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  • ECA/2014 Professora: Adriane de Sousa

    CADERNO ESQUEMATIZADO DE ECA

    Lei 8069/1990

    Professora: Adriane de Sousa

    2014

  • ECA/2014 Professora: Adriane de Sousa

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    Sumrio 1.Viso Histrica e Princpios: .............................................................................. 3 3. Consideraes preliminares ............................................................................. 5 4. Medidas Protetivas art. 101 e Medidas Socioeducativas art. 112. ........... 5 5. Medidas Restritivas da liberdade: Interveno e Semiliberdade ................... 6 6. Terminologia utilizada pelo ECA ....................................................................... 7 7. Tabela de prazos ................................................................................................ 7 8. Remisso r-processual e processual ............................................................. 8 9. Auto de Investigao do ato Infracional (Fase Policial).................................. 9 10. Sistema Recursal no ECA Art. 198 ............................................................ 10 11. Do Conselho Tutelar - (Lei 12.696/2012) ....................................................... 11 12. Autorizao para Viajar .................................................................................. 11 13. Guarda, tutela e adoo. ................................................................................ 12 14. Crimes e infraes administrativas praticados contra criana/adolescente ............................................................................................................................... 12 15 Jurisprudncia ................................................................................................. 20 16. Exerccios gabaritados .................................................................................. 25

    16.1 Lista 1 - ECA .............................................................................................. 25 16.2 Lista 2 - ECA .............................................................................................. 33 16.3 Lista 3 - ECA .............................................................................................. 39 16.4 Lista 4 - ECA .............................................................................................. 47 16.5 Lista 5 - ECA .............................................................................................. 50

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    1.Viso Histrica e Princpios: Di menor`, trombadinha, menino carente, delinquente, vadio, menor abandonado. Assim o Brasil tratava sua infncia. Quando entrou em vigor o ECA Estatuto da Criana e do Adolescente, essa realidade comeou a mudar. Pela primeira vez, deixava-se bem claro: meninos e meninas so sujeitos, e no objetos. Com direitos e deveres expressos pela lei. Os artigos do ECA puseram fim ao antigo Cdigo de Menores, documento de carter assistencialista e punitivo. O ECA e resultado da celebrao e nsia pela construo de um sistema de direitos. Ele leva a marca inconfundvel da participao popular. Seu contedo tem origem nas praas, nas ruas, nas igrejas. Extrado e adaptado de: http://diretiroscriancaadolescente.blogspot.com.br/2009/11/defensores-de-direitos-de-criancas-e.html

    Art.100 do ECA 12 princpios expressos- Lei 12.010/09

    Art. 227 da CF: dever da famlia, da sociedade e do Estado assegurar criana, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso.

    Documentos internacionais:

    A. Declarao de Genebra, dos Direitos da Criana (1924); B. Conveno Interamericana de Direitos Humanos Pacto Soar Jos da

    Costa Rica (1969); C. Regras mnimas para a Administrao da Justia de Menores (regras de

    Beijing) Ratificados pelo Brasil em 1990.

    __________________ ________________ _________________ __________________ ________________ _________________ __________________ ________________ _________________ __________________ ________________ _________________

    1979

    1988

    1990

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    Art.100. Pargrafo nico. So tambm princpios que regem a aplicao das medidas:

    I - condio da criana e do adolescente como sujeitos de direitos: crianas e adolescentes so os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituio Federal; II - proteo integral e prioritria: a interpretao e aplicao de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada proteo integral e prioritria dos direitos de que crianas e adolescentes so titulares; III - responsabilidade primria e solidria do poder pblico: a plena efetivao dos direitos assegurados a crianas e a adolescentes por esta Lei e pela Constituio Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, de responsabilidade primria e solidria das 3 (trs) esferas de governo, sem prejuzo da municipalizao do atendimento e da possibilidade da execuo de programas por entidades no governamentais; IV - interesse superior da criana e do adolescente: a interveno deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criana e do adolescente, sem prejuzo da considerao que for devida a outros interesses legtimos no mbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; V - privacidade: a promoo dos direitos e proteo da criana e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito imagem e reserva da sua vida privada; VI - interveno precoce: a interveno das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situao de perigo seja conhecida; VII - interveno mnima: a interveno deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituies cuja ao seja indispensvel efetiva promoo dos direitos e proteo da criana e do adolescente; VIII - proporcionalidade e atualidade: a interveno deve ser a necessria e adequada situao de perigo em que a criana ou o adolescente se encontram no momento em que a deciso tomada; IX - responsabilidade parental: a interveno deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criana e o adolescente; X - prevalncia da famlia: na promoo de direitos e na proteo da criana e do adolescente deve ser dada prevalncia s medidas que os mantenham ou reintegrem na sua famlia natural ou extensa ou, se isto no for possvel, que promovam a sua integrao em famlia substituta; XI - obrigatoriedade da informao: a criana e o adolescente, respeitado seu estgio de desenvolvimento e capacidade de compreenso, seus pais ou responsvel devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a interveno e da forma como est se processa;

    XII - oitiva obrigatria e participao: a criana e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsvel ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsvel, tm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definio da medida de promoo dos direitos e de proteo, sendo sua opinio devidamente considerada pela autoridade judiciria competente, observado o disposto nos 1o e 2o do art. 28 desta Lei.

    2. Smulas importantes para o estudo do ECA.

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    A. Smula 74 STJ: para efeitos penais o reconhecimento da menoridade do ru requer prova por documento hbil.

    B. Smula 108 STJ: a aplicao de medida socioeducativa ao adolescente pela pratica de ato infracional da competncia exclusiva do juiz.

    C. Smula 265 STJ: necessria a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regresso da medida socioeducativa.

    D. Smula 338 STJ: a prescrio penal aplicada nas medidas socioeducativas.

    E. Smula 342 STJ: no procedimento de medida socioeducativa nula a desistncia de outras provas em face da confisso do adolescente.

    F. Smula vinculante n11(Uso de algemas): s licito o uso de algemas em caso de resistncia e de fundado receio de fuga ou de perigo integridade fsica prpria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito sob pena de responsabilidade disciplinar, civil, e penal do agente.

    G. Smula 705 STF: a Renncia do ru ao Direito de Apelao, manifestada sem a assistncia do defensor, no impede o conhecimento da apelao por este interposta.

    H. Smula 718 STF: a opinio do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime no constitui motivao idnea para a imposio de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.

    I. Smula 492 STJ: o ato infracional anlogo ao trfico de drogas, por si s, no conduz obrigatoriamente imposio de medida socioeducativa de internao do adolescente.

    J. Smula 149 STF: imprescritvel a ao de investigao de paternidade, mas no o a de petio de herana.

    K. Smula 500 STJ: A corrupo de menores, prevista no art. 244b do ECA, delito formal.

    3. Consideraes preliminares

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    4. Medidas Protetivas art. 101 e Medidas Socioeducativas art. 112.

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    5. Medidas Restritivas da liberdade: Interveno e Semiliberdade

    A. Advertncia Art.115 :Trata-se de admoestao verbal, a mais branda das medidas. Requisitos: Prova da materialidade e indcios suficientes da autora do ato infracional. Essa medida gera efeitos jurdicos, ficar registrada na Vara da Infncia e Juventude. B. Obrigao de reparar o dano - Art.116: Trata-se de medida por tarefa e no por desempenho. Uma vez reparado o dano, extingue-se a medida. O objetivo promover a compensao da vtima, restituir o bem. Essa medida ser aplicada quando o adolescente atingiu a esfera patrimonial da vtima. Requisitos: Prova da autoria e da materialidade. C. Prestao de servio comunidade - Art.117: Ser realizada gratuitamente, tarefas de interesse geral. O juiz deve estabelecer a carga horria mxima de prestao do servio durante a semana, sendo o limite de oito horas semanais. Prazo: Max. 06 meses Requisitos: materialidade e autoria.

    D. Liberdade assistida - Art.118 -119: O adolescente receber um ORIENTADOR, o adolescente permanecer com a famlia, no h privao da liberdade.

    Prazo: min. 06 meses

    E. Insero em regime de semiliberdade - Art.120: Trata-se de medida restritiva da liberdade. privao no noturno e liberao no diurno. Trata-se de privao relativa. Prazo: indeterminado, limitado a no mximo 03 anos. Requisitos: materialidade e autoria. Essa medida no poder ser aplicada com a remisso. Essa medida pode ser aplicada de incio ou como forma de transio para o regime meio aberto.

    F. Internao - Arts.121 122 Ateno para a smula 492 do STJ. Trata-se de medida privativa da liberdade. Em regra aplicada para atos infracionais praticados com violncia ou grave ameaa pessoa. Princpios: brevidade, excepcionalidade e respeito condio peculiar de pessoa em desenvolvimento.

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    Prazo: no comporta prazo determinado, mas no exceder 03 anos. Smula 342 STJ ( vedada a sua aplicao com fundamento exclusivamente na confisso do adolescente. Tambm poder ser aplicada por reiterao no cometimento de infraes graves).

