arte-educação intercultural nos museus_anna zidanes
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Universidade de Brasília - UnB Instituto de Artes – IdA Pós-graduação em Arte Grupo Arteduca
Arte/Educação intercultural nos museus:
da visualidade expositiva à construção
estética na diversidade.
Anna Elisa do Nascimento Zidanes
Brasília, dezembro de 2008
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Anna Elisa do Nascimento Zidanes
Arte/Educação intercultural nos museus: da visualidade expositiva à construção estética na diversidade.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Artes da Universidade de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas, sob orientação de Profª. Ms. Sheila Maria Conde Rocha Campello e co-orientação dos Prof. Especialistas Antonio Biancho Filho, Adriana Conde Rocha e Márcia Rolim Pellissari.
Brasília UnB
Dezembro de 2008 Universidade de Brasília - UnB
Instituto de Artes – IdA
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Arteduca: Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas
Anna Elisa do Nascimento Zidanes
Arte/Educação intercultural nos museus: da visualidade expositiva à construção estética na diversidade.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a
obtenção do grau de Especialista em Arte, Educação e Tecnologias
Contemporâneas e aprovada por todos os membros da Banca Examinadora do
Instituto de Artes da Universidade de Brasília.
Brasília, 06 de dezembro de 2008
Banca Examinadora
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Agradecimentos
Agradeço a todos os companheiros e companheiras de trabalho e de estudos,
pessoas que me oportunizaram reconhecer potencialidades e valores do ser
humano, mostrando-me o quanto o caminho da educação nos torna pessoas cada
vez melhores para nós e para o mundo.
Epígrafe
Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma. – George B. Shaw
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Resumo
O presente estudo trata de ações culturais e educativas, tendo como
ferramentas/suporte os objetos das novas tecnologias aplicadas a uma
arte/educação intercultural, pois a ação cultural e educativa tem função central na
vida do museu, que ultrapassa os limites da galeria, atuando diretamente no
cumprimento do papel que tem esta instituição junto à sociedade. Nesse sentido, os
museus representam as maneiras das sociedades exporem o seu passado e o seu
presente; as formas de dispor a sua cultura material, sua identidade, seus processos
de preservação e concepção do patrimônio público.
Palavras-chave: Arte/educação, Escola, Museu, Multiculturalidade, Sociedade
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Lista de ilustrações
FIGURA 1
Vista parcial do Museu Vivo da Memória Candanga
FIGURA 2
Oficina realizada no Museu Vivo da Memória Candanga
FIGURA 3
Vista do Museu da Abolição
FIGURA 4
Sala de exposição do Museu da Abolição: “Escravidão, resistência e abolição”
FIGURA 5
Sala de exposição do Museu da Abolição: “Liberdade”
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Sumário
1. Introdução................................................................................................ 10
2. Justificativa.............................................................................................. 10 3. Objeto da Pesquisa................................................................................. 11 4. Objetivos.................................................................................................. 13
4.1. Geral............................................................................................... 13
4.2. Específicos..................................................................................... 13
5. Referencial Teórico................................................................................. 14 6. Metodologia............................................................................................. 25
6.1. Estratégias de Ação........................................................................ 25
6.2. Estratégia Metodológica................................................................. 26
7. Cronograma de Aplicação...................................................................... 30 8. Considerações Finais............................................................................. 31
9. Referências.............................................................................................. 32 10. Anexos...................................................................................................... 35
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Introdução
Nascido das experiências profissionais, das quatro componentes do grupo,
em instituições museais distintas localizadas em Brasília, Rio de Janeiro e Recife, o
projeto propõe, discute e analisa ações integradas de arte/educação em espaços
museais. Ações participativas e que têm como atores alunos, professores e técnicos
dos museus onde essas ações serão implantadas. Tendo como objetivos a arte
educação, as novas tecnologias a ela aplicadas, sendo elaboradas e desenvolvidas
atividades em museus como espaços de participação popular; o interculturalismo na
busca e resgate de identidades e a participação efetiva da comunidade escolar.
Em sua estrutura, o trabalho é composto por Justificativa, Objeto da pesquisa,
Objetivos, Objetivos Geral e Específicos, Referencial Teórico, Metodologia,
Cronograma de aplicação, Considerações finais e Referências.
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PARTE I – A elaboração do Projeto Interdisciplinar
Título do Projeto Interdisciplinar
Arte/Educação e Diversidade: ação pedagógica intercultural por um espaço museal e arte para todos
Equipe
Ana Lourdes Costa
Ana Lúcia Bicalho
Anna Elisa do Nascimento Zidanes
Rafaela Gomes Gueiros Rodrigues de Lima
Introdução
Nascido das experiências profissionais, das quatro componentes do grupo,
em instituições museais distintas localizadas em Brasília, Rio de Janeiro e Recife, o
projeto propõe, discute e analisa ações integradas de arte/educação em espaços
museais. Ações participativas e que têm como atores alunos, professores e técnicos
dos museus onde essas ações serão implantadas. Tendo como objetivos a arte
educação, as novas tecnologias a ela aplicadas, sendo elaboradas e desenvolvidas
atividades em museus como espaços de participação popular; o interculturalismo na
busca e resgate de identidades e a participação efetiva da comunidade escolar.
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Em sua estrutura, o trabalho é composto por Justificativa, Objeto da pesquisa,
Objetivos, Objetivos Geral e Específicos, Referencial Teórico, Metodologia,
Cronograma de aplicação, Considerações finais e Referências.
Justificativa
Alguns discursos museológicos, hoje tidos como defasados pelo olhar da
nova historiografia e antropologia, atuam/atuaram na construção de um ideário de
supremacia em relação a algumas culturas, em geral às que possuem em seu
histórico as marcas da colonização européia. Estas exposições
terminam/terminaram por apresentar acervos e estabelecer comunicações pouco
significativas a uma grande parcela da sociedade que não se vê contemplada em
sua identidade ou na apresentação da memória dos seus antepassados.
Pensando nesse contexto, pode-se trabalhar com a arte/educação no sentido
da interculturalidade. Esta se coloca como uma ação educativa das mais
responsáveis, pois expõe e busca o outro, sendo nós mesmos também expostos ao
olhar de outros e das muitas culturas. Desta forma, a arte/educação coloca em
confronto olhares diferenciados e abre para a discussão conhecimentos que
estimulam e valorizam as identidades individuais e coletivas. Além disso, a ação
será desenvolvida num museu espaço/lugar de memória, resgate e valorização de
identidades pouco agregado à vida da sociedade. Sendo assim, dois objetivos
podem ser desenvolvidos, tais como o entendimento e a valorização de identidades,
de culturas e de museus por meio da arte/educação.
A ação cultural e educativa tem função central na vida do museu, que
ultrapassa o espaço da galeria. É através do departamento educativo dos centros
culturais que surgem informações sobre o que o público espera de uma visita ao
museu e qual a linguagem que irá seduzir o público e direcioná-lo às propostas
posteriormente executadas em sala de aula. Portanto, a sociedade escolar é o foco
deste trabalho, pois como sabemos e acreditamos, é ela o maior público visitante
dos museus do país. E, acreditamos, deve exercer função de multiplicador dessas
ações, estendendo-as à célula mater da sociedade que é a família.
Realizar atividades e ações de arte/educação em espaços museais com o
público escolar é dar à sociedade mais uma alternativa de desenvolvimento do
conhecimento crítico educacional. Nesse sentido, ao se olhar e utilizar os museus
como laboratórios fomentadores de pesquisas e novas descobertas e
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conhecimentos, estaremos educando a nossa sociedade, pois, como nos diz Mário
Chagas, para educar é preciso pesquisar e produzir conhecimento. Por isso, um
bom programa educativo nas instituições é fundamental e precede a mediação.
É importante lembrar que é também através de projetos educativos que os
Centros Culturais/Museus, contribuem no sentido de reforçar as informações obtidas
em sala de aula, e é através destas visitas aos espaços culturais que o aluno,
criança ou jovem assimila de uma forma eficaz o conteúdo apresentado,
propiciando, muitas vezes, novas descobertas e indagações.
1. Objeto da pesquisa
Pretende-se, por meio deste projeto, a realização de uma ação pedagógica,
cultural e participativa em espaços museais, envolvendo alunos do ensino médio da
rede pública de ensino. O objeto da presente pesquisa se constitui a partir de três
eixos:
A arte/educação, e as novas tecnologias a ela aplicadas, elaborada e
desenvolvida em museus como espaços de participação popular;
O interculturalismo na busca e resgate de identidades;
A participação efetiva da comunidade escolar.
A articulação pedagógica entre as duas instituições se dará a partir da
aplicação da Proposta Triangular, que deverá orientar as atividades realizadas em
ambos espaços educacionais, acreditando-se que as vivências amparadas por esta
proposta proporcionam um maior apoio pedagógico e fundamentação para um
trabalho de extensão à sala de aula, com vistas a uma Arte/Educação intercultural.
Serão utilizadas ferramentas tecnológicas que servirão de suporte à produção
artística e a aos registros das aprendizagens a serem socializados em formato
expositivo.
O projeto será aplicado nas seguintes instituições museais:
MUSEU VIVO DA MEMÓRIA CANDANGA – localizado entre as cidades da
Candangolândia e Núcleo Bandeirante (Brasília/DF). O museu desenvolve
ações com a comunidade, voltadas tanto para a educação patrimonial como
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processo gerador de autonomia cidadã, valorização e descobertas de
sentimentos de pertencimento de histórias e identidades tangíveis e não
tangíveis como para a educação como processo profissionalizante. O acervo
é composto na sua maioria, por móveis e objetos do antigo hospital, além de
fotografias do início de Brasília.
MUSEU DA ABOLIÇÃO – localizado na Rua Benfica - Recife/PE. O Museu da
Abolição está voltado para o atendimento à sociedade, enquanto instrumento
de preservação e valorização do legado cultural das populações afro-
descendentes e enquanto ferramenta de auxílio educativo e instrumento para
o exercício da cidadania. A partir de 03 de setembro de 2008, como parte das
iniciativas para reabertura do Museu da Abolição, e a partir das propostas de
construção participativa do “Museu que nós queremos”, foi implementado o
projeto que tem como ponto de partida a convocação de pessoas de diversas
instituições e movimentos sociais, além do Grupo de Trabalho (GT/MAB),
profissionais da área de museus e cultura, representantes de órgãos públicos
e cidadãos em geral, com vistas à realização de debates sobre as propostas
para a elaboração da exposição de longa duração.
O projeto será desenvolvido em conjunto com os alunos e professores do
ensino médio de uma das escolas da região de ambos os museus, que será
viabilizado a partir de pesquisas e construções coletivas elaboradas em ambos os
espaços: museus e escolas.
2. Objetivos
Geral
Aplicar atividades de arte/educação, de forma extensiva entre museus e
escolas, utilizando novas tecnologias, como forma de diversificar o olhar,
possibilitando aos estudantes e aos educadores o contato direto, vivo e crítico com
as exposições, buscando e resgatando identidades de forma que o conteúdo das
exposições possa se tornar mais significativo, contribuindo, ainda, para a difusão
das ações do museu na comunidade.
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Específicos
• Demonstrar, por meio de ações educativas, como a arte pode ser mais um
mecanismo cotidiano do aluno/escola, capaz de promover a construção de
uma cultura artística, como forma de gerar cidadãos mais críticos,
conscientes e autônomos;
• Expressar as possibilidades que a arte/educação e as novas tecnologias
aplicadas a essa área têm ao serem desenvolvidas quando articuladas a
espaço/lugar como os museus;
• Desenvolver ações pedagógicas por uma arte/educação intercultural;
• Resgatar identidades culturais através do interculturalismo das ações
propostas;
• Identificar em que medida as ações pedagógicas interculturais poderão
contribuir para despertar o interesse dos alunos na disciplina de artes,
como mecanismo cotidiano de aprendizado e ensino;
• Identificar em que medida as ações educativas, propostas pelo projeto,
estimulam o sentido de pertencimento dos museus no público escolar.
3. Referencial Teórico
O presente projeto – Arte/Educação e Diversidade: ação pedagógica
intercultural por um espaço museal e arte para todos – trata-se de uma ação cultural
e educativa, realizada em dois museus de distintas cidades e regiões brasileiras,
que tem como principal objetivo aplicar atividades de arte/educação, utilizando
novas tecnologias como forma de diversificação do olhar, possibilitando, ainda, aos
estudantes e aos educadores o contato direto, vivo e crítico com as exposições das
instituições acima citadas, buscando e resgatando identidades, de forma que o seu
conteúdo possa se tornar mais significativo, contribuindo, ainda, para a difusão das
ações do museu na comunidade.
Sendo assim, quando da elaboração, aplicação e posterior análise da
pesquisa de campo realizada para fundamentar o presente projeto, observou-se que
se tratava de uma proposta interdisciplinar de trabalho, já que mais de uma área do
saber estariam correlacionadas de maneira cooperativa, interagindo organizada e
coordenadamente. Enfatizando, então, que o estudante provavelmente passará a
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buscar novos caminhos de aprender com prazer se for estimulado a entender
contínua e necessária ligação entre a Arte e outras disciplinas.
Esse projeto tem como pressupostos teorias e propostas de autores que
tratam da Arte/Educação em Museus, tais como: Ana Mae Barbosa, que colabora
com a Proposta Triangular; (a) John Dewey (1859-1952) – um dos precursores das
ações educativas em espaços museais e da própria arte/educação no Brasil; (b)
Paulo Freire (1921-1997) – educador que aprofundou os estudos sobre o papel do
educador enquanto mediador e promotor de uma educação baseada na
compreensão crítica da realidade, na curiosidade, na contextualização e no
aproveitamento das vivências dos alunos no processo de aprendizagem e ensino;
(c) Lev Vygotsky (1896-1934) – teórico que enfatizou a necessidade de uma
educação contextualizada, com vistas ao social, valorizando o conhecimento como
uma construção contínua; (d) Ana Amália Barbosa – pesquisadora inquieta da
imprescindível interdisciplinaridade para uma educação significativa e significante;
(e) Durval Lara Filho – artista visual, arquiteto e escreve artigos sobre temas como
museus, novas tecnologias, artes plásticas, arquitetura da informação e concepção
de sites; (f) Martin Grossmann – Professor Titular da Universidade de São Paulo,
Diretor do Centro Cultural São Paulo desde agosto de 2006, criador e Coordenador
do "Fórum Permanente: Museus de Arte, entre o público e o privado", docente da
pós-graduação da ECA-SP; (g) Rosa Iavelberg – educadora, uma das autoras dos
PCN's em arte, desenvolve projetos relacionados à formação de professores; (h)
Maria Heloisa Ferraz e Maria F. Fusari – educadoras que atuam na formação de
professores, têm várias publicações sobre o ensino e aprendizagem de arte; (i) e
Mário Chagas – museólogo, poeta e professor da Escola de Museologia da UNIRIO,
coordenador e técnico do DEMU.
Por meio destes pressupostos teóricos, buscaremos identificar em que
medida as ações pedagógicas interculturais poderão contribuir para o despertar do
interesse dos alunos na disciplina de artes, como mecanismo cotidiano de
aprendizado e ensino do aluno/escola, e no estímulo de sentido de pertencimento
dos museus.
Esperamos, assim fundamentados, atingir os objetivos supracitados. Por isso,
propomos que este Projeto Interdisciplinar tenha por finalidade “um eixo integrador,
que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de
intervenção” (PCN. BRASIL, 2002, p. 88-89) e, assim, permita a promoção de
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objetivos que sejam mais abrangentes que o simples conhecimento teórico das
áreas de conhecimento em questão. Intencionamos desenvolver pressupostos em
que o importante seja “o estabelecimento de metas comuns envolvendo cada uma
das disciplinas de todas as áreas, a serviço do desenvolvimento humano dos alunos
(centrado no desenvolvimento de competências e habilidades) e também dos
professores” (PCN+ Ensino Médio. Ciências Humanas e suas Tecnologias. BRASIL,
2002, p. 17).
Nesse sentido, identificamos nos nossos objetos de pesquisa os seguintes
problemas a serem analisados: distanciamento entre o museu e a sociedade e a
falta de ações pedagógicas envolvendo tanto o espaço museal quanto as escolas
visitantes. Frente a isso, nos propomos a desenvolver uma ação educativa
direcionada e articulada às novas tecnologias dentro dos espaços museais
escolhidos, aproximando-os do público escolar e buscando torná-los significativos,
bem como trazer à tona a importância destes na vida cotidiana e na formação da
identidade cultural e social dos alunos e professores com os quais trabalharemos.
“Deste modo, o conceito de educação que durante muito tempo
esteve prioritariamente voltado para os processos de ensino-
aprendizagem, exclusivo das unidades escolares formais, se amplia.
Transpõe os limites da escola se alargando para outras instituições
culturais... Com isso um novo campo de educação se estrutura: o da
educação não formal.
Observa-se que a educação, apoiada na escola, abre cada vez
mais seu foco para outros espaços que possam atender a esse novo
cenário. As atuais circunstâncias impõem o surgimento de estratégias
diferentes. Hoje vários ambientes contribuem para o mesmo fim educativo
e têm como meta suprir a sociedade em suas carências de conhecimento.
Todo esforço de dar acesso ao conhecimento tem sua parcela de
contribuição na direção de fazer com que os indivíduos se sintam parte de
um meio mais amplo que o espaço comunitário, como também nele
participar de forma ativa e criativa.” 1
Assim, os ambientes de trabalho escolhidos como fomentadores da idéia
deste projeto é o Museu Vivo da Memória Candanga e o Museu da Abolição. O
primeiro, localizado entre as cidades satélites de Candangolândia e Núcleo
1 CAZELLI, Sibele. Ciência, cultura, museus, jovens e escolas: quais as relações? Sibele Cazelli; orientador: Creso Franco. Rio de Janeiro: PUC-Rio, Departamento de Educação. Págs.: 99-100.
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Bandeirantes, no Distrito Federal. O segundo, localizado no bairro da Madalena, em
Recife.
A arte/educação, por meio da familiarização cultural e de um contato precoce
e regular com a Arte, constitui-se um recurso pedagógico fascinante na medida em
que fornece os “códigos” necessários à apreensão/compreensão do mundo. A posse
desse código daria, junto com a possibilidade de decodificação, o sentimento de
familiaridade muitas vezes visto não só como um sinal da cultura, mas também
como condição necessária do prazer estético/visual. Mas como definir cultura? Peter
Burke afirma ser “tão difícil definir o termo quanto prescindir dele”2. Levando em
consideração que a proposta do projeto envolve arte/educação e(em) espaços
museais, nos apropriamos da definição que Antônio Augusto Arantes Neto traz
sobre patrimônio cultural:
“Todo grupo humano atribui valor diferenciado às estruturas
edificadas e aos elementos da natureza que constituem os marcos de
tempo-espaço que balizam seus territórios e práticas sociais, assim como
aos conhecimentos e técnicas que participam da construção de
diferenças de gênero e de gerações. Conservam-se os artefatos que
participam dos modos de estruturação das relações sociais e
eventualmente os representam; aqueles em que se ancoram as visões de
mundo, materializando lembranças e crenças compartilhadas; assim
como os que celebram episódios marcantes da história. Celebram-se
festas e perpetuam-se narrativas que, ao serem executadas, realimentam
a cosmologia, a organização social e o sentimento de pertencer a um
meio social determinado.”3
Segundo Lima e Silva (In: TRIGUEIRO; 2005, p. 77), “um conjunto de fatores
naturais, sociais e culturais que envolvem um indivíduo e com os quais ele interage,
influenciando e sendo influenciado por ele.” é chamado de ambiente cultural. Este,
juntamente com a educação escolar, formam, transformam e modificam a
disposição, a inclinação e a aptidão artística dos indivíduos. Por esse motivo, o
contato direto com obras, acervos e objetos artísticos, sua freqüentação regular e
intensa, são o principal e o melhor caminho de sensibilização, estímulo por
excelência do sentimento de familiaridade. Assim, a visitação, a fundamentação, a
2 BURKE, Peter. Unidade e Variedade Cultural. In: Variedades de História Cultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. Pág.: 233. 3 NETO, Antônio Augusto Arantes. Patrimônio Cultural: desafios e perspectivas atuais. Artigo apresentado na XXV Reunião Brasileira de Antropologia (Goiânia, 2006), e encontra-se em vias de publicação em Portugal.
