apostila escola dominical.doc

181
UM ENSINO RELEVANTE NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL Odila Braga de Oliveira INTRODUÇÃO "... o que ensina, esmere-se em fazê-lo (Rm 12:7b)." O ministério de mestre, daquele que educa, daquele que ensina, irá determinar o rumo daquele que aprende e, por isso, afirmamos que o ensino na E.B.D. é de grande relevância. O filósofo Espinosa afirmava que a melhor forma para se dominar o homem é mantê-lo na ignorância. Com isso ele queria dizer: "É conveniente ao governo manter o seu povo sem instrução, porque um povo ignorante é facilmente manipulado, dominado." Se este princípio é válido na política do terceiro mundo, ele não pode ser adotada na Igreja de Cristo. A Igreja Cristã não pode aceitar esta filosofia educacional. Cabe a ela dar prioridade à educação religiosa. O ensino da Palavra de Deus tem que ser relevante no meio do Seu povo. O Século XX foi marcado pela tecnologia: muita produção, muita rapidez no serviço. O homem moderno perdeu a visão, o ideal, a paixão, a esperança. Ele vive para gerar recursos de sobrevivência. Na educação secular desapareceu o professor educacional, idealista, para dar lugar ao professor profissional, ativista. Infelizmente esse perfil profissional adentrou as igreja e o professor da E.B.D. se tornou um ativista em suas funções, uma pessoa sem tempo, sem ideal, sem esperança. Como minimizar esse mal que atingiu as nossas igrejas? Como trazer de volta aquele professor da E.B.D. preocupado com seu aluno global: físico e espírito, corpo e alma? Como trazer de volta o professor que visitava seu aluno doente, seu aluno faltoso, seu aluno aniversariante? Que tinha tempo suficiente para orar com ele e por ele?

Upload: dilmarmcz

Post on 11-Aug-2015

542 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila Escola Dominical.doc

UM ENSINO RELEVANTE NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Odila Braga de Oliveira

 

INTRODUÇÃO

"... o que ensina, esmere-se em fazê-lo (Rm 12:7b)."

   O ministério de mestre, daquele que educa, daquele que ensina, irá determinar o rumo daquele que aprende e, por isso, afirmamos que o ensino na E.B.D. é de grande relevância.

   O filósofo Espinosa afirmava que a melhor forma para se dominar o homem é mantê-lo na ignorância. Com isso ele queria dizer: "É conveniente ao governo manter o seu povo sem instrução, porque um povo ignorante é facilmente manipulado, dominado."

   Se este princípio é válido na política do terceiro mundo, ele não pode ser adotada na Igreja de Cristo. A Igreja Cristã não pode aceitar esta filosofia educacional. Cabe a ela dar prioridade à educação religiosa. O ensino da Palavra de Deus tem que ser relevante no meio do Seu povo.

   O Século XX foi marcado pela tecnologia: muita produção, muita rapidez no serviço. O homem moderno perdeu a visão, o ideal, a paixão, a esperança. Ele vive para gerar recursos de sobrevivência. Na educação secular desapareceu o professor educacional, idealista, para dar lugar ao professor profissional, ativista.

   Infelizmente esse perfil profissional adentrou as igreja e o professor da E.B.D. se tornou um ativista em suas funções, uma pessoa sem tempo, sem ideal, sem esperança.

   Como minimizar esse mal que atingiu as nossas igrejas? Como trazer de volta aquele professor da E.B.D. preocupado com seu aluno global: físico e espírito, corpo e alma? Como trazer de volta o professor que visitava seu aluno doente, seu aluno faltoso, seu aluno aniversariante? Que tinha tempo suficiente para orar com ele e por ele?

I. DUAS VERDADES INSERIDAS NO TEXTO ÁUREO DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

   O texto áureo da educação cristã:"o que ensina esmere-se em fazê-lo", sugere duas verdades:

1. A primeira verdade:

"O professor da E.B.D. é um vocacionado."

   Paulo, no capítulo 12 de Romanos, fala sobre o valor dos dons, no serviço prestado na Igreja, e inclui o ensino como um dom concedido pelo Espírito:

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres" ( Ef 4:11).

Page 2: Apostila Escola Dominical.doc

   O que ensina precisa ter esta convicção de que foi Deus quem o chamou para esse ministério. O que faz diferença é o dom e é esse dom que fará dele um professor relevante. Dom é algo que vem de Deus, que nos faz viver por paixão.

   Para recuperar o sentido vocacional, o professor da E.B.D. não poderá ser escolhido, apontado pela direção da Igreja. É ele mesmo quem sente o chamado da parte de Deus e se apresenta à liderança, como um vocacionado.

   É preciso, portanto, repensar e reavivar o dom de mestre, nas igrejas.

2. A segunda verdade:

"O ensino, na Escola Bíblica Dominical, precisa ser relevante."

II. UM ENSINO RELEVANTE NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

   Queremos deixar três conceitos bíblicos de ensino relevante.

1. Primeiro conceito:

Ensino relevante é ensino que procede de Deus.

"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Tm 3:16).

   Não há nada que proceda de Deus que não tenha utilidade. Tudo o que vem da parte de Deus é necessário e fundamental. Na E.B.D. o único ensino relevante é aquele que procede da fonte genuína: a Palavra de Deus.

   Será que o ensino em nossas escolas bíblicas dominicais está atingindo o aluno, com relevância e utilidade?

2. Segundo conceito:

Ensino relevante é ensino feito com esmero.

"... e o que ensina, esmere-se em fazê-lo" (Rm 12:7b).

   a. Ensino com esmero significa gastar tempo no ministério.

   Isto não implica em ter que deixar tudo e só se dedicar ao ensino. Não! Gastar tempo no ministério significa viver todo tempo com o coração, com a mente, com a vida, voltados para a sua vocação.

   Gastar tempo no ministério é viver as dimensões de Deuteronômio 6:6,7:

   "Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te."

Page 3: Apostila Escola Dominical.doc

b. Ensino com esmero significa aplicar-se na formação de caráter.

   O ensino verdadeiro não pode estar preocupado somente com a transmissão de informações, de conhecimentos. A maior preocupação do professor deve ser a formação do caráter de seu aluno.

   O ensino deve ter objetivos claros e específicos. O professor precisa ter propósitos e fins definidos a atingir. Esse propósito deve ser o de formar, em seu aluno, um caráter forte, íntegro e verdadeiramente cristão.

   O ensino na E.B.D. deve ter como objetivo final, levar o crente ao crescimento espiritual, até que ele chegue à medida da plenitude de Cristo, conforme Efésios 4:13,14.

c. Ensino com esmero significa ensino convincente.

   Na Igreja, mais do que em qualquer outro lugar, o ensino não pode ser entediante, cansativo, monótono, neutro. O ensino da Palavra de Deus tem que ser comprometedor, tendencioso, engajador, envolvente, convincente.

   O ensino deve fortalecer as convicções do ouvinte. O professor deve desenvolver no seu aluno convicções muito fortes, de tal maneira que ele se torne um praticante daquilo que ouviu.

3. Terceiro conceito:

Ensino relevante é ensino que gera vida.

   "... eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10:10).

   A palavra ministrada, se não for genuína, gera frieza, cria resistência, endurece corações, alimenta dúvidas, decepciona pessoas.

   O professor de Bíblia precisa estar comprometido com a edificação de seu aluno:- Vida nova, de caráter espiritual, para aqueles que estão mortos em seus delitos e pecados, conforme Efésios 2:1.- Vida plena e abundante para aqueles que já nasceram de novo, conforme João 10:10.

III. COMO SE FAZ ENSINO RELEVANTE NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

1. Para que o ensino seja relevante é necessário que ele seja ministrado por gente santa e comprometida com Deus.

   A peça principal no processo ensino-aprendizagem é o professor. Ele é o porta-voz, a instrumentalidade de Deus no processo educacional.

   "Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavras, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós, e por amor de vós"(1 Ts 1:5).

Page 4: Apostila Escola Dominical.doc

Este texto nos mostra que:

a) Ensino relevante se faz com gente que confia a obra da educação à direção do Espírito Santo.

   "Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavras, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo..."

   Nada pode ser feito sem a capacitação do Espírito.

b) Ensino relevante se faz com gente que tem convicção do que crê e ensina: "...em plena convicção..."

   O professor de Bíblia não pode ser um neófito, um novato na fé, uma pessoa sem firmes alicerces espirituais. Ele tem que ter plena convicção daquilo que ensina e precisa ensinar com a autoridade de quem ensina a Verdade.

c) Ensino relevante se faz com gente que encarna a Palavra. "... assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós..."

    A qualidade mais importante de um professor é aquilo que ele é em si. Diz Price que a melhor encadernação para o Evangelho é a pele humana. É a encarnação da Palavra.

   Os alunos precisam testificar na vida do seu professor a veracidade das suas palavras.

d) Ensino relevante se faz com gente que ama. "... e por amor de vós."

   O verdadeiro ensino só pode ser feito por gente que ama: ama o que ensina e ama a quem ensina. O amor empurra o aluno para frente. É o amor de Deus, encarnado em seu Filho Jesus, e evidenciado em seus seguidores, que opera mudanças maravilhosas na vida do ser humano.

2. Para que o ensino seja relevante é necessário que ele tenha a Bíblia como livro-texto, sendo fiel a ela e aos seus ensinamentos e doutrinas.

"Fiel é a Palavra e digna de inteira aceitação" (2 Tm 4:9).

O professor precisa:

a) rechear a sua lição de textos bíblicos;

b) rever sempre as doutrinas básicas do Evangelho;

c) incentivar e orientar seu aluno no estudo da Bíblia em sua casa, durante a semana.

3. Para que o ensino seja relevante é necessário que ele seja feito com excelência.

   Excelência é qualidade do que é excelente, muito bom.

"Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente..."(Jr 48:10).

Page 5: Apostila Escola Dominical.doc

Serviço relaxado é serviço feito de qualquer maneira.

O mundo atual se prima pela eficácia, pela capacitação, pela excelência.

A Igreja de Cristo não pode ficar para trás. O ensino na E.B.D. não pode ficar arcaico, desatualizado. A vocação não exclui a necessidade de atualização.

Um ensino excelente inclui:

bom preparo da lição; estudo do material bíblico; uso das ferramentas que auxiliam no entendimento do texto bíblico; pesquisa em bons livros; uso de métodos adequados; treinamento contínuo; atualização pedagógica.

CONCLUSÃO

Relevância no ensino não é:

uma alternativa; um luxo; um detalhe.

Relevância no ensino é:

o propósito da Igreja; a razão da Igreja; ordenança bíblica; coerência com Deus.

   O nosso desejo é que o "Encontro de Atualização Pedagógica para Obreiros da Escola Bíblica Dominical" leve todos nós a sermos mais relevantes em nosso ministério de ensinar.

   Que cada um de nós, participante deste encontro, seja ricamente abençoado e motivado a dar maior importância e maior valor ao nosso ministério: Professor de Bíblia.

BIBLIOGRAFIA

GAGLIARD JR, Angelo. Educação religiosa relevante. 3. ed. Rio de Janeiro:VINDE, 1997.

PRICE, J.M. A pedagogia de Jesus: O Mestre por excelência. 7. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1990.

WARREN, Rick. Uma Igreja com propósito. Trad. Carlos de Oliveira. São Paulo: Vida, 1997.

Fonte: http://www.ebdweb.com.br

Page 6: Apostila Escola Dominical.doc

MAXIMIZANDO A BRINCADEIRA BÍBLICA E A DINÂMICA DE GRUPO

Profª Iza Vilanova Shoji

 

I – OBJETIVOS DAS BRINCADEIRAS BÍBLICAS E DINÂMICA DE GRUPO NA IGREJA

As propostas apresentadas neste seminário não se constituem um fim em si mesmas, mas estão direcionadas ao objetivo maior que é o aprendizado. São recursos que, quando utilizados no momento oportuno e na medida certa, tornam o ensino mais atraente, participativo, criativo e os seus efeitos marcantes e duradouros. Não podem substituir a lição ou estudo bíblico, mas são simples meios de vivenciar e fixar o ensino na mente e na emoção daqueles que estão no processo do aprendizado.

O ensino das verdades bíblicas, longe de ser relegado a um segundo plano, será dinamizado, através da motivação e da iniciativa desencadeadas pelas atividades lúdicas. O mais importante na aula é que haja o verdadeiro estudo da Palavra e que o professor esteja preparado para dar tal aula; as técnicas usadas devem estar em função de tornar o estudo da Palavra mais proveitoso e dinâmico. Se essa visão for deturpada, só haverá agitação e dispersão, sem que haja "aprendizagem".

I – BRINCADEIRAS BÍBLICAS

Será mesmo importante gastar tempo na igreja ( que já é pouco ) brincando? Se a brincadeira for bem direcionada e programada de maneira a contribuir para a aprendizagem a resposta certamente será afirmativa.

A brincadeira em época alguma constituiu assunto tão sério como hoje. Seja como pai ou mãe, como educador (a), Cidadão (ã) responsável, não podemos permanecer indiferentes ao observarmos as mais variadas manifestações de violência, especialmente quando atinge crianças e jovens.

Muitos estudos vêm sendo feitos, e hoje se fala muito em "inteligência emocional", que é a capacidade de se trabalhar com as emoções, resultando num equilíbrio pessoal e num bom relacionamento consigo mesmo e com o próximo. Nós como cristãos sabemos que quando deixamos o Espírito Santo dominar as nossas emoções e sentimentos, aí sim, conseguimos essa tão famosa "inteligência emocional". Mas a dimensão lúdica, que tanto a criança como também o adulto possui, não deve ser deixada de lado, pois vem facilitar o equilíbrio emocional do indivíduo.

Através de uma simples brincadeira, concurso ou jogo, pode ser liberada e experimentada uma imensa alegria, provando que o intercâmbio de relações humanas não tem porquê ser violento e competitivo. Uma brincadeira bem orientada nos leva à cooperação, à superação de nossas inseguranças, à descoberta de novos valores e ao companheirismo.

Page 7: Apostila Escola Dominical.doc

A – Alguns pontos a serem observados na preparação e execução das brincadeiras bíblicas:

- Reconhecer que este recurso é importante e deve ser levado à sério, não basta escolher uma lista de brincadeiras e jogá-las em cima do grupo;

- Conhecer as necessidades do grupo, idade e números de pessoas, contexto, aptidões;

- Definir bem o objetivo que deseja alcançar na reunião;

- Saber o momento de parar a atividade. A competição nunca deve assumir importância tal que estrague a comunhão entre os participantes. Quando perceber que os integrantes estão exaltados, somente querendo ganhar os pontos, é hora de encerrar, mudar os grupos e acalmar a tempestade. Esta é uma boa oportunidade para ensinar princípios bíblicos de vitória e derrota, contentamento e consideração mútua (Fp 2:3,4; Rm 12:10); por outro lado, cuidado para que a brincadeira não morra por falta de interesse;

- Disciplina dentro da liberdade do jogo: fazer respeitar as regras do jogo, exigir honestidade, ser justo e ter equilíbrio das equipes;

- Conhecer bem a atividade para poder explicá-la claramente, variando em cada reunião. Na bibliografia anexa, você encontrará a indicação de alguns autores que tratam com seriedade o assunto;

- Ter todo o material à mão (cuidado! não deve haver improvisos);

- Procure envolver todos os participantes do grupo nas brincadeiras, mantenha o bom humor, a alegria e a simpatia para com todos;

- É importante evitar esgotamentos físicos e situações bruscas que possam levar a alguém se machucar ou a constrangimentos.

B – Algumas brincadeiras bíblicas

As brincadeiras podem ser usadas com crianças e adultos nos mais diferentes lugares e situações: nas aulas da Escola Dominical para fixar o ensino, em reuniões, em acampamentos, encontros, etc. Aqui cito exemplos de brincadeiras pesquisadas em livros seculares (feitas as devidas adaptações) e de bons livros evangélicos dessa área. Mais exemplos podem ser consultados nos livros cuja referência bibliográfica cito no final dessa apostila. 

1. PERSONAGENS CÉLEBRES

Escrever o nome de personagens bíblicos com número compatível ao de participantes, sem conhecimento dos mesmos. Fixar nas costas de cada um. Todos passearão pelo ambiente e através de mímicas procurarão fazer com que cada participante identifique o personagem que está afixado em suas costas. Quem suspeitar de qual seja o seu personagem falará ao professor, se estiver certo ele se sentará, caso contrário, voltará a andar e procurar mais dicas.

Page 8: Apostila Escola Dominical.doc

2. JOGO DA VELHA

Elabore uma quantidade grande de perguntas referentes à lição do dia. O jogo poderá ser repetido com novas perguntas.

Risque no quadro-negro a base do jogo:  

É sorteado quem vai iniciar o jogo.

Cada grupo terá uma marca (X, 0, número, letra, etc.)

A resposta certa dará o direito de colocar a sua marca no lugar de sua escolha.

O grupo que conseguir completar uma horizontal, vertical ou diagonal, ganha o jogo.

Caso um grupo não saiba a resposta, passa a vez para o outro.

Variação:

As perguntas são colocadas em cada um dos quadrados no quadro-negro ou cartolina grande. Tem que ficar visíveis à distância. Podem ser várias cartelas que ficarão cobertas até o início do jogo.

O grupo sorteado irá indicar a pergunta que deverá ser respondida pelo adversário. Caso erre ou não saiba respondê-la, vai permitir que o grupo "perguntador" anote a sua marca acima da pergunta. Acertando é o grupo "respondedor" que marca. Naturalmente, deve haver uma preocupação para que o grupo contrário não "feche" o jogo, indicando as perguntas mais difíceis. De qualquer forma, o grupo que faz a pergunta deverá saber a resposta. Errando o outro, ele terá que respondê-la para poder marcar os pontos, caso contrário, passará a vez. 

3. AUTÓDROMO

O professor prepara perguntas sobre a lição ministrada e divide a sala em dois grupos. Desenhará na lousa ou fará em cartolina o autódromo (como no modelo), o professor poderá ter para cada equipe um carrinho miniatura que passará de casa em casa grudado por fita adesiva, ou, simplesmente marcará um X nas casas andadas. A pergunta será feita para os dois grupos ao mesmo tempo e cada um, depois de discutir a resposta entre si, escreverá em um pedaço de papel. A um sinal, os dois grupos levantam a resposta. O grupo que acertar anda uma casa. Ganha o grupo que chegar primeiro à última casa.

Page 9: Apostila Escola Dominical.doc

 

4. CHAMADA BÍBLICA

A equipe é dividida em times. O professor cita uma letra do alfabeto e os grupos têm 50 segundos para escrever o maior número possível de nomes próprios que comecem com aquela letra. Isso deve se repetir várias vezes e no final ganha o time que alistou o maior número de nomes. 

5. CORRENTE DE PERSONAGENS

O grupo deve sentar em círculo. Uma pessoa dá início a atividade mencionando o nome de um personagem bíblico. Quem está ao seu lado deve citar o nome de outro personagem que comece com a última letra do primeiro, mas não pode repetir um nome que já tenha sido falado anteriormente. Quem não souber vai saindo da brincadeira, até ficar o que será o vencedor. Exemplo de uma corrente: Davi-Isabel-Labão-Obede-Esdras-Samuel-Lameque-Ester...

3. QUEM SOU EU?

Dividir a equipe em dois grupos. Cada grupo, um de cada vez, escolhe um personagem e diz ao outro grupo: "Estou pensando em alguém cujo nome começa com _ _ _. O grupo adversário fará perguntas que só poderão ser respondidas com "sim" ou "não". Será anotado quantas perguntas foram necessárias até o grupo descobrir o personagem. Ganha o grupo que descobrir com menor número de perguntas. 

4. QUAL A LIGAÇÃO?

A turma é dividida em grupos. O professor fará um desenho na lousa, levará objetos ou figuras e o grupo tentará descobrir a qual história aquele objeto se relaciona. Exemplo: Leão-Daniel, Túnica-José, Peixe grande-Jonas, Porco-Filho Pródigo, etc. 

5. PESCARIA

Confeccionar varas de pescar: cabo de vassoura ou vara, barbante, clipe para ser o anzol e "peixes" de papel, contendo no verso perguntas relacionadas aos estudos bíblicos feitos. Prenda um clipe em cada peixe para facilitar a pesca e encaixe-os numa bandeja de areia. Cada grupo deverá pescar um peixe, mas para poder ficar com ele precisa responder corretamente a pergunta que consta em seu verso. Vence o grupo que conseguir juntar o maior número de peixes. 

6. JOGO DA FLOR

Confeccionar uma flor com dez pétalas (mais ou menos), essas pétalas deverão ser separadas umas das outras com um círculo no meio para ser o miolo. No verso de cada pétala haverá um número de 1 a 10 e esse verso poderá ser feito de papel camurça para que se prenda ao flanelógrafo. O grupo será dividido em duas equipes e a cada uma será feita uma pergunta da lição dada, caso a equipe

Page 10: Apostila Escola Dominical.doc

acerte, ela escolherá uma das pétalas e verificará quantos pontos obteve. No final se somarão os pontos para constatar a equipe vencedora. 

7. MÃO NO SINO

Formar duas equipes e dispô-las em filas, sendo que os primeiros participantes de cada equipe fique de frente um para o outro. No meio dos dois primeiros da fila colocar uma mesinha com um sino. O professor fará uma pergunta referente a algum assunto bíblico já estudado e o que tocar primeiro o sino responderá a pergunta. Se acertar, ganhará um ponto para a equipe, se errar, perderá um ponto.. No final se somarão os pontos para verificar a equipe vencedora, esses pontos poderão ser anotados na lousa pelo professor.

II - DINÂMICA DE GRUPO

A - Conceituação

A dinâmica de grupo é uma das áreas que mais progride no campo da psicologia. Suas características peculiares a tornam atrativas e eminentemente práticas. Essas dinâmicas são simples ferramentas, na qual a interação entre as pessoas do grupo é fundamental no aprendizado.

Para dinamizar um grupo, pode ser utilizado exercícios, que têm finalidades diversas. Uns buscam maior abertura da pessoa em relação às demais, tirando as barreiras que impedem uma verdadeira comunicação pessoal por causa de preconceitos e condicionamentos. Outros exercícios procuram despertar nas pessoas o sentido da solidariedade. Outros, ainda, buscam mais diretamente uma colaboração efetiva, afastando a frieza, o indiferentismo, a agressividade, a indiferença às coisas de Deus. Aparecem ainda exercícios que ajudam as pessoas a se conhecerem melhor, suas limitações, deficiências, suas habilidades, e aspectos que precisam ser trabalhadas por Deus. Há, enfim, exercícios que demonstram maturidade grupal, o grau de abertura, de harmonia, e seu ambiente de amizade, sinceridade, confiança e colaboração.

B - Objetivos

Na formação do grupo e na elaboração dos exercícios práticos é necessário ter objetivos claros e bem definidos, tanto individuais como em grupos, a serem alcançados a curto, médio e longo prazo, pois são oportunidades para incutir no aluno verdades bíblicas no mais profundo do seu ser, cujos valores o acompanharão por toda vida.

É bom salientar, que as dinâmicas se tornam eficientes quando utilizadas com muita destreza, esforço e entusiasmo; devem ser encaradas com o máximo de seriedade e criatividade, para adaptá-la ao grupo e atender os objetivos estabelecidos.

C – Os dez mandamentos para uma dinâmica criativa

É necessário seguir algumas diretrizes, que vamos chamar de os dez mandamentos para dirigir uma dinâmica criativa:

Page 11: Apostila Escola Dominical.doc

1. Ore pedindo orientação na preparação, e na aplicação da atividade na vida do grupo.

2. Prepare-se bem. Verifique se o local é adequado e o material necessário esteja disponível. Estude os procedimentos com antecedência, as regras e/ou princípios das idéias que pretende usar.

3. Divulgue as atividades do seu grupo com antecedência.

4. Adapte as idéias à sua realidade, idade, tamanho e as características do seu grupo.

5. Seja um líder entusiasmado ao conduzir a atividade.

6. Tenha coragem de experimentar idéias novas e inovar o programa da sua reunião ou escola dominical.

7. Seja sensível às reações do grupo. Não quebre as tradições com muita rapidez! Uma coisa é ter "casca dura" diante das críticas injustas de uma ou outra pessoa; outra, é não prestar atenção ao retorno que a maioria do grupo está dando.

8. Seja justo nas regras.

9. Seja flexível. Não deixe que o programa se torne cansativo.

10. Não faça do programa algo mais importante do que as pessoas.

D – Algumas dinâmicas de grupo  

3. APRESENTAÇÃO

Para que todos se conheçam e se sintam a vontade no grupo, o professor solicita que os participantes formem subgrupos de dois, com parceiros que não se conheçam. Durante alguns minutos as duplas se entrevistam mutuamente, logo após voltam ao grupo grande e cada membro fará a apresentação do colega entrevistado. Ninguém poderá fazer sua própria apresentação. 

4. A TROCA DE UM SEGREDO

Material necessário: pedaços de papel e lápis.

Desenvolvimento: os participantes deverão descrever, na papeleta, uma dificuldade que sentem no relacionamento e que não gostariam de expor oralmente;

A papeleta deve ser dobrada de forma idêntica, e uma vez recolhida, misturará e distribuirá para cada participante, que assumirá o problema que está na papeleta como se fosse ele mesmo o autor, esforçando-se por compreendê-lo.

Page 12: Apostila Escola Dominical.doc

Cada qual, por sua vez, lerá em voz alta o problema que estiver na papeleta, usando a 1ª pessoa "eu" e fazendo as adaptações necessárias, dando a solução ao problema apresentado.

Compartilhar: a importância de levarmos a cargas uns dos outros e ajudarmos o nosso próximo. 

5. CÍRCULO FECHADO

Desenvolvimento: O professor pede a duas ou três pessoas que saiam da sala por alguns instantes. Com o grupo que fica combinará que eles formarão um círculo apertado com os braços entrelaçados e não deixarão de forma nenhuma os componentes que estão fora da sala entrar no círculo. Com os componentes que estão fora o professor combinará que eles devem entrar e fazer parte do grupo. Depois de algum tempo de tentativa será interessante discutir com o grupo como se sentiram não deixando ou não conseguindo entrar no grupo.

Compartilhar: Muitas vezes formamos verdadeiras "panelas" e não deixamos outras pessoas entrar e se sentir bem no nosso meio. Como temos agido com as pessoas novas na igreja.  

6. RÓTULO

Material necessário: Etiquetas adesivas e pincel atômico

Desenvolvimento: divida a sala em vários grupos (com 5 a 6 integrantes), prenda na testa de cada integrante do grupo uma etiqueta com uma das consignas: sábio, ignorante, líder, bobo, mentiroso, bondoso, etc. Proponha um tema a ser discutido nos grupos, essa discussão, no entanto, será realizada de acordo com a consigna que cada pessoa levará na testa.

Compartilhar: Muitas vezes rotulamos as pessoas e não damos valor ao que ela realmente é. Jesus nos ensinou a olharmos o interior e não o exterior das pessoas. 

7. GARRAFAS DE GRAÇA

Material necessário: Uma garrafa de refrigerante vazia.

Desenvolvimento - Todos sentados em círculo. O professor coloca a garrafa deitada no chão no centro da sala e a faz girar rapidamente, quando ela parar estará apontando para alguém e dará uma palavra de encorajamento ou estímulo à essa pessoa. A pessoa indicada pela garrafa terá então a tarefa de girá-la e falar palavras de encorajamento para quem ela apontar e assim sucessivamente.

Compartilhar: as boas palavras edificam (1 Pe 4:10,11; Ef 4:29,30; Pv 12:25).

 

Page 13: Apostila Escola Dominical.doc

7. DESEJAR AO PRÓXIMO O QUE DESEJA A SI MESMO

Material necessário: lápis e papel

Desenvolvimento: O professor formará um círculo e distribuirá para os membros do grupo lápis e papel. Pedirá para cada um para escrever algum tipo de atividade que gostaria que o colega sentado à esquerda realizasse. Depois disso pedirá a cada um que leia o que escreveu e desempenhe a tarefa que havia sugerido ao seu colega.

Compartilhar: Mostrar na prática que não devemos desejar ao próximo aquilo que não queremos para nós mesmos. Mateus 7:12. 

8. VIRTUDES E DEFEITOS

Material necessário – Lápis e papel

Desenvolvimento - O professor pedirá a cada participante que forme par com alguém ( havendo número ímpar, uma dupla se transformará em trio ). Em seguida distribuirá uma folha de papel a cada participante que deverá escrever duas coisas de que não goste em si mesmo, iniciando com a expressão "Eu sou...". Ao concluir, compartilhará com o parceiro. Na mesma folha, deverá escrever 10 coisas que aprecie em si mesmo, iniciando com a expressão: "Eu sou...". Na maioria das vezes as pessoas sentem dificuldade de reconhecer suas qualidades, por isso o parceiro pode ajudar essa pessoa sugerindo várias qualidades e virtudes que acha que o outro possui. Ao concluir compartilhará com o parceiro

Compartilhar – Todos somos dotados de qualidades e defeitos, quando nos conhecemos bem podemos trabalhar com as nossas limitações e deixar que o Espírito Santo tenha mais liberdade em nossas vidas. Reconhecer as nossas qualidades não deve servir para a nossa soberba, mas sim, para louvor a Deus. 

9. PAINEL SIGNIFICATIVO

Material necessário – Papel pardo ou manilha, revistas, tesouras, colas e canetinhas coloridas.

Desenvolvimento – Essa dinâmica é para ser usada após um curso, uma palestra ou uma aula. A classe se disporá em círculo e cada participante receberá uma revista onde procurará uma figura ou qualquer outra coisa que expresse uma lição que tenha tirado para sua vida da palestra ou aula dada. Cada um terá a oportunidade de falar sobre o seu recorte que colará no papel pardo ou manilha escrevendo uma palavra significativa ao lado.

Compartilhar – Repensar em grupo sobre a mensagem ouvida e compartilhar os ensinamentos é de grande utilidade para o crescimento cristão.

Page 14: Apostila Escola Dominical.doc

CONCLUSÃO

E finalmente...

As brincadeiras bíblicas e a dinâmica de grupo não podem ser a base do seu ministério. Se você tentar construir o seu ministério com base em programas sociais ou brincadeiras, no final ficará exausto e ainda não construirá nada sólido na vida de seus alunos.

Porém, se você edificar o seu ministério com estudos bíblicos, evangelismo, louvor e comunhão cristã, e usar, quando julgar necessário, essas dinâmicas para fixar os ensinos, não haverá limites no que Deus pode fazer em seu grupo. Que Deus o abençoe! 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ANDREOLA, Balduíno A. – Dinâmica de Grupo: Jogo da Vida e Didática do Futuro; Ed.Vozes; Petrópolis, RJ; 1995.

ANTUNES, Celso – Manual de Técnicas de Dinâmica de Grupo de Sensibilização de Ludopedagogia; Ed.Vozes, Petrópolis, RJ; 1995.

FRITZEN, Silvino José – Exercícios Práticos de Dinâmica de Grupo; 1o e 2o Volumes; Ed. Vozes; Petrópolis, RJ; 1990.

MARY-ANN, Carol Sue Merkh – 101 idéias Criativas para Mulheres; SBPV Publicações; Atibaia, São Paulo; 1995.

LOPES, Jamiel de Oliveira – Aprendendo a Lidar com o Adolescente – Um Guia Prático para líderes e Professores da Escola Bíblica Dominical ; Ed. Candeia; São Paulo; 1997.

MERKH, David J. – 101 Idéias Criativas para Grupos Pequenos; Ed. Jumoc; Campinas, São Paulo, 1995.

MERKH, David J. – 101 Idéias Criativas para o Culto Doméstico; Ed. Jumoc; Campinas, São Paulo, 1994

YOZO, Ronaldo Yudi K. – 100 Jogos para Grupos; Ed. Ágora; São Paulo; 1996.

Iza Vilanova Shoji é Pedagoga, com pós-graduação em Psico-Pedagogia e coordenadora do Departamento Infantil da EBD da Igreja Cristã Evangélica de São José dos Campos.

Palestra apresentada em encontros da Editora Cristã Evangélica para professores de EBD.

Fonte: http://www.ebdweb.com.br

Page 15: Apostila Escola Dominical.doc

ORATÓRIA, A DINÂMICA DA COMUNICAÇÃO

Orivaldo E. Santos

 

A) A DINÂMICA DA COMUNICAÇÃO:

Houve ocasião em sua vida em que você se dava muito bem com alguém. Talvez esse alguém foi um amigo, um namorado ou namorada ou até mesmo um parente. Imagine você vivendo novamente essa ocasião e pense o que havia de tão especial naquela pessoa para que tudo fosse harmonioso.

Provavelmente, você vai dizer que pensávamos da mesma forma, gostávamos das mesmas coisas, dos mesmos filmes, dos mesmos livros, das mesmas musicas, até o modo de falar, de sentar, etc.

A verdade é que vocês tinham entre si, um elemento básico que se chama sintonia ou harmonia. Isto é a habilidade de penetrar no mundo da outra pessoa e fazer com que ela sinta que você a entende e que tem um vinculo comum. É a perfeita comunicação. Vocês se comunicavam de varias formas, com harmonia na troca de informações.

A comunicação entre as pessoas ocorre por meio de palavras, embora estudos mostram que apenas 7% das comunicações entre as pessoas ocorram por palavras em si. 38% da comunicação se dá através do tom de voz, e 58% da comunicação entre as pessoas se fazem através da fisionomia ou linguagem do corpo. A expressão facial, os gestos e os movimentos das pessoas define muito mais o que elas estão dizendo do que as palavras em si. Repare por exemplo, num humorista famoso, com algumas palavras consegue fazer o publico rir.

Vamos ver o que acontece quando alguém está em sintonia com outra pessoa: Se uma cruza os braços, a outra também cruza, se uma passa a mão no cabelo a outra também passa. E assim por diante, um procura imitar o outro.

Quando estamos em sintonia com alguém, estamos descobrindo coisas em comum, esse processo chama-se espelhagem.

Enquanto as palavras são captadas pelo consciente da mente da pessoa, a fisiologia está sendo captada no inconsciente, e é lá que o cérebro trabalha e pensa assim: essa pessoa é igualzinha a mim, que bom, ela é 10. E assim gera uma grande atração.

Se você quiser entrar em sintonia com alguém, comece então a observar e a espelhar o tom de voz, a velocidade com que ela fala, a pausa, as palavras, capte as frases favoritas dela, imite a postura, os gestos, a expressão facial, até mesmo a forma de respirar dela. Pode até parecer absurdo, mas é assim mesmo que funciona o processo de sintonia.

Há muitas particularidades numa espelhagem. Existem três sistemas representativos básicos que temos que observar.

Page 16: Apostila Escola Dominical.doc

SISTEMA AUDITIVO, SISTEMA VISUAL E SISTEMA SINESTÉSICO.

A maioria das pessoas tem fortes preferências para o sistema a qual tem maior tendência. Uma vez, se você descobrir qual sistema e mais desenvolvido, na pessoa que você está tentando se comunicar, você estará simplificando radicalmente o caminho para ter uma boa sintonia com ela.

Vamos ver como isso funciona nas pessoas:

Sistema Auditivo - Pessoas auditivas compreende melhor o mundo através do ouvido, são mais seletivas sobre as palavras que usam, porque as palavras significam muito para elas, porisso é cuidadoso no que diz, elas prestam muita atenção naquilo que ouvem. É possível identifica-la pela maneira que falam, normalmente elas usam frases assim: "isto que você diz, não soa bem". "Diga-me alto e em bom tom". Essas pessoas falam modularmente, nítida e ressonante. Os gestos caracteriscos são cruzar as mãos ou os braços.

Sistema Visual - Pessoas visuais, compreende melhor o mundo através daquilo que vê, através de imagens, e usam frases assim: "É assim que vejo isto", "Eu vejo o seu ponto de vista". A fala é sempre rápida em tom alto e agudo as vezes forçada, porque elas tentam por palavras a imagem, tem tendência a falar por metáforas, usam bastante os dedos para indicar.

