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DANIELA ALVES DA SILVA APRESENTAÇÃO DE UM PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A EMPRESA CERPI CANOAS, 2011.

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DANIELA ALVES DA SILVA

APRESENTAÇÃO DE UM PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA

A EMPRESA CERPI

CANOAS, 2011.

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DANIELA ALVES DA SILVA

APRESENTAÇÃO DE UM PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA

A EMPRESA CERPI

Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora do curso de Administração - Comércio Exterior, do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração, habilitação em Comércio Exterior.

Orientação: Prof. Dr. André Stein

CANOAS, 2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

DANIELA ALVES DA SILVA

APRESENTAÇÃO DE UM PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA

A EMPRESA CERPI

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas - Comércio Exterior do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, pela seguinte banca examinadora:

Aprovado pela banca examinadora em 29 de junho de 2011.

___________________________________

Prof°. Me. André Stein da Silveira UNILASALLE

__________________________________

Prof.ª Esp. Ana Cristina Póvoas UNILASALLE

_______________________________________

Prof°. Me. Guilherme Corrêa Gonçalves UNILASALLE

CANOAS, 2011

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Dedico este trabalho a meu pai Wilson e a

minha “mamita” Rejane, que se fizeram

presentes durante toda essa jornada

acadêmica, e com o seu amor e apoio me

deram estrutura para que mais este

objetivo fosse alcançado.

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus, que me deu forças e saúde para vencer

essa etapa tão importante na minha vida e por estar sempre me abençoando.

Agradeço ao meu pai por sempre estar presente nos momentos felizes e

difíceis, pelo seu apoio financeiro e por sempre acreditar que eu seria capaz de

conquistar a minha graduação.

Agradeço a Rejane pelo seu carinho e dedicação e pelo seu incentivo

emocional.

Ao meu noivo Frank, pelo seu carinho e paciência nos meus momentos de

nervosismo, desabafo e tensão, e pela minha ausência durante a execução do

TCC.

Agradeço a minha sogra Dorotea, pelas suas palavras de incentivo e por não

me deixar desistir desse objetivo, e pela disponibilidade em realizar a revisão

ortográfica.

Agradeço ao meu orientador André Stein, por estar sempre disponível nos

momentos em que eu precisei de esclarecimentos para a elaboração da pesquisa.

Agradeço à Professora Silvana Filereno por estar sempre disponível com

sugestões de melhorias para o trabalho.

Ao meu tio Rogério pela sua colaboração na formatação deste trabalho.

A minha colega e amiga Claudia que com suas palavras de incentivo me

tranquilizavam nos momentos difíceis.

À empresa Cerpi, em especial a Sr. Diego Cerveira, pela disponibilidade e

auxílio no desenvolvimento deste estudo.

Agradeço a minhas amigas que souberam compreender a minha ausência

durante esse período.

Enfim, para todos aqueles que, direta ou indiretamente, participaram na

elaboração deste trabalho.

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RESUMO

Este trabalho se propôs a elaborar um plano de ações estratégicas para a empresa

Cerpi Indústria e Comércio de Metais LTDA, empresa familiar do ramo

metalmecânico, com o intuito de auxiliar os gestores no desenvolvimento do seu

planejamento estratégico. Para isso, foi realizado um estudo de caso, que se deu

em nível exploratório e descritivo em que as técnicas de coleta de dados utilizadas

foram o brainstorming, questionário com os principais clientes e entrevistas em

profundidade com os gestores. Primeiramente, fez-se necessária a análise do

ambiente externo e interno da organização para o desenvolvimento da matriz

SWOT, onde foram apontadas as oportunidades, ameaças, forças e fraquezas, e,

posteriormente, foram criados os elementos permanentes: definiu-se missão, visão,

negócio, princípios e valores. Dando continuidade, utilizou-se a ferramenta BSC, a

qual tornou possível a definição dos objetivos estratégicos para cada perspectiva

que essa ferramenta utiliza. Essas perspectivas são as seguintes, financeira, do

cliente, processos internos, aprendizagem e crescimento. Por fim, elaborou-se o

plano de ação para a empresa.

Palavras-chave: Metalmecânica. Planejamento estratégico. SWOT. BSC. Plano de

ação.

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ABSTRACT

This paper proposes an elaborate plan of strategic action for Cerpi Industria e

Comercio de Metais Ltda. It’s a family business whose field is metal mechanics and

the aim is to help the managers on their developing of strategic plan. For this, it was

made a case study and the research level was exploratory and descriptive. The

techniques of data collection used were, brainstorming, questionnaires with their

main customers and in-depth interviews with managers. First, it was necessary to

analyze the external environment and internal organization for the development of

the SWOT matrix, which were pointed out the opportunities; threats, strengths and

weaknesses, and afterwards it was made the permanent feature; it defined the

mission, vision, business principles and values. To continuing the research , the

plan was used as a BSC tool, which made possible the definition of strategic

objectives for each perspective that this tool uses. These perspectives cover the

following, financial, customer, internal processes, learning and growth. At the end , it

was an elaborated plan of action for the company.

Key words: Metalmechanic. Strategic Planning. SWOT. BSC and Strategic Action

Plan.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organograma da empresa Cerpi............................................................... 15

Figura 2 - Matéria-prima (lingotes de bronze aluminizado). ...................................... 16

Figura 3 - Peças em bronze fosforoso (peças para equipamentos odontológicos). .. 17

Figura 4 - Modelos para fundição e suas respectivas peças já prontas. ................... 17

Figura 5 - Modelos para fundição e suas respectivas peças já prontas. ................... 18

Figura 6 - Macho fabricado em areia shell. ............................................................... 18

Figura 7 - Níveis de decisão e tipos de planejamento ............................................... 32

Figura 8 - As Cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da indústria

.................................................................................................................................. 52

Figura 9 - Análise SWOT .......................................................................................... 57

Figura 10 - Mapa estratégico..................................................................................... 84

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação da empresas segundo receita bruta anual e número de

funcionários. .............................................................................................................. 26

Quadro 2 - 5W2H ...................................................................................................... 61

Quadro 3 - Matriz SWOT ........................................................................................... 75

Quadro 4 - Densidade dos quadrantes ..................................................................... 76

Quadro 5 - Escala de posicionamento ...................................................................... 77

Quadro 6 - Cálculo de índice de posicionamento ..................................................... 77

Quadro 7 – Compilação do resultado do questionário – questão 1 ........................... 79

Quadro 8 – Compilação do resultado do questionário – questões 1 e 2 ................... 79

Quadro 9 - Objetivos estratégicos ............................................................................. 83

Quadro 10 - Indicadores das quatro perspectivas do BSC ....................................... 85

Quadro 11 - Plano de Ação - perspectiva financeira ................................................. 87

Quadro 12 - Plano de ação – perspectiva dos clientes ............................................. 88

Quadro 13 - Plano de ação - perspectiva processos internos ................................... 89

Quadro 14 - Plano de ação - perspectiva crescimento e aprendizagem ................... 90

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................... ..................................................... 14

2.1 Caracterização da organização e do seu ambiente ........................................ 14

2.2 Delimitação e definição da situação problema .. ............................................. 19

2.3 Justificativa ................................. ....................................................................... 20

2.3.1 Quanto à importância ....................................................................................... 20

2.3.2 Quanto à oportunidade ..................................................................................... 21

2.3.3 Quanto à viabilidade ......................................................................................... 21

3 OBJETIVOS ....................................... .................................................................... 22

3.1 Objetivo geral ................................ .................................................................... 22

3.2 Objetivos específicos: ........................ .............................................................. 22

4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................. ........................................................ 23

4.1 Indústria ..................................... ........................................................................ 23

4.1.1 Setor metalmecânico ........................................................................................ 24

4.2 Micro e pequena empresa ....................... ......................................................... 26

4.2.1 Empresa familiar .............................................................................................. 28

4.3 Planejamento .................................. ................................................................... 29

4.3.1 Conceito de Planejamento ............................................................................... 29

4.3.2 Níveis hierárquicos ........................................................................................... 31

4.4 Estratégia .................................... ....................................................................... 34

4.4.1 Níveis de estratégias nas organizações ........................................................... 37

4.5 Planejamento estratégico ...................... ........................................................... 38

4.5.1 A evolução e conceito de planejamento estratégico ........................................ 39

4.5.2 Elementos permanentes ................................................................................... 40

4.5.2.1 Negócio ......................................................................................................... 41

4.5.2.2 Missão ........................................................................................................... 42

4.5.2.3 Visão ............................................................................................................. 43

4.5.2.4 Valores .......................................................................................................... 44

4.5.3 Análise do ambiente ......................................................................................... 44

4.5.3.1 Ambiente externo .......................................................................................... 45

4.5.3.2 Análise setorial ............................................................................................. 48

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4.5.3.3 Ambiente interno ........................................................................................... 53

4.5.3.4 Objetivos ....................................................................................................... 53

4.5.4 Brainstorming ................................................................................................... 55

4.5.5 Matriz SWOT .................................................................................................... 56

4.5.6 Metodologia BSC (Balanced Scorecard) .......................................................... 58

4.6 5W2H .................................................................................................................. 60

4.6.1 Plano de ação .................................................................................................. 61

4.7 Controle estratégico .......................... ............................................................... 62

4.7.1 Satisfação do Cliente ....................................................................................... 63

5 METODOLOGIA ..................................... ............................................................... 64

5.1 Delineamento do tipo de estudo ................ ...................................................... 64

5.2 Delineamento da área alvo de estudo ........... .................................................. 65

5.3 Instrumento de coleta de dados ................ ...................................................... 66

5.4 Plano de análise de dados ..................... ........................................................... 67

6 ANÁLISE DOS DADOS ............................... .......................................................... 68

6.1 Diagnóstico ambiental ......................... ............................................................. 68

6.1.1 Macroambiente ................................................................................................. 69

6.1.1.1 Forças político-legais: .................................................................................... 69

6.1.1.2 Forças econômicas: ...................................................................................... 70

6.1.1.3 Forças tecnológicas:...................................................................................... 70

6.1.1.4 Forças sociais: .............................................................................................. 71

6.2 Ambiente setorial ............................. ................................................................. 71

6.2.1 Rivalidade entre concorrentes: ......................................................................... 72

6.2.2 Poder de barganha dos fornecedores: ............................................................. 72

6.2.3 Poder de barganha dos clientes: ...................................................................... 72

6.2.4 Ameaça de novos entrantes: ............................................................................ 73

6.2.5 Ameaça de produtos substitutos. ..................................................................... 73

7 OPORTUNIDADES AMEAÇAS FORÇAS E FRAQUEZAS ........ .......................... 74

7.1 Montagem da Matriz SWOT ....................... ....................................................... 74

7.1.1 Cálculo do impacto ........................................................................................... 75

7.1.2 Cálculo do índice de posicionamento ............................................................... 77

7.1.3 Satisfação do cliente ........................................................................................ 78

7.2 Elementos permanentes ......................... .......................................................... 80

7.2.1 Negócio ............................................................................................................ 80

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7.2.2 Missão .............................................................................................................. 81

7.2.3 Visão ................................................................................................................ 81

7.2.4 Princípios e Valores ......................................................................................... 81

7.3 BSC ..................................................................................................................... 82

7.3.1 Objetivos estratégicos e indicadores ................................................................ 83

7.3.1.1 Mapa estratégico ........................................................................................... 84

7.3.1.2 Indicadores .................................................................................................... 85

7.3.2 Plano de ação .................................................................................................. 86

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................. ...................................................... 91

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 94

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1 INTRODUÇÃO

As transformações no mundo corporativo são constantes e ocorrem num ritmo

muito acelerado. Empresas buscam auxílio em ferramentas para ajudar no processo

gerencial, em função das incertezas que o cenário empresarial apresenta.

As empresas precisam estar preparadas para o futuro, e, para isso, elas

precisam de planejamento para enfrentar os concorrentes, utilizar as oportunidades

e minimizar as ameaças.

Wildavsky (1973, p. 127, apud Mintzberg, 2004, p. 22), “um cientista político

conhecido por suas críticas ao planejamento, conclui que, ao tentar ser tudo, o

planejamento se tornava nada”. Para Mintzberg (2004, p. 22),

O planejamento pode ser tão ilusório porque seus proponentes estão mais preocupados em promover ideais vagos do que em conseguir posições viáveis, mais preocupados com o que o planejamento poderia ser do que com o que ele se tornou de fato. Por isso, falta ao planejamento uma definição clara de seu próprio lugar nas organizações e no estado. Contudo, nossa opinião é que o planejamento construiu um núcleo viável para si por meio de seus próprios sucessos e fracassos. A necessidade, portanto, não é criar um lugar para o planejamento, mas apenas reconhecer o lugar que ele já ocupa.

Segundo Ferreira et al (2005), as empresas brasileiras tomam decisões sem

saber que rumo seguir. Além disso, a diferença entre uma empresa de sucesso e

uma fracassada está em saber quão eficiente é o seu planejamento, e é esse item

que irá ditar a sobrevivência ou falência da empresa.

Complementa o autor que as empresas brasileiras de pequeno e médio porte,

geralmente, possuem recursos limitados, o que faz com que o planejamento seja

ainda mais importante para ela. Por essa razão, é necessário que essas empresas

saibam utilizar de forma correta suas capacidades e minimizem perdas em

atividades que não possuem o foco em direção ao caminho correto.

Julga-se correto acreditar que, para se tornarem mais competitivas, as

empresas de pequeno e médio porte busquem auxílio no desenvolvimento de um

planejamento estratégico, no intuito de se qualificarem e, dessa forma, permanecer

na atividade.

Entende-se ainda que os gestores não podem mais gerenciar suas

organizações apenas utilizando a intuição, o que antigamente era uma prática

executada. Hoje o planejamento se tornou indispensável para a empresa saber

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aonde ela quer chegar e quem é ela no ramo de sua atuação, porque o cenário

corporativo se torna cada vez mais complexo. Portanto, as empresas, através do

seu planejamento, poderão tomar decisões de forma estruturada, alcançando um

melhor desempenho e resultado.

Nesse sentido, a proposta deste trabalho é apresentar um plano de ações

estratégicas para a empresa Cerpi com o intuito de torná-la mais preparada na sua

gestão, aproveitando suas potencialidades e corrigindo suas deficiências.

O trabalho está estruturado em sete capítulos, conforme será apresentado a

seguir.

No capítulo 1, na introdução, realiza-se uma breve apresentação do cenário no

qual a empresa está, e do que será proposto à empresa.

No capítulo 2, apresenta-se a caracterização da organização e de seu

ambiente, como histórico, organograma da empresa estudada, principais clientes,

concorrentes e os produtos comercializados. Nesse capítulo, se introduz também a

definição e a delimitação do problema de pesquisa e suas justificativas, quanto à

importância, oportunidade e viabilidade.

No capítulo 3, apresentam-se o objetivo geral e os objetivos específicos do

trabalho.

No capítulo que segue, aborda-se a revisão da literatura que irá ser utilizada

como base para a realização da pesquisa.

No quinto capítulo, são apresentados o método de pesquisa, o delineamento

do tipo e da área de estudo, instrumento de coleta de dados, assim como o plano da

análise dos dados coletados.

No capítulo 6, apresenta-se a análise de dados, onde as forças do

macroambiente da empresa Cerpi são apresentadas.

No capítulo 7, apresentam-se as oportunidades, ameaças, forças e fraquezas,

delineando-se assim a matriz SWOT, seguindo com os elementos permanentes

onde se define negócio, missão, visão e valores. Logo após, será utilizada a

ferramenta Balanced Scorecard (BSC), que traz os objetivos estratégicos e

indicadores, finalizando com o plano de ação da empresa.

Por fim, no último capítulo, além da opinião da autora em relação aos objetivos

propostos inicialmente, apresentam-se sugestões para estudos futuros. Neste

capítulo, explanam-se as considerações finais.

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2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Segundo Roesch (2005, p. 90), “um problema pode ser definido tanto a partir

da observação, como da teoria, ou ainda de um método que se queira testar”.

Já para Vergara (2007, p. 13),“ problema é uma questão não resolvida, é algo

para o qual se vai buscar resposta, via pesquisa”.

Vergara complementa ainda que, se o problema não tiver tido uma formulação

adequada, pode correr o risco de colocar todo o trabalho em perigo, pois consome

muito tempo e forças do seu realizador.

Neste capítulo, num primeiro momento, será feita a caracterização da

organização e do seu ambiente, em seguida, se fará a definição do problema e, por

fim, se apresentará a justificativa para a realização desta pesquisa.

2.1 Caracterização da organização e do seu ambiente

A empresa Cerpi Indústria e Comércio de Metais LTDA, foi fundada em 23 de

Janeiro de 1980. Trata-se de empresa familiar de pequeno porte, localizada na Rua

Jacy Porto, 1049, na cidade de São Leopoldo – RS, e inscrita no CNPJ:

89.815.021/0001-79.

A empresa é especializada na fabricação de peças fundidas em ligas não-

ferrosas, atuando nos mais diversos segmentos da indústria desde 1980. A ideia

surgiu da intenção dos fundadores, Luiz Cerveira e Tânia dos Santos, de administrar

um negócio próprio e prosperar no ramo da indústria. A experiência de ambos no

ramo de fundição e de compra e venda de metais nobres ajudou-os a conquistar

espaço no mercado.