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formação e a prática artística, objetivam a sensibilização ao meio em que o indivíduo
está inserido, bem como a inclusão nesse mesmo ambiente cultural.
Portanto o espaço museal, ao qual se refere o presente projeto, é um espaço
participativo que se utiliza, conforme Mário Chagas,
“da educação pela arte, entendida aqui não como um tipo de arte
particular, e sim como ensina Mário de ANDRADE, ‘como toda a forma de
expressão do ser humano’. A arte dos sentidos, a arte de ver, de ouvir de
saborear, de cheirar, de tocar, a arte de amar, de ser amigo, de produzir,
de fazer, de aprender, de se expressar e, poeticamente, a arte de voar.
Assim compreendida a educação pela arte no museu envolve toda a
elaboração cultural, desde a produção de artefatos até a produção de
mentefatos, desde a palavra até a dança, passando pela poesia, pelo
desenho, pela música, pintura, escultura, teatro, cinema, vídeo, fotografia,
artesanato, objetos do cotidiano, arquitetura, paisagismo, urbanismo,
propostas conceituais... e suas expressões nos diferentes segmentos
sociais. A finalidade última não é a formação de artistas (que a nosso
modo somos todos) como seres especiais e privilegiados, mas a reflexão,
a conquista de um estado de consciência mais abrangente e a
compreensão do indivíduo acerca do tempo e do espaço social em que
está inserido.” 4
São esses espaços museais que se garantem como efetivos e essenciais, se
estabelecendo como intermediários entre a informação e a transformação, entre o
perdido e o que pode e deve ser conquistado. Espaço onde o sujeito, através de
uma reflexão pessoal e espontânea, não rejeitando a realidade próxima, mas
tomando-a por base, sustentará sua vida.
MUSEUS/CENTROS CULTURAIS: POSSÍVEIS LABORATÓRIOS?
“(...) antes de ser preparado para explicar a importância da arte
na educação, o professor deverá estar preparado para entender e explicar
a função da arte para o indivíduo e a sociedade. O papel da arte na
educação é grandemente afetado pelo modo como o professor e o aluno
vêem o papel da arte fora da escola (...)” (BARBOSA, 1975, p.90 ).
Nesse contexto citado acima, é que se insere o museu e seu amplo
significado. Mas o que é visitar um museu? O que se busca nele? Um museu é um
centro de informações e reflexão, onde o homem se reencontra com as possíveis 4 CHAGAS, Mário. Museália. Rio de Janeiro: JC Editora, 1996 Pág.: 85.
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invenções da estética, a história e a memória, pois esse mesmo homem está sempre
preocupado em preservar sua história e sua memória. O museu é um local do velho
e do novo. Muito mais do que uma instituição de festas e inaugurações de
exposições. Seu conceito foi ampliado e renovado.
Os museus representam as maneiras das sociedades exporem o seu
passado e o seu presente; as formas de dispor a sua cultura material, os processos
de preservação e concepção do patrimônio público. São espaços que apresentam
acervos diversos e coleções; as relações sociais que os homens estabelecem entre
si, com diferentes culturas ao longo do tempo, e ainda representam escolhas dentre
infinitas possibilidades.
A representação do museu estático, onde obras de renome eram expostas,
possui uma exigência velada de que o acesso é para poucos. Esse entendimento é
substituído no início do século XX, quando surgem as primeiras galerias: espaços de
cultura não estáticos, onde os trabalhos ali expostos permanecem por uma
temporada, tornando-se, assim, um local acessível, indo ao encontro do público.
A partir de então, surge uma visão pragmática e mercadológica norte
americana do que seria um museu, incluindo novas manifestações e produções até
então nunca vistas neste lugar, como a fotografia e o desenho industrial. O espaço
museal passa a estruturar-se de forma diferente, promovendo exposições
temporárias onde o público é cercado por entretenimento, como: conferências,
debates, sessões de cinema. Para Grossmann (2001, p.198), “o museu já não é
mais considerado apenas como mero depósito, mas também como agente cultural,
provocando e representando a produção das artes contemporâneas”.
Concordamos com o autor, o museu já não é mais um depósito. Apesar de
sua principal função continuar sendo abrigar obras de arte e outros objetos de valor
cultural, o museu hoje incorpora outras funções como palestras, ciclos de debates,
ateliês, mostras culturais, shows, teatro, exposições não permanentes.
Como conseqüência, a idéia que os jovens e as crianças estão tendo a
respeito do museu vem mudando lentamente através de atividades que procuram
vivenciar a cultura do passado e do presente. O museu deixa de ser um local
entediante e passa a ser um lugar de prazerosas visitas, noção que ratifica as
palavras de LARA (2005, p. 01): O museu contemporâneo necessita afastar-se do
modelo de templo de objetos consagrados.
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Devido ao crescimento vertiginoso dos museus em diversas cidades do
mundo e da conseqüente necessidade em atrair visitantes, o diretor do Museu de
Arte Moderna de Nova York, em entrevista ao Caderno Mais, suplemento do jornal
Folha de São Paulo (2004), declarou que “os museus de arte não devem se tornar
centros de espetáculos, pois eles são, antes de tudo, espaço para o
desenvolvimento da experiência e da educação”.
ESCOLAS / CENTROS CULTURAIS
Ações em parceria com museus possibilitam aos alunos experiências de
aprendizagem diferentes daquelas tradicionais em sala de aula. O contato direto
com o objeto, a apresentação temática, o princípio da interatividade, tudo isso pode
fazer das exposições espaços pedagogicamente inovadores, estimulantes,
favorecendo outras relações entre aquele que aprende e o objeto de aquisição
cognitiva, afetiva, social, e outros.
Outro aspecto, ainda, vem sustentar este projeto: trata-se de considerar os
valores dos quais é portador o museu e a própria experiência de visita, como
estratégia capaz de facilitar a apropriação e a discussão por escolares oriundos de
universos culturais distintos do que é apresentado como universo cultural oficial.
“O ensino de arte em museus constitui um componente essencial
para a arte educação: a descoberta de que arte é conhecimento. A arte
pode assumir diversos significados em suas várias dimensões, mas como
conhecimento proporciona meios para a compreensão do pensamento de
das expressões de uma cultura.” (OTT, 2008, p.113)
Quanto à parceria formal entre o museu e a escola implica a abertura de um
atendimento especialmente voltado para o público escolar. Os serviços de mediação
cultural e de educação destas instituições pretendem facilitar a este público
específico o acesso ao patrimônio e a cultura, levando em consideração suas
características e necessidades. “Na escola, os cursos de arte constituem-se em um
espaço e tempo curriculares em que os professores e alunos se dedicam
metodicamente à busca e aquisição de novos saberes especificamente artísticos e
estéticos” (Ferraz e Fusari, 1999, p.19).
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Assim, o que, então, leva uma pessoa a visitar um museu? Que tipo de
experiência ela espera da visita? Quais os diferentes interesses de diferentes grupos
de visitantes? Como novas mídias tecnológicas podem incrementar a mediação
entre visitante e obra de arte?
Além disso, as vivências artísticas em música, dança, teatro, artes visuais
praticadas pelos estudantes fora da escola também são consideradas pontos de
referência para os estudos da arte. Portanto, a formação escolar pode e deve
contribuir para que os alunos, a partir dessas vivências, desenvolvam, durante os
cursos, novas habilidades e saberes básicos significativos e ampliadores de suas
sensibilidades e cognições a respeito dessas modalidades artísticas.
Pretendemos, através desta parceria, proporcionar visitas às mostras em
cartaz no museu, com vistas à diversificação do público visitante, possibilitando a
alunos e educadores o contato direto, vivo, vibrante com as plásticas. “Cabe ao setor
educativo do museu a construção de propostas didáticas no sentido de criar práticas
diferenciadas direcionadas à realidade do público” (IAVELBERG, 2003, p. 77).
ARTE/EDUCAÇÃO, INTERCULTURALIDADE E APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA: QUAL A RELAÇÃO AFINAL?
A fantasia, a afetividade e a sensibilidade, atributos de que em potencial
somos proprietários, são instrumentos de leitura, reflexão e vivência do cotidiano, e
que, segundo Paulo Freire (1996), são a base para qualquer trabalho educacional
enquanto meio de promoção humana. Assim como Paulo Freire, que coloca os
saberes como “socialmente construídos na prática comunitária” (1996, p.30), John
Dewey também adota como suporte do aprendizado em Arte a experiência cultural
do próprio sujeito, pois a Arte, sendo em si uma forma de julgamento, não pode
existir separada dos “contextos nos quais o questionamento tem lugar” (BARBOSA,
2001, p.17). E, esses contextos dos quais o autor fala são os socioculturais. Ainda
de acordo com John Dewey, o conhecimento educativo se depreende também do
pensamento, onde relações e descobertas são percebidas, quando antes não o
eram. Essas novas percepções, por assim dizer, dão significação ampla ao modo de
apreendermos a vida, que nada mais é que a Educação, que para Dewey é a
maturidade do ser humano, também no seu aspecto intelectual. Neste sentido, o
ensino contemporâneo de arte exige do arte-educador o dever consciente de criar
20
situações para que a Arte se estabeleça como atributo fundamental para a formação
do indivíduo.
“É possível encontrar exemplos representativos de arte mesmo
no menor dos museus, o que serve para ajudar os alunos a participarem
do ato de criticar e descobrir conexões individuais entre o seu modo
pessoal de pensar e os valores estéticos da humanidade” (OTT, 2008,
p.120)
Portanto, a Arte/Educação propõe criar nos indivíduos uma consciência
exigente e ativa, contextualizada em relação ao ambiente cultural em que vive, em
relação ao panorama e à qualidade da sua vida cotidiana, colocando em prática os
pressupostos da educação dialética sistematizados por Vygotsky: "estudar alguma
coisa historicamente significa estudá-la no processo de mudança: esse é o requisito
básico do método dialético” (1998, p.85). Portanto, propõe um desenvolvimento
global da personalidade, através de formas diversificadas e complementares de
atividades expressivas, criativas e sensibilizadoras.
O conceito de interculturalidade assume aqui a dimensão de trocas e
interações entre diferentes culturas, de forma que se estabeleçam processos de
conhecimento mútuo e possibilidades de entendimento e valorização entre
indivíduos identificados na diversidade cultural, sem que uma seja posta em
detrimento de outra, mas sim fomentando a construção da alteridade entre os
diversos povos que compõem o planeta.
Segundo CANDAU (2003, p.04), “a interculturalidade orienta processos que
têm por base o reconhecimento do direito à diversidade e a luta contra todas as
formas de discriminação e desigualdade social e tentam promover relações
dialógicas e igualitárias entre pessoas e grupos que pertencem a universos culturais
diferentes.”
Ao falarmos de interculturalidade não podemos esquecer que esse conceito
está comportado em outro: o da multiculturalidade é a heterogeneidade da bagagem
de vida de cada um de nós envolvidos no presente projeto – alunos, professores,
graduandos do Arteduca, funcionários dos museus onde serão desenvolvidas as
ações. Bagagem acumulada ao longo de nossas vivências culturais no meio familiar,
social, escolar.
21
“Um dos pontos chaves do multiculturalismo é a questão da
diferença. A diferença antes de tudo é uma realidade concreta, um
processo humano e social, que os homens empregam em suas práticas
cotidianas e encontra-se inserida no processo histórico. Assim é
impossível estudar a diferença, desconhecendo-se as mudanças e
evoluções que fazem dessa idéia uma realização dinâmica.”5
Portanto, na multiculturalidade, valores culturais são respeitados,
compartilhados e (re)construídos coletivamente, e como nos afirma Paulo Ramos
Coelho Filho “extravasa em muito os muros da escola e adquire uma conotação
social específica e coloca em pauta a própria construção multicultural da sociedade,
suas possibilidades e seus limites e o papel das instituições sociais e culturais.”6
Portanto, a multiculturalidade comporta o conceito de interculturalidade na
medida em que não sugere confronto entre os diferentes, nem a formação de guetos
culturais, resultados da afirmação radical e segregação de identidades de culturas
específicas. Ao contrário, reconhece que as identidades são vivas e submetidas a
experiências de construção e reconstrução permanente.
Com este projeto pretende-se estabelecer o resgate da identidade cultural de
identidades culturais através do interculturalidade das atividades propostas.
Estimulando e fornecendo meios e caminhos, não somente para motivar a
aprendizagem autônoma do aluno, como também, para levá-lo a compreender e
tornar-se ativo na construção da sua própria cultura, o aluno será encaminhado a
identificar a sua própria identidade, distinguindo aquilo que é seu, do outro e da
sociedade a qual faz parte.
Desta maneira, nos basearemos nas três ações da Proposta Triangular
sistematizada por Ana Mae Barbosa (1991) que propõe a Contextualização Histórica
(história da arte), possibilitando o entendimento de que arte se dá num contexto,
tempo e espaço onde se situam as obras de arte; Leitura de Imagem (análise da
obra de arte), desenvolvendo a habilidade de ver e descobrir as qualidades da obra
de arte e do mundo visual que cerca o apreciador. A partir da apreciação, educa-se
o senso estético e o aluno pode julgar com objetividade a qualidade das imagens.
Não necessariamente nesta ordem, o Fazer Artístico desenvolve a criação de
5 SEMPRINI, Andrea. Multiculturalismo. Bauru, SP: Editora Universidade do Sagrado Coração, 1999. Pág.: 11. 6 FILHO, Paulo Ramos Coelho. Sala de aula: espaço multicultural. In: Eixo Integrador: Currículo e Diversidade Cultural - Áreas/Dimensões Formadoras: Organização do Processo Social e Organização do Trabalho Pedagógico. Módulo V, Volume 3. Curso de Pedagogia para Professores em Exercício no Início da Escolarização – PIE. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, abril de 2003. Págs.: 166-167.
22
imagens expressivas. Assim, os alunos conscientizam-se das suas capacidades de
elaborar imagens, experimentando os recursos da linguagem, as técnicas existentes
e a invenção de outras formas de trabalhar a sua expressão criadora.
Com isso, a Proposta Triangular compreende momentos de leitura,
contextualização e produção, ciclicamente, sem ordem definida. Usando-a, pode-se
contribuir para que os alunos construam conhecimentos significativos para a vida e
para a formação de um olhar consciente e crítico em relação à realidade social,
cultural e histórica. Pois, como a própria Ana Mae coloca, “o conhecimento e o
entendimento são mais facilmente efetivados se emoldurados pelo sujeito. É esta
moldura que designamos contextualização, a qual pode ser subjetivamente e/ou
socialmente construída” (1998, p.38).
Além de ampliar, por meio das ações educativas realizadas no âmbito dos
museus e escolas, o espaço pedagógico cultural representa uma gama de
possibilidades que objetivam a vivência cultural significativa e autônoma para os
envolvidos no projeto. Este ambiente desperta, também, “um processo ativo de
conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, (...) propiciando a
geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação
cultural” (HORTA, GRUNBERG & MONTEIRO, 1999, p. 06).
4. Metodologia
4.1. Estratégia de Articulação
De uma forma geral, a aplicação de ações pedagógicas desenvolvidas a partir
da escola - espaços de educação formal - em parceria com museus - espaços de
educação não formal - possibilita aos envolvidos (alunos, professores e também os
profissionais de museus) novas experiências de aprendizagem, já que os museus se
apresentam como espaços dinâmicos e que contribuem com o processo
educacional. Pois o contato direto com o objeto, a apresentação temática, o princípio
da interatividade, podem fazer das exposições espaços pedagogicamente
inovadores e estimulantes.
Os museus selecionados para aplicação deste projeto possuem
características afins em sua natureza museológica e temática, o que torna propício o
desenvolvimento da ação que envolve a arte/educação no contexto intercultural.
23
A aplicação de tal projeto requer um planejamento articulado entre os
principais atores ligados a cada instituição – o museu e a escola – já que os mesmos
são os principais conhecedores da realidade cultural que os cerca. Além disso, se
faz necessário o estabelecimento de pressupostos coletivos, de forma a implementar
uma parceria de realização indispensável à aplicação do projeto.
4.2. Estratégia Metodológica
Conhecendo
A primeira etapa do projeto tem como estratégia a realização de visitas às
exposições ambientadas no Museu da Abolição e no Museu Vivo da Memória
Candanga. Porém, este primeiro momento deverá propor a alunos e professores
uma ação mais ampla que a visita mediada, muitas vezes restrita na superficialidade
de suas abordagens e no tempo cronológico de que dispõem as escolas quando em
atividades extramuros escolares.
Para isso a leitura dos objetos expostos, documentos artísticos e culturais,
artefatos e suportes de memória impregnados de (re)significações, e dos discursos
suscitados pelas próprias instituições, deverá contribuir para o (re)conhecimento das
características culturais, singularidades, pluralidades e representações sociais ali
apresentadas.
A partir desse suporte teórico inicial, pretende-se que os alunos saiam à
comunidade a procura daqueles indivíduos que fizeram parte de alguma maneira da
construção do acervo. Os estudantes buscarão e colherão depoimentos, coletando e
arquivando digitalmente esse que também pretende-se acervo: a cultura oral.
Além dos depoimentos, os participantes do projeto serão incentivados a
buscarem também objetos, pessoais ou não, que possam ser agregados ao acervo
do museu.
Repensando
Espera-se que esta experiência possa envolver a problematização, o
questionamento, as buscas e as descobertas, resgatando identidades por meio de
uma experiência inter e multicultural, proporcionada por atividades de recognição e
leitura das obras, objetos e documentos que integram as exposições, aplicadas nos
próprios museus e em sala de aula.
24
Neste segundo ambiente, a sala de aula, os resultados da visita deverão ser
contextualizados, de forma a ampliar o foco do conteúdo tratado em cada exposição,
por meio da interdisciplinaridade e correlações com conteúdos que habitam o
repertório individual e coletivo do publico alvo do presente projeto.
Podem estar envolvidas as matérias de Português (registro escrito da
pesquisa); Informática (digitalização das imagens e depoimentos colhidos); Artes
(fotografia); Geografia (estudo da ocupação/construção de Brasília); História
(pesquisa histórica) e Teatro (cenografia da exposição).
Produzindo “Os museus (...) tornam-se essenciais para o ensino da arte e
proporcionam conhecimento artístico básico que pode ser assimilado na
visita ao museu e expresso na aula de arte, na escola.” (OTT, 2008, p.
115)
Esta etapa sugere a representação dos conhecimentos reunidos nas etapas
anteriores, fazendo uso das diversas formas de expressões visuais que utilizam as
novas tecnologias, tomando por base os conteúdos e o repertório temático e
imagético das exposições.
Em Recife, o projeto será estabelecido em parceria com o Centro de
Referência de Ensino Médio Cícero Dias e envolverá alunos, técnicos e professores
participantes da oficina de vídeo do Laboratório Mídia Educação. A primeira visita ao
museu pretende proporcionar aos participantes o contato inicial com o tema e
conteúdo da exposição, bem como a leitura dos códigos visuais quem compõem o
acervo.
O processo de pesquisa pretende ampliar-se a outros locais não-formais de
educação, tidos também como fontes de referência ao conhecimento da temática
tratada.
As informações reunidas, fruto das pesquisas realizadas, serão
contextualizadas em sala de aula. Esta etapa será conduzida pelos educadores do
Laboratório Mídia Educação e orientada pela proposta pedagógica adotada pela
25
instituição, a qual se baseia na educação interdimensional7, que desenvolve não
apenas o raciocínio e a inteligência, mas também as dimensões afetiva e espiritual.
Finalizado o processo de pesquisa será iniciado o processo de produção em
si, com todas as etapas que envolvem a criação de um vídeo, desde o roteiro até a
edição e a finalização.
No Museu Vivo da Memória Candanga os participantes irão produzir uma
exposição multimídia, usando tecnologias como som, vídeo e terminal de
computador. As fotos, objetos, depoimentos e demais possibilidades que venham a
surgir como potenciais integrantes da exposição, terão que estabelecer relação com
o acervo do museu, dialogando com ele de maneira a integrar um projeto
museográfico elaborado pelos técnicos do museu, alunos e professores
participantes do projeto.