Sistema Sinestésico - As pessoas sinestésicas não vê e nem ouve o mundo apenas sentem o mundo. Reagem a sensações. Suas frases caracteristas são: "Eu senti bastante o que você disse". Não senti firmeza naquelas palavras. Essas pessoas falam num tempo lento, às vezes com longas pausas e num tom baixo e profundo. Seu gesto característico e o tato com as coisas ou pessoas.

Existem inúmeras sugestões, e isto variam de pessoas para pessoas, porisso e preciso fazer uma observação minuciosa, e se você conhecer o principal sistema representativo de alguém estará no caminho certo para entrar no mundo dela.

Agora imagine você tentando convencer a alguém a fazer alguma coisa e ela está num sistema representativo auditivo e você diz a ela: Veja como isso é muito belo, e você fala muito rápido e estridente. É bem provável que você não consiga convece-la.

As pessoas normalmente usam os três sistemas representativos e a forma correta de entrar em sintonia é usar sempre os três sistemas, mas concentrando-se naquela em que se destaca na pessoa.

Vamos ver qual o seu sistema representativo predominante;

Assinale a alternativa que mais lhe convém e depois siga as instruções no final.

1- Gosto mais de realizar as coisas :

A) por escrito

B) oralmente

C) realizando tarefas

Page 17: Apostila Escola Dominical.doc

2 - Eu adoro ganhar presente que seja:

A) bonito

B) sonoro

B) útil

3- Eu sempre lembro nas pessoas:

A) a fisionomia

B) a voz

C) os gestos

4- lembrar um filme, as primeiras coisas que vêm a mente são:

A) as cenas

B) os diálogos

C) as sensações

5- Na maioria das situações eu prefiro:

A) observar

B) ouvir

C) fazer

6- A atividade que mais me interessa:

A) fotografia,

B) musica

C) dança

7- Tenho mais facilidade em aprender:

A) lendo

B) ouvindo

C) fazendo

8- Tenho muito prazer em:

Page 18: Apostila Escola Dominical.doc

A) ir ao cinema

B) assistir uma palestra

C) praticar esporte

9- Eu não suporto:

A) claridade

B) barulho

C) aglomeração de pessoas

10- quando estou confortando alguém:

A) mostro um caminho

B) digo uma palavra de conforto

C) abraço a pessoa

11- As minhas decisões são sempre com base:

A) no que vejo

B) no que ouço

C) no que sinto

12- Fico mais interessado quando:

A) me mostram

b) me falam

c) me convidam para participar

13- Quando vou a compra:

A) procuro olhar bem o produto

B) procuro ouvir o vendedor

C) procuro experimentar

14- Quando estou aguardando alguém:

A) observo o ambiente

Page 19: Apostila Escola Dominical.doc

B) presto atenção nas conversas

C) fico andando ou mexendo nas coisas.

15- O carro do meu sonho é

A) bonito

B) silencioso

C) confortável

16- Numa apresentação o que me atrai é:

A) a iluminação

B) as musicas

C) a interpretação

17- Eu sei quando alguém gosta de mim:

A) pelo jeito de me olhar

B) pelo jeito de me falar

c) pelas suas atitudes

18- O que mais aprecio num restaurante:

A) o ambiente

B) a conversa

C) a comida

19- O que mais admiro nas pessoas:

A) a aparência

B) o que elas dizem

C) o que elas fazem

20- Nas minhas ferias eu prefiro:

A) conhecer novos lugares

B) descansar

Page 20: Apostila Escola Dominical.doc

C) participar de atividades

 Agora some quantas vezes você assinalou cada alternativa, preenchendo o espaço correspondente e multiplique por cinco conforme o esquema abaixo:

A ..............x 5 = .......... % (visual)

B ..............x 5 = .......... % ( auditivo)

C ..............x 5 = .......... % ( cinestésico)

Qual é o predominante?................................

O ideal é haver o equilíbrio dos sistemas representativo.

Se no seu teste há disparidade acentuada de um sistema para o outro, é bom trabalhar mais no seu sistema menos desenvolvido.

B) A ORATÓRIA

Oratória: é em resumo, a arte de se falar em público.

Retórica: A arte de bem falar. Conjunto de regras relativas à eloqüência.

Eloqüência: A força de dizer. A faculdade de dominar por meios das palavras o animo de quem ouve. Talento de convencer. Deleitar ou comover. Arte de bem falar.

Homilética: A arte de pregar sermões religiosos.

Orador: Pessoas que discursam bem em publico, que tem o dom da palavra, pessoas eloqüente.

Discurso: Disposição metódica sobre certo assunto. Reprodução de palavras de alguém nos termos exatos na terceira pessoa.

A Oratória dinâmica visa despertar a rapidez na emissão de mensagens; com direcionamento lógico e preciso das informações que pretendemos levar a um grupo de pessoas, agindo com persuasão homogêneas.

Na Antigüidade houve, dois grandes oradores. Um foi Cícero, o outro Demóstenes. Quando Cícero falava, as pessoas aplaudiam e elogiavam: "Que grande discurso!" Quando Demóstenes terminava, o povo dizia: "Marchemos!" Esta é a diferença entre apresentar um discurso e persuadir.

O sucesso da oratória consiste na eficácia da persuasão. Envolver o publico.

Algumas pessoas acreditam que é inconveniente ter o controle da persuasão. Mas no mundo em que vivemos, a persuasão e um fato pertinente. Há sempre alguém persuadindo alguém. Ou você persuade ou é persuadido.

Page 21: Apostila Escola Dominical.doc

Nos dias de hoje, são muitos os mecanismos poderosos para persuasão em massa. Isto significa, mais pessoas bebendo Coca Cola, mais pessoas comprando carro novo, mais dona de casa usando Bom Bril, porque tem "mil e uma utilidades."

Estamos constantemente rodeados por pessoas com tecnologia, know how para nos persuadir a fazer ou comprar alguma coisa. Muitas dessas pessoas gastam bastante dinheiro para persuadir através da propaganda.

Observe que uma boa propaganda, campanha política, ou apelo, usam de imagens e sons que atraiam e afetam nossos três sistemas representativos que são o auditivo, visual e sinestésico.

O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

Pesquisas mostram que, nos EUA, o medo de se falar em público é maior do que o medo de morrer. Este medo ( caracterizado pelo famoso "frio na barriga" ), é um dos maiores inimigos do professor da EBD e pregadores.

QUAIS AS CAUSAS DO MEDO DE SE FALAR EM PÚBLICO?

a. Traumas infantis - é uma das causas mais comuns entre os professores. Geralmente, este trauma surge de "apresentações improvisadas" dentro das salas de aula de ensino infantil. Lembra-se daquela professora que lhe obrigou a recitar um texto na frente da sala naquele dia traumático ( e que você tremeu mais que vara verde! )? Pois é, profissionais assim são responsáveis pela maioria dos casos de traumas de se falar em público.

b. Desconhecimento da matéria - o total, ou parcial, despreparo na matéria da qual falamos nos gera insegurança: temos medo de que alguém faça uma pergunta acerca de um tópico do qual não estudamos bem.

c. Insegurança - o medo de se expressar e não Ter o resultado desejado pode estar "minando" o seu potencial criativo.

COMO CONTROLAR O MEDO?

Certo orador famoso falou que "nenhum curso ensina como perder o medo de se falar em público. O que pode ser aprendido é como dominar o nosso medo". O que passaremos agora são recomendações úteis para se controlar o medo. 

1. Controle seu nervosismo - não alimente a chama do seu nervosismo. Roer unhas, colocar as mãos no bolso, mexer os dedos, etc. - são atos que alimentam o nosso nervosismo. Evite-os.

2. Quando o medo aparecer encare-o normalmente - quando os sintomas do medo aparecer em você (suor, empalidecimento, tremores, etc.) encare-os como algo comum.Todos os grandes oradores que você admira passam pelas mesmas situações que você; só que com uma diferença: eles aprenderam a controlar o medo.

3. Tenha uma atitude correta - os psicólogos falam que o "corpo fala"; geralmente esta linguagem é estampada em nossos corpos através de gestos. Normalmente os nossos gestos são inconscientes e as pessoas observam isto. Nossos gestos mostram o que se passa em nosso íntimo. Portanto, quando for dar uma aula, ou preleção, apresente-se de uma maneira que

Page 22: Apostila Escola Dominical.doc

passe segurança a quem lhe ver. Tenha passos firmes e tranqüilos. Isto passará para o auditório uma imagem positiva ao seu respeito.

4. Saiba o que falar - faça um propósito de sempre falar do que você tem certeza ou domina bem. Como vimos anteriormente, o desconhecimento da matéria é uma das causas do medo. Portanto, negue-se a falar o que você não sabe.

5. Não adquira "vícios de orador" - Mãos no bolso, segurar canetas, segurar revistas, segurar livros, etc. Estes são algum "alivia-medo" mais comuns nos meios pedagógicos. Estes "vícios" em nada ajudam em controlar o nervosismo. Por isso, evite-os; pois poderá cansar o auditório.

Cuidado com os vícios de linguagem ( né, ta, viu, etc.)

6. Chame a sua voz com a respiração – Antes de falar é ideal fazer um relaxamento dos ombros, cabeça e pescoço.

Para passar do silêncio para o som, as cordas vocais estarão se aproximando para realizarem uma vibração, por isso, comece a falar com cuidado, suavemente, para não depender demasiada força.

O nervosismo deixa a voz enroscada na garganta e cada frase é pronunciada com dificuldade, aumentando assim a intranqüilidade de quem fala. Tossir, pigarrear, além de ser desagradável aos ouvidos de quem ouve não resolve o problema, pelo contrário, pode agrava-lo. Se ocorrer um desequilíbrio na voz, durante a aula, chame a sua voz respirando profundamente e ficando tranqüilo.

7. Pratique - O medo de se falar em público só é controlado quando praticamos. Com o tempo você fará tudo automaticamente. Não se preocupe se hoje você não fez "grandes coisas". Amanhã pode ser o seu dia. Lembre-se: todos aqueles que você admira falar, já passaram pelo que você passa.

8. Lembre-se - Quando se postar diante de uma platéia lembre-se destas técnicas e de que você não deve nada a ninguém. A melhor recompensa que um orador pode receber é a atenção que os ouvintes podem lhe dar.

9. Observar as pessoas - a fim de definir o assunto de interesse delas.

10. Desperte o interesse - Sempre despertar o interesse e a curiosidade do publico a fim de fugir da oratória maçante.

Observe o comportamento do auditório, pois este serve de base para avaliação do desenvolvimento e recepção do sermão.

O olhar, os braços, a expressão facial, a postura do ouvinte são elementos que nos falam e transmitem mensagens em códigos que quando bem captadas lhe dá uma visão geral de seu desempenho e do andamento da pregação. Assim poderá se adequar ao momento e até mesmo dar um outro rumo em sua pronunciação.

Page 23: Apostila Escola Dominical.doc

O CINCO "NÃOS" DE UM BOM PROFESSOR/PREGADOR 

1. Não peça desculpas ao auditório - geralmente estas desculpas são duas: problemas de saúde e desconhecimento da matéria. Se você fizer isto passará uma mensagem negativa para a platéia que não o ouvirá com "bons ouvidos".

2. Não conte piadas - contar piadas fora do contexto da palestra é prejudicial. Poderá causar risos, mas, e depois? Nunca use a piada para "dar graça" a sua matéria.

3. Não comece sua aula com palavras vazias que demonstram falta de objetividade - palavras como: bem, bom, aí e então, não possuem nenhum significado e ficam soltas, dificultando a conquista do auditório. Evite usar a palavra não, talvez, pode ser, não tenho certeza.

Use as palavras corretas para convencer e nunca dar margens para indecisão.

4. Não firme posição em assuntos polêmicos - o bom professor deve ser imparcial. Ao tomar posição em um assunto polêmico (divórcio, drogas, aborto, etc.) o professor corre o risco de perder a simpatia de boa parte da sala. O professor deve levar a cada aluno a tirar suas próprias conclusões.

5. Não usar chavões ou frases vulgares - Chavões do tipo "oh! Glória!", "tá amarrado!", etc. Colocam a sua pessoa como um simples imitador. Todo bom professor tem o seu próprio estilo.  

O QUE TODO BOM PROFESSOR FAZ 

1. Ele aproveita as circunstâncias - todo bom professor sabe aproveitar bem o tempo ( o relógio é o seu melhor amigo ), o lugar ( o espaço físico deve ser observado pelo professor evitando transtornos durante a aula), e a matéria ( o bom professor aproveita todas as informações que a matéria pode lhe passar.)

2. Ele dá uma informação que causa impacto no auditório - o bom professor procura, na matéria a ser dada, um fato que seja do desconhecimento do auditório. Todo aluno gosta de ouvir coisa nova.

3. Ele explica tudo - desde termos simplórios, até definições teológicas. Nunca espere que seus alunos saibam o que você sabe.

4. Ele elogia o auditório - os melhores professores são aqueles que elogiam os alunos. Faça o mesmo.

5. Ele promete brevidade - nenhum aluno gosta de professores maçantes. O professor deve ser direto.

6. Ele levanta reflexões - como professor você não deve pescar para o seu aluno. Você deve ensinar ao aluno como pescar. Ensinar não é tirar responsabilidades; é dar responsabilidade. Leve seu aluno a ter opinião própria. Porém, não transfira problemas para os participantes, sem fornecer-lhes alternativas.

7. Ele demonstra total conhecimento da matéria dada - isto cativa qualquer auditório e controla qualquer medo. Se sei, porque temer?

PERGUNTAS BÁSICAS SOBRE TÉCNICAS DE ORATÓRIA 

a. Como se usa o microfone?

- não toque no fio;

Page 24: Apostila Escola Dominical.doc

- não bata nem limpe o microfone diante do público;

- não comente nada, com ninguém, próximo ao microfone;

- antes de começar a falar regule bem o microfone;

- analise qual à distância que você deve falar do microfone. Aconselhamos uns 30 centímetros;

- deixe o auditório ver o seu rosto. Deixe o microfone uns dois centímetros abaixo do queixo;- 

- ao falar não segure no pedestal e fale sempre olhando sobre o microfone;

- não grite;

- se precisar segurar o microfone na mão evite gritar. Segure o microfone com a mesma distância que começou a aula.

b. Quando houver uma pergunta da qual não sei a resposta?

se a pessoa que perguntou "tem cara" de que sabe a resposta, devolva a pergunta para ele.

Pode-se "jogar" a pergunta para o grupo;

Evite dizer que não sabe a resposta. Isto enfraquece a sua reputação.

c. E quando os alunos conversam durante a aula?

fale um pouco mais baixo do que eles. Isto chamará a atenção deles;

fale olhando na direção de quem conversa;

pare de falar;

peça que se cale;

retire-se da sala ou sente-se.

Faça uma pergunta ao conversador.

d. Como usar o quadro negro?

enquanto escrever não pare de falar;

não fique na frente do quadro enquanto estiver escrevendo;

escreva com um bom tamanho de letra. Nunca de as costas para o publico. Isto demonstra indiferença, e arrogância.

Page 25: Apostila Escola Dominical.doc

e. E se eu for convidado para dar uma aula de improviso?

A resposta é simples: não vá.

f. Como manter o auditório acordado?

Observe o comportamento do auditório, pois este serve de base para avaliação do desenvolvimento e recepção do sermão.

O olhar, os braços, a expressão facial, a postura do ouvinte são elementos que nos falam e transmitem mensagens em códigos que quando bem captadas lhe dá uma visão geral de seu desempenho e do andamento da pregação. Assim poderá se adequar ao momento e até mesmo dar um outro rumo em sua pronunciação.

Note exemplo de uma pessoa que como um todo, oferece grande resistência;

As pernas presas aos pés da cadeira revela que a pessoa está segura em sua posição e não abre mão do seu ponto de vista;

Os braços cruzados indicam resistência, proteção ou dúvida; O rosto mostra que a pessoa não te olha nos olhos, desinteresse, receio, acanhamento

ou medo; Os olhos indicam desconfiança.

É importante destacar que estas posições nem sempre acontecerão ao mesmo tempo.

Há casos que somente alguns destes elementos estarão presentes. O pregador deve estar atento ao comportamento geral dos ouvintes.

Em grandes auditórios, com muitos ouvintes, não se pode observar características isoladas, mas o todo.

Quando muitos ouvintes estão folheando a bíblia ou outras literaturas podem estar procurando algo mais interessante ou importante, para eles, do que ouvir a mensagem;

Conversação geral é desinteresse ou cansaço psicológico da congregação; Movimentos constantes com o corpo, bem como levantar-se a todo momento, é sinal

de cansaço físico pelo tempo da programação; A forma como estão sentados (postura).

Obtenha sempre uma resposta do público.

Use desses recursos:

Sinestesia - pressão, a intensidade da evolução da oratória.

Perceba o comportamento do publico. Use os sistemas representativos.

Temperatura - temperamento da oratória. Nível de agressividade, da emoção, do humor.

Textura - Contagiar o publico. Ir buscar, pegar o publico. Use o senso de humor e alegria.

Page 26: Apostila Escola Dominical.doc

Faça transparecer se seguro, forte, e confiante com muita fé, no que estiver transmitindo, a fim de contagiar o publico e conquistar o Carisma.

Movimente-se com moderação.

Use várias tonalidades de voz:

Intensidade: Cuidado para não usar a intensidade de forma inadequada. Ex.: Falar excessivamente alto em situações onde não é exigido este esforço como, ao telefone ou com uma só pessoa.

Leia uma lista de palavras ou texto com voz suave, como quem não quer acordar ninguém. Fale, mas não sussurre.

Altura: Classifica-se em grave, média e aguda. Devemos empregar o registro médio para falar. As vozes bem impostadas não apresentam diferenças de timbre na passagem de um registro para o outro.

Fale a seqüência de dias da semana prolongando a última vogal. Ex.: Segunda, a,a,a,.. Observe o tom que você emitiu e tente gravá-lo na memória.

Timbre: É a melodia da voz. O timbre é proporcionado pelo sistema de resistência e depende das qualidades físicas do falante.

Ritmo: Movimentos com sucessão regular de sons fortes com relação a elementos fracos.

É pela observação do ritmo da respiração e identificação com a pulsação que se pode obter uma harmonia adequada, tanto ao movimento como a fala.

Inflexões: As inflexões são ondulações da voz que se elevam ou se abaixam, quando expressamos o nosso pensamento.

Toda frase falada descreve uma curva melódica.

Vejamos "Bom dia!" pronunciado com várias modulações:

1. Indiferente 2. Natural 3. Atencioso 4. Alegre 5. Surpresa 6. Raiva

O pregador precisa saber interpretar e exprimir bem os sentimentos para que sua pregação tenha mais "vida". Saber expressar o que está escrito no texto e seus próprios sentimentos.

Vamos ao exercício: Procure exprimir com clareza os seguintes sentimentos de acordo com as frases:

vontade – "Hei de vencer, haja o que houver" "Tudo posso naquele que me fortalece".

Page 27: Apostila Escola Dominical.doc

alegria – "Como é boa a vida!". "Jesus me libertou!"

coragem – "Irei e enfrentarei a situação." "Se Deus é por nós quem será contra nós?"

medo – "Estão nos perseguindo"

orgulho – "Consegui uma promoção por bons serviços prestados"

humildade – "Quem sou eu, meu caro amigo"

surpresa – "Tirei em primeiro lugar no concurso"

importante: 

1. Não fale com muita intensidade, reserve forças para o ponto culminante. 2. Não deixe que a voz caia nas últimas sentenças das palavras. 3. Respire de forma disciplinada 4. Varie a força, a velocidade e o ritmo da voz para não cansar a platéia. 5. Leitura do sermão somente em solenidade ou formaturas especiais.

g. E se eu errar, o que fazer? Devo corrigir ou continuar a aula?

depende do tipo de erro. Se a informação prejudicar o que você está explicando é melhor corrigir. Se foi uma pronúncia errada, que não prejudicará a explicação você deve continuar.

h. Como devo preparar a minha matéria?

1. Deve-se ver o que se sabe sobre o assunto.

2. Conversar com outras pessoas acerca do assunto.

3. Faça pesquisas. Não se limite à Bíblia.

4. Coloque todas as informações no papel.

5. Distribua as informações dentro do esboço da aula

6. Treine.

i. Como manter o interesse dos alunos?

Sempre despertar o interesse e a curiosidade do publico a fim de fugir da oratória maçante.

Prepare o seu aluno para aula - cite algo interessante logo no início;

saia um pouco da matéria e aborde um fato bem-humorado, voltando, em seguida, para a matéria.

Page 28: Apostila Escola Dominical.doc

Demonstre sentimento de prosperidade. As pessoas só acreditam em quem prospera.

j. E quando der um "branco"?

o "branco" é devido ao excesso de nervosismo, falta de conhecimento profundo e falta de seqüência lógica na apresentação; se ocorrer o "branco" recapitule as últimas informações que você passou para o auditório, de preferência com palavras diferentes.

Dicas gerais 

1. Seja positivo 2. Se prepare para dar a aula. 3. Chegue cedo, antes dos alunos, para recepcioná-los; 4. Conheça o lugar onde você vai dar aula. é importante se movimentar antes da aula no

local da aula, para evitar futuros "micos". 5. Sorria. 6. Cumprimente a todos. 7. Trate o aluno pelo nome 8. Olhe sempre nos olhos do aluno quando ele lhe fizer uma pergunta 9. Gesticule ( sem exagero) 10. Movimente-se ( sem exagero) 11. Fale de maneira modulada 12. Evite apoiar-se em uma perna 13. Estimule a participação ativa do aluno 14. Estimule perguntas 15. Estimule discussões 16. Use linguagem coerente com o seu grupo 17. Aprenda a perguntar 18. Saiba ouvir 19. Cronometre o seu tempo de aula 20. Evite interrupções quando o aluno estiver falando 21. Em uma discussão não se envolva emocionalmente 22. Tenha contato freqüente com o seu aluno 23. Escreva para o seu aluno 24. Tenha um registro particular de cada aluno

APRESENTAÇÃO EM PUBLICO

A apresentação pessoal é muito importante. Sua credibilidade está vinculada ao traje. Havia uma propaganda que dizia: O mundo trata melhor quem se veste bem, e isto é uma grande verdade.

Apresentação de paletó e gravata: demonstração de poder.

Apresentação com gravata sem paletó: demonstração de semi poder.

Postura: sempre ereto, cabeça erguida.

E boa aula!!!

Page 29: Apostila Escola Dominical.doc

Orivaldo E. Santos é escritor, autor do livro: O Despertar de Uma Nova Era, seminarista, conferencista de assuntos misticos/esotéricos/Nova Era (à luz da bíblia) e ministrando também a professores das EBDs. Está cursando o terceiro ano de Teologia e é Coordenador Regional da Escola Bíblica Dominical da Igreja do Evangelho Quadrangular da Região Eclesiástica Sorocaba, SP II. E -mail: [email protected]

Fonte: http://www.ebdweb.com.br

Page 30: Apostila Escola Dominical.doc

REVITALIZANDO A ESCOLA DOMINICAL

O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis

 

Introdução: Nosso estudo tem como objetivo a reflexão sobre o que é aprender e o que é ensinar. Como o próprio nome sugere "ensino-aprendizagem", trata-se de um binômio inseparável. Estes dois termos "aprender" e "ensinar" não podem se separar. Eles estão intimamente relacionados e um depende do outro para existir.

Em Dt 4:1 vemos o termo "ensinar" e em 5:1 o termo "aprender". Na língua Hebraica tirando o sufixo e o prefixo das duas palavras vamos notar que trata-se da mesma raiz. Isto mostra que trata-se de dois vocábulos que são independentes. Não existe ensino sem aprendizagem e também não existe aprendizagem sem ensino. O que o professor faz e o que aluno faz estão ligados entre si.1

I. entendendo o conceito ensino-aprendizagem

1) O que é ensinar?

Ensinar é a tarefa do professor. É o processo de facilitar que outras pessoas aprendam e cresçam. Ensinar é todo o nosso esforço de levar alguém a aprender. Não se trata de passar informações de uma mente para outra como objetos de uma gaveta para outra. O mero derramar diante do aluno o conteúdo do seu conhecimento, não significa que o professor está ensinando.

Na pedagogia tradicional, a proposta da educação é centrada no professor cuja função define-se por vigiar os alunos, ensinar a matéria e corrigi-la. A metodologia decorrente desta concepção tem como princípio a transmissão de conhecimento através da aula do professor. O professor fala, o aluno ouve e aprende. O professor não dá espaço para o aluno participar de seu aprendizado. O aluno é passivo neste processo, pois é o professor que detém o saber.

"Ensinar, entretanto, não é somente transmitir, não é somente transferir conhecimentos de uma cabeça a outra, não é somente comunicar. Ensinar é fazer pensar, é estimular para a identificação e resolução de problemas; é ajudar a criar novos hábitos de pensamento e ação"2

Na pedagogia moderna, chamada de Escolanovista3, o professor é visto como facilitador no processo de busca do conhecimento que deve partir do aluno. Cabe ao professor organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando suas ações às características individuais dos alunos, para desenvolver suas capacidades e habilidades intelectuais.

Pergunta para nossa reflexão: por que o ensino é tão pouco eficiente em termos esforço docente/ aproveitamento discente?

1.Bruce Wilkinson, As 7 Leis do Aprendizado ( Venda Nova: Ed. Betânia , 1998), 21

Page 31: Apostila Escola Dominical.doc

2.Juan Diaz Bordenave e Adair Martins Pereira, Estratégias de Ensino-Aprendizagem ( Petrópolis: Ed. Vozes – 1977 ), 185

3.Maria Lúcia de A. Aranha, Filosofia da Educação ( São Paulo: Ed. Moderna, 1989), 167-171

2) O que é aprender?

Assim como o papel do médico é levar o paciente a se curar, o papel do professor é levar o aluno a prender. Aprender é adquirir domínio sobre o conteúdo ensinado, mas é mais que isto; é traduzir na prática o que foi e está sendo ensinado. A aprendizagem acontece dentro do indivíduo, mas seus efeitos são comprovados exteriormente em comportamentos externos. Em outras palavras, a mudança de vida é evidência de que houve aprendizagem.

É bom que se diga, que não se trata de uma mudança mecânica ou condicionada. Ser treinada a fazer determinadas coisas não caracteriza aprendizado. Uma coisa é saber que não se deve tirar a vida da outra pessoa. Outra coisa é saber porque não se deve fazer isso.

II. Princípios do PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

A aprendizagem contém cinco princípios básicos: 

1. A Aprendizagem tem início quando parte de onde o aluno se encontra.

Se pretendemos ensinar algo a alguém, faz-se necessário partir do ponto de conhecimento que o aluno já possui. Ensinar é explicar o novo baseando-se no antigo; o desconhecido, partindo do conhecido e o difícil em relação ao fácil. Precisamos como professores entender que o estudo a ser ministrado precisa ter relação com o conhecimento já adquirido pelo aluno.

Nosso grande desafio como professor não é sobrecarregar os nosso ouvintes com informações; ao contrário, é conduzi-los domingo após domingo, a um crescimento simétrico.

2. A Aprendizagem será eficaz se levar em consideração os interesses do aluno.

Temos que despertar o interesse daqueles a quem queremos ministrar ( Jo. 4:10 ). O aluno precisa sentir que vale a pena ouvir o que você tem a dizer.

"Os corações também têm orelhas - e estai certos de que cada um ouve, não conforme tem os ouvidos, senão conforme tem o coração e a inclinação"

Sermão do 5º Domingo de Quaresma - (Padre Vieira)7

John Stott, nos lembra que Jesus conhecia os corações de seus ouvintes e lhes falava ao coração ( Jo. 2:25 ). Jesus é o grande Kardiognôstes ( Atos 1:24 ), aquele que conhece os corações.4

 

Page 32: Apostila Escola Dominical.doc

3. A aprendizagem será mais eficaz se levar em conta a necessidade do aluno. ( Jo. 4:5-30 )

Muitos professores ficam angustiados porque não conseguem prender a atenção de seus alunos. O aprendizado ocorre quando os alunos estão motivados a aprender, e para que haja motivação, precisamos levar em conta suas necessidades.

Para que o processo ensino-aprendizado seja eficaz o professor precisa conhecer seus alunos. Precisa olhar e tratar seus alunos como ovelhas e adequar seus métodos didáticos às diferenças individuais, visando a uma aprendizagem mais satisfatória.

É nosso trabalho como professor conhecer nossos alunos, suas lutas e fraquezas, suas tentações e alegrias. Você conhece seus alunos? Sabe quem são seus pais, onde eles estudam, onde trabalham, quais são seus sonhos ? etc..

O modelo de Maslow nos mostra quão importante e eficaz se torna o ensino e a aprendizagem se nós como professores considerarmos as necessidades dos nossos alunos.

4.John Stott, O Perfil do Pregador, Ed. Sepal ( São Paulo, 1986 ) p, 117

Maslow entendia que toda pessoa tem uma tendência básica para realizar o que nela está em potencial, e concebe a existência de 5 tipos de necessidades:

Jesus não pregava sermões enlatados. Ele os pregava na casa, na sinagoga, nos montes ou a beira-mar sempre muito naturalmente e partindo do interesse e das necessidades de seus ouvintes e de suas necessidades. (Lc 10:25,26; Jo 4:10; Lc 4:16-30)

O conteúdo pode ser bíblico e correto, mas se não atender as necessidades do aluno não terá muito valor. É como dar água e não pão para quem tem fome. Nós como professores precisamos manter uma relação mais pessoal e íntima com nossos alunos.

Jesus era relacional: O coração de Jesus pulsava não só pelas idéias, mas também pelas pessoas. Ele estava mais preocupado com as pessoas do que com o trabalho a ser realizado. Jesus era um mestre que criava pontes e não muros entre as pessoas. (Jo 5:1-15)

1. A aprendizagem terá mais sucesso se for baseada em atividades.

Este princípio é aquilo que temos visto na frase: "Aprender a fazer, fazendo5" Nossos alunos aprendem quando ouvem, vêem e fazem. Existe o prazer puro do conhecimento, mas o aprendizado deve produzir mudanças em nossas vidas. 

2. A aprendizagem ocorre quando se observa o professor como modelo.

Poucas coisas tocam tão de perto o coração de um aluno quando este verifica que o professor pratica aquilo que ensina. A aula não é um mero discurso, mas o compartilhar de experiências reais. Veja o exemplo de Jesus. O que ele pregava e fazia eram a mesma coisa. Nele não havia contradições. ( Mt 7:29; Lc 4:32; At 7:22 )

Page 33: Apostila Escola Dominical.doc

III. A COMUNICAÇÃO E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

O termo comunicação vem do latim communis, que quer dizer "comum". Para que possamos comunicar algo a alguém precisamos estabelecer pontos em comum com ele.

1) Pontos de estrangulamento da comunicação:

1. Professor é um mau comunicador e não percebe isto. 2. Professor está mais interessado em dar a matéria do que despertar o interesse do

aluno. 3. Professor se utiliza de termos e conceitos que não são da experiência dos alunos. 4. Professor parte da premissa de que todos os seus alunos têm o mesmo nível de

inteligência. 5. Professor não parte do ponto em que o aluno está.

2) ELEMENTOS BÁSICOS DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

No processo da comunicação (tornar comum) humana intervêm, necessariamente cinco elementos:

1) - O Transmissor : É aquele que transmite

2) - O Receptor : O que recebe

A comunicação exige a participação, no mínimo de 2 pessoas. Se um indivíduo fala e ninguém ouve, o processo da comunicação humana não se completou.

3) - A Mensagem : É o elo de ligação dos dois pontos do circuito.

Toda mensagem no processo da comunicação humana precisa ser significativa, deve dizer qualquer coisa em comum para o transmissor e para o receptor. O professor precisa conhecer o assunto que vai ministrar.

4) - O meio: O meio pode prejudicar ou facilitar a comunicação. Dominar o meio da comunicação humana é condição essencial à sua efetividade.

O meio da comunicação precisa atender a dois requisitos fundamentais:

Ser dominado tanto pelo transmissor quanto pelo receptor. Estar de acordo com a mensagem que transporta.

5.Famosa frase do pedagogo Moraviano, João Amós Comênio ( 1592-1670 ).

6.Juan Diaz Bordenave e Adair Martins Pereira, Estratégias de Ensino-Aprendizagem ( Petrópolis: Ed. Vozes – 1977 ), 183-184.

5) – Finalidade – Objetivo : A finalidade da comunicação deve ser evidente, para prevenir distorções e mal-entendidos.

A pergunta: "Onde quero chegar"? é fundamental para a efetivação da comunicação.

Page 34: Apostila Escola Dominical.doc

3) COMUNICAÇÃO EM RELAÇÃO À MEMÓRIA7

Nossos alunos aprendem quando ouvem, vêem e fazem. 

Comunicação com Palavras escritas 7%

Comunicação com palavras: sendo ditas, tom de voz, volume, ritmo 38%

Comunicação vendo: Expressões faciais, gestos, etc... 55 %

 Existe o puro prazer do conhecimento, mas o aprendizado deve produzir mudanças em nossas vidas.

4) Os recursos audiovisuais melhoram a memória

Métodos de ComunicaçãoLembrança

3 horas depois

Lembrança

3 dias depois

Quando o Professor fala  70 % 10 %

Quando o professor só mostra

72 % 20 %

Quando o Professor usa uma combinação de falar e mostrar

85 % 65 %

Recursos audiovisuais frisam que a aprendizagem acontece por todos os cinco sentidos: 

Paladar 1 %

Tato 1,5 %

Olfato 3,5 %

Audição 11 %

Visão 83 %

Page 35: Apostila Escola Dominical.doc

resentar o Conteúdo ( a mensagem )

Um fator muito importante na comunicação da mensagem é a maneira como falamos quando temos a incumbência de ensinar. Todos nós já ouvimos vários tipos de professores, pregadores e oradores: alguns interessantes, outros fracos e sem nenhum brilho; alguns falando com idéias breves e claras, outros demorando muito em expressar o que querem dizer; alguns com uma mensagem vital, outros sem nada para dizer, usando palavras destituídas de sentido, valor e clareza.

Algumas recomendações para se evitar os ruídos na comunicação8:

Planeje cuidadosamente sua comunicação. Evite falar demais. Seja objetivo. Antes da comunicação decida qual o melhor meio Quando oralmente, fale de maneira clara e pausadamente Evite comunicar-se sob estado de tensão; você poderá dizer muita coisa e depois se

arrepende Use a mesma linguagem do receptor Fale um assunto de cada vez. Não misture os assuntos Verifique se foi compreendido através de perguntas dirigidas ao grupo Ouça o que os outros têm a dizer. Não menospreze qualquer opinião ou sugestão

Pense um momento. Como podemos ser mais atraentes ao proferir ou apresentar as mensagens? O nosso desejo, por certo, é segurar a atenção dos ouvintes para que ganhem o máximo daquilo que Deus tem colocado em nosso coração. Quais são alguns dos bons hábitos que o professor deve mostrar na sua fala?

7.Extraído do livro Manual de Ensino para o Educador Cristão, p. 224 – Editora CPAD.

8.Extraído e adaptado de Nancy G. Dursilek; Liderança Cristã , Ed. Juerp ( Rio de Janeiro – 1988 ), p. 119-120.

A. Use Linguagem Simples e Clara: O nosso Senhor Jesus Cristo, embora Deus-Homem, falou em termos claros e perfeitamente compreensíveis para povo comum. Ele poderia ter usado uma linguagem profunda e difícil. Mas escolheu palavras simples para o povo.

Creio que todo professor deveria aplicar o lema de Agostinho: "A chave de madeira não é tão bonita quanto a de ouro, mas se ela abre uma porta que a chave de ouro não consegue abrir, é muito mais útil"9

Citando novamente Stott, ele nos conta a história de um paciente num hospital de loucos que, após ouvir o capelão por algum tempo, comentou: "Se Deus não me ajudar, vou acabar assim também!"10

Page 36: Apostila Escola Dominical.doc

B. Procurar Usar o Próprio Estilo: Não deve o professor imitar ninguém, deve ser natural e usar a própria personalidade que Deus lhe tem dado. Especialmente quanto ao tom de voz que usa ao falar, o professor deve usar o seu próprio tom habitual.