    6. Terminologia utilizada pelo ECA

    LEIS PENAIS ECA

    1. Crime e contraveno

    2. Flagrante delito

    3. Mandado de priso

    4. Maior preso

    5. Priso provisria

    6. Imputao de crime

    7. Pena

    8. Denncia

    9. Ru

    10. Interrogatrio

    11. Sumrio de acusao e de defesa

    7. Tabela de prazos

    1. Permanncia em estabelecimento policial -

    2. Apresentao ao MP -

    3. Internao provisria -

    4. Internao sano 5. Internao

    6. Semiliberdade 7. Reavaliao da internao/semiliberdade

    8. Prazo da apelao 9. Liberao compulsria

    10. Prestao de servios comunidade -

    11. Liberdade assistida -

    12. Adolescente privado da liberdade / visitas -

    13. Mandato dos conselheiros -

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    14. Membros do Conselho Tutelar -

    15. Manuteno de documentos no hospital -

    16. Estgio de convivncia-estrangeiro-adoo -

    17. Procedimento para perda do poder familiar-

    18. Contestao-

    8. Remisso r-processual e processual

    A. NATUREZA JURDICA:

    B. CLASSIFICAO

    Remisso pr-processual ministerial:

    Remisso judicial:

  • ECA/2014 Professora: Adriane de Sousa 9. Auto de Investigao do ato Infracional (Fase Policial)

    Ato

    infracional

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    10. Sistema Recursal no ECA Art. 198

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    11. Do Conselho Tutelar - (Lei 12.696/2012)

    Do art. 131 ao 140 do ECA: a. Conceito: rgo permanente, autnomo, sem funo jurisdicional, b. Objetivo: zelar pelo cumprimento dos direitos da criana e do adolescente. c. Natureza Jurdica: rgo colegiado.

    - fiscalizado pelo MP. - Regido pelo princpio da Democracia Participativa.

    d. Base-legal: - art. 227 CF 7 - Art 204, II CF - Art 131 ECA;

    e. Composio: 05 conselheiros f. Mandato:04 anos, permitida uma reconduo por meio de nova eleio. g. Processo de escolha dos conselheiros: - eleio pela comunidade, pode ser direta ou

    por colgio eleitoral formados por representantes da sociedade local, sob a fiscalizao do MP;

    h. Requisitos: A) ser maior de 21 anos, B) residir no local e C) ter idoneidade moral.

    i. Remunerao: - a remunerao dos conselheiros atualmente obrigatria, tem cobertura previdenciria, licena-maternidade-paternidade, gratificao natalina, frias.

    - a lei oramentria do municpio que deve trazer previso dos recursos necessrios ao funcionamento do CT;

    - O CT tem presuno relativa de idoneidade moral; - considerado funcionrio pblico em comisso; - NO TEM direito a priso especial at o trnsito em julgado;

    j. Atribuies do CT: art. 136 I ao XI; Rol exaustivo

    k. Limites de competncia: Territorial (no municpio). Impedimentos para atuar no mesmo Conselho tutelar:

    I. Marido e mulher, II. Ascendentes e descendentes,

    III. Sogro-genro ou nora, IV. Irmos, cunhado (durante o cunhadio), tio e sobrinho, padrasto, madrasta e

    enteado. l. Decises: no precisam ser homologadas pelo Judicirio. m. Reviso: as decises podem ser apreciadas pelo Judicirio.

    12. Autorizao para Viajar

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    Autorizao para viajar: Do art. 83 ao 85 do ECA I. Embarque para o exterior:

    A) Regra geral crianas e adolescentes necessitam de autorizao judicial. B) dispensada a referida autorizao judicial se:

    estiver acompanhado de ambos os pais ou responsvel, viajar na companhia de um dos pais, autorizados expressamente pelo

    outro atravs de documento com firma reconhecida. Obs.: Embarque de criana ou adolescente para o exterior acompanhada de

    estrangeiro autorizao judicial. II. Embarque no territrio nacional:

    A) Adolescentes podem viajar livremente no necessitam de autorizao. B) Crianas podem viajar acompanhadas dos pais ou responsvel.

    podem viajar com autorizao judicial C) Dispensa-se a autorizao judicial se:

    - a criana est acompanhada por: - ascendente; - colateral maior at o 3 grau; - pessoas expressamente autorizada pelos pais ou responsvel

    13. Guarda, tutela e adoo.

    GUARDA TUTELA ADOO

    14. Crimes e infraes administrativas praticados contra criana/adolescente

    CRIMES INFRAES ADMINISTRATIVAS A.DO ART.

    A. DO ART.

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    CRIMES INFRAES ADMINISTRATIVAS B.PROCEDIMENTO:

    B. PROCEDIMENTO:

    C.AO PENAL:

    C. AO PENAL:

    D.APLICAO DE NORMAS:

    D. APLICAO DE NORMAS:

    E.PRESCRIO:

    E. PRESCRIO:

    F. PENA:

    F. PENA:

    G. COMPETNCIA: G.COMPETNCIA:

    Dos Crimes em Espcie

    1. (omisso do registro\declarao) Art. 228. Deixar o encarregado de servio ou o dirigente de estabelecimento de ateno sade de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer parturiente ou a seu responsvel, por ocasio da alta mdica, declarao de nascimento, onde constem as intercorrncias do parto e do desenvolvimento do neonato:

    Pena - deteno de seis meses a dois anos.

    Pargrafo nico. Se o crime culposo:

    Pena - deteno de dois a seis meses, ou multa. ------------------------------------------------------

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    2. (omisso de identificao) Art. 229. Deixar o mdico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de ateno sade de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasio do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:

    Pena - deteno de seis meses a dois anos.

    Pargrafo nico. Se o crime culposo:

    Pena - deteno de dois a seis meses, ou multa. ------------------------------------------------------

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    3. (privao ilegal da liberdade do menor) Art. 230. Privar a criana ou o adolescente de sua liberdade, procedendo sua apreenso sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciria competente:

    Pena - deteno de seis meses a dois anos.

    Pargrafo nico. Incide na mesma pena aquele que procede apreenso sem

    observncia das formalidades legais. ----------------------------------------------------------------------

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    4. (omisso da comunicao) Art. 231. Deixar a autoridade policial responsvel pela apreenso de criana ou adolescente de fazer imediata comunicao autoridade judiciria competente e famlia do apreendido ou pessoa por ele indicada:

    Pena - deteno de seis meses a dois anos. ------------------------------------------------------------

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    5. (submisso constrangimento\vexame) Art. 232. Submeter criana ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilncia a vexame ou a constrangimento:

    Pena - deteno de seis meses a dois anos. ------------------------------------------------------------

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    6. (omisso na liberao) Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberao de criana ou adolescente, to logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreenso:

    Pena - deteno de seis meses a dois anos. ------------------------------------------------------------

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    7. (descumprimento injustif. De prazo) Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefcio de adolescente privado de liberdade:

    Pena - deteno de seis meses a dois anos. ------------------------------------------------------------

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    8. (impedimento ao de autoridades) Art. 236. Impedir ou embaraar a ao de autoridade judiciria, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministrio Pblico no exerccio de funo prevista nesta Lei:

    Pena - deteno de seis meses a dois anos. ------------------------------------------------------------

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    9. (subtrao de menor) Art. 237. Subtrair criana ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocao em lar substituto:

    Pena - recluso de dois a seis anos, e multa. -----------------------------------------------------------

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    10. (promessa\ entrega de filho\pupilo) Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:

    Pena - recluso de um a quatro anos, e multa. ---------------------------------------------------------

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    Pargrafo nico. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

    11. (trfico internacional de menor) Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivao de ato destinado ao envio de criana ou adolescente para o exterior com inobservncia das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:

    Pena - recluso de quatro a seis anos, e multa.

    Pargrafo nico. Se h emprego de violncia, grave ameaa ou fraude: (Includo pela Lei n 10.764, de 12.11.2003)

    Pena - recluso, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, alm da pena correspondente violncia.------

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    12. (utilizao de menor em cena pornogrfica) Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explcito ou pornogrfica, envolvendo criana ou adolescente: (Redao dada pela Lei n 11.829, de 2008)

    Pena recluso, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redao dada pela Lei n 11.829, de 2008)

    1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participao de criana ou adolescente nas cenas referidas no caput

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    deste artigo, ou ainda quem com esses contracena. (Redao dada pela Lei n 11.829, de 2008)

    2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um tero) se o agente comete o crime:

    I no exerccio de cargo ou funo pblica ou a pretexto de exerc-la; (Redao dada pela Lei n 11.829, de 2008)

    II prevalecendo-se de relaes domsticas, de coabitao ou de hospitalidade; ou (Redao dada pela Lei n 11.829, de 2008)

    III prevalecendo-se de relaes de parentesco consanguneo ou afim at o terceiro grau, ou por adoo, de tutor, curador, preceptor, empregador da vtima ou de quem, a qualquer outro ttulo, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    13. (comrcio de material pedfilo) Art. 241. Vender ou expor venda fotografia, vdeo ou outro registro que contenha cena de sexo explcito ou pornogrfica envolvendo criana ou adolescente: (Redao dada pela Lei n 11.829, de 2008)

    Pena recluso, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redao dada pela Lei n 11.829,

    de 2008) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------

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    -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    14. (difuso da pedofilia) Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir,

    publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informtica ou

    telemtico, fotografia, vdeo ou outro registro que contenha cena de sexo explcito ou

    pornogrfica envolvendo criana ou adolescente: (Includo pela Lei n 11.829, de 2008) --

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    Pena recluso, de 3 (trs) a 6 (seis) anos, e multa. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    1o Nas mesmas penas incorre quem: (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    I assegura os meios ou servios para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

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    II assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores s fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do 1o deste artigo so punveis quando o responsvel legal pela prestao do servio, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao contedo ilcito de que trata o caput deste artigo.

