apostila orquídeas

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CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL- PREVIDNCIA CURSO CULTIVAR PARA PRESERVAR. AS ORQUÍDEAS E SUA RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE. NOÇÕES BÁSICAS PARA O CULTIVO DE ORQUÍDEAS As orquídeas apresentam variações quanto ao local onde se desenvolvem na natureza. Podem ser: 1) Epífitas - quando a orquídea se desenvolve em troncos e galhos de árvores. Apesar disso, ela NÃO é uma parasita, pois não danifica nem retira nutrientes das árvores. O seu sustento vem do oxigênio que absorve através das folhas, da umidade do ar, do sol, da água da chuva e dos nutrientes que derivam das folhas e insetos mortos e decompostos que ficam depositados sobre os galhos e troncos. 2) Terrestres - são aquelas que vivem no solo. Geralmente são plantas de climas temperados, mais amenos; têm o sistema de raízes próprias para se desenvolverem na terra. Gostam de local menos ensolarado. 3) Rupícolas ou litofíticas - se desenvolvem em solo rochoso, em locais geralmente muito ensolarados. As raízes ficam protegidas nas fendas das rochas ou sob o mato. Essas orquídeas enfrentam condições adversas de temperatura: calor forte durante o dia e noites frias 4) Saprófitas - espécie subterrânea que cresce e floresce no subsolo, a Rhizanthella garneri, coletada pela primeira vez em 1928 na Austrália. Não tem clorofila e se desenvolve com a ajuda de um fungo. A vontade de se ter a beleza das orquídeas em casa levou à busca de cultivos alternativos. Para o desenvolvimento adequado da orquídea fora de seu habitat natural, precisamos estar atentos aos seguintes fatores: luz, temperatura, umidade e água, adubação, substrato e vasos. PARTES DAS PLANTAS E MODO DE CRESCIMENTO Quanto ao crescimento, as orquídeas podem ser classificadas em: 1) Simpodiais - plantas que crescem na horizontal, ou seja, o novo broto se desenvolve na frente do bulbo adulto formando o rizoma e um novo pseudobulbo, num crescimento contínuo. 2) Monopodiais - planta com crescimento vertical. Suas folhas são lineares, rígidas e carnosas, muitas vezes sulcadas ou semi-cilíndricas, dispostas simetricamente no caule da planta. Ex. Vandas, Ascocendas. Crescimentos novos, chamados de “frente”, começam na base do pseudobulbo guia, a partir das gemas. Muitas 1

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Apostila sobre as Orquídeas - flores

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CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL- PREVIDÊNCIACURSO CULTIVAR PARA PRESERVAR. AS ORQUÍDEAS E SUA RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE.

NOÇÕES BÁSICAS PARA O CULTIVO DE ORQUÍDEAS

As orquídeas apresentam variações quanto ao local onde se desenvolvem na natureza. Podem ser:1) Epífitas - quando a orquídea se desenvolve em troncos e galhos de árvores. Apesar disso, ela NÃO é

uma parasita, pois não danifica nem retira nutrientes das árvores. O seu sustento vem do oxigênio que absorve através das folhas, da umidade do ar, do sol, da água da chuva e dos nutrientes que derivam das folhas e insetos mortos e decompostos que ficam depositados sobre os galhos e troncos.

2) Terrestres - são aquelas que vivem no solo. Geralmente são plantas de climas temperados, mais amenos; têm o sistema de raízes próprias para se desenvolverem na terra. Gostam de local menos ensolarado.

3) Rupícolas ou litofíticas - se desenvolvem em solo rochoso, em locais geralmente muito ensolarados. As raízes ficam protegidas nas fendas das rochas ou sob o mato. Essas orquídeas enfrentam condições adversas de temperatura: calor forte durante o dia e noites frias

4) Saprófitas - espécie subterrânea que cresce e floresce no subsolo, a Rhizanthella garneri, coletada pela primeira vez em 1928 na Austrália. Não tem clorofila e se desenvolve com a ajuda de um fungo.

