artigo cálculo de honorários odontológicos
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CÁLCULO DE HONORÁRIOS ODONTOLÓGICOS
Carine Gomes Valois Coutinho¹
Laiane Costa de Oliveira¹
Adriana Andrade Castro²
¹Graduandas do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, Ba. ²Docente da disciplina Clínica odontológica IV do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, Ba.
RESUMO:
Introdução: A expressão honorário refere-se a uma espécie de contraprestação
recebida pelos profissionais que exercem a profissão liberal. O capítulo VIII, art 19 do
Código de Ética Odontológica estabelece critérios para fixação do honorário que deve
ser calculado em cima dos gastos e rendimento desejado. Objetivo: discutir acerca da
fixação dos honorários do cirurgião dentista para que este adquira competência para
cobrar justa e corretamente pelos seus serviços, permitindo-lhe um salário profissional
condigno com sua profissão. Conclusão: Faz-se necessário que o profissional
estabeleça devidamente os valores cobrados em seu consultório e saiba quanto custa
sua hora clínica. Além do que mais pesquisas na área administrativa e gerencial no
contexto odontológico devem ser realizadas, para que as lacunas existentes de
informações possam ser melhor supridas.
INTRODUÇÃO
A Organização Internacional do
Trabalho (OIT) refere-se à
remuneração como sendo atribuída ao
resultado de um trabalho e ao tempo
utilizado na realização do mesmo
(Cherchiglia, 1994)
Para os diferentes tipos de
prestação de serviço há diferentes
formas de remuneração, a exemplo dos
honorários, que são um resultado da
prestação de serviço por um
profissional liberal, condição que se
aplica ao cirurgião-dentista (Daruge,
2008).
O termo honorário tem origem
latina honorarius que significa conferir
honra e dar créditos a alguém. (Cunha,
2010) Tal conceito se estabeleceu na
Roma Antiga quando se percebeu que
alguns serviços traziam diferenciação
na sua execução e, portanto deveriam
influenciar na sua retribuição. Assim,
trabalhos manuais que permitiam uma
avaliação, consentiam a fixação de um
preço justo enquanto os que exigiam
sabedoria, dedicação e sacrifício para
sua execução inviabilizava estipulação
precisa de uma remuneração. Julgaram
que tais atividades deveriam além de
cobrir as despesas do profissional,
reconhecer o favor empenhado em sua
prestação, surgindo a expressão
honorários para dignificar esses
préstimos. (Graça Leite, 1962)
O capítulo VIII, art 19 do Código
de Ética Odontológica estabelece
critérios para fixação de honorários,
como condição socioeconômica do
paciente e da comunidade; o conceito
do profissional; o costume do lugar; a
complexidade do caso; o tempo
utilizado no atendimento; o caráter de
permanência, temporariedade ou
eventualidade do trabalho;
circunstância em que tenha sido
prestado o tratamento; a cooperação
do paciente durante o tratamento; o
custo operacional; e, a liberdade para
arbitrar seus honorários, sendo vedado
o aviltamento profissional. (Conselho
Federal de Odontologia, 2012)
Nesse sentido, o objetivo do
presente trabalho foi discutir acerca da
fixação dos honorários do cirurgião
dentista para que este adquira
competência para cobrar justa e
corretamente pelos seus serviços,
permitindo-lhe um salário profissional
condigno com sua profissão. O mesmo
se justifica diante de um mercado
competitivo e saturado, onde muitos
cirurgiões-dentistas têm enfrentado
problemas causados, principalmente,
pela falta de conhecimento
administrativo. Sendo o consultório
odontológico uma empresa que, assim
como qualquer outra, tem seus gastos
fixos, variáveis, além de constantes
investimentos. Portanto, para lograr
êxito nos aspectos administrativos, é
indispensável ao profissional o
conhecimento do cálculo de seus
honorários. (Sousa et. al., 2012)
CRITÉRIOS PARA A FIXAÇÃO DOS
HONORÁRIOS: ASPECTOS ÉTICOS