    15. (posse de material pornogrfico) Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por

    qualquer meio, fotografia, vdeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo

    explcito ou pornogrfica envolvendo criana ou adolescente: (Includo pela Lei n 11.829,

    de 2008) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------

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    Pena recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    1o A pena diminuda de 1 (um) a 2/3 (dois teros) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    2o No h crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar s autoridades competentes a ocorrncia das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicao for feita por: (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    I agente pblico no exerccio de suas funes; (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    II membro de entidade, legalmente constituda, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notcia dos crimes referidos neste pargrafo; (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    III representante legal e funcionrios responsveis de provedor de acesso ou servio prestado por meio de rede de computadores, at o recebimento do material relativo notcia feita autoridade policial, ao Ministrio Pblico ou ao Poder Judicirio. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    3o As pessoas referidas no 2o deste artigo devero manter sob sigilo o material ilcito referido. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    16. (simulacro de pedofilia) Art. 241-C. Simular a participao de criana ou adolescente em cena de sexo explcito ou pornogrfica por meio de adulterao, montagem ou modificao de fotografia, vdeo ou qualquer outra forma de representao visual: (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    Pena recluso, de 1 (um) a 3 (trs) anos, e multa. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

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    Pargrafo nico. Incorre nas mesmas penas quem vende, expe venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    17. (aliciamento de menores) Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicao, criana, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    Pena recluso, de 1 (um) a 3 (trs) anos, e multa. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    Pargrafo nico. Nas mesmas penas incorre quem: (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    I facilita ou induz o acesso criana de material contendo cena de sexo explcito ou pornogrfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    II pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criana a se exibir de forma pornogrfica ou sexualmente explcita. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008)

    18. (norma explicativa) Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a

    expresso cena de sexo explcito ou pornogrfica compreende qualquer situao que

    envolva criana ou adolescente em atividades sexuais explcitas, reais ou simuladas, ou

    exibio dos rgos genitais de uma criana ou adolescente para fins primordialmente

    sexuais. (Includo pela Lei n 11.829, de 2008) ---------------------------------------------------------

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    19. (fornecimento de arma) Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou

    entregar, de qualquer forma, a criana ou adolescente arma, munio ou explosivo:---------

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    Pena - recluso, de 3 (trs) a 6 (seis) anos. (Redao dada pela Lei n 10.764, de 12.11.2003)

    20. (fornecimento de subst. causadora de dependncia) Art. 243. Vender, fornecer

    ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criana ou

    adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependncia

    fsica ou psquica, ainda que por utilizao indevida:---------------------------------------------------

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    Pena - deteno de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato no constitui crime mais grave. (Redao dada pela Lei n 10.764, de 12.11.2003)

    21. (explorao sexual infantil) Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou

    entregar, de qualquer forma, a criana ou adolescente fogos de estampido ou de artifcio,

    exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer

    dano fsico em caso de utilizao indevida:---------------------------------------------------------------

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    Pena - deteno de seis meses a dois anos, e multa.

    22.(corrupo de menores) Art. 244-A. Submeter criana ou adolescente, como tais

    definidos no caput do art. 2o desta Lei, prostituio ou explorao sexual: -----------------

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    Pena - recluso de quatro a dez anos, e multa.

    1o Incorrem nas mesmas penas o proprietrio, o gerente ou o responsvel pelo local em que se verifique a submisso de criana ou adolescente s prticas referidas no caput deste artigo. (Includo pela Lei n 9.975, de 23.6.2000)

    2o Constitui efeito obrigatrio da condenao a cassao da licena de localizao e de funcionamento do estabelecimento. (Includo pela Lei n 9.975, de 23.6.2000)

    23. (_________________________) Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupo de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infrao penal ou induzindo-o a pratic-la: (Includo pela Lei n 12.015, de 2009)

    Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Includo pela Lei n 12.015, de 2009)

    1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrnicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Includo pela Lei n 12.015, de 2009)

    2o As penas previstas no caput deste artigo so aumentadas de um tero no caso de a infrao cometida ou induzida estar includa no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (Includo pela Lei n 12.015, de 2009

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    15 Jurisprudncia

    I. PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA DESCABIMENTO. MODIFICAO DO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DO STJ, EM CONSONNCIA COM ORIENTAO ADOTADA PELO PRETRIO EXCELSO. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO CRIME DE FURTO QUALIFICADO (ARTIGO 155, 4, IV, DO CP). PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA. NO APLICAO. REITERAO DE CONDUTAS INFRACIONAIS. SEMILIBERDADE. FUNDAMENTAO IDNEA. - O Superior Tribunal de Justia, seguindo o entendimento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, passou a inadmitir habeas corpus substitutivo de recurso prprio, ressalvando, porm, a possibilidade de concesso da ordem de ofcio nos casos de flagrante constrangimento ilegal. - A despeito do pequeno valor do bem subtrado - uma bolsa -, a conduta do adolescente reveste-se de reprovabilidade que no irrelevante, uma vez que se trata de paciente contumaz na prtica de atos infracionais, motivo pelo qual no se aplica o princpio da insignificncia. - O disposto no art. 120, 2, do ECA, no impede a adoo de medida socioeducativa de semiliberdade desde o incio, quando esta for compatvel com a gravidade e as circunstncias do delito. Assim, a imposio da semiliberdade deve estar pautada nas circunstncias peculiares do caso concreto, quando o julgador reputar imperiosa a adoo da medida para a proteo integral do adolescente. - Na hiptese dos autos, a semiliberdade foi imposta ao paciente em perfeito acordo com a legislao de regncia e em ateno s peculiaridades do caso, uma vez que se trata de reiterao de condutas delitivas, inclusive atentado violento ao pudor, registrando outras passagens pelo Juzo menorista, bem como o paciente j foi beneficiado com a remisso, motivo pelo qual no h nenhum constrangimento ilegal a ser sanado. - Habeas corpus no conhecido.

    II. REMISSO 2. PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRPRIO. NO CABIMENTO. INOCORRNCIA DE MANIFESTA ILEGALIDADE. ATO INFRACIONAL ANLOGO AO INCNDIO. REMISSO CUMULADA COM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE PRESTAO DE SERVIOS COMUNIDADE. POSSIBILIDADE. 1. A Constituio da Repblica define, no art. 105, incisos I, II e III, o rol de competncias do Superior Tribunal de Justia para o exerccio da jurisdio em mbito nacional. 2. luz desse preceito, esta Corte de Justia e o Supremo Tribunal Federal no vm mais admitindo a utilizao do habeas corpus como substituto de recurso ordinrio, tampouco de recurso especial, nem como sucedneo da reviso criminal, sob pena de se frustrar a celeridade e desvirtuar a essncia desse instrumento constitucional. 3. Ora, a existncia de recurso prprio para a anlise da referida questo obsta o conhecimento do presente writ. De ressaltar que, uma vez constatada a existncia de ilegalidade flagrante, nada impede que esta Corte defira ordem de ofcio, como forma de refrear constrangimento ilegal, situao inocorrente na hiptese. 4. A remisso prevista no Estatuto da Criana e do Adolescente pode ser aplicada em qualquer fase do procedimento menorista, uma vez que prescinde de comprovao da materialidade e da autoria do ato infracional, nem implica o reconhecimento de antecedentes infracionais. 5. No ocorre violao dos princpios do contraditrio e da ampla defesa quando a proposta oferecida pelo Ministrio Pblico homologada antes da oitiva do adolescente, como o caso dos autos.

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    6. No h constrangimento ilegal quando a remisso cumulada com medida de prestao de servios comunidade, pois esse instituto pode ser aplicado juntamente com outras medidas que no impliquem restrio da liberdade do menor, nos exatos termos do art. 127 do Estatuto da Criana e do Adolescente. 7. O art. 128 do ECA prev que a "medida aplicada por fora da remisso poder ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal ou do Ministrio Pblico". Dessa forma, no se trata de medida definitiva, estando sujeita a revises, de acordo com o comportamento do menor. 8. Habeas corpus no conhecido.

    III. REITERAO DE INFRAES GRAVES: 3. HABEAS CORPUS. ECA. ATO INFRACIONAL ANLOGO AO DELITO DE TRFICO DE DROGAS. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAO. ART. 122 DO ECA. REITERAO NO CONFIGURADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. MEDIDA DE SEMILIBERDADE. 1. Esta Corte firmou a orientao de que, para resultar em reiterao de infraes graves (inciso II do art. 122 do ECA), so necessrias, no mnimo, duas outras sentenas desfavorveis, com trnsito em julgado. 2. A natureza da droga apreendida (cocana), alm da ausncia de estrutura familiar do menor, demonstra a necessidade de adoo de medida diversa da liberdade assistida, no caso, a semiliberdade. 3. Ordem parcialmente concedida para aplicar a medida de semiliberdade.

