apostila sistemas estruturais - aula 01

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CURSO: ENGENHARIA CIVIL PROF. REGINA LUCIA COSTA DIAS Página 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS

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apostila sistemas estruturais.

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CURSO: ENGENHARIA CIVIL 

 

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SISTEMAS ESTRUTURAIS 

   

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APRESENTAÇÃO  

Esta  Apostila  tem  como  objetivo  principal  guiar  os  estudos  e  orientar  o  aluno  para  o 

acompanhamento dos assuntos a serem  tratados em sala de aula. Serve basicamente como um 

roteiro  e  nela  serão  apresentados  todos  os  exercícios  que  serão  apresentados  na  aula.  Em 

nenhum  momento  deverão  ser  desconsideradas  as  bibliografias  apresentadas  no  PLANO  DE 

ENSINO. 

 

   

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PLANO DE ENSINO  

Fixar  conceitos  relativos  à  concepção e  cálculo estrutural para projetos  arquitetônicos e execução de obras de concreto armado. 

Conhecer os elementos que compõem os sistemas estruturais em concreto armado. Conhecer os tipos de estruturas que podem ser utilizados em diversos tipos de edificações. Pré‐dimensionar Elementos Estruturais de Concreto  Conceber  Tipologias  Estruturais  em  Concreto  Armado  para  Aplicações  em  Projetos 

Arquitetônicos de Obras Civis.  CONTEÚDO PROGRAMÁTICO  

1) Estudo de vigas – critérios de cálculo e pré‐dimensionamento. 2) Estudo de pilares – critérios de cálculo e pré‐dimensionamento. 3) Estudo de lajes – critérios de cálculo e pré‐dimensionamento. 4) Estrutura de edifícios – núcleo de rigidez e efeitos do vento. 5) Edificações de alvenaria estrutural – Projeto, modulações e especificações. 

 BIBLIOGRAFIA:  

Carvalho, R.C.; Pinheiro, L.M. “Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado”, Volume 1 e 2, 1a Edição, Editora PINI, São Paulo, 2009. 

Fusco, P. B. “Técnica de Armar as Estruturas de Concreto”, 1a Edição, Editora PINI, São Paulo, 1995‐2006. 

Leonhardt, F.; Monnig, E. “Construções de Concreto”, Volumes (1, 2, 3, 4, 5 e 6), Editora Interciência, Rio de Janeiro, 1983. 

   

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AULA 01   

I – INTRODUÇÃO   

1.1 Definição  

Sistema  estrutural  é  a  combinação  de  elementos  estruturais  que  possui  a  finalidade  de receber e transmitir os efeitos das ações sofridas para o solo. 

Elementos estruturais são peças que compõem uma estrutura e de modo geral possuem uma ou duas dimensões preponderante sobre as outras. 

Os elementos estruturais que farão parte do estudo desta disciplina serão as lajes, as vigas os pilares, e ainda, os blocos de alvenaria estrutural. 

Os  elementos  estruturais  são  associados  de  forma  que  cada  um  transmita  ao  outro  as  ações recebidas,  sendo  que  alguns  comportamentos  dessa  associação  independem  do material  utilizado, mas somente da forma como estes elementos são associados. 

Como  se  torna muito complexa uma análise completa da associação destes elementos é utilizado para o cálculo a técnica de discretização, que consiste em desmembrar os elementos da estrutura cujos comportamentos podem ser admitidos como já conhecidos e de fácil estudo. 

 1.2 Normas Técnicas 

 

A seguir são relacionadas as normas técnicas que são indispensáveis ao presente estudo.  