Expondo
Como todo trabalho pressupõe uma formulação de idéias e pensamentos, o
resultado prático dessas formulações, será como dito no tópico acima, a produção
artística. No âmbito do Museu Vivo da Memória Candanga ocorrerá uma exposição.
A curadoria, também será participativa, e fruto do entendimento dos envolvidos nas
questões abordadas ao longo desse projeto. Para isso serão usados objetos,
artefatos de memórias que representem identidades resgatadas e/ou valorizadas.
Além dos objetos serão utilizadas as produções artísticas dos participantes que terão
como suportes tecnologias como o áudio, vídeo e o computador.
Esperamos, com isso, estimular a reflexão acerca da importância da atividade
relacionada com conteúdos e práticas artísticas, da visita e conseqüente
(re)significação das exposições e dos museus em si enquanto detentores da nossa
história, pensamento e identidade cultural.
5. Cronograma de aplicação Períodos Atividades
DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN
Contatos com professores de arte das escolas
Início da apresentação dos museus nas escolas (trabalho em sala de aula)
7 Proposta pedagógica idealizada pelo educador Antonio Carlos Gomes da Costa.
26
Primeira visita ao museu (sem mediação específica do projeto)
CONHECENDO
Segunda visita ao museu (direcionada aos objetivos do projeto)
CONHECENDO
Trabalho em sala de aula REPENSANDO
Trabalho em sala de aula PRODUZINDO
EXPONDO
6. Considerações finais
Por meio deste traçado metodológico, fundamentado nos referenciais teóricos
já apresentados, mas, principalmente, na Proposta Triangular, pretendemos
demonstrar, como a Arte pode ser mais um mecanismo cotidiano do aluno/escola
capaz de promover a construção de uma cultura artística, como forma de gerar
cidadãos mais críticos, conscientes e autônomos. Sabemos que a proposta
sistematizada por Ana Mae Barbosa flexibiliza a realização destas etapas
metodológicas de forma a quebrar qualquer seqüência hierárquica que venha a ser
imposta, priorizando as possibilidades que apresentem maior pertinência para com a
especificidade da ação pedagógica.
Espera-se, nessa dinâmica, promover o resgate de identidades culturais,
identificando em que medida as ações pedagógicas interculturais poderão contribuir
para despertar o interesse dos alunos na disciplina de artes, como mecanismo
cotidiano de aprendizado e ensino.
Como legado pedagógico, tendo em vista, ainda, as poucas investidas de
práxis voltadas aos museus/instituições culturais de forma extensiva às salas de
aula, tal projeto contempla a criação/ampliação de possibilidades que a arte-
educação e as novas tecnologias aplicadas a essa área têm ao serem
desenvolvidas em instituições museais. Assim, os desdobramentos obtidos com o
projeto Arte/Educação e Diversidade: ação pedagógica intercultural por um espaço
museal e arte para todos podem ser muitos, entre eles a inserção na comunidade
em questão, da arte educação como disciplina fundamental no currículo escolar,
assim como as demais. Disciplina que gera o desenvolvimento de cidadãos
participativos, ativos e autônomos. Além do entendimento dos museus como
27
espaços legítimos de atuação das sociedades, espaços vivos e dinâmicos, onde
essas comunidades estejam representadas e legitimadas a partir de suas próprias
construções sociais.
Acreditamos que é em ações, como essa, em que a arte/educação esteja
envolvida, que podemos reverter o quadro e tornar o ensino da arte uma prática
significante para quem dela participa, ressaltando a importância de investimentos na
formação e na qualificação dos profissionais da área. Uma proposta pedagógica em
arte, por melhor que seja, não se sustenta se não contar com profissionais bem
formados que tenham uma visão humanista e um maior conhecimento de arte
básicos para a sua qualificação.
7. Referências
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_______ (org.). Arte/Educação Contemporânea: consonâncias internacionais. São
Paulo: Cortez, 2005.
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_______. A Imagem no Ensino da Arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo:
Perspectiva, 2007.
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Comunicação & Educação, v. 1, n. 2, 2008.
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Cortez, 2001.
_______. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.
28
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MAC/USP, 1990.
BITTENCOURT, Cândida Alayde de Carvalho. Arte e Educação: da razão
instrumental à racionalidade emancipatória. Curitiba: Juruá, 2004.
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arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BUORO, Anamelia Bueno. O Olhar em Construção: uma experiência de ensino e
aprendizagem da arte na escola. 6ªed. São Paulo: Cortez, 2003.
BURKE, Peter. Unidade e Variedade Cultural. In: Variedades de História Cultural.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
CHAGAS, Mário. Museália. Rio de Janeiro: JC Editora, 1996.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Interdisciplinaridade na Educação Brasileira
– 20 anos. São Paulo: CRIARP, 2006.
FILHO, Paulo Ramos Coelho. Sala de aula: espaço multicultural. In: Eixo Integrador:
Currículo e Diversidade Cultural - Áreas/Dimensões Formadoras: Organização do
Processo Social e Organização do Trabalho Pedagógico. Módulo V, Volume 3.
Curso de Pedagogia para Professores em Exercício no Início da Escolarização –
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São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FUSARI, Maria F. de Resende e & FERRAZ, Maria Heloísa C. De Toledo. Arte na
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GROSSMANN, Martin. O Hipermuseu: A arte em outras dimensões. São Paulo:
Escolas de Comunicação e Artes, USP ( Tese de livre docência), 2001.
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HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projetos de trabalho.
Porto Alegre: Artmed, 2000.
HORTA, Maria de Lourdes; GRUNBERG, Eveline; MONTEIRO. Guia básico de
educação patrimonial. Petrópolis: Museu Imperial: IPHAN, 1999.
IAVELBERG, Rosa. O Desenho Cultivado da Criança: prática e formação de
educadores. Porto Alegre, RS: Zouk, 2006.
____________, Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de
professores- Arte e Língua Portuguesa. Porto Alegre: Artmed, 2003.
LARA FILHO, Durval. O museu no século XXI ou o museu do Século XXI? Fórum
Permanente: museus de arte, entre o público e o privado. São Paulo, março de
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LIMA e SILVA. In: TRIGUEIRO, 2005. Acesso em 17/11/2008:
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Terezinha Telles. Didática do Ensino de Arte: a língua do mundo – poetizar, fruir e
conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
Mediando [con]tatos com a arte e cultura. Universidade Estadual Paulista – Instituto
de Artes. Pós-graduação. São Paulo, v. 1, n°1, novembro, 2007.
NETO, Antônio Augusto Arantes. Patrimônio Cultural: desafios e perspectivas atuais.
Artigo apresentado na XXV Reunião Brasileira de Antropologia (Goiânia, 2006), e
encontra-se em vias de publicação em Portugal.
OTT, Robert. Ensinando crítica nos museus. In: BARBOSA, A. M. (Org.). Arte-
educação: leitura no subsolo. São Paulo: Cortez, 2008, p. 113-140.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky – uma perspectiva histórico-cultural da Educação.
Petrópolis: Vozes, 2001.
30
SEMPRINI, Andrea. Multiculturalismo. Bauru, SP: Editora Universidade do Sagrado
Coração, 1999.
SUPLEMENTO DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, Caderno Mais, 2004
VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
PARTE II – Aplicação do Projeto Interdisciplinar
1. Avaliação processual e de resultados
Durante todo o processo de elaboração deste Projeto Interdisciplinar, houve
bastante interação entre todas as integrantes do grupo. Entendo que o resultado que
apresento aqui é fruto de um trabalho conjunto, coeso e articulado, com o mesmo
objetivo desde a sua idealização: facilitar, mediar e construir pontes entre o museu
escolhido e as escolas parceiras, bem como com a comunidade envolvida com
ambos os locais.
Alguns dos módulos pelos quais passamos no decorrer do curso foram de
extrema importância para o bom andamento e desenvolvimento do projeto, para que
ele se tornasse o que estamos agora submetendo a avaliação e aplicação em
campo.
Foi essencial para o desenvolvimento da idéia do trabalho a constatação de
que há pouca visitação no museu, de que as pessoas nos arredores não se vêem
retratadas por aquele acervo, ou nem mesmo o conhecem. Por conta dos problemas
encontrados e das orientações, trocas e debates ao longo do curso é que tomamos
as direções que nos trouxeram a este ponto.
Esperamos, com base nos conteúdos, textos e material fornecidos em “sala
de aula”, enriquecer a cada dia nosso caminhar, não apenas na aplicação do
31
projeto, mas principalmente no nosso caminhar profissional e pessoal, tão já
abastecidos de bons encaminhamentos durante todo o curso.
2. Avaliação de resultados
O grupo vem negociando junto à Diretoria do Museu Vivo da Memória
Candanga, local de aplicação deste Trabalho de Conclusão de Curso, bem como
com as possíveis escolas parceiras, com vistas ao estabelecimento de uma relação
mais duradoura com uma delas. Por isso os resultados até agora são apenas os
esperados e não os efetivamente obtidos.
Esperamos com este projeto promover o resgate de identidades culturais e
contribuir, por meio de ações pedagógicas inter e multiculturais, para despertar o
interesse dos alunos na disciplina de artes. Disciplina esta, que gera o
desenvolvimento de cidadãos participativos, ativos e autônomos.
Esperamos ainda que nosso público alvo compreenda e faça do museu
espaço legítimo de sua atuação, tornando-o vivo e dinâmico, como seu próprio nome
preconiza. Que o Museu Vivo da Memória Candanga seja o espaço onde essas
comunidades estejam representadas e legitimadas a partir de suas próprias
construções sociais.
3. Considerações finais
Por meio deste traçado metodológico, fundamentado nos referenciais teóricos
já apresentados, mas, principalmente, na Proposta Triangular, pretendemos
demonstrar, como a Arte pode ser mais um mecanismo cotidiano do aluno/escola
capaz de promover a construção de uma cultura artística, como forma de gerar
cidadãos mais críticos, conscientes e autônomos. Sabemos que a proposta
sistematizada por Ana Mae Barbosa flexibiliza a realização destas etapas
metodológicas de forma a quebrar qualquer seqüência hierárquica que venha a ser
imposta, priorizando as possibilidades que apresentem maior pertinência para com a
especificidade da ação pedagógica.
Espera-se, nessa dinâmica, promover o resgate de identidades culturais,
identificando em que medida as ações pedagógicas inter e multiculturais poderão
contribuir para despertar o interesse dos alunos na disciplina de artes, como
mecanismo cotidiano de aprendizado e ensino.
32
Como legado pedagógico, tendo em vista, ainda, as poucas investidas de
práxis voltadas aos museus/instituições culturais de forma extensiva às salas de
aula, tal projeto contempla a criação/ampliação de possibilidades que a
arte/educação e as novas tecnologias aplicadas a essa área têm ao serem
desenvolvidas em instituições museais. Assim, os desdobramentos obtidos com o
projeto Arte/educação e ação pedagógica multicultural: por um museu para todos
podem ser muitos, entre eles a inserção na comunidade em questão, da
arte/educação como disciplina fundamental no currículo escolar, assim como as
demais. Disciplina que gera o desenvolvimento de cidadãos participativos, ativos e
autônomos. Além do entendimento dos museus como espaços legítimos de atuação
das sociedades, espaços vivos e dinâmicos, onde essas comunidades estejam
representadas e legitimadas a partir de suas próprias construções sociais.
Acreditamos que é em ações, como essa, em que a arte/educação esteja
envolvida, que podemos reverter o quadro e tornar o ensino da arte uma prática
significante para quem dela participa, ressaltando a importância de investimentos na
formação e na qualificação dos profissionais da área. Uma proposta pedagógica em
arte, por melhor que seja, não se sustenta se não contar com profissionais bem
formados que tenham uma visão humanista e um maior conhecimento de arte
básicos para a sua qualificação.
4. Apêndice
FIGURA 1
Vista parcial do MVMC.
Originalmente o primeiro hospital
de Brasília, considerado na época
como um dos melhores da América
Latina. É hoje o mais completo
conjunt
o
arquitet
ônico dos primeiros anos de Brasília.
FIGURA 2
33
Oficina desenvolvida no Museu Vivo da Memória Candanga. Intituladas de Oficinas
do Saber Fazer, são destinadas à população e voltadas à formação de mão-de-obra
na área artesanal. “Nelas são realizados cursos, seminários, workshops e atelier
livre e orientado, propiciando a capacitação, qualificação e o aperfeiçoamento, fruto
do contato direto entre artesãos, artistas, comunidade e técnicos especializados,
associando uma maior qualidade às técnicas tradicionais de produção.” (informação
e imagens retirada do site da Secretaria de Estado de Cultura do GDF:
http://www.sc.df.gov.br/paginas/museus/museus_02.htm)
FIGURA 3
O Museu da Abolição – antigo Sobrado da
Madalena - está instalado no Recife e teve
a sua abertura em 13/05/1983. Esteve
fechado ao público nos últimos anos,
reabrindo com a exposição interativa
intitulada: “O que a abolição não aboliu”.
Segmentos da exposição
(da: esquerda para a direita):
1ª Sala: "Escravidão,
resistência e abolição"
2ª Sala: "Liberdade",
Nestas salas, os visitantes plantam as suas idéias que depois são transferidas para
o painel de colheita.
FIGURA 4 FIGURA 5
34
PARTE III – Portfólio de Atividades
Universidade de Brasília IdA – Instituto de Artes/Arteduca
Arte-educação a distância
P o r t f ó l i o
Anna Elisa do Nascimento Zidanes
Recife, 08 de outubro de 2008
35
Sumário I. Arteduca 2007 – Etapa 1 1. Módulo 1: Fundamentos do Arteduca...05 1.1. Atividade 1 - Apresentação do participante...05 1.2 . Atividade 2 – Atualização do Perfil.06 1.3 . Atividade 3 – Expectativas em relação ao curso...07 2. Módulo 2 - Fundamentos da aprendizagem em rede...09 2.1. Unidade 1 - Aprender a aprender na EAD...09 2.1.1. Atividade 1...09 2.1.2. Atividade 2...10 2.2. Unidade 2 – Mediação pedagógica e metodologia colaborativa na EAD...11 2.2.1. Atividade 1 – Etapa 1...11 2.2.2. Atividade 1 – Etapa 2...13 2.2.3. Atividade 1 – Etapa 2 – fase 2...16 2.3. Unidade 3 – Abordagens teóricas aplicadas à EAD...23 2.3.1. Atividade 2 – Etapa 3...23 II. Arteduca 2007 – Etapa 2 3. Módulo 1 – Arte-educação no Brasil...30 3.1. Atividade 1 – Sumário – Etapa 1...30 3.2. Atividade 1 – Sumário – Etapa 2...33 4. Módulo 2 – Bauhaus...36 4.1. Atividade 1 – Pesquisa sobre a Bauhaus...36 4.2. Atividade 2 – Pesquisa sobre um artista da Bauhaus...38 4.3. Atividade 3 – Mostra Bauhaus...47 5. Módulo 3 – Construção de uma identidade nacional...48 5.1. Atividade 1 – Construção de uma identidade nacional...48 5.2. Atividade 2 – Influências das ideologias construtivistas...51
36
6. Módulo 4 – Arte-educação em uma perspectiva pós-moderna – A Proposta Triangular...59 6.1. Atividade 1 – Etapa 1...59 III. Arteduca 2007/2008 – Etapa 2 6.2. Atividade 2 – Festival Arteduca – Leitura de Imagem...64 6.3. Atividade 2 – Festival Arteduca – Produção Artística...68 6.4. Atividade 2 – Festival Arteduca – Análise das características modernistas...69 7. Módulo 5 – Políticas públicas educacionais e a educação e arte...71 7.1. Atividade 1 – Reflexões sobre a LDB...71 8. Módulo 6 – Tecnologias contemporâneas na escola...73 8.1. Atividade de férias 1 – Antecedentes de uma jornada...73 8.2. Atividade de férias 2 – Levantamento do uso de tecnologias...77 8.3. Atividade 1 – Roteiro da entrevista – pesquisa de campo...78 8.4. Atividade 2 – Análise comparativa – pesquisa de campo...82
9. Módulo 7 – Arte e cultura popular...90 9.1. Atividade 1...90 9.2. Atividade 2...91 10. Módulo 8 – Arte e tecnologia...95 10.1. Atividade 1...95 10.2. Atividade 2...97 11. Módulo 9 – Práticas pedagógicas na escola: Artes visuais, Música e Teatro...101 11.1. Atividade 1...101 11.2. Atividade 2...104
37
I. Arteduca 2007 – Etapa 1
38
1. Módulo 1 . Fundamentos do Arteduca 1.1. Atividade 1_Apresentação do participante
É com enorme prazer Que vou me apresentar Gente boa, eu sou Anna De mim um pouco vou contar Optei pelo repente E vou tentar não falhar Espero que gostem da rima Pois de verso ainda sou verde É que esse negócio de poesia Tem gente que faz e nem sente Mas confesso pra vocês Que comigo é diferente Tenho 27 anos Todos vividos em Recife Porém pelo Brasil já andei: Pelo Acre me apaixonei De Brasília eu gostei Em Belém quase fiquei E em São Paulo eu já morei
Sou casada com Jota Maravilhosa criatura E vivemos há três anos Sempre numa mesma ternura Mas em filhos nós pensamos Somente como idéia futura
Estudei na UFPE Em Design eu sou formada Conheci a Educação Numa experiência abençoada Num projeto de extensão Direcionei minha caminhada
Desde então este é o meu foco: O ser humano e a sua expressão Na arte e na cultura Popular ou de erudição
39
Que traz a história de vida Da gente de uma nação
1.2. Atividade 2_ Atualização do Perfil
Anna Elisa do Nascimento Zidanes Recife|PE
Formada em Design (UFPE). Atua em pesquisa, criação e execução de cenografia para espaços cênicos e expositivos. Esteve mais recentemente envolvida na pesquisa e criação para a exposição Estética da Periferia – diálogos urgentes (MAMAM/PE, 2007). Em 2006 no SESC Piedade/PE, lecionou a disciplina de cenografia. Desde 2004 trabalha na área de Educação, atuando nas ações de mobilização e formação de professores e articuladores sociais, para a educação de jovens e adultos, através de metodologia voltada para a utilização de multimeios.
Cidade/Município: Recife/PE
Endereço de email: [email protected]
1.3. Atividade 3_ Expectativas em relação ao curso
A idéia do educador mediador de aprendizagem, trazida já nos primeiros parágrafos do texto sobre os Fundamentos do Arteduca, leva-me a refletir sobre como este “novo” pode ser entendido e vivenciado na sala de aula.
Impossível não lembrar dos Círculos de Cultura criados por Paulo Freire, onde se traçavam caminhos para uma educação humanizadora; e neles o ato de ensinar não
40
se dava a partir da transferência de conhecimento, mas sim, da criação de possibilidades para sua produção ou construção.
É fato que, com as tecnologias contemporâneas, para um número de professores das escolas tecnologicamente equipadas, a idéia de trabalhar com tais recursos revela uma nova possibilidade pedagógica.
Identifico experiências em que, na busca de tal competência, por meio de participação em formações, ou mesmo através de empenho individual, o professor é levado a refletir a sua prática, tornando-se consciente da mudança de seu papel em relação ao processo de aprendizagem dos alunos. Agora ele está diante de uma importante quebra de um paradigma, onde o professor deixa de ser o centro e torna-se coadjuvante, ao lado de outras estratégias pedagógicas utilizadas para a construção de uma experiência positiva neste contexto.
A nova relação mestre-aprendiz dá lugar à co-responsabilidade do segundo para a realização das atividades e, por conseguinte, para o sucesso de sua aprendizagem. É criada, então, condição fundamental e favorável à aquisição da autonomia do aluno em seu processo de construção de conhecimento.
Além deste, gostaria de pontuar, ainda, outros dois conceitos que estão presentes na metodologia proposta pelo Arteduca e que, diante minhas das expectativas para com o curso são imensamente positivos.
Vejo o Memorial Descritivo (Diário de Bordo) como um importante suporte aos registros do processo de aprendizagem de cada estudante. Porém, destaco ainda o seu valor como instrumento favorável à auto-avaliação, que, penso, estar condicionada à construção da autonomia referida.
