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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Artes
Rio de Janeiro, RJ, fevereiro/2002
Por:
Aline Abreu Carino
Orientador:
Marco Antônio Chaves de Oliveira
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ARTES
Rio de Janeiro, RJ, fevereiro/2002
Por:
Aline Abreu Carino
Trabalho Monográfico apresentado como
requisito parcial para obtenção do Grau de
especialista em Psicomotricidade.
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Agradecimentos
Agradeço à todos que me ajudarampara que este trabalho se tornasserealidade. Em especial aos amigos FlávioJosé Gomes Pereira, Ramona MendonçaVieira e Sônia Ferreira Alves quecompartilharam comigo todos os momentosdeste estudo, sendo eles companheiros desala de aula e da vida. A toda minha turma,o carinho com que sempre me trataramdurante o curso. Enfim, aos que contribuíram direta ouindiretamente para realização destapesquisa. À todos a minha eterna gratidão.
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Dedicatória
Dedico este trabalho de pesquisaprimeiramente à Deus, que me concedeu oprivilégio de atravessar com ânimo,entusiasmo e saúde, todos os obstáculossurgidos durante o meu curso. Aos meus pais, irmã, avós e meunoivo pela compreensão que tiveramcomigo quando tive que me ausentar dolar em função de um ideal, me ajudando aprosseguir nesse árduo caminho, meincentivando e me apoiando até mesmocom um sorriso, quando eu realmenteprecisava.
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“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os
olhos.
Pequeno Príncipe
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Sumário
I – Introdução 06
II – Desenvolvimento
1- O que é a arte 09
2- A arte na educação 22
3- Interdisciplinariedade com a arte 26
4- Importância do educador no processo de Educação Artística 32
5- A relação entre a psicomotricidade e a arte 37
6- Métodos e técnicas de artes plásticas 43
III – Conclusão 70
IV – Anexos 72
V – Bibliografia 81
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Introdução
Muito se debate hoje em dia sobre o funcionamento do maior órgão do
sistema nervoso central, o cérebro, que é o centro de comando do corpo. É ele
que controla os pensamentos, os movimentos, as sensações, a memória e a
linguagem. Também é responsável por todas as atividades do corpo,
voluntárias e involuntárias.
O cérebro recebe as informações captadas pelos órgãos dos sentidos e
responde rapidamente, dando ordens para cada parte do corpo. Essas
mensagens sobre o que percebe-se ao nosso redor são inviadas para o
cérebro pelos nervos.
O cérebro, constituído por dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo,
é o centro das atividades conscientes e inteligentes. O curioso é que o lado
esquerdo controla e recebe informações do lado direito do corpo. Sabe-se que
os hemisférios são divididos em lobos.
Cada lobo coordena áreas do cérebro realizando tarefas específicas. O
lobo parietal permite que o indivíduo tenha noção do seu corpo, do espaço ao
seu redor, das sensações do tato e da capacidade de calcular; lobo occipital
interpreta as informações que recebe-se pela visão; lobo frontal é responsável
pelos movimentos voluntários, pela iniciativa, e pelo planejamento das ações e
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o lobo temporal recebe informações da audição e do olfato.Para aprender é
preciso exercitar o cérebro, e a melhor maneira para fazer isso é desenvolver
aspectos do mundo a nossa volta.
A criança na fase da educação infantil encontra-se em período de
formação, e o desenvolvimento dos sentidos precede o das atividades
superiores intelectuais. Pode-se mediante uma graduação e adaptação de
estímulos, auxiliar o desenvolvimento dos sentidos a fim de que as sensações
se desenvolvam adequadamente, e que o organismo atinja o desenvolvimento
apropriado para a realização de determinadas tarefas. Conseguindo assim
alcançar a maturidade que significa chegar ao nível de desenvolvimento em
que a pessoa se encontra em comparação com a maioria das pessoas de sua
idade.
Os aspectos do desenvolvimento humano estão intimamente relacionados
e são interdependentes, nesses aspectos pode-se identificar quatro tipos
principais de maturidade que serão comentados abaixo.
• A maturidade intelectual refere-se ao desenvolvimento da
inteligência, do conhecimento que a pessoa tem de si mesma e do
mundo que a cerca.
• A maturidade social compreende a evolução da sociabilidade, no
sentido da superação do egocentrismo infantil.
• A maturidade emocional diz respeito à expressão e ao controle das
emoções nas diversas idades.
• A maturidade física engloba o desenvolvimento das características
físicas.
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Todos os aspectos da maturidade são importantes para o
desenvolvimento do ser humano e não podem ser esquecidos ou
negligenciados pela escola.
Levando em consideração que uma educação moderna tem como
objetivo a Educação para a vida, torna-se claro que a prática da Educação
Artística é indispensável para a formação global do indivíduo.
A prática das atividades manuais, na sala de aula, dá ao educando o
aprimoramento da personalidade, pelo desenvolvimento integral, ajustando-o
no meio em que vive.
Sendo assim, em arte, a atuação deve recair sobre o processo de criação,
pelo qual o educando deve elaborar seus próprios sentidos em relação ao
mundo à sua volta. A arte é uma atividade profundamente criadora, que joga
com a construção do sentido que deve fundamentar nossa compreensão do
mundo e da vida que nele vivemos. Em arte o criar é transformar, inventar e
produzir.
Cabe ao professor fazer com que o trabalho seja agradável à criança. A
tarefa do professor é encaminhar o educando no preparo do trabalho, dando-
lhe as necessárias orientações para a sua execução, sem, no entanto, tolher-
lhe a iniciativa.
A partir do momento em que o professor consiga atingir seus objetivos,
torna-se capaz de fazer a relação entre a arte e as demais disciplinas, tornando
as aulas mais prazerosas, e proporcionando o desenvolvimento psicomotor, já
que é possível utilizar-se de vários métodos e técnicas para lançar mãos e
assim concluir seus objetivos com maior precisão.
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O que é arte
A arte é o exercício da vida na mais pura linguagem, a do sentimento. A
prática da manifestação artística é um dos mais importantes movimentos de
formação da personalidade e representa o mais determinante desenvolvimento
da essência humana.
Fazer arte é viver com plenitude e se educar com privilégio. Na prática
vital da arte, o humanismo aflora, se reafirma, a criança se engrandece e o
homem realimenta a esperança. Puro uso de expressividade, de exteriorização
do sentimento, de ação e, por conseguinte, de leitura e interpretação do mundo
que a cerca, envolve, traumatiza, violenta, acaricia, liberta e prepara para o
exercício pleno da vida.
Em relação ao ponto de vista científico a Arte é expressão legítima de um
tipo de personalidade mental. Isto porque qualquer definição de Arte sempre
envolve dois princípios fundamentais: o da forma- que se deriva de nossa
opinião do mundo orgânico e do aspecto universal de todas as obras artísticas
– e o princípio da criação, peculiar à mente humana e que a leva a criar e
apreciar a criação de símbolos, fantasias, mitos etc. A forma é uma função da
percepção; da criação; da imaginação.
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Tanto a ciências quanto a Arte, regidos pela necessidade básica de
ordenação, faz com que o espírito humano crie, continuamente, sua
consciência de existir pelo ato de expressões diversas, respondendo a essa
necessidade através da construção de objetos de conhecimento que,
juntamente com as relações sociais, políticas e econômicas, sistemas
filosóficos e éticos, formam o conjunto de manifestações simbólicas de uma
determinada cultura.
Ciência e arte são, assim, produtos que expressam as representações
imaginárias das distintas culturas, que se renovam através dos tempos,
construindo o percurso da história humana.
A história da humanidade é retratada em obras de grandes artistas, por
ser a arte um dos elementos mais ricos e significativos da produção “humana.”
Através dos tempos a arte vem se adaptando as diferentes formas de
representar a história da humanidade; por tanto, a arte está intimamente ligada
aos grandes movimentos culturais de cada época, dividindo-se conforme a
história do mundo, podendo-se falar em arte da Antigüidade, medieval, da
renascença, moderna, etc.
• Arte na Pré-história
As expressões artísticas eram bem simples. Os registros mais antigos são
de pequenos traços feitos em rochedos e em paredes de cavernas. Muito
tempo depois dessas primeiras manifestações, o homem começou a desenhar
os animais. Só mais tarde é que a figura humana passou a ser representado
pelo homem pré-histórico.
No final da Pré-História, o homem deixou de ser nômade, passou a
dedicar-se à agricultura e domesticou animais. Essa transformação
revolucionou a arte que se praticava até então, a vida coletiva e as atividades
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cotidianas passaram a ser objeto de representações. Com isso, a idéia de
movimento constitui-se num problema para o artista e ele passou a criar figuras
leves, ágeis e pequenas. Essas figuras reduziam-se a pequenos traços e linhas
que transmitiam algumas mensagens e, daí, surgiu a primeira forma de escrita.
• Arte na Antigüidade
As manifestações artísticas mais importantes desse período
desenvolveram-se principalmente no Egito, na Grécia e em Roma.
A arte egípcia caracteriza-se pela representação da figura humana e os
termos religiosos estão sempre presentes.
A arte grega valoriza as ações humanas, expressa um ideal de beleza e
tem o homem como a criatura mais importante do universo. Os gregos não se
submetiam às imposições da religião nem ao poder dos reis. Por isso, criaram
uma arte mais independente.
A arte romana foi inicialmente influenciada pela arte grega. Os romanos
preocupavam-se com a expressão do ideal de beleza e da realidade vivida.
Com o tempo, Roma superou as influências que recebeu, desenvolvendo então
criações artísticas bem originais.
• Arte Medieval - Do século V ao XV
Com a queda do Império Romano, os bárbaros invadiram Roma. O
domínio durou aproximadamente mil anos e durante esse tempo, formaram-se
várias correntes artísticas: arte poleocristã, arte bizantina, arte bárbara, arte
árabe, arte românica e arte gótica.
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• Arte poleocristã ( séc. IV ao VI )
Nasceu praticamente nos secretos túmulos cristãos, as catacumbas, que
eram cemitérios subterrâneos.
• Arte bizantina ( séc. VI )
Abstrata e mística, nasce e cresce primeiramente em Bizâncio, grande e
antiga cidade grega que foi capital do Império Romano do Oriente, para depois
difundir-se pela Itália e pelo resto do mundo.
• Arte bárbara
A arte bárbara foi uma mistura das artes lombarda, carolingea e
normanda. Os bárbaros desenvolviam uma arte apenas decorativa, com
ausência quase total da figura humana.
Surgem a arquitetura, a escultura, a pintura, objetos de ouriversária,
armaduras, artesanatos variados de estilos e gosto local.
