apostila - introdução ao direito do trabalho

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INTRODUO AO DIREITO DO TRABALHOhttp://www.ebah.com.br/content/ABAAAAKL4AD/resumo-direito-trabalho-livro-godinho1) DEFINIOCritrios:1. Subjetivistas: so as definies de direito do trabalho que tm como vrtice os sujeitos ou pessoas a que se aplica e que figuram nas relaes jurdicas que pertencem ao mbito de sua disciplina normativa;2. Objetivistas: so as definies que consideram o objeto, a matria disciplinada pelo direito do trabalho e no as pessoas que figuram nas relaes jurdicas que pertencem ao seu mbito, tratam, portanto, do mbito material do direito do trabalho;3. Mistas: so as definies que abrangem as pessoas e o objeto do direito do trabalho numa unidade considerada necessria para melhor explicar o contedo desse ramo do direito.O Direito Material do Trabalho, compreendendo o Direito Individual e o Direito Coletivo e que tende a ser chamado, simplesmente, de Direito do Trabalho, no sentido lato -, pode, finalmente, ser definido como: Complexo de princpios, regras e institutos jurdicos que regulam a relao empregatcia de trabalho e outras relaes normativamente especificadas, englobando, tambm, os institutos, regras e princpios jurdicos concernentes s relaes coletivas entre trabalhadores e tomadores de servios, em especial atravs de suas associaes coletivas. (Maurcio Godinho Delgado)2) CAMPO DE APLICAOA legislao do trabalho deve regular todas as relaes surgidas da prestao do trabalho subordinado, sejam quais forem as condies em que esta se verifique.Delimitar o campo de aplicao de um direito especial, como o do trabalho, responder a esta pergunta: a que pessoas este direito se aplica?A CLT rege o empregado urbano como regra geral. No tocante aos domsticos, so regidos pela Lei 5859/72 e a CLT aplicvel apenas em seu captulo de frias, inobstante tenham direito a apenas 20 dias teis de descanso anual. Quanto aos trabalhadores rurais, aplica-se a Lei 5589/73 e, supletivamente, a CLT.O Direito do Trabalho no se aplica, no todo ou em parte, aos SERVIDORES PBLICOS; ESTAGIRIOS; AUTNOMOS; e DIARISTAS.3) NATUREZA JURDICA1. Direito Pblico (Quando um dos sujeitos da relao jurdica est investido no poder de impor sua vontade ao outro que, por sua vez, se acha relegado a plano inferior e de desigualdade.);2. Direito Privado (Quando os dois sujeitos da relao jurdica se enfrentam em igualdade de condies. Nesta situao, o Estado legisla sobre pessoas entre si e figura, eventualmente, na relao jurdica disciplinada como uma pessoa comum e no como Estado.);3. Direito Social (nova diviso);4. Direito Misto (porque reuniria elementos pblicos e privados);5. Direito Unitrio (nova classificao);Seria o Direito do Trabalho pertencente ao ramo do Direito Privado porque as normas que lhe correspondem nasceram nos Cdigos Civis, sendo que o instituto bsico do novo ramo da cincia jurdica o contrato de trabalho, cuja natureza jurdica , indubitavelmente, de Direito Privado. Assim, o fato de consubstanciar inmeras normas irrenunciveis, por serem de ordem pblica, no tem fora suficiente para desloc-lo para o campo do Direito Pblico, embora o coloque na fronteira com esta zona, mas, ainda, em territrio de Direito Privado.4) FONTES DO DIREITO DO TRABALHOA) Fontes Materiais(anteriores existncia da norma jurdica momento pr-jurdico)A principal fonte, na viso de Sussekind, seria a presso exercida sobre o estado capitalista pela ao reivindicadora dos trabalhadores. Assim, ilustrativamente, formao do capitalismo, movimento sindical, partidos de trabalhadores, greves, etc.B) Fontes Formais(conferem regra jurdica o carter de direito positivo)Fontes Formais Heternomas1. Constituio;2. Lei[complementar, ordinria e medida provisria -ROGAIregra obrigatria, geral, abstrata e impessoal];3. Tratados e Convenes Internacionais;4. Regulamento Normativo Decreto;5. Portarias, Avisos, Instrues e Circulares;6. Sentena Normativa Calamandrei corpo de sentena e alma de lei.Fontes Formais Autnomas1. Conveno Coletiva de Trabalho (CCT);2. Acordo Coletivo de Trabalho (ACT);3. Contrato Coletivo;4. Usos e Costumes (costume uma regra que emerge do uso).Fontes Formais Figuras Especiais1. Laudo Arbitral Art. 114, pargrafo 2 da CR/882. Regulamento Empresrio (Enunciados 51 e 288 do TST)3. Jurisprudncia (Enunciados 191 e 331 do TST)4. Princpios Jurdicos5. Doutrina6. Equidade art. 127 CPC, 764 e 852-I da CLT7. Analogia (Enunciado 346 do TST e art. 72 da CLT)Analogia legal: externa (outros ramos do Direito) e interna (norma do Direito do Trabalho que regule outra matria).Analogia jurdica: externa (princpios gerais de direito) e interna (princpios de Direito do Trabalho).1. Clusulas contratuaisHierarquia NormativaNo Direito do Trabalho possui hierarquia normativa especfica, em que no prevalece o critrio rgido e inflexvel imperante no Direito Comum. De incio, vale destacar que no apenas as leis em sentido material so consideradas, mas tambm as normas jurdicas autnomas.A pirmide normativa constri-se de modo plstico e varivel, elegendo para seu vrtice dominante a norma que mais se aproxime do carter teleolgico (norma mais favorvel ao empregado) do ramo justrabalhista. Apesar da flexibilidade o critrio no prevalecer ante a normas heternomas estatais proibitivas.1. Teoria da AcumulaoPrope como procedimento de seleo, anlise e classificao das normas cotejadas, o fracionamento do contedo dos textos normativos, retirando-se os preceitos e institutos singulares de cada um que se destaquem por seu sentido mais favorvel ao trabalhador. Com isso, o aplicador formaria um terceiro diploma normativo, composto das partes mais benficas dos instrumentos observados.1. Teoria do ConglobamentoConstri um procedimento de seleo, anlise e classificao das normas cotejadas em que no se fracionam preceitos ou institutos jurdicos.5) PRINCPIOS DO DIREITO DO TRABALHOA) Princpio da ProteoInforma este princpio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas regras, institutos, princpios e presunes prprias, uma teia de proteo parte hipossuficiente na relao empregatcia (obreiro), visando retificar (ou atenuar) no plano jurdico, o desequilbrio inerente ao plano ftico do contrato de trabalho.1 - Princpio da norma mais favorvelDispe que o operador do Direito do Trabalho deve optar pela regra mais favorvel ao obreiro em trs situaes ou dimenses distintas: no instante da elaborao da regra; no contexto de confronto entre regras concorrentes (hierarquia); e no contexto de interpretao das regras jurdicas.2 - Princpio da condio (ou clusula) mais benficaImporta na garantia de preservao, ao longo do contrato, da clusula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste do carter de direito adquirido. Ademais, para o princpio, no contraponto entre dispositivos contratuais concorrentes, h de prevalecer aquele mais favorvel ao empregado. No envolve conflito de regras, mas to somente de clusulas contratuais (tcitas ou expressas; oriundas do prprio pacto ou de regulamento de empresa).3 - Princpioin dubio pro misero (ou pro operario)Diz respeito a forma de interpretao da norma jurdica, determinando que quando uma mesma norma admitir mais de uma interpretao, deve prevalecer a mais favorvel ao empregado. Para o prof. Godinho tal determinao j est presente no princpio da norma mais favorvel.Muito cuidado com a ligao de tal princpio ao Direito Processual do Trabalho, em que ele no se aplica, prevalecendo o critrio do nus da prova.B) Princpio da Primazia da Realidade sobre a formaChamado tambm de princpio do contrato realidade, busca a verdade real na relao trabalhista, desprezando, caso necessrio, qualquer formulao escrita que traduza situao diversa da encontrada na realidade.C) Princpio da Continuidade da Relao de EmpregoInforma que de interesse do Direito do Trabalho a permanncia do vnculo de emprego, com a integrao do trabalhador na estrutura e dinmica empresariais. Fundamenta, ainda, a preferncia do Direito do Trabalho pelos contratos por prazo indeterminado e embasa o instituto jurdico da sucesso de empregadores.Deu origem ao enunciado 212 do TST, segundo o qual o nus de comprovar a ruptura contratual, quando negado o despedimento, do empregador.D) Princpio da irrenunciabilidade/indisponibilidade dos direitos laboraisTraduz a inviabilidade tcnico-jurdica de poder o empregado despojar-se, por sua simples manifestao de vontade, das vantagens e protees que lhe asseguram a ordem jurdica e o contrato.E) Princpio da inalteridade contratual lesivaConsagrado pelo art. 468 da CLT, no permite alteraes lesivas no contrato (exceo: autorizao legal), ainda que com a anuncia do empregado.F) Princpio da imperatividade das normas trabalhistasPor este princpio prevalece a restrio autonomia da vontade no contrato trabalhista, em contraponto diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condies contratuais. As normas dispositivas so exceo no Direito do Trabalho, valendo de exemplo o art. 472, 2 da CLT.DA RELAO DE EMPREGO1) CARACTERSTICAS DA RELAO DE EMPREGOA relao de emprego resulta da sntese de um diversificado conjunto de fatores (ou elementos), sem os quais no se configura a mencionada relao.Os elementos ftico-jurdicos componentes da relao de emprego so cinco: a) prestao de trabalho por pessoa fsica a um tomador qualquer; b) prestao efetuada com pessoalidade pelo trabalhador; c) tambm efetuada de forma no-eventual; d) efetuada, ainda, sob subordinao ao tomador de servios; e e) de forma onerosa.Estes elementos encontram-se reunidos nos artigos 2oe 3oda CLT, os quais definem quem empregado e empregador para o Direito do Trabalho.Esses elementos ocorrem no mundo dos fatos, existindo independentemente do Direito, devendo por isso ser tidos como elementos fticos. Em face de sua relevncia jurdica, so eles captados pelo Direito, que lhes confere efeitos compatveis (por este motivo so chamados de elementos ftico-jurdicos).No so, portanto, criao jurdica, mas simples reconhecimento pelo Direito de realidades fticas relevantes.Conjugados estes elementos ftico-jurdicos em uma determinada relao, surge a relao de emprego, juridicamente considerada.A) Pessoa fsicaA prestao de servios que o Direito do Trabalho toma em considerao aquela pactuada por uma pessoa fsica (ou natural), sendo certo que os bens jurdicos tutelados por esse ordenamento jurdico dizem respeito s pessoas naturais, no podendo ser usufrudos por pessoas jurdicas ou animais.Assim, a figura do trabalhador h de ser, sempre, uma pessoa fsica.Por esse motivo inmeras fraudes so observadas no Direito do Trabalho, como a criao de empresas prestadoras de servios e cooperativas. Entretanto, bastar demonstrar que o surgimento da pessoa jurdica foi causado pela simples tentativa de afastar o vnculo de emprego para que seja declarada a nulidade do ato que a originou, reconhecendo-se a existncia do requisito em estudo.B) PessoalidadeEste elemento guarda relao com o anterior, entretanto, com ele no se confunde. O fato de ser o trabalho prestado por pessoa fsica no significa, necessariamente, ser ele prestado com pessoalidade. essencial configurao da relao de emprego que a prestao de trabalho, por pessoa natural, seja infungvel no que tange ao empregado.A relao jurdica dever ser, portanto,intuito personaeem