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APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Razão Social: Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A. - INVEPAR Ramo de atividade : Infraestrutura em transportes Ano de fundação: 2000 Endereço: Av. Almirante Barroso, 52, 8º e 30º andares, Centro – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20031-003 Responsável pela inscrição: Rafael de Castro Mendes - Gerente Corporativo de Segurança, Saúde e Qualidade de Vida Número de empregados : 5935 empregados

RELEASE

A história da Invepar começa em 2000, quando o grupo foi criado e assumiu duas importantes concessões, a LAMSA - Linha Amarela S.A., no Rio de Janeiro, e a CLN - Concessionária Litoral Norte, na Bahia.

A partir dessa base sólida que acabara de ser constituída, a Invepar concentrou seus esforços no apoio operacional a estas empresas e na busca de novas alianças e novas oportunidades no setor - estratégia complementada tempos depois pela estruturação e implantação de um modelo próprio de gestão e por um eficiente plano de desenvolvimento gerencial.

Desenhou-se, dessa forma, um grupo de perfil arrojado, que conquistou outras 10 concessões nos últimos anos e vem descrevendo uma trajetória marcada por grandes investimentos, crescimento contínuo e bons serviços prestados ao país. Mas este é só o começo. Essa trajetória certamente se estenderá por muito tempo ainda, graças ao compromisso irrestrito da Invepar com o futuro do Brasil e ao cuidado com que o grupo vem se preparando para participar do bom momento que atravessa a economia brasileira.

Atualmente o grupo Invepar é composto por 12 empresas: onze concessionárias de serviços públicos nas áreas de Rodovias, Aeroportos e Mobilidade Urbana e a Metrobarra S.A., empresa responsável pela aquisição e disponibilização dos materiais rodantes e sistemas utilizados na Linha 4 do metrô no Estado do Rio de Janeiro. A Metrobarra também detém o direito de aquisição das ações da Concessionária Rio Barra S.A., atual concessionária da Linha 4.

O grupo Invepar está amplamente comprometido com o Código de Ética e Conduta da Invepar e as mais rigorosas normas técnicas nacionais e internacionais em suas respectivas áreas de atuação, todas elas estão em consonância com a segurança e o conforto de seus usuários, a qualidade do serviço prestado, e o bem-estar socioambiental das comunidades no entorno destas concessões.

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RESUMO DO CASE Programa Atitude Segura Sempre

As empresas do grupo Invepar atuavam de forma independente em relação à segurança e saúde ocupacional, utilizando ferramentas próprias, com graus de prioridade e maturidade diferentes, alto foco em correção e baixo em prevenção, alto índice de recorrência de causas de acidentes e registros somente de acidentes com maior impacto. Esses foram os principais fatores que levaram à definição estratégica de desenvolver um programa corporativo, aplicável a todos os segmentos de atuação do grupo.

No início do ano de 2018 foi implantado o programa Atitude Segura Sempre, que tem como diretriz desenvolver a cultura de segurança no local de trabalho por meio do engajamento e aprendizado contínuo de todos os colaboradores e prestadores de serviços, posicionando a segurança como principal valor da organização.

Desenvolver a cultura de segurança é mais do que remover perigos e institucionalizar regras e procedimentos de segurança, pois envolve também trabalhar com as pessoas para mudar suas atitudes e comportamentos, não somente no ambiente de trabalho, mas também na vida pessoal. Dessa forma, compreendendo a mentalidade e o comportamento dos colaboradores, podemos atuar na conscientização, na prevenção e no desenvolvimento de hábitos virtuosos e mudanças de atitude.

Partindo do princípio de que as pessoas tomam suas decisões com base no que pensam e sentem, a estrutura do programa (Figura 1) foi desenvolvida para atuar no fator humano, visando compreender as características comportamentais dos colaboradores. Foram estabelecidos 06 (seis) pilares de sustentação para o programa, que ilustram a curva de evolução da força da cultura de segurança (Figura 2) na organização, sendo eles: VER, OUVIR e PARAR nos quadrantes da reatividade e dependência, VERIFICAR e REGISTRAR no quadrante da independência e CUIDAR no estado da arte, que é o quadrante da interdependência, sendo todos responsáveis pela segurança de todos.

