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    Apostila Especifica SUSAM

    Cargo/Psiclogo

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    Processo de constituio psquica

    O beb humano nasce prematuro, pois seu sistema neurolgico e perceptivose apresenta ainda em formao no nascimento. Esse fato, conhecido comoneotenia, tem consequncias para a formao da conscincia de si do sujeito.Para essa conscincia emergir, necessrio que haja uma conscinciareflexiva, isto , uma figura adulta que reconhea a criana como algum.Esse reconhecimento se d atravs de quatro modos de relao que secombinam, progressivamente, no processo de constituio do sujeito. Apassagem de um tempo a outro implica a ressignificao dos temposanteriores. O nascimento do sujeito ento um processo lgico no qual setenta, progressiva e regressivamente, lidar com o que se perdeu.

    O que o adulto faz com a criana diferente da forma que ela interpreta isso.Para formar o eu, a criana deve ser capaz de formar um novo ato psquico,que transformar sua realidade. Ela tem conscincia de tudo que a afeta, masno em conscincia de que possui conscincia. O eu se forma ento de umasrie de negaes sobre o que se verifica no incio da experincia subjetivainfantil.

    Eis abaixo, as quatroatividades fundamentais de constituio dopsiquismo:

    -O falar com a criana, interpretando seu choro, sua face, seus movimentos (ouausncia deles) como gestos dotados de sentido.

    O ato de falar com a criana a introduz simultaneamente ao seu desejo e sualinguagem. Ela precisa ento saber como assumir para si essa linguagem, quea princpio, falada.

    Em um primeiro momento ento, a criana apenas repete tudo que ouve doadulto. Depois, parece regredir sua sintaxe e vocabulrio, para s ento, se

    corrigir. Quando isso ocorre, ela demonstra que a fala se tornou prpria. Elaento passa a pedir e colocar aquilo que ela quer, apesar de suas palavrasterem vindo inicialmente do outro. Suas demandas se criam ento a partir deuma alienao. Para se apropriar de sua fala, ela reconhece-se alienada nalinguagem.

    - O adulto cuida da criana, isso inclui a presena constante de trocascorporais usualmente investidas de carinho e satisfao.

    Os cuidados corporais que o adulto dispensa criana, a induzem aexperincias de prazer e desprazer. Para a Psicanlise, qualquer parte de seu

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    corpo pode vir a ser fonte de satisfao. Quando se cuida de uma criana,tambm est se erotizando seu corpo, ajudando-a a construir um corpopulsional e no meramente biolgico funcional. J o desprazer aparece nosintervalos da pulso, mas tambm, sob a forma de dor, sendo essa ltima, paraFreud, fundamentalmente para a formao do eu.

    O eu se forma como um sistema de inibio do desprazer e de ao reativacontra a dor. Antes de reconhecer-se, a criana forma um eu que traduz aseparao entre interioridade e exterioridade. O eu associa-se ao prazerinteriorizado, e o mundo, ao desprazer exteriorizado. V-se que, asexperincias que possuam um valor de prazer ou desprazer, s depoisadquirem o sentido de existncia (ser ou no ser).

    Neste ponto, o eu capaz de atribuir sentido e valor s suas experincias, mas incapaz de julgar a prpria realidade delas. necessrio ento que algo doprazer/desprazer permanea para que o eu adquira a capacidade dereconhecer-se existindo e com isso contar com a permanncia de seu prpriocorpo no tempo.

    O adulto reage ao que a criana faz com uma atitude curiosamentesemelhante um espelho, se ela faz algo, ele tende a repetir o que ela fez ou ainverter de forma simtrica ao gesto realizado.

    Entre os 6 e os 18 meses de idade, a criana passa a estranhar os outros, tempesadelos e se mostra inquieta com o prprio corpo. o que Jacques Lacan

    chama de estdio do espelho, um dos momentos formativos do eu.Assumir uma imagem de si um ato psquico importante e formativo, pois apartir da unidade imagtica que a criana infere a unidade de si. (DUNKER,2006).- O adulto pede e oferece coisas s crianas, palavras antes de tudo, mastambm manipulaes protetoras, impedimentos e experimentos pelos quaisapresentamos o mundo ao novo ser.

    Eis aqui os primrdios da relao amorosa da criana. Ela percebe que hvrias formas de querer, pedir e recusar. Ela investiga o desejo do outro e v

    que ele mente em alguns aspectos, e que h objetos dotados de um valorantes desconhecido: o valor simblico do amor. A criana vai percebendo que necessrio ter algo para ser amado e ser algo para obter amor de algum.

    Assumir uma imagem de si um ato psquico importante e formativo, pois apartir da unidade imagtica que a criana infere a unidade de si. (DUNKER,2006).- O adulto pede e oferece coisas s crianas, palavras antes de tudo, mastambm manipulaes protetoras, impedimentos e experimentos pelos quaisapresentamos o mundo ao novo ser.

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    Eis aqui os primrdios da relao amorosa da criana. Ela percebe que hvrias formas de querer, pedir e recusar. Ela investiga o desejo do outro e vque ele mente em alguns aspectos, e que h objetos dotados de um valorantes desconhecido: o valor simblico do amor. A criana vai percebendo que necessrio ter algo para ser amado e ser algo para obter amor de algum.

    Processo de desenvolvimento humano em

    seus aspectos biolgico e suas condutas

    Os aspectos biolgicos do desenvolvimento humano, atravs dos quais

    podero ser compreendidas as razes ou fontes geradores deste processo.

    Focalizam, tambm, os aspectos psicolgicos, em sua maioria, como eixocentral capaz de subsidiar as discusses e questes polmicas em torno dacriana e do adolescente, e, ainda, as questes socioculturais, querepresentam o contexto no qual se inserem as situaes e circunstncias dosfatos e ocorrncias.

    Deste modo, os conceitos nele expostos pretendem auxiliar a elucidao doconhecimento sobre o comportamento humano, atitudes evidenciadas nasvrias situaes, e o desempenho demonstrado. Os conceitos relativos base

    biolgica do conhecimento contribuem para a justificativa de determinadasocorrncias e caractersticas singulares dos seres humanos. Atravs doglossrio so evidenciados os conceitos sobre os processos de aprendizagemhumana, segundo Jean Piaget, ressaltando-se o processo de assimilao e deacomodao. A teoria de desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget abordada, em seus estgios. O estudo do processo de crescimento edesenvolvimento humano viabiliza-se, grandemente, pela presena dosconceitos referentes aos seus princpios e processos. Admitir a existncia dastarefas evolutivas no desenvolvimento muito importante.

    So oferecidos, amplamente, conceitos da estrutura da personalidade humana- sua formao e desenvolvimento. O temperamento e o carter so seuselementos.

    Os aspectos biolgicos do desenvolvimento humano, atravs dos quaispodero ser compreendidas as razes ou fontes geradores deste processo.

    Focalizam, tambm, os aspectos psicolgicos, em sua maioria, como eixocentral capaz de subsidiar as discusses e questes polmicas em torno dacriana e do adolescente, e, ainda, as questes socioculturais, querepresentam o contexto no qual se inserem as situaes e circunstncias dos

    fatos e ocorrncias.

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    Deste modo, os conceitos nele expostos pretendem auxiliar a elucidao doconhecimento sobre o comportamento humano, atitudes evidenciadas nasvrias situaes, e o desempenho demonstrado. Os conceitos relativos basebiolgica do conhecimento contribuem para a justificativa de determinadasocorrncias e caractersticas singulares dos seres humanos. Atravs do

    glossrio so evidenciados os conceitos sobre os processos de aprendizagemhumana, segundo Jean Piaget, ressaltando-se o processo de assimilao e deacomodao. A teoria de desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget abordada, em seus estgios. O estudo do processo de crescimento edesenvolvimento humano viabiliza-se, grandemente, pela presena dosconceitos referentes aos seus princpios e processos. Admitir a existncia dastarefas evolutivas no desenvolvimento muito importante.

    So oferecidos, amplamente, conceitos da estrutura da personalidade humana- sua formao e desenvolvimento. O temperamento e o carter so seuselementos.

    Focalizados conceitos sobre a Teoria Psicanaltica, de Freud, poder a mesmaser analisada extenuadamente, tratando-se, ainda, dos mecanismos de defesa

    Oferece-se, por ltimo, alguns elementos conceituais sobre pesquisapsicolgica.

    Termos

    Absolutismo moral: crena caracterstica do primeiro estgio do julgamentomoral: regras so completamente fixas e imutveis.

    Acomodao: processo proposto por Piaget, segundo o qual a pessoamodifica a estrutura existente - aes, idias ou estratgias - para adequar-se anovas experincias.

    Adaptao: o processo bsico na existncia biolgica; de acordo com Piaget,tambm caracteriza o funcionamento intelectual e fsico. A assimilao e aacomodao so partes do processo de adaptao.

    Agresso: termo geral que se aplica aos sentimentos raiva ou hostilidade. Aagresso funciona como um motivo, muitas vezes em resposta a ameaas,insultos ou frustraes.

    Ajustamento: relacionamento entre o indivduo e seu ambiente, especialmenteo social, na satisfao de seus motivos.

    Aprendizagem: mudanas relativamente permanentes no comportamento, queresulta de experincia ou prtica passada.

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    Aprendizagem observacional: aprendizagem de habilidades motoras,atitudes e outros comportamentos atravs da observao de algum quedesempenha o comportamento

    Angstia bsica: termo empregado por Horney para indicar fonte principal de

    problemas de ajustamento no desenvolvimento da personalidade. Resulta dequalquer coisa que provoque insegurana na criana, especialmente nas suasrelaes com os pais.

    Assimilao:processo de incorporao de uma nova experincia ouinformao que se ajusta estrutura existente. Um conceito bsico na teoria dePiaget.

    Atitude: uma organizao duradoura de processos perceptuais, motivacionais,emocionais e de adaptao, que se centralizam em algum objeto do universoda pessoa. As atitudes podem ser positivas ou negativas, vale dizer, a pessoa

    pode estar disposta favorvel ou desfavoravelmente com relao ao objeto. uma tendncia a responder a alguma pessoa objeto ou situao, de modopositivo ou negativo. Em geral ter um componente emocional e um componentede crena. Crena a aceitao de uma declarao. A crena suporta ocomponente emocional da atitude, e vice-versa.

    Autonomia funcional dos motivos: noo apresentada por Allport e segundoa qual atividades resultantes de um motivo original podem, mais tarde, tornar-se motivadoras em se mesmas, depois do desaparecimento do motivo original.

    Auto realizao: noo incorporada em vrias teorias da personalidade, deuma tendncia humana bsica cuja finalidade transformar em real o que potencial no eu, ou seja, tornar reais, at o mximo possvel, aspotencialidades de cada um.

    Autoconceito:o conceito geral do eu; inclui o "eu existencial", o "eu categorial"e a autoestima.

