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ESTUDO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL - ECA Empreendimento: IRMÃOS GAIDZINSKI CIA LTDA EDGAR SCHLICKMANN

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ESTUDO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL

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Page 1: ECA Uniferro

ESTUDO DE

CONFORMIDADE

AMBIENTAL - ECA

Empreendimento: IRMÃOS GAIDZINSKI CIA LTDA

EDGAR SCHLICKMANN

Engº Ambiental

Braço do Norte, outubro de 2012.

Page 2: ECA Uniferro

SUMÁRIO1. APRESENTAÇÃO...................................................................................................2

2. OBJETO DO LICENCIAMENTO..............................................................................3

2.1. Porte do empreendimento.................................................................................3

2.2. Identificação do Empreendedor........................................................................3

2.3. Responsável pela Empresa...............................................................................4

2.4. Responsável pelo Estudo..................................................................................4

3. JUSTIFICATIVA.......................................................................................................4

4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO......................................................6

4.1. Localização........................................................................................................6

4.2. Características técnicas do empreendimento....................................................8

4.3. Obras para implantação..................................................................................12

4.4. Mão de Obra para implantação.......................................................................12

4.5. Cronograma de implantação...........................................................................12

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL................................................................................12

5.1. Delimitação das Áreas de Influência do Empreendimento..............................13

5.2. Legislação envolvida.......................................................................................14

5.3. Uso e ocupação do solo..................................................................................15

5.4. Infraestrutura existente....................................................................................15

5.5. Atividades Socioeconômicas...........................................................................16

5.6. Cobertura vegetal............................................................................................25

5.7. Unidades de conservação...............................................................................31

5.8. Áreas de preservação permanente.................................................................34

5.9. Fauna..............................................................................................................36

5.8. Recursos Hidricos...........................................................................................49

6. IMPACTOS AMBIENTAIS.....................................................................................51

7. EQUIPE TÉCNICA.................................................................................................53

8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................54

1. APRESENTAÇÃO

Page 3: ECA Uniferro

O Estudo de Conformidade Ambiental (ECA) é realizado para a emissão de

licença ambiental para fins de regularização de atividades/empreendimentos já

implantados sem o licenciamento devido, sendo compatível com o porte e o

potencial poluidor da atividade/empreendimento, compreendendo, no mínimo, o

diagnóstico atualizado do ambiente, a avaliação dos impactos gerados pela

implantação e operação do empreendimento, incluindo os riscos e as medidas de

controle, mitigação, compensação e de readequação, quando couberem.

       O nível de abrangência dos estudos constituintes do ECA são

proporcionais aos estudos necessários para fins de licenciamento ambiental da

atividade no âmbito da Licença Ambiental Prévia, RAP, EAS e EIA. Sendo que, no

presente caso aplica-se o termo de referência compatível com o Estudo Ambiental

Simplificado (EAS), conforme a resolução do CONSEMA 01/2006.

Por sua vez, o EAS é um estudo técnico elaborado por um profissional

habilitado ou até mesmo por uma equipe multidisciplinar, visando oferecer

elementos para a análise da viabilidade ambiental de empreendimentos ou

atividades consideradas potencial ou efetivamente causadoras de degradação do

meio ambiente.

Diante do exposto acima, o presente ECA abordará a interação entre

elementos dos meios físico, biológico e sócio-econômico, buscando a elaboração de

um diagnóstico simplificado da área do empreendimento e entorno, contendo a

descrição sucinta dos impactos resultantes da implantação do empreendimento, e a

definição das medidas mitigadoras, de controle e compensatória, se couber.

Page 4: ECA Uniferro

2. OBJETO DO LICENCIAMENTO

O objeto de licenciamento do presente Estudo de Conformidade Ambiental –

ECA consiste em uma fábrica de peças, equipamentos e perfiz de metais diversos,

entre outras, sem tratamento térmico ou galvanotécnico, localizada na cidade de

Braço do Norte, na rua Rua Severiano Francisco Sombrio, 1040.

O empreendimento que atua deste 1998 no comércio de ferros para a

construção civil, empresas de manutenção, indústria e toda linha de

acessórios, também presta serviços de dobras e cortes de gilhotina,

oxicorte e plasma, torno , freza e solda.

2.1. Porte do empreendimento

Conforme Resolução CONSEMA 03/08 a atividade da empresa esta

caracterizada como “12.20.00 - Fabricação de máquinas, aparelhos, peças e

acessórios sem tratamento térmico e/ou galvanotécnico e/ou fundição, e/ou pintura”,

possuindo uma área útil de 1000 m² está inserida dentro das empresas com

potencial poluidor/degradador geral grande e porte médio.

Necessitando um Relatório Ambiental Prévio - RAP para o seu licenciamento

ambiental junto a Fundação do Meio Ambiente – FATMA.

2.2. Identificação do Empreendimento

Empresa :   Uniferro Indústria e Comércio de Máquinas Ltda

CNPJ       :   02.359.284/0001-32

I.E.         :   253.598.680

Endereço :   Rua Severiano Francisco Sombrio, 1040

Cidade    :    Braço do Norte

Estado     :   SC

Telefone  :   (48) 3658-2895

Email       :   [email protected]

Page 5: ECA Uniferro

2.3. Responsável pela Empresa

Nome       :   Ana Maria Goulart Gaidzinski

CPF          :   637.193.209/87

RG            :   1.568.465

Endereço   :   Rua Raulino Horn, 81

Cidade      :   Braço do Norte

Estado      :   SC

Telefone   :   (48) 3658-2787   Celular : (48) 9906-0886

Email        :   [email protected]

2.4. Responsável pelo Estudo

Nome: Edgar Schlickmann

Endereço: Rua Governador Jorge Lacerda, 956 – Centro – Braço do Norte/SC.

CEP: 88750-000.

Fones: (48) 36582114 / 99882656

Profissão: Engenheiro Ambiental

Registro CREA/SC: 88213-4

3. JUSTIFICATIVA

Objetivando produzir implementos agrícolas, máquinas para processamento

de grãos nos setores da suinocultura e avicultura bem como estufas para a secagem

de tabaco (fumo), localizada no centro do maior pólo Moldureiro da América Latina,

e vendo a carência de equipamentos e a dificuldade para adquiri-los, nasceu a

empresa com o intuito de produzir produtos nacionais que pudessem estar mais

acessíveis a comunidade agrícola.

Page 6: ECA Uniferro

Até o século dezoito, os instrumentos agrícolas ainda eram rudimentares. A

revolução industrial e a pujante população demandando cada vez mais alimentos

colocou a Europa (e principalmente a Inglaterra) em geral em situação bastante

delicada, precisava aumentar a produtividade agrícola para suprir a necessidade de

subsistência. Em meados do século dezenove, a população urbana européia

aumentou em cerca de 200 milhões de pessoas, em um grande processo de

urbanização que culminou em processo de migração rural para cidade (êxodo rural),

diminuindo o contingente de pessoas que trabalhavam no campo (DERRY e

WILLIANS, 1977 apud FONSECA, 1990).

Por estes motivos a necessidade de desenvolvimento tecnológico no campo

fazia-se necessário.

Porém o progresso no campo não estava isolado ao progresso de outras

áreas, como o transporte, já que grande salto tecnológico nos meio de transporte,

ferrovias e navegação gera um transbordo na produção de alimentos, barateando os

custos de deslocamento de países distantes.

Foi a partir das semeadeiras que o processo de mecanização tomou grande

impulso, já que este tipo de plantio, para grãos economizava 54,5 litros de

sementes e elevava a produtividade da colheita em 10,5 hectolitros por hectare,

demonstrado por Thomas Coke (FONSECA, 1990).

O sucesso das máquinas até então desenvolvidas (ceifadeiras e

enfardadeiras) que dependiam apenas de tração animal para seu funcionamento,

encorajaram novas inovações no sentido de criar uma dependência de mão-de-obra

humana, como máquinas destinadas para a cultura do milho que arava, semeava e

cobria em uma mesma operação e um ancinho para feno e grãos, ambos

tracionados por animais.

Até a década de 1990 a indústria de máquinas agrícolas teve inovações

incrementais, mantendo-se o padrão e desing até então desenvolvido. Sartti,

Sabbatini e Vian (2009) apontam em seu trabalho (Projeto PIB – Perspectiva de

Investimento no Brasil: Relatório Preliminar do Estudo no Setor) que o padrão de

desenvolvimento do setor no período pode ser definido como um “somatório” de

avanços condicionados pelas operações e pelas “adaptações” a outras condições de

solo e clima e capacidade de adaptação de implementos melhores e mais pesados.

Page 7: ECA Uniferro

Portanto a indústria de máquinas agrícolas além de facilitar a vida do homem

do campo, tem por consequência a redução dos custos de produção e o melhor

escoamento.

Conforme o discorrido até agora, o setor de máquinas e equipamentos

agrícolas influenciou mudanças circunstâncias, que marcaram a trajetória

tecnologica e mudaram de vez a maneira dos produtores cultivarem commodities no

mundo todo. A dependência destas máquinas e equipamentos é cada vez maior, já

que o benefício principal da mecanização é o aumento da produtividade, esta por

sua vez é determinante no mercado de commodities, o agricultor que não puder

oferecer seus produtos de maneira tão competitiva quando os outros produtores sua

saída do negócio é praticamente inevitável.

4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

4.1. Localização

O empreendimento esta localizado no bairro Centro na rua Jacob batista

Uliano na cidade de Braço do Norte/SC, entre os paralelos 28°16'30.22"S e

49°10'19.62"O.

A empresa distante 260 metros do Rio Braço do Norte está inserida dentro

da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, Sub-bacia do Rio Braço

do Norte, conforme mostram as figuras 1 e 2.

