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Teorias de Currículo LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. CAPÍTULOS 9,10 E 11.

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Slides sobre o capítulo 9 da obra de Alice Lopes e Elizabeth Macedo.

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Page 1: Apresentação Teorias de Currículo

Teorias de Currículo

LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth.

CAPÍTULOS 9,10 E 11.

Page 2: Apresentação Teorias de Currículo

Capítulo 9 - CULTURA

Page 3: Apresentação Teorias de Currículo

Primeiras considerações É um tema complexo! Tradicionalmente, a escola teria por FUNÇÃO a

socialização dos sujeitos, ou seja, os elementos da cultura dominante seriam cultivados nestes sujeitos.

Outra perspectiva é a da cultura concebida como um repertório de significados construídos socialmente em que a teoria curricular selecionaria esse repertório e disporia aos sujeitos na escola. Contesta-se essa perspectiva por apresentar uma noção de padrão cultural, uma cultura humana geral.

Multiculturalismo. Fluxos Culturais / Hibridismo = “Não há

cultura pura”.

Page 4: Apresentação Teorias de Currículo

I - Culturas em negociação: atualizando a perspectiva crítica.

Multiculturalismo X Cultura comum (visão conservadora).

Mesmo a postura conservadora não nega a diversidade cultural, mas isso não quer dizer que haja espaço para todos!

Diálogo / Negociação.

Page 5: Apresentação Teorias de Currículo

Paul McLaren “Na linha de frente de seu trabalho estão as

ideias de Paulo Freire e o ensino multicultural, tendência pedagógica com berço nos Estados Unidos dos anos 60. Contestatória, a tese cresceu a partir da preocupação de educadores que apoiavam as lutas sociais, políticas e econômicas de diversos grupos étnicos em geral oprimidos. Quem vê Peter McLaren, aliás, depara-se justamente com uma espécie de síntese multicultural: brincos de argola, cabelos longos, óculos à la John Lennon e muita teoria, resultado de 20 anos de pesquisa. Canadense radicado nos Estados Unidos, Ph.D. em Educação, McLaren é um inconformado invejável: diz odiar seu primeiro livro, avalia que os norte-americanos domesticaram o discurso freiriano - decapitando a parte política - e fala ainda da necessidade de abolição da brancura. Para ele, foi o capitalismo quem gerou o racismo...”

http://www.espacoacademico.com.br/032/32pc_mclaren.htm

Page 6: Apresentação Teorias de Currículo

Currículo

Multiculturalismo Liberal

Multiculturalismo Crítico

Aceitação do caráter heterogêneo da sociedade;

Os Humanistas: defesa do princípio de igualdade através de políticas compensatórias.

Os de esquerda: Reconhece a diferença e defende a formação de grupos minoritários. Crítica: “inversão que mantém a mesma lógica do currículo monucultural”. P. 189

Construção da diferença e da identidade na sua historicidade.

Defesa de uma negociação cultural em suas dimensões históricas de poder, cultura e ideologia.

Compreensão da cultura como construção de significados, a escola como espaço de construção de identidades.

A luta é desestabilizar as formas de pensar hegemônicas. Desconstrução / transformação via ação dos sujeitos.

Page 7: Apresentação Teorias de Currículo

Antonio Flávio Moreira “Salto – Como você analisa a relação

entre currículo e sociedade?Antonio Flávio – Um currículo é organizado em um dado momento histórico, numa dada sociedade, e vai refletir aquilo que essa sociedade deseja formar, como sendo o homem educado, a mulher educada, que deseja ter como membro desta sociedade. Consequentemente, ele atende às demandas de grupos que tenham, na sociedade, o poder de definir aquilo que a escola pretende, vai fazer. Por outro lado, é importante também acentuar que o currículo não reflete apenas as demandas da sociedade. Ele também pode contribuir por suas ações, pelos seus efeitos nos estudantes, para efetuar mudanças nessa sociedade. Portanto, é uma via de mão dupla.” http://tvescola.mec.gov.br/tve/salto/interview;jsessionid=286ECEFC16A4E7B586211868D9ABE15C?idInterview=8151

Page 8: Apresentação Teorias de Currículo

Moreira - Defesa de currículo multicultural (p. 190-192) Moreira, na década de 1990 – defesa do

multiculturalismo crítico no campo do currículo como meio de propor equilíbrio entre igualdade social e pluralidade cultural. A escola deve estar comprometida com a justiça social.

Moreira, anos 2000 – ligado as discussões da NSE (Nova Sociologia da Educação) centra suas preocupações no CONHECIMENTO. Reflexão sobre o conflito entre saberes e valores presentes no currículo seria uma estratégia de superação das desigualdades.

Moreira chama a atenção para “medo dos conteúdos” ser sem sentido, pois entende que exista conteúdos necessários para “a formação de cidadãos ativos”. Destaca: essa discussão é da escola! Não pode ser imposta.