A organização possui administração familiar e um sistema linear hierárquico de

organização, cujas funções são determinadas de acordo com o grau de

subordinação. Atualmente conta com dois sócios diretores, um gerente e quinze

funcionários na área de produção. Os sócios diretores da organização são Luiz

Cerveira e Tânia dos Santos, e o gerente é Diego Cerveira.

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Luiz é responsável pelas tarefas administrativas. Além dessa tarefa, cabe a ele

repassar ordens para a produção e acompanhar e supervisionar os processos mais

diretamente. Tânia dos Santos é responsável pelo atendimento aos clientes, área

fiscal e recursos humanos. Diego Cerveira é o gerente da empresa, e cabe a ele

fazer toda a negociação direta com os clientes e fornecedores.

Para facilitar o entendimento da estrutura da empresa ilustra-se a seguir o

organograma da Cerpi.

Figura 1 - Organograma da empresa Cerpi

Fonte: Autoria própria, 2011.

A área produtiva está encarregada pela fabricação das peças e está

organizada de acordo com o fluxo de produção:

a) Linha de produção;

b) Preparação da matéria-prima;

c) Moldagem e mancharia;

d) Fusão e fundição;

e) Corte e acabamento e;

f) Expedição.

Atualmente sua planta fabril tem 800m2 de área construída e capacidade de

produção de 10 toneladas mensalmente. Os órgãos regulamentadores são FEPAM

(Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler) e ABIFA

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(Associação Brasileira de Fundição). Está vinculada também ao Sindimetal

(Sindicato das Indústrias Metalúrgicas do Vale dos Sinos), e os funcionários à CUT

(Sindicato dos Metalúrgicos do Vale dos Sinos).

A empresa atua em diversas áreas do setor metalmecânico nacional,

principalmente naquelas voltadas à indústria naval, petrolífera, pneumática, de

irrigação e odontológica, máquinas e equipamentos industriais, revendas de metais,

entre outras.

Seus principais clientes são: Copê, Bel Air Pneumática e Hidráulica, Coester,

Texius, Vanbro Bombas Submersas, Empresas Taurus, Divimec, Geyer, Sider Sul,

Hiper Metal e Schuster Periféricos Odontológicos.

Quanto aos seus concorrentes, podem ser citados Fundição Berger e

Fundição Santa Teresinha.

Seus produtos são peças fundidas em metais não-ferrosos (ligas de cobre,

bronze, latão e alumínio).

A seguir seguem fotos de alguns produtos.

Figura 2 - Matéria-prima (lingotes de bronze aluminizado). Autor: Autoria própria, 2011.

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Figura 3 - Peças em bronze fosforoso (peças para equipamentos odontológicos). Autor: Autoria própria, 2011.

Figura 4 - Modelos para fundição e suas respectivas peças já prontas. Autor: Autoria própria, 2011.

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Figura 5 - Modelos para fundição e suas respectivas peças já prontas. Autor: autoria própria, 2011.

Figura 6 - Macho fabricado em areia shell. Autor: autoria própria, 2011.

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2.2 Delimitação e definição da situação problema

Segundo Porter (1999), a competição praticamente não existia em alguns

países e setores, e os mercados tinham proteção. O que prevalecia eram as

posições de dominação, e, mesmo havendo concorrentes, a rivalidade era mais

tranquila. O autor complementa ainda que as empresas e os países não podem

deixar de ter o conhecimento e necessidade da competição, e que é preciso

compreender e executar com perícia.

Entende-se que as empresas, para se tornarem competitivas no mercado, tanto

nacional quanto internacional, precisam estar inovando e se reinventando a cada

instante, mantendo-se atualizadas em relação ao cenário global e sempre buscando

um diferencial. Hoje muitas pequenas empresas estão trabalhando com consultorias

para implementar um planejamento estratégico dentro de suas organizações, pois

muitas delas conseguem visualizar nesse modelo de gestão um diferencial

competitivo. Além disso, os gestores também estão procurando estruturar melhor

seus processos, buscando uma maior integração com os seus colaboradores, para

que eles possam ter uma visão estratégica da organização. Isso os ensina a mudar

a forma de pensar, mostra-lhes que a empresa tem capacidade para progredir, e

os faz trabalhar de uma maneira diferente e quebrar paradigmas, tendo uma visão

holística da organização.

De acordo com Porter (1997), as empresas pequenas, para sobreviver,

precisam saber claramente o nicho de mercado onde estão inseridas e o modo para

se diferenciar dos concorrentes.

Para Tiffany (1998), deixar de planejar é um sacrilégio empresarial tão sério

que sempre merece um sermão. O autor complementa ainda que planejar nem

sempre é fácil, já que não existem respostas certas ou erradas e nada é garantido.

O processo de planejamento capacita a empresa, deixa a organização mais

preparada para encarar os desafios de um futuro incerto. Embora não possa

solucionar todos os problemas, o planejamento estratégico é de grande importância,

pois torna um administrador melhor e transforma a empresa, independente do seu

tamanho, torna-a mais competitiva e abre-lhe um leque de possibilidades de

sucesso no longo prazo.

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Segundo Stevenson (2001, p. 29), “a competitividade é um fator importante

para se determinar se uma empresa irá prosperar se mal conseguirá funcionar, ou

se irá à falência”.

A empresa Cerpi, com o intuito de se tornar competitiva, vem buscando uma

maior agilidade na tomada de decisões, melhor comunicação interna. Padroniza,

assim, os seus procedimentos entre outros benefícios que obtém com a

implementação de um programa de planejamento estratégico que irá beneficiar não

somente a empresa, mas o contexto onde ela está inserida, como clientes e

fornecedores.

Em função do exposto, surge a seguinte questão para a análise e discussão

neste trabalho: como desenvolver e implementar ferramentas capazes de apoiar a

administração no que diz respeito à programação, controle e execução das

atividades organizacionais?

2.3 Justificativa

Segundo Roesch (2005, p. 98), “justificar é apresentar razões para a própria

existência do projeto”. Para a autora, a realização de uma pesquisa se justifica sob a

ótica da importância, da viabilidade e da oportunidade.

2.3.1 Quanto à importância

Esta pesquisa se faz importante para o pesquisador, uma vez que poderá

colocar em prática a teoria estudada ao longo do curso, e também se faz importante

para outros alunos da instituição e demais interessados no assunto abordado que

poderão utilizar este trabalho como fonte de consulta.

Em relação à empresa objeto deste estudo, se torna importante para que a

mesma possa aplicar o plano e, dessa maneira, ter seus objetivos atendidos, além

do fato que será útil para ela verificar como se manter num cenário tão competitivo.

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Tem relevância também para a faculdade, uma vez que ela está preparando

profissionais com maior competência e qualificação para colocar no mercado de

trabalho.

Além disso, devido às pequenas empresas estarem se preocupando cada vez

mais com os seus concorrentes e com os seus clientes, fazer um planejamento

estratégico pode auxiliá-las no crescimento e a alcançar uma vantagem competitiva.

2.3.2 Quanto à oportunidade

Um dos fatores que tornou o desenvolvimento deste trabalho oportuno foi o

acesso que a pesquisadora possui à empresa, além de a mesma ter demonstrado

interesse na realização do planejamento estratégico, e se acredita que se poderá ser

aplicado pela mesma num futuro próximo, ou seja, tanto a pesquisadora quanto a

empresa têm ganhos com este trabalho: a primeira, pela oportunidade de, com este

trabalho acadêmico, realizar a prática de conteúdo desenvolvido em aula; a

segunda, pela oportunidade de realização do seu planejamento estratégico que lhe

será útil no planejamento de ações futuras.

2.3.3 Quanto à viabilidade

O trabalho se tornou viável devido à disponibilidade de tempo dedicada tanto

da pesquisadora quanto da empresa em fornecer informações que foram

necessárias na realização da pesquisa.

Outro fator que deve ser citado quanto à viabilidade da realização da pesquisa,

é que a mesma não demanda custo, nem para a empresa, nem para a

pesquisadora. As informações necessárias foram adquiridas através da literatura

existente em livros ou fornecidas pela empresa Cerpi.

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22

3 OBJETIVOS

Segundo Roesch (2005, p. 96 e 97),“uma distinção importante é entre o

objetivo geral e objetivos específicos. O objetivo geral define o propósito do trabalho

e os objetivos específicos operacionalizam, especificam o modo como se pretende

atingir um objetivo geral”.

3.1 Objetivo geral

Apresentar um plano estratégico para a empresa Cerpi utilizando as

ferramentas análise SWOT, brainstorming e BSC.

3.2 Objetivos específicos:

a)Construir o conjunto de elementos permanentes da gestão estratégica;

b)Diagnosticar a atual situação da empresa, quanto ao seu ambiente

interno e seu ambiente externo;

c)Construir uma matriz FOFA (Swot), identificando o cruzamento dos dados

coletados junto ao ambiente interno e externo;

d)Construir um mapa estratégico utilizando a metodologia BSC.

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23

4 REFERENCIAL TEÓRICO

Para desenvolver a pesquisa é necessário ter um embasamento teórico que

possibilite encontrar informações necessárias ao assunto pesquisado. Neste

capítulo, será realizada uma busca em relação ao referencial teórico que ajudará a

compreender e explicar os dados levantados junto à empresa.

Segundo Roesch (2005), o referencial teórico permite encontrar soluções

alternativas para tratar de uma problemática, permitindo, por exemplo, levantar

dados e informações contextuais para dimensionar e qualificar o problema em

estudo.

4.1 Indústria

Segundo Arruda (1988, p. 7), “a Revolução Industrial foi uma das mais

importantes entre todas as revoluções verificadas no decurso do processo histórico.

Isto porque transformou radicalmente a história mundial”.

Para Deane (1975), a primeira fase da revolução industrial ocorreu na Grã-

Bretanha, e o fato interessante é que ocorreu espontaneamente, sem a assistência

governamental, a qual se tem constituído da maioria das revoluções industriais que

ocorreram.

Deane (1975, p. 12) afirma ainda que,

A data precisa de seu início é objeto de controvérsia. O primeiro historiador econômico a discutir a experiência britânica da industrialização em termos desse conceito duma revolução especifica foi Arnold Toynbee que pronunciou uma série de conferências sobre o assunto na Universidade de Oxford em 1880. Tomou como seu marco inicial o ano de 1760, e por cerca de meio século esse ponto de vista sobre a matéria permaneceu sem repto.

Segundo Hardman e Leonardi (1991), no Brasil, as primeiras fábricas surgiram

no século XIX. Eram estabelecimentos de pequeno porte, que sofreram, em geral,

uma fase efêmera. A partir de 1870, o aumento foi significativo em número e em

importância, tendo um processo que intensificaria por volta dos anos 1885-95. O

autor complementa informando que esse período foi conhecido como “nosso

primeiro surto”, porém isso foi considerado como “industrialização” e havia

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características antagônicas daquelas que possuíam o mesmo processo na

Inglaterra, Alemanha entre outros países da Europa, Estados Unidos e Japão.

Para Coutinho e Ferraz (2002), a indústria brasileira teve seu início tardio, mais

precisamente no período entre as duas grandes guerras e somente teve um

aceleramento a partir da década de 1950. O Brasil teve uma transformação industrial

durante as três décadas após o final da 2º Guerra Mundial. Nesse período, a

economia mundial crescia intensamente, e o desempenho brasileiro foi considerável,

mesmo se comparado a outros países.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (doravante IBGE)

(2011, apud Abdala, 2011),

A produção industrial brasileira cresceu 6,9% em fevereiro deste ano, em relação ao mesmo mês do ano passado. É a 16ª taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o maior crescimento desde agosto do ano passado, quando a expansão foi de 8,6%. O crescimento de 6,9% de um ano para outro foi puxado por 22 das 27 atividades industriais, com destaque para a produção de veículos automotores, que aumentou 24,1%. Outras atividades que contribuíram para a produção industrial foram máquinas e equipamentos (9,5%), alimentos (6,2%), outros equipamentos de transporte (23,7%) e produtos de metal (10,4%). Já a principal influência negativa para o mês de fevereiro deste ano, em relação a fevereiro de 2010, veio de outros produtos químicos, que tiveram queda de 8,7% na produção.

Na seção a seguir, será abordado o setor metalmecânico, setor em que a

empresa pesquisada está inserida.

4.1.1 Setor metalmecânico

Segundo Villaschi Filho e Lima (2000), o setor metalmecânico apresenta várias

características, que, por sua vez, tendem a dificultar uma análise generalizada e

comparativa. Vários estudos encontrados não chegam a uma só conclusão em

relação à classificação setorial.

Cruz (1985, apud Villaschi Filho e Lima 2000) ratifica que a indústria

metalmecânica reúne todos os setores que são ligados à transformação de metais,

que inclui as plantas de bens e serviços intermediários, como fundição, forjaria,

oficina de corte, soldagem, estamparia, tratamento térmico, assim como os

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estabelecimentos de produtos finais, bens de capital, de consumo, equipamento,

maquinaria, veículos e materiais de transporte.

Para Villaschi Filho e Lima (2000, p. 6) “a indústria metalmecânica de peças,

acessórios, equipamentos e serviços industriais, é fragmentada devido à crescente

desverticalização dos processos produtivos e especificidades dos ativos que fornece

os seguintes produtos”:

a) Peças, acessórios e equipamentos para indústrias gerais, em especial

para a indústria mecânica e siderúrgica;

b) Equipamentos de transmissão, instalações industriais e equipamentos

diversos;

c) Fabricação de artefatos de ferro e não ferrosos, artefatos de cutelaria,

metal, ferramentas manuais, artigos de calderaria, tanques,

reservatórios, ferragens e eletrotécnicas, corte de chapas metálicas,

serralheria;

d) Serviços industriais (usinagem, fundição, solda, reparação e

manutenção de máquinas e equipamentos);

e) Estamparia, funilaria, embalagens metálicas, têmpera, tratamento

térmico, serviço de galvanotécnica e recuperação de sucata metálica.

Os autores Villaschi Filho e Lima (2000, p. 7), descrevem que “a indústria de

fundição é um segmento da economia que se caracteriza pela produção de bens

intermediários e fornece seus produtos para a indústria de diversos segmentos.”

Alguns segmentos que fazem uso desses produtos são as indústrias

automobilísticas, de construção ferroviária e naval, de bens de capital como

máquinas e implementos agrícolas e de base como a siderúrgica (lingoteiras e

cilindros) entre outros (VILLASCHI FILHO e LIMA, 2000).

O processo utilizado pela indústria de fundição, em sua essência, consiste na fusão de ferro, aço ou metais não-ferrosos, como cobre, zinco, alumínio e magnésio, visando obter certas propriedades para o produto final. Na forma liquida, os metais e sua ligas são vazados no interior de moldes confeccionados com areias especiais aglomeradas com resinas próprias para esse fim, com formatos que reproduzem o objeto pretendido (VILLASCHI FILHO e LIMA, 2000).

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4.2 Micro e pequena empresa

Os critérios de classificação quanto ao tamanho de uma empresa, constituem

fatores importantes de apoio às micro e pequenas empresas, fazendo com os

estabelecimentos dentro dos limites instituídos possam utilizar os benefícios e

incentivos que existem nas legislações. No estatuto de 1999, o critério usado para

conceituar micro e pequena empresa, foi a receita bruta anual, cujos valores foram

atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, de 31 de março de 2004, além desse

critério adotado no Estatuto, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (dorante SEBRAE) também utiliza o conceito de quantidade de

funcionários na empresa.

A seguir, apresenta-se uma tabela ilustrativa com dados balizadores utilizados

para a classificação de microempresa e empresa de pequeno porte.

Microempresa Empresa de Pequeno Porte

Receita bruta anual Inferior a R$ 433.755,14 Entre R$ 433.755,14 e R$ 2.133.222,00

Enquadramento Simples Inferior a R$ 240.000,00 Entre R$ 240.000,00 e R$ 2.400.000,00

Funcionários até 19 funcionários de 20 a 99 funcionários

Quadro 1 - Classificação da empresas segundo receita bruta anual e número de funcionários.

Fonte: Sebrae - Autoria própria, 2011. O quadro 1 evidencia a identificação do enquadramento de micro e pequenas

empresas, sob a ótica de faturamento e também sob a ótica de números de

empregados.

Segundo o SEBRAE, esses critérios são utilizados em vários programas de

crédito do governo federal em apoio às Micro e Pequenas Empresas (doravante

MPE’s).

Quanto ao regime simplificado de tributação SIMPLES, ele se acha vinculado a

uma lei de cunho estritamente tributário, que diferencia a micro e pequena empresa

que está enquadrada conforme apresentado no quadro 1.

Para cada Estado há uma variedade de conceitos critérios para diferenciar as

micro e pequenas empresas, que variam de acordo com a sua situação econômica e

fiscal própria.

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27

As MPE’s tendem ao aumento na participação relativa. Esse incremento na

geração de novas ocupações pelas MPEs está diretamente ligada às

transformações que vêm ocorrendo nas grandes organizações que tendem a investir

na automação e na renovação tecnológica dos processos produtivos, possibilitando

o surgimento de novos negócios e utilizam da terceirização, subcontratando

externamente funções executadas anteriormente dentro da organização (TAKESHY

E FARIA, 2008).