    Autoestima:a qualidade positiva ou negativa do autoconceito

    Busca de superioridade: concepo de Adler, segundo a qual a fonte bsica

    da motivao humana um impulso inato e ascendente para a autoperfeio.As direes apresentadas por essas buscas tm o carter de compensaespelas fraquezas peculiares ou pelas inferioridades percebidas pela pessoa.

    Carter:aspecto da personalidade que, em terminologia mais antiga, diziarespeito aparncia moral e conduta do indivduo. Conjunto de qualidades(boas ou ms), de um indivduo, que lhe determinam a conduta e concepomoral.

    Caracteres genticos: caracteres transmitidos aos indivduos atravs dosgenes.

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    Caracteres congnitos: caractersticas existentes no indivduo ao nascer.Refere-se aos fatores que influenciaram o desenvolvimento durante a vidaintra-uterina, porm no lhe foram transmitidos atravs dos genes, no sendo,assim, hereditrios no sentido biolgico do termo.

    Companheiros: outras pessoas que tm, aproximadamente, a mesma idadede uma pessoa, com quem se relacionam.

    Compensao: mecanismo de defesa em que um indivduo substitui umaatividade por outra, na tentativa de satisfazer motivos frustrados. Esforo feitopara superar uma fraqueza ou uma inferioridade. Pode apresentar a forma deuma busca de superioridade no prprio domnio da inferioridade, ou pode serdireta, isto , apresentar a forma de buscar substitutivos. Habitualmente implicafalha ou perda de autoestima em uma atividade, e a compensao dessa falhaprovoca esforos em outros campos de atividades.

    Conservao: o conceito que as crianas de 6 a 10 anos adquiriram de que osobjetos permanecem os mesmos em aspectos fundamentais, como o peso ouo nmero, mesmo que haja modificaes externas na forma ou disposioespacial.

    Complexo de dipo: na teoria freudiana, o fato de o menino dirigir seussentimentos erticos para sua me, e a menina para seu pai. Supe-se queseja a fonte das identificaes primrias com os pais, a partir das quais sedesenvolvem as identificaes posteriores.

    Comportamento: qualquer ao observvel de uma pessoa ou animal.

    Condicionamento clssico: aprendizagem que ocorre quando um estimulocondicionado forma um par com o incondicionado.

    Condicionamento operante: aprendizagem para dar uma determinadaresposta, a fim de garantir refora mento positivo, ou fugir a evitar reforamento negativo.

    Conflito de motivao: conflito entre dois ou mais motivos, resultando nafrustrao de um deles.

    Conflito de aproximao-aproximao: conflito em que uma pessoa se sentemotivada para aproximar-se de duas metas diferentes e que so compatveis.

    Conflito de afastamento-afastamento:aprendizagem para evitar um estimulonocivo, como, por exemplo, um choque, pela resposta apropriado a um sinal deaviso.

    Conflito de aproximao-afastamento: conflito em que uma pessoa tanto atrada como repelida pela mesma meta.

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    Conscincia: termo normalmente usado para descrever o conjunto de regrasinternalizadas que Freud considerava que apareciam junto com o processo deidentificao.

    Crescimento: processo orgnico responsvel pelas mudanas em tamanho e

    complexidade. Plano geral das mudanas do organismo como um todo. Sofre,alm da influncia do processo maturacional, a ao macia das influnciasambientais.

    Desajustamento: diz respeito no apenas aos distrbios psiconeursticos epsicticos, como tambm os mais brandos, nos quais uma pessoa se senteansiosa ou se comporta de modo esquisito.

    Desempenho: comportamento observado, diferentemente dos estadosinternos hipotticos de um organismo.

    Desenvolvimento: processo referente a mudanas resultantes de influenciasambientais ou de aprendizagem.

    Direo cfalo-caudal: refere-se ao progressivo crescimento das partes docorpo, a partir da cabea e dirigindo-se para as pernas, que caracterstico doser humano durante o seu desenvolvimento.

    Direo prximo-distal: refere-se ao progressivo crescimento das partes docorpo, a partir da parte central para as partes perifricas ou terminais, que uma direo caracterstica do ser humano em desenvolvimento. Assim, osombros se desenvolvem antes, depois os braos, mos e dedos.

    Ego: na teoria freudiana, um dos trs sistemas bsicos que constituem apersonalidade. o sistema dos processos cognitivos-perceber, pensar,planejar, decidir-que torna possvel a canalizao realista e a satisfao dosinstintos do Id.

    Esquema:palavra que Piaget usou para as aes, idias e estratgias squais as novas experincias so assimiladas e que se modificam (acomodam-se) em funo das novas experincias.

    Estgios evolutivos: etapas da vida que renem padres de caractersticasinter-relacionadas, que determinam o comportamento de cada perodo dodesenvolvimento humano.

    Estgios psicossexuais: os estgios do desenvolvimento da personalidadesugeridos por Freud e que incluem o oral, anal, flico, latncia e genital. Asequncia amplamente influenciada pela maturao.

    Estgios psicossociais: os estgios do desenvolvimento da personalidadesugeridos por Erikson, que incluem a confiana, autonomia, iniciativa,produtividade, identidade, intimidade, generatividade e integridade do ego. So

    influenciados pelas expectativas sociais e pela maturao.

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    Estgio pr-operacional: o termo usado por Piaget para o primeiro estgio dodesenvolvimento cognitivo, dos 2 aos 6 anos, durante a qual a crianadesenvolve habilidades lgicas e a classificao bsica.

    Estgiosensrio-motor: o termo usado por Piaget para o primeiro estgio do

    desenvolvimento cognitivo, do nascimento at aproximadamente os 18 meses,quando a criana evolui das aes reflexas s voluntrias.

    Esteretipo: um conjunto fixo de idias ou expectativas sobre um grupo depessoas como homens, negros ou outros grupos, que so aplicadas a cadanovo membro do grupo sem suficiente ajustamento individualidade. Comoconceito sociolgico e estatstico refere-se a uma crena ou uma atitude queso muito divulgadas numa sociedade. (Por exemplo a crena de que as lourasso menos inteligentes do que as morenas.) Como conceito psicolgico, refere-se a uma crena e atitude que so supersimplificadas quanto ao contedo e,nas quais os atributos especficos do objeto no so observados e, alm disso,

    so resistentes mudanas.

    Estilo parental autoritrio: padro de comportamento parental descrito porBaumrind, entre outros; inclui altos nveis de diretividade e baixo nvel deafetividade.

    Estilo parental competente:padro descrito por Baumrind; inclui alto nvel decontrole e alto nvel de afeto.

    Estilo parental permissivo: um terceiro tipo descrito por Baumrind, entreoutros, inclui muito afeto e baixo nvel de controle.

    Estrutura da personalidade: a maneira peculiar pela qual se organizam,dinamicamente, os traos, as habilidades, os motivos, os valores da pessoa, afim de formar a sua personalidade singular. a organizao de traos, motivose modos de comportamento que caracterizam uma determinada pessoa.

    Estrutura social: termo geral que se refere ao fato de que tipicamente cadasociedade atribui categorias a seus membros, espera que eles executam certasespcies de trabalhos, e que tenham determinadas atitudes e crenas.

    Etologia: estudo do comportamento, especialmente o instintivo, dos animais.Tratado dos costumes, usos e caracteres gerais.

    Eu categorial: o contedo principal do autoconceito, descrio do eu emtermos de categorias como tamanho, cor, idade e crenas.

    Eu existencial: a parte mais bsica do autoconceito, o sentido de ser separadoe distinto dos outros.

    Experincia: termo que se refere histria passada do indivduo.

    Extrovertido: na tipologia de Jung, o tipo de pessoa que tem orientaodirigida para fora, para o mundo objetivo das coisas e dos acontecimentos; est

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    interessado fundamentalmente nas atividades sociais e nas atividades prticas; racionalista e realista. Contrasta com o invertido.

    Fase oral: na teoria freudiana, a primeira fase do desenvolvimentopsicossexual, que ocorre durante o primeiro ano de vida, quando a criana

    centraliza seu interesse nas zonas ergenas da boca. Supe-se que asfixaes na fase oral levem ao desenvolvimento do carter oral.

    Fase anal: na teoria freudiana, a segunda fase do desenvolvimentopsicossexual, e que ocorre durante o segundo e o terceiro anos de vida,quando os interesses da criana pelo seu corpo se centralizam na atividadeanal, especialmente com relao ao controle obrigatrio das fezes. Supe-seque a fixao na fase anal leve ao desenvolvimento do carter anal oucompulsivo.

    Fase flica: na teoria freudiana, a terceira fase do desenvolvimento

    psicossexual, durante o qual o interesse da criana, pelo seu corpo se voltapara os rgos sexuais e para os prazeres ligados ao seu manuseio; duranteesse perodo que ocorre o chamado complexo de dipo.

    Fase genital: na teoria freudiana, a fase final do desenvolvimentopsicossexual, e que ocorre na puberdade quando o adolescente sente umamudana de interesse; j no o objeto primrio, mais se voltam para outraspessoas e coisas, como objetos importantes; o perodo durante o qualsurgem as ligaes heterossexuais.

    Figura paternal: caso de transferncia em que uma pessoas consideradacomo se fosse o pai.

    Frustrao: distoro do comportamento motivado em direo a uma meta.

    Gmeos idnticos: dois indivduos completos, que se desenvolveram de umvulo fertilizado (zigoto) segmentado. Devem ser contrastados com os "gmeosfraternos". Os gmeos idnticos so geneticamente iguais, so de grandeinteresse para o psiclogo ocupado com o problema dos fatos hereditrios nocomportamento.

    Gmeos fraternos: Dois indivduos que se desenvolveram de dois diferentesvulos fertilizados (zigotos). Devem ser contrastados com "gmeos idnticos".Os gmeos fraternos podem ser meninos ou meninas, ou de sexos diferentes.Os gmeos fraternos no so mais semelhantes, geneticamente, do quequaisquer outros irmos ou irms.

    Gene: o elemento essencial na transmisso de caractersticas hereditriastransportado nos cromossomos. A unidade de natureza bioqumica, dahereditariedade, e que se localiza nos cromossomos. Supe-se que o gene, aoreagir ao ambiente e aos outros genes, seja um fator na determinao dostraos hereditrios e das estruturas do indivduo em desenvolvimento.

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    Gnero(conceito de): o conceito amplo sobre o prprio gnero e dos outros,desenvolve-se durante os primeiros 5 ou 6 anos de vida.

    Gnero(constncia): o passo final no desenvolvimento do conceito de gnero,quando a criana compreende que o gnero no muda, mesmo que haja

    mudanas externas, como roupas e comprimento dos cabelos.

    Gnero (estabilidade): o segundo passo no desenvolvimento do conceito degnero, no qual a criana entende que o gnero da pessoa continua a serestvel durante toda a vida.

    Glndulas endcrinas: glndulas, incluindo as supra-renais, tireide, pituitria,testculos e ovrios, que secretam os hormnios que governam o crescimentofsico geral e a maturidade sexual.

    Grupo formal: grupo social com a estrutura relativamente permanente de

    posies, cargos e papis.

