funcionários programas de prevenção de acidente, bem como submetia o autor a cumprir jornadas de trabalho extenuantes. Presentes todos os pressupostos ensejadores de reparação moral, deve a Reclamada ser responsabilizada civilmente por seus atos, nos termos dos artigos 186 e 927, caput, do Código Civil.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 23/11/2011 Publicado em: 01/12/2011 DJE/TRT23: 866/2011

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RO- 00271.2010.022.23.00-7

Relator: Desembargador João Carlos

Redatora Designada: Desembargadora Beatriz Theodoro

Ementa: DANO MORAL. QUANTUM DEVIDO. Considerados os critérios de arbitramento

levando em conta as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima, o grau de intensidade da culpa e tudo o mais que concorre para a fixação do dano, reforma-se a sentença para majorar a indenização devida a título de dano moral para o valor de R$ 25.000,00(vinte cinco mil reais). Valor do Dano Moral: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) Natureza do Dano:

A autora exercia a função de auxiliar de produção e laborava em movimentos repetitivos, resultando em fortes dores na mão e em todo o braço esquerdo, incluindo o punho e o ombro. A perícia médica diagnosticou que a autora adquiriu patologia de ombro superior (com ênfase no lado esquerdo), moléstia de caráter permanente, definitiva e irreversível, bem como concluiu que há nexo de causalidade direta entre a doença e a atividade exercida pela autora. A patologia de ombro reduziu a capacidade laborativa da autora em 14% (quatorze por cento). Durante o pacto laboral a Reclamada se isentou de proporcionar aos seus funcionários programas de prevenção de acidente, deixando de cumprir as normas estabelecidas no art. 157 da CLT c/c art. 7º, XXII da Constituição Federal. Presentes todos os pressupostos ensejadores de reparação moral, deve a Reclamada ser responsabilizada civilmente por seus atos, nos termos dos artigos 186 e 927, caput, do Código Civil.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 01/12/2011 Publicado em: 09/12/2011 DJE/TRT23: 872/2011

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RO- 01434.2010.009.23.00-9

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa:

QUANTUM. DANO MORAL. TRANSPORTE DE VALORES. O juiz fixará o

quantum indenizatório, tendo em vista as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima, o grau de intensidade da culpa e tudo o mais que concorre para a fixação do dano. Assim, levando em consideração que a atividade preponderante da reclamante consistia na venda de seguros, bem como os fatores acima descritos, tenho como razoável o montante arbitrado na origem no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), uma vez que observa o caráter punitivo/pedagógico da medida e evita o enriquecimento sem causa da vítima. Valor do Dano Moral: R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) Natureza do Dano:

O Autor foi realizava, regularmente, transporte de valores expressivos, sem ter para isso qualquer habilidade ou preparo, tendo se sujeitado a situação de risco que lhe causava medo e aflição. O Autor não foi contratado para efetuar esse tipo de atividade, não recebeu treinamento para executá-la e tampouco foi aprovado em curso de vigilante, logo, não poderia ter sido designado para realizar o transporte de valores em quantidade expressiva, sob pena de ofensa à Lei n. 7.102/83. Reveste-se de ilicitude, portanto, a determinação dada pelo Acionado ao seu empregado para proceder ao transporte de numerários em dissonância às diretrizes traçadas na legislação que regulamenta essa atividade, ressaltando-se que essa situação também se traduz em extrapolamento dos limites do poder diretivo conferido ao empregador pela ordem jurídica. Evidenciada a configuração de ato ilícito praticado pela Reclamada, devido torna-se o pagamento de indenização decorrente do dano moral causado ao Autor.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 01/12/2011 Publicado em: 06/12/2011 DJE/TRT23: 869/2011