Page 8: ECA Uniferro

Figura 1 – Divisões da bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar

Figura 2 – Imagem de satélite das proximidades do empreendimento. Fonte: Google Earth

Page 9: ECA Uniferro

4.2. Características técnicas do empreendimento.

Atualmente a empresa dispõe de 32 funcionários, tendo 2.200 m² de área

construída e se distribui nos setores, Financeiro, Comercial, Compras,

Desenvolvimento, Elétrico, Usinagem, Funilaria, Pintura e Expedição.

Corte/Dobra: São realizados os primeiro ajustes nos formatos do metal bruto

que dará início ao projeto da peça ou da parte estrutural da máquina.

Usinagem: É o processo mecânico que a peça exige remoção de material e

onde a barra do metal utilizado começa a tomar forma. Como a usinagem não é

realizada de uma forma seriada, a peça pode tomar vários destinos. Normalmente

ela começa pela serra, onde são cortadas as barras de acordo com o tamanho

estabelecido pela ordem de produção. Da serra tomará o rumo do centro de

usinagem, onde são realizadas as modificações previstas. Aqui ela pode receber

furos, uma etapa muito utilizada por quase todas as peças terem pelo menos um

furo. A Fresa e a Fresa Convencional são responsáveis pela moldagem das peças

onde são exigidas geometrias complexas. No torno são demandadas peças que se

destinam a receber formatos cilíndricos. Após tais processos, se necessário, a peça

se destina à retífica onde são feitos os reparos e acabamentos finais.

Todo o processo de usinagem é realizado por máquinas que por trabalharem

com alta rotação e com materiais rígidos podem superaquecer. Tendo como base

estes fatores, se faz necessário a utilização de um óleo refrigerador para que essa

alta temperatura não venha prejudicar o equipamento. O óleo utilizado é o

OVERCUT SI 05 e o OVERCUT SS 09 e a empresa utiliza mensalmente certa de 36

litros por mês em média.

Este óleo solúvel em água após perda de suas características mecânicas é

destinado ao fornecedor dos produtos que dará o correto tratamento.

Solda: Etapa onde são feitas uniões localizadas de materiais, similares ou

não, de forma permanente.

Passando por todo o centro de usinagem, ou apenas por uma das etapas,

a peça poderá ser encaminhada para a soldagem, retornar ou não para o centro de

usinagem e assim seguir o fluxo de produção.

Page 10: ECA Uniferro

Pintura: Após passar pelos processos acima descritos a peça poderá passar

pelo setor de pintura onde será higienizada e receberá uma cobertura colorida e

protetora de importância visual e para a manutenção da qualidade do equipamento.

Na cabine de pintura para um melhor controle dos impactos ambientais

serão acoplados aos exaustores, já instalados, tubos que captarão a tinta em

suspensão e conduziram até uma caixa receptora com água.

Montagem: Depois da peça usinada, soldada e pintada ela será

encaminhada para o setor de montagem onde será unida a componentes de

fabricação externa, testada e ficará a disposição do setor de embalagem.

Embalagem: O produto é embalado, conforme suas características e os

cuidados exigidos e encaminhado para o almoxarifado final.

Almoxarifado/Expediçao: O produto final é recebido embalado e pronto para

o armazenamento e expedição.(figura 3).

4.2.1. Principais matérias-primas e insumos no processo produtivo

Tabela 1 – Matérias-primas e insumos produtivos

Matéria-PrimaQuantidade

(Média mensal)

Estado

físicoAcondicionamento Estocagem

Motores 37 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Motores/Redutores 23 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Componentes

Pneumáticos363 1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Chapas 7.500 kg 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Ferramentas, discos

materiais em geral

1.000kg aço

230 (pastilha,

lima, fresa, serra,

vareta)

1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Parafusos e materiais 6400 1 - Sólido 7 – sacos 3 – Depósito

Page 11: ECA Uniferro

de segurança fechado

Componentes elétricos 268 1 - Sólido 7 – sacos3 – Depósito

fechado

Tintas 54 litros 2 – Líquido 1 - tambor3 – Depósito

fechado

Fluído para corte 36 litros 2 - Líquido 1 - tambor3 – Depósito

fechado

Aços 2.795 kg 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Rolamentos /

Retentores187 1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Figura 3 – Fluxograma processo produtivo.

Page 12: ECA Uniferro

4.2.2 - Principais produtos comercializados

Tabela 2 – Produtos comercializados

ProdutosEstado

físicoAcondicionamento Estocagem

Finger Joint 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Destopadeira Semi-

Automática1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Alimentador

Automático1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Descarregador

Automático1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Transferidor

Automático1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Carros com braços

articulados1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Túnel de Secagem

Transversal1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Túnel de Secagem

linear UV1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Hot Stamping 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Pintura a Vácuo 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Recobridora de Perfis 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Pirogravura 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Pintura Profissional 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Pintura Automática 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Fatiador Múltiplo de

Bobinas1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Gravação Industrial e

Profissional1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Misturador de Gesso 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Page 13: ECA Uniferro

Lixadeira Industrial e

Profissional1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Engessadeira

Industrial e

Profissional

1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

Embaladeira

Automática1 - Sólido 2– Granel

3 – Depósito

fechado

Torno Universal 1 - Sólido 2– Granel3 – Depósito

fechado

4.3. Obras para implantação

Não serão necessárias obras.

4.4. Mão de Obra para implantação

Inexistente

4.5. Cronograma de implantação

Implantado

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

O diagnóstico ambiental foi realizado em função dos três meios de

avaliação, ou seja, meio físico, biótico e antrópico, para a Área de Influência Direta -

AID. O objetivo desta explanação é identificar o procedimento como foi realizado o

diagnóstico ambiental deste Estudo Ambiental Simplificado para cada um dos meios

estudados.

O meio físico compreende todos os estudos relacionados à avaliação da

área que receberá o empreendimento, compreendendo informações primárias

provenientes das avaliações de campo da geologia, hidrologia, climatologia,

pedologia, topografia e demais áreas.

Page 14: ECA Uniferro

Para o meio biótico foram analisados e comparados à estudos já

executados na área de influência como base para avaliação da condição do

empreendimento.

No meio antrópico as disciplinas de socioeconomia, uso do solo e

tendências do entorno foram realizadas juntamente com as campanhas dos demais

meios.

5.1. Delimitação das Áreas de Influência do Empreendimento

Neste capítulo se procederá à delimitação das áreas de influência do

Estudo Ambiental Simplificado para a Empresa em observância aos requisitos legais

(Resolução CONAMA 01/86) para avaliação de impactos ambientais, constituindo-se

em fator de grande importância para o direcionamento da coleta de dados, voltada

para o diagnóstico ambiental.

As áreas de influência são aquelas afetadas direta ou indiretamente pelos

impactos, positivos ou negativos, decorrentes do empreendimento, durante suas

fases de planejamento, implantação e operação. Estas áreas podem assumir

tamanhos diferenciados, dependendo da variável considerada (meios físico, biótico

ou antrópico).

Classicamente, são utilizados os conceitos de: Área de Influência Direta

(AID), como sendo aquele território onde as relações sociais, econômicas, culturais

e os aspectos físico-biológicos sofrem os impactos de maneira primária, tendo suas

características alteradas, ou seja, há uma relação direta de causa e efeito; e Área de

Influência Indireta (AII), onde os impactos se fazem sentir de maneira secundária ou

indireta.

5.1.1. Área de Influência Direta

A AID foi especificada para cada área de trabalho em virtude da

possibilidade de contribuição para um futuro impacto. Assim a AID do meio físico e

biótico compreendeu a área onde esta instalada a empresa por ser um

Page 15: ECA Uniferro

empreendimento localizado no Centro da Cidade de Braço do Norte e totalmente

inserido em seu meio, que historicamente é ocupado pela atividade humana.

Para o meio antrópico, a AID compreendeu o município de Braço do

Norte.

5.2. Legislação envolvida

De acordo com a Resolução Conselho Estadual do Meio Ambiente –

CONSEMA nº 03/08 o empreendimento está classificado como de pequeno porte e

de médio potencial poluidor, já a Instrução Normativa da Fundação do Meio

Ambiente - FATMA IN – 04, determina as normas para o licenciamento desta

atividade. As Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA Nº

237/97 e 001/86 estabelecem critérios gerais para Avaliação de Impacto Ambiental

e para licenciamento ambiental o qual este estudo visa atender.

Como o Plano Diretor Municipal ainda não esta definido, as questões quanto

a zoneamento de ocupação do solo não estão plenamente especificadas, ficando a

cargo de a Prefeitura estabelecer por meio de declaração tais limites.

Para o Sistema de Tratamento e disposição final de efluentes foram seguidas

especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT definidas nas

Normas 13969/97 e 7229/93.

A questão da ausência de Áreas de Preservação Permanente sob os limites

da Área de Influência Direta foram definidas de acordo com a Lei 4771/65 que

institui o Código Florestal Brasileiro.

A inexistência de espécies em extinção sob os limites da área de influência

direta foram definidas com base na Portaria IBAMA 37/92 que lista as espécies

ameaçadas.

A operação deste empreendimento vem de encontro ao estabelecido na Lei

Orgânica Municipal, em seu artigo 206, § 2°, inciso II, que incentiva as empresas a

promoverem projetos de reciclagem no Município.

Page 16: ECA Uniferro

5.3. Uso e ocupação do solo

Originalmente a superfície do município de Braço do Norte era coberta

pela Floresta Ombrófila Densa, que acompanha a costa atlântica brasileira numa

estreita faixa próxima ao litoral, do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte.

Esta formação é caracterizada por grande biodiversidade e alta taxa de endemismo

(TEIXEIRA et al., 1986; LEITE, KLEIN, 1990). Em Santa Catarina, esta formação é

muito diversificada, sendo possível detectar padrões de vegetação distintos e grande

heterogeneidade, associado à variação altitudinal (CITADINI-ZANETTE, 1995).

Segundo Cardoso Sobrinho e Santos (2004), a Mata Atlântica ocupava

originalmente cerca de 85% da superfície do Estado da Santa Catarina, atualmente

reduzida para menos de 8% da superfície original, ocorrendo mosaicos formados,

principalmente por fragmentos florestais secundários.