relao ao obreiro que no poder se fazer substituir por outro trabalhador ao longo da concretizao dos servios pactuados. Caso a aludida substituio ocorra com frequncia, demonstrando impessoalidade e fungibilidade, estar descaracterizada a relao de emprego, por ausncia do segundo requisito ftico-jurdico.Entretanto, h duas situaes em que a substituio do empregado no suprime a pessoalidade inerente relao de emprego.Em primeiro lugar, uma eventual substituio do empregado com a autorizao do tomador de servios, por si s, no retira a pessoalidade da relao mantida.Em segundo lugar, as substituies autorizadas por lei ou normas autnomas, como por exemplo durante as frias, licena gestante, afastamento para o desempenho de mandato sindical. Nestes casos, o contrato do substitudo apenas se interrompe ou suspende, sem prejuzo da relao de emprego.Com respeito ao substituto, tem-se consequncias jurdicas relevantes. Quando deslocado um empregado da mesma empresa, para substituir outro de forma eventual, faz jus ao recebimento das vantagens percebidas pelo substitudo, enquanto perdurar a situao (art. 450 da CLT e En. 159 do TST).Em caso de empregado recrutado externamente, poder ser contratado por prazo certo (art. 443 da CLT) ou, configurados os requisitos da lei 6.019/74, por contrato de trabalho temporrio, assegurado o patamar remuneratrio inerente ao cargo ocupado.A pessoalidade tambm traz reflexos na extino do contrato, ou seja, a morte do empregado pe fim relao de emprego.No tocante ao empregador, prevalece a regra dos arts. 10 e 448 da CLT, relativas sucesso trabalhista.C) OnerosidadePara a configurao do vnculo necessrio que fora de trabalho corresponda um contraprestao econmica ao trabalhador, que no presta o servio por mera benevolncia, mas com a finalidade de percepo de um valor econmico como retribuio.D) SubordinaoChamada de dependncia pela CLT trao singular da relao de emprego atravs do qual o empregado encontra-se vinculado ao empregador que tem o poder de ditar as regras relativas ao modo de prestao do servio (subordinao jurdica). Foram levantadas outras modalidades de subordinao (no acatadas), sendo as mais comuns: pessoal, tcnica e econmica.E) No eventualidadeA idia de permanncia reflete de duas formas no Direito do Trabalho. Primeiramente, no tocante durao do contrato de trabalho, que tende a ser incentivada ao mximo pelas normas trabalhistas, tendo-se em vista o princpio da continuidade da relao de emprego.De outro lado, a idia de permanncia est presente no prprio instante da configurao do tipo legal da relao empregatcia. Atravs do elemento da no eventualidade, o Direito do Trabalho esclarece que a noo de permanncia tambm relevante formao da relao de emprego.Assim, para que exista contrato de trabalho necessrio que o trabalho prestado tenha carter de permanncia (ainda que por um curto perodo determinado), no se qualificando como um trabalho espordico. A lei dos domsticos faz referncia anttese de servio eventual ao afirmar que a prestao dos servios deve ser de natureza contnua.O conceito de no eventualidade, entretanto, um dos mais controvertidos do Direito do Trabalho, seja em sede de doutrina, jurisprudncia ou textos legais.No tocante aos textos legais, ainda merece destaque o fato de que a CLT preferiu utilizar a expresso servios de natureza no eventual para traduzir este elemento, em contraponto lei dos Domsticos, que preferiu valer-se da expresso servios de natureza contnua, o que gerou ainda mais polmica, por demonstrar a diferena entre as duas expresses.A doutrina construiu diferentes teorias para precisar o alcance da expresso celetista, as quais na viso dos prprios doutrinadores devem ser apreciadas em conjunto, sendo perigosa a escolha isolada de uma delas. O fato que cada uma das teorias em questo pode produzir resultados concretos distintos em face das situaes examinadas pelo operador do direito.A concluso mais acertada valer-se o intrprete de uma combinao das teorias.Para explicar a expresso, as teorias buscaram demonstrar o que vem a ser servio de natureza eventual.1. Teoria da Descontinuidade2. Teoria do Evento3. Teoria dos Fins do Empreendimento4. Teoria da Fixao Jurdica ao Tomador de ServiosTeoria da descontinuidadeInicialmente, merece destaque o fato de que esta teoria no se harmoniza com a CLT, ao contrrio das demais, sendo aplicvel relao de emprego domstica.Esta teoria informa que eventual seria o trabalho espordico, descontnuo e interrupto em relao ao tomador enfocado (portanto, um trabalho que se fracione no tempo).Para verificar que a CLT no adotou tal teoria, basta analisar a questo do porteiro de um clube que apenas funciona aos domingos, ou nos meses de frias e considerado empregado, por fora da expresso no-eventual. Em contrapartida, a Lei dos Domsticos quis evitar a situao do porteiro acima, notadamente quanto diarista, ao exigir servios de natureza contnua.Teoria do eventoConsidera como eventual o trabalhador admitido na empresa em virtude de um determinado e especfico fato, acontecimento ou evento, ensejador de certa obra ou servio. Seu trabalho para o tomador ter a durao do evento espordico ocorrido.Deve-se atentar para o fato de que um evento de maior dilao temporal poder retirar o carter eventual do servio prestado.Teoria dos fins do empreendimento a teoria mais prestigiada, informando que eventual ser o trabalhador chamado realizao de tarefa no inserida nos fins normais da empresa, tarefas estas que, por esta razo, sero espordicas e de estreita durao.Teoria da fixao jurdica ao tomador de serviosSegundo esta teoria, na viso de Dlio Maranho, eventual o trabalhador que no se fixa a uma fonte de trabalho, enquanto empregado o trabalhador que se fixa numa fonte de trabalho. Para esta teoria, portanto, ter mltiplos tomadores de servio torna o indivduo um trabalhador eventual. Entretanto, esta no uma regra absoluta uma vez que a lei no exige a exclusividade para a configurao da relao de emprego.2) Empregado DomsticoO art. 1oda Lei 5.859/72 nos apresenta a definio de empregado domstico comoaquele que presta servios de natureza continua e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia, no mbito residencial destas.Da anlise do dispositivo legal destacado e da doutrina especializada verifica-se que a configurao da relao de emprego domstica depende da presena de quatro elementos ftico-jurdicos ordinrios (pessoa fsica, pessoalidade, subordinao e onerosidade), aos quais somam-se quatro novos elementos (servios prestados pessoa ou famlia, sem finalidade lucrativa, de forma contnua e no mbito residencial destas).1. Continuidade:a Lei 5.859/72, em seu art. 1o, consagrou a continuidade como elemento ftico-jurdico da relao de emprego domstica, afastando a no-eventualidade. Diante disso, a teoria da descontinuidade aplicvel aos domsticos, considerando-se como contnua, regra geral, a prestao de servios sem interrupo temporal que no seja a destinada ao repouso semanal, concedido preferencialmente aos domingos.2. Finalidade no lucrativa dos servios: conforme lio de Maurcio Godinho Delgado (2005:370) este elemento deve ser analisado sob a tica do tomador de servios. A Lei do domstico exige que os servios prestados pelo empregado no impliquem em ganho econmico para seu tomador de servios,restringindo-se ao exclusivo interesse pessoal do tomador ou sua famlia. Ainda na lio do autor,os servios prestados no podem constituir fator de produo para aquele (pessoa ou famlia) que deles se utiliza, embora tenham qualidade econmica para o obreiro.3. Prestao laboral pessoa ou famlia: ao contrrio do que ocorre com os empregadores urbano e rural, o empregador domstico no pode ser pessoa jurdica. O empregado domstico presta servios para uma ou mais pessoas fsicas. Segundo Maurcio Godinho Delgado (2005:372) embora a lei faa meno expresso famlia, evidente quecerto grupo unitrio de pessoas fsicas, atuando estritamente em funo de interesses individuais de consumo pessoal, pode tambm tomar trabalho domstico.4. mbito residencial da prestao laborativa: Para o mesmo autor (2005:373) a expresso utilizada pela Lei n. 5.859/72 designa, na verdade, todo ambiente que esteja vinculado vida pessoal do indivduo ou da famlia, onde no se produza valor de troca, mas essencialmente atividade de consumo. Assim, esto abrangidos, alm da residncia habitual do empregador, eventual casa de praia e de campo, por exemplo.Por fim, merece destaque o fato de a natureza dos servios prestados pelo domstico no interferem na configurao desta relao jurdica. Assim, teremos domsticos ainda que o trabalho tenha natureza intelectual ou seja especializado, por exemplo.3) Empregado RuralPara a configurao da relao de emprego rural so necessrios os 05 elementos ftico-jurdicos ordinrios da relao de emprego (pessoa fsica, pessoalidade, no-eventualidade, onerosidade e subordinao). Alm disso, deve o empregado prestar seus servios empropriedade rural(situada na zona rural) ou emprdio rstico(propriedade situada na zona urbana em que explorada atividade agroeconmica) e estar subordinado a umempregador rural.O empregador rural , conforme oart. 3oda Lei 5.889/73,a pessoa fsica ou jurdica, proprietria ou no, que explore atividade agro-econmica, em carter permanente ou temporrio, diretamente ou atravs de prepostos e com auxlio de empregados. Alm deste conceito, relevante a disposio do art. 4oda Lei do rural, segundo o qualequipara-se ao empregador rural, a pessoa fsica ou jurdica que, habitualmente, em carter profissional, e por conta de terceiros, execute servios de natureza agrria, mediante utilizao do trabalho de outrem.Constituem atividades agroeconmicas a pecuria, a agricultura, o turismo rural e a explorao industrial realizada na forma do 5odoart. 