apostila sexologia forense

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1 SEXOLOGIA FORENSE Drª Ana Rolim CONCEITOS: a) Conjunção carnal é a cópula vaginal (introdução do pênis na vagina). b) Ato libidinoso é toda ação destinada a obter prazer sexual ou relacionada à libido, excluindo-se a conjunção carnal. ESTUPRO TÍTULO VI – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (Alterado pela L-012.015-2009) Estupro Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Alterado pela L-012.015- 2009) Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Alterado pela L-012.015-2009 Art. 214. (Revogado pela L-012.015-2009) Violação Sexual Mediante Fraude (Alterado pela L-012.015-2009) Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Alterado pela L-012.015-2009) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Alterado pela L-008.072-1990) Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Alterado pela L-012.015-2009) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Assédio Sexual Art. 216. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (Acrescentado pela L-010.224-2001) Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Estupro de Vulnerável Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (quatorze) anos. Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Alterado pela L-012.015-2009)

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    SEXOLOGIA FORENSE

    Dr Ana Rolim

    CONCEITOS:

    a) Conjuno carnal a cpula vaginal (introduo do pnis na vagina).

    b) Ato libidinoso toda ao destinada a obter prazer sexual ou relacionada libido,

    excluindo-se a conjuno carnal.

    ESTUPRO

    TTULO VI DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (Alterado pela L-012.015-2009)

    Estupro

    Art. 213. Constranger algum, mediante violncia ou grave ameaa, a ter conjuno carnal ou

    praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Alterado pela L-012.015-

    2009)

    Pena recluso, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Alterado pela L-012.015-2009

    Art. 214. (Revogado pela L-012.015-2009)

    Violao Sexual Mediante Fraude (Alterado pela L-012.015-2009)

    Art. 215. Ter conjuno carnal ou praticar outro ato libidinoso com algum, mediante fraude

    ou outro meio que impea ou dificulte a livre manifestao de vontade da vtima: (Alterado

    pela L-012.015-2009)

    Pena recluso, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Alterado pela L-008.072-1990)

    Pargrafo nico. Se o crime cometido com o fim de obter vantagem econmica, aplica-se

    tambm multa. (Alterado pela L-012.015-2009)

    Pena recluso, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

    Assdio Sexual

    Art. 216. Constranger algum com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,

    prevalecendo-se o agente da sua condio de superior hierrquico ou ascendncia inerentes

    ao exerccio de emprego, cargo ou funo. (Acrescentado pela L-010.224-2001)

    Pena recluso, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

    Estupro de Vulnervel

    Art. 217-A. Ter conjuno carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (quatorze)

    anos.

    Pena - recluso, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Alterado pela L-012.015-2009)

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    1 Incorre na mesma pena quem pratica as aes descritas no caput com algum que, por

    enfermidade ou deficincia mental, no tem o necessrio discernimento para a prtica do ato,

    ou que, por qualquer outra causa, no pode oferecer resistncia.

    2 fora vetado,

    3 se do ato criminoso resultar leso corporal de natureza grave para a vtima, ento o

    agente ativo do delito estar sujeito a pena de recluso de 10 a 20 anos.

    4 se do ato criminoso levar a vtima morte, ento o seu agressor estar sujeito a uma pena

    que varia de 12 a 30 anos de recluso.

    Corrupo de menores

    Art. 218. Corromper ou facilitar a corrupo de pessoa maior de 14 e menor de 18 anos, com

    ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a pratic-lo ou presenci-lo.

    Rapto violento ou mediante fraude

    Art. 219. Raptar mulher honesta, mediante violncia, grave ameaa ou fraude, para fim

    libidinoso.

    Rapto consensual

    Art. 220. Se a raptada maior de 14 e menor de 21 e o rapto se d com seu consentimento

    Diminuio de pena

    Art. 221. diminuda de um tero a pena, se o rapto para fim de casamento, e de metade, se

    o agente, sem ter praticado com a vtima qualquer ato libidinoso, a restitui liberdade ou a

    coloca em lugar seguro, disposio da famlia.

    Concurso de rapto e outro crime

    Art. 222. Se o agente, ao efetuar o rapto, ou em seguida a este, pratica outro crime contra a

    raptada, aplicam-se cumulativamente a pena correspondente ao rapto e a cominada ao outro

    crime.

    Captulo IV: DISPOSIES GERAIS

    Formas qualificadas

    Art. 223. Se da violncia resulta leso corporal de natureza grave (8 a 12 anos) Pargrafo nico:

    Se do fato resulta a morte (12 a 25 anos)

    Ao penal

    Art. 225. Nos crimes definidos nos captulos anteriores, somente se procede mediante queixa.

    Pargrafo 1 Procede-se, entretanto, mediante ao pblica:

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    I se a vtima ou seus pais no podem prover as despesas do processo, sem privar-se de

    recursos indispensveis manuteno prpria ou da famlia.

