apostila leitura de projeto_ pronta

87
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Elaboração Arq. e Urb. Elza Helena Rocha Arq. e Urb. Priscila R. da Silva Cordeiro Arq. e Urb. Yane Lopes

Upload: priscila-rodrigues-da-silva-cordeiro

Post on 27-Dec-2015

82 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE

PROJETOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Elaboração

Arq. e Urb. Elza Helena Rocha Arq. e Urb. Priscila R. da Silva Cordeiro

Arq. e Urb. Yane Lopes

Page 2: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

2

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................................03

DESENHO ÁRTISTICO X DESENHO TÉCNICO...............................................................04

CONHECIMENTO DAS FERRAMENTAS.........................................................................06

UNIDADES DE MEDIDAS..................................................................................................08

FIGURAS GEOMÉTRICAS................................................................................................10

PERÍMETRO E ÁREA........................................................................................................12

ÂNGULOS..........................................................................................................................15

LINHAS E CLASSIFICAÇÃO..............................................................................................16

SUPERFÍCIES E SÓLIDOS GEOMÉTRICOS....................................................................17

PERSPECTIVAS................................................................................................................19

PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA.............................................................................................24

CORTE E SEÇÃO LONGITUDINAL...................................................................................28

SIMBOLOS GRAFICOS CONVENCIONAIS......................................................................30

PROJETO DE ARQUITETURA..........................................................................................41

PROJETO ELÉTRICO........................................................................................................60

PROJETO HIDRÁULICO....................................................................................................66

PROJETO SANITÁRIO.......................................................................................................70

PROJETO TOPOGRÁFICO...............................................................................................72

PROJETO ESTRUTURAL..................................................................................................76

Page 3: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

3

INTRODUÇÃO Vemos ao nosso redor um constate crescimento das cidades. A todo o momento surge a

necessidade de edificar, de modo a permitir a realização de diversas atividades do ser

humano como trabalhar, o comprar, passear e o morar.

Para que tais construções surjam é necessária à atuação de profissionais capacitados

para desenvolver, ler e interpretar os projetos para por fim executar. Nem sempre é

possível a permanecia do projetista no decorrer da construção da obra. Neste caso, o que

garantiria que o projeto fosse executado com a devida exatidão?

Para garantir tal exatidão, é essencial uma padronização de representação do desenho

bem como de conhecimento para a leitura e interpretação do mesmo. A fim de tornar isso

possível foram elaboradas legislações técnicas que regem a forma de representar os

símbolos gráficos no desenho.

Tais leis abrangem normas federais, estaduais e municipais que serão estudadas ao decorrer deste curso de modo a capacitá-los com o prévio conhecimento que tornará possível a completa compreensão do projeto, facilitando sua leitura.

Page 4: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

4

DESENHO ARTÍSTICO X DESENHO TÉCNICO

Desde quando se utilizavam desenhos e para quê o faziam? Os primeiros registros que

se tem de desenhos são de pinturas rupestres encontradas em várias partes do mundo,

por meio das quais os homens da época transmitiam alguma mensagem para alguém do

seu tempo, como também para quem estaria ali posteriormente.

No decorrer da história o uso dos desenhos como forma de comunicação com outros

seres humanos permaneceu. Os desenhos diziam muitos sobre quem os faziam, como

em que época em que viviam e os conhecimentos e habilidades que possuíam, conforme

é possível perceber nas figuras abaixo.

(A) - Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega) do período mesolítico (6000 – 4500 a.C.). Representação esquemática da figura humana. (B) - Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a.C. Representação plana que destaca o contorno da figura humana. (C) - Nu, desenhado por Miguel Ângelo Buonarroti (1475-1564). Aqui, a representação do corpo humano transmite a idéia de volume.

Tais desenhos embora objetivassem transmitir alguma mensagem, não se enquadram na

categoria de ‘desenho técnico’. O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que

tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo

com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e

também da arquitetura. Esta forma de representação segue normas e legislações para

que os desenhos sejam padronizados e compreensíveis a todos.

Toda e qualquer atividade profissional que envolve a fabricação ou a construção depende

diretamente dos desenhos técnicos, pois os mesmos mostram formas e medidas, além de

especificar materiais, acabamentos, processo de execução e tudo o mais que se tornar

necessário para correta e segura condução, na execução de um projeto.

Há diversas áreas em que se utilizam os desenhos técnicos, tais como desenho

mecânico, desenho de industrial, desenho de mobiliários, desenho de estruturas, desenho

de tubulações, desenho arquitetônico, dentre outros.

Page 5: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

5

Estudaremos vários tipos de desenhos durante o curso.

[...]O desenho é uma linguagem, uma ciência, um meio de expressão, um meio de

transmissão do pensamento. Graças ao seu poder perpetuador da imagem de um objeto,

o desenho pode chegar a ser um documento contendo todos os elementos necessários à

evocação do objeto desenhado, quando na sua ausência.[...] (CORBUSIER, 1975).

Por isso é importante entender o desenho que se estuda e utiliza.

Dentro do processo de concepção do desenho técnico, em especial os da construção

civil, utiliza-se como etapa o Croqui ou Esboço, desenho que não exige grande precisão e

refinamento gráfico, diferente de desenhos finalizados. Pode ser feito em intervalos de

tempo relativamente curtos. O importante em um croqui ou esboço é o registro gráfico de

uma ideia instantânea, através de uma técnica de desenho rápida e descompromissada.

Croqui feito por Oscar Niemeyer Congresso Nacional.

Page 6: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

6

As normas para desenho técnico são regidas pela ABNT (Associação Brasileira de

Normas Técnicas). Dentre as principais, estão:

NBR 6492/94 – Representação de projeto de arquitetura;

NBR 10647/89 – Desenho Técnico;

NBR 10126/87 – Cotagem em Desenho Técnico;

NBR 10068/87 – Folha de desenho;

NBR – 13532/95 Elaboração de projetos de edificações;

NBR 6492/94 - Emprego de escalas;

NBR 8403/84 – Aplicações de linhas;

CONHECIMENTO DAS FERRAMENTAS

Os desenhos técnicos existem na vida dos profissionais já há muitos anos, muito antes de

existir o computador, ferramenta que acelerou a técnica de produção dos projetos. Porém

apesar da automatização é essencial conhecer o processo produtivo e as ferramentas

utilizadas anteriormente para compreender aspectos essenciais do desenho técnico, que

são o uso das normas e os métodos de projeção convencionados e o correto manuseio

da ferramenta.

Lapiseira Compasso

Prancheta Esquadros

Page 7: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

7

Gabarito Transferidor

Escalímetro tipo 1 Escalímetro tipo 2

De acordo com a NBR 10068/87 o papel deverá ter os formatos da série “A”, que é

segundo a norma a série principal. A relação entre cada tamanho é proporcionalmente o

dobro de cada um à medida que o número (A4, A3, A2...) diminui.

O formato básico para desenhos técnicos é o retângulo de área igual a 1m² e lados

medindo 841 mmx1189mm. O formato básico recebe o nome de A0 (A zero). Porém, por

questões de manuseio a tamanho mais utilizado é o A1 (A um). Assim temos os seguintes

formatos e suas dimensões:

Tipo 1: 1:125

1:100

1:75

1:50

1:25

1:20

Tipo 2: 1:100, 1:200, 1:250, 1:300, 1:400, 1:500

Page 8: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

8

Com o avanço tecnológico existem hoje diversos programas de computador destinados

exclusivamente para a produção de projetos da construção civil e desenhos técnicos. O

programa mais popularmente usado é o AutoCAD, mas existem outros programas como o

Revit, SketchUp, Qi Cad, Lumine, Hydros, Eberick entre outros.