C. Falar de Tal Forma Que Todos Possam Ouvir e Compreender: Uns dos principais problemas de muitas pessoas que falam em público é o de serem ouvidas ou entendidas. Às vezes o volume ou força de voz não é suficiente para que os que estão mais afastados possam ouvir sem dificuldade.

O professor precisa pronunciar distintamente cada palavra. Alguns falam depressa demais, quase em ritmo de metralhadora ! Devemos tomar o máximo cuidado com a articulação ou enunciação de nossas palavras.

D. Falar com o Corpo Todo: Se a exposição da aula é uma espécie de "conversa animada", devemos utilizar as nossas mãos para dar ênfase àquilo que dizemos. Se a mensagem estiver cheia de vida, não teremos muito problema em reforçar as nossas palavras com gestos.

Qual o mais interessante para se escutar. Alguém falando : 

Com variação no tipo de freqüência dos gestos ? Com muitos gestos semelhantes que se repetem continuamente ? Sem nenhum gesto ?

E. Falar com Convicção: Convicção é uma característica dos grandes mestres de todos os tempos. Para alcançarmos êxito no ensino, muito depende da convicção com que falamos. Uma das fontes principais de popularidade e magnetismo pessoal na sala de aula é uma convicção inabalável, uma alvo definido.

Quando Charles H. Spurgeon, o grande pregador do século XIX, pastor da Igreja All Souls, em Londres deu início a seu ministério, um ateu bem conhecido informou a seus amigos que iria ouvir Spurgeon pregar.

- Por que? Perguntaram seus amigos incrédulos. Você não acredita em nada que ele prega.

- Eu não acredito, concordou o ateu, mas ele acredita.

F. Falar com Entusiasmo ( En+ Teos ): O entusiasmo é uma outra qualidade que está ligada à convicção. O entusiasmo ajuda muito a qualquer palestra ou sermão. Esta qualidade é atraente e contagiante. Entusiasmo por parte do professor gerará entusiasmo nos ouvintes.

Devemos mostrar o nosso entusiasmo em nossa voz, expressão facial e também em nossa maneira de falar. Se vale a pena pregarmos a nossa mensagem, valerá também sermos entusiasmados com ela. 

Se os professores e as pessoas que fazem palestras se entusiasmam ao proferir aulas e palestras, quanto mais nós, que temos a "boca-nova" de salvação e perdão para os nossos ouvintes ! 

Page 37: Apostila Escola Dominical.doc

9.John Stott, O Perfil do Pregador, Ed. Sepal ( São Paulo, 1986 ) p, 121.

10.Op Cit, p, 117.

G. Falar com Amor: Que prazer é ouvir algumas pessoas falar ! O rosto delas parece radiar o gozo, a paz e o amor do Senhor. É fácil prestar atenção àquilo que dizem. Sentimos o amo de Deus quando falam. Como têm uma atitude simpática e não de condenação ou superioridade ! Sigamos o exemplo destes, e não o exemplo negativo de alguns que falam sem manifestar o amor e compaixão do nosso Mestre.  

H. Pregar no Poder do Espírito: O apóstolo Paulo assim escreveu em I Coríntios 2:4,5 : "A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus."

I. Variar a entonação e a velocidade da voz.

Responda você mesmo : Qual é o mais interessante para se escutar ?

O tempo todo voz triste ? Com variação de tom de voz ? O tempo todo com voz alegre ?

Qual o mais interessante para se escutar ?

                    Aquele que fala :

O tempo todo depressa ? O tempo todo devagar ? Com variação de velocidade ?

IV. OS MÉTODOS NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Como incentivar a participação mais efetiva de nossos alunos ?

A palavra método vem do grego methodos. Daí a nossa palavra metodologia (método + logia) estudo dos métodos. É a arte de guiar o aprendiz na investigação da verdade.

Método portanto, é o caminho para se atingir um objetivo, um resultado.

"A aprendizagem se realiza através da conduta ativa do aluno, que aprende mediante o que ele faz e não o que faz o professor". Ralph W. Tyler

Existem várias maneiras, caminhos, métodos para ensinar um assunto.

O professor que busca transmitir ao aluno determinado ensino e deseja alcançar o objetivo do aprendizado efetivo, deve analisar e selecionar o método mais adequado e mais eficaz.

Page 38: Apostila Escola Dominical.doc

1 - Exposição - Preleção

Devemos utilizar este método :

a) Para dar uma informação.

b) Quando os alunos estiverem motivados.

c) Quando o orador tiver fluência e administração do grupo.

d) Quando o grupo for grande, impossibilitando o uso de outros métodos.

e) Para adicionar ou destacar algo novo ao conhecimento já adquirido.

Exposição Verbal : Utilizado quando o assunto é desconhecido ou quando as idéias dos alunos são insuficientes ou imprecisas. Conforme o nível de aprendizado do aluno, a exposição pode ser intercalada com a exposição dos alunos, ainda que informalmente.

Desvantagens do método expositivo: 

A aprendizagem pode ser mecânica (não crescem, mas engordam) Pode gerar um processo de memorização sem aprendizado O uso de linguagem e termos inadequados Pode haver uma preleção sem cativar: Não se conquista o aluno, ao contrário, a

tendência é de distanciamento.

Exposição Verbal : Utilizado quando o assunto é desconhecido ou quando as idéias dos alunos são insuficientes ou imprecisas. Conforme o nível de aprendizado do aluno, a exposição pode ser intercalada com a exposição dos alunos, ainda que informalmente.

Desvantagens do método expositivo: 

A aprendizagem pode ser mecânica (não crescem, mas engordam) Pode gerar um processo de memorização sem aprendizado O uso de linguagem e termos inadequados Pode haver uma preleção sem cativar: Não se conquista o aluno, ao contrário, a

tendência é de distanciamento.

2. Trabalho Independente : Consiste de tarefas dirigidas e orientadas pelo professor. Efetuar uma pesquisa, elaborar um sermão, resolver uma questão... Deve ser utilizado após análise do objetivo do curso, do nível de conhecimento do aluno, do tempo disponível ... pois o principal objetivo será o desenvolvimento da atividade mental do aluno, fixando o aprendizado. Exige acompanhamento do professor, corrigindo e estimulando.

3. Elaboração conjunta : O exemplo mais típico de elaboração conjunta é a "conversação didática". Não é um simples responder perguntas, mas um interagir professor-aluno. Exigirá

Page 39: Apostila Escola Dominical.doc

maior preparo metodológico do professor, como também um conhecimento mais abrangente, pois ele não apenas coordenará o processo, mas fará parte do processo. O resultado será coletivo.

Professores inexperientes, autoritários, formais ou dogmáticos certamente enfrentarão dificuldades com este método. Aparentemente pode não ter problemas, pois toda e qualquer expressão ou discórdia será combatida.

4. Trabalho em grupo: Distribuição de temas, perguntas, questões... para que em grupos de 3 a 5 alunos as questões sejam trabalhadas. Deve-se fixar um objetivo a ser atendido.

Os "grupos" de alunos devem ser divididos, buscando a formação heterogênea. O ambiente deve ser preparado antecipadamente para ganhar tempo e evitar bagunça. (a não ser que a bagunça faça parte do objetivo).

Podemos utilizar este método:

a) Para obter a participação do aluno ( na maioria dos casos todos participam, mesmo aqueles mais tímidos e inibidos)

b) Para avaliar o conhecimento do grupo

c) Para reafirmar conceitos

d) Para produzir ambiente descontraído, propício ao aprendizado. (em ambientes tensos, autoritários, formais, o aprendizado torna-se mais difícil)

5) Representação, Dramatização

Apresentação de um problema humano por determinado número de alunos, para análise e discussão pelo restante do grupo.

O Teatro de sombras : Representações de personagens, atrás de um lençol. Os personagens devem atuar de perfil (de lado) obviamente.

Temos também o Teatro de Marionetes e o Teatro de Vareta

Teatro de fantoches: Consiste em fantoches de papel, fixados numa vara de churrasco, bambu ou palitos de sorvete. ( Fantoches de Luvas, Fantoches de Mão, Fantoche Andarilho )

Page 40: Apostila Escola Dominical.doc

O fantoche pode ser preso à mão por um elástico costurado na cintura. Fazer botas de cartolina que serão ajustadas aos dedos.

6) Debates: Neste método oradores falam a favor ou contra uma proposição, defendendo seus pontos de vista. Em um segundo momento, o grupo que assiste poderá fazer perguntas aos debatedores.

7) Painel de Oposição ou debate: Discussão diante de um auditório sobre determinado tópico. Requer três ou mais participantes e um líder.

Os participantes e o líder devem ter conhecimento geral e específico na área e domínio próprio para que o painel não se transforme em "pancadaria intelectual".

Podemos utilizar este método:

a) Para apresentar pontos de vista diferentes.

b) Quando houver pessoas qualificadas para compor o painel.

c) Quando o assunto for complexo demais, dificultando a participação do grupo todo.

d) Quando for melhor para o aprendizado somente observar e não discutir.

e) Quando quiser analisar as vantagens e desvantagens na solução de um problema.

8) Seminário: O nome desta técnica vem da palavra "semente", o que indica que o seminário é uma excelente ocasião para germinar a semente de novas idéias, favorecendo assim o aprendizado. 

9) Atividades Especiais: 

o Leitura complementar o Visitas entre alunos o Visitas a lugares específicos o Piquenique  

V. Recursos pedagógicos no Processo Ensino-Aprendizagem

A aceleração na história nada mais é do que o tempo entre a descoberta e a aplicação dos processos tecnológicos. A fotografia levou 112 anos entre a descoberta e a aplicação. O telefone, 56 anos; o rádio, 35; a televisão, 12; o computador, 2 anos. O computador 286, 1 ano e do 486 para o Pentium, 1 mês.11

Nossa sociedade está em constantes mudanças. Se nós professores, também não acompanhar estas mudanças e transformações, vamos ficar para trás. Veja alguns recursos pedagógicos que podemos lançar mão para tornar nosso trabalho como professor, mas fácil: 

Page 41: Apostila Escola Dominical.doc

1. Apostilas: O professor pode preparar a sua aula e colocar isto em forma de apostila. Assim os alunos poderão acompanhar a aula, lendo, vendo e ouvindo.

2. Quadro "negro": Às vezes se faz necessário ao professor escrever alguma palavra para que o aluno visualize e entenda seu significado. Auxilia ao professor que vez ou outra precisa fazer um gráfico, ou expor de maneira visual seu argumento.

3. Retroprojetor: Exposição com ilustração visual : Apresentação gráfica de fatos, fenômenos ... através de gráficos, mapas, esquemas, gravuras, etc. ( Ex. Viagens missionárias de Paulo (mapas) )

4. Flip Chart: Tem a mesma função do qudro "negro", porém por ser móvel, pode ser levado para qualquer outro ambiente e também sua posição dentro da sala de aula.

5. TV e Vídeo: Existem bons filmes que podem ser utilizados para favorecerem o ensino.

6. Computador: Gráficos, desenhos, Multimídia, etc....

VI. O PAPEL DO ESPÍRITO SANTO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZADO

O que distingue a Educação secular da cristã, é que esta tem a Bíblia como seu objeto de estudo e sua meta é a transformação de vidas. Em razão disto a obra do Espírito Santo é indispensável para alcançarmos tão sublime meta.

Na educação cristã, a eficácia do ensino depende indiscutivelmente da obra do Espírito Santo. Esta eficácia ocorre em 3 etapas: Na preparação da aula, na ministração e na recepção por parte dos alunos.

 

RAZÕES DA NECESSIDADE DO ESPÍRITO SANTO NO PROCESSO PEDAGÓGICO

Em Relação ao Professor:

1) - O professor precisa de capacitação espiritual.

Lemos I Co 2:1-4 e II Co 3:5 que o sucesso do ensino não depende, em primeiro lugar, da capacidade do professor. O mestre pode ser eloqüente, gesticular bem, mostrar grandes conhecimentos, e no entanto seu ensino não ter o efeito esperado.

A Educação cristã é um processo cooperativo envolvendo o humano e o divino. O professor estuda, planeja e ensina a verdade; o Espírito Santo procura dar direção, poder e iluminação aos professores. (Zac 4:6)

Em Relação ao Aluno:

2) - É o Espírito Santo que aplica a verdade ensinada.

Page 42: Apostila Escola Dominical.doc

O resultado eficaz do ensino depende da ação iluminadora no coração dos ouvintes. Apenas ter conhecimento da verdade apresentada, não transforma os ouvintes. Para que a Palavra ensinada seja eficaz na vida dos alunos precisamos do ministério de iluminação do Espírito Santo. (Jo 14:26; 16:13; II Co 2:10-15)

11.Ivone Boechat, O Desafio da Educação Para um Novo Tempo, Reproarte Gráfica e Editora ( Rio de Janeiro, 1998 ), p. 51.

VII – AS QUALIFICAÇÕES DO PROFESSOR EFICAZ

O que você acha de um mecânico de automóvel que não tem noção do que seja um radiador? Ou de um médico que não qual a diferença entre sangue tipo A e tipo B? A conclusão óbvia é: não estão qualificados para exercer seu trabalho.

Da mesma forma o professor precisa preencher alguns requisitos básicos para estar apto a exercer o ministério de ensino na Igreja de Cristo.

Iremos considerar alguns elementos no ministério de Jesus e teremos mais instrução para cumprir nossa missão de mestre de maneira mais eficaz. 

7. O Professor deve ensinar com a própria vida.

A classe de aula é a extensão da vida do professor. Esta talvez seja a qualidade mais importante na vida de qualquer professor.

As pessoas ouviam o ensino de Jesus e o admirava. A razão está no fato de que Jesus ensinava com autoridade – Mc 1:22; Lc 4:22; At 7:22.

8. O professor precisa estar convicto daquilo que ensina.

O professor precisa ter convicção pessoal daquilo que está ministrando.

O professor que não tiver convicção naquilo que está ministrando não conseguirá persuadir seus alunos.

O que você diria de uma pessoa que viesse à sua casa e com muita tranqüilidade e indiferença dissesse: "Sua casa está pegando fogo lá atrás"? Você daria crédito?

9. O professor precisa ter senso de vocação.

Ser professor não pode ser uma opção só porque não tinha outra coisa para se fazer na Igreja. E ninguém deve assumir a função de ensinar só porque não tinha outra pessoa para ocupar o cargo.

Ser professor na Escola Bíblica Dominical é vocação. Note o exemplo de Jesus – Mt 4:23; Jo 13:3; 3:2. Jesus é chamado de Mestre pelo menos 45 vezes nos Evangelhos.

Page 43: Apostila Escola Dominical.doc

10. O Professor precisa ter conhecimento das Escrituras.

Não poderia ser diferente. A Bíblia é a matéria prima do trabalho do professor. O professor de Escola Dominical que desconhece as Escrituras é tão incongruente quanto um advogado que desconhece o código de leis de seu país. (Mt 4:1-11; Lc 24:27; Mt 5:17-48) 

11. O professor precisa conhecer a natureza humana.

Todo aquele que lida com pessoas, precisa conhecer a natureza humana. O professor precisa compreender a vida humana e os intrincados problemas a que as pessoas estão sujeitas.

O professor é também um "médico". Sua função é receitar o remédio certo para as dores do coração humano. ( Jo 2:25; Mt 9:4; Jo 6:61-64; Jo 4:17,18)

Ilustração: Gráfico de quem são os nossos alunos.

(A Liderança Cristã)

12. O professor precisa dominar a arte de ensinar.

O professor se quiser ser eficaz em seu ministério será necessário se preparar conhecendo e dominando bem o seu trabalho. Se faz necessário ler muito sobre a arte da pedagogia; as regras, os caminhos mais eficazes para se ensinar; erros que não se devem cometer, etc...

VIII. OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZADO

Tudo fica mais fácil quando temos um objetivo claro em mente. O que você diria de alguém que simplesmente entra num ônibus, mas sem saber onde ele quer chegar? Loucura? Pois é, mas acontece que muitos professores entram numa sala de aula e começam a dar a lição sem saber onde querem chegar com a lição.

O professor se quiser ensinar de modo eficaz precisa ter um alvo a ser atingido.

Vejamos alguns objetivos do ensino: 

13. Formar cristãos com caracteres maduros. (Discipulado) 14. Preparar os crentes para o serviço cristão. (Serviço) 15. Evangelizar aqueles que não são convertidos. (Evangelismo) 16. Ajude na solução de problemas. (Ação social) 17. Solidificar o ensino das Escrituras (Doutrina) 18. reparar os cristãos para se relacionar entre si. (Comunhão)

IX. Características do Dom de Ensino

Page 44: Apostila Escola Dominical.doc

Algumas características, entre as que podem ser observadas no possuidor do Dom de Ensino

01 – Capacidade de explicar claramente e aplicar eficientemente a Palavra de Deus, de modo a transmitir informações relevante ao bem estar espiritual e ao ministério individual do irmãos.

02 – Gosta de descobrir e armazenar a verdade. Questiona idéias e conceitos novos até compreender a verdade sobre esses conceitos e como eles podem ser aplicados na prática.

03 – Organiza dados e informações metodicamente. Apresenta a verdade numa seqüência organizada e sistemática. Não ensina à queima-roupa.

04 – Ajuda outros a compreenderem a Verdade, com todos os recursos de didática: explicações claras, simples, que conduzem os outros a raciocinar corretamente, até compreenderem a verdade e saberem como aplicá-la. Procura fazer com que os princípios bíblicos sejam úteis e aplicáveis no dia-a-dia do crente.

05 – Faz questão de usar a palavra exata e de esclarecer o sentido das palavras. Pode até exagerar na exposição dos detalhes.

06 – Tem convicção de que este Dom é básico para o exercício dos demais.

07 – Recebe iluminação de Deus nos seus estudos e transmite efetivamente esclarecimentos que iluminam a Palavra de Deus.

Maior Satisfação : Obter e armazenar informações, para transmiti-las.

Riscos de pecado neste ministério :

01 – Por orgulhar-se do seu conhecimento;

02 – Por desprezar os que não tem o mesmo grau de conhecimento e não são metódicos;

03 – Por ensinar somente coisas que agradem uma parte do auditório;

04 – Por esquecer que é Deus que o capacita a transmitir corretamente a Palavra.

Bibliografia

Bruce Wilkinson, As 7 Leis do Aprendizado ( Venda Nova: Ed. Betânia , 1998 )

George Sherron K., Igreja Ensinadora, Ed. LPC Publicacões ( Campinas: 1993 )

Page 45: Apostila Escola Dominical.doc

Grigs, Donald L., Manual do Professor Eficaz, Cultura Cristã ( São Paulo: 1997 )

Hendricks, H. Ensinando para Transformar Vidas, Ed. Betânia ( Belo Horizonte: 1991)

Júnior, A. Gagliard, Você Acredita em Escola Dominical ? Editora Vinde ( Rio de Janeiro: 1991 )

Júnior, A. Gagliard, Educação Religiosa Relevante, Editora Vinde ( Rio de Janeiro: 1993 )

Juan Diaz Bordenave e Adair Martins Pereira, Estratégias de Ensino-Aprendizagem

( Petrópolis: Ed. Vozes – 1977 )

Maria Cristina Kupfer, Freud e a Educação ( São Paulo: Ed. Scipione, 1996 )

Maria Lúcia de A. Aranha, História da Educação ( São Paulo: Ed. Moderna, 1989 )

Maria Lúcia de A. Aranha, Filosofia da Educação ( São Paulo: Ed. Moderna, 1989 )

Olivetti, Odair, Aprimorando a Escola Dominical, Casa Ed. Presbiteriana ( São Paulo: 1992 )

Price, J.M., A Pedagogia de Jesus, Juerp ( São Paulo: 1986 )

Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis é Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição, em São Paulo, formado em Filosofia Plena, pela FAI (Faculdades Associadas Ipiranga), formado em Psicanálise Clínica, pela SPOB (Sociedade Psicanalística Ortodoxa Brasileira), cursou 2 anos de Missiologia no Seminário Bíblico de São Paulo e está cursando Mestrado em Teologia, com concentração em Educação Cristã, no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper - Mackenzie-SP. É pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco.

 Fonte: http://www.ebdweb.com.br

Page 46: Apostila Escola Dominical.doc

A ESCOLA CRIATIVA

Dicas práticas para sua escola dominical

Rev. Josivaldo de França Pereira

Eis aqui algumas dicas das professoras Cristina Mellin e Damaris Scotuzzi para dinamizar um pouco mais a sua escola dominical. Mas queremos ressaltar que são apenas dicas. Importantes e práticas, mas ainda assim são dicas. Meios e não fim. Nada substitui um professor bem preparado e o ensino consistente da Palavra de Deus. Veja meu artigo O PROFESSOR CRIATIVO neste mesmo site.COMO MOTIVAR SEUS ALUNOS POR CRISTINA MELLIN

Motivação é interesse e vigor físico para alcançar um objetivo ou para fazer alguma coisa. Para estudar e entender a motivação dos alunos, devemos descobrir o que os motiva. Exemplos:

A promessa de um dia de folga após passar no exame foi a motivação que fez com que todos estudassem e passassem (neste caso, pode-se entender motivação como incentivo).

Fala-se também que aquilo que o professor fala, o que faz, como apresenta a aula, pode e deve ser motivador ou causar motivação.

MOTIVAÇÃO = vigor físico + interesse + objetivo ou enfoque

O aluno motivado é o aluno que presta atenção, faz o trabalho, participa nas atividades da classe, quer saber mais e, geralmente, não causa problemas. O contrário de motivação é apatia, preguiça ou falta de interesse.

A motivação é importante no ensino porque leva o aluno a responder. Ela desperta curiosidade e provoca respostas, as quais darão oportunidade para serem premiadas e mudar o comportamento do aluno, seja nos estudos ou em outras atividades. O aluno motivado começa a participar, envolver-se e aprender mais.

Gostaríamos de enfatizar a importância da motivação com respeito à disciplina. Uma classe onde os alunos estão motivados a aprender e a participar é uma classe de poucos problemas de disciplina. A motivação é uma chave importante para um ensino melhor e para manter a disciplina.

FATORES DA MOTIVAÇÃO

Distinguem-se seis fatores essenciais de Motivação:

Page 47: Apostila Escola Dominical.doc

Nível de antecipação ou tensão: o aluno bem sucedido geralmente é aquele que se preocupa. O professor deve planejar dar responsabilidade aos alunos, dar oportunidades e desafiá-los a mudarem de comportamento e aprenderem melhor.

Interesse individual pelos alunos: o professor demonstra seu interesse no aprendizado e nas necessidades de cada aluno. Ele se comunica com cada um deles para conhecê-los e ajudá-los.

Tom afetivo: o professor cria um ambiente de aceitação e boa comunicação para que todos os alunos possam crescer e aprender.

Sucesso pessoal do aluno: o professor planeja possibilitar o sucesso de cada aluno, tanto para aqueles que precisam de mais desafio quanto para aqueles que precisam de atenção especial.

Conhecimento de resultados: é dever do professor comunicar os resultados dos esforços (ou falta de esforço) do aluno. Somente assim ele será motivado a melhorar.

Relação entre o reforço e a motivação para produzir e participar: reforço é um instrumento potente para mudar o comportamento. O professor deve saber como e quando aplicá-lo no ensino e em todo o contato com os alunos.

NÍVEL DE ANTECIPAÇÃO OU TENSÃO

Refere-se ao nível de ansiedade ou preocupação do aluno. É fato comprovado que um aluno obterá melhores resultados numa prova ao sentir-se pressionado (tensão nervosa) do que se não sentir pressão alguma. Exemplo:

Se o professor disser: "Depois desta lição vou dar um teste que vai valer nota", a maioria dos alunos irá prestar mais atenção e irá memorizar melhor a matéria do que se o professor não disser nada.

Certa quantidade de pressão ou preocupação é necessária para haver motivação para aprender. A pessoa preguiçosa não será um bom cristão, nem pastor ou professor.

A ânsia sentida deve ser moderada ou poderá tomar a energia necessária para estudar e aprender.

Existem também casos em que os alunos estão sob tanta pressão que não podem trabalhar direito. Nesse caso o professor deve diminuir a tensão ou acalmar o aluno.

O professor deve conhecer seus alunos para saber em que nível de tensão está cada um deles. Deve também incentivar os alunos a estudarem mais, especialmente a Bíblia:

Exemplo 1:

(Matéria - Introdução à Bíblia):

Um professor entra e fala: "A semana passada falamos de forma geral sobre as profecias que se cumpriram. Hoje vamos verificar biblicamente que Jesus Cristo era (é) o verdadeiro Messias".

Page 48: Apostila Escola Dominical.doc

O professor explica como isto é importante: "Vamos nos dividir em grupos de cinco e cada grupo terá como objetivo procurar no mínimo cinco profecias no Velho Testamento que, cumpridas por Jesus, comprovam sua identidade. Após isso, cada grupo preparará um resumo para ser compartilhado com a classe na segunda hora do ensino".

O professor distribui uma folha de instrução juntamente com livros e com outros recursos para realizar a pesquisa. Ele deve fazer exigências aos alunos, impor-lhes responsabilidades. Isto causa pressão. Também exige de si mesmo.

Exemplo 2:

O professor entra e fala: "Prestem atenção: na próxima semana vocês farão um teste sobre tudo o que vou falar hoje. Darei dicas indicando os pontos mais importantes, mas anotem tudo o que for possível".

Em ambos os exemplos os alunos percebem a necessidade de se envolverem e prepararem-se para obter uma boa nota.

INTERESSE INDIVIDUAL

O professor deve demonstrar seu interesse por cada aluno; interesse em cada um deles como um indivíduo diferente. Deve demonstrar interesse em seu sucesso, compartilhando sua fé na capacidade de cada um. Ele faz com que eles percebam que se sua atenção é sincera, convencendo-os que está à espera de que todos aprendam e passem. Isto somente é possível se o professor tiver boa vontade de dar seu tempo e se comunicar eficientemente. Esse respeito pelos alunos será correspondido.

Outras maneiras de expressar interesse pessoal através do ensino:

* Mantenha contato individual através dos olhos.

* Mude de posição e mova-se (não fique em um só lugar).

* Use um tom de voz agradável, expressivo e que possa ser facilmente ouvido.

* Utilize ilustrações e audiovisuais com cores e desenhos.

* Varie sua maneira de ensinar.

* Faça planos para aplicar as modalidades visual, auditiva e tátil de ensino.

* Dê oportunidade para os alunos usarem todas as modalidades ao se expressarem.

* Faça provisão para alunos que tenham provisão necessidades especiais, lembrando que todos somos diferentes.

Dê oportunidade para todos responderem.

Dê oportunidade para todos expressarem sucesso.

Page 49: Apostila Escola Dominical.doc

Dê oportunidade para discussão, debate e trabalhos em grupo.

Estas formas de incentivo ou motivação mantém o interesse dos alunos, mas, além disso, o conteúdo da lição tem que ser apropriado para as suas idades. Por natureza, o conteúdo da lição nem sempre é interessante para os alunos, porém é dever do professor criar uma aula interessante. Para cumprir com este dever o professor precisa conhecer muito bem seus alunos e diversificar suas estratégias de ensino.

Freqüentemente considera-se que interesse e motivação sejam similares. Se uma pessoa se interessar por um trabalho, vai estar mais motivada a completá-lo. No entanto, somente interesse não é suficiente, é preciso realizar o objetivo.

Todos os aspectos de motivação influem no desenvolvimento do interesse. Outras variáveis incluídas são a personalidade do aluno e o conteúdo apresentado.

TOM AFETIVO OU SENSIBILIDADE DO PROFESSOR PARA COM OS ALUNOS (clima da sala de aula)

O afeto do professor, a sua sensibilidade e a maneira de se comunicar vão influenciar o modo de agir dos alunos. Se o professor se expressa de forma agradável ou de forma dura, criará mais motivação no aluno do que um ambiente neutro. Contudo, tal expressão deve ser moderada; nem amigável demais, nem exageradamente dura. O afeto refere-se a atitudes e sentimentos expressados ou presentes no ambiente.

Sua maneira de ser, atuar e falar é muito significativa. O professor pode ser frio, distante, desinteressado ou pode ser alegre, amável e se interessar pessoal e individualmente pelos alunos. Também a sala pode ser fria, sem nenhuma decoração, ou pode ter avisos, quadros, plantas, animais e trabalhos artísticos. Isto vai afetar os sentimentos e atitudes dos alunos.

Um ambiente frio e triste não produz motivação para aprender. A sala deve ter cores e decorações para criar um ambiente de aceitação. Em uma classe cristã há muitas oportunidades de ilustrar a vida de Jesus e a vida de um cristão.

Por "tom afetivo" não devemos entender que o professor deva se comportar como um aluno, ou que não exija respeito. Você pode ser muito amável e até amigável, sem se pôr a brincar com eles.

SUCESSO (êxito)

O aluno deve sentir e saber que está obtendo sucesso para querer continuar. O professor tem a responsabilidade de ensinar. Isso significa mudar a condição do aluno para que ele melhore o seu nível de conhecimento.

O aluno tem que se esforçar de acordo com o grau de dificuldade. Na realidade, o grau de esforço individual do aluno está muito ligado à motivação que ele experimenta na aula.

O ensino não deve ser difícil demais nem fácil demais. Deve ser de valor para o aluno. Deve-se ensinar alguma coisa nova e que seja fácil de entender.

Page 50: Apostila Escola Dominical.doc

Alguns alunos não aprendem por causa de suas atitudes. Geralmente isso reflete um problema pessoal que, por sua vez, tende a refletir um problema familiar. É responsabilidade do professor mudar a atitude negativa (não produtiva) dando muitas oportunidades para que este aluno tenha êxito no que faz. Pode designar trabalhos mais curtos e em seu nível de compreensão. Deve premiá-lo pelas coisas que pode fazer bem. É importante que ele aprenda a gostar de aprender e da escola, senão não terá motivação para aprender. A atitude do estudante para consigo mesmo é muito importante, ele tem que saber que pode aprender (com a ajuda de Jesus). Muitas das atitudes negativas, como a falta de motivação e outros problemas, simplesmente desaparecem quando o aluno recebe a Jesus.

CONHECIMENTO DE RESULTADOS

É importante para o aluno saber que os seus esforços são recompensados. O professor deve corrigir e devolver os trabalhos com comentários, sempre que possível. O aluno também precisa saber em que precisa melhorar para passar. Só saber se passou ou não após terminar o curso não dá motivação nem oportunidade para melhorar a nota durante o curso.

O aluno precisa saber se as suas respostas estão corretas ou não.

O conhecimento deve ser claro.

A informação deve ser dada imediatamente após cada trabalho ou teste, ou o mais rápido possível.

O professor deve se comunicar com os alunos depois da aula com regularidade. Pode falar com quatro ou cinco deles após cada aula, mostrando suas respectivas notas, falando a respeito dos trabalhos e como eles poderão melhorar.

Deve também dar testes regularmente para ampliar o conhecimento deles e abrir oportunidade para ajudar, começando na primeira parte do curso.

RELAÇÃO ENTRE REFORÇO E MOTIVAÇÃO

O reforço deve vir imediatamente após uma atividade. Para criar motivação reforce a ação certa. Logo a pessoa vai repeti-la. Exemplo:

Se João bate o pênalti e faz gol e todos os seus companheiros o abraçam e gritam de felicidade, João certamente vai tentar fazer outros gols. Porém, se todos continuam sem dar atenção a João, certamente ele não vai se esforçar muito na próxima vez.

O professor deve premiar ou recompensar o aluno quando ele fizer alguma coisa boa. O aluno, pouco a pouco, descobre que quando sua atitude é boa (faz bom trabalho ou esforça-se para aprender) acaba recebendo a aprovação de outros alunos e do professor. O uso de reforço cria motivação no aluno.

MOTIVAÇÃO TEM DINÂMICA

Cada ação do professor causa uma reação no aluno.

* O professor deve decidir qual ação irá usar para obter a reação que ele quer do aluno.

Page 51: Apostila Escola Dominical.doc

* O professor muda os reforços do ambiente para motivar os alunos (deve criar grupos, mudar de atividades, etc.).

* O professor deve criar e trazer materiais para motivar.

* O professor conhece seus alunos e os reforços aos quais eles respondem, por isso, usará reforço individualmente e em grupo.

* O entusiasmo do professor faz parte do ensino.

Podemos definir motivação de muitas maneiras, embora nunca esteja ausente a dinâmica: a motivação é criada pela maneira de ser e agir do professor. A motivação vem do ambiente, dos livros, dos materiais e de outros alunos. Também cada aluno traz uma motivação própria que precisa ser dirigida e nutrida. A motivação é uma chave importante para ter disciplina na classe. (O significado de disciplina é ordem ou comportamento ordenado e correto. Não estamos falando de castigo.)

* O professor deve motivar seus alunos conforme temos indicado. Quando o aluno está incentivado para aprender uma coisa específica, seu comportamento é correto. Ele se concentra no ensino ou no trabalho, sua atenção é dirigida e ele não se interessa mais por atrapalhar a aula ou comportar-se mal.

Nem sempre todo aluno vai responder ao reforço do professor e nem sempre vai ser fácil motivar todos os alunos. Às vezes, embora o professor faça tudo que está ao seu alcance para motivar os alunos, alguns deles não têm vontade nem curiosidade para aprender. Esperamos que isso nunca aconteça em uma escola cristã ou num Instituto Teológico, pois presume-se que os alunos ali estão por livre vontade e chamado de Deus.

SUGESTÃO: Anote as idéias sobre como pode fazer com que sua próxima aula seja mais interessante, mais motivadora. Escreva!

SUGESTÕES CRIATIVAS POR DAMARIS SCOTUZZI

Uma boa fixação do aprendizado se obtém não só com repetição, leitura, exposição sistemática, mas com métodos que estimulem a criatividade e o construtivismo. Isso é real na escola secular e na escola dominical.

Quanto mais o aluno se envolve no processo de criação e construção, maior será o seu aproveitamento. Tem de ser algo íntimo e pessoal, que envolva de dentro para fora (fixação maior do aprendizado) e não só de fora para dentro (bases doutrinárias).

Fazendo um paralelo, devemos transformar carboidratos (doutrina) em energia (ação).

Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. O pecado nos logrou grande parte das características que herdamos de Deus.

Deus é criativo. Quando observamos a criação ainda hoje, vemos o poder de Deus e sua indescritível criatividade e construção perfeita e equilibrada. Observando as invenções humanas, as famosas, domésticas e sonhadoras artes e o poder de solucionar, criar e construir,

Page 52: Apostila Escola Dominical.doc

sentimos os sinais do que já foi uma semelhança plena com Deus. Buscar assimilação e fixação do ensino através do criar e construir é no mínimo um caminho certo.

OBJETIVO DA ESCOLA CRIATIVA

Criar ícones de ligação. O período que ficamos na escola dominical é pequeno e os objetivos enormes. Seus objetivos não param em memorização de uma avalanche de conhecimento bíblico, mas visam mudança de hábitos, idéias e comportamentos através da atuação do Espírito Santo e atos de observação, repetição, construção e criação.

Temos que criar ligações que vão além do horário dominical.

Ícones são imagens fortes que se conseguem quando há total envolvimento e necessidade do objeto que o ícone simboliza. Ex.: McDonald's.

Ampliar o tempo da escola dominical. Podemos conseguir isto patrocinando eventos numa gama enorme de variedades: palestras, confraternizações, campeonatos, feiras, etc.

SUGESTÕES CRIATIVAS

A sugestões a seguir são para reforçar algo que está sendo estudado de maneira sistemática na escola dominical. Em havendo premiações, elas serão feitas na escola dominical. Enfatize o patrocínio da escola dominical.

Fora do horário da escola dominical

Feira bíblica:

Envolvimento: todos os alunos.

Horário: sábado (manhã e tarde).

Local: igreja, escola pública.

