apostila legislaÇÃo social e trabalhista

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA DO PIAU UNIDADE DE ENSINO DESCENTRALIZADA DE PARNABA CURSO TCNICO EM ADMINSTRAO DISCIPLINA: LEGISLAO SOCIAL E TRABALHISTA PROF. JEFERSON LUS MARINHO DE CARVALHO

LEGISLAO SOCIAL E TRABALHISTA

Parnaba - 2008

I. LEGISLAO SOCIAL 1. O TERMO LEGISLAO SOCIAL No incio as RELAES DE TRABALHO eram tratadas pelo DIREITO CIVIL. TRABALHO criao de um ramo prprio. Denominaes da disciplina: - Lei Paulista de 1937 - LEGISLAO SOCIAL. - Lei Federal de 1956 - LEGISLAO DO TRABALHO. - Decreto-lei n 1.237 de 1939 institui a Justia do Trabalho art. 1 LEGISLAO SOCIAL. - Foi chamada de Direito Social, Direito Operrio, Direito Sindical e Direito do Trabalho. - Por fora de Lei Federal, em 1956, nos cursos jurdicos tem a denominao de DIREITO DO TRABALHO. - Nos cursos de Administrao de Empresas, Cincias Contbeis, Comrcio Exterior e outros, manteve-se o nome LEGISLAO SOCIAL. - LEGISLAO SOCIAL DIREITO DO TRABALHO. 2. CONCEITO O RAMO DA CINCIA JURDICA EM QUE SO ESTUDADOS OS PRINCPIOS E NORMAS RELATIVOS RELAO DE EMPREGO. 3. CAMPO DE ATUAO o trabalho SUBORDINADO, no se estudando o funcionrio pblico (Direito Administrativo). 4. POSIO DA LEGISLAO SOCIAL NO CAMPO DO DIREITO - ramo do Direito Privado descendente do Direito Civil. - Mas trata de algumas normas do Direito Pblico (a presena do Estado, na sua funo institucional, impondo limites iniciativa individual, ao livre jogo de interesses). 5. RELAO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO - Relao prxima com o DIREITO CONSTITUCIONAL Arts. 7 a 11 - Histrica com o DIREITO CIVIL a CLT no art. 8 permite a aplicao de artigos do CC. - DIREITO INTERNACIONAL OIT (ex:lex loci executionis lei do local da execuo do contrato e no do local da contratao). - Interage tambm com DIREITO COMERCIAL, PENAL, TRIBUTRIO, PROCESSUAL, e tambm com outras reas do conhecimento humano, como Sociologia, Medicina, Economia, Contabilidade, Administrao de Empresas, etc. 6. HISTRIA DO DIREITO DO TRABALHO Tudo foi construdo por meio do trabalho humano. - Primeira forma de trabalho ESCRAVIDO (conquistas, pagamentos, nascimento). - Aps a escravido SERVIDO (feudalismo). Escravo da terra. Explorao e desrespeito para com o trabalhador. - CORPORAES DE OFCIO. Do campo para reas urbanas. Mestres, companheiros e aprendizes. Longas jornadas de trabalho e explorao. - REVOLUO FRANCESA (1789) ideais de igualdade, fraternidade e liberdade extino das corporaes de ofcio. - REVOLUO INDUSTRIAL mquina a vapor e mquinas txteis trabalho assalariado. Fbricas, maior concentrao de trabalhadores. - A partir da revoluo industrial os governos passam a ser intervencionistas. - Em 1891 o Papa Leo XIII elabora a encclica rerum novarum, tratando da explorao dos trabalhadores. - No incio do sculo XX nasce efetivamente o DIREITO DO TRABALHO. 1917 primeira constituio tratando de matria trabalhista (Mxico - jornada de oito horas, proibio de trabalho aos menores de 12 anos, sindicalizao, greve, seguro social). 1919 Constituio da Alemanha 1919 atravs do Tratado de Versalhes criao da ORGANIZAO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). 1927 Itlia Carta del lavoro.

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7. DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL At 1888 o Brasil mantinha o trabalho escravo. Com a abolio surgiu nova forma de trabalho, mas continua o AUTORITARISMO nas relaes com os trabalhadores. Os IMIGRANTES ITALIANOS exerceram grande influncia na criao do Direito do Trabalho. - 1891 leis referentes a CATEGORIAS PROFISSIONAIS. - CONSTITUIO DE 1934 a primeira a abordar o assunto. LIBERDADE SINDICAL, IGUALDADE SALARIAL, SALRIO MNIMO, JORNADA DE 8 HORAS, PROTEO AO TRABALHADO DA MUNLHER E DO MENOR, REPOUSO SEMANAL E FRIAS ANUAIS REMUNERADAS. - CONSTITUIO DE 1937 ampliao dos direitos, mas com grande INTERVENO ESTATAL proibio da greve. - 1 DE MAIO DE 1943 CONSOLIDAO DAS LEIS TRABALHISTAS (CLT). Reunio de todas as leis vigentes. - CONSTITUIO DE 1946 (democrtica) Avanos mais importantes: LIBERDADE SINDICAL, PARTICIPAO NOS LUCROS, ESTABILIDADE E DIREITO DE GREVE. - LEIS ORDINRIAS: REPOUSO SEMANAL REMUNERADO (LEI N 605/49), DCIMO TERCEIRO SALRIO (LEI N 4.090/62), DIREITO DE GREVE (1964). - CONSTITUIO DE 1988 Arts. 7 a 11 (direitos sociais) principais novidades: FRIAS REMUNERADAS COM UM TERO A MAIS, DIREITOS DOS EMPREGADOS DOMSTICOS, LICENA PATERNIDADE, FGTS, AMPLIAO DO PRAZO PRESCRICIONAL PARA A COBRANA DE CRDITOS TRABALHISTAS PARA CINCO ANOS, ETC. II. PRINCPIOS DE DIREITO DO TRABALHO Princpio = incio, comeo, origem. No direito = incio, fundamento = base do Direito do Trabalho. Os princpios mais importantes no Direito do Trabalho so: DA PROTEO, DA IRRENUNCIABILIDADE, DA CONTINUIDADE DA RELAO DE EMPREGO E DA PRIMAZIA DA REALIDADE. 1. PRINCPIO DA PROTEO Segundo Amrico Pl Rodriguez: AS PARTES NO ESTO EM SITUAO IGUALITRIA, SENDO ASSIM, H UM AMPARO PREFERENCIAL A UMA DELAS: AO TRABALHADOR. Subdivide-se em: APLICAO DA NORMA MAIS FAVORVEL - Havendo vrias normas regulando uma relao de trabalho, aplicar-se- a mais favorvel ao trabalhador (no se aplica a hierarquia das leis). Ex: adicional noturno de 20% (CLT), mas se for estabelecido em conveno coletiva o percentual de 50% para certa categoria, aplica-se esta norma. PRINCPIO DA CONDIO MAIS BENFICA - No se pode retirar do trabalhador as clusulas contratuais que lhe sejam benficas, no podendo ser suprimidas ou substitudas por outras menos benficas, trata-se do DIREITO ADQUIRIDO. Art. 468 da CLT. PRINCPIO DO IN DUBIO PRO MISERO - Direito Penal in dubio pro reo (na dvida absolve-se o ru). - Direito do Trabalho havendo duas interpretaes a um texto ou artigo legal, deve-se aplicar a que melhor atenda aos interesses do trabalhador. Aplica-se tambm ao caso concreto. 2. PRINCPIO DA IRRENUNCIABILIDADE O trabalhador no pode renunciar aos direitos a ele assegurados pela legislao trabalhista, por serem normas obrigatrias. Art. 9 CLT. Ex: o trabalhador no pode ficar sem frias, mesmo recebendo-as em dinheiro. 3. PRINCPIO DA CONTINUIDADE DA RELAO DE EMPREGO H sempre a presuno de que o trabalhador no quer deixar o emprego. Sempre que existir uma relao de trabalho, presume-se que esta ser com vnculo de emprego. No caso de uma reclamao na justia, o empregador ter de provar que o trabalhador no era seu empregado, mas, por exemplo, exercia um servio autnomo.

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- O abandono de emprego deve ser provado pelo empregador, o mesmo se d com o pedido de demisso que deve ser claro e sem dvidas. 4. PRINCPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE No Direito do Trabalho vale o que ocorre no mundo real e no no formal, ou seja, no confronto entre o real e o formal, aquele ter maior peso. Ex: empregado que alega trabalhar mais de 12 horas; a empresa junta os cartes de ponto pelos quais se v que o empregado sempre cumpriu 8 horas de trabalho por dia. Apresentando prova testemunhal que comprove a jornada alegada pelo reclamante, ter este, a princpio, ganho de causa, pois os depoimentos testemunhais se sobrepem, como regra, sobre a prova documental. III. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO 1. CONCEITO. Fonte origem, local de onde surge algo (fonte dgua). Buscar o nascimento das normas do direito do trabalho. 2. CLASSIFICAO. A) Fontes Materiais (acontecimentos sociais, econmicos e histricos que influem na elaborao da norma jurdica). B) Fontes Formais (jurdicas: Constituio, Leis, Sentenas Normativas, Convenes e Acordos Coletivos, Regulamentos de Empresas, Clusulas Contratuais, Jurisprudncia e Usos e Costumes). - CONSTITUIO norma mais importante de um pas, dela surgem as demais normas de direito. CF: normas de Direito do Trabalho - art. 7 a 11; atribui Unio a competncia para legislar sobre Direito do Trabalho art. 22, inc. I. - LEIS legislao trabalhista extensa. A principal a CLT (Consolidao das Leis do Trabalho). Outras: Lei dos Empregados Domsticos (n 5.859/72), Lei de Greve (n 7.783/89), a Lei do FGTS (n 8.036/90), etc. - SENTENA NORMATIVA deciso proferida pela Justia do Trabalho nos julgamentos dos dissdios coletivos (atravs delas se criam normas a serem aplicadas a certas categorias). - CONVENES E ACORDOS COLETIVOS (art. 611 e 1 da CLT). - REGULAMENTOS DE EMPRESA criam normas para os trabalhadores de determinada empresa. - CLUSULAS CONTRATUAIS obrigam as partes (salrio, gratificaes, horrio de trabalho, benefcios, etc). - JURISPRUDNCIA divergncias sobre ser ou no fonte do direito, mas existem obrigaes que se fundamentam apenas em jurisprudncia. - USOS E COSTUMES (previsto no art. 8 da CLT). As gratificaes costumeiramente pagas ao empregado no podem ser suprimidas. Ex.: o 13 salrio foi institudo pelo costume. - DOUTRINAS - so os escritos dos juristas especializados na matria, cuja autoridade na fixao dos parmetros dos vrios institutos jurdicos vai plasmando o direito e dando a interpretao e o contedo da norma jurdica. 3. INTEGRAO DA NORMA JURDICA. - ANALOGIA aplicao de norma existente para um fato semelhante no previsto em lei (art. 72 da CLT digitao). - EQIDADE (justia do juiz) aplicao da norma de forma justa. No nascem normas a partir delas, somente aplicam-se as j existentes.

