artigo - classificação de hortaliças e frutas

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  • ISSN 1415-3033Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    43

    Classicao de hortalias e frutas

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    Braslia, DFDezembro, 2006

    Autores

    Rita de Ftima Alves LuengoEng. Agr., Dr.

    Embrapa HortaliasC. Postal 218

    70359-970 Braslia, DF

    Adonai Gimenez CalboEng. Agr., PhD.

    Embrapa Instrumentao AgropecuriaC. Postal 741

    13561-160 So Carlos, SP

    A utilizao dos sistemas de classificao um meio eficiente de organizar e desenvolver a comercializao de hortalias e frutas. A utilizao da embalagem adequada ao produto, somada classificao, valoriza o produto e permite operaes logsticas mais rpidas.

    Classificao de hortalias e frutas refere-se comparao de determinado produto com padres pr-estabelecidos (Figura 1). O julgamento obtido dessa comparao que permite fazer o enquadramento do produto em grupo, classe e tipo, tornando possvel uma interpretao nica. A classificao deve ser atualizada com o desenvolvimento de novas cultivares, com referncias de cor, forma e tamanho.

    O objetivo de classificar hortalias e frutas facilitar e agilizar a comercializao para que comprador e vendedor reconheam a mercadoria sem necessidade direta de sua visualizao. Atualmente, com a expanso da informtica e dos meios de comunicao distncia, em termos de programas utilitrios e facilidade de acesso e operao das mquinas, a tendncia agilizar operaes de comercializao sem visualizao direta do produto em negociao e, para que isto ocorra, a classificao de hortalias e frutas condio bsica e necessria para viabilizar

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  • 2 Classificao de Hortalias e Frutas

    negcios. Um bom exemplo so produtos produzidos no interior de determinado estado e que pode ser comercializado na capital sem necessidade de deslocamento do produtor ou do comprador, porque o produto classificado pode ser negociado por telefone ou internet. No caso da internet h ainda a possibilidade de fotografar a carga. Se o produto estiver classificado, o produtor sabe como o produto que vendeu e o comprador sabe como o produto que comprou, mesmo sem v-lo.

    Fig. 1. A classificao uniformiza tamanho e o estdio de maturao de frutas e facilita a comercializao dos produtos hortcolas.

    Os principais benefcios de se classificar hortalias e frutas so:

    Apresentao: melhorar a apresentao do produto, uniformizando as caractersticas de tamanho, cor e forma contribui para aumentar a atratividade do produto;

    Agregao de valor: permitir recompensar economicamente produtos com qualidade superior, estimulando sua contnua melhoria;

    Economia: evitar que produtos inadequados ao consumo sejam transportados e cuidados para depois serem descartados, evitando trabalho

    intil, assim como a contaminao de produtos sadios por aqueles contaminados com fungos e/ou bactrias;

    Otimizao da distribuio: economizar tempo de negociao e manuseio do produto at o consumidor final, reduzindo perdas ps-colheita e contribuindo para maior valor nutricional das hortalias;

    Conhecimento do mercado: permitir conhecer melhor a aceitao e preferncia dos consumidores e se preparar para atender o mercado e conseguir sucesso na comercializao;

    Satisfao do consumidor: atender melhor ao consumidor, que compra um produto que corresponde plenamente ao seu desejo quando se decidiu pela compra.

    Legislao brasileira

    A Instruo Normativa Conjunta n 009, de 12 de novembro de 2002 (BRASIL, 2002) foi instituda entre o Ministrio da Agricultura, Ministrio da Sade e o Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior com trs objetivos principais. O primeiro objetivo foi regulamentar o acondicionamento, manuseio e comercializao dos produtos hortcolas in natura em embalagens prprias para a comercializao, visando proteo, conservao e integridade dos mesmos. O segundo foi assegurar a verificao de informaes a respeito da classificao dos produtos hortcolas. O terceiro objetivo foi assegurar a obrigatoriedade da indicao quantitativa e qualitativa do contedo da embalagem.

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  • 3Classificao de Hortalias e Frutas

    Comparando esta legislao com a legislao anterior, a Portaria n 127 de 04 de outubro de 1991 (BRASIL, 1991), existem quatro diferenas que implicam mudanas no dia-a-dia dos diferentes elos da cadeia de hortcolas que interagem com embalagens.

    Uma das mudanas refere-se necessidade de higienizao das embalagens quando estas forem retornveis. A razo deste procedimento para evitar transmisso de doenas fitopatognicas por fontes de inculo que ficam na superfcie da caixa e que podem passar de um produto para outro se forem acondicionados na mesma embalagem. Na colheita e no manuseio do produto podem haver danos mecnicos e estes danos funcionam como porta de entrada para os patgenos que podem estar na superfcie da caixa.

