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Procedimentos Especiais Profª Yara Peixoto Felipe - Universidade Católica de Goiás - Aluno(a): ________________________________________ Turma: ____________ Curso: Direito – Campus V 2009 - 2

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Procedimentos EspeciaisProfª Yara Peixoto Felipe

- Universidade Católica de Goiás -

Aluno(a): ________________________________________Turma: ____________ Curso: Direito – Campus V

2009 - 2

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Universidade Católica de Goiás – Direito – Campus VProfª Yara Peixoto Felipe

Processo Civil IV

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

ALGUNS FEITOS DE PROCEDIMENTO ESPECIAL DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA

Observações Gerais Art. 272, p.ú., CPC > procedimento ordinário > subsidiário p/ os especiais.

1. Consignação em Pagamento

1.1. Pagamento por consignação Regulamentação > arts. 334 a 345, CC/02 Forma de extinção da obrigação > tem efeito de pagamento (art. 890, CPC) Instrumento de direito material de que o devedor dispõe para liberar-se da

obrigação Pode ser extrajudicial Hipóteses de cabimento > art. 335, CC Só se destina às obrigações de dar (pagar em dinheiro e entregar)

1.2. Consignação extrajudicial Lei n. 8.951/94 e parágrafos do art. 890, CPC Somente para prestações de pagar dinheiro Obs: é uma opção

1.2.1. Procedimento da Consignação Extrajudicial1 Depósito da quantia em estabelecimento bancário (oficial, onde houver) – § 1º.

Local do banco > lugar do pagamento Conta > com correção monetária

2 Cientificação do credor por carta com AR - § 1º Prazo para manifestação > 10 dias contados do recebimento Quem deve fazer a comunicação : consignante ou banco?

• Melhor opção : banco*3 Decurso do prazo

SEM manifestação de recusa > devedor liberado da dívida > quantia à disposição do credor - § 2º

COM manifestação de recusa > devedor ou 3º PODE propor a ação de consignação dentro de 30 dias p/ obter declaração da extinção da dívida - § 3º

• Obs1: a recusa deve ser por escrito e endereçada ao banco*• Obs2: a PI deve ser instruída c/ a prova do depósito e da recusa• Obs3: se não propuser > o depósito extrajudicial perde a eficácia

1.3. Consignação judicial Processo de conhecimento Pode-se discutir a existência da dívida, bem como seu valor.

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Processo Civil IV

1.3.1. Objetivo Declaração da extinção da obrigação pelo depósito > pretensão liberatória

1.3.2. Competência Art. 891, caput, CPC > juízo do lugar do pagamento – (incompetência relativa) Dívida quesível > domicílio do devedor Dívida portável > domicílio do credor Foro de eleição > deve ser respeitado Parágrafo único > quando a coisa devida for corpo que deva ser entregue no

lugar onde está, este poderá ser o foro.

1.3.3. Legitimidade Art. 890, CPC Ativa

• Devedor ou qualquer terceiro (com ou sem interesse jurídico) Passiva

• Quem o devedor alega que seja o credor• Se houver dúvida > litisconsórcio necessário para provarem seu direito –

art. 895, CPC

1.3.4. Procedimento da Consignação Judicial1 Protocolo da PI – art. 893, CPC

Todos os requisitos + requerimento de depósito da quantia ou coisa devida (pode não haver) + pedido de citação do requerido para levantar o depósito ou oferecer resposta

2 Decisão do juiz sobre a efetivação do depósito3 Se deferido > Realização do depósito

Prazo > 5 dias contados da intimação da decisão acima• Se não for feito > extinção SEM resolução de mérito• Se for feito > o juiz determinará a citação do requerido

4 Possíveis ações do requerido Oferecimento de resposta > prazo de 15 dias

• O que pode ser alegado meritoriamente na contestação? – art. 896, CPC

o Que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida.

o Que foi justa a recusa.o Que o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do

pagamento.o Que o depósito não é integral > essa alegação só será

admissível se o réu indicar o montante que entende devido. Silêncio > efeitos materiais e processuais da revelia – art. 897, CPC. Levantamento da quantia ou da coisa depositada, dando quitação >

reconhecimento jurídico do pedido – art. 897, p.ú., CPC.

