apostila sociologia 2 ano 2 bimestre professor

23
Professor Sociologia C C a a d d e e r r n n o o d d e e A A t t i i v v i i d d a a d d e e s s P P e e d d a a g g ó ó g g i i c c a a s s d d e e A A p p r r e e n n d d i i z z a a g g e e m m A A u u t t o o r r r r e e g g u u l l a a d d a a - - 0 0 2 2 2ª Série | 2° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série Sociologia Ensino Médio Habilidades Associadas 1. Compreender as formas de organização social das relações de trabalho em diferentes tempos históricos e culturas. 2. Compreender a divisão social do trabalho e a coexistência de diferentes relações sociais de produção, com ênfase na divisão de classes no modo de produção capitalista. 3. Perceber a complexidade das transformações no mundo do trabalho e refletir sobre as consequências dessas transformações no padrão de acumulação capitalista.

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Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ.

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  • Professor

    Sociologia

    CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess

    PPeeddaaggggiiccaass ddee

    AApprreennddiizzaaggeemm

    AAuuttoorrrreegguullaaddaa -- 0022 22 SSrriiee || 22 BBiimmeessttrree

    Disciplina Curso Bimestre Srie

    Sociologia Ensino Mdio 2 2

    Habilidades Associadas

    1. Compreender as formas de organizao social das relaes de trabalho em diferentes tempos histricos e culturas.

    2. Compreender a diviso social do trabalho e a coexistncia de diferentes relaes sociais de produo, com nfase na diviso de classes no modo de produo capitalista.

    3. Perceber a complexidade das transformaes no mundo do trabalho e refletir sobre as consequncias dessas transformaes no padro de acumulao capitalista.

  • 2

    A Secretaria de Estado de Educao elaborou o presente material com o intuito de estimular o

    envolvimento do estudante com situaes concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

    colaborativa e construes coletivas entre os prprios estudantes e respectivos tutores docentes

    preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

    A proposta de desenvolver atividades pedaggicas de aprendizagem autorregulada mais uma

    estratgia pedaggica para se contribuir para a formao de cidados do sculo XXI, capazes de explorar

    suas competncias cognitivas e no cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

    autnoma, por meio dos diversos recursos bibliogrficos e tecnolgicos, de modo a encontrar solues

    para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

    Estas atividades pedaggicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

    habilidades e competncias nucleares previstas no currculo mnimo, por meio de atividades

    roteirizadas. Nesse contexto, o tutor ser visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem

    efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

    Destarte, as atividades pedaggicas pautadas no princpio da autorregulao objetivam,

    tambm, equipar os alunos, ajud-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

    a tomar conscincia dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prtica.

    Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observao e autoanlise, ele passa ater maior

    domnio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno j domina, ser possvel contribuir para

    o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

    ferramentas da autorregulao.

    Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princpio da autorregulao, contribui-se

    para o desenvolvimento de habilidades e competncias fundamentais para o aprender-a-aprender, o

    aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

    A elaborao destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulao Curricular, da

    Superintendncia Pedaggica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

    estadual. Este documento encontra-se disponvel em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

    de que os professores de nossa rede tambm possam utiliz-lo como contribuio e complementao s

    suas aulas.

    Estamos disposio atravs do e-mail [email protected] para quaisquer

    esclarecimentos necessrios e crticas construtivas que contribuam com a elaborao deste material.

    Secretaria de Estado de Educao

    Apresentao

  • 3

    Caro Tutor,

    Neste caderno, voc encontrar atividades diretamente relacionadas a algumas

    habilidades e competncias do 2 Bimestre do Currculo Mnimo de Sociologia da 2

    Srie do Ensino Mdio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o perodo

    de um ms.

    A nossa proposta que voc atue como tutor na realizao destas atividades

    com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as

    trocas de conhecimentos, reflexes, dvidas e questionamentos que venham a surgir no

    percurso. Esta uma tima oportunidade para voc estimular o desenvolvimento da

    disciplina e independncia indispensveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de

    nossos alunos no mundo do conhecimento do sculo XXI.

    Neste Caderno de Atividades, o aluno vai aprender o que trabalho e os

    diferentes significados e formas de organizao do trabalho nos diversos contextos scio

    histricos. Este tema fundamental para a Sociologia. O foco das aulas ser nas relaes

    de trabalho na sociedade moderna capitalista.

    Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas

    relaes diretas com todos os materiais que esto disponibilizados em nosso portal

    eletrnico Conexo Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedaggico para o

    Professor Tutor.

    Este documento apresenta 03 (trs) aulas. As aulas podem ser compostas por

    uma explicao base, para que voc seja capaz de compreender as principais ideias

    relacionadas s habilidades e competncias principais do bimestre em questo, e

    atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As

    Atividades so referentes a um tempo de aula. Para reforar a aprendizagem, prope-

    se, ainda, uma avaliao e uma pesquisa sobre o assunto.

    Um abrao e bom trabalho!

    Equipe de Elaborao

  • 4

    Introduo .......................................................................................................... 3

    Objetivos Gerais ................................................................................................... 5

    Materiais de Apoio Pedaggico ........................................................................... 5

    Orientao Didtico-Pedaggica ......................................................................... 6

    Aula 1: O que trabalho?..................................................................................... 7

    Aula 2: A diviso do trabalho na sociedade moderna ....................................... 10

    Aula 3: A organizao dos processos de produo ............................................ 13

    Avaliao ............................................................................................................ 16

    Pesquisa .............................................................................................................. 21

    Referncias ......................................................................................................... 22

    Sumrio

  • 5

    No 2 bimestre da 2 do Ensino mdio o contedo abordado Trabalho,

    sociedade e capitalismo. O tema trabalho fundamental na Sociologia e desperta o

    interesse do aluno, pois um tema diretamente relacionado com a sua realidade de

    estudante trabalhador ou de quem se prepara para entrar no mercado de trabalho.

    Por isso, buscamos desenvolver no aluno a compreenso das formas de organizao

    social das relaes de trabalho em diferentes tempos histricos e culturas bem como a

    diviso social do trabalho. Pretendemos levar o aluno a perceber a complexidade

    das transformaes no mundo do trabalho e a refletir sobre as consequncias dessas

    transformaes no padro de acumulao capitalista

    No portal eletrnico Conexo Professor, possvel encontrar alguns materiais

    que podem auxili-los. Voc pode acessar os materiais listados abaixo atravs do link:

    http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/cm_materia_periodo.asp?M=10&P=6A

    Orientaes

    Pedaggicas do CM

    Orientaes Pedaggicas 2 Bimestre

    Recursos Digitais 2 Bimestre

    Orientaes Metodolgicas - Autonomia 2 Bimestre

    Materiais de Apoio Pedaggico

    Objetivos Gerais

  • 6

    Para que os alunos realizem as atividades referentes a cada dia de aula,

    sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no

    Caderno do Aluno:

    1 - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa

    compreend-lo sem o auxlio de um professor.

    2 - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na pgina 3.

    3 - Reproduza as atividades para que os alunos possam realiz-las de forma

    individual ou em dupla.

    4 - Se houver possibilidade de exibir vdeos ou pginas eletrnicas sugeridas na

    seo Materiais de Apoio Pedaggico, faa-o.

    5 - Pea que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos

    abordados no texto base.

    6 - Aps a leitura do material, os alunos devem resolver as questes propostas

    nas ATIVIDADES.

    7 - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas

    com toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala

    para que os alunos possam verificar se acertaram as questes propostas na Atividade.

    Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementao.

    Orientao Didtico-Pedaggica

  • 7

    Caro aluno, neste bimestre falaremos de um assunto muito interessante: do

    Trabalho! A sociologia h muito tempo estuda este tema investigando as diferentes

    organizaes do trabalho e as diferentes formas de relaes de trabalho ao longo do

    tempo. Mas o que o trabalho? Trabalho toda atividade humana, remunerada ou

    no remunerada, que tem como objetivo a produo de um objeto ou de um servio

    para a satisfao humana. Mas para a Sociologia o trabalho no visto somente como

    uma forma de subsistncia, ou seja, como um meio de ganhar um salrio para

    sobreviver. mais do que isso. Observe tudo a sua volta: o texto que voc est lendo,

    o lpis que pode estar segurando neste momento, sua blusa, tnis as paredes e

    cadeiras da sua sala de aula, enfim, tudo a sua volta fruto do trabalho humano!