A ação antrópica inicialmente consistiu na exploração de madeira de lei,

tendo como conseqüência a exaustão dos recursos florestais. Posteriormente, a

extração de lenha e madeira possibilitou a abertura de grandes clareiras, com a

definição de novas espécies de interesse econômico, incrementando um estádio

sucessional diferente do original. Com o objetivo da implementação de culturas

agrícolas e pecuárias, as florestas do Sul de Santa Catarina foram degradadas.

A área em questão é totalmente antropizada predominando por ocupação

de usos diversos compreendendo imóveis residenciais e industriais.

5.4. Infraestrutura existente

A região do Centro de Braço do Norte, onde está localizado o

empreendimento, é uma área completamente urbanizada, possuindo toda infra-

estrutura básica necessária, como abastecimento de água oferecido pela CASA,

Energia elétrica distribuída pela CERBRANORTE, rede de drenagem para águas

pluviais e coleta de resíduos sólidos mantidos pela Prefeitura Municipal.

O tratamento de esgoto na cidade ainda não foi implantado, porém, há

legislação específica que exigem a implantação de sistema de tratamento de

efluentes sanitários individuais.

Page 17: ECA Uniferro

5.5. Atividades Socioeconômicas

5.5.1. Aspectos Populacionais

No decorrer desta seção são apresentados dados populacionais, sociais e

econômicos de Braço do Norte.

Quadro 1. Aspectos gerais de Braço do Norte.

População total

A população de Braço do Norte apresentou um aumento de 18,2% desde

o último censo demográfico realizado em 2000. De acordo com as estimativas do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2010, a

população da cidade é composta de 29.018 habitantes, o equivalente a 0,5% da

população do estado. Braço do Norte é a 41ª cidade no ranking populacional

catarinense.

Page 18: ECA Uniferro

Densidade demográfica

Baseado nas estimativas populacionais para 2010, Braço do Norte possui

uma densidade demográfica de 137,12 hab/km2.

Distribuição populacional segundo o gênero e localização

A distribuição populacional por gênero segundo dados do IBGE extraídos

do Contagem Populacional 2007 aponta que, no município, os homens representam

50,4% da população e as mulheres, 49,6%. A Tabela abaixo apresenta dados

populacionais segundo sexo e situação do domicílio no município. No senso

realizado no ano de 2010 residem no Município de Braço do Norte 14.533 homens e

14.485 mulheres.

Tabela 04 - Participação relativa da população residente por situação do domicílio e sexo, em Braço do Norte, no período 1980/2007.

Faixa etária da população

Page 19: ECA Uniferro

A estrutura etária de uma população habitualmente é dividida em três

faixas: os jovens, que compreendem do nascimento até 19 anos; os adultos, dos 20

anos até 59 anos; e os idosos, dos 60 anos em diante. Segundo esta organização,

no município, em 2007, os jovens representavam 35,7% da população, os adultos

56,4% e os idosos 7,8%.

Gráfico 1 - Distribuição relativa por faixa etária da população de Braço do Norte – 2007.

Ainda relacionado a faixa etária da população compete mencionar a

questão da população economicamente ativa (PEA), que se caracteriza por

abranger todos os indivíduos de um lugar que, em tese, estariam aptos ao trabalho,

ou seja, todos os indivíduos ocupados e desempregados.

No Brasil, o IBGE calcula a PEA como o conjunto de pessoas que estão

trabalhando ou procurando emprego. Apesar do trabalho de crianças ser proibido no

Brasil, o IBGE calcula a PEA considerando pessoas a partir dos 10 anos de idade,

uma vez que a realidade no país mostra uma situação diferente do que prega a lei.

Tomando por base a metodologia do IBGE, a PEA de Braço do Norte no

ano de 2007 representava 84,1% dos habitantes.

5.5.2. Aspectos Sociais

Esta seção apresenta uma visão geral de Braço do Norte sobre o ponto

de vista de seus aspectos sociais. Deste modo, realizou-se um estudo do

desempenho do município nos últimos anos frente à evolução de seus indicadores

de desenvolvimento humano, suas ações no campo da saúde e da educação, e da

Page 20: ECA Uniferro

condição dos domicílios. Por fim, buscou-se levantar a presença de instituições

integrantes da rede sócio-assistencial do município.

Indicadores de desenvolvimento humano

A caracterização da qualidade de vida do município apoiou-se no uso de

indicadores reconhecidos e amplamente utilizados, como é o caso do Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH). Em ambos os casos, foram avaliados aspectos

relacionados à educação, longevidade, emprego e renda, acesso ao trabalho,

condições habitacionais e outras variáveis que integram alguns dos indicadores de

desenvolvimento humano mencionados.

A variação metodológica, bem como o distanciamento do período de

publicação destes indicadores, aponta diferenças, sobretudo na classificação do

município, especialmente quando se estabelece comparativos entre os indicadores.

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Braço do

Norte alcançou 0,846, colocando o município na 15ª posição estadual neste

indicador (Tabela 2).

Tabela 05. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Braço do Norte - 1980/2000

Considerando o período de 1980 a 2000, o IDH-M do município acumulou

uma evolução de 17,2%. O maior avanço foi determinado pela dimensão

longevidade, que no mesmo período evoluiu 45,9%.

Incidência de pobreza no município

Page 21: ECA Uniferro

Segundo dados do IBGE relacionados ao Mapa de Pobreza e

Desigualdade dos Municípios Brasileiros - 2003, a incidência de pobreza em Braço

do Norte atinge 21,8% da população do município. A pobreza absoluta é medida a

partir de critérios definidos por especialistas que analisam a capacidade de consumo

das pessoas, sendo considerada pobre aquela pessoa que não consegue ter acesso

a uma cesta alimentar e a bens mínimos necessários a sua sobrevivência. A figura a

seguir demonstra um panorama dos municípios catarinenses frente à incidência de

pobreza.

Figura 4. Mapa de pobreza e desigualdade dos municípios catarinenses. Fonte: IBGE, Mapa de Pobreza e Desigualdade dos Municípios Brasileiros – 2003.

Taxa Bruta de Natalidade

Em 2002, a taxa bruta de natalidade de Braço do Norte era de 16,4 nascidos

vivos por mil habitantes (Tabela 3). Em 2006, esta taxa passou para 12,6 nascidos

vivos por mil habitantes, representando no período uma queda de 23,3%. No mesmo

período, Santa Catarina apresentou uma queda de 9% desta taxa.

Page 22: ECA Uniferro

Tabela 06. Taxa bruta de natalidade por 1.000 habitantes, segundo Brasil, Santa Catarina e Braço do Norte no período 2002-2006.

Taxa de Mortalidade Infantil

Em 2006, a taxa de mortalidade infantil do município era de 15,5 óbitos

para cada 1.000 nascidos vivos, enquanto que a média catarinense e brasileira era

de respectivamente 12,6 e 16,4 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos, conforme

demonstra a Tabela 4.

Tabela 07. Mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos, segundo Brasil, Santa Catarina e Braço do Norte no período 2002-2006

5.5.3. Aspectos Econômicos

Nesta seção é apresentada uma visão geral de Braço do Norte sob o

ponto de vista de seu desempenho econômico nos últimos anos. Deste modo, foram

estudados aspectos como produto interno bruto, balança comercial, valor adicionado

fiscal, volume de empresas e empregos, renda da população, finanças públicas e

movimentações realizadas pelo setor primário.

Produto interno bruto

Segundo dados do IBGE e da Secretaria de Estado do Planejamento de

Santa Catarina, em 2006 o PIB catarinense atingiu o montante de R$ 93,2 bilhões,

assegurando ao Estado a manutenção da 7ª posição relativa no ranking nacional. No

Page 23: ECA Uniferro

mesmo ano, Braço do Norte aparece na 46ª posição do ranking estadual,

respondendo por 0,36% da composição do PIB catarinense (Tabela 5).

No comparativo da evolução deste indicador ao longo do período 2002-

2006, o município apresentou um crescimento acumulado de 36,9%, contra um

aumento estadual de 67,2%.

Tabela 08. Produto interno bruto a preços correntes, segundo Brasil, Santa Catarina e Braço do Norte no período de 2002-2006.

Na avaliação dos setores produtivos de Braço do Norte a agropecuária

contribuiu com 8,3%, a indústria com 38,5% e os serviços1 com 53,2% do PIB

municipal. O gráfico 3 e 4 apresentam um panorama da composição do Valor

Adicionado Bruto de 2006, integrando a administração pública e impostos.

Gráfico 2 - Composição do valor adicionado bruto de Braço do Norte – 2006.

Gráfico 3 - Evolução acumulada do PIB per capita.

Page 24: ECA Uniferro

Empresas e empregos

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2008

Santa Catarina possuía um total de 374.629 empresas formalmente estabelecidas.

Estas empresas, tomando como referência o mês de dezembro de 2008, foram

responsáveis por 1.777.604 empregos com carteira assinada.

A caracterização do porte empresarial utilizou como critério a

classificação por número de funcionários, utilizada pelo Sistema SEBRAE. Segundo

este critério, as microempresas e pequenas empresas representam,

respectivamente, 94% e 5,1% dos estabelecimentos do estado. As microempresas e

pequenas empresas juntas geraram 892.208 empregos, o equivalente a 50,2% dos

postos de trabalho.

Em Braço do Norte, tomando-se como referência dezembro de 2008,

havia 2.005 empresas formais, as quais geraram 7.413 postos de trabalho com

carteira assinada. O Gráfico 5 apresenta, em números absolutos, o volume de

empresas e empregos no município no período de 2004 a 2008.

Gráfico 4 - Número de empresas empregos formais em Braço do Norte no período de 2004-2008.

Page 25: ECA Uniferro

Caracterização do Porte Empresarial

De acordo com o critério de classificação do porte empresarial já exposto,

as 2.005 empresas formais e os 7.413 empregos gerados no município em 2008,

são detalhados em números absolutos e participação relativa nos gráficos a seguir.

