apreciação musical de indivíduos surdos

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTUTO DE ARTES IARTE CURSO DE MÚSICA Herbert Rodrigues Mendonça Apreciação Musical de indivíduos surdos Relatório do Projeto Integrado de Prática Educativa 5 (PIPE 5) apresentado à disciplina Psicologia do desenvolvimento musical, ministrada pelo prof. José Soares no segundo semestre de 2014. UBERLÂNDIA MG 2015

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Projeto de pesquisa em educação musical

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA

    INSTUTO DE ARTES IARTE CURSO DE MSICA

    Herbert Rodrigues Mendona

    Apreciao Musical de indivduos surdos

    Relatrio do Projeto Integrado de

    Prtica Educativa 5 (PIPE 5)

    apresentado disciplina Psicologia

    do desenvolvimento musical,

    ministrada pelo prof. Jos Soares no

    segundo semestre de 2014.

    UBERLNDIA MG 2015

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    SUMRIO

    1. INTRODUO ......................................................................................................... 03

    2. METODOLOGIA ....................................................................................................... 06

    3. DISCUSSO E IMPLICAES PARA A PRTICA EDUCATIVA ..................... 06

    4. CONSIDERAES FINAIS .................................................................................... 08

    5. REFERNCIAS ........................................................................................................ 10

    6. APNDICES (SE HOUVER) ................................................................................... 11

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    1. INTRODUO

    Uma educao musical abrangente deve-se ocupar prioritariamente do

    desenvolvimento equilibrado das diferentes potencialidades musicais dos alunos. Para

    isso, o professor precisa estar atento as reaes dos alunos, aos estmulos e propostas

    desenvolvidas em aula. Assim sendo, o professor e educador musical ingls Swanwick,

    escreveu em seu livro A Basis for Music Education (1979), as cinco principais

    atividades musicais, que a educao musical deve desenvolver com igualdade e

    equilbrio.

    Essas atividades foram denominadas pelo autor de C.(L).A.(S).P, que segundo

    traduo de Moreira (2012) para portugus:

    (T).E.C.(L).A Tcnica, Execuo, Composio, Literatura e Apreciao. Os parnteses nas letras T e L as destacam por

    considerar a Tcnica e a Literatura atividades secundrias no

    processo de ensino, afirmando ento que a Apreciao faz parte

    do eixo principal de ensino e aprendizagem da msica

    juntamente com a Execuo e a Composio.

    Para os ouvintes, a apreciao, uma das formas mais usadas para a aquisio

    do conhecimento musical. Nesse sentido, sendo a msica um fenmeno sonoro, a

    forma mais fundamental de abord-la atravs do ouvir (LEONHARD & HOUSE

    1972, p. 256 apud FRANA & SWANWICK 2002, p. 12). Com efeito, Frana &

    Swanwick (2002, pgs. 12 e 13), dizem:

    a maior parte da nossa herana musical s ser vivenciada

    atravs da apreciao mesmo no caso de um msico fluente: por maior que seja o seu repertrio, este ainda representa uma

    pequena parcela de tudo o que foi composto atravs dos tempos

    e lugares, e para as mais variadas formaes instrumentais.

    Poderamos chegar ento a uma concluso sobre a definio mais aceita do ato

    de apreciar msica? Seria difcil. Porm, autores como Frana & Swanwick (2002, pg.

    12) mostram que

    as atividades de apreciao devem levar os alunos a

    focalizarem os materiais sonoros, efeitos, gestos expressivos e

    estrutura da pea, para compreenderem como esses elementos

    so combinados. Ouvir[grifo meu] uma grande variedade de

    msica alimenta o repertrio de possibilidades criativas sobre

    as quais os alunos podem agir criativamente, transformando,

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    reconstruindo e reintegrando ideias em novas formas e

    significados.

    Na literatura cientfica, muitas vezes os termos apreciar, escutar e ouvir, so

    utilizados como sinnimos de uma mesma ao. Todavia alguns grupos de

    pesquisadores, em seus trabalhos, diferenciam estes termos.