AutoCAD 2009

UNIDADES DE MEDIDAS

As unidades de medidas que hoje conhecemos e as que são adotadas nos desenhos

técnicos fazem parte Sistema Internacional de Unidades (SI), aprovado e utilizado no

Brasil desde 1962. A norma que regulamenta as informações é a NBR 12 230 : SI –

Prescrições para sua aplicação. O SI é o sistema de unidades mais utilizado em todo o

mundo, ele é um sistema absoluto e decimal.

Page 9: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

9

Para realizar a Leitura de Projetos da Construção Civil não o podemos fazer sem

utilizarmos unidades para identificar a grandeza mais utilizada no contexto citado, o

comprimento. A unidade de base que se enquadra no uso para tal grandeza é o metro

que tem como símbolo ‘m’. Do metro provem outras unidades também utilizáveis nos

projetos, por meio da derivação de unidades e inclusão de múltiplo e submúltiplos para

conversão chegamos ao metro quadrado (m²), centímetro (cm), decímetro (dm), milímetro

(mm). É importante saber converter essas unidades entre si, pois constantemente

poderemos nos deparar com desenhos e projetos com uma dessas unidades.

Na tabela abaixo vemos as unidades de comprimento, seus símbolos e

o valor correspondente em metro. Na tabela, cada unidade de comprimento corresponde

a 10 vezes a unidade do comprimento imediatamente inferior (à direita). Em

consequência, cada unidade de comprimento corresponde a 1 décimo da unidade

imediatamente superior (à esquerda).

Quilômetro

km

Hectômetro

hm

Decâmetro

dam

Metro

m

Decímetro

dm

Centímetro

cm

Milímetro

mm

1000 m 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m

Para exercitar:

Quilômetro

km

Hectômetro

hm

Decâmetro

dam

Metro

m

Decímetro

dm

Centímetro

cm

Milímetro

mm

Page 10: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

10

Exercício de conversão de unidades:

m cm mm

1 100 1000

10

2550

2,75

35,2

1352

1,11 111 1110

0,23

145

FIGURAS GEOMÉTRICAS

Convivemos ao nosso redor a todo instante com figuras geométricas, mas na maioria das

vezes não paramos para prestar atenção nelas, nem identificá-las. Nos projetos da

construção civil é inevitável o seu uso. Os desenhos técnicos são essencialmente figuras

geométricas. Veja nas figuras abaixo alguns exemplos.

Ponto

Linha

Linha

Page 11: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

11

Retas

Figuras Geométricas também podem ser chamadas de planos geométricos, que são

entidades formadas por circuitos fechados por linhas.

Um polígono, termo também usado para se referir a alguns tipos de figuras, é uma porção

de plano limitada por linhas retas, tratando-se de uma figura geométrica que é formada

por segmentos consecutivos não alienados, que recebem o nome de lados. Em suma é

uma figura com vários lados.

Page 12: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

12

PERÍMETRO E ÁREA

Considerando que trabalharemos constantemente com números nos projetos de

edificações, surgirão ocasiões em que será necessário calcular o perímetro e a área de

determinado ambiente na edificação. O que vem a serem tais informações e como

encontrá-los?

O perímetro vem a ser a somatória de todos os lados de uma figura geométrica ou

aplicando a edificação, a soma dos comprimentos de todas as paredes que limitam um

ambiente.

A área, por sua vez, é a medida duma superfície. Para encontrar tal informação é

necessário ter a medidas dos lados e de acordo com o formato da superfície ou figura

geométrica plana, fazer a relação de multiplicação dos lados para obter a área, que na

construção civil é medida em metros quadrados (m²).

Nas figuras abaixo note diferentes formulas de acordo com o número de lados. P vem a

ser o Perímetro e A a área.

Page 13: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

13

Page 14: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

14

Page 15: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

15

ÂNGULOS

Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas de mesma origem. A medida

do ângulo é dada pela abertura entre seus lados. Uma das formas para se medir o ângulo

consiste em dividir a circunferência em 360 partes iguais. Cada uma dessas partes

corresponde a 1 grau (1º).

Os ângulos podem ser classificados de algumas formas:

- Ângulo reto é todo ângulo congruente com seu suplementar adjacente. Ele mede

90º.

- Ângulo nulo é aquele que tem os lados coincidentes. Ele mede 0º.

- Ângulo raso é aquele cujos lados são semi-retas opostas. Ele mede 180º.

- Ângulo agudo é o maior que o ângulo nulo e menor que o ângulo reto. Sua medida

varia entre 0º e 90º.

- Ângulo obtuso é aquele maior que o ângulo reto e menor que o ângulo raso. Sua

medida varia entre 90º e 180º.

- Ângulo de uma volta é Um ângulo de 360 graus ou ângulo de uma volta é o ângulo

que completa o círculo. Após esta volta completa, este ângulo coincide com o

ângulo de zero grau, mas possui a grandeza de 360º.

Reto Nulo Raso

Page 16: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

16

Agudo Obtuso De uma volta

LINHAS E CLASSIFICAÇÃO

Os desenhos técnicos dos projetos da construção civil são compostos em suma de linhas

paralelas, as quais permitem representar paredes em corte, esquadrias dentre outros

aspectos dos desenhos. Porém existem alguns tipos de linhas diferentes no tipo e na

espessura. É importante compreender para que se utilizem as mesmas para conseguir a

compreensão do contexto do desenho.

Nos projetos da construção civil é possível encontrar vários dos tipos de linhas da tabela

abaixo, mas as que mais aparecem são a linha continua em diferentes e a linha tracejada.

A linha continua se aplica a todos os itens visíveis que estão em corte ou em vista. A linha

tracejada é usada para representar itens não visíveis. Por exemplo, na planta baixa, um

corte horizontal que visualiza o que esta da altura de 1,5m para baixo, é necessário conter

a representação da extremidade da cobertura, o beiral. Porém não está visível, portanto é

representado na mesma com linha tracejada.

Page 17: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

17

SUPERFÍCIES E SÓLIDOS GEOMÉTRICOS

Dentro dos projetos da construção civil, encontramos diversas representações de figuras

planas, mas podemos encontrar também, representação de sólidos geométricos.

Vimos que todos os pontos de uma figura plana localizam-se no mesmo plano ou

superfície, de modo que possuem somente duas medidas por vez, o comprimento e a

largura, a largura e a altura ou a altura e o comprimento. Quando uma figura geométrica

tem pontos situados em diferentes planos, temos não mais uma figura geométrica, mas

passamos a ter um sólido geométrico. Sua representação gráfica passa a demonstrar

então a existência de três medidas no mesmo desenho, comprimento, altura e largura.

O prisma, por exemplo, é um sólido geométrico limitado por polígonos. Para compreender

melhor sua essência, imagine uma pilha de folha de papel A4 (polígonos), umas sobre as

outras, tão próximas que formam um sólido. (como uma resma de papel)

Page 18: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

18

Os sólidos geométricos são compostos de vários elementos e para quem trabalha com

desenho técnico de edificações é muito importante conhece-los. Os termos são:

Page 19: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

19

PERSPECTIVAS

Quando o desenho a ser feito de um determinado objeto precisa representar as três

dimensões do mesmo, o comprimento, a altura e a largura, é necessário recorrer a

Perspectiva como método de representação gráfica.