    Por meio do trabalho o homem transforma o mundo e a si mesmo.

    Imagem disponvel em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25737

    Acesso em 25 de agosto de 2013.

    Voc j observou que, na sociedade moderna, muitas pessoas passam mais

    tempo no trabalho do que em casa? Na sociedade em que vivemos o trabalho ocupa

    uma posio central na vida das pessoas. No livro Sociologia um olhar crtico, Arajo

    (2009) faz um comentrio interessante sobre a centralidade do trabalho na sociedade

    moderna. Vejamos:

    Um dos significados do trabalho nas sociedades ocidentais est em ter passado

    a conferir uma identidade social ao homem e a ser um dos elementos constitutivos do

    seu eu. Prova disso est em quando as pessoas nos perguntam quem somos e temos a

    Aula 1: O que trabalho?

  • 8

    tendncia de responder o que fazermos, isto , a nossa ocupao. Se somos

    estudantes, significa que estamos nos preparando para o mercado de trabalho.

    Geralmente, a primeira pergunta a algum que quer conhecer outra pessoa o que ela

    faz na vida. como se o trabalho falasse pelo indivduo.

    ARAJO, Silva Maria de. et al. Sociologia: um olha crtico So Paulo: Contexto, 2009. p. 48

    interessante notar como realmente, por diversas vezes, nos identificamos

    pela ocupao que temos. Certamente, ao te perguntarem quem voc, por vezes

    at mesmo sem perceber, voc respondeu que era estudante, mecnico, enfermeiro

    ou dona de casa. Podemos perceber que algumas pessoas quando ficam sem trabalho,

    ou seja, desempregadas, sentem-se perdidas, desorientadas e com medo de ficar

    muito tempo sem uma ocupao, poderamos dizer, sem uma funo que lhes desse

    um lugar na sociedade.

    Disponvel em http://www.tribunahoje.com/noticia/66989/economia/2013/06/17/conheca-as-10-

    profisses-mais-infelizes-com-salarios-de-ate-r-21-mil.html Acesso em 25 de agosto de 2013.

    Mas ser que o trabalho foi sempre to importante assim? O trabalho sempre

    foi um tema importante, mas o seu significado no foi sempre o mesmo em todas as

    pocas e nem em todas as sociedades. O socilogo Tomazi (2010) nos conta que nas

    sociedades tribais todos fazem quase tudo, ou seja, a diviso e a organizao do

    trabalho so diferentes. Nestas sociedades no h a separao entre os ritos, mitos,

    festas, artes, e o trabalho como a caa, a coleta, agricultura e a criao. Na antiguidade

    o trabalho era visto como alguma coisa indigna, reservada aos escravos. Hoje, ao

    contrrio, o trabalho visto como uma qualidade! Voc j ouviu a frase: o trabalho

    dignifica o homem, ou algum dizer fulano boa pessoa, pois trabalhador?

    Percebeu como o significado do trabalho muda de acordo com a sociedade e o

    contexto social e histrico?

  • 9

    1) Vimos na aula que o tema trabalho central na Sociologia. Explique, com suas

    palavras e baseado na sua leitura, porque o trabalho na sociedade moderna to

    importante.

    Comentrio: esperamos que nesta questo o aluno mostre ter compreendido que o

    trabalho central na sociedade moderna e vai alm de um meio de sobrevivncia

    sendo, inclusive, fonte de identidade social.

    2) Ao definir trabalho, o socilogo Anthony Giddens escreveu o seguinte:

    Para a maioria de ns o trabalho ocupa um espao maior da vida do que qualquer

    outro tipo de atividade. comum associarmos a noo de trabalho a uma atividade

    maante o a um conjunto de tarefas que queremos minimizar e do qual, se possvel

    procuramos escapar. No entanto, h mais implicaes no trabalho do que nessa

    atividade maante; no fosse assim, as pessoas no se sentiriam to perdidas e

    desorientadas ao ficarem desempregadas. Como voc se sentiria se imaginasse que

    nunca mais arranjaria um emprego? Nas sociedades modernas, ter um emprego

    importante para manter a autoestima.

    GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. Ed. Porto Alegre: Artimed, 2005. Pgina 306.

    Voc concorda com o que ele escreveu? Por qu?