IV. DIREITOS SOCIAIS RELATIVOS AOS TRABALHADORES (CF 88) Questo de Ordem 1) Espcies de direitos relativos aos trabalhadores: so de duas ordens: a) os direitos em suas relaes individuais de trabalho (art. 7); b) direitos coletivos dos trabalhadores (arts. 9 a 11).

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Direitos dos Trabalhadores 2) Destinatrios: o art. 7 relaciona os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, mas seu pargrafo nico assegura categoria dos trabalhadores domsticos os direitos indicados nos incisos IV, VI, VIII, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV. 3) Direitos reconhecidos: so direitos dos trabalhadores os enumerados nos incisos do art. 7, alm de outros que visem melhoria de sua condio social; temos assim direitos expressamente enumerados e direitos simplesmente previstos. 4) Direito ao trabalho e garantia do emprego: o art. 6 define o trabalho como direito social, mas nem ele nem o art. 7 trazem norma expressa conferindo o direito ao trabalho; este ressai do conjunto de normas sobre o trabalho; no art. 1, IV, declara que o Pas tem como fundamento, entre outros, os valores sociais do trabalho; o 170 estatui que a ordem econmica funda-se na valorizao do trabalho; o 193 dispe que a ordem social tem como base o primado do trabalho. A garantia de emprego significa o direito de o trabalhador conservar sua relao de emprego contra despedida arbitrria ou sem justa causa , prevendo uma indenizao compensatria, caso ocorra essa hiptese (art. 7, I). 5) Direitos sobre as condies de trabalho: as condies dignas de trabalho constituem objetivos dos direitos dos trabalhadores; por meio delas que eles alcanam a melhoria de sua condio social (art. 7, caput); a Constituio no o lugar para se estabelecerem as condies das relaes de trabalho, mas ela o faz, visando proteger o trabalhador, quanto a valores mnimos e certas condies de salrios (art.7, IV a X), e, especialmente para assegurar a isonomia material (XXX a XXXII e XXXIV), garantir o equilbrio entre o trabalho e descanso (XIII a XV e XVII a XIX). 6) Direitos relativos ao salrio: quanto fixao, a CF oferece vrias regras e condies, tais como: salrio mnimo, piso salarial, salrio nunca inferior ao mnimo, dcimo-terceiro salrio, remunerao do trabalho noturno superior do diurno, determinao que a remunerao da hora extra seja superior no mnimo 50% a do trabalho normal, salrio-famlia, respeito ao princpio da isonomia salarial e o adicional de insalubridade; quanto proteo do salrio, possui 2 preceitos especficos: irredutibilidade do salrio (inciso VI), e a proteo do salrio na forma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa (inciso X). 7) Direitos relativos ao repouso e inatividade do trabalhador: a Constituio assegura o repouso semanal remunerado, o gozo de frias anuais, a licena a gestante e a licena-paternidade (incisos XV e XVII a XIX). 8) Proteo dos trabalhadores: a CF ampliou as hipteses de proteo, a primeira na ordem do art. 7 que aparece a do inciso XX: proteo ao mercado de trabalho da mulher; a segunda a do inciso XXII, forma de segurana do trabalho; a terceira do inciso XXVII, prev a proteo em face da automao, na forma da lei; a quarta a do inciso XXVIII, que estabelece o seguro contra acidentes de trabalho; cabe observar que os dispositivos que garantem a isonomia e no discriminao (XXX a XXXII) tambm possuem uma dimenso protetora do trabalhador. 9) Direitos relativos aos dependentes do trabalhador: o da maior importncia social o direito previsto no inc. XXV, do art.7, pelo qual se assegura assistncia gratuita aos filhos e dependentes do trabalhador desde o nascimento at 6 anos de idade em creches e pr-escolas. 10) Participao nos lucros e co-gesto: diz-se que direito dos trabalhadores a participao nos lucros, ou resultados, desvinculada da remunerao, e, excepcionalmente, a participao na gesto da empresa, conforme definido em lei (art. 7, XI); o texto fala em participao nos lucros, ou resultados; so diferentes; resultados, consistem na equao positiva ou negativa entre todos os ganhos e perdas; lucro bruto a diferena entre a receita lquida e custos de produo dos bens e servios da empresa; a participao na gesto da empresa s ocorrer quando a coletividade trabalhadora da empresa, por si ou por uma comisso, um conselho, um delegado ou um representante, fazendo parte ou no dos rgos diretivos dela, disponha de algum poder de co-deciso ou pelo menos de controle. Direitos Coletivos dos Trabalhadores 11) Liberdade de associao ou sindical: so mencionados no art. 8, 2 tipos de associao: a profissional e a sindical; a diferena que a sindical uma associao profissional com prerrogativas especiais, tais como: defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, participar das negociaes coletivas, eleger ou designar representantes da respectiva categoria, impor contribuies; j a associao profissional no sindical se limita a fins de estudo, defesa e coordenao dos interesses econmicos e profissionais de seus associados. A Constituio contempla e assegura amplamente a liberdade sindical em todos os seus aspectos; a liberdade sindical implica efetivamente: a liberdade de fundao de sindicato, a liberdade de adeso sindical, a liberdade de atuao e

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a liberdade de filiao. A participao dos sindicatos nas negociaes coletivas de trabalho obrigatria, por fora do art. 8, VI. O inciso IV, do referido artigo autoriza a assemblia geral a fixar a contribuio sindical que, em se tratando de categoria profissional, ser descontada em folha, independente da contribuio prevista em lei.(arts. 578 a 610 da CLT). Sobre a pluracidade ou unicidade sindical, a CF adotou a unicidade, conforme o art. 8, II. 12) Direito de greve: a Constituio assegurou o direito de greve, por si prpria (art. 9); no o subordinou a eventual previso em lei; greve o exerccio de um poder de fato dos trabalhadores com o fim de realizar uma absteno coletiva do trabalho subordinado. 13) Direito de substituio processual: consiste no poder que a Constituio conferiu aos sindicatos de ingressar em juzo na defesa de direitos e interesses coletivos e individuais da categoria. 14) Direito de participao laboral: direito coletivo de natureza social (art. 10), segundo o qual assegurada a participao dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos rgos pblicos em que seus interesses profissionais ou previdencirios sejam objeto de discusso. 15) Direito de representao na empresa: est consubstanciado na art. 11, segundo o qual, nas empresas de mais de 200 empregados, assegurada a eleio de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. V. EMPREGADO Definio Empregado Considera-se empregado toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio. a. toda pessoa fsica; b. prestar servios de natureza no eventual a empregador; c. sob a dependncia ou subordinao do empregador; d. pessoalmente; e e. mediante salrio. Pessoa Fsica O empregado deve ser, obrigatoriamente, pessoa fsica; ou seja, no deve possuir caracterstica de pessoa jurdica, aquela constituda como sociedade e registrada nos rgos competentes. A fsica distinta, no podendo nem mesmo vincular-se a nenhum rgo como elemento intermedirio da relao. Servios de Natureza No Eventual Devemos considerar que os servios podem ser de qualquer natureza, desde que lcito e possvel. Podendo classific-los em intelectual, tcnico ou manual. Porm, qualquer que seja a sua forma, o mesmo no deve ser eventual, mas contnuo; o que requer periodicidade determinada, independente da intermitncia entre um perodo e o outro. Subordinao do Empregador Manifesta-se no estado de dependncia funcional que o empregado tem em relao empresa, e a impossibilidade de agir por conta prpria e sem prvia autorizao. Isto ocorre em razo do vnculo de trabalho, que limita sua capacidade de agir frente aos negcios da empresa. Mesma ocorrendo numa funo de gerncia, a capacidade de agir previamente autorizada. Subjetivamente pelo exerccio de sua atividade, sendo tolerada pelo empregador. Objetivamente, por documento hbil; exemplo procurao. Pessoalidade A CLT no permiti que o empregado se faa substituir por outro, esta razo sustentada pelo poder de direo que o empregador exerce na empresa. Mediante Salrio A contraprestao do servio prestado pelo empregado essencialmente paga, no existindo vnculo de trabalho gratuito. A composio da contraprestao pode ser composta de valor fixo e varivel, podendo este ser representado atravs de pagamento in natura (alimentao, vesturio, transporte, sade, etc) A legislao trabalhista determina que o menor valor recebido pelo empregado o salrio mnimo (art. 76 CLT), devendo ser garantido 30% em dinheiro do salrio mnimo (art. 82 CLT). Exclusividade Salvo acordo escrito entre as parte, no h previso legal na legislao do trabalho para que o empregado exera sua atividade com exclusividade. Devendo ser observado que no horrio contratual assumido o empregado se mantm exclusivamente disposio do empregador, mas fora deste horrio o empregado tem liberdade de atuao, podendo inclusive atuar em empresa concorrente.

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Ainda se discute se o acordo entre as partes no pode se apresentar como uma coao do empregador, se provado o ato pode ser nulo (art. 9 CLT). - participante da relao de emprego DEFINIO art. 3 da CLT: Considera-se empregado toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio. - s considerado empregado o PRESTADOR DE SERVIO que se encaixar na definio legal No so considerados empregados pela CLT: a) Trabalhador eventual aquele que presta a sua atividade para algum ocasionalmente. Trabalho eventual aquele que depende de acontecimento incerto, casual, fortuito. b) Trabalhador autnimo profissional por conta prpria e independente diante daqueles para os quais presta continuamente ou no os seus servios. c) Trabalhador temporrio aquele que presta servios a uma empresa, para atender a necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios (Lei n. 6.019/74) d) Trabalhador avulso caractersticas: - intermediao do sindicato do trabalhador na colocao da mo-de-obra; - curta durao dos servios prestados a um beneficirio; - remunerao paga basicamente em forma de rateio procedido pelo sindicato (ex.: estivadores) e) Trabalhador voluntrio que presta servios sem remunerao a entidade pblica ou entidade privada sem fins lucrativos, mediante termo de adeso, que no gera vnculo empregatcio (Lei 9.608/98). Pode receber apenas indenizao pelas despesas realizadas com autorizao da entidade, para o desempenho do servio voluntrio. f) Empreiteiro aquele que se compromete a realizar obra certa (o que importa o resultado), recebendo remunerao pela obra realizada. O empreiteiro operrio ou artfice (pequeno empreiteiro) considerado empregado (CLT, art. 652). g) Estagirio estudante de nvel mdio ou superior que realiza atividade em empresa pblica ou privada visando aquisio de experincia profissional, recebendo uma bolsa de estudos como contrapartida pelo esforo dispensado (Lei n. 6.494/77). O estgio profissionalizante inicia-se com a assinatura de termo de compromisso entre empresa e estagirio, com a participao da instituio de ensino na qual o estudante est matriculado, estabelecendo as condies do estgio. Para no se configurar o desvirtuamento do estgio em relao de emprego, ele deve se dar nas seguintes condies: - horrio do estgio compatvel com o horrio escolar; - desenvolvimento de atividades relacionadas com o currculo do curso no qual o estagirio est matriculado. Caracterizao legal do empregado: alm da subordinao: PESSOALIDADE, NO-EVENTUALIDADE E O SALRIO. TRABALHO PESSOAL - princpio da pessoalidade trabalho exercido em carter pessoal apenas pessoa fsica, no pode se fazer substituir por outro na execuo dos servios; - pode haver substituio espordica, no descaracterizando a condio do empregado, desde que haja concordncia do empregador; - se na relao de trabalho o prestador de servio for pessoa jurdica, compete ao Direito Comercial ou Direito Civil. SERVIOS NO EVENTUAIS - de forma contnua conforme combinado pelas partes - no eventual o servio exercido de forma repetitiva, podendo ser o trabalho prestado de segunda a sexta das 8:00 s 18:00 como um servio prestado uma vez por semana durante um certo horrio (perodo noturno) ex.: professor que leciona matria uma vez por semana. - eventual o servio prestado de forma no costumeira, como pedreiro, encanador, que so contratados para executar determinado servio sem haver sua continuidade, neste caso no h vnculo de emprego. DEPENDNCIA DO EMPREGADOR - dependncia = subordinao