2odo Decreto 73.626/74, regulamentador da Lei do Trabalho Rural, o qual dispe queno ser considerada indstria rural aquela que, operando a primeira transformao do produto agrrio, altere a sua natureza, retirando-lhe a condio de matria-prima.4) CONCEITO DE RELAO DE EMPREGOPara Amauri Mascaro: relao jurdica de natureza contratual tendo como sujeitos o empregado e o empregador e como objeto o trabalho subordinado, continuado e assalariado.5) PROVA DA RELAO DE EMPREGOProva a demonstrao convincente da existncia do contrato e de suas clusulas.Sendo de natureza consensual, prova-se por qualquer meio de prova em direito permitido, no havendo qualquer limitao de valor quanto prova testemunhal.A CTPS prova, por excelncia, da relao de emprego. A sua finalidade dupla. Probatria, no sentido de evidenciar um contrato e constitutiva, porque as anotaes nela inseridas pelo empregador fazem prova em favor do empregado, salvo se decorrentes de algum vcio, constituindo presuno relativa de veracidade.6) PARTES DA RELAO DE EMPREGO6.1) Empregado6.1.1) Empregado em domiclioDispe o art. 6 da CLT queno se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador e o executado no domiclio do empregado,desde que esteja caracterizada a relao de emprego.Dessa forma, se presentes os cincos pressupostos caracterizadores do vnculo empregatcio, pouco importa se o empregado realizar em sua prpria casa a prestao de servios.A dificuldade se aferir a existncia de pessoalidade e subordinao.De modo geral, entendem os doutrinadores que o fato de o trabalhador ser auxiliado por pessoas da famlia no descaracteriza, por si s, a pessoalidade. O que no se admite a contratao de terceiros por ele prprio remunerados, adquirindo tambm o maquinrio necessrio e constituindo sua pequena indstria artesanal.Tais empregados no fazem jus ao recebimento de horas-extras.6.1.2) Empregados exercentes de cargo de confianaPara se caracterizar o cargo ou a funo de confiana, necessria a presena de dois elementos:1. PODER DE GESTO; e a2. existncia de diferena remuneratria, a qual deve ser no mnimo 40% superior ao salrio efetivo;Por fim, a CLT equiparou expressamente os gerentes, os diretores e os chefes de departamento ou filial aos exercentes de cargo de confiana, entretanto, no basta o nome do cargo, pois sero observados os elementos acima destacados.Aquele empregado que ocupa cargo ou exerce funo de confiana, se possui o benefcio de receber maior remunerao, sofre, por outro lado, algumas restries:1. Reverso (art. 468, CLT - possibilidade de que o empregador determine seu retorno ao cargo normal, com a supresso do adicional v. Smula 372 do TST);2. No fazem jus ao pagamento de horas extras quando no h controle da jornada;3. Transferncia por necessidade do servio, sem anuncia, na forma do art. 469, pargrafo 3oda CLT, sendo devido o adicional quando se tratar de transferncia temporria.6.2) Empregador6.2.1) ConceitoNa forma do art. 2oda CLT o empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige a prestao pessoal de servios.A expresso empresa, conforme a doutrina, deve ser entendida como o conjunto do patrimnio do empregador, o qual garante economicamente os direitos dos empregados.6.2.2) Empregador por equiparaoDispe o art. 2o, pargrafo 1oda CLT queequiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relao de emprego, os profissionais liberais as instituies de beneficncia, as associaes recreativas ou outras instituies sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.6.2.3) Grupo EconmicoDispe o pargrafo 2odo art. 2oda CLT:sempre que uma ou mais empresas, embora tendo, cada uma delas, personalidade jurdica prpria, estiverem sob a direo, controle ou administrao de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econmica, sero,para os efeitos da relao de emprego, solidariamente responsveisa empresa principal e cada uma das subordinadas.(Esta a solidariedade passiva)Entretanto, a maioria da jurisprudncia no exige efetivo controle entre as empresas, bastando uma relao de coordenao entre elas (uma pessoa fsica, detentora da maioria das aes, controla diferentes sociedades, por exemplo). De qualquer forma, somente no caso concreto que o Juiz saber se realmente existe ou no o grupo econmico alegado pelo empregado.Acerca dasolidariedade ativa, a Smula 129 do TST dispe que: A prestao de servios a mais de uma empresa do mesmo grupo econmico, durante a mesma jornada de trabalho, no caracteriza a coexistncia de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrrio.No tocante aogrupo econmico no mbito rural, a Lei 5889/73, que trata do trabalho rural, prev expressamente a existncia de grupo econmico rurcola, entretanto, s acarreta a responsabilidade solidria pelo pagamento das obrigaes trabalhistas (solidariedade passiva).Ademais, merece destaque o fato de que a referida lei no exige, necessariamente, a existncia de controle, direo ou administrao:Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurdica prpria, estiverem sob direo, controle ou administrao de outra,ou ainda quando, mesmo guardando cada uma a sua autonomia, integrem grupo econmico ou financeiro rural, sero responsveis solidariamente nas obrigaes decorrentes da relao de emprego.Importante destacar, ainda, que a Smula 205 foi cancelada pelo TST, no mais havendo a necessidade expressa de que sejam includas no processo de conhecimento todas as empresas do grupo econmico.6.2.4) Sucesso TrabalhistaPreceituam os artigos 10 e 448 da CLT:Art. 10. Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresa no afetar os direitos adquiridos por seus empregados.Art. 448. A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados.Assim, a modificao na estrutura jurdica da empresa (passar de sociedade annima - S/A - para sociedade por cotas de responsabilidade limitada - Ltda. -, por exemplo) ou a transferncia da propriedade (alienao ou venda, incorporao, fuso, ciso, arrendamento, concesso de servios pblicos, etc.) no acarretam qualquer modificao nos contratos de trabalho em curso, os quais permanecem intactos.A esse fenmeno d-se o nome desucesso trabalhistaoualterao subjetiva do contrato de trabalho.Observaes relevantes:1. assuno de todos os crditos e dbitos pelo novo titular:o novo dono da empresa assume todas as dvidas do antigo proprietrio, independentemente de sua vontade, devendo pagar todos os direitos dos empregados, mesmo adquiridos anteriormente transferncia (frias vencidas, por exemplo). Entretanto, a Jurisprudncia tem consagrado a responsabilidade subsidiria do sucedido at a data em que operou-se a mudana de titularidade da empresa;2. intangibilidade dos contratos de trabalho:todos os contratos de trabalho existentes permanecem intactos, exatamente como se encontravam antes da transferncia. Se o empregado possua quatro anos de servio, por exemplo, este perodo computado normalmente e continua a ser contado;3. existncia de clusulas em contrrio:a existncia de clusulas no contrato de compra e venda, tais como o antigo titular responde por todos os dbitos trabalhistas at a data da transferncia, de nada adianta, pois a lei (CLT) deve ser observada de qualquer forma, em razo do carter imperativo; Tais clusulas valem apenas na Justia Comum, para eventual ao em que se pleiteie direito de regresso.4. toda a responsabilidade pelo pagamento das dvidas do novo dono:se o empregado prestou servios para o novo empregador, no pode ajuizar ao contra o antigo, a no ser em caso de fraude, ou seja, se a venda tiver sido apenas aparente, com a inteno de burlar os direitos trabalhistas;5. anuncia do empregado:no h necessidade de concordncia do empregado.6.2.5) Poder Hierrquico(Poder Empregatcio)Conjunto das prerrogativas com respeito direo, regulamentao, fiscalizao e disciplinamento da economia interna da empresa e correspondente prestao de servios.Dispositivos legais pertinentes:Arts. 2o,caput; 469, 468, pargrafo nico; e 474 da CLT.Divide-se em: Poder Diretivo, Regulamentar, Fiscalizatrio e Disciplinar.7) EFEITOS DA RELAO DE EMPREGOFaz surgir obrigaes e direitos para ambas as partes contratantes:EMPREGADO:1. Dever de prestar servio;2. Dever de diligncia e fidelidade (colaborao);3. Dever de obedincia;EMPREGADOR:1. Dever de remunerar o servio prestado;2. Dever de proporcionar trabalho;3. Dever de respeito a dignidade humana do empregado;CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO1) CARACTERSTICAS DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHOO contrato individual de trabalho tem determinadas caractersticas, as quais se prestam a esclarecer a sua natureza jurdica. De forma analtica, passa-se a examin-las:1. dedireito privado:envolve pessoas particulares, fsicas ou jurdicas, em p de igualdade, pelo menos abstratamente (cada uma delas, no momento da contratao, tem a liberdade de faz-lo ou no). Se o Estado contrata sob o regime da CLT equipara-se aos particulares para efeitos do contrato de trabalho firmado, o qual continua a ser de direito privado.2. contrato deatividade, por constituir seu objeto em uma obrigao de fazer do empregado (prestao do servio).3. intuitu personaeem relao ao empregado: representa o carter fiducirio (de confiana) que o empregador deposita em seu empregado, devendo este cumprir pessoalmente as suas tarefas. Pode ser ainda chamado de personalssimo e infungvel. Quanto ao empregador, todavia, inexiste, a princpio, qualquer pessoalidade, pouco importando ao trabalhador quem efetivamente paga seu salrio, desde que o receba (despersonalizao do empregador).4. sinalagmtico:dele resultam obrigaes contrrias e equivalentes entre as partes: o empregado oferece a sua fora de trabalho e recebe o salrio como contraprestao; o empregador se beneficia do labor e paga por isso.5. consensual:o contrato de trabalho se forma pelo s consentimento das partes, ou seja, pela comunho, pela coincidncia de vontades, independentemente de qualquer outra formalidade. Podemos dizer, ainda, que o contrato informal.6. oneroso:existem encargos (obrigaes) e benefcios (vantagens) tanto para o empregado como para o empregador, ou seja, prestao de trabalho existe a contraprestao de salrio.7. de trato sucessivo ou continuado no tempo:o contrato de trabalho tem sua execuo continuada, diferida no tempo, sendo destinado a permanecer indefinidamente (o empregado presta servios continuamente e recebe sempre por esse trabalho). diferente dos contratos de execuo imediata (compra e venda, por exemplo).8. comutativouma vez que ambas as partes possuem, desde o incio, exata noo dos resultados a serem obtidos com o contrato. Desta forma, o empregado conhece seu salrio e o empregador conhece a funo que ser desenvolvida pelo obreiro.9. dotado dealteridade:a prestao de servios corre por conta do empregador, que assume todos os riscos da atividade econmica;10. complexo: pode associar-se a outros tipos de contratos, que tendem a ter perante ele a uma relao de acessoriedade. So exemplos de contratos acessrios: comodato de imvel residencial, depsito de instrumentos de trabalho, comodato de veculo automotor, etc..2) ELEMENTOS JURDICO-FORMAIS DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO2.1) Agente capazPara que o contrato de trabalho seja perfeito, necessrio que as partes celebrantes, tanto empregado quanto empregador, sejam capazes de realiz-lo e a lei que vai indicar quais sero.Em primeiro lugar, deve-se salientar que os limites de idade para a questo da capacidade em Direito do Trabalho so diferentes daqueles relativos aos demais atos e contratos.Para o Direito do Trabalho, a Constituio Federal de 1988, em seu art. 7, XXXIII, probe expressamente qualquer tipo de labor amenores de 16 (dezesseis) anos,salvo na condio de aprendiz, cuja idade limite de14 anos.Aos18 (dezoito)anos completos pode firmar contrato de trabalho sozinho, sem assistncia (capacidade plena).Assim, temos que:1. menores de 16 (dezesseis) anos:absolutamente incapazes, salvo para o labor como aprendizes, no mbito urbano, a partir dos 14 anos.2. a partir de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos:relativamente incapazes.3. a partir de 18 (dezoito) anos :plenamente capazes.Preceitua o art. 439 da CLT: lcito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salrios. Tratando-se, porm, de resciso de contrato de trabalho, vedado ao menor de 18 anos dar, sem assistncia dos seus responsveis legais, quitao ao empregador pelo recebimento da indenizao que lhe for devida.2.2) Higidez na manifestao de vontade (consentimento)Como acontece com todo e qualquer contrato, o de trabalho tambm requer oconsentimentodas partes, ou seja, a coincidncia das manifestaes de vontade sobre o mesmo objeto.Assim, para que o pacto seja considerado vlido necessria a ocorrncia de livre e regular manifestao de vontade pelos contratantes.Diante disso, no admitida a existncia de