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MAGNETISMO 

O magnetismo impressionou o homem desde a Antigüidade, quando foi percebidopela primeira vez. A magnetita instigava a curiosidade porque atraía certos materiais.

Muitos cientistas dedicaram anos ao estudo do magnetismo até que o fenômeno

fosse completamente conhecido e pudesse ser aplicado proveitosamente.

Este capítulo, que tratará do magnetismo natural, visa o conhecimento da origem edas características do magnetismo e dos ímãs.

Magnetismo 

O magnetismo é uma propriedade que certos materiais têm de exercer uma atração sobre materiais ferrosos.

As propriedades dos corpos magnéticos são grandemente utilizadas em eletricidade,em motores e geradores, por exemplo, e em eletrônica, nos instrumentos de mediçãoe na transmissão de sinais.

Ímãs Alguns materiais encontrados na natureza apresentam propriedades magnéticasnaturais. Esses materiais são denominados de ímãs naturais. Como exemplo de ímãnatural, pode-se citar a magnetita.

É possível também obter um ímã de forma artificial. Os ímãs obtidos dessa maneirasão denominados ímãs artificiais. Eles são compostos por barras de materiaisferrosos que o homem magnetiza por processos artificiais. 

Os ímãs artificiais são muito empregados porque podem ser fabricados com os maisdiversos formatos, de forma a atender às mais variadas necessidades práticas, comopor exemplo, nos pequenos motores de corrente contínua que movimentam oscarrinhos elétricos dos brinquedos do tipo “Autorama”.

Os ímãs artificiais em geral têm propriedades magnéticas mais intensas que osnaturais.

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Pólos magnéticos de um ímã Externamente, as forças de atração magnética de um ímã se manifestam com maiorintensidade nas suas extremidades. Por isso, as extremidades do ímã sãodenominadas de pólos magnéticos.

Cada um dos pólos apresenta propriedades magnéticas específicas, eles sãodenominados de pólo sul e pólo norte.

Uma vez que as forças magnéticas dos ímãs são mais concentrados nos pólos, épossível concluir que a intensidade dessas propriedades decresce para o centro doímã.

Na região central do ímã, estabelece-se uma linha onde as forças de atraçãomagnéticas do pólo sul e do pólo norte são iguais e se anulam. Essa linha édenominada de linha neutra. A linha neutra é, portanto, a linha divisória entre pópólos do ímã.

Origem do magnetismo

O magnetismo origina-se na organização atômica dos materiais. Cada molécula deum material é um pequeno ímã natural, denominado de imã molecular ou domínio.

Quando, durante a formação de um material, as moléculas se orientam em sentidosdiversos, os efeitos magnéticos dos ímãs moleculares se anulam, resultando em ummaterial sem magnetismo natural.

Se, durante a formação do material, as moléculas assumem uma orientação únicaou predominante, os efeitos magnéticos de cada ímã molecular se somam, dandoorigem a um ímã com propriedades magnéticas naturais.

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ObservaçãoNa fabricação de ímãs artificiais, as moléculas desordenadas de um material sofremum processo de orientação a partir de forças externas.

Inseparabilidade dos pólosOs ímãs têm uma propriedade característica: por mais que se divida um ímã empartes menores, as partes sempre terão um pólo norte e um pólo sul.

Esta propriedade é denominada de inseparabilidade dos pólos.

Interação entre ímãsQuando os pólos magnéticos de dois imãs estão próximos, as forças magnéticas dosdois ímãs reagem entre si de forma singular. Se dois pólos magnéticos diferentes

forem aproximados (norte de um, com sul de outro), haverá uma atração entre osdois ímãs.

Se dois pólos magnéticos iguais forem aproximados (por exemplo, norte de umpróximo ao norte do outro), haverá uma repulsão entre os dois.

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Campo magnético - linhas de forçaO espaço ao redor do ímã em que existe atuação das forças magnéticas échamado de campo magnético. Os efeitos de atração ou repulsão entre dois imas,ou de atração de um ímã sobre os materiais ferrosos se devem à existência dessecampo magnética.

Como artifício para estudar esse campo magnético, admite-se a existência de linhasde força magnética ao redor do ímã. Essas linhas são invisíveis, mas podem servisualizadas com o auxilio de um recurso. Colocando-se um ímã sob uma lâmina devidro, e espalhando limalha de ferro sobre essa lâmina, as limalhas se orientamconforme as linhas de força magnética.

O formato característico das limalhas sobre o vidro, denominado de espectromagnético, é representado na ilustração a seguir.

Essa experiência mostra também a maior concentração de limalhas na região dospólos do ímã. Isso é devido à maior intensidade de magnetismo nas regiões polares,pois aí se concentram as linhas de força.

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Com o objetivo de padronizar os estudos relativos ao magnetismo e as linhas deforça, por convenção estabeleceu-se que as linhas de força de um campo magnéticose dirigem do pólo norte para o pólo sul.

Campo magnético uniforme

Campo magnético uniforme é aquele em que o vetor de indução magnética B tem omesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido em todos os pontos do meio,homogêneo por hipótese.

No campo magnético uniforme, as linhas de indução são retas paralelas igualmenteespaçadas e orientadas. O campo magnético na região destacada na ilustração aseguir, por exemplo, é aproximadamente uniforme.

Essa convenção se aplica às linhas de força externas ao ímã.

Fluxo da indução magnéticaFluxo da indução magnética é a quantidade total de linhas de um ímã que constituemo campo magnético. É representado graficamente pela letra grega (Ié-se "fi").

O fluxo da indução magnética é uma grandeza e, como tal, pode ser medido. No SI (Sistema Internacional de Medidas), sua unidade de medida é o weber (Wb). NoSistema CGS de medidas, sua unidade é o maxwell (Mx).Para transformar weber em maxwell, usa-se a seguinte relação: 1 Mx = 10-8 Wb

Densidade de fluxo ou indução magnéticaDensidade de fluxo ou indução magnética é o número de linhas por centímetroquadrado de seção do campo magnético em linhas/cm2 

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A densidade de fluxo ou indução magnética é representada graficamente pela letramaiúscula B e sua unidade de medida no sistema SI e o tesla (T) e no CGS é oGauss (G).

Para transformar gauss em tesla, usa-se a seguinte relação: 1G = 10-4 T.

Conhecendo-se o valor da superfície (seção transversal A) em que estãoconcentradas as linhas de força e a densidade do fluxo magnético B, pode-se

enunciar a fórmula do fluxo de indução magnética como o produto da densidade dofluxo B pela seção transversal A. Assim, matematicamente temos: = B x A

Nessa fórmula, é o fluxo de indução magnética em Mx; B é a densidade de fluxomagnético em G; e A é a seção transversal em centímetros quadrados.

Exemplos de cálculos1. Calcular o fluxo de indução magnética onde a densidade de fluxo e 6000 G,

concentrada em uma seção de 6 cm2.Aplicando-se a formula = B x A, temos: = 6000 x 6 = 36000 MxTransformando-se Mx em Wb, temos:36000 x 10-8 = 0,00036 WbSe, para calcular o fluxo de indução magnética temos a fórmula = B x A, paracalcular a densidade do fluxo (B) temos:

AB

ΦΦΦΦ====  

2. Calcular a densidade de fluxo em uma seção de 6 cm2, sabendo-se que o fluxomagnético é de 36000 Mx (ou linhas).

G60006

36000

AB ========ΦΦΦΦ

 

Transformando gauss em tesla, temos:G = 6000 x 10-4 = 0,6 T

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Imantação ou magnetizaçãoImantação ou magnetização é o processo pelo qual os ímãs atômicos (ou dipolosmagnéticos) de um material são alinhados. Isso é obtido pela ação de um campomagnético externo.

É possível classificar os materiais de acordo com a intensidade com que eles seimantam, isto é, o modo como ordenam seus ímãs atômicos sob a ação de um campo

magnético. Assim, esses materiais podem ser classificados em:• paramagnéticos;• diamagnéticos;• ferromagnéticos.

Experimentalmente, é possível verificar que certos materiais, quando colocados nointerior de uma bobina (ou indutor) ligada em C.C., ou próximos de um ímã, têm seusátomos fracamente orientados no mesmo sentido do campo magnético. Essesmateriais são denominadas de paramagnéticos.

Material paramagnéticosem a ação de um campomagnético

Material paramagnéticosob a ação de um campomagnético

Materiais como o ferro, o aço, o cobalto, o níquel, a platina, o estanho, o cromo esuas respectivas ligas são exemplos de materiais paramagnéticos. Eles sãocaracterizados por possuírem átomos que têm um campo magnético permanente.

Dentre os materiais paramagnéticos, o ferro, o aço, o cobalto, o níquel, e suas ligasconstituem uma classe especial.Com efeito, alguns materiais provocam no indutorque os tem como núcleo, um aumento de indutância muito maior que o aumentoprovocado pelos demais materiais paramagnéticos. Esses materiais, sãodenominados de ferromagnéticos.