Este método é o que permite representar em um único plano as três dimensões do objeto,

de maneira a transmitir a ideia de profundidade e relevo. Para tal método existem três

tipos diferentes de Perspectivas, são elas:

Cada tipo de perspectiva mostra o objeto de um jeito. Comparando a três formas de

representação, você pode notar que a perspectiva isométrica é a que dá a idéia menos

deformada do objeto e que a perspectiva cônica é a que mais se aproxima da forma como

nosso olho vê, portanto é a de leitura mais ‘agradável’.

PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Este é o tipo de perspectiva mais utilizado para representação de detalhes nos projetos

da construção civil. Podemos encontra-la com frequência no projeto hidráulico, visto que é

necessário mostrar em três dimensões como ficarão as tubulações no interior da parede.

A palavra Isométrica se dividida nos ajuda a encontrar seu significado. ‘Iso’ quer dizer

mesma e ‘métrica’ quer dizer medida. Isso que dizer que a perspectiva isométrica

mantém as mesmas proporções do comprimento, da largura e da altura do objeto

Page 20: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

20

representado. Além disso, o traçado da perspectiva isométrica é relativamente simples.

Por essas razões, neste curso, você estudará esse tipo de perspectiva.

O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas (x, y, e z)

que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°. O traçado de

qualquer perspectiva isométrica parte sempre dos eixos isométricos. Qualquer reta

paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica.

Portanto, uma perspectiva Isométrica é pode construída com o auxílio de uma régua

paralela e de um esquadro de 30º. Traçando o eixo e por sua vez linha paralelas a este

eixo forma-se o sólido geométrico desejado.

Page 21: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

21

Exercício de Perspectiva isométrica

Page 22: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

22

PERSPECTIVA CAVALEIRA

A Perspectiva Cavaleira é parecida com a Isométrica em um de seus lados, por isso por

vezes é usada equivocadamente como sendo a Isométrica.

Neste tipo de perspectiva desenha-se uma das faces no mesmo plano de trabalho e as

outras duas obliquas ao Plano em 30º, 45º ou 60º. De acordo com o ângulo utilizado há

uma deformação da medida real do objeto, por esta razão não é possui utilizar este tipo

de representação como informação real a ser utilizada na execução.

Page 23: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

23

Exercício de Perspectiva Cavaleira

Vista Frontal Vista Lateral

Page 24: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

24

PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

A projeção ortográfica é uma forma de representação gráfica, método este que foi

desenvolvido graças ao matemático francês Gaspar Monge (1746-1818). Este matemático

percebeu que nem sempre é possível que o projetista esteja acompanhando a execução

de sua obra.

Monge criou um método que permite representar, com precisão, os objetos que têm três

dimensões (comprimento, largura e altura) em superfícies planas, como, por exemplo,

uma folha de papel, que tem apenas duas dimensões (comprimento e largura). Esse

método, que passou a ser conhecido como método mongeano, é usado na geometria

descritiva.

Para entender bem como é feita a projeção ortográfica você precisa conhecer três

elementos:

• O modelo: É o objeto a ser representado em projeção ortográfica

• O observador: É a pessoa que vê, analisa, imagina ou desenha o modelo

em projeção ortográfica, devendo analisá-lo cuidadosamente em várias

posições

• O plano de projeção: É a superfície onde se projeta o modelo. A tela de

cinema é um bom exemplo de plano de projeção.

Page 25: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

25

A Norma Brasileira NB-8R estabelece a convenção usada também pelas normas italianas,

alemãs, russas e outras, em que se considera o objeto a representar envolvido (dentro)

por um cubo. O objeto é projetado em cada uma das seis faces do cubo e, em seguida, o

cubo é aberto ou planificado, obtendo-se as seis vistas.

Page 26: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

26

A vista SUPERIOR é a também chamada de TOPO ou COBERTURA, na qual é possível

visualizar o telhado de uma construção e geralmente ver a locação da edificação.

A vista FRONTAL é também chamada de ELEVAÇÃO ou FACHADA, a qual deve ser a

vista principal. Por esta razão, quando se pensa obter as vistas ortográficas de um objeto,

é conveniente que se faça uma analise criteriosa do mesmo, a fim de que se eleja a

melhor posição para a vista de frente.

Para essa escolha, esta vista deve ser:

a. Aquela que mostre a forma mais característica do objeto;

b. A que indique a posição de trabalho do objeto, ou seja, como ele é encontrado,

isoladamente ou num conjunto;

c. Se os critérios acima continuarem insuficientes, escolhe -se a posição que mostre a

maior dimensão do objeto e possibilite o menor numero de linhas invisíveis nas outras

vistas.

Na obtenção das vistas, os contornos e arestas visíveis são desenhados com linha grossa

continua. As arestas e contornos que não podem ser vistos da posição ocupada pelo

observador, por estarem ocultos pelas partes que lhe ficam à frente, são representados

por linha média tracejada (linha invisível).

Page 27: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

27

Utilizemos como objeto de observação uma maquete física para elaborar algumas

vistas.

EXERCIÍCIO DE MAQUETE DE EDIFICAÇÃO

1- Construa a maquete com o material fornecido

2- Desenhe as vistas nos locais abaixo

VISTA FRONTAL

VISTA LATERAL DIREITA

Page 28: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

28

CORTE E SEÇÃO LONGITUDINAL

Com o método de representação gráfica da projeção ortográfica é possível desenvolver

desenhos apenas da parte exterior de um objeto. Porém há casos como no das

edificações em que há detalhamentos que seriam impossíveis de serem demonstrados

somente com vista ortográfica.

Para representar um conjunto complexo como esse, com muitos elementos internos, o

desenhista utiliza recursos que permitem mostrar seu interior com clareza. O corte é um

recurso utilizado em desenho técnico para mostrar elementos internos de modelos

complexos com maior clareza.

As representações em corte são normalizadas pela ABNT, por meio da norma NBR

10.067 /1987.

Os cortes são imaginados e representados sempre que for necessário mostrar elementos

internos do objeto ou elementos que não estejam visíveis na posição em que se encontra

o observador. No caso do projeto da construção civil o corte é um desenho de vital

necessidade.

CORTE TOTAL

Corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão. De acordo com o sentido

de plano de corte é elaborado o desenho do objeto.

Dependendo da complexidade do objeto, um único corte pode não ser suficiente para

mostrar todos os elementos internos que queremos analisar. No caso dos projetos da

construção civil é necessária a elaboração de dois cortes, de modo que os mesmos sejam

em sentidos diferentes.

Page 29: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

29

CORTE COMPOSTO

Certos tipos de objetos ou construções, por apresentarem seus elementos internos de

essencial necessidade de realizar a representação gráfica fora de alinhamento, precisam

de outra maneira de se imaginar o corte.

O tipo de corte usado para mostrar elementos internos fora de alinhamento é o corte

composto, também conhecido como corte em desvio.

O corte composto torna possível analisar todos os elementos internos do modelo ou peça,

ao mesmo tempo. Isso ocorre porque o corte composto permite representar, numa

mesma vista, elementos situados em diferentes planos de corte.