    Comentrio: esta questo pessoal. Ao responde-la, esperamos que a aluno

    argumente sobre o significado do trabalho na sociedade moderna.

    Atividade Comentada 1

  • 10

    Imagem da cena do filme de Charles Chaplin Tempos Modernos de 1936.

    Disponvel em http://www.sociologia.com.br/sociologia-do-trabalho/ Acesso em 25 de agosto de 2013.

    Conforme vimos na aula anterior, a forma de pensar e organizar o trabalho no

    foi sempre a mesma nas diferentes pocas. Nas sociedades tradicionais, as pessoas

    que no trabalhavam com a agricultura dominavam um ofcio, como carpinteiro, por

    exemplo. O aprendizado deste ofcio era longo e o trabalhador quando produzia um

    objeto participava de todo o processo de produo deste objeto, do incio ao fim. Um

    sapateiro que fosse produzir um sapato, por exemplo, cortava o couro, colocava a sola

    e costurava todo o sapato. Com o surgimento da sociedade moderna algumas

    transformaes importantes aconteceram.

    Com o avano do processo de produo industrial moderna, a maioria dos

    ofcios tradicionais desapareceu completamente. No contexto da produo industrial

    era necessria a produo em larga escala, ou seja, o objetivo era produzir em massa

    para um grande nmero de pessoas e, para isso, o processo de produo precisava

    mudar. O trabalho agora passa a ser dividido em ocupaes e funes diferentes de

    modo que um trabalhador ao produzir um objeto se especializa em uma parte do

    processo de produo. A diviso do trabalho e a produo em massa so algumas das

    principais caractersticas da organizao do trabalho na sociedade moderna.

    Quando estas transformaes aconteceram, dois socilogos muito importantes

    para a Sociologia chamados Durkheim e Marx tentavam compreender estas mudanas

    Aula 2: A diviso do trabalho na sociedade moderna

  • 11

    e se perguntavam: como a diviso do trabalho influencia as mudanas nas relaes de

    trabalho? Como se d a organizao do trabalho na sociedade moderna capitalista?

    Cada um deu respostas distintas para estas e outras questes.

    Para Durkheim, o aumento da diviso do trabalho na sociedade moderna

    serviria para fortalecer a solidariedade. Para ele esta diviso do trabalho fazia com que

    os trabalhadores tornassem-se mais dependentes um do outro j que no era mais

    possvel trabalhar isolado no processo de produo e esta dependncia teria o

    potencial de criar uma nova solidariedade que contribui para que a sociedade seja

    mais integrada, mais coesa.

    Disponvel em http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Durkheim Acesso em 25 de agosto 2013.

    Marx apresenta um ponto de vista de vista diferente do de Durkheim. Para ele

    a diviso do trabalho contribui para que os donos dos meios de produo, ou seja, os

    donos das fbricas e patres possam produzir mais com menos custo e, logo, lucrar

    mais! De acordo com o ponto de vista de Marx, quando o trabalhador passa a ser

    assalariado e no participa mais de todo o processo de produo de um produto ele

    perde o controle do seu trabalho. Nesta situao, segundo Marx, o trabalhador se v

    obrigado a fazer tarefas montonas, repetitivas diminuindo sua criatividade. Desse

    modo, o trabalhador no ser realiza mais em seu prprio trabalho que passa a ser

    somente um meio de sobrevivncia. Marx vai chamar esse processo de alienao.

    Com a diviso do trabalho os

    indivduos dependem mais

    uns dos outros e cria assim

    uma nova solidariedade: a

    solidariedade orgnica!

  • 12

    1) Explique, com suas palavras, as mudanas da forma de organizao do trabalho da

    sociedade tradicional para a sociedade moderna.

    Comentrio: Esperamos que o aluno aponte as principais mudanas da forma de

    organizao do trabalho na sociedade tradicional para a sociedade moderna tais

    como a especializao das funes, a diviso do trabalho, a produo em massa.

    2) Na aula, vimos que os socilogos podem ter pontos de vistas diferentes sobre o

    mesmo fenmeno social, como no caso da diviso do trabalho, por exemplo. Com qual

    explicao voc mais se identificou? Por qu?

    Comentrio: Esta resposta pessoal. Esperamos que o aluno argumente sobre o

    ponto de vista de Durkheim e Marx sobre os efeitos da crescente diviso do

    trabalho.