E LEGAIS
A fundamentação dos
honorários odontológicos deve estar
nos critérios éticos e legais
estabelecidos pelo Código de Ética
Odontológica e Código Civil. No Código
de Ética Odontológica, art. 19, 20 e 21
são fundamentadas algumas
proposições a serem consideradas na
aplicabilidade dos honorários
profissionais. O capítulo VIII, art. 19,
estabelece critérios para fixação de
honorários, tais como condição
socioeconômica do paciente e da
comunidade; o conceito do profissional;
o costume do lugar; a complexidade do
caso; o tempo utilizado no atendimento;
o caráter de permanência,
temporariedade ou eventualidade do
trabalho; circunstância em que tenha
sido prestado o tratamento; a
cooperação do paciente durante o
tratamento; o custo operacional; e, a
liberdade para arbitrar seus honorários,
sendo vedado o aviltamento
profissional. (Conselho Federal de
Odontologia, 2012) Estes critérios
norteiam os deveres ético-profissionais
do cirurgião-dentista, destacando-se os
princípios da lealdade, honestidade,
probidade, diligência, publicidade e
independência. (Motta et. al., 2011)
As circunstâncias em que tenha
sido prestado o tratamento podem ser
acrescidas aos valores dos honorários,
como taxa de urgência, deslocamento,
adicional noturno, entre outros. São
custos operacionais não previstos
rotineiramente, mas que, por onerarem
o profissional liberal, podem ser
repassados aos pacientes. (Motta et.
al., 2011)
O Código do Consumidor
estabelece que um orçamento deva ser
entregue contendo o tempo previsto de
execução do serviço. Para Motta et. al.,
2011 o termo previsão de custos é
mais bem aceito ao invés de
orçamento, uma vez que os
procedimentos podem exigir refeituras
ou prolongamento do tratamento por
razões inerentes à patologia ou
conduta do próprio paciente.
O novo Código Civil Brasileiro
estabelece no Capítulo VII, art. 594 que
toda a espécie de serviço ou trabalho
lícito, material ou imaterial, pode ser
contratada mediante retribuição.
(Brasil, 2002) Esse Código, assim
como o Código de Defesa do
Consumidor, não obriga que as
prestações de serviços sejam
contratadas por escrito, sendo válido o
trabalho realizado mediante acordo
verbal, que na grande maioria das
vezes, não é motivo de contestação.
Formas e desdobramentos quanto ao
pagamento devem ser acordados com
clareza, como pagamento em parcelas,
pagamento por unidade de serviço
concluído, estabelecimento de prazos,
uso de tabelas, etc. A lide, quando
ocorre, dá-se quando o paciente torna-
se devedor ou quando, não satisfeito
com o serviço prestado (ou não
prestado), questiona seu valor. (Motta
et. al., 2011)
Com relação ao tempo
despendido em um tratamento, não
resta dúvida quanto à maior
valorização de unidades de trabalho
que são extensas ou complexas. O
Código de Ética, neste caso, legitima a
possibilidade de haver ajustes dos
honorários, quando o caso exigir
dedicação por períodos maiores do que
o esperado ou quando o tempo for
abreviado. (Motta et. al., 2011) Em
relação ao tempo do tratamento, que
compõe uma variável importante na
composição dos valores,
principalmente em ortodontia, o art. 598
e o 600 do Código Civil Brasileiro
(Brasil, 2002) deixa claro sobre a
cobrança de prestação do serviço:
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, embora o
contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra.
Art. 600. Não se conta no prazo do
contrato o tempo em que o prestador
de serviço, por culpa sua, deixou de
servir.
CÁLCULO DOS HONORÁRIOS
Em nível de consultório ou
escritório, que são uma organização
pequena, é fundamental que o
profissional conheça e controle os itens
que geram seu custo (Ribeiro, 2007)
Os custos, de uma maneira geral,
podem ser fixos e variáveis. O
referencial de mercado restringe os
valores a serem cobrados de acordo
com o poder econômico da sociedade
em que se exerce a profissão.