Professores desenvolvem junto à classe determinado tema bíblico ou secular: drogas, arca de Noé, instrumentos musicais, a criação, etc. O período de preparação pode ser de um mês.

Envolve: enfeitar a classe, confeccionar roupas adequadas ao tema com TNT (tecido não tecido), maquetes (material reciclável), lembranças para os visitantes, balinhas e, conforme o tema, algum alimento. Ex.: Bodas de Caná.

Programação: devocional de abertura, soltura de balões (por ex.), sorteios durante a feira, encerramento com um culto.

Obs.: Caso a feira seja feita fora das dependências da igreja poderá haver uma praça de alimentação.

Page 53: Apostila Escola Dominical.doc

Campeonato de pipas "gospel":

Envolvimento: infanto-juvenil.

Horário: sábado pela amanhã ou tarde.

Local: chácara, EMEI, CEAR.

Especial cuidado com autorização dos pais e acidentes com fios elétricos.

Distribui-se os participantes em categoria por idade etc., que trarão pipas confeccionadas por eles próprios com temas bíblicos. A premiação deve seguir critérios como: tamanho da pipa, beleza, melhor mensagem e a mais criativa.

Servir um lanche no final e caso haja tempo e espaço físico preparar uma oficina de pipas.

A premiação deve ser feita na escola dominical para haver o "ícone de ligação". Lembre-se: uma cerimônia de premiação bem preparada é marcante e nem sempre é dispendiosa.

Concurso de culinária:

Envolvimento: adolescentes e jovens.

Horário: sexta ou sábado à noite.

Local: salão social ou casa de algum aluno.

Prepare o convite. Enfatize a ligação entre o estudo bíblico dominical e a reunião. Enfeite o local, escolha os juizes e o tipo de premiação.

Os pratos preparados serão provados pelos juizes e concorrerão em categorias.

Serenata:

Envolvimento: todos os alunos.

Horário: madrugada do domingo.

Ocasião: Dia das mães, dos pais, do professor, etc.

Reunir um grupo limitado de pessoas munidas de mini-cestas de café da manhã (confeccionadas pelo próprio grupo), às 23h do sábado, e sair fazendo serenata de louvores nas casas pré-determinadas e entregando cestas. Com certeza o grupo homenageado terá uma escola dominical cheia de boas recordações para contar.

Gincana total:

Envolvimento: infanto-juvenil ou adolescentes e jovens ou todos. (Dosar atividades conforme grupo envolvido)

Page 54: Apostila Escola Dominical.doc

Horário: sábado ou feriado.

Local: igreja, emei, parque.

Início com devocional, apresentação das regras, pontuação e premiação. Especificar horário de entrega das tarefas (ex.: 10h do sábado até escola dominical).

Exemplos de tarefas: A classe que 1) trouxer a foto mais antiga da igreja ganha "x" pontos 2) a maior quantidade de peças de roupas ou alimentos para doação vale "x" pontos ou 3) alguém com mais de 70 anos caracterizado de Abraão.

Possíveis prêmios: um almoço para a classe vencedora, um passeio, uma reforma na sala de aula ou apenas uma lembrança simbólica.

Sopão:

Envolvimento: adolescentes, jovens e adultos.

Local: logradouros públicos.

Material: sopão (pense em doações), literatura, agasalhos, brinquedos.

Reunir o grupo, fazer devocional e partir distribuindo o sopão.

Na escola dominical permitir que dois ou três dêem testemunho a respeito.

Feira das nações:

Envolvimento: todos.

Horário: sábado das 10h às 16h.

Ocasião: Dia do missionário.

Montar stands (carteiras) das nações.

Cada stand abrigará: comida típica, participantes devidamente paramentados, informações sobre o país e missionários nele (cartazes e alunos instruídos anteriormente), lembrancinha típica.

Comece com devocional, sorteie prêmios durante a feira, encerre com um culto.

Boa ocasião para se levantar ofertas específicas.

Lembre-se: toda atividade deve ter o aval de seu pastor e conselho.

Pode-se montar stand de livros e CDs.

Mini escola bíblica:

Page 55: Apostila Escola Dominical.doc

Envolvimento: todos.

Horário: um sábado por bimestre (tarde).

Uma tarde de evangelismo infantil, incentivando novas crianças a freqüentar a escola dominical.

Outros: passeios diversos, teatro, almoços após a escola dominical.

Dentro do horário comum

Concurso de maquetes:

Envolvimento: infanto-juvenil.

Os alunos trarão maquetes com temas bíblicos feitas em casa. Prepare um júri, um local de exposição e uma bonita cerimônia de premiação.

Concurso de poesias e acrósticos:

Envolvimento: todos (cuidado com os critérios e categorias de julgamento).

Entrevista:

Entreviste alguém de surpresa sobre algum tema que seja importante para a igreja naquele momento. Prepare um repórter (poder ser uma criança). Monte um ambiente de entrevistas, crie o "clima", inclusive com trilha sonora.

Escolha bem o entrevistado para alcançar objetivos.

Cafés da manhã ou almoços:

Eventos que necessariamente ligam horários são excelentes para a comunhão.

Pode ser mais simples apenas café e leite com chocolate, por vezes, algumas bolachas.

Podem homenagear alguém, algum departamento da igreja ou aniversariantes do mês.

Envolva o maior número de pessoas possível.

Bilhetes para serem entregues na entrada:

Devem conter a pergunta bíblica por fora e o dizer "Só abra se souber a resposta - seja fiel". Dentro haverá um pequeno prêmio: lixa de unha, pente, bala. Lojas de atacado fornecem uma linha imensa a preço baixo.

Integração:

Pegue uma foto bem antiga ou objeto de uso pessoal ou profissional de um aluno. Coloque no painel de avisos por um período determinado antes da escola dominical. Deixe uma caixa ao

Page 56: Apostila Escola Dominical.doc

lado para que sejam depositados os votos. Ao final, sorteie um e acertado o nome do aluno em questão, dê um pequeno brinde a quem acertou. Exponha pequena biografia daquele aluno e sua família (procure usar recursos audiovisuais).

Como prêmio quem acertou pode almoçar na casa do "aluno do dia".

TEMA: Gente que faz a escola dominical.

Bandeiras:

Cada classe confeccionará sua bandeira. No encerramento da escola dominical terá o direito de hastear a sua a classe que obtiver 80% de presença. A classe que obtiver 100% ganha uma estrela (botão), a que trouxer mais visitantes outra "condecoração". Depois de um certo período (um mês ou dois), a classe que teve maior índice de apresentação da bandeira será homenageada. Valorize a cerimônia de premiação.

Tele-teatro:

Solicite a um grupo de irmãos que prepare uma peça com um tema da vida secular e a filme passando para a escola dominical. Pode ser feito em transparência também. Use locações interessantes.

Mini escola:

Se você é superintendente ou diretor da EBD, permita que a abertura e encerramento da escola dominical sejam dirigidos pelas crianças, pré-adolescentes ou adolescentes. Verifique o material a ser usado.

Inverno:

10 domingo: tirar foto da família na entrada da escola dominical.

20 domingo: expor as fotos no mural de avisos (valorize).

30 domingo: entregar fotos (valorize esse momento).

Idéias inter-classes

Fazer um bolo (infantil).

Uma salada de frutas.

Esporadicamente permitir que uma classe faça sua aula em outro lugar (ar livre, piquenique).

Rev. Josivaldo de França Pereira - Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil (I.P.B.) em Santo André - SP. Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da

Page 57: Apostila Escola Dominical.doc

Conceição (J.M.C. - SP), Licenciado em filosofia pela F.A.I. (Faculdades Associadas Ipiranga - SP) e mestrando em missiologia pelo Seminário Teológico Sul Americano (S.T.S.A.) em Londrina - PR.

E-Mail: [email protected]

Fonte: http://www.ebdweb.com.br

INTRODUÇÃO À DIDÁTICA DOMINICAL

Prof. Clayton Marques da Costa

 

Este trabalho visa compreender alguns elementos da Didática, explicitando a subordinação do processo didático às finalidades educacionais da igreja e colocar à disposição conhecimentos teóricos e práticos para orientar a ação pedagógica dos professores que optaram pela dedicação à EBD.

PEDAGOGIA/EDUCAÇÃO, DIDÁTICA/ENSINO

Para entender a Didática é necessário analisarmos, grosso modo, o que é Educação, Ensino e Instrução / Pedagogia e Didática. O termo Educação é bem abrangente em seus significados. Em sentido amplo, a Educação compreende os processos formativos que ocorrem na sociedade, que modificam, conservam valores, produzindo cultura. Em sentido restrito, a educação ocorre em instituições específicas como é o caso da EBD, com finalidades explícitas baseadas no ensino e na instrução; neste sentido é uma ação consciente, deliberada e planificada. Cabe informar que há a modalidade de educação não-intencional e intencional. Esta ocorre quando há objetivos definidos conscientemente e são executados por meio de instituições escolares e extra-escolares; aquela se refere à influência do meio sobre o indivíduo, gerando valores, idéias, práticas, sem contudo haver intencionalidade de um determinado grupo social. A instrução se refere à formação intelectual e ao desenvolvimento das capacidades cognoscitivas por meio do domínio do saber sistematizado. O ensino se refere às condições e meios necessários à realização da instrução. Em resumo a instrução é o aluno e o saber em interação mútua e o ensino é muito mais amplo, pois consiste em planejamento, organização, direção e avaliação das atividades didáticas, concretizando com eficiência as tarefas da instrução. O ensino abrange tanto o trabalho docente como a atividades de estudo dos alunos. Pode haver instrução sem o ensino. Três termos foram definidos acima: a Educação contém o Ensino e Instrução. Os três estão intimamente relacionados. A Pedagogia (do grego: Paidós + Agogós = criança + conduzir) é a ciência que estuda e teoriza sobre a Educação, investigando sua natureza e finalidades, bem como todas as suas nuances. Ela, tendo por objeto a educação, investiga também o ensino e a instrução. Para isso se compõe de ramos de estudos próprios: Teorias da Educação, Didáticas, Organização Escolar, História da Educação, etc., e busca em outras ciências esclarecimentos que concorrem para a elucidação de fenômenos educativos: Sociologia, Filosofia, Psicologia, etc.. Há quem considere que a Pedagogia supervaloriza a Psicologia.

Page 58: Apostila Escola Dominical.doc

A Didática é um dos principais ramos da Pedagogia. Ela investiga os fundamentos e as condições para a realização do ensino que contém a instrução. A Pedagogia codifica o conhecimento amplo sobre a educação e a Didática o decodifica para a realização do ensino. Concluímos que o objeto da Pedagogia é a Educação e a Didática, disciplina da própria Pedagogia, é a teoria do ensino

COMPONENTES DO PROCESSO DE ENSINO: OBJETIVOS, CONTEÚDOS, MÉTODOS, AVALIAÇÃO

Os componentes do processo de ensino, objetivos, conteúdos e métodos, são elementos que garantem a assimilação do conhecimento e o desenvolvimento das habilidades. Eles devem estar à coordenação do professor e não podem ser considerados isoladamente.

Objetivos: (1) Objetivos Educacionais - Correspondem às expectativas dos grupos e classes sociais existentes e que fazem produzir objetivos gerais; (2) Objetivos Gerais - São as metas estabelecidas para os alunos no âmbito dos sistemas educacionais, com suas abrangências específicas, que podem alcançar o macro sistema (Pais, estado), a escola (Proposta Pedagógica), o professor (com seu planejamento de curso expressando sua visão de educação e sociedade); (3) Objetivos Específicos - Referem-se ao esperado em termos de particularização sobre a compreensão da matéria de ensino e concorrem para alcançar os objetivos anteriores.

Conteúdos: Não podem ser vistos somente como matéria do currículo. Englobam também as habilidades cognoscitivas, atitudes, idéias, processos, regras, valores, convicções. Eles são selecionados em torno dos objetivos e das necessidades dos alunos. Sabendo que o caráter pedagógico, ação intencional, é que indica o tipo de homem a se formar, por isso a Pedagogia poder orientar os objetivos e meios do processo educativo, cabe a pergunta: Quais são os objetivos e conteúdos da EBD selecionados para atender às expectativas e necessidades da igreja de Cristo, bem como necessários ao crente individualmente? O trabalho docente da EBD é pautado por qual currículo? Qual proposta pedagógica? Qual é o direcionamento formal? Tem regulamento? Tem objetivos gerais delineados? Onde? Ou os professores trabalham sem saber o que estão formando por não haver planejamento do trabalho docente, objetivos gerais a serem seguidos, metas a alcançar? Os conteúdos indicados por outra instância devem se mesclar à realidade, expectativas e necessidades locais previstas no documento pedagógico formal da EBD.

Métodos de Ensino: Os métodos de ensino dizem respeito às ações bem planejadas a serem tomadas pelos alunos e professor para atender os objetivos e conteúdos do ensino de uma determinada unidade. Devem sempre corresponder às condições concretas da situação didática. Os métodos de ensino sempre devem estar relacionados aos objetivos e conteúdos que estão sendo trabalhados. Primeiramente tem-se os objetivos gerais e específicos e a partir daí seleciona-se os conteúdos. O segundo passo é o planejamento do método e técnicas possíveis para o atendimento dos objetivos determinados, sendo que devem atender às características dos conteúdos selecionados. O motivo de os métodos de ensino estarem limitados às condições concretas do processo didático é pelo fato de as ações planejadas nem sempre combinarem com os recursos disponíveis, costumes dos alunos, desenvolvimento

Page 59: Apostila Escola Dominical.doc

intelectual (Ex.: técnica de júri simulado para uma classe leiga em prática forense), estarem inseridos dentro de uma instituição que não visa a prática científica, como é o caso da igreja, contrariarem objetivos gerais. Pode ocorrer que, apesar de um relativo desenvolvimento intelectual de uma turma da EBD, uma prática de discussão ou debate não mereça aplausos uma vez que não concorre, em um determinado momento de objetivos e conteúdos relacionados à fé cristã, para o alcance de objetivos propostos, pelo fato de aquele conteúdo ser transcendente e por isso não ser passivo de pontos de vista: ele deve ser aceito pela própria fé.

 

1- Método de exposição pelo professor

Este método continua sendo bem necessário ao desenvolvimento das capacidades e habilidades dos alunos. A atividade dos alunos, neste caso é receptiva não sendo necessário que seja passiva. A aula expositiva pode ocorrer por meio da exposição verbal, da demonstração, da ilustração e da exemplificação.

2- Método de trabalho independente

Este método corresponde à tarefas orientadas e dirigidas pelo professor para que os alunos as resolvam de forma criativa e independe. Terão que ser atividades que possam realizar sem a orientação direta do professor. É indicado para tarefa preparatória (observações, questionários, testes, redação, etc.), tarefa de assimilação de conteúdo (exercícios de aprofundamento e/ou aplicação da matéria tratada, estudo dirigido, solução de problema, pesquisa com base em um problema novo, leitura de um determinado texto, desenho de mapas, etc.), tarefa de elaboração pessoal (exercícios nos quais os alunos produzem respostas surgidas do seu próprio pensamento: uma pergunta de incentivo é necessária para incentivar a imaginação e a criatividade do aluno).

3- Método de elaboração conjunta

O Método de Elaboração Conjunta é a interação entre alunos e professores de forma ativa, visando a apropriação do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades, atitudes e convicções. Ele exige, por parte dos alunos, entendimento dos objetivos, conhecimento básico do assunto, aptidão para conversar sobre o tema em estudo. A forma mais típica do método é a conversação didática (aula dialogada).Por este método o professor leva aos alunos conhecimento sistematizado, bem como experiências; a conversação leva os alunos à apropriação do saber e ao domínio de esquemas de elaboração de idéias. Organiza-se a conversação didática por meio de perguntas, sem se transformar em interrogatório: é para incentivar o raciocínio, a observação, o pensamento, a dúvida, a tomada de partido. É necessário ao professor que faça perguntas claras, utiliza corretamente os pronomes interrogativos (o quê, quando, quanto, por quê, etc.), que valorize respostas pensadas, que tenha atitude positiva face às respostas, bem como evite reações nervosas nos alunos.

4- Método de trabalho em grupo

Os grupos são organizados regularmente com três a cinco membros e deverão conter as funções de líder, Secretário e Relator, com o cuidado de garantir sempre atribuições a todos os membros. Exige-se que uma atividade grupal seja precedida de exposição informativa para

Page 60: Apostila Escola Dominical.doc

que os alunos tenham consciência dos objetivos, da forma de trabalho, do conteúdo. A conclusão dos trabalhos ocorre com apresentação dos alunos mostrando os resultados do estudo e com a conversação dirigida pelo professor.Para evitar indisciplinas é razoável que o professor tome medidas necessárias para a formação dos grupos. Veja alguns itens necessários: ter todos os meios necessários disponíveis, bibliografia para consulta, mesas e cadeiras preparadas; se desejar formar cinco grupos, numerar os alunos de 1 a 5 seria excelente: cada aluno, com o mesmo número cardinal, seria membro de um mesmo grupo.

Vejamos algumas técnicas diferentes de trabalho em grupo: (1) Debate - Indica-se alunos para discutir, com os restantes dos alunos como platéia, um tema polêmico, cada um defendendo uma posição; (2) Philips 66 - Tantos grupos com a mesma quantidade de membros discutem uma questão em poucos minutos e depois apresentam suas conclusões. O importante é verificar o nível de retenção de conhecimento sobre um determinado assunto no início de aula ou após uma explicação; (3) Tempestade Cerebral -A partir de um assunto, os alunos falam o que vem à mente. Estas palavras são anotadas na lousa e o professor prossegue com a aula associando as anotações ao assunto em estudo; (4) Grupo de Verbalização e Grupo de Observação (GV-GO) - Uma parte da classe forma um círculo central para discutir um tema (GV), enquanto os demais formam um círculo ao redor para observar (GO) e depois, no grande grupo, fazer comentários necessários a respeito do comportamento do GV e dos assuntos discutidos. Posteriormente, ou na mesma aula, os papéis dos grupos podem se inverter; (5) Seminário - Um aluno ou grupo de aluno prepara um tema para apresentá-lo à classe de forma expositiva e formal; é permitida a conversação entre os apresentadores e os restantes dos alunos desde que haja interesse e planejamento do grupo apresentador; (6) Maria Não Vai com as Outras - Todos os alunos, a partir de estudo de um tema, escreve um argumento falso ou verdadeiro, ou seu ponto de vista, em uma ficha, e a coloca numa cesta em cima de uma linha de barbante que dividirá a sala de aula ao meio: um lado da sala se chama Concordo e o outro Discordo. O Professor indica um aluno para retirar uma ficha e a partir da leitura cada indivíduo deverá se posicionar indo para o Discordo ou para o Concordo e justificando sua escolha; (6) Júri Simulado - Dado um assunto polêmico, é separado da turma, para julgar a ilegalidade do ato de um fato ou coisa polêmica, o Juiz, para presidir o julgamento e ler o veredicto, o réu, para representar a coisa ou fato em estudo, o advogado de devesa do réu, o promotor, para acusar o réu, refutando os argumentos do advogado de defesa. O júri, que se convencerá ou não do crime do réu, se pronunciará por escrito, será constituído pelos demais membros da turma ou parte dela.

5- Atividades Especiais

Métodos de Atividades Especiais são atividades que complementam os métodos de ensino proporcionando apropriação ativa do conhecimento. Estas atividades são estudo do meio, jornal escolar, uso de biblioteca, apresentações extraclasse, etc. Destacamos o estudo do meio como técnica elementar neste método. É atividade realizada por meio de visitas, passeios, ou excursões para possibilitar o levantamento de dados, a discussão e a compreensão de problemas do cotidiano do aluno, da família, da sociedade, da igreja. Esta atividade deve ser bem planejada para evitar problemas legais, falta de objetividade da visita e indisciplina do pessoal. Aconselha-se a solicitar as devidas autorizações por escrito junto aos responsáveis pelo aluno e à direção do estabelecimento de ensino, providenciar pessoal da segurança, formular perguntas a serem respondidas no local de destino, preparar roteiros estudo para acompanhamento dos alunos durante a visita, organizar palestras no local da visita. Estudo do meio não se resume em visitas.

Page 61: Apostila Escola Dominical.doc

Avaliação: É utilizada para constatar os progressos e as dificuldades do trabalho e a partir daí para reorientar o trabalho para as correções necessárias. Serve para ver o nível do trabalho escolar, o que indica que tanto aluno como professor, são sujeitos que devem ser alcançados pela avaliação. Pensa-se que a avaliação é utilizada somente para provar o que o aluno alcançou em termos de instrução: pode ser o caso de o aluno não ter desenvolvido o esperado por falha no sistema escolar, ou no planejamento, ou no professor. As três funções da Avaliação: (1) função pedagógico-didática - refere-se à verificação sistemática dos resultados do processo de ensino em termos de objetivos gerais e específicos; (2) função de diagnóstico - permite verificação dos progressos e dificuldades dos alunos e atuação do professor, que por sua vez determinam modificações no processo de ensino; (3) função de controle - refere-se aos meios e à freqüência das verificações e de qualificação dos resultados escolares, possibilitando o diagnóstico das situações didáticas.

Características da avaliação: reflete a unidade objetivos-conteúdos-métodos; possibilita a revisão do plano de ensino; ajuda a desenvolver capacidades e habilidades; Ser objetiva sem excluir a subjetividade; é termômetro do esforço do professor. Instrumentos de verificação do rendimento: prova escrita dissertativa, prova escrita objetiva; questões certo-errado, questões de lacunas, questões de correspondência, questões e múltipla escolha, interpretação de texto, questões de ordenação, questões de identificação/localização. Procedimentos auxiliares de avaliação: observação (desenvolvimento afetivo, intelectual; relacionamento, organização e hábitos pessoais); entrevista.

TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

(ESQUEMA COMPARATIVO ENTRE AS ESCOLAS E OS COMPONENTES DA DIDÁTICA)

A DIDÁTICA

Escola Tradicional: Disciplina normativa - dita regras.

Escola Nova: Orienta a direção da aprendizagem.

Escola Tecnicista: Indica métodos e técnicas eficientes.

Escola Crítica: Estuda o ensino que por sua vez visa formar o cidadão.

O ENSINO

Escola Tradicional: Voltado para o professor e desenvolve a memória.

Escola Nova: Valoriza o aluno e suas habilidades natas.

Escola Tecnicista: Voltado para o mercado de trabalho.

Escola Crítica: Valoriza a transformação social, o professor, o aluno, o conteúdo.

O CONTEÚDO

Escola Tradicional: Tratado isoladamente.

Page 62: Apostila Escola Dominical.doc

Escola Nova: São principalmente os interesses do aluno.

Escola Tecnicista: Necessidades tecnológicas.

Escola Crítica: Conhecimentos e habilidades - o saber gera poder transformador.

O MÉTODO

Escola Tradicional: Forma prática de se chegar ao objetivo.

Escola Nova: Ativos e lúdicos.

Escola Tecnicista: Instruções programadas e outros.

Escola Crítica: Várias possibilidades para apreender o conteúdo e desenvolver habilidades.

A AVALIAÇÃO

Escola Tradicional: Medir o conhecimento do aluno por meio de provas e testes.

Escola Nova: Avaliação subjetiva com prática qualitativa.

Escola Tecnicista: Entrada de conteúdo (In e Out).

Escola Crítica: Habilidades e o saber - tem reflexo no ensino, proporciona o feed back.

A RELAÇÃO PEDAGÓGICA

Escola Tradicional: Excesso de diretividade. Professor distante do aluno.

Escola Nova: O aluno é o centro - Ele é crítico e participativo. Fraca diretividade.

Escola Tecnicista: Professor distante do aluno.

Escola Crítica: Relação democrática e com diretividade.

O PROFESSOR

Escola Tradicional: O professor detém o conhecimento para depositar no aluno.

Escola Nova: O professor é o facilitador da aprendizagem.

Escola Tecnicista: Deseja formar o técnico eficiente. O professor é transmissor.

Escola Crítica: Direciona o processo de ensino.

Page 63: Apostila Escola Dominical.doc

O ALUNO

Escola Tradicional: Indivíduo passivo e isolado do contexto sócio-histórico.

Escola Nova: Sujeito ativo e dinâmico. Valorização do "Self".

Escola Tecnicista: O futuro técnico.

Escola Crítica: Sujeito ativo inserido no momento histórico e social.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

As escolas dominicais precisam organizar-se pedagogicamente no sentido de prepararem um documento pedagógico a fim de nortear suas atividades. É comum existir nesta forma de ensino situações que antagonizam as contribuições da Didática. Muitos professores costumam trabalhar isoladamente formando em sua classe uma escola dominical à parte. Ele passa o conteúdo sem preocupações com os fins educacionais amplos e específicos. Qual é o crente que a EBD deseja formar? Passar conteúdo sem se preocupar com objetivos pode ser considerado como atirar no escuro.

Sugerimos aqui alguns objetivos gerais (Extraídos do Regimento da Escola Bíblica Dominical - Gama - DF) que podem dar um impulso para a preparação da proposta pedagógica da EBD: "Art. 3º A Escola Bíblica Dominical tem a finalidade de propiciar, por meio de estudo da Palavra de Deus, o desenvolvimento da fé, da justiça, da paz, da humildade, do amor, em cada aluno, assegurando a ele a oportunidade de:"

"I- Integrar-se no seu grupo da mesma faixa etária;"

"II- Aumentar o vínculo com sua família;"

"III- Almejar o episcopado;"

"IV- Buscar o batismo com o Espírito Santo e os Dons Espirituais;"

"V- Resistir às heresias;"

"VI- Solicitar o batismo nas águas;"

"VII- Desenvolver o gosto pelo estudo da Bíblia;"

"VIII- Ter uma vida de oração;"

"IX- Ir pregar o evangelho a toda criatura;"

"X- Valorizar a obediência às lideranças da igreja."

Os professores também precisam sofisticar mais o ensino no sentido de se preocuparem com o aluno como sujeito. Ele, na maioria das vezes, é treinado a desenvolver muito a capacidade de sentar (um atrás do outro) , ouvir, ouvir e ouvir...Que tal desenvolver nos alunos as habilidades de falar, refletir, dramatizar, pesquisar, estudar, apresentar, participar, cooperar,

Page 64: Apostila Escola Dominical.doc

sentir, descobrir, e por último, ouvir e sentar. Estas duas últimas habilidades também são importantes.

BIBLIOGRAFIA

COSTA, Francisco Clayton Marques da - Fundamentos de Psicologia Aplicados à Educação, apostila.

LIBÂNEO, José Carlos - Didática, Cortez, SP, 1994.

MIZUKAMI, Maria das Graças Nicoletti - Ensino: As Abordagens do Processo, EPU, 1986.

PLANO DE ENSINO TRIMESTRAL - Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Brasília (Gama), 3º/1998.

PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ESCOLA CLASSE 04 DO GAMA - 2000.

REGIMENTO DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Brasília, Gama-DF, 2000.

Prof. Clayton Marques da Costa é pedagogo pela UnB, Superintendente da EBD-Gama - DF.

E-mail:[email protected]

Fonte: http://www.ebdweb.com.br

Page 65: Apostila Escola Dominical.doc

ESCOLA DOMINICAL COMO ESPAÇO DA EVANGELIZAÇÃO

Rev. José Pontes Sobrinho

I - Introdução

É impossível refletir sobre a Escola Dominical sem que fiquem claras duas funções por ela exercidas: ensino e evangelização. Isto é, querigma (pregação) e didaquê (ensino).

Desde os tempos bíblicos, a preocupação com o ensino e a evangelização é muito forte. No Antigo Testamento, Israel é chamado a educar as gerações vindouras sobre a lei de Deus. No Novo Testamento, Jesus dá instruções a seus discípulos, na grande comissão de Mateus 28.18-20 enfatizando a pregação e o ensino.

Desde os primórdios, a Igreja Cristã permaneceu, enquanto pôde, aprendendo nas sinagogas e recebendo os ensinos. Quando foi expulsa das sinagogas, passou a reunir-se nas casas (Atos 2.42)

II - Origem da Escola Dominical

A Escola Dominical teve sua origem na Inglaterra, com Robert Raikes, em 1780. Ela tinha o propósito de oferecer instrução às crianças pobres que trabalhavam, usando para isso o único dia livre da semana. Raikes tirava as crianças das ruas, limpando-as, alimentando-as e iniciando-as ao estudo da Bíblia.

III - Modelo em sua Gênese

ü      Tinha o propósito de oferecer educação básica aos que não podiam freqüentar escolas públicas.

ü      O objetivo era a Educação Cristã, isto é, transmitir o conhecimento religioso e o comportamento associado a ele à classe mais empobrecida de jovens.

ü      Fornecia um alicerce sobre o qual as crianças podiam construir suas vidas morais.

IV - O que é Educação Cristã?

ü      Educação Cristã é um processo dinâmico para a transformação, libertação e capacitação da pessoa e da comunidade.

Page 66: Apostila Escola Dominical.doc

ü      Ela se dá na caminhada da fé e se desenvolve no confronto da realidade histórica com o reino de Deus, num comprometimento com a missão de Deus no mundo, sob a ação do Espírito Santo, que revela Jesus Cristo segundo as Escrituras. (PVM, p.98).

V - O que é evangelização ?

A evangelização, como parte da missão, é encarnar o amor divino nas formas mais diversas da realidade humana, para que Jesus Cristo seja confessado como Senhor, Salvador, Libertador e Reconciliador. A evangelização sinaliza e comunica o amor de Deus na vida humana e na sociedade, através da adoração, proclamação, testemunho e serviço. (PVM)

VI - Reflexão Sobre a Escola Dominical Hoje

No livro “Vencendo os Inimigos da Escola Dominical”, Lécio Dornas, em sua avaliação da Escola Dominical, detecta os seguintes problemas:

1.      Mesmice pedagógica 2.      Superficialidade hermenêutica (biblicismo – sem Bíblia e interpretação sem contexto) 3.      Insuficiência na didática (às vezes tem conteúdo, mas não preparou para ensinar) 4.      Visão equivocada do ato de ensinar (falta vocação) 5.      Acomodação 6.      Presunção (pessoa que sabe tudo) 7.      Falta de material didático adequado

Considerando que, no âmbito da Escola Dominical, o visitante é também o aluno para evangelização e ensino, precisamos repensar nossa proposta de Escola Dominical = ensino x evangelismo.

Lendo o livro “Se você finge que ensina eu finjo que aprendo”, vemos o seguinte: a aula versa sobre qualquer coisa menos sobre o assunto do livro (lição). Professores/as pensando ter ensinado e alunos/as convictos/as de que sabem alguma coisa. Penso que a Escola Dominical, em muitos momentos, tem se tornado uma escola de alunos/as sem vida, é uma escola da teoria do “fingimento”.

George Barna, em seu livro “Evangelização Eficaz” analisa a vida e o conhecimento da geração evangélica em meio às mudanças atuais. Ele conclui o seguinte: “Muitos alunos são capazes de citar com precisão os programas de televisão do horário nobre e não são capazes de afirmar com precisão os temas básicos da fé cristã”.

VII - Educação Cristã e a Evangelização na Escola Dominical

Educação Cristã e Evangelização formam uma base fundamental na vida cristã. A Educação Cristã na Escola Dominical estrutura e revitaliza a igreja. Sua filosofia deve basear-se num sólido conhecimento bíblico (teológico), que acreditamos determinar os objetivos de nosso ensino, sua metodologia e conteúdo.

A Escola Bíblica Dominical é, ao mesmo tempo, educacional e evangelística. Richard Dramelhaus disse o seguinte: “A evangelização é a chave para se realizar a obra de Deus e a Escola Dominical é a mão que gira essa chave”.

A evangelização e a Escola Dominical devem existir numa dependência mútua para que a Escola Dominical exerça sua função bíblica. Tudo que a Igreja realiza deve passar pela vertente da Educação Cristã. A tarefa evangelizadora da Igreja sempre passou pela ênfase da educação teológica ou bíblica convergindo no discipulado. A igreja tem a tarefa de fazer discípulos (mathetês), e isso vai além de fazer convertidos.

É necessário o ensino (didaquê) que atinge o ser humano com a reflexão, capacitando para uma vida melhor sob os ditames das Escrituras. Evangelização e Educação Cristã são

Page 67: Apostila Escola Dominical.doc

inseparáveis: não se pode evangelizar sem ensinar e, enquanto se ensina, evangeliza-se também.

J.M. Frost, disse o seguinte: “A Escola se torna, em seu papel de agência, aquilo que a Igreja faz dela; sendo capaz de expansão quase indefinida na eficiência da Igreja como um canal para a produção de sua energia e vida... como uma força para o estudo e ensino da palavra de Deus, como uma força para a evangelização... como uma força para a instrução e educação... como uma força para a operação missionária... como uma força para incutir o caráter cristão nos homens e mulheres e para abrir a porta da utilidade em larga escala”.

VIII - Princípios em busca de crescimento na Escola Dominical

Pensando em redescobrir “As alegrias das manhãs de domingo”, o autor Ken Hemphill nos sugere alguns princípios que poderão ajudar o crescimento de nossa Igreja.

1.      Princípio de Processo Este princípio afirma que o crescimento é um processo e não um evento. Ele requer: ·         Planejamento ·         Estabelecer alvos ·         Gerenciar recursos ·         Avaliação regular dos resultados e eficiência

2.      Princípios da Pirâmide Este princípio nos mostra que, para aumentar a pirâmide, é preciso alargar a sua base. A base é a organização para o crescimento. Ela pode ser a estrutura dos grupos pequenos (classes) na qual ocorrem os relacionamentos, discipulado, etc.

3.      Princípios da Receptividade A Igreja deve investir seus recursos e priorizar onde ela pode obter frutos. Receber bem, acolher as pessoas e integrá-las, discipular são fatores fundamentais na Escola Dominical.

4.      Princípios da Unidade e Identidade Este princípio visa a envolver novos alunos/as na vida e missão da Igreja.

5.      Princípios da Liderança( professores)eficientes e eficazes A Igreja deve capacitar e treinar seus líderes objetivando o crescimento da Escola Bíblica Dominical.  

IX - Revitalizando a mentalidade na Escola Bíblica Dominical

Questionamentos que se fazem prioritários para revitalizar a Escola Dominical: Ela está sólida? Ela está arcaica? O que irá capacitar a Escola Dominical a funcionar como uma ferramenta de crescimento eficaz? Nossa Escola Dominical evangeliza? A Igreja recebe bem os visitantes? Há um acompanhamento imediato às pessoas que freqüentam a Escola Dominical? Os membros convidam amigos/as para a Escola Dominical? A estrutura (disposição) das salas ajudam na recepção do/a visitante? O/A professor/a é um/a educador/a? Há um clima positivo para mudanças, se necessárias? Os membros da Igreja, o/a pastor/a, professores/as visitam e se interessa\m por outras pessoas? Os alunos da Escola mostram responsabilidade e compromisso com a visão, dando acompanhamento imediato a essas pessoas?

X - Princípios Reflexivos para a Revitalização

Ken Hemphill aborda quatro pontos para nossa reflexão:

1.      Uma visão na tarefa da evangelização

Page 68: Apostila Escola Dominical.doc

É preciso recuperar o foco da evangelização, que é o conteúdo da missão. Foi este o foco que determinou a organização e a estrutura da Escola Dominical em sua gênese na Inglaterra e na América. O foco do evangelismo na Escola Dominical tem um efeito dominó, capacitando-a a se tornar uma ferramenta de crescimento. Somos chamados/as a ir = evangelizar, batizar = assimilar, e a ensinar = discipular.

2.      Ênfase no compromisso

Muitos têm relegado a Escola Dominical a um segundo plano. É preciso apoio pastoral a esse ministério, bem como da liderança da Igreja.

3.      Visão do trabalho em equipe

Uma escola precisa ter evangelismo, assimilação, ensino e comunhão na integração dos novos crentes em classes ou grupos pequenos.

4.      Propósito definido

Uma vez que a Escola Dominical perde sua ênfase na evangelização, os seus programas começam a fracassar. A Escola Dominical precisa redefinir seu propósito senão ela permanecerá mutilada. Se ela for adequadamente plantada, organizada, ela se tornará uma ferramenta para alcançar o ser humano para Cristo.