Sendo assim, uma vez desenvolvida uma sólida cultura de segurança, teremos um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, os colaboradores mais felizes, aumento de produtividade e qualidade nas entregas de rotina, instalações mais eficientes, melhoria na imagem pública da empresa e redução de custos.

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INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII, marca o aumento dos agravos relacionados ao trabalho devido ao uso crescente de máquinas, à jornada de trabalho excessiva, ao excesso de operários em locais confinados, ao uso da mão de obra de crianças nas indústrias e à péssima condição de insalubridade nos ambientes fabris (IPEA, 2011).

Foi nesse período que começaram a surgir os acidentes do trabalho, pois foi um período de grandes mudanças tecnológicas nas fábricas e não havia seleção no recrutamento da mão-de-obra. Mulheres, homens e até mesmo crianças eram selecionados para trabalhar sem nenhuma avaliação sobre sua integridade física. Além disso, as condições fabris não eram apropriadas para a execução das atividades, havia excesso de horas trabalhadas, não havia controle para os ruídos emitidos pelas máquinas, os ambientes não eram ventilados, e não havia iluminação adequada, tudo isso contribuía para o elevado número de acidentes (BITENCOURT, QUELHAS, 1198).

Ao decorrer dos anos, a preocupação com o bem-estar dos colaboradores nas empresas aumentou. O trabalhador passou a ser considerado peça fundamental de um sistema de produção, e começou a ser compreendido que possibilitar melhores condições de trabalho e saúde era diretamente proporcional à produtividade e lucratividade (MARTINELLO et al, 2016).

Segundo os autores Souza e Machado (2013), com o crescimento industrial as organizações observaram que o uso de novas tecnologias associadas à mão de obra não era suficiente para evitar os acidentes e lesões com colaboradores, sendo necessário pensar em um sistema de gestão de segurança. Nesse contexto, destaca-se em segurança do trabalho, o engenheiro norte-americano Frank E. Bird Jr, que contribuiu com ideias e conceitos que foram aplicados em muitos ambientes e países. Dentre os estudos realizados, a pirâmide de Bird foi um dos gráficos mais reproduzidos na história da segurança industrial. Essa teoria relaciona a quantidade de incidentes e/ou quase acidentes com os acidentes do trabalho numa proporção de 1:600. Sendo que para cada acidente com incapacidade permanente, foram registradas 10 ocorrências com perdas de dias, 30 sem perdas de dias e 600 incidentes que possuem alguma relação com a causa desse acidente grave (GERMAIN et al, 2007). A partir dos dados e análises sistêmicas, pode-se concluir que o registro dos incidentes, base da pirâmide de desvios de Frank Bird, é fundamental para a prevenção do acidente de trabalho. Pois a identificação do risco, em sua fase inicial, proporciona o tratamento antes de gerar uma ocorrência grave para o colaborador e a empresa.

Apesar da evolução das práticas de segurança adotadas desde então, segundo o Ministério da Previdência Social, foram registrados 612.632 acidentes do trabalho no Brasil em 2015, considerando todas as atividades da classificação de atividades econômicas – CNAE (AEAT, 2015). A análise desses dados estatísticos é importante pois demonstra que o número de acidentes de trabalho continua bastante elevado, e que o Brasil ainda carece de uma política de prevenção mais abrangente e eficaz, que seja capaz de mobilizar tanto funcionários como também empregadores de todos os estados do país para esta causa.

De acordo com Soares (2008), o impacto de uma ocorrência pessoal é refletido em toda a sociedade, que paga seus impostos e perde investimentos em saúde, educação, segurança e lazer. Além disso, o autor menciona que uma empresa que possui um colaborador acidentado perde mão de obra especializada, sofre aumento de custos e diminuição da produtividade.

