apostila pós contabilidade tributária - prof. ms. joão cândido (2)

51
 Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAP Módulo Contabilidade Tributár ia – Prof. Ms. João Cândido Barbosa A CONTABILIDADE E A TRIBUTAÇÃO CONFORME RIR/99 Dever de Escriturar - art. 251. A pess oa jurídica suje ita à tr ibut ão com base no Lucr o Real deve mant er  escrituração com observância das leis comerciais e fiscais. (Decreto-Lei nº 1.598/1977, art. 7º) A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior. (Lei nº 2.354, de 29/11/1954, art. 2º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 25) A fal ta de escrituração tr az a possibilidade de ar bi tramen to do lucro, cumulativamente à imposição das penalidades cabíveis. O art. 259. § 2º, do RIR/99, por exemplo, prevê que a não manutenção do Livro Razão implicará o arbitramento do lucro. As demais hipóteses constam dos art. 530 do RIR/99. 1 - FORMA DA ESCRITURAÇÃO - Parecer Normativo CST nº 347/70: A forma de escriturar suas operações é de livre esc olha do contribuinte, den tro dos princípios técnicos ditados pela Contabilidade e a repartição fiscal só a impugnará, se a mesma omitir detalhes indispensáveis à determinação do verdadeiro lucro tributável. DECI ES EM PROCESSOS DE CONSUL TA PERTINEN TES AO TEMA ABORDADO 1 - VENDAS A PRAZO - Em obediência aos preceitos da legislação comercial, aos princípios de contab ilida de geralmente aceitos e ao regime de competência, o valor das vendas a pra zo dev e ser levado à conta de resultado, ind epe ndentemen te de seu recebimento em dinheiro. Dispositivos Legais: Arts. 251, 273 do RIR/1999; arts. 177 e 187, § 1º, da Lei nº 6.404/1976. Decisão nº 86/99. SRRF/1a RF. Publicação no DOU: 04/01/2000. 2 - CRITÉRIOS PARA A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DAS EMPRESAS - Não cabe à administração tributária fixar critérios para a escrituração contábil das empresas, mas apenas estabelecer ajustes extra-contábeis ao lucro líquido para fins de apuração da base de cálculo do tributo. Dispositivos Legais: Código Tributário Nacional, arts. 116, II, e 43; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, arts. 344, I; Parecer Normativo CST nº 11/1976; Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, art. 177. Decisão nº 125. SRRF/9a RF. Publicação no D.O.U.: 12/01/2000. JURISPRUDÊNCIA 1 - APURAÇÃO CONTÁBIL - A ciência contábil é formada por uma estrutura única composta de postulados e orientada por princípios. Sua produção deve ser a correta apresentação do patrimônio, com apuração de suas mutações e 1

Upload: flavio-geraldini

Post on 08-Jul-2015

426 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

A CONTABILIDADE E A TRIBUTAÇÃO CONFORME RIR/99

Dever de Escriturar - art. 251.

A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no Lucro Real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais. (Decreto-Lei nº 1.598/1977,art. 7º)

A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os resultadosapurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos eganhos de capital auferidos no exterior. (Lei nº 2.354, de 29/11/1954, art. 2º, e Lei nº9.249, de 1995, art. 25)

A falta de escrituração traz a possibilidade de arbitramento do lucro,cumulativamente à imposição das penalidades cabíveis. O art. 259. § 2º, do RIR/99, por exemplo, prevê que a não manutenção do Livro Razão implicará o arbitramento do lucro.As demais hipóteses constam dos art. 530 do RIR/99.

1 - FORMA DA ESCRITURAÇÃO - Parecer Normativo CST nº 347/70: A forma deescriturar suas operações é de livre escolha do contribuinte, dentro dos princípiostécnicos ditados pela Contabilidade e a repartição fiscal só a impugnará, se a mesmaomitir detalhes indispensáveis à determinação do verdadeiro lucro tributável.

DECISÕES EM PROCESSOS DE CONSULTA PERTINENTES AO TEMAABORDADO

1 - VENDAS A PRAZO - Em obediência aos preceitos da legislação comercial, aosprincípios de contabilidade geralmente aceitos e ao regime de competência, o valor das

vendas a prazo deve ser levado à conta de resultado, independentemente de seurecebimento em dinheiro. Dispositivos Legais: Arts. 251, 273 do RIR/1999; arts. 177 e187, § 1º, da Lei nº 6.404/1976. Decisão nº 86/99. SRRF/1a RF. Publicação no DOU:04/01/2000.

2 - CRITÉRIOS PARA A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DAS EMPRESAS - Nãocabe à administração tributária fixar critérios para a escrituração contábil das empresas,mas apenas estabelecer ajustes extra-contábeis ao lucro líquido para fins de apuração dabase de cálculo do tributo. Dispositivos Legais: Código Tributário Nacional, arts. 116, II, e43; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, arts. 344, I; Parecer Normativo CST nº11/1976; Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, art. 177. Decisão nº 125. SRRF/9a

RF. Publicação no D.O.U.: 12/01/2000.

JURISPRUDÊNCIA

1 - APURAÇÃO CONTÁBIL - A ciência contábil é formada por uma estruturaúnica composta de postulados e orientada por princípios. Sua produção deveser a correta apresentação do patrimônio, com apuração de suas mutações e

1

Page 2: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

análise das causas de suas variações. A apuração contábil observará as trêsdimensões na qual está inserida e as quais deve servir: comercial - a Lei6.404/1976; contábil - Resolução 750/1992 e fiscal, que implica em chegar aocálculo da renda, obedecendo a critérios constitucionais com fins tributários. Aregência da norma jurídica originária de registro contábil tem a sua natureza

dupla: descrever um fato econômico em linguagem contábil sob forma legal eum fato jurídico imposto legal e prescritivamente. Feito o registro contábil,como determina a lei, torna-se norma jurídica individual e concreta, observadapor todos, inclusive a administração, fazendo prova a favor do sujeito passivo.Caso contrário, faz prova contra. 1º Conselho de Contribuintes/8aCâmara/ACÓRDÃO 108-07.816 em 13/05/2004. Publicado no DOU em:19/07/2004.

Contabilidade Não Centralizada - art. 252

É facultado às pessoas jurídicas que possuírem filiais, sucursais ou agências manter contabilidade não centralizada, devendo incorporar ao final de cada mês, na escrituraçãoda matriz, os resultados de cada uma delas (Lei nº 2.354, de 1954, art. 2º).

Pessoas Jurídicas Com Sede no Exterior - art. 253

As disposições desta Seção aplicam-se também às filiais, sucursais, agências ourepresentações, no Brasil, das pessoas jurídicas com sede no exterior, devendo o agenteou representante do comitente com domicílio fora do País escriturar os seus livroscomerciais, de modo que demonstrem, além dos próprios rendimentos, os lucros reaisapurados nas operações de conta alheia, em cada período de apuração (Lei nº 2.354, de

1954, art. 2º, e Lei nº 3.470, de 1958, art. 76 e § 1º).Para apuração do resultado das operações referidas no final deste artigo, o

intermediário no País que for o importador ou consignatário da mercadoria deveráescriturar e apurar o lucro de sua atividade separadamente do lucro do comitenteresidente ou domiciliado no exterior, observado o disposto no parágrafo único do art. 398(Lei nº 3.470, de 1958, art. 76 e §§ 1º e 2º).

Nota: Resultados do exterior: Normas de tributação art. 394 do RIR/99, Decreto nº3.000/1999.

JURISPRUDÊNCIA

1 - PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL - É necessário que fique provado, para finsde arbitramento, na forma do art. 401 do RIR/80, que o agente ourepresentante no Brasil tenha poderes para obrigar contratualmente ovendedor para com o adquirente situado no Brasil. O fato exclusivo de ovendedor participar com 99,99% no capital do agente ou representante noPaís não implica atribuir a este poderes para obrigar contratualmente o

2

Page 3: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

vendedor (Ac. CSRF/01-967/89 - DO 06/07/90, e 968/90 - Resenha Tributária,Jurisprudência - CSRF 1.2.30, pág. 8512 e 8544). No mesmo sentido, v. Ac. 1ºCC 105-3.190/89 (Resenha Tributária, IR - Jurisprudência Administrativa 12.7,pág. 47).

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DOS CONTABILISTAS

RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS NO RIR/99 - Art. 819

O balanço patrimonial, as demonstrações do resultado do período de apuração, osextratos, as discriminações de contas ou lançamentos e quaisquer documentos decontabilidade, deverão ser assinados por bacharéis em ciências contábeis, atuários,

peritos-contadores, contadores, guarda-livros ou técnicos em contabilidade legalmenteregistrados, com indicação do número dos respectivos registros (Decreto-Lei nº 5.844, de1943, art. 39).

Esses profissionais, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referir à partetécnica, serão responsabilizados, juntamente com os contribuintes, por qualquer falsidadedos documentos que assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas nosentido de fraudar o imposto (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 39, § 1º).

Desde que legalmente habilitados para o exercício profissional, os titulares, sócios,acionistas ou diretores podem assinar os documentos referidos neste artigo.

FALSIDADE DO BALANÇO OU OUTRO DOCUMENTO CONTÁBIL - art. 820

Verificada a falsidade do balanço ou de qualquer outro documento de contabilidade,assim como da escrita dos contribuintes, o profissional que houver assinado taisdocumentos será, pelos Delegados e Inspetores da Receita Federal, independentementede ação criminal que no caso couber, declarado sem idoneidade para assinar quaisquer peças ou documentos contábeis sujeitos à apreciação dos órgãos da Secretaria da

Receita Federal (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 39, § 2º).

Do ato do Delegado ou Inspetor da Receita Federal, declaratório da falta deidoneidade mencionada neste artigo, caberá recurso, dentro do prazo de vinte dias, parao Superintendente da Receita Federal (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 39, § 3º).

3

Page 4: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS CONTABILISTAS

O Código Civil Brasileiro em seu art. 1.177 dispõe:

"Art. 1.177 - Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente1, por qualquer dos prepostos2  encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver 

 procedido de má fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele.

Parágrafo único - No exercício de suas funções, os prepostos 2  são pessoalmenteresponsáveis, perante os preponentes1, pelos atos culposos; e, perante terceiros,solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos." 

1 empresários

2 contabilistas

De acordo com a responsabilidade solidária disposta no Código Civil, o Contador assume, juntamente com o seu cliente, a responsabilidade por todos os atos ilícitoscometidos por ele, na gestão da empresa, respondendo tanto civil comocriminalmente.

O Contador que no exercício de suas funções comete erros, sem intenção defraudar, responde somente perante seu cliente, excluindo a responsabilidade comterceiros.

 A Contabilidade elaborada de forma correta, observando os princípios, postulados,convenções e a legislação comercial e fiscal pertinente, baseada em documentação

consistente, possibilitará ao Contador em provar sua inocência em qualquer  processo de acusação.

 Art. 1.178 - Os preponentes1 são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos2 , praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda quenão autorizados por escrito.

Parágrafo único - Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento,somente obrigarão o preponente2  nos limites dos poderes conferidos por escrito,

cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.1 empresários

2 contabilistas

Os empresários são responsáveis pelos atos dos Contabilistas que exercem a profissão dentro da empresa (quando a Contabilidade é feita nas dependências daempresa) o Contabilista não tem responsabilidades perante terceiros3. No entanto, o

4

Page 5: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Contabilista responde pelos erros no exercício de sua profissão que deram prejuízoà empresa.

3 fornecedores, credores da empresa

Porém, os empresários não são responsáveis pelos atos dos Contabilistas queexercem atividade fora da empresa - terceirizados -, somente nas situações quetenham ordenado por escrito ao Contabilista (Ex.: comunicando por escrito que oContabilista deve fazer ou não determinado lançamento).

Como base nos seguintes artigos do Código Civil é devida a indenização doContabilista ao seu cliente ou ao terceiro:

 Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete atoilícito.

 Art. 187 - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pelaboa fé ou pelos bons costumes.

 Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, ficaobrigado a repará-lo.

Parágrafo único - Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente deculpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmentedesenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos deoutrem." 

A Contabilidade consistente em documentos hábeis e refletindo a realidade daempresa faz prova a favor do Contador, quando este for requerido administrativa ou

 judicialmente a responder por seus atos no exercício de sua profissão.

Assim, comprovado, mediante a Contabilidade, que agiu dentro da norma legal eprocedimentos contábeis não incorrendo em fraudes, nenhuma acusação prospera contrao Contador.

RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS e ADMINISTRADORES

Sonegação x Inadimplência

Sonegação

O contribuinte, deliberada e conscientemente, deixa de recolher a obrigaçãotributária.

