a influência das imagens cotidianas na comunicação visual

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FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍ Mantida pela Instituição Cultural e Educacional de Ivaiporã - ICEI ELIANA APARECIDA DE SOUZA KELLER CRISTHINA VERRI ALVES ROSA MARIA SCHMIDT SURJUS A INFLUÊNCIA DAS IMAGENS COTIDIANAS NA COMUNICAÇÃO VISUAL LONDRINA 2013

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    FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVA

    Mantida pela Instituio Cultural e Educacional de Ivaipor - ICEI

    ELIANA APARECIDA DE SOUZA KELLER CRISTHINA VERRI ALVES ROSA MARIA SCHMIDT SURJUS

    A INFLUNCIA DAS IMAGENS COTIDIANAS NA COMUNICAO

    VISUAL

    LONDRINA

    2013

  • 2

    ELIANA APARECIDA DE SOUZA KELLER CRISTHINA VERRI ALVES ROSA MARIA SCHMIDT SURJUS

    A INFLUNCIA DAS IMAGENS COTIDIANAS NA COMUNICAO

    VISUAL

    Monografia apresentada ao curso do Instituto

    de Estudos Avanados e Ps Graduao -

    ESAP como requisito parcial para a obteno

    do ttulo de Especialista.

    Orientador: Prof. Me Wagner Rosa

    LONDRINA

    2013

  • 3

    ELIANA APARECIDA DE SOUZA KELLER CRISTHINA VERRI ALVES ROSA MARIA SCHMIDT SURJUS

    A INFLUNCIA DAS IMAGENS COTIDIANAS NA COMUNICAO

    VISUAL

    Monografia apresentada ao curso do Instituto de Estudos

    Avanados e Ps Graduao - ESAP como requisito parcial

    para a obteno do ttulo de Especialista.

    COMISSO EXAMINADORA ____________

    Nota

    _____________________________

    Professor Me. Wagner Rosa

    _____________________________

    Secretaria

    ______________________________

    Secretaria

    Londrina, 05 de novembro de 2013

  • 4

    DEDICATRIA

    Dedicamos o trabalho a todos os professores de Arte que buscam, assim como ns, um

    rumo melhor para a educao.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Gostaramos de agradecer a todos que contriburam de maneira relevante

    para a elaborao dessa pesquisa.

    A Deus em primeiro lugar por agir em nossas vidas.

    A Nossa famlia, por estar sempre ao nosso lado nos momentos mais

    difceis e no permitindo nossa desistncia

    Ao ESAP, pelo belssimo papel de formao de educadores na rea da

    Educao.

  • 6

    questo: - O que a arte? - seria possvel responder brincando (mas no seria uma brincadeira tola): que a arte o que todos sabem o que .

    Benedetto Croce

  • 7

    SOUZA, Eliana Aparecida; ALVES, Keller Cristhina Verri; SURJUS, Rosa Maria Schmidt. AS

    INFLUNCIAS DAS IMAGENS COTIDIANAS NA COMUNICAO VISUAL. ESAP

    Instituto de Estudos Avanados e Ps graduao , UNIVALE Faculdades Integradas do

    Vale do Iva. Monografia de curso de ps-graduao Lato Sensu em. Londrina 05 de

    novembro de 2013.

    RESUMO

    O presente trabalho por meio de reviso bibliogrfica, dialoga acerca do que se faz necessrio para que as aulas de Arte saiam do senso comum e se adequem as reais necessidades dos nossos educandos. Para tanto, buscou-se compreender a Arte na Educao, considerando esta como parte da educao bsica e fundamental para o desenvolvimento do estudante. Dado outro contexto, mostra-nos a histria do Ensino de Arte, tentando categorizar as mudanas na arte ao longo do tempo, para melhor compreenso da forma como a arte modela e modelada por suas perspectivas. Busca, ainda, demonstrar a comunicao visual como uma forma de interpretar o mundo, trazendo reflexes e contribuies a respeito da importncia de se construir conhecimentos por meio das ferramentas ofertadas pela disciplina de Arte. Demonstrar, tambm, como trabalhar o alfabetismo visual, sob diversas maneiras e tcnicas, partindo-se de informaes na rea da artesania, da teoria psicolgica, da natureza e no funcionamento fisiolgico do organismo humano. A contribuio deste trabalho vai alm do compreender a Arte, assumindo um papel relevante para a construo histrica do momento presente.

    Palavras chave: Histria da Arte. Ensino e Aprendizagem. Comunicao Visual.

    Alfabetismo Visual.

  • 8

    SUMARIO

    INTRODUO...........................................................................................................09

    1 ARTE NA EDUCAO... .......................................................................................10

    1.1 A Histria do Ensino da Arte................................................................................12

    1.2 Arte no Ensino e Aprendizagem...........................................................................15

    2 COMUNICAO VISUAL......................................................................................18

    2.1 Alfabetismo Visual................................................................................................20

    CONSIDERAES FINAIS ......................................................................................25

    REFERNCIAS ......................................................................................................27

  • 9

    INTRODUO

    O presente trabalho aborda o tema A influncia das imagens cotidianas na

    comunicao visual, buscando entender o porqu do alfabetismo visual no ensino

    de arte como meio de compreenso, expresso e comunicao.

    A questo central est em ultrapassar as mensagens visuais visando melhor

    compreender e interpretar as imagens impostas, objetivando, para tal, instigar a

    reflexo sobre a importncia do uso da comunicao visual atravs do Ensino de

    Arte.

    Como objetivos especficos, busca-se despertar e conscientizar acerca da

    percepo das mensagens obtidas por meio de imagens; sugerir meios e

    contextualizar os significados propostos na comunicao visual; propor formas de

    interpretar e compartilhar as imagens construdas.