    Atividade Comentada 2

    Os patres conseguem seus lucros por

    meio da explorao dos trabalhadores!

    O empregado produz mais do que ele

    recebe. O que produzido a mais vai

    para as mos dos donos dos meios de

    produo e se chama mais-valia!

  • 13

    Caro aluno, nesta ltima aula vamos lhe apresentar algumas formas de

    organizao dos processos de produo. A primeira ficou conhecida o sistema fordista-

    taylorista.

    Surgiu no sculo XX, uma forma de organizar o trabalho pensada por Frederick

    Taylor (1856 1915) que tinha como objetivo tornar a produo o mais eficiente

    possvel para alcanar maiores rendimentos. Taylor estudou detalhadamente os

    processos industriais para dividi-los em operaes simples que pudessem ser

    cronometradas e muito bem controladas de forma que o trabalhador pudesse

    aumentar o nvel de produtividade. A tcnica de Taylor foi empregada por muitas

    indstrias e ficou conhecida como taylorismo.

    Os princpios de organizao taylorista foram adotados por um industrial

    chamado Henry Ford (1836-1974) em sua fbrica de automveis em 1913. O Objetivo

    de Ford era a produo em massa para consumo em larga escala. Para conseguir

    alcanar seu objetivo, Ford introduziu em sua indstria a linha de montagem com

    esteira rolante que possibilitava que os trabalhadores realizassem apenas uma tarefa

    especfica de forma repetitiva e padronizada. Imagine que voc na linha de montagem

    de um carro fosse responsvel apenas por apertar um parafuso, por exemplo. A

    juno das ideias de Taylor e da forma de produo de Ford caracterizam o sistema

    que ficou conhecido como fordismo-taylorismo.

    Disponvel em

    http://www.brasilescola.com/historiag/alienac

    ao-revolucao-industrial.htm Acesso em 25 de

    agosto 2013.

    Disponvel em

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Fordismo Acesso

    em 25 de agosto de 2-13.

    Aula 3: A organizao dos processos de produo

  • 14

    Porm, esse sistema comea a entrar em declnio nos anos de 1970 e outras

    formas de organizao do trabalho surgem, como o que ficou conhecido como o ps-

    fordismo, por exemplo. O ps-fordismo tem caractersticas diferentes do modelo

    fordista-taylorista. Uma das diferenas que neste novo modelo o investimento no

    tem mais o foco na produo em massa de produtos padronizados. Agora, o dono da

    indstria vai pensar em produtos mais variados e diversificados, por isso, uma

    caracterstica importante deste modelo a produo flexvel. Novas formas de

    tecnologia so empregadas e exige-se do trabalhador que ele tenha habilidade de

    executar diferentes tarefas e trabalhe em equipe. A produo flexvel tambm vai

    influenciar no mercado de trabalho. Cresce o nmero de contratos temporrios, por

    exemplo, j que, agora, o dono da indstria passa a contratar tambm de forma mais

    flexvel, dependendo da necessidade de sua produo.

    Produo de acordo com a demanda

    Imagem disponvel em http://www.brasilescola.com/geografia/toyotismo-acumulacao-flexivel.htm

    Acesso em 25 de agosto de 2013.

    1) Ao falar sobre o modelo fordista-taylorista, o socilogo Anthony Giddens cita a

    seguinte descrio da diviso do trabalho em uma fbrica de alfinetes:

    Trabalhando sozinha, uma pessoa talvez conseguisse produzir 20 alfinetes por dia.

    Porm, dividindo-se essa tarefa em diversas operaes simples, se 10 empregados

    executassem funes especializadas em cooperao mtua, produziriam coletivamente

    48 mil alfinetes por dia. Ou seja, a mdia de produo por empregado aumentaria de

    20 para 4.800 alfinetes; cada operador especialista produziria 240 vezes mais que se

    trabalhasse sozinho.

    GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. Ed. Porto Alegre: Artimed, 2005. Pgina 312.

    Atividade Comentada 3

  • 15

    Questo: Explique, com suas palavras, as caractersticas do modelo fordista-taylorista

    utilizando como exemplo o texto acima.

    Comentrio: esperamos que o aluno relacione o texto acima com algumas

    caractersticas do modelo de produo fordista-taylorista tais como: a diviso de

    tarefas, especializao de funes, produo em larga escala.