Erro, Dolo, Coao, Simulao, Fraude contra credores, Estado de Perigo (art. 156 do NCC) e Estado de Leso (art. 157 do NCC).Importa destacar que o Direito do Trabalho menos rgido do que o Direito Civil e, sendo a maioria dos pactos laborais de adeso, possui uma gama de normas imperativas que garantem os direitos do empregado e que so irrenunciveis.2.3) Forma prescrita ou no defesa em leiNos termos do art. 443 da CLT, o contrato de trabalho pode serrealizado tcita ou expressamente, verbalmente ou por escrito.Desse modo, correto afirmar que o contrato de trabalho informal (consensual), podendo as partes celebr-lo de qualquer modo, inclusive tacitamente. Somente em alguns casos especficos (contratos dos martimos, dos atletas profissionais, etc.) que o contrato deve obedecer formalidades para sua validade.2.4) Objeto lcitoComo qualquer contrato civil, para sua validade o contrato de trabalho exige objeto lcito. No contrato de trabalho, temos como objeto a prestao de servio pelo empregado e o pagamento do salrio pelo empregador.2.4.1) Objeto Ilcito: aquele que contrrio lei, compondo um tipo penal ou concorrendo diretamente para ele.No produz efeitos, negando-se ao empregado qualquer direito oriundo do contrato de trabalho, inclusive salrio.Exemplos clssicos: jogo do bicho (OJ SDI-1 n. 199, TST), prostituio e trfico de drogas.Existem duas teorias, as quais visam atribuir efeitos ao contrato com objeto ilcito, que merecem estudo: Desconhecimento da ilicitude (defendida por Dlio Maranho e Arnaldo Sussekind) A atividade do empregado no est relacionada ao ncleo da atividade ilcita, como por exemplo o servente de um prostbulo ou a faxineira da casa de jogo do bicho (defendida por Messias Pereira Donato)Quando do ingresso em juzo acarreta a exino do processo por impossibilidade jurdica do pedido.Na viso de alguns autores no se poderia negar a validade do contrato por violao ao princpio da dignidade da pessoa humana e pelo valor social do trabalho.2.4.2) Objeto Irregular(PROIBIDO): aquele que realizado em desrespeito a norma imperativa vedatria do labor em certas circunstncias ou com relao a certos tipos de empregados.Exemplos: menor em atividade noturna, insalubre ou perigosa; trabalho do menor de 16 anos; estrangeiro com visto de turista prestando servios (art. 97 da Lei 6815/80). O contrato com objeto irregular produz efeitos, sendo a nulidade sanada ou o contrato extinto pela autoridade judiciria.(ATENO: Smula 363 do TST contrato com o Estado sem concurso pblico).3) NATUREZA JURDICA DAS OBRIGAES ORIUNDAS DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHOConsiderando os efeitos da relao de emprego, distinguem-se nas obrigaes decorrentes do contrato de trabalho as prestaeslegaise ascontratuais. Seriam legais as obrigaes derivadas no do contrato em si, mas surgidas em virtude de norma jurdica de produo estatal, profissional ou mista. Contratuais seriam as obrigaes que tem origem na prpria relao contratual, construdas pela autonomia da vontade das partes, como o servio a prestar, as condies da prestao, oquantume o modo da remunerao do servio.4) CONCEITO DE CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHONa forma prevista nocaputdo artigo 442 da CLT: Contrato individual de trabalho o acordo tcito ou expresso, correspondente relao de emprego.Para Sussekind: Contrato de trabalhostrictu sensu o negcio jurdico pelo qual uma pessoa fsica (empregado) se obriga, mediante o pagamento de uma contraprestao (salrio), a prestar trabalho no eventual em proveito de outra pessoa, fsica ou jurdica (empregador), a quem fica juridicamente subordinada.5) CELEBRAO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHOA celebrao do contrato de trabalho, na forma do art. 443, admitida de forma tcita ou expressa, verbal ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado.Como qualquer contrato civil, exige capacidade das partes, objeto lcito e manifestao vlida de vontade.Dispe o artigo 444 da CLT que as relaes contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulao das partes interessadas em tudo quanto no contravenha s disposies de proteo ao trabalho, aos contratos coletivos que lhe sejam aplicveis e s decises das autoridades competentes.6) ELEMENTOS NATURAIS DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHOExistem trs elementos naturais do contrato de trabalho:A) Jornada de TrabalhoB) SalrioC) FunoA) Jornada De TrabalhoNa ausncia de pactuao pelas partes, prevalece a jornada mxima definida pela Constituio, ou seja, 8 horas dirias e 44 horas semanais (art. 7o, XIII da CR/88)Excees: Domstico, Gerente/Diretor e trabalhador externo (art. 62 da CLT)B) SalrioNo havendo pactuao relativa ao salrio, na forma do art. 460 da CLT, ser utilizado o denominado salrio supletivo, ou seja, ser pago o mesmo recebido por outro empregado da empresa que realize a mesma funo ou o valor habitualmente pago na regio. No sendo possvel, prevalecer o salrio mnimo.C) FunoEm caso de inexistncia de acerto quanto funo, diz o art. 456 da CLT que presume-se que o empregado se props prestao de todo o qualquer servio compatvel com sua condio pessoal.7)Elementos Acidentais do ContratoA) TermoB) Condio1. Suspensiva2. ResolutivaA) TERMO:No Direito do Trabalho pode existir termo final certo ou incerto para o contrato de trabalho. Entretanto, tal pactuao apenas possvel em hipteses legais tipificadas e expressas (art. 443 da CLT, Lei 6.019/74 e Lei 9.601/98).B) CONDIO:Tambm poder existir no contrato de trabalho clusula que subordine o efeito do negcio a evento incerto e futuro.B1) SUSPENSIVA: condio para promoo, para recebimento de um adicional convencional, etc...B2) RESOLUTIVA: art. 475, 2 da CLT,com a obrigatoriedade de ser expressa. Na viso de alguns no se limita a aposentadoria por invalidez, sendo possvel quando do afastamento do empregado por qualquer outro motivo previdencirio, como auxlio doena, por exemplo.8) DURAO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO8.1) Contrato Por Prazo IndeterminadoConstitui a regra no Direito do Trabalho, sendo a forma ordinria e, portanto, presumida, da contratao obreira.8.2) Contrato Por Prazo Determinado8.2.1) Contrato Celetista1. Hipteses: art. 443, 1 da CLT;2. Condies: art. 443, 2 da CLT;3. Vigncia: mxima de 02 anos (art. 445, CLT) Exceo: Contrato de Experincia (90 dias);4. Prorrogao: mximo de 01 vez (art. 451, CLT)5. Sucessividade: havendo outro contrato em prazo inferior a 06 meses indeterminam-se os contratos, exceto quando dependerem de certo acontecimento (safra) ou de servios especificados (especializados);6. Safra: Art. 14, Lei 5.889/73 (Trabalho Rural)7. Obra Certa: Lei 2959/56. Exige que o empregador seja construtor civil, que o motivo seja a execuo de obra ou servio certo, gera direito a indenizao quando superior a 12 meses, sendo 01 ms de salrio por ano ou frao igual ou superior a 06 meses, reduzida de 30%;8. A desobedincia s normas culmina na indeterminao do contrato de trabalho.9. Resciso: 479, 480 e 481 da CLT;8.2.2) Lei n. 9.601/981. Necessita de Acordo ou Conveno Coletiva;2. Possibilita a contratao fora das hipteses previstas pela CLT;3. A contratao deve representar acrscimo no nmero de empregados;4. No poder implicar em substituio do pessoal que j exerce a funo como contratado por prazo indeterminado;5. Pode ser prorrogado indefinidamente, desde que limitada a vigncia a 02 anos;6. Sucessividade: omisso da lei, logo, aplica-se;7. Denominao: novo contrato por prazo (ou tempo) determinado;8. Surgimento de nova figura jurdica: depsito bancrio mensal (art. 2, nico)9. Deve ser escrito obrigatoriamente;10. Obriga que as partes estabeleam a indenizao para a resciso antecipada;8.2.3) Lei 6.019/741. Trata do trabalho temporrio, assim definido como aquele prestado pela pessoa a empresa para atender a necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios (art. 1);2. Podiam usar o contrato por prazo determinado da CLT;3. Surge a figura jurdica da empresa de trabalho temporrio, a qual destina-se a colocar disposio de outra empresa, temporariamente, trabalhadores devidamente qualificadas, por ela remunerados e assistidos;4. Institui a figura da terceirizao no Direito do Trabalho, embora j existisse a subempreitada (art. 455 da CLT);5. A relao de trabalho passa a ser triangular: empresa prestadora de servios, empregado, empresa tomadora de servios;6. O vnculo pode durar apenas 03 meses, admitida uma prorrogao por igual perodo7. O contrato deve ser escrito;8. garantida a isonomia de salrio, porm, a mesma fica prejudicada em alguns casos;9. No possuem direito s vantagens dos ACT e CCT pois pertencem a outra categoria econmica;10. Existe responsabilidade solidria, em caso de falncia, quanto s contribuies previdencirias, remunerao e indenizao do empregado;11. Enunciado 331 do TST: responsabilidade subsidiria de todas as demais verbas trabalhistas;9) ALTERAES DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO9.1) ObrigatriasDecorrentes de leis, como a do salrio mnimo, ou de Acordos ou Convenes Coletivas de Trabalho.9.2) Voluntrias Art. 468 da CLT9.2.1) UnilateraisEmbora o art. 468 da CLT consagre o princpio da inalterabilidade contratual, por vezes a lei permite modificaes unilaterais das condies do trabalho.Cumpre destacar, porm, que a inalterabilidade a regra.1. Alterao de funo:a possibilidade de alterar a funo do empregado, nos limites do cargo e da qualificao profissional, legitimada pelo exerccio dojus variandi(poder atribudo ao empregador de impor leves alteraes contratuais).2. Transferncia de funoquando ocorrer acidente de trabalho ou doena (readaptao): Ocorrendo acidente de trabalho, poder o empregador alterar o contrato, transferindo o empregado para outra funo, em uma situao denominada readaptao, todavia, inadmissvel a reduo salarial.3. Reverso do cargo de confiana.(art. 468, pargrafo nico da CLT)4. Regulamento da empresa: conforme A Smula 51 do TSTas clusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, s atingiro os trabalhadores admitidos aps a revogao ou alterao do regulamento.9.2.2) Bilaterais1. O Direito do Trabalho visa a proteo do hipossuficiente da relao de emprego, motivo pelo qual no prevalece a regra segundo a qual as partes podem, em conjunto, ditar as clusulas aplicveis aos seus contratos. Desta forma, caso a alterao implique em prejuzos para o empregado, presume-se (juris et de jure)a existncia de coao por parte do empregador, conforme previsao expressa do art. 468 da CLT.2. Diante disso, a alterao contratual ser nula se causar prejuzos morais ou materiais para o obreiro, direta (incide sobre o patrimnio atual, diminuindo-o) ou indiretamente (impede um acrscimo patrimonial, normalmente esperado).9.2.3) Transferncia de Localidade1. Arts. 469 e 470 da CLT;2. Local e localidade: diferenas3. Pressupostos: mudana de domiclio e provisoriedade da transferncia.4. Despesas: por conta do empregador sempre.5. Transferncia sem anuncia: cargo de confiana e contratos com clusula implcita ou explcita, mas exigida a necessidade de servio e devido, segundo o TST, o pagamento do adicional sempre que for provisria.INTERRUPO E SUSPENSO DO CONTRATO DE TRABALHO1) COMPREENSOExistem situaes em que o contrato de trabalho, embora ainda vigente, tem cessados de forma parcial os seus efeitos. Tais ocasies so denominadas de causas de suspenso e interrupo do contrato de trabalho.Critrios adotados para diferenciao:Para definir tais hipteses, so utilizados como critrios:SuspensoInterrupo