Por serem também paramagnéticos, esses materiais; apresentam campo magnético

permanente, pois os campos magnéticos de seus átomos estão alinhados de talforma que produzem um campo magnético mesmo na ausência de um campoextremo.

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Material ferromagnéticosem a ação de um campomagnético

Material ferromagnéticosob a ação de um campomagnético

Os materiais ferromagnéticos, por serem um caso particular dentre os materiaisparamagnéticos, apresentam a densidade do fluxo magnético B, presente no interiordo indutor, maior do que quando há ar ou vácuo no seu interior.

Embora os materiais ferromagnéticos possuam imantação mesmo na ausência de umcampo externo (o que os caracteriza como ímãs permanentes), a manutenção desuas propriedades magnéticas depende muito de sua temperatura. Quando aumenta

a temperatura, as propriedades magnéticas se tomam menos intensas.

O ouro, a prata, o cobre, o zinco, o antimônio, o chumbo, o bismuto, a água, omercúrio, ao serem introduzidos no interior de um indutor, ou próximos de um ímã,provocam a diminuição de seu campo magnético. Esses materiais são denominadosde diamagnéticos.

Material diamagnéticosem a ação de um campomagnético

Material diamagnéticosob a ação de um campomagnético

Esses materiais caracterizam-se por possuírem átomos que não produzem umcampo magnético permanente, ou seja, o campo resultante de cada átomo é nulo.

Aplicando-se um campo magnético a esses materiais, pequenas correntes sãoproduzidas por indução no interior dos átomos. Essas correntes se opõem ao

crescimento do campo externo, de modo que o magnetismo induzido nos átomosestará orientado em sentido oposto ao do campo externo.

A densidade do fluxo magnético B no interior do indutor é menor do que se nãoexistisse o núcleo, ou seja, é menor do que quando há vácuo ou ar em seu interior.

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ELETROMAGNETISMO 

No capitulo anterior estudamos o magnetismo. Esse conhecimento é muito importantepara quem precisa aprender eletromagnetismo, que por sua vez, é de fundamentalimportância para quem quer compreender o funcionamento de motores, geradores,transformadores...

Neste capítulo estudaremos o eletromagnetismo que explica os fenômenosmagnéticos originados pela circulação da corrente elétrica em um condutor.

Eletromagnetismo Eletromagnetismo é um fenômeno magnético provocado pela circulação de umacorrente elétrica. O termo eletromagnetismo aplica-se a todo fenômeno magnéticoque tenha origem em uma corrente elétrica.

Campo magnético em um condutorA circulação de corrente elétrica em um condutor origina um campo magnético ao

redor.

Quando um condutor é percorrido por uma correnteelétrica, ocorre uma orientação no movimento daspartículas no seu interior. Essa orientação do movimentodas partículas tem um efeito semelhante ao da orientaçãodos imãs moleculares. Como conseqüência dessaorientação, surge um campo magnético ao redor docondutor.

As linhas de força do campo magnético criado pela corrente elétrica que passa porum condutor, são circunferências concêntricas num plano perpendicular ao condutor.

Para o sentido convencional da corrente elétrica, o sentido de deslocamento das

linhas de força é dado pela regra da mão direita. Ou seja, envolvendo o condutorcom os quatro dedos da mão direita de forma que o dedo polegar indique o sentido dacorrente (convencional). O sentido das linhas de força será o mesmo dos dedas queenvolvem o condutor.

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Pede-se também utilizar a regra do saca-rolhas como forma de definir o sentido daslinhas de força. Por essa regra, ele e dado pelo movimento do cabo de um saca-rolhas, cuja ponta avança no condutor, no mesmo sentido da corrente elétrica(convencional).

A intensidade do campo magnético ao redor do condutor depende da intensidade dacorrente que nele flui. Ou seja, a intensidade do campo magnético ao redor de umcondutor é diretamente proporcional à corrente que circula neste condutor.

Campo magnético em uma bobina (ou solenóide)Para obter campos magnéticos de maior intensidade a partir da corrente elétrica,basta enrolar o condutor em forma de espiras, constituindo uma bobina. A tabela aseguir mostra uma bobina e seus respectivos símbolos conforme determina a NBR12521.

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Bobina, enrolamento ou indutor Símbolo(forma preferida)

Símbolo(outra forma)

As bobinas permitem um acréscimo dos efeitos magnéticos gerados em cada umadas espiras. A figura a seguir mostra uma bobina constituída por várias espiras,ilustrando o efeito resultante da soma dos efeitos individuais.

Os pólos magnéticos formados pelo campo magnético de uma bobina têmcaracterísticas semelhantes àquelas dos pólos de um ímã natural. A intensidade docampo magnético em uma bobina depende diretamente da intensidade dacorrente e do número de espiras.

O núcleo é a parte central das bobinas, e pode ser de ar ou de material ferroso. Onúcleo é de ar quando nenhum material é colocado no interior da bobina. O núcleo éde material ferroso quando se coloca um material ferroso (ferro, aço...) no interior dabobina. Usa-se esse recurso para obter maior intensidade de campo magnético apartir de uma mesma bobina. Nesse caso, o conjunto bobina-núcleo de ferro échamado eletroímã.

ObservaçãoA maior intensidade do campo magnético nos eletroímãs é devida ao fato de que osmateriais ferrosos provocam uma concentração das linhas de força.

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Quando uma bobina tem um núcleo de material ferroso, seu símbolo expressa essacondição (NBR 12521).

Indutor com núcleo magnético Núcleo de ferrite com um enrolamento

Magnetismo remanente

Quando se coloca um núcleo de ferro em uma bobina, em que circula uma correnteelétrica, o núcleo torna-se imantado, porque as suas moléculas se orientam conformeas linhas de força criadas pela bobina.

Cessada a passagem da corrente, alguns ímãs moleculares permanecem na posiçãode orientação anterior, fazendo com que o núcleo permaneça ligeiramente imantado.

Essa pequena imantação é chamada magnetismo remanente ou residual. O

magnetismo residual é importante, principalmente para os geradores de energiaelétrica. Este tipo de ímã chama-se ímã temporário.

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CORRENTE ALTERNADA 

Neste capítulo, estudaremos um assunto de fundamental importância para osprofissionais da área da manutenção elétrica: vamos estudar corrente e tensãoalternadas monofásicas.

Veremos como a corrente é gerada e a forma de onda senoidal por ela fornecida.

Para estudar esse assunto com mais facilidade, é necessário ter conhecimentosanteriores sobre corrente e tensão elétrica.

Corrente e tensão alternadas monofásicasComo já foi visto, a tensão alternada muda constantemente de polaridade. Issoprovoca nos circuitos um fluxo de corrente ora em um sentido, ora em outro.

Geração de corrente alternadaPara se entender como se processa a geração de corrente alternada, é necessáriosaber como funciona um gerador elementar que consiste de uma espira disposta detal forma que pode ser girada em um campo magnético estacionário.

Desta forma, o condutor da espira corta as linhas do campo eletromagnético,produzindo a força eletromotriz (ou fem).

Veja, na figura a seguir, a representação esquemática de um gerador elementar.

Funcionamento do geradorPara mostrar o funcionamento do gerador, vamos imaginar um gerador cujas pontasdas espiras estejam ligadas a um galvanômetro.

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Na posição inicial, o plano da espira está perpendicular ao campo magnético e seuscondutores se deslocam paralelamente ao campo. Nesse caso, os condutores nãocortam as linhas de força e, portanto, a força eletromotriz (fem) não é gerada.

No instante em que a bobina é movimentada, o condutor corta as linhas de força docampo magnético e a geração de fem é iniciada.

Observe na ilustração a seguir, a indicação do galvanômetro e a representação dessaindicação no gráfico correspondente.

À medida que a espira se desloca, aumenta seu ângulo em relação às linhas de forçado campo. Ao atingir o ângulo de 90°, o gerador atingirá a geração máxima da força

eletromotriz, pois os condutores estarão cortando as linhas de forçasperpendicularmente.Acompanhe, na ilustração a seguir, a mudança no galvanômetro e no gráfico.

Girando-se a espira até a posição de 135°, nota-se que a fem gerada começa adiminuir.

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Quando a espira atinge os 180° do ponto inicial, seus condutores não mais cortam aslinhas de força e, portanto, não ha indução de fem e o galvanômetro marca zero.

Formou-se assim o primeiro semiciclo (positivo).

Quando a espira ultrapassa a posição de 180°, o sentido de movimento doscondutores em relação ao campo se inverte. Agora, o condutor preto se move paracima e o condutor branco para baixo. Como resultado, a polaridade da fem e osentido da corrente também são invertidos.