    2) Vimos que uma das caractersticas da modelo ps-fordista tambm conhecido como

    modelo de produo flexvel o crescimento da contratao temporria de

    trabalhadores. Reflita e escreva a sua opinio sobre esta e as outras caractersticas

    deste modelo apontadas no texto base da aula.

    Comentrio: esta resposta pessoal. Esperamos que aluno observe em sua realidade

    o crescimento no nmero de contratos temporrios, a flexibilizao ou a produo

    por exemplo, e relacione com as caractersticas do modelo de produo flexvel.

  • 16

    Caro professor aplicador, sugerimos algumas diferentes formas de avaliar as

    turmas que esto utilizando este material:

    1 Possibilidade: as disciplinas nas quais os alunos participam da Avaliao do

    Saerjinho, pode-se utilizar a seguinte pontuao:

    Saerjinho: 2 pontos

    Avaliao: 5 pontos

    Pesquisa: 3 pontos

    2 Possibilidade: As disciplinas que no participam da Avaliao do Saerjinho,

    podem utilizar a participao dos alunos durante a leitura e execuo das atividades

    do caderno como uma das trs notas. Neste caso teramos:

    Participao: 2 pontos

    Avaliao: 5 pontos

    Pesquisa: 3 pontos

    1) Explique quais so as principais caractersticas do trabalho na sociedade moderna

    capitalista.

    Comentrio: Esperamos que aluno aponte e explique a diviso do trabalho e a

    produo em massa.

    2) Para Karl Marx, no processo de produo capitalista, o trabalhador se separa dos

    meios de produo e no reconhece mais o produto de seu prprio trabalho. Marx

    chama esse processo de alienao. Explique um dos efeitos da alienao descrita por

    Marx presente na charge seguinte:

    Avaliao

  • 17

    Disponvel em: http://blogfilosofiaevida.com/index.php/category/tirinhas-e-charges/ Acesso em 02 de agosto de

    2013.

    Comentrio: Esperamos que o aluno perceba que na charge a motivao da

    funcionria sobretudo seu salrio. Isto aponta que o trabalho para ela uma forma

    de sobrevivncia e no de realizao. Ou seja, a charge ilustra uma situao de

    alienao no momento em que o trabalho no mais fonte de reconhecimento

    sendo somente uma forma de sobrevivncia.

    3) (UEL - 2008) Segundo Braverman: O mais antigo princpio inovador do modo capitalista de produo foi a diviso manufatureira do trabalho [...] A diviso do trabalho na indstria capitalista no de modo algum idntica ao fenmeno da distribuio de tarefas, ofcios ou especialidades da produo [...]. (BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Traduo Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. p. 70.)

    O que difere a diviso do trabalho na indstria capitalista das formas de distribuio

    anteriores do trabalho?

    a) A formao de associaes de ofcio que criaram o trabalho assalariado e a

    padronizao de processos industriais.

    b) A realizao de atividades produtivas sob a forma de unidades de famlias e

    mestres, o que aumenta a produtividade do trabalho e a independncia individual de

    cada trabalhador.

    c) O exerccio de atividades produtivas por meio da diviso do trabalho por idade e

    gnero, o que leva excluso das mulheres do mercado de trabalho.

  • 18

    d) O controle do ritmo e da distribuio da produo pelo trabalhador, o que resulta

    em mais riqueza para essa parcela da sociedade.

    e) A subdiviso do trabalho de cada especialidade produtiva em operaes limitadas, o

    que conduz ao aumento da produtividade e alienao do trabalhador.

    Resposta correta: E Para responder a questo o aluno deve ter conhecimentos

    bsicos das caractersticas do trabalho na indstria tais como o aumento do

    parcelamento de tarefas, introduo da linha da montagem e alienao.

    4) (Ufu 2011) Podemos entender o fordismo como uma forma de acumulao do

    capital que ocorreu no contexto da luta de classes, envolvendo controle e resistncia

    no local de trabalho, assim como um conjunto de relaes socioculturais, polticas e

    educacionais.