Segundo Takeshy e Faria (2008), as MPEs são mais ágeis e prestam um

serviço muito mais personalizado aos seus clientes, fazendo com que os

colaboradores atinjam níveis de motivação e comprometimento mais elevado do

que empresas de grande porte. Esse tipo de organização também permite ao

colaborador se identificar com a organização, tendo a possibilidade de ver os

resultados do seu trabalho, fazendo ele compreender que suas atitudes podem levar

a um resultado econômico que pode trazer sucesso ou até mesmo o fracasso de seu

empregador.

Para Longenecker (1997, p. 27), “especificar qualquer padrão de tamanho para

definir pequenas empresas é algo necessariamente arbitrário porque as pessoas

adotam padrões diferentes para propósitos diferentes.”

Longenecker (1997) ratifica ainda que os critérios utilizados para medir o

tamanho do negócio variam, pois alguns critérios que podem ser aplicados a todas

as áreas industriais, em outras são relevantes apenas para certos tipos de negócio.

Alguns critérios que são utilizados para medir o tamanho são número de

empregados, volume de vendas, valor de ativos, seguro da força trabalho e volume

de depósitos. Embora o mais usado seja o número de empregados, o melhor

critério, em qualquer caso, irá depender do propósito do usuário.

As micro e pequenas empresas no Brasil contribuíram com 79,8% das vagas

de trabalho com carteira assinada em janeiro de 2011. Esses dados foram captados

pelo Sebrae com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

(doravante CAGED). Foram geradas 121.386 vagas para negócios com, no máximo,

99 funcionários, e as organizações que têm entre cinco e dezenove funcionários

tiveram contratações líquidas da ordem de 2,3% (PAIVA, 2011).

Segundo o presidente do SEBRAE, Sr. Luiz Barreto,

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As micro e pequenas empresas são as grandes geradoras de emprego e renda no Brasil e cada vez mais se firmam como propulsoras de desenvolvimento. ‘A estabilidade econômica que o país vive hoje, somada às oportunidades dos próximos anos por conta dos grandes eventos, farão com que esses números sejam cada vez melhores’, avalia o presidente do Sebrae, Luiz Barretto (SEBRAE, 2011).

4.2.1 Empresa familiar

Segundo Ricca (2007), empresas familiares são uma realidade em todo o

mundo, porém enfrentam problemas no que diz respeito à gestão e à maneira como

a sucessão de cargos de direção se configura, e, mesmo que as medidas a serem

tomadas em prol da profissionalização pareçam óbvias, a maioria das famílias que

controlam empresas não agem neste sentido.

Para Ricca (2007), o que impede as pessoas de agirem racionalmente são os

laços emocionais que envolvem os relacionamentos. Os papéis na família e na

organização podem tornar-se confusos, as pressões que existem na empresa

podem vir a sobrecarregar e até mesmo destruir relacionamentos familiares, mas

quando trabalham em harmonia, as famílias têm a possibilidade de trazer para a

organização comprometimento, investimento a longo prazo, podem agir de forma

rápida e dedicada, qualidades que empresas não familiares desejam e raramente

alcançam. A empresa familiar tem um papel importante na economia e traz

satisfação para milhões de pessoas (RICCA, 2007).

Segundo Bernhoeft citado por Gracioso (2007), vários autores têm definido a

ideia de que toda organização que é de propriedade de uma ou duas famílias deve

ser considerada empresa familiar, mas, se levarmos em consideração que a maioria

das empresas, mesmo as de grande e médio porte, são constituídas por empresas

familiares e que a empresa familiar pode ser caracterizada por duas formas, a

empresa pode ser de controle e gestão familiar e pode vir a evoluir para continuar

sendo uma organização de controle familiar e gestão não familiar, ou até mesmo ter

controle familiar e uma gestão mista.

Gracioso (2007) menciona ainda que os problemas da empresa familiar

começam a surgir após a segunda geração, quando se torna difícil conciliar opiniões

e interesses de toda a família, e que o sucesso de qualquer organização,

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independentemente se é administrada por uma só família ou por executivos

contratados, o que importa é a trilogia formada pela capacidade de inovação,

coerência nas ações a longo prazo e o carisma dos líderes que possuem a crença

na excelência e têm a capacidade de transmitir essa crença aos seus parceiros.

Facilmente encontram-se essas qualidades nas empresas familiares, mas, no

momento em que o fundador da empresa ou os homens mais ligados ao fundador

se afastam da organização, essas qualidades tendem a desaparecer, parecendo até

maldição sobre as empresas familiares.

4.3 Planejamento

Segundo Oliveira (2007), o planejamento é um desenvolvimento de processos,

técnicas e atitudes administrativas, que levam a proporcionar uma situação capaz de

identificar as implicações futuras de decisões no presente em relação aos objetivos

empresariais que irão ajudar a tomada de decisão no futuro.

Podemos afirmar que o planejamento faz parte do cotidiano. Quando se

planejam as férias, quando se planeja a compra de um imóvel ou automóvel,

automaticamente o planejamento já está incorporado e, por meio dele, é que

tomamos as nossas decisões para que os objetivos sejam alcançados.

A seguir conceitua-se planejamento.

4.3.1 Conceito de Planejamento

Oliveira (2007) acredita que ainda existe certa dificuldade em relação ao

conceito da função do planejamento nas empresas, em organizar sua real amplitude

e abrangência.

Para Montana e Charnov (1998), o planejamento é uma das tarefas mais

importantes que o administrador tem para realizar, e que existem diferentes tipos de

planejamento. No âmbito da administração, o significado de planejamento pode ser

dividido em estratégico e operacional.

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Para Ackoff (1975, p. 1),

Planejamento é a definição de um futuro desejado e de meios eficazes de alcançá-lo. É um instrumento usado pelo sábio, mas não só por ele. Quando utilizado por homens de capacidade inferior, este instrumento se transforma num ritual irrelevante que produz paz de espírito a curto prazo, mas não o futuro que se deseje.

Ackoff (1975, p. 1) descreve ainda que “ planejamento é uma das atividades

intelectuais mais complexas e difíceis nas quais um homem pode se envolver. Não

fazê-lo bem não é um pecado, mas contentar-se em fazê-lo pior do que seria

possível, é imperdoável.”

Segundo Ackoff (1975), planejamento é um processo de tomada de decisão,

mas nem todo processo decisório é planejamento. Planejamento é algo que se faz

antes de agir; ou seja, é tomar uma decisão antecipadamente, é o ato de decidir o

que fazer, e como fazer antes mesmo que seja necessária uma ação.

Para Lacombe e Heilborn (2003), planejamento não se refere a decisões

futuras, e que isto não existe, pois as decisões são tomadas sempre no presente,

ou seja, o planejamento é feito no presente, os resultados é que são projetados no

futuro.

Para Bateman e Snell (1998, p. 121), “planejamento é o processo consciente e

sistemático de tomar decisões sobre objetivos e atividades que uma pessoa, um

grupo, uma unidade de trabalho ou uma organização buscarão no futuro.”

As atividades de planejamento incluem a análise da situação atual, antecipação do futuro, a determinação de objetivos, a decisão sobre em que tipos de atividades a organização deverá se engajar, a escolha de estratégias corporativas e de negócios, e a determinação dos recursos necessários para atingir as metas da organização (BATEMAN E SNELL, 1998, p. 28).

Segundo Steiner (1969, apud Oliveira, 2007) existem cinco dimensões do

planejamento, que são descritas abaixo.

A primeira dimensão do planejamento diz respeito ao assunto abordado, que

pode ser produção, pesquisa, novos produtos, finanças, marketing, recursos

humanos etc.

Outra dimensão se refere aos elementos do planejamento, quais sejam:

propósitos, objetivos, estratégias, políticas, programas, orçamentos, normas e

procedimentos, entre outros.

A terceira dimensão diz respeito quanto ao tempo do planejamento, que pode

ser de longo, médio ou curto prazo.

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Já a quarta dimensão corresponde às unidades organizacionais em que o

planejamento é executado. Pode ter planejamento corporativo, de unidades

estratégicas de negócios, de subsidiárias, de grupos funcionais, de produtos etc.

A quinta e última dimensão é referente às características do planejamento, que

podem ser quanto à complexidade ou simplicidade, qualidade ou quantidade;

planejamento estratégico ou tático, confidencial ou público, formal ou informal,

econômico ou dispendioso.

O autor afirma ainda que as cinco dimensões permitem visualizar a

abrangência do assunto planejamento.

O processo de planejamento é a ferramenta para administrar as relações com

o futuro. É uma aplicação específica do processo de tomar decisões.

Segundo Maximiano (2008), além da tomada de decisão, o planejamento é

uma dimensão das competências intelectuais e também uma questão de atitude.

A maioria dos autores concorda em afirmar que planejamento está relacionado

com o futuro. A seguir serão abordados os níveis hierárquicos dentro de uma

organização.

4.3.2 Níveis hierárquicos

Segundo Griffin (2007), as empresas definem diferentes e diversos tipos de

planos. Em geral, esses planos são estratégicos, táticos e operacionais. Segundo o

autor, citando Hill e Gareth (2007), planejamento estratégico é focado para atingir

metas estratégicas, ou seja, ele é responsável pela abordagem geral que direciona

as decisões referentes à alocação de recursos, prioridades e ações que precisam

para atingir as metas estratégicas.

Planejamento tático é direcionado para a implementação de determinadas

partes de um plano estratégico e destina-se a atingir metas táticas. Se comparado

aos planos estratégicos, apresenta um tempo mais curto e um foco mais específico

e concreto.

Os planos táticos geralmente envolvem o alto e médio escalão gestor da

empresa.

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O mesmo autor finaliza mencionando que o planejamento operacional é

responsável pela execução do plano tático para atingir as metas operacionais. Os

gestores envolvidos nesse plano são os de médio e baixo escalão, e têm enfoque

de curto prazo.

Oliveira (2009) segue a mesma linha de raciocínio, mencionando que, na

consideração dos grandes níveis hierárquicos, podem-se distinguir três tipos de

planejamento:

a) Planejamento estratégico;

b) Planejamento tático; e

c) Planejamento operacional.

A seguir, ilustram-se com a figura 7 os tipos de planejamento aos níveis de

decisão em uma pirâmide organizacional.

Figura 7 - Níveis de decisão e tipos de planejamento Fonte: Oliveira (2009, p.15)

Entende-se com a figura apresentada que em uma organização em que se

trabalha com o planejamento estratégico, há diversos níveis hierárquicos de

decisões como nível operacional, onde as decisões são tomadas pelos supervisores,

nível tático, sendo decidido pelos gerentes de cada setor, e o nível estratégico, nível

em que as decisões são tomadas pela alta cúpula da empresa.

Para Oliveira (2009), planejamento estratégico é um processo administrativo

que fornece base metodológica para definir a melhor direção a ser seguida pela

empresa, levando em consideração as condições externas e internas do ambiente e

sua evolução.

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Para se saber se realmente uma empresa possui planejamento estratégico, é

preciso responder a algumas perguntas básicas como (OLIVEIRA, 2009):

a) De fato conhece seu negócio? Sabe a real amplitude dele?

b) Tem interação com os fatores externos ou não controláveis e os fatores

internos, ou controláveis?

c) Conhece o potencial de sua empresa?

d) Conhece sua vantagem competitiva? E a dos concorrentes?

e) Tem caminhos alternativos para caso o plano A não dar certo?

f) Todos na organização compreendem o comprometimento para com os

resultados esperados?

Oliveira (2009) menciona que além das questões elencadas acima é importante

saber de que modo as empresas utilizam o planejamento estratégico para equilibrar

as suas incertezas, desenvolver planos alternativos, focar nos resultados esperados

representados por seus objetivos, desafios e metas.

Planejamento tático visa a otimizar uma determinada área de resultado e não a

empresa como um todo. A principal finalidade é utilizar os recursos disponíveis para

a efetivação de objetivos fixados de forma eficiente.

Planejamento operacional é formalizado através de documentos escritos, das

metodologias de desenvolvimento e implantação de resultados específicos a serem

alcançados pela área funcional da empresa.

Para Maximiano (2007), a autoridade está dividida na vertical em níveis. As

pessoas que aparecem no organograma no topo têm autoridade sobre as que estão

no nível mais baixo, elas, por sua vez, precisam prestar contas para aquelas que

estão acima. Essa figura da autoridade em níveis é chamada de hierarquia ou

cadeia de comando. A quantidade desses níveis é denominada número de escalões

hierárquicos. Para a grande maioria das organizações, os gerentes estão agrupados

em três principais níveis hierárquicos: os executivos, gerentes intermediários e

supervisores, ou equipes autogeridas:

a) Executivos estão no nível mais alto da hierarquia, são diretores,

superintendente e presidente. Cabe a ales definir os objetivos, recursos

e quanto à avaliação e correção do desempenho da empresa;

b) Gerentes intermediários estão no segundo nível e estão abaixo dos

executivos. Eles têm responsabilidade pela coordenação das unidades

de trabalho, que são departamentos, divisões ou gerências. Eles que

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tem a responsabilidade de transformar os objetivos da alta cúpula em

objetivos específicos, definindo e mobilizando recursos e controlando as

atividades realizadas;

c) Supervisores e equipes autogeridas estão abaixo dos gerentes

intermediários. Líder e supervisor geralmente são denominações para

os que chefiam grupos formados por funcionários operacionais, que têm

responsabilidade pela realização de tarefas que fornecem produtos e

serviços aos clientes. Os trabalhadores operacionais podem ser desde

cientistas, operários especializados ou trabalhadores braçais sem

qualificação. Isso vai depender de vários fatores como da natureza do

trabalho, dos conhecimentos exigidos e do tamanho da empresa.

Antigamente, os supervisores eram conhecidos como capatazes e

tinham a missão de transmitir ordens e assegurar que elas fossem

cumpridas. Com o passar do tempo, os supervisores passaram a ser

facilitadores que auxiliam os grupos a tomar decisões por conta própria.

Em alguns casos, não existem mais supervisores, seu papel passa a

ser substituído pela autogestão dos grupos de trabalho. Em algumas

empresas, os funcionários no nível operacional, não têm chefes, estão

ligados diretamente a um gerente, sem supervisores intermediários. Eles

podem tomar e implementar decisões que cabem aos chefes do caso

anterior (MAXIMIANO , 2007).

Nesse contexto, entende-se que os autores Griffin, Oliveira e Maximiano,

seguem na mesma linha de raciocínio quando se trata da caracterização dos

diversos níveis hierárquicos dentro do planejamento estratégico. Na sequência será

o tema estratégico mais bem explorado, uma vez que esta questão é importante na

elaboração de um planejamento estratégico.

4.4 Estratégia

Segundo Sunzi (2000), Sun Tzu é a figura de um general, com muitas

qualidades, entre elas o segredo, a dissimulação, a astúcia e a surpresa. Esse

general, por sua vez, deve evitar cinco defeitos: a precipitação, a hesitação, a

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irascibilidade, a preocupação com as aparências, e excessiva complacência. O

autor menciona ainda que mesmo que as táticas bélicas tenham sofrido alterações,

alguns estrategistas modernos ainda usufruem dessa obra, pois enfrenta outra

guerra, a guerra no mundo dos negócios.

A guerra foi o cenário onde o conceito de estratégia ocorreu. Devido às

constantes batalhas, os militares perceberam que era preciso pensar antes de agir

e, com isso, as guerras passaram a ser planejadas (CHIAVENATO e SAPIRO,

2004).

A palavra estratégia vem do grego antigo e significa a qualidade e a habilidade

do general, o que também pode ser traduzido como a capacidade de o comandante

organizar e levar a cabo as campanhas militares (SERRA, TORRES e TORRES,

2004, p. 4).

Os autores são unânimes em afirmar que a origem da estratégia surgiu na

guerra.

Maximiano (2008) também relata que a estratégia nasceu da guerra e que a

realização de objetivos significa vencer um concorrente que, por sua vez, não

consegue vencer os seus próprios objetivos.

Já para Porter (1999, p. 63), “estratégia é criar uma posição exclusiva e

valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades”.

Segundo Mintzberg et al (2006), não existe uma definição única para

estratégia, muitos autores utilizam maneiras diferentes para conceituá-la. Alguns

mencionam metas e objetivos como sendo parte da estratégia, e outros diferenciam

esses termos de forma clara entre elas. O autor complementa ainda que as

diferentes definições ajudam as pessoas a se movimentar nesse campo difícil.

Em relação à estratégia empresarial, Maximiano (2008) afirma que é o

caminho de ação que a empresa toma para assegurar seus objetivos de

desempenho, assim como sua sobrevivência, o tamanho que deseja atingir, os

concorrentes que deseja enfrentar ou a posição que deseja ter no mercado.

Segundo Mintzberg et al (2006), a estratégia corporativa é o modelo de

decisões que a organização define e apresenta quanto aos seus objetivos,

propósitos ou metas, cria políticas e planos de como atingir essas metas, determina

qual é o perfil que a empresa tem na parte humana e econômica, como a

organização pretende trabalhar em relação à contribuição econômica para com

seus acionistas, funcionários, clientes e comunidades.

