apresentação do powerpointlabs.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/aula5-posdarwinsec... · 2018. 4....
TRANSCRIPT
09/04/2018
1
Evolução pós-Darwin
a teoria e a pesquisa no século XXI
Professor Fabrício R [email protected]
Departamento de Biologia Geral, UFMG John B.S. Haldane
Ronald Fisher
Sewall Wright
Fundadores da Síntese Moderna
Cálculos de diversidade genéticaÍndices de endogamia (F)Análises de variânciaEfeito da Seleção (S e W)Testes de diferenciação populacionalInteração deriva e seleçãoEstruturação populacionalCálculos estatísticos diversos
Fundadores da Síntese Moderna
Julian Huxley – divulgação, Unesco, WWFErnst Mayr - especiação
George G. Simpson - paleontologiaGeorge L. Stebbins - botânica
A Síntese Moderna
1937
Theodosius Dobzhansky
Theodosius Dobzhansky - 1973
“Nada embiologia fazsentido, exceto à luz da Evolução”
Estrutura molecular do DNA - 1953
Francis Crick e James Watson DNA
09/04/2018
2
Evolução de moléculas e populações
1960 - 1980
Prof. Luca Cavalli-Sforza
Prof. Motoo Kimura
Neutralismo e a Teoria da Evolução por Seleção Natural
Motoo Kimura (1968)
Muitas variantes e as alterações de suas frequências ao longo das gerações são muito rápidas e aleatórias
para serem explicadas unicamente pela Seleção Natural, portanto, podem ser seletivamente neutras, isto é,
sem nenhum efeito no valor adaptativo (fitness).
Kimura também deduziu que:
1. A maioria das substituições (fixação de um variante alélico no DNA e alguns casos é um aminoácido na
proteína) resulta do efeito da deriva genética sobre alelos seletivamente neutros.
2. O papel principal da Seleção Natural (Purificadora) é a eliminação de variantes deletérias (manutenção
do status quo) - evolução molecular é conservativa.
3. Variantes alélicas adaptativamente vantajosas e fixadas pela Seleção natural são uma pequena minoria
de todas substituições nucleotídicas.
Neutralismo molecular
A evolução de genes e de proteínas é dominada pelas variações “neutras”
•variantes no DNA se acumulam geralmente fora dos genes, grande maioria nos
íntrons e regiões não codificadoras.
•variantes sinônimas (silenciosas) ocorrem nos genes e não alteram o aminoácido e
nem modificam a função da proteína.
•outras variantes podem alterar um aminoácido (não sinônimas), mas não a função
protéica (efetivamente neutras).
•muitas variantes não sinônimas levam à mudança de aminoácido e da função
protéica (estas não são neutras).
Grandes questões para a Teoria Evolutiva do século XXI
1. Como aparecem estruturas funcionais de novo se parece não haver um papel claro da Seleção, já que não há diferenças adaptativas nas estruturas anteriores?
2. Qual a importância dos genes controladores e interruptores no desenvolvimento e nas novidades evolutivas?
3. Quanta reticulação existe na árvore da vida? Qual o papel da transferência horizontal e outros mecanismos hereditários não bem compreendidos?
4. Qual a importância das grandes mudanças fenotípicas e genotípicas (não graduais) na Evolução?
5. Como a epigenética pode influenciar a evolução em curto, médio e longo prazos?6. Como identificar e caracterizar o papel da Seleção positiva, estabilizadora, neutra,
purificadora etc no nível genômico?7. Como se dá a Evolução de ecossistemas? Qual a relação entre diversidade de
espécies e as diferentes condições abióticas e bióticas?
A compreensão da expressão dos fenótipos a partir dos genótipos é ainda muito limitada:
1 Quanto da variação fenotípica é hereditária e quanto é devido ao ambiente?
2 Como quantificar as diferenças adaptativas entre fenótipos?
3 Qual a influência da epistasia e da epigenética na expressão fenotípica de caracteres
complexos/quantitativos e na adaptação?
4 Como conectar as inferências evolutivas baseadas em moléculas e morfologia?
5 Variações fenotípicas não graduais podem ser importantes na Evolução?
Evolução e as limitações da Ciência no século XXI
Gradualismo fenotípico
Existem vários intermediários fenotípicos entre os ruminantes, um grupo monofilético que sofreu radiação adaptativa recente.
09/04/2018
3
Há várias lacunas fenotípicas entre as ordens atuais de mamíferos, tal como entre as linhagens da superordem Laurasiatheria
Evolução e Paleontologia
fósseis são impressões, moldes, estruturas ou partes
(fenótipos) preservadas
de organismos de diferentes períodos
geológicos
Registro fóssil de formas transicionais
Formas de transição ou fósseis intermediários, equivocadamente chamadas de “elos perdidos”, são abundantes no registro fóssil.