XI- Razões para acreditar na Escola Dominical hoje

Ela oferece uma estratégia simplificada e centralizada. A Escola Dominical é familiar. Ela é fundamento sólido para inovação. A inovação sempre é construída sobre o alicerce de princípios fundamentais. A Escola Dominical envolve as pessoas no serviço. Ela oferece a experiência de grupos pequenos. A Escola Dominical tem um registro provado em toda a história.

No filme A Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir, o ator principal, Robin Willians, mostra uma escola tradicional de Vermont nos Estados Unidos: a academia de Welton. Keating (Willians), o novo professor de literatura, pede aos alunos que arranquem todas as páginas da Introdução do livro que ensina como fazer poesia. Ele estava propondo aos alunos para não basear-se no que os outros pensaram, mas para procurar a poesia dentro de si mesmos.

Ele ensina os alunos a ser apaixonados pela vida, pela poesia e pela liberdade. Ensina também que, quando abrimos mãos de um sonho, morrendo por dentro, sempre um pouco de nós passa a estar morto e enterrado juntamente com o nosso sonho. Ao final do filme, um velho professor tenta trazer aos alunos o texto que reduz a poesia a um conjunto de fórmulas matemáticas. Ao contrário, o professor de Welton é a verdadeira encarnação do educador. Ele se preocupa com o ser humano mais do que com estruturas rígidas, às vezes obsoletas e sem sentido.

O professor Keating é o educador que um poeta imaginou ao escrever:  

Mestre,Teu verbo deve ser revelação

E em teu ensinamentoDeve viver o perfume de Teu espírito.

Se não podes dar a teu discípuloTuas próprias asas,

Dá-lhe o anseio de voarE contentaste em ser

Page 69: Apostila Escola Dominical.doc

A mais humilde pedraQue sustentará a sua galgada.Tu tens que caminhar com ele,

Lado a lado,Na estrada do Saber.Se tens mensagem,

Tuas palavras jamais se perderão no tempoE as sementes do teu verbo

Germinarão na terra dos coraçõesE tu serás eterno...

Mas, ah!Se não conheces o sentido da vida

E se em ti não existe fé;Se não foste fermentado pela dor,

Se te preocupas com coisas, e estás cristalizado em tuas verdades,Melhor seria se não tivesses nascido...

Pois, de que vale a florQue não dá seu néctar

E nem se torna fruto?!.. (Maria Luiza Silveira Telles)

Seria a Escola Dominical A Escola dos Alunos Mortos? Sem vida, sem base, sem profundidade, sem emoção, etc. Creio que não! Nela existem valores na formação de vidas, líderes, igrejas e transformação da sociedade que podem ser despertados e produzir frutos ao longo da história.

No livro “Ensinando para Transformar Vidas”, Howard Hendricks afirma que os comunicadores aplicam os princípios abaixo citados com êxito em suas atividades pedagógicas. Creio que hoje nossos/as professores/as e pastores/as necessitam aplicar na Escola Dominical:

  A Lei do Professor

Buscar o ensino numa rica experiência de vida.

A Lei do Ensino

Dominar a matéria e conhecer muito bem as pessoas a quem se ensina.

A Lei da Atividade

Envolver os alunos numa experiência altamente educativa. Ouço e esqueço; vejo e guardo na memória; faço e compreendo.

A Lei da Comunicação

Construir pontes de comunicação entre o comunicador e o receptor.

A Lei do Coração

Atingir a personalidade como um todo, intelecto, sentimento e vontade.

Page 70: Apostila Escola Dominical.doc

A Lei da Motivação

Descobrir e cultivar as motivações intrínsecas

A Lei da Preparação Prévia

Preparar o professor para ensinar e o aluno para aprender.

XII - Princípios para reflexão no evangelismo hoje na Escola Dominical:

1.      Nosso ensino e evangelização têm que ter inserção na comunidade como Escola Dominical e não ser uma dicotomia entre Querigma e Didaquê.

2.      Nosso evangelismo e ensino têm que ter estratégias e alvos a ser alcançados dentro do programa estabelecido no planejamento da Igreja na escola.

3.      Nossa escola dominical necessita ter berço bíblico, histórico, ter raízes, tradição e identidade dentro da visão wesleyana.

4.      Nosso ensino e evangelismo na Escola Dominical tem que gerar uma comunidade transformada segundo a imagem de Jesus, tendo discípulos e não meros alunos.

5.      Precisamos de uma Escola Dominical que, no ensino e evangelismo, leve o ser humano para o relacionamento vertical com Deus e horizontal com o próximo.

6.      Precisamos de uma Escola Bíblica Dominical que construa nossa identidade a partir de nossa cristologia. Nosso ensino e evangelismo têm que gerar crentes e comunidades com apostolicidade.

7.      Se a Escola Dominical, em sua mensagem, não leva o aluno a um relacionamento com Deus e a amar o próximo, isto não é educação cristã (ensino) e nem proclamação porque Deus é Deus de relacionamentos.

8.      Se na mensagem da Escola Dominical, a técnica e a forma tiverem modismos ou atrativos que objetivem tão somente o crescimento numérico, o evangelho ensinado é mais um produto e não é a mensagem do reino de Deus.

9.      O ensino e a mensagem da Escola Dominical que constituem obrigação e não compromisso revelam uma distorção bíblica em seus propósitos.

10.  A Escola Dominical necessita se alicerçar pelo relacionamento, ensino e evangelismo, gerando vida e crescimento na Igreja.

XIII - Princípios para reflexão sobre Educação Cristã na Escola Dominical

1.      “Na Septuaginta, a educação é entendida como um ensinamento vivencial (como por exemplo, Dt 11.9), cujo objeto é a vontade de Deus. Uma vez aprendidos os direitos, eles exigem obediência, compromisso e responsabilidade perante a decisão.” (Bíblia e catequese, p.6, J. E. M. Terra, vol.1)

2.      “No Rabinismo, a educação é a transmissão da vontade de Deus conhecida através da explicação da Lei e necessária para a relação do homem com Deus e com os irmãos. São ensinamentos concretos para a vida de cada um”. (Idem, p.7)

3.      “Educação religiosa crista é a atividade política com peregrinos no tempo, que com eles serve, deliberada e intencionalmente, à atividade de Deus em nosso presente, à história da comunidade de fé cristã corporificada nesse presente, e à futura visão do reino de Deus, cujas sementes já se encontram entre nós.” (Groome, H. Thomas, Educação religiosa cristã, p. 211)

Page 71: Apostila Escola Dominical.doc

4.      “A Educação Cristã é o processo pelo qual a experiência, isto é, a própria vida da pessoa, se transforma, desenvolve, enriquece e aperfeiçoa mediante sua relação com Deus em Jesus Cristo.” (Baez Camargo, Gonçalo, Princípios e métodos da educação cristã, p.38)

5.      “A catequese é Jesus Cristo, sua vida, suas respostas, sua Páscoa, seu amor, sua morte por doação, a vida comunidade que formou pelo testemunho, tudo isto vivido e testemunhado pelo cristão de hoje.” (Cansi, Bernardo, Curso de catequese renovada, p.94)

6.      “Educar cristãmente é transformar a história de denominação em uma história de libertação; de uma história de escravidão e morte para uma história de liberdade e vida. Aí está o tema central da Bíblia: a VIDA. A vida compreende a luta pela posse da terra, ter um trabalho, saciar a fome, apaziguar a sede, o frio (Celadec, Educação cristã e educação popular, p.23)

(Apud SANTOS, Zélia Constantino. A Educação Cristã Na Igreja Metodista, 1997)

IX - Conclusão

Queremos uma Escola Dominical mais criativa e mais bíblica. Uma Escola que ensina, discipula, evangeliza e seus alunos tenham fundamento doutrinário e histórico. Creio que este Congresso trará uma revitalização à Escola Dominical, na Vida e Missão da Igreja no Brasil.

Como Igreja e Escola Dominical, precisamos entender o que João Wesley disse: “Deus nos misturou com os outros homens para que a graça que Dele recebemos possa ser comunicada a estes, nossas palavras, ‘santos impulsos’ devem ter influência sobre eles”.

Diante da caminhada histórica, pensando no Futuro da Escola Dominical, vendo as coisas como estão, eu pergunto: Por que não? Eu acredito que cada metodista pode se tornar um aluno da Escola Dominical, chegando assim a 150 mil alunos/as. Acredito que a Escola Dominical é o eixo básico para formação e crescimento da Igreja.

Citando Elizabeth Accioly Vieira, na apresentação do livro “Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo”: “alunos são anjos nascidos sem asas; e o que há de mais bonito em nascer sem asas é fazê-las crescer”. Esta é uma tarefa da Escola Dominical: levar nossos/as alunos/as à maturidade e gerar crescimento em todas as dimensões.

Na tarefa da evangelização, precisamos retornar a Escola Dominical à sua gênese, como escola bíblica, pois nela se ensina que “a semente é a Palavra” e o professor é o que revolve a terra e planta a semente”.

 

Texto elaborado pelo Rev. José Pontes Sobrinho Coordenador Nacional de Expansão Missionária 1 Congresso Nacional de Escola Dominical 28 a 30 de abril de 2001 Jundiaí/SP  

XV - Bibliografia

BARNA, George. Evangelização eficaz. São Paulo: United Press, 1998. COLÉGIO EPISCOPAL. Plano Para Vida e Missão da Igreja Metodista. São Paulo:

Imprensa Metodista, 1981. DORNAS, Lécio. Vencendo os inimigos da Escola Dominical. São Paulo: Eclésia, 1998. HEMPHILL, Ken. Redescobrindo a alegria das manhãs de domingo. São Paulo: Eclésia,

1997.

Page 72: Apostila Escola Dominical.doc

HENDRICKS Howard. Ensinando para transformar vidas. Belo Horizonte: Betânia, 1991. MARTIM, William. Primeiros passos para professores. São Paulo: Vida, 1995 SANTOS, Zélia Constantino. A educação cristã na Igreja Metodista. Rio de Janeiro:

Bennett, 1997. TELLES, Maria Luiza Silveira. Educação: a revolução necessária. Petrópolis: Vozes, 1992. WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. Petrópolis: Vozes,

1995.

WESLEY, John. Sermões (tradução de Nicodemus Nunes).v.2, São Paulo: Imprensa

Extraído do site www.metodista.org

Fonte: http://www.ebdweb.com.br

Page 73: Apostila Escola Dominical.doc

COMO OTIMIZAR O ENSINO NA EBD

Severino Salviano de Oliveira Júnior

Nós professores muitas vezes negligenciamos a didática acreditando que qualquer aula está muito bom e que basta passar o conteúdo; isso é uma completa ilusão, pois a nossa aula precisa ser a melhor possível, porque estamos fazendo-a para Deus e assim precisamos nos esforçar para colocarmos em prática alguns elementos didáticos na nossa prática docente para que o processo ensino-aprendizagem seja mais dinâmico e eficiente.

O que se pretende é que nosso aluno de EBD cresça em todos os sentidos, como está na bíblia, na graça e no entendimento, seja apto para pregar, ensinar e defender a fé que professamos. Por tudo isso sugerimos que os irmãos leiam, reflitam e o mais importante coloquem em prática o que se segue:

Jamais faça uma aula de improviso

Sempre se planeje antes, ore, pesquise, estude o tema, debata com alguém, tire suas dúvidas. isso vai valorizar intensamente sua aula, o aluno sempre percebe quando o professor não se preparou, quando ele está inseguro, e assim o professor mata o aluno, pois tira o estímulo do mesmo e é por isso que muitas vezes o aluno deixa de freqüentar a EBD, pois ele vem e só escuta besteiras.

É preciso se fazer uma aula com profundidade, com conteúdo. Eu aconselho você pesquisar em enciclopédias, manuais bíblicos, Bíblias de estudos, comentários bíblicos, dicionários bíblicos, revistas teológicas ou cristãs de boa qualidade (em outra oportunidade estarei repassando uma bibliografia).

Se possível faça um curso teológico o mais rápido possível para ter um repertório global teológico mais consistente. Sabemos que a revista da CPAD usada em muitas igrejas já vem com algum subsídio mas não é o suficiente para o professor; a revista não deve ser uma fonte exclusiva da sua aula; ela deve funcionar como um roteiro, o enriquecimento da sua aula é uma tarefa essencial e só você pode fazer isso, é uma questão de compromisso, interesse e força de vontade de fazer o melhor possível para Deus e respeitar os seus alunos.

Objetivos

Page 74: Apostila Escola Dominical.doc

Lembre-se que escola dominical é uma escola e não um culto de adoração, louvor ou oração, portanto nunca fuja do assunto em pauta, nada de contar testemunhos, cantar, orar, contar anedotas, contar casos, entrar por assuntos paralelos, pois este não é o momento adequado. Cumpra sempre o que está proposto nos objetivos daquela aula, porque se não tudo perde o sentido, é uma pura perda de tempo e revela um total descaso do professor com a proposta da Escola Bíblica. Geralmente quem faz isso é o professor preguiçoso que não se preparou, que está ali de improviso. Isso é lamentável mas acontece muito; portanto, vigie.

Aula participativa

Deixe o aluno participar ativamente da aula, abrindo espaço para ele questionar, tirar suas dúvidas, expor suas opiniões; isso tornará suas aulas mais dinâmicas, participativas, porém evite as polêmicas desnecessárias. Se por acaso um ou outro aluno tentar polemizar e não se não conseguir o consenso, peça para tratar particularmente com ele em outra oportunidade, mas dê seqüência à aula, agora cuidado nunca deixe seu aluno sem resposta, nunca deixe seu aluno na incerteza. Se no momento você não souber da resposta, a melhor saída é ser honesto, diga que no momento não sabe, mas que vai pesquisar e na próxima aula trará a resposta, mas não esqueça você assumiu o compromisso, então realmente traga a resposta na aula seguinte sob pena de cair no descrédito da turma.

O aluno

Existe um conceito chamado Inteligência Emocional, onde nós devemos estimular o lado emocional do aluno. Portanto, conheça seu aluno, converse com ele, conquiste-o, não seja impessoal, distante, quanto mais você conhece seu aluno mais eficaz será a sua tarefa de ensiná-lo (no futuro breve falarei mais detalhadamente sobre Inteligência Emocional). Seja uma pessoa acessível, aberta a perguntas, a críticas construtivas, não dada a radicalismos, nem legalismos, disposta a rever seus conceitos desde que seja uma opinião contrária consistente.

É preciso respeitar a opinião do aluno, porém sua obrigação é ensinar o certo, desde que o certo tenha fundamentação bíblica consistente, fundamentada em regras de hermenêutica, em regras de boa interpretação bíblica. nunca ensine algo baseado em opiniões particulares, tradições, costumes e usos, se for o caso deixe claro que é uma questão pessoal, tradicional, é sempre bom basear-se em posturas de bons mestres, pois Deus levantou os mestres para edificar a igreja. Somente Deus é o dono da verdade, portanto a bíblia deve prevalecer acima de tudo, pois qualquer comentarista ou nós mesmos podemos estar equivocados, pense sempre nisso.

Torne sua aula agradável e produtiva

Use sempre um recurso didático extra para valorizar sua aula, se esforce para isso, pois a nossa tendência é somente dar aulas expositivas, porque é mais fácil. Se for uma aula que envolva Geografia Bíblica traga um mapa grande, colorido e mostre aos alunos na hora de explicar, por exemplo, sobre cidades antigas da bíblia. A capacidade do aluno aprender com métodos audio-visuais é muitíssimo maior. Use também o retroprojetor com transparências de textos e de figuras coloridas.

Page 75: Apostila Escola Dominical.doc

Use ainda o álbum seriado, é simples e barato, feito com folhas de papel madeira onde você pode fazer esquemas, colar figuras, etc. Sempre que possível leve revistas para mostrar, incentivar a leitura, livros, atlas, descobertas arqueológicas, dados históricos, curiosidades bíblicas. Você pode promover mini-debates na classe sobre o tema da aula, avisando antes para eles estudarem, ofertar um prêmio para quem se sair melhor, etc.

Pode-se também passar um vídeo, com documentário pertinente, um filme, uma vídeo-aula, trazer um convidado com formação específica naquele assunto (em breve estarei trazendo informações específicas sobre cada recurso).

O Professor

O bom professor é aquele indivíduo bem informado, antenado com o mundo que o circunda. Portanto, informe-se, atualize-se, adquira o hábito de ter uma postura sobre diversos assuntos, como política, ciência, ecologia, televisão, artes, religião, futebol, seja eclético. Saiba usar a internet, e-mails, leia edições como Veja, Isto É, Ultimato, Eclésia, assista bons filmes históricos, bons programas de televisão (tem muita coisa ruim mas descubra o que há de bom para o seu próprio bem e de seus alunos), Seleções do Riders Digest, se interesse por participar de seminários, semanas teológicas, debates, mesas redondas, encontros, convenções, visitar outras igrejas, ouvir muitas opiniões, adquira o hábito de conhecer, refletir e reter o que é bom, isso não é pecado, desde que você faça por fé e para a glória de Deus.

Qualquer dúvida pode entrar em contato comigo por e-mail ([email protected]) ou por meu telefone (84) 208-1904 (residencial) ou de 07 ás 13 h no (84) 232-2195 (trabalho). Espero que estas sugestões possam ser de alguma forma válida para vocês. Oportunamente estaremos discutindo sobre outros temas teológicos ou pedagógicos.

A graça e a paz de Cristo para todos.

Severino Salviano de Oliveira Júnior é Bacharel em Teologia e Letras e é professor da EBD na Assembléia de Deus em Natal-RN, congregação de Neópolis.

Fonte: http://www.ebdweb.com.br

Page 76: Apostila Escola Dominical.doc

ESCOLA DOMINICAL: SEM FINGIMENTOS NO ENSINO

 

Passos na preparação do professor

1) Orar.

O primeiro passo é a oração. A tarefa é grande demais para enfrentar sozinho. Quando ora, ele está mostrando que depende mais de Deus, do que de si mesmo. Quando ora reconhece que sua tarefa é essencialmente espiritual. Quando ora, está seguindo o conselho da Bíblia, o livro que ele propõe a ensinar. Ore por si mesmo e pelos alunos.

2) Ler as passagens bíblicas.

O professor não pode esquecer que está ensinado a Palavra de Deus, e não somente o que os outros dizem a respeito dela. Por isso deve conhecer profundamente as passagens bíblicas que servem de base para cada lição. Antes de lançar mão em qualquer comentário da lição, deve-se ler muito as passagens indicadas, para entender o contexto. Jesus se mostrou perfeitamente qualificado, citando passagens de pelos menos vintes livros do Antigo Testamento. Ele conhecia o conteúdo do que ensinava. Era sua base!

3) Estudar os comentários.

Depois de conhecer as passagens bíblicas, o professor deve procurar aprofundar o seu conhecimento e a compreensão do assunto, através dos estudos dos comentários. Pouco são os professores que tem ao seu alcance uma biblioteca com vários comentários sobre o assunto. A maioria tem a apenas as revistas da escola, mas são de grande ajuda ao professor.

O problema de muitos professores, é que só lêem a revista no sábado a noite, ou no domingo antes de começar a aula, e a vezes só no momento de iniciar a aula; e ainda espera boa participação. É um tragédia à escola. Cuidado para não passar influenciar os alunos com estes exemplos; pois são o que exatamente o professor é. Norvel Welch no livro Melhor ensino bíblico para adultos, faz o seguinte comentário: "As revistas da Escola Bíblica Dominical são comentários da lição escritas por pessoas altamente qualificadas. Mas são comentários e aplicações preparados para ajudar o professor no seu preparo, e nunca para serem lidos perante a classe. Não se deve subestimar a inteligência do aluno lendo outra vez o que ele deveria ter lido em casa. Por melhor que seja, as revistas não devem substituir a Bíblia e o

Page 77: Apostila Escola Dominical.doc

estudo dela. O professor que está constantemente recitando os comentaristas da lição corre o sério risco de perder sua autoridade como professor e líder do estudo, e da evidência de ser um professor despreparado".

Quando devo me preparar? Na sexta ou no sábado? Sugerimos que comece no domingo à tarde. Isto levara poucos minutos de cada dia, mas você chegará ao próxima domingo preparado, com idéias concretas. Como professor, já passei por experiências terríveis. Confesso que já fiquei como que "perdido no assunto", ou alguém que caminha sem destino. Por que? Por não me preparar! Por achar que já conhecia a matéria e não precisaria estudar. Estou falando com experiências! Você fingir que ensina, os alunos fingem que aprendem!

Na sala de aula

Quase todos nós já passamos pela experiência de sermos surpreendidos com o anuncio do termino da aula. O tempo passa rápido! Temos observado que professores e alunos reclamam do "pouco tempo" reservados para o estudo em classe. Já ouvi alguns professores frustrados, dizerem que a aula terminou exatamente quando começava a "ficar boa". Ora, nos últimos minutos estava ficando interessante, e os 40 minutos passados, não foram nada? A questão não é falta de tempo e sim planejamento.

Há professores que além de preparar suas aulas no sábado a noite; assiste TV ao mesmo tempo! Com certeza sua atenção não será voltada para à interpretação e nem permitirá a iluminação pelo Espírito Santo. Outros são improvisadores. "Mensagem quentinha". O improviso não é recomendável. Imagine você se deparar com um versículo bíblico que só é possível entender mediante a uma análise contextual ou até mesmo vários livros da Bíblia. E se diante de você estivesse uma parábola, uma alegoria, um simbolismo? Ou uma palavra chave que determina a interpretação do texto, como por exemplo "propiciação", "neófito", "primazia", "oráculo" etc...

Se para alguns professores o tempo é "curto", para outros 50 minutos parece uma eternidade. Acabou o assunto, o tempo não. É outro problema causado pelo despreparo; o nosso conhecimento fica tão limitado ao assunto, que o tempo não passa.

Como conseqüência, nossas classes minguam, e os alunos ficarão em extinção! Será raro encontrar aluno interessado. Em vez de ser um prazer ir à Escola dominical, será um dos maiores desafios! "no limite" da coragem de encarar tal aula! E o que significa isso? Prejuízo à Escola Dominical, à obra de Deus. Temos grandes responsabilidades; primeiro passar informações e, segundo, cooperar com Deus para formar caráter cristão aos alunos.

Resultados do planejamento

Quem tem o conceito de achar que a "mensagem quentinha" é a improvisada, já notou às desvantagens. Não tenho nada contra, desde de que o professor tenha experiências para isso. Jesus não ensinou de improviso, antes foi preparado. Ele tinha objetivos à alcançar. O professor que se prepara e estuda para tal momento terá menor possibilidade de esquecer partes importantes ou chegar a um objetivo.

Page 78: Apostila Escola Dominical.doc

Assim, quando o professor for alertado do final de sua aula, não terá mais surpresas. Não importa o tempo que lhe é reservada; mesmo que seja um tempo curto, haverá produtividade e satisfação na aula. Lembre-se, o problema é planejamento!

Bibliografia 1) Apostila de Escola Dominical - Seminário Teológico Paulo Leivas Macalão. 2) Livro texto da Faetel - Faculdade de Educação Teológica Logos. Vol II. 3) Dornas, Lécio. Socorro! Sou professor da Escola Dominical. Eclésia. 4) Ford, Leroy. Ensino Dinâmico e Criativo. Juerp. 5) Welch, Norvel. Melhor ensino Bíblico para adultos. Juerp. 6) Pearlman, Myer. Ensinando com êxito na Escola Dominical. Vida. 7) Teles, Antônio Xavier. Psicologia Moderna. Ática. 8) Prince. J.M. Pedagogia de Jesus. Juerp.  Livros indicados: 1) Antonio Tadeu Ayres. Como tornar o ensino eficaz. CPAD. 2) Ray Johnston. Socorro! Meus alunos sumiram. Betânia. 3) Noelio Duarte. Você pode falar melhor. Juerp. 4) Antonio Gilberto. Manual da Escola Dominical. CPAD. 5) George Kneller. Introdução à Filosofia da Educação. Ed. Zahar. 6) Revista Nova Escola. Periódico secular bimestral. Fundação Victor Civita.

Edílson Teles, Professor seminarista, Bacharel em Teologia.

Fonte: http://www.ebdweb.com.br

Page 79: Apostila Escola Dominical.doc

ESCOLA BÍBLICA - REVISTA E ATUALIZADA

 

Pontualmente, no mesmo local, um grupo se reunia para estudar a Bíblia, apesar de estar limitado pelo cabresto dogmático que impôs a si mesmo com o passar dos anos. Mas, a presença de um visitante inesperado trouxe grande surpresa e inquietação. Em seu discurso, o visitante apresentou uma interpretação nova e inconcebível aos seus ouvintes. Diante da argumentação contundente, e sem meios de respondê-la, não houve outra posição a tomar, a não ser a rejeição total acompanhada de perseguição.

Um segundo grupo recebeu o mesmo visitante, mas ao ouvir coisas tão conflitantes com o que acreditava até aquele momento, se dedicou a pesquisar e verificar a fundamentação bíblica dos argumentos apresentados. Ao findar a pesquisa, o grupo aceitou as afirmações do visitante.

Talvez pudéssemos registrar dessa forma as reações antagônicas dos judeus tessalonissenses e bereanos diante da releitura que Paulo fez do Antigo Testamento para apresentar Jesus como o Cristo, há muito esperado por eles. Exaltamos a atitude dos bereanos porque tomaram a decisão acertada, mas negligenciamos o processo em que isto aconteceu. Infelizmente não estamos oferecendo aos crentes de hoje os subsídios necessários para o mesmo aprofundamento na Palavra. Não oferecemos os instrumentos para que o crente tome decisões acertadas pautado na Palavra de Deus. Cabe a pergunta: Que tipo de ensino bíblico temos oferecido? Por que os membros de nossas igrejas não estão preparados para discernir as muitas doutrinas que chegam até eles? Podemos pensar em algumas possíveis respostas.

Supervalorização do Professor

Tem-se adotado um modelo tradicional de ensino colocando o professor no centro do processo ensino-aprendizagem.Aliás, o pensamento ainda dominante é: o professor ensina - o aluno aprende. Por isso direcionou-se todo o esforço pedagógico para transmitir conteúdo ao professor, que por sua vez deve transmiti-lo ao aluno. Paulo Freire denomina este processo de "Educação Bancária", pois se faz o depósito de conhecimento no outro. É interessante verificar este processo na descrição do papel do professor de adultos como intérprete da Palavra na visão de Norvel Welch:

Page 80: Apostila Escola Dominical.doc

· O professor da Escola Bíblica Dominical é um intérprete da Bíblia. Ele foi nomeado para este fim. Ele fica ao lado do seu aluno para dar as melhores explicações possíveis, para esclarecer palavras e frases difíceis, para desaconselhar conclusões precipitadas e para evitar interpretações espúrias, forçadas ou prejudiciais.

Afirmar que algumas pessoas podem interpretar a Bíblia e outras não, é voltar a Idade Média. As Sagradas Escrituras eram objeto de posse da Igreja e somente nela, por intermédio do clero, é que o povo podia ouvir seus ensinamentos. É bom lembrar que os batistas, assim com fez Lutero, defendem o livre exame das Escrituras.

Uma visão mais interativa do papel do professor , podemos encontrar em Lucien E. Coleman Jr. Para ele a função do professor é facilitar a aprendizagem, criar condições favoráveis para que ela aconteça. Além de interpretar a Bíblia, o professor tem a difícil tarefa de ajudar os alunos a interpretá-la.

 · O que é mais fácil: ajudar alguém a compor sua própria interpretação da Bíblia ou simplesmente contar-lhe a sua? O que exige mais capacidade: "expor o assunto" de uma maneira pré-fabricada ou orientar os alunos à medida que eles descobrem a verdade por conta própria?

Mas, no dia-a-dia da Escola Bíblica em muitas regiões do Brasil, infelizmente, nem professor, nem aluno interpretam a Bíblia. Ambos reproduzem a interpretação feita pelo autor da revista utilizada, com total ausência de senso crítico.

Ensino Bíblico Para Reprodução

O resultado disto, depois de anos, é um ensino bíblico com ênfase na reprodução. Produzindo alunos passivos e dependentes, que não sabem "responder a razão de sua fé". Eles somente repetem o que seu professor ou pastor lhe transmitiu. Estão prontos para reproduzir os argumentos daqueles que mais o impressionaram, mesmo que sejam líderes de doutrinas divergentes. Quando os questionamentos externos, fogem dos parâmetros da revista, nossos alunos não sabem reagir.

Podemos imaginar que os tessalonicenses visitados por Paulo na sinagoga podiam reproduzir somente os ensinamentos de seus mestres. Não estavam preparados para uma confrontação com um ensinamento diferente. Sem conhecer e utilizar os princípios de interpretação bíblica, sem desenvolver o hábito de pesquisar em outras fontes além da revista, do professor ou do pastor, nosso povo está despreparado para enfrentar o misticismo deste final de século.

No entanto, segundo o autor do livro Programa de Educação Religiosa, "o objetivo da educação religiosa é a formação de uma consciência que oriente a conduta do cristão à luz da Palavra de Deus ..." A formação da consciência crítica para tomada de decisões acertadas, principalmente aquilo em que devemos crêr, vai acontecer mediante problematização, debate, reflexão. Precisamos criar um clima favorável a questionamentos por parte dos alunos, mas precisamos oferecer-lhes condições de usarem os princípios hermenêuticos em sua confrontação com a Bíblia . É indispensável conhecer os instrumentos básicos para interpretar a Bíblia e achar as possíveis respostas para os questionamentos feitos ou novas idéias que aparecem constantemente.

Separação entre Bíblia e Realidade

Page 81: Apostila Escola Dominical.doc

Por mais importante que a Bíblia seja para nós, não podemos ensiná-la fazendo um corte com a vida, com a realidade do aluno. Mais importante que o saber cognitivo da Bíblia, mais importante do que a memorização de capítulos inteiros, é entendermos a sua mensagem ontem e hoje. O que Deus está nos dizendo através de Sua Palavra? Informações sobre os fatos históricos são importantes para entendermos o contexto, mas se pararmos tão somente neste estágio, a Palavra não cumprirá o seu objetivo: conhecermos a vontade de Deus.

Outro aspecto a considerar é que a Palavra de Deus ensina a cada um de nós a lição que precisamos. Deus sabe exatamente aquilo que precisamos mudar em nossas vidas e nós também sabemos. Num processo de ensino-aprendizagem é o aluno quem deve descobrir como aplicar o texto bíblico estudado em sua vida. Normalmente, numa visão paternalista de ensino, o professor é quem dá a aplicação do texto pronta para o aluno no final da aula.

Estrutura Enferrujada

Uma estrutura educacional existe para facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Porém na Escola Bíblica muitas vezes acontece o contrário: professor e aluno são oprimidos pela estrutura. Por isto optamos por analisar a estrutura com os olhos do professor e do aluno. Talvez possamos encontrar respostas para perguntas como: Por que é constante a busca por professores? Por que é baixa a freqüência e reduzido o número de matriculados?

O Professor

São muitas as exigências para o professor da EBD. Além de ensinar a Palavra, segundo Norvel Welch ele também deve ser exemplo em sua vida cristã; evangelizar colocando Cristo como Salvador em qualquer lição que ensinar; ser o líder da classe na visitação dos doentes e faltosos e ainda ser o amigo e conselheiro de todos os alunos. Quase que estamos descrevendo um super-crente. A realidade é outra. A vida do professor é agitada durante toda semana. Seu tempo tem que ser dividido com família, trabalho e muitas vezes estudo. É hora de perguntarmos que apoio o professor tem recebido para realizar seu trabalho? Se entendemos que ele é importante no processo, então temos que ajudá-lo. Abaixo você pode encontrar algumas sugestões.

Fatores Motivadores Fatores Desmotivadores

Ao ser convidado, receber suas tarefas por escrito.

Participar do processo de escolha do currículo.

Escolher o conteúdo que gostaria de ensinar e se aprofundar.

Receber orientação pedagógica direcionada às suas dificuldades no ensino.

O dever de dominar a cada trimestre todo o conteúdo da revista, sem ter chance de se aprofundar em um livro ou período histórico da Bíblia.

Receber a revista com poucos dias de antecedência para se preparar.

Participar de Estudo Prévios cansativos, que tentam explorar todo o conteúdo do trimestre em poucas horas.

Page 82: Apostila Escola Dominical.doc

Receber xerox de capítulos de comentários ou dicionários que auxiliarão em sua pesquisa referente as lições que serão estudadas.

Receber um cartão ou uma visita no dia do seu aniversário.

A ausência de espaço adequado e recursos didáticos.

· Ser avaliado a cada trimestre pelos alunos e pela Escola, de forma que possa identificar os aspectos que demonstram seu progresso e/ou dificuldades.

· Utilizar diferentes tipos de avaliação para identificar o desenvolvimento ou não da classe a cada trimestre.

· Ter oportunidades para compartilhar vitórias e dificuldades com outros colegas em encontros informais, que favoreçam momentos devocionais e de lazer.

· Receber da secretaria um relatório que demonstre a freqüência da classe com nomes e endereços de alunos faltosos, assíduos e visitantes.

A carência de apoio pedagógico e bíblico teológico.

Ter suas aulas interrompidas com freqüentes avisos.

Não ter o mínimo de uma hora para desenvolver a aula.

Trabalhar todos os domingos do ano sem direito a férias.

Nunca receber uma palavra de incentivo e reconhecimento do seu trabalho.

O aluno

Para começar, a EBD é uma escola muito fácil de entrar e difícil de sair. O processo de matrícula acaba por baratear o ensino. Segundo o Manual da EBD, a pessoa pode se matricular em qualquer domingo do ano, depois de uma ou mais visitas a uma classe. Somente em caso de morte, transferência para outra igreja ou mudança de residência para outra cidade é que se admite que um nome seja retirado dos registros da secretaria.

Que esforço a pessoa deveria fazer se ele é um aluno permanente numa escola? Que motivação teria para ser assíduo se sabe que deve fazê-lo por toda a sua vida e não por um período? Na minha opinião, seria mais atraente oferecermos ao aluno propostas de cursos, com currículo e carga horária definida, em que ele percebesse o seu desenvolvimento ao vencer etapas. Atualmente, o aluno passa para uma outra etapa automaticamente quando vence o estágio de desenvolvimento físico e mental de sua faixa-etária. Mas, existem outros fatores desmotivadores e motivadores. 

Fatores Motivadores Fatores Desmotivadores

Pertencer a um grupo de estudo de seu Ouvir a exposição da lição por parte do

Page 83: Apostila Escola Dominical.doc

interesse ou de sua faixa-etária.

A cada trimestre ter mais de uma opção de estudo e matricular-se para tal.

Estar aprendendo mais sobre Deus e como interpretar e aplicar a Sua Palavra.

Perceber que a cada etapa, o estudo apresenta um grau maior de dificuldade.

Fazer descobertas durante o estudo.

Usar diferentes materiais de apoio para pesquisa.

Participar de atividades extra-classe que sejam complementação do estudo bíblico.

Receber apoio da classe para superar dificuldades pessoais.

Compartilhar com a classe seus pedidos de oração.

Ser avaliado em seu desenvolvimento no conhecimento bíblico por professor e colegas e por ele mesmo.

Fazer a cada domingo, a aplicação do texto bíblico com sua vida.

Periodicamente, fazer uma auto-avaliação.

Ter mais opções de dias e horários para o estudo bíblico.

professor .

Estudar um conteúdo que não escolheu.

Estudar o mesmo assunto diversas vezes e com abordagem semelhantes.

Ser esquecido no dia do seu aniversário.

Ter o estudo interrompido por constante faltas do professor.

Usar uma literatura de apoio pouco atraente.

Ter o seu tempo de estudo reduzido por avisos e abertura do departamento a que pertence.

Passar um trimestre após o outro, sem nunca identificar o seu crescimento ou não depois do estudo.

Ouvir do professor a aplicação do texto bíblico.