• Arte árabe
É a revelação de uma cultura refinada, que compreende o campo
científico-matemático e que se difundiu rapidamente em terras conquistadas
pelos árabes manifestando-se na arquitetura dos templos, marinarte e cúpulas.
Nas mesquitas, aparecem arabescos, construções baseadas em linhas
espiraladas, com andamentos geométricos.
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• Arte românica ( séc. X ao XIII )
A refinada arte bizantina e a violência dos bárbaros deixaram como sinal a
arte românica, marcada pela fé característica que se pode observar na
construção de igrejas torres, batistérios, criptas. Essa é uma arte séria, maciça,
que predominou em muitos edifícios romanos.
• Arte gótica
As características mais importantes desse estilo são os arcos visíveis da
estrutura da abóbada, os pilares que sustentam a construção no lugar de
grossas paredes e as delicadas colunas, com representação de reis e rainhas,
que ladeiam cada porta.
O estilo gótico foi enriquecido com a inclusão de ornamentos, vitrais e
esculturas em suas construções.
• Renascimento
Teve origem na Itália, em meio ao clima de mudanças: ao valorizar o
homem e a natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, esse
movimento rompeu com os valores daquela época e avançou pela Idade
Moderna.
A recolocação do homem como a criatura mais importante do universo
(ideal humanista), a preocupação com o rigor científico, a noção de
perspectiva, o uso do claro-escuro e o realismo estão presentes em diferentes
manifestações renascentistas.
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• Arte na Idade Moderna Contemporânea
O século XIX foi um período complexo e inquietante. Profundas
transformações ocorreram nos campos político, social, histórico e ideológico.
A Revolução Francesa (França), que pregava a igualdade entre os
homens, e a Revolução Industrial (Inglaterra), com a formação de uma nova
classe social, o operariado, e o advento das máquinas e da metalurgia,
provocaram mudanças nos setores culturais e artísticos. E a arte? A arte
também sofreu profundas transformações. De uma visão calma, pacata,
passou para uma visão passional (romântica), de observação da natureza e do
homem (naturalismo e realismo).
Algumas das correntes artísticas desse período e suas características:
• Barroco
A arte barroca teve origem na Itália, mas logo se espalhou por outros
países da Europa e também pelo continente americano.
Caracteriza-se pelo predomínio da emoção, rompendo com o equilíbrio
entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a técnica, que os renascentistas
buscavam realizar.
• Rococó
Estilo que teve origem na França. Caracteriza-se por expressar apenas
sentimentos agradáveis e pela procura da perfeição técnica. Ao contrário do
Barroco- que usa cores fortes e linhas retorcidas para expressar as emoções
humanas- o Rococó aplica cores suaves, tons pastel e linhas mais suaves e
delicadas.
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• Academismo
Movimento que substitui o Rococó, retomando os princípios da arte
clássica: valorização das ações humanas e expressão da beleza ideal. É, por
isso, conhecido também por Neoclassicismo.
• Romantismo
A corrente romântica de pensamentos, costumes, gestos atingiu toda a
Europa até a metade do século XX. Ela se opunha às regras formais do
classicismo, em nome dos sentimentos, dos direitos, das inspirações do livre
pensamento.
• Realismo
Com o desenvolvimento industrial, surgiu nas artes européias uma nova
tendência, que propunha deixar de lado as emoções e as interpretações
subjetivas da realidade.
Deste movimento podemos tirar como característica principal a
representação tão objetiva da realidade que o artista é como um cientista
estudando um fenômeno da natureza. O Realismo (ou Figurativismo) considera
que a beleza está na realidade como ela é, portanto o artista não deve
“melhorar” a natureza em suas obras. Essa tendência politizou o artista e daí
surgiu a pintura social, denunciando as injustiças e as desigualdades entre
trabalhadores e burguesia.
• Impressionismo
Essa corrente surgiu em Paris, em 1870 e 1890, com a finalidade de
interpretar a realidade, foi uma verdadeira revolução no âmbito da percepção
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visual. Eles procuravam registrar em suas telas as constantes alterações que a
luz solar provoca nas cores da natureza, representando uma paisagem não
como objetos individuais com cores próprias e sim como uma mistura de cores
que se combinam.
• Pós-impressionismo
Alguns artistas consideravam o Impressionismo um estilo superficial que
retratava apenas cenas passageiras e não dava muita importância aos
sentimentos e acontecimentos políticos e sociais. Outros sentiam-se
insatisfeitos e limitados com a técnica impressionista. Dessa forma, muitas
tendências surgiram na pintura no final do século XIX e início do século XX, e a
essas diversas tendências foi dado o nome de Pós-impressionismo.
O Divisionismo
Foi uma corrente francesa, também chamada de pontilhismo.
A pintura era feita com pequenas pinceladas ou pontos. Alguns
divisionista aplicaram essa técnica para seguir princípios e indicações de uma
corrente expressiva internacional, chamada simbolismo, a qual, como diz o
próprio nome, queria fazer valer os conceitos mediante imagens e símbolos.
• Expressionismo
Foi uma reação ao Impressionismo, que não representa o drama exterior
do homem, não manifesta suas mais profundas emoções. Os expressionistas
deformam a realidade, expressando com força seu pessimismo em relação ao
mundo; suas pinturas fogem à regras tradicionais de equilíbrio, regularidade
das formas e harmonia das cores. O Expressionismo, interpretando as
angústias do homem do início do século XX, foi o primeiro grande movimento
da pintura moderna.
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Arte do século XX
• Cubismo
Essa tendência artística demonstrou uma preferência por representar o
volume na pintura. Toda a teoria cubista se voltou para uma nova
representação do espaço e das suas três dimensões, abandonando a
perspectiva renascentista. As formas dos objetos apareciam decompostas e
representadas no espaço bidimensional da tela.
O cubismo foi dividido em duas fases: o analítico e o sintético. No
cubismo analítico estudou-se a forma e o espaço; entraram em evidência as
formas geométricas; as cores aproximaram-se da monocromia. No cubismo
sintético, há um abandono do reconhecimento do objeto e suas partes; as
cores tornam-se mais vivas e constantes. Nesse período, desenvolveu-se a
técnica da colagem.
• Fauvismo
Surgiu na França, contemporaneamente ao expressionismo. O fauvismo
tem as cores como tema principal, é uma palavra de origem francesa que
significa “selvagem”. Os fauvistas queriam reagir violentamente ao
conformismo da sociedade contemporânea e encontrar na arte a forma de
expressão do mundo primitivo.
Os artistas fauvistas usavam as cores puras, sem misturá-las, para obter
gradações de tons, de maneira instintiva e não intelectual. O fauvismo
influenciou toda a arte desde o início do século XX até a atualidade.
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• Abstracionismo
De um modo bem amplo, a palavra abstrato pode ser aplicada a qualquer
obra de arte que não faça uma representação imediata dos objetos. O artista
abstracionista usa cores, linhas e manchas para criar formas indefinidas, não
copiando mais a realidade.
O termo abstracionismo geralmente é usado para designar algumas obras
de arte do século XX de artistas que abandonaram a concepção tradicional de
arte como imitação da natureza. Eles criaram em suas pinturas formas e cores
que não estão imediatamente relacionadas com as formas e as cores dos
objetos, ou seja, ao observar uma pintura abstrata não identifica-se de imediato
o objeto ou a cena representada.
Através de formas e cores, a pintura abstrata procura expressar
determinado estado de espírito (como tristeza ou alegria) e sentimentos (como
saudade, amor, etc.)
• Futurismo
O futurismo foi um movimento complexo surgido na Itália e que se
estendeu a diversos setores, tais com a literatura, a política, a arte figurativa, a
arquitetura.
O futurismo celebrava a máquina, rejeitando a arte do passado. As
pinturas futuristas representavam as figuras e objetos em movimentos. A
poesia empregava a imaginária industrial e uma gramática e um vocabulário
distorcido.
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• Dadaísmo
Muitos artistas plásticos e escritores que eram contra a participação de
seus países na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) se refugiaram em
Zurique, na Suíça e criaram em 1915 um movimento literário que propunha
divulgar suas decepções diante da passividade das instituições em relação à
guerra.
Um desses artistas o poeta romeno Tristan Izara, para escolher um nome
ao movimento abriu aleatoriamente um dicionário e colocou o dedo sobre a
palavra “dada”, que em francês significa “cavalo de brinquedo”. A partir daí o
movimento ficou conhecido como Dadá ou Dadaísmo. Com essa atitude Izara
quis mostrar que tanto o nome quanto a própria arte do momento não faziam
mais sentido num mundo irracional que estava sendo devastado pela guerra.
Izara e seus contemporâneos, indignados com a falta de lógica dos
acontecimentos políticos e sociais da época, criaram um estilo de arte
considerado vazio de significado, pois era dessa forma que eles consideravam
o mundo.
• Surrealismo
Para os surrealistas, a obra de arte não resulta de manifestações
aparentemente absurdas e ilógicas do subconsciente, como as imagens dos
sonhos e das alucinações.
• A Op. Art
Significa “arte óptica”. As pinturas da Op-Art apresentam diferentes figuras
geométricas, combinadas de tal forma que provocam no espectador sensações
de movimentos; se o observador muda de posição, tem a impressão de que a
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obra se modifica, parecendo movimentar-se. A Op-Art propiciou a invenção dos
móbiles.
• Pop-Art
Significa “arte popular” e sua proposta é romper a barreira entre a arte e a
vida comum. A fonte de inspiração dos artistas popas é o dia a dia das grandes
cidades; o que interessa são as imagens, o ambiente, a vida que a tecnologia
industrial criou nos grandes centros urbanos.
Os recursos da Pop-Art são os mesmos dos meios de comunicação de
massas: cinema, televisão, publicidade. Os temas são os símbolos e os
produtos industriais dirigidos às massas urbanas; lâmpadas elétricas,
automóveis, tampinhas de garrafas, pregos, parafusos, etc.
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A arte na educação
É incontestável que a arte é uma linguagem porque é sem dúvida, um
excelente meio de comunicação e expressão. Através do desenho, pintura,
recorte, modelagem, e outras atividades pode-se oferecer à criança muitas
oportunidades de desenvolver e aperfeiçoar sua capacidade de expressar-se
artisticamente, e assim contribuir de maneira segura para sua auto afirmação e
auto realização.
Não há criança que resista a um lápis e um pedaço de papel. O que ela
deixa nesse papel, por ser pessoal é de grande significado para si mesmo
como para o mundo que a cerca.
Sendo assim atende à criança de acordo com o seu nível intelectual, social e
emocional.