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- quando o empregador toma decises quanto ao funcionamento de sua empresa escolhe o local de trabalho, adquire ferramentas, uniformes, etc. - prerrogativa do empregador de dar ordens ao empregado, determinando O QUE, ONDE E COMO fazer suas tarefas. SALRIO - onerosidade - no h contrato de trabalho se este for gratuito VI. EMPREGADO URBANO Quem ? A Consolidao das Leis do Trabalho considera empregado toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio. Na prtica todo aquele que no se enquadra nas definies de rural ou domstico. Abrange a maioria dos trabalhadores brasileiros. Carteira de Trabalho e Previdncia Social - CTPS A Carteira de trabalho deve ser assinada pelo empregador desde o primeiro dia de trabalho do empregado. O empregado entrega a CTPS para o patro para que este anote nela o contrato de trabalho. A CARTEIRA DEVE SER DEVOLVIDA AO EMPREGADO EM 48 HORAS. importante, que o empregado SEMPRE que entregar sua Carteira ou qualquer documento ao patro faa um recibo especificando a data que entregou a CTPS ao patro e pea para que ele assine. Assim se o empregador extraviar a Carteira, o empregado poder provar que entregou a mesma para ser anotada ao patro! Contrato de Experincia E a "experincia"? Independentemente da existncia ou no do contrato de experincia, a Carteira de Trabalho DEVE ser assinada desde o primeiro dia de trabalho. O contrato de experincia apenas necessrio para que o empregador no tenha que pagar a empregada o ms do aviso prvio. As demais verbas, como 13 e frias, sero sempre devidas. O Contrato de Experincia pode ser celebrado por um prazo mximo de 90 dias, podendo ser prorrogado uma vez dentro deste prazo. No existe um prazo mnimo. Salrio O salrio deve ser pago at o quinto dia til do ms seguinte ao vencido. Por exemplo: o salrio do ms de maro deve ser pago at o quinto dia til do ms de abril. Lembre-se de que sbado dia til tambm. Descontos O empregador poder descontar do salrio do empregado, as seguintes parcelas: falta ao servio no justificada (os atestados no so descontados); reflexos sobre o repouso semanal, frias e gratificao de natal (13 salrio); at 20% (vinte por cento) do salrio contratual a ttulo de alimentao; at 6% (seis por cento) do salrio bsico a ttulo de vale transporte; at 25 % (vinte e cinco por cento) do salrio contratual a ttulo de moradia; INSS, observando a proporo: Qualquer outro desconto s pode ser efetuado se autorizado PREVIAMENTE por escrito pelo empregado. Documentos que se pode exigir do empregado Carteira de trabalho e previdncia social (indispensvel); Inscrio no INSS; Cartas de referncia ou atestado de boa conduta expedido por autoridade policial ou pessoa idnea; Atestado de sade (se o empregador entender necessrio). Salienta-se que este atestado no poder, de forma alguma ser de gravidez. Tal prtica ilegal e completamente vedada pela legislao vigente.

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Domingos e Feriados O trabalho aos domingos permitido pela Lei n 10.101/2000, para o comrcio varejista em geral, desde que exista Conveno Coletiva de Trabalho prevendo a possibilidade. Alm disso, deve ser concedida outra folga na semana ao empregado, pois tem direito a um repouso semanal de vinte e quatro horas. O trabalho aos feriados proibido pela legislao brasileira, exceto se autorizado pelo rgo central do Ministrio do Trabalho. Em ambos os casos, se no for concedida folga que compense o domingo ou feriado na mesma semana, o empregado deve receber o dia em dobro. Horas Extras A jornada de trabalho prevista pela Constituio Federal, de oito horas dirias e quarenta e quatro horas semanais. O empregado pode trabalhar duas horas a mais por dia (horas extras), que devem ser pagas com adicional mnimo de 50% sobre a hora normal. Esta exigncia apenas no se aplica s empresas que possuem banco de horas devidamente aprovado pela entidade sindical atravs de conveno ou acordo coletivo. Direitos Trabalhistas e Previdencirios do Empregado Carteira de Trabalho devidamente assinada e anotada desde o 1 dia de trabalho; Salrio mensal nunca inferior ao piso salarial da categoria fixado na Conveno Coletiva (Sindicato) da Categoria; 01 (um) dia de repouso por semana, de preferncia aos domingos; Dcimo Terceiro Salrio, pago da seguinte forma: metade at o dia 30 de novembro de cada ano, e a outra metade at 20 de dezembro. Vale transporte para deslocamento casa/trabalho e vice-versa; Frias de 30 dias. Nos primeiros 12 meses de trabalho, o empregado adquire o direito s frias. Nos 12 meses seguintes o empregador deve, obrigatoriamente, conceder os 30 dias de frias do empregado. Quem escolhe quando o empregado tira frias, o empregador. Adicional de frias: este adicional, pago toda vez que o empregado entra em frias, e consiste em 1/3 do salrio do empregado. O salrio das frias e o adicional de 1/3 devem ser pagos at 2 (dois) dias antes do incio das frias. Licena maternidade de 120 (cento e vinte) dias (por conta da previdncia - sendo este perodo contado considerando-se o tempo para requerer e 90 dias aps o parto). O salrio maternidade poder ser requerido no perodo de 28 (vinte e oito) dias antes at 92(noventa e dois) dias aps o parto, independente de carncia; Licena paternidade de 5 (cinco) dias corridos, contados da data de nascimento do filho; Auxlio doena e aposentadoria por invalidez, respeitada a carncia pelo INSS. Fundo de Garantia por Tempo de Servio - FGTS; PIS, que consiste no 14 salrio, para os empregados que receberam em mdia at dois salrios mnimos no ano anterior, tiveram pelo menos um ms de Carteira assinada e esto cadastrados no PIS - Programa de Integrao Social - h pelo menos cinco anos; Seguro Desemprego; Salrio famlia; Jornada de trabalho fixada em lei, de oito horas dirias ou quarenta e quatro semanais; Horas extras (so as excedentes s 44 horas semanais) com adicional de 50% (se a Conveno Coletiva no fixar percentual superior); Adicional noturno de 20% no perodo compreendido entre as 22:00 de um dia e 5:00 do outro, sendo a hora noturna de 52 minutos; Estabilidade nos casos de gestante, dirigente sindical, representante da CIPA e empregado que tenha sofrido acidente de trabalho.

Piso Salarial O piso salarial definido atravs de lei, Conveno ou Acordo Coletivo de Trabalho. Equivale ao valor mnimo que uma determinada categoria pode receber. As Convenes ou Acordos Coletivos de Trabalho so celebradas entre os sindicatos dos empregados e dos empregadores, e entre os sindicatos dos empregados e as empresas individualmente. Como os Sindicatos so regionais, cabe ao empregado descobrir a qual sindicato pertence, junto ao seu empregador. A partir da, poder tomar cincia do valor do seu piso salarial e de outros direitos que tem, alm dos previstos na legislao. Estabilidade no Emprego - Existem trs tipos de estabilidade na nossa legislao: Gestante A empregada grvida, tem estabilidade desde a confirmao da gravidez at cinco meses aps o parto. Esta estabilidade no se aplica empregada domstica.

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Alm disso, qualquer empregada grvida tem direito licena gestante paga pelo INSS, que de 120 dias. A partir de 28 dias antes do parto, j pode ser concedida. Dirigentes da CIPA O empregado eleito para cargo de direo de comisses internas de preveno de acidentes, tem estabilidade desde o registro de sua candidatura at um ano aps o final de seu mandato; Acidente de Trabalho - Se o empregado sofreu um acidente de trabalho e recebeu auxlio doena acidentrio pelo INSS, tem direito a estabilidade de um ano aps o retorno do auxlio doena acidentrio. Mas obrigatrio que o benefcio seja ACIDENTRIO. O auxlio doena simples no d estabilidade ao empregado. Representao Sindical O empregado sindicalizado no pode ser dispensado a partir do registro da sua candidatura a cargo de direo ou representao sindical e, se eleito, ainda que suplente, at um ano aps o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. VII. TERCEIRIZAO Terceirizar uma forma encontrada pelas empresas na economia moderna, para se concentrar no potencial de suas atividades fins. Dessa forma a empresa pode se utilizar da contratao de uma outra empresa para realizar funes que no esto diretamente ligadas s atividades fins. Podemos relacionar as mais comuns: limpeza, vigilncia, contabilidade, administrao, etc. Para entendermos melhor podemos admitir uma empresa que tem sua finalidade econmica Laboratrio Farmacutico, logo as atividades que dependam dessa finalidade no podem ser terceirizadas, como por exemplo o farmacutico. J as atividades administrativas em geral podem: contabilidade, limpeza, financeiro, informtica, etc. O que se estabelece para que est forma de relao de trabalho possa ser admitida : a) no terceirizar a atividade fim; b) no ser subordinado, pessoal ou exclusivo. No h impedimento legal para que a atividade no seja exercida na prpria empresa. Devemos considerar que a relao entre a empresa contratada e a contratante de natureza civil, mas o trabalhador da empresa contratada deve manter relao trabalhista nos moldes geral da forma de contratao. Dessa forma podemos considerar:

Na hora de contratar uma empresa terceirizada as vantagens so diversas: especializao do servio, agilidade, reduo de custos e setores, eficincia, dentre outras, porm, pode trazer muita dor de cabea, j que muitas das desvantagens so desconhecidas pela empresa que contrata. Terceirizar uma atividade nada mais que repassar a terceiros a sua realizao. Em termos empresariais, podemos dizer que o repasse de uma atividade MEIO a terceiros. Atividade meio aquela que se presta a dar condies que uma empresa atinja seus objetivos sociais. Por exemplo: uma empresa que fabrica roupas (atividade fim) necessita contratar uma outra empresa que lhe preste servios de limpeza. A atividade de limpeza, no exemplo que acabamos de utilizar, se constitui em atividade meio da confeco. Em outras palavras, terceirizar entregar a terceiros atividades no essenciais da empresa. Por no se tratar de contratao de mo-de-obra, um contrato regulado pelo Cdigo Civil Brasileiro, e no pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). E justamente nesse aspecto que muitas empresas incorrem em erros que podem descaracterizar o contrato firmado com o prestador de servios, tornando-o autntico contrato de contrato, e, portanto, com vnculo empregatcio. O que ? A Terceirizao a relao criada entre uma empresa que presta o servio (prestadora) outra que utiliza os servios desta empresa (tomadora) e o empregado, vinculado empresa prestadora do servio. Assim, a contratao de servios por meio de empresa, intermediria entre o tomador de servios e a mo-deobra, mediante contrato de prestao de servios. A relao de emprego se faz entre o trabalhador e a empresa prestadora de servios, e no diretamente com o contratante destes.