    Grupo social: qualquer grupo de pessoa, formal ou informal, reunido oudisperso; as pessoas se relacionam entre si por algum interesse ou vinculaocomum.

    Grupo primrio: pequeno grupo com o qual uma pessoa tem contatosfrequentes e informais, com a famlia, amigos e associados.

    Habilidade, capacidade: potencial para a aquisio de uma percia, ou de uma

    j adquirida.Id: na teoria freudiana, um dos trs sistemas bsicos que constituem apersonalidade. a fonte das energias instrutivas bsicas e inconscientes,subjacentes a todo o comportamento da pessoa.

    Identificao: o processo de incorporao das qualidades e ideias de outrapessoa. Freud considerava que era o resultado da crise edipiana dos 3-5 anos.A criana tenta tornar-se o pai do mesmo sexo.

    Imitao: o termo usado for Bandura para descrever o processo de

    aprendizagem atravs da observao.

    Incentivo: termo aproximadamente sinnimo de meta, mas implicando amanipulao de uma meta para motivar o indivduo.

    Instinto:os comportamentos instintivos so inatos, predeterminados eevocados pela presena de estmulos especficos. Eles tem papel fundamentalna teoria etolgica.

    Inteligncia: termo que cobre as habilidades de uma pessoa em uma vastafaixa de tarefas que envolvem vocabulrio, nmeros, soluo de problemas,

    conceitos, e assim por diante. Medida pelo teste padronizado de inteligncia,

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    geralmente envolve diversas habilidades especficas, com especial nfase nasverbais.

    Introvertido: na tipologia de Jung, o tipo de pessoa que tem orientaosubjetiva; tem um interesse fundamental em ideias, imaginao e vida interior;

    empirista e idealista. Contrasta com o extrovertido.

    Libido: Na teoria freudiana, a energia psquica bsica. Embora seja definida,popularmente, como de natureza sexual, tem maior amplitude, referindo-se atodos os impulsos de busca do prazer.

    Linguagem: conjunto de smbolos usados na comunicao e no pensar.

    Maturao: desdobramento, progressivo ou sucessivo, de diferentes funesfsicas e mentais, assim como de capacidades, medida que se desenvolvemas estruturas fsicas subjacentes, atravs do processo normal de crescimento.

    governado por hereditariedade e pelas condies ambientais.

    Mecanismo de defesa: reao frustrao que defende a pessoa contra aansiedade, e serve para distinguir motivos, de modo que o indivduo engana-sea si prprio sobre seus verdadeiros motivos e metas. Formas de reao angstia despertadas por conflitos, e que permitem a proteo e o realce daautoimagem. Os mecanismos de defesa aumentam a autoestima. Os"mecanismos" no so escolhidos deliberadamente pela pessoa. So comunsa todos, e despertam srios problemas de ajustamento apenas quando ocorreem quantidade excessiva, e assim impedem que a pessoa enfrenterealisticamente as suas dificuldades. Na teoria freudiana so as estratgias queo ego utiliza para lidar com a ansiedade, incluindo negao, represso,identificao e proteo.

    Meio ambiente:conjunto de fatores exteriores, que atuam sobre ocomportamento do indivduo, possibilitando ao mesmo expandir o seu potencialhereditrio nas diversas gradaes, ou inibir a manifestao do mesmo, emdiversos graus.

    Mielina: a camada que envolve todos os nervos do corpo e que no esttotalmente desenvolvida no nascimento.

    Mielinizao: o processo pelo qual a mielina desenvolvida.

    Moralidade heternoma: o primeiro estgio de raciocnio moral que Piagetprops; caracterizado pelo absolutismo moral e pela crena na justiaimanente. Os julgamentos baseiam-se nas consequncias e no nas intenes.

    Moralidade autnoma: o segundo estgio de raciocnio moral proposto porPiaget; desenvolve-se a partir dos 7 anos, e caracteriza-se pelo julgamento dasintenes e nfase na reciprocidade.

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    Moralidade pr-convencional: o primeiro nvel de moralidade proposto porKohlberg, no qual os julgamentos morais so dominados pelas consideraesdo que ser punido ou do que parece bom.

    Moralidade ps-convencional: o terceiro nvel de moralidade proposto por

    Kohlberg, no qual as consideraes de justia, direitos individuais e contratodominam o julgamento moral.

    Motivo: necessidade e direo do comportamento por meta. Tendnciaimpulsiva.

    Motivos sociais: motivos geralmente aprendidos que exigem a presena oureao de outras pessoas para a sua satisfao. Na motivao humana usam-se necessidade e motivo como sinnimos.

    Necessidade: qualquer falta dentro do indivduo, seja ela adquirida ou

    fisiolgica; muitas vezes usada como sinnimo de impulso ou motivo.

    Norma do grupo: expectativa ou padro de comportamento amplamentecompartilhada entre a maioria dos membros de um grupo, classe ou cultura.

    Operao: o termo usado por Piaget para os esquemas complexos, internos,abstratos e reversveis, observados a partir dos 6 anos.

    Operaes concretas: o estgio de desenvolvimento proposto por Piaget quevai dos 6 aos 12 anos, e no qual desenvolvem-se operaes mentais, como a

    subtrao, reversibilidade, classificao multiplicativa, etc.Operaes formais: o nome dado por Piaget ao quarto e ltimo estgio dodesenvolvimento cognitivo, que ocorre durante a adolescncia quando o jovemtorna-se capaz de manipular e organizar ideias to bem quanto objetos.

    Organizao: um dos processos bsicos do funcionamento humano, junto coma adaptao.

    Papel: padro de comportamento que se espera de uma pessoa dedeterminado status.

    Patrimnio hereditrio: conjunto de caracteres transmitidos ao indivduoatravs dos genes, de uma gerao a outra.

    Pensamento: processo representativo de experincia prvia; consiste emimagens, diminutos movimentos musculares, linguagem e outras atividades nosistema nervoso central.

    Perodo crtico: perodo de tempo em que um organismo est pronto aomximo para a aquisio de certas respostas.

    Personalidade: organizao permanente das predisposies do indivduo, deseus traos caractersticos, motivaes, valores e modos de ajustamento ao

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    ambiente. Caractersticas e maneiras distintivas pelas quais um indivduo secomporta. A maneira caracterstica, porque representa o comportamentohabitual ou tpico. distintiva porque o diferencia de outras pessoas.

    Perturbaes psicossomticas: perturbaes fsicas provocadas por fatores

    psicolgicos; por exemplo, lceras do estmago provocadas por angstiacrnica.

    Preconceito: literalmente, prejulgamento; de modo mas geral, atitude com tomemocional pr ou contra um objeto, pessoa ou grupo. Tipicamente, a atitudehostil que coloca em desvantagem uma pessoa ou um grupo. Atitudes quetendem a colocar objetos numa situao privilegiada ou desfavorecida, semconsiderar os dados existentes.

    Preconceito social: atitude hostil para com algum grupo social.

    Prontido: estgios na maturao quando um comportamento pode surgir semtreinamento; antes desse estgio no h possibilidade de comportamento, noimporta o quo sofisticado e interno seja o treinamento.

    Predisposio: no estudo de ajustamento pessoal, a tendncia herdada eque d a base biolgica para o desenvolvimento de certas caractersticas dotemperamento e da personalidade.

    Pr-natal: antes do nascimento.

    Processo simblico: processo representativo de experincia prvia; essencialna ao de pensar.

    Processos inconscientes: processos ou eventos psicolgicos dos quais umapessoa no se apercebe.

    Projeo: disfarce de uma fonte de conflitos, por meios da atribuio demotivos prprios a outra pessoa.

    Psicologia do Desenvolvimento: ramo da psicologia que estuda asmudanas de comportamento que ocorrem com a idade.

    Puberdade: refere-se ao conjunto de mudanas fsicas e hormonais que levam maturidade sexual. Refere-se ao incio da capacidade de reproduo. Otermo pubescncia refere-se obteno da maturidade sexual. Compreende operodo de vida entre 11,12 e 13,14 anos.

    Realismo moral: entra descrio da moralidade heternoma.

    Regras internalizadas:um conjunto de padres sobre o que certo e erradoque cada um de ns carrega consigo.

    Resposta: geralmente, qualquer comportamento de um organismo.

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    Resposta condicionada: resposta produzida por um estmulo condicionadoaps a aprendizagem.

    Resposta incondicionada: resposta eliciada por um estmulo incondicionado.

    Rivalidade entre irmo: sentimentos de cime e competio entre irmos.Muitas vezes surge numa criana, quando nasce um nen na famlia; leva acriana a comportamento agressivo e, s vezes, regressivo.

    Sndrome autoritria: uma constelao de traos, frequentementeencontrados juntos em alguns indivduos. Inclui excessivo conformismo,comportamento e valores autoritrios, supercontrole de impulsos esentimentos, rigidez nos processos de pensamento, preconceito com relao agrupos minoritrios. Supe-se que derive formas excessivamente severas detratamento disciplinar pelos pais contra os quais se desenvolve a hostilidadereprimida.

    Sndrome compulsiva: uma constelao de traos frequentementeencontrados associados em indivduos. Inclui metodizao, observao,avareza, pontualidade, excessiva limpeza. Supe-se que resulte de fixaesque ocorre na fase anal do desenvolvimento psicossexual; por isso, , svezes, denominado carter anal.

    Socializao: refere-se ao processo pelo qual fatores socialmentedeterminados se tornam capazes de influir no controle do comportamento dapessoa. Aprendizagem para que a pessoa se comporte da maneira prescritapor sua famlia e cultura, e para ajustar-se nos relacionamentos com outraspessoas.

    Superego: na teoria freudiana, um dos sistemas bsicos que constituem apersonalidade. um sistema de foras de restrio e inibio derivadas denormas e regulamentaes sociais, e que so usadas na represso ecanalizao de impulsos bsicos-especialmente agressivos e sexuais-vistoscomo perigosos ou prejudiciais pela sociedade. a conscincia moral ou osentimento moral.

    Tarefa evolutiva: tipo de aprendizagem, ou ajustamento, que deve ocorrer em

    determinada fase do indivduo, ou da vida humana. Quando a aprendizagemocorre, os ajustamentos nas fases subsequentes realiza de modo maissatisfatrio. Quando a aprendizagem no ocorre, esse ajustamento se tornamais difcil, e pode deixar de ocorrer.

    Temperamento: aspectos da personalidade referentes s reaes emocionaistpicas, aos estados de humor, s caractersticas de atividades da pessoa.Conjunto de traos psicofisiolgicos de uma pessoa e que lhe determinam asreaes emocionais.

    Tipos de personalidades: categorias qualitativamente diferentes em que se

    supe que possam ser divididas as personalidades. Existem teorias de tipossimples, que supem um nmero muito limitado de categorias, e teorias

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    complexas de tipos, que supem a classificao de pessoas num grandenmero de dimenses.

    Trao: uma caracterstica permanente do indivduo, e que se manifesta deforma consistente no comportamento realizado em grande variedade de

    situaes. Os traos tem muitas modalidades; alguns so superficiais e outrosso profundos.