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Um dos setores propícios para acidentes é o de transportes. Com o surgimento dos veículos a motor, esse número teve um aumento considerável. Em 2002 morreram 1,18 milhões de pessoas por choques em vias públicas, o que representa 3.242 mortes diárias (TEIXEIRA, 2005).

O modal ferroviário, um dos segmentos de transporte, teve crescimento considerável com o início da malha para iniciativa privada em meados da década de 1990. A competitividade do mercado fez com que as empresas investissem nas operações e prospectassem novas cargas. Devido aos investimentos realizados pelas concessionárias, houve redução de 50% dos índices de acidentes de 2016 para 2014, sendo que 53,5% do total de acidentes ocorridos em 2014 decorreram da interferência de terceiros (CNT, 2015).

Apesar dos rigorosos regulamentos, automação de processos avançada, sistemas de gerenciamento de segurança e os esforços bem-intencionados de investigações, acidentes de trabalho ainda acontecem em muitas instalações e, em alguns casos, são repetidos de forma semelhante. Porém, o indivíduo quase nunca é o único responsável e o incidente raramente é isolado. Por quê? Porque humanos não são perfeitos. As instalações não são apenas operadas por seres humanos, mas também são projetadas, construídas e mantidas por eles. Isto proporciona uma ampla oportunidade para que as pessoas contribuam para incidentes. E é por isso que soluções técnicas, modelos de negócios, estratégia corporativa, regras e regulamentos podem ajudar uma empresa a melhorar sua segurança e desempenho operacional, mas raramente são suficientes. É necessário também, compreender plenamente os muitos papéis que os humanos desempenham nas instalações e os fatores que influenciam suas tomadas de decisão para evitar incidentes e alcançar a excelência operacional. Sendo definida excelência operacional como minimização do risco, eliminação de defeitos e maximização da criação de valor.

O que fica evidente a partir de uma revisão dos relatórios de incidentes é um longo e significativo histórico dos fatores humanos em causar incidentes. A expressão “fatores humanos” é geralmente usada para descrever a interação de indivíduos uns com os outros, com equipamentos e instalações, e com sistemas de gestão. Esta expressão também é usada para descrever como essas interações são influenciadas por um ambiente de trabalho e cultura. Compreender e melhorar os “fatores humanos” nas causas de incidentes requer foco nos comportamentos, características, necessidades, capacidades e limitações inerentes das pessoas, bem como o desenvolvimento de culturas de trabalho sustentáveis e seguras. Obter uma compreensão abrangente das causas-raiz dos incidentes e abordá-los holisticamente é fundamental para preveni-los efetivamente.

Segundo o case Human Factor Safetyr da Dupont, para conseguirmos uma mudança radical na segurança, temos de ir além da abordagem tradicional de gestão da segurança. Muitos comportamentos de risco ocorrem intuitivamente e são o resultado de sentimentos baseados em experiências associadas com resultados anteriores. A chave para o avanço da eficácia das práticas de gestão de segurança envolve uma melhor compreensão dos fatores motivacionais e seu impacto subsequente na tomada de decisões. Enquanto experiências podem ser o fator condutor por trás da maioria dos comportamentos de risco, também são a chave para superá-los. Apesar da lógica e razão serem influenciadas por palavras, informações e comparações analíticas, nosso sistema intuitivo não funciona assim. Para influenciar comportamentos efetivamente, você deve empregar imagens, emoções, histórias pessoais e técnicas experimentais que conectam com seus funcionários, e subsequentemente os movem.

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Uma indústria que tem abraçado técnicas experimentais para melhorar o desempenho da segurança no trabalho é a aviação comercial. Apesar de numerosos esforços para melhorar a performance dos pilotos, a taxa de acidentes causados por erro do piloto permaneceu em 65% por mais de 50 anos. Isso mudou em 1990 quando a indústria introduziu simuladores de vôo, uma ferramenta projetada para fornecer aprendizagem e experiência em um ambiente seguro e controlado. Desde então, acidentes causados por erro do piloto caíram em mais de 54%.