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permitida a terceirizao nos seguintes casos: atividades de segurana e vigilncia; atividades de conservao e limpeza; servios especializado ligados atividade meio do tomador de servio (com exceo das disposies da lei 6.019 Trabalho temporrio - na qual tambm se permite a contratao de trabalhadores para atuarem na atividade-fim da empresa). Se a empresa tomadora desrespeitar estes requisitos, vai estar sujeita ao reconhecimento da relao de emprego e autuao do Ministrio do Trabalho e Emprego. Enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho Os enunciados, nada mais so do que a jurisprudncia reiterada do TST. Quer dizer, por diversas vezes as decises chegam mesma concluso. Em virtude desta quase "unanimidade", so criados os Enunciados. O Enunciado 331 o que rege a terceirizao: "331 Contrato de prestao de servios. Legalidade - Reviso do Enunciado n 256 I - A contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal, formando-se o vnculo diretamente com o tomador dos servios, salvo no caso de trabalho temporrio (Lei n 6019, de 3.1.74). II - A contratao irregular de trabalhador, atravs de empresa interposta, no gera vnculo de emprego com os rgos da administrao pblica direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da Constituio da Repblica). III - No forma vnculo de emprego com o tomador a contratao de servios de vigilncia (Lei n 7102, de 20.6.83), de conservao e limpeza, bem como a de servios especializados ligados atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinao direta. IV - O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica na responsabilidade subsidiria do tomador dos servios quanto quelas obrigaes, desde que este tenha participado da relao processual e conste tambm do ttulo executivo judicial." Atividade Meio e Atividade Fim A atividade meio, na qual permitida a terceirizao, aquela no representativa do objetivo da empresa, no fazendo parte portanto do processo produtivo e caracterizando um servio necessrio, mas no essencial. A atividade fim a que compreende as atividades essenciais e normais para as quais a empresa se constituiu. o seu objetivo a explorao do ramo de atividade expressa nos objetivos do contrato social. Responsabilidade Subsidiria A empresa tomadora, responde subsidiariamente pelo inadimplemento das obrigaes trabalhistas. Isso quer dizer, que se a prestadora do servio no cumprir suas obrigaes para com os empregados, a tomadora (que a princpio no tem relao de emprego com o trabalhador) passa a responder por tais obrigaes. Assim, sugere-se que alm de escolher corretamente a empresa prestadora de servios, o tomador deve monitor-la ms a ms, conforme sugere-se nas recomendaes a seguir. Recomendao aos Tomadores para a Contratao da Prestadora a) dimensionar os servios a serem contratados em nmero de pessoal, especificando a funo e a jornada de cada trabalhador no setor respectivo; b) solicitar propostas levando em considerao o nmero de pessoas necessrias e suas jornadas; c) analisar as propostas com discriminao de preo para cada trabalhador disponibilizado. Para tanto, observe o piso da categoria estabelecido para cada funo e aplique a tabela de encargos trabalhistas sobre os mesmos. Isto porque se o valor fornecido pela prestadora for muito inferior, significa que os empregados esto sendo lesados e conseqentemente a empresa, ao tomar os servios, tambm o ser. d) desconsidere as propostas que apresentem valores incompatveis com o mercado. e) verifique a idoneidade das empresas escolhidas atravs dos seguintes documentos: certido negativa do INSS, de dbito salarial, receita federal e prefeitura municipal. f) alm disso, sugere-se ao tomador que ANTES DE PAGAR A NOTA FISCAL MENSAL PRESTADORA: - verifique se o empregado est efetivamente registrado; - retenha e recolha o INSS - exija os recibos de pagamento dos salrios, frias e demais proventos, guias de recolhimento do FGTS, ISS, nota fiscal e entrega do vale transporte, - orientar os empregados que lhe prestam servios a verificar mensalmente se o FGTS est sendo depositado a cada trs meses. - observar se no h desvio na execuo da funo. VIII. TRABALHO TEMPORRIO CONCEITO: Trabalho temporrio aquele prestado por pessoa fsica a uma empresa, para atender a necessidade transitria de substituio pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios.

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Temporrio Considera-se trabalhador temporrio aquele contratado por empresa de trabalho temporrio, para prestao de servio destinado a atender a necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de tarefas de outra empresa. Agenciador Agenciador poder ser uma pessoa fsica ou jurdica, de natureza urbana, que firmar contrato civil com a empresa contratante. Objeto do Contrato Dever o agenciador disponibilizar pessoal temporrio, atravs de contrato a prazo determinado com o trabalhador. Local de Trabalho As atividades podero ser desempenhadas nas dependncias da contratante ou local diverso, se assim ajustado entre as partes. Jornada de Trabalho A durao normal do trabalho para os trabalhadores temporrios de, no mximo, 8 (oito) horas dirias, salvo disposies legais especficas concernentes a peculiaridades profissionais, como por exemplo, mdico, advogado, bancrio, etc. A durao normal do trabalho pode ser acrescida de horas extras, em nmero no excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre a empresa de trabalho temporrio e o trabalhador temporrio, sendo a remunerao dessas horas acrescida de, pelo menos, 50% (cinqenta por cento) em relao ao salrio normal, bem como o descanso semanal remunerado. Registro O trabalhador temporrio tem seu registro garantido na Carteira de Trabalho e Previdncia Social, disposto nas folhas de anotaes gerais, devendo ser seguido de contrato de trabalho escrito entre as partes. No a relao de trabalho temporrio contemplado com o contrato verbal. Proibio O agenciador no pode cobrar nenhuma forma de taxa do trabalhador temporrio, sob pena de perder seu registro no Ministrio do Trabalho e Emprego nula de pleno direito qualquer clusula proibitiva da contratao do trabalhador da empresa tomadora de servio ou cliente. Direitos a. remunerao equivalente percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada base horria, garantido, em qualquer hiptese, o salrio mnimo; b. pagamento de frias proporcionais, em caso de dispensa sem justa causa ou trmino normal do contrato temporrio de trabalho, calculado na base de 1/12 (um doze avos) do ltimo salrio percebido, por ms trabalhado, considerando-se como ms completo a frao igual ou superior a 15 (quinze) dias: c. indenizao do tempo de servio em caso de dispensa sem justa causa, resciso do contrato por justa causa do trabalhador ou trmino normal do contrato de trabalho temporrio, calculada na base de 1/12 (um doze avos) do ltimo salrio percebido, por ms de servio, considerando-se como ms completo a frao igual ou superior a 15 (quinze) dias; d. benefcios e servios da previdncia social; e. seguro de acidentes de trabalho, nos termos da Lei n 5.316, de 14 de setembro de 1967. Dispensa Por Justa Causa a. ato de improbidade; b. incontinncia da conduta ou mau procedimento; c. negociao habitual por conta prpria ou alheia sem permisso da empresa de trabalho temporrio ou da empresa tomadora de servio ou cliente e quando constituir ato de concorrncia a qualquer delas, ou prejudicial ao servio; d. condenao criminal do trabalhador, passada em julgado, caso no tenha havido suspenso da execuo da pena; e. desdia no desempenho das respectivas funes; f. embriaguez habitual ou em servio; g. violao de segredo da empresa de servio temporrio ou da empresa tomadora de servio ou cliente; h. ato de indisciplina ou insubordinao; i. abandono de trabalho; j. ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no servio contra qualquer pessoa ou ofensas fsicas nas mesmas condies, salvo em caso de legtima defesa prpria ou de outrem;

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k. ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas fsicas praticadas contra superiores hierrquicos, salvo em caso de legtima defesa prpria ou de outrem; l. prtica constante de jogo de azar; m. atos atentatrios segurana nacional, devidamente comprovados em inqurito administrativo. Dispensa Indireta Pelo Temporrio a. forem exigidos servios superiores s suas foras, defesos por lei, contrrios aos bons costumes ou alheios ao contrato; b. for tratado pelos seus superiores hierrquicos com rigor excessivo; c. correr perigo manifesto de mal considervel; d. no cumprir a empresa de trabalho temporrio as obrigaes do contrato; e. praticar, a empresa de trabalho temporrio ou a empresa tomadora de servio ou cliente, ou seus prepostos, contra ele ou pessoa de sua famlia, ato lesivo da honra e boa fama; f. for ofendido fisicamente por superiores hierrquicos da empresa de trabalho temporrio ou da empresa tomadora de servio ou cliente, ou seus prepostos, salvo em caso de legtima defesa prpria ou de outrem; g. quando for reduzido seu trabalho, sendo este por pea ou tarefa, de forma a reduzir sensivelmente a importncia dos salrios; h. falecer o titular de empresa de trabalho temporrio constituda em firma individual. i. O trabalhador temporrio poder suspender a prestao de servios ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigaes legais, incompatveis com a continuao do servio. j. Nas hipteses dos itens IV e VII, deste artigo, poder o trabalhador pleitear a resciso do seu contrato de trabalho, permanecendo ou no no servio at final deciso do processo. Sindicato reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporrio que passa a integrar o plano bsico do enquadramento sindical a que se refere o artigo 577, da Consolidao das Leis do Trabalho. Prazo O contrato de trabalho assinado entre o trabalhador temporrio e a agncia de emprego no pode ser superior a trs meses, sendo permitido uma nica prorrogao pelo mesmo perodo. Fiscalizao A Fiscalizao do Trabalho poder exigir da empresa tomadora ou cliente a apresentao do contrato firmado com a empresa de trabalho temporrio, e, desta ltima, o contrato firmado com o trabalhador, bem como a comprovao do respectivo recolhimento das contribuies previdencirias. Responsabilidade Solidria No caso de falncia da empresa de trabalho temporrio, a empresa tomadora ou cliente solidariamente responsvel pelo recolhimento das contribuies previdencirias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referncia ao mesmo perodo, pela remunerao e indenizao, previstas nesta lei. Importante A Justia Trabalhista tem divergido quanto validade da contratao do trabalhador temporrio pelo tomador de servio seguido de contrato de experincia. H jurisprudncia no sentido da impossibilidade de ser firmar contrato de experincia para o ex-temporrio na continuidade do servio.

uma forma de contratao que se apresenta como alternativa econmica, para as empresas que venham a necessitar de mo-de-obra para complementar o trabalho de seus funcionrios e em situaes excepcionais de