    Turma: grandes grupos de crianas ou adolescentes, geralmente compostosde diversas "panelas", mas mantidas juntas em funo de interessesou backgroundcomum.

    Varivel: uma das condies medidas ou controladas em um experimento.

    Varivel dependente: varivel que se modifica em resultado de mudanas navarivel independente.

    Varivel independente: varivel que pode ser escolhida ou modificada peloexperimentador, e que responsvel por alteraes na varivel dependente.

    Oferece-se, por ltimo, alguns elementos conceituais sobre pesquisapsicolgica.

    Termos

    Absolutismo moral: crena caracterstica do primeiro estgio do julgamentomoral: regras so completamente fixas e imutveis.

    Acomodao: processo proposto por Piaget, segundo o qual a pessoamodifica a estrutura existente - aes, ideias ou estratgias - para adequar-se anovas experincias.

    Adaptao: o processo bsico na existncia biolgica; de acordo com Piaget,

    tambm caracteriza o funcionamento intelectual e fsico. A assimilao e aacomodao so partes do processo de adaptao.

    Agresso: termo geral que se aplica aos sentimentos raiva ou hostilidade. Aagresso funciona como um motivo, muitas vezes em resposta a ameaas,insultos ou frustraes.

    Ajustamento: relacionamento entre o indivduo e seu ambiente, especialmenteo social, na satisfao de seus motivos.

    Aprendizagem: mudanas relativamente permanentes no comportamento, que

    resulta de experincia ou prtica passada.

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    Aprendizagem observacional: aprendizagem de habilidades motoras,atitudes e outros comportamentos atravs da observao de algum quedesempenha o comportamento

    Angstia bsica: termo empregado por Horney para indicar fonte principal de

    problemas de ajustamento no desenvolvimento da personalidade. Resulta dequalquer coisa que provoque insegurana na criana, especialmente nas suasrelaes com os pais.

    Assimilao:processo de incorporao de uma nova experincia ouinformao que se ajusta estrutura existente. Um conceito bsico na teoria dePiaget.

    Atitude: uma organizao duradoura de processos perceptuais, motivacionais,emocionais e de adaptao, que se centralizam em algum objeto do universoda pessoa. As atitudes podem ser positivas ou negativas, vale dizer, a pessoa

    pode estar disposta favorvel ou desfavoravelmente com relao ao objeto. uma tendncia a responder a alguma pessoa objeto ou situao, de modopositivo ou negativo. Em geral ter um componente emocional e um componentede crena. Crena a aceitao de uma declarao. A crena suporta ocomponente emocional da atitude, e vice-versa.

    Autonomia funcional dos motivos: noo apresentada por Allport e segundoa qual atividades resultantes de um motivo original podem, mais tarde, tornar-se motivadoras em se mesmas, depois do desaparecimento do motivo original.

    Auto realizao: noo incorporada em vrias teorias da personalidade, deuma tendncia humana bsica cuja finalidade transformar em real o que potencial no eu, ou seja, tornar reais, at o mximo possvel, aspotencialidades de cada um.

    Autoconceito:o conceito geral do eu; inclui o "eu existencial", o "eu categorial"e a autoestima.

    Autoestima:a qualidade positiva ou negativa do autoconceito

    Busca de superioridade: concepo de Adler, segundo a qual a fonte bsica

    da motivao humana um impulso inato e ascendente para a auto perfeio.As direes apresentadas por essas buscas tm o carter de compensaespelas fraquezas peculiares ou pelas inferioridades percebidas pela pessoa.

    Carter:aspecto da personalidade que, em terminologia mais antiga, diziarespeito aparncia moral e conduta do indivduo. Conjunto de qualidades(boas ou ms), de um indivduo, que lhe determinam a conduta e concepomoral.

    Caracteres genticos: caracteres transmitidos aos indivduos atravs dosgenes.

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    Caracteres congnitos: caractersticas existentes no indivduo ao nascer.Refere-se aos fatores que influenciaram o desenvolvimento durante a vidaintrauterina, porm no lhe foram transmitidos atravs dos genes, no sendo,assim, hereditrios no sentido biolgico do termo.

    Companheiros: outras pessoas que tm, aproximadamente, a mesma idadede uma pessoa, com quem se relacionam.

    Compensao: mecanismo de defesa em que um indivduo substitui umaatividade por outra, na tentativa de satisfazer motivos frustrados. Esforo feitopara superar uma fraqueza ou uma inferioridade. Pode apresentar a forma deuma busca de superioridade no prprio domnio da inferioridade, ou pode serdireta, isto , apresentar a forma de buscar substitutivos. Habitualmente implicafalha ou perda de autoestima em uma atividade, e a compensao dessa falhaprovoca esforos em outros campos de atividades.

    Conservao: o conceito que as crianas de 6 a 10 anos adquiriram de que osobjetos permanecem os mesmos em aspectos fundamentais, como o peso ouo nmero, mesmo que haja modificaes externas na forma ou disposioespacial.

    Complexo de dipo: na teoria freudiana, o fato de o menino dirigir seussentimentos erticos para sua me, e a menina para seu pai. Supe-se queseja a fonte das identificaes primrias com os pais, a partir das quais sedesenvolvem as identificaes posteriores.

    Comportamento: qualquer ao observvel de uma pessoa ou animal.

    Condicionamento clssico: aprendizagem que ocorre quando um estimulocondicionado forma um par com o incondicionado.

    Condicionamento operante: aprendizagem para dar uma determinadaresposta, a fim de garantir refora mento positivo, ou fugir a evitar reforamento negativo.

    Conflito de motivao: conflito entre dois ou mais motivos, resultando nafrustrao de um deles.

    Conflito de aproximao-aproximao: conflito em que uma pessoa se sentemotivada para aproximar-se de duas metas diferentes e que so compatveis.

    Conflito de afastamento-afastamento:aprendizagem para evitar um estimulonocivo, como, por exemplo, um choque, pela resposta apropriado a um sinal deaviso.

    Conflito de aproximao-afastamento: conflito em que uma pessoa tanto atrada como repelida pela mesma meta.

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    Conscincia: termo normalmente usado para descrever o conjunto de regrasinternalizadas que Freud considerava que apareciam junto com o processo deidentificao.

    Crescimento: processo orgnico responsvel pelas mudanas em tamanho e

    complexidade. Plano geral das mudanas do organismo como um todo. Sofre,alm da influncia do processo maturacional, a ao macia das influnciasambientais.

    Desajustamento: diz respeito no apenas aos distrbios psiconeurticos epsicticos, como tambm os mais brandos, nos quais uma pessoa se senteansiosa ou se comporta de modo esquisito.

    Desempenho: comportamento observado, diferentemente dos estadosinternos hipotticos de um organismo.

    Desenvolvimento: processo referente a mudanas resultantes de influenciasambientais ou de aprendizagem.

    Direo cfalo-caudal: refere-se ao progressivo crescimento das partes docorpo, a partir da cabea e dirigindo-se para as pernas, que caracterstico doser humano durante o seu desenvolvimento.

    Direo prximo-distal: refere-se ao progressivo crescimento das partes docorpo, a partir da parte central para as partes perifricas ou terminais, que uma direo caracterstica do ser humano em desenvolvimento. Assim, osombros se desenvolvem antes, depois os braos, mos e dedos.

    Ego: na teoria freudiana, um dos trs sistemas bsicos que constituem apersonalidade. o sistema dos processos cognitivos-perceber, pensar,planejar, decidir-que torna possvel a canalizao realista e a satisfao dosinstintos do Id.

    Esquema:palavra que Piaget usou para as aes, idias e estratgias squais as novas experincias so assimiladas e que se modificam (acomodam-se) em funo das novas experincias.

    Estgios evolutivos: etapas da vida que renem padres de caractersticasinter-relacionadas, que determinam o comportamento de cada perodo dodesenvolvimento humano.

    Estgios psicossexuais: os estgios do desenvolvimento da personalidadesugeridos por Freud e que incluem o oral, anal, flico, latncia e genital. Asequncia amplamente influenciada pela maturao.

    Estgios psicossociais: os estgios do desenvolvimento da personalidadesugeridos por Erikson, que incluem a confiana, autonomia, iniciativa,produtividade, identidade, intimidade, generatividade e integridade do ego. So

    influenciados pelas expectativas sociais e pela maturao.

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    Estgio pr-operacional: o termo usado por Piaget para o primeiro estgio dodesenvolvimento cognitivo, dos 2 aos 6 anos, durante a qual a crianadesenvolve habilidades lgicas e a classificao bsica.

    Estgiosensrio-motor: o termo usado por Piaget para o primeiro estgio do

    desenvolvimento cognitivo, do nascimento at aproximadamente os 18 meses,quando a criana evolui das aes reflexas s voluntrias.

    Esteretipo: um conjunto fixo de ideias ou expectativas sobre um grupo depessoas como homens, negros ou outros grupos, que so aplicadas a cadanovo membro do grupo sem suficiente ajustamento individualidade. Comoconceito sociolgico e estatstico refere-se a uma crena ou uma atitude queso muito divulgadas numa sociedade. (Por exemplo a crena de que as lourasso menos inteligentes do que as morenas.) Como conceito psicolgico, refere-se a uma crena e atitude que so supersimplificadas quanto ao contedo e,nas quais os atributos especficos do objeto no so observados e, alm disso,

    so resistentes mudanas.

    Estilo parental autoritrio: padro de comportamento parental descrito porBaumrind, entre outros; inclui altos nveis de diretividade e baixo nvel deafetividade.

    Estilo parental competente:padro descrito por Baumrind; inclui alto nvel decontrole e alto nvel de afeto.

    Estilo parental permissivo: um terceiro tipo descrito por Baumrind, entreoutros, inclui muito afeto e baixo nvel de controle.

    Estrutura da personalidade: a maneira peculiar pela qual se organizam,dinamicamente, os traos, as habilidades, os motivos, os valores da pessoa, afim de formar a sua personalidade singular. a organizao de traos, motivose modos de comportamento que caracterizam uma determinada pessoa.

    Estrutura social: termo geral que se refere ao fato de que tipicamente cadasociedade atribui categorias a seus membros, espera que eles executam certasespcies de trabalhos, e que tenham determinadas atitudes e crenas.

    Etologia: estudo do comportamento, especialmente o instintivo, dos animais.Tratado dos costumes, usos e caracteres gerais.

    Eu categorial: o contedo principal do autoconceito, descrio do eu emtermos de categorias como tamanho, cor, idade e crenas.

    Eu existencial: a parte mais bsica do autoconceito, o sentido de ser separadoe distinto dos outros.

    Experincia: termo que se refere histria passada do indivduo.

    Extrovertido: na tipologia de Jung, o tipo de pessoa que tem orientaodirigida para fora, para o mundo objetivo das coisas e dos acontecimentos; est

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    interessado fundamentalmente nas atividades sociais e nas atividades prticas; racionalista e realista. Contrasta com o invertido.