Segundo John Wooden, treinador de futebol americano, o verdadeiro teste de caráter de um homem é o que ele faz quando ninguém está vendo. Esta é uma verdade que as empresas constatam todos os dias. Elas não podem monitorar os funcionários em suas instalações o tempo todo, mesmo que elas tentem. E mesmo se pudessem, supervisão não é um condutor da performance, seja ela em segurança ou nas operações, tão bom quanto uma mudança dos comportamentos instintivos e habituais.

JUSTIFICATIVA

Governos, empregadores e trabalhadores reconhecem que a implantação de um sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho tem impacto positivo nas organizações, pois aumenta a proteção dos trabalhadores contra fatores de risco e, ao mesmo tempo, aumenta a produtividade (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT, 2005).

Segundo Chaib (2005), as principais causas dos acidentes do trabalho são: • Atos inseguros – são os procedimentos do trabalhador que contrariam normas de prevenção de acidentes; • Condições inseguras – são circunstâncias externas que os trabalhadores estão sujeitos para realizarem suas atividades, sendo incompatíveis com as normas de segurança e prevenção de acidentes; • Fator pessoal de insegurança – é qualquer fator que leva o indivíduo à prática do ato inseguro, podendo ser características físicas, psicológicas e sociais que alteram o comportamento do trabalhador.

Os custos envolvidos em um acidente do trabalho são altos. Todos os prejuízos referentes ao trabalhador, empregador e sociedade devem ser considerados. Esses custos podem ser classificados de acordo com os fatores humanos , relacionados com aspectos de saúde e social, agentes produtivos , referentes à matéria-prima danificada, máquinas e equipamentos, tempo, referentes ao tempo perdido com acidente, gerando perda de produtividade e instalações físicas , relacionados às instalações elétricas, hidráulicas e condições físicas de edificações (ROSSETE, 2014).

Em 2017, no Grupo Invepar, houve grande aumento no número de acidentes do trabalho típicos (aqueles relacionados à execução da atividade) e de dias perdidos com os mesmos, gerando grande impacto nas taxas de frequência e gravidade de acidentes, aumento nas alíquotas do fator previdenciário (FAP) e baixa sensação de segurança ocupacional por parte dos colaboradores. Diante desse cenário, identificou-se a necessidade de desenvolver um programa de gestão de segurança e saúde no trabalho, com foco no comportamento humano e abrangência em todos os segmentos de atuação do grupo Invepar.

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METODOLOGIA O programa foi desenvolvido com base em referências bibliográficas envolvendo conceitos e teorias de sistema de gestão em segurança, com aplicação central na teoria de Frank Bird, que utiliza como ferramenta principal a pirâmide para relacionar os acidentes de trabalho. Nesse contexto, os principais autores são: Germain et al. (2007), Navarro (2012), Gandra (2004) e Ribeiro et al. (2007).

Todos os dados analisados para o desenvolvimento do programa, tais como: registros de acidentes e incidentes, desvios comportamentais, condições de risco estruturais e registros de capacitação e habilitação dos colaboradores, estão disponíveis na empresa. Esses dados foram o ponto central para direcionar a definição da estrutura do programa. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Considerando que a segurança do trabalho deve estar atrelada à rotina da empresa, caminhando junto com o processo produtivo, tem-se que ela deve estar inserida no sistema de gestão dessa organização. Dessa forma, todo o processo interno acontecerá em sintonia entre as partes.

A segurança no trabalho deve ser fundamentada em um sistema de gestão, que se considerando as particularidades de cada situação, deve ser estruturado para atender as metas a partir das diretrizes estabelecidas pela empresa. O assunto sistema de gestão virou tema obrigatório em quase todos os encontros profissionais. Por toda parte existem profissionais falando sobre isso, alguns com conhecimento de causa, outros apenas repetindo coisas que ouviram e muitos fazendo sem qualquer análise mais detalhada. Existe a necessidade de uma análise mais profunda sobre o assunto, visando melhorar a saúde e segurança dos trabalhadores.