    Outra mudana importante a necessidade das embalagens terem medidas externas paletizveis, preferencialmente submltiplas do plete padro brasileiro, que mede 1,00 m (um metro) por 1,20 m (um metro e vinte centmetros). O motivo desta determinao para facilitar a carga e descarga mecnica das embalagens, usando pletes para acomodar um conjunto de embalagens e empilhadeiras para realizar a operao. Se a embalagem possuir medidas externas paletizveis, a utilizao da rea til do plete ser otimizada, dando maior segurana carga e economia ao trabalho. Para se ter uma idia da importncia deste ajuste, o tempo mdio para carregar ou descarregar um caminho com 13 toneladas de produto, considerando o trabalho de dois homens, de duas horas e vinte minutos. Se a mesma operao for realizada com uma empilhadeira e caixas agrupadas em

    pletes, este tempo ser de apenas vinte minutos e ser realizado por um s homem. Esta reduo de tempo implica na reduo de filas de espera e necessidade de espao fsico para acomodar muitos caminhes em operao de carga ou descarga de mercadoria. Todas as operaes logsticas associadas tornam-se mais geis. Cabe registrar que vrios pontos de recepo e ou expedio de carga j tm plataformas na altura das carrocerias dos caminhes, o que facilita o trabalho com empilhadeiras.

    Fig. 2. Uma das caractersticas mais importantes das embalagens serem paletizveis.

    Uma novidade da atual legislao a indicao quantitativa e qualitativa do contedo da embalagem. A razo desta informao facilitar a deciso do cliente no momento da compra, pois a tendncia que haja muitas opes de embalagens com o mesmo produto, variando a quantidade ofertada e o tipo de produto (variedade, classificao, por exemplo). A diversidade de embalagens dever atender aos diferentes consumidores finais

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  • 4 Classificao de Hortalias e Frutas

    de hortalias e frutas. Assim, cozinhas industriais demandaro embalagens maiores, com maior quantidade de produto, cozinhas residenciais demandaro embalagens com quantidades menores de produto, famlias de um (solteiros, estudantes, separados, idosos) demandaro uma embalagem proporcional ao consumo de uma pessoa. Cabe aqui um comentrio sobre uma embalagem muito usada na comercializao de hortalias e frutas, que uma caixa de madeira. Esta embalagem no contm indicao quantitativa nem qualitativa da carga, mas representa o volume formador de preo no mercado atacadista. A tendncia do mercado ser a remunerao por peso, no mais por volume, e a indicao quantitativa e qualitativa do contedo na embalagem facilitar e dar transparncia na comercializao de hortalias e frutas.

    A quarta diferena na lei vigente de embalagens hortcolas diz respeito rotulagem, que visa principalmente identificar a origem ou local de produo da hortalia ou fruta e permitir a rastreabilidade da cadeia produtiva, seja para localizar a origem de algum problema, seja para localizar e conhecer locais de produo de produtos de qualidade reconhecida pelo mercado.

    Tendncias na distribuio de hortalias e frutas

    Os supermercados so clientes importantes de embalagens para hortalias e frutas porque tm aumentado bastante sua participao como equipamentos de distribuio de hortcolas, com tendncia de participao ainda maior devido ao crescimento do varejo (CHAIM, 1999). Esta

    tendncia de aumento da participao do varejo implica diretamente na importncia da embalagem para comercializar os produtos. Em um supermercado grande, com mais de 100 caixas registradoras, em geral h cerca de 70.000 itens de produtos. Um xampu marca A considerado um item e um xampu marca B considerado outro item, por exemplo. Para o supermercado, o setor de perecveis totaliza cerca de 300 itens distribudos em padaria, aougue, frutas, hortalias e, recentemente, flores. A participao percentual do setor de perecveis no faturamento da loja mudou nos ltimos dez anos de 4% para algo em torno de 17%. Se 0,43% dos produtos (300/70.000) respondem pelo faturamento de 17% de uma loja, estes 300 itens merecem ser tratados de uma forma muito especial. Ento, os supermercados comeam a se interessarem pela rea e tm considerado que para as frutas e as hortalias as embalagens so importantes para reduzir perdas e para aumentar os lucros.

    Fig. 3. Os supermercados so cada vez mais importantes na venda de frutas e hortalias.

    A padronizao de produtos e de embalagens passa a ser cada vez mais importante para a comercializao, que incorpora dia a dia, novos recursos da

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  • 5Classificao de Hortalias e Frutas

    informatizao e busca racionalizar e reduzir o custo de processamento em face da alta competitividade no ltimo segmento do setor - o varejo. GARCIA (2005) afirma que a organizao do setor frutcola nacional com qualificao da mo-de-obra e sistema de padronizao o tornam mais competitivo tanto no mercado interno como no mercado externo.