Gráfico 5 - Número de empresas e empregos formais em Braço do Norte, segundo o porte – 2008.

Relação Habitante por Emprego

Em Braço do Norte, a concorrência por uma colocação no mercado de

trabalho formal determina uma relação de 3,9 habitantes por emprego. O Gráfico

abaixo, demonstra o comparativo desta relação frente ao estado e o país no ano de

2008.

Gráfico 6. Relação habitante por emprego.

Renda Per Capita

Page 26: ECA Uniferro

Tabela 09. Renda Per Capita de Braço do Norte 1991-2000

5.6. Cobertura vegetal

5.6.1. Regional

Das sete unidades fitogeográficas identificadas por Klein (1978) para o

estado de Santa Catarina (Vegetação Litorânea, Floresta Tropical Atlântica, Floresta

Nebular, Floresta de Araucária, Floresta de Faxinais, Campos e Floresta Subtropical

da Bacia do Uruguai) seis estão potencialmente representadas na área delimitada

para a bacia Hidrográfica do rio Tubarão. Devido a esta diversidade de formações se

conclui que a região possui uma grande riqueza florística.

O quadro original da vegetação encontrada na bacia pode ser visualizado na

figura 5, apresentando estas zonas primitivas características próprias e distintas

entre si.

A região sul de Santa Catarina foi, originalmente, coberta pela Floresta

Ombrófila Densa (Mata Atlântica de Encosta). O termo Ombrófila deve-se à

excelente distribuição de chuvas (em grego = ombros). O termo “densa” revela que a

floresta se desenvolvia de forma exuberante, constituída de árvores vigorosas, com

largas copas perenifoliadas, resultando uma cobertura fechada, de aspecto denso.

Floresta Tropical Atlântica

A bacia Hidrográfica do rio Tubarão e Complexo Lagunar ocupa

basicamente a região fitogeográfica reconhecida como Floresta Tropical Atlântica,

conforme propõe Klein (1978), classificação adotada neste trabalho.

Page 27: ECA Uniferro

No entanto, esta região tem recebido diversas denominações,

destacando-se dentre as mais comuns Floresta Perenifólia Higrófila Costeira (NETO,

1984), Floresta Atlântica (RIZZINI, 1997), Mata Pluvial Atlântica (REITZ et al.,1978;

KLEIN, 1981), Mata Pluvial Tropical (VELOSO apud CITADINI-ZANETTE, 1995) e

Floresta Ombrófila Densa (IBGE, 1990; GAPLAN, 1986; VELOSO et al., 1991).

Estendendo-se entre o planalto e o oceano, situa-se a leste do Estado de

Santa Catarina, e de acordo com Gaplan (1986), reveste as planícies litorâneas e as

encostas íngremes da Serra do mar e da Serra Geral de modo a abranger todas as

sub-bacias da bacia do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, sendo que a SB do rio

Tubarão (Baixo Tubarão) enquadra-se inteiramente nesta formação. Predomina um

clima sazonal tropical úmido, sem período seco e com médias térmicas nunca

inferiores a 15C. Outra característica comumente associada a esta formação, é a

presença marcante das lianas e epífitas, as últimas muito bem representadas pelas

espécies de Orchidaceae, Bromeliaceae, Araceae e Piperaceae.

A diversificação ambiental resultante da interação de múltiplos fatores é

um importante aspecto desta região fitoecológica, com ponderável influência sobre a

dispersão e crescimento da flora e da fauna, permitindo o desenvolvimento de várias

formações, cada uma com inúmeras comunidades e associações (IBGE, 1990).

Segundo Neto (1984), apresenta variações decorrentes, principalmente, das

diferenças de solo e relevo. Assim, na área de estudo, pode-se distinguir dois

agrupamentos (sub-áreas da Mata Atlântica) distintos, a saber:

Floresta tropical do litoral e encosta centro-sul

Esta é a formação vegetal predominante na bacia Hidrográfica do rio

Tubarão e Complexo Lagunar, ocupando originalmente cerca de 76,34% da área

total (ou aproximadamente 4662,43 km2).

A zona das matas das encostas íngremes das ramificações da Serra do

Mar e da Serra Geral, apresenta-se caracterizada por uma vegetação cuja

composição é bastante complexa, em virtude da grande variação edáfica e

microclimática (KLEIN, 1978). A diversificação ambiental, por ação dos gradientes

ecológicos, permite que, conforme a situação, certos grupos de espécies sejam

estimulados a se difundirem em detrimento de outros, menos adaptados, assumindo

o predomínio fisionômico da formação (IBGE, 1990).

Page 28: ECA Uniferro

Considerando-se a floresta em seu conjunto, esta formação apresenta

árvores cujos troncos são geralmente tortuosos, relativamente baixos e encimados

por copas largas, onde destacam-se Ocotea catharinensis (canela-preta),

Chrysophyllum viride (caxeta-amarela) e Euterpe edulis (palmiteiro), devido aos

elevados valores de abundância e freqüência e por apresentarem dispersão

bastante uniforme (KLEIN, 1978). Citam-se também Sloanea guianensis (laranjeira-

do-mato), Aspidosperma olivaceum (peroba-vermelha), Ocotea pretiosa (canela-

sassafrás), Virola oleifera (bicuíba), Copaifera trapezifolia (pau-óleo), Nectandra

lanceolata (canela-amarela), dentre outras.

Page 29: ECA Uniferro

Figura 5 - Mapa Fitogeográfico da região de estudo.

Page 30: ECA Uniferro

Espécies ameaçadas de extinção, áreas de preservação permanente e unidades de conservação

A preservação da cobertura vegetal existente na bacia justifica-se em

função de vários aspectos, sendo o mais evidente a preservação dos ecossistemas,

bem como dos solos e das águas. Neste sentido, a cobertura vegetal proporciona

uma maior absorção da água das chuvas, protegendo e mantendo estáveis os

mananciais de água. Desempenha também um importante papel na conservação

dos solos e controle da erosão, uma vez que grande parte da área da bacia

apresenta terrenos acidentados.

Além disso, apresenta indiscutível importância paisagística e científica. A

última consiste principalmente na possível existência de espécies vegetais novas

para a ciência, ainda não descritas ou não citadas para a região, a ocorrência de

espécies endêmicas bem como raras e ameaçadas de extinção. Algumas destas

espécies em que pesam as ameaças de extinção, potencialmente ocorrentes nas

formações vegetais situadas na bacia Hidrográfica do rio Tubarão, são apresentadas

no quadro 2. As informações foram extraídas de Klein (1990, 1996 e 1997), que

relaciona as espécies consideradas raras ou ameaçadas de extinção para o estado

de Santa Catarina, devido a fatores naturais ou antrópicos. A obra não refere-se, no

entanto, a todas as famílias botânicas, mas constitui importante fonte de

informações para a preservação da biodiversidade do estado de Santa Catarina.

Salienta-se ainda para o fato de que as florestas que ocorrem dentro dos limites da

bacia, abrigam inúmeras árvores de valor econômico, sugerindo a possibilidade de

uma exploração sustentável, bem como servem como porta-sementes.

Quadro 2 - Algumas espécies vegetais ameaçadas de extinção ocorrentes na bacia Hidrográfica do rio Tubarão e Complexo Lagunar.FAMÍLIA/NOME CIENT./NOME POP.

STATUS OCORRÊNCIA/HÁBITAT

BEGONIACEAEBegonia biguassuensis (begônia) Rara

Mata Atlântica, nas encostas e depressões de solos úmidos.

BROMELIACEAEAechmea blumenavii (gravatá)A. kertesziae (gravatá)A. lindenii (gravatá)

Vriesia triangularis (gravatá)

RaraRaraRara

Rara ou indeterminado

Mata Atlântica.Litoral, até Laguna.Restinga e Planícies quaternárias (mata atlântica).Mata Atlântica (São Martinho).

CLETHRACEAE Encostas íngremes e topos

Page 31: ECA Uniferro

Clethra uleana (caujuja-de-ule) Vulnerável de morro da mata atlântica; matinha nebular e subosque dos pinhais.

CONARACEAEConnarus rostratus (cipó-baga-de-bico)Rourea gracilis (cipó-rabo-de-macaco)

VulnerávelVulnerável

Mata Atlântica (Serra do Tabuleiro).Mata atlântica, nas planícies aluviais e início das encostas (Serra do Tabuleiro).

ERYTHROXYLACEAEErythroxylum catharinense (cocão)

RaraMata atlântica, em especial no alto das encostas (S. Tabuleiro).

GRAMINAEReitzia smithii (taquarinha-do-córrego)

Vulnerável Mata Atlântica.

GUNNERACEAEGunnera manicata (urtigão) Vulnerável Zona da matinha nebular, ao

longo da Serra do Mar, Serra Geral e Serra da Boa Vista.

LEGUMINOSAEPiptadenia affinis (vamos-junto) Indeterminado Mata Atlântica (Lauro Müller).LYTHRACEAECuphea glaziovii (sete-sangrias) Indeterminada Sobre solos rochosos ao

longo do Rio Pedras Grandes.

MYRTACEAECalyptranthes rubella (guamrim-facho)Campomanesia littoralis (guabiroba-da-praia)C. reitziana (guabiroba)

Eugenia lucida (guamirim)E. imaruensis (guamirim)

E.malacantha (guamirim)E. pachyclada (guamirim)Marlierea reitzii (guamirim-araçá)Neomitranthes cordifolia (guamirim)

RaraEm perigo

Rara

Em perigoIndeterminado

RaraRaraRaraEm perigo

Mata Atlântica, nas planícies quaternárias úmidas.Litoral, princ. em lugares úmidos.