    II se o crime cometido com abuso do ptrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou

    curador.

    Pargrafo 2 No caso do n. I do pargrafo anterior, a ao do Ministrio Pblico depende de

    representao.

    Aumento de pena

    Art. 234 A.- item III a pena do autor aumentada de metade, caso o autor do crime, sabedor

    de doena sexualmente transmissvel e a transmite para a sua vtima.

    HIMENOLOGIA

    1) Classificao do Hmen:

    a) Quanto a sua forma (anular, semilunar, cordiforme, etc)

    b) Quanto consistncia (tnue, cartilaginoso, fibroso, etc)

    c) Quanto elasticidade (complacente e no complacente)

    d) Quanto integridade (ntegro ou roto)

    2) Localizao das roturas himenais:

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    3) Roturas himenais podem ser:

    a) Completa ou incompleta

    b) Antiga (ocorreu h mais de 10 dias) ou recente (ocorreu h menos de 10 dias)

    EXAMES COMPLEMENTARES NA PERCIA DE ESTUPRO

    1. Na suspeita de agresses fsicas associado ao sexual, exames radiolgicos (crnio e

    ossos longos) devem ser solicitados para avaliar fraturas sseas em diferentes estgios

    de resoluo;

    2. Fotografias para ilustrar as leses corporais (Pedir consentimento por escrito para

    fotografar);

    3. Pesquisa de espermatozoides ou PSA ou DST deve ser coletado secreo no canal

    vaginal at 72 horas aps o evento e a coleta de secreo em boca ou regio anal at

    24 horas da violncia sexual.

    4. Solicitar pesquisa de B HCG srico ou urinrio.

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    PERCIA DE GRAVIDEZ

    1) Procurar sinais de presuno, probabilidade e de certeza de gravidez;

    2) Realizar exames obsttricos disponveis.

    SINAIS DE PRESUNO E PROBABILIDADE:

    Amenorria

    Modificao das mamas (Sinal de Haller: aparecimento da rede venosa visvel nas

    mamas) e galactorria

    Cloasma gravdico

    Sinal de Klge (colorao arroxeada da vulva)

    Sinal de Oseander (pulsao vaginal)

    Sinal de Jacquemier (arroxeamento da vagina)

    Lnea negra abdominal

    Sinal de Reil-Hegar (amolecimento do colo uterino)

    Aumento do ventre

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    Sinais de certeza: Batimentos crdio-fetais audveis ao sonar-doppler;

    Movimentos fetais ativos;

    Demonstrao da presena do feto pela ecografia;

    Beta HCG positivo (falso positivo em coriocarcinoma, mola hidatiforme, cncer

    de ovrios e de testculos)

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    PERCIA DE ABORTO

    ab-ortus : privao do nascimento

    A) OMS:

    Aborto - Interrupo da gestao antes de 20 - 22 semanas ou concepto com

    peso inferior a 500 gramas e/ou 16 cm de comprimento.

    B) MEDICINA LEGAL:

    Aborto - Interrupo da prenhez com a morte do produto, haja ou no

    expulso, qualquer que seja seu estado evolutivo, desde a concepo at o parto.

    CDIGO PENAL BRASILEIRO:

    Penalidade para gestante

    Art. 124: Aborto provocado em si mesma (Auto Aborto) ou permitido que outro lhe

    provoque (Aborto Consentido).

    Deteno de 01 03 anos.

    Penalidade para quem pratica o aborto

    Art. 125: Aborto provocado sem consentimento da gestante (Aborto provocado por

    terceiros).

    Recluso de 03 a 10 anos.

    Art. 126: Aborto provocado com o consentimento da gestante (Aborto Consentido).

    Recluso de 01 a 04 anos.

    nico: Agravante - Gestante menor de 14 anos; dbil mental; alienada; mediante

    fraude, violncia ou grave ameaa.

    Recluso de 03 a 10 anos.

    Art. 127: Aborto Qualificado - Leso de natureza grave em gestante: aumenta em um

    tero as penas. Morte da gestante: duplicao da pena.

    Art. 128: No se pune aborto praticado por mdico:

    I) Se no h outro meio de salvar a vida da gestante - (Aborto Teraputico

    (necessrio));

    II) Se a gravidez resulta de estupro e o aborto precedido de consentimento

    da gestante ou, quando incapaz, de seu representante - (Aborto Sentimental

    (piedoso ou moral)).

    Percia de Aborto:

    Exame clnico geral: mucosas, palidez, cianose, procurar leses corporais;

    Exame fsico especializado, ou seja, procurar sinais clnicos da gravidez;

    Exame especular: Procurar leses traumticas e a presena de objetos ou corpos estranhos

    em canal vaginal. Avaliar o colo uterino (puntiforme ou fenda transversa);

    Exames complementares: B HCG (positivo at 10 a 15 dias do aborto) e Exame

    anatomopatolgico de materiais coletados do colo uterino.