A 225°, observe que o ponteiro do galvanômetro e, conseqüentemente, o gráfico,mostram o semiciclo negativo. Isso corresponde a uma inversão no sentido dacorrente, porque o condutor corta o fluxo em sentido contrário.

A posição de 270° corresponde B geração máxima da fem como se pode observar nailustração a seguir.

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No deslocamento para 315°, os valores medidos pelo galvanômetro e mostrados nográfico começam a diminuir.

Finalmente, quando o segundo semiciclo (negativo) se forma, e obtém-se a voltacompleta ou ciclo (360°), observa-se a total ausência de força eletromotriz porque oscondutores não cortam mais as linhas de força do campo magnético.

Observe que o gráfico resultou em uma curva senoidal (ou senoide) que representa aforma de onda da corrente de saída do gerador e que corresponde à rotaçãocompleta da espira.

Nesse gráfico, o eixo horizontal representa o movimento circular da espira, dai suassubdivisões em graus. O eixo vertical representa a corrente elétrica gerada, medidapelo galvanômetro.

Valor de pico e valar de pica a pico da tensão alternada senoidalTensão de pico é o valor máximo que a tensão atinge em cada semiciclo. A tensão

de pico 6 representada pela notação Vp.

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Observe que no gráfico aparecem tensão de pico positivo e tensão de pico negativo.O valor de pico negativo é numericamente igual ao valor de pico positivo. Assim, adeterminação do valor de tensão de pico pode ser feita em qualquer um dossemiciclos.

A tenção de pico a pico da CA senoidal é o valor medido entre os picos positivo enegativo de um ciclo. A tensão de pico a pico e representada pela notação VPP.

Considerando-se que os dois semiciclos da CA são iguais, pode-se afirmar que:VPP = 2VP.

ObservaçãoEssas medições e conseqüente visualização da forma de onda da tenção CA, são

feitas com um instrumento de medição denominado de osciloscópio.

Da mesma forma que as medidas de pico e de pico a pico se aplicam à tensãoalternada senoidal, aplicam-se também a corrente alternada senoidal.

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Tensão e corrente eficazesQuando se aplica uma tenção continua sobre um resistor, a corrente que circula porele possui um valor constante.

Como resultado disso, estabelece-se uma dissipação de potência no resistor (P = EI). Essa potência é dissipada em regime continuo, fazendo com que haja umdesprendimento constante de calor no resistor.

Por outro lado, aplicando-se uma tensão alternada senoidal a um resistor.estabelece-se a circulação de uma corrente alternada senoidal.

Como a tensão e a corrente são variáveis, a quantidade de calor produzido no resistorvaria a cada instante.

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Nos momentos em que a tensão é zero, não há corrente e também não há produçãode calor (P = 0).

Nos momentos em que a tensão atinge o valor máximo (Vp), a corrente tambématinge o valor máximo (lp) e a potencia dissipada é o produto da tensão máxima pelacorrente máxima (Pp = Vp . Ip).

Em conseqüência dessa produção variável de "trabalho" (calor) em CA, verifica-seque um resistor de valor R ligado a uma tensão contínua de 10V produz a mesmaquantidade de "trabalho" (calor) que o mesmo resistor R ligado a uma tensão

alternada de valor de pico de 14,1 V, ou seja, 10 Vef.

Assim, pode-se concluir que a tensão eficaz de uma CA senoidal é um valor queindica a tensão (ou corrente) continua correspondente a essa CA em termos deprodução de trabalho.

Cálculo da tensão/corrente eficazesExiste uma relação constante entre o valor eficaz (ou valor RMS) de uma CA senoidale seu valor de pico. Essa relação auxilia no cálculo da tensão/corrente eficazes e éexpressa como é mostrado a seguir.Tensão eficaz:

2

VV

p

ef  ====  

Corrente eficaz:

2

II

p

ef  ====  

Exemplo de cálculo:Para um valor de pico de 14,14 V, a tensão eficaz será:

V101,414

14,14

2

VV

p

ef  ============  

Assim, para um valor de pico de 14,14 V, teremos uma tensão eficaz de 10 V.

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A tensão/corrente eficaz é o dado obtido ao se utilizar, por exemplo, um multímetro.

ObservaçãoQuando se mede sinais alternados (senoidais) com um multímetro, este deve seraferido em 60Hz que é a freqüência da rede da concessionária de energia elétrica.Assim, os valores eficazes medidos com multímetro são válidos apenas para essafreqüência.

Valor médio da corrente e da tensão alternada senoidal (Vdc)O valor médio de uma grandeza senoidal, quando se refere a um ciclo completo énulo. Isso acontece porque a soma dos valores instantâneos relativa ao semiciclopositivo é igual à soma do semiciclo negativo e sua resultante é constantemente nula.

Veja gráfico a seguir.

Observe que a área S1 da senoide (semiciclo) é igual a S2 (semiciclo), mas S1 está dolado positivo e S2 tem valor negativo. Portanto Stotal = S1 – S2 = 0.

O valor médio de uma grandeza alternada senoidal deve ser considerado como sendo

a média aritmética dos valores instantâneos no intervalo de meio período (ou meiociclo).

Esse valor médio é representado pela altura do retângulo que tem como área amesma superfície coberta pelo semiciclo considerado e como base a mesma base dosemiciclo.

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A fórmula para o cálculo do valor médio da corrente alternada senoidal é:

I.2II

p

meddc ========  

Nessa fórmula, medI é a corrente média; pI é a corrente de pico, e é 3,14.

A fórmula pata calcular o valor médio da tensão alternada senoidal é:

V.2VV

p

meddc ========  

Nela, medV é a tenção média, pV é a tensão máxima, e é igual a 3,14.

Exemplo de cálculo:Em uma grandeza senoidal, a tensão máxima é de 100V. Qual é a tensão média?

V63,63,14

200

3,14

2.1002.VV P

med ================ 

 

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CAPACITORES 

Os capacitores são componentes largamente empregados nos circuitos eletrônicos.Eles podem cumprir funções tais como o armazenamento de cargas elétricas ou aseleção de freqüências em filtros para caixas acústicas.

Este capítulo vai falar sobre o capacitor: sua constituição, tipos, características. Elefalará também sobre a capacitância que é a característica mais importante dessecomponente.

Para ter sucesso no desenvolvimento dos conteúdos e atividades deste capitulo, você já deverá ter conhecimentos relativos a condutores, isolantes e potencial elétrico.

Capacitor

O capacitor é um componente capaz de armazenar cargas elétricas. Ele se compõebasicamente de duas placas de material condutor, denominadas de armaduras.

Essas placas são isoladas eletricamente entre si por um material isolante chamadodielétrico.

ObservaçõesI. O material condutor que compõe as armaduras de um capacitor é eletricamente 

neutro em seu estado natural;

II. Em cada uma das armaduras o número total de prótons e elétrons é igual,portanto as placas não têm potencial elétrico. Isso significa que entre elas nãohá diferença de potencial (tensão elétrica).

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Armazenamento de cargaConectando-se os terminais do capacitor a uma fonte de CC, ele fica sujeito àdiferença de potencial dos pólos da fonte.

O potencial da bateria aplicado a cada uma das armaduras faz surgir entre elas umaforça chamada campo elétrico, que nada mais é do que uma força de atração(cargas de sinal diferente) ou repulsão (cargas de mesmo sinal) entre cargas

elétricas.

O pólo positivo da fonte absorve elétrons da armadura à qual está conectadoenquanto o pólo negativo fornece elétrons à outra armadura.

A armadura que fornece elétrons à fonte fica com íons positivos adquirindo umpotencial positivo. A armadura que recebe elétrons da fonte fica com íons negativosadquirindo potencial negativo.

ObservaçãoPara a analise do movimento dos elétrons no circuito usou-se o sentido eletrônicoda corrente elétrica.

Isso significa que ao conectar o capacitor a uma fonte CC surge uma diferença depotencial entre as armaduras.

A tenção presente nas armaduras do capacitor terá um valor tão próximo ao datensão da fonte que, para efeitos práticos, podem ser considerados iguais.

Quando o capacitor assume a mesma tensão da fonte de alimentação diz-se que ocapacitor está "carregado".

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Se, após ter sido carregado, o capacitor for desconectado da fonte de CC, suasarmaduras permanecem com os potenciais adquiridos.

Isso significa, que, mesmo após ter sido desconectado da fonte de CC, ainda existetenção presente entre as placas do capacitor. Assim, essa energia armazenada podeser reaproveitada.

Descarga do capacitorTomando-se um capacitor carregado e conectando seus terminais a uma cargahaverá uma circulação de corrente, pois o capacitor atua como fonte de tensão.

Isso se deve ao fato de que através do circuito fechado inicia-se o estabelecimento doequilíbrio elétrico entre as armaduras. Os elétrons em excesso em uma dasarmaduras, se movimentam para a outra onde há falta de elétrons, até que serestabeleça o equilíbrio de potencial entre elas.

