artigo de ergonomia(1)

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  • 7/24/2019 Artigo de Ergonomia(1)

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    ANLISE ERGONMICA DOTRABALHO NO CANTEIRO DE OBRAS

    Resumo

    A indstria da construo civil requer de seus colaboradores a realizao de tarefas rduas.Associado a fatores tais como o pequeno ndice de treinamento que estes trabalhadores

    recebem, o sistema terceirizado de empregabilidade que muitas vezes utilizado, as baiasremunera!es pelos servios prestados e as ferramentas pouco programadas para a realizaodas tarefas, torna"se imprescindvel a realizao da anlise da tarefa, de qual forma ela estsendo realizada pelos obreiros e sobre quais circunst#ncias de trabalho.

    A utilizao da ergonomia como ferramenta de estudos visando a melhoria da qualidade deservios na construo civil um grande desafio. A dificuldade da aplicao de resultados,face ao nvel de diversidade de tarefas, a precariedade e improvisao encontrados dentro doambiente de trabalho da construo civil so obstculos ao desenvolvimento de ideias e

    planos para o alcance na qualidade de servios e produtos.

    A melhoria das condi!es de trabalho um fator significativo para bons nveis de qualidade e

    produtividade serem alcanados.$ste estudo pretende mostrar a import#ncia da introduo dos conceitos ergon%micos no setorda construo civil, procurando mostrar a interdepend&ncia eistente entre a melhoria dascondi!es de trabalho e os ob'etivos da qualidade. A ergonomia se mostra imprescindvel paraa minimizao dos riscos laborais e para a manuteno da integridade fsica e mental destestrabalhadores.

    1 Introduo

    A indstria da construo civil pela sua capacidade de gerar empregos diretos e indiretos degrande import#ncia econ%mica para o pas, no entanto, ela apresenta srios problemas emrelao (s condi!es de trabalho dos operrios, baia qualificao e altos ndices de acidentes.) levantamento e manuseio de cargas pesadas um problema em todos os pases, provocandoles!es relativamente srias responsveis quase sempre pela perda econ%mica desses. *ores nacoluna afetam +- das pessoas em pases industrializados em algum momento na vida.

    os sistemas de produo em ritmo acelerado e repetitivo, o quadro de acidentes de trabalho edoenas profissionais grave, como consequ&ncia de um problema social provenientede perdas humanas vinculadas ao processo produtivo, sendo a classe da construo civiluma das mais problemticas na questo de segurana do trabalhador. /ale ressaltar, que muitovem sendo realizado, para melhorar o ambiente de trabalho na construo civil onde asegurana e sade do trabalho esto cada vez mais presentes nos canteiros de obras.

    0 importante lembrar que o trabalho deve ser adaptado ao homem e no o contrrio e que

    somente atravs do diagn1stico da anlise de uma atividade do trabalhador em seu posto, possvel atingir de forma rpida, segura e a um menor custo, os ob'etivos visados em termosde melhoria nas condi!es de trabalho. 2ara avaliar a adaptao do trabalho (s caractersticas

    psico"fisiol1gicas dos trabalhadores, necessrio que se realize uma anlise ergon%mica doposto de trabalho abordando as condi!es de trabalho conforme estabelecido nas normasregulamentadoras do trabalho 34s5.

    2ara tal anlise, determinou"se uma A$6 3anlise ergon%mica do trabalho5 no canteiro deobras sob a responsabilidade da empresa 7istema $ngenharia 86*A. $ssa empresa atua noramo de construo civil e eltrica, reformas, administrao, servios de estruturas metlicas,edifica!es industriais, pavimentao, recuperao estrutural, terraplanagem entre outros.

    1. Re!"so #"#$"o%r&'"()

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    7egundo a A9$4:) 3Associao 9rasileira de $rgonomia5, ;entende"se por ergonomia, oestudo das intera!es das pessoas com a tecnologia, a organizao e o ambiente,ob'etivando interven!es e pro'etos que visem melhorar, de forma integrada e nodissociada, a segurana, o conforto, o bem"estar e a eficcia das atividades humanasorreo, que atua em um

    posto pr"eistente e >onscientizao que valida ( interveno ergon%micaconscientizando o trabalhador, ensinando"o a como se portar eBou melhor utilizardos processos de adapta!es ergon%micas.