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servio, a fim de atender uma necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente (trabalhador efetivo), como por exemplo, frias, licena maternidade, licena sade, etc. e para atender acrscimo extraordinrio de servio, como "picos de venda" ou de "produo", tarefas especiais no regulares, lanamentos de produtos, campanhas promocionais, etc. Este tipo de contratao possibilita reduo do trabalho administrativo, rpida adaptao s alteraes do mercado e maior flexibilidade na mobilizao e desmobilizao da fora de trabalho necessria. O trabalho temporrio deve ser formalizado mediante contrato escrito, firmado com empresa de trabalho temporrio. Empresa de Trabalho Temporrio - Conceitua-se empresa de trabalho temporrio a pessoa jurdica urbana, cuja atividade consiste em colocar disposio de outras empresas, temporariamente, trabalhadores devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. Empresa Tomadora de Servio ou Cliente - a pessoa fsica ou jurdica que, em virtude de necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente, ou de acrscimo extraordinrio de tarefas, contrate locao de mo-de-obra com empresa de trabalho temporrio. A empresa tomadora de servio ou cliente obrigada a apresentar ao agente da fiscalizao, quando solicitado, o contrato firmado com a empresa de trabalho temporrio. Trabalhador Temporrio - aquele contratado por empresa de trabalho temporrio, para prestao de servio destinado a atender necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente, ou a acrscimo extraordinrio de tarefas de outra empresa. FUNDAMENTO LEGAL: Lei 6.019 de 03 de janeiro de 1974. Decreto n 73.841 de 13 de maro de 1974. APLICABILIDADE: A contratao poder ser de at 90 dias, podendo ser prorrogada, uma nica vez, por igual perodo; No final do contrato o trabalhador no recebe a multa de 40% do FGTS, nem pagamento de aviso prvio. No h estabilidade. O trabalho termina quando o contrato termina, mesmo em caso de acidente de trabalho, gravidez ou dirigente sindical. O trabalhador paga o INSS e tem desconto de imposto de renda. A empresa obrigada a recolher 8% do salrio do trabalhador a ttulo de FGTS. O trabalhador temporrio no pode ganhar menos do que o trabalhador efetivo que ele est substituindo. No h limite de contrataes, desde que sejam atendidas as exigncias descritas acima. A contratao de mo-de-obra temporria se d atravs das empresas de trabalho temporrio, que devero estar devidamente registradas no Departamento de Mo-de-Obra do Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social, tendo como principal responsabilidade, remunerar e assistir seus trabalhadores temporrios no que tange aos direitos estabelecidos em lei. Quando da exigncia da demanda do trabalho temporrio, a empresa tomadora do servio, deve apresentar empresa de trabalho temporrio, suas necessidades para que esta proceda a imediata contratao e colocao destes profissionais. A observao da idoneidade da empresa de trabalho temporrio evitar co-responsabilidade da empresa tomadora, em caso do no cumprimento das obrigaes sociais e trabalhistas. IX. EMPREGADO RURAL Inicialmente, importante lembrar que o trabalhador urbano e rural foram igualados pela Constituio Federal. Os tpicos aqui relacionados, so os poucos direitos do trabalhador rural que divergem do trabalho urbano em virtude de caractersticas especficas da atividade rural. Quem ? toda pessoa fsica que, em propriedade rural presta servio de natureza no eventual a empregador rural sob a dependncia deste e mediante salrio (art. 2 da Lei 5.889 de 08/06/73). O empregado ser sempre: pessoa fsica; servio em propriedade rural ou prdio rstico; no eventual; dependncia e mediante salrio. O empregador deve ser: pessoa fsica ou jurdica; proprietrio ou no; atividade agro econmica; carter permanente ou temporrio; diretamente ou atravs de prepostos e com auxlio de empregados.

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OBS: Equipara-se ao empregador rural a pessoa jurdica que, habitualmente, em carter profissional, e por conta de terceiros, execute servios de natureza agrria, mediante a utilizao do trabalho de outrem. Jornada A jornada do trabalhador rural de oito horas dirias e quarenta e quatro horas semanais. O regime de prorrogao da jornada o mesmo aplicado ao trabalhador urbano. Alm disso, as normas referentes jornada de trabalho, trabalho noturno, trabalho do menor e outras compatveis com a modalidade das respectivas atividades, aplicam-se aos avulsos e outros trabalhadores rurais, que, sem vnculo de emprego, prestam servios a empregadores rurais. Servios Intermitentes No sero computados como de efetivo exerccio os intervalos entre uma e outra parte da execuo da tarefa diria, desde que tal interrupo no seja inferior a cinco horas, devendo esta caracterstica ser expressamente ressalvada na CTPS. Trabalho Noturno A hora noturna do trabalhador rural de 60 minutos, sendo o acrscimo de 25% sobre a hora diurna. Considera-se trabalho noturno: lavoura: 21h. s 5h. pecuria: 20h. s 4h. Descontos Pode ser descontado do trabalhador rural: at o limite de 20% do salrio mnimo regional, pela ocupao da moradia; at o limite de 25% do salrio mnimo regional pelo fornecimento da alimentao; Considera-se morada a habitao fornecida pelo empregador a qual, atendendo s condies peculiares a cada regio, satisfaa os requisitos de salubridade e higiene estabelecidas em normas expedidas pelas DRTs. Sempre que mais de um empregado residir na mesma morada o desconto deve se rateado, sendo vedada a moradia coletiva de famlias. Safrista o trabalhador que se obriga prestao de servio mediante contrato de safra. Contrato de safra aquele que tenha sua durao dependente de variaes estacionais das atividades agrrias, assim entendidas as tarefas normalmente executadas no perodo compreendido entre o preparo do solo paro o cultivo e a colheita. Expirado normalmente o contrato, a empresa pagar a ttulo de indenizao do tempo de servio, 1/12 do salrio mensal por ms de servio ou frao superior a 14 dias. Observaes O empregador rural que tiver a seu servio nos limites de sua propriedade mais de 50 trabalhadores com famlia deve conservar escola primria gratuita, para menores dependentes, com tantas classes para cada grupo de 40 crianas em idade escolar. Legislao A legislao aplicvel ao trabalhador rural a Lei 5.889/73 regulamentada pelo Decreto 73.626/74. X. EMPREGADO DOMSTICO Quem ? aquela(e) empregada(o) que presta servios de natureza contnua e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia, no mbito residencial desta (Art. 1 da Lei 5.859 de 11/12/72). A caracterstica mais importante, o fato de no trabalhar a domstica em atividade lucrativa. Se passou a trabalhar na empresa da famlia, empregada urbana, com direito a FGTS e seguro desemprego. Quem considerado Empregado Domstico? Cozinheiro, governanta, bab, lavadeira, faxineira, motorista particular, enfermeira do lar, jardineiro, copeira, caseiro (se a atividade da propriedade rural no for lucrativa). Diarista x domstica: Esta matria no prevista claramente em lei. Todavia, a Justia Trabalhista tm firmado um entendimento em suas decises que tentarei esclarecer neste tpico. Para que seja configurado o vnculo de emprego, so necessrios os seguintes requisitos: pessoalidade (somente ela presta o servio), onerosidade (recebe pela execuo do mesmo),

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continuidade (o servio prestado por ela ocorre de forma contnua) e subordinao (voc dirige a prestao do servio), alm da prestao dos servios no mbito de sua residncia. Em geral, no caso das diaristas, todos esto presentes COM EXCEO da continuidade. A grande maioria das decises na justia, o entendimento de que at duas vezes por semana, no h continuidade. Mas a partir de trs vezes sim. Deixo claro que isso no impede que a empregada entre com uma ao e tenha reconhecido o vnculo. Por isso, sugere-se que, independentemente do nmero dias por semana que a empregada trabalhe, sua Carteira seja assinada e o INSS recolhido. Atividades que Exerce As atividades exercidas pelo empregado domstico esto definidas pela CBO - Classificao Brasileira de Ocupaes: Ttulo: Empregado domstico. Sinnimos: Arrumadeira (servio domstico) - Criado - Domstica (empregada) - Servente (servio domstico). Descrio Resumida: Executa as tarefas domsticas de uma residncia, limpando e arrumando suas dependncias, preparando refeies, servindo-a mesa e efetuando a conservao do vesturio, para manter a higiene da mesma, conserv-la em condies de uso e atender s necessidades de seus residentes. Descrio Detalhada: Limpa quartos, banheiros e outras dependncias, varrendo, lavando, encerando e espanando todos os cmodos, para manter as condies de higiene; arruma quartos, banheiros e outras dependncias, trocando roupas de cama, toalhas, sabonetes e outras provises, dispondo os ornamentos, utenslios e outras peas em seu local de guarda ou uso, para conservar em condies de utilizao os compartimentos da casa; prepara refeies diversas, providenciando os ingredientes, fazendo refogados, assados e cozidos e dispondo-os em travessas, para atender s necessidades alimentares dos comensais; compe a mesa, dispondo ordenadamente pratos, copos, talheres e guardanapos, para sua utilizao durante as refeies; serve os alimentos preparados, transportando-os em carrinhos ou bandejas, para possibilitar aos comensais fazerem suas refeies; recolhe talheres, travessas e outras louas aps a utilizao pelos comensais, retirando-as da mesa durante ou no final das refeies, para providenciar a lavagem das mesmas; limpa os utenslios empregados no servio, lavando-os, esfregando-os, secando-os e guardando-os nos locais determinados, para assegurar sua posterior utilizao; efetua a conservao do vesturio dos residentes e roupas de cama e mesa, limpando, lavando, passando e realizando pequenos reparos em suas peas, para mant-las em condies de uso. Carteira de Trabalho e Previdncia Social - CTPS A Carteira de trabalho deve ser assinada pelo patro desde o primeiro dia de trabalho da empregada. Contrato de Experincia E a "experincia"? Existe um "costume" entre as empregadoras domsticas de manter a empregada trabalhando por trs meses sem carteira assinada. Tal atitude ILEGAL. O contrato de experincia no se aplica, a princpio, empregada domstica. Entretanto, na maioria das decises judiciais tm os juzes reconhecido sua aplicao aos empregados domsticos. Por isto recomendamos que seja elaborado quando da contratao da empregada domstica. O contrato de experincia apenas necessrio para que a empregadora no tenha que pagar a empregada o ms do aviso prvio. As demais verbas, como 13 e frias, sero sempre devidas, como veremos adiante. Descontos no Salrio O empregador poder descontar dos salrios do domstico, as seguintes parcelas: - falta ao servio no justificada (os atestados no so descontados) - at 6% (seis por cento) do salrio bsico a ttulo de vale transporte, - INSS - Descontos de moradia: Inexiste previso legal para o desconto da moradia da empregada domstica. - Descontos de alimentao: tornou-se proibido a partir de 2006 (antes podia-se descontar at 25% do salrio mnimo). Documentos Exigveis na Admisso - Carteira de trabalho e previdncia social (indispensvel); - Inscrio no INSS; - Cartas de referncia ou atestado de boa conduta expedido por autoridade policial ou pessoa idnea; - Atestado de sade (se o empregador entender necessrio). Salienta-se que este atestado no poder, de forma alguma ser de gravidez. Tal prtica ilegal e completamente vedada pela legislao vigente. Direitos Trabalhistas - Carteira de Trabalho devidamente assinada e anotada desde o 1 dia de trabalho; - Salrio mensal nunca inferior ao salrio mnimo fixado em lei; - 01 (um) dia de repouso por semana, de preferncia aos domingos;