    Para tanto, prope-se aqui um estudo das relaes dos estudantes com a

    comunicao visual, identificando as diversas formas de interao e utilizao dessa

    linguagem na sua vida cotidiana e em seu processo de socializao.

    A metodologia adotada foi a pesquisa bibliogrfica, com anlise de textos,

    livros, revistas especializadas, jornais, sites que foram consultados, procurando

    encontrar uma maneira de sintetiz-los numa obra que tenha o carter de

    objetividade e riqueza de dados.

    Dentre as fontes de informao citadas, a que consideramos merecer

    comentrio a Internet: Esta rede de comunicao mundial pode gerar muita

    informao, mas temos que ter em mente que nem todas so confiveis.

    Procuraremos sites confiveis, cuja fonte dos dados estejam especificadas, tais

    como instituies governamentais, ONGs, e de autores renomados.

    Os instrumentos de Coleta de Dados foram os mais diversos. Como

    observao assistemtica, sem controle e planejamento; individual, realizada por um

    pesquisador sobre um determinado tema especfico; em equipe, feita pelo grupo.

    Aps a Coleta dos Dados os textos foram agrupados para anlise e

    discusso dos resultados, visando atender aos objetivos da pesquisa e comparar se

    esto de conformidade com as diretrizes estabelecidas.

    Finalizamos com as concluses da anlise e os resultados obtidos.

  • 10

    1. ARTE NA EDUCAO

    Considerando o Ensino de Arte como parte da educao bsica e

    necessria para o desenvolvimento do educando, convm lembrar que a mesma

    deve pautar-se num processo de reflexo sobre a finalidade da educao, com seus

    objetivos, contedos e metodologias, com pretenso acerca dos estudantes

    aprenderem sobre diversas reas do pensamento e de criao artstica, expandindo

    a capacidade de criao e desenvolvimento do pensamento crtico.

    Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais do Ensino de Arte do Estado

    do Paran, h uma grande complexidade na tarefa de definir arte, portanto,

    consideram a necessidade de abord-la atravs dos campos conceituais, como:

    o conhecimento esttico est relacionado apreenso do objeto artstico

    como criao de cunho sensvel e cognitivo. Historicamente originado na

    Filosofia, o conhecimento esttico constitui um processo de reflexo a

    respeito do fenmeno artstico e da sensibilidade humana, em consonncia

    com os diferentes momentos histricos e formaes sociais em que se

    manifestam. Pode-se buscar contribuies nos campos da Sociologia e da

    Psicologia para que o conhecimento esttico seja melhor compreendido em

    relao s representaes artsticas;

    o conhecimento da produo artstica est relacionado aos processos do

    fazer e da criao, toma em considerao o artista no processo da criao

    das obras desde suas razes histricas e sociais, as condies concretas

    que subsidiam a produo, o saber cientfico e o nvel tcnico alcanado na

    experincia com materiais; bem como o modo de disponibilizar a obra ao

    pblico, incluindo as caractersticas desse pblico e as formas de contato

    com ele, prprias da poca da criao e divulgao das obras, nas diversas

    reas como Artes Visuais, Dana, Msica e Teatro. (PARAN, p. 52-53)

    Atravs desses campos de conhecimento que se efetiva a construo do

    conhecimento em Arte, relacionando o esttico e o artstico, que se materializa por

    meio das representaes artsticas.

    Peixoto (2007) esclarece que para que possamos compreender as criaes

    artsticas se faz necessrio entender o momento histrico vivenciado, principalmente

    em seus aspectos social, poltico, cientfico e cultural, pois atravs desse contexto

    que encontramos os termos explicativos de posies e criaes, sendo possvel

    estabelecer um conhecimento crtico, enraizado e o melhor, significativo sobre elas.

  • 11

    Ainda diz que se no perpetuarmos neste contexto, o conhecimento fica sem

    significado transformando-se em simples justaposio de dados, fatos, datas e

    eventos desconectados, pois a rea da Arte no tem uma lgica interna, ela no

    autoexplicvel, ao contrrio, tudo o que acontece no mbito da Arte est ligado ao

    tempo histrico, a sua organizao da produo e da sociedade, sendo tambm o

    fruto das conquistas humanas de toda a histria que vem antes, em vrios campos,

    como o campo do fazer e do criar; o campo do saber e do pensar; o campo do sentir

    e do perceber, o campo do agir e do relacionar-se. (PEIXOTO, 2007).

    Para que as aulas de Arte aconteam como expresso da conscincia

    crtica, necessrio selecionar contedos partindo de uma anlise histrica,

    abordando os conhecimentos estticos e da produo artstica atravs da

    criticidade, permitindo ao estudante uma percepo da arte em suas variadas

    facetas, possibilitando assim a construo de uma sociedade sem desigualdade e

    apreenso plena da realidade. (FARACO, apud KUENZER, 2000).

    Arte e sociedade devem fundar-se nos nexos histricos, com enfoque dado

    ao ensino de Arte na Educao Bsica, sendo abordadas as concepes de arte

    como ideologia, como forma de conhecimento e como trabalho criador, referendados

    como as principais concepes de arte no campo das teorias crticas, tornando-se

    importante a explicao de como o ser humano transforma-se no mundo, que vo

    construindo sua histria.

    De acordo com Fischer (2002) a arte est presente desde os tempos

    remotos, sendo uma forma de trabalho criador, pois pelo trabalho o ser humano

    transforma a natureza e a si mesmo, e produz sua existncia atravs dele, criando

    meios de expresso e comunicao.