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Mintzberg et al (2006) apresentam cinco definições de estratégias que são

chamadas de cinco Ps para estratégia. Os cinco Ps são: plano, pretexto, padrão,

posição e perspectiva.

Estratégia como plano é um tipo de ação, uma diretriz ou várias diretrizes para

lidar com uma situação. As estratégias possuem duas peculiaridades, uma delas é

que são criadas antes das ações que serão aplicadas, e a outra característica é que

elas são desenvolvidas de forma consciente e propositalmente. A estratégia como

plano é a maneira como os líderes estabelecem um direcionamento para suas

organizações e uma questão deve ser levada em consideração é a do

conhecimento, como se dá início as intenções e o que as intenções significam de

fato. Ao estudar a estratégia como plano, deve-se analisar como o estrategista

pensa e o que de fato ele pretende.

Mintzberg et al (2006) relatam que, como planos, as estratégias podem ser

definidas ainda como gerais ou especificas e que pode ser um pretexto. A estratégia

como pretexto leva a organização para a esfera da competição direta, ou seja, é

uma forma de enfraquecer, ameaçar os concorrentes, para que eles desistam de

alguma idéia que eles tenham para sua empresa.

Os autores complementam com o terceiro P, que é a estratégia como padrão,

que significa uma corrente de ações, ou seja, procedimentos em mais de um projeto

que já tiveram bons resultados. Vale lembrar que o conceito de é vazio se não levar

em consideração o comportamento.

Para Mintzberg et al (2006, p. 28), “a estratégia como padrão também lança a

noção de convergência, a obtenção de consistência no comportamento de uma

organização. Como essa consistência se forma, de onde ela vem?”

Já a estratégia como posição analisa onde a organização está inserida, qual o

ambiente em que ela se encontra.

Segundo Thompson (1967, apud Mintzberg et al, 2006) no termo

administrativo, estratégia como posição significa um “domínio” de produto mercado,

é o local no ambiente onde serão encontrados os recursos que estão concentrados.

Essa estratégia encoraja a visualizar a organização em seus ambientes competitivos

e como elas fazem para se proteger e encarar a concorrência.

O último P é a estratégia como perspectiva, possui uma visão interna da

organização. Na realidade, analisa de uma maneira mais ampla o que se passa na

cabeça dos estrategistas coletivos.

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37

Mintzberg et al (2006) mencionam a quinta definição segundo a qual, acima de

tudo, estratégia é um conceito, ou seja, a estratégia está dentro das mentes

interessadas, é algo que foi criado da imaginação de alguém para estudar o

comportamento antes que a ação aconteça, ou como padrão para identificar um

comportamento que já ocorreu. Sendo assim, a estratégia como perspectiva leva em

consideração como as intenções se espalham através de um grupo de pessoas para

que se possa compartilhar como normas e valores (MINTZBERG ET AL 2006).

Mintzberg et al (2006, p. 27) fazem um inter-relacionamento com os Ps e

descrevem “estratégia como posição e perspectiva pode ser compatível com

estratégia com o plano e /ou padrão. Mas, na verdade, as relações entre essas

diferentes definições podem ser mais complexas do que isso.”

Segundo Mintzberg et al (2006), para algumas pessoas, a perspectiva pode ser

considerada como um plano, outras descrevem como criadora de planos, mas o

conceito de estratégia emergente é que um padrão tem a possibilidade de aparecer

e ser reconhecido, de maneira que possa criar um plano formal, porventura dentro

de uma perspectiva geral.

Julga-se correto acreditar que, com as mudanças ocorrendo cada vez mais

rápido, o mercado exigindo cada vez mais inovação, e a cada instante recebendo

informações novas que podem mudar todo o cenário da organização, o mundo

empresarial, por sua vez, também está enfrentando uma guerra empresarial.

No estudo realizado pelos autores acima, percebeu-se que existem diferentes

maneiras na abordagem de um planejamento estratégico, mas os autores são

unanimes em evidenciar os diferentes níveis possíveis na identificação de um

planejamento estratégico.

4.4.1 Níveis de estratégias nas organizações

Segundo Chiavenato e Sapiro (2004), quando as organizações estão em

condições estáveis e relativamente permanentes de negócio, ou seja, quando o

mercado não sofre mudanças, os clientes permanecem com as mesmas

necessidades, os fornecedores não estão à procura de novas tecnologias e os

concorrentes não mudam de estratégias. As empresas podem se introverter do

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ponto de vista administrativo, a estratégia empresarial privilegia a eficiência, e

redução de custo pode se manter inalterada por longos períodos.

Esses autores ainda complementam que isso acontece com o modelo

burocrático de organização, muito presente na maior parte do século passado. A

partir do momento em que esse cenário muda, onde há transformações rápidas e

intensas, e a estratégia muda continuamente, a arquitetura organizacional precisa

mudar também para acompanhar toda essa mutação e funcionar como base para

assegurar a inovação.

Portanto, as organizações precisam ser ágeis, flexíveis, adaptáveis, maleáveis

e dinâmicas. Isso quer dizer que a arquitetura precisa ser estrategicamente

estruturada para alcançar os fins desejados (CHIAVENATO e SAPIRO, 2004).

Segundo Griffin (2007) as maiorias das organizações trabalham com

estratégias com dois níveis distintos, que possibilitam uma combinação de

alternativas para as empresas. Os dois níveis mais comuns são estratégia de

negócio e estratégia corporativa.

Estratégia de negócio é o agrupamento de alternativas estratégicas feitas pela

a organização para guiar seu negócio em um departamento ou mercado específico.

Essas alternativas auxiliam a empresa a focar seu esforço competitivo num mercado

ou segmento de mercado de uma maneira mais planejada; já a estratégia

corporativa é o agrupamento de alternativas estratégicas que a empresa define para

gerenciar tarefas ao mesmo tempo em vários mercados e setores.

4.5 Planejamento estratégico

Segundo Serra, Torres e Torres (2004), estratégia e planejamento têm

significados diferentes, mas devem coexistir, pois uma tem seguimento na outra. O

planejamento é muito importante para que os objetivos da empresa sejam

alcançados, e o planejamento estratégico é a ferramenta que organiza e ordena o

que se deseja que aconteça em determinado momento. Já o plano estratégico é o

documento que formaliza essa sistematização.

De fato, o planejamento estratégico é um modelo de gestão muito importante

para as organizações, independente do tamanho dela. É através desse método que

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39

os gestores poderão estar seguros na tomada de decisão da empresa, agindo de

forma pró-ativa. O planejamento estratégico passou por modificações nos últimos

tempos conforme capítulo a seguir.

4.5.1 A evolução e conceito de planejamento estratégico

Conforme Gracioso (2007), por volta dos anos 50, alguns grupos da Harvard

Business School passaram a dar sentido aos primeiros conceitos da administração

integrada, que viam a necessidade de uma estratégia global, que fosse capaz de

equilibrar e ensinar os diversos departamentos da empresa como produção,

marketing, finanças etc. para criar objetivos corporativos definidos.

Para Montgomery e Porter (1998), a estratégia passou a ser uma disciplina

gerencial plena na década de 80, o modo primitivo como era usado o planejamento

estratégico foi substituído por uma visão mais apropriada, fácil e requintada para

colocar em prática. Os autores complementam ainda que os avanços do

planejamento estratégico vieram numa época muito propícia, pois empresas do

mundo todo estavam enfrentando uma competição acirrada, e hoje a utilização de

estratégias não é mais um luxo, e sim uma necessidade.

Segundo Chiavenato e Sapiro (2004, p. 39), “o planejamento estratégico é um

processo de formulação de estratégias organizacionais por meio do qual se busca a

inserção da empresa e de sua missão no ambiente em que ela está atuando”.

Segundo os autores, o planejamento estratégico está ligado aos objetivos

estratégicos de médio e longo prazo que afetam a direção ou a viabilidade da

empresa.

Para Oliveira (2009), planejamento estratégico é o processo administrativo que

oferece sustentação metodológica para se definir a melhor direção a ser tomada

pela empresa, buscando otimizar o grau de interação com os fatores externos, não

controláveis e atuando de forma inovadora e diferente.

É geralmente de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz

respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a

serem seguidos para a sua elaboração, sempre se preocupando com as condições

externas e internas da empresa e sua evolução esperada.

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Churchill e Peter (2000), acreditam que planejamento estratégico está

centralizado em objetivos de longo prazo, focando em atividades que gerem

resultados no desenvolvimento de uma missão organizacional clara. O autor afirma

ainda que é através do planejamento estratégico que se terá a base para

planejamento tático e operacional.

Chiavenato e Sapiro (2004), acrescentam que, no planejamento, devem-se

maximizar os resultados e minimizar suas deficiências, aplicando os princípios de

eficiência, eficácia e efetividade.

Fischmann (1991) segue na mesma linha de raciocínio de Oliveira (1991),

afirmando que o planejamento estratégico através do estudo do ambiente de uma

organização possibilita a maturidade dos seus gestores a visualizar as

oportunidades e ameaças dos seus pontos fortes e fracos, para o surgimento da sua

missão e, através dessa visualização, define o propósito de direção que a empresa

precisa seguir para tirar proveito das oportunidades e evitar riscos.

Segundo Griffin (2007), planejamento estratégico é o plano principal que

direciona as decisões relacionadas à alocação de recursos e prioridades que irão

dar a base para atingir as metas estratégicas.

Existe uma disponibilidade muito grande de autores nesse contexto de

planejamento estratégico. Muitos trabalham na mesma linha de raciocínio, afirmando

e acrescentando informações sobre o tema.

A seguir, serão abordados os elementos permanentes com diferentes autores

da área.

4.5.2 Elementos permanentes

Segundo Oliveira (2009), antes de adentrar na explicação da metodologia do

planejamento estratégico, é preciso estabelecer o que a empresa deseja e espera

desse planejamento, pois somente dessa maneira se pode verificar a validade da

metodologia apresentada. Segundo o autor, por meio do planejamento estratégico, a

empresa espera ter um melhor conhecimento dos seus pontos fortes e internos:

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41

a) Ponto forte é o diferencial que a empresa possui, sendo ela uma variável

controlável, que possibilita uma vantagem operacional no ambiente

empresarial;

b) Ponto fraco é uma situação indesejada da organização, mas que possui

uma variável controlável que gera uma desvantagem operacional no

ambiente empresarial;

c) Oportunidades são a força que tende a favorecer a empresa, desde que

tenha conhecimento e que saibam aproveitar de forma positiva enquanto

perdura;

d) Ameaça é a força ambiental que contém obstáculos, mas pode ser

evitada se houver o reconhecimento há tempo.

Nesse contexto entende-se que o planejamento estratégico não pode ser

considerado apenas como os objetivos da empresa, pois também deve se adicionar

o que deve ser feito para transformar esses objetivos em realidade.

4.5.2.1 Negócio

Chiavenato e Sapiro (2004) mencionam que, no momento da definição do

negócio, é preciso entender o produto ou o serviço total que o cliente está

adquirindo, para evitar armadilhas de olhar somente para o produto físico oferecido.

Seguindo nesse mesmo raciocínio, Maximiano (2008, p.131) descreve que o

“negócio define a área de atuação ou o ramo de atividades a que a empresa se

dedica – os produtos e serviços que fornece aos mercados e clientes de sua

escolha”.

Segundo Fernandes e Berton (2005), o negócio pode ser definido em grupo de

clientes, necessidades de clientes e tecnologia. O autor complementa ainda dizendo

que numa organização complexa existem diferentes negócios que são divididos em

unidades estratégicas distintas.

Vasconcellos Filho e Pagnoncelli (2001, p. 52) vão um pouco mais além sobre

o conceito de negócio. Os autores ratificam que muitos colaboradores têm

dificuldade em definir em que Negócio atua ou deve atuar a empresa. A primeira

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42

dificuldade encontrada é saber diferenciar Negócio e Missão da empresa. “A Missão,

segundo os autores, é a razão da existência da empresa em seu Negócio, já

“Negócio é o entendimento do principal benefício esperado pelo cliente”.

Segundo Kotler e Keller (2006), um negócio não pode ser visto apenas como

um processo produtivo, mas é necessário que seja visto como um processo que

satisfaça o cliente, pois os produtos são passageiros, e as necessidades básicas e

os clientes são para sempre.

Portanto, clientes não querem apenas comprar produtos, eles procuram pela

solução de problemas ou os benefícios que os produtos ou serviços oferecem.

Definir o negócio se baseando em produto ou serviço limita a análise de

oportunidades e esconde as ameaças que existem no ambiente. (SAMPAIO, 1999).

4.5.2.2 Missão

Segundo Chiavenato e Sapiro (2004), a missão se refere à causa pela qual se

deve lutar, é a razão de ser da organização. A missão deve falar em que ponto ela

está e onde pretende estar posicionada no mercado. O autor acrescenta também

que a missão está resumida em pequenas frases ou slogans que trazem junto à

marca da organização.

Os mesmos autores complementam ainda falando da importância da missão, o

quanto ela ajuda a focar o esforço das pessoas para uma direção, ao informar os

principais compromissos da organização, da importância da alocação dos recursos

segundo regras gerais enunciadas pela missão, dos ares de responsabilidades para

a execução do plano estratégico no momento em que se definem as categorias de

tarefas a serem cumpridas etc.

Oliveira (2007) também concorda que a missão é a razão de ser da empresa e

que essa missão não está diretamente relacionada ao estatuto social da empresa e

que ela é muito mais ampla, envolvendo até expectativas.

A missão deve satisfazer alguma necessidade do ambiente externo, mas não

na questão de oferecer algum produto ou serviço ao mercado (KOTLER, 1980, p.83,

apud OLIVEIRA, 2003, p.50).

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43

Em contrapartida, Tavares (2005), menciona que a missão, para ser

consistente, deve ser exercitada ao longo do tempo, estudar novas demandas,

verificar a possibilidade de ingresso em novos mercados e desenvolver novos

produtos.

Já Certo e Peter (1993) ratificam que missão organizacional é a razão pela qual

uma organização existe e que, de um modo geral, a missão de uma empresa

contém informações do tipo: produto ou serviços que a organização produz quem

são seus clientes e que valores importantes possuem.

Kaplan e Norton (1997, p. 24) mencionam que “a declaração de missão aponta

as crenças essenciais, e identifica os mercados-alvo e produtos essenciais”.

4.5.2.3 Visão

Oliveira (2007) conceitua visão como os limites que os proprietários e principais

executivos da empresa enxergam dentro de um período mais longo e uma

abordagem mais ampla. A visão proporciona um delineamento do planejamento

estratégico a ser desenvolvido e implementado pela empresa, ela representa o que

a empresa quer ser.

Para Chiavenato e Sapiro (2004), visão organizacional refere-se àquilo que a

organização gostaria de ser no futuro, é o sonho acalentado pela organização. Os

autores falam ainda das premissas para a elaboração da visão de negócios. A visão

deve ser coerente com o padrão de comportamento organizacional no presente e

merece total credibilidade.

Já Costa (2007, p. 36), ratifica que “visão não é um mero sonho, uma utopia,

uma fantasia, ou uma quimera”. O autor acrescenta ainda que a visão deva ser

explicada de forma simples, objetiva e abrangente de forma que todos possam

compreendê-la e que seja útil e funcional para os envolvidos com a organização.

Conforme Tavares (2005), visão é aonde a empresa quer chegar. As

características da visão são: foco no futuro, é a chegada, é mutável, conforme os

desafios.

Para Vasconcellos Filho e Pagnoncelli (2001), a visão tem vínculo com o

crescente e complexo ambiente competitivo, que exige uma orientação a um novo

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rumo, tendo como farol de longo alcance, que seja capaz de mobilizar os públicos

relevantes da empresa.

4.5.2.4 Valores

Oliveira (2007) menciona que valores significam o conjunto dos princípios e

crenças fundamentais de uma empresa, fornecendo sustentação para as suas

principais decisões. O autor afirma que os valores devem ter ligação com as

questões éticas e morais da empresa e que, se forem verdadeiros, servem também

de sustentação da vantagem competitiva da empresa.

Já Chiavenato e Sapiro (2004) acreditam que os valores organizacionais são

as virtudes da organização, tais como a prática da transparência, o respeito à

diversidade, a cultura para a qualidade ou o respeito ao meio ambiente.

Segundo Tavares (2005), valores são as crenças na quais as organizações se

apoiam e nas quais possam pautar suas ações. É através dos valores que a

organização consegue manter um relacionamento agradável com os colaboradores.

Os valores continuam sendo muito importantes, mesmo vivendo num ambiente

de negócio turbulento. Para que o plano estratégico seja bem sucedido, deve-se

começar com uma declaração de valores da empresa. Lucro é ótimo e todo gestor

deseja, mas os lucros de curto prazo não duram no longo prazo, já os valores e uma

visão mantêm todos em sua empresa, mesmo que seja um grupo pequeno (

TIFFANY, 1998).

4.5.3 Análise do ambiente

Churchill e Peter (2000) acreditam que a análise do ambiente é a forma de se

rastrear as mudanças que possam afetar uma organização e seus mercados. As

mudanças podem ser tanto no âmbito econômico, político, tecnológica e competitiva.