5

Page 6: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

A Sonegação Fiscal tipifica-se como crime contra a ordem tributária (Lei 8.137/90),pela prática das seguintes atividades:

• Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;• Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo

operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;• Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro

documento relativo à operação tributável;• Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber 

falso ou inexato;• Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documentos

equivalentes, relativa a• venda de mercadorias ou prestação de serviço efetivamente realizada ou fornece-

la em desacordo com a legislação.

Inadimplência

Reconhecimento da existência de obrigações tributárias a pagar, mas por circunstâncias alheias à sua vontade, deixa de fazê-lo. Os valores a pagar estãodeclarados na DCTF, DIPJ, DIRF, DACON etc., mas não recolhidos, bem assim, essesvalores declarados nessas declarações estão em conformidade com os saldosconsignados na Contabilidade.

EXEMPLIFICAÇÃO:

A Pessoa Jurídica deixou de recolher o IRPJ estimativa referente a outubro/2010, novalor de R$ 15.000,00, vencido em 30/11/2010, no entanto referido valor está declaradona DCTF referente ao período, apresentado em data prevista.

A empresa não sofre sanção por sonegação fiscal, pois os valores estãodeclarados; compete à Fazenda Nacional cobrar esses créditos, pelos meios quedispõem.

Para não incidir multa de ofício de 75%, sobre débitos declarados e não recolhidos,

o Contribuinte tem 20 dias da data da ciência do MPF - Mandado de Procedimento Fiscal,para recolher ou parcelar com multa de mora de 20%, conforme art. 47, da Lei 9.430/96,alterada pelo art. 70 da Lei 9.532/97.

Responsabilidade Tributária

O Código Tributário Nacional em seu art. 121, regulamenta o recolhimento e apenalidade pecuniária.

6

Page 7: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

"Art. 121 - Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único - O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constituao respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigaçãodecorra de disposição expressa de lei." 

"Art. 134 - Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em queintervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:

...

VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único - O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades,às de caráter moratório." 

De acordo com este dispositivo existe a responsabilidade de terceiros quepressupõe a existência de um dever legal outorgado a um co-devedor obrigado para opagamento da totalidade do débito tributário. São co-devedores: sócios, administradores,gerentes, ou seja, todos aqueles que detêm o cargo ou função de gerir a administraçãofinanceira e fiscal da empresa.

As penalidades não estão incluídas na obrigação tributária na qual o co-devedor éresponsável;

É necessária a comprovação da participação do sócio na prática dos atos pelopagamento dos débitos tributários de gestão e administração para poder ser responsabilizado pelo seu pagamento.

Limitação da responsabilidade ao capital social da empresa limitada

Art. 135 CTN

São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes às obrigaçõestributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,contrato social ou estatutos:

7

Page 8: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

I - as pessoas referidas no artigo anterior;

...

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

A presunção que a Fazenda tem, deve ser comprovada (comprovar o excesso depoderes ou infração à lei).

A infração deve ser caracterizada plena e previamente (comprovação).

Recentemente o STJ, no julgamento REsp. 86.439/ES, definiu que - acompanhandoo voto do relator do processo - de acordo com o nosso ordenamento jurídico-tributário,como está determinado no art. 135 do CTN, os sócios, ou seja, os diretores, gerentes ourepresentantes de pessoa jurídica são responsáveis, por substituição, pelos créditoscorrespondentes a obrigações tributárias somente quando resultantes da prática de ato oufato eivado de excesso de poderes ou com infração de lei, contrato social ou dosestatutos.

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL -

UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE COMO PROVA

No Processo Administrativo Fiscal a prova é de vital importância, devendo ocontribuinte ser criterioso neste aspecto, tendo em vista que o julgador proferirá o seuvoto favorável o desfavorável ao contribuinte de acordo com a sua convicção.

O contribuinte deve estar municiado de provas robustas quando da realização dequalquer ato negocial como por exemplo: compras, vendas, permutas e empréstimos.Para cada operação exemplificada é necessária documentação hábil e idônea para dar 

suporte ao lançamento contábil, servindo como prova no Processo Administrativo Fiscal.

Os administradores deverão exigir a documentação idônea, recusando pedidos,rascunhos, documentos sem identificação da empresa ou da mercadoria adquirida, dosserviços contratados.

O Contabilista deve exigir dos responsáveis pela empresa os documentos hábeispara as respectivas operações, evitando assim sanções fiscais à empresa.

Os lançamentos contábeis necessitam de comprovantes hábeis, sejam eles dereceitas, despesas ou provisões. A prova é fundamentada pelos documentos que dãosuporte aos lançamentos contábeis. Qualquer vulnerabilidade expõe a empresa a umprocesso de fiscalização, podendo redundar em penalidades para o contribuinte.

DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS - EMPRESA TRIBUTADAS PELO LUCRO REAL

DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS OU PRÓ-LABORE

O Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999), em seu parágrafo 1º doartigo 201, dispõe que são consideradas remuneração as importâncias auferidas em umaou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou

8

Page 9: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

creditados a qualquer título, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a suaforma.

 A distribuição de lucros apurados não sofre a incidência do INSS de 20%.

Entretanto, pela nova redação do Regulamento, dada ao inciso II, § 5º do artigo 201pelo Decreto 4729/2003, são tributáveis os valores totais pagos ou creditados aos sócios,ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídica, quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do capitalsocial ou tratar-se de adiantamento de resultado ainda não apurado por meio dedemonstração de resultado do exercício.

Desta forma, as empresas devem adotar o cuidado de prever, em seus respectivoscontratos sociais, que a sociedade vai apurar a demonstração de resultado do exercíciocontábil mensalmente (ou trimestralmente, ou em períodos menores que 12 meses).

Tais balanços, com a respectiva demonstração de resultado, devem ser transcritosno Livro Diário, para comprovar a existência dos lucros distribuídos. Na prática, para a

empresa antecipar o lucro do exercício corrente, o Contador deverá demonstrar que aempresa obteve o lucro mediante balancete constante no Livro Diário, sendo necessárioainda constar no contrato social previsão de distribuição de lucro mensal ou períodomenor que 01 ano.

Em resumo:

O lucro distribuído pelas empresas em geral aos respectivos sócios, a título delucros do próprio exercício, não integra a remuneração para efeito de contribuiçãoprevidenciária (20%), desde que seja com base na escrituração contábil e que conste nocontrato social cláusula que fixe a apuração e distribuição de lucros em períodos menoresque 12 meses, sendo tais demonstrações (balanço e resultado) transcritas no livro diário.

Além da economia do INSS, há também a economia do IRF (até 27,5%) para osócio (neste caso, desde que o lucro seja apurado de janeiro/1996 em diante).

Notas:

 Art. 52 da Lei 8212/91: "À empresa em débito para com a Seguridade Social é proibido:

I - distribuir bonificação ou dividendo a acionista;

II - dar ou atribuir cota ou participação nos lucros a sócio-cotista, diretor ou outro

membro de órgão dirigente, fiscal ou consultivo, ainda que a título deadiantamento." 

 Art. 889 do Regulamento do IR/99: "As pessoas jurídicas, enquanto estiverem emdébito, não garantido, por falta de recolhimento de imposto no prazo legal, não

 poderão (Lei nº 4.357, de 1964, art. 32):

I - distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas;

II - dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a

9

Page 10: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

seus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos." 

O art. 17 da Lei 11.051/2004, procedeu alteração no art. 32 da lei nº 4.357/64estabelece que as pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido,

 para com a União e suas autarquias de Previdência e Assistência Social, por faltade recolhimento de imposto, taxa ou contribuição, no prazo legal, não poderão:

a) distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas; ou 

b) dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como aseus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos;

 A inobservância desta regra importa em multa que será imposta:

a) às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remunerações,em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) das quantias distribuídas ou pagasindevidamente; e

b) aos diretores e demais membros da administração superior que receberem asimportâncias indevidas, em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) dessasimportâncias.

De qualquer forma a multa fica limitada, respectivamente, a 50% (cinqüenta por cento) do valor total do débito não garantido da pessoa jurídica.

Isto posto, o lucro distribuído com base em Balanço ou Balancete Contábil, mesmoque antes do encerramento do exercício*, desde que previsto no Contrato Social ediscriminado no documento de retirada a que período se refere o lucro, não haverátributação nem de Imposto de Renda nem de INSS.

A Contabilidade é a prova para a distribuição do lucro antes ou após do

encerramento do exercício, sem o respectivo pagamento de tributos (27,5% IRRF e 20%de INSS). Esse procedimento vem em consonância com o art. 204, da Lei nº 6.404/1976(Lei das S.A.), a qual autoriza a companhia a levantar balanços intermediários para efeitode pagamento de dividendos.

* Exemplo, o lucro líquido constante no Balancete de jan/2011, pode ser distribuídono mês de fev./2011.

INSS sobre a distribuição antecipada de lucros - Providências necessáriaspara evitar a incidência

De acordo com o previsto no inciso II, § 5º do artigo 201, do Decreto 3.048/1999,com redação dada pelo Decreto nº 4.729/2003, são tributáveis os valores totais pagos oucreditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídica,quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e aproveniente do capital social ou tratar-se de adiantamento de resultado ainda nãoapurado por meio de demonstração de resultado do exercício.

10

Page 11: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Após a publicação do referido Ato Legal, entendemos que as empresa devemprever em seus contratos sociais, que a sociedade pode antecipar lucros/dividendos, combase em balanços e/ou balancetes intermediários (mensal, trimestral ou semestral) emperíodos menores que 12 meses.

As demonstração de resultado, devem ser transcritos no Livro Diário, paracomprovar a existência dos lucros distribuídos. Ou seja, para a empresa possa antecipar o lucro do exercício corrente, o Contador deverá demonstrar que a empresa obteve olucro mediante balancete constante no Livro Diário, sendo necessário ainda constar nocontrato social previsão de distribuição de lucro mensal ou período menor que 01 ano.

Pessoa jurídica em débito para com a Fazenda Nacional - Distribuição delucros ou dividendos

O art. 17 da Lei 11.051/2004, alterou o art. 32 da lei nº 4.357/64, dispondo que aspessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, para com a União e suasautarquias de Previdência e Assistência Social, por falta de recolhimento de imposto, taxaou contribuição, no prazo legal, não poderão:

a) distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas; ou

b) dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como aseus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos;

A inobservância desta regra importa em multa que será imposta:

a) às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remunerações,em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) das quantias distribuídas ou pagasindevidamente; e

b) aos diretores e demais membros da administração superior que receberem asimportâncias indevidas, em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) dessasimportâncias.

De qualquer forma a multa fica limitada, respectivamente, a 50% (cinqüenta por cento) do valor total do débito não garantido da pessoa jurídica.

CÓDIGO CIVIL E A CONTABILIDADE (ESCRITURAÇÃO)

 Art. 1.179: O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir umsistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme deseus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

11

Page 12: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

§1º - Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critériodos interessados.

§2º - É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que serefere o art. 970.

Por sua vez, o artigo 966, do Novo Código Civil, define o empresário:

"Empresário é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada paraa produção ou circulação de bens ou de serviço."

Sociedade empresária é a que tem por objeto o exercício de atividade própria deempresário sujeito a registro, conforme artigo 982 NCC.

A sociedade simples também tem o dever de levantar o Balanço Patrimonial e o deresultado econômico, por força do disposto no art. 1.020 do NCC.

Sistema de Contabilidade - sistema significa uma reunião coordenada e lógica deprincípios ou idéias relacionadas de modo que abranjam um campo do conhecimento.Assim, sistema de contabilidade é aquele firmado em postulados, princípios, convençõese regras contábeis, reunidos de modo coordenado e lógico, registra atos e fatosadministrativos através de demonstrações ou análises, gerando aos seus usuários denatureza econômica, financeira, física e de produtividade sobre o patrimônio da entidade.

O objeto do sistema contábil são as mutações  que ocorrem no patrimônio daentidade, conforme Decreto-Lei 486/69 e art. 177 da Lei 6.404/76.

FUNÇÕES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

A escrituração contábil tem funções tão relevantes que não poderiam deixar de ser disciplinadas pela lei. Dentre as funções mais relevantes da escrituração contábil,destacamos as seguintes:

a) a de propiciar o conhecimento das finanças da entidade, vale dizer, dificilmenteos usuários do sistema contábil, diante da dinâmica e da complexidade das mutaçõespatrimoniais, poderiam compreendê-las sem que as mesmas fossem organizadas pela

escrituração;

b) a de gerar proteção ao crédito e garantir direitos de terceiros, ou seja, apublicação das demonstrações financeiras, que são elaboradas a partir da escrituraçãocontábil, apontam aos credores, acionistas, sócios e investidores no mercado de capitaisa situação patrimonial da entidade;

12

Page 13: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

c) a de fornecer informações para melhor administração da entidade, isto é, osadministradores da entidade dependem da obtenção das informações oriundas daescrituração contábil para elaborarem estratégias e apresentarem política;

d) a de trazer informações para fins de arrecadação de tributos, em outras palavras,

as legislações, mormente a que disciplina o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas,baseiam-se na escrituração contábil dos contribuintes.