    Atualmente, predomina em todo o mundo a tendncia de diferenciao dos gneros de origem agropecuria, acompanhando a sua crescente especializao no atendimento de nichos mercadolgicos cada vez mais especficos. Ao contrrio das iniciativas predominantes at o final da dcada passada, pelas quais se priorizava a produo e o comrcio de mercadorias agrupadas, sem diferenciao ou segmentao baseada em critrios mais especficos de qualidade, o que se busca hoje a oferta de mercadorias produzidas e apresentadas segundo critrios de qualidade definidos por um mercado segmentado e com caractersticas prontamente identificveis e reconhecveis pelo consumidor.

    Os produtos hortcolas tambm se enquadram neste cenrio, sendo cada vez mais exigida a busca de inovaes tecnolgicas nos sistemas de produo das frutas e hortalias, bem como nas suas formas de tratamento ps-colheita, acondicionamento, embalagem e apresentao ao mercado. Por outro lado, o crescimento do consumo e a valorizao da imagem dos produtos hortcolas trazem, sem dvida, um cenrio promissor ao desenvolvimento global da atividade olercola nacional.

    Neste contexto, os desafios representados pelas demandas das modernas logsticas

    e racionalidades da distribuio varejista levam necessidade de implementao de grandes e profundas mudanas nos sistemas de produo e de comercializao das hortalias e frutas. A envergadura e a urgncia com que tais mudanas devem ocorrer constituem-se, ao mesmo tempo, em uma grande oportunidade e em uma enorme ameaa sobrevivncia da olericultura empresarial brasileira.

    Referncias Bibliogrcas

    BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organizao e logstica empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. 532 p.

    BANZATO, J.M. A integrao das embalagens dentro do sistema logstico. Disponvel em: Acesso em: 12 set 2005.

    BRASIL. Instruo Normativa n 009, de 12 de novembro de 2002. Embalagens de produtos hortcolas. Dirio Ocial, Braslia, 12 nov. 2002.

    BRASIL. Portaria n 127, de 4 de outubro de 1991. Embalagens de produtos hortcolas. Dirio Ocial, Braslia, 04 out. 1991.

    CHAIM, N.A. Mudanas no abastecimento de frutas, legumes e verduras e o papel dos supermercados. Tese (Mestrado em Agronomia) Universidade Federal de Uberlndia. Uberlndia, 1999. 110 p.

    CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Ps-colheita de frutos e hortalias: fisiologia e manuseio. Lavras: ESAL; FAEPE, 1990. 320 p.

    GARCIA, J.L. Comrcio de frutas na Europa. Disponvel em: Acesso em: 12 set 2005.

  • 6 Classificao de Hortalias e Frutas

    IVANCKO, S.B. Escolha de embalagens para frutas e verduras. In: FNP CONSULTORIA & AGROINFORMATIVO. Agrianual 2002: Anurio da Agricultura Brasileira. So Paulo, 2002, p.40.

    KOTLER, P. Administrao de linhas de produtos, marcas e embalagens. In: KOTLER, P. Administrao de marketing: anlise, planejamento, implementao e controle. So Paulo: Atlas, 1998. cap.15, p.382-411.

    LUENGO, R.F.A. Dimensionamento de embalagens para comercializao de hortalias e frutas no Brasil. Tese (Doutorado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. 2006. 75 p.

    MENDES, M.; TIMOSSI, A. J.; HARADA, E. Frutas: rentabilidade e desempenho recente.

    In: FNP CONSULTORIA & AGROINFORMATIVO. Agrianual 2002: Anurio da Agricultura Brasileira. So Paulo, 2002, p.22-26.

    OLIVEIRA, C.L.; NEVES, M.F.; SCARE, R.F. Embalagens para alimentos com enfoque em marketing: projetos e tendncias. In: NEVES, M.F.; CASTRO, L.T. (eds.). Marketing e estratgia em agronegcio e alimentos. So Paulo: Atlas, 2003. p.147-161.

    PELEG, K. Produce handling, packing and distribution. Westport: AVI Publishing, 1985. 625 p.

    ROSENBLOOM, B. Canais de marketing: uma viso gerencial. So Paulo: Atlas, 2002. 557 p.

    VADA, G. Principais tipos de embalagens utilizados no mercado atacadista de So Paulo. So Paulo: CEAGESP, 1999. 16p.

    Circular Exemplares desta edio podem ser adquiridos na: Tcnica, 43 Embrapa Hortalias Endereo: BR 060 km 9 Rod. Braslia-Anpolis C. Postal 218, 70.539-970 Braslia-DF Fone: (61) 3385-9009 Fax: (61) 3385-9042 E-mail: [email protected]

    1a edio 1a impresso (2006): 200 exemplares

    Ministrio da Agricultura,Pecuria e Abastecimento

    Comit de Presidente: Gilmar P. Henz Publicaes Secretria-Executiva: Fabiana S. Spada Editor Tcnico: Flvia A. Alcntara Membros: Alice Maria Quezado Duval Edson Guiducci Filho Milza M. Lana Expediente Supervisor editorial: Sieglinde Brunne Editorao eletrnica: Jos Miguel dos Santos

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