    IV. INTERNAO PROVISRIA 4. HABEAS CORPUS. ECA. TRFICO E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. MEDIDA DE INTERNAO PROVISRIA. FUNDAMENTAO IDNEA. WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINRIO. IMPOSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NO EVIDENCIADO. IMPOSSIBILIDADE DE SUPERAR O BICE APONTADO E JUSTIFICAR A INTERVENO DESTA CORTE. 1. luz do disposto no art. 105, I, II e III, da Constituio Federal, esta Corte de Justia e o Supremo Tribunal Federal no vm mais admitindo a utilizao do habeas corpus como substituto de recurso ordinrio, tampouco de recurso especial, nem como sucedneo da reviso criminal, sob pena de se frustrar a celeridade e desvirtuar a essncia desse instrumento constitucional. 2. No caso, a defesa, ao invs de buscar os meios recursais cabveis, previstos na legislao de regncia, para atacar o acrdo proferido em impetrao originria, preferiu a via do habeas corpus, circunstncia esta que impe o no conhecimento do writ. 3. Somente possvel a superao do bice e a interveno desta Corte quando verificada a existncia de flagrante ilegalidade, situao inocorrente na espcie. 4. A deciso que decreta a internao, antes da sentena, nos moldes de qualquer deciso que venha a restringir cautelarmente a liberdade individual de qualquer pessoa, deve conter fundamentao idnea, com a demonstrao inequvoca da necessidade da medida excepcional (ex vi do art. 108 do ECA). 5. Inexiste constrangimento ilegal quando devidamente fundamentada a internao provisria do paciente na gravidade in concreto dos atos infracionais praticados (equivalentes a trfico e porte ilegal de arma de fogo). Acrescente-se, ainda, o fato de o adolescente estar em local incerto e no sabido desde a expedio do mandado de busca e apreenso, h mais de um ano, o que refora a necessidade da medida. 6. Habeas corpus no conhecido.

    V. A. INTERNAO PROVISRIA: ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE. RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO CRIME PREVISTO NO ART. 121, 2, II E IV, DO CDIGO PENAL. INTERNAO PROVISRIA. POSSIBILIDADE. ART. 122, I, DO ECA. JOVENS QUE RESPONDEM POR OUTROS PROCESSOS. PRESERVAO DAS SUAS INTEGRIDADES FSICAS. NO PROVIMENTO DO RECURSO. 1. A medida de internao provisria somente pode ser imposta ao adolescente na hiptese de haver necessidade imperiosa, estando presentes indcios de autoria e materialidade. Na espcie, verifica-se que representao ministerial foi recebida pelo juzo (Presena de indcios suficientes de autoria e materialidade), tendo as instncias de origem esclarecido sobre a imperiosa necessidade de internar provisoriamente os jovens. Assim, alm de destacar a gravidade do ato infracional - correspondente ao art. 122, I, do ECA, que autoriza a aplicao da medida socioeducativa de internao -, foi considerado o fato

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    de os adolescentes responderem por outros atos infracionais, bem como a imprescindibilidade de preservao de suas integridades fsicas. 2. Recurso no provido.

    VI. 5. CONFLITO DE COMPETNCIA PARA JULGAR ATIVIDADES CRIMINOSAS RELACIONADAS A PEDOFILIA: PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETNCIA. CRIME PREVISTO NO ART. 241, CAPUT, E 1, II, DA LEI 8.069/90 (NA REDAO ANTERIOR DA LEI 11.829/2008). CONVENO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANA, SUBSCRITA PELO BRASIL. INEXISTNCIA DE TRANSNACIONALIDADE DO CRIME DE CAPTAO E ARMAZENAMENTO, EM COMPUTADORES DE ESCOLAS MUNICIPAIS, DE VDEOS DE CONTEDO PORNOGRFICO DE CRIANAS E ADOLESCENTES, ADVINDOS DA REDE INTERNACIONAL DE COMPUTADORES (INTERNET). COMPETNCIA DA JUSTIA ESTADUAL. I. O art. 109, V, da Constituio Federal estabelece que compete aos Juzes Federais processar e julgar "os crimes previstos em tratado ou conveno internacional, quando, iniciada a execuo no Pas, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente". II. Para fixar a competncia da Justia Federal, no basta o Brasil ser signatrio de tratado ou conveno internacional que prev o combate a atividades criminosas relacionadas a pedofilia, inclusive por meio da Internet. O crime h de se consumar com a publicao ou divulgao, ou quaisquer outras aes previstas no tipo penal do art. 241, caput e 1 e 2, da Lei 8.069/90, na rede mundial de computadores (Internet), de fotografias ou vdeos de pornografia infantil, dando o agente causa ao resultado da publicao, legalmente vedada, dentro e fora dos limites do territrio nacional. Precedentes do STF e do STJ. III. Na hiptese dos autos, e pelo que se apurou, at o presente momento, o material de contedo pornogrfico, em anlise no apuratrio, no ultrapassou os limites dos estabelecimentos escolares, nem tampouco as fronteiras do Estado brasileiro. IV. No obstante a origem do material em questo seja, em tese, advinda da Internet, a conduta que se pretende apurar consiste no download realizado, pelo investigado, e na armazenagem de vdeos, em computadores de escolas municipais - o que se amolda ao crime previsto no art. 241, 1, II, da Lei 8.069/90, cuja redao, vigente ao tempo dos fatos, anterior a Lei 11.829/2008 -, inexistindo, por ora, como destacou o Ministrio Pblico Federal, indcios de que o investigado tenha divulgado ou publicado o material pornogrfico alm das fronteiras nacionais. V. Assim, no estando evidenciada a transnacionalidade do delito - tendo em vista que a conduta do investigado, a ser apurada, restringe-se, at agora, captao e ao armazenamento de vdeos, de contedo pornogrfico, ou de cenas de sexo explcito, envolvendo crianas e adolescentes, nos computadores de duas escolas -, a competncia, in casu, da Justia Estadual. VI. Conflito conhecido, para declarar a competncia do Juzo de Direito da Vara de Crimes contra Criana e Adolescente da Comarca de Curitiba/PR, o suscitante.

    VII. 6.ART 244 A SUBMETER CRIANA OU ADOLESCENTE PROSTITUIO AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME DO ART. 244-A, 1., DO ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE. SUBMETER ADOLESCENTE PROSTITUIO EM CASA DE MERETRCIO. GERNCIA E PROPRIEDADE DO PROSTBULO. DELITO QUE NO EXIGE ATOS DE COERO CONTRA A VTIMA OU O SEU CONSENTIMENTO. PRECEDENTES. DECISO MANTIDA PELOS SEUS PRPRIOS FUNDAMENTOS. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O crime previsto no art. 244-A da Lei n. 8.069/90, relativo '[s]ubmeter criana ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2. desta Lei, prostituio ou explorao sexual', visa tutelar a formao moral desse indivduo, tendo em vista a peculiar condio de pessoa em desenvolvimento. 2. No caso, apurou-se que os Agravados, na qualidade de proprietrio e de gerente de boate, submeteram prostituio e explorao sexual duas adolescentes, que contavam com 15 (quinze) e 17 (dezessete) anos de idade poca dos fatos. 3. Para configurar esse delito, no se exige que o sujeito ativo afronte a vtima com a possvel utilizao da fora, tampouco relevante o seu consentimento, uma vez que a ofendida no tem capacidade para assentir. Por essa razo, o argumento de que as menores eram remuneradas pelos programas realizados e recebiam comisso pela venda de bebidas no tem o condo de afastar a incidncia do tipo.

    VIII. 7.VENDA DE BEBIDA ALCOLICA A ADOLESCENTE

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    PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE. AUTO DE INFRAO. FORNECIMENTO DE BEBIDA ALCOLICA A PESSOA MENOR DE DEZOITO ANOS. EMPRESA PRODUTORA DE EVENTOS. AUSNCIA DE IMPUGNAO DOS FUNDAMENTOS DO ACRDO RECORRIDO. SMULA 283 DO STF. 1. A parte recorrente, ao pleitear somente o afastamento da infrao relativa venda de bebida alcolica a menor de idade, deixa de impugnar questo atinente infrao decorrente da entrada e permanncia de jovens com idade inferior permitida nas dependncias de evento denominado "Forr do Asa", fundamento no qual tambm se baseou a Corte de origem para manter o Auto de Infrao Administrativa, ante a infringncia aos preceitos contidos no art. 81, II, c/c art. 258 do Estatuto da Criana e do Adolescente. Em outras palavras, a Corte Estadual concluiu tambm que, ainda que afastada a configurao da primeira das infraes imputadas venda de bebida alcolica a menores - a multa subsistiria em razo da segunda, o que no foi debatido nas razes recursais. Incidncia, por analogia, do teor da Smula 283/STF. 2. Recurso especial no conhecido.