A pergunta chave, para este momento da história é saber até que ponto nossa cultura é capaz de suportar as questões de segurança e saúde a partir dos modelos propostos (PALASIO, 2003). É importante atentar que simplesmente “comprar” um sistema não vai resolver todos os problemas do mundo da prevenção da empresa. A maioria dos casos tem mostrado que isso acaba na presença de mais um sistema inútil na cabeça dos trabalhadores, e como tal acaba virando algo semelhante aos demais sistemas feitos sem um correto planejamento. Tal experiência pôde ser comprovada em algumas grandes empresas que durante décadas não registraram acidentes mais graves e após a suposta implantação tiveram situações complicadas. O problema não estava e nem está nos que “compraram”, mas sim na falta de entendimento do que fizeram. Outro erro diz respeito aos mágicos da prevenção. São aqueles que trazem para dentro das empresas truques e mágicas de última geração, cujo único defeito é não ter aplicação àquela realidade. Assim, surge então uma pseudo-sensação de prevenção que logo se desfaz quando os acidentes começam a ocorrer. É preciso estudar cada situação para implantar um programa que efetivamente traga resultados positivos. Por último, o maior de todos os erros: ignorar o chão de fábrica. Se as pessoas que fazem estes diagnósticos levassem em consideração o conhecimento daqueles que conhecem a cultura, os valores e princípios, certamente muito dinheiro seria economizado e muitos problemas evitados (PALASIO, 2003).

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Muitos acidentes costumam ser atribuídos ao erro humano ou ao fator humano. Entretanto, quando se fala em erro humano, geralmente se refere a uma desatenção ou negligência do trabalhador, no entanto isso não é tão simples assim. Para que essa desatenção ou negligência termine em acidente, houve uma série de decisões que criaram as condições para que isso acontecesse. Se essas decisões tivessem sido diferentes, essa mesma desatenção ou negligência poderia não ter resultado em acidente.

A abordagem do erro humano tem sofrido mudanças na medida em que se compreende melhor o comportamento do homem. Atualmente, existem dados que permitem analisá-lo melhor para se prever o desempenho futuro de sistemas onde haja participação humana (IIDA, 2002).

Segundo Itiro Iida (2002), uma forma mais correta de considerar os erros humanos não é pelas suas consequências prejudiciais, mas pelo acompanhamento das variações do comportamento humano. Esse comportamento nunca é constante. Até mesmo os trabalhadores muito experientes ou aqueles que executam tarefas simples e repetitivas apresentam variações. Para cada tipo de tarefa existe uma determinada faixa de variações que são aceitáveis e, quando elas começam a ultrapassar um certo limite, pode-se considerar que há alguma anormalidade, aumentando os riscos de acidentes. Existem duas situações em que essa variação de comportamento é considerada um erro. Uma delas é quando a intensidade da variação é muito grande, colocando-a fora de uma faixa considerada normal ou aceitável. A outra é quando essa variação ou adaptação não for suficiente para acompanhar mudanças exigidas pela tarefa ou pelo ambiente. Ainda de acordo com Itiro Iida (2002), o erro humano resulta das interações homem-trabalho ou homem-ambiente que não atendam a determinados padrões esperados. Nesse conceito, estão implícitos três elementos: uma ação humana variável; uma transformação do ambiente (ou da máquina) que não atenda a determinados critérios e um julgamento da ação humana frente a esses critérios.

Os erros geralmente aparecem associados a acidentes. Contudo, o estudo dos erros a partir dos acidentes nem sempre produz bons resultados, por dois motivos. Em primeiro lugar, nem todos os erros provocam acidentes. Em segundo lugar, existe pouca relação entre a gravidade do erro com a gravidade do acidente, pois pequenos erros podem provocar grandes acidentes e vice-versa (IIDA, 2002).