    Bastio (2014) em todo o artigo trata sobre os caminhos da apreciao musical

    em uma aula de um curso superior, tratando a Apreciao como processo de

    compreenso e apreenso dos elementos sonoros que compem a msica. Frana &

    Swanwick (2012), usam o termo Ouvir, como sinnimo de apreciao, logo Ouvir,

    neste sentido, torna-se um processo ativo de conhecimento musical. J Granja (2006,

    pg 65) apud (SOUZA & TORRES 2009, pg. 47) diz, ouvir captar fisicamente a

    presena do som, enquanto que escutar estaria mais prximo da dimenso

    interpretativa da percepo

    Entretanto, ao se tratar da apreciao musical dos surdos, devemos levar em

    conta que o ser surdo fundamentalmente visual, e depois gestual. Nas palavras de

    Skliar & Quadros (2000, p. 22):

    Para o Surdo o que importante ver, estabelecer as relaes

    de olhar (...) usar a direo do olhar para marcar as relaes

    entre as partes que formam o discurso. O visual o que

    importa. A experincia visual desde o ponto de vista fsico

    (os encontros, as festas, as histrias, as casas, os

    equipamentos...) at o ponto de vista mental (a lngua, os

    sonhos, os pensamentos, as ideias...), como consequncia

    possvel dizer que a cultura visual, o olhar se sobrepe ao

    som, mesmo para aqueles que ouvem dentro da comunidade

    surda.

    Todos os seres humanos percebem os sons atravs da vibrao, os ouvintes

    principalmente pelo som causado pela vibrao de vrios dos rgos do sistema

    auditivo, e sua transformao em estmulos eltricos pelo crebro; j para os surdos,

    segundo Silva (2007 pg. 18):

    a vibrao um parmetro muito usado para o aluno surdo,pois

    atravs dela consegue diferenciar timbres que para ns so

    diferenciados atravs da audio[...] O surdo reage msica e

    expressa sua musicalidade utilizando o toque. possvel captar

    vibraes das ondas sonoras por todo o seu corpo, atravs de

    pele e ossos.

    Tais estmulos, provenientes dos diversos sensores tteis do tato so levados ao crebro

    e convertidos em sinais eltricos no crebro.

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    De acordo com o documento online da FATEC (Faculdade de Teologia e

    Cincias), os Surdos so grupo de pessoas com uma caracterstica comum, a deficincia

    em algum nvel da audio, o que lhe compete outra forma de comunicao, que no

    seja sonora. Segundo Coll, Marchesi e Palcios (2004), a perda sonora pode ser leve,

    mdia, sria e profunda. O trabalho musical com alunos surdos, no obstante, precisa

    ser diferenciado, do trabalho com alunos ouvintes, pois os primeiros possuem uma

    resposta musical diferenciada, o que compromete a percepo dos estmulos sonoros.

    O motivo que me levou a enveredar sobre tema, deve-se a disciplina de libras

    (Lngua brasileira de sinais) que cursei no segundo semestre do ano de 2013 na

    Universidade Federal de Uberlndia. Alm do ensino da libras, tivemos aulas sobre a

    trajetria histrico-cultural da comunidade surda, e para minha surpresa na poca, sobre

    a relao que os surdos possuem com a msica, e principalmente pela vibrao.

    Surgiu-me ento algumas dvidas sobre o desenvolvimento musical destes

    indivduos. Como os surdos apreciam msica, sendo ela pensada para ser percebidas

    pelo sistema auditivo e sua refinada especializao na percepo de estmulos sonoros

    dos ouvintes? A vibrao dos sons, percebida por outras reas no especializadas nos

    sons (receptores tteis espalhados pelo corpo), podem ser eficientes ao ponto de

    proporcionar ao indivduo surdo o mesmo entendimento cognitivo-musical dos

    ouvintes?