    A partir da anlise do texto acima, correto afirmar que o fordismo

    corresponde a:

    a) uma forma de organizao do trabalho social, datada historicamente, prescindindo

    da figura do Estado e estabelecendo a livre negociao entre capital e trabalho.

    b) uma forma de organizao da produo e do trabalho que vem possibilitando

    grande expanso e acumulao do capital nos dias atuais, particularmente ao longo da

    dcada de 1990, caracterizado pelo consumo flexvel.

    c) uma forma de organizao do trabalho social que sempre existiu na sociedade

    capitalista e que envolve um compromisso entre capital e trabalho mediado pelo

    Estado.

    d) uma forma de organizao do trabalho social, datada historicamente, que envolveu

    um compromisso entre capital e trabalho mediado pelo Estado o qual buscou

    assegurar renda e consumo para uma significativa parcela da classe trabalhadora.

    Resposta correta: D Uma das caractersticas do contexto de desenvolvimento do

    fordismo interveno do Estado como regulador, por isso, a letra D a correta.

  • 19

    5) (Ufpa 2011) Considere a letra da msica Cidado, interpretada por Z Ramalho e

    composta por Lcio Barbosa, abaixo transcrita:

    Cidado

    T vendo aquele edifcio moo Ajudei a levantar Foi um tempo de aflio Eram quatro conduo Duas pr ir, duas pr voltar Hoje depois dele pronto Olho pr cima e fico tonto Mas me vem um cidado E me diz desconfiado Tu t a admirado? Ou t querendo roubar? Meu domingo t perdido Vou pr casa entristecido D vontade de beber E pr aumentar meu tdio Eu nem posso olhar pro prdio Que eu ajudei a fazer...

    Com base na leitura do texto, avalie as afirmaes a seguir:

    I. No h acesso aos bens produzidos pelos trabalhadores brasileiros.

    II. H condies precrias de trabalho dos trabalhadores brasileiros.

    III. H preconceito existente em relao s pessoas que no possuem condies de se

    trajarem dignamente.

    IV. A sociedade brasileira uma sociedade justa, onde todos tm os mesmos direitos

    educao, sade e moradia.

    So corretas somente as afirmaes:

    a. I, II e III.

    b. III e IV.

    c. I, III.

    d. II e IV.

    e. II e III.

  • 20

    Resposta correta: A. De todas as alternativas apresentadas a de nmero IV a que

    est incorreta j que afirma que somos uma sociedade justa que garante os direito

    de sade, educao a todos os cidados. A alternativa est incorreta pois, embora

    todos os cidados tenham formalmente os seus direitos garantidos, na prtica uma

    parcela significativa da populao no tm seus exerce plenamente seus direitos por

    vrios motivos, entre eles a pobreza e a excluso social.

  • 21

    Caro aluno, agora que j estudamos todos os principais assuntos relativos ao 2

    bimestre, hora de aprofundar mais seus conhecimentos. Ento, vamos l?

    Com seus colegas, formando um grupo de 3 alunos, pesquisem alguns

    classificados de empregos, notcias e reportagens sobre o mercado de trabalho atual

    no Brasil. Renam o material encontrado e identifiquem nos classificados, anncios e

    notcias caractersticas do modelo de acumulao flexvel, tais como: exigncia de

    qualificao e habilidade para exercer vrias funes, contratao temporria,

    terceirizao do trabalho entre outras que vocs tambm podem pesquisar. Como tais

    caractersticas apareceram?

    ATENO: No se esquea de identificar as Fontes de Pesquisa, ou seja, o nome dos

    livros e sites nos quais foram utilizados.

    (Fazer esta parte da atividade em uma folha separada!)

    Pesquisa

  • 22

    [1] ARAJO, Silva Maria de. et al. Sociologia: um olha crtico So Paulo: Contexto, 2009. [2] GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. Ed. Porto Alegre: Artimed, 2005. Pgina.

    [3] TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino mdio. 2. Ed. So Paulo: Saraiva

    2010.

    Referncias

  • 23

    COORDENADORES DO PROJETO

    Diretoria de Articulao Curricular

    Adriana Tavares Maurcio Lessa

    Coordenao de reas do Conhecimento

    Bianca Neuberger Leda Raquel Costa da Silva Nascimento

    Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

    Ivete Silva de Oliveira Marlia Silva

    PROFESSORES ELABORADORES

    Flvia Vidal Magalhes Fernando Frederico de Oliveira

    Equipe de Elaborao