NBR 6118:2014 (cancela e substitui a versão de 2007): projeto de estrutura de concreto – procedimentos  NBR 6120:1980 (versão corrigida de 2000): cargas para cálculo de estrutura de edificações ‐ 

procedimentos  NBR  8681:2003  (versão  corrigida  de  2004):  ações  e  segurança  nas  estruturas  ‐ 

procedimentos  NBR  6123:1988  (versão  corrigida  2  de  2013):  forças  devidas  ao  vento  em  edificações  – 

procedimentos  NBR 14931:2004: execução de estruturas de concreto – procedimentos  NBR 9062:2006: projeto e execução de estruturas de concreto pré‐moldado  NBR 15200:2012: projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio  NBR 15421:2006: projeto de estruturas resistentes a sismos – procedimento  NBR 7480:2007: Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado 

 1.3 NBR 6118:2014  

A  NBR  6118:2014  é  a  norma  que  estabelece  os  requisitos  básicos  para  os  projetos  de estruturas  de  concreto  simples,  armado  e  protendido,  excluindo  os  projetos  que  empregam concreto leve, pesado ou outros especiais. 

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A NBR 6118:2014 aplica‐se às estruturas de concreto normais, que de acordo com a NBR 8953,  são classificados em dois grupos conforme a variação de  resistência à compressão  (fck) e tabelas a seguir:    Tabela 1 – Classes de resistência do Grupo I 

Grupo  I  de resistência 

Resistência característica  a compressão (MPa) 

C20  20 

C25  25 

C30  30 

C35  35 

C40  40 

C45  45 

C50  50  

Tabela 2 – Classes de resistência do Grupo II 

Grupo  I  de resistência 

Resistência característica  a compressão (MPa) 

 C55  55 

   

C60  60 

   

C70  70 

   

C80  80 

   

C90  90  

 Para  um  melhor  entendimento  da  norma  devemos  conhecer  alguns  dos  termos  e 

definições da norma.  

1.3.1 Definições de concreto estrutural  Concreto  estrutural  –  refere‐se  ao  espectro  completo  das  aplicações  do  concreto  como 

material estrutural. Elementos de concreto simples estrutural – elementos estruturais com concreto que não 

possuem qualquer  tipo de armadura ou que possuem uma quantidade de armadura  inferior ao mínimo exigido de acordo com a exigência do item 17.3.5.3.1 e a tabela 17.3 da NBR 6118:2014. 

Elementos de concreto armado – o comportamento estrutural depende da aderência entre o  concreto e a armadura e onde os esforços não  são  transmitidos  integralmente às armaduras antes da materialização dessa aderência. 

Elementos  de  concreto  protendido  –  são  elementos  onde  parte  das  armaduras  são previamente  alongadas  por  equipamentos  especiais  de  protensão,  com  a  finalidade  de  em condições de serviço,  impedir ou  limitar a fissuração e os deslocamentos da estrutura e ainda de permitir o melhor aproveitamento de aços de alta resistência no estado limite último. 

Junta de dilatação – é qualquer interrupção do concreto que possua a finalidade de reduzir as  tensões  internas  que  possam  de  algum modo,  impedir  qualquer  tipo  de movimentação  da estrutura. 

Junta de dilatação parcial – redução da espessura do concreto em uma espessura maior ou igual a 25% da seção do concreto. 

 1.3.2 Definições de estados‐limites  

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estado‐limite  ultimo  (ELU)  –  está  relacionado  ao  colapso,  ou  seja,  quando  atingido, determina a paralisação do uso da estrutura. 

estado‐limite  de  formação  de  fissuras  (ELS‐F)  –  relacionado  ao  início  da  formação  de fissuras. 

estado‐limite de abertura de fissuras (ELS‐W) – neste estado as aberturas das fissuras são iguais aos máximos especificados nos itens 13.4.2 e 17.3.3 da NBR 6118:2014. 

estado‐limite de deformações excessivas (ELS‐DEF) – neste estado as deformações atingem os limites especificados nos itens 13.3 e 17.3.2 da NBR 6118:2014 para utilização normal. 

estado‐limite  de  vibrações  excessivas  (ELS‐VE)  –  onde  as  vibrações  atingem  os  limites estabelecidos para a utilização normal da construção. 

estado‐limite de descompressão (ELS‐D), estado‐limite de descompressão parcial (ELS‐DP), estado‐limite de compressão excessiva (ELS‐CE), são normalmente verificados e considerados nos cálculos das estruturas protendidas, que não é objeto de nosso estudo.     