Page 30: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

30

SIMBOLOS GRAFICOS CONVENCIONAIS

HACHURAS

As hachuras (achuras) são elementos gráficos para auxiliar a representação dos

elementos, para melhor entendimento do leitor, podendo indicar o tipo de material ou fase

da construção, entre outros. Ou seja, podem indicar se há cerâmica, terra, grama,

concreto, etc.

Para fase da construção, utiliza-se hachura sólida dentro das linhas de parede, que é

aquela que preenche por completo os elementos, nas seguintes cores:

Para as demais representações de materiais, utiliza-se a seguintes hachuras:

(Imagem extraída da NBR-6492/1994)

Demolir Construir Permanece

Amarelo Vermelho Preto

Page 31: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

31

CALIGRAFIA TÉCNICA

É importante o treino da caligrafia técnica, pois quando se é necessário fazer observações

escritas à mão em algum projeto ou desenho técnico deve se ter clareza da escrita.

a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z

A B C D E F G H I J K L M

N O P Q R S T U V W X Y Z

1 2 3 4 5 6 7 8 9 0

Page 32: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

32

Exercício 2 de caligrafia Técnica

Música: ANDO DEVAGAR

Oswaldo Montenegro

Ando devagar porque já tive pressa,

E levo esse sorriso, porque já chorei demais,

Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,

Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou

Nada sei, conhecer as manhas e as manhãs,

O sabor das massas e das maçãs.

É preciso amor pra puder pulsar, é preciso paz

Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir.

[...]

OBS.: Escreva somente o nome da

música antes do texto.

Page 33: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

33

ESCALAS

O desenho de uma peça, por diversas razões, nem sempre poderá ser executado com as

dimensões reais da mesma. Tratando-se de uma peça grande, teremos que desenhá-la

em tamanho reduzido, conservando sua proporção, com igual redução em todas as

medidas.

Esta relação entre a unidade do desenho e a grandeza correspondente no real chama-se

unidade do desenho e a grandeza correspondente no real chama-se ESCALA.

Ao desenharmos, é muito importante a escolha da escala, pois esta deve proporcionar

uma figura agradável e da qual se possam distinguir, claramente, todos os detalhes.

Segundo a NBR-8196/1999, podemos dividir as escalar em três grupos:

Para lançarmos mão do uso das escalas, utilizamos um instrumento já citado, o

Escalímetro , lembra-se? Agora vamos aprender como utilizá-lo.

Anote aqui as características de cada escala.

Pode ser representada escrevendo das seguintes formas: 1/100 ou 1:100 (é indiferente o

uso da “/” ou de “:”.

1/100 (mesma leitura para 1/125) 1/50 (mesma leitura para 1/75)

Page 34: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

34

1/20 (mesma leitura para 1/25)

NOTA:

Em alguns modelos de escalímetros a representação da escala de 1/75 e 1/125 são

indicadas de maneira deferente, assim como mostra a figura a seguir:

1/75

1/125

Page 35: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

35

COTAS

Para completar um desenho (descrição gráfica do objeto), são necessárias as dimensões

(descrição dimensional), sem o que, o projeto fica incompleto e não poderá ser

executado.

As cotas devem ser escritas na posição horizontal, de modo que permita a leitura

com o desenho na posição normal e o observador a sua direita;

Os algarismos devem ser colocados acima da linha de cota, quando esta for

contínua;

Todas as cotas de um desenho devem estar na mesma unidade de medida;

Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho;

As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da medida;

Passar as linhas de cota de preferência fora da área do desenho;

Evitar a repetição de cotas;

O valor das cotas prevalece sobre as medidas calculadas tendo como base o

desenho.

Page 36: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

36

Regras Básicas

PAREDES

O desenho arquitetônico, por ser feito em escala reduzida e por abranger áreas

relativamente grandes, é obrigado a recorrer a símbolos gráficos. Assim utilizaremos as

simbologias para definir, como por exemplo, as paredes, portas, janelas, louças

sanitárias, telhas, concreto.

Normalmente as paredes internas são representadas com espessura de 15 cm, mesmo

que na realidade a parede tenha 14 cm ou até menos. Nas paredes externas o uso de

paredes de 20 cm de espessura é o recomendado, mas não obrigatório. É, no entanto

obrigatório o uso de paredes de 20cm de espessura quando esta se situa entre dois

vizinhos (de apartamento, salas comerciais...).

Page 37: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

37

Convenciona-se para paredes altas (que vão do piso ao teto) traço grosso contínuo, e

para paredes a meia altura, com traço médio contínuo, indicando a altura correspondente.

ESQUADRIAS

Portas:

Porta interna - Geralmente a comunicação entre dois ambientes não há diferença de

nível, ou seja, estão no mesmo plano, ou ainda, possuem a mesma cota.

Porta externa - A comunicação entre os dois ambientes (externo e interno) possuem

cotas diferentes, ou seja, o piso externo é mais baixo.

Nos banheiros a água alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho;

os dois inconvenientes são evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de 1 a 2

cm pelo menos. Por esta razão as portas de sanitários desenham se como as externas.

Outros tipos de porta:

- De Abrir

Page 38: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

38

- De correr ou corrediça

- Porta pantográfica

- Porta pivotante

- Porta basculante

Largura

Altura

Legenda com numeração da porta.

Page 39: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

39

- Porta de enrolar

JANELAS

O plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril até 1.50m, sendo estas

representadas conforme a figura abaixo, sempre tendo como a primeira dimensão a

largura da janela pela sua altura e peitoril correspondente. Para janelas em que o plano

horizontal não o corta, a representação é feita com linhas invisíveis.

Page 40: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

40

SITUAÇÃO EM JANELA ALTA (JANELA DE BANHEIRO)

Para janela com altura acima do plano de corte (acima de 1,5-1,6) a representação ocorre

de forma semelhante, porém com as linhas centrais da parede com linha tracejada.

TIPOS DE JANELAS

Correr

Guilhotina

Projetante

Tombar

Abrir – Folha dupla

Abrir – Folha simples

Pivotante

Basculante

Page 41: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

41

PROJETO DE ARQUITETURA

O projeto arquitetônico pode ser entendido como sendo o elemento de registro gráfico e

comunicação das características da obra pretendida, contribuindo para a sua real

materialização. Para isso o projedo deve manifestar-se como um conjunto de símbolos que

expressam uma linguagem, estabelecida entre o emissor (o projetista) e o receptor (leitor do

projeto).

Para melhor compreender o assunto, convém estudarmos inicialmente a definição do que

seja Arquitetura, projeto esse que tanto se falou até agora. O termo “arquitetura” vem

da junção das palavras gregas “arché” que significa primeiro, e “tékton”que

significa construção.

Etapas de um Projeto Arquitetônico

O processo de elaboração de um projeto é feito por algumas etapas que contribuem para

a organização das idéias do projetista que parte estudo preliminar, passando para o

anteprojeto e finalizando no projeto executivo.

ção em que surge o partido do projeto, de como ele

vai ser elaborado levando conta o do plano de necessidades, análise do lote e seus

condicionantes, resultando em um esboço das primeiras idéias em um croqui.

a limpo, já com medidas podendo até

ser passado a limpo para o computador. Nessa etapa ainda é possível sofrer alterações

por parte do cliente ou projetista.

representação gráfica obedecendo também as leis de edificação de cada localidade.