A auto-expressão criadora é válida, pois, significa a demonstração de algo
que é influenciado por atitudes pessoais, convicções ou desejos. Ela está
pronta a desenvolver o trabalho criador da criança. A atividade espontânea dá
à criança liberdade de escolha para desenvolver a iniciativa tornando-a apta a
ser um adulto ativo, que raciocina, aproveitando as oportunidades e
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canalizando-as para um bem comum e individual. É a área mais importante,
pois oferece maior oportunidade de desenvolvimento e atende as diferenças
individuais.
A capacidade perceptiva evolui paralelamente ao desenvolvimento
afetivo. A percepção realística da criança se desenvolve á medida que se
aprimora o seu mundo interior.
As atividades artísticas servem de válvulas reguladoras entre o intelecto e
as emoções da criança. Através delas a criança se liberta do íntimo de sua
personalidade, suas emoções e impressões. Elas têm sido usadas como
processo de descartes ou derivativo das emoções, frustrações das crianças.
São usadas também, para educar e canalizar sentimentos e emoções, além de
desenvolver o gosto estético e a capacidade de criar e inventar. Busca-se nas
atividades uma ajuda para formar personalidades mais equilibradas, mais
felizes e mais pacificadoras.
Sendo o desenho espontâneo da criança, o relato de suas experiências e
desagrados, revela a relação emocional entre seu mundo infantil e as coisas
que a rodeia. Cada criança, adapta a atividade ao nível de sua capacidade, de
acordo com sua experiência de vida, com o estímulo que já recebeu e
sobretudo pela aceitação que captou de seu lar. Tudo isso, usando os mesmos
lápis, as mesmas tesouras, os mesmos papéis. Algumas apenas ensaiam os
primeiros rabiscos, outras traçam figuras reconhecíveis ou elaboram cenas.
Todos esses ensaios estão dentro de suas etapas de desenvolvimento gráfico.
A atividade artística sendo uma linguagem do pensamento, permite à
criança através dela expressar seus sentimentos, seus interesses, seus
pensamentos e demonstrar, também, o conhecimento que tem do ambiente. A
criança se auto conhece, descobrindo seus próprios poderes e potencialidades.
Para isso devemos oferecer elementos que exercitam e enriqueçam sua
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personalidade em desenvolvimento, respeitando, entretanto sua vivência e
capacidade criadora.
A arte está intimamente ligada a formação integral do indivíduo. É mais
do que simples atividade. Ela colabora para o crescimento, em igualdade de
condições, do nível cognitivo pois estabelece relações afetivas com
experiências reformulando alguns mecanismos, estruturando e preparando
para os outros e do nível perceptivo pois trabalha através de atividades
concretas, que envolvem a percepção em todas as suas possibilidades.
Ao desenhar, pintar, cantar, jogar papéis dramáticos, a criança apresenta
o sentido de organização das experiências. Ao identificar-se com a atividade
realizada o aluno reflete sua própria expressão alcançando maior auto
compreensão, uma vez que existe uma grande identificação com o que faz.
Com o produto da sua expressão comunica-se com os outros. A organização, a
auto-compreensão e a relação com os outros, são fundamentais nas atividades
artísticas na escola e só elas criam a possibilidade do desenvolvimento da
percepção e senso estético que, juntamente com o crescimento intelectual e
emocional, colaboram para a formação integral do indivíduo.
Através das atividades artísticas a criança se desenvolve afetivamente
pois pode expressar-se livremente e descarregar as tensões, mantendo seu
equilíbrio emocional, além de exercitar a independência criativa e a iniciativa
quando pode escolher o trabalho que vai desenvolver. Ela conquista a
expressão de sentimentos e emoções quando objetiva seu modo de sentir e
descobre a si mesma através de suas obras.
As pessoas possuem uma necessidade de criação interior, por ser um
processo de transformação da natureza. Sendo a expressão criadora na
criança uma tendência natural de comunicação.
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A arte na escola colabora para o crescimento, em igualdade de
condições, dos níveis cognitivos, afetivos e perceptivos. A relação com o
domínio cognitivo se estabelece por haver a ampliação e aprofundamento do
conhecimento, no domínio afetivo estabelece relações com as atividades
pessoais e sociais, atitudes, valores, idéias e com os sentimentos e emoções e
quanto ao domínio perceptivo envolve a percepção em todas as suas
possibilidades por intermédio de atividades concretas.
Quando o domínio cognitivo, afetivo e perceptivo é trabalhado as
informações transmitidas aos alunos são introjetadas, elaboradas,
reelaboradas, analisadas, organizadas na construção do conhecimento. Essas
atividades permitem que as relações sociais e culturais sejam desvendadas
afetivamente e permitem que o aluno participe de um fazer que vai além da
atividade da atividade motora, visual ou auditiva.
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Interdisciplinaridade com a arte
A interdisciplinaridade é entendida com ato de troca, de reciprocidade
entre as disciplinas, ciências e/ ou áreas do conhecimento e a construção
coletiva.
Numa proposta interdisciplinar precisamos respeitar:- a verdade de cada
componente, onde o princípio da unidade esteja no ir e vir das ciências.
É muito importante que se tenha bem presente que interdisciplinaridade
não é:- simples colaboração entre as diferentes áreas do conhecimento;- jogo
entre as ciências;- jogo de dirigentes, onde há vencedores e vencidos.
E sim ter a oportunidade de perceber a multiplicidade de pensamentos,
ações, atitudes, valores e princípios relacionados: à ética; meio ambiente;
orientação sexual; saúde; trabalho, consumo e cidadania; comunicação e
tecnologia informacional; pluralidade cultural, além de outros temas locais
definidos na organização escolar.
Para que haja a interdisciplinaridade, precisa-se despir-se de toda postura
positivista, que acompanha a prática pedagógica ao longo do tempo, que
superando o parcelamento do saber em busca da objetividade necessária
possibilite a compreensão global da realidade, e também despojar-se do
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preconceito, questionando os valores arraigados no consciente e
transcendendo a busca do ser maior que está dentro de nós mesmo, tornando
o indivíduo livre para poder falar e, principalmente, ouvir- ouvir a si próprio e
aos outros.
Além disso é preciso ressaltar que a elaboração e apreensão de noções,
princípios e valores pelos alunos sobre as práticas de arte e questões
emergentes do processo sociocultural se faz na interação com os professores.
Quando ocorre a interação entre professores e alunos, desenvolve-se um
complexo processo de elaboração impregnados de experiências pessoais
incorporadas culturalmente.
Através do conhecimento arraigado na história da arte e nos processos
pessoais e coletivos é importante que professores e alunos de arte sintam,
percebam e pensem na relevância desse processo.
A prática interdisciplinar não se restringe às quatro paredes de uma sala
de aula, mas ultrapassa os limites do saber escolar e se fortalece, na medida
em que ganha a amplitude da vida social.
O trabalho interdisciplinar adota três atitudes:
• Questionamento- elaborando questões sobre o assunto, ultrapassando
a mera reprodução do conhecimento existente e conduzindo à atitude
de pesquisa.
• Resposta- produzindo o conhecimento novo.
• Avaliação- desenvolvendo o espírito crítico.
A aquisição de conceitos significativos para o aluno propicia a formação
do pensamento, pelo caminho da simbolização, da percepção sensível e do
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envolvimento emocional, visto desta maneira, as atividade artísticas são
essenciais para o real aprendizado do conteúdo das demais disciplinas, não
como avaliação posterior, cobrando conhecimentos superficiais, mas como
parte integrante do processo de aprendizagem.
A partir do trabalho artístico a criança dialoga com o mundo, sendo assim
o professor pode estabelecer relações profundas para a aquisição de
conteúdos considerados essenciais.
Se a produção artística de cada criança ou de cada adolescente é tratada
com uma visão dialética (eu/mundo), respeitando o seu próprio
desenvolvimento, as atividades estarão estreitamente entrelaçadas com todos
os conteúdos, não apenas como auxílio, mas contribuindo, junto com as
demais disciplinas, para o desenvolvimento integral desse ser humano que
divide com o professor alguns momentos de sua vida.
Dentro da elaboração artística percebe-se questões e situações
relacionadas a arte e que podem ser enfatizadas como o diálogo, a
solidariedade, o respeito e a justiça. Durante as aulas de arte o professor pode
utilizar várias formas de expressão como a dança, o teatro, a música e artes
visuais para trabalhar no que diz respeito a produção sociocultural.
O professor de artes deve ser, sobretudo, capaz de criar relações
sensíveis entre ele, seus alunos e os objetivos a que se propôs, sendo um
mediador que busca ampliar o universo da criança utilizado os mais variados
recursos, que facilitam a caminhada para a construção do saber.
Pode-se citar como exemplo de interdisciplinaridade:
• O desenho de uma casa
• Arte- o desenho ou a modelagem
• Casa imaginária.
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• Casa observada.
• Casa do aluno.
Geografia
• Localização e orientação- pontos cardeais.
• Excursão a uma olaria.
Matemática
• Paredes- quantos tijolos foram utilizados na construção.
• Preço da casa para alugar ou vender.
Geometria
• Forma das paredes e portas.
• Ângulos.
• Linhas verticais.
• Linhas horizontais.
Ciências
• Areia utilizada para a construção.
• Passeio à praia- conhecer diferentes areias.
• Iluminação- Sol, claridade.
Saúde
• Janelas- ventilação.
• Asseio.
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História- resgate da habitação
• Habitação primitiva.
• Casa dos índios- costumes e lendas.
• Casa de sapé.
O valor da casa como lar
• Civismo.
O direito de todo o cidadão ter moradia
• Cidadania
Língua Portuguesa
• Compor um texto sobre a casa e o problema de moradia.
• Estimular uma conversação- troca de idéias sobre moradia.
• Leitura de trechos de revistas ou jornais que enfoquem o assunto.
Teatro
• Dramatizar uma cena do cotidiano, dentro de casa.
Música
• Montar uma paródia sobre a casa.
O professor pode tanto apresentar formas artísticas a partir de sua
pesquisa pessoal, como solicitar dos alunos dados sobre a arte produzida na
sua comunidade. Esse tipo de trabalho pode dar condições para que os alunos
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se percebam como produtores de cultura, ao mesmo tempo que desenvolvem
uma compreensão de códigos culturais.
Uma atividade de intercâmbio entre escolas de diferentes regiões
brasileiras possibilitará aos alunos criarem conjuntos de textos e imagens para
contar às crianças de outros lugares como é seu repertório cultural: suas
brincadeiras, suas cantigas ou que tipo de arte se desenvolve na sua região.
A aprendizagem do ser humano ocorre, desde o momento do nascimento,
através das experiências vividas. Mas é na Educação Infantil que a criança
atualiza suas experiências e constrói o seu conhecimento no convívio social
mais amplo.
É através da troca, da socialização, do estímulo, que a criança vai
desenvolvendo as estruturas do conhecimento e da linguagem. Portanto, é na
Educação Infantil que a criança começa a conquistar um mundo próprio fora da
proteção familiar.