    A partir destes questionamentos propus como objetivo geral desse projeto,

    entender como o indivduo surdo aprecia msica, e como a percepo das vibraes

    sonoras pode proporcionar o desenvolvimento cognitivo-musical deste indivduo. E

    como objetivo especfico, busquei entender como a decodificao dos estmulos sonoros

    atravs da percepo ttil pode proporcionar um significativo desenvolvimento musical

    dos indivduos surdos.

    Este projeto justifica-se pela adeso de cada vez mais escolas aos novos projetos

    educativos pblicos para a atividade didtica da sala de aula, que so as classes

    inclusivas (SILVA 2007, p.01). Alm disso, o Decreto N 3.298 Regulamenta a Lei no

    7.853, de 24 de outubro de 1989, dispe sobre a Poltica Nacional para a Integrao da

    Pessoa Portadora de Deficincia, consolida as normas de proteo, e d outras

    providncias.

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    Busquei este tema aps estudar libras por um semestre na faculdade, nesta aula

    de libras, questionei-me sobre como eu poderia ensinar msica para alunos surdos, onde

    j ocorre este trabalho, e como ele realizado.

    Os resultados do projeto no ajudou somente a mim, que busco apreender a

    partir da observao deste tipo de prtica pedaggica, mas tambm a todos os

    professores da rea de educao musical, que no conhecem o processo de

    aprendizagem musical dos surdos, e que no tem ideia de como desenvolver tal

    trabalho.

    2. METODOLOGIA

    Buscando atingir os objetivos, o projeto consistiu em duas fases: (i) Leitura do

    artigo De S (s.d.), que trata da importncia de considerar o olhar do prprio surdo na

    sua educao musical, da especificidade de sua identidade cultural surda, e de seus

    limites fsicos. (ii) elaborao de questionrio (em Apndice A) para a professora Sarita

    Arajo Pereira, coordenadora do Projeto O Surdo: Caminho para Educao Musical

    do Conservatrio Estadual de Msica Cora Pavan Capparelli. Como educadora musical

    especialista em educao de surdos, suas respostas propiciaram um maior entendimento

    sobre tais questes.

    O questionrio consistiu de perguntas abertas, divididas em quatro sees. A

    primeira seo (trs perguntas) procurou levantar informaes sobre a formao musical

    da professora. A segunda seo (trs perguntas), levantou informaes sobre a

    experincia da professora com alunos surdos. A terceira seo (trs perguntas) coletou

    informaes sobre a concepo da professora sobre a percepo musical do surdo. E a

    quarta seo (duas perguntas), buscou informaes sobre o que pensa a professora em

    relao aos processos de apreciao musical do aluno surdo.

    As respostas foram submetidas a anlises que consistiu na busca de temas

    relevantes que ajudassem a alcanar os objetivos do projeto.

    4. DISCUSSOE IMPLICAES PARA A PRTICA EDUCATIVA

    Sarita, professora do Conservatrio Estadual de Msica Cora Pavan Capparelli,

    agente partcipe da comunidade surda.Possui determinado grau de deficinciaauditiva

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    desde a infncia, e fluente em Libras (Lngua brasileira de sinais).Ela executa os

    instrumentos musicais, Teclado, Piano, e rgo.

    Seu contato com a msica sobreveio quando ela tinha sete anos de idade, e

    assistia pela televiso, a novela Escrava Isaura, e viu alguma personagem tocando

    piano. Ela achou o instrumento muito bonito, e ficou encantada com a performance

    musical da personagem. Para o Surdo o que importante ver, estabelecer as relaes

    de olhar (SKLIAR& QUADROS 2000, p. 22).

    Depois disso, ela viu pessoalmente sua prima tocando piano: - [...] coloquei a

    minha mo na madeira e senti a vibrao do som[...] Nesse sentido, Silva (2007)

    afirma que O surdo reage msica e expressa sua musicalidade utilizando o toque.

    possvel captar vibraes das ondas sonoras por todo o seu corpo, atravs de pele e

    ossos (SILVA 2007 pg. 18).Como resultado da experincia vibrottil, aos 8 anos de

    idade, Sarita se interessa em aprender msica.