O projeto executivo deve ser constituído por algumas representações gráficas, com intuito

de apresentar, do macro para o micro, todos os detalhes importantes para execução

correta da obra. Essas representações consistem em: planta de situação, planta de

locação, planta de cobertura, planta baixa, cortes (transversal e longitudinal),

fachadas, detalhes técnicos e perspectivas.

Carimbo

O titulo do projeto geralmente é a finalidade da obra, ou seja, se a construção é para fins

residenciais, comerciais, assistências, religiosos...,seguido da localização da obra (lote /

quadra / bairro / cidade /estado) Ex: Projeto destinado à construção de uma residência em

alvenaria, situado sobre o lote X, quadra Y, bairro W, Cidade/Estado.

Page 42: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

42

PLANTA DE SITUAÇÃO

É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica as dimensões do terreno

(lote), a quadra, lotes vizinhos, orientação magnética (norte geográfico), ruas de acesso e

opcionalmente pontos de referência. Essa representação vai localizar o terreno dentro de

um perímetro urbano ou até mesmo rural, facilitando sua identificação junto aos órgãos

públicos competentes na regularização e fiscalização da obra.

Os dados fornecidos numa planta de situação devem necessariamente esta em acordo

com a escritura pública do terreno, oficializando junto aos órgãos públicos o título de

propriedade daquela área. A Planta de Situação abrange uma área relativamente grande,

por isso, normalmente é desenhado em escalas pequenas, ex.: 1/500, 1/750, 1/1000 etc.

Page 43: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

43

PLANTA DE LOCAÇÃO

É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica a posição da construção no

terreno. Podendo ser indicado também muros, portões, vegetação existente, orientação

magnética (norte geográfico), passeio público e opcionalmente construções vizinhas.

Nesse tipo de representação, por se tratar de um tipo de vista superior, o observador

identifica em primeiro plano a cobertura, tendo a representação das paredes externas da

construção, abaixo da cobertura desenhada com linha tracejada e traço suave

(MONTENEGRO, 1978, p. 47).

A Planta de Locação é o ponto de partida para o inicio de uma obra. Pois representa

graficamente a sua marcação no terreno. Normalmente é desenhado em escalas médias,

ex.: 1/75, 1/100, 1/125 ou 1/200 que é a escala mínima aceitada na prefeitura de Palmas.

Na planta de locação identificamos as dimensões do terreno conforme o registro de

imóveis, os afastamentos da construção em relação aos limites laterais, frontal e de

fundos, a presença de calçadas, piscinas etc.

Page 44: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

44

PLANTA DE COBERTURA

É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica os detalhes da cobertura de

uma construção, popularmente chamada de água. Nesse tipo de desenho, por se tratar de

uma vista superior, estarão representados as inclinações da cobertura, quantidade de

“águas”, material empregado, localização da caixa d'água, calha etc.

Também é aceitável em algumas situações a representação da locação nesse tipo de

desenho, classificando-o como planta de locação e cobertura. As escalas mais usuais

são: 1/50, 1/75, 1/100.

Page 45: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

45

Exemplo de Planta de Cobertura:

Page 46: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

46

Tipos de cobertura

Apesar dos vários modelos de telhado que variam desde a estrutura até o tipo de

material, esse estudo é focado na cobertura tradicional com estrutura de madeira e telhas

cerâmicas.

Mantendo esse mesmo modelo de cobertura o telhado pode ter uma variação de acordo

com a quantidade de águas de cada um. É chamado de “água” a superfície plana com

declividade variável para cobrir uma área edificada.

Uma água: Caracterizada pela definição de somente uma superfície plana.

Page 47: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

47

Duas águas: Caracterizada por uma composição de duas superfícies planas. São águas

independentes que não precisam ter a mesma inclinação e medidas, a separação das

mesmas é feita através de uma linha central no ápice da elevação que é chamada de

cumeeira;

Três águas: Caracterizada por três superfícies planas e inclinada distinta. Nos exemplos

abaixo possuem duas águas com caimento lateral oposto e uma água com caimento

frontal. Essa terceira água forma a imagem de um triângulo.

Page 48: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

48

Quatro águas: Caracterizada por cobertura de edificações quadriláteras, de formas

regulares ou irregulares. Nesse tipo de cobertura existem duas águas de caimento lateral

opostos, uma água de caimento frontal e outra água de caimento posterior.

Múltiplas águas: São coberturas de edificações caracterizadas por várias águas,

determinadas pelas superfícies poligonais qualquer de acordo com o projeto arquitetônico.

A divisão dessas águas define por elementos como água-furtada e espigão, constituindo

um telhado único.

As imagens abaixo mostram o detalhamento de um corte esquemático de um telhado que

especifica cada peça da estrutura em dois exemplos: utilizando beiral e utilizando

platibanda.

Page 49: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

49

Independente de quantas águas tem a cobertura, do material utilizado ou outras variantes,

a Planta de Cobertura sempre tem dados importantes representados por desenhos

gráficos padrão. Dentre eles os mais importantes são: cota com a largura do beiral,

projeção da edificação, indicação do caimento da água e legenda com o tipo de cobertura.

É importante observar que a imagem acima mostra somente a Planta de Cobertura, sem

se mesclar com a planta de Locação da Obra. Sendo assim esse projeto se atém

somente as informações do telhado. Observem na imagem abaixo as diferenças entre o

mesmo projeto, porém colocado como Planta de Locação e Cobertura.

A Planta de Locação e Cobertura mostra, além das informações do telhado, as

informações de localização da casa no terreno. É importante colocar várias marcações de

cota de acordo com a forma da edificação para minorar possíveis erros de implantação.

Nessa apresentação também se encontram as medidas do muro, dimensionamento da

calçada, rebaixo do meio fio, vegetação, etc. Ambos os projetos devem apresentar o

posicionamento em relação ao norte.

Page 50: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

50

PLANTAS BAIXAS DOS DIVERSOS PAVIMENTOS

Desenho que representa graficamente a projeção horizontal de uma edificação ou partes

dela. Pode-se entender como sendo a seção horizontal resultante da intersecção de um

plano de nível acima e paralelo do piso (normalmente a 1,50 m) em uma edificação,

representando consigo portas, janelas, peças sanitárias, chuveiro e opcionalmente

mobiliário de ambientação interna. As escalas mais usuais são: 1/50, 1/75 e 1/100.

Para que fique bem claro, basta imaginar uma superfície plana, cortando uma casa ao

meio e retirando a parte superior, nesse plano ficaria desenhado o contorno das paredes,

portas e janelas. Estaria representada ali a planta baixa dessa casa.

Exemplo 1 Exemplo 2:

Page 51: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

51

Exemplo 3: Planta Baixa com cotas

Calcule as áreas dos ambientes:

Os exemplos acima mostram o plano imaginário cortando a casa a uma altura de 1,50m e separando a parte de cima da debaixo. Para a representação da planta baixa utilizamos

Page 52: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

52

somente a parte de baixo. Nela são representados todos os elementos necessários para boa compreensão do projeto, tais como*: cotas, área do ambiente, níveis, etc., para que o mesmo seja exeqüível por qualquer profissional.