Nunca ser ouvido pelo professor, diretor da EBD e demais líderes, sobre como vê a estrutura adotada, o nível de ensino, etc.

Nunca receber uma palavra de incentivo por sua frequência e assiduidade.

Apesar de seu esforço no estudo da lição, não lhe é dada a oportunidade de ter a experiência de conduzir processo ensino-aprendizagem.

Ter dois professores que se revezam a cada domingo. Apesar do assunto ser o mesmo, o processo é interrompido, pois cada professor tem o seu estilo.

 PASSOS PARA REVISÃO E CORREÇÃO 

1. Avaliar: reunir a liderança da EBD para avaliar o momento atual e identificar o pontos fortes e fracos.

a. Entrevistar o pastor para identificar sua visão sobre EBD.

b. Desenvolver um formulário de pesquisa onde professor e aluno podem expressar suas opiniões sobre a administração da EBD, sua estrutura (horário, salas, abertura e encerramento, divisão em departamentos e classes por faixa-etária, etc), literatura, e também colher sugestões.

c. Com cuidado e sensibilidade, desenvolver um formulário para que o aluno avalie o trabalho do professor ao final do trimestre.

Page 84: Apostila Escola Dominical.doc

d. O aluno também deve ser avaliado pelo professor para verificar a aprendizagem do mês ou trimestre. (Deve-se evitar perguntas objetivas que provocam respostas que foram memorizadas.)

e.Incentivar a auto avaliação do aluno e do professor.

2. Planejar: Reunir o Conselho da EBD para que a partir das informações coletadas, identificar as necessidades, redefinir a estrutura a ser utilizada, estabelecer alvos, definir estratégias e o cronograma de execução. Se for necessário nomear uma comissão para estudar e sugerir o currículo, mas que seja receptiva a coletar sugestões de professores e alunos. O currículo deve ser flexível e com alternativas para alunos e professores.

3.Orientar: Cada pessoa que atua na EBD (diretor, professor, secretários, líderes de integração) precisa estar segura sobre as tarefas que terá que realizar. Muitas vezes é mais produtivo orientar individualmente e acompanhá-las em suas dificuldades.

a. Dar tarefas por escrito

b. Solicitar leituras de apoio, se necessário,

c. Ajudar na execução de tarefas de maior dificuldade,

d. Agendar datas para apresentação de tarefas

e. Elogiar o cumprimento das tarefas

Para a prover a formação de professores, algumas igrejas utilizam a Classe de Professores Permanente, algumas vezes antes do horário da EBD, outras vezes por revezamento de professor titular e auxiliar durante o horário da EBD. Depois de algum tempo esse sistema se torna cansativo e ineficaz. Quero sugerir a promoção de um curso para professores com um currículo elaborado a partir das necessidades identificadas na avaliação ou individualmente. O importante é que o curso tenha uma duração definida e não muito extensa (três meses), que tenha o assunto bem delimitado, que seja em horário adequado para a maioria dos professores. Ao final, o professor deve receber um certificado num momento especial, diante de toda igreja.

4. Promover:

a.Carta aos faltosos e membros da igreja que não são alunos, convidando para novos cursos, classes ou projetos que foram planejados.

b. Cartazes, faixas, mural da EBD, boletim da EBD, etc.

c. Anúncios em rádio (se possível e viável)

d. Promoção de eventos: Congresso da EBD, culto sob a direção da EBD com ênfase no Estudo Bíblico; Dia da Bíblia, Acampamentos, etc.

5. Avaliar:

Page 85: Apostila Escola Dominical.doc

Não haveria razão de escrever este artigo, caso os educadores e pastores, tivessem o hábito de avaliar permanentemente. Por melhor que seja o projeto a ser experimentado, deve ser avaliado.Alguns poucos educadores já descobriram esse caminho e estão promovendo mudanças significativas em seu sistema de ensino bíblico.

Vivemos um momento de transição muito importante. Queremos romper que a Escola Bíblica Tradicional, mas ainda não encontramos soluções para todos os problemas. Uma coisa é certa: não existe uma proposta modelo de EBD que atenda a todas as igrejas. Mais interessante do que isso, seria a existência de vários modelos de EBD, que nos servissem de motivação para elaborarmos uma proposta adequada para nossa realidade. Estamos nesta direção!

Olga Maria R. N. Sant’Anna

O ENSINO NO PRÉ-PRIMÁRIO

Carmem Ruiz de Oliveira

 

INTRODUÇÃO 

A criança de 4,5 e 6 anos é muito ativa e cheia de energia. Ela pula, corre, se equilibra em um só pé, etc.

A música exerce um fascínio sobre essa criança e ela se movimenta graciosamente quando a ouve. Ela canta bastante, decora as canções, mas gosta de improvisar e cantar uma música "sua".

Gosta de brincar em grupos: construindo casas, fantasiando. As diferenças entre meninos e meninas se fazem notar mais: o menino procura identificar-se com o pai, e a menina com a mãe.

O ambiente deve ser amplo, arejado, iluminado, aconchegante. O melhor lugar da igreja deve ser reservado para as crianças. Os móveis: mesas e cadeiras devem ser próprios para o tamanho delas. Se possível, um tapete para sentarem no chão, enfeites nas paredes, um mural para os trabalhos feitos em sala.

A criança nesta idade tem grande facilidade de memorizar, algumas coisas vão ficar gravadas para o resto de suas vidas, vamos aproveitar esta característica. 

I- DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL 

Page 86: Apostila Escola Dominical.doc

As experiências sociais mais marcantes já se fizeram: Ela já terá sentido amor ou rejeição, carinho ou desprezo, atenção ou indiferença, apoio ou proibição, confiança ou desconfiança, alegria ou tristeza.

Já terá alguma ou nenhuma noção de: Deus - Amor, Jesus – Amigo. Essas vivências já marcaram sensivelmente seu ego e influirão muito no seu comportamento daí por diante.

A criança de 4 a 6 anos tem seu interesse voltado para a família, brinquedos, animais, outras crianças.

Um ensino baseado na calma, camaradagem, amizade, transmite à criança, amor, segurança e felicidade.

Devemos usar uma linguagem simples e correta, sem gírias, as palavras novas, ou mesmo conhecidas, mas que não fazem parte do vocabulário infantil, devem ser explicadas, ex.: Bênção = presente, algo bom que Deus nos dá. Misericórdia = bondade, dó.

  

II- OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO PARA PRÉ – PRIMÁRIOS 

Através das lições Bíblicas da revista da Escola Dominical, estaremos ensinando conceitos sobre: 

DEUS – Conhecer Deus como Pai que está sempre pronto a ajudá-la. Com esse conhecimento ela sentirá profundo amor por Ele. A convicção do professor é fator importantíssimo na experiência da criança, relacionado ao amor e cuidado de Deus. 

JESUS – Aprender que Jesus é uma pessoa boa, amável, foi obediente aos pais (quando menino, aqui na terra), gosta de servir aos outros, e por isso veio do céu até a este mundo para lavar o coração do pecado e da maldade que existe em nós.

Saber que Jesus ama muito cada criança e é seu melhor amigo, é uma força de atração a Ele mesmo. 

A BÍBLIA – O livro querido de Deus, que nos fala sobre Deus e Jesus. As crianças precisam começar cedo a cultivar o respeito e a reverência para com a Palavra de Deus que nos ensina como amar e agradar a Deus. 

A IGREJA – O melhor lugar no Templo deve ser oferecido às crianças. Elas precisam sentir o desejo de ir à igreja, que é o lugar onde as pessoas cantam, oram e lêem a Bíblia juntas e que é o desejo de Deus que elas vão à igreja. 

O LAR – A família é uma dádiva de Deus. As crianças devem ser orientadas para a chegada de um novo nenen como sendo um presente de Deus para a família.

Devem aprender a ser agradecidas e colaboradoras no lar.

Page 87: Apostila Escola Dominical.doc

A criança é sempre muito carente e necessita de amor, especialmente quando não possui família, ou vem de um lar desfeito ou desestruturado. É preciso faze-la sentir que Deus não a deixou sozinha, providenciou pessoas que cuidam dela, pois Deus a ama. 

A PRÓPRIA CRIANÇA (sua vida) – Saber que ela é importante para Deus, que a criou e cuida dela, pois a quer muito, traz felicidade e segurança. Saber que seu corpinho, suas capacidades são presentes de Deus, levam a gratidão e adoração. 

O PRÓXIMO – Deus que me fez, fez também as outras pessoas e nos ama do mesmo modo. A criança precisa aprender a conviver com os outros, respeitar diferenças, direitos e propriedades, aprender a repartir e a ajudar. E ajudar outros a conhecer seu melhor amigo Jesus.

O MUNDO DE DEUS – Ter o conhecimento que Deus criou todas as coisas: montanhas, rios, plantas, peixes, sol, animais, e que Deus cuida de tudo, dá alegria e tranqüilidade. Mostrar à criança que por meio da natureza (ecossistema) Deus dá a provisão às necessidades de cada ser que existe, cada pessoa, animal, ou planta. Isso estimula o desejo de confiar em Deus e agradecer a Ele, e cuidar até dos insetos que Ele criou com perfeição. É o verdadeiro ensino de ecologia.

O melhor modo de acompanhar e ajudar a criança é pela oração. Ore nominalmente por seus alunos durante a semana, para que a semente plantada cresça e essa criança tenha uma vida de compromisso com Deus até quando se tornar adulta. 

 

III- SUGESTÃO DE PLANO DE AULA PARA OS PRÉ - PRIMÁRIOS 

5 a 10 min. Período de conversa e descontração com cada criança (sobre a semana que passou, sobre a escola, etc.) 

5 a 10 min. Cânticos (além dos programados, deixe que escolham algum) 

5 min. Versículo da Lição (ou, pode ensinar um por mês) 

5 min. Período de oração (deixe que façam pedidos) 

15 min. História Bíblica ( após a história, faça perguntas para fixar o ensino).Encerre com oração. 

20 min. Atividades: trabalhos da revista do aluno e brinquedos, livros, etc.

  SUGESTÃO DE ATIVIDADES 

As atividades em grupo ajudam a socialização da criança, incentiva a repartir, a agradecer, pedir "por favor", a brincar sem brigar, ou resolver pequenas diferenças, além de criar laços de amizade na igreja.

Podemos organizar "cantinhos" com atividades. Se não houver estantes para os materiais , pode-se colocá-los sobre as mesinhas ou em caixas de papelão. Não precisa nada de luxo ou

Page 88: Apostila Escola Dominical.doc

brinquedos caros, com sucatas e coisas simples e baratas podemos conseguir materiais variados para as crianças brincarem. Pode-se, também, fazer uma campanha de brinquedos e livros cristãos, entre pais que já têm os filhos maiores.

CANTINHOS:

ARTES: Lápis de cor, giz de cera, papel sulfite, cola, tesoura, pedaços de cartolina e de papéis coloridos, carimbos, etc.

CASINHA: Bonecas, panelinhas, joguinhos de chá, vasilhas pequenas com grãos de feijão e arroz, colherzinhas descartáveis, etc. (deixe os meninos brincar também). 

BLOCOS: Blocos de madeira, peças de encaixar (lego), carrinhos, homenzinhos, etc. 

FAZENDINHA: animais de plástico, pedras, matinhos, etc. 

MASSINHA: Pode ser caseira – 2 xic. de trigo, ½ xic. de sal, guache ou anilina para colorir, água suficiente para amassar em ponto bem firme, para modelar (dura um mês na geladeira). Se ficar mole, coloque mais farinha quando reutilizar. 

LIVROS: Livros de animais, de ensino cristão, etc.

A AÇÃO PEDAGÓGICA DO DIRETOR DA EBD

Um trabalho além de "abrir e fechar" a Escola Bíblica

Giseli Barreto da Cruz

O ato de dirigir a Escola Bíblica é bastante abrangente. A pessoa escolhida para este fim não pode restringir sua ação a um mero acompanhamento do funcionamento das classes no domingo. Há muito o que fazer! Os diretores de EBD que não contam com a orientação de um Conselho de Educação Religiosa podem buscar a assessoria de profissionais da educação que são membros da igreja, e, assim, encaminhar ações que contribuam para o aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem. Pretendemos com este trabalho oferecer subsídios para aqueles que desejam exercer uma interferência pedagógica na EBD, e, consequentemente, desenvolver na igreja um estudo bíblico com qualidade.

Duas questões centrais precisam fundamentar o fazer pedagógico do diretor da EBD: Como favorecer a ministração de um ensino bíblico relevante? E o que fazer para melhorar a EBD? Segundo Gagliardi Junior, três elementos envolvidos no processo de ensino por si só garantem a relevância desse processo:

Page 89: Apostila Escola Dominical.doc

· "O que se ministra - a Palavra de Deus; a quem se ministra – homens e mulheres, criaturas de Deus; e para que se ministra – para expansão do Reino e glória de Deus."

Diante disso, não podemos nos contentar com qualquer ação. Precisamos estar atentos no processo como um todo, na relação professor-aluno e aluno-aluno, na dinâmica organizacional e na formação dos professores. O que, com certeza, nos ajudará a melhorar a EBD e a buscar a sua relevância.

Nosso desejo é que, as questões que abordaremos a seguir, sejam assumidas como material sugestionador. Apontaremos caminhos que, acreditamos, contribuirão para o redimensionamento do trabalho.

Planejamento

Definir os caminhos da ação é fundamental para o desenrolar do processo e um bom começo para a direção da EBD. Esta importante etapa, segundo Danilo Gandin, pode se dar através da caracterização da realidade existente, projeção da realidade desejada e definição das necessidades. Entre o que se tem e o que se quer, há uma distância que pode ser encurtada com a satisfação das necessidades.

· "Planejar é, de fato, definir o que queremos alcançar; verificar a que distância, na prática,estamos deste ideal e decidir o que se vai fazer para encurtar esta distância."

Formação Continuada dos Professores

A direção da EBD precisa ser criteriosa na composição do corpo docente. Os professores devem ser bem escolhidos e preparados. Ser fiel, assíduo, pontual e sujeito da práxis (teoria e prática dialeticamente integradas) são alguns viés do perfil deste educador. O preparo precisa se consolidar através de um programa de formação continuada que contemple ações integradas e progressivamente dinamizadas.

Cremos que um diretor de EBD pode contribuir para a formação de sua equipe, encaminhando, entre outras coisas:

Reunião Pedagógica periódica para estudo, reflexão, troca de experiência, avaliação e redirecionamento da proposta de trabalho.

Visão Panorâmica da Unidade Temática em estudo, para abordagem dos conceitos principais e levantamento de questões para aprofundamento.

Cursos que explorem aspectos diversos, a partir das necessidades dos professores: Interpretação Bíblica; Metodologia de Ensino, Preparação de Aulas; Aprofundamento Teológico; entre outros.

A organização de uma biblioteca básica, adquirindo, pelo menos, a cada período, um comentário bíblico a respeito do assunto em estudo.

A entrega de material complementar como, por exemplo, comentários bíblicos que possam esclarecer o texto a ser estudado.

Page 90: Apostila Escola Dominical.doc

Pesquisas para levantamento das necessidades.

Ministração do Ensino

Um diretor de EBD precisa incluir em seu plano de ação o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem. Não basta definir o que vai ser ensinado, é fundamental que se preocupe com o como vai ser ensinado.

Uma grande dificuldade da Escola Bíblica tem sido justamente o encaminhamento de aulas meramente expositivas, centradas predominantemente no professor. Sendo nossa meta um ensino bíblico com qualidade, devemos considerar a possibilidade de que este aconteça a partir de um trabalho educativo participativo.

O diretor pode ajudar, criando oportunidades, como as que descrevemos anteriormente, em que o corpo docente seja confrontado com uma proposta de ministração de ensino em que se priorize a ação do aluno e do professor. Onde situações de ensino sejam planejadas para possibilitar a participação do aluno de uma forma tão efetiva quanto a do professor. O bom professor é aquele que consegue provocar nos seus alunos uma louca vontade de aprender o tema em estudo. E aprender é construir, é lidar com um conhecimento que se articula a partir de uma idéia mental criativa. Logo, só ouvir não dá conta do processo. É necessário forçar o exercício mental construtivo do aluno.

Relação Professor-Aluno e Aluno-Aluno

É extremamente valioso quando há um envolvimento maior entre o aluno e o professor. Expresso, inclusive, em experiências da vida real que extrapolem os limites das aulas semanais. É importante que o aluno veja, na prática, na vida do seu professor o que ele ensina. Quando o professor interessa-se pessoalmente pelos seus alunos, aconselhando-os e ajudando-os em tudo o que for possível, está contribuindo decisivamente para um ensino relevante.

Os alunos também precisam ser estimulados ao exercício da mutualidade. Isto é, ministrarem uns aos outros, a fim de construírem a unidade.

Como vemos, o relacionamento interpessoal é um aspecto tremendamente significativo, não podendo deixar de ser considerado pela direção da EBD. Atividades extra-classe, células de comunhão, discipulado... são alguns procedimentos que podem ser encaminhados pelo diretor. Mas, sobretudo, insistir no desenvolvimento de uma relação dialógica, quando, nas aulas, os alunos sentem-se a vontade para colocar suas questões, compartilhar experiências, e o professor, habilmente, aproveita as diferentes falas e situações para a exploração do conceito em estudo. É a busca pelo predomínio da troca, da partilha, da comunhão, do cuidado uns com os outros...

Dinâmica Organizacional

Para que as iniciativas já comentadas provoquem resultados minimamente satisfatórios, torna-se necessário o cuidado com as condições para o trabalho. Nesse sentido, é ação também do diretor atentar, entre outras coisas, para os critérios de formação dos grupos de estudo, a quantidade de alunos possível, o horário de funcionamento, o material que vai ser utilizado e os registros atualizados.

Page 91: Apostila Escola Dominical.doc

Os grupos de estudos ou as classes, como comumente são chamadas, não devem obrigatoriamente ser divididas por faixa etária e sexo. O que deve definir a organização é a proposta curricular. Um curso básico precisa ser criado para os iniciantes. Após o término do curso básico, comum a jovens e adultos, estes, então, poderão ser inscritos em classes ou departamentos, sem que haja, no entanto, rigidez neste critério e forma. Por que não organizar os grupos por interesses, conhecimentos bíblicos, escolaridade?

Quanto a quantidade ideal de alunos, temos a dizer que os grupos não devem ser grandes. Preferencialmente não exceder a 20 alunos para cada professor. Justamente para facilitar uma ministração de ensino a partir de um trabalho educativo participativo, com o predomínio da relação dialógica e o cultivo de um bom relacionamento interpessoal entre todos.

O horário de funcionamento, assim como o tempo dedicado ao ensino, não devem ficar presos a costumes e hábitos. A Escola Bíblica não tem que necessariamente ser dominical. E o tempo de aula deve ser o maior possível.

Assim como nos demais aspectos, o que deve definir a escolha do material a ser utilizado é a proposta curricular. Esse material, contudo, não pode resumir-se a revista. Verificamos que a utilização da revista é uma prática comum para facilitar e, de certa forma, uniformizar o estudo bíblico ministrado em nossas igrejas. É bom que os alunos possuam um material que lhes auxilie na descoberta e arrumação dos conceitos bíblicos. Podendo ser a revista ou não. O que não é bom é que este material deixe de ser um auxílio e passe a ser um fim em si mesmo . O encaminhamento da aula não pode limitar-se ao estudo da revista. Nosso conteúdo é o teológico, e a Bíblia é o livro-texto. Precisamos, como nos indica Gagliardi Junior,

"...contar com ortodoxia de conteúdo. Isto é ter a Bíblia como o seu livro-texto e ser fiel a ela em seus ensinos e doutrinas."

A organização pedagógica da EBD precisa considerar a utilização de instrumentos que garantam a atualização dos registros: Cadastro dos professores; ficha individual dos alunos; fichário de alunos em perspectiva e anotação das visitas. Estes dados ajudarão nos diferentes encaminhamentos do trabalho.

Proposta Curricular e Avaliação Periódica

Em vários momentos nos reportamos a necessidade de definição da proposta curricular. Esta se constitui no eixo direcionador do trabalho. O diretor que deseja exercer uma ação significativamente pedagógica, não pode abster-se de se envolver nesta área.

O currículo implica numa série de fatores: alunado a que se destina, realidade, necessidades... Não é tarefa nossa, nesse Encontro, discutir os caminhos de sua construção. Pontuamos, no entanto, a necessidade da direção da EBD ampliar a sua visão em relação a esse aspecto. Um procedimento que pode ajudar bastante, aliviar a carga de responsabilidade do diretor e facilitar a articulação desta construção, é a organização de uma comissão de currículo. Esta comissão pode ser formada pelo pastor da igreja, por um pedagogo e por um professor da EBD. Juntos, encontrarão, mais facilmente, meios de avaliar, pesquisar e definir os ciclos de estudo adequados a realidade e necessidade da igreja.

Page 92: Apostila Escola Dominical.doc

A avaliação precisa ser assumida como aliada. Com a função de diagnosticar o processo, ela sinalizará os acertos a serem feitos. Assim, o diretor da EBD deve prever a sua prática sempre. Cada ciclo de estudo precisa ser avaliado. Colher, através de pesquisas, a opinião dos alunos sobre o programa e desenvolvimento da classe e sobre o desempenho dos professores, é uma das etapas avaliativas. A outra deve referir-se à aprendizagem, e pode acontecer através de exercícios ou questões subjetivas. O processo avaliativo deve estar intimamente articulado à proposta curricular.

Divulgação

Divulgar a EBD é uma estratégia que, com certeza, influenciará no pedagógico. A criatividade do diretor e sua equipe produzirá boas idéias. Para exemplificar, contudo, destacamos algumas dicas sinalizadas por Olga Nogueira Sant’Anna em seu artigo: Por onde recomeçar?

Cartas aos faltosos e membros da igreja que não são alunos, convidando para novos cursos, classes ou projetos que foram planejados.

Cartazes, faixas, mural da EBD, boletim da EBD, etc.

Um diretor de Escola Bíblica que não deseja reduzir a sua ação ao ato de abri-la e fechá-la, tem pela frente uma longa jornada, perpassada de muitos caminhos e descaminhos. O trabalho coletivo é uma saída. Aliar-se a pessoas da igreja que militam na área de educação, mas sobretudo, com experiência de vida cristã, é uma atitude a ser buscada.

São muitas as propostas e grandes os desafios. Esperamos que o Senhor nos capacite e nos ajude a ampliar nossa visão e alcançar novos horizontes em educação religiosa.

Sugestão de Leitura

GAGLIARDI Jr., Angelo. Educação religiosa relevante. Rio de Janeiro: Vinde, 1993.

_____________________. Você acredita em escola dominical? Niterói, RJ: Vinde, 1985.

GANDIN, Danilo e CRUZ, Carlos H. Carrilho. Planejamento na sala de aula. Porto Alegre,

1995.

HENDRICKIS, Howard. Ensinando para transformar vidas. Belo Horizonte: Betânia, 1991.

Page 93: Apostila Escola Dominical.doc

A FORMAÇÃO INTEGRAL DO PROFESSORDA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL NO NOVO MILÊNIO

Pr. Elinaldo Renovato de Lima

 

INTRODUÇÃO

  A Bíblia é a Palavra de Deus enviada aos homens. Nela, encontramos a Didática divina, desde o Velho Testamento até o Novo Testamento. Com Jesus Cristo, encontramos a perfeição do ensino , em seus discursos, nas parábolas, nas interrogações, nos diálogos e na prática de sua doutrina.

O professor da EBD, além de ser uma pessoa dedicada ao ensino, precisa ter uma formação mais ampla, para que possa atender às demandas, na igreja local, por parte de um alunado cada vez mais exigente, em termos de conhecimento e cultura, sem perder a visão de que é um servo de Deus, que necessita dramaticamente da graça de Deus e da unção do Espírito Santo, para cumprir bem sua tarefa, no novo milênio. Neste trabalho, esperamos contribuir para o entendimento desse tão importante tema para o papel do professor da EBD.  

I - O PREPARO BÍBLICO-ESPIRITUAL (1 Tm 2.15)  

Page 94: Apostila Escola Dominical.doc

1. APRESENTADO-SE A DEUS . “Procura apresentar-te a Deus...” (v.2). Tudo o que fazemos deve ser como para Deus e não aos homens (Cl 3.23).  

2. “COMO OBREIRO APROVADO, QUE NÃO TEM DE QUE SE ENVERGONHAR” O professor da EBD é um obreiro a serviço do ensino na Casa do Senhor. Precisa ser aprovado:  

1) No testemunho pessoal (1 Tm 4.16; 2 Tm 4.5)

2) Na vida familiar (Sl 128.1)

3) Na vida social (Mt 5.16)

4) Na igreja (Ec 5.1,2)  

Tiago adverte que muitos não queiram ser mestres (professores), visto que “receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).  

3. “QUE MANEJA BEM A PALAVRA DA VERDADE”.  

Este é um ponto fundamental. Um obreiro que evangeliza, como Timóteo, precisa saber manejar a Palavra. Um obreiro que ensina precisa mais ainda desse manejo. Quem ensina é professor, é mestre. “Deus deu uns para apóstolos....e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11). Para ter esse manejo, é preciso que o professor tenha certos cuidados:  

1) Seja um leitor persistente e estudioso da Bíblia (1 Tm 4.13)

2) Seja dedicado ao ensino (Rm 12.7b).

3) Seja um leitor de bons livros de estudo bíblico (2 Tm 4.13).

4) Procure conhecer versões variadas da Bíblia, principalmente as de estudo bíblico (Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD); Thompson (Ed. VIDA).

5) Utilize dicionários, concordâncias e enciclopédias bíblicas.

6) Seja um leitor de revistas, jornais, e periódicos (evangélicos e seculares).  

II - O PREPARO TEOLÓGICO.  

Embora não seja indispensável, seria interessante que o professor da EBD, tendo condições, fizesse um Curso Teológico. Nele, não se faz um excelente professor da EBD pois este é feito por Deus. Contudo, o curso dá uma visão ampla do estudo sistemático da Palavra de Deus, a partir da Teologia Sistemática e suas divisões; da Hermenêutica, da Homilética, da História da Igreja, da Geografia Bíblica, Ética Pastoral, Didática, Psicologia, etc...

A Bíblia diz: “Examinai tudo. Retende o bem...” (1 Ts 5. 21). Os que criticam o estudo da Teologia, hoje, certamente o fazem, motivados por um falso complexo de superioridade, ou por ignorância quanto à sua utilidade para o ministério do ensino na casa do Senhor.   

III - O PREPARO DIDÁTICO DO PROFESSOR DA EBD  

Page 95: Apostila Escola Dominical.doc

1. CONCEITOS  

1.1. DIDÁTICA. "A técnica de dirigir e orientar a aprendizagem; técnica de ensino"; "O estudo desta técnica". (Dic. Aurélio). "É a ciência, a arte e a técnica de ensinar". Como ciência, baseia-se em princípios científicos, chamados de "leis do ensino"; como arte, envolve a prática e a habilidade em comunicar conhecimentos; como técnica, utiliza métodos e recursos que facilitam o processo ensino-aprendizagem.  

1.2. ENSINAR. Segundo GRIGGS (P. 16), "Ensinar não é somente uma ciência, mas, também, uma arte. O professor é mais um artista do que um cientista".  

1.3. EDUCAÇÃO. "Podemos dizer que a educação é um processo contínuo de desenvolvimento e aperfeiçoamento da vida".(EETAD, p. ); GREGORY (p. 11,12) vê dois conceitos de educação: "Primeiro, o desenvolvimento das capacidades; segundo, a aquisição de experiência". "É a arte de exercitar e a arte de ensinar". Com isso, o resultado esperado é "uma personalidade bem desenvolvida física, intelectual e moralmente, com recursos tais que tornem a vida útil e feliz, e habilitem o indivíduo a continuar aprendendo através de todas as atividades da vida".  

1.4. EDUCAÇÃO CRISTÃ. É o processo de ensino-aprendizagem proporcionado por Deus, através de sua Palavra, pelo Poder do Espírito Santo, transmitindo valores e princípios divinos. É diferente da educação secular, que só transmite instruções e conhecimentos, deixando de lado os valores éticos, morais e espirituais. Por isso, a base da Educação Cristã é a Bíblia Sagrada. O professor da EBD tem grande responsabilidade, na sua tarefa, de contribuir para a educação de tantas vidas que se colocam, na classe, para ouvi-lo.  

1.5. EDUCAÇÃO RELIGIOSA. "...é um programa de ensino bíblico, cuja finalidade visa à integração da pessoa na igreja, seu desenvolvimento espiritual e maturidade cristã" (Diretrizes da Ed. Religiosa nas Assembléias . de Deus, p. 1). A educação religiosa é desenvolvida:  

1) NA IGREJA (No ministério pastoral)

2) NA ESCOLA DOMINICAL

3) NO LAR (Culto Doméstico, atitudes, exemplo dos pais, etc.)  

1.6. PEDAGOGIA. "Teoria e ciência da educação e do ensino; conjunto de doutrinas, princípios e métodos de educação e instrução que tendem a um objetivo prático" (Dic.). "...é a arte e ciência de ensinar e educar " (GILBERTO, p. 152). Enquanto a Didática (prática) se volta para o ensino propriamente dito, a pedagogia volta-se para a Educação (Ciência, doutrina).  

Pode-se dizer que o ESTUDO DA DIDÁTICA envolve todo o processo do ensino-aprendizagem. Nele, estudam-se o Planejamento do Ensino, a definição de objetivos, métodos e técnicas, meios auxiliares de ensino, avaliação, etc...  

2.      O PAPEL DO PROFESSOR NAS IGREJA  

Sendo a Didática a arte e a técnica de transmitir o ensino ou os conhecimentos, o professor tem papel fundamental, no sentido de "estimular, dirigir e auxiliar a

Page 96: Apostila Escola Dominical.doc

aprendizagem..."(CGADB, P. 11). O Professor cristão deve ser um instrumento nas mãos do Espírito Santo, para transmitir a Palavra de Deus. Jesus disse: "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 19.28).

Segundo GRIGGS (p. 18-20), o professor cristão deve ser amigo, procurando relacionar-se bem com os alunos; deve ser intérprete, traduzindo para os alunos aquilo que lhes é ensinado; planejador, procurando adaptar as lições, os currículos às necessidades dos alunos; aprendiz, estando disposto a colocar-se no lugar dos que querem sempre aprender mais para ensinar melhor.

Além disso, o professor cristão deve ser um EXEMPLO para seus alunos. "Assim falai, assim procedei..." (Tg 2.12). Na escola secular, o professor pode ser um mero transmissor de conhecimentos. Na Igreja, é diferente. O professor tem que ser didático e exemplar.  

3. ATITUDES DO PROFESSOR DA EBD  

O professor, na igreja, precisa ser "...APTO PARA ENSINAR" (2 Tm 2.24), precisa ser uma pessoa DEDICADA AO ENSINO (Rm 12.7) e, como OBREIRO, precisa apresentar-se "...a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade" (2 Tm 2.15).  

1)      Orientador das mentes e vidas dos alunos;

2)      Entusiasmado, sincero, humano e otimista;

3)      Atualizado, não só em termos do que ensina, mas de outras áreas;

4)      Não fugir do assunto da lição, contando "testemunhos" e estórias para passar o tempo;

5)      Enriquecer a lição com fatos novos;

6)      Não ler simplesmente a lição diante da classe; seguir o roteiro, comentando e dando oportunidade aos alunos para se expressarem;

7)      Não confiar no improviso; deve ler e PREPARAR a lição com antecedência, conferindo com a Bíblia.

8)      Pontual e assíduo, para não decepcionar os alunos;

9)      Ao final de cada aula, sempre fazer a avaliação (perguntas, testes, etc..)  

4. COMO O PROFESSOR DEVE VER O ALUNO  

Nas igrejas, é comum o ensino tradicional em que o ALUNO NÃO É O CENTRO do ensino. É por isso que muitos alunos iniciam o ano na Escola Dominical, mas, 3 meses depois, não vão mais à EBD.  

Page 97: Apostila Escola Dominical.doc

É importante que o professor entenda que é um instrumento de Deus a serviço da formação espiritual dos alunos. Estes devem ser o alvo do ensino, e não o professor.

 

IV - O EXEMPLO DE JESUS COMO PROFESSOR  

O Mestre Divino deixou-nos os seguintes exemplos (Manual da EBD, p 165-6):  

a) Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27);

b) Conhecia seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21);

c) Reconhecia o que havia de bom em seus alunos (Jo 1.47);

d) Ensinava verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17-26; Jo 14.6);

e) Variava o método de ensino conforme a ocasião e o tipo de ouvintes, como se pode ver a seguir:  

1)      Lições práticas (Jo 4.1-42) - falou da água para atrair a mulher samaritana;

2)      Pontos de contato (Jo 1.35-51): o relacionamento entre André, João, Pedro, Filipe e Natanael;

3)      Solução de problemas (Mt 22.15-21). Pediu uma moeda e questionou os deveres para com Deus e as autoridades.

4)      Técnica de perguntas. Jesus fez mais de cem perguntas para levar as pessoas a entender sua mensagem.

5)      Parábolas. O Mestre utilizou grandemente o recurso das parábolas para evidenciar as verdades eternas.

6)      Oportunidades (Mt 26.17-30; Jo 13.1-20). Ele aproveitou a ocasião da Páscoa, e lavou os pés dos discípulos para ensinar sobre sua morte e sobre a humildade do servo.

7)      Trabalho em grupo (Mt 5 a 7; Jo 14 a 17). Tanto pregava a grandes grupos (as multidões) como a pequenos grupos (os discípulos); na casa de Lázaro, Marta e Maria, etc.  

Ele levava o discípulo a aprender a resolver problemas. Na multiplicação dos pães, Ele disse: "Dai-lhes vós de comer..." (Lc 9.13a). Ele não trabalhava só. Valorizava o GRUPO. Formou um grupo de 12 discípulos para fazer o trabalho com Ele. Incentivava os discípulos a praticar o aprendizado. Enviou 12, de dois em dois; depois, enviou 70, de dois em dois.  

V - OS OBJETIVOS DO ENSINO NA IGREJA  

De acordo com GILBERTO (P. 153-4), os objetivos do ensino bíblico são:  

Page 98: Apostila Escola Dominical.doc

1) O aluno e suas relações com Deus (Is 64.8);

2) O aluno e suas relações com o Salvador Jesus (Jo 14.6);

3) O aluno e suas relações com o Espírito Santo (Ef 5.18);

4) O aluno e suas relações com a Bíblia (Sl 119.105);

5) O aluno e suas relações com a Igreja (At 2.44; Ef 4.16);

6) O aluno e suas relações consigo mesmo (Fp 1.21; 3.13,14);

7) O aluno e suas relações com os demais alunos e com as demais pessoas (Mc 12.31).

VI - A DIDÁTICA, OS MÉTODOS E AS TÉCNICAS DE ENSINO NA IGREJA  

1. MÉTODOS DE ENSINO  

A palavra método vem do grego, méthodos, com o significado de "caminho para chegar a um fim"; ... "processo ou técnica de ensino" ; "modo de proceder; maneira de agir" . (Dic. Aurélio) . Na prática, os métodos envolvem as técnicas, como forma de operacionalizá-los.  

Nas igrejas, de modo geral, os métodos de ensino da Palavra de Deus continuam sendo os mais tradicionais, predominando do MÉTODO EXPOSITIVO. Este, com a unção de Deus, tem efeitos extraordinários no aprendizado. Contudo, outros métodos e técnicas podem ser utilizados nas igrejas, desde que haja condições para isso (pessoal qualificado, recursos materiais, espaço , etc..).  

De acordo com a Didática, podemos resumir os métodos de ensino em três tipos:

1.1.            Métodos de ensino individualizado:  

"A ênfase está na necessidade de se atender às diferenças individuais, como por exemplo ritmo de trabalho, interesses, necessidades, aptidões, etc.". Predominam as atividades individuais (de estudo e pesquisa).

Como exemplo, temos as seguintes técnicas:  

-          Instrução programada (precisa de objetivos definidos, apresentação em pequenas etapas e em seqüência lógica, participação ativa do aluno, o aluno estuda em seu próprio ritmo; bom para um curso bíblico básico.  