Obs: Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 dias, se outro prazo não

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Processo Civil IV

constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor o faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega – art. 894.

5 Contestado o pedido c/ alegação de depósito insuficiente – art. 899, CPC. Pode formular pedido em seu favor > pgto. da ≠ pelo consignante > nessa

situação é incabível a reconvenção Pode levantar o depósito > libera-se o autor parcialmente > continuação do

processo quanto à parte controvertida. Abertura de prazo de 10 dias para o autor completá-lo

• Se completar o depósito > sentença de procedência, declarando extinta a obrigação.

o Obs: interessante fenômeno > o autor (vencedor) deverá pagar as custas e os honorários do requerido (vencido)

• Se não completar o depósito > segue o procedimento ordinário

1.3.5. Consignação de prestações periódicas – art. 892, CPC. Uma vez consignada a primeira, pode o devedor* continuar a consignar, no

mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco) dias, contados da data do vencimento.*O correto seria dizer “consignante”.

1.3.6. Sentença Regra geral > natureza declaratória Se acolher o pedido do requerido de insuficiência do depósito > natureza

condenatória• Determinará o montante devido > será título executivo judicial > o

credor pode executá-la nos mesmos autos – art. 899, § 2º

1.3.7. Consignação em caso de dúvida quanto à titularidade do crédito – art. 898, CPC

Ex: quando morre o credor e o devedor não sabe para qual sucessor pagar. Não é cabível consignação extrajudicial. Citam-se os sedizentes credores

• Se nenhum comparecer > declaração de extinção da dívida + converte-se o depósito em arrecadação de bens de ausente = nomeação de curador p/ cuidar do depósito indefinidamente até aparecer alguém

• Se comparecer só um > declaração de extinção da dívida + decisão de plano

• Se comparecer mais de um > declaração de extinção da dívida + continuação do processo entre os credores (procedimento ordinário).

Obs: art. 900 > não mais aplicável, porquanto extinto o aforamento.

2. Ação de Depósito (Procedimento de restituição de coisa depositada)

Contrato de depósito – art. 627 ao art. 652, CC/02

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Processo Civil IV

• Contrato pelo qual uma pessoa, o depositário, recebe objeto móvel para guardar até reclamação do depositante.

• Uso do bem depositado > proibido (regra geral) > permitido (expressa autorização)

Objetivo• Restituição da coisa depositada – art. 901, CPC.

Natureza jurídica• Processo sincrético > fase cognitiva + fase executiva

Cabimento• Nos casos de contrato de depósito contratual > doutrina e jurisprudência

dominantes

Procedimento

1 Fase cognitiva – arts. 902 e 903, CPC.• Petição inicial – art. 902, caput, 1ª parte, CPC.• Prova literal do depósito (qualquer coisa) + estimativa do valor da

coisa (se não constar do contrato)• Pedido de prisão > é optativo do requerente – art. 902, § 1º, CPC*

2 Objetivo da citação – art. 902, caput, 2ª parte, CPC.• Para em 5 dias:

o Entregar a coisa/ depositá-la em juízo ou consignar-lhe o equivalente em dinheiro.

OU/Eo Contestar a ação.

Obs1: outras formas de resposta também são admitidas Obs2: matéria de defesa – qualquer uma prevista na lei civil

– art. 902, § 2º, CPC.Se contestar > procedimento ordinário – art. 903, CPC.

3 Fase executiva – art. 904 ao art. 906, CPC.• Julgado procedente o pedido > ordem de expedição de mandado para a

entrega, no prazo de 24 horas, da coisa depositada OU do equivalente em $.