    Fase oral: na teoria freudiana, a primeira fase do desenvolvimentopsicossexual, que ocorre durante o primeiro ano de vida, quando a criana

    centraliza seu interesse nas zonas ergenas da boca. Supe-se que asfixaes na fase oral levem ao desenvolvimento do carter oral.

    Fase anal: na teoria freudiana, a segunda fase do desenvolvimentopsicossexual, e que ocorre durante o segundo e o terceiro anos de vida,quando os interesses da criana pelo seu corpo se centralizam na atividadeanal, especialmente com relao ao controle obrigatrio das fezes. Supe-seque a fixao na fase anal leve ao desenvolvimento do carter anal oucompulsivo.

    Fase flica: na teoria freudiana, a terceira fase do desenvolvimento

    psicossexual, durante o qual o interesse da criana, pelo seu corpo se voltapara os rgos sexuais e para os prazeres ligados ao seu manuseio; duranteesse perodo que ocorre o chamado complexo de dipo.

    Fase genital: na teoria freudiana, a fase final do desenvolvimentopsicossexual, e que ocorre na puberdade quando o adolescente sente umamudana de interesse; j no o objeto primrio, mais se voltam para outraspessoas e coisas, como objetos importantes; o perodo durante o qualsurgem as ligaes heterossexuais.

    Figura paternal: caso de transferncia em que uma pessoas consideradacomo se fosse o pai.

    Frustrao: distoro do comportamento motivado em direo a uma meta.

    Gmeos idnticos: dois indivduos completos, que se desenvolveram de umvulo fertilizado (zigoto) segmentado. Devem ser contrastados com os "gmeosfraternos". Os gmeos idnticos so geneticamente iguais, so de grandeinteresse para o psiclogo ocupado com o problema dos fatos hereditrios nocomportamento.

    Gmeos fraternos: Dois indivduos que se desenvolveram de dois diferentesvulos fertilizados (zigotos). Devem ser contrastados com "gmeos idnticos".Os gmeos fraternos podem ser meninos ou meninas, ou de sexos diferentes.Os gmeos fraternos no so mais semelhantes, geneticamente, do quequaisquer outros irmos ou irms.

    Gene: o elemento essencial na transmisso de caractersticas hereditriastransportado nos cromossomos. A unidade de natureza bioqumica, dahereditariedade, e que se localiza nos cromossomos. Supe-se que o gene, aoreagir ao ambiente e aos outros genes, seja um fator na determinao dostraos hereditrios e das estruturas do indivduo em desenvolvimento.

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    Gnero(conceito de): o conceito amplo sobre o prprio gnero e dos outros,desenvolve-se durante os primeiros 5 ou 6 anos de vida.

    Gnero(constncia): o passo final no desenvolvimento do conceito de gnero,quando a criana compreende que o gnero no muda, mesmo que haja

    mudanas externas, como roupas e comprimento dos cabelos.

    Gnero (estabilidade): o segundo passo no desenvolvimento do conceito degnero, no qual a criana entende que o gnero da pessoa continua a serestvel durante toda a vida.

    Glndulas endcrinas: glndulas, incluindo as suprarrenais, tireoide, pituitria,testculos e ovrios, que secretam os hormnios que governam o crescimentofsico geral e a maturidade sexual.

    Grupo formal: grupo social com a estrutura relativamente permanente de

    posies, cargos e papis.

    Grupo social: qualquer grupo de pessoa, formal ou informal, reunido oudisperso; as pessoas se relacionam entre si por algum interesse ou vinculaocomum.

    Grupo primrio: pequeno grupo com o qual uma pessoa tem contatosfrequentes e informais, com a famlia, amigos e associados.

    Habilidade, capacidade: potencial para a aquisio de uma percia, ou de uma

    j adquirida.Id: na teoria freudiana, um dos trs sistemas bsicos que constituem apersonalidade. a fonte das energias instrutivas bsicas e inconscientes,subjacentes a todo o comportamento da pessoa.

    Identificao: o processo de incorporao das qualidades e ideias de outrapessoa. Freud considerava que era o resultado da crise edipiana dos 3-5 anos.A criana tenta tornar-se o pai do mesmo sexo.

    Imitao: o termo usado for Bandura para descrever o processo de

    aprendizagem atravs da observao.

    Incentivo: termo aproximadamente sinnimo de meta, mas implicando amanipulao de uma meta para motivar o indivduo.

    Instinto:os comportamentos instintivos so inatos, predeterminados eevocados pela presena de estmulos especficos. Eles tem papel fundamentalna teoria etolgica.

    Inteligncia: termo que cobre as habilidades de uma pessoa em uma vastafaixa de tarefas que envolvem vocabulrio, nmeros, soluo de problemas,

    conceitos, e assim por diante. Medida pelo teste padronizado de inteligncia,

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    geralmente envolve diversas habilidades especficas, com especial nfase nasverbais.

    Introvertido: na tipologia de Jung, o tipo de pessoa que tem orientaosubjetiva; tem um interesse fundamental em ideias, imaginao e vida interior;

    empiricista e idealista. Contrasta com o extrovertido.

    Libido: Na teoria freudiana, a energia psquica bsica. Embora seja definida,popularmente, como de natureza sexual, tem maior amplitude, referindo-se atodos os impulsos de busca do prazer.

    Linguagem: conjunto de smbolos usados na comunicao e no pensar.

    Maturao: desdobramento, progressivo ou sucessivo, de diferentes funesfsicas e mentais, assim como de capacidades, medida que se desenvolvemas estruturas fsicas subjacentes, atravs do processo normal de crescimento.

    governado por hereditariedade e pelas condies ambientais.

    Mecanismo de defesa: reao frustrao que defende a pessoa contra aansiedade, e serve para distinguir motivos, de modo que o indivduo engana-sea si prprio sobre seus verdadeiros motivos e metas. Formas de reao angstia despertadas por conflitos, e que permitem a proteo e o realce daautoimagem. Os mecanismos de defesa aumentam a autoestima. Os"mecanismos" no so escolhidos deliberadamente pela pessoa. So comunsa todos, e despertam srios problemas de ajustamento apenas quando ocorreem quantidade excessiva, e assim impedem que a pessoa enfrenterealisticamente as suas dificuldades. Na teoria freudiana so as estratgias queo ego utiliza para lidar com a ansiedade, incluindo negao, represso,identificao e proteo.

    Meio ambiente:conjunto de fatores exteriores, que atuam sobre ocomportamento do indivduo, possibilitando ao mesmo expandir o seu potencialhereditrio nas diversas gradaes, ou inibir a manifestao do mesmo, emdiversos graus.

    Mielina: a camada que envolve todos os nervos do corpo e que no esttotalmente desenvolvida no nascimento.

    Mielinizao: o processo pelo qual a mielina desenvolvida.

    Moralidade heternoma: o primeiro estgio de raciocnio moral que Piagetprops; caracterizado pelo absolutismo moral e pela crena na justiaimanente. Os julgamentos baseiam-se nas consequncias e no nas intenes.

    Moralidade autnoma: o segundo estgio de raciocnio moral proposto porPiaget; desenvolve-se a partir dos 7 anos, e caracteriza-se pelo julgamento dasintenes e nfase na reciprocidade.

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    Moralidade pr-convencional: o primeiro nvel de moralidade proposto porKohlberg, no qual os julgamentos morais so dominados pelas consideraesdo que ser punido ou do que parece bom.

    Moralidade ps-convencional: o terceiro nvel de moralidade proposto por

    Kohlberg, no qual as consideraes de justia, direitos individuais e contratodominam o julgamento moral.

    Motivo: necessidade e direo do comportamento por meta. Tendnciaimpulsiva.

    Motivos sociais: motivos geralmente aprendidos que exigem a presena oureao de outras pessoas para a sua satisfao. Na motivao humana usam-se necessidade e motivo como sinnimos.

    Necessidade: qualquer falta dentro do indivduo, seja ela adquirida ou

    fisiolgica; muitas vezes usada como sinnimo de impulso ou motivo.

    Norma do grupo: expectativa ou padro de comportamento amplamentecompartilhada entre a maioria dos membros de um grupo, classe ou cultura.

    Operao: o termo usado por Piaget para os esquemas complexos, internos,abstratos e reversveis, observados a partir dos 6 anos.

    Operaes concretas: o estgio de desenvolvimento proposto por Piaget quevai dos 6 aos 12 anos, e no qual desenvolvem-se operaes mentais, como a

    subtrao, reversibilidade, classificao multiplicativa, etc.Operaes formais: o nome dado por Piaget ao quarto e ltimo estgio dodesenvolvimento cognitivo, que ocorre durante a adolescncia quando o jovemtorna-se capaz de manipular e organizar ideias to bem quanto objetos.

    Organizao: um dos processos bsicos do funcionamento humano, junto coma adaptao.

    Papel: padro de comportamento que se espera de uma pessoa dedeterminado status.

    Patrimnio hereditrio: conjunto de caracteres transmitidos ao indivduoatravs dos genes, de uma gerao a outra.

    Pensamento: processo representativo de experincia prvia; consiste emimagens, diminutos movimentos musculares, linguagem e outras atividades nosistema nervoso central.

    Perodo crtico: perodo de tempo em que um organismo est pronto aomximo para a aquisio de certas respostas.

    Personalidade: organizao permanente das predisposies do indivduo, deseus traos caractersticos, motivaes, valores e modos de ajustamento ao

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    ambiente. Caractersticas e maneiras distintivas pelas quais um indivduo secomporta. A maneira caracterstica, porque representa o comportamentohabitual ou tpico. distintiva porque o diferencia de outras pessoas.

    Perturbaes psicossomticas: perturbaes fsicas provocadas por fatores

    psicolgicos; por exemplo, lceras do estmago provocadas por angstiacrnica.

    Preconceito: literalmente, prejulgamento; de modo mas geral, atitude com tomemocional pr ou contra um objeto, pessoa ou grupo. Tipicamente, a atitudehostil que coloca em desvantagem uma pessoa ou um grupo. Atitudes quetendem a colocar objetos numa situao privilegiada ou desfavorecida, semconsiderar os dados existentes.

    Preconceito social: atitude hostil para com algum grupo social.

    Prontido: estgios na maturao quando um comportamento pode surgir semtreinamento; antes desse estgio no h possibilidade de comportamento, noimporta o quo sofisticado e interno seja o treinamento.

    Predisposio: no estudo de ajustamento pessoal, a tendncia herdada eque d a base biolgica para o desenvolvimento de certas caractersticas dotemperamento e da personalidade.

    Pr-natal: antes do nascimento.

    Processo simblico: processo representativo de experincia prvia; essencialna ao de pensar.

    Processos inconscientes: processos ou eventos psicolgicos dos quais umapessoa no se apercebe.

    Projeo: disfarce de uma fonte de conflitos, por meios da atribuio demotivos prprios a outra pessoa.

    Psicologia do Desenvolvimento: ramo da psicologia que estuda asmudanas de comportamento que ocorrem com a idade.