    O homem transformou o mundo e a si prprio pelo trabalho e, por ele,

    tornou-se capaz de abstrair, simbolizar e criar arte. Assim, em todas as

    culturas, constata-se a presena de maneiras diferentes daquilo que hoje se

    denomina arte, tanto em objetos utilitrios quanto nos ritualsticos, muitos

    dos quais vieram a serem considerados objetos artsticos. (PARAN, 2006,

    p. 54).

    Sendo assim, o individuo articula modos diversos de ver e sentir, conforme

    seu tempo histrico vivido, com caractersticas fundamentais e consideraes de

    influncias sociais, polticas e econmicas e suas relaes entre homens e objetos,

  • 12

    compreendendo a relatividade do valor esttico e as diversas colocaes que a Arte

    tem desempenhado ao longo da histria.

    1.1 A histria do Ensino de Arte

    O que a arte? Quem faz a arte? Porque o mundo necessita de arte? So

    questes fluentes neste trabalho para podermos entender o que a arte traz de bom

    para nossa vida. O sentido da palavra Arte, assim como a classificao das

    atividades a ela ligadas variou muito desde o incio da Idade Mdia europia. A arte

    engajada, que utiliza os meios do realismo ou do simbolismo, raramente nos satisfaz

    dividida que entre uma forma e um fundo. (GOMBRICH, 2006).

    A arte como uma palavra que designa uma esfera separada de todo o resto,

    assim surge a arte pura separada do resto da vida e a palavra que a designa. As

    ideias sobre a definio de arte tm sofrido mudanas ao longo do tempo, o campo

    da histria da arte tenta categorizar as mudanas na arte ao longo do tempo e

    compreender melhor a forma como a arte modela e modelada por suas

    perspectivas. Caractersticas da arte na pr-histria podem ser inferidas a partir dos

    povos que vivem atualmente ou viveram at recentemente na pr-histria. A arte

    acompanha o homem e sua histria em manifestaes que refletem o contexto

    social do momento em que ele est inserido. A modernidade caracterizou-se por

    produzir diferentes estilos concomitantes e variadas correntes, numa demonstrao

    de diversidades de gostos. (GOMBRICH, 2006).

    Imagens e obras de arte criaram ao longo da histria um universo expressivo

    prprio, irredutvel a linguagem discursiva. Suas mensagens e significados s

    podem ser analisados a partir de sua prpria lgica, apta a integrar os estratos de

    sentido, sua eficincia comunicativa em situaes culturais especficas, em cujo

    horizonte as imagens interagem com outras esferas da vida e do imaginrio social a

    economia, a poltica, a religio, as trocas simblicas. Ao abranger todas as imagens

    artsticas e no artsticas e levar em considerao todas as formas e representaes

    visuais. (GOMBRICH, 2006).

    Imagens so conhecidas em quase todas as culturas. Os seus significados

    funes e objetivos so discutidos, s vezes polemicamente. A histria da arte

    analisa objetos artsticos. Teoria geral da sensibilidade, da sensao e do sensvel,

  • 13

    o que aproxima da histria da filosofia. A histria da arte faz parte tambm das

    cincias humanas, fenmenos histricos, sociais e culturais. A construo do

    conhecimento bsico em histria da arte, por meio do domnio dos mtodos de

    trabalho e da capacidade de apresentar este conhecimento de forma factual e

    linguisticamente adequada. (GOMBRICH, 2006).

    A historiografia sobre a histria da arte tem se enriquecido a cada nova

    descoberta sobre o mesmo, principalmente na sua importncia para o

    desenvolvimento histrico. Diferentes perspectivas necessitam da busca de fontes

    referentes aos perodos artsticos, diferentes construes sobre a histria da arte,

    assim, como seu contexto social, histrico e poltico. As pesquisas no so somente

    interpretaes, mas analises que ao longo da histria se faz importantes para o

    desenvolvimento do contexto histrico da arte. (GOMBRICH, 2006).

    A arte transforma a maneira de pensar, fazer posicionamentos socioculturais

    e artsticos, analise de objetos de arte em percursos histricos, pois de alguma

    forma a arte interfere na sociedade e, ao mesmo tempo, recebe influncias do meio

    em que est inserida. O estudo de objetos artsticos, buscando a arte na relao

    homem mundo, pensando e analisando o momento cultural-artstico e esttico de

    diversos tempos e sociedades, criando conhecimentos significativos sobre a

    humanidade. Arte de aplicar cores sobre diferentes superfcies para criar uma

    imagem ou desenhos figurativos, imaginrios ou abstratos.

    Os historiadores de arte, crticos e estudiosos classificam os perodos, estilos ou movimentos artsticos separadamente, para facilitar o entendimento das produes artsticas. No h coincidncia com a linha do tempo histrica, pois a partir de 1848 consideramos o incio da Arte Moderna e o movimento Pop Art o incio da Arte Ps-Moderna. Porm, optamos por apresentar a arte por meio da linha do tempo histrica, por considerarmos ser mais didtica. (MARTINS; IMBROISI.)

    A arte figurativa ou no, deve ser olhada como simples organizao

    estruturada de forma visual, o modo complexo de ver que ocorre em vrios nveis

    simultaneamente. A influncia sobre a estrutura formal, um impacto diferente, um

    espelho no sistema de relaes abstratas de vrios nveis e modos de olhar que se

    fundem e influenciam reciprocamente, ao passo que cada um retm uma identidade.

    A segunda metade do sculo XIX foi, para as artes plsticas, um momento

    de grande ruptura, no apenas no que dizia respeito s tcnicas e aos estilos

    utilizados na pintura e na escultura e nos temas representados. A ruptura foi maior,

  • 14

    englobando inclusive o papel do artista na sociedade e a maneira como era

    encarada o fazer artstico. Desde o Neoclassicismo, a pintura histrica, impregnada

    de uma tcnica apurada e de uma dramaticidade quase pica, enchia os olhos da

    crtica e do pblico com seus acontecimentos grandiosos e seus heris.