Sendo assim o professor deve ter em mente que todo trabalho de
aprendizagem é feito a partir do eu da criança, para atingir o conhecimento do
mundo. É imprescindível, portanto, que o professor inicie sua prática
trabalhando o corpo com a criança.
Na tarefa de seleção dos trabalhos de arte a serem utilizadas, sendo
estes relativos a qualquer cultura, contemporâneos ou de outras épocas, é
importante que o professor tenha em mente a vinculação de tais trabalhos com
os grupos humanos que os produziram, ressaltando os componentes culturais
neles expressos: os diversos modos de elaboração de artistas, diferentes
materiais, valores, época, lugar, costumes, crenças e outras características que
se manifestam nesses trabalhos.
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Importância do Educador no processo de Educação Artística
O professor de Educação Artística precisa saber “fazer arte” para poder
entender e propiciar o processo artístico de seus alunos. A própria atividade
diária de dar aulas de arte é uma atividade fundamentalmente criadora e
precisa ser vivida como tal.
Para que o professor possa conduzir com eficiência e segurança o
processo de seus alunos, é essencial que ele próprio passe pelo mesmo
processo, descobrindo e exercitando suas próprias potencialidades
expressivas. É observando materiais, transformando-os, descobrindo suas
possibilidade, ando forma a sentimentos e idéias em qualquer linguagem
artística, que o professor pode compreender a natureza daquilo que faz com os
alunos.
O que é necessário é que olhe para si mesmo, para sua maneira de lidar
com elas, para seu modo de construir o próprio pensamento, de dialogar com
seu corpo, sua música, seu próprio desenho.
A grande contribuição que o educador pode dar em favor da evolução da
arte na educação é não interferir na atividade criadora, uma vez que nessa
idade o desenvolvimento da auto-expressão é marcante. Se as crianças não
32
sofrerem inibições ou pressões, por parte do adulto, serão capazes de se
expressar livremente e de forma original.
Para que a criança sinta que é compreendida pelo educador é importante
que ele assuma dois aspectos complementares, cabe-lhe oferecer a criança
um ambiente que lhe permita experimentar, ensaiar, procurar e encontrar suas
próprias soluções. O educador deve valorizar e prestigiar sua obra criadora
provendo meios para que ela vivencie as diversas técnicas de arte. Sua outra
função é mostrar a utilização correta dos materiais(tinta, pincéis, lápis de cor,
giz, massa plástica, etc.) sempre estimulando o processo de criação.
Ao deixar a criança criar dá-se condições para que no futuro ela possa se
tornar um adulto com pensamento crítico, capaz de descobrir e elaborar
trabalhos mais estruturados.
Para que o professor seja bem sucedido em sua tarefa é necessário que
além dos conhecimentos específicos a respeito do que vai ensinar ele esteja
também interessados em seus alunos como seres vivos em pleno
desenvolvimento.
Algumas das características que mostram a importância da atitude do
professor diante de determinadas situações freqüentes em sala de aula podem
ser observadas.
• Crianças de 3 e 4 anos
Nesta idade o comportamento motor é mais apurado, realiza movimentos
isolados do corpo dando impressão de maior elasticidade das articulações. Já
consegue se equilibrar numa perna só, abotoa a roupa e calça-se.
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É capaz de ordenar e sistematizar suas experiências. Suas idéias de
passado e futuro são vagas e não está muito interessada no enredo das
histórias.
A linguagem é extremamente ativa e perguntas mais insistentes são o
“como” e “porque” embora a explicação não seja de interesse primordial. O
pronome “eu” desempenha papel importante na linguagem.
Recusa-se a obedecer mostrando às vezes uma necessidade exagerada
de independência obstinado o que se reflete também nas suas brincadeiras.
Dedica mais tempo as brincadeiras em grupo, empresta seus brinquedos mas
repentinamente pode tornar-se birrenta e cometer desaforos.
Apresenta alguma dificuldade em desenvolver o conceito de si mesma.
Leva tempo, também para organizar seu conceito sobre um ambiente novo e
determinar sua posição nele. À medida que amadurece, suas percepções do
eu e do ambiente mudam e quando isto ocorre, seu comportamento também se
modifica. Se esta mudança não se dá tão rapidamente como desejaria é
provável que ocorram desajustes.
• Crianças de 5 anos
Aos cinco anos a criança atingiu um nível de maturidade que a diferencia
das crianças nas fases anteriores, tendo início um novo período de integração,
durante o qual os processos de desenvolvimento combinam-se na criação da
personalidade total.
Age à semelhança de um adulto, locomovendo-se de modo mais estável e
equilibrando-se quase perfeitamente, sendo atraída por movimentos rítmicos
em grupos e iniciando o uso de pente e escova de dentes.
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Tem condições de copiar um quadrado ou um triângulo, desenhar um
conteúdo mais definido e intencional, contar até dez, somar, dizer a idade que
tem e fazer críticas a si própria. Exige uma dose maior de realidade nas
histórias. Sendo capaz de retornar a uma tarefa para terminá-la. Sua linguagem
apresenta forma e estrutura quase perfeitas, as regras gramaticais são
aplicadas e as frases completas.
É uma idade feliz. Gosta de ajudar em coisas de casa; protetora em
relação aos mais fracos e irmãos mais novos; o comportamento se assemelha
aos esforços dos adultos para provocarem uma boa impressão. Combina a
confiança em si própria com o crédito nos outros e sua adaptabilidade social é
por vezes impressionantes.
• Crianças de 6 anos
É muito ativa, mas pouco tranqüila. Brinca dentro e fora de casa, mas não
sabe onde realmente deseja ficar. Os meninos exercitam o seu vigor e gostam
de lutar com os irmãos e os pais, mas não conseguem parar quando deviam.
Troca o triciclo pela bicicleta, que lhe permite exercitar as pernas e dar maior
sentido de equilíbrio. As meninas vestem as bonecas.
No que se refere à linguagem, a gagueira aparece com freqüência.
Responder no telefone torna-se diversão e algumas vezes conseguem
estabelecer uma ligação.
O “aqui” e “agora” ampliam-se e dão margem para relações espaciais
entre o lar e diferentes lugares das circunvizinhanças; forma idéia imprecisa
dos intervalos de tempo; mostra interesse espontâneo em como eram as
coisas quando a mãe era pequena, e também gosta de ouvir falarem a respeito
de sua própria vida de bebê. É capaz de distinguir entre direita e esquerda, do
seu próprio ponto de vista, mas tem dificuldade em apontar o braço direito e
esquerdo de outra pessoa. Os desenhos são mais realistas; gosta de
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ilustrações coloridas nos livros, segura o lápis desajeitadamente mudando com
freqüência a posição dos dedos, para desenhar com o corpo todo. É capaz de
reproduzir algumas letras e reconhecer alguns algarismos.
Apresenta atitudes bruscas, sendo incapaz de controlar seus impulsos
motores e também de orientar as relações sociais e pessoais. Quer ser a
primeira e a melhor, o que gera muitos conflitos com companheiros e irmãos.
É importante que o educador observe as características de cada idade,
para que entenda a criança em sua totalidade, criando situações que levem ao
estímulo de suas potencialidades artísticas e de sua autonomia, na busca de
sua unidade de ser individual, singular, para torná-la muito mais apta à vida
coletiva.
Portanto o papel do educador é de ajudar as crianças na exploração de
sua criatividade. Observando cada trabalho, ele pergunta e escuta,
proporcionando assim o exemplo para que elas desenvolvam habilidades como
observar e auto-expressar-se oralmente, características da pessoa criativa.
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A relação entre a Psicomotricidade e a arte
Psicomotricidade é uma ciência onde corpo e espírito estão juntos, assim
como o desenvolvimento motor, afetivo e intelectual, que são inseparáveis no
homem. Portanto, a educação psicomotora visa através de atividade
proporcionar a execução de processos como:
• Conseguir discriminar partes do seu corpo e exercer controle
adequado sobre ele, vivenciando estímulos sensoriais;
• Ser o corpo como referencial primeiro em nossa relação conosco
mesmo, com os outros, com os objetos e com os meios;
• Vivenciar a organização espaço temporal, através do próprio
corpo e da integração com o mundo e com os objetos;
• Adquirir pré-requisitos básicos necessários a uma boa iniciação
do cálculo, à leitura e a escrita (noção de espaço e tempo, boa linguagem oral,
bom controle da respiração, um bom ajuste de tônus, boa coordenação motora,
entre outros.
O sistema de ensino, apresenta falhas ao ministrar atividades recreativas
de maneira estanque, separadas das outras disciplinas, principalmente da
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educação artística. Embora entenda-se que o desenvolvimento global da
criança só é possível por meio de uma educação psicomotora que coloque em
jogo em uma só atividade os aspectos afetivos, cognitivos e motrizes.
A educação psicomotora é a educação da criança através de seu próprio
corpo e de seu movimento, levando em consideração a idade, a maturação e
os interesses da criança. A passagem de um nível inferior, para outro superior
é feito de maneira gradativa e levando-se em consideração o ritmo individual.
A educação psicomotora dá às crianças, a possibilidade de descobrir a si
mesma e ao mundo. Ela permite as crianças viverem com suas próprias forças;
permite que elas cheguem através da manipulação do concreto e da vivência
com seu próprio corpo e com o corpo dos outros, aos conceitos abstratos. Não
há necessidade de se decorar regras, aprende-se no ritmo próprio e
compreendendo as causas e feitos dos fenômenos.
A educação psicomotora permite à criança explorar seu ambiente
proporcionando-lhe experiências concretas indispensáveis ao seu
desenvolvimento intelectual: através dessa exploração que a criança é capaz
de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca. A liberdade de
explorar o mundo circundante e só ser ajudado quando for realmente
necessário é de suma importância para o desenvolvimento afetivo da criança.
Estabelecendo as bases para suas aprendizagem a criança passa a
conhecer e controlar seu corpo, vivendo experiências sensoriais e motoras. É
indispensável ao desenvolvimento do pensamento e ao ajustamento ao meio,
que a criança conheça o seu próprio corpo, que envolve três aspectos
intimamente ligados em seu conhecimento; a imagem do corpo, o conceito do
corpo e o esquema corporal.
A imagem do corpo desenvolvida pela criança, pouco a pouco, pode
alterar-se com o tempo as próprias modificações físicas. Essa imagem é o
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sentimento que o indivíduo possui de como é fisicamente, resultado de sua
própria experiência com o seu corpo.
O conceito do corpo é a compreensão da funcionalidade do corpo, suas
partes e a idéia que faz de si mesmo. É quando aprende a controlar seus
movimentos, pois o conceito integra-se na proporção que a criança vai
ampliando suas experiências e aprendendo a controlar seus movimentos.