A vontade de se ter a beleza das orquídeas em casa levou à busca de cultivos alternativos. Para o desenvolvimento adequado da orquídea fora de seu habitat natural, precisamos estar atentos aos seguintes fatores: luz, temperatura, umidade e água, adubação, substrato e vasos.

PARTES DAS PLANTAS E MODO DE CRESCIMENTO

Quanto ao crescimento, as orquídeas podem ser classificadas em:1) Simpodiais - plantas que crescem na horizontal, ou seja, o novo broto se desenvolve na frente do bulbo adulto formando o rizoma e um novo pseudobulbo, num crescimento contínuo.2) Monopodiais - planta com crescimento vertical. Suas folhas são lineares, rígidas e carnosas, muitas vezes sulcadas ou semi-cilíndricas, dispostas simetricamente no caule da planta. Ex. Vandas, Ascocendas.Crescimentos novos, chamados de “frente”, começam na base do pseudobulbo guia, a partir das gemas. Muitas

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dessas orquídeas formam na base das folhas do pseudobulbo guia (de onde sairá a aste floral) uma estrutura especializada, tipo folha, chamada bainha. A função principal da bainha é proteger as gemas e as partes novas da planta. Uma característica das Cattleyas é a formação de uma estrutura chamada espata que serve para proteger o botão floral. Embora seja comum seu aparecimento, as vezes acontece de os botões nascerem sem espata.

TIPOS DE VASOS, FERRAMENTAS NECESSÁRIAS E DESINFECÇÃO

Normalmente os vasos mais utilizados e facilmente encontrados são os de barro e os de plástico.

VASO VANTAGENS DESVANTAGENS

barro melhor aeração e conseqüentemente retém água por menos tempo.

seca muito mais rápido

plástico preço baixo, mais leves, fáceis de limpar. retém mais umidade e pode favorecer o apodrecimento das raízes.

O formato dos vasos varia muito. Existem formatos que são mais apropriados para uma espécie do que para outra, contudo, como regra geral todos devem possuir uma boa capacidade de drenagem (furos largos e cacos de telha no fundo), propiciando um rápido escoamento da água.

DESINFECÇÃOCaso você opte pela reutilização de um vaso, é imprescindível a desinfecção do mesmo antes de replantar

uma orquídea, bem como de todas as ferramentas que irá usar (facas, tesoura de poda, pá de jardinagem etc). Para desinfectar um vaso de plástico basta lavá-lo muito bem com água e água sanitária e deixá-lo secar ao sol. Já o vaso de barro, após a lavagem, ainda úmido, coloque-o por alguns segundos sobre a chama do fogo para queimar possíveis micróbios. O mesmo deve ser feito com as ferramentas: flambe na chama do fogo a tesoura de poda e faca sempre que for cortar uma folha velha, raiz ou bulbo de sua orquídea.

CACHEPÔS / SUSPENSÓRIOSCachepô de madeira você pode comprar pronto ou fazer, utilizando 24 pedaços de madeira de 0,20 x 0,01 m,

alicate de corte e de ponta e 5 m de arame n° 18.Suspensórios de arame para pendurar: vasos de barro fazer um suspensório de 3 pontas com 1 pedaço de arame galvanizado ou de cobre n° 16

de 1,20 m e outro de 0,70 m. cachepô, fazer um suspensório com 4 pontas, usando 2 pedaços de arame de 1,20m. Fazer uma alça no

alto para pendurar e ganchos na base para sustentação.

XAXIM E OUTROS SUBSTRATOSO substrato serve como suporte para a planta e ajuda a reter os nutrientes. Um bom substrato deve ter várias

qualidades: ser durável (4 a 6 anos), ter fácil disponibilidade, preço acessível, facilidade de manuseio, capacidade de sustentar a planta, firmeza, ausência de toxidez, boa aeração, manutenção do pH, capacidade de retenção da água, porém sem encharcar, etc.