    IX. 8.VENDA DE BEBIDA ALCOLICA E ENTORPECENTES E O CARTER SUBSIDIRIO DO ART. 243 DO ECA HABEAS CORPUS. TRFICO DE ENTORPECENTES E VENDA OU FORNECIMENTO DE SUBSTNCIAS TXICAS A CRIANAS OU ADOLESCENTES (ARTIGOS 33 DA LEI 11.343/2006, E 243 DO ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE). AUSNCIA DE LAUDO QUE COMPROVE A SUBSTNCIA ENTORPECENTE, OU A IDENTIFICAO DO PRODUTO QUE CONTENHA COMPONENTE CAPAZ DE CAUSAR DEPENDNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE COMPROVAO DA MATERIALIDADE DOS DELITOS. 1. Conquanto existam precedentes que, na hiptese de inexistncia de apreenso da droga ou dos produtos cujos componentes possam causar dependncia fsica ou psquica, dispensam laudo para comprovar a materialidade, respectivamente, dos delitos de trfico de entorpecentes (artigo 33 da Lei 11.343/2006) e venda ou fornecimento de substncias txicas para crianas ou adolescentes (artigo 243 da Lei 8.069/1990), a melhor compreenso a que defende a indispensabilidade da percia nos crimes em questo. 2. A constatao da aptido da substncia ou elemento contidos no produto para produzir dependncia, ou seja, para viciar algum, s possvel mediante percia, j que tal verificao depende de conhecimentos tcnicos especficos. Doutrina. 3. O artigo 50, 1, da Lei 11.343/2006 no admite a priso em flagrante e o recebimento da denncia sem que seja demonstrada, ao menos em juzo inicial, a materialidade da conduta por meio de laudo de constatao preliminar da substncia entorpecente, que configura condio de procedibilidade para a apurao do ilcito de trfico. Precedentes. OFERTA DE BEBIDA ALCOLICA, MACONHA E COCANA A ADOLESCENTES. ALEGAO DE DUPLA INCRIMINAO. PACIENTE DENUNCIADO PELA PRTICA DOS CRIMES DISPOSTOS NOS ARTIGOS 33 DA LEI 11.343/2006, E 243 DA LEI 8.069/1990. SUBSIDIARIEDADE DO ARTIGO 243 DO ECA. 1. O delito de venda ou fornecimento de substncias txicas para crianas ou adolescentes subsidirio, consoante previso do prprio tipo penal, no qual consta que a pena para o ilcito de 02 (dois) a 04 (quatro) anos de deteno, se o fato no constituir crime mais grave. 2. Tendo sido o paciente acusado de oferecer drogas como cocana e maconha para as adolescentes, no h que se falar em infrao penal do Estatuto da Criana e do Adolescente, mas sim no crime de trfico de drogas constante da Lei 11.343/2006, que inclusive institui, no artigo 40, inciso VI, uma causa de aumento de pena quando a prtica da infrao envolver ou visar criana ou adolescente. OFERTA DE BEBIDA ALCOLICA A ADOLESCENTES. IMPOSSIBILIDADE DE ENQUADRAMENTO NO ARTIGO 243 DO ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE. NO CARACTERIZAO DA INFRAO PENAL PREVISTA NO ARTIGO 63 DA LEI DE CONTRAVENES PENAIS. 1. A conduta de oferecer bebidas alcolicas a adolescentes, no contemplada no artigo 33 da Lei de Drogas, tambm no est abrangida no tipo do artigo 243 do Estatuto da Criana e do Adolescente, porquanto "a distino estabelecida no art. 81 do ECA das categorias 'bebida alcolica' e 'produtos cujos componentes possam causar dependncia fsica ou psquica' exclui aquela do objeto material previsto no delito disposto no art. 243 da Lei 8.069/1990; caso contrrio, estar-se-ia incorrendo em analogia in malam partem." (REsp 942288/RS, de minha relatoria, QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2008, DJe 31/03/2008).

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    2. Alm de no se enquadrar no tipo do artigo 243 da Lei 8.069/1990, a conduta imputada ao paciente tampouco pode ser abarcada pelo artigo 63 da Lei de Contravenes Penais, no qual se prev o ilcito consistente no ato de servir bebida alcolica a menor de 18 anos. 3. Isso porque, no caso dos autos, a denncia narra que o paciente teria somente oferecido bebidas alcolicas as menores, e no as servido. 4. Ausente a similitude entre os verbetes "oferecer" e "servir, impe-se reconhecer que, in casu, a conduta de ofertar bebida alcolica a adolescentes, descrita na inicial acusatria, atpica. SUBMISSO DE CRIANA OU ADOLESCENTE EXPLORAO SEXUAL OU PROSTITUIO (ARTIGO 244-A DO ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE). ALEGADA INPCIA DA PEA VESTIBULAR. INCRIMINAO DE SIMPLES INTENO OU VONTADE NO EXTERIORIZADA PELO PACIENTE. DESCRIO SUFICIENTE DA CONDUTA. INEXISTNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. DENEGAO DO WRIT QUANTO AO PONTO. CONCESSO PARCIAL DA ORDEM. 1. De acordo com a inicial acusatria, o paciente, juntamente com seu sobrinho, corru na ao penal, teria dito para as adolescentes que elas deveriam manter relaes sexuais com um suposto cliente que chegaria de Salvador, em troca de R$ 50,00 (cinquenta reais), alm de se oferecerem aos clientes que porventura chegassem ao bar. 2. A simples afirmao do rgo ministerial de que, com este proceder, o paciente pretendia submet-las prostituio, no pode ser entendida, como pretende o impetrante, como a se incriminar um simples pensamento ou uma mera vontade no externada. 4. Ao contrrio, percebe-se que o rgo ministerial descreveu suficientemente a suposta prtica delituosa, permitindo a ampla defesa por parte do paciente e de seu sobrinho, corru no processo criminal em comento. 5. O trancamento de ao penal medida excepcional, s admitida quando restar provada, inequivocamente, sem a necessidade de exame valorativo do conjunto ftico ou probatrio, a atipicidade da conduta, a ocorrncia de causa extintiva da punibilidade, ou, ainda, a ausncia de indcios de autoria ou de prova da materialidade do delito, circunstncias no evidenciadas na hiptese em exame, no que se refere especificamente ao delito disposto no artigo 244-A do Estatuto da Criana e do Adolescente. 6. Ordem parcialmente concedida, apenas para trancar a ao penal no que diz respeito aos crimes previstos nos artigos 33 da Lei 11.343/2006, e 243 do Estatuto da Criana e do Adolescente.

    X. ADOO POR CASAL HOMOAFETIVO CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. UNIO HOMOAFETIVA. PEDIDO DE ADOO UNILATERAL. POSSIBILIDADE. ANLISE SOBRE A EXISTNCIA DE VANTAGENS PARA A ADOTANDA. I. Recurso especial calcado em pedido de adoo unilateral de menor, deduzido pela companheira da me biolgica da adotanda, no qual se afirma que a criana fruto de planejamento do casal, que j vivia em unio estvel, e acordaram na inseminao artificial heterloga, por doador desconhecido, em C.C.V. II. Debate que tem raiz em pedido de adoo unilateral - que ocorre dentro de uma relao familiar qualquer, onde preexista um vnculo biolgico, e o adotante queira se somar ao ascendente biolgico nos cuidados com a criana -, mas que se aplica tambm adoo conjunta - onde no existe nenhum vnculo biolgico entre os adotantes e o adotado. III.A plena equiparao das unies estveis homoafetivas, s unies estveis heteroafetivas, afirmada pelo STF (ADI 4277/DF, Rel. Min. Ayres Britto), trouxe como corolrio, a extenso automtica quelas, das prerrogativas j outorgadas aos companheiros dentro de uma unio estvel tradicional, o que torna o pedido de adoo por casal homoafetivo, legalmente vivel. IV. Se determinada situao possvel ao extrato heterossexual da populao brasileira, tambm o frao homossexual, assexual ou transexual, e todos os demais grupos representativos de minorias de qualquer natureza que so abraados, em igualdade de condies, pelos mesmos direitos e se submetem, de igual forma, s restries ou exigncias da mesma lei, que deve, em homenagem ao princpio da igualdade, resguardar-se de quaisquer contedos discriminatrios. V. Apesar de evidente a possibilidade jurdica do pedido, o pedido de adoo ainda se submete norma-princpio fixada no art. 43 do ECA, segundo a qual "a adoo ser deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando". VI. Estudos feitos no mbito da Psicologia afirmam que pesquisas "(...)tm demonstrado que os filhos de pais ou mes homossexuais no apresentam comprometimento e problemas em seu desenvolvimento psicossocial quando comparados com filhos de pais e mes heterossexuais. O ambiente familiar sustentado pelas famlias homo e heterossexuais para o bom desenvolvimento psicossocial das crianas parece ser o

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    mesmo". (FARIAS, Mariana de Oliveira e MAIA, Ana Cludia Bortolozzi in: Adoo por homossexuais: a famlia homoparental sob o olhar da Psicologia jurdica. Curitiba: Juru, 2009, pp.75/76). VII. O avano na percepo e alcance dos direitos da personalidade, em linha inclusiva, que equipara, em status jurdico, grupos minoritrios como os de orientao homoafetiva - ou aqueles que tm disforia de gnero - aos heterossexuais, traz como corolrio necessrio a adequao de todo o ordenamento infraconstitucional para possibilitar, de um lado, o mais amplo sistema de proteo ao menor - aqui traduzido pela ampliao do leque de possibilidades adoo - e, de outro, a extirpao dos ltimos resqucios de preconceito jurdico - tirado da concluso de que casais homoafetivos gozam dos mesmos direitos e deveres daqueles heteroafetivos. VII. A confluncia de elementos tcnicos e fticos, tirados da i) bvia cidadania integral dos adotantes; ii) da ausncia de prejuzo comprovado para os adotados e; iii) da evidente necessidade de se aumentar, e no restringir, a base daqueles que desejam adotar, em virtude da existncia de milhares de crianas que longe de quererem discutir a orientao sexual de seus pais, anseiam apenas por um lar, reafirmam o posicionamento adotado pelo Tribunal de origem, quanto possibilidade jurdica e convenincia do deferimento do pleito de adoo unilateral. Recurso especial NO PROVIDO