Sanção penal relativa aos livros obrigatórios. O parágrafo 2º do art. 297 doCódigo Penal equipara os livros mercantis a documento público para os efeitos do crimede falsificação de documento público.

Além disso, de conformidade, com o disposto no art. 186, inciso VI do Decreto-Leinº 7.661/45 a "inexistência dos livros obrigatórios" pode configurar crime falimentar.

Documentação respectiva. A documentação respectiva é o conjunto dedocumentos que, além de ter por finalidade esclarecer e/ou provar determinados fatos

que têm base no sistema de contabilidade da entidade, serve de suporte físico para aescrituração dos mesmos.

Levantamento do Balanço Patrimonial: O art. 1.179, estabelece o dever aoempresário e à sociedade empresária levantar anualmente o balanço patrimonial. BalançoPatrimonial é a demonstração que encerra a seqüência dos procedimentos contábeis,apresentado de forma ordenada em três elementos componentes do patrimônio: Ativo,Passivo e Patrimônio Líquido. Sendo o Ativo composto por bens e direitos (art, 10, item 4do Código Comercial); o Passivo composto pelas obrigações; o patrimônio líquidocorresponde à diferença entre o ativo e o passivo.

Mesmo que a empresa esteja desobrigada a apresentação da Escrituração e doBalanço em função de legislação tributária, esta deve elaborá-los conforme determina oart. 1179 do NCC. É o caso do lucro presumido, no qual a legislação faculta o contribuintea escriturar Livro Caixa.

Outras disposições com relação à contabilidade no código civil

Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. A adoção defichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do Balanço Patrimonial edo de resultado econômico (art. 1180).

Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas,antes de colocados em uso, devem ser autenticados no Registro Público de EmpresasMercantis. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou asociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios (art. 1.181).

13

Page 14: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidadede contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade (art. 1.182).

A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em formacontábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nementrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. É permitido ouso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmenteautenticado (art. 1.183).

No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documentorespectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas aoexercício da empresa (art. 1.184).

Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o períodode trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas

fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmenteautenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam asua perfeita verificação (art. 1.184).

Será lançado no Diário o Balanço Patrimonial e o de resultado econômico, devendoambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e peloempresário ou sociedade empresária. (art. 1.184).

O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas delançamentos poderá substituir o Livro Diário pelo Livro Balancetes Diários e Balanços,observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele (art. 1.185).

O Livro Balancetes Diários e o de Balanços serão escriturados de modo que registre(art. 1.186):

I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivosaldo, em forma de balancetes diários;

II - o Balanço Patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento doexercício.

Na coleta dos elementos para o inventário serão observados os critérios de

avaliação a seguir determinados (art. 1.187):

I - os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados pelo custo deaquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou depreciam com o uso, pelaação do tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização respectiva, criando-sefundos de amortização para assegurar-lhes a substituição ou a conservação do valor;

14

Page 15: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

II - os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou queconstituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa, podem ser estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre queeste for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal estiver acima dovalor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens forem avaliados pelo preço corrente,a diferença entre este e o preço de custo não será levada em conta para a distribuição delucros, nem para as percentagens referentes a fundos de reserva;

O Balanço Patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real daempresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leisespeciais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo (art. 1.188).

O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas,acompanhará o Balanço Patrimonial (art. 1.189).

É garantido o sigilo da escrituração contábil, conforme art. 1.190, exceto em caso defiscalizações tributárias.

A ESCRITURAÇÃO E A NOVA LEI DE FALÊNCIAS - Lei 11.101/2005

Conforme art. 51 da Lei 11.101, de 09/02/2005, para o Pedido e do Processamentoda Recuperação Judicial será necessário que as demonstrações contábeis relativas aos 3(três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido;confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostasobrigatoriamente de:

• Balanço Patrimonial;• demonstração de resultados acumulados;• demonstração do resultado desde o último exercício social;• relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção.

O Art. 105, da Lei 11.101/2005, define que o devedor em crise econômico-financeiraque julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverárequerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimentoda atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:

I - demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e aslevantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observânciada legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:

a) Balanço Patrimonial;

b) demonstração de resultados acumulados;

c) demonstração do resultado desde o último exercício social;

15

Page 16: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

d) relatório do fluxo de caixa;

.......

V - os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;

FRAUDE A CREDORES

O art. 168, da mesma lei, dispõe que praticar, antes ou depois da sentença quedecretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperaçãoextrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, como fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem.

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o agente:

• I - elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos;• II - omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria

constar, ou altera escrituração ou balanço verdadeiros;• III - destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em

computador ou sistema informatizado;• IV - simula a composição do capital social;• V - destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de

escrituração contábil obrigatórios.

CONTABILIDADE PARALELA

A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até metade se o devedor manteve oumovimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação.

CONCURSO DE PESSOAS

Nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos contábeis, auditores e outrosprofissionais que, de qualquer modo, concorrerem para as condutas criminosas descritasno artigo 168, na medida de sua culpabilidade.

VENDAS A NÃO CONTRIBUINTES DENTRO E FORA DO ESTADO

16

Page 17: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

O § 2º do art. 6º do Decreto 1980/2007 determina que o IPI não íntegra a base de cálculodo ICMS quando a operação for realizada entre contribuintes e o produto for destinado aindustrialização ou à comercialização e configurar fato gerador de ambos os produtos.Portanto, na venda a não contribuinte do ICMS ou a contribuinte para uso e consumopróprio, o IPI integra a base de cálculo do ICMS.

Contabilização das compras e vendas de mercadorias/produtos tributação normal

1- Pela compra de matéria-prima pelo estabelecimento industrial, ou mercadoriaspelo estabelecimento comercial:

Débito: Compras de matéria-prima (custo) ou Compras de mercadorias (custo)Débito: ICMS a recuperar (ativo circulante)Crédito: Caixa/Bancos c/movimento ( ativo circulante) se for à vistaCrédito: Fornecedores (passivo circulante) se for a prazo

2- Pela venda de produtos/mercadorias pelo estabelecimento industrial oucomercial:

Débito: Caixa/Bancos c/movimento (ativo circulante) se for à vistaDébito: Duplicatas a receber (ativo circulante) se for a prazoCrédito: Vendas de produtos/Vendas de mercadorias (Receita bruta)

3- Pelo ICMS gerado pela venda:

Débito: (-) ICMS (impostos incidentes sobre as vendas)Crédito: ICMS a recolher 

4- Pelo saldo devedor apurado no período, quando o ICMS

Débito: ICMS a recolher Crédito: ICMS a recuperar 

CRÉDITOS DO P I S/ COFINS SOBRE O I P I

Conforme o artigo 66 da Instrução Normativa SRF nº 247/02 e do artigo 8º daInstrução Normativa SRF nº 404/04, o contribuinte que apure o PIS e a Cofins nãocumulativos com as alíquotas de 1,65% e 7,6%, respectivamente, pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação das mesmas alíquotas, sobre os valores das

aquisições de bens para revenda, efetuadas no mês. Segundo essas mesmas normas, oIPI incidente na aquisição, quando recuperável, não integra o custo dos bens para efeitosda apuração desses créditos. Logo, pode se deduzir que o IPI incidente na compra,quando não recuperável (ou seja, nos casos em que o comprador não é industrial ouequiparado), integra o custo de aquisição dos bens no cálculo dos créditos do PIS/Cofins.Como conseqüência, o comprador pode se creditar do PIS/Cofins calculado sobre o valor do IPI,apesar de este não ser computado na base de cálculo do PIS/Cofins do vendedor.Vale dizer, o IPI não integra a base de cálculo do PIS/Cofins do fornecedor dasmercadorias, mas é incluído na apuração do crédito do PIS/Cofins do comprador. Em

17

Page 18: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

razão disso, se o IPI não for recuperável pelo comprador, o valor creditado a título dePIS/Cofins, que inclui o IPI em seu cálculo, será superior ao PIS/Cofins apurado pelovendedor.

Ao tratarem desse tema, alguns contabilistas, em nossa opinião, de formaequivocada, têm afirmado que “o IPI integra a base de cálculo do PIS e da Cofins”. Ora, abase de cálculo de umtributo não é propriamente apurada pelo comprador dos bens, esim pelo vendedor, contribuinte de direito dos tributos incidentes. Em que pese o efeitomatemático ser o mesmo, em sentido estrito o IPI não integra a base de cálculo doPIS/Cofins. Do ponto de vista técnico devemos dizer que o IPI, quando não recuperável, écomputado na apuração dos créditos do PIS/Cofins pelo comprador, ou melhor, faz partedo custo de aquisição dos bens para fins de cálculo dos créditos do PIS/Cofins.

P I S/ COFINS NA VENDA

O regime de apuração do PIS/Cofins aplicável não é relevante para fins de cálculoda receita bruta (da qual tais contribuições são deduções), mas afeta a receita líquida.Cumulativa ou não a incidência, esses tributos devem ser deduzidos da receita bruta dasvendas e serviços. Na apuração da receita líquida, comparando se os dois regimes, o quemuda são apenas as alíquotas: 0,65% e 3% no regime de incidência cumulativa e 1,65%e 7,6% no nãocumulativa.

TRIBUTOS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO

Contribuições ao INSS

A contribuição para o INSS a cargo da empresa, sobre o total das remuneraçõespagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos seguradosempregado e trabalhador avulso, bem como ao contribuinte individual, além dascontribuições previstas do RPS, é de 20%.

A Contribuição para terceiros varia de acordo com a atividade da empresa, a qual édistinguida pelo código FPAS (Fundo de Previdência e Assistência Social) sendo:

507 – Indústria, transporte ferroviário e de cargas urbano, etc

515 – Comércio atacadista, comércio varejista, etc.

Contribuição para terceiros segundo o FPAS:

FPAS S.Educ Incra Senai Sesi Sebrae Senac Sesc TOTAL507 2,5 0,2 1,0 1,5 0,6 - - 5,8515 2,5 0,2 - - 0,6 1,0 1,5 5,8

Contribuição para o RAT – Risco Ambiental do Trabalho

risco leve: 1%

18

Page 19: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

risco médio: 2%risco grave: 3%

Contribuições ao FGTS

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço foi instituído em 1966 e regido, atualmentepela Lei 8.036 de 1990, representa uma reserva constituída por depósitos realizados peloempregador com base na remuneração do empregado, a ser utilizado por esse nosseguintes casos:

A empresa deve recolher ao FGTS 8% da remuneração mensal do empregado, em contadeste, na Caixa Econômica Federal. No caso de despedida sem justa causa, oempregador pagará uma multa de 40% sobre o saldo da conta vinculada do trabalhador na Caixa Econômica Federal, que deverá fornecer o respectivo extrato a tempo para ahomologação da rescisão do contrato de trabalho. Juntamente com a multa, deverá ser recolhida a contribuição de 10%, sobre o montante dos depósitos da conta do empregado

Contabilização do FGTS

1- Pelos encargos mensais

Débito: FGTS (Despesas com pessoal)Crédito: FGTS a recolher (ativo circulante)

2- Pelo recolhimento

Débito: FGTS a recolher (passivo circulante)Crédito: Caixa ou Bancos c/movimento (ativo circulante)

IRRF sobre Rendimentos do Trabalho

De acordo com o RIR, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre osrendimentos do trabalho tem como fato gerador o pagamento de salário, inclusiveadiantamento de salário a qualquer título, indenização sujeita à tributação, ordenado,vencimento, provento de aposentadoria, reserva ou reforma, pensão civil ou militar, soldo,pró-labore, comissão, benefício da previdênciaSocial ou privada, remuneração de conselheiro fiscal e de administrador, diretor eadministrador de pessoa jurídica, titular de empresa individual, gratificação e participaçãodos dirigentes nos lucros, participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados daempresa e demais remunerações decorrentes de vínculo empregatício, recebido por pessoas físicas residentes no Brasil (Oliveira, 2005).

O imposto é calculado mediante a utilização da tabela progressiva mensal, divulgada nosite da SRF (www.receita.fazenda.gov.br ): bruto, além dos dependentes: As importânciaspagas a título de pensão alimentícia quando em cumprimento de decisão judicial ouacordo homologado judicialmente.