Xaxim apresenta quase todas as qualidades, além de ser rico em nutrientes. Pode ser usado na forma de palito, placas, vasos e desfibrado. Porém, como está em extinção, está sendo substituído por outros substratos alternativos, como segue:

Esfagno ou musgo

Pode ser usado puro ou misturado com outros substratos e é recomendado para plantas que precisam de muita umidade para sobreviver, principalmente as mudinhas novas.

Casca de coco é um bom substrato devido a abundância do material, porém deve ser obrigatoriamente extraído do coco seco, pois a casca do coco verde não é aconselhável por ser de curta duração, além de ser excelente local para fungos e bactérias que podem dificultar o enraizamento ou mesmo contaminar a planta, matando-a.

Coxim É o tecido da casca do coco a base de tanino. E vendido na forma de vasos, cubos, bastões, placas, fibras e grânulos. Ainda é um material relativamente caro. Deve-se molhar com moderação pois ele retém a umidade por muito tempo.

Troncos Deve ser de madeira resistente e de preferência com casca firme e rugosa. É fácil de usar e as plantas dificilmente sofrerão por umidade excessiva.

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Tutor vivo (árvores)

é sem dúvida o substrato ideal, pois é o que melhor imita as condições naturais. O tutor vivo tem a desvantagem de não poder ser removido para as exposições.

Carvão vegetal pode ser usado como substrato isoladamente. Muitos orquidários estão usando carvão misturado com casca de pinus moída, pedra brita ou xaxim, com excelentes resultados. Bom para as plantas que não gostam de água acumulada nas raízes.

Caroço de açaí Encontrado em abundância no Norte e Nordeste. Deve-se ter o cuidado de antes de utilizá-lo lavá-lo bem para tirar o pó e ferver durante 10 minutos para matar o embrião evitando assim a sua germinação. É um substrato de curta duração.

Material inorgânico

Entre os materiais usados podemos citar rocha vulcânica, brita de vários tamanhos, agregados como argila expandida, dolamita etc.

Piaçava é um substrato com boas características: é poroso, mas é formado em grade parte por lignina que não se decompõe. Bom para orquídeas que não gostam de muita umidade.

Casca de árvores Podem ser usadas grandes lascas ou pode ser triturada, pura ou misturada com outros elementos. As mais usadas são casca de peroba e nó de pinho.

Outros tipos Mistura de grãos de isopor, casca de pinus e carvão, rolha, casca de amendoim, casca de macadâmia.

PLANTIO DE ORQUÍDEAS EM ÁRVORES

A maioria das orquídeas vive grudada em troncos de árvores, mas não é parasita, pois ela vegeta sobre árvores, usando-as somente como suporte. Elas fixam suas raízes completamente expostas, recebendo total e ampla oxigenação, obtendo alimentos para sua nutrição através do ar, da chuva e de elementos orgânicos.

árvores indicadas

parte da árvore orquídeas indicadas

material necessário

árvores não indicadas

cedro de casca rugosa

jacarandá mimoso

limoeiro suinã abacateiro flamboian

galhos verticais

galhos horizontais

forquilhas

oncidium e dendrobiun

laelias e catleyas

miltonia e gomesa

fitilho, barbante, meia de seda, fio de nylon, ráfia, xaxim desfi-

brado ou esfagno.

eucaliptogoiabeirapau-ferropinheiro e outras árvores que soltam a casca

Dicas importantes: Escolher árvores que: perdem folhas no inverno; tenham bastante folhagem no verão; tenham galhos que

recebem sol pela manhã; e com troncos com casca rugosa, que não soltem as cascas. Não se esqueça - para plantar na árvore, deve-se acomodar a planta no tronco ou galhos da árvore, juntando

um pouco de xaxim desfibrado por baixo da muda. O rizoma deve ficar bem junto ao tronco, os novos pseudobulbos devem ficar voltados para cima. Passar um barbante entre um pseudobulbo e outro, amarrando a planta na árvore de maneira firme, mas sem apertar demais. O broto deve ficar livre.

O fio usado deve ser retirado depois que as plantas estiverem bem enraizadas.