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- Dcimo Terceiro Salrio, pago da seguinte forma: metade at o dia 30 de novembro de cada ano, e a outra metade at 20 de dezembro. - Vale transporte para deslocamento casa/trabalho e vice-versa; - Frias de 30 (vinte) dias (antes de 2006 era de 20 dias teis). - Adicional de frias: 1/3 do salrio. - Licena maternidade de 120 (cento e vinte) dias. - Licena paternidade de 5 (cinco) dias corridos, contados da data de nascimento do filho; - Auxlio doena e aposentadoria por invalidez, respeitada a carncia pelo INSS. - Estabilidade da gestante da confirmao da gravidez at 5 meses aps o parto (antes de2006 no possua este direito). Que direitos o empregado urbano tem que o domstico NO tem? Empregado domstico no tem direito a: PIS, salrio famlia, horas extras, jornada de trabalho fixada em lei, adicional noturno, indenizao por tempo de servio. Feriados e Horas Extras A Constituio Federal no confere empregada domstica a jornada de oito horas dirias e quarenta e quatro semanais. Conseqentemente, no existem horas extras. Desta forma, o horrio de trabalho da empregada domstica vai ser definido por acordo entre empregada e empregadora. O nico direito assegurado pela Constituio o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. Quanto aos feriados, a Lei n 605/49, que concede o direito aos feriados nacionais civis e religiosos, exclui expressamente o empregado domstico do gozo dos feriados, em seu artigo 5. FGTS A partir do ms de maro de 2000, o empregado domstico passou a ter direito ao FGTS. Entretanto, o recolhimento FACULTATIVO, ou seja, o empregador concede se quiser. Depender de acordo entre empregador e empregada. Entretanto a partir do momento em que o recolhimento efetuado pela primeira vez, algumas conseqncias se estabelecem, conforme veremos a seguir: - a empregada passa a ter direito ao seguro desemprego durante at o mximo de trs meses de um salrio mnimo. O requisito fundamental para aquisio do direito, que o FGTS esteja sendo recolhido h pelo menos 15 meses e a dispensa sem justa causa. - a empregada adquire tambm o direito a perceber os 40% da multa do FGTS, paga pelo empregador. - uma vez que o empregador iniciou o recolhimento, no pode desistir de faz-lo, a menos que dispense a empregada sem justa causa. O percentual de 0,5% sobre o recolhimento mensal, bem como os 10% sobre o recolhimento rescisrio no so devidos pelo empregador domstico. Outras Observaes Caso o domstico preste servio tanto no mbito domstico do empregador, como na empresa dele, ficar descaracterizada a relao de emprego domstico, constituindo vnculo com a empresa. Porteiro, zelador, vigia, etc. de condomnio residencial, comercial ou rural, no empregado domstico. A Lei 11.324/2006 possibilitou que o empregador possa deduzir no imposto de renda o INSS recolhido para o empregado domstico. XI. CONTRATO DE ESTGIO O desenvolvimento econmico trouxe relao trabalhista diversas opes que devem ser avaliadas antes de se firmar um compromisso de trabalho.Esta avaliao depreende do prisma do trabalhador, bem como da tica do empresrio. Para que o empresrio possa optar por uma das relaes trabalhistas, deve o mesmo encontrar o ponto de equilbrio entre suas necessidades e a disposio legal que valida esta relao. H impedimentos de relao entre algumas atividades econmicas e o vnculo de trabalho escolhido, ou da natureza do trabalho. Vamos abordar cada relao de trabalho e avaliar sua natureza legal: Estagirio um trabalhador estudante que tem sua previso atualmente legalizada na Lei n. 6.494/77, regulamentada pelo Decreto n. 87.497/82. Sua principal finalidade e desenvolver o estudante nas atividades profissionais com finalidade pedaggica. No h vinculo trabalhista; ou seja, no tem relao com a CLT. Para que esta relao trabalhista possa ocorrer necessrio observar as seguintes consideraes: a. contratao s pode ser feita por pessoa jurdica de Direito Privado; os rgos de Administrao Pblica e as Instituies de Ensino. Assim, pessoas fsicas e atividade econmica no considerada empresa, ficam prejudicadas quando da utilizao de forma de trabalho; b. o estagirio deve ser aluno regularmente matriculado nos cursos de ensino superior, mdio ou profissionalizante ou ainda, escolas educao especial; c. a empresa deve dar condies de aprendizagem prtica ao estudante; logo uma exigncia que a funo a ser exercida deve ser compatvel formao escolar;

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d. no obrigado a pagar: salrio, fgts, frias, dcimo terceiro, benefcios; e. no sofre desconto: INSS, contribuio sindical, assistencial, confederativa ou taxa administrativa; f. facultado empresa pagar bolsa auxlio ou outra forma de contraprestao; g. se o valor incidir o estagirio dever participar no desconto de IRRF. h. no h previso de jornada de trabalho, devendo apenas ser compatvel com o horrio da escola, embora seja funo da instituio de ensino regular a matria; i. a instituio de ensino responsvel pela superviso, orientao, realizao e documentao regular do estgio; j. extensvel a regulamentao de estgio inclusive ao estudante estrangeiro; k. prazo mnio do termo de compromisso de 6 (seis) meses letivo l. o estgio deve ser firmado pela partes e documentao, conforme abaixo:

O que ? Atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participao em situaes reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizadas na comunidade em geral ou junto a pessoas jurdicas de direito pblico ou privado, sob responsabilidade e coordenao da instituio de ensino. Quem pode ter Estagirios? Pessoas jurdicas de direito privado, rgos da administrao pblica e instituies de ensino podem aceitar como estagirios alunos regularmente matriculados e que venham freqentando, efetivamente, cursos vinculados estrutura do ensino pblico e particular, nos nveis superior, profissionalizante e 2 grau e supletivo. Caractersticas do Contrato de Estgio Planejamento, Execuo e Avaliao: atividade de competncia da instituio de ensino a quem cabe a deciso sobre a matria. Disporo sobre: - insero do estgio curricular na programao didtico pedaggica, - carga horria, durao e jornada do estgio, - condies imprescindveis para a caracterizao do estgio. - organizao, orientao e superviso. - prazo mnimo: 1 semestre letivos. - proibida a cobrana de qualquer taxa para a obteno e realizao do estgio curricular. Vinculao: O estgio no cria vnculo empregatcio de qualquer natureza, e o estagirio poder receber bolsa, ou outra forma de contraprestao que venha a ser acordada, ressalvado o que dispuser a legislao previdenciria, devendo o estudante em qualquer hiptese, estar segurado contra acidentes pessoais (a cargo da instituio de ensino). Currculo Escolar e Compatibilidade de horrio: Os estgios devem proporcionar experincia prtica, e a complementao do ensino e da aprendizagem a serem planejados, executados, acompanhados e avaliados em conformidade com os currculos, programas e calendrios escolares, a fim de se constiturem instrumentos de integrao, treinamento e aperfeioamento tcnico cultural. A jornada deve compatibilizar-se com o horrio da parte em que venha a ocorrer o estgio. Termo de Compromisso: A realizao do estgio dar-se- mediante termo de compromisso celebrado entre o estudante e a parte concedente, com intervenincia obrigatria da instituio de ensino, e constitui comprovao da inexistncia de vnculo empregatcio.

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Seguro de Vida: Em qualquer hiptese, deve o estudante estar segurado contra acidentes pessoais (a cargo da instituio de ensino). XII. TRABALHADOR AUTNOMO X EMPREGADO - DIFERENCIAO Autnomo uma figura da relao de trabalho que desenvolve suas atividades de forma independente, assumindo os riscos econmicos e pessoais de sua funo. Nada impede que suas funes sejam exercidas no mbito urbano ou rural, mas elas no so subordinadas a nenhum tomador de servio. A subordinao aqui tratada aquela que sujeita o trabalhador s ordens e obedincia do tomador de servio. O tomador de servio pode ser pessoa jurdica de Direito Privado, rgo pblico, direto ou indireto, pessoa fsica, instituio sem fins lucrativos, cooperativas, etc. Pode o autnomo exercer sua atividade de forma exclusiva ou no. Somente pessoa fsica autnoma, no inclui pessoa jurdica ou outra natureza. A relao de trabalho pode se firmar atravs de contrato civil. Mais atualmente, o Cdigo Civil a partir do art. 593 regulamenta o contrato de prestao de servio. Vale ainda a contratao escrita ou verbal. Devemos admitir claramente que no existe previso legal do trabalho autnomo na Consolidao das Leis do Trabalho. Sua forma de retribuio pelo servio prestado se d por honorrios, bem como na forma e perodo previamente contratado, podendo utilizar-se de contrato de prestao de servios, nos termos do art. 593 e seguintes do Cdigo Civil. AUTNOMO CONCEITO O Vocabulrio Jurdico de Plcido e Silva designa autnomo: palavra que serve de qualificativo a tudo o que possui autonomia ou independncia, isto , de tudo quanto possa funcionar ou manter-se independentemente de outro fato ou ato. Desta forma, AUTNOMO todo aquele que exerce sua atividade profissional sem vnculo empregatcio, por conta prpria e com assuno de seus prprios riscos. A prestao de servios de forma eventual e no habitual. Exemplo: um contabilista, que mantm escritrio prprio, e atende a diversos clientes. EMPREGADO CONCEITO O art. 3 da CLT define o empregado como: "toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio". Empregado o trabalhador subordinado, que recebe ordens, pessoa fsica que trabalha todos os dias ou periodicamente, ou seja, no um trabalhador que presta seus servios apenas de vez em quando esporadicamente e assalariado. Alm do que um trabalhador que presta pessoalmente os servios. Desta forma, EMPREGADO toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio. Exemplo: um contabilista, que realiza suas atividades profissionais para um empregador, contratado para tal. CONCLUSES QUADRO COMPARATIVO AUTNOMO X EMPREGADO EMPREGADO AUTNOMO Pessoalidade no podendo se fazer substituir por outra pessoa Pode se fazer substituir por outrem Subordinao - tem interferncia na direo e execuo Tem autonomia na execuo das tarefas importando dos trabalhos. apenas em atender ao trabalho encomendado. Habitualidade - trabalha em dias determinados, com Trabalha eventualmente, e no tem o aspecto de continuidade. continuidade de trabalhos. Dependncia econmica - no assume os riscos de sua Assume os riscos de seu negcio, bem como as atividade, que correm totalmente por conta do despesas para prestao de servios. empregador. S pode ser Pessoa Fsica Pode ser pessoa fsica ou jurdica.