    Sarita possui curso Tcnico profissionalizante em Teclado, rgo e Piano pelo

    Conservatrio Estadual de Msica Cora Pavan Capparelli. Cursou Graduao em

    Msica Habilitao em Instrumento Piano: Licenciatura, pela Universidade Federal de

    Uberlndia.

    Sarita j lecionou Teclado na Universidade Catlica Boliviana, e Piano, Canto

    Coral, Rtmica e Histria da Msica na Universidade Evanglica Boliviana ambas na

    cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolvia.

    Atualmente, alm de ser professora no Conservatrio Estadual de Msica Cora

    Pavan Capparelli, ministrando aulas de Teclado, rgo, musicalizao (classe especial

    para surdos) e prtica de conjunto (banda AbSurdos), ela coordenadora do projeto O

    Surdo: Caminhos para a Educao Musical.

    Sarita ministra aulas de msicas para surdos desde 2001. Inicialmente ela

    comeou a dar aulas para uma menina surda porque a me dessa menina a viu tocar

    rgo na igreja, e sabia que Sarita era surda, ento a me a procurou para dar aulas de

    msica sua filha que era surda e 1oralizada.

    Depois a tia de uma criana surda encaminhou-a para Sarita para que ela pudesse

    dar-lhe lies de teclado, porm, na poca Sarita no conhecia a Libras, ento a tia

    prontificou-se em ser intrprete durante as aulas. A partir disto, ela despertou a conhecer

    1Utilizao do sistema fonador para expressar palavras e frases da lngua (GOLDFELD1997 pg. 25)

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    a lngua e comeou a fazer curso de libras, com isso ela passou a receber outros alunos

    surdos 2sinalizados.

    Uma de suas motivaes para trabalhar com surdos desejar que seus iguais

    aprendessem msica como ela aprendeu.

    Sobre a percepo musical, um de seus maiores desafios ensinar o Surdo a

    sentir a vibrao do instrumento atravs do corpo. A experincia da surdez potencializa

    no apenas a viso, mas todo o corpo do surdo, levando-o a experimentar as vibraes

    de forma at mais intensa que os ouvintes (DE S s.d.).

    Sarita diz ser necessrio comunicar em libras e utilizar sinais correspondentes a

    cada palavra especfica da msica usada pelos ouvintes. Em se tratando ainda da

    percepo musical dos Surdos, em comparao com os ouvintes, Sarita pondera que o

    Surdo tem mais potencial em aprender ritmicamente atravs da concentrao e boa

    coordenao motora do que o ouvinte.

    Aqui, Sarita afirma que o ouvinte mais disperso que o surdo. Levando em

    conta que o surdo um ser visual, segundo palavras de Skiliar & Quadros (2000), e que

    a viso o seu meio de comunicao, muito mais provvel que o surdo seja menos

    concentrado, pois o ouvinte quando dispersa sua viso, ainda pode compensar a ateno

    com a audio, ou o contrrio, se dispersa a audio, ele pode compensar com a viso. E

    em relao ao aprendizado rtmico, a facilidade ir variar de pessoa por pessoa, por

    causa de diferentes fatores biolgicos e de aprendizado que so diferentes em cada

    indivduo, seja ele surdo ou ouvinte.

    Sobre a apreciao musical, colocada como decodificao dos elementos

    expressivos do discurso musical pelos surdos, Sarita resume-se a dizer que seu trabalho

    de educao musical junto dos alunos surdos e de intrpretes de Libras, propiciou a

    criao de um livro titulado TERMOS MUSICAIS EM LNGUA BRASILEIRA DE

    SINAIS, que facilitou e padronizou o entendimento das necessidades comunicacionais

    nas aulas de msica.