Diante do exposto, o programa Atitude Segura Sempre foi desenvolvido internamente, após definição da alta direção do Grupo Invepar sobre a necessidade da implantação de um programa corporativo, que fosse ao mesmo tempo simples e inovador, aplicável a todos os segmentos de atuação do grupo, com uma linguagem que pudesse atingir a todos os níveis da organização. O primeiro passo foi a realização de um diagnóstico inicial, com visitas em campo, entrevistas individuais e em grupos, desde os níveis operacionais até a alta liderança, visando identificar como o tema segurança era percebido por todos.

Após conclusão do diagnóstico, com o posicionamento no quadrante REATIVO da curva de foça da cultura de segurança, foram estabelecidos 06 pilares de sustentação para o programa, com atuação direta das pessoas em todos eles, visando despertar o senso de dono e participação, compartilhar responsabilidades e disseminar que a segurança é responsabilidade de todos. Os pilares são:

VER – mantenha o olhar atento. Visa despertar o sentido da visão, onde a pessoa deve observar todo o entorno antes da realização de uma tarefa.

OUVIR – ouça os sons ao redor. Visa despertar o sentido da audição onde a pessoa deve estar atenta a ruídos semânticos, que possam dar “sinais” de perigo.

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PARAR – pare em qualquer sinal de perigo. Visa despertar a autonomia e senso de propriedade de cada indivíduo, para que em hipótese alguma se coloque em situação de perigo não planejado.

VERIFICAR – verifique os riscos antes de realizar uma tarefa. Visa despertar o senso crítico e a realização de uma análise prévia antes de realizar uma tarefa, identificando os cenários e possibilidades.

REGISTRAR – registre e compartilhe problemas de segurança. Visa despertar o senso de dono de cada um, independentemente de ser uma atividade de sua responsabilidade e/ou uma condição de risco de um outro posto de trabalho.

CUIDAR – cuide de si, dos outros e se deixe cuidar. Visa despertar o senso colaborativo, acolhedor e hospitaleiro, onde todos cuidam de todos, em prol do bem maior, que é a integridade das pessoas.

Os pilares do programa também abordam o conceito de transformar a segurança como crença e valor para todos, com aplicação não somente no ambiente de trabalho, mas no dia a dia das pessoas e nas relações familiares. Diante desse conceito, foram desenvolvidas ferramentas para disseminar as melhores práticas e criar os hábitos de segurança em todos os colaboradores.

A primeira fase do desenvolvimento do programa foi a sensibilização da alta liderança, estabelecendo conceito unificado de que a segurança do trabalho não é prioridade e sim valor. Todos os líderes das empresas do grupo (Diretores e Gerentes) foram apresentados aos pilares do programa e envolvidos na formatação das ferramentas de sustentação, para que as mesmas pudessem refletir e atuar nos principais gaps identificados no diagnóstico inicial. O histórico apontava que 90% dos acidentes do trabalho estavam relacionados ao comportamento humano como fator principal, gerando a seguinte distribuição dos principais pontos de atuação: FERRAMENTAS DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAÇÃO – Treinamento admissional, aplicável para todos os colaboradores, composto por assuntos gerais de segurança e saúde ocupacional. AMBIENTAÇÃO FUNCIONAL – Treinamento sobre informações inerentes à atividade, aplicado após a ambientação, na mudança de função ou no retorno de acidentes. TREINAMENTO PERIÓDICO – Treinamento trimestral aplicado a todas as áreas operacionais, com assuntos relacionados à segurança e saúde ocupacional. DSS – Diálogo de segurança e saúde ocupacional, com informações objetivas sobre regras, procedimentos e condições de risco das atividades. INTEGRAÇÃO DE TERCEIROS – Treinamento admissional direcionado aos prestadores de serviços que realizam atividades nas instalações das empresas do grupo Invepar. RECICLAGEM DE SEGURANÇA – Treinamento aplicável a todos os colaboradores identificados em atos inseguros e desvios de procedimento. FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO RAS – Relato de Anomalia de Segurança, é o canal direto com a segurança do trabalho, onde são disponibilizados formulários e urnas, em locais operacionais e administrativos, sendo todos os colaboradores estimulados a contribuir com a identificação de condições de riscos e/ou desvios de comportamento. O identificador preenche o formulário com os pontos evidenciados, não sendo obrigatório se identificar, visando não haver receio e/ou intimidação, e deposita o mesmo na urna. A equipe de segurança do trabalho faz a coleta semanal e endereça as ações corretivas para as áreas responsáveis, tendo o acompanhamento mensal nas reuniões de resultados.