Compreende, contudo, critérios
subjetivos e objetivos na sua
composição. No gerenciamento dos
custos existem planilhas que podem
auxiliar os profissionais a calcular seus
custos fixos e variáveis mensais, de
acordo com fórmulas matemáticas
simples. (Motta et. al., 2011)
De todos os procedimentos
odontológicos, o exame inicial do
paciente é o que gera mais dúvidas e
situações conflituosas. Nela, o cirurgião
– dentista dedica parte do seu tempo a
um paciente e não cobrar garante um
prejuízo de pelo menos o custo de sua
hora de trabalho (Farah, 1997).
Considerando que o objetivo da
primeira sessão é determinar as
necessidades do paciente através de
um exame completo que encerra a
parte mais justa do tratamento em
saúde, o diagnóstico, a cobrança
parece ser indiscutível (Cordeiro, 1997;
Farah, 1997; Pankey e Davis, 1997)
*Controle de custos
O fato de se acompanhar e
anotar as despesas é uma forma de
controlar e minimizar os custos. A
observância do estoque de materiais,
arquivando a nota fiscal, e o
pagamento em dia dos encargos
sociais são exemplos de como
controlar os custos. O descontrole gera
multas e juros, que aumentam
desnecessariamente os custos e,
algumas vezes, podem prejudicar a
imagem do profissional. (Ribeiro, 2007)
*Custo fixo do consultório
Os custos fixos são valores que
independem da produção. Ex: aluguel
ou amortização do imóvel, condomínio,
salário de funcionários, impostos e
taxas, anuidades, telefone, energia,
outros. Independente do movimento do
consultório estes valores são os
mesmos e devem ser pagos.
Normalmente alguns custos
fixos são os maiores, implicam ao
profissional compromissos de maior
monta, como a compra de um conjunto
ou casa, troca do equipamento,
aquisição de um computador. Afora o
fato de serem os de maior monta, não
podem ser lançados ao livro caixa
como despesa. Pela legislação só
podem ser amortizados ao percentual
de 10 % ao ano. Sua característica é
a diminuição na participação percentual
à medida que a receita vai tendo
acréscimos, pela permanência
constante dos valores do custo fixo.
(Ribeiro, 2007)
Um valor fixo médio X deverá
ser dividido por 20 (média de dias úteis
do mês). O valor encontrado dividido
por 8 (que corresponde a horas
trabalhadas no dia). O resultado
dividido por 60 (número de minutos em
uma hora), o resultado encontrado é o
custo fixo do consultório por minuto,
independentemente da produção.
(Conselho Regional de Odontologia do
Paraná)
*Depreciação do equipamento
Constitui qualquer declínio no
potencial de serviços ocorridos por
deterioração física gradual ou abrupta
do equipamento. Calculada em função
do período médio de vida útil dos
equipamentos, estimada em 10 anos, e
da possibilidade da reposição ou troca
do equipamento obsoleto. O valor do
consultório deve ser dividido por 10
(quantidade de anos), dividido por 11
(quantidade de meses trabalhados por
ano), dividido por 20 (média de dias
úteis do mês), dividido por 8 (horas
trabalhadas no dia), dividido por 60
(minutos em uma hora). O resultado
obtido é o da depreciação do
consultório por minuto. (Conselho
Regional de Odontologia do Paraná)
*Planilha de custos variáveis
Custo variável é aquele
dependente da produção, ou seja, se o
profissional produzir algo. Os custos
variáveis acontecem proporcionalmente
à quantidade de trabalho executado, a
exemplo de despesas com materiais
dentários em geral, serviços de
protético, impressos, material de
limpeza e escritório, variações no uso
do telefone, no consumo de energia,
etc. ).
Devem merecer atenção
especial os que possam significar
participação percentual expressiva
como, por exemplo, os impostos de
renda, que podem variar entre 20 e
30% ou mais; juros de empréstimo,
cheque especial ou cartão de crédito,
que igualmente podem oscilar em taxas
acima de 10%. (Ribeiro, 2007)
*Principais impostos e taxas
Os tributos e contribuições que
o empresário precisa recolher para os
governos federais, estaduais e
municipais são variados, dependem do
tipo de atividade explorada e são
realizados em diferentes datas do mês.