    (GOMBRICH, 2006).

    A satisfao da necessidade humana de contato, inicialmente ttil,

    posteriormente visual um smbolo do espectador. A arte abstrata um estilo

    artstico moderno em que os objetos so representados em pinturas ou esculturas,

    atravs de formas irreconhecveis, o artista trabalha com conceitos, sentimentos,

    provocando uma srie de interpretaes. Ela surgiu no comeo do sculo XX. A arte

    moderna exposta em muitos lugares do mundo. Os artistas do movimento Pop Art

    buscam inspirao na cultura de massa para criar suas obras de arte, trabalham

    com cores vivas e modificam o formato de objetos. A natureza assume uma forma

    de smbolo para a arte e expresses artsticas (GOMBRICH, 2006).

    A anlise da criatividade atribui a maior parte da responsabilidade pelos

    resultados obtidos na obra finalizada. A ideia de criar organizar elementos em uma

    forma coerente dentro de padres estabelecidos pela cultura, pela matria e pela

    memria. A arte entendida por alguns como pertence de apenas algumas classes

    sociais, principalmente os mais ricos. Ela pode utilizar a imagem para comover,

    emocionar, conscientizar, um ato de expressar nossos sentimentos, pensamentos

    e observaes. (GOMBRICH, 2006).

    O campo da Histria da Arte tenta categorizar as mudanas na arte ao longo

    do tempo e compreender melhor a forma como a arte modela e modelada por suas

    perspectivas. A histria da Arte faz parte tambm das cincias humanas, fenmenos

    histricos, sociais e culturais. A construo do conhecimento bsico em Histria da

    Arte, por meio do domnio dos mtodos de trabalho e da capacidade de apresentar

    este conhecimento de forma factual e linguisticamente adequada. (GOMBRICH,

    2006).

    A Histria da Arte tem interpretaes variadas, processos criativos. Antes do

    renascimento os artesos eram muitos ligados a economia. A palavra arte era

    sinnima de tcnica, ou seja, produzir algo num contexto urbano. Caractersticas da

    arte na pr-histria podem ser inferidas a partir dos povos que vivem atualmente ou

    viveram at recentemente na pr-histria. A arte acompanha o homem e sua histria

    em manifestaes que refletem o contexto social do momento em que ele est

  • 15

    inserido. (GOMBRICH, 2006).

    1.2 Arte no ensino e aprendizagem

    Por ser declarada fonte de humanizao, atravs da Arte o homem torna-se

    consciente da sua existncia individual e social, sendo levado a interpretar o mundo

    e a ele mesmo. Tambm ensina os desafios, deixando contradies no ar, para que

    haja entre os estudantes a desconstruo daquilo que parece bvio, que sempre

    existia nas aulas de Arte. Sendo assim, o ensino de Arte interfere e expande os

    sentidos, a viso de mundo, associando a isso uma criticidade, onde o estudante

    situa-se em seu perodo histrico.

    O ensino de Arte pauta-se em conceitos de trabalho e cultura, bem como

    explicita o conceito de obra de arte, considerando toda produo humana

    como parte da estrutura social e expresso da produtividade social e

    espiritual do homem (KOSK, 1976).

    A Arte deve apontar entre os professores da rea, formas efetivas de

    encaminhar o estudante para que o mesmo se aproprie do conhecimento em arte,

    mesmo porque, ele deve produzir novas maneiras de perceber e interpretar,

    possibilitando aos estudantes um novo olhar crtico, uma interpretao da realidade

    alm daquilo que lhe apresentado, ampliando suas possibilidades.

    Diante de tal afirmao, o autor Vzques (1978) apud Paran (2006), relata

    trs interpretaes, que segundo ele, so fundamentais no ensino da arte, e elas

    organizam a metodologia, a seleo dos contedos e a avaliao em Arte na

    Educao Bsica, sendo: Arte como forma de conhecimento; como ideologia e como

    trabalho criador.

    Toda obra de arte apresenta um duplo carter em indissolvel unidade: expresso da realidade, mas ao mesmo tempo, cria a realidade, uma realidade que no existe fora da obra, ou antes, da obra, mas precisamente apenas na obra. (KOSIK, 2002, p. 128)

    Dessa forma, a arte est ligada a um ou mais sentidos humanos, de acordo

    com os aspectos de uma dada realidade, certamente de quando seu contexto

    histrico e social estiver interligado. E, sendo conhecimento da realidade, a arte

  • 16

    revela aspectos do real, porm no seu objetivo, mas sua relao com a

    individualidade humana, pois, considera a existncia humana como objetivo

    especfico da arte, mesmo que o homem no seja o objeto da representao

    artstica. Sendo a arte uma forma sensvel, esta apresenta a viso do mundo que

    construda socialmente atravs da maneira especfica com que a percepo do

    artista a apreende.

    Mas a arte no uma dupla das cincias humanas e sociais, mas um

    conhecimento sensvel de um aspecto especfico da realidade do homem como ser

    vivo e concreto, e dessa forma, Vzquez (1978) conclui que a Arte s

    conhecimento na medida em que criao, e s assim descobre verdades e

    aspectos da realidade humana.

    Discorrer sobre Arte como ideologia combina a princpio avaliar o que

    significa a palavra. Para tanto, Poulantzas (1986) a expressa como um conjunto com

    coerncia relativa de representaes, valores e crenas, e que est vinculada a

    interesses especficos de classe. A ideologia no compreende apenas os elementos

    simples e dispersos de conhecimento, mas um processo de simbolizao, de

    transposio mtica, conforme afirma Poulantzas (1986).