    16. Exerccios gabaritados

    16.1 Lista 1 - ECA

    1. (CESPE/PC PA - 2006) De acordo com a jurisprudncia do STJ e do STF, julgue o item: A. (____) As medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criana e do Adolescente no tm a mesma natureza e intensidade das penas estabelecidas no Cdigo Penal, pois devem ser regidas pelos princpios da brevidade, excepcionalidade e observncia da condio peculiar da pessoa em desenvolvimento. 2. (CESPE/PC RN - 2008) De acordo com o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), assinale a opo correta: A. (____) O instituto da prescrio no compatvel com a natureza no penal das medidas socioeducativas. B. (____) Considere que um indivduo tenha divulgado e publicado, pela Internet, fotografias pornogrficas envolvendo crianas e que essa ao tenha ocorrido em cidade brasileira, mas o acesso ao material tenha-se dado alm das fronteiras nacionais. Nesse caso, a justia competente para o processo e o julgamento do feito ser a estadual, pois o delito no se consumou no exterior. C. (____) Em se tratando de menor inimputvel, inexiste pretenso punitiva estatal propriamente, mas apenas pretenso educativa, que dever no s do Estado, mas da famlia, da comunidade e da sociedade em geral, conforme disposto expressamente na legislao de regncia e na CF. D. (____) A internao provisria do menor no pode extrapolar o prazo de 60 dias estabelecido pelo ECA. E. (____) O magistrado, no momento da reavaliao da medida socioeducativa imposta, est vinculado a pareceres e relatrios tcnicos, e no pode, com base na livre apreciao de outros elementos de convico, dirimir a controvrsia. 3. (CESPE/PC TO - 2008) De acordo com a legislao especial pertinente, julgue os itens abaixo: A. (____) Considere que uma autoridade policial de determinado municpio, ao transitar em via pblica, observou a presena de menores perambulando pela rua, tendo, de pronto, determinado aos seus agentes a apreenso de dois deles para fins de averiguao. Nessa

    situao, a atitude da autoridade policial est correta por se tratar de adolescentes em situao de risco. B. (____) O procedimento de apurao de ato infracional s aplicvel em se tratando de conduta praticada por adolescente (pessoa entre 12 e 18 anos de idade). Se o ato praticado for imputvel criana (pessoa de at 12 anos de idade), o caso deve ser apreciado pelo conselho tutelar na respectiva localidade. 4. (CESPE/Defensor Pblico ES 2009) Em relao aos institutos de direito penal, julgue o item a seguir. A. (____) Quem contrata, eventualmente, os servios sexuais de adolescentes no pratica o crime, previsto no ECA, de submeter a criana ou o adolescente prostituio ou explorao sexual, pois tal tipo penal no abrange a figura do cliente ocasional diante da ausncia de explorao sexual nos termos da definio legal, segundo o STJ. 5. (CESPE/Defensor Pblico ES 2009) Julgue os itens subsequentes, que se referem a medidas socioeducativas, atos infracionais e crimes praticados contra a criana e o adolescente, crimes de tortura e sistema nacional de polticas pblicas sobre drogas. A. (____) A obrigao de reparar o dano causado com o ato infracional no considerada uma medida socioeducativa, tendo em vista que o adolescente no responde civilmente por seus atos, sendo obrigao dos pais ressarcir a vtima de eventual prejuzo. B. (____) A prestao de servios comunitrios uma medida socioeducativa prevista no ECA que consiste na realizao de tarefas gratuitas de interesse geral, por perodo no excedente a seis meses, independentemente da pena abstratamente cominada ao crime referente ao ato infracional. C. (____) Todos os crimes praticados contra a criana e o adolescente previstos no ECA submetem-se ao penal pblica incondicionada.

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    6. (FUNIVERSA/Agente de Polcia DF 2009) A respeito do Estatuto da Criana e do Adolescente, assinale a alternativa correta. A. (____) O Estatuto da Criana e do Adolescente prev a aplicao de medidas de internao e semiliberdade ao jovem adulto cuja prtica do ato infracional tenha ocorrido antes da maioridade penal. B. (____) O Estatuto da Criana e do Adolescente ser interpretado conforme a inteno do legislador, in casu, a interpretao autntica ou literal. C. (____) A remisso concedida pelo Ministrio Pblico resultar na extino do processo por prtica de ato infracional de menor gravidade. D. (____) A remisso ministerial pode ser cumulada com uma das hipteses de medida socioeducativa ao adolescente infrator. E. (____) A remisso judicial como forma de suspenso do processo ser concedida para atos infracionais de natureza grave e gravssima. 7. (ACAFE/Delegado de Polcia SC 2008) Um Delegado de Polcia, depois de lavrado o termo de apreenso de um adolescente apreendido em situao de flagrante ato infracional (crime de homicdio), de propsito, deixou de fazer imediata comunicao autoridade judiciria competente e famlia do apreendido, como ele lhe pedira. O Delegado praticou: A. (____) nenhum crime, pois no tinha obrigao de fazer tais comunicaes. B. (____) crime comissivo por omisso, previsto no Estatuto da Criana e do Adolescente. C. (____) crime omissivo, previsto no Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n. 8.069/90). D. (____) crime de abuso de autoridade, previsto na Lei n. 4.898/65. 8. (UNB/CESPE/TJDFT 2007) Acerca do Estatuto da Criana e do Adolescente, julgue os itens a seguir. A. (____) A medida de internao pode ser aplicada em caso de prtica de ato infracional cometido mediante violncia ou grave ameaa pessoa ou em caso de ato infracional semelhante a crime hediondo. B. (____) Antes de iniciado o procedimento judicial para apurao de ato infracional, o representante do Ministrio Pblico pode conceder a remisso, atendendo s circunstncias e consequncias do fato, ao contexto social, bem como personalidade do adolescente e sua maior ou menor participao no ato infracional. Essa remisso implica extino do processo e reconhecimento da responsabilidade por parte do adolescente. 9. (CESPE OAB 2007) Acerca do Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), assinale a opo correta. A. (____) Os crimes definidos no ECA so de ao pblica condicionada. B. (____) A internao, antes da sentena, pode ser determinada por prazo mximo de 65 dias. C. (____) O adolescente civilmente identificado no ser submetido a identificao compulsria pelos rgos policiais, de proteo e judiciais, salvo para efeito de confrontao, havendo dvida fundada. D. (____) No assegurado ao adolescente infrator o direito de solicitar a presena de seus pais ou responsvel em qualquer fase do procedimento. QUESTO 55

    10. (CESPE OAB 2007) As medidas que podem ser aplicadas pela autoridade competente ao adolescente que pratique ato infracional no incluem a: A. (____) obrigao de reparar o dano. B. (____) liberdade assistida. C. (____) insero em regime de semiliberdade. D. (____) prestao de trabalhos forados. 11. (MP/ES_2005) Ao romper definitivamente com a doutrina da situao irregular, at ento admitida pelo Cdigo de Menores (Lei 6.697, de 10.10.79), a Lei 8.069/90 (ECA) estabeleceu como diretriz bsica e nica no atendimento de crianas e adolescentes: A. (____) A doutrina da proteo integral criana e ao adolescente. B. (____) A doutrina dos direitos e garantias fundamentais da criana e do adolescente. C. (____) A doutrina da proteo especial criana e ao adolescente. D. (____) A Declarao dos Direitos da Criana. E. (____) O Princpio da dignidade da pessoa humana. 12. (XXXI Concurso MP/SC_2004) Julgue os itens abaixo e assinale a opo correta: I. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o incio, ou como forma de transio para o meio aberto, possibilitada a realizao de atividades externas, independentemente de autorizao judicial. II. Iniciado o procedimento para apurao de ato infracional, o representante do Ministrio Pblico poder conceder a remisso, como forma de excluso do processo, atendendo s circunstncias e consequncias do fato, ao contexto social, bem como personalidade do adolescente e sua maior ou menor participao no ato infracional. III. O autor de ato infracional cometido mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, passvel de internao, desde que no haja outra medida adequada. IV. No caso de ato infracional cometido mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, o prazo mximo para concluso do procedimento ser de quarenta e cinco dias. V. As medidas especficas de proteo e as socioeducativas de advertncia, sero aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme o caso, nas hipteses de ato infracional praticado por criana. A. (____) apenas I, III e IV esto corretos B. (____) apenas II e V esto corretos C. (____) apenas IV est correto D. (____) apenas III e IV esto corretos E. (____) todos esto corretos 13. (Promotor de Justia MPE/RR 2008) Joo, aos 17 anos de idade, por ter praticado latrocnio, foi submetido, aps o devido processo legal, medida socioeducativa de internao. No curso do cumprimento da medida, Joo completou 18 anos, ocasio em que entrou em vigor o novo Cdigo Civil, que reduziu a maioridade civil de 21 anos de idade para 18 anos de idade. O advogado de Joo, ento, pleiteou a sua liberao do cumprimento da medida socioeducativa, entendendo ser aplicvel o novo Cdigo Civil situao de seu cliente.

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    Considerando a situao hipottica descrita acima, julgue os itens que se seguem. A (____) Est certo o entendimento do advogado de Joo, visto que o novo Cdigo Civil, ao reduzir a maioridade civil para 18 anos de idade, afetou o limite de idade para a aplicao dos institutos do ECA no que diz respeito s medidas socioeducativas. B (____) Aplica-se ao caso o princpio da especialidade, sendo as regras gerais do ECA revogadas em razo das normas especficas do novo Cdigo Civil. C (____) Como a proteo integral da criana ou adolescente garantida apenas aos indivduos menores de idade, Joo, ao ter completado 18 anos, deixou de estar includo no rol de proteo do ECA. D (____) A aplicao do ECA a Joo rege-se pela idade de Joo poca dos fatos.