Page 9: Apresentação Teorias de Currículo

Vera Candau Diferenças Culturais, Cotidiano

Escolar e Práticas Pedagógicas “No âmbito da educação também se

explicitam cada vez com maior força e desafiam visões e práticas

profundamente arraigadas no cotidiano escolar. A cultura escolar dominante em nossas instituições

educativas, construída fundamentalmente a partir da matriz

político-social e epistemológica da modernidade, prioriza o comum, o

uniforme, o homogêneo, considerados como elementos

constitutivos do universal. Nesta ótica, as diferenças são ignoradas ou

consideradas um ‘problema’ a resolver. “

http://www.gecec.pro.br/downloads/01_Diferencas_Corisiano_Praticas_pedag.pdf

Page 10: Apresentação Teorias de Currículo

Pluralismo Cultural no Currículo Intercultural crítica e emancipatória. diálogo / negociação em contextos assimétricos. A escola deve questionar o universalismo e o currículo

posto. A educação só será para todos quando houver medidas que reconheçam e valorizem culturas particulares. (p. 193)

Empoderamento (p. 194)Sujeitos e suas Social de grupos minor. culturas na escola“Destaca a interação e o hibridismo das culturas, que se modificam no contato e no reconhecimento do outro.”

Page 11: Apresentação Teorias de Currículo

II - A dimensão epistemológica da centralidade da cultura.

Precursor: Raymond Williams. “Virada estrutural” – anos 1970, concepções pós-estruturalistas nas pesquisas

culturais. Pós-estruturalismo

“A morte da interpretação é o crer que há símbolos que existem primariamente, realmente como marcas coerentes, pertinentes e sistemáticas. A vida da interpretação, pelo contrário, é o crer que que não há mais do que interpretações (FOUCAULT, [s/d.]: 21).A rejeição à ideia de origem, o fim da consciência do sujeito, a valorização do discurso em sua materialidade constituem alguns dos aspectos indicadores de pelo menos duas noções fundamentais da interpretação: a de que a linguagem possui uma ordem própria; a de signo como algo que já se oferece à interpretação. Para os desconstrutivistas, então, não há nada anterior ao signo e o que importa é que cada signo só faz remeter para outros signos. É dessa ideia que se pode compreender a já propagada assertiva que diz não haver nada a ser interpretado; tudo já é interpretação. Nesse sentido, ela é nada mais é do que uma tarefa através da qual se promove o estabelecimento de um jogo inacabado e infinito.” http://www.filologia.org.br/ixcnlf/3/08.htm

Page 12: Apresentação Teorias de Currículo

Stuart Hall Jamaicano, viveu na

Inglaterra onde ficou conhecido como um intelectual engajado nos debates sobre as dimensões político-culturais da globalização, da política nacional e os movimentos antirracistas. Tem dois livros publicados no Brasil: Identidades culturais na Pós-Modernidade e Da diáspora: identidades e mediações culturais.

http://www.heloisabuarquedehollanda.com.br/entrevista-jb-stuart-hall/

Page 13: Apresentação Teorias de Currículo

Estudos culturais e o pós-estruturalismo Uso da linguagem no estudo da cultura e no campo do

Currículo. A linguagem é construtora de significados, ela institui o

mundo real. “(...) não se trata de advogar que o mundo real não existe fora dos sistemas de significação, mas que seus sentidos são criados por tais sistemas.” (p. 197)

Não se trata de um reducionismo ao cultural, mas de entender que toda prática social tem uma dimensão cultural, tem um caráter discursivo.

Processos de Regulação da Cultura – reconhece regulações operadas por instituições, mercados ou mesmo pela tradição. (p. 198-199) No Brasil esses debates sobre a regulação do currículo e da cultura foram introduzidos por Tomaz Tadeu da Silva na década de 1990.

Page 14: Apresentação Teorias de Currículo

Henry Giroux “O teórico e crítico da cultura e

educação, Henry Giroux, foi um dos fundadores da pedagogia crítica nos Estados Unidos, além disso, foi pioneiro nos estudos voltados para a cultura, jovens, ensino superior e público, meios de comunicação e teoria crítica. Como crítico, propôs reflexões sobre as teorias educacionais, escola e mais ainda, sobre os professores e seu papel no processo ensino-aprendizagem, bem como a influência dos mesmos nos alunos.”