    Desse modo, pode-se entender que ideologia est presente na arte, porque

    o artista um ser social e historicamente datado, como qualquer outra pessoa, e

    sendo assim, sua posio ideolgica tem um papel na criao artstica. (PEIXOTO,

    2003, p. 36).

    Partindo para compreenso da arte como trabalho criador convm lembrar

    que o trabalho configura toda a ao histrica e socialmente desenvolvida pelo

    homem sobre a natureza, e conforme afirma Peixoto (2003, p. 39) criar fazer existir

    algo indito, um objeto novo e singular que expressa o sujeito criador, portador de

    um contedo de cunho social e histrico, com uma nova realidade social.

    Os elementos individuais num trabalho artstico no esto separados, e o

    contedo sempre contedo de uma forma. No se determina o contedo pelo que

    est, mas sim como est em uma obra.

    Deve-se sempre atentar-se que a Arte como trabalho criador faz parte da

    construo humana historicamente determinada, e se mostra de forma diferenciada,

    sendo que a criao artstica um ato intencional complexo do ser humano sobre a

    forma com o objetivo de gerar significados que antes dessa ao no existiam.

  • 17

    Conforme o descrito, v-se que na obra de arte o artista objetiva-se no

    mundo, exteriorizando de forma nica, em que o processo do trabalho de criao,

    sempre intencional, so contedos socialmente constitudos. Certifica-se que o

    trabalho artstico o artista se centra com objetiva no mundo, e simultaneamente

    subjetiva o mundo, mostrando que a arte portadora da marca humana.

    Sendo assim, a disciplina de Arte promove o conhecimento de diversas

    reas de arte, possibilitando ao estudante uma experincia de trabalho de criao,

    onde o mesmo pode entender todo o processo produtivo do objeto. Alm do mais, a

    disciplina de Arte caracteriza-se por sua interdisciplinaridade, que fornece uma gama

    de trabalhos pedaggicos, tudo porque seus contedos de ensino so embasados

    em conversas diretas com os contedos de histria, filosofia, geografia matemtica,

    etc.

    Compreender as trs vertentes das teorias crticas em arte possibilita

    reconhec-las como aspectos vitais da arte em sua complexa revelao, como

    produto do homem.

  • 18

    2. COMUNICAO VISUAL

    O ttulo Comunicao visual: uma forma de interpretar o mundo vem trazer

    reflexes e contribuies a respeito da importncia de se construir conhecimentos

    atravs das ferramentas ofertadas pela disciplina de arte. Vivemos em um mundo

    globalizado, onde o consumo visual se faz presente no dia a dia das pessoas. Faz-

    se oportuno buscar nas imagens cotidianas, um meio eficaz de promover o

    alfabetismo visual, proporcionando um aprendizado efetivo atravs do ensino da

    arte.

    De acordo com Dondis (1997, p.27), O que vemos uma parte fundamental

    do que sabemos, e o alfabetismo visual pode nos ajudar a ver o que vemos e a

    saber o que sabemos. Ao descrever o tema proposto, conveniente que se faa

    relaes do mesmo com a esttica, a semitica, e a leitura de imagens. Tais temas

    sugerem que toda e qualquer imagem deve passar por uma anlise detalhada,

    atravs do qual se extrai importantes elementos, necessrios sua interpretao.

    Quando o assunto so obras de arte, no possvel levar em considerao

    apenas aquilo que se v superficialmente. necessrio valorizar a esttica, o

    contexto, a repercusso histrica, enfim, atentar-se para alguns requisitos

    fundamentais utilizados pelo artista durante o processo de criao.

    A questo esttica est fortemente ligada reflexo e sensibilidade,

    relacionada s produes imagticas realizadas pelo ser humano. Segundo Sandra

    Ramalho e Oliveira (2004), toda imagem artstica esttica, mas nem toda imagem

    esttica artstica. Partindo desse pressuposto, medida que a funo utilitria de

    uma imagem passa a ter menos valor do que sua funo esttica, esta pode passar

    a ser uma imagem ou produto artstico.

    Ao introduzir imagens cotidianas no ensino da arte, pode ocorrer uma

    percepo desprovida de sentido, ocasionando, uma leitura de certa forma

    alienante. O estilo de vida contemporneo assim como os recursos disponveis

    educao, utilizados como meio facilitador da aprendizagem, nem sempre levam o

    estudante a um resultado satisfatrio. O pensar e o fazer artstico, os estimula a

    utilizarem de modo consciente esses meios.

    Ao convivermos em sociedade compartilhamos de mensagens visuais,

    atravs das quais muitos de seus criadores visam apenas seus prprios interesses,

  • 19

    vendendo uma ideologia, um produto ou ainda incutindo valores que adentram as

    casas, invadindo rapidamente os costumes e interferindo at mesmo no modo de ser

    das pessoas. Ao atingir esse objetivo, pode-se concluir que houve a propagao de

    uma linguagem e que esta, serve majestosamente ao processo de comunicao.

    De acordo com Santaella:

    Considerando-se que todo fenmeno de cultura s funciona culturalmente porque tambm um fenmeno de comunicao, e considerando-se que esses fenmenos s comunicam porque se estruturam como linguagem, pode-se concluir que todo e qualquer fato cultural, toda e qualquer atividade ou prtica social constituem-se como prticas significantes, isto , prticas de produo de linguagem e de sentido. (O que Semitica p.2)

    Em se tratando de semitica, Lcia Santaella faz uma comparao com algo

    frgil, em desenvolvimento, que significa: estar em construo. Um conhecimento

    inacabado e que necessita ser estudado, analisado para ser decodificado.