    14. (Promotor de Justia MPE/RR 2008) Pedro, aos 14 anos de idade, foi encaminhado vara da infncia e da juventude, por trfico de entorpecentes. A ele, que no tinha passagens anteriores pela vara da infncia e da juventude, foi aplicada a medida de internao pelo prazo mnimo de um ano. Aps o cumprimento da internao, o juiz aplicou a Pedro medida de semiliberdade e restringiu o direito de Pedro realizar visitas a familiares, instituindo um regime de visitas progressivas e condicionadas. Considerando a situao hipottica acima apresentada, julgue os itens subsequentes. A (____) O ECA possibilita a Pedro a prtica de atividades externas sob o regime de semiliberdade, sem necessidade de autorizao judicial. B (____) A restrio imposta pelo magistrado s visitas de Pedro aos familiares constitui constrangimento ilegal, especialmente se desprovida de fundamentao. C (____) O regime de semiliberdade constitui tpica medida de carter socioeducativo, devendo ser priorizado o fortalecimento dos vnculos familiares e comunitrios de Pedro. D (____) Visto que, na hiptese, Pedro praticou ato infracional sem grave ameaa ou violncia e que no houve reiterao de outras infraes graves, e, ainda, que Pedro no deixou de cumprir, reiterada e injustificadamente, medida anteriormente imposta, no se justifica a imposio de medida de internao. E (____) Caso a deciso do magistrado em relao internao de Pedro seja questionada em juzo, ela no pode ser sanada pela via do habeas corpus, pois tal instrumento processual no se aplica s situaes que envolvam decises tomadas por vara da infncia e da juventude em detrimento da liberdade de criana ou adolescente. 15. (Promotor de Justia MPE/RR 2008) Julgue os itens seguintes, relativos competncia para processar e julgar questes cveis e criminais decorrentes das normas previstas no ECA. A (____) O crime consubstanciado na divulgao ou publicao, pela Internet, de fotografias pornogrficas ou de cenas de sexo explcito que envolvam crianas ou adolescentes e cujo acesso tenha ocorrido alm das fronteiras nacionais deve ser processado e julgado na justia federal. B (____) Para processar e julgar ao civil pblica ajuizada contra o Estado para a construo de locais adequados para a orientao e o tratamento de crianas e adolescentes alcolatras e toxicmanos, competente a

    vara da infncia e da juventude do local onde tenha ocorrido a omisso do Estado, em face do que dispe o ECA. Prevalecem esses dispositivos sobre a regra geral, que prev como competentes as varas de fazenda pblica quando presentes como partes estado e municpio. 16. (Defensor Pblico DPG-CE CESPE) Acerca de ato infracional e dos crimes praticados contra a criana e o adolescente, julgue os itens subsequentes. A (____) Os crimes praticados contra criana e o adolescente podem ser realizados por ao ou omisso, no se admitindo, a forma culposa. B (____) No caso de prtica de ato infracional por adolescente, a medida de internao no comporta prazo determinado, devendo sua manuteno ser reavaliada, mediante deciso fundamentada, no mximo a cada seis meses, respeitado o perodo mximo de internao de trs anos. 17 Julgue o item abaixo: A. (____) De acordo com o ECA possvel que o adolescente permanea internado para garantia de sua segurana. 18 (Ministrio Pblico SP) Em caso de adolescente apreendido em flagrante de ato infracional, dever a autoridade policial: A (____) elaborar o boletim de ocorrncia circunstanciado, levando em conta que o adolescente no comete crime. B (____) elaborar o auto de apreenso em todos os casos, j que o boletim de ocorrncia s se destina aos atos infracionais onde o adolescente no foi apreendido em flagrante infracional. C (____) elaborar o auto de apreenso em flagrante nos casos de atos infracionais praticados com violncia ou grave ameaa a pessoa e, nos demais casos, poder substituir este por boletim de ocorrncia circunstanciada. 19 (FUNDAC PB / CESPE) Marcos, adolescente de 16 anos de idade, cometeu ato infracional mediante grave ameaa a pessoa, em fevereiro de 2008. O caso teve grande repercusso nos telejornais. Em abril de 2008, o juiz da Vara da Infncia e Juventude de Campina Grande PB aplicou a medida de internao em entidade exclusiva para adolescentes. Considerando essa situao hipottica, assinale a opo correta de acordo com as medidas socioeducativas previstas no ECA. A. (____) Para ato infracional considerado hediondo e com grande repercusso na mdia televisiva praticado por adolescente, a autoridade competente poder aplicar, excepcionalmente, a medida de prestao de trabalho forado. B. (____) As visitas a Marcos na entidade em que estiver internado podero ser suspensas temporariamente, caso existam motivos relevantes e fundados de prejudicialidade aos seus interesses. C. (____) Adolescentes portadores de deficincia mental ficaro incomunicveis nas primeiras 48 horas em casos de internao em estabelecimento educacional. D. (____) Marcos no poder receber assistncia religiosa no perodo de internao, por estar sob os cuidados do Estado e no da Igreja 20. (FUNDAC PB / CESPE) No que se refere ao conselho tutelar, assinale a opo correta.

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    A. (____) O conselho tutelar integra a estrutura do Poder Judicirio estadual e presidido pelo juiz de direito da respectiva comarca. B. (____) Os membros do conselho tutelar de cada municpio sero indicados pelo presidente do tribunal de justia do respectivo estado. C. (____) Compete ao conselho tutelar proferir sentena nos pedidos de guarda das crianas e adolescentes do municpio em que estiver situado. D. (____) Caso Jean e Lcia estejam casados h 12 anos, nessa hiptese, se eles forem escolhidos para atuar no Conselho Tutelar de Areia PB, estaro impedidos, por serem marido e mulher. 21. (FUNDAC PB / CESPE) Os adolescentes Aldo e Fbio foram presos em flagrante de ato infracional porque, em 10/6/2007, adentraram em um nibus e, mediante grave ameaa de morte exercida com emprego de arma de fogo, subtraram dinheiro, diversos bens e objetos pessoais dos passageiros. Os menores foram conduzidos em compartimento fechado da viatura da Polcia Civil, juntamente com dois outros presos com passagem pela polcia, que haviam cometido crime de roubo em loja de convenincia horas antes. A requerimento do Ministrio Pblico estadual, o juiz da infncia e juventude da cidade de Joo Pessoa PB determinou a internao provisria dos referidos adolescentes. Considerando a situao hipottica apresentada, assinale a opo correta luz do ECA. A. (____) Aldo e Fbio no poderiam ter sido conduzidos em compartimento fechado de veculo policial juntamente com presos com passagem pela polcia, pois isso implicou risco integridade fsica dos menores. B. (____) A internao provisria dos adolescentes mencionados poder ser cumprida em estabelecimento prisional, desde que em seo isolada dos adultos e com instalaes apropriadas. C. (____) O requerimento do Ministrio Pblico, de internao provisria dos adolescentes, nulo, pois a apurao de ato infracional da competncia exclusiva da autoridade policial. D. (____) Mesmo em casos dessa natureza, vedada a divulgao de atos policiais e judiciais a que se atribua autoria de ato infracional, permitindo-se apenas a identificao das iniciais do nome e sobrenome dos menores. 22. (UnB/CESPE SEPLAG/SEDS/MG) O juiz da vara da infncia e juventude de determinado municpio aplicou medida privativa de liberdade ao adolescente Pedro, de 16 anos de idade, por roubo a mo armada cometido no centro da cidade, em setembro de 2006. Alm da gravidade da infrao cometida, o juiz se baseou no fato de Pedro ter extensa folha de passagens infracionais. Em sua deciso, o juiz estabeleceu prazo de internao de 5 anos. Pedro encontra-se internado no centro de atendimento juvenil do municpio. Consta no relatrio tcnico do processo que Pedro no vem cumprindo satisfatoriamente a medida socioeducativa, no estuda, no trabalha e necessita de atendimento tcnico sistemtico. Considerando a situao hipottica acima, assinale a opo correta quanto s medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) Lei n. 8.069/1990. A. (____) A liberao de Pedro ser compulsria aos 21 anos de idade, segundo dispe o ECA.

    B. (____) A internao no centro de atendimento juvenil dever ser observada com rigoroso isolamento do adolescente, no sendo permitidas atividades pedaggicas, dada a gravidade do ato infracional cometido. C. (____) A deciso do juiz da vara da infncia e juventude do municpio foi correta ao especificar prazo determinado para internao, no deixando margem a dvida do exato cumprimento da medida. D. (____) A medida de internao aplicada no poderia ter-se baseado no cometimento de outras infraes graves. 23. (UnB/CESPE SEPLAG/SEDS/MG) Marcel, agente de segurana socioeducativo do centro de atendimento juvenil de determinado municpio, acompanhava regularmente 25 adolescentes durante o almoo. Duas horas antes, Marcel havia vistoriado os alojamentos e encontrado facas e dois aparelhos celulares. Aps o almoo, os 25 adolescentes iniciaram uma rebelio, incentivados por dois dos menores. O agente de segurana Marcel ficou como refm dos menores, foi agredido com vrios socos e, por pouco, no foi morto. O diretor do centro acionou a polcia militar da cidade, que chegou ao local 30 minutos aps o incio da rebelio. Com a chegada da polcia, a rebelio foi contida e o refm, liberado. Em razo da rebelio, o diretor do centro proibiu a comunicao com qualquer dos 25 adolescentes que participaram da rebelio, visitas e acesso a TV. Considerando a situao hipottica apresentada, bem como os dispositivos relativos s medidas socioeducativas previstas no ECA, assinale a opo correta. A. (____) O adolescente que pretender peticionar ao secretrio de direitos humanos para reclamar das condies precrias do centro de atendimento juvenil deve faz-lo por intermdio de seu advogado, e no, diretamente. B. (____) Os adolescentes privados de liberdade no tm direito de acesso aos meios de comunicao social, pois esto submetidos ao estrito controle dos psiclogos dos centros de atendimento juvenis. C. (____) A visita de pais ou responsveis de internos poder ser suspensa por determinao do diretor do centro de atendimento juvenil em casos de rebelies, por perodo indeterminado. D. (____) A determinao do diretor do centro de proibir a comunicao com qualquer dos 25 adolescentes ilegal, pois a incomunicabilidade de menor que cumpre medida socioeducativa vedada pelo ECA. 24. (UnB/CESPE SEPLAG/SEDS/MG) Um adolescente com 16 anos de idade, portando 1 kg de cocana para fins de trfico, foi apreendido em flagrante por agentes da Polcia Civil. Considerando essa situao, assinale a opo correta quanto apurao de ato infracional atribudo a adolescente, segundo o ECA. A. (____) Em razo da idade, o adolescente poder

    cumprir pena por trfico de drogas em estabelecimento prisional.