Page 53: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

53

PROJETO ARQUITETÔNICO PARA APROVAÇÃO

Norte

Norte

Cotas

Projeção da

cobertura

Indicação

de corte

Nome e

área dos

ambientes

Projeção

Área da

garagem

Valor de altura

do muro

Nível dos

ambientes

Page 54: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

54

CORTES LONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS

Desenho que representa graficamente a projeção de uma seção vertical (ou plano) em

uma edificação. Utilizado para representar detalhes que não aparece em planta baixa;

indica seu pé-direito, altura de elementos construtivos, vistas de elementos estruturais,

altura de portas e janelas, cobertura, bancadas etc.

Seu objetivo é esclarecer o observador do projeto através de planos de interseção

longitudinal e transversal, dando uma terceira dimensão a leitura e interpretação do

projeto.

Sua indicação vem representada em planta baixa por uma linha do tipo; traço e ponto ou

tracejada. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75.

Corte AA

Local do corte

A

A

22

Nome do Corte

Número da folha

onde está o corte

1 2/

2

Nome do Detalhe

Número da folha

onde está o detalhe

Page 55: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

55

A imagem abaixo mostra os cortes AA e BB da casa de Habitação popular citada

anteriormente.

FACHADAS

Desenho que representa graficamente as faces externas do edifício. As fachadas podem

ser interpretadas como a representação daquilo que se almeja construir.

Uma das principais diferenças entre as fachadas e os cortes é a representação de cada

uma. É importante observar que as fachadas não apresentam cotas (somente em casos

excepcionais), símbolos de níveis e nomes dos ambientes.

Page 56: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

56

Em geral, nas fachadas especificam, através de legendas com setas, os materiais de

revestimentos externos, funcionamento de esquadrias, paginação de cores, indicação de

detalhes técnicos etc. As escalas mais usuais são: 1/50, 1/75 e 1/100.

Page 57: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

57

Detalhes técnicos

Desenho que representa graficamente detalhes construtivos de um ambiente específico

ou de algum elemento estrutural do edifício que por qualquer motivo que seja não seria

possível representá-la com precisão nas plantas e cortes. Pode ser detalhe interno ou

externo ao prédio.

Exemplo 1:

Exemplo 2:

Exemplo 3:

Page 58: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

58

ESCADAS

São as circulações verticais das edificações.

Alguns tipos de escada:

Escadas sem patamar:

Ocupam praticamente a mesma área para diversos tipos de lanços; o comprimento da

escada, porém, pode ser diminuído consideravelmente através da subida com degraus

chanfrados em curvas.

Escadas com patamar:

Ocupam uma área de escada de um lanço + superfície do patamar – área de um degrau.

Elas são exigidas para alturas com pé-direito > 2,75m. A largura do patamar é igual ou

maior a largura da escada.

Page 59: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

59

Page 60: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

60

PROJETO ELÉTRICO

Quando vamos executar uma instalação elétrica qualquer, necessitamos de vários dados

como: localização dos elementos, percursos de uma instalação, condutores, distribuição

da carga, proteções, etc...

Para que possamos representar estes dados, somos obrigados a utilizar a planta baixa do

prédio em questão. Nesta planta baixa, devemos representar de acordo com a norma

geral de desenhos NB-8 da ABNT, o seguinte:

dos circuitos a que estão ligados;

ndutos e

caixas);

manobra e proteção;

seu emprego tanto nos casos comuns, como em condições especiais.

Como a planta baixa se encontra reduzida numa proporção 50 ou 100 vezes menor, seria

impossível representarmos os componentes de uma instalação tais como eles se

apresentam abaixo.

Seria trabalhoso e desnecessário desenhá-lo em tamanho menor, por isso, utilizamos

uma forma de diagrama reduzido, denominado esquema unifilar, onde os dispositivos de

comando, proteção, fontes de consumo, condutores etc., são representados como nos

exemplos abaixo:

O desenho de esquemas elétricos conforme normas recomendadas pela ABNT é uma

linguagem através de uma simbologia que deve ser conhecida tanto pelos engenheiros

como pelos projetistas e eletricistas; portanto, é indispensável a todos os que se

dedicarem ao ramo específico da eletricidade.

O estudo destes símbolos e legendas objetiva capacitar o educando a ler, interpretar e

executar esquemas de circuitos elétricos, a fim de que possamos transportar o que foi

escrito pelo projetista, sob forma de desenho na planta baixa, para a obra a ser

executada.

Page 61: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

61

Simbologia

Page 62: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

62

É importante enfatizar que apesar de termos uma simbologia padrão que deve seguir a

norma NBR 5444/1989 que regulamenta a simbologia, mas nem todos os arquitetos e

engenheiros a utilizam, sendo assim, utilizam é preciso prestar muito atenção no Quadro

de Legendas de cada projeto, conforme a imagem abaixo.

O exemplo acima mostra parte de um quadro de legenda onde estão indicadas somente

as tomadas, mas o mesmo deve conter todo e qualquer símbolo existente no projeto

elétrico com sua imagem gráfica e a descrição.

Page 63: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

63

CONDUTORES

O termo condutor elétrico é usado para designar um produto destinado a transportar

corrente, sendo que os fios e os cabos elétricos são os tipos mais comuns de condutores.

Regras Básicas para os condutores:

- Toda tomada deverá ter um conduto de Fase, Neutro e Terra;

- O Retorno é utilizado somente das luminárias até os interruptores;

- O Neutro deverá existir na sempre que houver tomada ou luminária;

- A Fase sempre deverá ir ao interruptor junto com o retorno;

Os condutores são instalados na obra com a proteção de conduítes, que são tubos de

metal galvanizado ou de plástico flexível que conduzem a fiação elétrica.

Esses conduítes circulam por todo edifício tendo sua representação diferente em cada

parte. Sempre que houver linhas contínuas representa fiação embutida na laje. Quando

houver linha tracejada representa fiação embutida na parede. Quando houver linha com

traço-ponto representa fiação embaixo da terra.

Page 64: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

64

Exemplo de projeto elétrico

Page 65: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

65

Exemplo de Quadro de Cargas

Quadro De Distribuição

Page 66: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

66

PROJETO HIDRÁULICO

Sucintamente, um projeto completo de hidráulica deve constar:

Representações gráficas; plantas baixas, cortes, detalhes técnicos e

perspectivas, com dimensionamento e traçados dos condutores (tubulação) a

cada trecho do prédio.

Especificações técnicas e normas para a sua aplicação.

Orçamento, compreendendo o quantitativo (levantamento de quantidades) e

os preços unitário e global da obra a ser executada.

Exemplo de Planta Baixa de Projeto Hidráulico

Legenda:

RG – Registro de Gaveta

TL – Torneira de Lavatório

VS – Vaso Sanitário

DH – Ducha Higiênica

CH – Chuveiro

CAF – Cano de Água Fria (vem do

sistema de alimentação)

Page 67: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

67

Vista Isométrica

Legenda Completa

Altura do equipamento.

Sentido do Fluxo da água

Peça à ver na Legenda.

Peça à ver na Legenda Hidráulica

Cano que vem do Sistema de distribuição

Page 68: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

68

Sistema de distribuição direta

A alimentação da rede interna de distribuição ocorre diretamente pelo alimentador ou

ramal predial. Requerendo um sistema de distribuição pública de água muito eficiente,

pois exige continuidade e abundância no abastecimento, mas comum nos países mais

desenvolvido (ex.: Canadá, EUA, parte da Europa etc.).