Mata Atlântica, até Tubarão e Lauro Müller; litoral e zona dos pinhais.Mata Atlântica (S. do Tabuleiro).Mata Atlântica (S. do Tabuleiro, munic. de Imaruí.Mata Atlântica (S. do Tabuleiro).Mata Atlântica (S. do Tabuleiro).Mata Atlântica, até a altura de Lauro Müller.Mata Atlântica (planícies quaternárias do litoral)

PODOSTEMACEAEPodostemon dentatum (flor-de-cachoeira)

Em perigo Planta hidrófita, prov. endêmica da bacia do Rio Tubarão.

Page 32: ECA Uniferro

SCROPHULARIACEAEBuchnera integrifolia (canguçu-de-folhas-inteiras)Stemodia trifoliata (meladinha-de-três-folhas)Velloziella westermanii (bacopá-cipó)

Rara

Rara

Vulnerável

Serra do Tabuleiro.

Mata atlântica (Serra do Tabuleiro).Preferencialmente na zona da matinha nebular e faxinal (Serras Geral e do Mar).

SOLANACEAECyphomandra macrophylla (baga-de-veado-gigante)Solanum subhastatum (juá)

Em perigo

Em perigo

Núcleo de pinhal em Lauro Müller-Urussanga.Núcleo de pinhal em Lauro Müller-Urussanga.

TURNERACEAETurnera capitata (albina) Indeterminado Mata atlântica, entre 350-

500m altitude (Serra do Tabuleiro).

FONTE: Klein (1990, 1996, 1997)

5.6.2. Vegetação local

A área utilizada para empresa de 2200m² é totalmente ocupada pelas suas

instalações industriais, escritórios, depósitos e pátio de movimentação.

Área totalmente ocupada, antropizada e sem cobertura vegetal considerável.

5.7. Unidades de conservação

Unidades de conservação são porções do território nacional com

características naturais de relevante valor, de domínio público ou propriedade

privada, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos e limites definidos,

sob regimes especiais de administração e as quais aplicam-se garantias de

proteção.

Parques Nacionais ou Estaduais são unidades de conservação de uso

indireto. O objetivo principal é resguardar atributos excepcionais da natureza,

preservando os ecossistemas presentes de quaisquer alterações que os desvirtuem

e conciliar a proteção integral da flora, fauna e belezas naturais, com a utilização

para objetivos educacionais, culturais, recreativos e científicos. São áreas

Page 33: ECA Uniferro

geográficas extensas e delimitadas, criadas e administradas pelo Governo Federal

ou Estadual, sendo submetidas a condição de inalienabilidade e indisponibilidade no

seu todo (FEPAM, 2001).

De acordo com o artigo 57 da Lei nº5.793, de 15 de outubro de 1980, nos

parques estaduais é proibido: “I- a extração dos recursos do solo; II- a utilização dos

recursos hídricos; III- o corte das árvores de qualquer tipo de vegetação; IV – a

extração de qualquer produto de origem vegetal; V – a caça e a pesca de qualquer

natureza; VI – a construção e edificação de qualquer natureza e; VII – implantação e

operação de atividade industrial, comercial, agropecuária e outras de qualquer

natureza, ...”. O artigo 45 da citada Lei, proíbe o corte raso das florestas e atividades

que degradem os recursos naturais e a paisagem (como exploração de pedreiras)

nas faixas de terras adjacentes aos parques estaduais.

Abaixo são apresentadas as unidades de preservação identificadas

dentro dos limites definidos para a bacia Hidrográfica do rio Tubarão e Complexo

Lagunar.

PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM

Área total: 49.300 ha

Área compreendida dentro dos limites da bacia: 15.877,65 ha

Municípios abrangidos pelo Parque: Orleans, São Joaquim, Urubici e Bom Retiro.

Salienta-se que apenas Orleans encontra-se inserido dentro da bacia (oeste da SB

do rio Tubarão (formadores)), sendo a área deste parque pouco significativa no

contexto da bacia hidrográfica do rio Tubarão e Complexo Lagunar.

Data de Criação: 06 julho de 1961, através do Decreto nº 50.922.

Objetivos: o Parque foi criado com vistas a conservação da Floresta Ombrófila

Mista (fl. de Araucária) e seus ecossistemas, apresentando-se também como uma

importante área de preservação da Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica).

Características biofísicas da área: o Parque Nacional de São Joaquim situa-se na

Serra Geral, por sobre a borda oriental desta, sendo que no trecho onde situa-se o

parque as escarpas variam entre 1500m e 1822m de altitude (ponto culminante no

sul do Brasil). Nos trechos de maiores altitudes encontram-se as áreas de contato

entre as florestas ombrófilas densa e mista.

Page 34: ECA Uniferro

PARQUE ESTADUAL DA SERRA FURADA

Área total do parque (compreendida dentro dos limites da bacia): 1.329 ha

Municípios abrangidos: Orleans e Grão Pará (SB do rio Braço do Norte e do rio

Tubarão (formadores).

Data de Criação: 20 de junho de 1980, através do Decreto nº 11.233.

Características biofísicas da área: o relevo do parque é extremamente acidentado,

apresentando diversos córregos. Sua vegetação é predominantemente representada

pela Mata Atlântica. O Parque Estadual da Serra Furada tem esse nome devido a

um furo existente em uma grande rocha, que pode ser visto de longe. e de grande

beleza o que torna o Parque um local de grande potencial turístico.

PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO TABULEIRO

Área total: 87.405 ha

Área compreendida dentro dos limites da bacia: 31.227,41 há

Municípios abrangidos: o Parque abrange áreas de nove municípios: Florianópolis,

Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, Paulo Lopes, São Bonifácio,

São Martinho, Imaruí e Garopaba, os últimos três dentro da bacia Hidrográfica do rio

Tubarão e Complexo Lagunar (entre as SB do rio D’Una e Complexo lagunar e do

rio Capivari).

Data de Criação: 1º de novembro de 1975, através do decreto numero 1.260/75.

Características biofísicas da área: segundo Klein (1981), o parque situa-se na

metade da costa catarinense, atingindo alturas compreendidas entre 900-1200m de

altitude, apresentando encostas muito íngremes. Apresenta diferentes tipos de

vegetação, tratando-se essencialmente de matas de encostas. Trata-se de um dos

mais importantes remanescentes de mata atlântica do sul do Brasil, onde

encontram-se diversas espécies endêmicas e raras, bem como espécies ainda não

descritas pela ciência. É considerado um dos divisores fitogeográficos mais

importantes do Sul do Brasil, onde se dá o limite austral de muitas espécies

vegetais.

Page 35: ECA Uniferro

5.8. Áreas de preservação permanente

A empresa encontra-se a mais de 250 metros de distância do Rio Braço do

Norte, corpo hídrico mais próximo, ou seja, fora dos limites de qualquer da área de

preservação permanente.

5.8.1. Especificações das APP´s

As áreas de preservação permanente ocorrentes na bacia, definidas no artigo 2º

do Código Florestal Federal (Lei nº4771, de 15 de setembro de 1965), bem como

pelo artigo 3º da Resolução CONAMA nº 004/85, são assim descritas:

Quadro 4 - Áreas de preservação permanenteÁreas de preservação permanente Ocorrência na

baciaao longo dos cursos d’água

ao redor de lagoas, lagos e reservatórios de água

30m para rios com menos

de 10m de largura; 50m se

de 10-50m de largura.

30m se situados em áreas

urbanas; 100m se em áreas

rurais e com mais de 20

hectares de superfície, e

50m se com menos de 20

hectares de superfície.

Dispersos por

toda bacia

Paralelamente

ao litoral, nas

SB do Rio

D’Una e

Complexo

Lagunar e do

rio Tubarão

(Baixo

Tubarão)

Áreas de nascentes 50m de largura, a partir de

sua margem, de forma a

proteger a bacia de

drenagem contribuinte.

Em vários

pontos da

bacia

Áreas com altitude superior a 1800m

Independentemente do tipo

de vegetação.

Morro da Igreja

(Serra Geral),

com 1822m

Page 36: ECA Uniferro

Restingas e dunas

300m a partir da linha de

preamar máxima;

como vegetação fixadora

Ao longo do

litoral (SB do

Rio D’Una e

Complexo

Lagunar e do

rio Tubarão

(Baixo

Tubarão))

Topos de morro, montes, montanhas e serras

Em áreas delimitadas a

partir da curva de nível

correspondente a 2/3 da

altura mínima da elevação

em relação à base.

Em vários

pontos da

bacia, em

especial a

oeste da SB do

rio Braço do

Norte e do rio

Tubarão

(formadores)

(Serra Geral) e

nordeste da

bacia (Serra do

Tabuleiro).

Áreas com

declividade

acentuada

Nas encostas ou partes

destas, com declividade

superior a 45º, na sua linha

de maior declive.

Nas escarpas

da Serra Geral

(SB do rio

Braço do Norte

e do rio

Tubarão

(formadores)),

bem como a

NE da bacia

(SB do rio D’

Una e Comp.

Lagunar).

Page 37: ECA Uniferro

O artigo 16º do Código Florestal Federal define que as florestas de

domínio privado na região sul do Brasil revestidas com formações florestais em que

ocorre naturalmente a espécie A. angustifolia (pinheiro-brasileiro), não podem ser

desflorestadas. No entanto, é possível apenas a exploração racional destas

florestas, desde que não enquadradas como áreas de preservação permanente (Lei

Federal nº 4771/65).

Da mesma forma (excetuando-se as áreas definidas como de

preservação permanente), “a supressão e corte raso da mata Atlântica será admitida

apenas no estágio inicial de regeneração natural”, sendo que a prática para os

demais estágios da floresta nativa só poderá ser permitida mediante autorização do

órgão competente (FATMA), segundo rege a Lei 10.472, de agosto de 1997, que

dispõe sobre a política florestal do Estado de Santa Catarina.

A Constituição do Estado de Santa Catarina (Lei 9428), em seu artigo

184, considera a Mata Atlântica, bem como a Serra Geral, como área de interesse

ecológico, de modo que a utilização destas dependerá de prévia autorização dos

órgãos competentes.