TrabalhoNONO

SalrioNOSIM

Tempo de servioNOSIM

Nasuspensotemos: ausncia de trabalho, salrio e tempo de servio (com relao a ausncia de contagem de tempo de servio existem 3 importantes excees: licena maternidade; afastamento por motivo de acidente de trabalho ou doena profissional e afastamento para a prestao de servio militar).Nainterrupotemos: ausncia de trabalho e manuteno do pagamento de salrio e contagem de tempo de servio.2) EFEITOS1. Art. 471 da CLT (com o retorno do empregado ao servio sero a ele devidas as vantagens deferidas aos demais empregados da empresa);2. Prevalecem as obrigaes inerentes ao contrato, sendo possvel a justa causa, mas o aviso prvio e a despedida imotivada impossvel;3. Art. 474 da CLT (suspenso por mais de 30 dias).1. Nos contratos por prazo determinado, se assim for acordado, havendo hiptese de interrupo, o tempo do afastamento ser acrescido ao tempo do contrato. (art. 471, pargrafo 2oda CLT)Importante: prevalecem as obrigaes inerentes ao contrato de trabalho, as quais caso violadas podem dar ensejo dispensa por justa causa. Lado outro, no possvel a dispensa do empregado sem justa causa, assim como no possvel a concesso de aviso prvio.Situaes especiais em que h necessidade de recolhimento de FGTS: licena maternidade, afastamento previdencirio por motivo de acidente de trabalho ou doena e prestao de servio militar.3) HIPTESES1. As hipteses em questo so listadas pela lei ou, pelo menos, permitidas por ela;(Arts. 471 a 476-A).Exemplificativamente:SUSPENSOAfastamento previdencirio aps o 15odia;Aposentadoria por invalidez;Prestao de servio militar;Greve (regra geral);Licena no remunerada por motivos pessoais do empregado;Suspenso negociada do contrato;Suspenso disciplinar;Suspenso para inqurito judicial para a apurao de falta grave;Licena maternidade (o prof. Godinho entende se tratar de interrupo)INTERRUPOEncargos pblicos de curta durao (audincias);Afastamento por doena at o 15odia;Descansos trabalhistas remunerados (frias, feriados, repousos intrajornada remunerados e RSR);Afastamento por aborto (2 semanas 395, CLT);Licena remunerada concedida pelo empregador;Interrupo dos servios na empresa resultante de causas acidentais ou de fora maior;Todas as hipteses do art. 473 da CLT;DA REMUNERAO E DO SALRIO1)Conceito de salrio:art. 457 da CLT.Para o Prof. Godinho: salrio o conjunto de parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao empregado em funo do contrato de trabalho. Trata-se de um complexo de parcelas (Jos Martins Catharino) e no de uma nica verba. Todas tm carter contraprestativo, no necessariamente em funo da precisa prestao de servios, mas em funo do contrato (nos perodos de interrupo o salrio continua devido e pago); todas so tambm devidas e pagas diretamente pelo empregador, segundo modelo referido pela CLT...Assim, decorre do contrato de trabalho e no da efetiva prestao de servios, como nos casos de interrupo do contrato, horasin itineree tempo disposio.2)Conceito de Remunerao:art. 457 da CLT.A conceituao da remunerao objeto de divergncias doutrinrias, existindo trs acepes diferenciadas para a expresso em exame:1. Uso das expresses salrio e remunerao como sinnimas no cotidiano trabalhista;2. Remunerao como gnero de parcelas contraprestativas devidas e pagas ao empregado em funo do contrato e salrio como espcie mais importante das parcelas integrantes da remunerao;3. Remunerao foi uma expresso criada apenas para incluir as gorjetas (pagas por terceiros), uma vez que o salrio conceituado como verba paga diretamente pelo empregador ao empregado.4. R = SB + OVS + G3) GorjetasConsiderando a importncia das gorjetas na celeuma formada em torno da expresso remunerao, alguns pontos a seu respeito merecem destaque:1. No podem ser usadas como forma de atingir o salrio mnimo do empregado, pois o art. 76 da CLT exige que o mesmo seja pago integralmente pelo empregador;2. Repercutem no 13osalrio, FGTS e recolhimentos previdencirios apenas, conforme Enunciado 354 do TST;3. A estimativa das gorjetas deve ser anotada na CTPS do empregado, conforme art. 29, 1 da CLT.4) Denominaes salariais4.1) ImprpriasSalrio de contribuio:base de calculo para recolhimento junto ao INSS;Salrio de Benefcio:valor pago pelo INSS em caso de concesso de benefcios previdencirios;Salrio Famlia:pago pelo empregador ao empregado de baixa renda em funo dos dependentes com menos de 14 anos ou invlidos, vacinados e na escola (descontado posteriormente pelo empregador junto ao INSS);Salrio Maternidade:pago pelo empregador empregada urbana e rural afastada na licena maternidade (120 dias), com posterior desconto junto ao INSS. As domsticas, avulsas e adotantes o recebem diretamente no INSS;Salrio Educao:contribuio social paga pelo empregador ao INSS para suposto fomento da educao dos empregados;Salrio Social:Segundo o Prof. Godinho a expresso significa o conjunto de prestaes genericamente pagas ao trabalhador em virtude de sua existncia como sujeito da relao de emprego. A figura engloba, desse modo, no somente as prestaes pagas pelo empregador e terceiros, como tambm prestaes assumidas pela comunidade mais ampla ou pelo Estado em favor do empregado (verbas previdencirias e seguro desemprego, por ex.).4.2) Prprias4.2.1) Grupo do salrio mnimoSalrio Mnimo legal:Pagamento mnimo a que faz jus qualquer empregado no pas (art. 76 da CLT), independente das gorjetas, atrelado a uma jornada de 44h/s para os urbanos, rurais e avulsos. No caso das domsticas, como no existe jornada fixada, existem dois posicionamentos, um dando direito ao valor integral (ainda que o labor seja em 3 dias da semana, por exemplo), e outra admitindo o salrio mnimo dia como forma de pagamento proporcional ao labor da domstica.Salrio Normativo:Em sentido estrito aquele piso fixado em sentena normativa pelos Tribunais do Trabalho.Salrio ConvencionalTambm chamado Piso da Categoria , Piso Salarial ou Salrio Normativo amplo (que abrangeria os fixados por sentena normativa, ACT e CCT). o valor mnimo a ser pago ao empregado, fixado em ACT ou CCT para determinada categoria profissional.Salrio Profissional:Fixado em Lei para determinadas profisses que so destacadas das demais. Pode ter como base de clculo o salrio mnimo, sem se falar em inconstitucionalidade, j que no funciona como indexador econmico. (SDI 39 engenheiros). Exemplos so os mdicos e cirurgies dentistas (Lei 3.999/61) e engenheiros (Lei 4.950-A).Salrio Base:Tambm chamado de salrio garantido, bsico, normal ou principal. aquele valor fixo pago pelo empregador ao empregado, anotado na CTPS, que no pode ser reduzido sem ACT ou CCT, cujo valor no leva em conta outras verbas como os adicionais, gratificaes, prmios, etc.4.2.2) Grupo Salrio IsonmicoSalrio Isonmico(em sentido estrito): o salrio devido ao paragonado em funo da equiparao salarial com o paradigma, na forma do art. 461 da CLT. (En. 6, 22, 135, 274, 120 e OJ 252 e 193 do TST)Salrio Eqitativo:Engloba duas situaes jurdicas.1. Igualdade de remunerao entre o trabalhador temporrio e os empregados da mesma categoria na empresa tomadora de servios (art. 12, a da Lei 6.019/74).2. Igualdade entre o valor pago ao empregado brasileiro e o empregado estrangeiro em empresa localizada no Brasil, desde que o primeiro exera funoanloga do segundo (art. 358, CLT).Salrio Substituio:Previsto no art. 450 da CLT, devido em funo da substituio no eventual de outro empregado da empresa. (En. 159 e OJ 96 e 112 do TST)Salrio Supletivo: o salrio arbitrado pelo Juiz na ausncia de prova ou de estipulao do mesmo pelas partes, previsto pelo art. 460 da CLT.Salrio Judicial:Designa o parmetro salarial fixado no contexto de um processo judicial, desdobrando-se em salrio normativo em sentido estrito, salrio supletivo e, em alguns casos, quando necessria a interveno judicial, em salrio isonmico, salrio substituio e salrio eqitativo.Salrio Complessivo:Expresso criada pela jurisprudncia para traduzir a idia de cumulao em um mesmo montante de distintas parcelas salariais, constituindo conduta vedada (En. 91, TST).4.2.3) Grupo Salrio CondioCompreende esta figura o conjunto de parcelas salariais pagas ao empregado em virtude do exerccio contratual em circunstncias especficas. Assim, a princpio, podem ser suprimidas caso desaparea a condio, circunstncia ou fato que lhe deu origem.Podem ser assim enumerados (sero estudados posteriormente):1. Adicional de periculosidade;2. Adicional de insalubridade;3. Adicional de horas extras;4. Adicional de transferncia;5. Adicional de penosidade;6. Adicional noturno;5) Composio do salrio5.1) Parcelas salariais (complexo salarial)1. Salrio base (includo o salrioin naturade periodicidade mensal);2. Comisses;3. Percentagens (includos os adicionais);4. Gratificaes habituais (includas as utilidades com periodicidade no mensal);5. Abonos;6. 13osalrio;7. Prmios;8. Dirias para viagem imprprias (novo En. 101, TST);9. Ajudas de custo fraudulentas;5.2) Parcelas no salariais5.2.1) Indenizatrias1. Dirias para viagem prprias;2. Ajudas de custo;3. Vale transporte;4. FGTS;5. Frias no gozadas;6. Aviso prvio indenizado;7. Indenizaes por tempo de servio (arts. 477, 496 e 498 da CLT);8. Indenizao especial por dispensa nos 30 dias que antecedem a data-base do empregado (art. 9 da Lei 7238/84 e En: 182, 242 e 314 do TST);9. Indenizaes pela ruptura contratual imotivada (OJ 207, SDI1, TST);10. Indenizao pelo no recebimento do seguro desemprego por culpa do empregador (Nova smula 389, TST);11. Indenizaes por dano moral, material e acidentrio.5.2.2) InstrumentaisSo chamadas assim por constiturem utilidades (bens ou servios) ofertadas pelo empregador ao empregado essencialmente como mecanismo viabilizador da prpria realizao do servio contratado ou, ainda, por terem sua natureza jurdica salarial esterilizada por norma jurdica (como educao, sade, transporte, etc.)1. Excluses do salrioin naturaprevistas no art. 458, 2 da CLT;2. Excluso do art. 9, 5 da Lei 5889/73.5.2.3) Direitos intelectuais1. Direitos do autor (art. 5, XXVII e XXVIII da CR/88 e Lei 9.610/98)2. Direitos de propriedade industrial (art. 5, XXIX da CR/88 e Lei 9.279/96)3. Direitos intelectuais relativos criao de software (Lei 9.609/98)5.2.4) Participao nos lucros empresariais1. A participao nos lucros e resultados, em princpio, teria natureza salarial, entretanto, foi desvinculada da remunerao por fora do art. 7, XI da CR/88 e foi parcialmente regulamentada pela Lei 10.101/00.2. Pode deixar de ser paga em exerccios negativos, embora no seja possvel a supresso da regra abstrata da PLR (salvo por ACT/CCT).3. A sua estipulao faz-se por negociao coletiva ou por comisso intra-empresarial, mas com a participao de um representante do sindicato operrio, arquivando-se o correspondente instrumento no sindicato dos empregados. (art. 2, Lei 10.101/00).4. vedado o pagamento da PLR com periodicidade inferior a semestral, limitada a duas vezes no ano civil (art. 3, 2 da Lei 10.101/00).5.2.5) Parcelas previdencirias1. Salrio famlia (art. 7, XII da CR/88 e arts. 65 a 70 da L. 8.213/91);2. Salrio maternidade (art. 7, XVIII e arts. 71 