CULTIVO E ÉPOCA DE REPLANTE

ReplanteA orquídea na natureza se desenvolve em equilíbrio com o meio em que vive. Os pseudobulbos crescem, as raízes se espalham pelos galhos da árvore e enfrentam condições adversas sem serem danificadas com severidade. Quando cultivamos orquídeas em casa, o espaço físico limitado pelo vaso, um descuido com regas ou outros fatores externos levam as orquídeas a um stress, atrapalhando o seu desenvolvimento.Quando replantar as orquídeas

Quando o substrato tiver mais de 3 anos, ou quando estiver deteriorado.

Quando houver excesso de raízes dentro do vaso, o que pode causar dificuldades na aeração das mesmas.

Quando houver pseudobulbos e raízes fora do vaso, fazendo com que a planta fique sujeita a acidentes (quedas), a insetos nocivos que atacam as raízes, brotos ou folhas (lesmas, formigas etc).

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Cuidados para o replante

Evitar época de frio (geralmente a planta reage melhor em épocas mais quentes).

Replante apenas após a época de floração.

Não reutilizar o substrato velho para plantio de orquídeas.

Separe e desinfete tudo que vai ser utilizado: ferramentas, vasos, xaxim etc.

Para tirar a orquídea do vaso, sem muitos traumas; deixe-a de molho em um balde com água limpa por alguns minutos e depois puxe a planta gentilmente pelos pseudobulbos. Muito cuidado para não quebrar as raízes novas.

Retire o substrato velho e corte as bainhas e pseudobulbos secos e as raízes mortas.

Lave a planta em água corrente e sabão de coco neutro, usando uma escova de dentes macia; esfregue delicadamente as folhas, rizomas e raízes.

Após higienizar a planta, prepare o vaso para plantio.Para separar a mudasVocê pode dividir um vaso de orquídeas e fazer várias mudas, desde que cada muda tenha no mínimo 4 pseudobulbos. Mudas com menos pseudobulbos podem “vingar” mas estarão mais sujeitas à morte.OBS: Utilize ferramentas esterilizadas e pincele as partes dos pseudobulbos cortados e a área do rizoma com fungicida ou canela em pó. Isso evita fungos e cicatriza o corte.Escolha um vaso de tamanho proporcional ao tamanho da muda (lembre-se que vasos muito grandes acumulam água por mais tempo e podem apodrecer as raízes). Preencha o fundo do vaso com material de drenagem (pedras ou cacos de vaso).Plantio

Coloque o substrato no vaso e acomode a muda em um canto do vaso, deixando o broto voltado para o centro.

Complete o espaço com substrato, sem cobrir o rizoma da orquídea.

Aperte o substrato até sentir que a planta está firme. Se precisar, amarre um tutor (vareta de bambu ou arame) para firmar a planta.

Coloque a etiqueta de identificação com nome da orquídea e a data do replante.

Não regue por 5 a 7 dias. Só pulverize, se estiver muito quente, pela manhã ou ao entardecer.

Deixe a planta em local arejado e sombreado.

As raízes levarão de 3 a 6 meses para se fixarem no novo vaso.

ADUBAÇÃO

As orquídeas, quando cultivadas em ambiente artificial, mais cedo ou mais tarde precisarão receber todos os nutrientes essenciais através de uma adubação balanceada e em doses homeopáticas. Quando a adubação for através da rega dos vasos, a freqüência entre elas será mensal. No intervalo entre as adubações, será regada com água pura para retirar o excesso de sais que porventura tenha se acumulado. No caso das pulverizações, a freqüência será quinzenal, sendo que no intervalo serão feitas pulverizações com água pura, para que não haja o acúmulo de sais na parte aérea da planta.

Você pode usar adubo químico (comprado em lojas de jardinagem) ou adubo orgânico. O adubo orgânico pode ser usado a cada 3-4 meses, colocando uma pequena quantidade na borda do vaso, longe das raízes. Apesar de ser um excelente adubo, apresenta algumas desvantagens como: deteriora o xaxim mais rapidamente, tem cheiro forte e atrai insetos voadores.