    Puberdade: refere-se ao conjunto de mudanas fsicas e hormonais que levam maturidade sexual. Refere-se ao incio da capacidade de reproduo. Otermo pubescncia refere-se obteno da maturidade sexual. Compreende operodo de vida entre 11,12 e 13,14 anos.

    Realismo moral: entra descrio da moralidade heternoma.

    Regras internalizadas:um conjunto de padres sobre o que certo e erradoque cada um de ns carrega consigo.

    Resposta: geralmente, qualquer comportamento de um organismo.

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    Resposta condicionada: resposta produzida por um estmulo condicionadoaps a aprendizagem.

    Resposta incondicionada: resposta eliciada por um estmulo incondicionado.

    Rivalidade entre irmo: sentimentos de cime e competio entre irmos.Muitas vezes surge numa criana, quando nasce um nen na famlia; leva acriana a comportamento agressivo e, s vezes, regressivo.

    Sndrome autoritria: uma constelao de traos, frequentementeencontrados juntos em alguns indivduos. Inclui excessivo conformismo,comportamento e valores autoritrios, supercontrole de impulsos esentimentos, rigidez nos processos de pensamento, preconceito com relao agrupos minoritrios. Supe-se que derive formas excessivamente severas detratamento disciplinar pelos pais contra os quais se desenvolve a hostilidadereprimida.

    Sndrome compulsiva: uma constelao de traos frequentementeencontrados associados em indivduos. Inclui metodizao, observao,avareza, pontualidade, excessiva limpeza. Supe-se que resulte de fixaesque ocorre na fase anal do desenvolvimento psicossexual; por isso, , svezes, denominado carter anal.

    Socializao: refere-se ao processo pelo qual fatores socialmentedeterminados se tornam capazes de influir no controle do comportamento dapessoa. Aprendizagem para que a pessoa se comporte da maneira prescritapor sua famlia e cultura, e para ajustar-se nos relacionamentos com outraspessoas.

    Superego: na teoria freudiana, um dos sistemas bsicos que constituem apersonalidade. um sistema de foras de restrio e inibio derivadas denormas e regulamentaes sociais, e que so usadas na represso ecanalizao de impulsos bsicos-especialmente agressivos e sexuais-vistoscomo perigosos ou prejudiciais pela sociedade. a conscincia moral ou osentimento moral.

    Tarefa evolutiva: tipo de aprendizagem, ou ajustamento, que deve ocorrer em

    determinada fase do indivduo, ou da vida humana. Quando a aprendizagemocorre, os ajustamentos nas fases subsequentes realiza de modo maissatisfatrio. Quando a aprendizagem no ocorre, esse ajustamento se tornamais difcil, e pode deixar de ocorrer.

    Temperamento: aspectos da personalidade referentes s reaes emocionaistpicas, aos estados de humor, s caractersticas de atividades da pessoa.Conjunto de traos psicofisiolgicos de uma pessoa e que lhe determinam asreaes emocionais.

    Tipos de personalidades: categorias qualitativamente diferentes em que se

    supe que possam ser divididas as personalidades. Existem teorias de tipossimples, que supem um nmero muito limitado de categorias, e teorias

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    complexas de tipos, que supem a classificao de pessoas num grandenmero de dimenses.

    Trao: uma caracterstica permanente do indivduo, e que se manifesta deforma consistente no comportamento realizado em grande variedade de

    situaes. Os traos tem muitas modalidades; alguns so superficiais e outrosso profundos.

    Turma: grandes grupos de crianas ou adolescentes, geralmente compostosde diversas "panelas", mas mantidas juntas em funo de interessesou backgroundcomum.

    Varivel: uma das condies medidas ou controladas em um experimento.

    Varivel dependente: varivel que se modifica em resultado de mudanas navarivel independente.

    Varivel independente: varivel que pode ser escolhida ou modificada peloexperimentador, e que responsvel por alteraes na varivel dependente.

    Transtornos do Espectro Autista /TEA

    O que saoTDPs e TEAs?

    O termo TDP, ou Transtorno de Desenvolvimento Pervasivo, utilizado paradescrever certos problemas de desenvolvimento. Os TDPs so chamados detranstornos de espectro pois cada criana apresenta sintomas que diferemem intensidade, variando de leve a bastante grave. Porm, todas as crianascom TDP possuem algum grau de dificuldade nas seguintes reas:

    Habilidades sociais:compartilhar emoes, entender como as pessoas estose sentindo, expressar empatia ou manter conversaes; Comunicao:Tanto

    verbal quanto no verbal, tais como apontar, gesticular e fazer contato visual(olhar nos olhos); Comportamentos ou interesses:tais como repetir palavrasou aes, brincar com coisas de uma forma incomum (girar objetos, enfileirarbrinquedos) ou insistir em seguir rotinas ou cronogramas rgidos.

    Existem cinco TDPs: Transtorno Autista, Transtorno de DesenvolvimentoPervasivo No Especificado (TDP-NES), Sndrome de Asperger e outrosdistrbios com menor freqncia: Sndrome de Rett e TranstornoDesintegrativo da Infncia (TDI).

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    Transtorno de Espectro Autista

    Como voc pode ver pelo diagrama, o Transtorno Autista, a Sndrome deAsperger e o TDP-NES (algumas vezes chamado de autismo atpico) estoincludos na categoria de Transtornos de Espectro Autista (TEAs).Transtorno Austista ou Autismo caracterizado por dificuldades em todas astrs reas (comunicao, habilidades sociais e comportamento vide acima).Sndrome de Asperger caracterizada por habilidades de linguagemrelativamente boas e dificuldades em interaes sociais e manterconversaes. Uma criana com Sndrome de Asperger pode tambm terinteresses intensos ou restritos e/ou comportamentos problemticos. TDP-NESdescreve uma pessoa que se enquadra em alguns, mas no todos os critriosde autismo ou possui sintomas mais leves em uma ou mais reas.Os especialistas de seu filho podem usar termos levemente diferentes paradescrevlo. Mas mesmo quando os profissionais no utilizam esses termos damesma forma, geralmente concordam que uma criana se encaixa em umdiagnstico mais amplo de TEA.

    Transtornos de Desenvolvimento Pervasivo menos freqentesSndrome de Rett um transtorno de desenvolvimento que comea comdesenvolvimento inicial normal e seguido por perda de habilidades motoras,uso especial das mos, e movimentos distintos das mos, tais como torcer asmos, regresso em habilidades e crescimento retardado. TranstornoDesintegrativo da Infncia comea com um desenvolvimento normal at aidade de 3 ou 4 e seguido por perda grave de comunicao, habilidadessociais, motoras e de brincar.Como tratado o Autismo?Os tratamentos mais recomendados para crianas com Transtornos de

    Espectro Autista (TEAs) comeam o mais cedo possvel apos o diagnstico eincluem muitas horas de trabalho individual com a criana.

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    O mdico de seu filho e outros especialistas recomendaro um planoespecfico para as necessidades de seu filho.Nas terapias ABA e Floortime, duas das abordagens educacionais maiscomumente utilizadas para crianas com TEA, os provedores trabalham passoa passo com a criana para desenvolver habilidades de linguagem, sociais e de

    brincar. A maioria dos professores e terapeutas treinados utilizam umacombinao da abordagem bastante estruturada da ABA e dos mtodosinterativos, de brincar, e altamente afetivos Floortime. Fornecemos a seguiruma descrio geral de cada abordagem:Anlise Comportamental Aplicada (ABA) desenvolve novas habilidades eelimina comportamentos difceis ao dividir as tarefas em pequenos passos.Essa abordagem especialmente eficaz para chamar a ateno de crianasdifceis de se alcanar.DIR/Floortime (Abordagem com base em relacionamento, diferenaindividual e desenvolvimento)inclui rotinas altamente motivadorasrelacionadas aos interesses da criana e desenvolve habilidades sociais, de

    comunicao e de brincadeira atravs de interaes ldicas cada vez maiscomplexas. Abordagens semelhantes incluem Suporte Transacional,Regulamentao Emocional, Comunicao Social (SCERTS), Tratamento eEducao de Crianas Autistas e com problemas de comunicao relacionados(TEACCH) e Interveno para Desenvolvimento Relacional (RDI).

    Alm dessas abordagens, a maioria dos programas para crianas comTEA utiliza ferramentas especificas, tais como:

    Terapia de fala-linguagem, que ajuda a criana aprender a entender eexpressar-se atravs da linguagem. Intervenes totais de comunicao,que envolvem o uso da linguagem, vocalizaes, imagens e gestos, assimcomo linguagem de sinais e o Sistema de Comunicao de Troca de Imagem(PECS) qualquer meio que uma criana possa utilizar para secomunicar. Terapia ocupacional, fisioterapia e terapia de integraosensorial, que se concentra nas habilidades motoras finas (mos e dedos) egrossas (musculares), e necessidades sensoriais. Apoios comportamentaispositivos, os quais minimizam comportamentos difceis atravs darecompensa para comportamentos apropriados, reaes e concluso de tarefa.

    Profissionais da rea mdica podem tambm implementar as seguintes

    terapias:Medicao.No existe uma medicao especial para TEA. Algunsmedicamentos podem ajudar com sintomas como hiperatividade, ansiedade,comportamentos compulsivos, ateno ou agresso. Pea conselho de seumdico sobre qual ou quais medicamentos podem ser adequados para seufilho e se os benefcios so maiores que qualquer risco ou efeito colateralassociado ao medicamento.Terapias biolgicas, que incluem dietas especializadas ou restritas,suplementos nutricionais e vitaminas. Consulte seu mdico para determinar setais abordagens so comprovadamente seguras e eficazes.

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    Psicologia social e sade coletiva

    BREVE HISTRICO DO NASCIMENTO DA PSICOLOGIA NA

    SADE PBLICA

    A Psicologia, enquanto rea comprometida com questes sociais, conquistanovos espaos de atuao no que se refere Sade Pblica, em especial, Sade Coletiva. Entretanto, esse foi um longo percurso e a sade no Brasilsofreu diversas transformaes ao longo do tempo.

    Carvalho e Ceccim (2007) descrevem os principais acontecimentoshistricosrelativos ao modelo de sade. No Brasil, inicialmente manteve-se o ModeloCurativo individual, que definia o corpo como espao de evoluo das doenase a clnica a restaurao da suposta normalidade. Nas dcadas de 1950 e1960, emergiu o Modelo Preventista com foco na transformao das prticasde sade e nas necessidades da populao. Na dcada de 1970, a SadeComunitria foi alvo de estudos e temas como os territrios da vida, contextosculturais e direito educao popular so valorizados. Em seguida, surgemnovos sanitaristas, os quais expressam crticas realidade social. Dessaforma, iniciou-se o Movimento Sanitrio, o qual reivindica integrao entre oensino-servio, com valorizao da aprendizagem em Unidades de Sade.