    Reproduzir automaticamente os elementos contidos numa imagem, no o mesmo

    que garantir-lhe significado real. Muitas vezes, o sistema de decodificao vai alm

    daquilo que se v. Para dar-lhe um verdadeiro sentido, quase sempre necessrio

    haver um conhecimento prvio, contextualizado e a partir da, atravs de uma leitura

    mais detalhada obter melhor compreenso daquilo que passa a atingir o status de

    linguagem visual, ou seja, tudo aquilo que podemos produzir, criar, reproduzir,

    transformar e consumir, portanto gerando a comunicao. Isso nos permite pensar

    sobre as possveis consequncias que o uso descontextualizado da imagem pode

    acarretar, especialmente durante o processo de ensino e aprendizagem. Pode-se

    dizer ento que uma boa leitura e interpretao de algo que visto, dever resultar

    numa percepo mais aguada, o que ir contribuir com campo das artes,

    favorecendo a compreenso e produo artstica.

    Na atualidade, todos ns somos bombardeados por imagens, sejam elas de

    propagandas, filmes, novelas, enfim, aps longos perodos em evoluo, o ser

    humano descobriu meios eficazes para divulgar e compartilhar informaes visuais

    ou no, sem que necessariamente se reflita sobre elas. Vale lembrar que esses

    recursos, na maioria das vezes, servem de base aos estudantes, durante a criao

    de seus trabalhos na disciplina de arte, o que em alguns casos, no impede de gerar

    bons resultados. Se houver dinamismo durante o uso desses meios, buscando

  • 20

    sempre o objetivo maior que o conhecimento, com certeza a ao pedaggica no

    ter ocorrido em vo.

    O homem moderno habita uma paisagem onde tudo produzido para ser visto. Em nosso mundo contemporneo a profuso da imagem cada vez maior. Isso se pode constatar, principalmente, no uso crescente de veculos de comunicao de massa como a televiso, os cartazes publicitrios, a cpia xerox, o computador, o cinema, o vdeo. As novas tecnologias trouxeram consigo uma maior democratizao da imagem, o surgimento de uma infinidade de novos smbolos imagticos, possibilitando s pessoas o acesso a um nmero enorme de informaes visuais. Nos tornamos seres eminentemente visivos. Por outro lado, a grande quantidade de imagens que vemos diariamente, expostas de forma catica e fora de contexto, podem no comunicar verdadeiramente algum contedo que produza sentido em ns. A mensagem que delas se depreende quase sempre a de nos vender algo. E toda a sua configurao se explicita em funo do consumo. So imagens, em sua maioria, estreis para os olhos, pois, alm de excessivas, so frvolas. A banalizao e a poluio da paisagem produzem saturao no espao visvel. O excesso de estmulos nos torna incapazes de prestar ateno e nossa relao com o entorno anestesia-se, passa a carecer de sentidos. (Alvares, 2006, p.28)

    O alfabetismo visual parte do princpio de que necessrio valer-se de

    elementos bsicos dessa linguagem para atribuir significado s imagens.

    Segundo Dondis (2003), a experincia visual do ser humano algo

    primordial no aprendizado e faz-se necessrio, para que se possa compreender e

    desse modo reagir ao meio ambiente. Ou seja, importante para a vida do sujeito

    saber receber e lidar com as informaes obtidas. O mundo contemporneo valoriza

    bem mais o uso da imagem se sobrepondo a linguagem escrita. Portanto, o ideal

    no s ver, mas enxergar alm daquilo que se v, dando significado mensagem

    visual. Desse modo dado incio ao processo de comunicao, possibilitando maior

    interao e resultando num compartilhar de conhecimento.

    2.1 Alfabetismo visual

    Alfabetismo visual a expresso que demarca a possibilidade de alguns e a

    necessidade de outros de compreenderem e atuarem de maneira crtica com

    a pseudonaturalidade da viso e da representao visual. Portanto, como na

    alfabetizao para o domnio das lnguas naturais, por processos conscientes de

    leitura e escrita, o alfabetismo visual requer o estudo e o domnio consciente da

    gramtica visual.

  • 21

    Atualmente existem muitas informaes, muitos recursos visuais dos quais

    os estudantes tem acesso, tanto dentro como fora da escola, e muitas vezes esses

    recursos no estabelecem nenhum critrio ou nenhum objetivo claro, deixando a

    desejar no quesito de avaliao criteriosa sobre a qualidade das imagens.

    Da mesma forma que no existe normas, tambm deve-se compreender que

    o processo de leitura das imagens esto atrelados a vrios fatores, como: cultural,

    psicolgico e ambiental. Alguns elementos possuem maior visibilidade, como: cor,

    textura, proporo, forma, movimento, etc. e conforme Dondis (1991) a partir

    deles, que temos a matria prima para todos os nveis de inteligncia visual, e

    tambm deles que se planejam e expressam todas as variedades de manifestaes

    visuais, objetos, ambientes e experincias.

    Apesar de no parecer fcil, desenvolver mtodos para promover a alfabetizao visual de fundamental importncia para o ensino na atualidade, tanto quanto o desenvolvimento da escrita foi para o texto impresso pois, nos modernos meios de comunicao acontece o contrrio. O visual predomina, o verbal tem a funo de acrscimo (DONDIS,1991,p.12).

    Freedman (2002) esclarece que a inverso no processo de aprendizagem,

    com predominncia do visual ao verbal, necessita de promoo na escola do

    alfabetismo visual, pois segundo o autor os estudantes no vem essas imagens

    criticamente, a menos que ns professores os ensinamos a fazer.