a 73 da L. 8213/91);3. Complementao de benefcios previdencirios (por afastamentos provisrios ou aposentadoria) concedidos pelo empregador.5.2.6) Parcelas de Seguridade Social1. PIS/PASEP (art. 239 da CR/88): prestao anual pecuniria no importe de 1 salrio mnimo, devida aos trabalhadores inscritos no programa que percebam at dois salrios mnimos de remunerao mensal;2. Seguro desemprego (art. 7, II e 239 da CR/88): pago em razo do desemprego involuntrio do empregado, segundo critrios legais;5.2.7) Parcelas pagas por terceiros1. Gorjetas;2. Honorrios de sucumbncia do advogado empregado, prevista no art. 21 da Lei 8.906/94, com efeitos suspensos por liminar em ADIN pelo STF);3. Retribuio por publicidade: oriunda de contrato civil paralelo ao contrato de trabalho (exemplos: artistas e atletas).6) Caracteres do salrio1. Carter alimentar: a impenhorabilidade e preferncia nos precatrios e na falncia (at 150 salrios mnimos atualmente) so algumas conseqncias desta caracterstica;2. Carter forfetrio: significa a obrigao absoluta do empregador de pagar os salrios dos empregados, independentemente de seu desempenho econmico em determinado perodo (assuno dos riscos e alteridade);3. Indisponibilidade: no admitida renncia ou transao lesiva no curso do contrato;4. Periodicidade (art. 459, CLT);5. Persistncia ou continuidade: repete-se durante todo o contrato, demonstrando ser uma obrigao de trato sucessivo;6. Natureza composta (complexo salarial);7. Tendncia determinao heternoma: significa que as partes contratantes no tem ampla liberdade em sua fixao diante das leis, ACT/CCT e sentenas normativas que atuam como foras externas aos contratantes;8. Ps-numerao: o pagamento feito, via de regra, aps a prestao dos servios. Atualmente a caracterstica est um tanto atenuada por ACT/CCT e regulamentos empresariais que permitem adiantamentos e pagamentos em 2 ou mais partes, desde que antes do vencimento. Exceo, segundo o Prof. Godinho o salrio utilidade, normalmente frudo antes do vencimento da obrigao;7) Classificaes do salrioUsualmente so apontadas as seguintes classificaes:1. Quanto forma ou meios de pagamento (dinheiro ou utilidades);2. Quanto ao modo de aferio do salrio (salrio por unidade de tempo, salrio por unidade de obra e salrio tarefa);3. Quanto origem de fixao da parcela: podem ser espontneas ou imperativas (derivadas de leis, ACT/CCT e sentenas normativas);4. Quanto ao posicionamento original da parcela no conjunto do Direito: podem ser parcelas tpicas do Direito do Trabalho (adicionais, gratificaes, salrio base, etc...) ou parcelas compatveis com o Direito do trabalho (comisses do Direito Comercial e indenizaes do Direito Civil, etc...).***Considerando a importncia das duas primeiras classificaes, passa-se a uma anlise um pouco mais profunda.7.1) Modos de aferio do salrio7.1.1) Salrio por unidade de tempo1. A jornada de trabalho o critrio para o pagamento, desprezada a produo do empregado no perodo;2. Constitui o modo mais comum de aferio do salrio, podendo ser estipulado por hora, dia, etc, desde que respeitado o parmetro mximo mensal;3. a forma de pagamento que melhor se coaduna com a alteridade inerente ao empregador.7.1.2) Salrio por unidade de obra1. A produo do empregado o parmetro para o pagamento (nmero de peas, p. ex.), independente do tempo gasto;2. Cada unidade recebe um valor fixado previamente pelo empregador, irredutvel e denominado tarifa;3. Comum quando o empregador no pode fiscalizar a jornada do empregado, como no caso dos empregados em domiclio (art. 6 da CLT) e dos externos (art. 62, I da CLT);4. garantido o salrio mnimo (art. 7, VII da CR/88, Lei 8.716/93 e 78 da CLT), sendo vedada qualquer compensao posterior.Pela CLT, tais empregados teriam direito ao salrio mnimo dia, mas a jurisprudncia e a lei citada aplicam o parmetro mensal para a aludida garantia constitucional, desprezando quaisquer outro critrio seja ele dirio, semanal, por hora, etc.5. A reduo das peas ou tarefas do empregado, reduzindo sensivelmente seu salrio, pode dar ensejo a extino contratual por justa causa patronal (art. 483, g) da CLT).7.1.3) Salrio Tarefa1. Manifesta-se como uma espcie de mix dos dois critrios anteriores. Acopla-se um certo parmetro temporal (hora, dia, semana, ms) a um certo montante mnimo de produo a ser alcanada pelo empregado;2. Quando o empregado atinge a meta antes do tempo previsto restam duas possibilidades: ele liberado do restante do tempo de trabalho (com manuteno integral do pagamento) ou recebe um valor extra pela produo adicional;3. Caso a meta do empregado no seja cumprida, o valor do salrio no pode ser reduzido;4. Caso o empregado precise de prorrogar a jornada para cumprir a meta, receber pelas horas extraordinrias;5. Os empregados tm direito ao salrio mnimo, nos moldes da modalidade anterior.7.2) Meios de pagamento salarial7.2.1) Dinheiro1. Pagamento feito em moeda nacional, sendo devido pelo menos 30% do salrio mnimo em espcie, independentemente do valor fixado para o salrio base)7.2.2) Salrio Utilidade (Salrioin natura)Encontra sua regulamentao legal no art. 458 da CLT e consiste no fornecimento pelo empregador de bens e/ou servios, com algumas excluses legais.7.2.2.1) Requisitos e observaes gerais1. Habitualidade no recebimento: Para o Prof. Godinho habitualidade significa repetio uniforme em certo contexto temporal, podendo ser, p. ex. diria, semanal, mensal, semestral ou anual. Quando o parmetro superior ao mensal a figura do salrio utilidade passa a ser de gratificao, mantendo a natureza salarial. Sendo a utilidade fornecida no mximo mensalmente, caracterizada como prprio salrio base do empregado.2. Carter contraprestativo do fornecimento: preciso que o fornecimento da utilidade signifique um acrscimo de vantagens ao empregado, pois, caso seja para viabilizar ou aperfeioar a prestao do servio no se configura o salrioin natura;3. Excludentes do salrio utilidade: o vale transporte (Leis 7.418/85 e 7.619/87), o PAT (Programa de alimentao do trabalhador OJ 133, TST), as hipteses do art. 458, 2 da CLT e do art. 9, 5 da Lei 5889/73, cigarros (Nova Smula 367, TST), bebidas alcolicas e drogas nocivas NO constituem salrioin natura;4. Observaes: normas jurdicas (leis, ACT/CCT) podem suprimir o carter salarial de uma utilidade; O vale para refeio tem natureza salarial (En. 241, TST).7.2.2.2) Rol de utilidades1. O rol do art. 458 meramente exemplificativo e, portanto, outros bens e servios (viagens anuais, entradas gratuitas a cinemas, clubes, etc) podem ser considerados como utilidades, desde que preenchidos os requisitos da habitualidade e do carter contraprestativo.7.2.2.3) Repercusses no contrato de trabalho1. Por se tratar de parcela salarial, o fornecimento de utilidades produz efeitos na relao de emprego. Contudo, para se delimitar o efeito preciso determinar o enquadramento da utilidade em certa modalidade salarial (salrio base, adicional gratificao, etc...)2. Salrio base: seu enquadramento mais comum (parmetro mensal o mximo), ocasio em que repercute em todas as verbas trabalhistas. Ateno especial s frias: s repercute se a utilidade tambm for usufruda no perodo de descanso;3. Gratificao peridica: quando fornecida em lapso superior ao mensal (semestral, anual, etc) produz repercusses apenas no FGTS e no 13osalrio (En. 253, TST);4. Adicional: quando a utilidade fornecida em razo do exerccio do trabalho em circunstncias mais gravosas a sua repercusso igual ao caso do salrio base. A nica distino diz respeito possibilidade de supresso da utilidade quando desaparecer a condio que lhe deu origem.7.2.2.4) Valor da utilidade no contrato1. Determina o art. 82, nico da CLT que pelo menos 30% do salrio mnimo deve ser entregue ao empregado em espcie;2. Conforme art. 458, 3 da CLT a alimentao e a moradia dadas pelo empregador no podem exceder de 20 e 25% do salrio contratual do empregado;3. Quando o empregado receber mais que o salrio mnimo o valor de cada utilidade o seu valor real (En. 258, TST), contudo, as limitaes de alimentao e moradia permanecem.7.2.2.5) Especificidades do Trabalhador rural1. O rol do artigo 9 da Lei 5889/73 taxativo, admitindo apenas alimentao e moradia;2. Independente do salrio contratual do empregado os descontos de alimentao e moradia no podem exceder de 25 e 20% do salrio mnimo;3. Qualquer outra utilidade fornecida no pode ser suprimida mas no produz o efeito expansionista circular do salrio, integrando apenas o contrato;4. No tocante moradia, conforme art. 9, 2, no pode abrigar mais de uma famlia em nenhuma hiptese, bem como, sendo coletiva, o percentual de 20% de desconto deve ser dividido entre os ocupantes da habitao, sendo indevido o desconto integral dos 20% de cada um dos empregados;5. As dedues de alimentao e moradia dependem de autorizao prvia e expressa do empregado (art. 9, 1);6. Ajuste individual, no contrato de trabalho escrito e com previso expressa podem retirar o carter salarial da alimentao e da moradia. Requisitos: clusula expressa; contrato escrito; duas testemunhas e notificao obrigatria do sindicato dos trabalhadores rurais (art. 9, 5).FORMASEspeciais de Salrios, ADICIONAIS, GRATIFICAO DE NATAL E EQUIPARAO SALARIAL1) Salrio Base1. Contraprestao salarial fixa principal paga pelo empregador ao empregado;2. Periodicidade mensal mxima e universo de garantias salariais.2) Abono1. Segundo Godinho: Antecipaes pecunirias efetuadas pelo empregador ao empregado. So adiantamentos salariais concedidos pelo empregador. Sua natureza jurdica , portanto, de prprio salrio.2. Pode significar tambm antecipao salarial compensvel em futuro reajuste compulsrio (legal, normativo ou convencional). Entretanto, neste caso, a jurisprudncia exige meno expressa ao fato, sob pena de integrao da quantia ao salrio do empregado, sem possibilidade de compensao ou supresso.3) Adicionais3.1) Noes Gerais1. a parcela paga pelo empregador ao empregado quando a prestao do servio ocorre em condio mais gravosa sua sade ou integridade fsica. Tem como fundamento evitar a prestao de servios nestas condies, j que implicar em pagamento maior pelo empregador;2. Em regra so calculados por percentual, portanto, na forma do art. 457 da CLT, o adicional pode ser classificado como uma percentagem;3. Dependem da habitualidade para a produo do efeito expansionista circular (Nova Smula 60, TST);4. Na forma do En. 265 do TST, os adicionais compulsrios possuem carter salarial mas no se incorporam ao salrio dos empregados. Assim, podem ser suprimidos se desaparecerem as suas causas.5. Binios, quinqunios, etc so gratificaes por tempo de servio e no adicionais;6. Indenizao: En. 291 do TST.3.2) Classificao dos adicionais3.2.1) Legais1. Abrangentes: atingem a qualquer tipo de empregado urbano, rural e avulso. So eles: Adicionais de insalubridade (art. 192, CLT), periculosidade (art. 193, CLT), penosidade (art. 7o, XXIII, CR/88), transferncia (art. 469, CLT), servio extraordinrio (art. 7o, XVI, CR/88) e noturno (art. 73, CLT);2. Restritos: aplicveis apenas a determinados trabalhadores como o caso dos vendedores (Lei 3.207/57) e dos radialistas (Lei 6.615/78);3.2.2) Convencionais1. Derivam de ACT/CCT, regulamentos empresariais ou acordos individuais.3.3) Alguns adicionais legais em espcie:Observaes:I -O adicional de