Os autores acrescentam ainda que é na análise ambiental que as oportunidades ou

ameaças serão identificadas.

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45

Segundo Fernandes e Berton (2005), esta é uma etapa muito importante no

processo estratégico, pois é onde estabelece o contexto histórico e espacial em que

a organização está inserida.

Kotler (1996, p.142 apud Fernandes e Berton 2005, p. 31) afirma que “muitas

empresas não dão grande importância para a análise do ambiente e desconsideram

as mudanças ambientais como oportunidades de negócios, ignoram e resistem, até

quando isso for muito tarde”.

Tavares (2005) acrescenta que essa análise instiga o questionamento das

crenças e suposições que ainda estavam sustentando o sucesso da organização.

Essa análise precisa estar ligada à ação para ser traduzida em alternativas de

estratégias que possam ajudar na tomada de decisão, permitindo que a empresa se

comprometa com a direção almejada.

É através de dados do ambiente externo e interno que o executivo saberá

extrair as informações que realmente precisa para ser mais eficaz dentro da

organização.

4.5.3.1 Ambiente externo

Segundo Chiavenato e Sapiro (2004), o macroambiente envolve a organização

externamente, é onde a organização está inserida. Tudo o que ocorre externamente

ao ambiente influencia as organizações, algumas são mais influenciadas outras

menos. Algumas organizações estão mais preparadas para sofrer o impacto do

ambiente externo, pois possuem um planejamento mais organizado e definido do

que outras empresas.

Conforme Oliveira (2007), oportunidades e ameaças são as variáveis externas

e, portanto, não controláveis. As ameaças criam uma situação desfavorável para a

empresa em relação ao seu ambiente, e as oportunidades podem criar condições

favoráveis para a empresa, desde que tenha condições e interesse de usufruir delas.

Hitt, Ireland e Hoskisson (2002) esclarecem que as condições ambientais que

as empresas enfrentam na economia globalizada da atualidade diferem daquelas

que as mesmas empresas enfrentavam antigamente. O ambiente externo influencia

as posições estratégicas, as decisões tomadas na organização. Os autores afirmam

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46

ainda que algumas empresas procuram entender o ambiente externo através de

informações sobre o concorrente, clientes e outros stakeholders.

No conceito de stakeholders, segundo Freeman (2004, p. 229 apud Hanashiro,

Teixeira e Zaccaralli, 2008, p. 330), qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou

ser afetado pela conquista dos objetivos de uma empresa.

Stakeholders, por sua vez, são proprietários (acionistas), membros do

conselho de administração, administradores, funcionários, fornecedores, credores,

distribuidores e clientes.

Segundo Wright, Kroll e Parnell (2007), não há como as empresas não serem

afetadas pelo macroambiente. Nesse cenário, existem quatro forças que são as

político-legais, as econômicas, as tecnológicas e as sociais:

a) Forças político-legais referem-se às legislações, eleições e sentenças

judiciais, assim como decisões que são tomadas por comissões e

instâncias em cada nível de governo. O padrão de vida dos cidadãos e

as operações comerciais são influenciados pelo sistema político-legal;

b) Forças econômicas, por sua vez, também possuem seu impacto sobre

os negócios, podendo esse ser positivo ou negativo. Os fatores que

devem ser levados em consideração são o aumento ou a diminuição do

produto interno bruto e elevação e queda de taxas de juros da inflação e

do dólar;

c) Forças tecnológicas são referentes às melhorias e inovação científica

que podem traze oportunidades ou ameaças para as organizações.

Esse grau de mudança tecnológica varia significantemente de um setor

para outro. Na área eletrônica, por exemplo, essa mudança ocorre

muito rápida, já na fabricação de móveis, as mudanças são mais lentas

e graduais. As mudanças tecnológicas podem afetar os processos de

uma empresa assim como seus produtos e serviços, o avanço da

tecnologia em computadores, robótica, lasers, fibras óticas e outras

áreas relacionadas foram responsáveis pelas oportunidades de

melhorias operacionais. Essa mudança tecnológica pode acabar com

empresas e até mesmo setores inteiros, uma vez que a demanda passa

de um produto para outro;

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d) Forças sociais estão relacionadas às tradições, valores, tendências

sociais e expectativas que a sociedade exerce em relação às

organizações:

-as tradições referem-se a comemorações tradicionais como o Natal, por

exemplo, que em muitos países ocidentais oferecem oportunidades

financeiras para as empresas de vendas de brinquedos, de cartões, no setor

alimentício que fornece peru, para os plantadores de árvores e outras

empresas relacionadas,

-os valores por sua vez dizem respeito ao que a sociedade tem de importante,

como liberdade individual e igualdade de oportunidades. No mundo

empresarial, esses valores podem ser traduzidos como a ênfase no

empreendimento e na crença em que o sucesso dos profissionais só pode ser

limitado pelas suas próprias ambições e habilidades,

-outro fator importante que deve ser mencionado é que as tendências sociais

também incluem mudanças demográficas que podem afetar as oportunidades

de negócio. Por exemplo, a expectativa de vida no País aumentou cerca de

três anos entre 1999 e 2009, é o que mostram os dados do Senso 2010, do

IBGE,

-O último ponto das forças sociais são as expectativas que uma sociedade

exerce sobre uma organização que surgem de vários grupos denominados

stakeholders.

Dependendo do tamanho das organizações, existe a possibilidade de exercer

certa influência na legislação ou até mesmo através de pesquisa e desenvolvimento

se conseguem algumas mudanças tecnológicas ou sociais, mas vale lembrar que,

mesmo assim, essas forças não estão sob controle direto das organizações.

Hoje em dia, as empresas vêm enfrentando os ambientes externos cada vez

mais complexos e globalizados, isso acaba dificultando a tomada de decisões.

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4.5.3.2 Análise setorial

Segundo Porter (1999, p. 27), “a essência da formulação de uma estratégia

competitiva é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente”.

Porter (1999) relata ainda que, mesmo que esse ambiente seja amplo e que

abranja forças sociais e econômicas, o ponto principal do meio ambiente da

organização é a indústria(s) com que ela(s) compete.

A concorrência está no âmago do sucesso ou do fracasso das empresas, determinando a adequação das atividades que podem contribuir para seu desempenho, como inovações, uma cultura coesa ou uma boa implementação. A estratégia competitiva é a busca de uma posição competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência. A estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência na indústria (PORTER, 1996).

Porter (1996) menciona que a concorrência está relacionada com cinco forças

competitivas, que são a entrada de novos concorrentes, a ameaça de substitutos, o

poder de negociação dos compradores, o poder de negociação dos fornecedores e a

rivalidade entre os concorrentes existentes.

Ameaça de entrada – são empresas novas que entram para uma indústria,

trazendo consigo nova capacidade e um grande anseio de ganhar uma fatia no

mercado. Com isso os preços podem cair ou os custos dos participantes podem ser

inflacionados, causando uma redução na rentabilidade. Essa ameaça irá depender

das barreiras de entrada e da reação das empresas já existentes. Se essas barreiras

são altas, o novo concorrente está preparado para uma forte pressão da

concorrência, e a ameaça à entrada pode ser considerada baixa.

De acordo com Porter (1997), há algumas barreiras de entrada:

a) economias de escala – diz respeito à queda nos custos unitários de um

produto. A economia de escala faz com que o concorrente compita com

uma produção em larga escala e se arrisque a uma forte pressão das

empresas existentes, ou os novos entrantes podem começar com uma

escala menor e têm que aceitar num primeiro momento uma

desvantagem no custo;

b) diferenciação do produto - as empresas já existentes possuem sua

marca identificada e já desenvolveram um sentimento de lealdade em

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seus clientes, proveniente do esforço que foi feito no passado em

relação à publicidade, serviço ao consumidor, diferenciação nos

produtos, ou até mesmo por já estarem na indústria primeiro. Essa

diferenciação pode criar uma barreira à entrada fazendo com que os

entrantes tenham altas despesas para superar os laços criados com os

clientes;

c) necessidade de capital – a necessidade de investir grandes recursos

financeiros para competir, cria uma barreira de entrada. Quando essa

necessidade é baixa, o novo entrante não precisará fazer grandes

investimentos de capital;

d) custos de mudança – custos que são confrontados quando o comprador

muda de um fornecedor de produto para outro. Os custos de mudança

podem ser também custos de treinamento dos funcionários, custo de

novo equipamento, custo e tempo para testar ou qualificar uma nova

fonte, entre outros;

e) acesso aos Canais de Distribuição – “uma barreira de entrada pode ser

criada pela necessidade de nova entrante de assegurar a distribuição

para seu produto” (PORTER, 1997).

Levando em consideração que os canais de distribuição já estão sendo

atendidos por empresas estabelecidas, o novo concorrente precisa fazer com que os

canais aceitem seu produto através de descontos de preços, ou algo que reduza os

lucros:

a) desvantagens de custo independentes de escala – as empresas já

existentes podem possuir vantagens de custos que as empresas novas

não possuem, independente do seu porte ou de suas economias de

escala. Essas vantagens são as tecnologias exclusivas de produtos,

acesso favorável à matéria-prima, localizações favoráveis, subsídios

oficiais e a curva de aprendizagem ou de experiência;

b) política governamental – essa é a última barreira de entrada, o governo

tem o poder de limitar ou até mesmo impedir a entrada em indústrias

utilizando licenças de funcionamento e limites.

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Intensidade da rivalidade entre os concorrentes exi stentes - De acordo

com Porter (1997, p. 34), a rivalidade entre os concorrentes ocorre na disputa por

posição, “com o uso de táticas como concorrência de preços, batalhas de

publicidade, introdução de produtos e aumento dos serviços ou das garantias ao

cliente.”

A rivalidade acontece porque um ou mais concorrentes estão se sentindo

pressionados ou perceberam uma oportunidade para melhorar sua posição.

De acordo com Porter (1997), existem vários fatores estruturais na intensidade

da rivalidade entre os concorrentes existentes. Os fatores são concorrentes

numerosos, crescimento lento da indústria, custos fixos ou de armazenamento altos,

ausência de diferenciação ou custos de mudança, capacidade aumentada em

grandes incrementos, concorrentes divergentes, grandes interesses estratégicos, e

barreiras de saída elevadas.

Pressão dos produtos substitutos – todas as empresas em uma indústria

competem com outras indústrias fabricantes de produtos substitutos que podem

representar alternativas que satisfaçam as necessidades similares dos

consumidores, mas diferem em características especificas.

Poder de barganha dos compradores – os compradores fazem com que as

indústrias baixem seus preços, exigindo melhor qualidade ou mais serviços e

colocando os concorrentes uns contra os outros.

Os compradores têm poder se as circunstâncias a seguir forem verdadeiras:

a) ele está concentrado ou adquire grandes volumes em relação às vendas

do vendedor;

b) os produtos que ele adquire da indústria representam uma fração

significativa de seus próprios custos ou compras;

c) os produtos que ele compra da indústria são padronizados ou não

diferenciados;

d) ele enfrenta poucos custos de mudança;

e) ele consegue lucros baixos;

f) compradores que são uma ameaça concreta de integração para trás;

g) o produto da indústria não é importante para a qualidade dos produtos

ou serviços do comprador;

h) o comprador tem total informação.

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Poder de barganha dos fornecedores – os fornecedores têm poder de

negociação, podendo elevar os preços e diminuir a qualidade dos bens e serviços

oferecidos. O que pode vir tornar os fornecedores poderosos são as condições

seguintes:

a) é dominado por poucas companhias e é mais concentrado do que a

indústria para a qual vende;

b) não está obrigado a lutar com outros produtos substitutos na venda para

a indústria;

c) a indústria não é um cliente importante para o grupo fornecedor;

d) o produto dos fornecedores é um insumo importante para o negócio do

comprador;

e) os produtos do grupo de fornecedores são diferenciados ou o grupo

desenvolveu custos de mudança; e

f) o grupo de fornecedores é uma ameaça concreta de integração para

frente.

Para Porter (1996, p. 4), “as cinco forças determinam a rentabilidade da

indústria porque influenciam os preços, os custos e o investimento necessário das

empresas em uma indústria – os elementos do retorno sobre o investimento.”

Cada organização é única e possui sua própria estrutura, o modelo das cinco

forças auxilia as empresas e perceber a complexidade e mostrar os pontos críticos

para a concorrência em sua indústria e também auxilia a identificar as inovações

estratégicas que ajudariam na rentabilidade da indústria (PORTER, 1996).

Observa-se a figura que exemplifica as cinco forças de Porter.

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Figura 8 - As Cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da indústria Fonte: Porter (1996, p.4)

A figura representa as cinco forças competitivas identificadas pelo o autor.

Entende-se, com a figura, que as cinco forças são usadas para que se possa

analisar a competição entre todos os atores de uma organização, seja do ambiente

externo e interno.

Uma vez analisado o ambiente externo, onde as oportunidades e fraquezas

são de extrema importância para a formulação das estratégias, acredita-se ser

relevante desenvolver com um maior aprofundamento questões relevantes ao

ambiente interno, pois acredita-se que este deve ser uma maior preocupação do

gestor.

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4.5.3.3 Ambiente interno

Segundo Certo e Peter (1993, p. 47), “o ambiente interno é o nível de ambiente

da organização que está dentro da organização e normalmente tem implicação

imediata e específica na administração da organização”.

Maximiano (2008) complementa falando que a análise das ameaças e

oportunidades do ambiente é um dos componentes do planejamento estratégico,

fala ainda que, quanto mais competitivo, instável e dificultoso o ambiente, mais se

precisa trabalhar na análise.

Seguindo nessa mesma linha de raciocínio, Oliveira (2009) afirma que a

análise interna tem por objetivo colocar em evidência as deficiências e qualidades da

organização que está sendo analisada, ou seja, os pontos fortes e fracos da

empresa devem ser determinados diante da atual posição de seus produtos ou

serviços.

Conhecer as forças e fraquezas da sua própria organização é essencial para a

elaboração do planejamento estratégico. Essa análise parece fácil na teoria, mas na

realidade é muito difícil, pois fazer o julgamento próprio requer apontar e reconhecer

seus limites, e, muitas vezes, assumir seus próprios erros (SAMPAIO, 1999).

De acordo com Bateman e Snell (1998), a análise interna propicia aos

tomadores de decisão estratégica uma visão das habilidades e recursos da

empresa, assim como de seus níveis de desempenho gerais e funcionais.

4.5.3.4 Objetivos

Objetivo é uma palavra muito importante no vocabulário do administrador, que

indica um conceito central em administração. Trata-se dos resultados que,

almejados, orientam o intelecto e a ação (MAXIMIANO, 2007).

O mesmo autor fala que os objetivos são os resultados concretos que a

organização pretende realizar.

Os objetivos que podem ser enunciados como alvos muito precisos ou intenções focalizam: Clientes e mercados.

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Produtos e serviços. Vantagens competitivas. Participação no mercado. Qualquer indicador de desempenho. Dado o dinamismo do planejamento estratégico, algumas empresas partem deste ponto em seu planejamento estratégico, para em seguida pensar nas estratégias, não se preocupando em explicar uma missão (MAXIMIANO,2007, p. 147).

Após analisar o ambiente externo e interno e antes mesmo de traçar as ações

para a organização, é preciso verificar aonde a empresa pretende chegar, analisar

quais são suas metas, seus objetivos.

Traçar objetivos é de extrema importância para que as futuras decisões sejam

consistentes com a direção que se deseja dar ao novo negócio. Os rumos e

caminhos a serem seguidos, ao longo das atividades irão depender diretamente dos

objetivos a serem alcançados (SAMPAIO, 1999).

O mesmo autor complementa ainda que os objetivos são os resultados

quantitativos e/ou qualitativos que a organização precisa alcançar em um

determinado tempo e que servem como ação e rumo para a empresa.

Para Wright, Kroll e Parnel (2007), estabelecer objetivos organizacionais é

bem complexo, já que vários stakeholders possuem objetivos diferentes para a

empresa.

Segundo Wright, Kroll e Parnel (2007, p. 98), “os objetivos gerais representam

fins genéricos desejados, para os quais são orientados os esforços da empresa. Os

objetivos específicos são versões mais restritas e freqüentemente quantificadas dos

objetivos gerais”.

Por exemplo, a organização estabelece um objetivo geral de se tornar líder

inovador no setor. Tendo como base esse objetivo geral, um dos objetivos

específicos seria ter um percentual das vendas de cada ano oriundo de novos

produtos desenvolvidos durante os três anos precedentes.

Fundamentado na teoria apresentada no referencial teórico, as ferramentas

que serão utilizadas para a elaboração do planejamento estratégico para a empresa

Cerpi serão brainstorming, matriz SWOT e BSC, que caracterizaremos a seguir.

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4.5.4 Brainstorming

O Brainstorming surgiu nos anos 40 pelo publicitário americano Alex Oborn. As

reuniões que eram feitas para solucionar problemas, não funcionavam. A partir

desse momento, ele passou a analisar as causas e elaborou um conjunto de regras

comportamentais para que as distrações fossem minimizadas, e os resultados

fossem maximizados. O sucesso foi tanto que essa técnica se espalhou pelo mundo

todo (KING E SCHLICKSUPP, 1999).