Vários fósseis revelam espécies e/ou características transicionais entre diferentes grupos taxonômicos ao longo do tempo geológico, mas nem todas as espécies do passado deixaram fósseis (ou não houve fossilização ou ainda não foram descobertos).
Para algumas transições, não há a expectativa de encontrar fósseis. Ex: transição de unicelulares para multicelulares, entre vários filos de Metazoários no Pré-Cambriano etc...
Cetáceos fósseis e formas intermediárias ou “elos perdidos”*
* Não é um termo apropriado em biologia evolutiva
?
?
?
?
Land Mammal
Evolução dos Cetáceos
Formas de transiçãoentre os Cetáceos
09/04/2018
4
Fósseis de Cetáceospreenchem várias
lacunas fenotípicas nestes últimos 65 milhões de anos.
Adaptação ao ambiente aquáticopode ser observadana forma cada vez
mais hidrodinâmicados seus corpos
Evolucionistas e divulgação científica
Niles Eldredge Stephen Jay Gould
Richard Dawkins Edward O. Wilson
Charbel El Hani
Nélio Bizzo
Evolução Molecular e Genômica
James Watson e Frances Crick Craig Venter e Francis Collins
Biologia Evolutiva do Desenvolvimento – Evo-Devo
• Edward B. Lewis descreveu os genes homeóticos (HOX) na década de 1990.
• Foi o primeiro passo para a compreensão das estratégias universais e conservadas de controle do desenvolvimento nos Metazoários.
GenesHox
MClark-Hachtel & Tomoyasu, 2016
Evo-Devo: origem das asas dos insetos Genômica no século XXI
1995 Haemophilus influenza
1996 Saccharomyces cerevisiae
1998 Caenorhabditis elegans
2003 Homo sapiens
2005 Pan troglodytes
2011 Pongo sp
2012 Gorilla gorilla
2013 Homo neanderthalensis
09/04/2018
5
Os genomas apresentam inúmeras cópias de transposons/retrotransposons que acumularam devido inserções que ocorreram (e ainda ocorrem) nos seus ancestrais
Inserções de elementos transponíveis nos eucariotos
IHGSC. Nature (2001) 409 860-921
~45% do genoma humano é composto elementos transponíveis (retrotransposons e transposons), enquanto apenas 5% são éxons codificadores de proteínas.Por exemplo, temos em média 700 mil cópias do elemento Alu(um SINE de 300 pb) e 100 mil cópias de L1 (um LINE de 6 Kpb).
Replicação dos retrotransposons nos genomas dos hospedeiros
O registro “fóssil” dos elementos transponíveis
Divergência homem - gibão
Divergência homem -cercopitecídeos
Divergência homem - lêmures
Radiação Eutheria
IHGSC. Nature (2001) 409 860-921
Transposons e Retrotransposons
Genes KRAB ZNF combatem as invasões de retrotransposons no genoma humano(Jacobs et al. 2014).
Kalinka et al. 2012 TREE 27: 385-393
Evo-Devo genômica Evo-Devo genômica e aplicações médicas
09/04/2018
6
Filosimbiose: associação hospedeiro-microbioma representada
na árvore evolutiva do hospedeiro que reflete as mudanças ecológicas das suas comunidades microbianas
Brooks et al. 2016 PLOS Biology 14
Epigenômica evolutiva
Lowdon et al. 2016 Trends in Genetics 32: 269 – 283 Xiao et al. 2012 Cell 149: 1381 - 1392
Paleogenômica ambiental Paleogenômica humana
Paleogenômica humana
Síntese Evolutiva Estendida
09/04/2018
7
A Biologia Evolutiva está sendo transformada pelo crescente acesso a dados que se acumulam exponencialmente, como variações dentro dos genomas, entre genomas de organismos e dados ambientais
Stephens et al. PLoS Biol 2015
Crescimento de geraçãode dados genômicosdesde o ano 2000
As Coleções e Museus de História Natural são repositórios de espécimes e amostras, com dados biológicos de vários tipos, incluindo fenótipos, extratos, tecidos de diferentes órgãos, registros vocais, distribuicão geográfica e de biomas, parasitas, dieta etc.
Losos JB, Arnold SJ, Bejerano G, Brodie ED III, Hibbett D, et al. (2013) Evolutionary Biology for the 21st Century. PLoS Biol 11(1): e1001466. doi:10.1371/journal.pbio.1001466http://journals.plos.org/plosbiology/article?id=info:doi/10.1371/journal.pbio.1001466
A genética do desenvolvimento e análises evolutivas aplicadas a táxons com extenso registro fóssil serão um ferramentas importantes para integrar o estudo dos padrões e processos evolutivos
Losos JB, Arnold SJ, Bejerano G, Brodie ED III, Hibbett D, et al. (2013) Evolutionary Biology for the 21st Century. PLoS Biol 11(1): e1001466. doi:10.1371/journal.pbio.1001466http://journals.plos.org/plosbiology/article?id=info:doi/10.1371/journal.pbio.1001466