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO -  http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/14465/henry-giroux-e-os-professores-como-intelectuais-transformadores##ixzz3WYhuA0o1

Page 15: Apresentação Teorias de Currículo

Pós-estruturalismo e pensamento crítico? No campo do currículo se observa com as obras de

McLaren, Moreira e Giroux. (p.199) Giroux: visão dos professores como construtores

de conhecimentos, de culturas. Professores são trabalhadores culturais, são

protagonistas nesta luta política. (p. 200) “Trata-se de um projeto de empoderamento a

partir da constatação de que toda experiência cultural tem força educacional.” (p. 201)

Enfatiza que artefatos culturais (filmes, livros, tv, etc.) devam ser alvo de reflexões pedagógicas que contribuam para o desenvolvimento da cidadania.

Page 16: Apresentação Teorias de Currículo

III- Uma leitura pós-estrutural do currículo: cultura como sistema de significação. Os Estudos Culturais não se remetem

diretamente aos estudos Pós-estruturalistas quando se fala do campo do Currículo. Já os estudos Pós-estruturalistas se referem à cultura.

Para Hall, tudo que conhecemos, tudo que tem sentido é criado em um sistema de linguagem e de significação. (p. 202)

“É o ato de nomear que constrói a diferença.” (p. 203)

O Currículo, visto como uma prática cultural, é um atribuidor de significados, é um discurso construtor de sentidos. (p. 203)

Page 17: Apresentação Teorias de Currículo

Tomaz Tadeu da Silva “(...) A análise de Tomaz Tadeu da

Silva em A produção social da identidade e da diferença (2011) nos afirma que sim, essas pedagogias naturalizam esses conceitos e tomam uma posição liberal: celebrar a diversidade do Outro. Por exemplo, o “multiculturalismo” é tomado como um conceito político vago e de benevolente apego ao respeito e tolerância com a diversidade e diferença do Outro. O autor clama uma teoria da identidade e da diferença que busque problematizar esses dois conceitos importantes, ao invés de celebrá-los, para ele, o apriorismo desses conceitos encerra-os em uma questão pedagógico-liberal de respeito e tolerância com a diversidade e diferença, quando, na verdade, esses próprios conceitos têm implicações políticas importantes.”

https://ensaiosdegenero.wordpress.com/tag/tomaz-tadeu-da-silva/

Page 18: Apresentação Teorias de Currículo

Considerações Tomaz Tadeu se aproxima de Giroux ao falar

da responsabilidade ética, política, pedagógica e pública que têm os professores.

É pós-estruturalista quando se aproxima de Foucault, Stuart Hall, Derrida, Deleuze e Gattari.

O Currículo expressa saber e poder. O conhecimento é libertação, autonomia e esclarecimento.

Acompanhando o pensamento de Foucault ressalta o caráter difuso da regulação e do poder. “Não há situação de não poder”. (p. 204)

Page 19: Apresentação Teorias de Currículo

“Virada linguística” “A linguagem é anterior ao sujeito”. (P. 205)

Se o sujeito não é um ser autônomo, como conscientizá-lo? Há possibilidade de transformação?

Currículo = prática produtiva de significados. O Currículo age como cultura, produz sentidos

em relações sociais assimétricas, como também é responsável pela produção de identidades sociais.

Page 20: Apresentação Teorias de Currículo

IV – Pós-colonialismo e currículo: hibridismo cultural

Fluxos culturais contemporâneos;

Diálogos multi e intercultural;

Caráter híbrido de constituição da cultura.

Page 21: Apresentação Teorias de Currículo

García Canclini e Homi Bhabha

Page 22: Apresentação Teorias de Currículo

García Canclini – antropólogo argentino

Hibridismo cultural latino americano: * descoleção dos sistemas culturais

organizados; Expansão colonial da cultura europeia. * desterritorialização dos processos

simbólicos; No mundo atual as culturas são de

fronteira, hibridismo e dinamicidade estão presentes nesta concepção.

* expansão de gêneros impuros. Não há culturas essenciais.

Page 23: Apresentação Teorias de Currículo

Homi Bhabha e o pós-colonialismo Cultura como prática de enunciação; Cada leitura é uma nova apropriação; Cultura não é reprodução. É produção; Não há sentidos puros, mas híbridos.

“São os símbolos e sentidos produzidos num processo ambivalente que envolve reiterar e negar ao mesmo tempo. Essa ambivalência é própria da cultura e é ela que possibilita algum controle dos sentidos ao mesmo tempo que inviabiliza que esse controle seja total.” (p. 211)

Page 24: Apresentação Teorias de Currículo

Culturas híbridas Ambivalência do poder: * Reconhecimento do outro. * Para se dominar o outro, constrói-se uma relação de

certa negociação em que há produção de algo, que não seja o controle absoluto e ilimitado, fato que permite o hibridismo. (p. 213)

Pensar o Currículo nesse sentido, sem o controle total, em que sejam possíveis a construção de outras significações.

É uma ilusão e uma violência achar que se acabaria com a discriminação trocando o ensino da cultura colonizadora pela cultura do aluno. Cultura não são coisas, “a não ser como estratégia de dominação.” (p. 215)