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Belém, vol. 1, n. 2, p. 21 - 33, julho/dezembro 2015
"Terra de Tauá": imagens cotidianas da semiosfera amazônida
por um olhar desnaturalizado
"Terra de Tauá": quotidian images of the amazonian semiosphere
Through naked eyes
Carolina Maria Mártyres Venturini1
“Terra de Tauá” registra o cotidiano cultural identitário da família agrícola
ribeirinha da Comunidade de Campo Limpo, no Ramal do Bom Jesus, em Santo
Antônio do Tauá, Pará, Brasil, Amazônia. A origem do nome do município deve-se à
escolha do padroeiro - Santo Antônio de Pádua, cuja imagem em estilo barroco foi
introduzida em 1901 pelo grupo de nordestinos assentados às margens do igarapé Tauá,
palavra esta que, na língua indígena tupi, significa barro amarelo; minério (argila) usado
para confecção de peças de cerâmica, e abundante na beira dos rios da região. Rios
estes, de grande importância à formação dos ribeirinhos amazônidas em seu processo de
adentramento e assentamento populacional no período de colonização portuguesa, pois,
por seu meio de locomoção em barcos, pelas “estradas de água”, se fazia a escolha de
terras altas, equidistantes entre os aglomerados rurais.
O projeto busca contribuir como formato diferenciado de observação, pesquisa,
e análise às Ciências Sociais, pelo uso da imagem fotográfica como instrumento
qualitativo-subjetivo, a captar características sócio-culturais e processos de
desenvolvimento do modo-de-ser da comunidade agrícola ribeirinha, diante suas
relações interculturais no espaço-tempo. A imagem fotográfica e suas formas de
composição imagética em confluência a determinadas categorias de análise social,
aprimoraram o estudo da linguagem visual cultural. Para captura das imagens,
inicialmente foi utilizado equipamento fotográfico analógico em configuração manual
sob objetiva de 35mm a 70mm, registrados em película 35mm P/B (monocromática).
1 Fotógrafa, Pesquisadora e Professora na UFPA. Mestre em Serviço Social, Especialista em
Comunicação e Artes. Estuda a fotografia (uso e técnica) como ferramenta às relações sociais, culturais, históricas, estéticas, e linguísticas; busca movimentos e propostas perceptivo-experimentais à fotografia, relações autopoiéticas do homem com a imagem, identidade, imaginário, e memória. Contato carolinaventurini.com | [email protected]
Carolina Maria Mártyres Venturini
Belém, vol. 1, n. 2, p. 62-73, julho/dezembro 2015
Desnaturalizar o olhar proporcionou uma reflexão acerca dos olhares lançados sobre as
imagens que o cotidiano do agricultor e sua família revelaram, de como estas imagens
se constituíam em reflexos da nossa própria prática e, consequentemente, de nós
mesmos; uma análise daquilo que negamos do outro e ao outro, e que usamos para
transformar todos em um só; o que poderia significar a intenção de tornar invisível ou
“visivelmente normal” alguma situação, que, sendo antes visível, „incomodava‟ ao
olhar.
Apresentamos em ensaio fotográfico2, a comunidade do Campo Limpo em seu
cotidiano no espaço-tempo registrados em seus traços identitários sócio-culturais
tradicionais frente ao desenvolvimento e à globalização.
2 O projeto é parte de pesquisa científica apresentada ao Mestrado em Serviço Social, UFPA.
Carolina Maria Mártyres Venturini
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