    Cabe ao professor construir estratgias que levem os estudantes a

    conhecerem os elementos visuais, atravs de objetivos claros, quanto ao que

    pretende ensinar e tambm que haja conexes com outras disciplinas, no contexto

    da interdisciplinaridade. Com essas aes, afirma-se que a sensibilidade artstica

    no inata, mais sim construda dia aps dia. Sardelich (2006) diz que as

    habilidades para compreenso esttica crescem cumulativamente medida que o

    leitor vai evoluindo.

    Existe uma grande necessidade de mostrar aos educandos que as imagens

    que eles visualizam no so neutras, mas que so criadas a partir de certas

    necessidades e ideologias, desmistificando a confuso que se faz entre a realidade

    e a imagem (PORCHER, 1982).

  • 22

    De acordo com Dondis (1991), no processo de alfabetizao visual deve-se

    buscar um equilbrio ideal: nem uma simplificao exagerada, que exclua detalhes

    importantes, nem a complexidade que introduza detalhes desnecessrios (DONDIS,

    1991, p. 185).

    Os elementos devem ser organizados para que sejam compreendidos, pois

    a inteligncia visual processa as informaes recebidas rapidamente. O que nota-se

    que faz urgente a necessidade de mudanas nos paradigmas educacionais, para

    que a alfabetizao no seja apenas entre linguagem verbal e escrita, mas tambm

    tenha o cuidado de pensar na alfabetizao visual, proporcionando aos estudantes

    maiores, criticidade diante das imagens apresentadas cotidianamente.

    Pode-se afirmar que a Arte importante na vida da criana, pois a mesma

    colabora para que haja um desenvolvimento expressivo em sua construo potica,

    pessoal e para sua criatividade, deixando o estudante mais sensvel ao que v em

    sua volta, principalmente quando se trata de alfabetismo visual.

    Nesta esteira, h ainda que salientar a necessidade que tem a alfabetizao

    visual em transmitir ao estudante uma imagem positiva dela mesma, para gerar

    autoconfiana e para que ela conhea e confie em seu prprio corpo e em suas

    habilidades.

    Explorando o ambiente, expressando suas emoes, sentimentos,

    pensamentos e desejos, o estudante ir utilizar as diferentes linguagens (corporal,

    musical, plstica, oral e escrita), compreendendo e sendo compreendido no

    processo de construo de significados, enriquecendo cada vez mais sua

    capacidade expressiva. - Corporal: se faz por meio do contato fsico com outras

    pessoas e pela observao que faz das pessoas com quem convive. Desta forma

    ele aprende sobre o mundo e sobre si mesmo. - Oral: atravs da fala - Escrita:

    atravs de seus desenhos e quando alfabetizado pela prpria escrita. - Musical:

    atravs dos sons por ele produzidos ou reproduzidos - Plstica: atravs da sua arte,

    pinturas, gravuras, recortes, etc.

    Os indivduos so seres que possuem muita criatividade, e possuem

    capacidade de aprender e de ensinar, portanto, conforme esclarece Buoro (2000),

    Arte se ensina, Arte se aprende. A educao voltada para a alfabetizao visual

    uma ao prpria na e da criana e no adulto aparece sempre, como uma forma

    transacional em direo a algum conhecimento. O estudante aprende atravs da

  • 23

    atividade ao encontrar na prpria vida, nas pessoas reais, a complementao para

    as suas necessidades.

    As aulas de Arte precisam ser significativas. O professor precisa conhecer

    seus estudantes, partir de suas preferncias, do que j sabem e ampliar o seu

    repertrio. Para isso ele pode levar para aula materiais diferentes, incentivar as

    produes dos estudantes, questionar qual o significado do que fizeram e propor

    situaes problemas, para que busquem diferentes respostas, novas formas de se

    expressar, colocando em prtica seu potencial.

    O rgo responsvel pela abordagem do alfabetismo visual a viso.

    atravs dela que conseguimos fazer com que nossos estudantes observem e

    questionem o que esto vendo. Tambm dispomos de muitos sistemas de trabalho

    para o estudo e anlise dos componentes das mensagens visuais.

    Deve-se buscar o alfabetismo visual em muitos lugares e de variadas

    maneiras, nos mtodos de treinamento de artistas, na formao tcnica de artesos,

    na teoria psicolgica, na natureza e no funcionamento fisiolgico do prprio

    organismo humano.

    E como trabalhar com o alfabetismo visual nas escolas? Partindo das

    informaes acima, podemos destacar o modelo de Penn (2002) para o roteiro da

    Anlise Semitica de Imagens Paradas, que foi adaptado e aplicado na leitura de

    imagens em livros infantis.

    De acordo com Penn (2002) existem quatro estgios na anlise da imagem,

    sendo o primeiro a escolha do material; segundo o inventrio denotativo das

    imagens; terceiro anlise de nveis de significao mais altos e o quarto elaborao

    do relatrio. Assim, o roteiro serve de instrumento de anlise de leitura no qual o

    professor pode se amparar.

  • 24

    Quadro 1: Roteiro para leitura de imagens proposto por Penn (2002):

    Primeiro estgio: Escolha do material

    - Texto; - Ilustrao; - Projeto grfico.

    Segundo estgio: Inventrio denotativo das imagens

    - Identificao dos elementos da narrativa; - Descrio dos elementos textuais, lingsticos e visuais.

    Terceiro estgio: inventrio conotativo, anlise de nveis de significao mais altos

    - Identificao de significados correspondentes associaes, a relao de elementos, correspondncias internas, contrastes, etc; - Identificao de cones, ndices e smbolos.