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AMS – Avaliação Mensal de Segurança, é a ferramenta conduzida pelo técnico de segurança do trabalho, através de auditorias mensais in loco, com a utilização de checklist específico, desenvolvido de acordo com as particularidades de cada área, com o objetivo de identificar aspectos estruturais e comportamentais. Qualquer cenário de risco alto gera a paralisação imediata da atividade. Os demais pontos de desvios estruturais são tratados como RAS e os desvios comportamentais através da reciclagem de segurança. A avaliação gera nota final para todas as coordenações, gerencias e diretorias, sendo as mesmas acompanhadas mensalmente nas reuniões de resultados, em todos os níveis da organização. PT – Permissão de trabalho, que é emitida antes do início das atividades de risco e atividades não rotineiras. FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO ICG – Itens de Controle Gerenciais, é uma plataforma online onde os gestores acompanham os indicadores de suas áreas, tendo abrangência em todas as empresas do grupo Invepar. Caso existam desvios mensais, é necessário realizar um FCA (Fato-Causa-Ação), ferramenta dentro do ICG que permite propor ações para tratamento de um desvio pontual ou sintomático de baixa complexidade. No caso de existirem desvios que caracterizem a previsão de um desvio anual, é necessário realizar um plano de ação com o objetivo de mudar o patamar do resultado para convergir para a meta ou estabilizar os resultados do processo. REUNIÃO DE RESULTADO – No começo de cada ano é definido um calendário anual de reuniões de resultados denominadas RR, elas são definidas para culminar na RR1, reunião do CEO de Invepar com os seus subordinados. As RR2, que devem necessariamente acontecer antes da RR1, são as reuniões destes subordinados, normalmente diretores, com suas equipes e assim sucessivamente até a RR4 ou até o limite do nível de gerência. As avaliações de desempenho acontecem mensalmente por meio destas reuniões de resultado entre o líder e seus subordinados, obedecendo àqueles inclusos no desdobramento de metas.

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RESULTADOS

O programa Atitude Segura Sempre é considerado uma grande virada para o estabelecimento da cultura de segurança e saúde ocupacional no grupo Invepar, de forma sólida e sustentável, não somente pelos resultados obtidos, mas também pela nova forma de atuação e priorização do tema, em todos os níveis da organização.

O sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional, desenvolvido a partir do programa Atitude Segura Sempre, é um modelo de gestão que possibilitou diminuir o número de acidentes do trabalho no grupo Invepar, por meio da conscientização dos colaboradores, análise de resultados e aplicação de ações de melhoria contínua. As ferramentas do programa possibilitaram analisar, identificar e prevenir os riscos ocupacionais, bem como tratar as causas geradoras de acidentes. A abrangência do programa em todas as empresas do grupo Invepar possibilitou o benchmarking interno, utilizando as melhores práticas de cada segmento para promover um melhor ambiente de trabalho.

O Lançamento do programa (Figuras 3, 4, 5, 6 e 7) foi marcado pelo tema: Tem muita vida para viver aqui e lá fora , onde os familiares de muitos colaboradores estiveram presentes, de forma surpresa, com o objetivo de associar a importância da segurança como valor, em todos os momentos da vida da pessoa, e não somente nas práticas obrigatórias na empresa. Os familiares transmitiram mensagens sobre a importância dos cumprimentos das normas e procedimentos de segurança e o momento chave foi quando falaram que esperam pelos colaboradores em casa todos os dias, após suas jornadas de trabalho.