As contribuições para a previdência social da União, Estados, Distrito Federal e dosMunicípios, as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas noBrasil (Oliveira, 2005)

19

Page 20: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O FATURAMENTO

Imposto Sobre Serviços – ISS

O ISS é de competência dos municípios e incide sobre os serviços prestados pelasempresas – pessoas jurídicas – ou pelo profissionais autônomos, desde que o fatogerador do serviço já não seja de competência tributária do Estado ou da União. É o casoda prestação de serviços de telecomunicação, geração e fornecimento de energia elétrica,transportes, etc. que não são tributados pelo ISS pelo fato de já serem tributados peloEstado ou pela União (Oliveira et. al, 2003).

Elementos essenciais para a ocorrência do fato gerador do ISS:

Efetividade e habitualidade do serviço prestado;

Autonomia do serviço prestado, devendo ser a realização deste em nome próprio;

Finalidade lucrativa da atividade prestada.

Fato gerador 

Corresponde à prestação dos serviços constantes da lista - ou relação – anexa à LeiComplementar, mesmo que a prestação de tais serviços envolva também o fornecimentode mercadorias.

Contribuintes e responsáveis

Os contribuintes desse imposto são os prestadores de serviços, pessoas jurídicas oufísicas, com ou sem estabelecimento fixo, dos serviços prestados na tabela de cadamunicípio. Não são, porém, considerados contribuintes do ISS:

Quem presta serviços com vínculo empregatício;

Os trabalhadores avulsos; e os diretores membros dos conselhos consultivo e fiscal.

A figura do responsável, sujeito passivo indireto obrigado a cumprir o pagamento dotributo em nome do contribuinte também existe no ISS, porque a legislação municipalpode eleger a pessoa responsável pelo pagamento do imposto.

Base de cálculo

A base de cálculo é o preço do serviço, considerada a receita bruta sem nenhuma

dedução, excetuando os descontos ou abatimentos concedidos indepentemente dequalquer condição. No caso de obras civis, alguns municípios admitem deduzir do preçodos serviços o valor:

Dos materiais adquiridos de terceiros e aplicados na obra;

Das faturas de subempreiteiras, já tributadas anteriormente pelo ISS (Oliveira et. al,2003).

20

Page 21: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Alíquotas

A fixação da alíquota do ISS é atribuição de cada município. 2%, 3% e 5%.

Contabilização do ISS

1- Pela prestação do serviçoDébito: ISS (deduções da receita bruta)Crédito: ISS a recolher (passivo circulante

2- Pelo pagamento do ISS

Débito: ISS a recolher (passivo circulante)Crédito: Caixa ou Bancos c/Movimento (ativo circulante).

Programa de Integração Social – PIS

a) Contribuintes

São contribuintes com base no faturamento mensal as pessoas jurídicas com finslucrativos (Oliveira et. al, 2003).

b) Base de cálculo

A base de cálculo é a receita bruta de bens e serviços com as seguintes exclusões:

As vendas canceladas

Os descontos incondicionais

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

O ICMS quando destacado em Nota Fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou serviçosprestados na condição de substituto tributário (automóveis e refrigerantes)

As reversões de provisões

As recuperações de créditos baixados como perdas, limitados aos valores efetivamentebaixados, que não representem ingresso de novas receitas

As receitas decorrentes das vendas de bens do ativo permanente

Dos resultados positivos – lucro – obtidos em decorrência de avaliação de investimentosem participações societárias pelo método da equivalência patrimonial

Dos lucros e dividendos recebidos ou a receber em decorrência de investimentos emparticipações societárias.

c) A contribuição para o PIS não incide sobre:

21

Page 22: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Exportação de mercadorias para o exterior 

Prestação de serviços para pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior, compagamento em moeda conversível

Vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação.

PIS CUMULATIVO

O PIS cumulativo não permite nenhuma dedução a título de crédito do valor a recolher epermanecem sujeitas às normas do regime da cumulatividade:

- As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ouarbitrado;

- As pessoas jurídicas optantes SIMPLES;

- As pessoas jurídicas imunes a impostos;

- Os órgãos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais e asfundações cuja criação tenha sido autorizada por lei (Lei 9.718 de 27/11/1998).

- Bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, caixaseconômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de créditoimobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresasde arrendamento mercantil e cooperativas de crédito, empresas de seguros privados,entidades de previdência privada, abertas e fechadas, empresas de capitalização,pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários efinanceiros e as operadoras de planos de assistência à saúde;

- As sociedades cooperativas;

- Receitas decorrentes da prestação de serviços de telecomunicações;

- Receitas decorrentes de prestação de serviços de empresas jornalísticas e deradiodifusão sonora e de sons e imagens;

- Receitas de empresas integrantes do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE);

- Receitas decorrentes da prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário,metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros;

- Receitas decorrentes do serviço prestado por hospital, pronto-socorro, casa de saúde ede recuperação sob orientação médica e por banco de sangue;

- As receitas decorrentes de prestação de serviços de educação infantil, ensinosfundamental e médio e de educação superior.

Alíquota - 0,65%

PIS NÃO CUMULATIVO (Lei 10.637 de 30/12/2002)

22

Page 23: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

O total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nasoperações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas da pessoa jurídica,exceto:

- Receitas não operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente;

- Venda de derivados de petróleo e gás natural, medicamentos e produtos de perfumaria,máquinas, tratores e veículos, etc., operações de empresas de transporte aéreo ouquaisquer outras submetidas à incidência monofásica da contribuição;

- Venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem como dos recebidos comoparte do preço da venda de veículos novos ou usados, nas pessoas jurídicas cujo objetoseja a compra e venda de veículos automotores;

- Preparação composta para bebidas alcoólicas, refrigerantes e cervejas, e embalagensde alumínio e PET;

- Vendas canceladas e descontos incondicionais;

- Reversão de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que nãorepresentem o ingresso de novas receitas;

- O resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido;

- Lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição quetenham sido computados como receita.

Alíquota: 1,65%

Crédito do PIS Não Cumulativo

As Pessoas Jurídicas que recolher o PIS pelo Regime Mão Cumulativo podem creditar-sedo valor resultado da aplicação da mesma alíquota (1,65%) sobre:

- Bens adquiridos para revenda, exceto aqueles que tenham sido adquiridos de pessoa  jurídica na condição monofásica e aqueles submetidos à incidência monofásica dacontribuição:

- Bens e serviços utilizados para o insumo na prestação de serviços e na produção oufabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis elubrificantes;

- Energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;

- Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos a pessoa jurídica, utilizados naatividade da empresa;

- Despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos e o valor dascontraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de

23

Page 24: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das MicroEmpresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES;

- Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridospara utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços; (aser utilizado em 24 parcelas mensais).

- Edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividadesda empresa;

- Bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado o faturamento domês ou do mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei;

- Armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor;

Receitas Financeiras – Não incidência

As empresas que recolherem o PIS pelo Regime não cumulativo não tributarão suasreceitas financeiras.

PIS sobre Folha de pagamento (Lei 9.718/1998)

Contribuintes

A contribuição ao PIS, calculada sobre a folha de pagamento mensal, é devida pelasentidades sem fins lucrativos, inclusive as fundações definidas como empregadoras pelalegislação trabalhista, tais como:

- Templos de qualquer natureza;

- Partidos políticos;

- Entidades de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações quepreencham as condições e requisitos legais;

- Condomínios de proprietários de imóveis residenciais e comerciais que possuamempregados;

- Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as organizações estaduais decooperativas, em relação às operações praticadas com cooperados;

- Instituições de educação e de assistência social que não realizem, habitualmente, vendade bens e serviços e que preencham as condições e requisitos legais;

- Sindicatos, federações e confederações;

- Serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;

- Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;

24

Page 25: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Fundações de direito privado. Alíquotas do PIS/Faturamento e sobre a Folha dePagamento

1- Regime Cumulativo: 0,65%2- Regime não Cumulativo: 1,65%3- Folha de Pagamento: 1%

Prazo de recolhimento

Até o último dia útil à quinzena subsequente ao fato gerador.

Contabilização do PIS Cumulativo

1- Pela receita bruta gerada no período

Débito: PIS s/Fat (Impostos incidentes s/vendas)Crédito: PIS s/Fat a recolher (passivo circulante)

2- Pelo recolhimento do tributo

Débito: PIS s/Fat a recolher Crédito: Caixa ou Bancos c/Movimento (ativo circulante)Contabilização do PIS não Cumulativo

1- Pelo crédito gerado pelas compras/alugueis, etc

Débito: PIS s/Fat a recuperar (ativo circulante)Crédito: PIS s/Fat sobre Compras (resultado)

2- Pelo débito originado pelo faturamento do mês

Débito: PIS s/Fat (impostos incidentes sobre as vendas)Crédito: PIS s/Fat a recolher (passivo circulante)3- Pelo saldo devedor a recolher 

Débito: PIS s/ Fat a recolher (Passivo circulante)Crédito: Pis s/Fat a recuperar (ativo circulante)

4- Pelo recolhimento do tributo

Débito: PIS s/Fat a recolher (passivo circulante)Crédito: Caixa ou Bancos c/movimento (ativo circulante

Contabilização do PIS sobre a folha de pagamento – alíquota de 1%

1- Pelo valor a recolher originado no período

Débito: PIS s/Folha de Pagamento (Despesas operacionais)Crédito: PIS s/Folha de pagamento a recolher (passivo circulante)

2- Pelo recolhimento do tributo

25

Page 26: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Débito: PIS s/Folha de pagamento a recolher (passivo circulante)Crédito; Caixa ou Bancos c/Movimento (ativo circulante)

COFINS

A COFINS foi instituída para assegurar os direitos relativos à saúde (Lei 1.940 de25/05/1982), à previdência e à assistência social e incide sobre o faturamento mensal daspessoas jurídicas, sendo este entendido como a receita bruta, excluídas as vendascanceladas, os descontos incondicionais, o IPI e o ICMS quando cobrado pelo vendedor dos bens ou serviços na condição de substituto tributário.

Alíquotas

Regime Cumulativo: 3%Regime não Cumulativo: 7,6%

Contribuintes

São as pessoas jurídicas em geral e aquelas equiparadas segundo a legislação doImposto de Renda, incluindo as instituições financeiras, construtoras e incorporadoras deimóveis. São isentas da COFINS (Lei 9.718/1998):

As microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP), que optarem pelosistema integrado de pagamento de impostos e contribuições (SIMPLES), no período emque ficarem submetidas a este regime, pois a COFINS está incluída no pagamento doimposto simplificado;

As sociedades cooperativas quanto aos atos cooperativos próprios de suas finalidades;

As sociedades civis de profissão regulamentada;

As entidades beneficientes de assistência social que atendam as exigênciasestabelecidas em lei, como os asilos, orfanatos, santas casas de misericórdia etc.

Base de cálculo

A receita bruta é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independente daatividade exercida ou da classificação contábil. São permitidas as seguintes exclusões(Lei 9.718/98):

As vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre

Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre Operações relativas à Circulação deMercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipale de Comunicações (ICMS), quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dosserviços na condição de substituto tributário;

As reversões de provisões operacionais e recuperação de créditos baixados como perda,que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação deinvestimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de

26

Page 27: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados comoreceita;

As receitas decorrentes da venda de bens do permanente.

Não Incidências da COFINS

Venda de mercadorias para o exterior (exportação);

Prestação de serviços para a pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior, compagamento em moeda conversível;

Venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação.

COFINS Cumulativa

A COFINS cumulativa é aplicada às empresa tributadas pelo Lucro Presumido, LucroArbitrado e as demais situações listadas abaixo, e não permite nenhum desconto a títulode crédito.

As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido ou Arbitrado;

As pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES;

As pessoas jurídicas imunes a impostos;

Bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, caixaseconômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de créditoimobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresasde arrendamento mercantil e cooperativas de crédito, empresas de seguros privados,entidades de previdência privada, abertas e fechadas, empresas de capitalização,pessoas jurídicas que tenham por objetoa securitização de créditos imobiliários e financeiros e as operadoras de planos deassistência à saúde;

Os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais;

As sociedades cooperativas;

Receitas decorrentes da prestação de serviços de telecomunicações;

Receitas decorrentes de prestação de serviços de empresas jornalísticas e de

radiodifusão sonora e de sons e imagens;

Receitas de empresas integrantes do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE),

Receitas decorrentes da prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário,metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros;

Receitas decorrentes do serviço prestado por hospital, pronto-socorro, casa de saúde ede recuperação sob orientação médica e por banco de sangue;

27

Page 28: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

As receitas decorrentes de prestação de serviços de educação infantil, ensinosfundamental e médio e de educação superior.