• Não cumprido o mandado > decretação da prisão civil do depositário infiel > SE HOUVER SIDO PEDIDA!!!! > é um meio de coerção*

• Prazo máximo da prisão > 1 ano*• Busca e apreensão > pode o requerente requerer a BA da coisa > se

encontrada ou entregue voluntariamente > cessa a prisão e devolve-se o $.

• Se não receber a coisa nem o equivalente em $ > pode o requerente prosseguir com execução por quantia certa.

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Processo Civil IV

*Atual posicionamento do STFSupremo decide que prisão de depositário infiel é ilegalPor Alessandro Cristo

A prisão civil por dívida foi declarada ilegal pelo Supremo Tribunal Federal. Em sessão plenária desta quarta-feira (3/12), os ministros concederam um Habeas Corpus a um depositário infiel, baseados em entendimento unânime de que os tratados internacionais de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil — entre eles o Pacto de São José da Costa Rica, que proíbe a prisão por dívidas — são hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais. A elevação desses tratados à condição de norma com força constitucional, porém, não teve a maioria dos votos da Corte, que preferiu reconhecer somente que os acordos ratificados têm efeito supra-legal.

Embora tenha dado um passo importante em direção ao reconhecimento de normas internacionais de Direitos Humanos, o Supremo foi cauteloso quanto à elevação automática desses tratados à categoria de emenda constitucional, como queriam os ministros Celso de Mello e Ellen Gracie. A orientação foi do presidente do tribunal, ministro Gilmar Mendes. “Eu mesmo estimulei a abertura dessa discussão, mas as conseqüências práticas da equiparação vão nos levar para uma situação de revogação de normas constitucionais pela assinatura de tratados”, disse.

O caso que levou o assunto à discussão dos ministros foi o de um empresário preso em Tocantins por não cumprir um acordo firmado em contrato, de que manteria sob sua guarda 2,7 milhões de sacas de arroz, tidas como garantia do pagamento de uma dívida. Detido como depositário infiel, Alberto de Ribamar Ramos Costa pediu Habeas Corpus, alegando que tratados internacionais assinados pelo Brasil, como o Pacto de San José da Costa Rica — também conhecido como Convenção Americana de Direitos Humanos — e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos proíbem a prisão civil, exceto nos casos de inadimplência voluntária de pensão alimentícia. O acusado afirmou que a Emenda Constitucional 45, de 2004, elevou tratados internacionais de Direitos Humanos à hierarquia de norma constitucional, superior ao Código de Processo Civil, que regulamenta a prisão de depositário infiel.

A votação havia sido suspensa no início do ano, quando o ministro Menezes Direito pediu vista do processo. Em seu voto levado hoje ao Pleno, o ministro reconheceu o tratamento especial a ser dado aos tratados sobre Direitos Humanos, mas posicionou-se contrário à equiparação a normas constitucionais.

Os demais ministros seguiram em parte o entendimento. Por unanimidade, eles entenderam que, embora a própria Constituição Federal preveja a prisão do depositário, os tratados sobre Direitos Humanos ratificados pelo Brasil são superiores a leis ordinárias, o que esvazia as regras previstas no Código de Processo Civil, do Código Civil e do Decreto-Lei 911/69 quanto à pena de prisão. Sem regulamentação, as previsões da Constituição quanto à prisão perdem a efetividade, já que não são de aplicação direta.

Mas, por maioria, a corte seguiu o entendimento do ministro Menezes Direito, de que a Constituição previu, para a ratificação dos tratados, procedimento de aprovação no Congresso Nacional igual ao de emenda constitucional, ou seja, de maioria de dois terços na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois turnos em cada casa.

Assim, por unanimidade, os ministros concederam o Habeas Corpus. Por maioria, deram à Emenda Constitucional 45/04 a interpretação de que os tratados internacionais de Direitos Humanos têm força supra-legal, mas infraconstitucional.