Você pode adquiri-lo pronto em orquidários, ou fazê-lo, usando:3 partes de torta de mamona; 2 partes de farinha de osso;2 partes de esterco de pássaro bem curtido e seco1 parte de cinza de madeira. Misture bem e guarde em lugar seco e bem tampado.

Adubos químicos: fórmulas N(nitrogênio) P(fosfóro) K(potássio)N P K

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Para o crescimento e vegetação da planta 30 10 10Para induzir a floração e desenvolvimento de raízes 10 30 20Balanceado (o mais indicado para principiantes) 10 10 10

CUIDADOS:

Independente do tipo de adubo químico(pó/líquido/granulado), escolha aquele que possui todos os elementos químicos essenciais para um desenvolvimento saudável. A quantidade ideal gira em torno de 0,5 a 1,0 grama/litro de água ou de 0,5 a 1,0 ml/litro de água pura.

Não exagere no uso de adubos nitrogenados (30-10-10, por exemplo). Na dose correta, o nitrogênio aumenta o crescimento, com a produção de muitas folhas de cor verde escura, pela abundância de clorofila. Em doses excessivas, o nitrogênio pode prolongar o período de crescimento, retardando a maturidade, tornando os tecidos moles, sem resistência às pragas e doenças.

Usar adubos de boa procedência, de preferência já utilizado por colegas, e a princípio em poucos vasos para testar a reação.

Se possível, alternar o uso de adubos de diferentes marcas porque a eventual falta de um determinado nutriente pode ser suprida pelo outro.

Molhar previamente as plantas antes de aplicar adubo foliar.

Adubar as orquídeas no final de tarde ou à noite, pois as células (estômatos) das orquídeas estão abertas e absorvem melhor os nutrientes.

Dê preferência aos adubos líquidos para evitar acúmulo de resíduos no substrato.

Geralmente no inverno a maioria das orquídeas entram em dormência (param de crescer). Nesse período elas não precisam ser adubadas. Também diminua as regas

Alguns elementos naturais podem ser usados na adubação das plantas: água de coco (reidrata plantas debilitadas) e canela em pó (fungicida e induz a brotação).

DOENÇAS E PRAGAS EM ORQUÍDEAS

Vírus - transmissão através de vetores (insetos) que se alimentam em uma planta doente e transmite para uma sadia. Porém, para que ocorra essa contaminação a planta sadia deve ter uma “porta de entrada”, ou seja, folha machucada, fissura etc ou estar debilitada. Dificilmente um vírus ataca uma planta sadia.

Pragas - insetos ou ácaros são considerados pragas quando atingem níveis populacionais suficientes para causar danos econômicos (prejudica a produção). Porém, cuidado! Alguns insetos são benéficos à planta, se alimentando de outros que danificam sua orquídea. Portanto, nunca espante joaninhas, lagartixas e aranhas que comem insetos.

ControleÉ fácil evitar pragas nos orquidários, basta manter as plantas em boas condições de solo (drenagem, aeração, umidade e área de exploração das raízes), bom equilíbrio nutricional (adubação orgânica sem excesso de nutrientes solúveis) e bem adaptadas às condições climáticas. As pragas aparecem mais no inverno, por isso nesse período é conveniente usar menos adubo e evitar molhar as orquídeas. Limite-se a uma rega semanal. Mantenha também todo o ambiente limpo.

CUIDADOS OBRIGATÓRIOS NO USO DE PESTICIDAS, FUNGICIDADES OU ADUBOS Todo o produto químico é tóxico para os seres vivos. Nunca cheire o produto (pó ou liquido) pode ser absorvido pela pele, causando envenenamento. Use roupas e equipamentos de proteção para aplicação de defensivos (luvas, roupas, óculos e máscara). Use o produto de acordo com as ilustrações das embalagens. Na dúvida, ligue para o fabricante. Antes de usar, consulte um especialista. Cuidado com as crianças e animais. Guarde o produto em local seguro e não jogue embalagens vazias em qualquer lugar. Sempre que possível, utilize produtos alternativos e naturais. Nunca aplicar produto químico em dias de vento ou em horas quentes do dia.