Alíquota da COFINS Cumulativa: 3 %

COFINS não cumulativa

A LEI nº 10.833 de 29 de dezembro de 2.003, alterou a Legislação Tributária: Art. 1º: “AContribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total dasreceitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ouclassificação contábil.”

Portanto, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nasoperações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas da pessoa jurídica,exceto:

Receitas não operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente;

Venda de derivados de petróleo e gás natural, medicamentos e produtos de perfumaria,máquinas, tratores e veículos, etc., operações de empresas de transporte aéreo ouquaisquer outras submetidas à incidência monofásica da contribuição;

Venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem como dos recebidos como partedo preço da venda de veículos novos ou usados, nas pessoas jurídicas cujo objeto seja acompra e venda de veículos automotores;

Preparação composta para bebidas alcoólicas, refrigerantes e cervejas, e embalagens dealumínio e PET;

Vendas canceladas e descontos incondicionais;

Reversão de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que nãorepresentem o ingresso de novas receitas;

O resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido;

Lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição quetenham sido computados como receita.

Alíquota da COFINS Não Cumulativa

O Art.2º da Lei nº 10.833 determina que: “Para determinação da COFINS aplicar-se-á,sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no Art.1º, a alíquota de 7,6% (seteinteiros e seis décimos por cento.”

Créditos da COFINS Não Cumulativa

28

Page 29: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

A alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos) da COFINS será aplicada sobre a basede cálculo apurada. Do valor apurado a pessoa jurídica poderá descontar os seguintescréditos, desde que adquiridos ou pagos a pessoa jurídica domiciliada no País:

Bens adquiridos para revenda, exceto aqueles que tenham sido adquiridos de pessoa  jurídica na condição monofásica e aqueles submetidos à incidência monofásica dacontribuição:

Bens e serviços utilizados para o insumo na prestação de serviços e na produção oufabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis elubrificantes;

Energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;

Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos a pessoa jurídica, utilizados naatividade da empresa;

Despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos e o valor dascontraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica , exceto deoptante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das MicroEmpresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES;

Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos parautilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços; (a ser utilizado em 24 parcelas mensais).

Edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividadesda empresa;

Bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado o faturamento domês ou do mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei;

Armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, quando o ônus for suportadopelo vendedor;

Receitas Financeiras - Não Incidência da COFINS Cumulativa

As empresas que recolherem a COFINS pelo Regime não cumulativo não tributarão suasreceitas financeiras.

Contabilização da COFINS Cumulativa - alíquota de 3% sobre a receita bruta

1- Pelo faturamento do mês

Débito: COFINS (Impostos incidentes sobre as vendas)Crédito: COFINS a recolher (passivo circulante)

2- Pelo recolhimento do tributo

Débito: COFINS a recolher (passivo circulante)Crédito: Caixa ou Bancos c/Movimento (ativo circulante)

29

Page 30: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Contabilização da COFINS não Cumulativa – alíquota de 7,6%

1- Pelo crédito originado pelas compras de produtos/mercadorias/alugueis, etc.

Débito: COFINS a recuperar (Ativo circulante)Crédito: COFINS s/compras

- Pelo débito originado pelo faturamento do mês

Débito: COFINS (impostos incidentes sobre as vendas)Crédito: COFINS a recolher (Passivo circulante)

3- Pelo saldo devedor a recolher 

Débito: COFINS a recolher (passivo circulante)Crédito: COFINS a recuperar (ativo circulante)

4- Pelo recolhimento do tributo

Débito: COFINS a recolher (passivo circulante)Crédito: Caixa ou Bancos c/Movimento (ativo circulante)

TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O RESULTADO

Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas

O imposto de renda é devido pelas pessoas jurídicas estabelecidas no país e incidirásobre o lucro obtido no período. A base de cálculo pode ser o lucro real, presumido ouarbitrado (RIR).

Contribuintes

As pessoas jurídicas;As empresas individuais

Imunidades, Isenções e não indidências

Templos de qualquer culto

Partidos políticos e entidades sindicais dos trabalhadores

Instituições de Educação e de Assistência Social

Entidades de Previdência Privada

Sociedades Beneficientes, Fundações e associações

Empresas estrangeiras de transportes quando as brasileiras gozarem da mesmaprerrogativa;

30

Page 31: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Associações de poupança e empréstimo autorizadas pelo órgão competente, sob a formade sociedade civil;

Sociedades de investimento com participação de capital estrangeiro

A entidade binacional ITAIPU

O Fundo Garantidor de Crédito – FGC

As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica,quando não visarem lucro, observando o art 182 do Decreto 3000 de 26/03/1999.

Alíquota

A alíquota para a pessoa jurídica é de 15% sobre a base de cálculo, ou seja, o lucro daempresa, podendo ser lucro real, presumido ou arbitrado. A parcela que exceder,mensalmente, a R$ 20.000,00 fica sujeita à incidência de adicional de 10%.

Contabilização do Imposto e Renda

1- Pelo geração do Imposto

Débito: Provisão p/Imposto de Renda Contas de resultado)Crédito: Provisão p/ Imposto de Renda a recolher (passivo circulante)

2- Pelo recolhimento do tributo

Débito: Provisão p/Imposto de renda a recolher (passivo circulante)Crédito: Caixa ou Bancos c/Movimento (ativo circulante)

PARA FINS DA LEGISLAÇÃO FISCAL PODERÃO SER REGISTRADOS COMOPERDA, OS CRÉDITOS, (RIR/1999, ART. 340, § 1O):

em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, mediantesentença emanada do Poder Judiciário;

sem garantia de valor:

b.1) até R$5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, independentementede iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

b.2) acima de R$5.000,00 até R$30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano,independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento,porém mantida a cobrança administrativa;

31

Page 32: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

b.3) acima de R$30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e mantidosos procedimentos judiciais para o seu recebimento;

com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos osprocedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias;

contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária,relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar.Caso a pessoa jurídica concordatária não honre o compromisso do pagamento de parcelado crédito, esta também poderá ser deduzida como perda, observadas as condiçõesgerais para dedução das perdas (IN SRF no 93, de 1997).

NOTAS:

O que se considera como operação:

Considera-se operação a venda de bens, a prestação de serviços, a cessão de direitos, a

aplicação de recursos financeiros em operações com títulos e valores mobiliários,constante de um único contrato, no qual esteja prevista a forma de pagamento do preçopactuado, ainda que a transação seja realizada para pagamento em mais de uma parcela(IN SRF no 93, de 1997, art. 24, § 2o).

No caso de empresas mercantis, a operação será caracterizada pela emissão da fatura,mesmo que englobe mais de uma nota fiscal (IN SRF no 93, de 1997, art. 24, §3o).

Os limites de que trata a legislação serão sempre calculados sobre o valor total daoperação ainda que tenha honrado uma parte do débito, o devedor esteja inadimplente deum valor correspondente a uma faixa abaixo da que se encontra o valor total da operação.

Crédito em que o não pagamento de uma parcela acarreta o vencimento automático dasdemais parcelas.

No caso de contrato de crédito em que o não pagamento de uma ou mais parcelasimplique o vencimento automático de todas as demais parcelas vincendas, os limites aque se referem as letras "a" e "b" do Inciso II do §1o do art. 24 da IN SRF no 93, de 1997,serão considerados em relação ao total dos créditos, por operação, com o mesmodevedor.

 

Acréscimo de reajustes e encargos moratórias contratados.

Para fins de efetuar o registro da perda, os créditos referidos no Inciso II do § 1o do art. 24da IN SRF no 93, de 1997 serão considerados pelo seu valor original acrescido dereajustes em virtude de contrato, inclusive juros e outros encargos pelo financiamento daoperação, e de eventuais acréscimos moratórios em razão da sua não-liquidação,considerados até a data da baixa (IN SRF no 93, de 1997, art. 24, § 4o).

32

Page 33: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Registro de nova perda em uma mesma operação

Para o registro de nova perda em uma mesma operação, as condições prescritas noInciso II do § 1o do art. 24 da IN SRF no 93, de 1997, deverão ser observadas em relaçãoà soma da nova perda àquelas já registradas (IN SRF no 93, de 1997, art. 24, § 6o).

Exemplos:

Hipótese 1:

Admitindo-se que uma pessoa jurídica tenha realizado no mês de abril de 2002 vendas demercadorias a um determinado cliente, cujas notas fiscais foram englobadas numa únicafatura (de no 111), para pagamento nos seguintes prazos e condições:

valor e vencimento das duplicatas:

duplicata no 111-A, no valor de R$2.000,00 com vencimento em 2/5/2010;

duplicata no 111-B, no valor de R$1.500,00 com vencimento em 16/5/2010;

duplicata no 111-C, no valor de R$1.000,00 com vencimento em 30/05/2010;

caso as duplicatas não sejam pagas no vencimento, os respectivos valores serãoacrescidos dos seguintes encargos, previstos contratualmente:

 juros (simples) de 0,5% a ao mês, contado a partir do mês subseqüente ao do vencimentodo título;

multa de mora de 2% sobre o valor original do crédito.

Neste caso, se em 31/12/2010 esses créditos ainda não tiverem sido liquidados, tem-se aseguinte situação:

De acordo com o art. 341 do RIR/1999, o registro contábil das perdas será efetuado adébito de conta de resultado e a crédito:

da conta que registra o crédito, quando este não tiver garantia e seu valor for de atéR$5.000,00, por operação, e estiver vencido há mais de seis meses, independentementede iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

de conta redutora do crédito, nas demais hipóteses previstas no § 1o do art. 9o da Lei no

9.430, de 1996.

NOTAS:

Ocorrendo a desistência da cobrança pela via judicial, antes de decorridos cinco anos dovencimento do crédito, a perda eventualmente registrada deverá ser estornada ouadicionada ao lucro líquido para determinação do lucro real do período da desistência,considerando-se como postergação o imposto que deixar de ser pago desde o período deapuração em que tenha sido reconhecida a perda.

33

Page 34: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Os valores registrados na conta redutora do crédito, item "b" retro, poderão ser baixadosdefinitivamente em contrapartida à conta que registre o crédito, a partir do período deapuração em que se completarem cinco anos do vencimento do crédito, sem que estetenha sido liquidado pelo devedor (Lei no 9.430, de 1996, art. 10 e §§).

PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NOS LUCROS - EFEITOS FISCAIS 

De acordo com a Lei 10.101/2000, a participação nos lucros ou resultados será objeto denegociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos aseguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo:

 

1 - comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicadopelo sindicato da respectiva categoria;

2 - convenção ou acordo coletivo.

 

É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título departicipação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a umsemestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil.

A seguir, segue-se os principais aspectos fiscais desta participação.

IMPOSTO DE RENDA NA FONTE

As participações respectivas serão tributadas na fonte, em separado dos demaisrendimentos recebidos no mês, como antecipação do imposto de renda devido nadeclaração de rendimentos da pessoa física, competindo à pessoa jurídica aresponsabilidade pela retenção e pelo recolhimento do imposto.

INSS E FGTS

A participação dos trabalhadores nos lucros, quando distribuída de acordo com a Lei 10.101/2000, não se sujeita à incidência de INSS e FGTS ou qualquer outra verbatrabalhista.

IMPOSTO DE RENDA - PESSOA JURÍDICA

A pessoa jurídica tributada pelo Lucro Real poderá deduzir, como despesa operacional,as participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados, dentro do próprioexercício de sua constituição.

Assim, não há necessidade que a participação esteja “paga” para que seja dedutível,podendo ser contabilizada nos balancetes ou balanço, segundo o regime de competência.

34

Page 35: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

CSLL

Como no Imposto de Renda, admite-se a dedução, como despesa operacional, para finsde CSLL sobre o Lucro Real, da participação dos trabalhadores, dentro do próprioexercício.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO IMOBILIZADO

Depreciação de Bens Adquiridos Usados

Art. 311 (RIR 99), Decreto nº 3.000/99.

A taxa anual de depreciação de bens adquiridos usados será fixada tendo em vista omaior dos seguintes prazos:

I - metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo;

II - restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para utilizaçãodo bem.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL

Contribuintes

Estão obrigadas a recolher a CSLL todas as pessoas jurídicas domiciliadas no país eaquelas que lhe são equiparadas pela legislação tributária, com exceção das entidadesisentas, as mesmas isentadas pelo Imposto de Renda. (Lei 7.689 de 15/12/1988)

Alíquota

A alíquota da CSLL é de 9% sobre o lucro da pessoa jurídica, podendo este lucro ser real,presumido ou arbitrado sobre o resultado da PJ.