Conseqüentemente, a Súmula 619 do STF foi revogada pela corte, por sugestão do ministro Menezes Direito. A norma dizia que "a prisão do depositário judicial pode ser decretada no

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Processo Civil IV

próprio processo em que se constitui o encargo, independentemente da propositura de ação de depósito". Para o ministro Celso de Mello, havia diferença entre o depositário legal — o que assina um contrato se comprometendo a guardar o bem — e o depositário judicial — o que aceita a ordem judicial para fazê-lo. Por isso, o depositário judicial não estaria imune à prisão. Já para o ministro Cezar Peluso, a ofensa aos direitos humanos com a prisão é a mesma para qualquer depositário e, por isso, ambos deveriam ter a mesma prerrogativa. Os demais ministros seguiram o entendimento e revogaram a súmula.

HC 87.585Fonte:http://www.conjur.com.br/2008-dez-03/supremo_decide_prisao_depositario_infiel_ilegal

3. Ação Monitória (Procedimento Monitório)

Objetivo• Destina-se à rápida formação de um título executivo

Procedimento

1 Petição inicial – art. 1102-A, CPC.• Com prova escrita SEM eficácia de título executivo para pagamento de

soma em $, entrega de coisa fungível ou de bem móvel.2 Expedição do mandado de pagamento ou de entrega da coisa – art. 1102-B,

CPC.• Deferimento de plano• Prazo para entregar ou para pagar > 15 dias*

3 Oferecimento de embargos – art. 1102-C, CPC.• No prazo acima* > 15 dias• Processados nos mesmos autos > proced. ordinário > SEM garantia do

juízoo Se opostos > SUSPENDEM a eficácia do mandado inicialo Se não opostos OU se rejeitados > constitui-se o TÍTULO

EXECUTIVO JUDICIAL de pleno direito > segue cumprimento de sentença

4. Embargos de terceiro Decorre da aptidão do processo para atingir a esfera jurídica de terceiros. Não tem natureza jurídica de intervenção de terceiros. Por quê?

• O terceiro não ingressa no processo em que não é parte.• Forma-se um novo processo (autônomo) > são distribuídos por dependência,

em autos apartados – art. 1.049, CPC > competência funcional > inderrogável.

Finalidade

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• Proteger o patrimônio de terceiro que, não sendo parte em um processo, vê algum bem seu atingido por ato judicial de constrição de bens.

o É destinado à proteção possessória (regra geral), mas não é ação possessória.

o Pode ser repressivo ou preventivo.

Oportunidade para oposição – art. 1048, CPC.• No processo de conhecimento > a qualquer tempo, enquanto não transitada

em julgado a sentença.• No processo de execução > até 5 (cinco) dias depois da arrematação,

adjudicação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

Legitimidade para oposição (legitimidade ativa) – art. 1.046, CPC.• Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de

seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário ou partilha.

• Também é terceiro:o Terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor > domínio e posse

ou só posse.o O cônjuge quando defende a posse de bens próprios ou de sua

meação > se for litisconsorte passivo no processo > não poderá opor.

Obs: Caso em que o cônjuge é intimado da penhora de bem imóvel > poderá opor:

Embargos do executado > para discutir o título, a dívida ou a regularidade do processo de execução.

Embargos de terceiro > para buscar a tutela para seus bens, próprios ou da meação, indevidamente alcançados pelo ato executivo.

Equiparação da parte a terceiro - § 2º• A parte que, posto figure no processo, defende bens que, pelo título de sua

aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial.

o Ex:• Locatário que vê sendo penhorado bem que lhe fora dado em

locação.• Devedor fiduciante que teve arrestada a coisa alienada

fiduciariamente.

Casos especiais de embargos de terceiro – art. 1047, CPC.• Para a defesa da posse, quando, nas ações de divisão ou de demarcação, for o

imóvel sujeito a atos materiais, preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de rumos;

• Para o credor com garantia real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese (exceção à natureza possessória).

o Observação peculiar > Matérias de defesa do embargado:

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Processo Civil IV

Insolvência do devedor comum. Nulidade ou inoponibilidade do título. Diversidade da coisa dada em garantia.