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Lavar bem as mãos com água e sabão após a aplicação do produto.

RECEITAS CASEIRAS PARA PREVENÇÃO E COMBATE DE PRAGAS E DOENÇASMANDIOCA Uma opção natural é a água resultante da lavagem da mandioca prensada sobre

o substrato. Nemanóides

CALDA DE SABÃO E ALHO

Amasse 3 dentes de alho e misture com uma colher de sopa de sabão de coco em raspas ou em pó. Dilua em 1 litro de água quente. Agite bem. Deixe esfriar. Coe e coloque no pulverizador. Borrife sobre os insetos. Se a infestação for grande, repita na semana seguinte. O produto pode ser armazenado por até dois dias. Controle: limpeza manual com algodão úmido e utilização de inimigos naturais (joaninhas). Quando a incidência é grande, pulverizar uma solução de óleo mineral ou óleo de nim.

Cochonilhas brancas ou com carapaça, pulgões

TINTURA DE FUMO

Base para calda de fumo (10 cm de fumo de corda picado). Colocar os pedaços em um vidro escuro. Acrescentar 1 litro de álcool. Tampar bem e deixar descansar por 7 dias em local com pouca luz. Coar em pano ou filtro de papel e guardar em frasco escuro e bem fechado, ao abrigo de luz e local fresco. Diluir 1 litro de tintura de fumo em 10 litros de água e pulverizar.

Preventivo contra insetos sugadores e mastigadores.(pulgões)

CHÁ DE LOSNA

Coloque 30 g de folhas secas de losna em 1 litro de água. Ferva por 10 minutos. Esfriar. Coe em um pano, torcendo para extrair o princípio ativo. USO: dilua essa quantidade em 10 litros de água e pulverize.

Lagartas e lesmas

ÓLEO MINIERAL OU VEGETAL

Tem cheiro forte e desagradável. Usar com moderação. USO: Diluir (1) parte de óleo em 100 partes de água.Ex. 1 ml de óleo:100 ml de água. Pulverizar sobre as plantas.

Cochonilhas com carrapaça, insetos-pragas e algumas doenças fungícas

CALDA DE FUMO + SABÃO

Ferver 100 mg de fumo de corda em 2 litros de água por 5 minutos. Esfriar. Coar esse preparado e misturar com 2 colheres (sopa) sabão de coco em pó. Acrescentar 2 litros de água. Misturar bem. Aplicar sobre as plantas atacadas.

Percevejos, besouros, pulgões, cochonilhas, Tripes

SULFATO DE COBRE

Diluir em 1 litro de água, 2 colheres (café) do sulfato. Pulverizar a cada 15 dias. Cuidados: Não aplicar em temperatura acima de 32ºC. Não aplicar em plantas com flor. Proteja folhas e rizomas.

Doenças fúngicas e bactérias

ÓLEO DE NIM Extraído de uma árvore indiana. Encontrado em lojas agrícolas.USO: Diluir 4 cc de óleo de Nim em 12 litro de água. Pulverize a planta.

Repelente de insetos e contra algumas doenças fúngicas e tentecoris

LEITE Diluir 1 litro de leite cru em 4 litros de água e pulverizar.Para recolher lesmas, embeber pedaços de panoem leite e colocar sobre a bancada, ao redor das plantas. Pela manhã, recolha as lesmas do pano.

Pulverizado, previne algumas pragas e doenças.

FUNGICIDA NATURAL

casca de cebola (1 prato fundo),casca de alho (1 prato fundo), canela em pó (1 pacote), 2 litros de água. Faça um chá e deixe em repouso por uma noite. No dia seguinte, coe e borrife nas plantas; não se esquecendo de borrifar as folhas por baixo. Fazer caldo forte de casca de cebola e aspergí-lo nas telas e madeiramentos de seu orquidário.