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Distino entre o trabalhador empregado e o trabalhador autnomo: Para identificar as diferenas necessrio tambm estabelecer os seguintes parmetros conceituais: Trabalhador (sentido lato) todo aquele que exerce alguma atividade produtiva: empregado, autnomo, domstico, rural, etc. Para o tema em foco, nos interessa diferenciar o empregado do trabalhador autnomo. Assim: Empregado: o trabalhador que presta servios com os quesitos do art. 3 da CLT (acima descritos). Autnomo: o trabalhador que no exerce suas atividades sob o vnculo empregatcio, mas como prestador de servios eventuais e no subordinados (por excluso do conceito do empregado). Em regra, a nica caracterstica comum entre o trabalhador empregado e o trabalhador autnomo a onerosidade, pois ambos recebem pela prestao e servios. O primeiro recebe salrio e o segundo honorrios. Dependendo do caso concreto, uma ou outra caracterstica do vnculo empregatcio poder ser confundida como de trabalho autnomo, contudo, os quesitos habitualidade e subordinao sero sempre os principais elementos distintivos das duas formas de prestao de servios. Caracterizado que seja o caso concreto como de vnculo empregatcio, jamais ser lcita a contratao do trabalhador como prestador de servios autnomos, e muito menos como pessoa jurdica (PJ). Qualquer forma utilizada que no for a celetista, ser tida como fraude lei e nula de pleno direito (art. 9 da CLT). Ento o uso lcito da figura do PJ, por excluso, ser caracterizada pela contratao de pessoa jurdica empresa, para prestar servios no habituais, no subordinados, etc. APRENDIZ O trabalhador menor possui proteo especial na relao de trabalho, sendo proibido a contratao do menor de 16 anos como empregado. Porm indispensvel deixar de admitir que a importncia do trabalho para o menor em sua vida de extrema importncia, razo pela qual existe uma possibilidade legal em contratar o menor entre 14 e 18 anos de idade como APRENDIZ. Sua previso legal inicia-se no art. 403 e 428 da CLT. Aprendiz aquele que mediante contrato de aprendizagem ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 18 anos, inscrito em programa de aprendizagem, formao tcnica profissional metdica, compatvel com o seu desenvolvimento fsico, moral e psicolgico, e o aprendiz, a executa, com zelo e diligncia, as tarefas necessrias a essa formao. Desse conceito deve-se extrair o objetivo principal do programa que de cunho social e no lucrativo para o empregador, razo est que leva a legislao determinar que a atividade a ser exercida na empresa deve ser com formao tcnica profissional metdica. Metdico o sistema pela qual o aprendiz, no ambiente da empresa, vincular seus conhecimentos tericos com o prtico, somente essa frmula que valida a contratao e as condies especiais atribudas ao menor aprendiz; caso no seja observado a empresa estar fragilizada diante de uma fiscalizao ou reclamao trabalhista. Deveres e Obrigaes do Empregador a) Anotao na Carteira de Trabalho e Previdncia Social; b) Garantia do salrio mnimo hora; c) Limite do contrato de aprendizagem de 2 (dois) anos, ou 3 (trs) anos em curso; d) Possuir ambiente de trabalho combatvel com o desenvolvimento terico e pratico; e) Limite mximo de 6 (seis) horas na jornada de trabalho para aprendiz em formao no ensino fundamental; f) Limite mximo de 8 (oito) horas na jornada de trabalho para aprendiz que concluiu ensino fundamental, se nas horas forem computadas as horas destinadas aprendizagem terica; g) No permitida a prorrogao da jornada de trabalho; h) No permitida a compensao de jornada de trabalho. Deveres e Obrigaes do Aprendiz a) Matrcula em ensino fundamental, com inscrio em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientao de entidade qualificada em formao tcnico-profissional metdica, exemplo SENAC e SENAI; b) Freqncia na escola; c) Firmar recibo de pagamento dos salrios. Extino do Vnculo de Trabalho a) No prazo firmado em contrato; b) Com 18 (dezoito) anos de idade; c) Desempenho insuficiente ou inadaptao do aprendiz; d) Falta disciplinar grave; e) Ausncia injustificada escola que implique perda do ano letivo; f) A pedido do aprendiz.

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Importante! Sendo o contrato de aprendiz caracterizado por prazo determinado, vencendo o seu prazo, e continuado a prestao de servio, passar ser considerado indeterminado. No a que se falar em indenizao, de nenhuma natureza, por aquele que der causa ou romper o contrato de trabalho antecipadamente pelos motivos legais. No h distino de direitos trabalhistas e previdencirios entre o aprendiz e o empregado, sendo garantido quele os mesmos direitos dos demais empregados. A ressalva para o FGTS que tem sua alquota reduzida para 2% (dois por cento) art. 15 7 da Lei 8.036/90. XIII . EMPREGADOR DEFINIO art. 2 da CLT: Considera-se empregador a empresa individual ou coletiva que assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige a prestao pessoal de servios. - na definio legal, empregador a EMPRESA - melhor seria se a lei dissesse que empregar aquele pessoa fsica ou jurdica que se utiliza de empregados, pois no s a empresa pode ter empregados, como ficariam as pessoas que trabalhassem para pessoas fsicas? - isto solucionado pelo 1 do art. 2 CLT: Equiparam-se ao empregador para os efeitos exclusivos da relao de emprego, os profissionais liberais, as instituies de beneficncia, as associaes recreativas ou outras instituies sem fins lucrativos que admitirem trabalhadores como empregados. - so equiparados ao empregador, os advogados dentistas, clubes, etc. - mas a lei no prev outros empregadores, como condomnios, esplio, e outros - mas a doutrina e a jurisprudncia preencheram a lacuna da lei, portanto, so empregados dos condomnios os zeladores, porteiros, vigias, faxineiros. PODERES DO EMPREGADOR DIRETIVO ou poder de direo, aquele pelo qual o empregador tem o direito de dirigir sua atividade da forma que quiser. REGULAMENTAR atributo que o empregador tem de criar normas e regulamentos, se materializam atravs de cartas, avisos, circulares e pelo regulamento interno da empresa. - pelos atos regulamentares, o empregador estabelece os princpios a serem seguidos pelos empregados, no podendo contrariar as leis trabalhistas. - mas se a norma empresarial for mais favorvel ao empregado que a norma legal, prevalecer a empresarial. DISCIPLINAR este poder se divide em trs tipos quanto a sua aplicao: - a advertncia, a suspenso e a despedida, no havendo multa (no existe em nossa lei previso de se aplicar estas sanes de forma gradativa) - para alguns doutrinadores, se a empresa adotar internamente esta gradao, fica obrigada a segui-la, outros entendem que depender do tipo de falta cometida pelo empregado (se ele furtar uma calculadora poder ser despedido mesmo sem nunca ter recebido advertncia ou suspenso. Portanto, se houver gradao, ser para penas leves como faltas e atrasos). - quando as advertncias forem comunicadas por escrito, o empregado deve colocar seu ciente nas mesmas, caso se negue pode constituir insubordinao podendo ser despedido por justa causa, pois a assinatura tem valor apenas de recibo, pois a advertncia pode ser dada verbalmente, e neste caso poderia o empregador se recusar de escutla? SUCESSO E ALTERAO DA EMPRESA Ocorre a SUCESSO quando uma empresa tem alienado seu patrimnio a outro empresrio. A ALTERAO ocorre em sua estrutura jurdica, ex. alterao de razo social, de tipo societrio, etc. - na prtica, estas ocorrncias trazem muitas dvidas aos empregados e patres, mas o direito do trabalho resolve de forma simples. - CLT Art. 10: Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresa no afetar os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448: A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetara os contratos de trabalho dos respectivos empregados. - se um empresrio adquire uma empresa, os contratos de trabalho existentes continuam vigentes sem qualquer alterao. - ate os contratos de trabalho extintos antes da aquisio, se deixaram dbitos, assume-os o novo proprietrio. - tambm no vlido colocar no contrato de compra e venda clusula que exclua esta obrigao: Art. 9 Sero nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicao dos preceitos contidos na presente Consolidao. - como vimos, o importante a proteo do trabalhador.

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GRUPO DE EMPRESAS O 2 DO ART. 2 CLT sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora cada uma delas, personalidade jurdica prpria, estiverem sob a direo, controle ou administrao de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econmica, ser para os efeitos da relao de emprego, solidariamente responsveis a empresa principal de cada uma das subordinadas. - estabelece a lei a responsabilidade solidria de empresas pertencentes a um mesmo grupo, pelos direitos dos empregados. - empregado contratado pela empresa A, que pertence ao grupo X, e presta servio tambm a outras empresas do grupo: B e C. Se ele trabalha para mias de uma empresa do mesmo grupo econmico na mesma jornada de trabalho, no h que se falar em dois salrios, salvo se houver ajuste ao contrrio. - a solidariedade passiva na reclamao trabalhista deve ser invocada desde o incio do processo, pois se o empregado vence uma ao contra determinada empresa de um grupo econmico e esta no tem como pagar, somente poder executar outra empresa do grupo ser tiver feito parte no processo. XIV. CONTRATO DE TRABALHO O CONTRATO E O ESTADO O contrato caracteriza-se, principalmente, pela vontade das partes. O Estado procurou garantir ao indivduo que houvesse equilbrio entre os contratantes, independente de sua condio social, tcnica, econmica, etc., porm no dia-a-dia tal inteno apresentou-se desacreditada. O que temos um Estado interferindo na vida econmica, limitando a liberdade legal de contratar e diminuindo a esfera da autonomia privada, a qual passa a sofrer crescentes cortes, sobre todas, a liberdade de determinar o contedo da relao contratual. Destarte, o Estado encontra-se determinado a dirigir a economia, impondo o contedo a certos contratos, proibindo a introduo de certas clusulas e exigindo, para sua validade, a obrigao de inserir na relao contratual disposio legal e regulamentar. Podemos admitir que o Estado impe sua autonomia, principalmente, na fixao de dois conceitos: ORDEM PBLICA - BONS COSTUMES Sendo certo que os contratos que tm causa contrria lei de ordem pblica e aos bons costumes so nulos. Podemos analisar por trs prismas a participao do Estado na busca do equilbrio entre os contratantes: 1 consistiu na promulgao de grande nmero de leis de proteo categoria de indivduos mais fracos econmica ou socialmente, compensado-lhe a inferioridade com uma superioridade jurdica. 2 outra forma a legislao de apoio aos grupos organizados, como os sindicatos, para enfrentar em p de igualdade o contratante mais forte. 3 o dirigismo contratual, exercido pelo Estado atravs de leis que impem ou probem certo contedo de determinados contratos, ou sujeitam sua concluso ou sua eficcia uma autorizao de poder pblico. Conceito aquele pelo qual uma ou mais pessoas naturais obrigam-se em troca de uma remunerao, a trabalhar para outra, em regime de subordinao a esta (CLT, art. 442). Podemos sintetizar que: Contrato individual do trabalho consagra o ato jurdico entre as partes empregador e empregado o qual regula as relaes bsicas de direito e deveres. NATUREZA JURDICA DA RELAO TRABALHISTA A legislao brasileira adotou a teoria contratualista existe um contrato que une empregado e empregador. Elementos que caracterizam a natureza jurdica do contrato de trabalho: - privado relaes particulares - consensual acordo de vontades - sinalagmtico perfeito obriga ambas as partes desde o inicio - oneroso para ambas as partes (empregador remunerao; empregado despende energia) - comutativo salrio corresponde ao servio realizado - sucessivo contnuo - adeso aceitao das condies estabelecidas pelo empregador FORMAS DE CONTRATAO A relao de emprego no necessita de formalidade escrita, no h exigncia legal em nosso ordenamento jurdico para isso, uma faculdade das partes, pois amparada pelo princpio da primazia da realidade e da proteo, porm prudente que na possibilidade de ter sua forma versada em clusulas contratuais, a interpretao a inteno das partes ser mais conclusiva.