Sistema indireto de distribuição

A alimentação nesse sistema exige o uso de reservatórios de acumulação de água, para

ate atender às eventuais falhas (interrupções) no fornecimento ou quando não há

pressão adequada na rede pública para abastecer os pontos de utilização. Esse sistema é

sub-classificado em sistema indireto de distribuição sem recalque, com recalque e

hidropneumática.

Pode ainda haver o sistema de distribuição mista, que utiliza os dois métodos.

Terminologia

Alimentador predial – tubulação compreendida entre o ramal predial e a primeira

derivação ou válvula de flutuador do reservatório.

Barrilete – conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam as

colunas de distribuição.

Page 69: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

69

Coluna de distribuição – tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar os

ramais.

Ramal – tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-

ramais.

Ramal predial – tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento e a

instalação predial. O limite entre no ramal predial e o alimentador predial deve ser

definido pelo regulamento das concessionárias locais de distribuição de água (ex.:

CAERN).

Rede predial de distribuição – conjunto de tubulações constituído de barriletes, colunas de

distribuição, ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos.

Registro de gaveta – registro instalado em uma tubulação para permitir a interrupção de

passagem de água.

Registro de pressão – registro instalado no sub-ramal, ou no ponto de utilização,

destinado ao fechamento ou regulagem da vazão de água a ser utilizada.

Regulador de vazão – aparelho intercalado numa tubulação para manter constante sua

vazão, qualquer que seja a pressão a montante.

Reservatório inferior – reservatório intercalado entre o alimentador predial e a instalação

elevatória, destinado a reservar água e a funcionar como poço de sucção da instalação

elevatória

Reservatório superior – reservatório ligado ao alimentador predial ou a tubulação de

recalque, destinado a alimentar a rede predial de distribuição.

Sistema de abastecimento – rede pública ou qualquer sistema particular de água que

abasteça a instalação predial.

Sub-ramal – tubulação que liga o ramal à peça de utilização ou à ligação do aparelho

sanitário.

Torneira de bóia – válvula com bóia destinada a interromper a entrada de água nos

reservatórios e caixas de descarga quando se atinge o nível operacional máximo

previsto.

Trecho – comprimento de tubulação entre duas derivações ou entre uma derivação e a

última conexão da coluna de distribuição.

Válvula de descarga – válvula de acionamento manual ou automático, instalada no sub-

ramal de alimentação de bacias sanitárias ou de mictórios, destinada a permitir a

utilização da água para sua limpeza.

Page 70: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

70

PROJETO SANITÁRIO

As instalações prediais de esgoto sanitário têm, por objetivo principal, a coleta e o

afastamento das águas servidas, cuja origem é os aparelhos sanitários e os pisos internos

das edificações, bem como o seu encaminhamento ao destino indicado pelo poder público

competente (MATOS, 2002, p. 56).

Podem-se dar duas destinações aos esgotos sanitários, encaminha-o a rede coletora

pública ou a um sistema particular de recebimento e pré-tratamento. O primeiro destino é

uma situação ideal nos centros urbanos e a segunda é a solução encontrada nas regiões

que não dispõem de saneamento básico.

Exemplo de Projeto Sanitário:

LEGENDA:

CS – Caixa Sifonada

TV- Tubo de Ventilação

CP – Caixa de Passagem

i – inclinação

As instalações prediais de esgotos sanitários podem ser divididas em duas seções,

caracterizadas da seguinte forma:

Joelho de 45°

Diâmetro do tubo

Joelho de 90°

Page 71: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

71

Instalação de esgoto primário é seção conectada ao coletor público, compreendendo as

tubulações, dispositivos e aparelhos sanitários que contêm gases provenientes desse

coletor.

A instalação de esgoto secundário é o trecho de seção desconectado do coletor público

(ou de uma fossa séptica), compreendendo as canalizações, dispositivos e aparelhos

sanitários que não tem gases provenientes desse coletor.

Terminologia

Ramal de descarga – tubulação que recebe diretamente efluentes de um aparelho

sanitário.

Ramal de esgoto – tubulação que recebe efluentes de ramais de descarga.

Subcoletor – tubulação que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de

esgoto.

Coletor predial – trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor,

ramal de esgoto ou de descarga e o coletor público ou sistema particular.

Fossa séptica – unidade de sedimentação e digestão, de fluxo horizontal e

funcionamento contínuo, destinada ao tratamento primário do esgoto sanitário.

Sumidouro – cavidade destinada a receber o efluente de dispositivo de tratamento e a

permitir sua infiltração no solo.

Fecho hídrico – camada líquida que em um desconector, veda a passagem de gases.

Page 72: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

72

Desconector – dispositivo provido de fecho hídrico destinado a vedar a passagem de

gases.

Sifão – desconector destinado a receber efluentes de instalação de esgoto sanitário.

Tubo ventilador – tubo destinado a possibilitar a troca do ar da instalação do esgoto para

a atmosfera e vice-versa.

Coluna de ventilação – tubo ventilador vertical que se desenvolve através de um ou mais

andares e cuja extremidade superior é aberta para a atmosfera ou ligada a um tubo

ventilador primário ou barrilete de ventilação.

Caixa sifonada – caixa dotada de fecho hídrico destinada a receber efluentes da

instalação secundária de esgoto.

Caixa de inspeção – caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das

tubulações.

Caixa retentora de gordura – dispositivo projetado e instalado para separar e reter a

gordura da rede de esgoto sanitário.

Instalação primária de esgoto – conjunto de tubulações e dispositivos onde tem acesso

gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.

Instalação secundária de esgoto – conjunto de tubulações e dispositivos onde não tem

acesso gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.

Unidade Hunter de contribuição – fator probabilístico numérico que representa a

frequência habitual de utilização, associada a vazão típica de cada uma das diferentes

peças de um conjunto de aparelhos heterogêneos, em funcionamento simultâneo em hora

de contribuição máxima no hidrograma diário.

PROJETO TOPOGRÁFICO

A Topografia tem por principal objetivo representar graficamente, através da planta de

levantamento topográfico, todas as características de uma área, incluindo o relevo, curvas

de nível, elementos existentes no local, metragem, cálculo de área, pontos cotados, norte

magnético, coordenadas geográficas, acidentes geográficos, etc. Não se deve confundir

Topografia com Geodésia, pois enquanto a Topografia tem por finalidade mapear uma

pequena porção da superfície da terra, a Geodésia tem por finalidade mapear grandes

porções.

Planimetria: representação por uma planta de uma área (projeção horizontal), que

permite a localização dos vértices do terreno.

Page 73: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

73

Altimetria: representação por perfil por uma linha (vista lateral; vista em elevação; corte;

etc.)

Planialtimetria: representação em planta de uma área, contendo as informações de

localização(horizontal), bem como do perfil vertical do terreno.

Curvas de nível: São linhas que ligam pontos, na superfície do terreno, que tem a

mesma cota (mesma altitude).

Caracteristicas das curvas de nivies:

• îmestras: todas as curvas múltiplas de 5 ou 10 metros.

• îintermediárias: todas as curvas múltiplas da eqüidistância vertical, excluindo-se as

mestras.

Page 74: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

74

Page 75: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

75

Page 76: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

76

PROJETO ESTRUTURAL

Antes de dar entrada nos detalhamentos do projeto estrutural é essencial realizarmos

algumas definições.

Pilar: Um pilar é um elemento estrutural

vertical usado normalmente para receber

os esforços verticais de uma edificação e

transferi-los para outros elementos, como

as fundações. Costuma estar associado

ao sistema laje-viga-pilar.