Durante o tempo em que o capacitor se descarrega, a tensão entre suasarmaduras diminui, porque o número de íons restantes em cada armadura é cadavez menor. Ao fim de algum tempo, a tensão entre as armaduras é tão pequena quepode ser considerada zero.

CapacidadeA capacidade de armazenamento de cargas de um capacitor depende de algunsfatores:•  área das armaduras, ou seja, quanto maior a área das armaduras, maior a

capacidade de armazenamento de um capacitor; 

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•  espessura do dielétrico, pois, quanto mais fino o dielétrico, mais próximas estãoas armaduras. O campo elétrico formado entre as armaduras é maior e acapacidade de armazenamento também; 

•  natureza do dielétrico, ou seja, quanto maior a capacidade de isolação dodielétrico, maior a capacidade de armazenamento do capacitor. 

Essa capacidade de um capacitor de armazenar cargas é denominada decapacidade, que é um dos fatores elétricos que identifica um capacitor.

A unidade de medida de capacitância é o farad, representado pela letra F. Por seruma unidade muito “grande”, apenas seus submúltiplos são usados. Veja tabela aseguir.

Unidade Símbolo Valor com relação ao faradmicrofarad F 10-6 F ou 0,000001 Fnanofarad nF (ou KpF) 10-9 F ou 0,000000001picofarad pF 10-12 F ou 0,000000000001 F

Tensão de trabalhoAlém da capacitância, os capacitores têm ainda outra característica elétricaimportante: a tensão de trabalho, ou seja, a tenção máxima que o capacitor podesuportar entre as armaduras. A aplicação no capacitor de uma tensão superior à suatensão máxima de trabalho provoca o rompimento do dielétrico e faz o capacitorentrar em curto. Na maioria dos capacitores, isso danifica permanentemente ocomponente.

Associação de capacitoresOs capacitores, assim como os resistores podem ser conectados entre siformando uma associação série, paralela e mista. As associações paralela e série são

encontradas na prática. As mistas raramente são utilizadas.A associação paralela de capacitores tem por objetivo obter maiores valores decapacitância.

Essa associação tem características particulares com relação à capacitância total e àtensão de trabalho.

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A capacitância total (CT) da associação paralela é a soma das capacitânciasindividuais. Isso pode ser representado matematicamente da seguinte maneira:

n321T C...CCCC ++++++++++++====  

Para executar a soma, todos os valores devem ser convertidos para a mesmaunidade.

Exemplo: Qual a capacitância total da associação paralela de capacitores mostrada a seguir:

1,7270,680,0471CCCC 321T ====++++++++====++++++++====  

F1,727CT ====  

A tensão de trabalho de todos os capacitores associados em paralelo corresponde

à mesma tensão aplicada ao conjunto.

Assim, a máxima tensão que pode ser aplicada a uma associação paralela é a do

capacitor que tem menor tensão de trabalho.Exemplo:A máxima tensão que pode ser aplicada nas associações apresentadas nas figuras aseguir é 63 V.

É importante ainda lembrar dois aspectos: deve-se evitar aplicar sobre um capacitor a tensão máxima que ele suporta;

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em CA, a tensão máxima é a tensão de pico. Um capacitor com tensão detrabalho de 100 V pode ser aplicado a uma tensão eficaz máxima de 70 V, pois 70V eficazes correspondem a uma tensão CA com pico de 100 V.

Associação paralela de capacitores polarizadosAo associar capacitores polarizados em paralelo, tanto os terminais positivos doscapacitores quanto os negativos devem ser ligados em conjunto entre si.

ObservaçãoDeve-se lembrar que capacitores polarizados só podem ser usados em CC porque

não há troca de polaridade de tensão.Associação série de capacitoresA associação série de capacitores tem por objetivo obter capacitâncias menores outensões de trabalho maiores. 

Quando se associam capacitam capacitores em série, a capacitância total é menor que o valor do menor capacitor associado. Isso pode ser representadomatematicamente da seguinte maneira:

Cn

1...

C

1

C

1

1C

21

++++++++

====  

Essa expressão pode ser desenvolvida (como a expressão para RT de resistores emparalelo) para duas situações particulares:a) Associação série de dois capacitores:

21

21T

CC

CxCC

++++====  

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b) Associação série de “n” capacitores de mesmo valor:

n

CCT ====  

Para a utilização das equações, todos os valores de capacitância devem serconvertidos para a mesma unidade.

Exemplos de cálculos

1)

0,05917

1

2510

1

0,5

1

0,2

1

0,1

1

1CT ========

++++++++====

++++++++

====  

F0,059CT ====  

2)

0,331,5

0,5

0,5x1

0,5x1

CxC

CxCC

21

21T ================  

F0,33CT ====  

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3)

pF180CCCC 321 ================  

603

180nCCT ============  

pF60CT ====  

Tensão de trabalho da associação sérieQuando se aplica tensão a uma associação série de capacitores, a tensão aplicadase divide entre os dois capacitores.

A distribuição da tensão nos capacitores ocorre de forma inversamenteproporcional à capacitância, ou seja, quanto maior a capacitância, menor a tensão;quanto menor a capacitância, maior a tensão.

Como forma de simplificação pode-se adotar um procedimento simples e que evite aaplicação de tensões excessivas a uma associação série de capacitores. Para isso,associa-se em série capacitores de mesma capacitância e mesma tensão detrabalho. Desta forma, a tensão aplicada se distribui igualmente sobre todos oscapacitores.

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Associação série de capacitores polarizadosAo associar capacitores polares em série, o terminal positivo de um capacitor éconectado ao terminal negativo do outro.

É importante lembrar que capacitores polarizados só devem ser ligados em CC.

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REATÂNCIA CAPACITIVA 

Em resposta à corrente continua, um capacitor atua como um armazenador deenergia elétrica. Em corrente alternada, contudo, o comportamento do capacitor écompletamente diferente devido à troca de polaridade da fonte.

Este capítulo apresentará o comportamento do capacitor nas associações emcircuitos CA.

Para aprender esses conteúdos com mais facilidade, é necessário ter conhecimentosanteriores sobre corrente alternada e capacitores.

Funcionamento em CAOs capacitores despolarizados podem funcionar em corrente alternada, porque cadauma de suas armaduras pode receber tanto potencial positivo como negativo.

Quando um capacitor é conectado a uma fonte de corrente alternada, a troca

sucessiva de polaridade da tensão é aplicada às armaduras do capacitor.

A cada semiciclo, a armadura que recebe potencial positivo entrega elétrons àfonte, enquanto a armadura que está ligada ao potencial negativo recebe elétrons.

Com a troca sucessiva de polaridade, uma mesma armadura durante um semiciclorecebe elétrons da fonte e no outro devolve elétrons para a fonte.

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Existe, portanto, um movimento de elétrons ora entrando, ora saindo da armadura.Isso significa que circula uma corrente alternada no circuito, embora as cargaselétricas não passem de uma armadura do capacitor para a outra porque entreelas há o dielétrico, que é um isolante elétrico.

Reatância capacitivaOs processos de carga e descarga sucessivas de um capacitor ligado em CA dãoorigem a uma resistência à passagem da corrente CA no circuito. Essa resistência édenominada de reatância capacitiva. Ela é representada pela notação XC  e é

expressa em ohms (), através da expressão:

C

CC I

VX =  

Na expressão apresentada, XC  é a reatância capacidade em ohms (); f é afreqüência da corrente alternada em Hertz (Hz); C é a capacitância do capacitor emfarad (F); 2ππππ é uma constante matemática cujo valor aproximado é 6,28.

Fatores que influenciam na reatância capacitivaA reatância capacitiva de um capacitor depende apenas da sua capacitância e da

freqüência da rede CA. O gráfico a seguir mostra o comportamento da reatânciacapacitiva com a variação da freqüência da CA, no qual é possível perceber que areatância capacitiva diminui com o aumento da freqüência.

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No gráfico a seguir, está representado o comportamento da reatância capacitiva coma variação da capacitância. Observa-se que a reatância capacitiva diminui com oaumento da capacitância.

Na equação da reatância, não aparece o valor de tensão. Isso significa que areatância capacitiva é independente do valor de tensão de CA aplicada ao capacitor.

A tensão CA aplicada ao capacitor influencia apenas na intensidade de corrente CAcirculante no circuito.

Relação entre tensão CA, corrente CA e reatância capacitivaQuando um capacitor é conectado a uma fonte de CA, estabelece-se um circuitoelétrico. Nesse circuito estão envolvidos três valores:• tensão aplicada;• reatância capacitiva;• corrente circulante.

Esses três valores estão relacionados entre si nos circuitos de CA da mesma formaque nos circuitos de CC, através da Lei de Ohm.