-          O estudo dirigido: leva o aluno a aprender a estudar, Ter bons hábitos de estudo, explora o pensamento reflexivo; bom método para estudo da lição da EBD, quando o professor pode trabalhar com a turma, passando exercícios para o Domingo seguinte.  

-          O ensino por fichas: exige muito trabalho, pois há pelo menos 5 (cinco) tipos de fichas (Ficha de informação, ficha de exercício, ficha de controle, ficha de recuperação e ficha de desenvolvimento) . Na EBD pode ser simplificado, com a distribuição de fichas,

Page 99: Apostila Escola Dominical.doc

com tópicos da lição, numa classe pequena: ficha de informação, com o assunto a ser estudado, ficha de exercício e ficha de avaliação (exige mais trabalho do professor), ou uma ficha única, com informação, exercício e avaliação ;

  -          O ensino por módulos: nesse método são definidos três elementos; 1) Objetivos educacionais; 2) ensino individualizado e 3) avaliação baseada nos objetivos definidos.    

1.2.            Métodos de ensino socializado.  

Fundamentam-se na chamada "Dinâmica de Grupos". Visa fortalecer a personalidade do aluno, no trabalho em grupo, dando-lhe capacidade para se integrar na comunidade, na vida coletiva. Os grupos não devem ser muito grandes. (4 a 7 alunos). Os alunos recebem uma tarefa de estudo, e o professor exerce o papel de orientador e supervisor.  

- Técnicas de trabalho em grupo:  

Algumas técnicas grupais podem ser bem aproveitadas nas classes da EBD:  

1)      Discussão em pequenos grupos: troca de idéias e opiniões sobre um tema em função da doutrina bíblica: ex. o pecado é o mesmo em todos os países? ; o aborto é justificável em algum caso? (de estupro, por exemplo?).

2)      Discussão dirigida: um problema pode ser apresentado pelo professor e todos os alunos o discutem, sob sua orientação. Ex. Qual o papel das obras para em relação à salvação? Os usos e costumes devem ser preservados? A participação do crente na política, etc.

3)      Dramatização. Tem grande efeito na EBD. Uma classe pode preparar uma dramatização sobre o assunto da lição. Por ex. O clamor dos povos não-alcançados (missões); o valor do perdão; o bom Samaritano, etc.

4)      Seminário. Uma vez a cada período, para jovens e adultos, ao invés de haver classes separadas, pode haver um seminário para o grupo maior, permitindo-se exposição, seguida de perguntas e respostas sobre o assunto da lição;

5)      Painel de debates. Um assunto polêmico pode ser apresentado por pessoas que conheçam bem o tema, e , depois, os alunos podem emitir suas opiniões, sob a coordenação do superintendente da EBD ou de outra pessoa apta para o uso dessa técnica. 

Nas igrejas, é comum o ensino tradicional, embora já existam iniciativas e práticas do ensino moderno. Interessante é notar que JESUS usava métodos e técnicas avançados de ensino. Ele levava o discípulo a aprender a resolver problemas. Na multiplicação dos pães, Ele disse: "Dai-lhes vós de comer..." ( Mt 14.16b). Ele não trabalhava só. Valorizava o GRUPO. Formou um grupo de 12 discípulos para fazer o trabalho com Ele. Incentivava os discípulos a praticar o aprendizado. Enviou 12, de dois em dois; depois, enviou 70, de dois em dois (Lc 10.1).  

1.3. Métodos de ensino sócio-individualizado  

Os estudiosos entenderam que o método individualizado e o socializado, utilizados com freqüência, poderiam levar à monotonia.

Page 100: Apostila Escola Dominical.doc

Os métodos sócio-individualizados procuram usar com equilíbrio o ensino individualizado e o socializado, visando "balancear a ação grupal e o esforço individual no sentido de promover a adaptação do ensino ao educando e o ajustamento desta ao meio social" (Vilarinho, p. 79).  

As técnicas desse método são, basicamente: a) Método de projetos; b) método de problemas; c) unidades didáticas; d) unidades de experiências e) a pesquisa como atividade discente.  

Na EBD, os métodos de problemas e pesquisa como atividade discente são os mais aplicáveis.  

Vale salientar que há diversas técnicas de ensino que podem ser utilizadas, na EBD, sem que sejam necessários gastos excessivos. O mais importante é a "DEDICAÇÃO AO ENSINO" (Rm 12.7b) sob a unção do Espírito Santo. As carências e deficiências podem ser compensada com a graça de Deus.  

3. OS MATERIAIS (MEIOS) AUXILIARES DE ENSINO  

São recursos utilizados pelo professor, na execução de um método ou técnica de ensino, visando "auxiliar o educando a realizar sua aprendizagem de modo mais efetivo"...

"um instrumento para a consecução dos objetivos traçados" no plano de aula. São os recursos audiovisuais.  

Nas igrejas, o ensino é preponderantemente expositivo. O professor fala e os alunos escutam. Há obreiros que não admitem o uso de audiovisual no templo. De modo geral, pouco uso se faz dos meios ou materiais auxiliares do ensino. Com isso, a qualidade do ensino tende a ficar aquém do desejável, pois a mensagem é transmitida de modo inadequado. A pregação pode ser somente expositiva e alcançar o objetivo, pela unção do Espírito Santo. O ensino, no entanto, deveria valorizar mais os meios materiais.  

Os materiais auxiliares são variados, e podem ser utilizados de acordo com as condições de cada igreja local. Dentre esses, temos  

-          régua, lápis, borracha, giz, pincéis, massas, tesouras, cartolina , agulha, tecido;  

-          cartazes, álbum seriado, slides, filmes, fotografias, fluxogramas;  

-          livros, revistas, dicionários, textos;  

-          discos, CD´s, fitas cassete, gravadores, rádio, globos, flanelógrafo, quadro de pregas, transparências, retroprojetores, monitor de vídeo, projetor de multimídia, computador, etc.

-          Os meios auxiliares de ensino podem ajudar na transmissão didática do ensino, com as seguintes vantagens (EETAD, p. 87):  

- Ajudam a captar a atenção;

- Ajudam a manter o interesse;

- Ajudam a aclarar as idéias;

Page 101: Apostila Escola Dominical.doc

- Ajudam a reter a aprendizagem.  

Um provérbio chinês diz: "O que eu ouço, esqueço; o que eu vejo, lembro; se eu faço, aprendo".  

Estudiosos afirmam que a aprendizagem ocorre por meio dos cinco sentidos:  

-          1 % pelo paladar;

-          1,5% pelo tato

-          3,5% pelo cheiro

-          11 % pela audição

-          83% pela visão  

Outros estudos mostram o valor da combinação entre o ouvir e o ver:  

Métodos de comunicação Lembrança três horas depois

Lembrança três dias depois

Quando o professor só fala 70% 10%

Quando o professor só mostra

72% 20%

Quando o professor fala e mostra

85% 65%

4. O ASPECTO ESPIRITUAL DA DIDÁTICA CRISTÃ  

Jesus disse: "Sem mim, nada podeis fazer" (Jo 15.5) . Com essa afirmação, o Senhor quer dizer-nos que, sem seu poder, sua direção, sua unção, nada podemos fazer de real, efetivo e eficaz. S. Paulo, um excelente mestre nas Escrituras, tinha a convicção disso, quando afirmou: "Ele é o que opera em vós tanto o querer quanto o efetuar" (Fp 2.13) .

O professor, na igreja, pode ser formado, com curso de graduação, especialização, mestrado e até doutorado em Educação. Entretanto, se não tiver a unção do Espírito Santo, seu ensino não atingirá os objetivos. O Espírito Santo é o Professor invisível da igreja. Jesus disse: "Mas aquele consolador...esse vos ensinará todas as coisas.... (Jo 14.26)  

CONCLUSÃO  

O professor da EBD é um obreiro a serviço do ensino na igreja local. Diante disso, deve ser pessoa de oração, dedicada ao ensino, sendo exemplo para os alunos. Sua conduta, diante da classe, e na vida pessoal, é fundamental para que os alunos se interessem em ir à igreja, para ouvir a ministração das lições a serem ensinadas. O maior desafio ao professor está contido em Rm 12.7: "...se é ensinar, que haja dedicação ao ensino". No novo milênio, que se prenuncia cheio de desafios culturais, éticos e educacionais, é necessário que o professor da EBD procure, dentro da realidade da igreja local, preparar-se melhor para desincumbir-se da abençoada e difícil tarefa de ensinar a Palavra de Deus a seus alunos.  

Page 102: Apostila Escola Dominical.doc

BIBLIOGRAFIA  

- BÍBLIA SAGRADA, Ed. Revista e Corrigida. Editora VIDA, S. Paulo, 1982.

- CGADB. Diretrizes e Bases da Educação Religiosa nas Assembléias de Deus no Brasil. CPAD, Rio, 1988.

- EETAD, A Educação Cristã. Campinas, SP.

- GANGEL, Keneth & HENDRICKS, Howard G. Manual do Ensino, CPAD, Rio, 1999.

- GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. CPAD, Rio, 17a. Ed, 1997.

- GREGORY, John Milton. As sete leis do ensino. JUERP, Rio , 1977.

- GRIGGS, Donald L. Ensinando professores a ensinar. Ed. Presbiteriana, S. Paulo, 1987.

- VILARINHO, Lúcia Regina Goulart. Didática. LTC, S. Paulo, 1979.

 

TREINAMENTO PARA PROFESSORESDA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - EBD

 

O professor da Escola Bíblica Dominical, deve estar preparado para o exercício de uma das mais nobres virtudes do ser humano em todo o tempo, que é o de ensinar. Em todo o mundo milhões e milhões de dólares são gastos todos os anos com o ensino e com a formação de novos professores. Na Igreja de Cristo não devia ser diferente, contudo não vemos a mesma ênfase que o mundo dá aos seus mestres, dentro de nossas igrejas.

Para o bom desempenho do professor da Escola Bíblica Dominical é preciso que ele esteja preparado para ensinar, pronto para discipular e pronto a exercer a liderança no grupo.

Durante o treinamento vamos abordar os temas a seguir enumerados como: “O Discipulado na E.B.D.”, “A Dicotomia Entre o Formado e o Leigo na E.B.D.” e “O Que é Preciso Para se Ter Uma Liderança Eficaz”.

1. ENSINO 

Ensinar é uma das missões da igreja. Muitas igrejas se acham anêmicas espiritualmente porque não tem dado ênfase ao estudo da Palavra de Deus. Por falta de Profeta o povo se corrompe. O crente que não conhece a Bíblia está propenso a deixar-se levar por qualquer vento de doutrina que passa. O apóstolo Paulo tinha grande preocupação com relação a questão do ensino. Em Romanos 12:7, ele chamou a atenção escrevendo: “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino”.  

1.1 Ministério da Educação Cristã 

Page 103: Apostila Escola Dominical.doc

O ministério da educação cristã está associado com o ensino da Palavra de Deus no seio da igreja. Deste modo, é preciso que se tenha obreiros devidamente preparados e treinados para o exercício deste ministério. Muitas igrejas não tem dado o devido apoio a aqueles que tem se dedicado a Educação Cristã, contudo tem incorrido em uma falta muito grande, que é estar omissa as necessidades espirituais de seus membros.  

1.2 Escola Bíblica Dominical 

A Escola Bíblica Dominical tem como meta o ensino da Palavra de Deus. Ultimamente temos visto e ouvido de muito descaso nesta área por parte de algumas denominações. Preocupados com o esvaziamento da escola bíblica, muitos grupos tem conclamado congressos e simpósios para tratar do assunto, com vistas a ter-se uma sensível melhora nesta área. Sabemos que os problemas na área da Escola Bíblica Dominical são muitos e envolvem muitas questões. A freqüência à escola dominical tem caído muito nos últimos anos e de acordo com os dados estatísticos, se acha em torno de 50 a 60% de freqüentadores assíduos. A qualidade do ensino tem caído quase na mesma proporção. É preciso motivar as pessoas para que realmente sintam necessidades da busca de conhecimento da Palavra. Devemos dar prioridade ao ensino bíblico em nossas igrejas. Há igrejas evangélicas que tem substituído os assuntos inerentes a Bíblica por assuntos seculares, o que tem se tornado em instrumento de desmotivação de parte considerável dos membros, que preferem unicamente o estudo da Palavra.

1.3 Escola de Treinamento de Professores 

Deve ser dado ênfase ao treinamento de pessoas vocacionadas para o ministério do ensino, oferecendo-lhes condições favoráveis para o seu devido preparo. A igreja, deve encaminhar os seus candidatos as Faculdades Teológicas para melhor se prepararem para exercerem esse ministério. Devemos ajudar a todos os irmãos que tem colocado suas vidas à disposição do Senhor, ingressando em uma Faculdade para se preparar, para melhor servir a causa do Mestre. Devemos colocá-los diante de Deus em nossas orações e ajudá-los financeiramente se necessário for. A Igreja, deve então, disponibilizar recursos de seu orçamento para a formação de novos Bacharéis em Teologia, não somente em Ministério Pastoral ou em Missões, mas também e principalmente em Ministério de Educação Cristã. Uma vez completado o curso teológico, o novo Bacharel em Educação Cristã, estará apto e credenciado para dar início ao seu ministério de ensinar a Palavra de Deus.  

1.4 Unidade no Corpo de Cristo 

A união ou comunhão na igreja é primordial, pelo que Jesus rogou ao Pai, dizendo: “... Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que os tens amado a eles como me tens amado a mim (João 17:21-23). Este é o grande ensino de Jesus acerca da comunhão e esta deve ser a grande meta da igreja de Jesus. Só há uma maneira do mundo crer que Deus enviou Jesus, se formos um com Ele, assim como Ele é um com o Pai. Só há uma maneira do mundo conhecer que Deus enviou a Jesus, se Jesus estiver em nós, assim como o Pai está em Jesus, se formos perfeitos em unidade, assim como Jesus é perfeito em unidade com o Pai. A comunhão na igreja começa na Escola Bíblica Dominical. É nela que os membros tem a oportunidade de aprender sobre a Palavra de Deus e participar com

Page 104: Apostila Escola Dominical.doc

perguntas e colocações que enriquecem a todos. É o local apropriado para o membro expressar todas as suas dúvidas e todos os seus questionamentos colocando-os para fora. E, é acima de tudo, o local ideal para o exercício do discipulado.  

1.5 Assessoramento do Pastor 

O pastor é o líder da igreja e como tal deve ter uma vida exemplar diante de Deus e dos homens, de modo que a igreja possa ver em seu pastor um exemplo de servo de Cristo. Ele deve estar pronto para treinar, equipar e discipular os santos para melhor servirem a causa de Deus. O pastor deve ser paciente, longânimo, amoroso, e acima de tudo preparado para ensinar, exortar e edificar a igreja em Cristo. Deve ter participação ativa no ensino da Palavra de Deus, quer seja na Escola Bíblica Dominical ou no Púlpito. De modo que o ensino seja relevante em todos os seguimentos na vida da igreja.

O pastor deve ter presença assídua na E.B.D., de modo a estar pronto para auxiliar os professores a esclarecerem dúvidas principalmente as ligadas as doutrinas cristãs etc. Como ele não pode estar em todas as classes da E.B.D. ao mesmo tempo, deve programar-se de modo que possa visitar, em cada domingo uma determinada classe da E.B.D. Assim, o pastor estará dando toda assistência as ovelhas do rebanho, seja em qual for a situação. “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente; cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará, e se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Tiago 5:13-15). Este texto, dá indicação bastante clara do modo como a igreja, como toda deve se conduzir, mas principalmente os líderes e aí se inclui o pastor.  

Augusto Bello de Souza Filho Bacharel em Teologia

Page 105: Apostila Escola Dominical.doc

TREINAMENTO PARA PROFESSORESDA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - (II)

O Principal Objetivo é transformar vidas

O objetivo por excelência do ensino de Jesus era a mudança da vida do indivíduo, e não apenas seu intelecto e emoções. Este propósito geral permeava todos os outros objetivo específicos do ensino de Jesus. 

1 . Jesus procurava converter seus alunos a Deus; 

2. Jesus queria que seus discípulos adotassem ideais corretos; seu ensino exigia nova ética e uma nova interpretação das regras e normas sociais; 

3. Jesus se propunha a desenvolver a harmonia entre as pessoas; 

4. Jesus queria aprofundar as convicções de seus alunos. Usou determinadas técnicas para ajudar seus alunos a verificar e reforçar suas crenças e convicções. Adotou o método de fazer perguntas para sondar seus pensamentos e sentimentos íntimos e profundos; 

S. Jesus tinha o claro objetivo de treinar seus discípulos para continuar o ensino depois dele. Deixou-nos até mesmo uma fórmula para seguirmos seus ensinamentos (Mt 28.19-20). 

Os principais objetivos da Escola Dominical 

1. Ensinar a revelação bíblica 

Page 106: Apostila Escola Dominical.doc

2. Alcançar as multidões com a Palavra de Deus

3. Evangelizar 

4. Levar cada aluno e cada membro da igreja, em particular, a cultuar a Deus em sua vida diária

5.Treinar obreiros 

Para atingir os objetivos 

O Professor deve ...

- Explicar os tópicos da lição e ao final de cada uma provocar a troca de idéias e observações entre os alunos (através de perguntas). 

- Utilizar técnicas de perguntas para o desenvolvimento da aula a medida que o conteúdo da lição estiver sendo ministrado.

 

- Estudar a lição e elaborar as perguntas com antecipação. 

- Na última lição do trimestre o professor deverá apresentar um questionário com várias perguntas (mínimo de 2 de cada lição) e testar o conhecimento dos alunos. 

- Estudar, analisar e pesquisar e, acima de tudo orar, para estar apto a responder aos alunos. Provocar debates, envolvendo-os e dando oportunidade para o questionamento. Verificar quais são os alunos faltosos e fazer-lhe uma visita. 

- Se atualizar. Esteja sempre bem informado acerca de seu meio social e dos acontecimentos do dia a dia. O Senhor Jesus, por exemplo, jamais ignorou o seu tempo. Mestre por excelência, em tudo se mostrou contextualizado. Por isso, teve condições de ensinar, com singular autoridade, as verdades concernentes ao Reino de Deus. 

- Avaliar o desempenho dos alunos: verificar quantos alunos leram a revista; recolha o resumo do trabalho solicitado no Domingo anterior; incentive quem deixou de cumprir a tarefa a fazê-la da próxima vez. 

Métodos e Técnicas 

1. Tempestade Cerebral  

O professor faz uma pergunta, e um aluno de cada vez, deverá responder imediatamente, com suas próprias palavras, sem Ter o tempo necessário para estruturar, ou ordenar logicamente a resposta. 

2. Pergunta circular  

Page 107: Apostila Escola Dominical.doc

O professor anuncia que a mesma pergunta será feita a todos os alunos, um por um, com obrigação de todos responderem quando chegar a sua vez. 

3. Método expositivo  

É um excelente recurso educacional, mas exige grande preparo e muita oração por parte do professor. 

4. Perguntas X Respostas  

É um método excelente, pois ajuda a manter acesa a chama da atenção de todos, e permite a participação ativa da aula, por parte dos alunos. Mas tenha o cuidado de evitar que a classe siga uma linha de pensamento contrária ao assunto apresentado pela lição. 

5. Discussão  

Método adotado por Jesus, quando apareceu aos seus dois discípulos de Emaús. Constitue-se em um debate sadio e harmonioso entre os alunos e o professor, para que, por seu intermédio, surjam novas idéias que caracterizem o aprendizado, pois admite a participação de todos os presentes. Mas evite a fuga do tema central da lição. 

6. Audiovisual  

O métodos associa a audição à visão do educando, fenômeno este que amplia o índice de aprendizagem, e concede ao aluno a nítida idéia do que é apresentado pelo professor, e torna a aula mais participativa. Utilize-o quando for possível, e obtenha excelentes resultados. 

7. Leitura das passagens Bíblicas  

A prática da leitura das passagens bíblicas contidas na revista conduz a comprovação do que é dito pelo professor e convence todos a receber a mensagem. 

8. Método de tarefas  

Através da pesquisa, redações e trabalhos diversos. Por seu intermédio, o aluno aprende, fazendo; e estabelece a prática, no lugar da teoria. 

9. Ilustrações

O uso de ilustrações é uma boa maneira de tornar a aula mais interessante e proveitosa, como fez Jesus ao lançar mão das parábolas. Elas sempre tiveram o propósito de trazer luz sobre as verdades espirituais que o Mestre queria ensinar aos discípulos. O professor, igualmente, pode usar o mesmo recurso pedagógico para tornar claro o seu ensino, observando, porém, a seguinte recomendação: não transformar a sua aula em mero ato de contar histórias, deixando de lado os princípios que se deseja ensinar. Lembre-se que cada aula tem um objetivo a ser alcançado e este não pode ser esquecido. 

Como Planejar uma aula 

Page 108: Apostila Escola Dominical.doc

1. introdução da lição => O professor poderá introduzir a lição com um fato relacionado aos assunto, ou perguntas sobre o tema central da lição. 

2. Explanação da lição => É o desenvolvimento da aula propriamente dito. O professor poderá usar o esboço sugerido na revista, ou desenvolver a aula como lhe apraz. Deverá, no entanto, Ter o cuidado para não se desviar dos objetivos propostos. 

3. Aplicação da lição => Esta é a parte mais importante da lição. O professor aplicará as verdades bíblicas estudadas à vida do aluno. 

4. Encerramento da lição => São os últimos momentos do professor junto ao aluno, dando-lhe atividades, avisos e outros assuntos relacionados a Escola Bíblica Dominical. 

Questões à considerar

1. Como seus alunos estão recebendo as lições de cada trimestre ?  

O professor deve sondar e acompanhar devidamente o desenvolvimento de sua classe. 

2. Você sabe como fazer perguntas aos seus alunos ? Qual a maneira correta de se faze-lo ?  

Para que as perguntas esclareçam a lição, não devem ser feitas de maneira que confundam os alunos; portanto evite: 

a) perguntas compostas;

b) perguntas que contenham palavras técnicas,difíceis; 

c) perguntas que tenham mais de um sentido; 

d) perguntas vagas; 

e) perguntas que provocam discussão áridas; 

f) perguntas longas. 

Atenção: as perguntas não devem confundir, mas devem ser claras e precisas. Não podem obscurecer o tema, mas jorrar luz sobre o terreno que será atravessado. As perguntas não devem revelar as respostas, porque isso impede o aluno de pensar. 

3. Você tem motivado a sua classe ?  

Quando mantemos nossa classe motivada; o aprendizado torna-se muito mais interessante e proveitoso. Não se esqueça disso! O professor também aprende ensinando os seus alunos a aprenderem. 

4. Você tem convicção de sua chamada ?  

Page 109: Apostila Escola Dominical.doc

É imprescindível que todo o professor de Escola Dominical tenha esta certeza. 

5. Você tem promovido (divulgado) a Escola Dominical ?

Como professor, suas responsabilidades vão além de ensinar e formar discípulos para Cristo. Torne-se um divulgador da Escola Dominical. 

6. Você tem visitado seus alunos ?

Acompanhar o desenvolvimento de seus alunos também é obrigação sua. Afinal, você é o pastor de sua classe. Sempre que notar a ausência de um aluno por mais de dois domingos consecutivos, procure saber o que houve. Mande-lhe uma carta; faça-lhe uma visita. Pergunte o que está acontecendo. Às vezes, é um problema que você pode resolver. 

7. Quais são as metas do professor ?

As metas do professor da Escola Dominical têm que ver com os propósitos e metas da Escola Dominical. Ora, a Escola Dominical é a principal entidade interna da igreja. Como tal, tem como seus, os propósitos e metas da própria igreja. 

8. Você têm interesse em servir o povo de Deus ?  

Pense nisso! Este é um dos requisitos primordiais de um bom mestre. 

9. Seus objetivos estão sendo alcançados ? Seus alunos estão tendo uma compreensão clara sobre os ensinamentos ? Você tem notado alguma mudança substancial no comportamento e atitudes deles ?  

Talvez seja o momento de fazer uma reflexão. 

1 0. Você conhece as reais necessidades de seus alunos ?  

Se ainda não as conhece, provavelmente jamais terá sucesso no magistério. Esteja atento as necessidades de seu aluno. 

Professor, não se esqueça ... 

 - O crescimento espiritual e intelectual dos alunos que Deus lhe confiou depende de seu preparo; esmerece-se nesse ministério, dedique-se de corpo e alma. Afinal, ensinar é também cumprir a Grande Comissão que o Senhor Jesus entregou à sua igreja. 

 - Como professor, a sua pontualidade e assiduidade é elemento motivador para a pontualidade e assiduidade dos alunos. 

 - A Escola Dominical é um dos meios mais eficazes de se evangelizar. Em algumas igrejas, porém, ela já não pode ostentar esta característica que, nos primórdios, fez a pujança de muitos avivamentos. 

Page 110: Apostila Escola Dominical.doc

-  Para tornar a aula mais atraente e dinâmica é necessário que você estimule a participação ativa de seus alunos. Se eles se integrarem no processo ensino-aprendizagem assimilarão o conteúdo da aula mais facilmente. 

-  Estude a lição com carinho conferindo as citações em sua Bíblia e peça a Deus criatividade, pois é sempre bom inovar em cada aula. Isso estimula o interesse dos alunos pela frequência. Mantenha a disciplina e fale com autoridade e unção. 

 - Jamais se apresente diante de sua classe, sem antes Ter estudado a lição. Se, porventura, tiver alguma dúvida, dissipe-a, perguntando a alguém que for mais experiente do que você. Isto não é desonroso. O pior é demonstrar insegurança, facilmente percebida por seus alunos. Confie no Senhor, pois Ele é quem nos capacita. 

 - A disciplina em uma sala de aula é muito importante. Permita que seus alunos participem ativamente deste estudo, pois isto é uma necessidade no processo ensino-aprendizagem. Mas seja firme, tão logo surja qualquer problema, por menor que seja. Na casa de Deus, tudo deve ser feito com decência e ordem. 

 - Você deve ser um comunicador dialogar e não simplesmente um transmissor unilateral. Todo ensino tem de ser ativo e toda aprendizagem não pode deixar de ser ativa, pois ela somente se efetiva pelo esforço pessoal do aprendiz. O professor deve solicitar, quer no início, quer no decurso de qualquer aula, a opinião, a colaboração, a iniciativa e o trabalho do próprio aluno. 

 - Tente, por todos os meios, cativar a amizade dos seus alunos. Chame-os todos pelo seus nomes, e demonstre interesse em ajudá-los nas suas necessidades, ainda que seja apenas em oração. Desta forma, eles sempre o terão como amigo, e tudo farão para participar constantemente da Escola Bíblica Dominical, pois sentir-se-ão motivados a aprender mais e mais a Palavra de Deus. 

 - A participação do aluno só será efetiva, se você tratar a todos por igual. Por isso, não se irrite e nem se impaciente com facilidade, pois se isso acontecer, será a sua derrota. Fale em bom tom, com naturalidade, sem gritar, mas com firmeza. Faça com que os alunos se sintam importantes para você. Não ameace e nem agrida o desatencioso. Procure saber quais motivos que o levaram a isso. 

 - Um bom planejamento é feito com antecedência e, sem ele, o professor sentirá dificuldades diante da classe, pois terá de improvisar, ou ficar na rotina, ou ainda poderá ser pego de surpresa, com alguma pergunta dos alunos. 

-  Além de dominar os recursos da didática, lembre-se de que você, como professor da Escola Dominical, deve primar pelo conhecimento bíblico-doutrinário. Caso contrário: como poderá ensinar a Palavra de Deus ? 

Não se esqueça ...  

Ore durante a semana, para que suas palavras saiam ungidas de sua boca, no decorrer de toda a aula, e alcancem, principalmente, os corações de seus alunos, o lugar apropriado de se guardar a Palavra de Deus, conforme se expressa o salmista (SI 1 1 9.1 1). 

Page 111: Apostila Escola Dominical.doc

Ensinar na Escola Dominical é comunicar, mostrar, explicar, orientar e despertar a mente do aprendizado para o conhecimento da Palavra de Deus. Só através de um ensino bem estruturado, é possível alcançar-se radicais mudanças de comportamento, bons conhecimentos bíblicos e uma elevada formação espiritual. 

Amém! 

Presbítero Edmilson Soares - [email protected]

Fonte: http://www.biblianet.com/escola/

Código de Ética dos Professores da Escola Bíblica Dominical

Art 1° - No Relacionamento com Deus

Visar sempre a glória de Deus e não a sua. Dar glória a Deus em tudo. Não usar seu nome em vão e honrá-lo sempre. 

Art 2° - No Relacionamento Familiar

Cultivar um bom relacionamento familiar com a (o) esposa (o), filho, etc., de forma que a vida no lar não contradiga seus ensinos em classe. I Tm 5.8 

Art 3° - No Relacionamento com a Denominação

Honrar a denominação da qual faz parte, não tecendo críticas na classe e se referindo com respeito a ela. Honrar a literatura da denominação, não trazendo outras revistas, podendo usar material ilustrativo. 

Art 4° - No Relacionamento com o Pastor

Deve o Professor lembrar-se de Hebreus 13.7. Referir-se com respeito ao Pastor; honrando-o como anjo da igreja e líder colocada por Deus, evitando referência negativas ao Pastor, pois isto poderá escandalizar os alunos e criar resistências em suas vidas. 

Art 5° - No Relacionamento com a Igreja

Honrar, respeitar, ser grato e evitar comentários negativos sobre a igreja. 

Art 6° - No Relacionamento com os Alunos

Page 112: Apostila Escola Dominical.doc

O Professor deve honrar, respeitar e compreender seus alunos, respondendo com mansidão suas perguntas e não se mostrando superior a eles. 

Art 7° - Ética em Relação à Lição

O Professor deve estudar a lição com antecedência, ser fiel ao tema, não menosprezá-lo, sem, porém, desprezar a Bíblia. 

Art 8° - Ética em Relação a si mesmo

Deve o Professor ter uma vida de consagração a Deus. Deve ter o horário para estudar e orar, cuidar da saúde e da boa aparência, não descuidar da higiene pessoal e ser pontual nos horários.

Fonte: Edições CEP - Centro de Publicações

http://www.biblianet.com/escola/

FALAR VOCÊ FALA, MAS CONVENCE?

Noélio Duarte

 

Convencer. Esta é a grande vitória, mas também o grande desafio para quem fala em público. Não basta ir à frente, retirar o papel-roteiro, ler ou discursar. E preciso convencer. Falar todos falam. Falar em público, alguns falam. O problema é exatamente Convencer. E para convencer é necessário ter associados: argumentos, astúcia, criatividade, voz definida e bem flexionada, postura, indução, ritmo de idéias e coerência na temática desenvolvida.

Porque a maioria dos oradores não convencer falando? Falta de carisma? Falta de inspiração? Falta de dons ou talentos? Não! Apenas falta de técnica. É lamentável que professores, políticos, oradores, conferencistas, cientistas não estejam muito preocupados em convencer. Preferem apenas falar por falar. Na prática tem sido assim. São férteis quanto ao conteúdo, mas estéreis quanto ao resultado na prática da oratória. É patético ver um orador falar com muito preparo e ver uma platéia inteira dormir de improviso; enquanto o orador está falando

Page 113: Apostila Escola Dominical.doc

( o tema é de interesse geral ) as pessoas vão se desligando sistematicamente: olham para cima, para os lados, desenham na agenda, fazem cálculos do imposto a pagar, cochilam, bocejam, estão mais ligadas na situação familiar do que no tempo presente... distantes, distantes, longe. E o orador falando. Será que ele não percebeu que já perdeu o crédito há muito tempo? É autoridade e permanecerá sendo, no assunto que domina. Apenas não sabe passar isto à frente. Não se comunica, apesar de falar bem sobre o assunto.

Que fatores levam um orador a não convencer, falando?

1. Antipatia - Há um sentimento de repulsa espontânea quando o orador se apresenta rígido, formal e extremamente sério. O público não perdoa oradores descorteses e de aspecto pouco feliz ( rosto franzido, olhar severo, semblante fechado). A ausência de um sorriso sincero estabelece a ruptura entre o orador e o público.

2. Defeitos na emissão da voz IJá tipos vocais que causam apreensão e afastamento das atençôes quando iniciam suas falas. A) Voz estridente - A estridência é a consequência da falta de controle sobre o volume da voz. E um grave defeito porque está relacionado á perda de controle emocional. Estridência e grito são sínônimos e ambos devem estar fora do acervo de técnicas de um bom orador. B) Voz fanhosa - Este tipo de som está relacionado à emissão errada do som, produto da falta de controle do ar expelido: o ar sai tanto pela boca como pelo nariz. Pode estar relacionado ao descontrole muscular naso-faríngeo e precisa ser investigada. C) Voz monótona - É resultado de um desconhecimento total sobre o uso da voz em público. E uma voz que não estimula, mas, ao contrário, acalenta o sono porque leva a um relaxamento gradual. Muitos oradores falam todo o tempo no mesmo tom, intensidade e ritmo. Alguns fazem pausas irritantes e prolongadas. Isto desmotíva, afasta e retira as pessoas do cenário dos acontecimentos. E as pessoas distanciadas, não são convencidas.

3. Uso moderado de clichês - Clichês são palavras ou grupo de palavras muito desgastadas pelo uso. Vulgariza uma mensagem e torna medíocre o orador que faz questão de usar em demasia. São clichês: “entusiasmo indescritível”, “Lauto banquet6, “odor inebriante”, “ Notável jovem”, “mar de rosas~~, ~‘insidiosa moléstia”, “silêncio sepulcral”, “distinta platéia”, “louco de alegria”... E outros. Após ouvir uma saraiva de clíchês, é compreensível a fuga da atenção.

4. Fraca imagem própria - Antes de um orador começar a falar, a primeira observação é para a sua imagem: postura, vestimenta, aspecto facial, forma de olhar. Um orador com postura corpórea fletída dá idéia de peso, cansaço, excessiva humildade; assim como ombros alteados e corpo ereto demais passa a imagem de arrogância. Vestimenta simplória, rústica, ausência de estética nas cores; face de sofrimento e olhar perdido ao longe, além de uma voz tênue e eivada de uma imagem sofrida... Imagem de derrota.

5 Inadequação Temática O que se espera de alguém que assume a tribuna ( púlpito, tablado, palanque) para falar? Que domine o tema! Resposta fácil. Mas nem sempre é assim. Oradores há que tomam um tempo enorme falando de um tema de que não tem vivência, nem domínio, nem o seu estilo está adequado. Então inicia falando sobre violência social e descamba para as pesquisas no polo Sul. Não há roteiro, não há estímulos, não há evidências de conhecimento de causa. Fala e não convence. O que poderia se esperar além disto?

Mas é possível melhorar. Mudar. Transformar o mero falante em orador que pode magnetizar

Page 114: Apostila Escola Dominical.doc

seu público ( o treinamento com especialista é que torna isto possível). Então é preciso, para isto, levar em consideração alguns princípios:

A) Melhore o som da sua voz - Pronuncie corretamente as palavras, evitar falar com a boca fechada, falar no tom adequado ao recinto, as pessoas e ao tema.

B) Antes de falar, procure olhar. Cumprimente silenciosamente as pessoas com “um sorriso nos olhos”, procurando identificar cada pessoa, em lances rápidos de olhar.

C) Descontração é atração - Em vez de abordar o assunto diretamente, conte urna historieta, descreva o que vê, relate seu trajeto até o local. Aborde urna situação alegre. Lembre-se: até os grandes oradores tremem em uma tribuna. O temor e tremor é natural. Encare isto com tranquilidade. É uma questão de tempo.

D) Atualize-se, Investir em livros pode dar um bom lucro. São caros é verdade, mas são essenciais à cultura. Quem lê mais, sabe mais. É prudente ouvir noticiários e estar cm dia com os jornais. Assim ninguém vai pegar você de surpresa.