    B. (____) Aps a apreenso em flagrante, o adolescente ter de ser, desde logo, levado autoridade policial competente.

    C. (____) Se o adolescente no tiver advogado constitudo para promover a sua defesa, a autoridade judiciria nomear imediatamente o representante do Ministrio Pblico para faz-la.

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    D. (____) O adolescente dever ser conduzido delegacia em viatura especial da polcia, em compartimento fechado.

    (EXERCCIOS / CESPE) Nas questes de 28 a 36 julgue os itens em (F)also ou (V)erdadeiro. 25. (____) Havendo repartio policial especializada para atendimento de adolescente e tratando-se de ato infracional praticado por menor em coautoria com maior, prevalece a atribuio da repartio especializada. 26. (____) Considere a seguinte situao hipottica. Aps praticar um furto em uma residncia, um adolescente com 17 anos de idade foi apreendido em flagrante e apresentado autoridade policial competente. Nessa situao, de acordo com o que dispe o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), a autoridade policial deveria, de imediato, lavrar o auto de apreenso e determinar o recolhimento do adolescente em entidade de atendimento, para permanncia sob internao provisria. 27. (____) As medidas socioeducativas de liberdade assistida, semiliberdade e internao so aplicveis, excepcionalmente, aos atos infracionais praticados por criana ou adolescente. 28. (____) A fundamentada apreenso de adolescente, mesmo maior de 18 anos, por fato praticado quando ele era inimputvel medida prevista em lei, no constituindo constrangimento ilegal a sua internao em estabelecimento destinado execuo da medida socioeducativa. 29. (____) Antes de iniciado o procedimento judicial para a apurao de ato infracional praticado por adolescente, o Ministrio Pblico pode conceder a remisso como forma de excluso do processo, atendendo s circunstncias do fato e personalidade do adolescente. 30. (____) Prev a lei a necessidade de prova da autoria e da materialidade no caso de aplicao de medida socioeducativa de semiliberdade e de internao, sendo admissvel a aplicao da medida de advertncia quando houver somente indcios da autoria e prova da materialidade do fato. 31. (____) Conforme o ECA, a prestao de servios comunitrios pode ser substituda por multa, desde que compatvel com a situao patrimonial do adolescente ou de seus responsveis. 32. (____) Sendo de ao pblica incondicionada, o crime de maus-tratos de exclusiva titularidade do Ministrio Pblico, no havendo, por isso, a obrigatoriedade de o mdico ou o professor que eventualmente tenham conhecimento de maus-tratos contra criana ou adolescente notific-los autoridade competente. 33. (____) Encontra tipificao penal no ECA, com previso de pena privativa de liberdade para o autor do delito, a conduta de um dirigente de uma escola particular que, na presena de outros alunos, torne pblica, de maneira ultrajante, a inadimplncia do pai de determinado aluno, submetendo essa criana a vexame e constrangimento.

    34. (Magistratura do Mato Grosso CESPE 2004) Marina est no oitavo ms de gravidez e no sabe o paradeiro do pai da criana que espera. Encontra-se desempregada e no tem condies econmicas para proporcionar alimentao e moradia adequadas, nem para si, nem para a filha que est prestes a nascer, a qual pretende registrar com o nome de Raquel. A. (____) dever do Estado propiciar apoio alimentar a

    Marina durante a gestao. B. (____) dever do Estado assegurar a Marina

    atendimento pr-natal no mbito do Servio nico de Sade(SUS).

    C. (____) O hospital em que Raquel vier a nascer ter obrigao legal de propiciar a permanncia dela junto a Marina.

    D. (____) Se, aps o nascimento de Raquel, Marina no apresentar condies econmicas suficientes para propiciar a sua filha um padro de vida minimamente digno, o Ministrio Pblico dever solicitar a decretao judicial da perda do poder familiar de Marina sobre Raquel.

    35. (Defensoria Pblica do Cear CESPE 2007) Assinale (C)erto ou (E)rrado: A. (____) No caso de prtica de ato infracional por

    adolescente, a medida de interveno no comporta prazo determinado, devendo sua manuteno ser reavaliada, mediante deciso fundamentada, no mximo a cada seis meses, respeitado o perodo mximo de internao de trs anos.

    36. (Ministrio Pblico do Amazonas CESPE 2007) Alice iniciou o cumprimento de medida socioeducativa de semiliberdade com 17 anos e 6 meses. Ao completar 18 anos, Alice pleiteou, por via da defensoria pblica, sua colocao em liberdade, em virtude do atingimento da maioridade penal. Com relao a essa situao hipottica e s normas constitucionais e estatutrias acerca da criana e do adolescente, assinale a opo correta: A. (____) a liberao de Alice s ser compulsria aos 21

    anos. B. (____) est correto o pleito de Alice, pois, por ter

    atingido a maioridade penal, ela deve ser liberada do cumprimento da medida.

    C. (____) a medida aplicada a Alice deve ter sua manuteno reavaliada, mediante deciso fundamentada, no mximo a cada 6 meses.

    D. (____) Alice continuar cumprindo medida, porm em estabelecimento prisional comum, destinado aos maiores de 18 anos, para onde dever ser transferida.

    E. (____) Alice deve ser liberada em razo da analogia que o ECA determina deve ser feita entre a semiliberdade e a liberdade assistida.

    37. (UnB/CESPE SEDF) Segundo o ECA, o adolescente privado de liberdade tem, entre outros, o direito de A. (____) receber visitas, ao menos mensalmente. B. (____) ter acesso aos meios de comunicao, no

    mnimo duas vezes por semana. C. (____) realizar atividades culturais, esportivas e de

    lazer. D. (____) receber assistncia religiosa, segundo a crena

    de um religioso disponvel para esse fim.

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    38. (UnB/CESPE SEDF) Com relao s idades da criana e do adolescente estabelecidas pelo ECA, assinale a opo correta. A. (____) Criana a pessoa com at doze anos de idade

    completos. B. (____) Criana a pessoa com at doze anos de idade

    incompletos. C. (____) Adolescente a pessoa entre doze e dezoito

    anos de idade incompletos. D. (____) Adolescente a pessoa entre doze anos de

    idade incompletos e dezoito anos de idade. 39. (Ministrio Pblico do Rio Grande do Norte 2004) Consiste o poder familiar num conjunto de direitos e obrigaes, exercidos em igualdade de condies por ambos os pais, quanto pessoa e bens dos filhos menores. No entanto, perder o pai ou a me, por ato judicial, o poder familiar, exceto quando: A. (____) Castigar imoderamente o filho. B. (____) Deixar o filho em abandono, tanto no aspecto

    moral, quanto material. C. (____) Praticar atos contrrios moral e aos bons

    costumes. D. (____) Houver condenao definitiva, por crime, cuja

    pena exceda a dois anos de priso. 40. (Magistratura de Santa Catarina 2003) No que se refere guarda da criana ou adolescente luz do respectivo Estatuto, correto afirmar: A. (____) no obriga prestao de assistncia material e

    assistencial criana ou adolescente. B. (____) na adoo por estrangeiros pode ser deferida

    liminarmente nos procedimentos de tutela ou adoo. C. (____) pode ser revogado a qualquer tempo, mediante

    ato judicial fundamentado, ouvido o Ministrio Pblico. D. (____) no confere quele que a detm o direito de se

    opor aos pais da criana ou adolescente. 41. (Magistratura de Santa Catarina 2008) Analise as proposies abaixo e aps assinale a alternativa correta. I. Considera-se criana para efeitos do ECA a pessoa at 12(doze) anos de idade incompletos. II. Adolescente, para efeitos do ECA, a pessoa entre 13(treze) e 18(dezoito) anos de idade. III. A reduo da maioridade civil pela Lei n 10.406/2002 impede a aplicao de medida socioeducativa a pessoas com idade entre 18(dezoito) e 21 anos (vinte e um) anos. IV. A reduo da maioridade civil pela Lei n 10.406/2002 no implica na extino da medida socioeducativa a pessoas com idade entre 18(dezoito) e 21 anos (vinte e um) anos, se o infrator atingiu os 18(dezoito) anos no curso do cumprimento da medida. A. (____) somente as proposies I e IV esto corretas. B. (____) somente as proposies I e II esto corretas. C. (____) somente as proposies I e III esto corretas. D. (____) somente as proposies II e IV esto corretas. E. (____) somente a proposio II est correta. 42. (Ministrio Pblico/PR - 2008) Analise a alternativa INCORRETA: A. (____) o ECA foi formulado a partir dos ditames da

    doutrina da proteo integral.

    B. (____) a garantia da prioridade absoluta compreende a destinao privilegia