Assim, Vc = I.Xc 

Nessa expressão, Vc é a tensão no capacitor em volts (V); I é a corrente (eficaz) nocircuito em ampères (A); Xc é a reatância capacitiva em omhs ().

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Exemplo de cálculo:Um capacitor de 1 F é conectado a uma rede de CA de 220 V, 60 Hz. Qual é acorrente circulante no circuito?

26540,000001.6,28.60

1

C.f ..2

1

CX ============  

mA82,9ou0,08292654

220

CX

CV

I ============  

Deve-se lembrar que os valores de V e I são eficazes, ou seja, são valores que serãoindicados por um voltímetro e um miliamperímetro de CA conectados ao circuito.

Determinação experimental da capacitância de um capacitorQuando a capacitância de um capacitor despolarizado é desconhecida, é possíveldeterminá-la por um processo experimental. Isso é feito aplicando-se o capacitor auma fonte de CA com tensão (VC) e freqüência (f) conhecidas e medindo-se a

corrente com um amperímetro de CA (IC).

Observação

O valor de tensão de pico da CA aplicada deve ser inferior g tensão de trabalho docapacitor.

Conhecendo-se os valores de tensão e corrente no circuito, determina-se a reatânciacapacitiva do capacitor por meio da expressão:

CI

CV

CX ====  

A capacitância (C) é obtida a partir da expressão:

C.f ..2

1

CX ====  

Isolando C:

CX.f ..2

1C ====  

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INDUTORES 

Neste capítulo, e iniciado o estudo de um novo componente: o indutor. Seu campo deaplicação se estende desde os filtros para caixas acústicas até circuitos industriais,passando pela transmissão de sinais de rádio e televisão.

O capítulo falará dos indutores, dos fenômenos ligados ao magnetismo que ocorremno indutor e de seu comportamento em CA.

Para ter sucesso no desenvolvimento desses conteúdos, é necessário terconhecimentos anteriores sobre magnetismo e eletromagnetismo.

InduçãoO princípio da geração de energia elétrica baseia-se no fato de que toda a vez queum condutor se movimenta no interior de um campo magnético aparece nestecondutor uma diferença de potencial.

Essa tensão gerada pelo movimento do condutor no interior de um campo magnéticoé denominada de tensão induzida.

Michael Faraday, cientista inglês, ao realizar estudos com o eletromagnetismo,determinou as condições necessárias para que uma tensão seja induzida em umcondutor. Suas observações podem ser resumidas em duas conclusões quecompõem as leis da auto-indução:1. Quando um condutor elétrico é sujeito a um campo magnético variável, uma 

tensão induzida tem origem nesse condutor.

ObservaçãoPara ter um campo magnético variável no condutor, pode-se manter o campomagnético estacionário e movimentar o condutor perpendicularmente ao campo, oumanter o condutor estacionário e movimentar o campo magnético.

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2. A magnitude da tensão induzida é diretamente proporcional à intensidade do fluxo magnético e à velocidade de sua variação. Isso significa que quanto mais intenso for o campo, maior será a tensão induzida e quanto mais rápida for a variação do campo, maior será a tensão induzida.

Para seu funcionamento, os geradores de energia elétrica se baseiam nessesprincípios.

Auto-induçãoO fenômeno da indução faz com que o comportamento das bobinas seja diferente docomportamento dos resistores em um circuito de CC.

Em um circuito formado por uma fonte de CC, um resistor e uma chave, a correnteatinge seu valor máximo instantaneamente, no momento em que o interruptor éligado.

Se, nesse mesmo circuito, o resistor for substituído por uma bobina, ocomportamento será diferente. A corrente atinge o valor máximo algum tempo após aligação do interruptor.

Esse atraso para atingir a corrente máxima se deve à indução e pode ser melhor

entendido se imaginarmos passo a passo o comportamento de um circulo compostopor uma bobina, uma fonte de CC e uma chave.

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Enquanto a chave está desligada, não há campo magnético, ao redor das espirasporque não há corrente circulante. No momento em que a chave é fechada, inicia-sea circulação de corrente na bobina.

Com a circulação da corrente surge o campo magnético ao redor de suas espiras.

À medida que a corrente cresce em direção ao valor máximo, o campo magnético

nas espiras se expande. Ao se expandir, o campo magnético em movimento geradoem uma das espiras corta a espira colocada ao lado.

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Conforme Faraday enunciou, induz-se uma determinada tensão nesta espira cortadapelo campo magnético em movimento. E cada espira da bobina induz uma tensão elétrica nas espiras vizinhas. Assim, a aplicação de tensão em uma bobina provocao aparecimento de um campo magnético em expansão que gera na própria bobinauma tensão induzida. Este fenômeno é denominado de auto-indução.

A tensão gerada na bobina por auto-indução tem polaridade oposta à da tensão

que é aplicada aos seus terminais, por isso é denominada de força contra-eletromotriz ou fcem.

Resumindo, quando a chave do circuito é ligada, uma tensão com uma determinadapolaridade é aplicada à bobina.

A auto-indução gera na bobina uma tensão induzida (((( ))))fcem de polaridade oposta à datensão aplicada.

Se representarmos a (((( ))))fcem como uma "bateria" existente no interior da própriabobina, o circuito se apresenta conforme mostra a figura a seguir.

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Como a fcem atua contra a tenção da fonte, a tensão aplicada à bobina é, narealidade:

fcemVV FONTERESULTANTE −−−−====  

A corrente no circuito é causada por essa tensão resultante, ou seja:

(((( ))))R

fcemVI

−−−−====  

IndutânciaComo a fcem existe apenas durante a variação do campo magnético gerado nabobina, quando este atinge o valor máximo. a fcem  deixa de existir e a correnteatinge seu valor máximo.

O gráfico a seguir ilustra detalhadamente o que foi descrito.

O mesmo fenômeno ocorre quando a chave é desligada. A contração do campoinduz uma fcem na bobina, retardando o decréscimo da corrente. Essa capacidade

de se opor às variações da corrente é denominada de indutância e é representadapela letra L.

A unidade de medida da indutância é o henry, representada pela letra H. Essaunidade de medida tem submúltiplos muito usados em eletrônica. Veja tabela aseguir.

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Denominação Símbolo Valor com relação ao henryUnidade henry H 1

milihenry mH 10-3 ou 0,001Submúltiplosmicrohenry H 10-6 ou 0,000001

A indutância de uma bobina depende de diversos fatores:• material, seção transversal, formato e tipo do núcleo;• número de espiras;• espaçamento entre as espiras;• tipo e seção transversal do condutor.

Como as bobinas apresentam indutância, elas também são chamadas de indutores.Estes podem ter as mais diversas formas e podem inclusive ser parecidos com umtransformador. Veja figura a seguir.

Associação de indutores

Os indutores podem ser associados em série, em paralelo e até mesmo de formamista, embora esta última não seja muito utilizada.

Associação em sérieAs ilustrações a seguir mostram uma associação série de indutores e suarepresentação esquemática.

A representação matemática desse tipo de associação é:

n21T L...LLL ++++++++++++====  

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Associação em paraleloA associação paralela pode ser usada como forma de obter indutâncias menores oucomo forma de dividir uma corrente entre diversos indutores.

A indutância total de uma associação paralela é representada matematicamente por:

n21

T

L1...

L1

L1

1L

++++++++

====  

Nessa expressão, TL é a indutância total e n21 L...,L,L são as indutânciasassociadas.

Essa expressão pode ser desenvolvida para duas situações particulares:a) Associação paralela de dois indutores:

11

21T

LL

xLLL

++++====  

b) Associação paralela de "n" indutores de mesmo valor (L):

n

LLT ====  

Para utilização das equações, todos os valores de indutâncias devem serconvertidos para a mesma unidade.

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REATÂNCIA INDUTIVA 

Neste capítulo, continuaremos a estudar o comportamento dos indutores em circuitosde CA. Veremos que o efeito da indutância nestas condições se manifesta de formapermanente.

Para aprender esses conteúdos com mais facilidade, é necessário ter bonsconhecimentos sobre magnetismo, eletromagnetismo e indutância.

Reatância indutivaQuando se aplica um indutor em um circuito de CC, sua indutância se manifestaapenas nos momentos em que existe uma variação de corrente, ou seja, no momentoem que se liga e desliga o circuito.

Em CA, como os valores de tensão e corrente estão em constante modificação, oefeito da indutância se manifesta permanentemente. Esse fenômeno de oposiçãopermanente à circulação de uma corrente variável e denominado de reatância

indutiva, representada pela notação LX · Ela é expressa em ohms e representadamatematicamente pela expressão: L.f ..2XL ====  

Na expressão, LX é a reatância indutiva em ohms (); 2 é uma constante (6,28); f  é a freqüência da corrente alternada em hertz (Hz) e L é a indutância do indutor emhenrys (H).

Exemplo de cálculoNo circuito a seguir, qual é a reatância de um indutor de 600 mH aplicado a uma redede CA de 220 V, 60Hz?