Os principais tributos e contribuições
pagas podem ser a nível federal (IRPJ,
IPI, CSLL, Cofins, PIS/Pasep e CPP),
estadual (ICMS) e municipal (ISS).
(Brasil)
*Noção do valor da hora clínica
Para se ter noção do valor da
hora clínica deve-se somar gastos fixos
(aluguel, condomínio e outros) com os
gastos variáveis (energia, água,
equipamentos comprados e outros).
Após essa soma, deve-se contar a
quantidade de dias trabalhados por
mês e dividir o valor dos gastos de
cada mês pelo número de dias
trabalhados. Dessa forma, obtém-se o
valor médio gasto por dia. Deve-se
contar a quantidade de horas
trabalhadas por dia e dividir o gasto
médio por dia pelo número de horas,
obtendo-se o quanto é gasto por hora.
Qualquer trabalho feito, por mais
simples que seja, por menos material
que gaste, se custar menos ou igual ao
valor gasto por hora resultará em
prejuízo, mas se resultar em mais do
que se gastou representará lucro.
Ao valor final anterior não se
somou o salário do profissional. Deve
ser acrescentado à conta mensal o
salário mensal. Também deve ser
acrescentada uma quantidade mensal
referente a gastos emergenciais e uma
quantidade para comprar
equipamentos novos e fazer reforma -
custo da depreciação. Repetir as
contas para chegar ao valor de cada
hora, obtendo-se o custo por hora real.
* Demonstração do cálculo
Em um consultório, os custos
somam R$ 3.000,00 mensais.
Dividindo esse valor pelos dias
disponíveis em um mês normal de
trabalho = R$ 150,00 (valor médio
gasto por dia). Atendendo 8 horas por
dia, de 2ª a 6ª feira, tem-se um valor
gasto por hora de R$ 18,75 (sem
descontar o tempo gasto em consultas
não remuneradas e faltas e buracos na
agenda).
Se no final do mês se deseja
render R$ 5.000,00 de salário, usando
a mesma lógica anterior, este valor
corresponde a R$ 31,25 por hora.
Temos então: R$ 18,75 (gastos) + R$
31,25 (lucro)= R$ 50,00. Este é o valor
por uma hora de trabalho.
Assim, se 30 minutos são gastos em
uma consulta, cobrando R$ 25,00,
todos os custos e o rendimento
desejado serão obtidos no final do mês.
Caso se execute um procedimento,
deverá ainda incluir os custos variáveis
deste.
*Como chegar ao preço final do
procedimento?
Em todo o processo do cálculo
do preço é fundamental conhecer o
tempo médio gasto para realizar cada
procedimento clínico, para que se
possa conhecer o quanto é
representado, em tempo, cada serviço
que é executado.
Supondo que se gaste 15
minutos para fazer uma restauração,
terá um custo fixo de R$ 12,50 (R$
50,00 dividido por 60 minutos x 15).
Somando isso ao custo variável do
procedimento (preço dos matérias
dividido pela quantidade de
restaurações = resultado) e o da
depreciação do equipamento tem-se o
preço final a ser cobrado.
Sintetizando: considera-se o
tempo para realização do
procedimento; multiplica-se o tempo
pelo valor do minuto do custo fixo;
soma-se o valor do custo variável para
o procedimento= valor final do
procedimento. (Conselho Regional de
Odontologia do Paraná)
CONVÊNIOS E CREDENCIAMENTOS:
A DURA REALIDADE DOS
“CONTRATOS PRONTOS”
Para muitos profissionais
liberais, entre eles o cirurgião-dentista,
a cobrança de honorários é realizada
coforme a concorrência e a melhor
opção para conquistar o cliente (Grec e
Daruge, 1999). Este método, porém,
acarreta consequências desastrosas e
implica na criação de serviços com
custos irrisórios, como nas “chamadas
clinicas populares”, que são frequentes
em muitos centros urbanos. Uma
realidade a qual, infelizmente, muitos
profissionais se submetem depois de
gastar dinheiro com sua formação,
acarretando a desvalorização da classe
odontológica (Broges et. al., 1987;
Lednik 2003).