    >onforme 4ibeiro 3?C5 um dos problemas que ocorre entre trabalhadores da construocivil o fato dos mesmos subestimarem os riscos eistentes no ambiente de trabalho,fato esse que ocasiona uma necessidade de treinamento e conscientizao quanto aosriscos eistentes em cada situao de trabalho bem como a forma correta de prevenode acidentes do trabalho. Duando um trabalho realizado de maneira inadequada,

    pouco programada, sabe"se que este afeta diretamente a sade do trabalhador, atravs dediversas patologias msculo esquelticas.

    >outo 3?E5 ainda relata que no eistem les!es se no houver fatores da condio ante"ergon%mica do posto de trabalho e da atividade. Atravs desta colocao, o autordemonstra as caractersticas lesivas que um trabalho pouco adaptado ao homem temsobre este. )s trabalhadores que realizam trabalho fsico pesado frequentementeapresentam artroses nas articula!es das vertebras, 'oelhos e tornozelos, devido aosrepetidos micro traumatismos 3Farras et al, GHHI5. A incid&ncia destes problemas responsvel pelas altas taas de absentesmo, pela incapacidade precoce e desgasteecessivo dos trabalhadores. 3:rand'ean, GH+?5.

    2or fim, 8ida 3?I5 enfatizou que uma das maiores dificuldades em analisar e corrigir msposturas no trabalho est na identificao e registro das mesmas, concluindo ainda que adescrio verbal no prtica porque se torna muito prolia e de difcil anlise.

    o entanto, para se obter uma melhor visualizao do risco ergon%mico, dispomos dediversos mtodos que auiliam a descrio das posturas utilizadas para realizao dedeterminadas tarefas e qual o risco ergon%mico inerente a elas. 7o eemplos destes, osmtodos )JA7, 4K8A e =)7L. 6odos so grandes auiliadores dos ergonomistas

    para anlise e correo de ms posturas.

    *ro+os"o Metodo$,%"()

    ) ob'etivo deste estudo verificar o risco ergon%mico a que so submetidos os trabalhadoresterceirizados da construo civil durante a tarefa de elevao de ferragens paraconcretagem.

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    =nicialmente foram analisados aspectos gerais referentes (s condi!es de trabalho numcanteiro especfico, sendo observados vrios fatores como@ o meio ambiente fsico, asinstala!es dos operrios, a organizao do canteiro e aspectos relacionados a seguranado trabalho.

    $m seguida, foi analisado o posto de trabalho do pedreiro. As tcnicas de anlise empregadasforam observa!es sistemticas, registro das diversas situa!es em fotografias, uso dequestionrio especfico 3n1rdico5 e entrevistas informais com as pessoas envolvidas. )mtodo escolhido para realizar estainterveno ergon%mica foi o sistema )JA7.

    .1 S"stem) O-AS

    A ferramenta )JA7 " )vaMo JorMing 2osture AnalNsing 7Nstem um mtodo prtico paraavaliar posturas de trabalho que so desfavorveis. 0 baseado na anlise simples e sistemtica

    para a classificao de posturas de trabalho, a partir da observao das atividades de trabalho.

    7ua aplicao avalia os postos com fundamento em O? posturas tpicas a partir da combinaode C posi!es tpicas do dorso, P posi!es tpicas dos braos, O posi!es tpicas das pernas

    >onsidera ainda a carga submetida em termos de peso e a fase da tarefa sob anlise..Mtodos

    ) canteiro de obras, onde se desenvolveu esta pesquisa, continha doze trabalhadores.

    ) canteiro foi dividido em ? reas de trabalho, devido as mudanas de posicionamento dotrabalhador que ocorriam com frequ&ncia.

    Qoi realizado um questionrio n1rdico dos sintomas musculoesqueltico para coletar dadossobre as queias dolorosas e foi eplicado o motivo da pesquisa para os trabalhadores. 2aramelhor visualizao foram feitas fotografias do canteiro e dos obreiros durante a realizao datarefa por um perodo de trabalho. 4ealizada a coleta de dados, foram elaborados grficos

    para demonstrar os resultados. As fotografias foram analisadas e as posturas avaliadas nossoftRare $rgol#ndia para classificao dos riscos.

    / An&$"se dos resu$t)dos

    >omo no eiste formalmente um processo de treinamento dos pedreiros, cabe ao engenheiroresponsvel da eecuo da obra, organizar e verificar o correto uso dos insumos.

    As posturas assumidas no trabalho refletem"se nos problemas de sade e nas queiasconstantes de dores lombares. )s pedreiros no recebem treinamento ou orientao paraadoo de posturas corretas na eecuo das atividades.