O esquema corporal é a construção progressiva tendo como base o
amadurecimento do sistema nervoso e das experiências sensoriais e motoras,
para que aconteça a organização das sensações do corpo em relação com o
mundo exterior.
Da elaboração do esquema corporal dependem o equilíbrio e a
coordenação motora, que regulam todas as funções motoras, sendo o seu
desenvolvimento contínuo, gradual, manifestando-se da cabeça para os pés e
do centro para as extremidades.
As áreas em que a psicomotricidade para fins didáticos está dividida
agem quase sempre relacionadas relacionados umas às outras, embora sejam
citadas isoladamente.
A comunicação e expressão mostra a linguagem sociabilizadora, que
permite à criança trocar experiências verbalmente e gestualmente no mundo
enquanto atua. Dentro desta área pode-se citar como atividades os jogos de
descobertas para interpretar mensagens não verbais como imitação. Ao contar
histórias sobre seus próprios desenhos está desenvolvendo a expressão verbal
e gestual.
Reconhecer e compreender estímulos recebidos é a percepção que está
ligada à atenção, à consciência e a memória. A percepção e discriminação
ocorrem através de estímulos que provocam sensações por meio dos sentidos,
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possibilitam o contato com o mundo externo realizando uma mediação entre o
pensar e o sentir. Para desenvolver a percepção trabalha-se a figura de fundo,
seqüência lógica, identificar diferentes sons, entre outros.
Ao falar em coordenação motora percebe-se que ela está
harmoniosamente ligada ao desenvolvimento físico e é instintiva, podendo ser
entendido como a união de movimentos, supondo integridade e maturação do
sistema motor. Dividindo-se em coordenação dinâmica global ou geral, viso-
manual ou fina e visual.
A coordenação dinâmica global ou geral, coloca grupos musculares
diferentes em ação simultânea executando movimentos voluntários que podem
ser complexos. Tendo-se como exemplos deitar-se em várias posições, imitar
animais e muitos outros.
A coordenação viso-manual ou fina utiliza pequenos músculos em
harmonia realizando atividades com dedos, mãos e pulsos. Como tarefa a ser
utilizada para desenvolver esta habilidade, tem-se tarefas de pintar e desenhar
com diversos materiais, alinhavar, massinha, recorte e colagem.
Quanto a coordenação visual refere-se todos os movimentos realizados
pelos olhos em suas variadas direções, trabalhando atividades de observar um
grupo de objetos e conseguir separá-los por atributos como cor, forma tamanho
ou expessura; composição oral.
Para o processo de adaptação do indivíduo ao ambiente é importante o
desenvolvimento da orientação ou estruturação espacial/ temporal, porque todo
o corpo animado ou inanimado, em um dado momento, ocupa lugar no espaço.
No que desenvolve a orientação temporal costuma-se ouvir histórias e depois
contar as seqüências de fatos, dramatizar histórias. Na orientação espacial
realiza-se movimentos amplos e coordenados como montar quebra-cabeças.
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Com o conhecimento corporal e a lateralidade a criança adquire noção de
espaço a respeito da percepção dos lados direito e esquerdo e sua atividade
desigual e boa orientação, pois percebe o seu próprio corpo por meio de todos
os sentidos estabelecendo relação com objetos, às pessoas e os sinais
gráficos, sendo o corpo o centro e o referencial. Sendo assim é possível
explorar o desenvolvimento do conhecimento corporal através de atividades
com boneco desmontado e completar desenhos de figura humana. Na
lateralidade pede-se a execução de desenhar objetos em uma folha colocando-
os ao lado direito ou esquerdo da mesma.
Com as habilidades conceituais entende-se a Matemática como uma
linguagem que expressa relações de: quantidade, distância, ordem, espaço e
tamanho. Através do conhecimento lógico a criança progride pois
anteriormente estabeleceu-se relações de coordenação entre os objetos, a
partir de conhecimentos pré-existentes, a criança passa a ter uma referência
lógico-matemático que possibilitará relacionar o novo com o já aprendido. Cria-
se através do bloco lógico figuras, possibilitando situações onde objetos
arrumados com determinada quantidade, não se alteram quando modifica-se a
posição.
Não basta achar que a Arte estando incluída no currículo resolve o
problema de desenvolvimento criativo do aluno. Muitas escolas descarregam
sobre a Arte toda a responsabilidade da educação criativa, que deveria ser
uma decorrência da função globalizadora da escola e, portanto,
responsabilidade de todas as disciplinas e de todos os professores, visando o
desenvolvimento psicomotor e mesmo de toda a administração escolar. Com
isso entende-se que não é simplesmente tornando a Arte uma disciplina
curricular, como tantas outras, que a educação institucional se voltará para o
desenvolvimento integral e mais harmônico dos educandos.
A arte é um fator importante na vida humana, enquanto permite o acesso
a dimensões não reveladas pela lógica e pelo pensamento discursivo na
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medida em que, através dela, se opera a educação dos sentimentos,
auxiliando, dialeticamente, na educação do pensamento lógico, tanto quanto no
desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor.
Com a utilização da arte, a educação infantil visa à criação de condições
para satisfazer as necessidades básicas da criança, oferecendo-lhe um clima
de bem estar físico, afetivo-social e intelectual, mediante a preposição de
atividades lúdicas, que provocam a curiosidade e a espontaneidade,
estimulando novas descobertas e o estabelecimento de novas relações, a partir
do que já se conhece.
Para as aprendizagens escolares, a educação psicomotora é
indispensável e realiza-se em todos os momentos da vida, pois ajuda a criança
a organizar-se, possibilitando que ela resolva os exercícios de análise, de
lógica, relações entre os números, tanto quanto desenvolve a expressão
artística.
Quando ocorre a falta de estimulação adequada durante a infância pode
gerar perturbações psicomotoras e para que isso não aconteça é preciso que o
profissional proponha experiências que produzam a adequada estimulação,
que venha ampliar o conhecimento corporal. Para que este objetivo seja
alcançado é necessário a observação constante das necessidades das
crianças.
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Métodos e técnicas de artes plásticas
Atualmente é necessário ter, no que se diz respeito a Educação Infantil,
preocupação com o desenvolvimento da capacidade criativa e expressiva dos
educandos. Esta preocupação deve levar em consideração dois fatores: um, de
ordem objetiva, envolvendo técnicas e métodos de orientações, e outro de
natureza subjetiva, que é a autocrítica e a forma como o professor analisa suas
próprias atividades.
É importante que o professor saiba que seu objetivo não é o de formar
artistas, mas sim de dar a criança liberdade de expressão, dentro de uma
linguagem própria e de acordo com suas necessidades e interesses.
Uma boa orientação não consiste em conhecer ou saber executar
qualquer técnica, mas sim, porque esta técnica é dada. Não é necessário ser
um artista para verificar se o aluno está realmente empenhado em seu trabalho
e se o produto realizado é fruto de um esforço consciente, para expressar ou
comunicar uma idéia.
A arte infantil engloba e qualquer manifestação criativa para atingir um
equilíbrio físico, emocional ou psíquico, independente da análise crítica do
produto realizado, como sendo uma criação genial, pois o mundo infantil
contém suas próprias normas e regras.
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A expressão artística é uma manifestação universal. Cabe ao professor
orientar essa expressividade, de maneira que ela seja para a criança um ponto
e apoio para o desenvolvimento de sua criatividade, dentro de um
comportamento conscientemente aceito, de disciplina.
Sendo assim todas as vezes que o professor se utiliza de uma técnica
deve preocupar-se em verificar o grau de desenvolvimento intelectual e
psicomotor de seus alunos; averiguar se a técnica é adequada; verificar se os
materiais a serem usados, são acessíveis e verificar se a técnica preenche as
necessidades e interesses imediatas das crianças.
Para o desenvolvimento da expressão criativa da criança pode-se utilizar
muitas técnicas, que ajudam a criança a recriar.
• Técnicas de pintura
1- Desenho com lápis cera
Material- Lápis cera – papel
Técnica- Deixar a criança desenhar livremente
2- Desenho sobre fundo colorido com lápis cera
Material- Lápis cera de várias cores- papel
Técnica- Segurar o lápis cera em posição horizontal e esfregá-lo
suavemente sobre o papel, usando cores diferentes, até colorir toda a
superfície do mesmo. Sobre este fundo desenhar livremente.
3- Desenho na lixa
Material- lixa nº1- lápis cera de cores variadas
Técnicas- Desenhar livremente sobre a superfície áspera da lixa.
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4- Desenho no papel sobre a lixa
Material- Papel- lápis cera- lixa nº1
Técnica- Colocar a lixa com a parte granulada para cima e sobre ela o
papel base. Desenhar livremente neste papel.
5- Lápis cera em papel sobre materiais de diferentes texturas
Material- Lápis cera- rendas- papéis corrugados- papel base
Técnica- Colocar sobre a mesa o papel com textura. Sobre ele colocar o
papel base e passar o lápis cera deitado. Desenhar, depois, livremente nesse
papel.
6- Desenho no papel preto
Material- Papel preto- lápis cera- giz colorido- guache ou pincel atômico
Técnica- Desenhar livremente no papel preto.
7- Desenho no papel silhueta
Material- Papel silhueta em cor clara- lápis cera- guache ou giz colorido
Técnica- Desenhar livremente no papel silhueta.
8- Desenho com lápis cera derretido na vela
Material- Lápis cera- papel apergaminhado 24kg- vela- fósforo
Técnica- Encostar o lápis cera (a ponta) ligeiramente na chama da vela.
Derretido o lápis cera, usá-lo rapidamente sobre o papel, conseguindo-se um
belo efeito em relevo. Com a prática, o aluno passa do simples pingar ao riscar
no trabalho, mais detalhes.
Cuidados- Uma vela para cada criança. Colocar a vela num recipiente
fundo, para evitar que a vela caia. A vela deve ficar próxima ao papel que será
usado para o desenho. Alertar as crianças para que não encostem o lápis no
pavio a fim de não apagar a vela e não escurecer o lápis.
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9- Desenho surpresa (com barbante)
Material- Papel- lápis cera- barbante
Técnica- Segurar o barbante por uma das pontas, deixando-o cair sobre a
superfície lisa da mesa. Cobrir o barbante com uma folha de papel e passar o
lápis cera, na posição horizontal, sobre toda a superfície do papel. Repete-se o
processo mudando-se a posição do barbante utilizando cores diferentes.
10- Desenho sobre fundo preparado com lápis cera e varsol
Material- Papel apergaminhado 24kg- lápis cera- varsol- algodão
Técnica- Cobrir todo o papel com manchas coloridas usando cores claras
do lápis cera. Com um chumaço de algodão embebido no removedor esfregar
no papel até que as cores se misturem. Sobre este fundo colorido, desenha-se
imediatamente com lápis cera.