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RO- 01338.2009.071.23.00-7

Relatora: Juíza Convocada Carla Reita Leal

Ementa: DANOS MORAIS E MATERIAIS. INDENIZAÇÃO. DOENÇA DEGENERATIVA. AGRAVAMENTO. CONCAUSA. Havendo prova de que o Autor é portador de

doença degenerativa que foi agravada pela atividade laboral, deve o empregador ser responsabilizado civilmente pelo dano, desde que presente o nexo de causalidade entre o ato omissivo e a lesão. A omissão patronal, no que concerne ao dever de zelar pela saúde do empregado, implica culpa pelo evento danoso, caracterizando o ato ilícito, em face da desobediência ao disposto no art. 157 da CLT. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano: O autor foi admitido em 2001 para exercer a função de mecânico de máquinas agrícolas e sofreu acidente de trabalho/doença ocupacional. A perícia médica diagnosticou que o autor é portador de Gonartrose Primária Bilateral, patologia degenerativa no joelho direito, bem como concluiu que a atividade exercida agiu como concausa para o agravamento da doença e que atualmente o autor encontra-se incapacitado total e permanentemente. Conforme conceitua o art. 7º, XXII da CF/88 e art. 157 CLT, o empregador tem o dever de zelar pela integridade física de seus empregados, bem como tomar precauções para evitar doenças ocupacionais. Presentes os requisitos necessários para a caracterização da responsabilidade civil de indenizar (dano, nexo causal e culpa do agente), torna-se devida a reparação moral em proveito do autor.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 01/12/2011 Publicado em: 09/12/2011 DJE/TRT23: 872/2011

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RO- 0073600-17.2010.5.23.0009

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA, DANO MORAL, ESTÉTICO E QUANTUM DEVIDO. 1. No caso dos autos, mantém-se a procedência quanto aos referidos

pedidos, tendo em vista a revelia e confissão ficta quanto à matéria de fato, a qual não foi elidida por outra prova nos autos. 2. A fixação do dano moral e estético

segue o critério de arbitramento, levando-se em conta, dentre outros elementos, as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. Encontrando-se observados esses fatores, deve ser mantido o montante fixado em primeiro grau. Valor do Dano Moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais) Natureza do Dano: O autor foi vítima de acidente do trabalho. Ao manusear um medidor o mesmo explodiu culminando em lesão física por queimadura na mão. No caso do acidente do trabalho há culpa do empregador quando não observadas as normas legais, convencionais, contratuais ou técnicas de segurança, higiene e saúde no trabalho. O empregador possui o dever de zelar pela integridade física de seus empregados, consoante preconiza o art. 7º, XXII, da CF/88, bem como art. 157, I e II, da CLT, cabendo-lhe orientar seus empregados, bem como tomar precauções para evitar as doenças ocupacionais. Sendo assim o autor é digno de reparação moral. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 01/12/2011 Publicado em: 09/12/2011 DJE/TRT23: 872/2011

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RO- 0109100-47.2010.5.23.0009

Relator: Desembargador João Carlos

Ementa: QUANTUM. DANO MORAL. TRANSPORTE DE VALORES. O juiz fixará o

quantum indenizatório, tendo em vista as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima, o grau de intensidade da culpa e tudo o mais que concorre para a fixação do dano. Assim, levando em consideração que a atividade preponderante da reclamante consistia na venda de seguros, bem como os fatores acima descritos, tenho como razoável o montante arbitrado na origem no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), uma vez que observa o caráter punitivo/pedagógico da medida e evita o enriquecimento sem causa da vítima. Valor do Dano Moral: R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) Natureza do Dano:

A autora exercia a função de vendedora de seguros e durante o pacto laboral realizou transporte de valores. Constitui ato ilícito a utilização pelo empregador, instituição financeira, dos serviços do trabalhador na realização de transporte de numerários entre cidades vizinhas, sem a devida escolta, em afronta à Lei n. 7.102/83, que dispõe em seu art. 3º que o transporte de valores será feito por empresa especializada ou por pessoal próprio especializado do Banco. Em conseqüência dessa conduta antijurídica do empregador é patente o dano moral causado à autora, que era obrigada a exercer atividades estranhas à sua função, sem a devida segurança, o que a colocava em permanente estado de medo e risco. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 01/12/2011 Publicado em: 06/12/2011 DJE/TRT23: 869/2011