    Nesse contexto, foi realizada, em 1978, a Conferncia Internacional SobreCuidados Primrios de Sade em Alma-Ata, promovida pela OrganizaoMundial da Sade (OMS) e o Fundo das Naes Unidas para a Infncia(Unicef). Como resultado dessa conferncia, a Ateno Primria de Sade foicaracterizada como assistncia sanitria ao alcance de todosAtualmente, aSade Coletiva compreende as subreas da Sade Pblica, da Epidemiologiae da Medicina Preventiva e Social.

    A Sade Coletiva,no que se refere formao em sade, prope novas formasde educar, pensar e agir em sade, privilegiando histrias de vida,integralidade e histrias culturais. Dentro desse contexto, a Sade Coletiva

    trabalha prticas cuidadoras de sujeitos e coletividades, prticas de afirmaoda vida, de responsabilidade, da participao e solidariedade). Ainda a SadeColetiva responsvel por capacitar profissionais para aes, estudos,anlises, organizao, planejamento, execuo e avaliao de programas esistemas com nfase na promoo de estratgias de sade.

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    A ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA (ESF)

    O Ministrio da Sade (BRASIL, 2006) define a Ateno Bsica como umconjunto de aes de sade que abrangem a promoo e a proteo da sade,

    preveno de agravos, diagnstico, tratamento, reabilitao e manuteno dasade. Essas aes so desenvolvidas por prticas gerenciais e sanitrias,democrticas e participativas por meio do trabalho em equipe. Os princpios daAteno Bsica so: universalidade, acessibilidade e coordenao do cuidado,vnculo, continuidade, integralidade, responsabilizao, humanizao, equidadee participao social.

    Dentro desse contexto, a Estratgia de Sade da Famlia (ESF) uminstrumento para a reorientao do modelo assistencial de sade a partir daimplementao de equipes multidisciplinares nas Unidades de Sade.

    Essa proposta surgiu, em 1991, com a idealizao do Programa de AgentesComunitrios de Sade (PACS). A formao das primeiras equipes ocorreu em1994, com a mdia de um Agente Comunitrio de Sade (ACS) para cadagrupo de 575 pessoas. As equipes acompanham determinado nmero defamlias em zona geogrfica delimitada. A promoo da sade, preveno,recuperao, reabilitao de doenas e agravos e manuteno da sade dacomunidade so o foco das aes da ESF (BRASIL, 2006).

    Por mdicos, enfermeiros e demais profissionais da sade, de acordo com oentendimento da gesto. Os ACS fazem a ligao entre as famlias e o serviode sade, visitam domiclios, geralmente uma vez por ms, mapeiam area,cadastrando as famlias. Alm disso, esses profissionais estimulam acomunidade para prticas que visam melhora da qualidade de vida.

    O modelo de Sade da Famlia objetiva prestar assistncia integral e favorecera qualidade de vida, de acordo com as necessidades da populao; humanizaro atendimento, vislumbrando um vnculo entre os profissionais da sade e apopulao; contribuir com a democratizao do conhecimento do processosade-doena, reconhecendo a sade como um direito cidadania.

    A Estratgia de Sade da Famlia (ESF) contribui para a reorientao dasprticas em sade e rompe com o modelo tradicional excludente, centrado nadoena, individual e segmentado. Ao contrrio, a ateno em sade deve servislumbrada como uma prtica social inserida em um contexto histrico ecultural, em que os sentidos so reconstrudos a todo o momento, por meio dasinteraes entre os profissionais e a comunidade.

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    A PSICOLOGIA COMUNITRIA

    O termo comunidade polissmico e fornece amplas problematizaes. Esseconceito se conforma s dinmicas sociais que se processam em cada espao-tempo . Nesse sentido, esta interveno embasou-se nos princpios da

    Psicologia Social Comunitria, a qual uma abordagem diferenciada para ainsero do psiclogo por voltar-se para classes populares, desafiando osmodelos tradicionais e a identidade profissional.

    A definio da Psicologia Comunitria como produtora do conhecimento pormeio da interao entre o psiclogo e os sujeitos envolvidos.

    Essa abordagem valoriza a tica, a solidariedade, os direitos humanos e abusca de melhoria na qualidade de vida para a populao. Ainda como definem

    A Psicologia Comunitria estuda, compreende e intervm no cenrio dequestes psicossociais que caracterizam a comunidade.

    As interlocues entre a psicologia e a comunidade se intensificaram a partir dodilogo entre as prticas psicolgicas e outras reas, como o saber popular econtextos sociopolticos. Dessa forma, aspectos familiares, ambientais eculturais compem as teorias, ampliam as concepes de sade mental e aspossibilidades de integrao entre psicologia e comunidade.

    O trabalho baseado na construo de meios que proporcionem o exerccio dacidadania, da democracia e da igualdade. importante ressaltar que a buscadesses objetivos deve envolver tanto os profissionais quanto a populao dacomunidade, pois, acima de tudo, a proposta que essas pessoas sejamsujeitos de sua histria por meio da construo de novas solues para asuperao das adversidades. Para a concretizao dessas metas, realizou-seo levantamento das necessidades do local, considerando, principalmente, ascondies de sade, a educao e o saneamento.

    A Sade Comunitria tem como ponto de partida o potencial de vida e aexperincia acumulada, presentes em cada morador e entre os moradores.

    Assim, busca responder multidimensionalidade da sade em seusconstituintes ecolgicos, sociais, orgnicos e psicolgicos, que afetam aspessoas em seu local de moradia e convivncia, ou seja, a comunidade;envolvem todas as atividades realizadas na comunidade, em nome da sadede seus moradores.

    O psiclogo na comunidade tem a possibilidade de trabalhar as problemticascotidianas. Os instrumentos adotados por cada psiclogo dependem dosvalores e concepes que orientam sua prtica. Essaescolha realizada apartir da viso de homem e de mundo que cada profissional possui. Nessa

    relao, enquanto a comunidade oferece sua dinmica, com suascaractersticas prprias e um contexto sociopoltico-geogrfico, o profissional

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    participa atravs de sua formao e conhecimento terico.

    A INSERO NA COMUNIDADE E NA ESTRATGIA DE SADE

    DA FAMLIA (ESF): RELATO DE EXPERINCIA

    Com base nesses aspectos tericos, na experincia de Estgio Especfico,objetivou-se diagnosticar, analisar a demanda e realizar o planejamento e asintervenes, com base na problematizao da realidade, discusso dosobjetivos, metodologias, instrumentos de interveno e resultados. O Estgioteve como referncia metodolgica a observao participante, a pesquisaparticipante era pesquisa-ao, a qual descrita como aquela que articula aproduo de conhecimentos com ao, investigando para possibilitar oenfrentamento da realidade e oportunizar a participao democrtica dos

    sujeitos envolvidos. As atividades e informaes foram registradas em diriosde campo, por serem um registro fiel e detalhado de cada visita a campo.

    A insero ocorreu atravs da Estratgia de Sade da Famlia (ESF) localizadaem uma comunidade em situao de vulnerabilidade social, com mdiade20.000 habitantes.

    A histria da comunidade marcada por uma trajetria de vrias lutas, perdase conquistas. Inicialmente, o local era desabitado, o que impulsionou a

    ocupao dos terrenos a partir da expanso de uma comunidade vizinha.

    Conforme os relatos dos moradores, por meio de reivindicaes e engajamentoem movimentos sociais, aos poucos, foi possvel a construo de pequenascasas que abrigavam diversas famlias. Muitas pessoas participantes desseprocesso ainda residem na comunidade.

    O contexto revela uma realidade carente de recursos materiais eoportunidades. Nessa localidade, vivem vrios catadores de material reciclvel,biscateiros, empregadas domsticas, entre outros trabalhadores. No local,tambm so encontrados grupos de risco, a exemplo: uso e trfico de drogas,

    de prostituio, de gravidez na adolescncia, entre outros. Constata-se queacomunidade, enquanto grupo, possui dificuldade em articular-se para lutar porinteresses comuns. Tambm se observa a presena de algumas vozes lderesna comunidade, como uma das Agentes Comunitrias de Sade (ACS), queparticipa ativamente de mobilizaes e movimentos sociais em prol dacomunidade. O local possui uma lder comunitria. A partir dessas primeirasconstataes, realizou-se a coleta de dados qualitativos que possibilitaram aconstruo de um diagnstico avaliativo referentemente ao contexto estudado.Assim, antes do planejamento das aes, realizaram-se observaespreliminares na comunidade, para conhecimento da realidade e verificao dasdemandas mais emergentes (condies de moradia, aes realizadas, gruposexistentes, famlias, entre outros aspectos). As Agentes Comunitrias de Sade(ACS) desempenharam um papel de guia ao orientar e acompanhar as

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    estagirias da Psicologia durante a experincia de Estgio. Dessa forma, ainsero na comunidade visou anlise de necessidades.

    ,

    ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

    As aes foram organizadas e planejadas a partir dos grupos locais jexistentes (Grupo de Ateno Integral Sade e Grupo de Mulheres ambosformados h, aproximadamente, seis anos); atendimentos domiciliares breves;visitas domiciliares; acolhimentos e orientaes comunidade. Conforme aatuao da Psicologia pode ocorrer em dinmicas de grupos com o objetivo deinvestigar a experincia de seus membros, a partir do material emergente,enfocando o aspecto emocional, as crenas e aes de cada pessoa; emvisitas domiciliares para divulgar o trabalho e conhecer a realidade dosmoradores locais; realizar assistncia psicolgica breve, de acordo com asnecessidades encontradas nos acolhimentos e orientaes. As experinciascom cada uma dessas modalidades de interveno so descritas com maiordetalhamento a seguir.

    O Grupo de Ateno Integral Sade possua encontros semanais realizadosno salo paroquial da comunidade. Caracterizava-se como um grupo aberto eoperativo, com o objetivo de promover a qualidade de vida das pessoas quedele participavam e da comunidade. O grupo era composto, aproximadamente,

    por 12 moradores, incluindo os Agentes Comunitrios de Sade (ACS), duasacadmicas da Psicologia, acadmicos da Fisioterapia, Enfermagem, Farmciae Nutrio e as professoras supervisoras. A cada encontro os participantesdefiniam os temas que seriam abordados na prxima semana. Ao longo doEstgio, as acadmicas de Psicologia perceberam que os encontros focavamapenas a doena, visto que manifestavam uma viso biolgica,hospitalocntrica e curativa. Inicialmente, os interesses do grupo referiam-se adoenas cardacas, respiratrias, artroses, entre outras. Nesse sentido,trabalhou-se com a promoo e preveno de sade, a fim de se ampliar tantoo conceito de sade na comunidade como de qualidade de vida. Temas comofamlia, relacionamentos, autoestima, entre outros, ganharam espao e

    configuraram os discursos locais.

    Aos poucos, percebeu-se que a dinmica do grupo modificou-se. A intervenodos acadmicos dos demais cursos tambm sofreu adaptaes, deslocando-sea proposta de palestra para atividades que envolviam a participao ativa dosintegrantes do grupo. Foram realizadas dinmicas que se aproximavam docotidiano das pessoas e que as convocavam para a troca de experincias.Essas atividades geralmente englobavam msicas, teatro e ludicidade.