    Quarto estgio: elaborao do relatrio - Descrio da anlise semitica.

    Existe subjetividade na leitura das imagens, atravs de caractersticas de

    leituras idiossincrticas e culturalmente partilhadas. Penn (2002, p. 334) diz que:

    Algumas leituras, tanto denotativas como conotativas, sero mais ou menos

    universais, enquanto outras sero mais idiossincrticas. Dessa forma, a imagem

    limita o potencial de leitura do semilogo.

    A descrio dos elementos dos textos fundamental para que se

    componham as sequncias narrativas, ou seja, para cada cena apresentada se

    realiza uma anlise, onde estudantes e professor buscam informaes de maior

    significado para o contexto da narrativa como um todo.

  • 25

    CONSIDERAES FINAIS

    Considera-se que a disciplina de Arte deve proporcionar aos educandos algo

    a mais do que simples aulas de pintura. Neste enfoque foi evidenciado nesse

    Trabalho de Concluso de Curso o quo importante para a disciplina de arte que

    esta esteja presente em toda a educao bsica, consolidando outros aspectos,

    como o alfabetismo visual.

    Considerando o ensino de Arte como parte da educao bsica e necessrio

    para o desenvolvimento do educando, convm lembrar que a mesma deve pautar-se

    num processo de reflexo sobre a finalidade da educao, com seus objetivos,

    contedos e metodologias, com pretenso acerca dos estudantes aprenderem sobre

    diversas reas do pensamento e de criao artstica, expandindo a capacidade de

    criao e desenvolvimento do pensamento crtico.

    A anlise da criatividade atribui a maior parte da responsabilidade pelos

    resultados obtidos na obra finalizada. A ideia de criar organizar elementos em uma

    forma coerente dentro de padres estabelecidos pela cultura, pela matria e pela

    memria. A arte entendida por alguns como pertence de apenas algumas classes

    sociais, principalmente os mais ricos. Ela pode utilizar a imagem para comover,

    emocionar, conscientizar, um ato de expressar nossos sentimentos, pensamentos

    e observaes.

    O presente trabalho de concluso de curso buscou atravs de referencias

    bibliogrficas e de metodologias de anlises dessas referncias, colocarem para o

    leitor como deve ser a disciplina Artes dentro do contexto escolar atravs do

    alfabetismo visual.

    Dessa forma, a arte est ligada a um ou mais sentidos humanos, de acordo

    com os aspectos de uma dada realidade, certamente de quando seu contexto

    histrico e social estiver interligado. E, sendo conhecimento da realidade, a arte

    revela aspectos do real, porm no seu objetivo, mas sua relao com a

    individualidade humana, pois, considera a existncia humana como objetivo

    especfico da arte, mesmo que o homem no seja o objeto da representao

    artstica. Sendo a arte uma forma sensvel, esta apresenta a viso do mundo que

    construda socialmente atravs da maneira especfica com que a percepo do

    artista a apreende.

  • 26

    A contribuio deste trabalho vai alm do compreender a Arte, assumindo o

    que consideramos ser um relevante papel para a construo histrica do momento

    presente, para o desenvolvimento do ser humano em relao a questo da formao

    de um cidado emancipado e consciente.

    Enfoca tambm a necessidade de entendermos o contexto de Artes na

    Educao Bsica, para que os professores assumam a postura necessria ao

    desenvolvimento da disciplina em sala de aula.

  • 27

    REFERNCIAS

    ALVARES, Sonia Carbonell, tese de dissertao Arte e Educao Esttica para Jovens e Adultos: as transformaes no olhar do aluno. So Paulo. 2006. BARBOSA, Ana Mae. Inquietaes e mudanas no ensino da arte. So Paulo:Cortez, 2002 Braslia: MEC/SEF, 1997. DONDIS, Donis A . Sintaxe da Linguagem Visual; Traduo Jefferson Luiz de Camargo. Ttulo original : A Primer of VisuaLiteracy, Massachusetts Institute of Technology, 19732 edio So Paulo: Martins Fontes, 1997, pg. 5-9, 14-18. KONDER, L. Os marxistas e a arte: breve estudo histrico-crtico de algumas tendncias da esttica marxista. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1966. KOSIK, K. Dialtica do concreto. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. KUENZER, A. Z. Ensino mdio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. So Paulo: Cortez, 2000. FERRAZ, Maria Heloisa Corra de Toledo e FUSARI, Maria F. de Rezende. Metodologia do ensino de Arte. So Paulo: Cortez, 1999. FISCHER, E. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

    FREEDMAN, K. Cultura Visual e Identidade. Cadernos de Pedagogia. Barcelona, n.312, p. 59-61,2002. GOMBRICH, E. H. Historia da Arte. Traduo CABRAL lvaro. - 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. PARAN. Diretrizes Curriculares Estadual para o Ensino de Arte. SEED,

    Curitiba, 2006.

    PENN, Gemma. Anlise semitica de imagens paradas. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com textos, imagens e som: um manual prtico. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. PEIXOTO, M. I. H. Arte e grande pblico: a distncia a ser extinta. Campinas: Autores Associados, 2003.

    PORCHER, Louis. Educao Artstica: Luxo ou Necessidade? Traduo Yan Michalski, direo da coleo Fanny Abramovich So Paulo: Summus, 1982 POULANTZAS, N. Poder poltico e classes sociais. 2. ed. So Paulo: Martins

    Fontes, 1986.

    SANTAELLA, Lcia, O que semitica. Ed. Brasiliense

  • 28

    SARDELICH, Maria Emlia, Leitura de Imagens, Cultura Visual e Prtica Educativa. Cadernos de Pesquisa, v.36, n.128, p.415-472, maio/agosto.2006.