    /.1 0uest"on&r"o N,rd"(o dos S"ntom)s Mus(u$oesue$t"(o

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    /. Gr&'"(os dos resu$t)dos

    Qigura G " 7intomas msculo"esquelticos

    Qigura ? " 2artes do corpo onde os trabalhadores sentem mais dores

    /./ An&$"ses d)s +ostur)s

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    /.2 An&$"ses do $o()$ de tr)#)$3o

    a construo civil encontramos um ambiente hostil e o trabalho se desenvolve sob ainflu&ncia de agentes fsicos e qumicos, tais como@ calor, vibra!es, rudos e poeira. )sefeitos desses agentes so fatores determinantes da velhice e doena profissional dosoperrios.

    A interveno nesse ambiente de trabalho, ou se'a, a adoo de medidas que minimizem odesconforto do operrio quando em atividade, muito difcil, pois ele provis1rio, e osmateriais utilizados produzem muita poeira e su'eira. 0 importante enfatizar que nesse

    processo de participao dos trabalhadores no deve ser limitada ( uma simples coleta deopini!es, mas deve servir de grande aulio na descrio da realidade do trabalho.

    $m relaoao ambiente fsico de trabalho@ qualidade do ar, ambiente acstico, trmico e lumnico estaobra no se diferencia muito das outras, ou se'a, o ambiente agressivo ao operrio, comgrande nvel de rudos e a maioria dos postos de trabalho esto su'eitos ( ao do sol, calor,frio e chuva. 2or ser uma obra de construo em campo aberto, um grande problemaapresentado quanto ( movimentao de ar que muito forte e faz levantar muita poeira. Avariao trmica, conforme as condi!es climticas pre'udicam quando a temperatura elevada ou muito baia, ha'a vista, que a atividade demanda um gasto energtico muitogrande. >om relao ( segurana, ressaltamos o fato do operrio trabalhando no alto daconstruo, eecutando a elevao das ferragens sem a utilizao de equipamentos que evitemuma possvel queda para fora da edificao.

    o canteiro, o acesso e deslocamento ao posto de trabalho, de uma forma geral, possuem

    condi!es insatisfat1rias. ) trabalho em grande parte concentrado na parte superior daconstruo e os obreiros t&m de subir ou descer por uma escada sempre que necessrio.

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    ) afastamento dos materiais se mostra um dos maiores problemas, ' que se encontram todosno pavimento trreo e consequentemente distantes do trabalho.

    ormalmente, os tempos produtivos so muito baios, o transporte e deslocamentos ocupamgrande porcentagem do tempo de trabalho. *evemos tambm considerar vrias paradas pararecuperao de energia, espera de material ou atividades auiliares que diminuem a

    produtividade. A altura dos materiais um fator que gera vrias situa!es desfavorveis.

    As imagens a seguir mostram algumas das dificuldades encontradas@

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    2 Re(omend)4es Er%on5m"()s

    >onsidera"se que com a implantao das seguintes recomenda!es se'a possvel obtermelhorias considerveis para os trabalhadores 3sem grandes gastos para a empresa5 comaumento de produtividade na obra@

    Ktilizao de cavaletes metlicos para montagem de andaimes, alm de tablados de madeiraconfeccionados eclusivamente para esta finalidade

    >ordas de proteo sinalizadas em volta de todos os andares onde a alvenaria ainda no foieecutada

    >oordenao eficiente do abastecimento do pedreiro para evitar o alto ndice dedeslocamentos e transportes, os materiais devem estar o mais a mo possvel

    =mplantao de sistema permanente de treinamento e instruo no canteiro de obra,viabilizando a aquisio de constantes melhorias e maior percepo de qualidade e seguranade vida ao pedreiro no posto de trabalho.

    Felhorar fatores motivacionais relacionados a satisfao do trabalho 3crescimento,reconhecimento, maior responsabilidade, participao em decis!es5 e tambm fatores de

    higiene relacionados ( insatisfao do trabalho 3condi!es de trabalho, salrios, relao comchefia e poltica da empresa5, orienta!es sobre adoo de posturas corretas

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    >ursos profissionalizantes.

    6 Con($uso

    o artigo realizado no S=== 7imp1sio de $ngenharia de 2roduo, 7=F2$2, 3?E5 os autorescitam@ ;A oferta de mo de obra para a construo civil abundante, pois normalmente no

    requer grau de escolaridade. )s trabalhadores que no conseguem se adaptar a estemodelo de produo, so substitudos. 7abendo deste fato, os obreiros acabamrealizando as tarefas ordenadas sem grandes questionamentos ou solicita!es. $lessofrem a presso constante do desemprego, da substituio rpida, sem garantias, eacabam por aceitar esta forma de realizao do trabalho