Já Colenghi (2003) menciona que é um termo de origem britânica que

traduzido significa tempestade ou explosão de idéias. Para realizar o brainstorming,

é necessário reunir um grupo de pessoas com o intuito de gerar idéias e emitir

opiniões sobre diversos assuntos vivenciados na empresa.

Para Teixeira (2002), é um exercício em que se utiliza muito a criatividade e

tem como foco criar idéias para resolver problemas específicos. Este método ainda é

muito utilizado no mundo todo pelas organizações. Para a realização do método, é

necessário um grupo de pessoas com um determinado problema onde suas idéias

serão expressas livremente, enquanto isso um moderador precisa ir anotando essas

idéias que serão devidamente agrupadas e sintetizadas para serem analisadas e

discutidas de forma definitiva em uma outra sessão.

Teixeira (2002) complementa informando que são necessárias três condições

fundamentais:

Ter um objetivo definido, ou seja, antes mesmo de iniciar o exercício, precisa-

se definir o que será abordado. As pessoas devem estar focadas para um único

objetivo, o ideal é que cada brainstorming apenas um assunto seja falado.

É necessário que todas as pessoas ou pelo menos a grande maioria esteja

comprometida diretamente com problema a ser discutido. As mesmas precisam ser

convidadas e não convocadas a participar do brainstorming. Esse convite é feito dois

ou três dias antes e as pessoas precisam saber qual será o assunto abordado.

É preciso definir um moderador, a pessoa que irá conduzir a reunião. Esse

moderador tem a responsabilidade de estimular a criatividade dos participantes,

deixando os livres para expressarem suas idéias do jeito que acharem melhor. Neste

exercício, não existe certo nem errado, todas a idéias devem ser anotadas e não

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podem ser criticadas e, por mais absurdas que elas possam parecer, devem ser

consideras e registradas.

Os autores são unânimes em afirmar que a ferramenta brainstorming é usada

para gerar idéias para solucionar problemas. Muitas empresas utilizam esse método

para encontrar respostas para os seus dilemas organizacionais. Essa ferramenta

pode ser utilizada para adentrar-se na matriz swot, como será visto na seção a

seguir.

4.5.5 Matriz SWOT

Segundo Griffin (2007), a formulação de estratégias se inicia normalmente com

a análise SWOT.

Esta sigla vem do inglês que significa: strengths (pontos fortes), weaknesses

(pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças).

Pontos fortes são as capacidades que permitem implementar as estratégias.

Pontos fracos são a falta de habilidade que faz com que a organização seja

impedida de implementar estratégias que deem suporte à missão.

Oportunidades da empresa são departamentos ou aspectos do ambiente onde

o desempenho pode ser superior.

Ameaças é tudo aquilo que dificulta que o bom desempenho cresça.

Griffin (2007) complementa ainda que a análise de SWOT é uma ferramenta

de extrema importância na formulação de uma estratégia, pois utiliza a missão da

organização como base para encontrar os pontos fortes dos gestores e seus pontos

fracos, assim como as oportunidades externas e as ameaças. O foco é trabalhar

com estratégias que usufruam das oportunidades e pontos fortes, criando uma

barreira contra os pontos fracos.

A figura a seguir exemplifica a análise de SWOT.

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Figura 9 - Análise SWOT Fonte: Griffin (2007, p.102)

Chiavenato e Sapiro (2004) ratificam que o papel da SWOT é cruzar as

oportunidades e as ameaças externas à organização com seus pontos fortes e

fracos. Esse cruzamento forma uma matriz com quatro células, e para cada célula

haverá uma indicação de que rumo tomar.

Wright, Kroll e Parnell (2007) seguem na mesma linha de raciocínio dos

autores acima mencionados. Destacam que a análise de SWOT está submetida à

missão de uma organização onde são estudados seus pontos fortes e fracos

internos e das oportunidades e ameaças que surgem através do ambiente externo.

O foco da análise de SWOT é fazer com que a empresa tire vantagem de

determinadas oportunidades do ambiente e evite as ameaças do ambiente. Essa

análise ajuda ainda a organização a descobrir pontos fortes que até o momento não

foram completamente utilizados e apontar fracos que devem ser corrigidos.

A análise global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças é chamado

de SWOT. As oportunidades e ameaças referem-se ao ambiente externo e as forças

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e fraquezas referem-se ao ambiente interno da organização. (KOTLER E KELLER,

2006).

Os autores estudados são unânimes em afirmar que na análise de SWOT se

faz necessário elaborar um estudo do ambiente externo e interno para identificar

onde estão os pontos-chave para criar estratégias para atuar nas melhorias nos

pontos fracos e continuar trabalhando nos pontos fortes.

Nesse contexto, entende-se que, após a identificação dos pontos fortes e

fracos de uma organização, faz-se necessário aplicar a metodologia BSC que será

abordada na próxima seção.

4.5.6 Metodologia BSC (Balanced Scorecard)

O Balanced Scorecard (doravante BSC) surgiu de uma motivação pela crença

que os métodos de avaliação que existiam na época, no geral eram os indicadores

contábeis e financeiros, estavam se tornando ultrapassados. Foi realizado um

estudo em 1990, que teve duração de um ano e foi aplicado em diversas empresas.

David Norton era o executivo principal do Instituto Nolan Norton e teve como

consultor acadêmico Robert Kaplan. O estudo durou um ano, e dezenas de

representantes de empresas das áreas de manufatura e serviços se reuniram a

cada dois meses para criar um novo método de medição de desempenho. Essas

reuniões resultaram em uma ampliação do scorecard, que teve sua transformação e

passou a ser chamada de “Balanced Scorecard”, que possui quatro perspectivas

distintas: financeira, do cliente, interna e de inovação e aprendizado. O término do

estudo, em dezembro de 1990, registrou a viabilidade e os benefícios desse sistema

equilibrado de medição estratégica.

O BSC inicia-se com um trabalho em equipe da alta administração para

esclarecer as estratégias de sua empresa em objetivos estratégicos e específicos.

No momento em que são definidas as metas financeiras, a receita e o crescimento

de mercado, deve ser priorizado pela equipe. Referente à perspectiva do cliente, a

equipe deve estar ciente quanto aos segmentos de clientes e mercados que estarão

competindo. Logo após a etapa onde fica esclarecido a respeito das metas

financeiras e do cliente, é necessário identificar objetivos e medidas para os

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processos internos. Essas são as principais inovações e benefícios do scorecard. Os

métodos tradicionais de medição de desempenho estão focados na melhoria dos

custos, qualidade e ciclos de processos que já existem; já o Balanced Scorecard

aponta os processos que precisam de mais atenção.

A última etapa são as metas de aprendizado e o crescimento. Esses mostram

os motivos pelos quais uma organização precisa investir na reciclagem de

colaboradores, na tecnologia, nos sistemas de informações e na melhoria dos

procedimentos organizacionais. Essas melhorias só trazem benefícios para a

organização, pois consegue produzir inovações e melhorias nos processos internos,

para os clientes e etc.

Cada organização tem suas próprias características e pode almejar e seguir

seu próprio caminho na construção do Balanced Scorecard.

O BSC é uma ferramenta completa, porque traduz a visão e a estratégia da

empresa numa união coerente de medidas de desempenho.Essa ferramenta pode

ser criada através de um processo ordenado que tenha clareza e consenso da alta

administração de como traduzir a missão e a estratégia da empresa em objetivos e

medida operacionais (KAPLAN E NORTON, 1997).

Segundo Serra, Torres e Torres (2004), “scorecard significa, em inglês, cartão

para registro de resultados; balanced é equilibrado, balanceado”. O nome define

uma das características dessa ferramenta da estratégia, o equilíbrio entre os

indicadores de desempenho.

Segundo Kaplan e Norton (2004), muitos gestores de alto nível implementam

suas estratégias de negócios, transmitem aos colaboradores apenas descrições

limitadas do que devem fazer e dos motivos por que essas tarefas são importantes.

Para os autores (2004, p. 100), “as organizações precisam de ferramentas para

se comunicar tanto a estratégia quanto os processos e sistemas que as ajudarão a

implementar a estratégia”.

Kaplan e Norton (2004) ratificam que os mapas estratégicos fornecem essa

ferramenta. Os mapas proporcionam aos colaboradores uma visão clara de como

suas atividades estão ligadas aos objetivos gerais da empresa, possibilitando que

trabalhem de forma coordenada e colaborativa em beneficio das metas desejadas

pela organização.

Os mapas estratégicos definem objetivos para o crescimento da receita; os mercados-alvo em que ocorrerá o crescimento lucrativo; as proposições de valor que levarão os clientes a fazer mais negócios, com margens mais

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elevadas; o papel crítico da inovação e da excelência em produtos, serviços e processos; e os investimentos necessários em pessoas e sistemas para gerar e sustentar o crescimento projetado (KAPLAN E NORTON, 2004. P. 100).

Para Kaplan e Norton (1997), a implementação da estratégia se inicia com a

capacitação e envolvimento das pessoas que devem executá-las. Essa

implementação é centralizada, mas as empresas que desejam a participação de

todos os colaboradores para a implementação da estratégia irão compartilhar suas

visões e estratégias de longo prazo, concretizados no BSC na unidade de negócios

e os incentivarão a opinar formas pelas quais a visão e a estratégia poderão ser

atingidas.

Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 208), “comunicando a estratégia e

vinculando–a as metas pessoas, o scorecard cria entendimento e um

comprometimento compartilhados entre todos os integrantes da organização”.

Todos compreendem as metas de longo prazo, assim como as estratégias para

alcançá-las o esforço e iniciativa que a organização teve. Essas metas se alinham

aos processos necessários para transformação.

Entende-se neste contexto que o BSC possui vários benefícios e que as

organizações têm a possibilidade de trabalhar com mais de um indicador para medir

seus desempenhos.

4.6 5W2H

Este método consiste praticamente na realização de perguntas para se obter

informações que irão ajudar a realizar o planejamento de uma forma geral. 5W2H do

Inglês corresponde às palavras, What (o que), Who (quem), Why (por que), Where

(onde), When (quando), How (como), How Much (quanto custa) (VALLE;

DAYCHOUW, 2007).

Segundo Candeloro (2008), o método 5W2H pode ser considerado como um

checklist que irá assegurar que a operação será direcionada por parte do alto e

baixo escalão da empresa.

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Conforme as perguntas do 5W2H forem respondidas, fica fácil o entendimento

de forma simples, porém detalhada do alinhamento das estratégias organizacionais

com as ações que serão tomadas (DE TONI, 2003).

What O Que Qual ação vai ser desenvolvida?

When Quando Quando a ação vai ser desenvolvida?

Why Por que Por que foi definida esta solução? (qual resultado é esperado)

Where Onde Onde a ação será desenvolvida?

Who Quem Quem será o responsável pela sua implementação?

How Como Como vai ser implementada? (passo-a-passo da ação)

How Much Quanto Quanto será gasto?

Quadro 2 - 5W2H Fonte: Adaptado de De Toni 2003 - Autoria própria, 2011.

O quadro 2 mostra que perguntas devem ser estabelecidas para se realizar o

método 5W2H.

Segundo Valle e Daychouw (2007), é uma ferramenta que permite a qualquer

instante ter conhecimento dos dados mais importantes num planejamento e que não

existe uma regra básica, assim como não há perguntas prontas. Essa ferramenta

dependerá de cada projeto, de cada atividade e dos participantes do grupo.

Para que se possa utilizar a ferramenta 5W2H de forma apropriada, se faz

necessário um plano de ação para atingir tais objetivos que a organização deseja.

Na seção a seguir, será conceituado plano de ação.

4.6.1 Plano de ação

Segundo Lacombe e Heilborn (2003, p. 172), “plano é o instrumento que

expressa de forma concreta o propósito geral do planejamento, possibilitando a

programação das ações e atividades necessárias para sua realização.”

De acordo com Lacombe e Heilborn (2003), o plano se desdobra geralmente

em programas, e esses em projetos. O planejamento deveria ser um processo

contínuo, sendo assim o plano não seria o produto final do processo de

planejamento, mas o instrumento que o expressa num determinado momento.

Para Griffin (2007), assim que um empreendedor definir qual setor trabalhar e

determinar quais competências serão enfatizadas, as decisões devem ser

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registradas num documento que é chamado plano de negócios. Nesse plano de

negócio, o gestor irá resumir a estratégia do seu negócio e a maneira que será

implementada.

O plano de negócio não é uma ideia nova, o que é novidade são os gestores

utilizarem planos de negócios mais detalhados, porque os investidores e credores

passam a exigir esse planejamento para tomar decisões se irão financiar um

pequeno negócio ou não (GRIFFIN, 2007).

Para Bateman e Snell (1998), planos são ações ou meios de que o gestor

dispõe para atingir os objetivos. Essa etapa deve delinear ações alternativas que

podem conduzir à realização de cada objetivo, recursos que precisam para atingir

por meio desses meios e obstáculos que podem a vir surgir.

4.7 Controle estratégico

Segundo Lacombe e Heilborn (2003), controle é uma atividade administrativa

que serve para medir e corrigir o desempenho dos funcionários para se certificar que

os objetivos e metas da organização sejam atingidos e os planos formulados sejam

realizados.

Para Lacombe e Heilborn (2003, p. 173), “planejamento e controle são

conhecidos como funções gêmeas da administração. Não adianta planejar se não

houver controle, e não se pode controlar se não houver planejamento”.

A etapa final da administração estratégica é o controle estratégico. O controle

estratégico serve para apoiar os administradores na avaliação do progresso da

empresa, e, se houver problemas, as estratégias servirão na formulação de ações

corretivas (BATEMAN E SNELL 1998).

Controle é a função do processo admistrativo, que mediante a comparação com padrões previamente estabelecidos, procura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em outras funções do processo administrativo, para assegurar que os resultados satisfaçam às metas, aos desafios e aos objetivos estabelecidos (OLIVEIRA, 2009, p. 256).

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Para Certo e Peter (1993), controle estratégico foca na monitoração e

avaliação do processo de administração estratégica para melhorá-lo e assegurar um

funcionamento adequado.

Segundo Ackoff (1975, p. 78), “todas as decisões, tomadas durante o

planejamento ou as operações normais, deveriam estar sujeitas a controle”.

Os autores são unânimes em afirmar que o controle estratégico serve para

monitorar e avaliar o desempenho das metas e objetivos que foram traçadas para a

organização.

Na seção abaixo, será apresentada a satisfação do cliente, uma vez que se faz

necessário avaliar a opinião do consumidor em relação à empresa e seus produtos.

4.7.1 Satisfação do Cliente

Segundo Kotler e Armstrong (2004, p. 475), “clientes satisfeitos têm maior

probabilidade de se tornar clientes fieis, e clientes fieis têm maior probabilidade de

dar à empresa uma participação maior em sua preferência”.

O autor relata ainda que o ponto principal para a construção de

relacionamentos duradouros é a criação de valor e satisfação superiores para o

cliente.

Para Cannie (1995, p. 87), “a satisfação do cliente supõe o atendimento de

suas exigências, e essas não serão satisfeitas se você não estiver disposto a ouvi-

lo”. É a satisfação do cliente que irá dizer se a empresa tem aceitação no mercado.

Conforme Zeithaml e Bitner (2003), a empresa que não faz uma pesquisa de

marketing com os seus clientes referente à satisfação, corre o risco de ficar sem

saber o que é necessário fazer com as constantes mudanças naquilo que os clientes

demandam.

Apresentando o referencial teórico que sustenta esta pesquisa, apresentam-se

no capítulo a seguir a metodologia empregada para atingir os objetivos propostos.

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5 METODOLOGIA

Segundo Roesch (2005, p. 125, 126), “a metodologia descreve como o projeto

será realizado. Aconselha-se partir dos objetivos do projeto para definir que tipo de

método é mais apropriado”.

O presente capítulo falará sobre o tipo de estudo, a área-alvo de estudo, e o

instrumento de coleta de dados com que esta pesquisa foi desenvolvida.

5.1 Delineamento do tipo de estudo

Esta pesquisa trabalha com o método qualitativo. Segundo Roesch (2005, p.

154), “a pesquisa qualitativa e os seus métodos para coletar e analisar os dados são

direcionados mais para uma pesquisa exploratória”.

Segundo Malhotra (2006, p. 66),

A pesquisa qualitativa caracteriza-se por ser não-estruturada, de natureza exploratória e baseada em pequenas amostras, podendo utilizar técnicas qualitativas conhecidas como grupos de foco (entrevistas em grupo), associações de palavras (pedir aos entrevistados que indiquem suas primeiras respostas a palavras de estimulo) e entrevistas analíticas (entrevistas individuais que sondam em detalhe os pensamentos dos entrevistados).

Staw (1977 apud Roesch, 2005, p. 155) comenta que a pesquisa qualitativa e

seus métodos para coletar e analisar os dados são apropriados para a fase

exploratória da pesquisa.

Vergara (2007, p. 46) cita dois critérios básicos para o delineamento do tipo de

pesquisa:

a) quanto aos fins;

b) quanto aos meios.

No caso deste trabalho, quanto aos fins, a pesquisa será exploratória e

descritiva. Exploratória devido à empresa pesquisada ter pouco conhecimento na

área de planejamento estratégico. Descritiva porque serão apresentadas as

características da empresa em questão.