5.9. Fauna

5.9.1. Fauna Regional

A fauna da Floresta Atlântica representa uma das mais ricas em

diversidade de espécies e está entre as cinco regiões do mundo que possuem o

maior número de espécies endêmicas. Está intimamente relacionada com a

vegetação, tendo uma grande importância na polinização de flores, e dispersão de

frutos e sementes. A precariedade dos levantamentos sobre a fauna da Mata

Atlântica torna sua descrição e análise mais difícil que no caso da vegetação

(ADAMS, 2000), mas, apesar da carência de informações para alguns grupos

taxonômicos, estudos comprovam uma diversidade bastante alta.

Os animais podem ser divididos em dois grupos, de acordo com o grau de

exigência:

Page 38: ECA Uniferro

Os generalistas são pouco exigentes, apresentam hábitos alimentares

variados, altas taxas de crescimento e alto potencial de dispersão. Estes

fatores permitem a estes animais viverem em áreas de vegetação mais aberta

ou mata secundária. São chamados de generalistas por causa do alto grau de

tolerância e à capacidade de aproveitar eficientemente diferentes recursos

oferecidos pelo ambiente. Ex: sabiá-laranjeira, sanhaço, pica-pau, gambá,

morcegos, entre outros.

Os especialistas, ao contrário dos primeiros, são extremamente exigentes

quanto aos habitats que ocupam. São animais que vivem em áreas de

floresta primária ou secundária em alto grau de regeneração, apresentando

uma dieta bastante específica. Para este grupo, a alteração do ambiente

significa a necessidade de procurar novos habitats que apresentem condições

semelhantes às anteriores. Ocorre também a necessidade de grandes áreas

para sobreviverem, sendo que sua redução pode ocasionar a impossibilidade

de encontrar um parceiro para reprodução, comprometendo o número de

indivíduos da espécie, podendo levá-la à extinção. Alguns destes animais, por

representarem o topo de cadeias alimentares, possuem um número reduzido

de filhotes, o que dificulta ainda mais a manutenção destas populações. Ex:

onça-pintada, mono-carvoeiro, jacutingas, gavião-pombo, entre outros.

A relação entre animais e plantas da Mata Atlântica é bastante harmônica. O

fornecimento de alimento ao animal em troca do auxílio na perpetuação de uma

espécie vegetal é bastante comum. As plantas com flores e seus polinizadores 

foram adaptando hábitos e necessidades ao longo de milhões de anos de convívio.

Flores grandes e coloridas atraem muitos beija-flores, as perfumadas atraem as

mariposas e algumas flores, para atrair moscas, exalam um perfume semelhante ao

de podridão. Acredita-se que três a cada quatro espécies vegetais da Mata Atlântica,

sejam dispersas por animais, principalmente por aves e mamíferos, que se

alimentam de frutos e defecam as sementes ou as eliminam antes da ingestão.

Pássaros frugívoros possuem grande percepção visual e se alimentam de sementes

muitas vezes bem pequenas. Jacarés e lagartos, aproveitam os frutos caídos no

chão e mamíferos como os macacos, acabam proporcionando a dispersão em

grandes áreas.

Page 39: ECA Uniferro

O presente diagnóstico constitui um levantamento de dados e conclusões

sobre a fauna das áreas de influência do LOTEAMENTO LAURO BUSS, com base

em dados secundários da literatura, como trabalhos publicados, teses e relatórios

técnicos, assim como dados primários, através de evidências diretas ou indiretas da

presença de espécies obtidas durante os levantamentos de campo expeditos, por

meio de visualizações, presença de vestígios (pegadas, excrementos, sinais,

moradias, etc.) e informações de moradores da região através de entrevistas.

Mamíferos

No final do Pleistoceno, com a extinção maciça dos animais gigantes, a

fauna brasileira de mamíferos terrestres foi empobrecida, mas as variedade de

espécies de pequeno porte se manteve.

A Mata Atlântica possui 250 espécies de mamíferos, sendo 55

endêmicas, com a possibilidade de existirem diversas espécies desconhecidas. São

os componentes da fauna que mais sofreram com os vastos desmatamentos e a

caça, verificando-se o desaparecimento total de algumas espécies em certos locais.

Há uma grande quantidade de roedores e quirópteros (morcegos), e

apesar de não ser tão rica em primatas quanto a Amazônia, possui um número

razoável de espécies (ADAMS, 2000).

Exceto em relação aos primatas, quase nada se sabe sobre a situação

dos demais grupos de mamíferos da Mata Atlântica (COIMBRA FILHO, 1984;

CÂMARA, 1991).

Quadro 5 - Espécies de mamíferos presentes na região.Nome comum Nome científico Família

Bugio Alouatta fusca CEBIDAE

Capivara Hydrochaeris hydrochaeris HYDROCHAERIDAE

Cuíca-de-cauda-grossa Lutreolina crassicaudata DIDELPHIDAE

Gambá; raposa, gambá -

de orelha-preta

Didelphis marsupialis DIDELPHIDAE

Gambá-de-orelha-branca;

gambá; raposa

Didelphis albiventris DIDELPHIDAE

Guaiquica-de-pés-

pequenos; gambá-da-água

Gracilinanus microtarsus DIDELPHIDAE

Lebre Lepus capensis LEPORIDAE

Page 40: ECA Uniferro

Mico; macaco Cebus apella CEBIDAE

Morcego Myotis ruber VESPERTILIONIDAE

Morcego-fruteiro Carrollia perspicillata PHILLOSTOMIDAE

Morcego-fruteiro-grande Artibeus lituratus PHILLOSTOMIDAE

Ouriço Schiggurus villosus ERETHIZONTIDAE

Preá Cavia magna CAVIIDAE

Rato Rattus sp. MURIDAE

Rato-do-banhado Holochilus magnus CRICETIDAE

Rato-do-mato Akodon sp CRICETIDAE

Rato-do-mato Oryzomys sp. CRICETIDAE

Tatu-de-rabo-mole Cabassous tatouay DASYPODIDAE

Tatu-galinha Dasypus novemcinctus DASYPODIDAE

Aves

A Mata Atlântica apresenta uma das mais elevadas riquezas de aves do

planeta, com 1020 espécies. É um importante centro de endemismo, com 188

espécies endêmicas e 104 ameaçadas de extinção. Estas espécies encontram-se

ameaçadas principalmente pela destruição de habitats, pelo comércio ilegal e pela

caça seletiva de várias espécies. Um dos grupos que corre maior risco de extinção é

o das aves de rapina (gaviões, por exemplo), que apesar de ter uma ampla

distribuição, estão sofrendo uma drástica redução de seus nichos. Várias espécies

quase se extinguiram pela caça, como é o caso dos beija-flores e psitacídeos em

geral (araras, papagaios, periquitos) (POR, 1992).

Quadro 6 - Espécies de aves presentes na região.

NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA

Alma-de-gato Piaya cayana CUCULIDAE

Andorinha-de-sobre-branco Tachycineta lecucorrhoa HIRUNDINIDAE

Andorinha-do-campo Phaeprogne tapera HIRUNDINIDAE

Andorinha-doméstica-grande Progne chalybea HIRUNDINIDAE

Page 41: ECA Uniferro

Andorinhão-coleira Streptoprogne zonaris APODIDAE

Andorinha-pequena-de-casa Notiochelidon cyanoleuca HIRUNDINIDAE

Andorinha-serradora Stelgidopteryx ruficollis HIRUNDINIDAE

Anu-branco Guira guira CUCULIDAE

Anu-preto Crotophaga ani CUCULIDAE

Aracuã Ortalis squamata CRACIDAE

Arapacu-verde Sittasomus griseicapillus DENDROCOLAPTIDAE

Asa-branca Columba picazuro COLUMBIDAE

Barranqueiro-de-olho-branco Automolus leucophthalmus FURNARIIDAE

Beija-flor-de-fronte-violeta Thalurania glaucopis TROCHILIDAE

Beija-flor-de-papo-branco Leucochloris albicollis TROCHILIDAE

Beija-flor-grande-da-mata Ramphodon naevius TROCHILIDAE

Bem-te-vi Pitangus sulphuratus TYRANNIDAE

Bem-te-vi-rajado Myozetetes maculatus TYRANNIDAE

Borboletinha-do-mato Phylloscartes ventrallis TYRANNIDAE

Borralhara Mackenziana severa FORMICARIIDAE

Brujara-assobiador Mackenziana leachii FORMICARIIDAE

Cambacica Coereba flaveola EMBEREZIDAE

Canário-da-terra-verdadeiro Sicalis flaveola EMBEREZIDAE

Page 42: ECA Uniferro

Capitão-de-saíra Attila rufus TYRANNIDAE

Caracara Polyborus plancus FALCONIDAE

Carqueja-de-liga-vermelha Fulica armillata RALLIDAE

Carrapateiro Milvago chimachima FALCONIDAE

Choca-da-mata Thamnophilus caerulescens FORMICARIIDAE

Chocão-carijó Hypoedalus guttatus FORMICARIIDAE

Chopim Gnomiropsar chopi EMBEREZIDAE

Choquinha-estrelada Myrmotherula gularis FORMICARIIDAE

Choquinha-lisa Dysithamus mentalis FORMICARIIDAE

Coleirinho Sporophila caerulescens EMBEREZIDAE

Corruíra Troglodytes aedon TROGLODYTIDAE

Coruja-buraqueira Speotyto cunicularia STRIGIDAE

Corujinha-do-mato Otus choliba STRIGIDAE

Cuiú-cuiú Pionopsitta pileata PSITTACIDAE

Filipe Myophobus fasciatus TYRANNIDAE

Flautim Schiffornis virescens PIPRIDAE

Frango-d’água Gallinula chlopropus RALLIDAE

Frango-d’água-azul Porphyrula martinica RALLIDAE

Garça-branca-pequena Egretta thula ARDEIDAE

Page 43: ECA Uniferro

Garça-vaqueira Bubulcus ibis ARDEIDAE

Gaturamo-serrador Euphonia pectoralis EMBEREZIDAE

Gavião-caramujeiro Rostrhamus sociabilis ACCIPITRIDAE

Gavião-carijó Rupornis magnirostris ACCIPITRIDAE

Gavião-tesoura Elanoides forficatus ACCIPITRIDAE

Gralha-azul Cyanocorax caeruleus CORVIDAE

Guaracava-de-barriga-amarela Elaenia flavogaster TYRANNIDAE

Inhambu-guaçu Crypturellus obsoletus TINAMIDAE

Inhambu-xintã Crypturellus tataupa TINAMIDAE

Irrê Myarchus swainsoni TYRANNIDAE

Jaçanã; marequinha Jaçana jacana JACANIDAE

Jacu-açu Penelope obscura CRACIDAE

João-bobo Nystalus chacuru BUCCONIDAE

João-de-barro Furnarius rufus FURNARIIDAE

João-pobre Serpophaga nigricans TYRANNIDAE

João-teneném Synallaxis spixi FURNARIIDAE

Juriti-gemedeira Leptotila rufaxilla COLUMBIDAE

Juriti-pupu Leptotila verreauxi COLUMBIDAE

Maria-faceira Syrigma sibilatrix ARDEIDAE

Page 44: ECA Uniferro

Mariquita Parula pitiayumi EMBEREZIDAE

Marreca-do-bico-roxo Oxyura dominica ANATIDAE

Marreca-do-pé-vermelho Amazonetta brasiliensis ANATIDAE

Martim-pescador-grande Ceryle torquata ALCEDINIDAE

Martim-pescador-verde Choroceryle amazona ALCEDINIDAE

Matracão Batara cinerea FORMICARIIDAE

Mergulhão Podilymbus podiceps PODICIPEDIDAE

Narceja Gallinago paraguaiae SCOLOPATIDAE

Narcejão Gallinago undulata SCOLOPATIDAE

Papa-toaca Pyriglena leucoptera FORMICARIIDAE

Pardal Passer domesticus PASSERIDAE

Patinho Platyrinchus mystaceus TYRANNIDAE

Periquito-verde Brotogeris tirica PSITTACIDAE

Pia-cobra Geothlypis aequinoctialis EMBEREZIDAE

Pica-pau-anão-de-coleira Picumnus cirratus PICIDAE

Pica-pau-do-campo Colaptes campestris PICIDAE

Pica-pauzinho-verde-carijó Veniliornis spilogaster PICIDAE

Pichororé Synallaxis ruficapilla FURNARIIDAE

Picuí Columbina picui COLUMBIDAE

Page 45: ECA Uniferro

Pintassilgo Carduelis magellanica FRINGILLIDAE

Pinto-do-mato Hylopezus ochroleucus FORMICARIIDAE

Pomba-galega Columba cayannensis COLUMBIDAE

Pombo-domestico Columba livia COLUMBIDAE

Pula-pula Basileuterus culicivorus EMBEREZIDAE

Pula-pula-assobiador Basileuterus leucoblepharus EMBEREZIDAE

Quero-quero Vanellus chilensis CHARADRIIDAE

Quete Poospiza lateralis EMBEREZIDAE

Quiriquiri Falco sparverius FALCONIDAE

Rendeira Manacus manacus PIPRIDAE

Risadinha Camptostoma obsoletum TYRANNIDAE

Rolinha-roxa Columbina talpacoti COLUMBIDAE

Sabiá-coleira Turdus albicollis MUSCICAPIDAE

Sabiá-do-banhado Embenarga platensis EMBEREZIDAE

Sabiá-laranjeira Turdus rufiventris MUSCICAPIDAE

Sabiá-poca Turdus amaurochalinus MUSCICAPIDAE

Sabiá-una Platycichla flavipes MUSCICAPIDAE

Saci Tapera naevia CUCULIDAE

Saíra-militar Tangara cyanocephala EMBEREZIDAE

Page 46: ECA Uniferro

Saíra-sete-cores Tangara seledon EMBEREZIDAE

Saíra-viúva Pipraeidea melanota EMBEREZIDAE

Sanã-carijó Porzana albicollis RALLIDAE

Sanhaçu-cinzento Thraupis sayaca EMBEREZIDAE

Sanhaçu-de-coqueiro Thraupis palmarum EMBEREZIDAE

Sanhaçu-encontro-azul Thraupis cyanoptera EMBEREZIDAE

Saracura-carijó Rallus maculatus RALLIDAE

Saracura-do-banhado Rallus sanguinolentus RALLIDAE

Saracura-do-mato Aramides saracura RALLIDAE

Socozinho Butorides striatus ARDEIDAE

Suiriri Tyrannus melancholicus TYRANNIDAE

Suiriri-cavaleiro Machetornis rixosus TYRANNIDAE

Suiriri-pequeno Satrapa ictrophrys TYRANNIDAE

Surucuá Trogon surrucura TROGONIDADE

Tangará-dançador Chiroxiphia caudata PIPRIDAE

Tesourinha Tyrannus savana TYRANNIDAE

Tico-tico Zonotrichia capensis EMBEREZIDAE

Tico-tico-do-campo Ammodramus humeralis EMBEREZIDAE

Tiê-preto Tachyphonus coronatus EMBEREZIDAE

Page 47: ECA Uniferro

Tiriba; Tiriva; periquito Pyrrhura frontalis PSITTACIDAE

Tiziu Volatinia jacarina EMBEREZIDAE

Tororó Todirostrum plumbeiceps TYRANNIDAE

Trepador-quete Syndactila rufosuperciliata FURNARIIDAE

Trinca-ferro Saltator similis EMBEREZIDAE

Tucano-bico-amarelo Ramphastus dicolorus RAMPHASTIDAE

Tuque Elaenia mesoleuca TYRANNIDAE

Uru Odontophorus capueira PHASIANIDAE

Urubu-de-cabeça-preta Coragyps atratus CATHARTIDAE

Urubu-de-cabeça-vermelha Cathartes aura CATHARTIDAE

Vira-bosta Molothrus bonariensis EMBEREZIDAE

Anfíbios

Com hábitos predominantemente noturnos e discretos, o que os torna

pouco visíveis em seu ambiente natural, os anfíbios representam um dos mais

fascinantes grupos. Exploram praticamente todos os habitats disponíveis;

apresentam estratégias reprodutivas altamente diversificadas e muitas vezes

bastante sofisticadas, ocupam posição variável na cadeia alimentar e possuem

vocalizações características, demonstrando a diversificação biológica e seu sucesso

evolutivo.

Em relação aos anuros (sapos, rãs e pererecas), um ecossistema

bastante importante é o conhecido "copo" das bromélias, um reservatório que serve

de moradia, alimentação e local para reprodução de algumas espécies.

Page 48: ECA Uniferro

A Mata Atlântica concentra 370 espécies de anfíbios, cerca de 70% das

espécies brasileiras conhecidas. Destas, 90 são endêmicas, evidenciando a

importância deste grupo.

Quadro 7 - Espécies de anfíbios presentes na região.

Répteis

Em relação à fauna de répteis, grande parte apresenta ampla distribuição

geográfica, ocorrendo em outras formações como a Amazônia, Cerrado e até na

Caatinga. No entanto, são conhecidas muitas espécies endêmicas da Mata

Atlântica, por exemplo, o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) (MMA, 2000).

Uma comparação entre os répteis da Amazônia, da Mata Atlântica e do Nordeste

dos Andes (DIXON, 1979, APUD POR, 1992) mostrou que a Mata Atlântica possui

150 espécies, das quais 43 também existem na Amazônia, 1 nos Andes e 18 são de

larga distribuição neotropical. O endemismo dos répteis da Mata Atlântica é bastante

acentuado, entretanto novas espécies ainda estão sendo descobertas (POR, 1992).

Quadro 8 - Espécies de répteis presentes na região.FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME COMUM

Anomalepididae Liotyphops bevi Cobra- cega

Colubridae Helicops carinicaudus Cobra-d’água

Heicops infrataeniatus Cobra-d’água

Page 49: ECA Uniferro

Oxyrhopus rhombifer Falsa coral

Philodryas aestivus Cobra-verde

Philodryas alfersii Cobra-verde

Elapidae Spilotes pullatus Caninana

Micrurus corallinus Coral verdadeira

Viperidae Bothrops jararaca Jararaca

Crotalus terrificus Cascavel

Gekkonidae Hemidactylus mabouia Lagartixa

Teiidae Tupinambis merianae Lagarto-teiú

Peixes

Os ecossistemas aquáticos da Mata Atlântica brasileira possuem fauna de

peixes muito variada, associada de forma íntima à floresta que lhe proporciona

proteção e alimento. (MMA, 2000)

O número total de espécies de peixes da Mata Atlântica é 350, destas,

133 são endêmicas. O alto grau de endemismo é resultado do processo de evolução

das espécies, em área isolada das demais bacias hidrográficas brasileiras. (MMA,

2000)

A maior parte dos rios encontra-se degradada, principalmente pela

eliminação das matas ciliares, erosão, assoreamento, poluição e represamento.

Apesar de estudada há bastante tempo, a fauna de água doce brasileira não é bem

conhecida . Nos rios da mata ombrófila densa, existem espécies dependentes da

floresta para seu ciclo de vida, principalmente aquelas que se alimentam de insetos,

folhas, frutos e flores (ADAMS, 2000), contribuindo também para a dispersão de

sementes e frutos e para a manutenção do equilíbrio do ambiente aquático.

Quadro 9 - Espécies de peixes presentes na região.