11- Desenho enriquecido com anilina
Material- Papel- lápis cera de várias cores- aguada de anilina- trincha
Técnica- Desenhar livremente com o lápis cera. Terminado o desenho,
cobrir com um trincha embebida em aguada de anilina sobre toda a superfície
do papel, numa cor única ou em várias cores, a tinta não penetra nas partes
cobertas com lápis cera, dando somente colorido as partes brancas.
12- Desenho branco surpresa
Material- Papel- lápis cera branco ou vela- aguada de anilina- trincha
Técnica- Usar lápis cera branco ou vela num desenho espontâneo. Em
seguida, cobrir a superfície do papel com aguada de anilina na cor desejada. O
contraste do branco com o fundo colorido fica muito interessante. A superfície
coberta com lápis cera branco rejeita a tinta.
13- Desenho colorido sobre fundo preto
Material- Papel- lápis cera de várias cores- anilina preta diluída- pincel
Técnica- Desenhar livremente, usando com bastante pressão o lápis cera.
Com um pincel grosso passar aguada de anilina por todo o papel. A tinta não
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penetrará nas partes cobertas pelo lápis cera, dando colorido só as partes
brancas.
14- Pintura desbotada no papel com anilina
Material- Papel apergaminhado 20kg- anilinas de cores fortes- trinchas-
pequeno vidro com água sanitária- cotonetes
Técnica- Colorir todo o papel com anilina bem forte e deixar secar. Depois
de seco desenhar com o cotonete embebido em água sanitária.
15- Cola polar e anilina
Material- Papel 24kg- cola polar branca- anilina- trincha
Técnica- Cortar a ponta do tubo da cola polar e desenhar com ela no
papel. Depois que a cola secar, cobrir todo o papel com aguada de anilina.
16- Desenho raspado
Material- Papel apergaminhado 24kg- lápis cera em várias cores- trincha-
nanquim preto ou guache grosso, prego ou estilete
Técnica- Colorir toda a área do papel com lápis cera, de modo que ele
fique todo coberto por uma camada espessa de lápis cera. Cobrir depois a
superfície com nanquim preto, usando-se para isso uma trincha. Depois de
seco, desenhar raspando com a ponta do prego tornando visível as cores que
ficaram sobre o nanquim.
17- Desenho com barbante molhado no guache
Material- Papel- pedaços de barbante- guache bem espesso em cores
variadas
Técnica- Mergulha-se os pedaços de barbante no guache espesso e com
eles vai-se formando uma composição sobre o papel. O barbante adere ao
papel e o desenho fica fixado.
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18- Desenho cego (retrato)
Material- Papel acetinado- tinta para pintura a dedos ou guache- água-
palito
Técnica- Dobra-se o papel ao meio e molha-se. Espalha-se uma ligeira
camada de tinta, somente sobre uma das partes da folha. Dobra-se em seguida
a parte não utilizada sobre a meia folha que contem a tinta. Alisa-se e desenha-
se livremente sobre a folha dobrada, usando o palito.
19- Guache com papel molhado
Material- Guache- esponja- água- pincel- papel apergaminhado
Técnica- Molhar a esponja na água e passar sobre o papel. Pintar neste
papel molhado com guache. As cores vão se diluindo como se fosse neblina.
Se pingar-mos gotas de tinta elas se espalharão dando a impressão de
estrelas.
20- Pinturas com guache utilizando os dedos
Material- Tinta guache nas cores primárias: azul, amarelo e vermelho-
papel apergaminhado
Técnica- Colocar na folha de papel um pouco de guache de cada uma
das cores. A criança desenha na folha, com o dedo, utilizando as cores ali
colocadas.
21- Desenho soprado
Material- Papel- guache com cores vivas- canudos de refresco
Técnica- Pingar várias cores de guache no papel e soprar com canudos.
Observações= Esta técnica consiste num excelente exercício respiratório,
e deve, se o papel for grande, ser dado em grupo.
22- Monotipia
Material- Papel- guache
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Técnica- Dobrar o papel ao meio, pintando um dos lados internos. Fechar
de novo a folha e imprimir.
23- Desenho com giz molhado
Material- Giz de várias cores- papel- goma arábico diluído em água
Técnica- Molhar o giz na goma arábica diluída e desenhar livremente.
24- Desenho com pincel atômico
Material- Pincel atômico em várias cores- papel
Técnica- Desenhar livremente com o pincel atômico, no papel.
25- Pincel atômico ou caneta hidrográfica e papel celofane
Material- Pincel atômico- papel celofane- papel base
Técnica- Colar o papel celofane na folha de papel base. Desenhar no
papel celofane com o pincel atômico ou a caneta hidrográfica.
Observação= Se possuir retroprojetor este desenho poderá ser projetado
para as crianças verem.
Pode-se usar também, papel celofane colorido. Neste caso, usa-se
guache com cor ou giz colorido.
26- Desenho desbotado no papel seda
Material- Papel de seda de cores fortes- água sanitária- cotonete
Técnica- Desenhar livremente sobre o papel de seda, com cotonete
molhado na água sanitária.
Observação= Explicar às crianças o quanto a água sanitária pode
prejudicá-las e que cuidados devem ser tomados ao utilizá-la.
27- Cola colorida
Material- Tubos de cola colorida- papel
Técnica- Desenhar livremente sobre o papel com os tubos.
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28- Pintura a dedo
Material- Papel acetinado 30kg ou capa de revista acetinada- goma
colorida- tabuleiro com água para molhar o papel- esponja para limpar-
espátula- avental plástico
Técnica- Molhar o papel com esponja umedecida; colocar depois
pequenos montes de tintas (uma só cor, de início, até no máximo de três, que
uma vez misturadas possibilitarão uma variedade de cores). Espalhar com as
duas mãos por toda a superfície do papel e desenhar com os dedos, unhas,
mãos fechadas, cotovelos.
Observação= A pintura a dedos deve ser feita sobre superfície bem
grandes. A música pode ser associada a técnica com ótimos resultados;
favorecendo o desenvolvimento da coordenação motora e do ritmo.
29- Desenho surpresa com papel carbono
Material- Papel- papel carbono- prego
Técnica- Colocar o carbono por baixo do papel comum. Desenhar com o
prego no papel comum. Ao virar-se a folha, após o trabalho terminado, verifica-
se o que se fez.
30- Desenho ao som da música (mãos dançantes)
Material- Lápis cera ou hidrocor- papel acetinado- disco ou fita gravada.
Técnica- Colocar um disco ou fita para tocar (de preferência música
clássica ou melodiosa). Pedir as crianças para desenhar de acordo como sinta
o ritmo da música. Outra sugestão seria ouvir a música e desenhar o que ela
lhe lembrou.
Observação= Este trabalho também pode ser feito dividindo-se o quadro
de giz ao meio e com dois alunos trabalhando, usando giz colorido e ambas as
mãos.
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31- Desenho de olhos fechados
Material- Lápis cera e papel
Técnica- Fazer livremente, sobre o papel branco, desenhos com lápis
cera sem tirar o lápis do papel, porém com os olhos fechados. Colorir com
qualquer técnica.
Observação= Pode-se desenhar cantando uma música.
32- Vela com anilina
Material- Vela- papel- anilina e algodão
Técnica- Fazer um desenho coma vela no papel branco. Passar anilina
sobre toda a folha.
33- Desenho com giz de cor peneirado
Material- Giz colorido- peneira pequena e papel
Técnica- Esfregar o giz numa peneira, em cima do papel e com o dedo
desenhar o farelo.
34- Peneirado, com nanquim, anilina ou guache
Material- Papel- guache (nanquim ou anilina)- peneira pequena-
escovinha de dente e moldes a gosto
Técnica- Colocar o molde sobre o papel e peneira em cima com a
escovinha molhada no guache.
35- Carimbo
Material- Bombril- quiabo- chuchu- batata- etc.- guache (grosso) e pincel
Técnica- Molhar o material no guache e carimbar no papel. (Na batata
pode-se fazer desenhos de animais, flores, etc. para carimbar).
36- Desenho com jornal
Material- Jornal- papel- lápis cera de diversas cores- tesoura e cola
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Técnica- Desenhar e pintar com o lápis cera no jornal. Depois recortar o
desenho e colar no papel.
37- Guache com goma
Material- Guache- goma- papel e pincéis
Técnica- Misturar o guache com a goma e desenhar com o pincel
livremente.
38- Desenho vazado
Material- Papel ofício- cartolina- guache- anilina para colorir- trincha e
pincel
Técnica- Recortar na cartolina a figura desenhada. Conservar a figura
recortado e a cartolina de onde a tirou ficando apenas a silhueta do desenho.
Coloca-se sobre o papel ofício a figura recortada ou vazada. Com o pincel
molhado na massa, bate-se sobre o papel. Ficará apenas o contorno da figura
já pintado.
39- Pintura com pasta de dente
Material- Pasta de dente (a pasta “Signal” já é colorida, facilitando o
trabalho da criança)- pó de pintor ou tinta “plasticor” de várias cores.
Técnica- Passar pasta dental sobre a cartolina. Em seguida, desenhar
com os dedos, molhando-os antes no pó de pintar ou na tinta.
Este tipo de pintura diverte muito a criança, embora fique um pouco
dispendiosa. A pintura a dedo poderá ser realizada ao som da música.
40- Desenho Fantasma
Material- Papel de desenho ou cartolina- pedaços de papel de seda de
várias cores- vela e água
Técnica- Desenha-se com a vela, sem usar o lápis. A criança fará o que
quiser; figuras, ou simples traços. Molhar um pedaço de papel de seda (cores
bem vivas) e passar sobre toda a superfície do desenho, que irá aparecendo,
pois a tinta não fixará onde a vela deixou seus traços. Este tipo de pintura misto
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agrada ao pré-escolar, além de desenvolver a memória, uma vez que o registro
dos traços não se torna imediatamente visível.
• Recorte e colagem
1- Colagem com retalhos e material de sucata
Material- Retrós de linha, botão, palito de fósforo, papel de revista,
pequenas peças, etc.
Técnica- Entregar o material a criança e deixar que ela trabalhe
livremente. Pode ser um trabalho individual ou grupal.
2- Colagem com palitos de picolé, canudos de refresco ou palitos de
fósforo
Material- Palitos de picolé, canudos de refresco ou palito de fósforo.
Técnica- Propor um trabalho a partir de tema ou deixar que a criança crie
livremente.
3- Colagem com cereais
Material- Cereais, papel, cola e lixa.