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    A produo e construo social da loucura

    A loucura como produo e construo sociaisApenas a partir do sculo XIX que a loucura se tornou um fato cientfico e mdico, situa ofilsofo Guilherme

    Branco. Ele recupera a provocao de Foucault segundo a qual, em nossotempo, a poltica funcionanosmesmos moldes dos hospitais psiquitricosA loucura ou o louco no existem como entidades fixas ou determinadas parasempre. Naverdade,enquanto produo social, histrica, e do saber-poder, aloucura uma produo, uma construo, com efeitos opressivos que se dodepois, no tempo da internao, que paramuitos um caminho sem volta.Assim, no se pode dizer que Ahistria da loucura foi uma tentativa dedenunciar a medicina ou libertar as vtimas do encarceramento psiquitrico.Questionado se a sanidade e loucura eram construes sociais dossaudveissobre os dementes: O mundo poltico, na atualidade, disse Foucault certavez, funcionanos moldes dos hospitais psiquitricos.

    Para se chegar a um conhecimento de loucura, devemos passar antes poralguns pontos como: a definio de senso comum e cincia, o que eraconsiderado loucura nas diferentes pocas e os fatores socioculturais queconstituem a loucura.

    Muito do que se conhece hoje sobre a loucura ainda embasada em sensocomum, que uma forma de conhecimento da realidade, porm um

    conhecimento simplificado, aprendido no cotidiano. Somente esse tipo deconhecimento, porm, no seria suficiente para as exigncias da humanidade.Ento devido necessidade, o conhecimento foi se especificando cada vezmais e assim surgiu a cincia, que precisa de um conhecimento sistemtico eque utiliza mtodos, tcnicas e teorias, possibilitando dessa forma suareplicao.

    A loucura passou por diversos significados ao decorrer da histria. Na IdadeMdia o louco era um ser errante, normalmente expulso de sua cidade (alguns

    eram colocados em navios, como a Nau dos Loucos citada por Foucault, paraserem despejados em outros locais longe da sua cidade natal), ele tambmera considerado como tendo um saber csmico, algo ligado ao sagrado. J naIdade Clssica a loucura herdou o lugar da peste, os locais onde eram isoladosos leprosos foram colocados disposio dos loucos, porm a concepo deloucura da poca era bem diferente da loucura na modernidade. Na Idadeclssica, o louco ainda estava ligado ao sagrado, mas tambm estava ligado amoral. Na poca da grande internao, foram isolados libertinos, portadores dedoenas venreas, criminosos, pessoas com idias diferentes das idiasvigentes na poca. A loucura era tratada com punio e castigo. J namodernidade o saber mdico se apossa da loucura como objeto de estudo. Osmdicos tentavam observar, classificar os tipos de louco (foi ai que surgiu a

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    clnica psiquitrica), o louco passa a ser visto como doente e tem a ideia deque possvel curar o louco. Porm Foucault demonstra que a loucura anterior a doena mental. A experincia social, conhecimento aproximado,seria da mesma natureza que o prprio conhecimento, e j a caminho daperfeio. Por essa mesma razo, o objeto do saber lhe preexiste, dado que jera ele apreendido, antes de ser rigorosamente delimitado por uma cinciapositivista. Nessa poca que surgiu Pinel para desacorrentar os loucos, lhesdando um tratamento mais humanizado.

    Ana Bock apresenta em seu artigo Formao do psiclogo: um debate a partirdo significado do fenmeno psicolgico cinco pontos bsicos em que sebaseiam a psicologia, e atravs do qual formado seu objeto de estudo, soeles:1. No existe a natureza humana;2. Existe a condio humana;3. o homem um ser ativo, social e histrico;4. O homem criado pelo homem;5. O homem concreto objeto da psicologia.

    Pelo primeiro ponto podemos discutir o homem que tem sua natureza e quedadas s condies ele se comportar de uma forma ou de outra. Ana Bockdiscorda dessa ideia de natureza humana justificando que isso camufla adeterminao social do homem, pensando-o de forma descolada de suarealidade social, realidade esse que o constitui e lhe d sentido.

    No segundo ponto a autora quer dizer que no homem, nada estaprioristicamente concebido. As habilidades, tendncias, tudo isso desenvolvido no homem atravs da cultura. Ela ainda diz que as condiesbiolgicas hereditrias do homem so a sustentao de um desenvolvimentoscio histrico....

    Quando ela diz que o homem um ser ativo, social e histrico, no deixaespao pra muitas dvidas. atravs das relaes entre homens e homens,homem e natureza que o homem se constri, como vimos acima definio de

    loucura foi mudando de acordo com as pocas. O homem age na sociedade eessa ao gera consequncias para outros homens tambm (j abordando oquarto ponto tambm).

    No quinto ponto ela busca o objeto de estudo da Psicologia. Insere o indivduona sociedade e dentro desse meio tenta compreende-lo. Mesmo em suasingularidade, s possvel compreender o indivduo quando inserido natotalidade social e histrica que o determina....

    David Rosenhan resolveu fingir-se de louco. Em 1972, ele se dirigiu a um

    hospital psiquitrico americano alegando escutar vozes que lhe diziam aspalavras oco vazio e o som tum-tum. Essa foi a nica mentira que contou.De resto, comportou-se de maneira calma e respondeu a perguntas sobre sua

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    vida e seus relacionamentos sem mentir uma nica vez sequer. Outros oitovoluntrios sos fizeram a mesma coisa, em instituies diferentes. Todos,exceto um, foram diagnosticados com esquizofrenia e internados.Assim que foram admitidos, os pacientes passaram a agir normalmente.Observavam a tudo e faziam anotaes em suas cadernetas. No comeo, as

    anotaes eram feitas longe do olhar dos funcionrios, mas logo elesperceberam que no havia necessidade de discrio. Mdicos e enfermeirospassavam pouqussimo tempo com os pacientes e nem ao menos respondiams perguntas mais simples. Apesar de seu show pblico de sanidade, nenhumdeles foi reconhecido, escreveu Rosenhan no artigo OnBeing Sane inInsanePlaces (Sobre Ser So em Locais Insanos), publicado na conceituadarevista Science, em janeiro de 1973. Ironicamente, os pacientes reaisduvidavam com freqncia da condio dos novos colegas. Voc no louco.Voc um jornalista ou um professor checando o hospital, disseram diversasvezes.Os pacientes estavam certos. Rosenhan era mesmo um acadmico e sua

    internao, assim como a dos outros voluntrios, era parte de um estudopioneiro para avaliar a capacidade mdica de diagnosticar distrbios mentais.Hoje, ele professor emrito das Faculdades de Psicologia e Direito daUniversidade de Stanford.Os falsos pacientes foram mantidos nos hospitais por perodos que variaram de7 a 52 dias. Foram medicados (assim como boa parte dos internados reais,eles escondiam as plulas sob a lngua e as jogavam fora quando j noestavam mais na presena dos funcionrios) e liberados com o diagnstico deesquizofrenia em remisso, uma expresso mdica usada para dizer que opaciente est livre dos sintomas.J de volta sua identidade real, os pesquisadores requisitaram os arquivossobre suas estadas nos hospitais. Em nenhum dos documentos havia qualquermeno desconfiana de que estivessem mentindo ou que aparentassemno ser esquizofrnicos. A concluso que David Rosenhan escreveu para oestudo desconcertou a psiquiatria americana. Agora sabemos que somosincapazes de distinguir a insanidade da sanidade.

    LOUCURA EXISTE!

    A concluso de Rosenhan no era de todo uma novidade para a comunidademdica. Desde a Segunda Guerra Mundial, quando a porcentagem de homens

    liberados pelo exrcito por razes psicolgicas variava de 20% a 60% entreestados, os americanos comearam a desconfiar de que seus diagnsticostinham a preciso cientfica de uma cartomante. Para piorar, pesquisascomearam a mostrar que os Estados Unidos estavam diagnosticando umnmero muito maior de esquizofrnicos do que a Inglaterra. Seria o ch dascinco um remdio to eficiente contra distrbios mentais?O estudo de Rosenhan deixava claro que o problema no eram as mentes dosingleses e sim a maneira pouco eficiente de se fazer diagnsticos nos EstadosUnidos. O instrumento usado por mdicos e psiquiatras nessa tarefa era (econtinua sendo) o Manual de Diagnstico e Estatstica dos Distrbios Mentais(DSM, na sigla em ingls). O manual reconhecido pela Associao

    Americana de Psiquiatria como a lista oficial de doenas mentais e usado emhospitais e consultrios psiquitricos do mundo inteiro.

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    Mas em 1973, o DSM ainda estava em sua segunda verso e os diagnsticosdados usando o livro de cem pginas variavam de forma absurda. Um mesmopaciente poderia ser descrito como histrico ou hipocondraco, dependendoapenas de quem o avaliasse. E essa era uma das questes centrais do estudode Rosenhan. Ser que as caractersticas que levam algum a ser tachado de

    louco esto mesmo no paciente ou esto no ambiente e contexto em que oobservador est inserido?, escreveu ele em OnBeing Sane....Essa pergunta faz ainda mais sentido quando comparamos os diferentesconceitos de loucura ao longo da histria. Homens cujo estado de espritodifere drasticamente da mdia dos demais existem desde as pocas maisremotas assim como tratamentos para cur-los. No entanto, por sculos,acreditava-se que a loucura era causada pela vontade dos deuses sendo,portanto, parte do destino de alguns. Fosse para punir ou at mesmo pararecompensaro Alcoro conta como Maom achava venerveis os loucos, jque tinham sido abenoados com loucura por Al, que lhes tirava o juzo paraque no pecassem fato que a loucura estava associada com a idia de

    destino e participava da vida social assim como outras formas de percepo darealidade. A definio de loucura em termos de doena uma operaorecente na histria da civilizao ocidental, escreveu Joo Frayze-Pereira, nolivro O que a loucura.E mesmo vista como doena mental, a relao que se desenvolve com elapode variar muito de cultura para cultura. Na Malsia, comum mulheres maisvelhas apresentarem um quadro psquico conhecido como latah. umacondio que faz com que a pessoa fique completamente alterada por um bomtempo, gritando e falando palavres. Mas, no lugar de serem excludassocialmente, essas pessoas so celebradas e costumam animar reuniessociais com seu pequeno show de excentricidades.Os prprios exemplos do que configura um estado alterado de conscinciamudam radicalmente de acordo com o lugar, o tempo ou a cultura. S paracitar um exemplo, em 1958, um jovem negro americano foi levado a umhospital psiquitrico depois de se inscrever para a Universidade do Mississippi.Qualquer negro que pensasse que pudesse estudar ali estava, obviamente,louco.Ora, se a loucurasuas razes, interpretaes e definies pode mudar todrasticamente diante de conceitos como geografia e tempo, como possvelafirmar que a loucura seja um distrbio da mente e no apenas um desviosocial? Ser que Thomas Szars, um dos lderes do movimento antipsiquiatria