penosidade no foi regulamentado pela legislao trabalhista, constando to somente do texto constitucional.II -Os adicionais noturno e de servios extraordinrios sero estudados quando do exame da jornada de trabalho, de molde a facilitar a compreenso geral. Importante frisar que as regras gerais relativas aos adicionais aplicam-se a ambos os casos.3.3.1) Adicional de Insalubridade:1. Condio: exerccio de atividade em condies insalubres, acima dos limites fixados pelo MTb em Portarias publicadas no DOU (Art. 192, CLT).2. Reclassificao da atividade: faz com que o empregado perca o direito ao adicional (En. 248 do TST).3. Atividade intermitente: En. 47 do TST4. EPI: En. 80 e 289 do TST.5. Graus: Mnimo (10%), Mdio (20%) e Mximo (40%)6. Base de Clculo: salrio mnimo (192 da CLT) ou salrio profissional fixado em lei, CCT ou sentena normativa (En. 17 e 228 do TST)7. Percia: obrigatria (195 da CLT e OJ 165, TST).8. Pedido: En. 293 do TST.9. Carter salarial: En. 139, TST.10. Cumulao: no pode ser cumulado com o adicional de periculosidade, paga-se ao empregado o financeiramente mais benfico. (art. 193, pargrafo 2oda CLT).11. Curiosidades: raios solares (OJ 173) e Lixo urbano (OJ 4)3.3.2) Adicional de periculosidade:1. Condio: exerccio de atividades em contato com inflamveis e explosivos (193 da CLT),material radioativo ionizante (art. 200, VI da CLT e OJ 345, TST)e energia eltrica (Lei 7.369/85).2. Intermitncia: adicional integral (En. 364, TST).3. Eletricitrios (En. 361 intermitncia)4. Percia: obrigatria. (frentista de posto de gasolina En. 39, TST).5. Base de clculo: salrio base do empregado, exceto para eletricitrios, cuja base de clculo o somatrio das parcelas salariais (En. 191 do TST).6. Percentual: 30%.3.3.3) Adicional de Transferncia1. Art. 469, pargrafo 3oda CLT: dispe ser devido ao empregado transferido provisoriamente para localidade diversa da que resultar do contrato de trabalho o adicional de transferncia;2. Percentual: 25% dos salrios que o empregado percebia na localidade originria do contrato;3. Despesas de transferncia: art. 470, CLT;4. Local (En. 29, TST) e localidade: diferenas;5. Pressupostos: mudana de domiclio e provisoriedade da transferncia.6. Transferncia sem anuncia: cargo de confiana e contratos com clusula implcita ou explcita, mas exigida a necessidade de servio e devido, segundo o TST, o pagamento do adicional sempre que for provisria.(En. 43 e OJ 113, TST).4) Gratificaes1. Conceito:para o Prof. Godinho: As gratificaes consistem em parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao empregado em decorrncia de um evento ou circunstncia tida como relevante pelo empregador (gratificaes convencionais) ou por norma jurdica (gratificaes normativas);2. Difere-se do adicional por no ser pago em virtude de nenhum fato gravoso;3. Difere-se dos prmios por no ser pago em funo da estrita conduta pessoal do trabalhador ou do grupo de trabalhadores;4. O fato ensejador da gratificao tende a ser objetivo e, na maior parte das vezes, externo pessoa do empregado beneficiado, no mantendo relao com sua conduta ou do grupo em que est inserido; Merece destaque, ainda, o fato de que o empregador quem, normalmente, por sua vontade unilateral cria o evento ensejador da gratificao, embora a mesma possa ser instituda por norma jurdica legal ou convencional;5. Exemplos:gratificaes de festas, de aniversrio da empresa, de fim de ano, semestrais, anuais, etc;6. Segundo o Prof. Godinho, o carter contraprestativo da parcela claro, entretanto, a integrao salarial da verba, bem como a sua produo de efeitos em outras parcelas depende de certos requisitos. Para a verificao dos requisitos necessrios surgiram duas correntes interpretativas: a subjetivista e a objetivista;7. Subjetivista:entende que a expresso gratificaes ajustadas, contidas no art. 457 da CLT implica no fato de que apenas as gratificaes expressamente pactuadas pelas partes integram o contrato e o salrio do empregado, enquanto aquelas fornecidas pelo empregador por ato de mera liberalidade no teriam o mesmo efeito (ou seja, no obrigariam posteriormente o empregador);8. Objetivista (ou moderna):enfatiza a habitualidade no pagamento da parcela e no o modo de sua criao ou inteno do empregador. O STF, por meio de sua Smula 207, sepultou a concepo subjetivista ao dispor que as gratificaes habituais, inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salrio. Ainda deve ser mencionado o E. 152 do TST, segundo o qual o fato de constar do recibo de pagamento de gratificao o carter de liberalidade no basta, por si s, para excluir a existncia de um ajuste tcito;9. Concluso:encontra-se pacificado o fato de que a habitualidade no pagamento da gratificao significa ajuste tcito, motivo pelo qual ela passa a integrar o salrio e o contrato do empregado;10. Ressalva:Quando uma norma jurdica criar a gratificao, tem ela o poder de retirar o carter salarial, desde que de forma expressa!5) Gratificao de Natal1. Conceito:segundo Godinho: O 13osalrio consiste na parcela contraprestativa paga pelo empregador ao empregado, em carter de gratificao legal, no importe da remunerao devida em dezembro de cada ano ou no ltimo ms contratual, caso rompido antecipadamente a dezembro o pacto.2. Teve origem nos ACT/CCT e, portanto, nos costumes;3. Regulamento legal:Instituda pela Lei 4.090/62, mas regida tambm pelas Leis 4.749/64 e 9.011/95 e regulamentada pelo Decreto 57.155/65;4. Por fora do art. 7o, VIII e pargrafo nico da CR/88, constitui direito de todos os empregados (urbanos, rurais, safristas, temporrios, domsticos e avulsos);5. A forma de pagamento da gratificao em exame , conforme a lei, em duas parcelas;6. A primeira parcelaser paga entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano,em uma s vez, no valor equivalente metade dosalriodo empregado no ms anterior ao do pagamentoou, a pedido do empregado (desde que feito no ms de janeiro), por ocasio de suas frias.7. A segunda parcelaser paga at o dia 20 de dezembro do respectivo ano, compensado o pagamento feito na primeira parcela, efetuando-se o clculo sobre aremuneraodo empregado no ms de dezembro;8. A gratificao corresponde a 1/12 da remunerao devida em dezembro, por ms de servio ou frao igual ou superior a 15 dias de trabalho;9. Havendosalrio varivel, a gratificao ser calculada na base de 1/11 da soma das importncias variveis devidas nos meses trabalhados at novembro de cada ano. A essa gratificao se somar, se for o caso, o equivalente ao salrio fixo; At o dia 10 de janeiro do ano seguinte, computado o salrio varivel relativo ao ms de dezembro, o clculo ser revisto para 1/12 do total recebido no ano anterior, processando-se a correo do valor para eventual complementao ou compensao das diferenas em relao quantia paga anteriormente;10. Havendo resciso antecipada do contrato, o pagamento feito de forma proporcional, exceto em casos de justa causa, quando o empregado perde o direito ao recebimento da parcelaproporcional;11. Havendo culpa recproca, o empregado receber a metade do 13oproporcional, na forma do En. 14 do TST.6) Comisses1. Conceito:na lio de M. Godinho: As comisses consistem em parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao empregado em decorrncia de uma produo alcanada pelo obreiro no contexto do contrato, calculando-se, variavelmente, em contrapartida a essa produo;2. Tm natureza salarial, porm, seu enquadramento encontra divergncias entre as possibilidades de salrio por unidade de obra e percentagens;3. Na viso do Prof. Godinho, melhor admitir trata-se de salrio por unidade de obra, uma vez que no imperativo que as comisses sejam pagas em percentual, admitindo-se o seu pagamento mediante, por exemplo, o uso de uma tabela diferenciada de valores fixos, sem qualquer referncia a percentuais;4. Entretanto, em ambas classificaes, Godinho assevera o carter de salrio produo, por levar em conta o montante produzido pelo empregado;5. Os empregados podem receber comisses acrescidas de salrio fixo ou no. Assim, serocomissionistas purosaqueles que perceberem apenas comisses ecomissionistas mistosaqueles que receberem salrio fixo acrescido de comisses;6. Comissionistas puros: recebem todas as verbas normalmente, variando-se apenas a forma de clculo das parcelas. Exemplificativamente: RSR (diviso por 6 do montante percebido na semana En. 27, TST); Horas-extras (aplicao apenas do adicional sobre o montante das comisses percebidas nas horas de sobrejornada En. 340, TST) e 13osalrio (explicado no item 8.5);7. Sujeitam-se regra da irredutibilidade, por ser salrio, salvo ACT/CCT e produzem efeito expansionista circular, assim, repercutem em: RSR, HE, FGTS, Frias + 1/3, 13osalrio, aviso prvio. Compem, tambm, o salrio de contribuio previdenciria do empregado.8. Alm disso, a quem perceberemunerao varivel assegurado o mnimo legal ou piso da categoria, conforme o caso;9. Quanto forma de clculo do mnimo a ser pago existem divergncias entre a CLT e uma lei posterior e a jurisprudncia. Conforme art. 78 da CLT, sendocomissionista puro, faria ele jus aosalrio mnimo dia. Na forma do art. 1oda Lei 8.716/93 seria garantido umsalrio mnimo mensal.A jurisprudncia pacfica entende ser devido osalrio mnimo ms!10. Vendedores-viajantes ou pracistas(Lei 3.207/57 e CLT no que couber): o pagamento da comisso deve ser mensal ou em at trs meses apsultimada a transao(aceitao do negcio pelo comprador) a que se refere a venda; deve ser respeitada a regra do salrio mnimo mensal; sendo a compra a prazo, o pagamento exigvel de acordo com a ordem de recebimento das parcelas avenadas; no efetivado o negcio por ato ou omisso do empregador ou em caso de extino do contrato devido o pagamento integral da comisso; verificada ainsolvnciado comprador, as comisses podem ser estornadas pelo empregador;clusula star del credere:implicaria em solidariedade do vendedor no cumprimento da obrigao que intermediou e encontrava previso legal para os vendedores autnomos. Hoje, sequer os autnomos (Lei 4.886/65) podem pactuar tal clusula, sendo a mesma impossvel na relao de emprego, por transferir ao empregado os riscos do empreendimento;11. Vendedores que laboram no prprio estabelecimento (art. 466 da CLT).7) Prmios1. Conceito:para Godinho: Os prmios consistem em parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao empregado em decorrncia de um evento ou circunstncia tida como relevante pelo empregador e vinculada conduta individual do obreiro ou coletiva dos trabalhadores da empresa;2. O motivo gerador do pagamento do prmio tende a ser favorvel ao empregador, porm, relacionado conduta do(s) empregado(s). Exemplos seriam o prmio de produtividade, de zelo, assiduidade, etc;3. Distingue-se da gratificao por ser esta desvinculada de uma conduta direta e individual do empregado, relacionada a um fato objetivo fixado normalmente pelo empregador (frias, aniversrio, natal, etc);4. No possuem regulamentao heternoma no Direito do Trabalho, sendo, portanto, parcela salarial no tipificada;5. Na forma da Smula 209 do STF, o prmio tem natureza salarial e, sendo habitual, produz efeito expansionista circular;6. No pode ocorrer a supresso da clusula unilateral instituidora do prmio para aquela situao especfica, por ter a mesma aderido ao contrato do obreiro, entretanto, para que o empregado perceba o prmio deve cumprir a condio especificada (salrio condio);8) Outras parcelas dissimuladas1. Conforme salientado anteriormente, as ajudas de custo e dirias para viagem so exemplos de verbas indenizatrias que, pagas de forma fraudulenta e desvirtuada de seu objetivo, passam a ter carter salarial.2. Alm disso, outras verbas criadas pelo empregador (como a ajuda combustvel) podem ser indenizatrias ou evidenciarem fraude, conforme exame do caso concreto.9) Perodo para pagamento do salrio:1. No pode ser estipulado por perodo superior a 1 ms, salvo com relao a gratificaes, comisses e percentagens.