Técnica- Fazer um desenho e colar cereais de um só tipo ou de diversas
qualidades. Deixar os cereais quando não colarem com facilidade. Se quiser
pode-se pintar com guache.
4- Colagem com papel picado ou rasgado
Material- Papel de revista, papel fantasia, papel crepom e papel de seda.
Técnica- Fazer um desenho livre e cobrir com os pedaços de papel picado
ou rasgado com os dedos, colar.
5- Colagem com barbante
Material- Barbante, tesoura, cola, lápis e papel.
Técnica- Fazer um trabalho espontâneo, colocando este material.
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6- Colagem com aparas de lápis de cor
Material- Papel, lápis, aparas de lápis, cola, cartolina ou papel grosso.
Técnica- Fazer um desenho espontâneo e enfeitar com aparas de lápis.
7- Colagem com folhas e cascas de árvores
Material- Cascas de árvores (eucalipto), folhas e cola.
Técnica- Prepare todos elementos e faça uma composição sobre a
cartolina. Quando estiver certa da posição de cada um deles, comece a colá-
los nos lugares correspondentes.
8- Colagem de macarrão pintado com anilina
Material- Papel, anilina, cola, macarrão e lápis de cor.
Técnica- Desenhar livremente e enriquecer com o macarrão.
Observação- Pode ser feita com arroz, sagu, farinha, etc.
9- Mosaico (duas opções: jornal ou laminado)
Material- Papel tamanho 2 ofício (papel preto fica mais vistoso), jornal,
cola e tesoura.
Técnica- A criança tanto pode cortar o papel, como rasgar, formando
desenhos. Pode-se usar detalhes do papel laminado colorido, para enriquecer.
10- Vitrô
Material- Papel vegetal, celofane ou de seda, cola e tesoura.
Técnica- Cortar papel vegetal, dividir ao meio, (dobrar) depois numa das
partes colar os recortes que quiser, feito com papel celofane, ou seda, e em
seguida fechar com a outra parte e colocar na janela, onde a luz penetre
diretamente.
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• Trabalho com sucata
1- Boneco
Material- Tampinhas de pasta de dentes, 13 vermelhas, 5 brancas, 1 azul,
40 cm de arame fino.
Técnica- Furar as tampinhas (esquentando um prego que segurado por
um alicate, durante algum tempo e introduzi-lo aquecido na tampinha plástica).
As tampinhas brancas devem Ter dois furos. Cortar o arame ao meio. Introduzir
a metade do arame em uma tampinha branca, puxá-lo, ajustá-lo e torcer a
extremidade menor sobre o fio. Colocar três tampinhas vermelhas. Pegar a
outra metade do arame e fazer o mesmo: colocar uma tampinha branca, torcer
a extremidade do arame para não desenfiar e colocar as três vermelhas.
Formamos, assim, as duas pernas do boneco. Torcer os arames, bem junto às
tampinhas. Nos dois arames reunidos, introduzir duas tampinhas vermelhas
que formarão o corpo do boneco. Separar os dois arames. Cada um irá receber
duas contas vermelhas e uma branca, para formação dos braços. Ao sair na
tampinha branca, o arame irá por orifício e voltará por outro. Ajustá-lo e torcê-lo
bem, para não desmanchar. Introduzir um pedaço de arame na altura do
pescoço, torcê-lo e colocar uma conta vermelha (pescoço), uma azul maior
(cabeça) e uma branca (chapéu). Aqui também o arame irá por um orifício e
voltará por outro. Torcê-lo bem para não desmanchar. As tampas brancas são
colocadas em sentido contrário.
Observação- As crianças, nesta atividade, trabalham apenas enfiando as
tampinhas, o restante o professor que auxiliará.
2- Boneco Andante
Material- Papel cartão (duas ou mais cores), lã, papel pregueado
laminado, hidrográficas, cola, elástico fino, estilete e tesoura.
Técnica- Corte o molde do boneco em papel cartão, faça dois orifícios na
parte arredondada do molde, de maneira que eles tenham o mesmo diâmetro
dos seus dedos; desenhe com hidrográfica o rosto e a camisa do boneco; se
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desejar, faça saia, ou outra peça do vestuário, com o papel pregueado
laminado, ou com outro material de seu gosto; corte tirinhas de lã e amarre-as
ao centro. Cole-as sobre a cabeça do boneco no lugar do cabelo; introduza os
dois dedos mais compridos nos orifícios do papel e veja como parece que o
boneco adquiriu pernas humanas; se desejar, prenda um elástico unindo os
dedos ao boneco, obtendo maior firmeza e liberdade de movimentos.
3- Colar
Material- Meio pacote de macarrão estrelinha, fio de náilon fino, canutilho
dourado ou prateado (um dedal), fecho para colocar (de duas ou três voltas,
como preferir).
Técnica- Cortar um fio de náilon, do tamanho da volta do colar. Amarrar
uma das extremidades do fio em um dos lados do fecho. Trabalhar assim: um
canutilho, dez estrelinhas de macarrão, terminando por um canutilho. Amarra-
se a extremidade do fio ao outro lado do fecho. Proceder da mesma maneira
para as demais voltas do colar.
4- Copinho plástico
Material- Copo plástico, papel laminado, tinta guache, cola e verniz.
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Técnica- Pegar um copinho plástico. A professora dará aos alunos os
papéis cortados já nos formatos estipulados. A criança colará no copo
formando o motivo escolhido, e passará verniz.
Em vez de recorte, pode-se pintar com guache a expressão do rosto, e o
criança, depois de seco, passará o verniz.
Pode-se, ainda, em vez de rosto humano, desenhar carinhas de animais.
5- Saquinho de papel
Material- Saco de papel, lã, barbante ou papel laminado.
Técnica- A criança recorta as orelhas e a parte da cabeça do coelhinho
e cola no fundo do saquinho. Em seguida, faz os buracos dos olhos e da boca.
Fazer os bigodes do coelho de lã, barbante engomado ou do próprio papel
laminado que fez as orelhas, ou de outro material que a professora conheça.
6- Botinha andante
Material- Cartolina fina, rolha de cortiça, tinta plástica, miçangas, cola e
tesoura.
Técnica- Faça dois cilindros vazados de cartolina nas seguintes medidas:
3 cm de comprimento e 1cm de diâmetro nas extremidades.
Corte a rolha ao meio, pinte-a com tinta plástica. Deixe secar. Cole os
cilindros sobre as rolhas secas concluindo as botinhas. Enfeite-as com
miçangas. Com os dois dedos maiores das mãos, enfie dentro das botinhas
imitando perninhas.
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7- Máscaras
Material- Papel cartão colorido, rolha, lã grossa, algodão, pincel
hidrográfico, tesoura e elástico.
Técnica- Escolhe-se o motivo desejado e desenhe-o em papel cartão.
Faça orifícios no lugar dos olhos para poder enxergar através dos mesmos.
Pode-se furar também o lugar do nariz.
Nas extremidades laterais, na altura das orelhas, prende-se o elástico que
fixará a máscara na cabeça. O cabelo pode ser feito com lã, sisal, algodão, etc.
As orelhas e boca: de rolha, papel colado, ou outro material que preferir.
• Fantoches
O fantoche é propriedade comum da humanidade, sendo conhecido no
extremo oriente, onde, sobretudo no Japão e na Indonésia, Também se cultiva
o espetáculo de fantoche por meio de sombras refletidas na parede.
É uma das formas mais antigas e ricas de expressão. Pode englobar a
literatura, a expressão corporal e vocal e as artes plásticas. A confecção e a
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manipulação de bonecos, além de ser uma fonte de prazer, favorece o
desenvolvimento da coordenação motora, a exploração criativa e o trabalho
tridimensional.
A criança possui uma carga emotiva, um mundo imaginário muito
presente e fluindo de maneira muito espontânea, durante o período em que se
encontra na educação infantil. Sendo assim o fantoche pode ser usado como
fonte inesgotável para a exploração deste mundo e, através dele recriar sua
própria realidade para construir, passo a passo, o seu conhecimento, sem
recorrer o tempo inteiro a práticas educacionais que massificam o indivíduo.
Enquanto se trabalha o fantoche se desenvolve a expressão espontânea
e se aprimora a fantasia que são elementos muito significativos nesta fase.
Necessita-se aprender a trabalhar, com ele, sem que o mesmo se perca na
evolução do indivíduo. Precisa-se de seres mais humanos, sensíveis, enfim,
mais completos.
Esta atividade desperta grande interesse nas crianças, pela variedade de
bonecos e pela participação delas na sua confecção e manuseio. Assim sendo,
através dos fantoches, o professor pode criar histórias, provocar diálogos,
desenvolvendo na criança, a oralidade, a criatividade, o dom artístico.
Para a criança é muito prazeroso inventar um personagem e, depois,
fazê-lo mexer-se, criar sua voz e seu jeito de ser. Há inúmeras formas de
confeccionar bonecos manipuláveis. São técnicas bastante simples e que usam
materiais também de fácil obtenção e uso.
Sendo assim os fantoches podem ser feitos utilizando os mais diversos
materiais. Os detalhes ficam por conta de quem os confecciona. Eles podem
ser recortados ou confeccionados com sucata.
Esta técnica apresenta-se de várias formas, tais com:
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1- Fantoches de legumes ou frutas
Neste fantoche pode-se usar batata, chuchu, cenoura ou laranja, limão,
maçã, banana que são movimentados com uso de espeto de churrasco.
2- Fantoche de vara
Os bonecos, robôs, pessoas e animais podem ser confeccionados com
sucatas, bolas de isopor, retalhos de papel, entre outros e são movidos por
meio de varas (pau de picolé ou de churrasco) presos ao corpo ou a criança.
3- Fantoches de copo plástico
Recorta-se duas vezes o corpo do fantoche no tecido. Costura-se a
roupinha e prega-se a bola de isopor para formar a cabeça. Faz-se as
mãozinhas de papel cartão ou color set e prende-se com grampeador ou cola.
Faz-se os olhos, boca e nariz usando canetas hidrocor ou pregando papéis
coloridos e recorta-se uma abertura no fundo do copo para passar o pauzinho
de churrasco. E, para fixação do fantoche no copo usa-se durex ou fita crepe.
Prende-se o pauzinho de churrasco na cabeça do fantoche, passando por
dentro do copo.
Variação= O corpo do fantoche pode ser feito utilizando papel crepom no
lugar do tecido. A cabeça será de papel color set, cartão ou cartolina, cortada
duas vezes e colada no pauzinho de churrasco.
4- Fantoches de dedos
Os próprios dedos se transformam em fantoches quando neles são
pintados olhos, boca, nariz e coloca-se um chapéu no tamanho adequado.
Podem-se também fazer rolinhos de cartolina no diâmetro do dedo e deixar que
os alunos completem livremente.