Para Selltiz et al (1967, p. 63 apud Gil, 2002, p. 41),

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Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas como o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que “estimulem a compreensão”.

Para Gil (2002, p. 42), “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, o

estabelecimento de relações entre variáveis”.

“As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que

habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação

prática” (GIL, 2002, p. 42).

Quanto aos meios, o método utilizado foi estudo de caso. Em relação ao

estudo de caso, de acordo com Vergara (2007, p. 49), “é o circunscrito a uma ou

poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto,

uma empresa, um órgão publico, uma comunidade ou mesmo um país”.

De acordo com Yin citado por Roesch ( 2005, p. 155), “o estudo de caso é uma

estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de

seu contexto".

5.2 Delineamento da área alvo de estudo

Roesch (2005, p. 128) relata que a “área-alvo de um estudo pode ser em um

departamento da empresa ou englobar toda a organização”. Para esta pesquisa,

definiu-se como área-alvo de estudo a gerência geral da empresa, na pessoa do seu

gerente, que é responsável pelas mudanças na empresa e pela tomada de decisão

estratégica.

A empresa objeto desta pesquisa cientifica é a Cerpi Indústria e Comércio de

Metais Ltda. A área-alvo é a empresa como um todo, visto que se trata de uma

organização de pequeno porte, onde não existe formalmente um plano de

planejamento estratégico, sendo o gerente geral da empresa o responsável pela

administração, pelas vendas e pela busca de novas alternativas estratégicas.

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A pessoa que concedeu a entrevista para a pesquisa científica foi Sr. Diego

Cerveira, filho do fundador da empresa. Ele é responsável por toda negociação

direta com os clientes e fornecedores. Sr. Diego também é responsável pela área de

vendas, produção, recebimento e expedição.

5.3 Instrumento de coleta de dados

Na coleta de dados, o leitor deve ser informado como se pretende obter os

dados necessários para responder ao problema.

Para Gil (2002, p. 144), diversas técnicas são adotadas para a coleta de dados

na pesquisa. A mais usual é a entrevista aplicada coletiva ou individualmente.

Para Roesch (2005), entrevistas, observação e uso de diários são as técnicas

mais utilizadas na pesquisa de caráter qualitativo. A entrevista em profundidade é

uma técnica importante da pesquisa qualitativa, elas podem ser estruturadas ou

semi-estruturadas.

As perguntas abertas em questionários são a forma mais elementar de coleta de dados qualitativos, e que o propósito de formular tais questões é permitir ao pesquisador entender capturar a perspectiva dos respondentes; por isso, as questões não apresentam uma categorização prévia de alternativas para a resposta (ROESCH, 2005, p.132).

Para esta pesquisa, foi adotada a entrevista com os gestores da empresa e o

questionário semi-estruturado, com o uso de questões abertas junto aos principais

clientes, o que permite ao entrevistador compreender e captar a perspectiva dos

participantes da pesquisa. Também foi aplicado o brainstorming juntamente com o

Sr. Diego Cerveira como instrumento de coleta de dados.

Segundo Roesch (2005, p. 133), a entrevista é um processo social, em que

vários fatores interferem na relação entrevistador e entrevistado, bem como classe

social, idade e sexo. O autor afirma ainda que “é preciso ter muita cautela para não

influenciar as respostas do entrevistado e que qualquer pessoa se disponibiliza a

responder a 3 ou 4 questões, mas, mais do que isso, é preciso convencer o

entrevistado a responder o restante do questionário”.

Neste trabalho, num primeiro momento foi realizada uma entrevista com o Sr.

Diego Cerveira no dia 12 de março de 2011, para alinhar os interesses da

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entrevistadora com os interesses da organização, de modo a traçar uma visão

parcial da empresa e do que ela almeja em relação ao seu planejamento estratégico.

Num segundo momento, foi realizada uma entrevista no dia 26 de Março de

2011, onde também foram identificadas as forças e fraquezas da organização e o

seu ambiente.

No dia 14 de abril de 2011, foi realizada mais uma visita juntamente com o Sr.

Diego Cerveira para definir os elementos permanentes da organização, os objetivos

estratégicos e o plano de ação, com participação ativa do presidente fundador da

empresa, Sr. Luiz Cerveira e sua esposa, Sra. Tânia dos Santos.

Para os clientes, foram realizados questionários com perguntas abertas, que o

próprio gerente da organização teve a responsabilidade de entregar, uma vez que a

pesquisadora não teve tempo hábil para poder entregar pessoalmente.

5.4 Plano de análise de dados

A análise de dados será feita a partir da entrevista e questionário semi-

estruturado.

Segundo Vergara (2007, p. 54), “a coleta de dados refere-se à seção em que o

leitor deve ser informado sobre a forma que os dados foram coletados para

responder ao problema”.

Roesch (2005, p. 156) descreve que, “quando o estudo é qualitativo, o

pesquisador se depara com uma grande quantidade de notas de pesquisa, que se

materializam na forma de textos, que devem ser organizados para depois

interpretar”.

Após a coleta desses dados, o passo seguinte é analisar e interpretar o que se

coletou.

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6 ANÁLISE DOS DADOS

Segundo Roesch (2005, p. 128), “o tipo de dado coletado delimita as

possibilidades de análise”. E nessa fase é sugerido como o pesquisador fará a

descrição e análise dos resultados da sua pesquisa.

Para Gil (2002, p. 141), “entre os vários itens de natureza metodológica, o que

apresenta maior carência de sistematização é o referente à análise e interpretação

dos dados”.

Neste capitulo será abordado o desenvolvimento da pesquisa em questão.

6.1 Diagnóstico ambiental

Inicialmente, fez-se o diagnóstico ambiental em que a empresa Cerpi se

encontra.

Para Almeida (2001, apud Maximiano, 2008), a análise do ambiente deve

começar com um estudo de localização geográfica da organização, iniciando pela

rua onde está localizada até os países onde atua.

Conforme já citado por Wright, Kroll e Parnell (2007), as empresas são

afetadas por quatro forças que provêm do macroambiente que são: político-legais,

as econômicas, as tecnológicas e as sociais.

As político-legais são aquelas referentes às legislações, eleições e sentenças

judiciais, assim como decisões que são tomadas por comissões e instâncias em

cada nível de governo.

As forças econômicas possuem seu impacto sobre os negócios, podendo ser

positivo ou negativo. Os fatores que devem ser levados em consideração são o

aumento ou a diminuição do produto interno bruto e elevação e queda de taxas de

juros, da inflação e do dólar.

Forças tecnológicas são referentes às melhorias e inovação cientifica que

podem ocorrer oportunidades ou ameaças para as organizações.

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69

Forças sociais estão relacionadas às tradições, valores, tendências sociais e

expectativas que a sociedade exerce em relação as organizações (WRIGHT, KROLL

E PARNELL, 2007).

6.1.1 Macroambiente

Nesta seção serão apresentadas as quatro forças que estão presentes no

macroambiente da empresa Cerpi: forças político-legais, forças econômicas, forças

tecnológicas e forças sociais.

6.1.1.1 Forças político-legais:

a) a carga tributária é excessiva e prejudica muito a empresa, principalmente

as pequenas, pois limitam o poder de investimentos e de concorrência

com determinados mercados, principalmente produtos importados;

b) as leis de proteção ambiental são bem rigorosas, porém são adequadas já

que se trata de um assunto extremamente importante. Não afetam

diretamente a empresa, pois a mesma encontra-se dentro das normas,

porém, devido à falta de fiscalização, muitas outras empresas burlam estas

regulamentações e tiram vantagem, pois não são afetadas pelas leis;

c) as políticas de empréstimos a baixo juro do governo (BNDES) são

extremamente burocráticas e beneficiam apenas as grandes empresas. As

pequenas empresas têm que se sustentar com seus próprios recursos ou

procurar alternativas de empréstimos em bancos privados;

d) as leis trabalhistas, por sua vez, não prejudicam a empresa diretamente,

pois ela sempre está em dia com as obrigações e investimos na segurança

do trabalhado;

e) com relação a demissões, a Justiça do Trabalho sempre foi uma “indústria”

de arrecadação para o governo e visa apenas a extorquir as empresas e

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nunca procura a justiça propriamente dita. Já que os contratos de trabalho

são bilaterais, as leis deveriam ser cumpridas para ambos os lados.

6.1.1.2 Forças econômicas:

a) os custos com energia são muito altos neste setor, pois o processo é

basicamente matéria prima e energia;

b) a diminuição na taxa de desemprego e o aumento da renda per capita

tendem a aumentar as atividades econômicas no país, o que

consequentemente fortalece o setor;

c) o fortalecimento da moeda nacional é importante para a economia e

estimula os investimentos em novas tecnologias. Porém esta valorização

da moeda, aliada a fracas políticas de taxação a produtos importados,

prejudica a indústria nacional num todo, com exceção das empresas

exportadoras.

6.1.1.3 Forças tecnológicas:

a) os investimentos em tecnologias de ponta, automação e até mesmo

robótica são de extrema importância, mas estão ao alcance apenas das

grandes empresas, pois com uma carga tributária excessiva, estas

iniciativas são inviáveis às empresas pequenas, pois tiram o poder de

investimento das mesmas.

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71

6.1.1.4 Forças sociais:

a) as maiores expectativas com relação aos locais de trabalho favorecem as

empresas como a Cerpi, que visam a proporcionar boas condições e

remunerações adequadas aos seus funcionários;

b) as preocupações com a qualidade de vida são de extrema importância para

o desenvolvimento de uma sociedade e, com base nisso, a empresa

procura adequar-se às questões socioambientais, oferecendo condições

adequadas de trabalho aos funcionários, boas remunerações e benefícios,

além de diminuir os impactos ao meio-ambiente.

6.2 Ambiente setorial

A análise do ambiente setorial foi feita com base na teoria das cinco forças

competitivas de Porter.

Conforme já citado anteriormente, as cinco forças competitivas são a entrada

de novos concorrentes, a ameaça de substitutos, o poder de negociação dos

compradores, o poder de negociação dos fornecedores e a rivalidade entre os

concorrentes existentes (PORTER, 1996).

As cinco forças são usadas para que se possa analisar a competição entre

todos os atores de uma organização, seja do ambiente externo e interno.

Conforme já citado, as empresas são únicas e cada uma possui sua própria

estrutura. O modelo das cinco forças auxilia as empresas a perceber a

complexidade e mostrar os pontos críticos para a concorrência em sua indústria e

também auxilia a identificar as inovações estratégicas que ajudariam na

rentabilidade da indústria (PORTER, 1996).

Juntamente com o gestor da empresa, foram analisadas as cinco forças

competitivas que a empresa Cerpi enfrenta.

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72

6.2.1 Rivalidade entre concorrentes:

a) não existem concorrentes com relativo equilíbrio em termos de tamanho e

recurso da empresa Cerpi na região. Os concorrentes mais fortes estão

localizados na serra gaúcha ou fora do estado;

b) são poucas as empresas especializadas em ligas especiais;

c) cada empresa possui seu foco/especialização que acaba sendo um

diferencial;

d) existe mercado para todos, uma vez que a empresa não consegue atender

a demanda.

6.2.2 Poder de barganha dos fornecedores:

a) o fornecimento de produtos insumos e serviços necessários são

concentrados em poucas empresas, pois os mesmos precisam ser

especializados, e os maiores fornecedores estão concentrados em São

Paulo;

b) os produtos oferecidos pelos fornecedores são diferenciados, já que são

ligas especiais de metal nobre;

c) existe um custo significativo para trocar de fornecedor, já que haveria a

necessidade de mexer na logística, lotes de compra mínima e formas de

pagamento.

6.2.3 Poder de barganha dos clientes:

a) A quantidade de compra de cada cliente é diversificada em função da

diversidade de produtos. A quantidade não é contínua e, como são lotes

fixos, existe uma flexibilidade de produção, e os custos são maiores, mas

os clientes não exercem pressão;

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b) Alguns produtos/serviços que os clientes compram são padronizados,

porém o foco da empresa são produtos especiais.

6.2.4 Ameaça de novos entrantes:

a) Para adentrar no ramo de fundição, é preciso ter capital de giro e fluidez de

caixa, pois a matéria-prima é muito cara;

b) Empresas concorrentes têm marcas desconhecidas, pois somente alguns

produtos têm marca própria da empresa, pois a maioria é mediante projeto

do cliente ou baseado em normas técnicas;

c) A fidelidade dos clientes em relação ao seu produto/serviço é alta, são

clientes que confiam na credibilidade da empresa;

d) Os clientes que pretendem trocar de fornecedor terão um custo de matriz e

modelos por parte da empresa, o cliente terá que arcar com esses

investimentos;

e) Para abrir uma empresa no ramo de fundição, é necessário um grande

investimento em infraestrutura, além de funcionários capacitados, visto que

os processos são basicamente manuais, exigindo conhecimento. Também

vale ressaltar quanto aos cumprimentos de muitas exigências ambientais

por parte de órgãos governamentais como FEPAM.

6.2.5 Ameaça de produtos substitutos.

a) alguns setores da indústria de polímeros estão apresentando crescimento

significativo, porém ainda existe muita restrição quanto ao uso desses

produtos na substituição de ligas de metal nobre. E substituição dos

produtos fabricados em ligas não ferrosas por polímeros ainda está em

fase de análise, visto que não é possível determinar se os polímeros terão

a mesma resistência dos materiais hoje utilizados na indústria metalúrgica.

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74

7 OPORTUNIDADES AMEAÇAS FORÇAS E FRAQUEZAS

Conforme já citado no capítulo 4, o levantamento das oportunidades, ameaças,

forças e fraquezas são indispensáveis para a implementação de um plano de ações

estratégicas para uma empresa. É através dessa análise que a empresa terá

conhecimento dos seus pontos fortes e fracos.

7.1 Montagem da Matriz SWOT

A montagem da matriz SWOT se deu juntamente com o gestor da organização,

Sr. Diego Cerveira, em entrevista com perguntas abertas que facilitaram o

entendimento da situação atual da empresa e do ambiente externo da organização,

com apoio de referências bibliográficas e aprendizado ao longo do curso que

serviram de auxílio para definir cada item das oportunidades, ameaças, forças e

fraquezas.

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Quadro 3 - Matriz SWOT

Fonte: Sala de aula.1

Após a análise matriz SWOT, foi construído o critério de avaliação utilizando as

notas que constam no quadro 3, sendo 0 para sem impacto, 1 para com impacto e 2

para com forte impacto. Num primeiro momento, a pesquisadora, com uma visão

externa, fez sua avaliação obtendo valores para formação da matriz SWOT. Logo

após, apresentou os resultados ao gerente, Sr. Diego Cerveira, o qual realizou

várias modificações a fim de adequar a matriz à situação em que hoje a empresa se

encontra.

7.1.1 Cálculo do impacto

O resultado do cálculo do impacto apresentado no quadro 4 foi obtido com o

cruzamento de dados da matriz SWOT, apresentados no quadro 3.

1 Aula de Pensamento Estratégico, ministrada pelo Professor André Stein no Unilasalle em 2010/2

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Densidade dos Quadrantes

I Indica a existência de potencialidades de ação ofensiva, através do aproveitamento de OPORTUNIDADES pela

existência de FORÇAS 42,00%

II Indica a existência de uma capacidade defensiva capaz

de neutralizar ou minimizar as AMEAÇAS com o uso das FORÇAS

34,00%

III Indica a existência de debilidades para ação ofensiva, ou

seja, FRAQUEZAS podem impedir ou dificultar o aproveitamento de OPORTUNIDADES

34,00%

IV Indica a existência de vulnerabilidades, ou seja, situações em que as FRAQUEZAS acentuam as possibilidades de

concretização de AMEAÇAS 16,00%

Quadro 4 - Densidade dos quadrantes 2Fonte: Sala de aula

Os bons resultados obtidos nos quadrantes I e II são considerados favoráveis,

uma vez que a empresa é de pequeno porte e ainda não possui um planejamento

estratégico formal.

O que auxilia a organização na formação desse resultado é a atuação em um

mercado praticamente restrito, visto que, para a fabricação dessas peças, é

necessário o investimento nos moldes de fundição, que, em muitos casos, são

fornecidos pelos próprios clientes. No caso da fundição Cerpi, esses moldes são de

propriedade da própria empresa, o que a deixa em uma condição de vantagem em

relação à concorrência.

Já o resultado do quadrante III, que foi de 34%, ocorreu devido ao critério de

avaliação onde as notas foram classificadas com forte impacto, conforme exposto na

matriz SWOT. O gestor afirma a dificuldade do investimento em tecnologia por

motivo do alto custo para aquisição de equipamentos necessários para aprimorar

seu processo de produção.

O quadrante IV, onde se obteve resultado de 16%, não demonstra fraquezas

relevantes para organização.

2 2 Aula de Pensamento Estratégico, ministrada pelo Professor André Stein no Unilasalle em 2010/2

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77

7.1.2 Cálculo do índice de posicionamento

Para definição do cálculo de índice de posicionamento é utilizada a escala

apresentada no quadro 5.

Quadro 5 - Escala de posicionamento

3Fonte: Sala de Aula.