Trabalhos em equipe tornam ainda mais ricas as experiências de aprendizagem. Atuam no desenvolvimento do Ser na sua expressão, percepção e ação, bem como no fortalecimento das relações interpessoais.
O convite à metodologia colaborativa de trabalho me faz muito feliz, pois acredito no movimento de grupo
41
onde o sucesso de cada um se constrói para o sucesso do todo.
Saudações a todos da Turma 2!
42
2. Módulo 2 . Fundamentos da aprendizagem em rede 2.1. Unidade 1 . Aprender a aprender na EAD 2.1.1. Atividade 1
Comparativamente, as definições se relacionam pelas suas diferenças de enfoque, não apresentando idéias divergentes.
As duas conceituações se completam. A primeira delas se detém em uma descrição mais geral para a sua definição, enquanto a segunda enfatiza os recursos didáticos e suas varias formas de utilização e veiculação.
As duas, porém, nos traz claramente a necessidade de um sistema/meio de comunicação como suporte a uma interação entre o estudante, a tutoria e os recursos didáticos disponíveis, na qual se encontrará propiciada a construção de uma autonomia de aprendizagem.
A tutoria é referida explicitamente apenas na primeira conceituação. Para a segunda é possível encontrá-la implícita na expressão “forma de ensino”, se considerarmos que onde há ensino haverá um sujeito responsável por criar meios de aprendizagem.
43
2.1.2. Atividade 2
1. A educação a distância é uma forma de ensino e aprendizagem que se diverge do modo convencional (presencial), sendo o seu maior alcance viabilizado pelo emprego de tecnologias contemporâneas na sua difusão. Sendo praticado efetivamente no Brasil há cerca de seis décadas, o ensino a distância possibilita a construção de uma aprendizagem autônoma, onde o estudante, remotamente orientado pelo mediador/professor, experimenta o conteúdo a partir de fontes diversas didaticamente sistematizadas.
2. Caracterizam esta forma de ensino:
→ separação espaço e/ou tempo entre os estudantes e professores;
→ emprego de tecnologias variadas;
→ amplo alcance;
→ utilização de recursos didaticamente organizados;
→ construção da auto-aprendizagem.
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2. Módulo 2 . Fundamentos da aprendizagem em rede 2.2. Unidade 2 . Mediação pedagógica e metodologia colaborativa na EAD 2.2.1. Atividade 1 – Etapa 1 (individual)
→ APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
A teoria da aprendizagem significativa estrutura-se no conceito da cognição. Ou seja, é a partir dos conceitos preexistentes que os novos conhecimentos são ancorados e dotados de sentido para a aprendizagem.
Para uma aprendizagem significativa deseja-se que os registros de aprendizagem anteriores sejam relacionados ao novo conhecimento de forma substantiva. Sendo possível ao aprendiz apropriar-se de novos conceitos, e em seguida expressá-los de maneira própria, ao seu modo e com suas palavras.
→ APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTA
Experiência de aprendizagem onde o aluno é sujeito ativo na construção do seu conhecimento. Nela o professor deixa de ser o centro detentor do saber e passa a criar condições de aprendizagem que tem a interação coletiva como fundamental para o aprofundamento da vivência do aprendiz.
A aprendizagem construtivista busca enfocar as múltiplas faces do mundo vivido, onde os indivíduos são observadores e analisadores das experiências dessa realidade, construindo e percebendo de forma pessoal e particular, buscando interferir neste mundo.[Carvalho, 2007]
→ AMBIENTE DE HUMANIZAÇÃO
Na vivência freireana a humanização é condição fundamental ao processo educativo, no sentido da
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formação e desenvolvimento do ser reflexivo e consciente de si, suas relações com o coletivo e com o seu entorno, podendo nele se inserir criticamente e transformando-o.
O processo de educação voltado para a humanização assume a importância da educação para além do ambiente escolar, atuante em função da vida e suas complexidades, tendendo a cumprir eticamente a sua missão para com a humanidade.
→ REDES DE APRENDIZAGEM
Redes/Comunidades de aprendizagem estabelecem formas de aprendizagens cooperativas, com ênfase na construção coletiva/interativa do conhecimento. Configuram-se em salas de aula ou ambientes virtuais de aprendizagem, recorrendo a uma relação dialógica entre os seus participantes, apontando perspectivas para renovação dos processos educacionais.
→ TRANSFERÊNCIA DE APRENDIZAGEM
Processo onde o conteúdo aprendido é aplicado ao contexto real, em situações do cotidiano, dotando de ressignificação prática os conceitos aprendidos. Relaciona-se com os conceitos da aprendizagem significativa, já que: “Toda aprendizagem nova envolve a transferência com base na aprendizagem prévia, e esse fato tem conseqüências importantes para o projeto de instruções que ajude os estudantes a aprender.” (do livro Como as pessoas aprendem?- Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos).
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2.2.2. Atividade 1 – Etapa 2 (colaborativa)
→ Aprendizagem significativa: é um processo de aprendizagem que deixa na memória do aprendiz a lembrança de experiencias significativas que podem ser acionadas a qualquer momento para expressar os conteúdos, teorias e/ou técnicas aprendidas em um curso.
→ Formação em rede : forma de aprendizagem cooperativa, com ênfase na construção coletiva/interativa do conhecimento. É favorecida pela relação dialógica entre os seus participantes. Define um processo de ensino/aprendizagem e de apropriação dos conteúdos que transitam nos ambientes virtuais de aprendizagem.
→ Matriz Humanizante : o conceito de matriz humanizante contempla atitudes como: respeito, carinho e amor entre os interlocutores. Visa criar no grupo um ambiente de afetividade e respeito que promove a integração e o bem-estar, possibilitando assim um trabalho mais significativo. Busca referências na psicologia cognitiva e nas teorias da comunicação.
→ Construtivismo : tem como principais referências os teóricos Piaget e Vigotsky. Experiência onde aprendiz traz o seu conhecimento de casa, do mundo, onde os indivíduos são observadores e analisadores das experiências dessa realidade, construindo e percebendo de forma pessoal e particular, buscando interferir neste mundo.
→ Metodologia colaborativa: método pedagógico no qual o aprendizado é desenvolvido em colaboração entre o facilitador e o grupo, deixando de ser uma função única do professor e passando a ser uma atividade coletiva onde todos os envolvidos estão comprometidos com o desenvolvimento do grupo.
→ Ressonância cognitiva positiva: viabilizada por meio de práticas afetivas e solidárias que contribuam para harmonização das relações interpessoais. Substitui a idéia de competição pelo processo de elaboração prazerosa e tranqüila das atividades, onde todos os
47
participantes tornam-se vitoriosos com o resultado positivo da aprendizagem.
Referências:
CITELLI, Adilson. Comunicação e educação. A linguagem em movimento , São Paulo, Editora SENAC São Paulo, 2000
CARRARA, Kester. Introdução à Psicologia da Educação. São Paulo: Avercamp, 2004
BARBOSA, Ana Cristina Lima Santos. Teoria Construtivista. Disponível em: < http://www.anacris.ufjf.br/Site%20GestaoEaD/textos/Construtivismo.pdf > Acesso em: 20.Nov.2007
CAMPELLO, Sheila Maria Conde Rocha. A Mediação pedagógica e a metodologia colaborativa na aprendizagem em rede . Disponível em: <http://arteduca.unb.br/ava/file.php/19/modulo2_2.pdf> Acesso em: 17.Nov.2007
CAMPELLO, Sheila Maria Conde Rocha. A educação a distância no Instituto de Artes da Universidade de Brasília rede. Disponível em: < http://www.corpos.org/anpap/2004/textos/ceaa/sheila_campello.pdf > Acesso em: 17.Nov.2007
COLL, César. Comunidades de Aprendizagem e Educação Escolar. Disponível em: < http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ent_a.php?t=011> Acesso em: 20.Nov.2007
LÉVY, Pierre. Cibercultura , São Paulo, Editora 34, 1999
GOMES, Maria Lúcia Moreira . Comunidades Virtuais de Aprendizagem. Disponível em: <http://64.233.169.104/search?q=cache:ofMb9vDKzLoJ:reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/17978/1/R0402-2.pdf+redes+de+aprendizagem&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=43&gl=br> Acesso em: 20.Nov.2007
MENDONÇA, Nelino José Azevedo de. A Humanização na Pedagogia de Paulo Freire. Disponível em: < http://64.233.169.104/search?q=cache:dh-T0Go_EuEJ:www.ce.ufpe.br/posemeducacao/documen
48
tos/Dissertacoes_2006/teoria_e_historia_da_educacao/NELINO_JOSE_AZEVEDO_DE_MENDONCA.pdf+paulo+freire+humaniza%C3%A7%C3%A3o&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=3&gl=br > Acesso em: 20.Nov.2007
MOREIRA, Marco A. Aprendizagem Significativa – A Teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
Whatt is 'Significant learning”? < http://www.ou.edu/pii/significant/WHAT%20IS.pdf > ( acesso em 17/11/2007)
49
2.2.3. Atividade 1 – Etapa 2 (colaborativa fase 2)
→ Aprendizagem significativa: é um processo de
aprendizagem que deixa na memória do aprendiz a
lembrança de experiências significativas que podem
ser acionadas a qualquer momento para expressar os
conteúdos, teorias e/ou técnicas aprendidas. Para que
se torne significativa, a aprendizagem deve considerar
as diferentes experiências pessoais já adquiridas, o
desejo por novas descobertas, articular conhecimentos
e sentimentos, e investir no trabalho coletivo sem
perder de vista as individualidades como forma de
garantia para aquisição da autonomia.
Referências:
CARRARA, Kester. Introdução à Psicologia da Educação.
São Paulo: Avercamp, 2004.
CAMPELLO, Sheila Maria Conde Rocha. A Mediação
pedagógica e a metodologia colaborativa na
aprendizagem em rede. Disponível em:
<http://arteduca.unb.br/ava/file.php/19/modulo2_2.
pdf> Acesso em: 17.Nov.2007
CITELLI, Adilson. Comunicação e educação. A
linguagem em movimento, São Paulo, Editora SENAC
São Paulo, 2000
DIAS, Fernando Nogueira. Desenvolvimento Humano e
Facilitação. Disponível em:
http://www.sociuslogia.com/artigos/desenvolv01.htm
Acesso em: 17.Nov.2007
50
DIOGENES, Laertius. Vidas e Doutrinas de Filósofos
Ilustres. Brasília: Ed UnB, 1988.
FINK, Dee L. Whatt is 'Significant learning”? Disponível
em:
<http://www.ou.edu/pii/significant/WHAT%20IS.pdf>
Acesso em: 17.Nov.07
MOREIRA, Marco A. Aprendizagem Significativa – A
Teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
PELIZZARI, Adriana. et. al. Teoria da Aprendizagem
Significativa Segundo Ausubel. Disponível em:
<http://www.bomjesus.br/publicacoes/pdf/revista_PE
C/teoria_da_aprendizagem.pdf> Acesso em:
17.Nov.2007.
→ Formação em rede: forma de aprendizagem
cooperativa, com ênfase na construção
coletiva/interativa do conhecimento. É favorecida pela
relação dialógica entre os seus participantes. Define
um processo de ensino/aprendizagem e de apropriação
dos conteúdos que transitam nos ambientes virtuais de
aprendizagem.
Referências:
CAMPELLO, Sheila Maria Conde Rocha. A Mediação
pedagógica e a metodologia colaborativa na
aprendizagem em rede. Disponível em:
<http://arteduca.unb.br/ava/file.php/19/modulo2_2.
pdf> Acesso em: 17.Nov.2007
COLL, César. Comunidades de Aprendizagem e
Educação Escolar. Disponível em: <
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ent_a.php?t=011>
Acesso em: 20.Nov.2007
51
GOMES, Maria Lúcia Moreira . Comunidades Virtuais de
Aprendizagem. Disponível
em:<http://64.233.169.104/search?q=cache:ofMb9vDK
zLoJ:reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/19
04/17978/1/R0402-
2.pdf+redes+de+aprendizagem&hl=pt-
BR&ct=clnk&cd=43&gl=br> Acesso em: 20.Nov.2007
LÉVY, Pierre. Cibercultura, São Paulo, Editora 34, 1999
→ Matriz Humanizante: o conceito de matriz
humanizante contempla atitudes como: respeito,
carinho e amor entre os interlocutores. Visa criar no
grupo um ambiente de afetividade e respeito que
promove a integração e o bem-estar, possibilitando
assim um trabalho mais significativo. Busca referências
na psicologia cognitiva e nas teorias da comunicação.
Referências:
CAMPELLO, Sheila Maria Conde Rocha. A educação a
distância no Instituto de Artes da Universidade de
Brasília rede. Disponível em:
<http://www.corpos.org/anpap/2004/textos/ceaa/she
ila_campello.pdf> Acesso em: 17.Nov.2007
CAMPELLO, Sheila Maria Conde Rocha. A Mediação
pedagógica e a metodologia colaborativa na
aprendizagem em rede. Disponível em:
<http://arteduca.unb.br/ava/file.php/19/modulo2_2.
pdf> Acesso em: 17.Nov.2007
MENDONÇA, Nelino José Azevedo de. A Humanização
na Pedagogia de Paulo Freire. Disponível em: <
http://64.233.169.104/search?q=cache:dh-
T0Go_EuEJ:www.ce.ufpe.br/posemeducacao/documen
52
tos/Dissertacoes_2006/teoria_e_historia_da_educacao
/NELINO_JOSE_AZEVEDO_DE_MENDONCA.pdf+paulo+fre
ire+humaniza%C3%A7%C3%A3o&hl=pt-
BR&ct=clnk&cd=3&gl=br > Acesso em: 20.Nov.2007
WARSCHAUER, Cecília. Rodas em rede: oportunidades
formativas na escola e fora dela. Rio de Janeiro;
Editora Paz e Terra, 200l – p.13.
→ Construtivismo: tem como principais referências os
teóricos Piaget e. Experiência onde aprendiz traz o seu
conhecimento de casa, do mundo, onde os indivíduos
são observadores e analisadores das experiências dessa
realidade, construindo e percebendo de forma pessoal
e particular, buscando interferir neste mundo.
Referências:
BARBOSA, Ana Cristina Lima Santos. Teoria
Construtivista. Disponível em: <
http://www.anacris.ufjf.br/Site%20GestaoEaD/textos/
Construtivismo.pdf > Acesso em: 20.Nov.2007
CARRARA, Kester. Introdução à Psicologia da Educação.
São Paulo: Avercamp, 2004.
FERREIRA, Luis de França. Ambiente de Aprendizagem
Construtivista.Disponível em: <
http://penta.ufrgs.br/~luis/Ativ1/Construt.html>.
Acesso em: 17.Nov.2007.
→ Metodologia colaborativa: processo de
aprendizagem desenvolvido em colaboração entre o
facilitador e o grupo, deixando de ser uma função
única do professor e passando a ser uma atividade
53
coletiva, onde todos os envolvidos estão
comprometidos com o desenvolvimento do grupo.
Referências:
CAMPELLO, Sheila Maria Conde Rocha. A Mediação
pedagógica e a metodologia colaborativa na
aprendizagem em rede. Disponível em:
<http://arteduca.unb.br/ava/file.php/19/modulo2_2.
pdf> Acesso em: 17.Nov.2007
DIAS, Fernando Nogueira. Desenvolvimento Humano e
Facilitação. Disponível em:
http://www.sociuslogia.com/artigos/desenvolv01.htm
Acesso em: 17.Nov.2007
DIOGENES, Laertius. Vidas e Doutrinas de Filósofos
Ilustres. Brasília: Ed UnB, 1988.
PROL, Lyselene Candalaft Alcântara. et. al.
Aprendizagem Colaborativa. Disponível em:
<http://www.projeto.org.br/mapas/gac.htm> Acesso
em: 17.Nov.2007
→ Ressonância cognitiva positiva: viabilizada por
meio de práticas afetivas e solidárias que contribuam
para harmonização das relações interpessoais.
Substitui a idéia de competição pelo processo de
elaboração prazerosa e equilibrada das atividades,
onde todos os participantes tornam-se vitoriosos com o
resultado positivo da aprendizagem.
Referências:
BEHRENS, Marilda Aparecida, Projetos de
Aprendizagem Colaborativa num paradigma
54
emergente. In: MORAN, José Manuel, Novas tecnologias
e mediação Pedagógica. Campinas/SP. Papirus, 2000 –
(Coleção Papirus Educação)
CAMPELLO, Sheila Maria Conde Rocha. A Mediação
pedagógica e a metodologia colaborativa na
aprendizagem em rede. Disponível em:
<http://arteduca.unb.br/ava/file.php/19/modulo2_2.
pdf> Acesso em: 17.Nov.2007
DIAS, Fernando Nogueira. Desenvolvimento Humano e
Facilitação. Disponível em:
http://www.sociuslogia.com/artigos/desenvolv01.htm
Acesso em: 17.Nov.2007
DIOGENES, Laertius. Vidas e Doutrinas de Filósofos
Ilustres. Brasília: Ed UnB, 1988.
55
2. Módulo 2 . Fundamentos da aprendizagem em rede 2.3. Unidade 3 . Abordagens Teóricas aplicadas à EAD 2.3.1. Atividade 2 – Etapa 2 (colaborativa)
Autonomia da Aprendizagem: Autonomia vem do grego
e significa governar-se a si próprio. Educação para
autonomia da aprendizagem deve ter proposições
pedagógicas com base nas necessidades e capacidades
do educando, favorecendo a “experiência”
significativa. Conceber experiências com foco no
“interesse” do aprendiz para que este possa ser
convertido em “esforço e disciplina” na busca de
conhecimentos. Para tanto, deve ser elaborada nos
conceitos de “aprender fazendo, aprender pela vida e
para a democracia” e ter como finalidade promover
condições para que a aprendizagem favoreça a solução
de problemas, com exercício do “pensamento
reflexivo”, no sentido de promover a transformação do
ser enquanto sujeito individual e social. Trata-se de
distinguir a “qualidade da experiência” e pensar um
processo de educação capaz de influenciar
positivamente nas experiências posteriores do
educando.
Referências:
CENTRO DE REFEÊNCIA EDUCACIONAL-CONSULTORIA E ASSESSORIA EM EDUCAÇÀO. DEWEY. Disponível em:
56
http://www.centrorefeducacional.com.br/dewey.html Acesso em 19/12/2007 às 08:23
DEWEY, John. Como Pensamos. Trad. Haydée de Camargo Campos. Companhia Editora Nacional. São Paulo, 1959.
GADOTTI, Moacir. PERSPECTIVAS ATUAIS DA EDUCAÇÃO. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000200002&script=sci_arttext&tlng = Acesso em 19/12/2007 às 08:54
MARTINS, Ângela Maria. AUTONOMIA E EDUCAÇÃO: A TRAJETÓRIA DE UM CONCEITO. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/n115/a09n115.pdf. Acesso em 05/02/2008 às 15:52
SANTOS, Dalvino Estevao dos, et tal. Teoria Humanista-Jonh Dewey. Disponível em: http://www.novoacesso.com.br/teorias-da-aprendizagem/ Acesso em 19/12/2007 às 08:34
TIBALLI, Elianda Figueiredo Arantes. Pragmatismo, experiência e educação em John Dewey . Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/26/trabalhos/eliandafigueiredotiballi.rtf. Acesso em 19/12/07 às 08:28
Autopoiese: Termo usado inicialmente na biologia, significa auto-produção, identifica os seres vivos como autônomos e independentes, ao mesmo tempo, produtores e produtos, como sistemas de circularidade produtiva. Esta concepção de ser vivo, como sistema fechado e estruturalmente determinado, anulou a dualidade racional (objetivo) e emocional (subjetivo), mostrando o seu entrelaçamento como constituinte do ser humano. Propõe a emoção como referencial do ser humano, não sendo separado dos fenômenos que observa. Os seres vivos constroem o mundo e ao mesmo tempo são construídos por ele, vivendo e conhecendo e, conhecendo no viver. Esse processo que se dá através do acoplamento estrutural que forma o contexto consensual, na interação, onde a linguagem (diálogo) se torna o fluxo de coordenações entre o fazer e a emoção.
57
Referências: .Universidade Católica de Brasília - UCB Volume I - Número 2 - Novembro 2004 - ISSN 1807-538X Humberto Maturana e o espaço relacional da construção do conhecimento Entrevista - Humberto Maturana .Instituto de Terapia Cognitiva INTECO - Santiago de Chile http://www.inteco.cl Los aportes de Humberto Maturana a la psicoterapia - Alfredo Ruiz LAS CONTRIBUCIONES DE HUMBERTO MATURANA A LAS CIENCIAS DE LA COMPLEJIDAD Y A LA PSICOLOGÍA .Autopoiese, Cultura e Sociedade - Humberto Mariotti BIOLOGIA DEL TAO O EL CAMINO DEL AMAR por Humberto Maturana y Ximena Dávila www.matriztica.org Autopiesis, Acoplamiento Estructural y Otras Nociones Biología del Amor y Educación – Maturana biologia del amor.pdf Construtivismo: Nada está estanque, pronto ou acabado, portanto, o conhecimento, partícipe dessa relação, não pode ser dado como algo terminado. Ele se dá pela interação do Indivíduo com o seu meio físico e social, com seus símbolos e significados e com o resultado das relações advindas desse meio. Para Piaget o conhecimento é constituído a partir da ação, “tudo está em constante movimento”, ou seja, é a partir desta que a consciência e, por conseqüência o pensamento é estabelecido .MATURANA, Humberto. EMOÇÕES E LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO E NA POLÍTICA Belo Horizonte Editora UFMG 2002 .MATURANA R., Humberto ORGANIZAÇÃO E TRADUÇÃO CRISTINA MAGRO - VÍCTOR PAREDES - COGNIÇÃO, CIÊNCIA E VIDA COTIDIANA Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001
Referências:
58
BECKER, Fernando. O que é construtivismo. Revista de educação AEC, Brasília, v.21, n. 83, p 7-15, abril-jun. 1992
PIAGET, Jean. A Linguagem e o Pensamento da criança. São Paulo: Martins Fontes, 1989. (col. psicologia e pedagogia)
TERRA, Márcia Regina O DESENVOLVIMENTO HUMANO NA TEORIA DE PIAGET , disponível no site http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm (ACESSADO EM 26/01/08)
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
ZACHARIAS, V.L.C. Piaget . Esse artigo é encontrado no site http://www.centrorefeducacional.com.br/piaget.html (ACESSADO EM 22/01/08)
Práxis Transformadora: Parte do pressuposto que
educar supõe transformar, na medida em que se
compromete com o diálogo, a criatividade, a
historicidade, a ética, o respeito à dignidade e
autonomia do educando. Pedagogia que supõe “ato
político”, atua na dimensão social da formação
humana, evocando transformar “saber ingênuo” – que
atua no senso comum, em “saber crítico”- que sugere
reação ativa e consciente. Neste sentido, é inerente o
sentido de “ação”, ampliada no método educativo
como “ação+reflexão”.
Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
59
GADOTTI, Moacir. Um legado de esperança. São Paulo: Cortez, 2006.
INSTITUTO PAULO FREIRE. Glossário sobre a obra de Paulo Freire. Disponível em: <<www.paulofreire.org/Paulo_Freire/glossario_pf.htm>> Acesso em: 25.Jan.2008.
MARANHÃO, Carlos. Comunicação Comunitária e Educação Popular: Caminhos para uma Práxis Transformadora. Disponível em:<<http://sec.adaltech.com.br/intercom/2005/resumos/R1487-1.pdf>> Acesso em: 25.Jan.2008.
Zona de Desenvolvimento Proximal: Idéia defendida na
teoria de Vygotsky definida como área potencial de
desenvolvimento cognitivo. Nela, a aprendizagem
estaria atrelada ao fato de o ser humano viver em meio
social, sendo assim potencializada pela mediação. A
construção do conhecimento se daria em dois níveis: o
real, determinado pelo que aprendiz é capaz de fazer
por si só e o potencial, que abrangeria a capacidade
de aprender por mediação (de outra pessoa, de meios
diversos). Podendo assim ser definida como zona de
desenvolvimento proximal, a distância entre o
desenvolvimento real e o potencial, área onde
ocorre a aprendizagem.
Referências:
RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano. Disponível em <http://www.josesilveira.com> em 26 de janeiro de 2008.
http://novaescola.abril.com.br/ed/139_fev01/html/exc_vygotsky.htm
http://www.centrorefeducacional.com.br/vygotsky.html
Coleção memória da pedagogia, n.2 : Liev Seminovich Vygotsky/ editor Manuel da costa Pinto ;
60
[colaboradores Adriana Lia Friszman...et AL.]-Rio de Janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto, 2005.
61
II. Arteduca 2007 – Etapa 2
3. Módulo 1 . Arte-educação no Brasil: processo histórico 3.1. Atividade 1 – Sumário – Etapa 1 (individual)
62
> História do Ensino de Cenografia no Brasil
:: O Ensino das Artes Cênicas
. Os cursos livres
. A regulamentação pós 1965 (Lei n. 4641)
. O Ensino das artes cênicas e as habilitações específicas pós 1971
:: O Ensino de Cenografia no Brasil
. O campo de formação
. O Ensino de Cenografia nas Universidades
:: Reflexões sobre o Ensino de Cenografia – caminhos para o aprendizado
. A linguagem cenográfica
. Abordagens multidisciplinares
. O campo das pesquisas
BIBLIOGRAFIA:
BARBOSA, Ana Mae
Teoria e Prática da Educação Artística.
São Paulo: Cultrix, 1995.
BARBOSA, Ana Mae
Arte-educação no Brasil
São Paulo: Perspectiva, 2002.
BERTTHOLD, Margot
História Mundial do Teatro
São Paulo: Perspectiva, 2001.
COHEN, Aby
Cenografia Brasileira Século XXI: diálogos possíveis entre a prática e o ensino
63
Dissertação de mestrado, ECA/USP, 2007
COSTA, José de Anchieta
Auleum – a quarta parede
Editora, 2002.
GONÇALVES, Lisbeth Rebollo
Entre Cenografias: o Museu e a Exposição de Arte
no Século xx. São Paulo: Editora. São Paulo: Editora da Universidade de. São Paulo: A. BOOKS.
São Paulo/Fapesp, 2004
KATZ, Renina e AMARAL, Gláucia, org
Flávio Império em Cena.
Catálogo exposição, SESC 1997.
MANTOVANNI, Anna
Cenografia
São Paulo, Editora Ática, 1989.
MANTOVANNI, Anna
Cenografia Teatral em Saõ Paulo, entre a tradição e o novo
Dissertação de mestrado, ECA/USP, 1987
RATTO, Gianni
Antitratado de Cenografia
SENAC,1999.
64
3.2. Atividade 1 – Sumário – Etapa 2 (colaborativo)
MIRIAM CALDAS
A ARTE NO BRASIL ATÉ O FINAL DO SÉCULO XIX – RESGATANDO A HISTÓRIA
ANNA ELISA DO NASCIMENTO ZIDANES
HISTÓRIA DO ENSINO DE CENOGRAFIA NO BRASIL
DIOGO BORGES CORNÉLIO
A GEOGRAFIA COMO CIÊNCIA
LÚCIA GALVÃO MOURA
A ARTE DA PALAVRA: LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS NUMA PERSPECTIVA DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
MARILENE OLIVEIRA ALMEIDA
A ARTE NO CENÁRIO EDUCACIONAL
VANESSA CALDEIRA TEIXEIRA REIS
O ENSINO NO BRASIL: OS PRIMÓRDIOS - ARTE
GENILSON CONCEIÇÃO DA SILVA
A ARTE DE VIVER DA FÉ
Verifiquem se as metodologias identificadas por vocês fundamentam-se em uma origem comum.
A maioria teve origem comum, os métodos de formação dos jesuítas. Em algumas áreas o tempo considerado não foi o século XIX, a razão para isto é a falta de fonte de pesquisa sobre o tema na linha do tempo solicitada.
Em nossas publicações individuas, foram apresentadas cinco áreas diferentes, sendo coincidente a recorrência
65
à linha do tempo como estratégia para estruturar o desenvolvimento de tais temáticas.
Tentem identificar a existência de fatos, teorias ou influências comuns.
• A influência dos modelos europeus na educacão tradicionalista no início da educação no Brasil-colônia de cunho religioso, moral e elitista • As influências da chegada de D. João na expansão da educação • A influência da Missão Francesa com foco em modelos neoclassissistas • A influência do escolanovismo • A influência da industrialização que resultou em uma visão mais mercantilista da educação
Identifiquem fatores que possam ter resultado em metodologias diferentes.
Em todas as áreas do nosso grupo a metodologia seguia o padrão dos jesuítas. Depois Rui Barbosa desenvolveu um documento com base na metodologia americana para o ensino com influência de Walter Smith.
Do ponto de vista metodológico, os professores vêm seguindo essa “pedagogia tradicional” (que permanece até hoje) encaminhando os conteúdos através de atividades que seriam fixadas pela repetição, que tem por finalidade exercitar a vista, a mão, a inteligência, a memorização, o gosto e o senso moral.
Destaquem os pontos que considerarem relevantes a respeito do assunto
1) Modelo de ensino dos Jesuítas
2) Modelo de ensino da Missão Francesa - Neoclássico
3) Barroco no Brasil
4) Modelo proposto por Rui Barbosa com base no modelo americano
5) As mudanças ocorridas sob influência dos positivistas
66
6) Movimento de 1922 (Apesar de estar na linha do tempo no Séc. XX, alguns historiadores consideram este movimento como o ponto onde acontece o rompimento com moldes do séc. XIX)
7) Abordagem da regulamentação/oficialização do ensino das artes no Brasil.
67
4. Módulo 2 . Bauhaus 4.1. Atividade 1 – Pesquisa sobre a Bauhaus (individual)
O curso de Oskar Schlemmer Preparatório para a Oficina de Palco.
Sendo referência mundial no ensino das artes, a Bauhaus realiza inúmeras experiências inovadoras também praticadas no campo das artes cênicas, através das idéias do artista e professor Oskar Schlemmer .
Para a composição visual do palco, a geometria do corpo humano é estudada, e as leis da cena correspondem a uma matemática própria ao corpo humano.
A busca de um equilíbrio visual no espaço de representação assemelha-se aos estudos anteriormente divulgados pelos cenógrafos Appia e Craig, onde o fundamental para a ação consistia no movimento de formas, de cores e de luz, num equilíbrio matemático entre o conjunto destes e o corpo do ator em cena.
No palco, é necessário que o corpo humano em movimento adapte-se precisamente ao espaço cênico, numa articulação entre o primeiro e o segundo, obtendo-se o ponto de equilíbrio entre os dois.
Neste sentido é definido o “ser espacial”, traduzido visual e espacialmente a partir dos seus movimentos internos e externos.
O conteúdo das aulas ministradas por Schlemmer para o estudo da figura humana, contemplava exercícios para a representação plástica do corpo humano até a sua mais possível síntese pictórica, em mínimos traços. Também se exercitavam as medidas e proporções e as leis da movimentação mecânica e cinética em diversas condições espaciais. Nos estudos de proporção, a medida do ser humano entra em relação com a medida do meio ambiente.
68
Para os roteiros para dos seus espetáculos, Schlemmer elaborava inúmeros desenhos detalhadamente planejados.
Na visão de Schlemmer o pensar cenográfico em função do corpo humano reúne as leis do espaço cúbico circundante; as leis funcionais do corpo humano e a sua relação com o espaço; as leis da movimentação do corpo humano no espaço; e as formas metafísicas de expressão.
Referências:
AGRA, Lúcio. Oskar Schelmmer. Disponível em: <<http://www.pucsp.br/pos/cos/budetlie/tec13.htm>> Acesso em: 12.Mar.2008.
GOMES, Pedro. Bauhaus. Disponível em: < http://arkitectura.net/folha6/FOLHA2.htm> Acesso em: 13. Mar. 2005.
HEITLINGER, Paulo. Bauhaus: o impulso decisivo para o Modernismo do Sé. XX. Disponível em: < http://www.tipografos.net/bauhaus/oskar-schlemmer.html> Acesso em: 13. Mar. 2005.
LIMA, Evelyn Furquim Werneck . Concepções espaciais: o teatro e a Bauhaus . Disponível em: <http://www.unirio.br/opercevejoonline/indice.htm> Acesso em: 12. Mar. 2005.
69
4.2. Atividade 2 – Pesquisa sobre um artista da Bauhaus (colaborativa)
Oskar Schlemmer - Biografia
Pintor, escultor e cenógrafo alemão, nascido na cidade
de Stuttgart em 04 de setembro de 1888. Oskar
Schlemmer foi um dos criadores alemão mais
importante, anterior à segunda guerra mundial. Suas
pinturas demonstram a busca incessante da relação
entre figura humana e espaço. Formou-se na Academia
de Stuttgart junto com Adolf Hoelzel. Lá conheceu
Baumeister, com quem desenvolveu em 1914, mural
para a exposição alemã Werkbund de Colônia. Após a
guerra retorna em 1919, à Stuttgart, iniciando sua
pesquisa sobre a interação rítmica entre figuras
côncovas e convexas. Foi considerado pelos nazistas
como um artista degenerado e como tantos outros de
sua época foi impedido de continuar pintando. A partir
de 1920, começa a fazer parte da Bauhaus, onde
ensina a escultura, tornando-se mais tarde diretor do
departamento de teatro. Entre seus trabalhos para o
teatro, destaca-se o realizado para o ballet
construtivista Triadic com música de Hindemith (1922).
Bauhaus – Ação Pedagógica
A Bauhaus combatia a arte pela arte e estimulava a
livre criação com a finalidade de ressaltar a
personalidade do homem. Mais importante que formar
70
um profissional, segundo Gropius, era formar homens
ligados aos fenômenos culturais.
Pensar no trabalho pedagógico no teatro de Oskar
Schlemmer é considerar as contribuições de Adolphe
Appia e Edward Gordon Craig cuja negação ao
naturalismo, criaram elementos para compor o teatro
abstrato. Rejeitando qualquer tipo de cenário teatral,
explorando o espaço com o uso de praticáveis, planos
inclinados, escadas que forneciam pontos de apoio ou
obstáculos aos movimentos do ator. Para Schlemmer o
teatro era a concretização de uma idéia num espaço
percebido e compreendido visual e acusticamente.
Observa-se nos seus trabalhos, o perfeitamente
entrosamento dos diversos elementos cênicos como o
corpo, o movimento, a forma, a cor, a luz, o som que
não funcionam como meros ajustes ornamentares, e
sim como personagens da linguagem teatral. Suas
oficinas criavam máscaras, cenários e figurinos
proporcionando estudos mecânicos, acústicos e óticos.
A partir de uma prática simples de desenho de
observação Schlemmer propunha o conhecimento das
possibilidades de movimento de atores, cenário e
iluminação. Ele partia do plano bidimensional para o
tridimensional e o multidimensional
O Teatro de Schlemmer – Influências e criações
Com referência ao teatro na Bauhaus, o objetivo era
desenvolver a relação do homem com o espaço que o
cercava e com os objetos que ele produzia. Assim, os
artistas analisavam as estruturas formais da cena,
entendendo o teatro como arte em si e não a reunião
71
coordenada de várias artes. Quanto à encenação, era a
própria linguagem em movimento no espaço.
Schlemmer parte das novas idéias de Appia e Craig,
juntamente com as teorias de Le Corbusier para uma
análise mais detalhada do uso das cores, esferas,
cilindros, pirâmides que tomam a cena pelo corpo do
ator, geometricamente pensados num jogo de luz,
sombras e volumes. Ele misturava dança, teatro e
composição pictórica oscilando na tensão entre o
Espaço e o Tempo para a construção cênica. Ao mesmo
tempo em que apontou para a desmaterialização dos
corpos, não caiu em misticismos ocultistas. Muitas das
idéias pensadas por ele ressurgem nas experimentações
contemporâneas com o corpo, quer seja nas poéticas
tecnológicas, quer seja no cotidiano da cibercultura.
Para Schlemmer o homem em cena era um homem
consciente do espaço abstrato e das coordenadas que
sustentam tanto seus movimentos como a ação da sua
dança. A arte da cena se torna para o artista uma
questão de equilíbrio matematicamente plástica. O
corpo em perpétua metamorfose a cada fase de um
gesto decomponível. Os atores apresentavam-se como
cobaias de laboratório. Eles emprestavam braços,
pernas e tronco para análises fragmentárias. Cada um
funcionava como um corpo em movimento no espaço.
Essa estruturação era demonstrada em sua direção
estética racional construtivista no segundo período da
Bauhaus. Ele desenvolve uma nova forma de lidar com
o espaço teatral, sem interesse de concorrer com o
teatro oficial e a ópera da época. Sugeriu pesquisas
mais intensa nas técnicas do teatro javanês, japonês e
chinês, se distanciando dos modelos do teatro europeu.
72
Não buscava montar espetáculos, mas de constituir um
repertório de gestos e formas, de procurar um código,
de organizar o espaço cênico da era industrial,
beneficiando-se dos progressos técnicos, dos novos
materiais, sem que o homem fosse esmagado por eles.
Espírito e matéria em perfeita união
Concluindo o nosso trabalho, é importante a referência
ao Ballet Triádico que foi um dos primeiros
espetáculos inteiramente abstrato da história, e que
até hoje exerce influência em muitas pesquisas.
Particular atenção à função do figurino que não
objetivava criar uma personagem, mas de produzir
uma figura. Para Schlemmer, a dança só podia existir
como arte procedendo à sublimação do corpo humano
como aquilo que ele representa: um fragmento de
espaço, uma forma plástica, ampliado relativamente à
organização geométrica e espacial.
Referências Bibliográficas: ASLAN, Odette. O ator no século XX - in: O corpo no espaço da Bauhaus-Perspecticva, SP, 1994.
BAUHAUS DOCUMENTÁRIO P.03. Disponível: <http://www.youtube.com/watch?v=8OjDIOmLOq8&feature=related> Acesso em 17/Mar/2008.
BOCCARA, Ernesto G. Carvalho, Agda R. e Leão, Lucia. -Ballet Triádico da Bauhaus: percurso de uma reconstituição. Disponível: <http://www.coloquiomoda.com.br/coloquio2007/anaisaprovados/ballettriadico_da_bauhaus_percurso_de_uma_reconstituição.pdf> Acesso em 17/Mar/2008.
BUSCA BIOGRAFIAS. Oskar Schlemmer. Disponível <http://www.buscabiografias.com/cgi.cgi?id=4526> Acesso em 17/Mar/2008
FABBRI, Veronique. La Construction de la scène comme image-temps. In: Oscar Schlemmer - L’homme et la figure d’art. Recherches Centre National de la Danse.Disponível: “http://oquememove.wordpress.com/2007/07/18/sobre-
73
oskar-schelemmer-uma-traducao-tabajara/” Acesso em 17/Mar/2008.
LIMA, Evelyn Furquim Werneck. Concepções espaciais: o teatro e a Bauhaus. Disponível: <http://www.unirio.br/opercevejoonline/7/artigos/3/artigo3.htm> Acesso em 17/Mar/2008..
LUACES, Joaquín Yarza. La imaginación de Oskar Schlemmer. Disponível: <http://www.artehistoria.jcyl.es/arte/contextos/5369.htm> Acesso em 17/Mar/2008.
MAS DE ARTE. Oskar Schlemmer. Disponível: <http://www.masdearte.com/biografias/articulo/biografia_schlemmer_oskar.htm> Acesso em 17/Mar/2008
SABÓIA, Lygia. A Bauhaus. Arteduca: Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas. Disponível: <http://arteduca.unb.br/ava/course/view.php?id=24>
ZULUAGA, Adriana Quiroga. Arquitectura e escenografía. Disponível: <http://fenix.cichcu.unam.mx/libroe_2007/Krieger/CDaprendiendoDEinsurgentes3/Escenografia/texto2a.htm> Acesso em: 17/Mar/ 2008.
Imagens Escolhidas
Ballet Triádico
74
A primeira apresentação do Ballet Triádico foi no Landestheater de
Stuttgart em 1922. O palco configurava-se em uma geometria do
assoalho, as formas das figuras determinavam a trajetória dos
bailarinos e eram idênticas às formas dos figurino. O bailarino se
sentia um mergulhador ao se vestir dentro de sua pesada roupa, tendo
que suportar um incômodo escafandro, botas de chumbo e bombas de
oxigênio nas costas. Esta interdição fazia o bailarino repensar seu
próprio estar no espaço e no tempo. É a percepção do corpo a partir
de limitações primárias.
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.pucsp.
br/pos/cos/budetlie/schlemm3.jpg&imgrefurl
Stairway (German, 1888-1943)
Antes do trabalho de coreógrafo, Schlemmer foi pintor e escultor.
"Meus temas - a figura humana no espaço, seu movimento e funções
estáticas, sentado, deitado, andando, de pé - são simples como são
universalmente validas. Além disso, elas são inesgotáveis.” Oskar
Schlemmer
http://www.moma.org/images/collection/FullSizes/00333035.jpg
75
Figurino do Ballet Triádico
A idéia coreográfica se fundamentava nos figurinos e foi rigorosamente
calculada, obedecendo as regras predeterminadas de movimentação.
O abstrato e o figurativo confundem-se. Combinavam-se estruturas
simétricas com composições assimétricas. O dançarino tinha que lidar
com o limite imposto pela indumentária e, nesse aprendizado
corporal, http://postdance.files.wordpress.com/2006/07/triadwire.gif.
Arquitetura do movimento; b. Marionete; c. Organismo técnico. Desmaterialização por simbolismo de formas. http://oquememove.wordpress.com/2007/09/13/arquiteturas-corporais-de-oscar-schlemmer/
76
4.3. Atividade 3 – Mostra Bauhaus (colaborativa)
Ballet Triádico
Oskar Schlemmer [Stuttgart, 14/09/1888 - Baden-Baden, 13/04/1943] - Pintor, escultor e cenógrafo. Formou-se na Academia de Stuttgart junto com Adolf Hoelzel. Uma das figuras chave da Bauhaus, onde lecionou e depois dirigiu o departamento de Teatro. Observa-se nos seus trabalhos, o entrosamento dos diversos elementos cênicos como o corpo, o movimento, a forma, a cor e a luz. Seu trabalho "Ballet Triádico" (1922) foi um dos primeiros espetáculos inteiramente abstrato da história. Suas referências incluem alegorias retiradas do teatro de marionetes, presentes na cultura germânica e da Commedia Dell´Arte. Turma 1 - E6: Anna Elisa, Andréa Gozzo, Denise, Diogo, Sandra, Mary e Miriam.
77
5. Módulo 3 . Construção de uma identidade nacional 5.1. Atividade 1 – Construção de uma identidade nacional (individual) O Espaço para além do plano
No Brasil, o movimento construtivista desdobra-se em
duas correntes distintas – o Concretismo e o
Neoconcretismo, presentes nas diversas linguagens
artísticas.
O marco da influência concretista nas artes plásticas é
dado em 1952, quando na 1ª Bienal de São Paulo é
premiada a obra intitulada “Unidade Tripartite”, do
artista escultor de origem suíça, Marx Bill. Este marco
é estímulo para o surgimento do Grupo Ruptura, em
São Paulo e, logo depois, o Grupo Frente, no Rio de
Janeiro.
Dentre os aspectos possíveis de elencar, no que se
trata das influências concretistas no Brasil para as
artes plásticas, o nascimento de uma nova abordagem
na relação entre a obra-espaço-espectador decorrente
do rompimento com a arte figurativa, marca o
processo, iniciado pela artista Ligya Clark, que, já
aliada ao Concretismo investe na criação de obras
tridimensionais abstratas.
A proposta de Ligya tende a dismistificar a própria
arte, já que rompe os limites e distanciamentos entre
o artista e o espectador.
78
Neste sentido, a superação do espaço plano e estímulo
à interação do espectador caracteriza também a obra
do artista Helio Oiticica.
O convite ao espectador na interação com as obras
estimulava a vivência de experiências estético-vitais, onde o mesmo abandonava a posição contemplativa,
de observador passivo, tornando-se co-autor, pondo também a obra em situação ativa.
Ao assinar o manifesto Neoconcreto, Lygia rompia com
a importação cultural. Nas suas obras guardava ainda
características da tradição construtivistas expressas
pela racionalidade, porém as conciliava à sua intuição
subjetiva voltada à abertura sensorial abstrata.
Referências:
Enciclopédia Itaú Cultural – Artes Visuais. Disponível em: <<http://www.revistaohun.ufba.br/html/metaforas_cotidianas.html>> Acesso em: 07.Abr.2008.
GONÇALVES, Marcos Augusto. Os descompassos das vanguardas. Disponível em: <<http://www.revista.agulha.nom.br/har10.html>> Acesso em: 07.Abr.2008.
MACIEL, Nelia Dourado. Metáforas Cotidianas na obra de Ieda Oliveira. Disponível em: << Acesso em: 09.Abr.2008.
PEDROSA, Mário. A Obra de Lygia Clark. Disponível em: << http://www.estado.com.br/editorias/2006/10/08/cad-1.93.2.20061008.45.1.xml>> Acesso em: 08.Abr.2008.
79
PEREIRA, Ana. Lygia Clark. Disponível em: <<http://www.geocities.com/Hollywood/Makeup/9828/lygia.htm>> Acesso em: 09.Abr.2008.
SPERLING, David. Corpo + Arte = Arquitetura. As proposições de Hélio Oiticica e Lygia Clark. Disponível em: <http://forumpermanente.incubadora.fapesp.br/portal/administ/revista_ho/ho_sperling/?searchterm=abstrata>> Acesso em: 08.Abr.2008.
5.2. Atividade 2 – Influências das ideologias construtivistas (colaborativa) Construtivismo na arte brasileira: Uma ousadia, uma identidade.
Arte total: O Construtivismo influenciou profundamente a arte moderna, ele surge na Europa e Rússia entre 1913 e 1934, propondo uma nova linguagem plástico-pictórica, uma integração da tecnologia e indústria no design e nas artes. Exploravam elementos de formas geométricas, cores primárias, fotomontagem, tipografia e serifa.
80
Contexto: No Brasil, desde a década de 30, as ideologias construtivas tinham sido assimiladas pela arquitetura. Elas estão ligadas ao desenvolvimento cultural da América Latina e ao processo de industrialização brasileira entre os anos de 1940 a 1960. As tendências construtivistas no Brasil encontraram ressonância no movimento Concretista e as primeiras manifestações do movimento Concreto surgem em São Paulo. Na década de 60, no Rio de Janeiro, irá surgir um movimento que será contrário as idéias Concretistas ortodoxas, liderado por Ferreira Gullar, os Neoconcretistas. O grupo paulista tinha forte vínculo com a produção industrial, racional, objetivo, prezava a produção coletiva, tinha disciplina e ordem, elaboravam uma arte abstrata marcado pelo uso de figuras geométricas e elaboração baseada no raciocínio. O grupo carioca tinha autonomia individual, desenvolvia um trabalho de investigação e sem vínculo com a produção industrial. Prezava a liberdade e a flexibilidade. As obras paulistas eram racionais, fechadas. As dos cariocas subjetivas, abertas.
Marco da influência: o termo Concretista nas artes plásticas é dado em 1952, quando na 1ª Bienal de São Paulo é premiada a obra intitulada “Unidade Tripartite”, do artista escultor de origem suíça, Marx Bill. Este marco é estímulo para o surgimento do Grupo Ruptura, em São Paulo e, logo depois, o Grupo Frente, no Rio de Janeiro. Na atualidade sentimos e falamos em construtivismo com relação à vida cultural porque assistimos a transformação da sociedade pela interferência das novas tecnologias.
Arte, ciência e tecnologia: No Rio de Janeiro, o grupo Frente contesta a arte Concreta e inicia o Neoconcretismo, reação ao Concretismo racionalista de exploração de ilusões óticas. O maior legado do Neoconcretismo foi relacionar a arte com a ciência e tecnologia.
A identidade nacional: Enquanto a Europa procurava romper com as correntes artísticas que representava o real, no Brasil o movimento modernista assumia mais a função de promover uma atualização da arte brasileira capaz de ajudar na consolidação da identidade nacional e não abria mão do figurativismo. Talvez na tentativa de encontrar caminhos que pudessem expressar de verdade uma arte originalmente brasileira, uma busca desesperada de uma identidade cultural nacional iniciada principalmente pelos
81
Modernistas de 22. Eles se mostravam decididos a criar uma arte que fosse a face de um país novo e forte, queriam uma visão brasileira, mas de um Brasil Internacional. Com isto, em 1956 foi favorável a I Exposição Nacional de Arte Concreta em SP, com base nas ideologias construtivas.
O espaço: No Construtivismo a forma não é o objeto do “desejo” e sim o espaço. O objeto artístico se liberta do pedestal, do paralelismo à parede. Trabalha-se mais com o espaço como elemento de linguagem plástica. O nascimento de uma nova abordagem na relação entre a obra-espaço-espectador decorrente do rompimento com a arte figurativa, marca o processo de criação de obras tridimensionais abstratas proporcionando interação do espectador às obras de arte: O espectador, convidado a interagir com as obras era estimulado a vivenciar experiências estético-vitais, onde o mesmo abandonava a posição contemplativa, de observador passivo, tornando-se co-autor, pondo também a obra em situação ativa.
Manifestações artísticas: Arquitetura, Artes plásticas, Design, Literatura, Teatro, Poesia, Música.
Principais nomes: Waldemar Cordeiro, Almicar de Castro, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim, Theon Spanudis, Ivan Serpa, Volpi, Manabu Mabe, Bruno Giorgi, Francisco Stockinger, Antônio Bandeira, Fayga Ostrower, Henrique Oswald, Otávio Araújo, Marcelo Grassmann, Renina Katz, Samson Flexor, Sérgio de Camargo, Almir Mavignier, Mary Vieira, Gilvan Samico, Wega Nery, Anna Bella Geiger, Darel Valença Lins, Hélio Oiticica, Geraldo de Barros, Hermelindo Fiaminghi, Luíz Sacilotto, e os poetas Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari e Ferreira Gullar; Abraham Palatinik, Alexandre Wollner, Aluísio Carvão, Antônio Maluf, Augusto Boal, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer.
82
Referências:
ALEGRE, Mayara Evangelista. Identidade Brasileira: de Macunaíma a dias atuais – uma análise da sua concepção nos meios de comunicação e na escola. Disponível em: <<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R0282-1.pdf >> Acesso em> 20.Abr.2008. ALVES, Mariana Garcia de Castro. Construtivismo não é método para alfabetização, diz pesquisadora. Disponível em: <<http://hodiernas.blogspot.com/2007/07/construtivismo-no-mtodo-para.html>> Acesso em: 20.Abr.2008. ANDRADE, Antônio Luiz. Construtivismo. Disponível em:<<http://www.netterra.com.br/poiesis/85/construtivismo.htm>> Acesso em: 20.Abr.2008. ÁVILA, Carlos. O moderno: João Cabral e a Lição de Pintura. Disponível em: <<http://www.nordesteweb.com/not01/ne_not_20010123b.htm >> Acesso em: 20.Abr.2008. AOL. Geometria e Arte. Disponível em: << http://paginas.aol.com.br/__121b_Cjg3yfv2NPKOPL4e2WyJuiGuxRJbsJH+G/ODLD6faiF+TpDXStrxQqg0xAoWAZqd>> Acesso em: 20.Abr.2008. BARBOSA, Ana Mae. John Dewey e o Ensino da Arte no Brasil. 3ª edição revista e aum. São Paulo - Ed. Cortez, 2001. BRITO, Ronaldo. Experiência Crítica – Organização Sueli de Lima, São Paulo, 2005, Cosac Naify CAMPOS, Haroldo. Arte Construtiva no Brasil. Disponível em: << www.usp.br/revistausp/30/haroldo.pdf>> Acesso em: 21.Abr.2008
83
CAMPOS, Haroldo. Construtivismo no Brasil - Concretismo e Neoconcretismo. Disponível em: <<http://www.artbr.com.br/casa/noigand/ >> Acesso em: 20.Abr.2008. Cultura Brasileira. O Brasil após a Primeira Grande Guerra. Disponível em:<<http://www.culturabrasil.org/vinte.htm>> Acesso em: 20.Abr.2008. DUNN, Christopher. As Múltiplas Tropicálias. Disponível em: <<http://bravonline.abril.com.br/participe/blogs_exibirassunto.shtml?1036.shtml?50775>> Acesso em: 20.Abr.2008. Enciclopédia Itaú Cultural – Artes Visuais. Disponível em: <<http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=instituicoes_texto&cd_verbete=7330 >> Acesso em: 20.Abr.2008. Enciclopédia Itaú Cultural – Artes Visuais. Disponível em: <<http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3780 >> Acesso em: 20.Abr.2008. FERREIRA, Luis de França. Arte e Construtivismo. Disponível em: <<http://penta.ufrgs.br/~luis/Ativ1/ConstruEvelise.html>> Acesso em: 20.Abr.2008. GONÇALVES, Marcos Augusto. Os descompassos das vanguardas. Disponível em: <<http://www.revista.agulha.nom.br/har10.html>> Acesso em: 07.Abr.2008. LARRONDA, Joyce. Arte Construtiva: ordem e otimismo. Disponível em: <<http://www.joycelarronda.com.br/1bienal2/portugue.htm#ARTE%20CONSTRUTIVA>> Acesso em: 20.Abr.2008. LINS, Sérgio. O Construtivismo. Disponível em: <http://andaimesconceituais.blogspot.com/2006/03/sumrio.html >> Acesso em> 20.Abr.2008.
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86
6. Módulo 4 . Arte-educação em uma perspectiva pós-moderna - A Proposta Triangular 6.1. Atividade 1 – Etapa 1 (colaborativa)
O Abaporu de Tarsila Concebida em 1928, Abaporu
caracteriza-se como uma
pintura em óleo sobre tela,
com dimensões internas de 85
x 73 cm, e dimensões totais
113 x 101 x 6 cm.
Desde 1995, compõe o acervo
do Museu de Arte Latino-
americano (MALBA), quando adquirida pelo
colecionador argentino Eduardo Constantini, pelo valor
de US$ 1,3 milhão, em um leilão.
Na época de sua criação representou fomento às idéias
relativas ao Manifesto Antropofágico – “Devoração
cultural das técnicas, importadas para re-elaborá-las
com autonomia, convertendo-se em produto de
exportação” – inaugurado por Oswald de Andrade e
Raul Bopp.
O Movimento Antropofágico significou uma síntese do
Movimento Modernista brasileiro, que queria
modernizar a nossa cultura de um modo bem
brasileiro. Contemporâneo a este movimento,
87
intelectuais como Menotti del Picchia e Plínio Salgado,
fundavam, também, o Movimento Verde-Amarelo com
tendências nacionalistas.
A importância de Abaporu para fase antropofágica
nacional é inegável, sendo confirmada nas palavras da
própria autora: “numa tela que se chamou “abaporu”,
antropófago: uma figura solitária monstruosa, pés
imensos, sentada numa planície verde, o braço
dobrado repousando num joelho, a mão sustentando o
peso-pena da cabeçinha minúscula”.
Por ocasião dos 80 anos de sua criação, o Brasil pôde
rever Abaporu em uma mostra realizada, de 19 de
janeiro a 16 de março de 2008, na Pinacoteca do
Estado de São Paulo, intitulada Tarsila Viajante . “O
Abaporu volta mudado ao Brasil”, diz o jornalista
Antonio Gonçalves Filho, do jornal Estado de São
Paulo. “É nítido que passou por um processo de
restauro na Argentina: o pé do canibal está
ligeiramente diferente. Mesmo assim, é preciso
comemorar a volta temporária desse ícone que o Brasil
perdeu.”
Tarsila do Amaral é a pintora mais representativa da
primeira fase do movimento modernista brasileiro, ao
lado de Anita Malfatti. Suas obras adquirem fortes
características primitivas e nativistas. A artista é
pioneira na construção de uma identidade brasileira
por meio da arte. Caracteriza-se pela sua
representação de cunho onírico e mítico da sociedade
brasileira. Logo após a Semana de 22 esteve em Paris,
sendo influenciada pelo cubismo, absorvendo uma
questão fundamental que se colocava na Europa: a
88
valorização de componentes étnicos. De volta ao
Brasil, percebe o primitivismo e a miscigenação como
temática.
Na comemoração dos 70 anos da criação de Abaporu, o
crítico, poeta e jornalista Ferreira Gullar traçou o
referencial criativo da artista na época: “Se o Abaporu
foi a centelha deflagradora do Movimento
Antropofágico, não teria começado com ele o
"antropofagismo" de Tarsila, já que, conforme observa
Aracy Amaral, algumas de suas características já se
encontram numa obra de 1923, pintada em Paris,
intitulada A Negra. De fato, em dose mais moderada,
nesse quadro, Tarsila já usa a deformação anatômica
para versar um tema figurativo nativista, tipicamente
brasileiro. Falta, porém, um elemento que só aparece
no Abaporu: o fator semiconsciente e onírico, a que ela
talvez tenha passado a dar importância, depois do
primeiro manifesto surrealista, de André Breton,
publicado em Paris, em 1924.”
Referências:
ALZUGARAY, Paula. Complexo Antropofágico. In: Revista Bravo. São Paulo: Abril, Ed. 063 - Dezembro de 2002, p. 40-41.
GONÇALVES FILHO, Antonio. Tarsila total. Disponível
em:
http://www.estado.com.br/editorias/2008/01/18/cad
-1.93.2.20080118.5.1.xml - acesso em 18/05/08
89
GULLAR, Ferreira. Nem tudo é verdade. In: Revista Bravo. São Paulo: Abril, Ed. 008 - Maio de 1998, p. 22-23.
GULLAR, Ferreira. Sobre Arte. Avenir Editora Ltda, Rio
de Janeiro e Palavra e Imagem Editora Ltda, São Paulo,
1982.
FARIAS, Agnaldo. Os Fetiches de Constantini. In: Revista Bravo. São Paulo: Abril, Ed.009 - Junho de 1998, p. 88-89.
ZANINI, Walter, org.História Geral da Arte no Brasil. São Paulo, Instituto Walter Moreira Salles, 1983. 2v., il.
Revista Cultura – Publicação oficial do Ministério da
Educação e Cultura, janeiro a março de 1972 – ano 2 –
Nº 5, Cia. Gráfica 1, rio de Janeiro, 1972.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tarsila_do_Amaral - acesso em 16/05/08
http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_antrop%C3%B3fago – acesso em 16/05/08
http://www.gp1.com.br/materia.asp?notcod=22524 –
acesso em 19/05/08
90
III. Arteduca 2007/2008 - Etapa 2
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6.2. Atividade 2 – Festival Arteduca - Leitura de imagem - Etapa 1
(colaborativa)
Cândido Portinari O Café, 1925
Óleo sobre tela, 130 X 195 cm Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro
Image Watching, sistema de crítica desenvolvido por Robert Ott, pode ser caracterizado por cinco categorias para apreciar uma obra, descrição, análise, interpretação, fundamentação e revelação. Descrevendo O café, vê-se a colheita e o plantio do café no Brasil, que representa um dos temas sociais brasileiros no período da segunda metade do século XIX. Uma lavoura em plena atividade apresenta predominantemente mulheres e homens, adultos e de origem negra. Um personagem, que veste chapéu e botas pretas, encontra-se em posição de ordenar os trabalhos realizados, os demais personagens estão envolvidos diretamente com as atividades de colheita, ensaque ou transporte dos grãos, representando a força braçal, a força da ordem e poucos representando tranqüilidade. Os personagens mostrados no primeiro plano possuem membros inferiores e superiores com aspectos de inchaço. Arbustos de café, uma escada, cestos, paineira no meio da lavoura e uma criança no
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alto de um coqueiro são elementos que compõem a obra. A maioria das pessoas tem a cabeça voltada para baixo e uma mulher, com um lenço na cabeça, descansa sentada ao chão. A distribuição harmoniosa da luz valoriza a figura humana na paisagem. A idéia de infinito, de imensidão da lavoura, é alcançada pela perspectiva, pela sucessão de figuras decrescentes e também pela cor, que vai se esmaecendo do lado esquerdo, no alto. Analisando a obra, pode-se verificar cores escuras e neutras. O volume é percebido a partir da observação das roupas das pessoas, das linhas onduladas, e do movimento que a obra sugere com fortes semelhanças ao regime de escravidão, e a presença da força humana. Ao analisar todos os aspectos da obra, percebe-se que o artista pretendeu abordar o tema que envolve a situação humana em contexto de exploração. As pessoas parecem sem perspectiva de vida, o tempo parece passar sem que a situação das mesmas aponte para mudanças. A situação de exploração é retratada pelo pintor nas pessoas, nas cores, que são forte e causam um impacto, e no volume dos corpos deformados pelo trabalho excessivo. Interpretando a obra, percebe-se que o quadro sugere algo de introspecção. Essa quase ausência de expressões e rostos nos remete a algum tipo de inquietação, ou esconderijo pessoal. O homem branco parece ser quem domina a relação de trabalho. Algo que permaneceu pós-abolição e que, ainda hoje, marca relações sociais que se sustentam nas figuras de opressores e oprimidos. No entanto, a imagem nos mostra um rosto, única expressão revelada, que sugere enfrentamento da situação, sem se curvar, distanciando-se do conformismo. A leitura do seu corpo e da sua face nos indica que possui força além do físico. O trabalho exercido pelos agricultores é visivelmente desgastante e massacrante, mas vemos nesse personagem o ímpeto da superação e resistência. Historicamente o tema tratado nos remete ao longo e desumano processo de escravidão implementado no país, a que foram submetidos vários povos de origem africana. Cândido Portanari faz parte de um grupo de artistas que se caracterizou pela valorização da cultura brasileira e a temática social. Não adepto aos princípios acadêmicos, preocupava-se em dominar os aspectos técnicos da elaboração de uma obra de arte.
93
Viveu dois anos na Europa, tendo contato com obra de pintores mais importantes da época e também com a dos renascentistas italianos. Em 1933, volta para o Brasil e inicia a sua experiência com pintura de murais. Portinari conquistou reconhecimento no exterior em 1935, Segunda menção honrosa na Exposição Internacional de Pintura do Instituto Carnegie, de Pittsburgh (EUA), com sua obra O Café.
Referências: AMORIM, Renato Melo.” A Atuação de Artistas Brasileiros em Atividades Pedagógicas na Década de 1930 e a Criação da UDF”. In: 19 &20 – Revista Eletrônica de Dezenove Vinte. Volume III, n.1, janeiro de 2008. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/ acesso em 03/06/2008. GARCEZ, Lucília. Explicando a arte brasileira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. LOPERA, José Alvarez. Andrade, José Manuel Pita. História Geral da Arte: Pintura I. Rio de Janeiro, Ediciones del Prado, 1995. ROSA, Nereide S. Santa. Candido Portinari (Coleção mestre das artes no Brasil). São Paulo: Moderna, 1999. Cândido Portinari – A Amarga Realidade. Disponível em: www.pitoresco.com.br acesso em 02/06/2008. Cândido Portinari – Biografia Sucinta. Disponível em <http://www.culturabrasil.org/portinari.htm > Acesso em 30 de maio de 2008. Cultura no intervalo, acesso dia 2 de junho de 2008, www.tvcultura.com.br , acesso dia 2/06/2008 Museu Nacional de Belas Artes.Disponível em: http://www.mnba.gov.br/2_colecoes/8_pintura_br/d_candido_portinari.htm acesso em 30/05/2008. Projeto Portinari – Centenário de Portinari. Disponível em: http://www.portinari.org.br/ acesso em 30/05/2008.
94
95
6.3. Atividade 2 – Festival Arteduca -
Produção artística - Etapa 2
(colaborativa)
BREJEIRA
Autoras: E01: Anna Zidanes, Daniela Novaes, Jaqueline Leão, Simone Villani e Suzana Escobar.
Técnica: Manipulação de imagem fotográfica, vetorização e pintura digital.
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6.4. Atividade 2 – Festival Arteduca - Análise das características modernistas - Etapa 2 (colaborativa)
Cândido Portinari O Café, 1925 Óleo sobre tela, 130 X 195 cm
Linguagem moderna, retratando o povo brasileiro, sua
cultura, tradições e identidade através de muita
criatividade.
Utilização de técnicas de vanguarda, sempre
caminhando no sentido contrário ao realismo,
simplificando e deformando figuras. Faz uso das cores
para acentuar formas e expressões.
Enfatiza as características antropológicas e as
condições sociais do povo brasileiro. Retrata
sentimentos e emoções, através de deformações no
desenho da figura humana.
CARDOSO, Rafael. Portinari além da grife. In: Revista
Bravo - Julho de 2003 – Ed. 70 – p. 78-79.
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CHIARELLI, Tadeu. Sobre os retratos de Candido
Portinari. In: ______. Arte internacional brasileira. São
Paulo: Lemos, 1999.
ROSA, Nereide S. Santa. Candido Portinari. São Paulo:
Moderna, 1999. - (Coleção mestres das artes no Brasil).
ZANINI, Walter. (org.) História Geral da Arte no Brasil.
São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles, 1983. 2v., il.
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7. Módulo 5 . Políticas públicas educacionais e a educação e arte 7.1. Atividade 1 – Reflexões sobre a LDB (colaborativa)
Reflexões sobre a LDB Um ponto apresentado no texto, no que trata dos
avanços e contradições apontadas por teóricos, em
relação à reforma curricular implantada pela LDB, diz
respeito à formação de professores. “(...) A terceira
inovação citada por Demo decorre de uma visão
alternativa da formação dos profissionais da educação,
tratando-os como eixos centrais da qualidade da
educação. Para isso teriam contribuído modernas
teorias da aprendizagem, estabelecendo alguns
parâmetros de seu processo construtivo e evolutivo.”
O aperfeiçoamento do fazer pedagógico e o contato
permanente dos professores com novas teorias
educacionais consta de um pré-requisito indispensável
para o conjunto de providências que recaem
diretamente sobre a qualidade do ensino-aprendizagem
nas salas de aula do ensino básico.
A construção do conhecimento, que se dá de forma
investigativa, deve se colocar como fio condutor deste
movimento pedagógico, onde, alunos e professores,
sintam-se capazes de descobrir e recriar caminhos de
aprendizagens.
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Este movimento por parte do professor, tido como
propositor e mediador desta construção em sala de
aula, deve ser constante, diário, e em consonância
com o tempo e respostas pedagógicas apresentadas
pelos seus alunos.
O investimento em aprimorar qualitativamente os
cursos de graduação, bem como as ofertas de pós-
graduações, deve ser somado a vivências formativas
em que os professores percebam-se refletindo sobre a
sua prática pedagógica, sua metodologia. Tal aspecto
passa também pela valorização justa e emergente
desses profissionais que têm em suas mãos o poder de
transformar vidas.
8. Módulo 6 . Tecnologias contemporâneas na escola 8.1. Atividade de férias 1 – Antecedentes de uma jornada (individual)
As minhas experiências significativas:
100
1. a primeira visita a um museu, no Horto de Dois Irmãos (zoológico). A impressão que obtive nesta ocasião, acompanhou-me durante anos, o que me fez achar as visitas aos museus desinteressantes e nada dialógicas.
2. a descoberta da tinta e da argila na Escolinha de Artes do Recife. E, ainda nesta oportunidade, a possibilidade de contemplação e exploratória de uma arquitetura que ainda hoje me encanta, como a dos casarões antigos da minha cidade;
3. os sem número de peças de teatro infantil que assistia, com bastante regularidade, no teatro Valdemar de Oliveira, onde meu tio trabalhava na área administrativa;
4. o disco da História da Rapunzel, que ouvia diariamente, até o dia em que Amara, arte-educadora, amiga de minha mãe, resolveu dublá-la, deixando a mim e a minha irmã sob efeito de hipnose diante da magia da representação.
5. as peças de teatro (de pouquíssimos minutos) que encenávamos, na sala do nosso apartamento, para os moradores do prédio, e os seus caridosos aplausos;
6. as aulas de Ballet Clássico como primeiro contato com uma linguagem cênica. Hoje o cheiro do Teatro Guararapes sempre me transporta, por entre anos, para os dias de apresentações do Festival de danças da nossa academia;
7. a descoberta das cores, nas aulas de Educação Artística da Professora Zenaide, pelas quais aguardava com grande ansiedade no decorrer da semana;
8. a descoberta da textura e inventividade ao confeccionar uma máscara de carnaval na aula de Educação Artística utilizando as miçangas da minha “maria- chiqinha”;
9. a formação de um grupo de teatro no meu colégio, do qual participei e adquiri as primeiras noções de teatro e me fortaleci nas minhas experiências de vida;
10. as várias tardes que destinei a conhecer todos os espaços, pessoas, produtos, da Casa da Cultura do Recife;
101
11. a participação de uma Cia de Teatro fora da escola, obrigando-me a assumir maior responsabilidade artística;
12. o contato com a cultura e a estética afro-brasileira, por meio do Bacnaré - Balé de Cultura Negra do Recife. Importante fase da minha vida para a formação e consolidação da minha identidade. Com o Bacnaré participei do Festival Internacional de Danças que nos levou a passar 60 dias na Espanha. Uma passagem inesquecível da minha vida. Importante para a minha formação pessoal e cultural;
13. impossibilitada de prestar vestibular para artes cênicas, por orientação da minha mãe, a escolha do vestibular que me fez migrar para as artes visuais. O curso de design se apresentou como uma área afim em relação ao meu já real interesse pelas artes;
14. as visitas ao Mercado de São José e a descoberta do vernacular;
15. a rica e significativa experiência no projeto Imaginário Pernambucano, onde conheci, mais detidamente, a arte das mãos do povo brasileiro. Trabalhava com Design e Artesanato nas comunidades de Tacaratu e Alto do Moura (Pernambuco);
16. a conciliação entre as artes cênicas e as artes visuais por meio da cenografia, quando participei de um cursos de 06 meses no Espaço Cenográfico, em São Paulo. Nesta ocasião reuni mais aprendizagens sobre esta área e participei como monitora da Bienal de Arquitetura e Design de São Paulo;
17. de volta a Recife o reencontro mais feliz com os museus, por meio de visitas mais regulares às galerias de arte, mais antigas e outras recém-inauguradas na cidade;
18. a formação do Coletivo Pardiero, junto com outros amigos designers, também interessados na articulação entre as artes cênicas e visuais. Com o Pardiero participei de projetos para cenografia teatral, exposições e direção de arte. Na Semana de Artes Visuais de Recife, realizamos uma intervenção urbana chamada OutMídia, juntamente com alguns personagens que trabalham na coleta de materiais recicláveis, utilizando carroças, no centro da Cidade;
102
19. a leitura do livro Tempos de Grossura. Conhecer o trabalho da arquiteta e designer Lina Bo Bardi, as suas exposições e projetos para os museus do Masp e Fábrica Pompéia, resultou numa vasta ampliação do meu repertório visual e conceitual. Foi quando li as suas idéias sobre os novos museus e a sua abordagem contextualizadora para os projetos museográficos das exposições que projetava;
20. a escolha do tema para monografia – Cenografia: do espaço cênico ao espaço expositivo e a pesquisa que me proporcionou vasta ampliação de conhecimento na área museológica e consolidação do conhecimento em artes cênicas;
21. a experiência na área de educação, e a descoberta da inter e multidisciplinaridade, como conquista e construção dinâmica do conhecimento. Aqui também conheci a utilização de meios, novas tecnologias, na sala de aula;
22. a percepção da valiosidade das formas de construção informal do cohecimento, em especial nas atividades extraclasse, como nas aulas-passeio, com visitas a mercados, museus, idas ao teatro, parques.
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8.2. Atividade de férias 2 – Levantamento do uso de tecnologias (individual)
No meu trabalho utilizamos:
> TV e DVD (ou Datashow com projetor) - para exibição diária das teleaulas;
> DVD ou Microsystem - para execução de músicas;
> Câmeras fotográficas/filmadoras - para registros das atividades como: aula passeio, mostras culturais, feiras de conhecimento.
Contamos ainda com Ambientes Virtuais que reunem os professores, supervisores e coordenadores envolvidos no programa educacional para interações virtuais, armazenamento de dados e consolidação das avaliações e análises pedagógicas. Então utilizamos:
> Computadores;
> Webcam;
> Scanners.
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8.3. Atividade 1 – Roteiro da entrevista – pesquisa de campo (colaborativa)
TECNOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS NA ESCOLA
i) IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
NOME DA ESCOLA
CIDADE UF
TIPO DE ATENDIMENTO OFERECIDO
NRO. DE ALUNOS POR TURMA MÉDIA DE IDADE APROXIMADA
ii) IDENTIFICAÇÃO PESSOAL
NOME
SITUAÇÃO FUNCIONAL
ÁREA DE ATUAÇÃO
TEMPO DE ATUAÇÃO
iii) PROGRAMAS DE ATENDIMENTO TECNOLÓGICOS
a - Na escola em que trabalha há laboratório de informática?
□ SIM □ NÃO
Em caso afirmativo, qual o número de computadores por aluno?
____________________________________________________________________
b - Qual(ais) programa(s) de informática são trabalhados na escola?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________
c - Qual(ais) dos(s) seguintes Programa(s) oferecidos pelo MEC você conhece?
Telecentros
□ ProInfo
□ Gesac
□ TV Escola
□ e-ProInfo
□ Mídia Escola
□ Mídias na Educação
□ Portal Domínio Público
□ Rived
□ Rádio Escola
□ Outro(s):_____________________________________________________________
Qual(is) você utiliza, ou já utilizou? Descreva.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
d - Que outro(s) recurso(s) tecnológico(s) é(são) utilizados com fins pedagógicos em sua escola?
____________________________________________________________________
106
____________________________________________________________________
e – Que metodologia você utiliza para a exploração dos meios e recursos tecnológicos em sala de aula?
____________________________________________________________________
e – Quais os resultados obtidos na utilização de tais Projetos/Programas/recursos?
Na sua prática pedagógica:
____________________________________________________________________
Na aprendizagem e interesse dos alunos:
____________________________________________________________________
f - Atualmente existe algum projeto interdisciplinar ou multidisciplinar, na sua escola, envolvendo as TICs (Tecnologias de informação e comunicação)?
□ SIM □ NÃO
Qual(is)?
- Os(as) professores(as) da sua escola são capacitados para o trabalho de ensino-aprendizagem por meio das TICs?
□ SIM □ NÃO
Em caso afirmativo, como se dá essa capacitação?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
107
h - Qual o tempo (carga-horária) que o (a) aluno(a) dispõe para a aprendizagem com as tecnologias?
____________________________________________________________________
i – Os alunos são avaliados no processo de ensino-aprendizagem em tecnologia na escola?
□ SIM □ NÃO
Em caso afirmativo, qual o método avaliativo utilizado?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
j - Na sua opinião, qual a importância do uso de novas tecnologias na educação?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
h – Como se dá a aplicação de tais Projetos/Programas/Recursos em Arte-educação?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8.4. Atividade 2 – Análise comparativa – pesquisa de campo (colaborativa)
Número de escolas pesquisadas: 12 escolas 1 Universidade 2 Ensino Médio 9 Ensino Fundamental.
Segmentos questionados: 9
108
Número de pessoas entrevistadas: 17 1 Diretor 1 Coordenador pedagógico 1 Professor de Laboratório de informática 9 Professores de artes 1 Professor Matemática 1 Professor Química e Informática 1 Professor de Educação Física 1 Professor História e Informática 1 Professora Português e Informática
Em relação à questão: Na escola em que trabalha há laboratório de informática.
11 escolas possuem 1 não possui
Em relação à questão: O número de computadores por aluno. Nº. PESSOAS RESPOSTA
1 não respondeu 5 1 computador para 2 alunos 1 respondeu que são 16 computadores no laboratório 1 1 computador por aluno 1 1 computador para 4 alunos 3 1 computador para 3 alunos
Em relação à questão: Quais os programas de informática são trabalhados na escola.
Em relação à questão: Quais programas oferecidos pelo MEC você conhece.
Nº. PESSOAS RESPOSTAS 11 TV escola 2 não responderam
Nº. PESSOAS RESPOSTAS 2 Website – Editoração eletrônica - Linux 1 Office – Internet – Mat Lab – Logo Maple 2 não responderam
2 Power Point – Photoshop – Corel Draw – Office 1 cada professor administra conforme a disciplina 1 não sabe 2 Linux – Everest 1 BR Office
109
7 PROINFO 1 Telecentros
Nenhuma Gesac 2 e-Proinfo 3 Mídia escola 1 Mídias na Educação 7 Portal Domínio Público 1 Rived 1 Rádio escola
Em relação à questão: Quais programas utiliza ou já utilizou.
Nº. PESSOAS RESPOSTAS 4 Rived 11 TV escola 2 Rádio escola 1 Mídia na Educação 1 e-Proinfo 3 Mídia Escola 6 Portal Domínio Público 5 PROINFO
Em relação à questão: Quais outros recursos tecnológicos utiliza como fim pedagógico.
Nº. PESSOAS RESPOSTAS 1 Não respondeu 6 Vídeo e DVD 1 Não utiliza nenhum 2 Projetor Multimídia 1 Microcomputador 1 Filmadora 1 Equipamento de estúdio e gravação 1 Máquina fotográfica 1 Data-show 3 Notebook 1 Retro-projetor 1 Mídias digitais –Revistas, Biblioteca, Banco de questões)
Em relação à questão: Qual a metodologia utilizada para a exploração e recursos tecnológicos em sala de aula.
Nº. PESSOAS RESPOSTAS
1 Construtivista e interacionista 1 Computador e DVD 1 Apresenta as imagens e o cronograma para os alunos,
no qual utiliza apenas como forma de conhecimento,
110
os exercícios são feitos no papel 1 Primeiro assiste o vídeo/DVD/internet e depois discuti
sobre o que foi visto para concluir com atividade prática.
1 Data show, Power point, DVD. 1 VIDEO 1 Nenhum 1 Procura trabalhar um momento de preparação e
motivação, utilizar a tecnologia e depois voltar ao contato direto com o aluno.
1 Não sabe. Os professores que tem a informação. 1 Na prática pedagógica 1 Exposição oral junto com o recurso multimídia dentro
do laboratório 1 Antes da exibição do programa provoca a turma para
identificação de conceitos e no final discute o vídeo buscando contextualizá-lo.
1 Filmes, documentários e sites na internet para ilustrar o conteúdo vivenciado
1 Exibe coletivamente determinados torneios e trabalha em cima de tais acontecimentos trazendo à tona questões midiáticas.
1 Não respondeu
Em relação à questão: Existe algum projeto interdisciplinar ou multidisciplinar que envolva as TICs.
Nº. PESSOAS RESPOSTAS
16 Não
Em relação à questão: Os professores da escola são capacitados para o trabalho de ensino-aprendizagem por meio das TICs?
Nº. PESSOAS RESPOSTAS 7 Não 3 Alguns 6 Sim
111
Em relação à questão: Como se dá a capacitação dos professores?
Nº. PESSOAS RESPOSTAS 2 Na internet, participa planetapontocom 1 Por iniciativa de cada professor para os
cursos oferecido pela fundação educacional 1 Através do Centro de Estudos do Professor
Julieta Diniz 1 Por meios particulares 1 Por meio da coordenadora do laboratório
Em relação à questão: Qual o tempo que o aluno dispõe para aprendizagem com as tecnologias?
Em relação à questão: Os alunos são avaliados no processo ensino-aprendizagem em tecnologia na escola.
Nº. PESSOAS RESPOSTAS
1 Não respondeu 12 Não 1 Sim. Cada professor avalia a sua turma 1 Sim. Processual e utiliza parâmetros
intuitivos para estabelecer conceitos 1 Através do projeto interdisciplinar e a nota é
dividida entre as disciplinas
Nº. PESSOAS RESPOSTAS 1 Não tem tempo determinado, cada professor
planeja durante suas aulas 4 50 minutos semanais 1 Não tem idéia 1 Não respondeu 1 Tempos individuais 1 5% a 1º% carga horária total da disciplina 1 Não usou ainda nesse ano 1 Não estabelecido 1 Livre 3 60 horas 1 20, 40 ou 60 horas depende da turma
112
Em relação à questão: Qual sua opinião sobre a importância do uso de novas tecnologias na educação? “É muito importante”. “Acesso rápido as novas informações, poder de explorar um novo contato global”. “Ajuda muito aluno”. “A importância de ligar a educação com a vida. A tecnologia faz parte do nosso cotidiano”. “É muito importante, porém trabalho com crianças de 7 a 9 anos, devido a isso acho que não é o momento delas utilizarem essas novas tecnologias”. “Muito pouco utilizado”. “É muito importante principalmente nos dias de hoje, como recurso didático, que é muito mais atraente”. “Elas tornaram as aulas mais atrativas quando bem utilizadas”. “A escola tem obrigação de acompanhar o desenvolvimento tecnológico para melhor inserção do aluno da sociedade”. “Hoje é muito difícil a pessoa não se utilizar dela. Ela é informação”. “Facilita o acesso ao conteúdo, a busca do novo, na medida em que concretiza a aprendizagem”. “Toda. Velocidade na aprendizagem e acessibilidade”. “Tem que usar se não fica marginalizado. Para não cair no analfabetismo tecnológico”. “No uso da internet, a facilidade de obter diversidade de recursos para completar o conteúdo, ganhar maiores detalhes, para análise de imagens. É mais fiel que o impresso. Eles gravam mais o que vêm do que o que escutam”. “Acha importante, mas não extremamente. Às vezes, no processo de formação, a tecnologia afasta a realidade. Acha válido pela informação que ajuda o processo de formação. Defende a utilização das tecnologias de forma mais humana”. OBS: 1 questionário não respondido.
113
:: PROBLEMAS DETECTADOS NO LEVANTAMENTO
. Resistência de alguns profissionais para responder o questionário; . As escolas possuem poucos computadores nos laboratórios; . Não há projeto interdisciplinar aplicado; . Poucas profissionais conhecem os programas oferecidos pelo MEC; . A maioria utiliza TV e DVD como recurso nas aulas; . Há confusão conceitual sobre programas e recursos; . Cada escola utiliza o programa que apresentados junto à compra do computador. :: HIPÓTESE . Receio de não saber responder e defrontar com a falta de conhecimento; . Falta investimento do governo para compra de computadores, apesar da propaganda; . Formação continuada não atinge a maioria dos profissionais, apenas os que lidam e interessam pelo tema.
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9. Módulo 7 . Arte e Cultura Popular 9.1. Atividade 1 – Arte e Cultura Popular (individual)
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9.2. Atividade 2 – Arte e Cultura Popular (colaborativa)
:: Boneca Barbie, objeto da cultura de massas
Barbie objeto da cultura de massas Cultura de massas
Porque é consumida em 150 países
Porque outras marcas a usam para sua própria publicidade, como Chanel, Armani, etc.
Porque pode valer o preço de um carro, é objeto de desejo.
É motivo de exposições em Museus do mundo
Cultura popular Porque existem variações étnicas a partir de 1990
Porque é amada por adultos que fazem parte de uma geração que não brinca mais com ela
Arte Porque artistas fazem obras sobre a Barbie e com a Barbie
Porque a empresa chama a concurso de arte com motivo da Barbie em comemoração aos 50 anos do seu invento e muitos artistas respondem ao chamado.
Porque na arte revela a dominação cultural de ocidente.
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A Barbie, criada por Ruth Handler e o seu marido Eliot em 1936 para a sua filha Bárbara foi inventada para trocar de roupa e foi a primeira boneca que tinha feições de mulher adulta, usando uma modinha diferente das bonecas da época. Lançada oficialmente na Feira Anual de Brinquedos de N.Y. em
1959 a Barbie sempre representou um ideal de beleza de modelo de moda que teve conseqüências nos padrões de beleza e de comportamento das gerações que brincaram com ela.
Objeto de consumo de massas este produto gerou uma conduta e uma identidade em mulheres de muitas partes do mundo entre as décadas de 1960 e 1980 quando foi questionada pelos movimentos feministas e étnicos. Desde então passou a assimilar as características étnicas de cada região do globo num esforço por manter o apelo comercial do produto. Teve até exposições em museus do mundo e hoje é um objeto de coleção que pode chegar a valer o preço de um automóvel, deixando até a sua marca na calcada da Fama em Hollywood.
Identificamos a Barbie como um objeto da cultura de massas porque:
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“ A cultura de massa integra e se integra ao mesmo tempo numa realidade policultural; faz-se conter, controlar, censurar (pelo Estado e pela Igreja) e, simultaneamente, tende a corroer, a desagregar as outras culturas. A esse título, ela não é absolutamente autônoma: ela pode embeber-se de cultura nacional, religiosa ou
humanista e, por sua vez, ela embebe-se as culturas nacionais, religiosa ou humanista... Nascida nos Estados Unidos, já se aclimatou à Europa Ocidental. Alguns de seus elementos se espalharam por todo Globo. Ela é cosmopolita por vocação e planetária por extensão. Ela nos coloca os problemas da primeira cultura universal da história da humanidade.” (Morin)
Mas também acreditamos que pode se tornar um objeto da cultura popular quando é absorvida pelas crianças das nações do mundo, ainda que, sendo um objeto caro, intenta, como estratégia de marketing, se identificar na roupa e na raça com diferentes etnias do mundo.
Este objeto também foi usado por diferentes artistas com a intenção de refletir sobre a identidade que impõe e a contradição que revela o jogo de dominação cultural e também porque muitos artistas do mundo responderam ao chamado para comemoração dos 50 anos da
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boneca com uma obra de arte que se inspirasse na Barbie.
Referências:
http://www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?tab=00002&newsID=a4930.htm&subTab=00112&uf=&local=&testeira=733&l=&template=&unit página web da SENAC, último aceso 10/09/2008
http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL73314-7084,00.html Globo.com, último aceso 10/09/2008
Morin Edgar, “Cultura de massas no século XX – o espírito do tempo”.
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10. Módulo 8 . Arte e Tecnologia 10.1. Atividade 1 – Arte e Tecnologia (individual)
Daniel Lima. Segue um pequeno texto descritivo a respeito do seu fazer artístico e sua obra Coluna Laser III - Mar :
Uma ponte virtual, luminosa e intocável, que partia do Solar do Unhão e se perdia no horizonte, rumo à África. A obra, do artista nascido no Rio Grande do Norte, deu continuidade a seu trabalho de ligações pela luz, iniciado em São Paulo , cidade onde vive. Lima é um artista urbano que provoca intervenções no cotidiano para criar novos sentidos: subverte a linguagem e os meios convencionais, trazendo à tona temas como controle, truculência e racismo. Num trabalho anterior, criou pichações virtuais com raio laser, levando a linguagem das ruas para outros espaços. “Coluna Laser III – Mar” dá continuidade a uma série em que cria pontes virtuais. A luz torna-se assim um guia para o nosso olhar e uma lembrança de nossa ligação com o outro lado do Atlântico. “Em nossa época de simulações e duplicações, de sampling e revisões, Daniel Lima não se prende em identidades fixas, não cultiva raízes, mas antes remixa técnicas, em ações desestabilizadoras de conceitos. Nele, como em outros contemporâneos seus, talvez possamos ver antes um estilhaçamento da identidade, e não sua defesa cega”, diz o escritor Ricardo Rosas. Nascido em 1973 em Natal, vive e trabalha em São Paulo. Em parcerias com outros artistas e grupos, cria obras audiovisuais que somam imagens, música ao vivo e narração, numa celebração de elementos da cultura urbana. Participou da VII Bienal de Havana (2001), de exposições e eventos de mídia tática no Brasil, na Europa e em outros países da América Latina.
Coluna Laser III – Mar | Salvador, 2005 (Orientação científica: dr. Eduardo Landulfo)
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Fonte: http://www.videobrasil.org.br/pan_africana/lima.html
10.2. Atividade 2 – Arte e Tecnologia (colaborativa)
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Gilbertto Prado, artista, pesquisador que desenvolve
trabalhos em arte-comunicação desde 1980 e professor
do Departamento de Artes Plásticas da Escola de
Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo
(ECA/USP), define dois grupos de sites relacionados
com arte da world wide web: os sites de divulgação e
os sites de realização de eventos ou trabalhos
artísticos. Trabalhos auto-referenciais,
metalingüísticos, que pensam criticamente o meio em
que se inserem. Questionam, problematizam a
internet. De acordo com Prado, "há um desvio poético
que o artista faz do meio: eis o centro da questão". "O
meio possibilita a interação", diz Prado, "mas às vezes
interessa mais ao artista torná-lo não-interativo, ou ao
menos dificultar essa interação". Em tempos de
cibercultura, estamos sempre ligados, por meio de
idéias e criações, que não se processam isoladamente.
Ao ampliarmos o entendimento sobre interativo
podemos perceber, nas sutilezas do processo artístico
da contemporaneidade, que há sempre possibilidades
de co-participação. O objetivo destes trabalhos é não
somente o de gerar novos processos estéticos, mas o
de, também, realizar uma "análise crítica da
construção da realidade" (Prado 2003:25). Segundo
Arlindo Machado (Prado: 2003) "a conexão universal via
net é um fato consolidado e sem retorno. O planeta
todo está no ciberespaço". O ciberespaço, parece ter
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se convertido em um referente mobilizável, em um
dado relativo: um espaço virtual, eletrônico, imaterial
em constante movimento.
O sentido colaborativo/interativo nas artes foi
marcadamente iniciado na década de 1960, onde
artistas de várias partes do mundo emprenhavam-se
num tipo de arte coletiva que os aproximasse
geograficamente e conseqüentemente veiculasse o
imaginário de cada um além de seu espaço cultural e
tradicional. (VENTURELLI, 2008.)
A obra Predralumen exemplifica bem esse contexto
tecnológico e seu teor colaborativo/interativo, pois ela
é uma rede numérica, controlada por computador,
permitindo espaços de socialização. Pessoas
localizadas em lugares diversos podem se encontrar
por meio de um avatar e conversar à distância,
anulando as dimensões espaço-temporais habituais,
bem como pessoas de locais diferentes podem produzir
uma trabalho artístico coletivamente. A interação com
o Perdalumen é muito fácil e acessível! O programa
permite a qualquer pessoa dar sua contribuição com
palavras e sentidos diversos. Cria-se um novo
significado a cada contribuição; e a tecnologia
desenvolvida utiliza o recurso mais alastrado
mundialmente que é o computador com a rede
Internet, o que permite uma aproximação entre as
pessoas de todo o planeta num mesmo ambiente. A
obra constitui num azul ambiente virtual na web
construída com LEDs em forma de pedra. O Público
escolhe um ponto do espaço para colocar uma palavra.
As palavras podem ser sobrepostas ou combinadas com
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outras palavras dispersas e espalhadas pelo ambiente.
Na galeria, a instalação consiste de um cubo feito de
LEDs azuis (8 x 8 x 8 liderada cubo) com um vazio em
forma de pedra. Este cubo reage às intervenções
virtuais, variando sua luz, intensidade e freqüência, de
acordo com as escolhas do interator no espaço virtual.
Desta forma, os web-instalação “Pedralumen” reage às
escolhas, decisões e de linguagem, o registro destes
elementos dentro do seu território, e à criação de
espaços particionados pela luz, provocando reações em
cadeia em uma forma física e simbólica.
Prado é uma referência indispensável para aqueles que
querem mergulhar nos labirintos das experimentações
artísticas realizadas em rede e perceber as novas
formas e transformações ocorridas não só no universo
da arte, mas também do próprio artista, o "novo
nômade" que transita pelos meandros da cena
tecnológica e cultural contemporânea.
Em outubro de 2008 será realizado o 7º Encontro
Internacional de Arte e Tecnologia, onde Pedralumen
estará exposta ao público.
PRADO, Gilbertto. Arte Telemática: dos intercâmbios pontuais aos ambientes virtuais multiusuário, , Programa Rumos Itaú Cultural Transmídia, 2002. Disponível em:
<www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2720&cd_materia=6 - 25k –> acesso em 21/09
http://www.cap.eca.usp.br/poeticas/?p=82
www.fabiofon.com/ web artenobrasil/texto_producaobrasil.html - 28 k
www.line.org.mk/exhibition.php - 49k
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11. Módulo 9 . Prática pedagógica na escola: Artes Visuais, Música e Teatro 11.1. Atividade 1 (individual)
“A preocupação com o pluralismo cultural, a multiculturalidade, o interculturalismo nos leva
necessariamente a considerar e respeitar as diferenças, evitando uma pasteurização
homogeneizante na escola. Ser um professor multiculturalista é ser um professor que procura questionar os valores e os preconceitos.”
(Ana Mae Barbosa)
::Linguagem Artística: Artes Visuais
:: Tema: As contribuições da cultura africana na Arte Brasileira.
:: Justificativa: A busca por uma nova abordagem pedagógica no sentido multicultural, à luz da necessidade de uma educação democrática, de modo a contemplar diferentes culturas e grupos culturais presentes nas salas de aula.
Compreende-se que “é através da contextualização de produtos e valores estéticos que a atitude multiculturalista é desenvolvida”.
:: Objetivos: Criar um espaço para reflexão em torno da hegemonia cultural em relação aos valores e manifestações artísticas no Brasil.
Estreitar o vínculo entre as ações educativas desenvolvidas pelo museu e as atividades escolares.
Conhecer alguns dos mais notáveis artistas negros das Artes Visuais do Brasil, com destaque para aqueles que retratam as tradições afro-brasileiras.
:: Contexto da aplicação: O Museu da Abolição está instalado no Recife e teve a sua abertura em
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13/05/1983. Esteve fechado ao público nos últimos anos, reabrindo com a exposição intitulada: “O que a abolição não aboliu”. Como parte das iniciativas para a construção do “Museu que nós queremos” – está a criação da participativa da sua exposição de longa duração. Possui, atualmente, como maioria das instituições visitantes, as escolas públicas estaduais e municipais.
Esta proposta carrega a intenção de fortalecer e apoiar os professores das escolas visitantes, em sua fundamentação e prática pedagógica, na ocasião em que retornar à sala de aula, momento em que poderá aplicar a interdisciplinaridade, valorizando todas as experiências estéticas e pedagógicas vivenciadas pelos alunos durante a visita ao museu.
:: Metodologia:
1. Problematização – por meio de uma atividade lúdica, trazer à tona uma reflexão coletiva em torno das palavras/imagens-chaves da exposição.
2. Exploração dos meios/Exibição de filmes – Exibição do documentário “Zumbi Somos Nós” (DOCT TV – Frente 03 de Fevereiro), na idéia de refletir estes significados na produção artística na contemporaneidade.
3. Leitura de Imagem – após a exibição do vídeo, reunir considerações a respeito dos sentimentos e destaques feitos pelos professores sobre o documentário. Levantar, ainda, entre os participantes: o conteúdo do documentário, suas personagens, seu cenário, o tempo histórico e cronológico da ação e os conceitos de cidadania.
4. Estudo dos textos – Em grupos, estudo dos textos diretamente relacionados à temática da exposição.
5. Socialização das aprendizagens
6. Atividade – planejamento coletivo das aulas que serão trabalhadas junto aos alunos
7. Socialização das produções
8. Avaliação do Encontro
:: Recursos: 01 sala para 30 participantes
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Data show/Computador/DVD/Som
Materiais para os professores:
Pastas
Textos impressos
Imagens impressas
Blocos de papel
Canetas
:: Cronograma: 8h/dia (01 encontro)
:: Estratégia: Ao final do encontro, propor a troca dos planejamentos construídos nos diferentes grupos. Após o trabalho com os alunos, reunir, por amostragem, os resultados obtidos com a aula vivenciada.
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11.2. Atividade 2 (colaborativa)
· A linguagem artística abordada:
Artes Visuais
· O tema escolhido:
Patrimônio Natural: A Cidade/O Urbano (Paisagem, tão bem colocada por Deluze)
· Os objetivos:
a] Perceber a arte como um dos recursos utilizados para a conscientização da preservação do Patrimônio Natural;
b] estabelecer uma relação crítica com a cidade, percebendo-a como fonte de produção artística, de espaço dinâmico das manifetações culturais refletindo sobre problemas e benefícios que a cidade pode trazer; entender a diferença centro/periferia. Na concepção de Milton Santos a idéia do centro periferia que questiona a questão do espaço físico determinado. Nesse sentido, quem é centro? Quem é periferia? Eentender melhor os produtos das metrópoles, etc;
b] enriquecer as artes visuais com práticas artísticas por meio da liberdade de expressão.
· A escola/contexto de aplicação:
Ana Lourdes: Museu de Brasília (já está sendo negociado com a instituição).
Anna Elisa: O Museu da Abolição está instalado no Recife e teve a sua abertura em 13/05/1983. Esteve fechado ao público nos últimos anos, reabrindo com a exposição intitulada: “O que a abolição não aboliu”. Como parte das iniciativas para a construção do “Museu que nós queremos” – está a criação da participativa da sua exposição de longa duração. Possui, atualmente, como maioria das instituições visitantes, as escolas públicas estaduais e municipais.
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Eliene: O Centro de Ensino 16 de Taguatinga se situa na QNL 22, área especial 24 – Taguatinga Norte DF. É considerada uma área de alto índice de violência por conta de tráfico de drogas ali existente. Esta violência é refletida dentro da escola por meio de brigas, agressões e apelidos entre os alunos. A realidade social é representada com sérios problemas econômicos e familiares, dificultando assim a aprendizagem.
Gislaine:Educandário particular de classe média/alta, situado no Setor Oeste de Mineiros – GO.
Espaço destinado à realização das atividades: sala de aula e pátio do ambiente escolar.
Perfil dos alunos: O projeto pode ser aplicado desde o Ensino Fundamental I ao Ensino Médio.
Rafaela: ESCOLA A DEFINIR
· A série a ser aplicada:
Anna e Gislaine: Ensino Médio.
Ana Lourdes: Ensino Médio ou Ensino Fundamental – Anos Iniciais
Eliene e Rafaela: Ensino Fundamental
· A metodologia aplicada:
a] Análise, leitura e produção artística dos participantes através das obras de arte de artistas locais e/ou que pintaram Brasília;
b] Passeio pelo entorno da escola, a fim de registrar imagens, por meio de máquinas digitais, destacando os mínimos detalhes da paisagem e das pessoas do ambiente pesquisado e explorado.
Formação dos grupos a partir da proximidade de imagens e seleção individual (escolha) das mesmas para realização das atividades.
* Prática artística primeira etapa:
Montagem e apresentação das imagens por meio do datashow, programa para manipulação de imagens fica a livre escolha.
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* Prática artística segunda etapa:
Cada aluno escolherá uma foto e a reproduzirá por meio de desenho, digital ou não, em uma tela; Cada aluno pintará a sua tela da forma que achar melhor – fazendo uma leitura criativa da fotografia na tela; Por fim faremos a exposição das telas.
· Os recursos
Câmera fotográfica; Laoratório de informática, Programas como: Movie Maker, Word, Poer point, Microsoft Picture Manager, Adobe Photoshop. Telas; Tintas a óleo, pincéis e demais materiais de pintura.
· Cronograma
Quatro aulas para visitas, fotografias e coleta de material;
Quatro aulas para a manipulação e seleção das imagens;
Seis aulas para a criação artística (reprodução/releitura das imagens selecionadas).
Obs.: Cada aula terá duração de 50 minutos
· A avaliação
A avaliação será contínua e flexível, buscando sempre a contextualização e individualização necessária ao longo de todo o processo com vistas a levar os alunos à compreensão ampla dos conteúdos trabalhados e alargamento da visão de mundo de cada um deles sobre a cidade.
Para isso, faremos uso de instrumentos como:
> Ficha de acompanhamento individual;
> Diário de bordo (instrumento de uso dos alunos que deverá ser apenas acompanhado e supervisionado pelos professores) – registro diário das atividades, buscando explicitar aquilo que foi aprendido no dia da aula;
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> Elaboração do trabalho final: “culminância”: Exposição dos trabalhos - em equipe ou individualmente, os alunos deverão apresentar uma produção visual, textual, musical ou em outro meio que julgarem mais adequado da sua visão/relação com a cidade, tema e mote principal da atividade.