Bônus de Adimplência

A partir do ano calendário de 2003 as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real oupresumido, adimplentes com os tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal(SRF) poderão beneficiar -se do bônus de adimplência instituído pelo art 38 da Lei10.637/2002. É considerada adimplente, para efeito de utilização do bônus, a pessoa

  jurídica, que nos últimos cinco anos-calendário, NÃO se enquadre em qualquer dashipóteses, em relação a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da ReceitaFederal:

· lançamento de ofício;· débitos com exigibilidade suspensa;· inscrição em dívida ativa;· recolhimentos ou pagamentos em atraso;· falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.

35

Page 36: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Cálculo do Bônus

O bônus de adimplência será calculado aplicando-se o percentual de l% sobre a base decálculo da CSLL, relativamente ao ano-calendário em for permitido o seuaproveitamento.Na hipótese de período de apuração trimestral, o bônus será calculadoem relação aos quatro trimestres do ano calendário e poderá ser deduzido da CSLLdevida correspondente ao último trimestre.

Utilização do Bônus

O bônus será utilizado no último trimestre do ano-calendário, se PJ optante do lucro realtrimestral ou lucro presumido ou no ajuste anual, no caso de PJ tributada com base nolucro anual.

Bônus excedente

A parcela do bônus que não puder ser aproveitada no período de apuração, poderá ser deduzida nos anos-calendário subseqüentes, da seguinte forma:

a. em cada trimestre, no caso de PJ tributada com base no lucro real trimestral oupresumido;

b. no ajuste anual, no caso de PJ tributada com base no lucro real anual.

Contabilização da CSLL

1- Pela geração do tributo

Débito: Provisão p/CSLL (Despesas)Crédito: Provisão p/CSLL a recolher (passivo circulante)

2- Pelo pagamento do Tributo

Débito: Provisão p/CSLL a recolher Crédito: Caixa ou Bancos c/movimento (ativo circulante

REGIMES DE TRIBUTAÇÃO FEDERAL

Lucro Presumido

Segundo Fabretti ( 2000, pg.217): “O Lucro Presumido é uma alternativa para as

pequenas empresas, até o limite da receita bruta total estabelecido em lei. Estas, em vezda apuração pelo lucro real, ou seja, de escrituração contábil, podem presumir esselucro.” A opção pelo Lucro Presumido é exercida com o pagamento da primeira ou únicaquota do imposto devido correspondente ao primeiro trimestre do ano-calendário e édefinitiva para todo o ano.

Algumas empresas são impedidas de optar pelo Lucro Presumido (RIR, Decreto3000 de 26/06/1999):

36

Page 37: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

· cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido superior ao limite de R$48.000.000,00 ou de R$ 4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses do período,quando inferior a doze meses;

· cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos dedesenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento einvestimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valoresmobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas dearrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas deseguros privados e de capitalização de previdência privada aberta;

· que auferirem lucros, rendimentos ou ganhos de capital no exterior;· que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir benefícios fiscais relativos àisenção ou redução do Imposto de Renda;· que no decorrer do ano-calendário tenham efetuado pagamento mensal do imposto peloregime de estimativa, na forma do art.° da Lei n° 9.430/96;

· que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de assessoria creditícia,mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e areceber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou deprestação de serviços (factorig).

· que exerceram atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção deimóveis, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro decusto orçado. As empresas tributadas pelo Lucro Presumido são obrigadas a apurar asbases de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o LucroLíquido (CSLL) no encerramento decada trimestre do ano-calendário. O Imposto de Renda é calculado à alíquota de 15%sobre o total da base de cálculo. Para a parcela do lucro presumido que exceder o limitede R$ 60.000,00 no trimestre, aplicar-se-á a alíquota adicional de 10%. No caso dotrimestre incompleto o limite corresponderá ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00pelo número de meses do período de apuração.

A base de cálculo da CSLL no Lucro Presumido

- 12% - venda de mercadorias ou produtos.

- 32%

a) prestação de serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de transporte;

b) intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de imóveis, móveis e

direitos de qualquer natureza.

Lucro Arbitrado

De acordo com o RIR, Lei 3.000/99 O arbitramento do lucro é uma forma de apuração dabase de cálculo do Imposto de Renda utilizada pela autoridade tributária ou pelocontribuinte, se conhecida a receita bruta. A pessoa jurídica, inclusive a empresaindividual equiparada, terá o seu lucro arbitrado,quando ocorrerem as situações a seguir (Fabretti, 2000) :

37

Page 38: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Falta de escrituração: quando o contribuinte, por algum motivo, deixar de escriturar oslivros exigidos pela legislação, perder e ou destruir os mesmos, ou deixar de elaborar asdemonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal, poderá ter o lucro arbitrado pelaautoridade tributária;

Escrituração com falhas: quando a escrituração a que estiver obrigado o contribuinterevelar evidentes indícios de fraude ou com vícios, erros ou deficiências que a tornemimprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, oudeterminar o lucro real;

Recusa na apresentação de livros ou documentos: quando a pessoa jurídica tributadapelo lucro presumido deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentosda escrituração comercial e fiscal, ou o lucro Caixa, nos quais deverá ser escriturada todaa movimentação financeira, inclusive a bancária;

Opção indevida pelo lucro presumido: o contribuinte que optar indevidamente pelolucro presumido estará sujeito a ter o seu lucro arbitrado;

Representante de pessoa jurídica estrangeira : o comissário ou representante dapessoa jurídica estrangeira deve escriturar os seus livros comerciais, de modo ademonstrar, além dos próprios rendimentos, o lucro real apurado nas operações de contaalheia, em cada ano. Se o mesmo não cumprir esta exigência, estará obrigado a pagar oImposto de Renda com base no lucro arbitrado;

Livro Razão: As empresas tributadas pelo lucro real estão obrigadas a manter, em boaordem e segundo as normas contábeis recomendadas, o livro Razão ou fichas utilizadaspara resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. Casonão atendam a esse requisito, poderão ter seu lucro arbitrado.

Aplicação do Arbitramento

Regra geral, a iniciativa do arbitramento do lucro compete à autoridade fiscal. No entanto,o contribuinte poderá antecipar-se à ação do Fisco, procedendo ao auto-arbitramento dolucro, desde que a receita bruta seja conhecida e esteja enquadrado em quaisquer dashipóteses citadas no item anterior.

Período de Apuração

O Imposto de Renda com base no lucro arbitrado abrangerá todo o ano-calendário, sendodevido trimestralmente, em períodos de apuração encerrados em 31 de março, 30 de

 junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, assegurada ainda a tributação com base no

lucro real ou presumido relativa aos trimestres não submetidos ao arbitramento, se aempresa:

a. Dispuser de escrituração comercial e fiscal que demonstre o lucro real dos períodosnão abrangidos pelo arbitramento;

b. Puder optar pelo lucro presumido; No caso do lucro real, a pessoa jurídica poderáapurar o lucro trimestralmente, ou anualmente com pagamentos por estimativa, semconsiderar os períodos em que se sujeitou ao lucro arbitrado. O IRPJ e a CSLL pagos sob

38

Page 39: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

a forma de arbitramento serão definitivos, não podendo o contribuinte, em qualquer hipótese, compensá-los com recolhimentos futuros.

Determinação do Lucro Arbitrado

Ocorrida qualquer das hipóteses que ensejam o arbitramento, o lucro arbitrado serádeterminado, em cada trimestre, segundo uma das formas abaixo:

Receita bruta conhecida (arbitramento pelo fisco ou pelo contribuinte): quando a receitabruta da pessoa jurídica for conhecida a base de cálculo do IRPJ corresponderá, em casatrimestre, à soma das seguintes parcelas:

a- o valor resultante da aplicação dos percentuais fixados no art. 15 da Lei 9.249/95,acrescidos de 20%;

b- o valor resultante da aplicação dos percentuais mencionados na letra “a”, sobre aparcela das receitas auferidas em cada atividade, no respectivo período de apuração, nasexportações a pessoas jurídicas vinculadas domiciliadas no exterior ou aos países comtributação favorecida, determinada de acordo com a sistemática de preços de referência,que exceder ao valor já aplicado na escrituração da empresa;

c- os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicaçõesfinanceiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de recitas nãoabrangidas nas letras “a” e “b” auferidos no respectivo período de apuração.

Receita Bruta não Conhecida (Arbitramento Pelo Fisco)

O lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta, será determinado através deprocedimento de ofício e corresponderá à soma das seguintes parcelas:

a. o valor resultante da utilização de uma das alternativas de cálculo previstas no art. 51da Lei 8.981/95;

b. os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicaçõesfinanceiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas nãoabrangidas na letra “a” auferidos no respectivo período apurado. Quando a receita brutada pessoa jurídica for desconhecida, a autoridade lançadora poderá, de acordo com anatureza do negócio, arbitrar o lucro mediante a utilização das seguintes alternativas decálculo:

a. 1,5 do lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica manteveescrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais. Quando o lucro for decorrente de

período de apuração anual ou mensal, o valor que servirá como base ao arbitramentoserá proporcional ao número de meses do período considerado;

b. 0,12 as soma dos valores do Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo e AtivoPermanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido:

c. 0,21 do valor do capital, inclusive a sua correção monetária contabilizada comoReserva de Capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nosatos de constituição ou alteração da sociedade;

39

Page 40: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

d. 0,15 do valor do Patrimônio Líquido, constante do último balanço patrimonialconhecido;

e. 0,4 do valor das compras de mercadorias efetuadas no trimestre;

f. 0,4 da soma, em cada trimestre, dos valores da folha de pagamento dos empregados edas compras de matéria-prima, produtos intermediários e materiais de embalagem;

g. 0,8 da soma dos valores devidos no trimestre a empregados;

h. 0,9 do valor do aluguel devido no trimestre. As alternativas previstas nas letras “e”, “f” e“g” acima, a critério da autoridade lançadora, poderão ter sua aplicação limitada,respectivamente, às atividades comerciais, industriais e de prestaçãode serviços e, no caso de empresas com atividade mista, ser adotados isoladamente emcada atividade.

Lucro Real

Lucro Real é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões oucompensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária (art. 6°, Decreto-Lei n°1598 de 26 de dezembro de 1977).

O art. 7° da mesma lei determina que “o lucro real será determinado com base naescrituração que o contribuinte deve manter, com observância das leis comerciais efiscais”.

O Decreto-Lei n° 1598 determina ainda em seu art. 8° que: “O contribuinte deveráescriturar, além dos demais registros requeridos pelas leis comerciais e pela legislaçãotributária, os seguintes livros:

I – Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR)

II – Razão Auxiliar em ORTN.” Com a extinção da correção monetária o Razão Auxiliar em ORTN caiu em desuso, porém o LALUR ainda é obrigatório. Segundo Harres (2001,pg.49) “No Lucro Real a empresa paga o Imposto de Renda e aContribuição Social efetivamente devidos, uma vez que as respectivas bases de cálculosão apuradas em Balanços Patrimoniais que refletem a realidade econômica e financeiradas empresas, no período específico.”

Para que a empresa possa optar pelo Lucro Real deve observar as normas daslegislações fiscais e comerciais, mantendo sua escrituração contábil em perfeita ordem e

dentro dos Princípios Contábeis. Os livros exigidos pela Receita Federal são citados nosartigos 258, 259, 260 e 262 do Decreto n° 3.000 de 26/03/1999 e são os seguintes:

- Livro Diário; Livro Razão; Livro de Registro de Inventário; Livro de Registro de Entradas;

- Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). A elaboração das Demonstrações Contábeisatravés da escrituração contábil, que constarão no Livro Diário da Empresa, servirão paracomprovar os valores devidos ao Imposto de Renda e à Contribuição Social sobre o lucrolíquido.

40

Page 41: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

LUCRO REAL TRIMESTRAL (Decreto 3.000/1999)

No Lucro Real Trimestral os prejuízos de trimestres anteriores só poderão ser compensados até o limite de 30% do lucro do trimestre atual, podendo ficar sujeito aopagamento do IR e da CSLL em determinado trimestre, mesmo havendo prejuízos acompensar em trimestres anteriores. A cada trimestre existe a obrigação de encerrar obalanço, e os recolhimentos do IRPJ e da CSLL sãoconsiderados definitivos. A opção pelo lucro real trimestral é exercida pelo pagamento daprimeira quota, ou quota única relativa ao primeiro trimestre do ano-calendário

LUCRO REAL ANUAL (Decreto 3.000/1999)

Os pagamentos mensais do IRPJ e da CSLL são calculados por estimativa mensal. Osbalancetes intermediários serão levantados mensalmente a fim de suspender ou reduzir opagamento mensal do imposto calculado com base na receita bruta e acréscimos. Aopção é manifestada pelo pagamento do imposto relativo ao mês de janeiro ou ao mês deinício das atividades e pela transcrição no Diário do balanço/balancete, e no LALUR daDemonstração do Lucro ou Prejuízo do período em curso.