Na prática odontológica, na vida
acadêmica e na atuação junto as
entidades de classe é cada dia maior o
número de problemas enfrentados pelo
cirurgião-dentista em relação ao
mercado de trabalho. A má distribuição
de renda e a diminuição do número de
pacientes em condições de buscar
tratamento em consultório particular
obrigam muitos profissionais a se
submeterem a convênios e estes, por
conta da oferta, fixam valores aviltantes
a dignidade profissional,
desrespeitando inclusive o Código de
Ética Odontológica. (Zimmermann e
Pinheiro 1998)
Há alguns anos, o atendimento
odontológico era executado
basicamente por dois sistemas: o
particular, no qual os pacientes
custeavam seus próprios tratamentos,
e o público, pelo qual os cirurgiões-
dentistas, por meio de nomeação,
concurso ou contrato atendiam
gratuitamente clientes de diversas
instituições, trabalhando como
empregados. (Garcia e Cobra, 2004)
Recentemente, houve a
inclusão de formas de contratos,
convênios e credenciamentos quando
os profissionais, na tentativa de buscar
uma ampliação do seu mercado de
trabalho, aceitaram e formalizaram nas
suas clinicas particulares esses
contratos de prestação de serviços com
empresas e instituições interessadas
em atender funcionários empregados e
familiares. Este sistema é interessante
para empresas e instituições por
fornecer um atrativo para seus
funcionários, porem o mesmo não é
observado para quem presta os
serviços. Os convênios são uma
espécie de “contratos prontos” não
oriundos de um entendimento entre
partes, e que defendem
invariavelmente os interesses das
empresas e não dos profissionais
(Belardinelli, 1987; Grec e Daruge,
1999)
A Comissão Nacional de
Convênios e Credenciamentos (CNCC)
– composta pelo Conselho Federal de
Odontologia (CFO), Associação
Brasileira de Cirurgiões-Dentistas
(ABCD), Associação Brasileira de
Odontologia (ABO-Nacional),
Federação Interestadual dos
Odontologistas (FIO) e Federação
Nacional dos Odontologistas (FNO) –
foi criada com a finalidade de definir
Valores Referenciais para
Procedimentos Odontológicos (VRPO)
para proteger os cirurgiões-dentistas do
aviltamento profissional na relação com
os planos de saúde e sejam, ao mesmo
tempo, compatíveis com o mercado.
(Toshio et al, 2009) Esta tabela de
valores traz uma referência aproximada
dos preços, baseado nos custos fixos e
variáveis além dos encargos sociais e
previdenciários. (Conselho Regional de
Odontologia do Paraná) Porém na
maioria das vezes esses valores não
são respeitados, sendo
responsabilidade do profissional se
enquadrar nas normas e saber calcular
seus honorários de acordo com sua
realidade. (Toshio et al, 2009)
CONCLUSÃO
O déficit de conhecimento e
formação administrativa tem causado o
aviltamento da profissão e
competitividade desleal no mercado de
trabalho. Por essa razão, muitos
profissionais buscam estabelecer os
valores dos seus procedimentos
baseando-se nos preços oferecidos no
mercado. Contudo, esse método pode
acarretar o oferecimento de serviços
por preços irrisórios, levando a uma
consequente queda de qualidade e
insatisfação do profissional quanto a
sua arrecadação clínica (Isper et. al.,
2008).
Faz-se necessário que o
profissional estabeleça devidamente os
valores cobrados em seu consultório e
saiba quanto custa sua hora clínica
(Sousa et. al., 2012) que varia de
acordo com suas
peculiaridades individuais.
Além disso, mais pesquisas na
área administrativa e gerencial no
contexto odontológico devem ser
realizadas, para que as lacunas
existentes de informações possam ser
melhor supridas.
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