Legitimidade passiva• Regra geral > só o demandante do processo em que se determinou a

apreensão.• Pode ser também > o demandando > quando este indica o bem à penhora ou

quando há colusão entre as partes.

Procedimento1 Petição inicial

• Prova sumária de sua posse e da qualidade de terceiro• Juntada de docs. e rol de testemunhas.

o Obs1 : a posse pode ser provada em audiência preliminar.2 Deferimento liminar do pedido inicial – art. 1051, CPC

• Condição > posse suficientemente provadaObs:

• Se versarem sobre todos os bens > suspende-se o processo principal• Se versarem sobre alguns deles > prossegue-se o processo principal quanto

aos bens não embargados.3 Expedição de mandado de manutenção ou de restituição da posse.

Obs: Se os embargos forem preventivos, será mandado proibitório4 Recebimento do(s) bem(ns)

• Condições para o recebimento :o Prestação de caução pelo embargante de os devolver com seus

rendimentos. Por quê?

5 Citação do embargado6 Abertura de prazo para contestação

• Prazo > 10 diaso Se não contestar > revelia (decisão em 5 dias – aplicação do art.

803, CPC)o Se contestar > julgamento antecipado da lide ou AIJ

7 Sentença de procedência• Se os embargos forem repressivos:

o Natureza constitutiva > desconstitui a constrição processual• Se os embargos forem preventivos:

o Natureza condenatória > contém ordem de obrigação de não fazer

5. Ação de Prestação de Contas

Generalidades- Obrigação de prestar contas- Decorrente de lei ou contrato

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- Exemplos• Tutor e curador, em face do tutelado ou do curatelado (arts. 1755 e 1774, CC)• Sucessor provisório, em relação aos bens do ausente (art. 33, CC)• Mandante em relação ao mandatário (art. 668, CC)

A ação de exigir contas – art. 914, I, CPC

Procedimento- Duas fases (natureza cognitiva)

• Verificação da obrigação de prestar• Análise das contas

Propositura- Petição Inicial

• Art. 282, CPC + art. 915, caput, CPC• Menção à origem da obrigação

Interesse Processual (Interesse de agir)- Só há, quando houver recusa ou mora em prestá-las, ou quando houver divergência entre as partes

Possíveis reações do réu- Prazo → 5 dias1ª) Presta contas e não contesta

Art. 915, § 1º, CPC → 5 dias p/ o autor impugnar as contas → vide organograma*

2ª) Presta contas e contesta Art. 915, § 1º, CPC → 5 dias p/ o autor impugnar as contas e a contestação →

vide organograma*

3ª) Só contesta, negando a obrigação de prestar contas → vide organograma completo

4ª) Permanece inerte → vide organograma completo

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Processo Civil IV

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Processo Civil IV

A ação de dar contas

Petição Inicial+

Citação

Réu permanece inerte ou contestaou presta contas

Sentença, julgando

procedente o pedido de

prestação de contas (art. 915 §

2º, CPC)

Réu presta contas em 48h (art. 915, § 3º, 1ª

parte, CPC)

Réu não presta contas em 48h (art. 915, § 3º,

2ª parte, CPC)

Manifestação do autor (5d)*

RecusaAceita

AIJ se necessária

Sentença declaratória da existência, ou não, de saldo

credor

Sentença, julgando

procedente o pedido de

prestação de contas,

declarando a existência, ou não, de saldo

credor.

Presta-as o autor

Prova pericial, se necessária

Sentença declaratória da existência, ou não, de saldo

credor

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Processo Civil IV

Legitimidade- Quem tem a obrigação de prestar

Pretensão- Ver-se liberado da obrigação

Interesse Processual (Interesse de agir)- Só há, quando houver recusa ou mora em recebê-las, ou quando houver divergência entre as partes

Procedimento – Propositura – Petição Inicial- Requisitos do art. 282, CPC- Demonstração da origem da prestação- