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armazém geral icms SP 11 - 26871909 CONTABILIDADE -armazem geral icms SP A incidência do ICMS nas Operações com Armazéns Gerais INTRODUÇÃO armazém icms sp A guarda, o armazenamento e a estocagem de produtos e mercadorias sempre envolve aspectos físi sempre podem ser feitos pela empresa produtora ou distribuidora. Em alguns casos o espaço físico necessário, as condições de estocagem ou até mesmo a própria l coincidência da manutenção do produto ou mercadoria próximo à empresa proprietária. Surge, então, o seguinte problema: investir em construção de espaço físico para o armazenament e mercadorias ou contratar entidade empresarial diversa para prestação deste serviço. A depender dos investimentos necessários e dos custos de manutenção de unidade de armazenament localização do mercado consumidor, dentre outros fatores, a empresa produtora, importadora ou a outra unidade empresarial a prestação dos serviços especializados necessários: os armazém ge Como unidade empresarial, os armazém gerais já haviam sido previstos desde a época do código c portanto, novidade alguma. O que se apresenta de novo é o volume sempre crescente de operações impulsionados pelo desenvolvimento econômico nacional. Nota-se o interesse atual da legislação tributária pelas operações com armazéns gerais devido mercadorias envolvidas nestas operações. Some-se a isto as diversas operações possíveis, tais mercadorias, transferências, vendas a terceiros etc, tornando por demais complexa a constataçã do tributo. De tudo, fica claro a impossibilidade material dos diversos Fiscos acompanharem t produtos e mercadorias destinadas a armazéns gerais. Ocorre também que muitas operações com armazéns gerais não são tributáveis, posto que não envo simples circulação física de produtos e mercadorias não tem o condão de alterar a titularidade legislação tributária afasta da incidência, por exemplo, do ICMS aquelas operações que representam mera circulação f depositante e o armazém geral.

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Page 1: Armazém geral icms sp

armazém geral icms SP 11 - 26871909

CONTABILIDADE -armazem geral icms SPA incidência do ICMS nas Operações com Armazéns GeraisINTRODUÇÃOarmazém icms sp 

A guarda, o armazenamento e a estocagem de produtos e mercadorias sempre envolve aspectos físicos consideráveis, que nem

sempre podem ser feitos pela empresa produtora ou distribuidora.

Em alguns casos o espaço físico necessário, as condições de estocagem ou até mesmo a própria logística adotada desaconselham a coincidência da manutenção do produto ou mercadoria próximo à empresa proprietária.

Surge, então, o seguinte problema: investir em construção de espaço físico para o armazenamento e a estocagem de produtos

e mercadorias ou contratar entidade empresarial diversa para prestação deste serviço.

A depender dos investimentos necessários e dos custos de manutenção de unidade de armazenamento e estocagem e da

localização do mercado consumidor, dentre outros fatores, a empresa produtora, importadora ou distribuidora poderá atribuir

a outra unidade empresarial a prestação dos serviços especializados necessários: os armazém gerais.

Como unidade empresarial, os armazém gerais já haviam sido previstos desde a época do código comercial, não havendo,

portanto, novidade alguma. O que se apresenta de novo é o volume sempre crescente de operações com os armazéns gerais,

impulsionados pelo desenvolvimento econômico nacional.

Nota-se o interesse atual da legislação tributária pelas operações com armazéns gerais devido ao volume financeiro dos produtos e mercadorias envolvidas nestas operações. Some-se a isto as diversas operações possíveis, tais como remessa e retorno dos produtos e

mercadorias, transferências, vendas a terceiros etc, tornando por demais complexa a constatação da ocorrência do fato gerador

do tributo. De tudo, fica claro a impossibilidade material dos diversos Fiscos acompanharem todas as operações possíveis de

produtos e mercadorias destinadas a armazéns gerais.

Ocorre também que muitas operações com armazéns gerais não são tributáveis, posto que não envolve mudança de titularidade. A simples circulação física de produtos e mercadorias não tem o condão de alterar a titularidade das mesmas. Neste sentido, a legislação tributária

afasta da incidência, por exemplo, do ICMS aquelas operações que representam mera circulação física entre a empresa

depositante e o armazém geral.

Por fim, fica claro a importância para a legislação tributária o controle das operações com armazéns gerais, tamanha a

diversidade e o volume destas operações. Assim, o faz, por exemplo, a legislação do ICMS, que cria mecanismos de controle

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destas operações através da emissão de documentos fiscais que contém informações relevantes para o acompanhamento das

circulações dos produtos e mercadorias destinadas a armazéns gerais.

1 CONCEITO DE ARMAZÉM GERALarmazéns icms sp 

A definição de armazém geral vem emprestada do Direito Comercial. Neste ramo do direito privado encontram-se todos os

aspectos legais necessários e suficientes a sua definição.

Os armazéns gerais são estabelecimentos encarregados da guarda e conservação das mercadorias neles depositados.

Entende-se por armazéns gerais, segundo De Plácido e Silva (1997) aqueles estabelecimentos instituídos por iniciativa

particular, e autorizados pelos poderes públicos, que têm a finalidade de receber mercadorias ou quaisquer outras espécies de

gêneros, para sua guarda e depósito mediante uma taxa ou comissão estipulada.

Dilson Doria (1995, p.122) diz que os armazéns gerais, de acordo com o conceito que fornece a lei brasileira, são empresas

que se dedicam à guarda e conservação de mercadorias...A sua designação (armazéns gerais) não traduz a idéia de que muitas

e diversas qualidades de mercadorias neles devam ser depositadas, mas a de que em tais estabelecimentos podem ser

guardadas e conservada mercadorias de várias pessoas.

Para a constituição dos armazéns gerais são necessárias todas as formalidades exigidas nas leis comercial e civil, tal como a

inscrição na Junta Comercial, manutenção de livros mercantis etc.

Os contratos de depósito mercantil são regulados pelo Código Comercial em seus artigos 280 a 286.

2 OS ARMAZÉNS GERAIS SEGUNDO A LEGISLAÇÃO DO ICMS

deposito fechado icms sp

É de suma importância definir a natureza da responsabilidade tributária das empresas de armazéns gerais, em face do ICMS,

devido a sua posição de neutralidade tributária, quando simples depositária de mercadorias.

Os armazéns gerais são, segundo a legislação tributária, não são contribuintes do ICMS, mas tem sua sujeição passiva por

responsabilidade. O Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo, aprovado pelo 

Decreto nº 45.490, de 30 de novembro de 2000, expressamente dispõe que:

Art. 11 - São responsáveis pelo pagamento do imposto devido:

I - o armazém geral (...)

Neste mesmo sentido, o RICMS/SP, aprovado pelo Decreto nº 45.490/2000, em seu art. 19, § 1º, determina a obrigatoriedade

dos armazéns gerais se inscreverem no Cadastro de Contribuintes do ICMS , conforme transcrito abaixo:

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Art. 19 (...)

§ 1º - Inscrever-se-ão, também, no Cadastro de Contribuintes do ICMS, antes do início de suas atividades:

1 - a empresa de armazém geral, de armazém frigorífico, de silo ou de outro armazém de depósito de mercadorias (...)

Devem, também, os armazéns gerais emitir documentos fiscais e escriturar livros fiscais e contábeis.

3 NATUREZA JURÍDICA DAS OPERAÇÕES COM ARMAZÉNS GERAIS

armazenagem icms

As operações efetuadas pelo estabelecimento depositante de remessa e retorno de mercadorias para armazéns gerais estão

amparadas pela não incidência do ICMS, desde os estabelecimentos depositante e depositário (armazém geral) estejam

situados dentro do próprio Estado, conforme expresso no art. 7º, I, do RICMS/SP:

Art. 7º - O imposto não incide sobre:

I - a saída de mercadoria com destino a armazém geral situado neste Estado, para depósito em nome do remetente (...)

III - a saída de mercadoria de estabelecimento referido no inciso I ou II, em retorno ao estabelecimento depositante (...)

Contudo, haverá incidência do ICMS nas operações com armazéns gerais em duas situações: a) na transmissão de propriedade

da mercadoria depositada em armazém geral; e b) na entrega, real ou simbólica, da mercadoria depositada do armazém geral

a outro estabelecimento que não o depositante. Tal entendimento decorre da simples leitura do art. 2º, IX, combinado com o

 art. 3º, III, ambos do RICMS/SP, transcritos abaixo:

Art. 2º - Ocorre o fato gerador do imposto:

(...)

IX - na transmissão de propriedade de mercadoria depositada em armazém geral (...)

Art. 3º - Para efeito deste regulamento, considera-se saída do estabelecimento:

(...)

III - do depositante localizado em território paulista, a mercadoria depositada em armazém geral deste Estado e entregue, real

ou simbolicamente, a estabelecimento diverso daquele que a tiver remetido para depósito, ainda que a mercadoria não tenha

transitado pelo estabelecimento depositante;

Nestes casos, a base de cálculo do ICMS será o valor da operação, conforme determina o art. 37, I do Diploma anteriormente

citado:

Art. 37 - Ressalvados os casos expressamente previstos, a base de cálculo do imposto nas hipóteses do artigo 2º

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I - quanto às saídas de mercadorias aludidas nos incisos I, VIII, IX e XV, o valor da operação (...)

Nos casos citados acima, a responsabilidade tributária recairá sobre o contribuinte, ou seja, o remetente da mercadoria para

o armazém geral. As hipóteses em que a responsabilidade pelo pagamento são do armazém geral estão expressamente prevista

no art. 11, I do RICMS/SP:

Art. 11 - São responsáveis pelo pagamento do imposto devido:

I - o armazém geral ou o depositário a qualquer título:

a) na saída de mercadoria depositada por contribuinte de outro Estado;

b) na transmissão de propriedade de mercadoria depositada por contribuinte de outro Estado;

c) solidariamente, no recebimento ou na saída de mercadoria sem documentação fiscal;

A jurisprudência corrobora o entendimento de que os armazéns gerais não são contribuintes do ICMS, e suas operações livres

da incidência do imposto quando não há mudança de titularidade, ou seja, quando há apenas circulação física. Abaixo

encontra-se transcritos Acórdãos do STJ e do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná:

TRIBUTÁRIO - ICMS - ARMAZÉNS GERAIS - DEPÓSITO DE MERCADORIAS - FATO GERADOR - INOCORRÊNCIA

Para que ocorra o fato gerador do ICMS é necessária a circulação de mercadoria.

Receber mercadorias para depósito, guarda e conservação não caracteriza circulação de mercadoria.

Recurso improvido

Relator: Min. GARCIA VIEIRA

Turma: PRIMEIRA TURMA

Acórdão: RESP 239360 / PR ~ Data da decisão: 15/02/2000

APELAÇÃO - EMBARGOS A EXECUÇÃO FISCAL - ICMS - INCIDÊNCIA - ARMAZÉNS GERAIS - DEPOSITÁRIO - MERCANCIA –

INEXISTÊNCIA - PROCEDÊNCIA - DESPROVIMENTO

As operações de mero depósito não se constituem em fato gerador do ICMS que possa responsabilizar o armazém geral.

Relator: Des. VIDAL COELHO

Turma: PRIMEIRA TURMA CÍVEL

Acórdão: 16275 ~ Data da decisão: 27/04/1999