E Salomão é enfático quando afirma: “Favo de mel são palavras suaves, doces para a alma e saúde para os ossos”. Prov. 16:24.

Este é um tempo de falar. Mas falar para convencer!  

CONSIDERAÇÕES SOBRE O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO 

Uma escritora de nome Eleanor Roosevelt disse: “Acredito que qualquer um possa vencer o medo fazendo as coisas que teme fazer, contanto que as continue fazendo até montar um arquivo de experiências bem-sucedidas”.

Falar em público não é nenhum mistério. Basta abrir a boca e ter alguém ouvindo. Pronto: você é um orador. Embora o medo do palco, do púlpito, da tribuna, seja o maior responsável pela repulsa a falar em público, não se deve usá-lo como desculpa para ficar sentado na platéia quando deveria estar lá na frente, falando. Mas por que tanto medo?

Recentemente foi divulgada uma pesquisa feita na Inglaterra, dando informações de que 47% dos empresários ingleses dizem ter mais medo de falar em público do que morrer (18%) (Folha de São Paulo, 13/5/96).

O medo de falar em público é considerado o medo que pode transformar um homem enorme num bebê chorão. Uma mulher diz: “É como uma jibóia invisível que se enrosca em torno do meu cérebro, deixando-me tão paralisada que mal consigo falar”. Neste momento, informam alguns, o pensamento foge e as idéias se perdem e não se encontra argumentos... Um vazio se instala, de repente e isto provoca pânico... O que dizer? Como argumentar? Como continuar falando?

Certa vez alguém disse: “O cérebro humano é uma coisa fantástica. Começa a funcionar no momento em que nascemos e não pára até que precisamos falar em público... “E falar em público não é uma coisa que se faça em pé numa tribuna ou no palanque do orador. É o que se faz sempre que diz uma palavra fora do ambiente da casa da gente. Quando se pensa que falar em público deveria ser uma conversa em público, a metade do medo terá sido vencido.

Page 115: Apostila Escola Dominical.doc

As origens deste grave problema pode se reportar à impaciência devido à impaciência de alguns adultos em não permitir que crianças participem da conversa ( “isto não é conversa para criança...”) e até mesmo a rejeição de crianças em ambiente de adultos (“enquanto tivermos criança no recinto a conversa não terá tom de seriedade...’). Quando uma criança sofre um processo de rejeição por parte de adultos por quem tem grande admiração, uma enorme decepção se instala e até mesmo traumas se configuram o que, com certeza, irão marcar. Outras vezes a critica ácida, a zombaria, o deboche, a não valorização daquilo que se falou podem ser raiz de tão profundo mal. As marcas são reais no presente, mas a sua origem podem estar no passado. E se isto não é superado, dificilmente o adulto de agora poderá ser um orador vitorioso. Mas, ao contrário, se houve estímulo, valorização, atenção, cuidado e mais informações positivas o problema tende a não existir no futuro adulto.

Algumas causas sobre o medo de falar merecem ser analisadas com cuidado:

1. Desconhecimento sobre o potencial. Quando um orador não conhece seu arsenal disponível para falar em público, a tendência normal é o fracasso. E potencial pode ter relação com a aquisição de informações arquivadas. A leitura, normalmente, é o mecanismo que abastece a memória; quando a leitura é limitada, as informações também serão limitadas. Quando o que se lê é descartável, aquilo que se fala não prende a atenção de alguém. Entretanto, potencial também tem relação com a voz, ritmo e ênfases rio processo de uma apresentação. Uma exposição de idéias de forma límpida, segura e atraente causa grande impacto e costuma deixar marcas positivas.

2. Desconhecimento sobre a própria capacidade de de controlar. Algumas pessoas quando começam a falar, tem o momento certo de início, mas não sabem como chegar ao fim da apresentação, daí a grande confusão com o desenvolvimento do tema. Quando o discurso ( aula, palestra, sermão, conferência, etc.) não é roteirizado, a probabilidade de se ficar à deriva é muito grande. Mas além do controle do medo, tensão, ansiedade, manifestações corpóreas ( sudorese, taquicardia, falta de saliva, etc ), há também o descontrole do auditório. E este controle é feito geralmente através do olhar. É olhando que nos identificamos com as pessoas presentes no auditório. Quando o orador começa a falar e olhar para a janela, portas, chão, luzes ou o papel preso à sua mão, a tendência normal do auditório é a fuga do foco ( foco em questão é a presença do orador).

3. Desconhecimento ou falta de previsão de prováveis reações. Por parte de quem? Pode ser por parte do orador ou do auditório. Do orador é provável que surja ao longo da sua fala: cansaço, necessidade de informações novas, mal-estar orgânico e até mesmo confusão mental. Por parte do auditório: barulho, agitação, agressividade como reações a um mal-entendido ( conceitos errados, preconceitos, palavras agressivas, etc). Quando se vai falar em público é preciso fazer algumas previsões. Isto pode começar com o próprio ambiente onde se vai falar. E se está faltando energia ou durante a exposição faltar? E se o tom estiver muito alto ou baixo? E se a iluminação for insuficiente? São situações em que vai haver provocação e a isto sempre se terá uma contra-ação. Previsão é algo benéfico na vida de um orador.

4. Falta de informação. Informação é a palavra chave na vida de um orador. Para se construir a idéia é preciso muita informação. Para se desenvolver as idéias, mais informações se fazem necessárias. E para expô-las, são necessárias milhares de informações. Mas além daquelas informações pessoais, existem as informações ambientais. Quando se aceita um convite para falar em algum evento, toma-se necessário o pedido de, pelo menos 5 dados muito importantes: 1) Qual o tamanho do meu auditório; 2) Qual é a constituição do auditório

Page 116: Apostila Escola Dominical.doc

( crianças, adultos, idosos, adolescentes, senhoras, etc); 3) Qual o motivo do evento? 4) Quanto tempo se terá para falar ? 5) Que recursos audio-visuais efetivamente se tem? De posse destas informações, o orador pode montar seu esquema de atuação e, com certeza, ao chegar ao local o fator surpresa não acontecerá.

Quando um orador fica muito preocupado com o seu desempenho, perde a segurança. Sua proposta como orador não é impressionar a platéia com as suas idéias, mas estabelecer uma efetiva comunicação com ela. A comunicação ocorre quando as idéias de sua mente são transferidas para as demais pessoas presentes sem serem deformadas ou perdidas ao longo do período de exposição.

Como orador o único propósito é falar com seus ouvintes e a seus ouvintes sobre suas idéias. E quando um orador aceita falar a um grupo, deve também perguntar-se: “Por que estou dando esta palestra ou aula?” “Qual é o meu propósito?” E os propósitos ou objetivos de uma exposição são vários: INFORMAR, ENTRETER, INSPIRAR, CONVENCER, MOTIVAR, ENSINAR. Quase tudo que fala em público está contido num desses propósitos. Um orador não pode falar para uma platéia que não sabe por que o orador está Já. Até mesmo levantar-se para dizer algumas palavras requer que o orador saiba alguma coisa sobre o que pretende dizer.

A intenção soluciona metade do problema do propósito. O propósito soluciona a maior parte do medo do palco.

Uma das formas mais inteligente de controlar o medo e conseqüentemente o auditório é manter um permanente contato visual. Perder isto é provavelmente o primeiro passo para perder o controle geral. Os oradores segures sabem como compreender os indícios de reação negativa e usá-los para reconquistar a atenção da platéia. Entre os indícios de reação negativa incluem-se: olhar o relógio sempre, fazer movimentos inquietos, suspirar, enrolar o cabelo, folhear jornais ou livros e outros maneirismos.

Se um orador reage com nervosismo a esses sinais, pode perder o controle e entrar na síndrome do pânico de falar... E uma situação de medo. E os bons oradores não permitem que a platéia perceba qualquer sinal de preocupação. E as melhores estratégias são: fazer uma pausa que não estava prevista, caminhar pelo palco, falar de forma mais suave ou lenta, parar, fazer perguntas de repente... ou até mesmo deixar cair um livro, pedir água ou chamar alguém no palco, abrir ou fechar uma janela. Estratégias. São muitas e convém o orador descobrir qual a mais útil par aquele instante.

Vale lembrar: a maioria das platéias são muito simpáticas e amigas. As pessoas querem ver o orador bem-sucedido e esperam que acrescente algo de novo e então compete-lhe dar o que há de melhor.

A IMPORTÂNCIA DA POSTURA CORPORAL CORRETA 

Você já notou que todos os cantores tem uma postura diferente quando estão cantando? Algumas pessoas acham que a postura não é algo assim tão importante. Elas acham que o importante é você estar muito “relaxadamente”, o mais solto possível. Outras já dão muita importância a um certo tipo de postura. Afinal, é importante, aliás, muito importante a forma como nos colocamos para cantar ou falar.

Page 117: Apostila Escola Dominical.doc

Uma boa postura deve ser praticada até que se torne algo natural para você; até que seja como colocar uma parte do seu mais confortável sapato ou usar a sua roupa predileta. Deve-se ter cuidado para que a postura usada quando está praticando seja a mesma de quando se está cantando em público. Tem um efeito psicológico muito positivo você não ter que mudar a postura quando vai cantar à frente de algum auditório.

A atitude mental do cantor ou conferencista, somada a postura, é muito positiva.

• Para conseguir uma boa postura, você deve estabelecer algumas atitudes positivas, tente imaginar que as palavras seguintes servirão para descrever a sua postura: ERETO, EQUILIBRADO, ANIMADO, EXPANSIVO, ALERTA, ELEVADO, VERSÁTiL, FLEXÍVEL, SOLTO, VIBRANTE, FELIZ... Pelo menos algumas destas palavras terão uru significado marcante para você, concentre-se nelas. Elimine qualquer sensação de rigidez ou de estar preso a uma determinada posição.

Crie o hábito de praticar em frente a um espelho: este é um ótimo meio de cortar os maneirismos que vamos criando com o tempo ( por exemplo, inclinar a cabeça para um lado e para o outro; abaixar e balançar a cabeça enquanto cantamos ou falamos, etc). Confira vendo-se no espelho, se o que você canta está refletindo o que você está pensando; tente conseguir isto. Alguns cantores ou conferencistas não tem esta prática com o espelho e são tantas vezes levadas ao ridÍculo pelos vícios adquiridos. Se você está satisfeito com a sua aparência, você satisfará também aqueles que estarão assistindo.

Você deve adotar uma boa postura pelas seguintes razões:

1. Uma boa postura é bem menos cansativo do que uma postura má ou relaxada, isto porque desta forma ela permite que os ossos sustentem melhor o corpo e também que os músculos o posicionem de forma que haja o mínimo de esforço e tensão.

2. Uma boa postura automaticamente facilita ao aparelho respiratório um desempenho muito melhor, tornando mais fácil para você respirar bem, satisfatoriamente.

3. Uma boa postura lhe dá um aspecto melhor para quem está vendo, por causa da pose que você adquire, e da vitalidade que você demonstra, e isso nunca será possível com uma má postura.

4. Uma boa postura automaticamente coloca o mecanismo vocal tia melhor posição para o seu bom funcionamento, tornando mais fácil a produção de uma sonoridade de qualidade.

5. Uma boa postura faz você sentir-se melhor tanto física como psicologicamente e muito mais confiante. A boa postura proporciona apenas bem estar a todo organismo.

6. Uma boa postura lhe será benéfica para a saúde e bem estar da voz e fala. As várias partes do corpo podem funcionar melhor quando bem posicionadas.

Quando se faz a opção cm adquirir melhor postura, os lucros no corpo todo serão percebidos quase que imediatamente. Tome como meta posicionar-se melhor tanto para cantar como para falar. Dê adeus, de uma vez por todas, àqueles maneirismos que apenas estragam a sua boa imagem. Vale a pena.

Page 118: Apostila Escola Dominical.doc

Mas qual é a melhor postura? Veja a seguir. 

POSTURAS CORRETAS

Qualquer instrumentista sabe que para tocar correto é preciso saber segurar o seu instrumento de forma precisa. Assim é o Violonista, o pianista, clarinetista, trompetista, etc. Isso parece não tão evidentemente para o cantor, mas o sucesso pode começar por aí. Uma boa postura para cantar nunca acontece de forma acidental; deve ser aprendida e praticada até que se tome um bom hábito. Analisaremos: PÉS, PERNAS, QUADRIS, ABDOMENS, COSTAS, TÓRAX, OMBROS, BRAÇOS, MÃOS, CABEÇA, BOCA, LINGUA, OLHOS.

1. OS PÉS. O melhor ponto de partida para iniciarmos é pelos pés. Uma boa base dá muito maior segurança, firmeza. Se a base está fixa, é fácil vermos como o restante do corpo se conduzirá. Inicialmente, eles deverão estar pouco afastados. Não se deve exagerar na abertura das pernas: além de ser mal visto, é ridículo. Quando se usa saltos altos ficará melhor se colocar de forma que o calcanhar de um dos pés esteja encostado ao lado do outro pé ( forma de apoiar e dar maior equilíbrio). Não é importante de todo estabelecer qual o pé que deverá estar mais à frente do outro, entretanto alguns cantores e oradores tem uma forte preferência pela perna ou pé de maior dominância ( quase sempre o direito). Na realidade, se a apresentação durar muito tempo, o ideal é trocar permanentemente os pés para evitar a fadiga e tensão. Procure distribuir o seu peso pelos dois pés de modo que possa ser bem equilibrado nas plantas. Não coloque o peso nos calcanhares.

2. AS PERNAS. Desde o momento que as suas pernas estão ajudando a fixar o seu corpo, é impossível para elas ficar totalmente relaxadas, mesmo em uma postura adequada. E ideal que elas estejam flexíveis e nunca rígidas, prontas para o movimento. Nunca coloque peso em urna só perna. Se qualquer músculo estiver sob tensão durante muito tempo, haverá uma forte tendência a tremer, de forma até mesmo violenta. Faça exercícios de alongamento dos pés. Pode ser que isto ajude a romper essa forte tensão.

3. OS QUADRIS. Também devem estar na conformidade daquela linha de postura:

equilibrados, evitando que um lado esteja mais alto do que o outro. Mas não é bom mantê-los rígidos enquanto se faz uma apresentação cantada ou falada. Se possível, faça alternância de movimentos, lentamente. Isto pode ajudar.

4. O ABDOMEM. Ao colocar o corpo em posição ereta, esteja atento para que o abdomem não esteja projetado exageradamente par dentro ou para fora. Quando se fica ereto, a própria coluna se encarrega de distender a parede do abdomem, evitando assim a sua projeção. Evite tensôes excessivas na parede da “barriga”. Cuide disto. Apenas durante o respiratório ( inspiração e expiração ) é permitido exercer pressões sobre a parede do abdomem para ajudar assim a manutenção do chamado “fluxo” respiratório para a fala. E válido, enquanto estamos cantando, mantermos temporariamente as paredes do abdomem dilatadas ( válido também para a fala). Entretanto, só pratique isto se você estiver sob orientação técnica. Um profissional da fala ou canto pode ajudar a dominar também esta técnica. Para efeito de apoio, falaremos disto no capítulo da RESPIRAÇÃO.

5. AS COSTAS. Imagine que você está de pé na forma mais ereta que você consiga; Você começará a sentir uma sensação a percorrer pela espinha, algo parecido com formigamento ou no sentido em suspensão. Essas sensações ocorrem porque você está mais atento. De certa

Page 119: Apostila Escola Dominical.doc

forma é bom que isto aconteça porque é sinal de que você está vIvenciando aquilo que chamamos de postura adequada à fala ou canto: coluna em semi-extensão ( estirada), porém não rígida. Manter a coluna ereta é algo determinante para o bem estar do som. Mantendo-a assim, você dará mais chance para que seu tórax se dilate, permitindo uma maior entrada de ar na cavidade. É bom estar atentos também ao fato de que durante o ato fonatórío, a posição do tórax, deve permanecer estável, isto é, nem inclinações, flexões ou hiper-extensões.

6. O TÓRAX. Este deve estar permanentemente em posição suspensa; Esta postura é útil antes de você iniciar uma atividade de canto ou fala intensa. A caixa torácica funciona melhor quando está estabilizada, não subindo nem descendo - exageradamente. As costelas, essas sim é que devem ser agilizadas, principalmente as chamadas inferiores. Portanto é saudável enquanto estiver falando ou cantando, manter todo tórax na suspensão mas de uma forma bem natural, evitando exageros. Evite, portanto toda e qualquer forma de contração exagerada dos músculos do tórax. Ao respirar sinta o seu tórax expandindo sempre. “Visualize” toda a caixa torácica trabalhando em conjunto, harmônica, num todo.

7.OS OMBROS. Devem estar totalmente descontraídos, sem nenhuma tensão nas articulações do ombro. Eles não devem mover-se para frente, para trás, para cima ou para baixo, durante o ato de cantar ou falar. Devem estar em “comum acordo” com o abdomem, o tórax e as costas. Qualquer forma de rigidez nessa região pode comprometer os músculos do próprio tórax e muito mais os músculos do pescoço. Quando os ombros estão estáveis, se torna muito mais fácil manter um equilíbrio torácico. Ombros arriados é prova bem clara de que todo o tórax, abdomem e pescoço estão comprometidos. Ao cantar ou falar, tenha sempre a sensação de que um grande peso saiu das suas costas. Evite a incômoda sensação de rigidez: pode complicar sua postura.

8. OS BRAÇOS E AS MÃOS. Devem estar caídos livremente de uma forma bem naturalmente em ambos os lados do corpo.. As mãos são a continuidade dos braços, e como tal, devem ficar caídas naturalmente e o mais livre de tensão possível. É bom evitar maneirismos como por exemplo ficar apertando as mãos tanto à frente como na parte posterior do corpo, ou mesmo se estivesse torcendo um pedaço de pano - isto causa uma tremenda tensão muscular nos braços e no tórax. Além de consistir em algo anti-estético é também um fator que modifica os outros músculos. Mas chamo atenção para o fato de que alguns cantores famosos usarem suas mãos tinidas durante suas apresentações. Esta posição é aceitável desde que não comprometa os músculos vizinhos ( somente com muita técnica você pode ter este domínio). Outros, cantam com as mãos ( ou com uma delas ) sobre o piano. Também é válido mas somente se não significarem ponto para ficar apoiado ( escorar ), pois caso contrário os músculos do pescoço começarão a ficar sobrecarregados atingindo assim a voz. Mas atenção: Se durante a sua apresentação você tiver que segurar um livro ou partitura, segure-o com uma mão e vire a página com a outra. Não deixe o braço tenso e contraído. E bom trocar de mão de vez em quando, possibilitando uma redução da fadiga.

9. A CABEÇA. Deve estar bem alinhada com o restante do corpo, bem centralizada entre os ombros. Manter a coluna bem estirada ( sem contrações exageradas ), os ombros alinhados e o abdomem com contrações excessivas, ajudam a manter a cabeça na posição ideal. Os olhos devem estar sempre num plano horizontal; o queixo não pode estar muito abaixado ou elevado: em ambos os casos atrapalharão os músculos do pescoço que trabalhem em função da cabeça. Ao cantar ou falar, pense sempre em olhar para frente (como se buscasse alguma coisa no horizonte). Ao emitir notas agudas, não levante o queixo; abaixe bem os maxilares ( abrir) pode ajudar mais. Durante uma apresentação, os olhos devem ter total liberdade mas

Page 120: Apostila Escola Dominical.doc

não podem comprometer a cabeça ( por exemplo, olhar para baixo não quer dizer que você pode mover livremente a cabeça sem comprometer o som que você está emitindo.

10. POSIÇÃO SENTADO. Quando se está sentado, o principal apoio para seu peso está no assento da cadeira ou banco. Assim sendo, é muito bom lembrar daquelas idéias descritas anteriormente quanto a estar de pé. O tronco e a cabeça devem estar alinhados, dando a sensação de que a coluna está estirada, mas isenta de contração. É bom sentar-se com os quadris bem apoiados no encosto, mantendo uma certa pressão para trás. O fato de, as vezes, inclinar-se para frente ou lados não afetará a habilidade do cantor. Mas atente, também para que a sua região lombar não esteja excessivamente projetada para frente (fenômeno chamado de Hiperlordose ), o que fará uma compressão exagerada nas costelas inferiores, e isto modificará sua respiração fazendo você se cansar mais facilmente. Descanse as mãos sobre o colo. Se estiver sentado em uma cadeira de braços, não apoie os seus braços sobre os da cadeira: haverá maior sobrecarga nos ombros e interferirá na coluna. Prefira cantar de pé, pois além de ser menos cansativo, você pode desenvolver melhor os padrões posturais e respiratórios. 

Noélio Duarte

TÉCNICAS DE ENSINO

 

ENTREVISTA - Interrogatório, realizado por um educando diante de todo o grupo, dirigido a um especialista em determinado assunto. 

Duração média: 40 a 50 minutos. 

A entrevista pode ser empregada para:

a)colher informações complementares a um terna em estudo;

b)obter esclarecimentos de questões atuais e muito especializadas a respeito de um tema;

c) colocar em contato inicial com um tema a ser estudado sistematicamente. 

Page 121: Apostila Escola Dominical.doc

Componentes:

a) Professor = abre a entrevista,

= apresenta o entrevistado e o entrevistador,

= justifica a sessão,

= controla o tempo,

= orienta a participação do auditório (em casos especiais).

b) Entrevistado

= pessoa versada no tema de interesse para o grupo;

= acessível e com boa capacidade de relacionamento;

= responde as perguntas formuladas e anima o entrevistador a fazer-lhe mais perguntas.

c) Entrevistador

= representação da classe junto ao entrevistado;

= apresenta verbalmente as perguntas formuladas pela classe.

d) Auditório

= educandos de uma classe interessada em determinado tema;

= anotam informações e dúvidas para posteriores comentários e esclarecimentos. 

Modalidades:

a) Entrevista com um entrevistador e um entrevistado;

b) Entrevista com um entrevistado e mais de um entrevistador, três no máximo;

c) Entrevista com mais de um entrevistado (três no máximo) e um entrevistador;

d) Entrevista com mais de um entrevistado (três no máximo) e mais de um entrevistador

(três no máximo). 

Preparação:

O professor apresenta um tema. Analisa com os alunos a conveniência de consultar

Page 122: Apostila Escola Dominical.doc

um especialista no assunto, para que sejam obtidas melhores informações.

Professor e educandos indicam o entrevistado, e a classe indica um colega para funcionar como entrevistador.

A classe, juntamente com o professor, elabora as questões que serão apresentadas, antes da sessão, ao entrevistado. 

Desenvolvimento:

a) O professor abre a sessão, diz o seu motivo e apresenta o entrevistado e o entrevistador.

b) O entrevistador faz as perguntas, aguardando, após cada uma, a resposta do entrevistado.

e) Terminada a entrevista, o entrevistado poderá dizer mais alguma coisa que julgar necessário e que não tenha sido perguntado.

d) A seguir, o professor poderá fazer a síntese do que se passou e, caso julgue conveniente, convidará o auditório a fazer mais algumas perguntas ao entrevistado.

e) Logo após, agradece a contribuição do entrevistado, encerrando a sessão.

Após o encerramento da entrevista ou em outra aula, as atividades tem prosseguimento com a apresentação da gravação da entrevista ou com a leitura das informações, podendo fazer revisão da matéria, acompanhada de discussão. 

ESTUDO DE CASOS - Proposição de situação real ou fictícia, em forma de documentário, para que o educando escolha os passos necessários para solução ou julgamento. 

O estudo de casos pode ser empregado para:

a) propiciar oportunidades para que o educando ganhe confiança em si;

b) habituá-lo a analisar soluções sob seus aspectos positivos e negativos;

c) levá-lo a vivenciar fatos que possam ser encontrados na vida cristã. 

Modalidades:

O estudo de caso pode ser feito individualmente ou em grupo. 

Planejamento:

Reconstituir ou construir caso, considerando:

a) a ocorrência real do fato, de preferência;

Page 123: Apostila Escola Dominical.doc

b) a relevância do fato para análise e discussão pelos alunos;

c) a necessidade de uma descrição minuciosa da situação, apresentando: - informações acerca do ambiente em que ocorreu (cenário); - caracterização dos personagens, apontando aspectos importantes para a compreensão do personagem dentro do caso;

- problema, impasse ou dificuldade a ser vencida;

d) o assunto em estudo e os objetivos pretendidos. 

Desenvolvimento:

a) Apresentação do caso aos alunos.

b) Discussão do caso, procurando refletir sobre as questões propostas pelo professor.

c) Anotação das possíveis soluções.

d)    Comunicação das possíveis soluções ao grande grupo.

COCHICHO - Grupos de dois componentes discutem por dois minutos sobre a questão proposta pelo professor, procurando chegar a uma conclusão. 

O grupo de cochicho pode ser empregado para:

a) favorecer a participação individual;

b) oportunizar a maior expressão possível das características dos alunos em relação a idéias,

pontos de vista, conhecimentos etc;

e) facilitar a aproximação dos alunos. 

Desenvolvimento:

a) O professor orientará a classe quanto:

= à distribuição do grupo em duplas, obedecendo ao critério de aproximação;

= à duração da discussão;

= ao assunto ou problema que será foco de discussão. 

b) O aluno utilizará o tempo disponível para refletir, podendo discordar, concordar ou sugerir novas idéias relacionadas ao assunto proposto; comunicará a conclusão a qual a dupla chegou. 

Page 124: Apostila Escola Dominical.doc

e) O professor orientará os alunos na formulação da conclusão final, procurando esclarecer algum ponto que tenha ficado obscuro. 

Observação: Consideradas as necessidades, o professor poderá propor tempo maior para a discussão. 

DISCUSSÃO CIRCULAR - Grupo de quinze a vinte alunos que trocam informações, opiniões, idéias sobre um assunto. 

A discussão circular pode ser empregada para:

a) oportunizar o uso da palavra a todos os alunos, em igualdade de condições;

b) ampliar o assunto em estudo, pela oportunidade que é dada ao aluno de organizar suas idéias enquanto ouve os demais;

e) disciplinar a participação dos alunos. 

Desenvolvimento:

a) o professor explica o funcionamento da técnica, comunica os objetivos pretendidos,

comunica o assunto da discussão;

b) os alunos se organizam em círculo;

e) os alunos elegem um coordenador, um secretário-relator e um cronometrista;

d) o coordenador apresenta o assunto para discussão, colocando a palavra à disposição para

que cada participante exponha suas idéias em um minuto;

e) o secretário-relator apresenta as conclusões;

f) havendo mais de um grupo, elabora-se uma conclusão final. 

AULA EXPOSITIVA - “Comunicação verbal estruturada, utilizada pelos professores com o objetivo de transmitir determinados conteúdos aos alunos”. Técnica de ensino padrão da Pedagogia Tradicional, onde o professor constitui-se em único detentor do saber e condutor exclusivo do processo de ensino. 

Numa aula expositiva, é importante observar:

a) planejamento criterioso, determinando seu objetivo, traçando o esquema essencial do assunto (introdução, desenvolvimento e conclusão), calculando bem o tempo previsto:

Page 125: Apostila Escola Dominical.doc

b) uso de linguagem clara e precisa;

c) utilização de recursos apropriados. 

Aula expositiva dialógica - Nesta aula, utiliza-se o diálogo entre professor e alunos, para que se estabeleça a troca de conhecimentos e de experiências. Desenvolve-se o diálogo num sentido de busca recíproca do saber. 

Elementos dinamizadores na aula expositiva dialógica:

a) Problematização - o professor estimula os alunos a levantarem problemas e identificarem as respectivas alternativas de solução, face ao conteúdo apresentado.

b) Pergunta - o professor incentiva a curiosidade dos alunos, entendendo que não há pergunta sem sentido ou fora de propósito. Contribui para a produção de novos conhecimentos, ao considerar as perguntas como impulsionadoras de uma busca, onde professor e alunos são pesquisadores. 

A aula expositiva dialógica pode ser empregada para:

a) favorecer o diálogo entre professor e alunos, e dos alunos entre si, sem cair numa prática permissiva;

b) proporcionar a aquisição de conhecimentos, ao mesmo tempo que favorece sua análise crítica;

e) valorizar a experiência e conhecimento prévio dos alunos. 

A aula expositiva (dialógica ou não) é viável quando o educador:

a) tem domínio do conteúdo;

b) demonstra facilidade de expressão. 

JÚRI SIMULADO - É uma intercomunicação direta entre duas pessoas ou dois pequenos grupos (máximo 3 pessoas), que discutem diante do grupo um assunto especifico ou problema determinado. 

Duração média: 45 a 60 minutos. 

O júri simulado pode ser empregado para:

a) estimular os oradores mais inibidos a apresentarem suas idéias e a sustentarem os debates;

b) favorecer o auto-controle e a observação objetiva do assunto. 

Preparação:

Page 126: Apostila Escola Dominical.doc

O professor deve:

- preparar o local da reunião de modo que todos os membros do grupo possam ver, ouvir e

sentir-se integrados no diálogo.

- selecionar o assunto de acordo com o interesse do grupo;

- selecionar os dialoguistas ( de preferência, do próprio grupo) que estejam familiarizados

com o assunto. 

Professor e dialoguistas devem reunir-se previamente para discutirem:

- um plano para o debate público;

- fontes bibliográficas a serem consultadas;

- auxilios visuais a serem usados;

- distribuição do tempo;

- os enfoques a serem abordados. 

Desenvolvimento:

a) O professor formula o assunto para ser debatido e apresenta os dialoguistas ao grupo. b) O professor explica o procedimento a ser seguido e cede a palavra aos dialoguistas. e) O diálogo é iniciado e se desenvolve de acordo com o esquema previamente traçado; os dialoguistas devem evitar leituras e “discursos”. O professor modera o debate, controlando os excessos emocionais.

d) O professor encerra o diálogo e convida o grupo a fazer perguntas, podendo indicar um relator para a conclusão final. 

Observação:

O professor pode constituir um ‘jurado” ( 5 a 7 membros) para ‘julgar”, a fim de chegar a uma conclusão final sobre o assunto. 

PHIILLIPS 66 - Divisão do grupo em frações de seis alunos que discutem um assunto durante seis minutos. 

A discussão 66 pode ser empregada para:

a) oportunízar a manifestação de idéias; b) oportunizar um rápido consenso. 

Page 127: Apostila Escola Dominical.doc

Desenvolvimento

a) O professor orientará a classe quanto:

- ao funcionamento da técnica;

- ao assunto da discussão;

-          ao tempo disponível para a organização em pequenos grupos e discussão do assunto.

b) Organizados em grupos de seis, os alunos devem:

- eleger um coordenador e um secretário-relator;

- marcar o horário inicial da discussão;

- ler o assunto com atenção;

- manifestar, um de cada vez, sua posição em relação ao assunto proposto;

- reunir as idéias apresentadas para formularem uma conclusão;

c) O professor convocará os secretários -relatores para a comunicação das conclusões ao grupo; registrará os pontos mais importantes no quadro~de-giz e orientará o grupo na elaboração de uma conclusão final. 

PAINEL INTEGRADO - É uma técnica que pemite a miscigenação dos grupos visando a uma maior integração entre os seus membros, possibilitando, assim, o estudo simultâneo de vários itens de um assunto ou tema. 

O painel integrado pode ser empregado para:

a) promover a participação de todo o grupo;

b) aumentar a integração do grupo;

e) estudar vários ítens de um assunto, em curto prazo, com economia de tempo, por todo o

grupo;

d) responsabilizar todo o grupo pelo estudo do assunto, já que todos são relatores;

e) superar inibições;

O impedir a formação de “parasitas”durante o trabalho, ou “panelinhas”no grupo;

Page 128: Apostila Escola Dominical.doc

g) manter o grupo atento e interessado;

h) desenvolver a capacidade de síntese e planejamento. 

Desenvolvimento:

1ª Fase: O moderador organiza os grupos, de acordo com a quantidade de itens a estudar, atribuindo um número a cada participante.

Grupo A Participantes 1, 2, 3, 4 e 5;

Grupo B Participantes 1, 2, 3, 4 e 5;

Grupo C Participantes 1, 2, 3, 4 e 5;

Grupo D Participantes 1, 2, 3, 4 e 5; 

2ª.Fase: Discussão nos grupos sobre os itens A - B - C - D. Todos os componentes dos grupos serão relatores nos novos grupos. Cada grupo elabora idéias, conclusões ou soluções para o ítem proposto. 

3ª. Fase: O moderador organiza novos grupos com os integrantes que receberam os mesmos

números. 

Grupo 1 A1, B1, C1, D1.

Grupo 2 A2, B2, C2, D2.

Grupo 3 A3, B3, C3, D3.

Grupo 4 A4, B4, C4, D4.

Grupo 5 A5, B5, C5, D5. 

41. Fase: Apresentação nos novos grupos dos itens estudados: A, B, C, D.

Todos são relatores. Cada um apresenta as conclusões do seu grupo primitivo. Os demais anotam as dúvidas, discordâncias ou questionamentos para o debate na fase posterior. Nesta fase não há debates. 

5ª Fase: Painel aberto para debates com cada um dos grupos inicialmente constituídos.

Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D

Grupos B –C – D  Grupos A – C – D  Grupos A – B – D  Grupos A – B – C  

Observações:

Page 129: Apostila Escola Dominical.doc

* Esta técnica exige um determinado número de alunos na turma, para permitir a miscigenação grupal.

Os números recomendados são quadrados ou primos entre si, como por exemplo:

9 alunos =3 grupos de 3 l6 alunos = 4 grupos de 4

l2 alunos =3 grupos de 4 20 alunos = 4 grupos de 5

l5 alunos =3 grupos de 5 25 alunos = 5 grupos de 5

 

* Após a divisão em grupos, se houver sobra de alunos, estes poderão funcionar como observadores ou relatores gerais. 

* O tempo destinado a cada fase será determinado em função do tema escolhido para estudo. 

GRUPOS DE VERBALIZAÇÃO E DE OBSERVAÇÃO (G. V. O. O.) - Consiste em dividir os alunos em dois grupos, atribuindo a um a função de discutir um tema (Grupo de verbalização) e a outro a função de analisar criticamente a dinâmica de trabalho seguida pelo primeiro (Grupo de observação). 

A técnica G. V. G. O. pode ser empregada para:

a) oportunizar a rápida troca de idéias e opiniões;

b) propiciar o desenvolvimento da expressão oral;

c) desenvolver o auto-controle;

d) integrar e sistematizar conhecimentos. 

Desenvolvimento:

a) Constituição dos grupos, tendo cada um 15 alunos, no máximo.

b) Disposição concêntrica dos dois grupos.

c) Apresentação de uma situação problemática, com a indicação do tempo disponível para

discussão e análise da dinâmica, em cada parte da sessão.

d) Primeira parte da sessão - O grupo que está no circulo interno discute o tema enquanto o outro observa e acompanha a discussão em silêncio, registrando as contribuições dos colegas.

e) Troca dos grupos - O grupo de verbalização passa a ser o de observação e o grupo de

Page 130: Apostila Escola Dominical.doc

observação passa a ser o de vebalização.

O Segunda parte da sessão - O grupo que agora se encontra no circulo de dentro dá continuidade a discussão enquanto o outro faz a observação em silêncio.

g) Finalização do trabalho pelo professor, destacando as idéias relevantes propostas pelos alunos e os aspectos importantes relacionados à participação e à interação do grupo.

 BIBLIOGRAFIA:

NERICI, Imideo G. METODOLOGIA DO ENSINO: UMA INTRODUÇÃO. 2º ed. São Paulo: Atlas, 1981.

ALCANTARA. Alcides de. A DINÂMICA DE GRUPO E SUA IMPORTÂNCIA NO ENSINO. 2º ed SENAI, 1973.

PLANEJAMENTO DE ENSINO E AVALIAÇÃO. Glória Maria Godoy Turra e outros. Porto Alegre, PUC, EMMA, 1975.

TECNICAS DE ENSINO: POR QUE NÃO? lima Passes Alencastro Veiga (org.). 4 cd. Campinas,SP: Papirus, 1996.

Fonte: http://mzelmikaitis.sites.uol.com.br

http://www.geocities.com/athens/agora/8337/