A base de cálculo do Imposto de Renda a ser pago mensalmente é o resultado dosomatório de um percentual aplicado sobre a receita bruta do mês, acrescido de ganhosde capital, demais receitas e resultados positivos, excetuados os rendimentos ou ganhostributados como de aplicações financeiras. Os percentuais aplicáveis sobre a receita brutavariam de acordo com a atividade da pessoa jurídica e constam do art. 15 da Lei n°9.249/96:

PERCENTUAIS DE ESTIMATIVA APLICÁVEIS SOBRE RECEITA BRUTA - IRPJATIVIDADE % Revenda de mercadorias e produtos; industrialização por encomenda(material fornecido pelo encomendante); prestação de serviços de transporte de carga;prestação de serviços hospitalares; atividade rural; representação comercial por contaprópria; loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídosou adquiridos para revenda; execução de obras da construção civil com emprego demateriais; outras atividades nãocaracterizadas como prestação de serviços

Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante egás natural 1,6

Prestação de serviços de transporte, exceto de carga; Instituições financeiras eequiparadas; prestação de serviços em geral pelas pessoas jurídicas com receita brutaanual até R$ 120.000, exceto serviços hospitalares, de transporte e profissões

regulamentadas, escolas, creches Prestação de serviços em geral; prestação de serviços, pelas sociedades civis, relativosao exercício de profissões regulamentas; intermediação de negócios (inclusiverepresentação comercial por conta de terceiros e corretagem de seguros, imóveis eoutros; administração, locação ou cessão de bens imóveis) exceto a receita de aluguéis.

41

Page 42: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Quando a pessoa jurídica não exercer a atividade de locação de imóveis; administraçãode consórcios de qualquer natureza; cessão de direitos de qualquer natureza; construçãopor administração ou empreitada unicamente de mão-de-obra;

FONTE: ART 223 DECRETO N° 3.000 DE 26/03/1999 O Cálculo do Imposto de Renda éfeito à alíquota de 15% sobre a base de cálculo, ou seja, o lucro real apuradotrimestralmente, ou a estimativa. Para o lucro que exceder o limite de R$ 20.000,00mensais, ou R$ 240.000,00 anuais, calcula-se um adicional de 10%.

O Lucro Real é o Lucro Contábil + Adições – Exclusões/Compensações. O Lucro Contábilé apurado considerando-se a receita bruta das vendas e serviços, diminuindo-se asvendas canceladas, os descontos incondicionais e os impostos incidentes sobre asvendas, chegando-se assim à receita líquida. Deduzem-se, em seguida, o custo dasmercadorias vendidas, dos produtos vendidos, ou dos serviços prestados, as despesasoperacionais (vendas, administrativas, financeiras). Acrescentam-se as receitas nãooperacionais e deduzem-se as despesas não operacionais, chegando-se, assim, ao LucroLíquido ou Lucro Contábil.

DIFERENÇAS ENTRE O LUCRO REAL TRIMESTRAL E O ANUAL TRIMESTRALANUAL

Apuração trimestral Apuração anual.

Pagamento trimestral do IRPJ e da CSLL.

Pagamento mensal do IRPJ e da CSLL, por estimativa ou através do balancete desuspensão/redução. Encerramento do balanço trimestralmente.

Balancetes intermediários mensais para suspensão ou redução do imposto.

Compensação dos prejuízos limitados a 30% do lucro real de períodos subseqüentes.

Prejuízos são automaticamente absorvidos pelos lucros de outros períodos do mesmoano-calendário.

Prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores – limite de 30% do lucro real doperíodo.

Adicional de 10% sobre a parcela que exceder a R$ 60.000,00

Nos balanços de suspensão/redução e/ou balanço anual não haja incidência do adicional,por ser apurado prejuízo fiscal ou lucro real inferior a R$ 20.000,00 multiplicado pelonúmero de meses do respectivo período de apuração.

Opção é exercida com o pagamento da primeira quota ou quota única

Opção é manifestada pelo pagamento do imposto relativo ao mês de janeiro etranscrição no Diário e no LALUR do Balanço/balancete e da Demonstração doprejuízo Fiscal relativos ao mês de janeiro do ano-calendário.

42

Page 43: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

LALUR – parte A preenchidos trimestralmente – parte B quando houver prejuízo.

LALUR – no mês em que recolhe o Imposto por estimativa não preenche LALUR.

No mês em que foi levantado balancete de suspensão/redução preenche a parte Amesmo se não houver Imposto a pagar; No mês em houver prejuízo preenche também aparte B.

ADIÇÕES AO LUCRO LÍQUIDO

- a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;

- multas por autos de infração ou por lançamento de ofício;

- retiradas de dirigentes e de membros do conselho fiscal e de administração que nãocorrespondam a remuneração mensal e fixa por prestação de serviços;

- remuneração indireta a administradores, quando os beneficiários não forem identificadosou identificados e não individualizados;

- participações atribuídas a dirigentes;

- participações atribuídas a técnicos estrangeiros;

- excesso de depreciação, amortização ou exaustão;

- despesas não relacionadas com a produção ou comercialização;

- contribuições não compulsórias;

- doações feitas a fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacionaldos Direitos da Criança e do Adolescente;

- doações ou patrocínios relativos a projetos aprovados nos termos do art. 18 da Lei8.313/91, com as alterações da Lei 9.874/1999;

- gastos com alimentação de administradores;

- gastos com alimentação de empregados, cujo fornecimento não seja efetuadoindistintamente;

- despesas com brindes;

- provisões, exceto as provisões para férias, para décimo terceiro salário, as provisõestécnicas das companhias de seguros e de capitalização, e as provisões das Entidades dePrevidência Privada, cuja constituição é exigida por lei.

EXCLUSÕES DO LUCRO LÍQUIDO

- resultados não tributáveis de sociedades cooperativas;

43

Page 44: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

- lucros e dividendos de investimentos avaliados pelo custo de aquisição;

- ganho na avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial;

- ganho de capital nas vendas a prazo de bens (reconhece-se apenas a parcela do preçorecebido em cada período de apuração);

- depreciação acelerada incentivada;

- outras exclusões e exclusões não realizadas em exercícios anteriores.

LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL - LALUR

(COAD, Suplemento Estecial – IRPJ 2003) O Livro de Apuração do Lucro Real – LALURtem por finalidade demonstrar os ajustes do resultado do período através das adições,exclusões ou compensações autorizadas, que servirão paraapuração do Lucro Real.

A determinação da base de cálculo do IRPJ é feita através da escrituração do LALUR,sendo ele, portanto, peça fundamental para a apuração do Lucro Real. Estão obrigadas aescriturar o LALUR todas as pessoas jurídicas submetidas ao Lucro Real, ainda que por opção.

O LALUR divide-se em duas partes (Parte A e Parte B) e pode ser utilizado em forma delivro encadernado ou sistema eletrônico de processamento de dados. Na primeira e naúltima páginas do livro devem constar, respectivamente os termos de abertura e deencerramento, que identificam o contribuinte, especificando a razão social; o número e adata do arquivamento dos atos na Junta Comercial ou no Cartório do Registro Civil dasPessoas Jurídicas; o número de registro no Cadastro das Pessoas Jurídicas (CNPJ). Ostermos de Abertura e Encerramento devem ser datados e assinados pelo diretor, gerenteou titular da pessoa jurídica e por contabilista legalmente habilitado.

A legislação tributária admite a escrituração do LALUR mediante a utilização de sistemaeletrônico de processamento de dados, desde que observadas as normas baixadas pelaSRF. A exemplo dos demais livros, os formulários contínuos, após escriturados, devemser encadernados em forma de livro, contendo Termo de Abertura e de Encerramento.

O Livro de Apuração do Lucro Real não está sujeito a autenticação ou registro em órgãooficial. Caso a utilização de uma das partes do LALUR se complete antes do término daoutras, as páginas em branco devem ser canceladas, prosseguindo-se a escrituração,integralmente, no livro subseqüente.

Escrituração da Parte A

A parte A destina-se aos lançamentos de Ajuste do Resultado do Período e à transcriçãodo Lucro Real, que devem ser realizados, obrigatoriamente, a cada encerramento deperíodo trimestral ou anual, bem como por ocasião dos balanços/balancetes deredução/suspensão.Os lançamentos de ajuste devem ser realizados com individualização e clareza,utilizando-se as colunas a seguir descriminadas:

44

Page 45: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

COLUNA DATA: anotar a data dos lançamentos de ajuste ao lucro líquido.

COLUNA HISTÓRICO: Descrever os fatos determinantes dos ajustes, indicando a contaou sub-conta em que os valores foram registrados e a data em que os lançamentos foramefetuados nos livros exigidos pela Legislação Comercial. Se o ajuste não for contabilizadona escrituração comercial, alem de registrar a natureza do mesmo, devem ser indicadosos valores sobre os quais a inclusão ou exclusão foram calculados. A coluna auxiliar éutilizada para o registro deeventuais parcela integrantes de um mesmo lançamento, cuja soma deve ser transportada para a coluna de adição ou exclusão.

COLUNA ADIÇÕES: utilizada para registro dos valores que devam ser adicionados aolucro líquido, para a determinação do Lucro Real. O total lançado nesta coluna, no final decada período de apuração, deve coincidir com as adições discriminadas na Demonstraçãodo Lucro Real.

COLUNA EXCLUSÕES: utilizada para registro dos valores permitidos pela legislaçãotributária como exclusão do lucro liquido para apuração do Lucro Real. A soma destecoluna, ao final de cada período de apuração, deve coincidir com o total das exclusões dolucro líquido, discriminadas na Demonstração do Lucro Real.

Escrituração Parte B

Na parte B do LALUR são controlados os valores que influenciarão na determinação doLucro Real de períodos futuros. A escrituração deve ser feita através da utilização de umafolha para cada conta ou fato que exija controle individualizado, na forma a seguir:

COLUNA (1): anotar a data da efetivação do registro

COLUNA (2): descrever os fatos determinantes do ajuste, com todos os elementosindispensáveis para o controle de cada valor sujeito à apropriação do Lucro Real nosperíodos subseqüentes, de forma a permitir, a qualquer momento, a verificação daexatidão do respectivo saldo, assim como dos valores debitados ou creditados em cadaperíodo de apuração.

COLUNAS (3), (4), (5): Utilizadas, até 31.12.1995, para calcular a correção monetária dosvalores que devam ser computados na determinação do Lucro Real de períodos futuros.

COLUNA (6): Registrar os débitos dos valores que constituirão adições ao lucro líquido deperíodos futuros, para a determinação do Lucro Real respectivamente. Também éutilizada para baixa dos saldos credores transportados de períodos anteriores.

COLUNA (7): registrar os créditos que constituirão exclusões nos períodos futuros, sendotambém utilizada para baixa dos saldos devedores transportados de ano ou trimestreanterior.

COLUNA (8): registrar o saldo das operações de débito e crédito, que representará ovalor das adições ou exclusões, que deverão ajustar o lucro líquido de períodossubseqüentes.

45

Page 46: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

COLUNA (9): Indicar por letra maiúscula Devedora (D) ou Credora ©, do saldo constanteda Coluna 8. Desta forma, os saldos que devam ser adicionados ao lucro líquido deperíodos futuros são indicados pela letra “D” e os que devam ser excluídos são indicadospela letra “C”.

Valores que devem ser controlados no LALUR

Os valores passiveis de controle devem ser agrupados em folhas distintas na Parte B,segundo a sua natureza. Dentre outras, devem ser controladas as seguintes contas:

- Lucro inflacionário diferido até 31.12.95

- Lucro não realizado decorrente de contrato a longo prazo com empresas públicas

- Ganhos de capital na participação societária extinta em fusão, incorporação ou cisão

- Lucro não realizado referente a vendas a longo prazo de bens do Ativo Permanente

- Prejuízos fiscais operacionais e não operacionais a compensar 

7.3.7 Base de Cálculo Negativa da CSLL

A base de cálculo negativa da CSLL pode ser compensada com a base de cálculopositiva apurada em períodos de apuração subseqüentes de tributação com base noLucro Real trimestral, limitada a compensação a 30% do resultado do período deapuração subseqüente, ajustado pelas adições e exclusões. Ficam, porém, impedidas decompensar a base de cálculo0 da CSLL quando:

- Se entre a data da apuração e da compensação houver ocorrido, cumulativamente,modificação de seu controle societário e do ramo de atividade;

- Na sucessão por fusão, cisão ou incorporação. Na hipótese de cisão parcial, a PJ cindida poderá compensar a base de cálculo negativa da CSLL proporcionalmente à parcelaremanescente do patrimônio líquido.