226,080,6.60.6,28L.f ..2XL ============  

226,08XL ====  

É importante observar que a reatância indutiva de um indutor não depende datensão aplicada aos seus terminais.

A corrente que circula em um indutor aplicado à CA (((( ))))LI pode ser calculada com basena Lei de Ohm, substituindo-se R por

LX , ou seja:

L

LL

X

VI ====  

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Na expressão, LI é a corrente eficaz no indutor em ampères (A); LV é a tensãoeficaz sobre o indutor, expressa em volts (V); e LX é a reatância indutiva em ohms().

Exemplo de cálculo

No circuito a seguir, qual o valor da corrente que um indutor de 600 mH aplicado auma rede de CA de 110V, 60Hz, permitiria que circulasse?

226,08.0,6.606,28L.f ..2XL ============  

0,486226,08

110

X

VI

L

LL ============  

A0,486IL====  

Fator de qualidade Q  Todo indutor apresenta, além da reatância indutiva, uma resistência ôhmica que sedeve ao material com o qual é fabricado.

O fator de qualidade Q é uma relação entre a reatância indutiva e a resistênciaôhmica de um indutor, ou seja:

R

XQ L====  

Na expressão, Q é o fator de qualidade adimensional;L

X é a reatância indutiva ();R é a resistência ôhmica da bobina ().

Um indutor ideal deveria apresentar resistência ôhmica zero. Isso determina um fatorde qualidade infinitamente grande. No entanto, na prática, esse indutor não existeporque o condutor sempre apresenta resistência ôhmica.

Exemplo de cálculoO fator de qualidade de um indutor com reatância indutiva de 3768 (indutor de 10Hem 60Hz) e com resistência ôhmica de 80 é:

47,180

3768

R

X

QL

============

47,1Q ====

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Determinação experimental da indutância de um indutorQuando se deseja utilizar um indutor e sua indutância é desconhecida, é possíveldeterminá-la aproximadamente por processo experimental. O valor encontrado nãoserá exato porque é necessário considerar que o indutor é puro (R = 0).

Aplica-se ao indutor uma corrente alternada com freqüência e tensão conhecidas edetermina-se a corrente do circuito com um amperímetro de corrente alternada.

Conhecidos os valores de tensão e corrente do circuito, determina-se a reatânciaindutiva do indutor:

Na expressão, LV é a tensão sobre o indutor; LI e a corrente do indutor.

Aplica-se o valor encontrado na equação da reatância indutiva e determina-se aindutância: L..f ..2XL ====  

Isolando-se L, temos:

A imprecisão do valor encontrado não é significativa na prática, porque os valores deresistência ôhmica da bobina são pequenos quando comparados com a reatânciaindutiva (alto Q ).

L

LL

I

VX ====

f ..2

XL L====

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IMPEDÂNCIA 

Quando um circuito composto apenas por resistores é conectado a uma fonte de CCou CA, a oposição total que esse tipo de circuito apresenta à passagem da corrente édenominada de resistência total. Entretanto, em circuitos CA que apresentamresistências associadas e reatâncias associadas, a expressão resistência total não é

aplicável.

Nesse tipo de circuito, a oposição total à passagem da corrente elétrica é denominadade impedância, que não pode ser calculada da mesma forma que a resistência totalde um circuito composta apenas por resistores, por exemplo.

A existência de componente reativos, que defasam correntes ou tensões, tomanecessário o uso de formas particulares para o cálculo da impedância de cada tipode circuito em CA. Esse é o assunto deste capítulo.

Para ter um bom aproveitamento no estudo deste assunto, é necessário ter

conhecimentos anteriores sobre tipos de circuitos em CA, resistores, capacitores eindutores.

Circuitos resistivos, indutivos e capacitivosEm circuitos alimentados por CA, como você já estudou, existem três tipos deresistências que dependem do tipo de carga.

Em circuitos resistivos, a resistência do circuito é somente a dificuldade que oselétrons encontram para circular por um determinado material, normalmente níquel-cromo ou carbono. Esta resistência pode ser medida utilizando-se um ohmímetro.

Nos circuitos indutivos, a resistência total do circuito não pode ser medida somentecom um ohmímetro, pois, além da resistência ôhmica que a bobina oferece àpassagem da corrente (resistência de valor muito baixo), existe também uma correntede auto-indução que se opõe à corrente do circuito, dificultando a passagem dacorrente do circuito.

Desta forma, a resistência do circuito vai depender, além da sua resistência ôhmica,da indutância da bobina e da freqüência da rede, pois são estas grandezas queinfluenciam o valor da corrente de auto-indução.

Nos circuitos capacitivos, a resistência total do circuito também não pode sermedida com um ohmímetro, porque a mudança constante do sentido da tensão da

rede causa uma oposição à passagem da corrente elétrica no circuito.

Neste caso, a resistência total do circuito, vai depender da freqüência de variação dapolaridade da rede e da capacitância do circuito.

A tabela que segue, ilustra de forma resumida os três casos citados.

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Tipo decircuito Grandeza Símbolo Unidade Representação Fórmula

Causa daoposição

Resistivo resistência R Ohm  I

VR ====  

Resistênciado material

usado

Indutivo Reatânciaindutiva LX   Ohm   L.f ..2  

Corrente de

auto-induçãoe quadrática

Capacitivo Reatânciacapacitiva CX   Ohm  

C.f ..2

Variaçãoconstante depolaridade da

tensão darede

ImpedânciaEm circuitos alimentados por CA, com cargas resistivas-indutivas ou resistivas-capacitivas, a resistência total do circuito será a soma quadrática da resistência pura

(R) com as reatâncias indutivas (((( ))))LX ou capacitivas (((( ))))CX . A este somatórioquadrático denomina-se impedância, representada pela letra Z e expressa em ohms():

Para cálculo da impedância de um circuito, não se pode simplesmente somar valoresde resistência com reatâncias, pois estes valores não estão em fase.

De acordo com o tipo de circuito, são usadas equações distintas para dois tiposde circuitos: em série e em paralelo.

Circuitos em série Nos circuitos em série, pode-se ter três situações distintas: resistor e indutor,resistor e capacitor, ou resistor, indutor e capacitor simultaneamente.• Resistor e indutor (circuito RL - série).

22

L RXZ ++++====  

2 2 2 2 2 2 C   L   X   R  Z  ou  X   R  Z   + = + = 

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• Resistor e capacitor (circuito RC - série).

22

C RXZ ++++====  

• Resistor indutor e capacitor (circuito RLC - série).

(((( )))) 22

CL RXXZ ++++−−−−====  

Tensão e correntePara cálculos de tensão e corrente, as equações são apresentadas na tabela aseguir:

Circuitos em paraleloNos circuitos em paralelo, podem ocorrer três situações estudadas distintas; resistor e

indutor, resistor e capacitor ou resistor, indutor e capacitor simultaneamente. A seguirserá representado as três situações.

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• Resistor e indutor (circuito RL – paralelo).

22

L

L

RX

R.XZ

++++

====  

• Resistor e capacitor (circuito RC – paralelo).

22C

C

RX

R.XZ

++++

====  

• Resistor indutor e capacitor (circuito RLC – série).

Tensão e correntePara cálculos de tensão e corrente as equações são apresentadas a seguir.

2

CL

2

X

1

X

1

R

1

1Z

   

   

   

   −−−−++++   

      

   ====

CLRT VVVV ============

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POTÊNCIA EM CA

Além da tensão e da corrente, a potência é um parâmetro muito importante para odimensionamento dos diversos equipamentos elétricos.Neste capítulo, estudaremos a potência em corrente alternada em circuitosmonofásicos, o fator de potência e suas unidades de medida.

Para aprender esse conteúdo com mais facilidade, é necessário ter conhecimentosanteriores sobre corrente alternada, comportamento de indutores e capacitores emCA.

Potência em corrente alternadaComo já vimos, a capacidade de um consumidor de produzir trabalho em umdeterminado tempo, a partir da energia elétrica, é chamada de potência elétrica. Emum circuito de corrente contínua, a potência é dada em watts, multiplicando-se atensão pela corrente.

O cálculo apresentado a seguir é válido não só para CC mas também para CA,quando os circuitos são puramente resistivos.

Todavia, quando se trata de circuitos de CA com cargas indutivas e/ou capacitivas,ocorre uma defasagem entre tensão e corrente. Isso nos leva a considerar três tiposde potência:• potência aparente (S);• potência ativa (P);• potência reativa (Q).

Potência aparenteA potência aparente (S) é o resultado da multiplicação da tensão pela corrente. Emcircuitos não resistivos em CA, essa potência não é real, pois não considera adefasagem que existe entre tensão e corrente.

10A10

100

R

UI ============

W100010.100I.UP ============

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A unidade de medida da potência aparente é o volt-ampère (VA).