    Quanto aos processos fsicos que os surdos dispem para recepo dos estmulos

    sonoros (percepo sonora por meio do tato), se bem treinados seu resultado de

    depurao sonora pode ser similar e significativa quanto a da audio dos ouvintes.

    Sarita diz que depende da estimulao ttil de cada aluno surdo, pois alguns percebem a

    2 Fala produzida pelo canal viso-manual (GOLDFELD 1997 pg.25)

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    vibrao e sabem seu significado, mas ela alerta que os alunos que chegam a este nvel

    estudam com ela a mais de cinco anos, e j tem uma vivncia visual e corporal j

    estruturados.

    - [...] Como se v um exemplo de superao para Surdos que

    no sofrem ao ouvir e sim sentir a msica atravs da sua pele.

    Isso d prazer para eles de fazer parte junto com os demais

    alunos ouvintes dentro do Conservatrio (Sarita).

    5. CONSIDERAES FINAIS

    Os surdos apreciam msica, da mesma maneira que os ouvintes, atravs da

    compreenso, termo cunhado por Swanwick (2012) em um artigo retratando o alguns

    aspectos do sistema Swanwick de pesquisa e desenvolvimento da educao musical, e

    interpretao dos elementos musicais, cunhado por Souza & Torres (2009, pg. 47),

    porm a nica diferena que os primeiros no contam com o correto funcionamento do

    sistema auditivo, expandindo para outros rgos as funes da percepo sonora.

    Expanso essa que no ocorre com tanta frequncia nos ouvintes pelo fato de os

    mesmos no terem de suprir alguma necessidade auditiva por outros rgos.

    A vibrao dos sons, percebida por outras reas no especializadas na percepo

    sonora podem, claro, ser eficientes ao ponto de proporcionar ao indivduo surdo

    (depende sempre de uma srie de fatores prprios de cada um desses indivduos surdos),

    um entendimento cognitivo-musical nem pior, nem melhor que dos ouvintes, pois

    mesmo entre eles, h gradaes de sensibilidade quanto aos significados culturalmente

    atribudos a caractersticas sonoras, e quanto a um ser nico e individual de reinterpret-

    los, a sua prpria maneira.

    Posso concluir ento que a diferena entre surdos e ouvintes quanto a seu

    desenvolvimento cognitivo musical, est somente na forma recepo dos estmulos

    sonoros.

    As informaes levantadas nesse projeto sobre a escuta dos indivduos com

    deficincia auditiva, a partir de relatos de uma prtica docente voltada para a

    musicalizao dessas pessoas, ministrada por uma professora tambm surda, torna-se

    importante para mim quanto educador, por me fornecer bases e diretrizes de como

    conduzir aulas no futuro para estes alunos.

  • 10

    Alm disso, a estimulao de diferentes reas do corpo (tato) pressupem

    interao corpo-som, o que muitas vezes implica em ideias defendida por diversos

    autores, dentre os quais, podemos citar Gordon (2000):

    o movimento essencial para o desenvolvimento do sentido

    rtmico. Ao experienciar as sensaes de fluidez, peso e espao

    antes de vivenciar o tempo musical a criana desenvolver uma

    melhor conscincia corporal e rtmica, relaxada e no

    rgida. O relaxamento e a flexibilidade so indispensveis para

    que o corpo esteja preparado para participar em Msica.

    Permitindo que tais mtodos possam ser aplicados a estudantes ouvintes

    buscando refinar seu processo de escuta musical.

    Portanto, dever do educador musical estimular a percepo musical do aluno

    por meio da recepo corporal como um todo, seja ouvinte, seja surdo, e que todos

    possuem iguais capacidades de aprendizagem e desenvolvimento na linguagem musical.

    6. REFERNCIAS

    BASTIO, Zuraida Abud. Apreciao Musical: Repensando Prticas Pedaggicas. Encontro

    Anual da ABEM, v. 12, 2003.