Com os resultados obtidos de cada quadrante, foi encontrada a escala de

posicionamento da empresa, que segue no quadro 6, demonstrado claramente sua

capacidade ofensiva e sua capacidade defensiva, para se obter o cálculo do

Posicionamento Estratégico Global.

Posicionamento Estratégico Global – (I+II) – (III+IV) 26,00%

Capacidade Ofensiva (potencial de captura de oportunidades) – (I-III)

8,00%

Capacidade Defensiva (potencial de neutralização das ameaças) – (II-IV)

18,00% Quadro 6 - Cálculo de índice de posicionamento

Fonte: Sala de 4aula.

A Fraqueza da empresa não está impactando na realização das oportunidades

e no combate das ameaças.

A análise mostra que a empresa está posicionada próxima à linha neutra com

uma tendência levemente favorável, o que significa que tem potencial para investir

em melhorias e se protege bem das ameaças.

3 3 Aula de Pensamento Estratégico, ministrada pelo Professor André Stein no Unilasalle em 2010/2 4 4 Aula de Pensamento Estratégico, ministrada pelo Professor André Stein no Unilasalle em 2010/2

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78

7.1.3 Satisfação do cliente

A pesquisa com os clientes se deu através de um questionário semi-

estruturados, aplicado aos gestores ou supervisores dos clientes da empresa

estudada. Conforme o modelo a seguir.

PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES CERPI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE METAIS LTDA.

Prezado cliente Gostaríamos de saber sua opinião sobre a qualidade dos nossos produtos/serviços. As informações serão utilizadas para identificar oportunidades de melhoria em nossos processos, produtos e serviços. Além disso, servirão de apoio para um trabalho de conclusão do curso de Administração de um acadêmico do Centro Universitário Unilasalle. Contamos com a sua colaboração. Nome da empresa: Cargo: Data: 1) Quais os motivos que o levam a comprar nossos produtos? ( ) Qualidade do produto ( ) Preço ( ) Tradição no mercado ( ) Qualidade no atendimento ( ) Outros (mais de uma opção pode ser marcada) 2) Como você avalia o nosso prazo de entrega? 3) Quais os pontos que você acredita que poderíamos melhorar em nossa empresa?

Os cinco clientes escolhidos se deram pelo critério do grau de importância

dentro da organização.

Através do questionário obtiveram-se importantes constatações as quais se

apresentam compiladas no quadro 7.

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Empresa Qualidade do produto

Preço Tradição no Mercado

Qualidade no Atendimento

Outros

Bel Air X x X

Marilise X x x X

Indupel X X

Bombas Vanbro X

Porto aço x X Agilidade entrega

Quadro 7 – Compilação do resultado do questionário – questão 1 Fonte: Autoria Própria, 2011.

Observa-se que no, quadro 7, que quatro dos cinco clientes apontaram a

qualidade do produto e a qualidade do atendimento como os principais fatores que

os levam a escolher a Cerpi como seu principal fornecedor de peças fundidas.

Três clientes citaram o preço como sendo diferencial competitivo e, em

contrapartida, apenas o cliente Marilise apontou a tradição no mercado como sendo

um fator relevante.

O quadro 8 apresenta duas questões abertas sobre o prazo de entrega e

possíveis pontos a serem melhorados.

Empresa Avaliação do prazo entrega Ponto a melhorar

Bel Air Dentro do esperado, sempre

atendendo minha necessidade

Produção das peças sem ter que separar placar,

junto ao fornecedor

Marilise O prazo combinado algumas vezes

não é cumprido. Neste item

acredito que pode haver melhorias

Prazo de entrega, comunicação entre o

cliente/fornecedor (retorno sobre recebimento de

OC, dar retorno sobre confirmação de entrega das

peças) entrega do material com a NF

correspondente, mesmo sendo poucos itens

Indupel Bom, pois sabemos que os prazos

de entrega das fundições de um

modo geral são elásticos – acima

de 20 dias.

A questão dos Certificados de Composição Química

que devem acompanhar o material e que nem

sempre é cumprida.

Bombas Vanbro

Bom, pois esta dentro do

programado

Esta pergunta deveria ser feita internamente, pois aí

está quem mais conhece a empresa, desta forma

melhorar para os clientes

Porto aço Bom conforme combinado Melhorar o acabamento do material

Quadro 8 – Compilação do resultado do questionário – questões 1 e 2 Fonte: Autoria Própria, 2011.

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80

Dentre os cinco clientes, quatro citaram o prazo de entrega como sendo

satisfatório, estando dentro do acordado entre ambas as partes. Apenas o cliente

Marilise citou que algumas vezes o prazo de entrega não é cumprido.

Já nos pontos a melhorar, cada cliente respondeu conforme sua necessidade,

sendo os principais pontos abordados a comunicação entre cliente e fornecedor,

certificados de composição química, e melhoria do acabamento das peças.

7.2 Elementos permanentes

Na realização dos elementos permanentes da organização, além do

embasamento teórico, foi aplicada a ferramenta brainstorming juntamente com o

gerente Sr. Diego Cerveira.

Ocorreu uma visita no dia 13 de Abril de 2011, na empresa Cerpi, com o

objetivo de realizar uma reunião onde várias ideias que surgiram foram anotadas

para que se pudesse trabalhar nos elementos permanentes da organização.

7.2.1 Negócio

Para Kotler e Keller (2006), o negócio deve ser analisado como um processo

que satisfaça o cliente. Os clientes precisam mais do que o produto, os clientes

precisam da solução. Conforme já mencionado anteriormente, definir negócio tendo

como base somente produto ou serviço, diminui a análise de oportunidades e

esconde as ameaças existentes no ambiente (SAMPAIO, 1999).

Com a ajuda da ferramenta brainstorming, foi possível definir o negócio como

sendo: “Soluções em peças fundidas”.

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7.2.2 Missão

Segundo Certo e Peter (1993), a missão organizacional é a razão de ser de

uma empresa, e que, de uma forma geral, a missão de uma empresa contém

informações como produto ou serviços que a organização produz, quem são seus

clientes e que valores importantes possuem.

Após analisadas as idéias que surgiram, foi definida a seguinte missão para a

organização: “Atender as necessidades dos clientes, fabricando p eças fundidas

em metais nobres, oferecendo soluções rápidas com q ualidade”.

7.2.3 Visão

Conforme já mencionado anteriormente, para Costa (2007, p. 36), a “visão não

é um mero sonho, uma utopia, uma fantasia, ou uma quimera”. A visão deve ser

explicada de forma clara e objetiva para todos possam entendê-la, também deve ser

funcional para os envolvidos com a organização.

Também com o auxílio da ferramenta brainstorming, foi definida a visão da

empresa.

“Ser considerada uma referência na fabricação de pe ças fundidas em

metais nobres, superando as expectativas dos client es”.

7.2.4 Princípios e Valores

Para Oliveira (2007), os valores são o conjunto dos princípios e crenças de

uma empresa, e que devem estar ligados com as questões éticas e morais e, se

esses valores forem verdadeiros, servirão como sustentação da vantagem

competitiva da empresa.

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Para a definição dos valores, ficaram definidas as características positivas que

organização possui, levando em consideração o respeito ao cliente e ao seu cliente

interno:

a) clientes;

b) colaboradores;

c) atendimento diferenciado;

d) qualidade;

e) parceria.

7.3 BSC

O Balanced Scorecard inicia com um trabalho em equipe da alta administração

para esclarecer as estratégias de sua empresa em objetivos estratégicos e

específicos.

O BSC baseia-se em quatro perspectivas distintas, que são financeira, do

cliente, interna e de inovação e aprendizado.

A partir do momento em que se estabelece as metas financeiras, a receita e o

crescimento de mercado devem ser priorizados pela equipe. Quanto à perspectiva

do cliente, a equipe deve ter conhecimento dos segmentos de clientes e mercados

com que estará competindo. Após essas duas etapas, se faz necessário identificar

objetivos e medidas para os processos internos. Essas são as principais inovações e

benefícios do scorecard. Os métodos tradicionais de medição de desempenho

estão focados na melhoria dos custos, qualidade e ciclos de processos que já

existem, já o Balanced Scorecard aponta os processos que precisam de mais

atenção.

A última etapa são as metas de aprendizado e o crescimento. Essa etapa

mostra os motivos que uma organização precisa investir na reciclagem de

funcionários, na tecnologia, nos sistemas de informações e na melhoria dos

procedimentos organizacionais.

Cada organização tem suas próprias características e pode almejar e seguir

seu próprio caminho na construção do Balanced Scorecard (KAPLAN E NORTON,

1997).

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7.3.1 Objetivos estratégicos e indicadores

O diagrama abaixo permite identificar detalhadamente os passos que serão

tomados para construção dos objetivos estratégicos.

VISÃO 2015 Perspectivas do BSC Objetivos Estratégicos

Ser considerada

uma referência

na fabricação

de peças fundidas

em metais nobres,

superando as

expectativas

dos clientes.

Financeira

Aumentar as vendas

Aumentar a rentabilidade

Reduzir custos

Clientes

Ser referência na região onde

opera

Melhorar prazos de entrega

Garantir respostas rápidas aos

clientes

Processos Internos

Reduzir retrabalho

Reduzir sucata

Reduzir perdas do processo

Aprendizado

e Crescimento

Implantar um sistema de gestão

da qualidade

Ter uma equipe capacitada e

comprometida

Quadro 9 - Objetivos estratégicos Fonte: Autoria própria e do gestor da empresa, 2011.

O quadro 9 define a visão da organização que o gestor almeja alcançar até

2015. Para isso, foi utilizada a ferramenta BSC, onde o Sr. Diego Cerveira definiu as

quatro perspectivas que são necessárias para construção dos objetivos estratégicos.

A seguir, serão apresentados quadros que definem os indicadores que a

empresa Cerpi poderá fixar para implementação do plano de ação estratégicas.

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7.3.1.1 Mapa estratégico

Conforme mencionado no referencial teórico, o mapa estratégico possibilita aos

colaboradores uma visão clara de como as atividades estão relacionadas aos

objetivos gerais da empresa, fazendo com que trabalhem de forma coordenada em

prol das metas desejadas pela organização (KAPLAN E NORTON 2004).

Em relação à Cerpi, elaborou-se o seguinte mapa estratégico:

Figura 10 - Mapa estratégico Fonte: Autoria própria, 2011.

A partir desse mapa, foi possível estabelecer os seguintes indicadores, que poderão

ser monitorados pela empresa.

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7.3.1.2 Indicadores

Quadro 10 - Indicadores das quatro perspectivas do BSC Fonte: Autoria própria, 2011.

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7.3.2 Plano de ação

Após ter traçado os objetivos estratégicos e os indicadores, foi feito o plano de

ação para cada perspectiva.

Segundo Griffin (2007), no momento em que o gestor define o setor com que

irá trabalhar e determinar quais competências serão enfatizadas, as decisões

devem ser registradas num documento que é chamado plano de negócios. Nesse

plano de negócio, o gestor resume qual estratégia do seu negócio e a maneira que

será implementada.

Segue o plano de ação para indicadores financeiros:

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Quadro 11 - Plano de Ação - perspectiva financeira

Fonte: Autoria própria, 2011.

A seguir será apresentado o plano de ação para indicadores clientes.

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Quadro 12 - Plano de ação – perspectiva dos clientes Autoria: própria, 2011.

A seguir será apresentado o plano de ação para indicadores processos

internos.

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Quadro 13 - Plano de ação - perspectiva processos internos

Fonte: Autoria própria

A seguir será apresentado o plano de ação para Indicadores crescimento e

aprendizagem.

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Quadro 14 - Plano de ação - perspectiva crescimento e aprendizagem

Fonte: Autoria própria, 2011.

O trabalho de elaboração do plano de ação, para cada perspectiva, teve

participação direta do gerente da organização e do responsável por cada setor

envolvido no processo. Essa participação ativa foi de suma importância, uma vez

que eles conhecem a realidade da empresa e do mercado onde atuam e sabem da

real necessidade de planejamento para cada perspectiva. Vale ressaltar que a

pesquisadora também teve participação com ideias para classificar os itens para os

projetos e ações para definição do plano de ação. No entanto, os valores dos

indicadores, cronograma e os custos foram sugeridos e definidos pelos gestores da

Cerpi.

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91

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto atual, as empresas de pequeno e médio porte encontram diversos

empecilhos para o seu crescimento dentro de um mercado muito competitivo. Muitas

delas alegam esse problema como sendo a falta de recursos financeiros para injetar

em sua empresa, contudo diversos autores como Ferreira et al (2005) e Mintzberg

(2004) apontam o fracasso dessas empresas como sendo a falta de planejamento

gerencial.

Muitas empresas, deste porte, possuem a visão do planejamento estratégico

como sendo apenas uma mera questão operacional, mas não levam em conta o

real conhecimento voltado para a gestão estratégica da empresa, a qual engloba

diversos outros aspectos, como análise do ambiente externo e interno, análise

setorial onde são apontadas as cinco forças de Porter.

Mas, como desenvolver e implementar ferramentas capazes de apoiar a

administração no que diz respeito à programação, controle e execução das

atividades organizacionais? Esta é a pergunta que se respondeu com esta

monografia e o estudo de caso desenvolvido junto à Cerpi Indústria e Comércio de

Metais LTDA.

Na introdução, apresentou-se, num primeiro instante, o cenário atual das

pequenas e médias empresas que não trazem um planejamento estratégico formal.

No segundo capítulo, apresentou-se a caracterização da organização, onde

alguns produtos que ela desenvolve foram ilustrados, assim como os principais

clientes e o mercado no qual atua.

Nesse mesmo capítulo também foi abordada a delimitação e a definição da

situação problema, confrontando o modelo antigo de gestão com a atual

necessidade de implementar o planejamento estratégico, juntamente com a

justificativa dessa escolha da questão-problema.

Em seguida, abordou-se o problema de pesquisa e fixou-se o objetivo geral:

Apresentar um plano estratégico para a empresa Cerpi, utilizando as ferramentas

análise SWOT, brainstorming e BSC. Dando sequência, foram delimitados os

seguintes objetivos específicos:

a) Construir o conjunto de elementos permanentes da gestão estratégica;

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b) Diagnosticar a atual situação da empresa, quanto ao seu ambiente

interno e seu ambiente externo;

c) Construir uma matriz FOFA (Swot), identificando o cruzamento dos

dados coletados junto ao ambiente interno e externo;

d) Construir um mapa estratégico utilizando a metodologia BSC.

No quarto capítulo, fez-se a fundamentação teórica, abordando questões

relacionadas aos conceitos e definições de indústria, planejamento estratégico e as

ferramentas que auxiliam no desenvolvimento do mesmo, utilizando autores

renomados da área.

No capítulo seguinte, foi apresentado o método utilizado para o

desenvolvimento deste estudo de caso, que se deu em nível exploratório e

descritivo.

No capítulo da análise de dados, apresentou-se, num primeiro momento, o

diagnóstico ambiental, seguido do ambiente setorial.

Dentro do diagnóstico ambiental, foram levantados dados sobre as quatro

forças que estão presentes no macroambiente da empresa, que são:

a) Forças político-legais;

b) Forças econômicas;

c) Forças tecnológicas; e

d) Forças sociais.

Já no ambiente setorial, foram analisadas as cinco forças competitivas de

Porter, que são:

a) Rivalidade entre concorrentes;

b) Poder de barganha dos fornecedores;

c) Poder de barganha dos clientes;

d) Ameaça de novos entrantes; e

e) Ameaça de produtos substitutos.

E, por fim, no sétimo capítulo, analisaram-se as oportunidades, ameaças,

forças e fraquezas. Para este estudo, utilizou-se o método da matriz SWOT,

questionário com os principais clientes e logo após a aplicação da ferramenta BSC.

Após serem analisados os pontos fortes e fracos da Cerpi, foi montada a matriz

SWOT, que deu base para se chegar ao resultado do cálculo do índice de

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posicionamento estratégico global. Este índice aponta que a empresa está numa

linha favorável, contudo pode ser melhorada utilizando mais as suas oportunidades.

Na próxima etapa, desenvolveram-se os elementos permanentes da

organização, juntamente com o Sr. Diego Cerveira, numa reunião de brainstormig,

onde se definiram os elementos: Negócio, Missão, Visão, Princípios e Valores.

Na última etapa, foi desenvolvida a ferramenta BSC juntamente com os

gestores da organização, onde as quatro perspectivas (financeira, clientes,

processos internos e aprendizagem e crescimento) foram utilizadas para a

elaboração dos objetivos estratégicos. A partir daí, montou-se o plano de ação para

cada uma das perspectivas.

Ainda não há a certeza que este estudo será implementado, todavia o gestor

mostrou-se muito disposto a aplicar as ferramentas aqui propostas no curto, médio e

longo prazos. O simples fato de a pesquisadora ter realizado este estudo já

proporcionou para o gestor outra visão da sua própria organização, auxiliando o

mesmo a saber que rumo tomar e identificar os pontos que devem ser melhorados e

os seus pontos fortes apontados, dentro do seu plano estratégico.

Se porventura este estudo vier a ser colocado em prática, fica como sugestão

para futuros estudos o controle e avaliação dos resultados obtidos que devem ser

monitorados regularmente, confrontando a realidade ao plano estratégico aqui

proposto.

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