fungicida natural, além de espantar formigas reduz cochonilhas e pulgões

REPRODUÇÃO DE ORQUÍDEAS

A natureza se encarrega de fazer a reprodução e multiplicação das orquídeas através de vetores como: vento, insetos, pássaros e formigas. O homem pode fazer mudas de orquídeas através de divisão de mudas, estaquia, produção de keikis, sementes e meristema. Os três primeiros têm a vantagem de reproduzir flores idênticas à planta-mãe, mas pequena quantidade de mudas. A reprodução por sementes pode gerar centenas de mudas, mas semelhantes à planta-mãe. Já o meristema (ou clone) produz flores idênticas e em grande quantidade, mas é uma técnica cara que requer laboratório e profissional especializados.A produção de sementes pode ser de forma natural ou artificial. Na natureza, a polinização natural reproduz espécies ou forma híbridos naturais. Artificialmente o homem faz a polinização ao introduzir as políneas no estigma da flor. Com isso, ele mistura espécies iguais ou diferentes para conseguir plantas mais resistentes e flores com melhor qualidade.A flor polinizada produz uma cápsula de sementes que leva alguns meses para madurar. A germinação das sementes maduras também requer profissional e laboratório especializados. Se você não é produtor, mas quer germinar as sementes de sua orquídea, pode faze-lo espalhando-as sobre o substrato da planta-mãe. Pode ainda preparar uma placa de xaxim da seguinte forma:Pendurar uma placa de xaxim sob uma árvore, encharcando-a por vários dias com água destilada (não fazer em período de chuva) até formar limo. Depois, esmagar a polpa de um tomate sem agrotóxico misturado com

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pedaços de pontas de raízes da orquídea (onde fica o fungo que ajuda na germinação), esfregar essa pasta na placa de xaxim e depois espalhar as sementes, fixando-as nessa pasta. As plântulas nascem em alguns meses.Outra forma é germinar em árvores. Colha um pouco de raízes de orquídeas, misture com esfagno ou xaxim e bata no liquidificador com água mineral c/ gás e um pouco de água de coco. Espalhe a mistura pelos galhos e tronco que vão receber as sementes. Colocar as sementes em um pulverizador com água e um pouco de açúcar ou glicose de milho ou água de coco. Pulverize as sementes na árvore.

MONTAGEM DE ORQUIDÁRIO

A montagem de um orquidário vai depender do espaço que você tem disponível e da quantidade de plantas que pretende cultivar. No geral, tanto um cantinho no apartamento quanto um grande orquidário vai precisar de luminosidade, ventilação e proteção dos ventos canalizados e do sol direto. Em pequenos ambientes, você pode pendurar suas orquídeas em terraços ou varandas ou coloca-las sobre móveis ou no chão, no lugar mais iluminado e ventilado da casa, junto à janela. Em ambientes maiores, você pode fazer uma estrutura de madeira, alumínio ou ferro e revesti-la com plástico transparente e sombrite 70%, deixando aberturas nas laterais para ventilar. Dentro, deixe varais de ferro para pendurar os vasos ou faça bancadas de apoio. Se o piso não for cimentado, jogue pedriscos ou plante grama para manter a umidade do ambiente, sem sujar os pés. Se preferir, pode ainda pendurar suas orquídeas sob árvores. O único inconveniente é que as plantas estarão mais sujeitas aos caprichos do tempo e não poderão enfeitar sua casa quando florirem.Se você tiver muitas plantas, agrupe-as de acordo com o seu ambiente e os hábitos das plantas. Assim, deixe na parte superior ou penduradas bem acima aquelas que gostam de mais claridade ou sol direto; deixe abaixo ou mesmo em baixo da bancada aquelas que não suportam sol. Também agrupe aquelas que não gostam muito de água. Plante-as em cachepôs, placas ou vasos de barro com substratos aerados (pedra, cascas de peroba, xaxim) para escorrer rápido. Aquelas que gostam de mais umidade, plante em vaso de plástico e deixe no lado que o sol passa mais rapidamente. Observe o comportamento de cada planta. Ao menor sinal de amarelamento, apodrecimento da raiz etc. troque de lugar ou pergunte aos mais experientes o que fazer.