Exemplo de cálculo:Determinar a potência aparente do circuito a seguir.

5005.100I.US ============  VA500S ====  

Potência ativaA potência ativa, também chamada de potência real, é a potência verdadeira docircuito, ou seja, a potência que realmente produz trabalho. Ela é representada pelanotação P.

A potência ativa pode ser medida diretamente através de um wattímetro e suaunidade de medida é o watt (W).

No cálculo da potência ativa, deve-se considerar a defasagem entre as potências,através do fator de potência (cos ) que determina a defasagem entre tensão ecorrente.Assim, a fórmula para esse cálculo é: ϕ ϕϕ ϕ cos.I.UP ====  

Exemplo de cálculo:Determinar a potência ativa do circuito a seguir, considerando cos = 0,8.

4000,8.5.100cos.I.UP ============ ϕ ϕϕ ϕ   W400P ====  

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ObservaçãoO fator ϕ ϕϕ ϕ cos (cosseno do ângulo de fase) é chamado de fator de potência docircuito, pois determina qual a porcentagem de potência aparente é empregada paraproduzir trabalho.

O fator de potência é calculado por meio da seguinte fórmula:

S

Pcos ====ϕ ϕϕ ϕ   

No circuito do exemplo acima, a potência ativa é de 400 W e a potência aparente é de500 VA. Assim, o ϕ ϕϕ ϕ cos é:

0,8500

400

S

Pcos ============ϕ ϕϕ ϕ   

A concessionária de energia elétrica especifica o valor mínimo do fator de potênciaem 0,92, medido junto ao medidor de energia.

O fator de potência deve ser o mais alto possível, isto é, próximo da unidade(((( ))))1cos ====ϕ ϕϕ ϕ  . Assim, com a mesma corrente e tensão, consegue-se maior potencia ativaque é a que produz trabalho no circuito.

Potência reativaPotência reativa é a porção da potência aparente que é fornecida ao circuito. Suafunção é constituir o circuito magnético nas bobinas e um campo elétrico noscapacitores.

Como os campos aumentam e diminuem acompanhando a freqüência, a potênciareativa varia duas vezes por período entre a fonte de corrente e o consumidor.

A potência reativa aumenta a carga dos geradores, dos condutores e dostransformadores originando perdas de potência nesses elementos do circuito.

A unidade de medida da potência reativa é o volt-ampère reativo (VAr), e érepresentada pela letra Q .

A potência reativa é determinada por meio da seguinte expressão:ϕ ϕϕ ϕ sen.SQ ====  

Exemplo de cálculo:Determinar a potência reativa do circuito a seguir.

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Primeiramente, verifica-se na tabela, o valor do ângulo ϕ ϕϕ ϕ  e o valor do seno desseângulo:

52'360,8cosarc °°°°====  0,652'36sen ====°°°°  

Outra maneira de determinar o sen ϕ ϕϕ ϕ  é por meio da seguinte fórmula:

(((( ))))2cos1sen ϕ ϕϕ ϕ ϕ ϕϕ ϕ  −−−−====  No exemplo dado, tem-se

(((( )))) 0,60,360,64120,812cos1sen ========−−−−====−−−−====−−−−==== ϕ ϕϕ ϕ ϕ ϕϕ ϕ   3000,6.500sen.SQ ============ ϕ ϕϕ ϕ   

VAr300Q ====  

Triângulo das potênciasAs equações que expressam as potências ativa, aparente e reativa podem serdesenvolvidas geometricamente em um triângulo retângulo chamado de triângulo daspotências.

Assim, se duas das três potências são conhecidas, a terceira pode ser determinadapelo teorema de Pitágoras.

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ExemploDeterminar as potências aparente, ativa e reativa de um motor monofásico alimentadopor uma tensão de 220 V, com uma corrente de 3,41 A circulando, e tendo um

0,8cos ====ϕ ϕϕ ϕ  .

Potência aparente3,41.V220I.VP ========  

VA750P ≅≅≅≅  

Potência ativa0,8x3,41x220cos.I.VP ======== ϕ ϕϕ ϕ   

W600P ====  

Potência reativa

202500260027502P2SQ ====−−−−====−−−−====  VAr450Q ====  

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ATERRAMENTO 

Segundo a ABNT, aterrar significa colocar instalações e equipamentos no mesmopotencial de modo que a diferença de potencial entre a terra e o equipamento sejazero.Isso e feito para que, ao se operar máquinas e equipamentos elétricos, o operador

não receba descargas elétricas do equipamento que ele está manuseando.

Portanto, o aterramento tem duas finalidades básicas: proteger o funcionamento dasinstalações elétricas e garantir a segurança do operador e do equipamento que estásendo usado.

Neste capítulo são apresentadas as técnicas de aterramento e os materiais que sãousados para esse fim. Esses conhecimentos são de fundamental importância para oeletricista de manutenção e devem ser estudados com bastante cuidado.

Para aprender com mais facilidade esse assunto, é necessário ter conhecimentos

anteriores sobre corrente e tensão elétrica.

O que deve ser aterradoEm principio, todo equipamento deve ser aterrado, inclusive as tomadas paramáquinas potentes. Veja figura a seguir.

Outros equipamentos que devem ser aterrados são:• máquinas fixas;• computadores e outros equipamentos eletrônicos;• grades metálicas de proteção de equipamentos de alta tensão;• estruturas que sustentam ou servem de base para equipamentos elétricos e

eletrodutos rígidos ou flexíveis.

ObservaçõesI. Em equipamentos eletrônicos e impressoras gráficas, o aterramento elimina os

efeitos da eletricidade estática.

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II. O aterramento para computadores deve ser exclusivo para esse tipo deequipamento.

Na prática, é comum adotar-se o conceito de massa com referência ao materialcondutor onde está contido o elemento eletrizado e que está em contato com a terra.

Assim, as bobinas de um motor, por exemplo, são os elementos eletrizados. Acarcaça, (base de ferro do motor) e a estrutura de ferro que fazem parte do conjuntoconstituem a massa, formada de material condutor.

Eletrodo de aterramentoO eletrodo de aterramento tem a função de propiciar bom contato elétrico entre a terrae o equipamento a ser aterrado. Ele é constituído por hastes de cobre ou tubosgalvanizados fincados no solo. Deve ter, no mínimo, 1,50m de comprimento.

Observação

O ponto de conexão do condutor de proteção com o eletrodo de aterramento deveráser acessível à inspeção e protegido mecanicamente.

No circuito a seguir, vê-se um transformador cujo primário e secundário estãoaterrados de modo a atender aos requisitos de funcionamento e segurança.

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Se, por acidente, o secundário entrar em contato direto com o primário, haverá umcurto-circuito através dos eletrodos de aterramento. Esse curto-circuito fará com quea tensão caia praticamente a zero. Por outro lado, a corrente de curto-circuitoprovocará a interrupção do circuito através dos fusíveis.

Corrente de fugaCorrente de fuga (ou de falta) é a corrente que flui de um condutor para outro e/ou

para a terra quando um condutor energizado encosta acidentalmente na carcaça doequipamento ou em outro condutor sem isolação.

Em quase todos os circuitos, por mais bem dimensionados que sejam, ha sempreuma corrente de fuga natural para a terra. Essa corrente é da ordem de 5 a 10 mA enão causa prejuízos à instalação.

A corrente de fuga (ou de falta) é ilustrada no diagrama abaixo no qual a carcaça deuma máquina aterrada no ponto 1 teve um contato acidental com um resistor.

Como se pode ver, a corrente passa para a massa e retoma à fonte pela terra,partindo do eletrodo 1 para o eletrodo 2.

Se no sistema o neutro e aterrado, a corrente de fuga (falta) retornará por ele comomostra o diagrama a seguir.

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Qualquer fuga de corrente, seja por meio de isolamento defeituoso ou através docorpo de pessoas ou animais, pode causar incêndios ou acidentes, muitas vezesfatais.

Se ela ultrapassar os 15 mA, pode haver riscos para o circuito, dai a necessidade dese operar com os dispositivos de segurança.

Condutores de proteçãoO aterramento de um circuito ou equipamento pode ser feito de várias formas, e paracada sistema é utilizada uma terminologia para o condutor de proteção:• condutor PE;• condutor N;• condutor PEN.

O condutor PE e aquele que liga a um terminal de aterramento principal as massas eos elementos condutores estranhos à instalação. Muitas vezes, esse condutor échamado de terra de proteção, terra de carcaça ou simplesmente condutor deproteção. A norma NBR 5410 prescreve que este condutor tenha cor verde comespiras amarelas.Como se pode ver, a corrente passa para a massa e retoma à fonte pela terra,partindo do eletrodo 1 para o eletrodo 2.

O condutor N é aquele que tem a função de neutro no sistema elétrico e tem porfinalidade garantir o correto funcionamento dos equipamentos. Esse condutor étambém denominado condutor terra funcional.