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Quanto FORMA tcito ou expresso (verbal ou escrito) CLT - Art. 442: Contrato individual de trabalho o acordo tcito ou expresso, correspondente relao de emprego.. Verbal ou Tcito art. 443 da CLT: Nesse caso, no h acordo escrito, forma-se pela confiana entre as partes, pela oralidade do acordo e pelo comportamento, a primazia do trabalho que fundamentar os direitos, como persevera o art. 447 da CLT "Na falta de acordo ou prova sobre condio essencial ao contrato verbal, esta se presume existente, como se a tivessem estatudo os interessados, na conformidade dos preceitos jurdicos adequados sua legitimidade." Prestao de servios a outrem, com habitualidade, dependncia e mediante salrio, embora as partes no tenham deixado de forma clara esta vontade, acontece de forma espontnea e natural. Basta que algum admita, sem oposio, a prestao de servios remunerados e subordinados de outrem. Escrito ou Expresso art. 443 da CLT: as clusulas contratuais visam tutelar entre empregador e empregado as obrigaes e deveres entre as partes, no devendo ferir, principalmente, os direitos assegurados na Constituio Federal, CLT ou normas coletivas de trabalho. Ocorre quando as partes estipulam as condies da prestao do servio de forma clara, podendo ser feito de forma verbal ou escrita (basta a anotao na CTPS). CONTRATO ESCRITO Nulo ou Anulvel O contrato um instituto, que como outros merece forma especial para se caracterizar, possui peculiaridades que devem ser seguidas, sob conseqncia de sua natureza existencial ser considerada nula ou anulvel. As Partes As obrigaes e deveres existentes entre as partes so figuras que podem nascer da simples relao de fato; ou seja, no necessria a constituio do contrato, porm a existncia do contrato caracteriza a vontade consciente das partes, esquadrinhando os interesses que cercam a relao de trabalho. Autonomia do Contrato O contrato de trabalho no se reveste de exclusiva autonomia, as partes no podem pelos seus prprios interesses formalizar obrigaes e deveres em confronto com a lei e a ordem pblica. E ainda, percebe-se que o Estado manifesta-se atravs de diversas leis que conduzem a formao do contrato, no se caracterizando pela vontade exclusiva das partes, mas tutelado pelo Poder Pblico. ESTRUTURA JURDICA DO CONTRATO Quando de forma escrita, o contrato surge atravs de uma estrutura formal, visando criar um vnculo jurdico entre empregador e empregado, sem prejuzo proteo do trabalhador. Destarte, deve o contrato ser precedido da identificao das partes, clusulas essenciais e formao de consentimento. Podemos ento admitir que trs requisitos so necessrios na construo da estrutura jurdica do contrato individual de trabalho. Da Qualificao das Partes Identificar as partes segue a forma de mencionar quem o empregador e quem o empregado. O empregador pode ser pessoa jurdica ou pessoa fsica individual, sendo aquele devidamente inscrito no Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas (CNPJ) ou, no caso deste, no Cadastro Especfico Individual (CEI) do INSS, ainda, pela expresso do artigo 2, 1 da CLT Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relao de emprego, os profissionais liberais, as instituies de beneficncia, as associaes recreativas ou outras instituies sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. Tambm constar o endereo completo da sede do empregador e sua atividade econmica principal. O empregado somente pessoa fsica, portadora da Carteira de Trabalho Profissional e da Seguridade (CTPS) e CPF, devendo constar endereo completo e data de nascimento. Nota A identificao correta e completa das partes no contrato de trabalho proporciona uma transparncia mais adequada nas relaes, podendo a partir dessas informaes constituir outras importantes para um eventual litgio, como por exemplo, o local de trabalho, objeto da atividade do empregador e a capacidade das partes. E partindo dessas informaes constituir a validade das partes, as quais eivadas de vcios podem caracterizar um contrato nulo ou anulvel.

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Da Clusula Essencial Clusula essencial num contrato de trabalho deve ser entendida como aquela primordial tutela do empregado e aos requisitos da lei. Podemos analisar que no existe contrato de trabalho a ttulo gratuito, sendo certo que toda prestao de servio empregatcia tem sua onerosidade. Assim podemos incluir entre as clusulas essenciais: a) Modalidade do contrato: Determinado ou Indeterminado; b) Se contrato determinado: data de incio e fim; c) Valor da contraprestao pelos servios prestados como empregado; d) Dia e horrio de trabalho; e) Perodo de descanso na jornada e entre jornadas; f) Cargo a ser ocupado pelo empregado; g) Data de admisso. Do Consentimento Consentimento o cerne da questo em qualquer tipo de contrato, no podia ser diferente no contrato de trabalho. Consentir estar de acordo, promover sua fidelidade, demonstrar que saber o que fazer e o que ter como contraprestao. Ferir essa formalidade tornar o contrato anulvel, pois nenhuma pessoa pode coagir outra a assinar ou tomar parte de um contrato. Nos dizeres de Prof. Fran Martin Diz-se que um contrato consensual quando se forma e gera obrigaes pelo simples consentimento das partes; assim, no necessrio nenhum outro fato para tornar o contrato perfeito e, conseqentemente, exeqvel. O mero acordo de vontades faz nascerem as obrigaes para a existncia das quais o contrato se formou. Assim o contrato de trabalho, regulado tambm pela vontade das partes, o que pode ser simbolizado expressamente pela assinatura, seguida ou no de testemunhas. Nos contratos de trabalho com menor de idade (entre 14 e 18 anos), imprescindvel a assinatura do representante legal, pois sua ausncia torna o contrato anulvel. Das Clusulas Assessrias Afora a obrigao de formar uma estrutura jurdica legal, pode-se nos contratos acrescentar clusulas que lhes possam valer de adaptao necessidade do empregador e do empregado, sendo livre o estipulado entre as partes, nos limites da l. As relaes contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulao das partes interessadas em tudo quanto no contravenha s disposies de proteo ao trabalho, s convenes coletivas que lhes sejam aplicveis e s decises das autoridades competentes art. 444 da CLT, Dentre as clusulas assessrias, destacamos: a) Prorrogao na jornada de trabalho; b) Autorizao para descontos de benefcios concedidos; c) Determinao de disposio para o exerccio de outra atividade, quando da ausncia da principal; d) Possibilidade de viagem; e) Transferncia de local de trabalho; f) Prorrogao de prazo no contrato determinado; g) Cumprimento extensivo ao regulamento interno da empresa; h) Responsabilidade por danos causados, ainda que por culpa ou dolo; i) Mudana de horrio; j) Eleio do foro competente. Nota: Alguns contratos mencionam acordo de compensao, entendemos ser trplice a participao, sendo necessrio presena do sindicato, razo pela qual no inserida como clusula acessria, e sim dimensionada por acordo separado. Com esses requisitos mnimos temos assegurado um contrato homologado pela tutela do empregado e pela legislao. Desta estrutura podemos enxergar suas principais caractersticas: Bilateral: a participao do sujeito ativo (empregador), podendo ser pessoa fsica ou jurdica e do sujeito passivo (empregado), necessariamente pessoa fsica, portanto necessrio haver duas partes. Podendo o empregador ser coletivo, mas o empregado somente individual. Consensual: Deve haver entre as partes o consentimento, independente da formalidade, se escrito ou verbal. Oneroso: A relao contratual entre empregador e empregado no pode ser valer de gratuidade, devendo a mesma ser expressa quanto ao pagamento pela prestao de servio. Sucessivo: de trato sucessivo aquele contrato que permite haver continuidade na relao de trabalho, tpico do contrato de trabalho.

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No solene: Ao contrrio de alguns contratos no mbito comercial, o contrato de trabalho no se percebe por solenidade, da primazia da realidade, tanto que pode ser tcito ou expresso. Da relao de trabalho nasce para o empregador e para o empregado requisitos que so pressupostos necessrios, vejamos: a) O contrato gera continuidade na prestao de servio, independente da periodicidade, no eventual, mas contnuo; b) Aquele que assume com o empregador compromisso por meio do contrato, passa estar diante desse subordinado s suas determinaes, devendo acat-las como zelo e qualidade; c) intransfervel a prestao assumida pelo empregado, no sendo possvel solicitar a outro que a faa, completamente pessoal; d) O empregado no assume os riscos inerentes da relao do trabalho, no participa da m sorte que pode seguir a empresa, mas pode participar dos lucros. O risco da atividade econmica exclusivo do empregador, artigo 2 da CLT. MODALIDADE DETERMINADO - INDETERMINADO A prestao de servio realizada pelo empregado, atravs do contrato individual de trabalho, pode ser condicionada por tempo determinado ou indeterminado, art. 443 da CLT. No exerccio de uma atividade econmica, em face do nicho de atividades que existem no complexo sistema do capitalismo, prudente permitir que as contrataes de empregados possam circunscrever os fins momentneos pelo qual uma empresa se encontrar. Tambm por essa peculiaridade social, temos na legislao formas adaptveis a tais momentos, qual desenvolvida com critrios especficos e norteada pela tutela legal. Determinado O contrato de trabalho por prazo determinado deve ter um incio e um fim ou a realizao de um trabalho, ambos pr-determinados. Porm h limitao para exercitar o referido contrato, pois sua validade vinculada a trs figuras e possuem durao mxima: a) art. 443 2 da CLT de servio cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminao do prazo; A alnea a mantm relao com as possveis funes que o empregado possa praticar na empresa, objetivando atingir finalidades especficas da empresa, como por exemplo a fabricao de produtos em determinados perodos, como ovos de Pscoa e panetone. No tratada nessa alnea a transitoriedade das atividades econmicas da empresa, mas somente a transitoriedade da funo do empregado. b) art. 443 2 alnea b de atividades empresariais de carter transitrio;. Nessa alnea, o foco principal a atividade econmica da empresa, a qual sendo transitria, poder contratar empregados por tempo determinado conforme sua necessidade, a exemplo de uma feira de exposio. Os contratos de trabalho relacionados nas alneas a e b podem ter durao mxima de 2 (dois) anos, podendo ser dividido em dois perodos contnuos, sendo que a soma deles no ultrapasse o limite de durao. Duas exigncias devem ser observadas: 1- ao separar os perodos ou datas, s possvel 1 (uma) e mais 1 (uma) 2 - ao somar, os perodos no podem ser superior a 2 (dois) anos. Exemplo: a) admisso 01/04/2001; b) trmino 30/07/2002; c) de 01/04/2001 a 30/07/2002 temos 1 anos e 4 meses d) prorrogao de 01/08/2002 at 31/03/2003 - 8 meses e) no total temos 2 (dois) anos em dois perodos. c) art. 443 2 alnea c de contrato de experincia. O mais comum dos contratos determinados a alnea c, com durao mxima de 90 (noventa) dias, tambm possvel fracionar em dois perodos, sendo que a soma deles no ultrapasse o limite de durao. Duas exigncias devem ser observadas: 1- ao separar os perodos ou datas, s possvel 1 (uma) e mais 1 (uma) 2 - ao somar os perodos no podem ser superior a 90 (noventa) dias. Exemplo: a) admisso 01/06/2002; b) experincia at 30/07/2002; c) de 01/06/2002 a 30/07/2002 temos 60 dias d) prorrogao s por mais 30 (trinta) dias, se as partes concordarem. Se o empregador renovar o contrato por novo pr