Nome Popular Nome Científico Família

Cascudo-roseta Ancistrus cirrhossus LORICARIIDAE

Piava, lambarí Astyanax sp CHARACIDAE

Badejo, joaninha Grenicichla sp CICHLIDAE

Page 50: ECA Uniferro

Acará Geophagus brasiliensis CICHLIDAE

Traíra Hoplias malabaricus ERYTHRINIDAE

Sarda Paroligosarcus pintoi CHARACIDAE

Cascudo-asa-branca Plecostomus commersonii LORICARIIDAE

Jundiá Rhandia sp PIMELODIDAE

5.9.1. Fauna local

Assim como a escassez de cobertura vegetal no local, devido a ocupação

história residencial e industrial, a área onde a empresa encontra-se não possui

incidência de espécies silvestres que devem ser consideradas.

5.8. Recursos Hidricos.

Os canais naturais de drenagem existentes na área de pesquisa pertencem

à bacia hidrográfica do Rio Tubarão, uma das mais expressiva bacia hidrográfica da

Região Sul de Santa Catarina.

O Rio Tubarão nasce na encosta da Serra Geral, percorrendo 120 km desde

suas nascentes, até desembocar na Lagoa Santo Antônio, recebendo a

denominação após a confluência dos Rios Bonito e Rocinha. Sua área de drenagem

é de 4.728 km².

A bacia do rio Tubarão ocupa uma área de 5.100Km² e o somatório dos

comprimentos dos cursos d’água é da ordem de 7.172 km. Considera-se que o

aporte de água na bacia do Rio Tubarão, depende fundamentalmente das

precipitações médias anuais.

A Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão encontra-se na Região Sul do Estado

de Santa Catarina e pertence à vertente de drenagem Atlântica. Apresenta um

conjunto lagunar composto pelas lagoas Santo Antônio dos Anjos, Imaruí e Mirim.

Page 51: ECA Uniferro

Junto à área as drenagens mais expressivas são o Rio Azambuja, o Rio

Lajeado e o Rio dos Correias, todos afluentes da margem direita do Rio Tubarão.

As principais características da bacia hidrográfica onde o empreendimento

está situado são:

Vertente do Atlântico

Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão

O rio principal e o Rio Tubarão

O principal afluente é o Rio Braço do Norte

A bacia se estende longitudinalmente no sentido N / NE e é alimentada pelos

afluentes provenientes da Serra Geral e das vertentes situadas a Norte e Sul da

bacia. A tabela que segue (Tabela nº 08) apresenta os rios que formam a Bacia, em

suas duas margens.

Tabela 08 – Rios que formam a bacia hidrográfica do Rio Tubarão

MARGEM ESQUERDA MARGEM DIREITA

Rio Capivari Rio Pedrinhas

Rio do Pouso Rio Pedras Grandes

Rio Braço do Norte Rio Palmeiras

Rio Hipólito Rio Rocinha

Rio Novo

Rio Laranjeiras

Rio Oratório

De acordo com um estudo realizado pela Secretaria de Meio Ambiente

(SANTA CATARINA, 2001), a sub-bacia do Rio Braço do Norte possui 18,39% de

sua demanda máxima de água com Suinocultura; 8,56 com consumo Industrial;

25,68% com consumo Urbano.

A sub-bacia do Rio Braço do Norte compreende os municípios de

Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, Grão Pará, Braço do Norte e São

Ludgero tendo como curso principal o Rio Braço do Norte e os afluentes: Rio

Pequeno, na divisa com o Município de Grão Pará, e Rio Amélia, na margem

esquerda; Rio Coruja, na margem direita, totalizando uma área de 175.616 ha.

O empreendimento encontra-se a mais de 250m do Rio Braço do Norte.

Page 52: ECA Uniferro

6. IMPACTOS AMBIENTAIS

A identificação dos impactos ambientais tem o objetivo de analisar,

qualificar e quando possível, quantificar as interferências causadas pelo

empreendimento no ambiente, oferecendo subsídios à tomada de decisão a ser feita

pelo órgão ambiental quanto à viabilidade do empreendimento, apresentando os

impactos de sua operação.

Os impactos ambientais associados à Irmãos Gaidzinski e Cia Ltda devem

ser considerados insignificantes e inexpressivos, já que além do empreendimento

ser considerado de médio porte (CONSEMA 03/08), ele realiza suas atividades no

local desde 1978, estando completamente inserido no meio ambiente de seu

entorno. Vale ressaltar que, com a regularização da Empresa junto a Prefeitura

Municipal e demais órgãos competentes, todos os controles ambientais para a

melhoria de seus processos serão devidamente implementados, gerando melhorias

para a comunidade do entorno.

Não irão ocorrer interferências na estrutura e paisagem, assim como a

intensificação do tráfego, processos erosivos associados ao empreendimento, pois

como descrito anteriormente, a Empresa já realiza suas atividades no local desde

1978. Os conflitos de uso do solo e da água no entorno do empreendimento também

são inexistentes.

Com relação à flora (empreendimento não possui cobertura vegetal) e à

fauna local (terrestre e aquática) o empreendimento não irá causar nenhum impacto

ambiental, já que sua atividade não despeja efluentes líquidos no Rio Braço do Norte

e seus resíduos são corretamente destinados.

Podemos destacar a melhoria a ser efetuada com relação as emissões de

tintas excedentes do processo de pintura pulverizada. Na cabine foi implementada

um duto coletor que conduz esta tinta à uma caixa com água que reterá estas

descargas indesejadas. Esta água por sua vez será destinada à um aterro industrial

devidamente licenciado.

Page 53: ECA Uniferro

Tabela 07 – Principais Aspectos e Impactos Ambientais

ATIVIDADE ASPECTOS AMBIENTAIS IMPACTOS

AMBIENTAIS

IMPLICAÇÕES

1. RECEPÇÃO

1.1 Emissão de ruídos

1.2 Resíduos Sólidos

1.1.1 Poluição sonora

1.2.1 Poluição do solo

- NPS < 55 dB

- Coleta Municipal

2. USINAGEM

2.1 Emissão de ruídos

2.2 Resíduos Sólidos

2.3 Efluentes líquidos

2.1.1 Poluição sonora

2.2.1 Poluição do solo

2.3.1 Poluição da água

- NPS < 55 dB

- Coleta Municipal

- coleta fornecedor

4. PINTURA

4.1 Resíduos Sólidos

4.2 Emissões atmosféricas

4.1.1 Poluição do solo

4.2.1 Poluição do ar

- Coleta Municipal

- Caixa de contenção

de tinta

5. COMERCIALIZAÇÃO 5.1 Emissão de ruídos 5.1.1 Poluição sonora - NPS < 55 dB

6. FUNCIONÁRIOS

6.1 Resíduos sólidos

6.2 Efluentes líquidos

6.1.1 Poluição do solo

6.2.1 Poluição da água

- Coleta Municipal

- TS/S (ABNT)

- NPS < 55 dB: Nível de Pressão Sonora menor que cinqüenta e cinco Decibéis

- CT: Comercializado com terceiros

- TS/S (ABNT) – Tanque séptico e sumidourox

Page 54: ECA Uniferro

7. EQUIPE TÉCNICA

Edgar SchlickmannQualificação profissional: Engenheiro AmbientalCREA: Endereço: Cidade: Braço do Norte – SCCEP: 88750-000Fone: (48)

_____________________________Assinatura

Nome: Alison Pereira da SilvaQualificação profissional: Engenheiro AgrônomoCREA: 067385-6Endereço: Avenida Felipe Schmidt, nº 890, Ap. 01, CentroCidade: Braço do Norte – SCCEP: 88750-000Fone: (48) 9994-0868

_____________________________Assinatura

Nome: Michele Dacoregio BrognaraQualificação profissional: Engenheira QuímicaCREA: 0765891Endereço: Rua Teodoro Bernardo Schlickmann, nº 809, São Francisco de AssisCidade: Braço do Norte - SCCEP: 88750-000Fone: (48) 3658-3019

_____________________________Assinatura

Page 55: ECA Uniferro

8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACK, A. J. Precipitações Extremas para o Estado de Santa Catarina. Florianópolis: EPAGRI. 39p. 1995.

CITADINI-ZANETTE, V. Florística, fitossociologia e aspectos da dinâmica de um remanescente de mata atlântica na microbacia do rio Novo, Orleans, SC.1995. 249f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais)–Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1995.

EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. In. REUNIÃO DE CLASSIFICAÇÃO, CORRELAÇÃO DE SOLOS E INTERPRETAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA, 2. 1983. Anais... Rio de Janeiro, 1983. 138p. (Série Documento, 5).

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, Critérios para distinção de classes de solos e de fases de unidades de mapeamento. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos, Rio de Janeiro, 1988. 67p.

KLEIN, R. M. Flora ilustrada catarinense: mapa fitogeográfico do Estado de Santa Catarina. Itajaí: HerbárioBarbosa Rodrigues, V Parte - mapa fitogeográfico, 1978. 24p.

SANTA CATARINA. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Diagnóstico Geral – Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 1997.

SANTA CATARINA, gabinete de planejamento e coordenação geral. Atlas de Santa Catarina. Florianópolis: GAPLAN, 1986.

SDM. Bacias Hidrográficas de Santa Catarina: Diagnóstico Geral. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Florianópolis, SC. 163p. 1997.

SDM. Diagnóstico dos Recursos Hídricos e Organização dos Agentes da Bacia Hidrográfica do rio Tubarão e Complexo Lagunar. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Florianópolis, SC. 163p. 1998.

TUCCI, Carlos E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre: Ed. da Universidade: ABRH: EDUSP. 1993.

TUCCI, C. E. M. Regionalização de Vazões, Porto Alegre: ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica – Superintendência de Estudos e Informações Hidrológicas. Instituto de Pesquisas Hidráulicas/UFRGS.168 p, 2000.

VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L. R.; LIMA, J. C. A. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE/ Projeto RADAM BRASIL. 1991. 123 p.

Page 56: ECA Uniferro

VELOSO, H. P.; KLEIN, R. M. As comunidades e associações vegetais da mata pluvial do sul do Brasil. V. Agrupamentos arbóreos da encosta catarinense, situados em sua parte norte. Sellowia, Itajaí, v. 20, p. 53 -126, 1968