O condutor PEN tem as funções de terra de proteção e neutro simultaneamente.

A seção dos condutores para ligação a terra e determinada pela ABNT NBR 5410(tabela 53), que é apresentada a seguir.

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Seção dos condutores-fase dainstalação (mm2)

Seção mínima do condutor de proteçãocorrespondente Sp(mm2)

S 16 S

16 < S 35 16

S > 35 S/2

Sistemas de aterramento para redes de baixa tensão

Do ponto de vista do aterramento, os sistemas de distribuição de energia em baixatenção são denominados conforme determina a NBR-5410, ou seja: sistema TT;sistema TN-S; sistema TN-C; sistema IT.

O sistema TT é o sistema pelo qual o condutor de proteção serve exclusivamentepara aterramento. As massas são ligadas ao cabo que esta ligado à terra por um ouvários eletrodos de aterramento.

O sistema TN-S é um sistema com condutor neutro e condutor de proteção distintos.

No sistema TN-C, o N e o PE formam o condutor PEN com a função de neutro (N) eproteção (PE).

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ObservaçãoExistem restrições quanto ao uso desse sistema, porque oferece riscos. Em caso derompimento do condutor PEN, a massa do equipamento fica ligada ao potencial dalinha como mostra a ilustração a seguir.

Além disso, se o sistema de distribuição empregado não é conhecido, o neutro nuncadeve ser usado como terra.

No sistema IT somente a massa é aterrada, não havendo nenhum ponto dealimentação diretamente aterrado.

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Quando o sistema não oferece condições de aterramento, liga-se a massadiretamente no eletrodo de aterramento. Este pode atender a um ou maisequipamentos como mostra a ilustração a seguir.

Terramiter ou terrômetroO instrumento usado para medir a resistência de terra é chamado de terramiter outerrômetro.

A condição necessária para a medição, é que a resistência de terra de umaterramento seja de, no máximo, 2 .

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SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO 

Toda energia elétrica gerada ou transformada por meio de transformadores, deve sertransportada e distribuída de alguma forma. Para efetuar, no gerador outransformador, as ligações necessárias ao transporte e distribuição da energia, algunsdetalhes devem ser observados.

Neste capítulo serão estudados os sistemas de ligações existentes e algumasparticularidades importantes destes sistemas. Para ter bom aproveitamento nesseestudo, é necessário ter bons conhecimentos anteriores sobre geração de energiaelétrica e tensão alternada.

Tipos de sistemasO sistema de distribuição deve ser escolhido considerando-se a natureza dosaparelhos ou consumidores e os limites de utilização da fonte disponível pelodistribuidor de energia elétrica, e a tensão do sistema.

Neste capítulo serão estudados somente sistemas de baixas tensões. Por definiçãoda NBR 5473, são considerados como sendo de baixa tensão em CA, os sistemascujos valores de tensão não ultrapassem 1000 V.

A norma NBR 5410 (item 4.2.2), considera os seguintes sistemas de CA:• monofásico;• bifásico;• trifásico.

Sistema de distribuição monofásicoO sistema de distribuição monofásico é o sistema de distribuição que usa dois ou três

condutores para distribuir a energia. Enquanto os sistemas com dois condutorespodem ter duas fases, ou fase e neutro, o sistema monofásico de três condutores temduas fases e neutro.

Sistema de distribuição bifásicoNeste sistema são utilizados três condutores para a distribuição da energia. Trata-sede um sistema simétrico, ou seja, aquele no qual as senoides alcançam seus valoresmáximos e mínimos ao mesmo tempo, como pode ser observado na ilustração aseguir.

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Sistema trifásico de distribuiçãoO sistema trifásico distribui energia por meio de três ou quatro condutores, e osterminais do equipamento fornecedor (gerador ou transformador) podem serfechados, ou seja ligados, de duas formas: estrela ou triângulo.

No fechamento estrela, as extremidades 1, 2 e 3 dos grupos de bobinas fornecem asfases R, S, T, enquanto que as extremidades 4, 5 e 6 são interligadas. Observe isso

na ilustração a seguir.

No fechamento triângulo, as ligações são feitas de forma que o início de um grupode bobinas é ligado ao final de um outro grupo de bobinas. O aspecto final desse tipode ligação lembra o formato de um triângulo. Veja ilustração a seguir.

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No sistema trifásico com três condutores, as tensões entre os condutores sãochamadas de tensão de fase e têm valores iguais. As figuras que seguem ilustram osfechamentos neste sistema.

STRTRS VVV ========  

O sistema trifásico com quatro condutores apresenta além dos condutores das fases,o condutor neutro. Este sistema com ligação estrela, fornece tensões iguais entre asfases, porém a tensão entre o neutro e uma das fases é obtida com o auxílio daequação:

3

VV FF

FN ====  

Nessa igualdade,FNV é a tensão entre fase e neutro, e

FFV é a tensão entre fases.

Dizer FFV é o mesmo que dizer: RSV , ou RTV , ou STV .

Na ligação triângulo (ou delta) com quatro fios, as tensões entre as fases são iguaisporém, obtém-se o fio neutro a partir da derivação do enrolamento de uma das fases,conforme ilustração que segue.

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STRTRS VVV ==  

A utilização do fio neutro nesta ligação deve ser feito com alguns cuidados, pois, entreo fio neutro e as fases de onde ele derivou, a tensão obtida é a metade da tensãoentre as fases.

2

VFF  

SNRNFF

FN VV2

VV ============  

FNV é a tensão derivada entre fase e neutro e FFV é a tensão entre as duas fases.Porem entre o neutro e a fase não-derivada, normalmente chamada de terceira fase 

ou quarto fio (fase T), a tensão será 1,73 vezes maior que a FNV prevista nainstalação.

Logo, se esta for usada com o neutro na instalação para alimentações deequipamentos, eles provavelmente serão danificados por excesso de tensão. Atravésde um exemplo, é possível observar esta ocorrência.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

GUSSOW, Milton. Eletricidade básica. São Paulo, Makron Books. 1985.

NISKIER, Júlio. E MACINTYRE, Joseph. Instalações elétricas. Rio de Janeiro,Editora Guanabara Koogan S. A., 1992.

SENAI. Eletricista de Manutenção I – Eletricidade básica. São Paulo, 1993.

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BIBLIOGRAFIA INDICADA 

•  ESTES LIVROS COMPLEMENTAM OS CONTEÚDOS DA APOSTILA. NÃO DEIXE DE LER!

LIMA FILHO, Domingos Leite. Projetos de Instalações Elétricas Prediais. SãoPaulo, Editora Érica, 1997.

GOZZI, Giuseppe Giovanni Massimo. Circuitos Magnéticos. São Paulo, EditoraÉrica, 1997.

LOURENÇO, Antônio C. de e outros. Circuitos em Corrente Contínua. São Paulo,Editora Érica, 1996.

VAN VALKENBOURG. Eletricidade Básica Vol 1 a 5. São Paulo, Editora ao LivroTécnico, 1992.

NISKIER, Júlio e MACINTYRE, A. J. Instalações Elétricas. Rio de Janeiro, Editora

Guanabara Koogan, 1992.

GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. São Paulo, Editora Makron Books, 1985.

U. S. Navy. Eletricidade Básica. São Paulo, Editora Hemus, 1985.

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•  PARA UM APROFUNDAMENTO EM SEUS CONHECIMENTOS, LEIA:

ALBUQUERQUE, Rômulo Oliveira. Circuitos em Corrente Alternada. São Paulo,Editora Érica, 1997.

GARCIA JÚNIOR, Ervaldo. Luminotécnica. São Paulo, Editora Érica, 1996.

BOSSI, Antônio e SESTO, Ezio. Instalações Elétricas. São Paulo, Editora Hemus,1985.

COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações Elétricas. São Paulo, Editora MakronBooks, 1992.

CUNHA, Ivano J. Eletrotécnica. São Paulo, Editora Hemus, s.d.

ALBUQUERQUE, Rômulo Oliveira. Análise de Circuitos em Corrente Contínua. São Paulo, Editora Érica, 1987.

•  EDITORAS CITADAS:  Editora Érica:

Rua Jarinú, 594 –Tatuapé – São Paulo – Cep 03306-000Tel: 295-3066 – Fax: 2217-4060http://www.Érica.com.br

Editora Ao Livro Técnico:Rua Vitória, 486/496, sala 201São Paulo – Cep 01210-000Tel: 250-0009 – Fax: 223-2974

Hemus Editora LtdaRua da Glória, 312São Paulo – Cep 01510-000Tel: 279-9911 – Fax: 279-9721

Editora Makron BooksRua Tabapuã, 1348São Paulo – Cep 04533-004Tel: 820-6622 / 8528 – Fax: 828-9241http://www.Makron.com.br

Editora Guanabara Koogan, e