(art. 459 da CLT).10) Moeda para pagamento do salrio:1. Deve ser pago em moeda corrente, sob pena de ser considerado como no realizado; (art. 463 da CLT).2. O pagamento em dinheiro ser, no mnimo, no equivalente a 30% do salrio mnimo, independentemente do salrio base do empregado;3. Pode ser pago em cheque, desde que no cruzado e da praa, com liberao do empregado para o devido saque, na forma da Conveno 95 da OIT.11) Recibo salarial:1. O pagamento do salrio dever ser efetuadoao empregado,mediante recibo assinado pelo mesmo ou, sendo ele analfabeto, mediante sua impresso digital ou, no sendo esta possvel, a seu rogo.(art. 464 da CLT)2. Ter fora de recibo o comprovante de depsito bancrio em conta aberta para este fim, em nome de cada empregado, com seu consentimento, em estabelecimento prximo ao local de trabalho.12) Momento para pagamento do salrio:1. Ser feito o pagamento em dia til e no local de trabalho, dentro do horrio de servio ou imediatamente aps o encerramento deste.(art. 465 da CLT)2. Exceo: depsito bancrio13) Multa prevista no art. 467 da clt1. As verbas rescisrias incontroversas no pagas na 1aaudincia sujeitam o empregador a multa de 50%.14) Descontos14.1) Urbano1. Adiantamentos;2. Decorrentes de lei;3. Moradia e alimentao: respectivamente 25% e 20% sobre o salrio base (ou contratual).4. ACT/CCT;5. Danos dolosos;6. Danos culposos mediante estipulao no contrato de trabalho7. Enunciado 342, TST: permite estipulao por acordo individual.14.2) Rural(ver artigo 9 da Lei 5889/73)1. Adiantamentos;2. Decorrentes de lei ou deciso judicial;3. Moradia e alimentao (respectivamente 20% e 25% sobre o salrio mnimo)15) Truck System1. Art. 462 da CLT2. Vedada a coao ao empregado por parte da empresa que mantenha armazm ou prestadora de servios;3. Caso o empregado no tenha acesso a outros locais, sendo obrigado ao uso dos mantidos pelo empregador, lcito a autoridade competente determinar as medidas adequadas, visando a que as mercadorias e os servios seja fornecidos a preos razoveis, sem o intuito de lucro e sempre em benefcio dos empregados.16) Equiparao Salarial(Ver nova Smula 6 do TST)16.1) Requisitos legais (art. 461)1. Identidade de funo;2. Mesmo empregador (admitido o grupo econmico);3. Mesma localidade (admitida a mesma regio metropolitana);4. Simultaneidade do exerccio funcional16.2) Impedimentos aquisio da equiparao salarial1. Diferena de tempo na funo entre paradigma e paragonado superior a 2 anos;2. Produtividade e perfeio tcnica (trabalho de igual valor);3. Pessoal organizado em quadro de carreira, hiptese em que as promoes se daro pelos critrios de antigidade e merecimento;4. Paradigma readaptado em virtude de deficincia fsica ou mental.PROTEO AO SALRIO1) INTRODUO1. Extenso s vrias parcelas trabalhistas, embora o ncleo bsico seja o salrio.2. Princpios: imperatividade das normas; indisponiblidade dos direitos e inalterabilidade contratual lesiva (art. 468, CLT);****Desdobram-se em protees jurdicas:1. Quanto ao valor do salrio;2. Contra abusos do empregador;3. Contra os credores do empregador;1. Contra os credores do empregado;2) PROTEES JURDICAS QUANTO AO VALOR DO SALRIO2.1) Irredutibilidade Salarial1. Restrita ao valor nominal do salrio;2. No recepo: 503, CLT (alterao unilateral) e Lei 4.923 (por sentena);3. Motivos para a reduo por ACT/CCT: Godinho entende que foram mantidos;4. Resciso indireta (483, d e g, CLT).2.2) Correo Salarial Automtica1. Visam preservar o valor real do salrio, em contextos de avanos inflacionrios significativos;2. Hoje no h tal critrio na lei, ficando a reviso salarial a critrio da negociao coletiva, na chamada data-base anual.2.3) Patamar Salarial Mnimo Imperativo1. Salrio mnimo legal2. Salrio Normativo3. Salrio Convencional (piso da categoria)4. Salrio profissional3) PROTEES JURIDICAS CONTRA ABUSOS DO EMPREGADOR1. Critrios para o pagamento do salrio, relativos ao tempo, modo e lugar: j examinados anteriormente;2. Irredutibilidade salarial: j examinada anteriormente;3. Intangibilidade salarial(vedao e controle dos descontos) j examinada anteriormente;4) PROTEES JURDICAS CONTRA DISCRIMINAES1. Discriminao: conduta pela qual se nega pessoa, em face de critrio injustamente desqualificante, tratamento compatvel com o padro jurdico assentado para a situao concreta por ela vivenciada.2. Equiparao salarial: j explicada anteriormente (salrio isonmico);3. Substituio de empregados: j explicada anteriormente (salrio substituio En. 159 do TST);1. Terceirizao permanente (no regida pela Lei 6.019/74):sendolcita, o patamar salarial dos empregados deveria se comunicar ao dos terceirizados, quando existir na empresa coincidncia de funes, o que no reconhecido pela jurisprudncia; sendoilcita, forma-se vnculo direto com o tomador de servios, propiciando eventual equiparao salarial, por estar presente, agora, o requisito do mesmo empregador. (ver Smula 331 do TST);1. Terceirizao regida pela Lei 6.019/74: j explicada anteriormente, havendo discriminao do temporrio assegura-se o direito ao salrio eqitativo, regido pelo artigo 12, a do aludido diploma legal;5) PROTEO CONTRA CREDORES DO EMPREGADOR5.1) Responsabilidade Trabalhista5.1.1) Solidria1. Grupo econmico (art. 2, 2 da CLT);2. Empreiteiro e subempreiteiro (art. 455 da CLT);3. Falncia no trab. Temporrio (art. 16 da L. 6.019/74)5.1.2) Subsidiria1. Scio da empresa;2. Terceirizao (En. 331, IV do TST)5.2) Falncia(Lei 11.101/05)1. Privilegiado: at 150 salrios mnimos (Art. 83. A classificao dos crditos na falncia obedece seguinte ordem: I os crditos derivados da legislao do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqenta) salrios-mnimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; (...));1. Quirografrio: aquilo que exceder de 150 salrios mnimos (Art. 83 (...) VI crditos quirografrios, a saber: (...) c) os saldos dos crditos derivados da legislao do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;);2. Possibilidade de que os empregados assumam o controle da empresa (auto-gesto) mediante a permuta de seus crditos porcotasda empresa (assumem os dbitos e crditos) ou peloativo(ocasio em que no assumem o passivo) da empresa (Art. 145. O juiz homologar qualquer outra modalidade de realizao do ativo, desde que aprovada pela assemblia-geral de credores, inclusive com a constituio de sociedade de credores ou dos empregados do prprio devedor, com a participao, se necessria, dos atuais scios ou de terceiros. 1oAplica-se sociedade mencionada neste artigo o disposto no art. 141 desta Lei. 2oNo caso de constituio de sociedade formada por empregados do prprio devedor, estes podero utilizar crditos derivados da legislao do trabalho para a aquisio ou arrendamento da empresa.);3. A cesso do ativo da falida a qualquer pessoa no produz os efeitos relativos sucesso de empregadores regida pelos arts. 10 e 448 da CLT (Art. 141. Na alienao conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo: (...) II o objeto da alienao estar livre de qualquer nus e no haver sucesso do arrematante nas obrigaes do devedor, inclusive as de natureza tributria, as derivadas da legislao do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. 1oO disposto no inciso II do caput deste artigo no se aplica quando o arrematante for: I scio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; II parente, em linha reta ou colateral at o 4o(quarto) grau, consangneo ou afim, do falido ou de scio da sociedade falida; ou III identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucesso. 2oEmpregados do devedor contratados pelo arrematante sero admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante no responde por obrigaes decorrentes do contrato anterior.);4. Suspenso de todas as aes, incluindo as trabalhistas (Art. 6oA decretao da falncia ou o deferimento do processamento da recuperao judicial suspende o curso da prescrio e detodas as aese execues em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do scio solidrio. 1oTer prosseguimento no juzo no qual estiver se processando a ao que demandar quantia ilquida.).5.3) Recuperao Judicial ou Extrajudicial da Empresa(Lei 11.101/05)1. Suspenso de todas as aes, incluindo as trabalhistas;2. Possibilidade deauto-gestoda empresa pelos trabalhadores e de reduo salarial dos empregados, respeitada a Constituio (Art. 50. Constituem meios de recuperao judicial, observada a legislao pertinente a cada caso, dentre outros: (...)VII trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive sociedade constituda pelos prprios empregados;VIII reduo salarial, compensao de horrios e reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva;);6) PROTEES JURDICAS CONTRA CREDORES DO EMPREGADO6.1) Impenhorabilidade1. Prevista no art. 649, IV do CPC, ressalvados os casos de penso alimentcia;6.2) Restrio Compensao1. Dvidas no trabalhistas so vedadas;2. Dvidas trabalhistas,na resciso, restritas ao valor mximo de 1 remunerao mensal do empregado (art. 477, 5 da CLT);3. Momento para a arguio: na contestao (En. 48, TST)6.3) Correo Monetria1. Todos os crditos (En. 211, TST);2. Nos dbitos do empregado no incide.6.4) Vedao Cesso do Crdito Salarial1. Na forma do art. 464 da CLT, o pagamento deve ser feito diretamente ao empregado.JORNADA NORMAL, HORAS SUPLEMENTARES, PRORROGAO DA JORNADA DE TRABALHO E DO TRABALHO NOTURNO1) DISTINES RELEVANTES1.1) Durao do trabalhoNa lio do Prof. Maurcio Godinho: Abrange o lapso temporal de labor ou disponibilidade do empregado perante seu empregador em virtude do contrato, considerados distintos parmetros de mensurao: dia (durao diria ou jornada), semana (durao semanal), ms (durao mensal), e at mesmo o ano (durao anual). (...) A expresso durao do trabalho que, na verdade, abrange os distintos e crescentes mdulos temporais de dedicao do trabalhador empresa em decorrncia do contrato empregatcio.Encontra-se regulada nos artigos 57 a 75 da CLT, em captulo prprio.1.2) Jornada de trabalhoPara Maurcio Godinho jornada de trabalho a expresso com sentido mais restrito do que o anterior, compreendendo o tempo dirio em que o empregado tem de se colocar em disponibilidade perante seu empregador, em decorrncia do contrato.Abrange o tempo efetivamente trabalhado, o tempo a disposio, bem como os intervalos remunerados.1.3) Horrio de trabalhoO horrio de trabalho diz respeito ao lapso temporal existente entre o incio e final de cada jornada de trabalho e, na forma do art. 74 da CLT, deve ser afixado em local visvel, no mbito do estabelecimento.2) COMPOSIO DA JORNADA DE TRABALHO2.1) Critrios bsicos de fixao da jornadaA) Tempo efetivamente trabalhadoTal critrio considera como componente da jornada apenas o tempo efetivamente trabalh