Outra sugestão é confeccionar, em papel, pano ou feltro bonecos ou
animais e introduzi-los no dedo indicador.
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5- Fantoches de sacos de papel
São criadas na extremidade fechada do saco de papel personagens com
desenhos ou colagens. Enfiados na mão, ou amarrados ao pulso com barbante
ou gominha. Alguns fantoches feitos no saco de papel podem mexer a cabeça.
6- Fantoches de caixa de papelão
Corta-se uma das faces de cada uma das caixas e fixa-se uma na outra
por uma das extremidades, com fita adesiva ou cola, depois coloca-se alças de
cartolina para segurar o fantoche, que pode ser enfeitado com colagem ou
pintura aproveitando a emenda como boca. Outra variação é fazer recorte e
colagem afixando no fundo da caixa.
7- Fantoches Coloridos
Esse tipo de fantoche pode ser feito com tubos de cartolina ou de papel
higiênico.
Recorta-se as partes do rosto e da roupa com papéis coloridos. Depois de
todas as partes coloridas recortadas, cola-se ao tubo para formar o fantoche.
Pode-se também utilizar caixas de pasta de dental para confeccionar os
fantoches. Eles são movimentados introduzindo-se o dedo indicador.
8- Fantoches com balões
Desenha-se a carinha fazendo os olhos e a boca com caneta hidrocor ou
com recorte de papel, no balão já cheio.
Coloca-se um círculo de papel vermelho no centro, formando o nariz, para
o cabelo usa-se tiras de papel crepom ou lã colorida. Enrola-se cada tira em
um lápis para fazer os cacheados.
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Os alunos podem usar a criatividade e fazer balões divertidos e variados,
podendo ser utilizados em dramatizações.
9- Fantoche de papelão corrugado
O papelão corrugado é macio e pode ser recortado e modelado com
facilidade para fazer fantoches originais.
É usado uma tira de papelão corrugado, passa-se cola no lado ondulado
e enrola-se firmemente a tira de papelão de modo a formar um cilindro. Faz-se
um corte no lugar da boca com um estilete e aperta-se para modelar a boca;
afunda-se nos cantos e puxa-se para forra os lábios.
Para formar os olhos, basta fazer uma depressão com o dedo. O nariz
pode ser feito com canudo do mesmo papelão, preso com cola. Pode-se
recortar tiras no alto do cilindro para formar uma vasta cabeleira. Passa-se tinta
na boca, olhos e bochechas. Calcar com o dedo a parte inferior do cilindro,
para obter uma cavidade, onde se pode encaixar o dedo indicador para
movimentar o boneco ou um vareta.
10- Fantoches de pratos de papelão
Pinta-se os pratos da cor que quiser, recorta-se e cola-se, de acordo com
a criatividade: olhos, bicos, focinhos, bocas, orelhas com retalhos de papel
color set ou fantasia. Cola-se no prato de papelão os detalhes recortados, para
fazer o bichinho que quiser. Fixa-se um palito de churrasco para segurá-lo.
Amarra-se um laço de fita para dar mais graciosidade ao fantoche. Se, em vez
de fantoches, quiser fazer máscaras para dramatizações, coloca-se elástico
fininho nas laterais.
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• Dobraduras
A dobradura, também chamada de origami, é uma arte japonesa muito
antiga, mas sua origem é da China ocidental, apreciada no mundo inteiro.
A arte do origami consiste em fazer-se uma figura, geralmente de animais,
por meio de simples dobraduras e alcança sempre mais valor quando não usa
cortes ou cola.
O trabalho com dobraduras proporciona à criança de diferentes idades
oportunidade de exercitar algumas habilidades importantes para o seu
desenvolvimento global- concentração, atenção, domínio motor, contato com
formas geométricas variadas, localização especial e seu domínio, percepção
visual- de maneira prazerosa e gratificante, além de estimular a imaginação.
As dobraduras devem ser apresentadas das mais fáceis para as mais
difíceis, para que a criança vá, passo a passo, apoderando-se dos
procedimentos necessários à construção das formas básicas com as quais
realizará diversos trabalhos.
Na medida do possível o trabalho com as dobraduras deve ser articulado
aos conteúdos que estão sendo desenvolvidos nas diferentes disciplinas, para
que não fique solto, descontextualizado.
Trabalhar com papel produz bons resultados porque, além de ser um
material fácil de ser conseguido, é atraente para a criança por sua cor, textura
e facilidade de manuseio. Através do papel acontece a comunicação, a
informação, a obtenção de cultura, a criação artística e a possibilidade de
surgirem jogos.
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Como sugestões de dobraduras cita-se:
1-Barco
2- Flores
Tulipa
1- 2
2- Dobre para cimacomo indica a seta.A ponta da direitadeve ficar mais altaque a esquerda.
3- Pronto. O barco está pronto.
1
3- Dobre as duas pontaspara cima.
4- A tulipa está pronta.
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3- Lírio
1- 2- Dobre as pontas para cima.
2- Agora dobre as pontas 4- O lírio está pronto.
para baixo.
3- Cachorro
Cabeça
1- 2- Dobre as duas 3-Faça uma dobra na
pontas para frente. parte da frente do
papel para cima e
coloque para dentro.
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Corpo
1- 2 – Dobre a ponta 3- Coloque a cabeça
para cima. Está no corpo e está
pronto o corpo. pronto o cachorro.
4- Papagaio
1- 2- Dobre as duas 3- Dobre ao meio
pontas para fora. deixando as
dobras para dentro.
4- Dobre a ponta direita para trás. 5- Está pronto o papagaio.
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5-Baleia
1- 2- Dobre as pontas 3- Corte no local
laterais para dentro. indicado para
Dobre a ponta inferior fazer a cauda.
para cima.
4-Dobre a figura ao 5- Dobre a ponta 6- Dobre a ponta
meio, deixando as para cima. cortada para baixo
dobras para dentro. e faça a cauda.
6- Coelho
1- 2- 3- Dobre a ponta para
cima.
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4- Dobre a ponta 5- Corte no local 6- Dobre ao meio.
baixo. indicado.
7- Dobre as duas pontas. 8- Está pronto o coelho.
7- Casa
1-Marque o meio 2- Dobre as pontas 3- Está pronta a
do quadrado. superiores para casa.
frente.
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8- Casas geminadas
1- Dobre ao meio o quadrado 2- Marque o meio do retângulo.
e faça um retângulo. Depois dobre os dois lados
fazendo com que se encontrem
no meio.
3- Desdobre os dois lados 4- Abra as duas pontas
Agora dobre as duas pontas e achate, formando os
superiores para a frente. telhados.
5- Estão prontas as casas
geminadas
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9- Uma fábrica
1- 2- Dobre a parte 3- Desdobre e corte
superior para no local indicado.
frente.
4- Dobre o telhado. 5- Está pronta a fábrica.
A variedade de técnicas atiça a curiosidade, desenvolve a criatividade e
torna as crianças mais aptas a aceitarem e resolverem desafios, de maneira
inteligente, o que reflete na sua formação como indivíduo na sociedade.
O que importa não é o produto final obtido, mas o processo de criação,
onde o educando elabora seus próprios sentidos ao mundo à sua volta. É a
partir desta compreensão que se pode transpor a atual prática pedagógica, de
maneira a contribuir para uma educação que tenha a ver com a construção de
um sentido pessoal para a vida, que seja próprio de cada educando.
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Conclusão
A expressão artística da criança é uma documentação de sua
personalidade. Se sua personalidade for livre, flexível e desenibida, sua
expressão artística também se desenvolverá desta forma, o mesmo ocorrerá se
ela for tensa, limitada e inibida.
Cada pessoa, adulta ou criança, se serve de formas diversas para
expressar suas experiências pessoais. Como essas experiências acompanham
o crescimento do indivíduo, a sua alto identificação envolve as mudanças
sociais, intelectuais, emocionais e psicológicas que se operam no íntimo do
ser.
A arte mostra a relação do homem com o seu espaço através de suas
atitudes perante o mundo. O professor deve levar em consideração a etapa do
desenvolvimento do aluno para embasá-lo com novas informações,
despertando nele o interesse e a observação. Conduzindo com eficiência e
segurança o processo expressivo de seus alunos é essencial que ele próprio
passe pelo mesmo processo, descobrindo e exercitando suas próprias
potencialidades expressivas.
A própria atividade diária de dar aula de arte é uma atividade
fundamentalmente criadora e precisa ser vivida como tal. Pois ao oferecer as
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crianças variadas oportunidades de desenvolver e aperfeiçoar sua capacidade
de expressar-se e aperfeiçoar sua capacidade de expressar-se artisticamente
através do desenho, pintura, recorte, colagem, modelagem entre outros,
contribui-se de maneira segura para sua auto-afirmação e auto-realização.
Sendo assim o desenvolvimento é um processo contínuo e não pode-se
forçar uma criança a crescer mais depressa.
Para que tudo isto seja percebido pela criança, é importante que ela tenha
oportunidade de utilizar os mais variados objetos, desde os que se encontram
livremente na natureza até aqueles que são convencionalmente usados em
Artes; além disto, a atitude do professor frente a estes objetivos e frente à
natureza da criança é fundamental, já que ele terá que criar oportunidade para
que a exploração deste material seja realmente feita pela criança,
desenvolvendo seu raciocínio.
Fazer a criança descobrir as possibilidades dos materiais, convencionais
ou não, será sempre a postura do professor que realmente deseja desafiar a
curiosidade, a imaginação e a criatividade da criança. Entretanto, a atividade
livre e criadora não implica o fato de se deixar o aluno entregue a si mesmo;
pelo contrário, o apoio efetivo do professor e um ambiente rico em experiências
permitirão a liberdade de escolha dentro dos interesses da criança.
Desta forma, fica claro que as atividades na área das artes plásticas, num
currículo da Educação Infantil, devem caracterizar-se por serem livres e
oferecidas diariamente, pois constituem-se estímulos essenciais ao
desenvolvimento dos alunos nesta faixa etária.
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Anexos
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81
Bibliografia
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CALABRIA, Carla Paula Brondi. Arte, história e produção, 2: arte ocidental. São
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CANTELE, Bruna R. Arte, etc. e tal... Ensino Básico de educação artística.
Volume 2. São Paulo: IBEP.
CANTELE, Bruna R e at alli. Arte e habilidade. São Paulo: IBEP.
DERDYK, EDITH. Formas de pensar o desenho. Desenvolvimento do grafismo
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DINIZ, Célia Maria de Deus et alli. Educação Artística no cotidiano escolar.
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DUARTE, João Francisco. Fundamentos Estéticos da Educação. São Paulo:
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JÚNIOR, Isaias Marchesi. Atividades de educação Artística. Volume 4. 9ªe
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