Atualmente, todos os eventos do grupo são abertos com informações de segurança, o tema passou a ser pauta recorrente nas reuniões de diretoria e do conselho de administração, os acidentes são investigados no detalhe, de forma a identificar as causas raiz e implantar ações sistêmicas para que não haja recorrência.

Os principais resultados do programa são: ● Redução de 79% no número de dias perdidos com acidentes típicos em 2018. O ano de 2017 apresentou 8834 dias perdidos e o ano de 2018 apresentou 1897 dias perdidos. ● Redução de 38% no número de acidentes típicos em 2018. O ano de 2017 apresentou 108 acidentes e o ano de 2018 apresentou 67 acidentes. ● Redução de 32% na taxa de frequência, conforme norma ABNT NBR 14280, de acidentes típicos em 2018. O ano de 2017 apresentou taxa de 7,4 e o ano de 2018 taxa de 5,0. ● Redução de 77% na taxa de gravidade, conforme norma ABNT NBR 14280, de acidentes típicos em 2018. O ano de 2017 apresentou taxa de 622,5 e o ano de 2018 taxa de 141,1.

Os resultados do programa continuam a avançar em 2019, tendo o acumulado do primeiro semestre para a taxa de gravidade de acidentes típicos em 120,7, que representa uma redução de 14% em relação ao ano de 2018.

Com base nos resultados obtidos ao longo do ano de 2018 e no primeiro semestre de 2019 é possível evidenciar, pelo fato da redução da taxa de gravidade ser muito maior que a redução da taxa de frequência, também a tendência de ajuste dos acidentes, conforme as pirâmides de Frank Bird e da Dupont. A redução na taxa de gravidade dos acidentes típicos também irá proporcionar redução no Fator Acidentário Previdenciário (FAP), na ordem de alguns milhões de reais, a ser divulgado no mês de setembro de 2019 pelo INSS.

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No processo de implantação do programa foi realizado um diagnóstico para entender

o posicionamento do grupo Invepar em relação à força da cultura de segurança de saúde ocupacional, onde foi evidenciado o quadrante reativo . Após 18 meses de implantação já houve grande evolução na curva de maturidade, onde atualmente o posicionamento está em transição do quadrante dependente para o quadrante independente. Os principais fatores que ilustram o avanço na cultura de segurança e saúde ocupacional é o tema estar alocado na agenda de rotina de toda a liderança do grupo Invepar, o desdobramento diário para toda a força de trabalho operacional e o engajamento dos colaboradores com o tema.

A consolidação do programa também serviu como inspiração para o desenvolvimento do Atitude Segura & Gentileza , que é um programa direcionado para usuários e demais partes interessadas nos segmentos de atuação do grupo Invepar, tendo como foco a prevenção e redução de acidentes. A Educação , um dos atributos de valor da iniciativa, contribui para estabelecer uma cultura de segurança no trânsito e preservação da vida, através de projetos e ações que contribuem com as melhorias para segurança. O objetivo é transmitir aos beneficiários a importância em ter um comportamento seguro , ratificando que somos todos responsáveis por uma mobilidade mais segura e com gentileza.

Agir com segurança nas rodovias e vias expressas é um dever compartilhado. Todos devem conhecer e adotar práticas seguras constantemente. A imprudência e negligência, principais causas de acidentes, nada mais é do que falta de cuidados consigo e com os outros. Comportamentos seguros valorizam a vida. Segurança é sinal de consciência e respeito.

Essas ações educativas e de conscientização já proporcionaram redução de acidentes com usuários nas rodovias, metrô e aeroporto administrados pelo grupo Invepar.

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ANEXOS ILUSTRATIVOS

Figura 1 - Estrutura do programa Atitude Segura Sempre

Figura 2 - Força da cultura de segurança

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Figura 3: Peça da campanha de lançamento

Figura 4: Peça da campanha de lançamento

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Figura 5: Peça da campanha de lançamento

Figura 6: Peça da campanha de lançamento

Figura 7: Peça da campanha de lançamento