Compensação dos valores pagos por estimativa

Os valores da CSLL pagos durante o ano-calendário com base na receita bruta eacréscimos ou balanços/balancetes de redução, são considerados antecipações da CSLLefetivamente devida, apurada no balanço anual em 31 de dezembro. A compensação

deverá ser realizada com base nos valores originalmente pagos.

Deduções da CSLL devida

Para efeito de pagamento, a PJ poderá deduzir da CSLL apurada no trimestre ou ano:

- A CSLL retida por órgão federal, quando do pagamento de valores relativos aofornecimento de bens ou serviços

46

Page 47: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

- O valor retido por PJ quando do pagamento de valores correspondentes ao fornecimentode bens ou serviços

Adições à Base de cálculo da CSLL

As principais adições da CSLL:

Despesas não relacionadas com a produção ou comercialização

Contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos desaúde e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídosem favor de empregados e dirigentes da PJ

Doações feitas aos Fundos controlados pelos Conselhos Municipais. Estaduais eNacional dos Direitos da Criança e do Adolescente; bolsas de estudo caracterizadascomo doações etc.

Gastos com alimentos de sócios, acionistas e administradores;

Gastos com alimentação de empregados, inclusive cestas básicas, cujo fornecimento nãoseja efetuado indistintamente a todos os empregados

Despesas com brindes

Provisões, exceto as provisões para férias, 13º salário, provisões técnicas dascompanhias de seguros e de capitalização.

Exclusões da Base de Cálculo da CSLL

- Lucros e dividendos de investimentos recebidos de outra PJ.

- Resultados não tributáveis de sociedade cooperativas

- Ajuste por aumento no valor de investimentos avaliados pelo Método da EquivalênciaPatrimonial.

Controle das adições e ExclusõesNa determinação do valor da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de cada períodode apuração9 a PJ utilizará memória de cálculo a ser mantida à disposição do Fiscoenquanto não decorrido o prazo decadencial, podendo utilizar-se, por opção do LALUR.

Compensação de Prejuízos (Revista COAD Suplemento Especial IRPJ 2003)

A soma dos prejuízos fiscais operacionais não poderá exceder o limite de 30% do lucrolíquido do período da compensação, ajustado pelas adições e exclusões.

O valor do prejuízo não operacional a ser compensado em cada período de apuraçãotambém não poderá exceder 30% do lucro líquido somado aos prejuízos de outrasatividades, apurado no período a compensar.

47

Page 48: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

No período de apuração em que for verificado resultado não operacional positivo, todo oseu valor poderá ser utilizado para compensar os prejuízos fiscais não operacionais deperíodos anteriores, ainda que a parcela do lucro real admitida para compensação nãoseja suficiente ou tenha sido apurado prejuízo fiscal. Neste caso, quando a parcela dosprejuízos fiscais não operacionais não puder ser compensada com o lucro real, seja emvirtude da limitação de 30% do lucro líquido ajustado ou ter sido apurado prejuízo fiscal noperíodo, passará a ser considerada prejuízo fiscal das demais atividades, devendo ser promovidos os devidos ajustes na parte “B” do LALUR.

Juros sobre Capital Próprio

O RIR/99 instituiu os juros sobre o capital próprio:

“Art. 347. A Pessoa Jurídica poderá deduzir, para efeitos de apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócio ou acionistas, a título deremuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido elimitados à variação da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP.”

“Art. 347 do RIR/99, Par. 1º: O efetivo pagamento ou crédito de juros fica condicionado àexistência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados ereservas de lucros. O limite dos juros para fins de dedutibilidade do IRPJ e da CSLL seráde 50% do lucro líquido correspondente ao período-base de seu pagamento ou crédito,antes da dedução da provisão para o imposto de renda e da dedução dos próprios jurosou dos saldos de lucros acumulados de períodos anteriores – o que for maior.”

O valor dos juros pagos ou creditados, a título de remuneração do capital próprio, sofreráa retenção do IRRF à alíquota de 15% sobre o valor respectivo na data do pagamento oucrédito.

A reserva de reavaliação não deve compor a base de cálculo enquanto não for realizada,ou seja, enquanto não for adicionada na determinação do lucro real e da contribuiçãosocial.

Ganhos de Capital

“A diferença entre o valor de venda de bens do Ativo Permanente e seu respectivo custocontábil corresponde ao ganho de capital, que deverá ser apurado pela empresa,independente de seu regime de tributação (Real, Presumido, Arbitrado ou SIMPLES”.(Oliveira, 2005 pg. 197)

Nas vendas do Ativo Permanente para receber o preço, no todo ou em parte, o

contribuinte poderá, para determinar o Lucro Real, reconhecer o lucro na proporção daparcela do preço recebida em cada período de apuração, após o término do ano-calendário seguinte ao da contratação (art.421 do RIR).

Caso o contribuinte tenha reconhecido o lucro na escrituração comercial no período deapuração em que ocorreu a venda, os ajustes e o controle do lucro na proporção daparcela do preço recebida em cada período de apuração serão registrados no LALUR.

Retenção na Fonte do IRPJ CSLL, PIS e COFINS

48

Page 49: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

Para Oliveira (2005), os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoa jurídicas de direito privado estão sujeitos à retenção na fonte da CSLL, COFINS e PIS,pela prestação dos seguintes serviços:

Limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores elocação de mão-de-obra, que já se sujeitavam à retenção do IRRF à alíquota de 1,0%antes de 01/02/2004

Assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administraçãode contas a pagar e a receber, que a partir de 01/02/2004 estão sujeitos à retenção doIRRF à alíquota de 1,5%;

Remuneração de serviços caracterizadamente de natureza profissional que já sesujeitavam à retenção de IRRF à alíquota de 1,5% antes de 01/01/2004 (parágrafo 1º doart. 647 IRI/2004).

Os pagamentos efetuados pela prestação dos serviços acima estão sujeitos à retenção nafonte de 4,65%, correspondente à soma das seguintes alíquotas:

- 1,0 % CSLL- 3,0% COFINS- 0,65% PIS

Os serviços abaixo, além da retenção na fonte da CSLL, COFINS e PIS também estãosujeitos ao desconto do IRRF à alíquota de 1,5%:

- Medicina prestados por ambulatório, banco de sangue, casa e clínica de saúde, casa derecuperação e repouso sob orientação médica, hospitalar e pronto-socorro;

- Engenharia de construção de estradas, pontes, prédios e obras assemelhadas e

- Publicidade e propaganda. Além das pessoas jurídicas que efetuarem pagamentos oucréditos a outras pessoas jurídicas, a retenção é aplicada inclusive aos pagamentosefetuados por:

- Associações, inclusive entidades sindicais, federações, confederações, centrais sindicaise serviços sociais autônomos;

- Sociedades simples, inclusive sociedades cooperativas

- Fundações de direito privado e

- Condomínios de moradores

Para efeito de planejamento tributário, os valores retidos do IR, da CSLL. COFINS e PISserão considerados como antecipação do que for devido pelo contribuinte que sofreu aretenção, podendo ser compensados com o imposto e as contribuições da mesmaespécie.

49

Page 50: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

As pessoas jurídicas optantes do SIMPLES não sofrerão nem estão obrigadas a efetuar aretenção das contribuições. Também estão dispensadas de retenção as PJ que efetuaremo pagamento de valor igual ou inferior a R$ 5.000,00. Contudo, se estiver registrado nomesmo mês mais de um pagamento a uma mesma pessoa jurídica, a cada pagamentodeverá ser efetuada a soma de todos os valores já pagãos naquele mês para determinar a dispensa da retenção (Oliveira, 2005).

Contratos de Longo Prazo

De acordo com o art. 407 do RIR/2004, na apuração do resultado de contratos, com prazosuperior a um ano, de construção por empreitada ou por fornecimento, a preçopredeterminado, de bens ou serviços a serem produzidos, serão computados em cadaperíodo de apuração (Oliveira, 2005):

1. Custo de construção ou de produção dos bens ou serviços incorridos durante o períodode apuração;

2. parte do preço total da empreitada, ou dos bens ou serviços a serem fornecidos,determinada mediante aplicação, sobre o preço total da porcentagem do contrato ou daprodução executada no período de apuração.

Portanto, poderá ser excluída do lucro do período de apuração. Para efeito de determinar o lucro real, parcela do lucro da empreitada ou fornecimento computado no resultado doperíodo de apuração, proporcionalmente à receita dessas operações consideradas nesseresultado e não recebida até a data dobalanço de encerramento do período. A parcela excluída deverá ser computada nadeterminação do lucro real do período de apuração em que a receita for recebida(Oliveira, 2005).

Faturamento para Entrega Futura

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real devem apurar o seu resultado noperíodo mediante o regime de competência, segundo o qual as receitas serãocomputadas independentemente de sua realização em moeda e os custos e despesas,pagos ou incorridos, no mesmo período em que corresponderem essas receitas. Assim,as receitas provenientes da venda a prazo de mercadorias, produtos ou serviços serãoreconhecidas no momento de sua realização, independentemente do efetivo pagamento(Oliveira, 2005).

No caso de venda para entrega futura, o reconhecimento da receita da venda e de seurespectivo custo será no momento da entrega do bem, e não enquanto este permanecer em poder da empresa ou estiver sendo produzido.

Depreciação

A maioria das empresas brasileiras adota como taxas anuais de depreciação de seuimobilizado aquelas admitidas pelo Regulamento do Imposto de Renda, como de usonormal em um turno de oito horas diárias (Oliveira, 2005).

Entretanto, para itens do imobilizado com excessivo desgaste ou rápida obsolência, ocontribuinte pode solicitar ao Instituto Nacional de Tecnologia (INT), ou outra entidade

50

Page 51: Apostila Pós contabilidade tributária - Prof. Ms. João Cândido (2)

5/9/2018 Apostila P s contabilidade tribut ria - Prof. Ms. Jo o C ndido (2) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-pos-contabilidade-tributaria-prof-ms-joao-candido

Curso de Pós-Graduação em Contabilidade Fiscal e Tributária - FANAPMódulo Contabilidade Tributária – Prof. Ms. João Cândido Barbosa

oficial especializada, o laudo para adoção de taxas de depreciação, adequadas àscondições de utilização dos bens, diferentes das divulgadas pela SRF. As máquinas eequipamentos são depreciados à taxa de 10% anuais, entretanto, se tiverem vida útil decinco anos, segundo o laudo do ITN, a taxa dobrará para 20% anuais, permitindo umaredução tributária pela maior contabilização das despesas de depreciação às empresasoptantes pelo Lucro Real (Oliveira, 2005).

Além da utilização de laudos, o RIR permite que se contabilize os efeitos de turnossuperiores ao normal na vida útil dos bens móveis (depreciação acelerada). Por essecritério, tais bens serão depreciados em função do número de horas diárias de operação,empregado-se os coeficientes:

- um turno de oito horas 1,0;- dois turnos de oito horas 1,5;- três turnos de oito horas 2,0.

REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

A cada ano, surge uma importante questão: a empresa que não tenha nenhumimpedimento para optar por um regime de tributação (Lucro Presumido, Real ouArbitrado) deve defini-lo para fins de recolhimento do IRPJ e da CSLL.

Normalmente, a preferência é pelo lucro presumido, pela facilidade de cálculo do IRPJ eda CSLL, além de reduzir os serviços em escritórios de contabilidade,pois a legislação exige apenas a escrituração do Livro Caixa (Oliveira, 2005).

A decisão por um ou outro regime de tributação deve estar baseada na margem de lucroda empresa, antes do IRPJ e da CSLL, obtida nas demonstrações contábeis do períodoanterior e em sua projeção até o final do ano (Oliveira, 2005).

Fato Gerador 

O fato gerador ou hipótese de incidência dos Tributos Federais, tais como IRPJ e CSLL,devido pelas Pessoas Jurídicas é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica deRENDA, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos,e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais nãocompreendidos no conceito de renda. É importante frisar que nem toda a aquisição dedisponibilidade econômica ou jurídica de renda é considerada FATO GERADOR dostributos ora estudados. Os lucros auferido em empresas coligadas ou controladas,avaliados pelo método da Equivalência Patrimonial, não são considerados aquisição dedisponibilidade econômica ou jurídica de renda tributável (Oliveira, 2005).

O fato gerador assim considerado pela Legislação do Imposto de Renda, atualmente noBrasil, é o LUCRO REAL, ajustado por adições, exclusões e compensações no LALUR,para empresas optantes desta modalidade tributária. Pelas empresas optantes pelo LucroPresumido, Arbitrado ou SIMPLES, o fato gerador é a receita bruta auferida.

51