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2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS  

Concreto é igual à mistura de água, cimento, agregado graúdo e agregado miúdo.  A forma como estes elementos se associam são definidas como:  

Pasta: água e cimento;  Argamassa: pasta e agregado miúdo;  Concreto: argamassa e agregado graúdo;  Microconcreto: onde o agregado graúdo se encontra em dimensões reduzidas;  Concreto  de  alto  desempenho:  concreto  em  que  o  Fck  é  superior  a  40 MPa,  chamado 

anteriormente de  concreto de alta  resistência, nome alterado por  causa da melhoria de outras propriedades e aumentar a durabilidade da estruturas. Necessário  incorporar nele microsílica e aditivos químicos.  

Pelo  fato do  concreto possuir  alta  resistência  à  compressão e baixa  resistência  à  tração (1/10  do  valor  de  compressão),  tornou‐se  necessário  associá‐lo  a  outro  elemento  que  não permitisse o seu colapso quando submetido a esforços de tração. Após estudos verificou‐se que o aço  grande  resistência  à  tração  e  que  consegue  aderir  ao  concreto  formando  deste modo  um conjunto  coeso,  onde  o  concreto  resiste  aos  esforços  de  compressão  e  o  aço  aos  esforços  de tração. 

 

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No entanto, algumas considerações deverão ser feitas para que a durabilidade da estrutura seja garantida: 

 

Identificar a região em que a estrutura será construída e em que condições será utilizada, definindo a classe de agressividade ambiental (CAA) e a classificação de acordo com a Tabela 6.1 da NBR 6118:2014;  Definir, a partir do CAA, o valor mínimo de resistência característica do concreto (fcK) e o 

valor máximo do fator água/cimento (A/C), fornecido pela Tabela 7.1 da NBR 6118:2014;  Por meio da CAA, determinar o cobrimento mínimo da armadura que deve ser empregado, 

tabela 7.2 da NB 6118:2014;  Identificar o uso do edifício cuja estrutura será calculada; assim, fica definido o valor de Ψ1 

(psi )fornecido pela Tabela 11.2 da NBR 6118:2014  Verificar se a abertura de fissuras atende aos limites prescritos. 

 

2.1 Elementos Estruturais  

2.1.1 Laje  Laje é um elemento estrutural onde uma de suas dimensões é de valor muito  inferior às 

outras duas. Existem 03 tipos de lajes: 1° Tipo – Quanto à sua composição e forma; 2º Tipo – Quanto ao tipo de apoio; 3° Tipo – Quanto ao esquema de cálculo. As lajes podem ser contínuas, isoladas, engastadas   

2.1.1.1 Quanto à sua composição e forma  

Lajes Pré‐moldadas:  Normalmente são lajes fabricadas fora do canteiro de obras, transportadas e montadas no 

local, mas em alguns casos poderão ser fabricadas no canteiro de obras.   Lajes  nervuradas  com  vigotas  pré‐moldadas  –  referem‐se  às  lajes  utilizadas  para  vencer 

pequenos e médios  vãos e  cargas não muito elevadas  (laje  trilho ou  laje  treliçada/tipo  treliça). Podem ser protendidas. Formadas por elementos pré‐moldados chamados de vigotas e por lajotas cerâmicas  ou  isopor.  Geralmente  são  unidirecionais, mas  podem  possuir  algumas  nervuras  de travamento  ou  ainda  serem  bidirecionais.  As  vigotas  podem  ser  fabricadas  industrialmente  ou ainda nos canteiros de obra. 

  

             

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Lajes pré‐moldadas tipo π ou duplo “T” – são lajes utilizadas para vencer grandes vãos.   

   Lajes  pré‐moldadas  alveolares  –  são  lajes  fabricadas  para  vencer  grandes  vãos  e  são 

protendidas.  

 

  

Lajes maciças  São  placas  maciças  de  concreto  que  distribuem  suas  reações  em  todas  as  vigas  de 

contorno, dependendo apenas dos vãos e das condições do contorno.  Tem  como  vantagem  sobre  as  lajes  pré‐moldadas  de  permitir  que  todas  as  tubulações 

elétricas, hidrosanitárias e ainda outros tipos de  instalações poderem ser colocadas antes da sua concretagem. 