DICAS PARA COMPRA DE ORQUÍDEAS

Existem milhares de orquídeas (espécies ou híbridas) em todas as partes do mundo, o que nos permite ter flores o ano todo no orquidário, se escolhermos orquídeas que florem em diferentes épocas do ano. Mas alguns cuidados têm que ser considerados quando compramos uma nova planta:- primeiro, comece pelas plantas mais populares e simples de cuidar (dendrobiuns, catleyas, laelias, phalaenopsis, miltonias).- compre de produtores confiáveis;- verifique o estado da planta (raízes, manchas nas folhas, sinais de pragas etc.);

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- verifique a forma da flor (se for florida);- sempre pergunte o nome da planta ao vendedor e peça uma etiqueta de identificação;- pergunte como você deve cultivar a planta (iluminação, rega etc.);- dê preferência às plantas de meristema. As de sementeira podem ser um pouco diferentes da planta-mãe ou ter forma ruim;- deixe-a de quarentena antes de leva-la ao orquidário, pois se tiver algum problema de saúde não contamina as outras;- no orquidário, coloque-a no local que mais se assemelhe aos cuidados indicados pelo vendedor.- Geralmente, todas as orquídeas vêm em vaso de plástico porque é mais barato. Mas assim que a flor secar, troque-o para um vaso de barro, placa ou cachepô de madeira se a planta não gostar muito de umidade.- marque a época de floração, quantidade de flores e se possível tire uma foto da flor. Assim você pode acompanhar o desenvolvimento da planta, mutações etc. Algumas florescem mais de uma vez no ano.- mesmo que a planta não florir no ano seguinte, dê um tempo para adaptação no novo ambiente.- Algumas orquídeas levam até 12 anos para florir pela primeira vez. Portanto, quanto maior a muda, mas rápido vai florir.- Algumas orquídeas têm períodos de repouso bem definidos. Saiba quais são e, se for o caso, separe-as das demais durante o inverno. Algumas orquídeas também precisam de choque térmico para florir, outras com botão não suportam mudanças bruscas de temperatura. Aprenda a identifica-las para ter sempre flores bonitas.- Acostume a catalogar suas orquídeas. Fica mais fácil para identificar e saber como tratar cada uma delas. Se você der uma muda para alguém, não esqueça de anotar quem ganhou. Fica mais fácil para pedir uma muda de volta, caso sua planta morra.- Para saber mais sobre orquídeas, consulte livros, revistas, internet, visite exposições e associações.

Orientadores: Solange Menezes, Jô, Helena Favaretto, Nadyr, Raul, Roman, Júlia, Emiko, Tomiko, Selene, Mônica, Loureço, Ilse, Zélia, Magali, Humberto. CEA – Sumiko, Nerice, Solange, Márcia.

SITES COM INFORMAÇÕES SOBRE ORQUÍDEAS NA INTERNETOrquídeas Brasileiras* www.delfinadearaujo.com.brCírculo Paulista de Orquidófilos www.cpo.org.br Cultivo de orquídeas www.geocities.com/RainForest.2788 Orchid Research www.rbgkew.org.uk/herbarium/orchid American Orchid Society http://orchidweb.org Lista de Orquídeas* www.orkideas.com.br Sociedade Orquidófila de Brasília www.sob.org.br Orchid Photo Page* www.orchidworks.com/orchids/brazil.htm Enciclopédia* http://orchidspecies.com Paphiopediuns www.ladyslipper.com Sociedade Orquidófila Cantareira www.socan.com.br Wenzel Orchid (orquidário) www.wenzelorchids.cjb.net Associação Orquidófila de S.Paulo* www.aosp.com.br Instituto Biológico (sobre pragas e doenças) www.biologico.sp.gov.br Orquidário Quinta do Lago www.qlagorquideas.com Biorchids (orquidário) www.biorchids.com.br Aranda (orquidário) www.aranda.com.br Orquidário Paulista (orquidário) www.orquidariopaulista.com.br

Editoração Eletrônica: Solange Menezes (tel. 11-3735.3727) e-mail: [email protected]

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