    COLL, Csar; MARCHESI, lvaro; PALACIOS, Jess. Desenvolvimento psicolgico e

    educao. Trad Ftima Murad. 2 ed . Porto Alegre: Artmed, 2004.

    DA SILVA, Cristina Soares. Atividades musicais para surdos: como isso possvel?.

    Decreto N 3.298 Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispe sobre a

    Poltica Nacional para a Integrao da Pessoa Portadora de Deficincia, consolida as normas

    de proteo, e d outras providncias.

    DE S, Ndia Regina Limeira. OS SURDOS, A MSICA EA EDUCAO.

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    FATEC. Cultura e identidade surda. FATEC, Faculdade de Teologia e Cincias. S.d.

    Disponvel em: . Acesso em: 14dez. 2014.

    FRANA, Ceclia Cavalieri; SWANWICK, Keith. Composio, apreciao e performance na

    educao musical: teoria, pesquisa e prtica. EmPauta, v. 13, n. 21, p. 5, 2002.

    GOLDFELD, Mrcia. A criana surda: linguagem e cognio numa perspectiva

    sciointeracionista. Plexus Editora, 1997.

    GORDON, Edwin. Teoria da aprendizagem musical. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian,

    2000. Disponvel em: . Acesso em: 15 fev. 2015.

    LEONHARD, Charles and HOUSE, Robert. Foundations and Principles of Music Education,

    McGraw- Hill Book Company, 1959/1972.

    MOREIRA, Lcia Regina de Sousa. REPRESENTAES SOCIAIS: CAMINHOS PARA A

    COMPREENSO DA APRECIAO MUSICAL?.Anais do SIMPOM, n. 1, 2012.

    SILVA, Cristina Soares da. Atividades Musicais para Surdos: Uma experincia na Escola

    Municipal Rosa do Povo. 2008. 38 f. Trabalho de concluso de curso (Licenciatura Plena em

    Educao Artstica Habilitao: Msica) Instituto Villa-Lobos, Centro de Letras e Artes,

    Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2007.

    SKLIAR, Carlos; QUADROS, Ronice Muller de. Invertendo epistemologicamente o problema

    da incluso: os ouvintes no mundo dos surdos. Estilos da Clnica, So Paulo, v. V, n. 9, p.

    32-51, 2000.

    SOUZA, Jusamara; TORRES, MCAR. Maneiras de ouvir msica: uma questo para a

    educao musical com jovens. Msica na Educao Bsica, Porto Alegre, v. 1, n. 1, 2009.

    APNDICES (se houver)

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    Questionrio utilizado como ferramentas de investigao dos objetivos propostos e

    respostas da professora de musicalizao de alunos surdos alvo de investigao.

    1. Sobre a professora

    1. a. Qual seu instrumento musical?

    1. b. Como ocorreu seu contato com a msica?

    1. c. Qual a trajetria da sua formao musical?

    2. Sobre a experincia com surdos

    2. a. H quanto tempo trabalha com alunos surdos?

    2. b. Como voc comeou a trabalhar com surdos?

    2. c Qual sua motivao para trabalhar com surdos?

    2. d. Qual(is) disciplina(s) voc ministra?

    3. Sobre a percepo musical dos surdos

    3.a. Quais os maiores desafios nas aulas de msica com alunos surdos?

    3.b. Quais estratgias voc utiliza no desenvolvimento da percepo musical dos surdos?

    3.c. Comente sobre o desenvolvimento da percepo musical dos surdos em comparao com

    os ouvintes.

    4. Sobre a apreciao musical

    4. a. Como a apreciao (decodificao sonora dos elementos musicais, e seu uso como

    recursos expressivos), trabalhada com os alunos surdos?

    4.b. O tato assim como o todo o corpo, recebe estmulos sonoros, se bem treinado na sua

    opinio, o processo de percepo sonora por meio do corpo pode ser comparado audio?

    Porqu?