Viga: Uma viga é um elemento estrutural das edificações. A viga é geralmente usada no

sistema laje-viga-pilar para transferir os esforços verticais recebidos da laje para o pilar ou

para transmitir uma carga concentrada, caso sirva de apoio a um pilar.

Page 77: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

77

Laje: Estrutura plana de concreto contando com uma armação interna de varetas de aço

especialmente fabricadas para esse fim (vergalhões), usualmente executada após o

levantamento das paredes, com o objetivo de suportar outro andar ou mesmo o telhado.

Fôrmas: Estrutura de tábua tem a função específica de dar ao concreto armado as

dimensões e forma pedida nos desenhos de fôrma, através da moldagem do concreto.

Fundação: é um termo utilizado na engenharia para designar as estruturas responsáveis

por transmitir as solicitações das construções ao solo. Em geral, são utilizadas várias

fundações seguidas para esse fim. Existem diversos tipos de fundação e são projetadas

levando em consideração a carga que recebem e o tipo de solo onde vão ser construídas.

Page 78: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

78

Alvenaria: Alvenaria é a construção de

estruturas e de paredes utilizando

unidades unidas entre si por argamassa.

Estas unidades podem ser blocos (de

cerâmica, de vidro ou de concreto e

pedras).

Page 79: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

79

PROJETO

Em linhas gerais, três tipos de desenhos devem compor o projeto estrutural de um edifício

em concreto armado, a saber:

• Planta de cargas e locação dos pilares

• Desenhos das formas estruturais

• Desenhos das armações

A planta de cargas e de locação dos pilares geralmente é o primeiro desenho de um

projeto estrutural. As informações desse desenho, juntamente com as oriundas das

sondagens do terreno, permitirão a escolha do tipo de fundação (sapata, estaca, tubulão,

etc.) mais adequada à obra. A planta de cargas e de locação dos pilares é um desenho

relativamente simples, que apresenta dois tipos de informações:

a) Seções dos pilares locados em relação a dois eixos de referência do terreno (em

geral o alinhamento e uma das divisas).

b) Todas as cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação (sapatas,

estacas, tubulões, etc.) e, posteriormente, à camada resistente do solo.

É desejável que a escolha do tipo de fundação seja feita por um profissional especializado

em Mecânica dos Solos (engenheiro de fundações). Somente após a definição do tipo de

Page 80: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

80

fundação a ser empregada pode-se dar início à execução do primeiro desenho do projeto

estrutural necessário ao início da obra – Desenho de Formas da Fundação.

DESENHOS PARA EXECUÇÃO DAS FORMAS ESTRUTURAIS

O desenho para execução de formas de um pavimento é composto por uma planta da

estrutura que sustenta aquele pavimento, isto é, o conjunto de pilares, vigas e lajes.

Neste desenho, os detalhes informados devem definir perfeitamente os elementos

estruturais por meio de suas dimensões e por sua localização em relação a eixos ou

linhas de referência importantes. Dessa forma, devem ser feitos tantos cortes e/ou

elevações quantos forem necessários para a perfeita definição dos elementos estruturais

em representação.

Os pilares são representados no desenho de forma em corte, ou seja, representa-se a

seção transversal do pilar com as respectivas dimensões para o pavimento em questão.

Em geral, especialmente em edifícios de poucos pavimentos, costuma-se manter a

mesma seção dos pilares até a cobertura. Entretanto, existem situações em que as

dimensões da seção do pilar variam de um pavimento para outro. Além disso, podem

existir pilares que têm início (nascem) no pavimento em representação ou pilares que são

Page 81: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

81

interrompidos (morrem) nesse pavimento. Assim, convém estipular uma notação para a

representação dos pilares em tais situações. Uma notação usual é a indicada na figura 4.

Deve-se notar que, na representação da figura 4, parte da seção do pilar P1 é

interrompida (morre) no pavimento e o restante do pilar continua acima do referido

pavimento.

No desenho de formas, as vigas são representadas em planta, devendo-se fornecer informações tais como as dimensões da seção transversal (largura e a altura) e o comprimento das mesmas. Informações e detalhes construtivos adicionais devem ser representados por meio de cortes na própria planta ou em separado. Na planta de formas estruturais, as vigas são observadas de baixo para cima e são

representadas no desenho por meio de duas linhas espaçadas de sua largura ao longo do

comprimento da mesma. Tais linhas representam as arestas visíveis e as arestas

invisíveis, (com o observador olhando de baixo para cima). As arestas visíveis são

representadas por linhas cheias e as invisíveis por linhas tracejadas.

No caso de vigas invertidas, pode-se ter a representação por linha cheia (aresta visível) e

linha tracejada (aresta invisível), conforme a figura 5.

Page 82: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

82

As lajes em um desenho de formas estão praticamente definidas após a representação

dos pilares e das vigas. O único cuidado a ser tomado diz respeito a representação de

rebaixos, superelevações, ou aberturas existentes nas lajes.

Os rebaixos e as superelevações acontecem quando o nível de uma laje não coincide

com o nível adotado para o desenho de formas, o qual corresponde, geralmente, ao nível

da maioria das lajes representadas no desenho de formas.

Um exemplo da representação de rebaixos nos desenhos de formas está ilustrado na

figura 6. Nessa figura, a laje L2 está rebaixada 25 cm em relação ao nível das outras

lajes.

Page 83: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

83

A escada geralmente não é representada no desenho de formas do pavimento a qual ela pertence. Um desenho especial deve ser feito, em folha à parte e em escala maior que a escala do desenho de formas, para a representação da escada. No desenho de formas dos pavimentos, no lugar reservado para a colocação da escada,

faz-se a representação de uma abertura na forma, tal como ilustrado anteriormente na

figura 7.

É usual obedecer a simbologia a seguir para a designação dos elementos estruturais

representados nas formas. A designação deve ser seguida pelo respectivo número de

ordem do elemento (numeração) e também da indicação de suas dimensões (espessura

das lajes, dimensões das seções transversais de vigas e pilares, etc).

Page 84: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

84

Page 85: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

85

Page 86: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

86

Page 87: Apostila Leitura de Projeto_ Pronta

Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO

87

Referências Bibliográficas

CALDAS, Deyne B., Leitura e Interpretação de Projetos, Natal: SENAI –

RN, 2011.

ARAÚJO, Luís Otávio Cocito de, FREIRE, Tomás Mesquita. Tecnologia e

Gestão de Sistemas Construtivos de Edifícios: Apostila da Disciplina

Tecnologia de Produção de Edificações em Concreto Armado. São Paulo:

Universidade Federal de São Carlos, Pró-Reitoria de Extensão, Departamento

de Engenharia Civil. 2004.

NEGRISOLI, Manoel Eduardo Miranda. Instalações Elétricas: Projetos

prediais em baixa tensão. São Paulo: Editora Edgard Blucher LTDA, 2002.

MONTENEGRO, Gildo A. Desenho Arquitetônico. São Paulo: Editora Edgard

Blucher LTDA, 2001.

ALBERNAZ, Maria Paula, LIMA, Cecília Modesto. Dicionário Ilustrado de

Arquitetura. São Paulo: ProEditores, 2000.

PASTANA, Carlos Eduardo Troccoli. Desenho Técnico. UNIMAR –

Universidade de Marília. Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Tecnologia.

Marília –SP. 2006.