Geralmente a relação entre a sua altura e o menor vão da laje de pavimentos de edifícios varia de 1/40 a 1/60, mas no caso de possuírem espessura maior do que 1/3 do vão devem ser calculadas como placas espessas. 

  Lajes nervuradas moldadas no local 

 Reduz o consumo de concreto Para reduzir o consumo de formas são utilizados moldes de plástico reforçado. São  chamadas  de  normas  aquelas  em  que  as  nervuras  são  inferiores  e  as  invertidas  as 

nervuras são superiores. Nas lajes nervuradas duplas as nervuras ficam situadas entre duas mesas de concreto. 

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Lajes nervuradas meio tubo são aquelas em que o espaço entre as nervuras tem formato de meia circunferência. 

Lajes  nervuradas  estrutubo,  são  aquelas  onde  o  espaço  entre  as  nervuras  forma  uma circunferência (alveolar)  

  

  2.1.1.2 Quanto ao tipo de apoio  

Lajes contínuas 

L1 L2 L3

  Lajes isoladas 

L4

  

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Lajes em balanço 

L5

  

Lajes lisas  São lajes apoiadas diretamente sobre pilares sem capitel.   

  Lajes cogumelo 

 São lajes apoiadas diretamente sobre os pilares com capitel. 

 

    

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PROF.REGINALUCIACOSTADIAS Página12 

  

 2.1.1.3 Quanto ao esquema de cálculo 

 Com  relação à  sua armadura, ou distribuição de esforços varia de acordo  com a  relação 

existente entre o maior e o menor vão. Quando esta relação for menor ou igual a 2, considera‐se que a  laje trabalha, ou seja é armada, em duas direções, e, quando esta relação foi superior a 2 considera‐se que a laje trabalha, ou seja é armada, somente em uma direção. Mesmo no segundo caso é considerada uma armadura mínima de distribuição na outra direção, conforme  item   da NBR 6118:2014. 

Normalmente empregamos a seguinte nomenclatura para definição dos vãos: 

lx = menor vão; 

ly = maior vão. Para o cálculo de lajes poderemos usar as tabelas de Marcus e de Czerny, se utilizarmos as 

tabelas de Marcus, existem algumas situações onde o  lx passa a ser o maior vão, nas de Czerny isso não acontece. 

  Armadas em 1 direção 

 

L1

lx

ly

lylx > 2

quando:

  

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PROF.REGINALUCIACOSTADIAS Página13 

Armadas em 2 direções 

L2

lx

ly

quando:

lylx <2

   

2.1.1.4 Definição do Bordo 

APOIADO

LIVRE

EN

GA

ST

AD

O

EN

GA

ST

AD

O

  Relação entre vãos 

L1 L2

BordaAnalisada

l l1 2

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1

4l → l1engastaeml2 

L1

l1

   

 

1

4l → l1apoiaeml2 

  

L1

l1

  Laje rebaixada 

  

BordaAnalisada

L1 L2

bw

h2

h1 L2

L1

 

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PROF.REGINALUCIACOSTADIAS Página15 

    

∆ 1

→  

 

∆ 1

2,5→  

 

2,5

→  

 Onde:  

h1 = espessura da laje superior; 

h2 = espessura da laje inferior; 

hmin = o menor entre h1 e h2; 

L = o menor vão entre as duas lajes (L1 e L2)   

Engaste parcial   

BordaAnalisada

L1

L2

L3

Laje Rebaixada

l1l2

l3

engaste

apoio

L3

engaste

apoio

 

2

3l → bordaengastada 

 

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L3

  

2

3l → bordaapoiada 

 

L3

 2.1.1.5 Vão teórico ou vão efetivo 

 O vão teórico ou efetivo (lef) das lajes é o valor da distância entre os apoios que deve ser 

empregado no processo da análise estrutural, em cada direção. Quando os apoios puderem ser considerados  suficientemente  rígidos  quanto  à  translação  vertical,  o  vão  efetivo  deve  ser calculado da seguinte forma: 

 

l a a , onde: 

 

0,3

       0,3

 

 

t1 t2lo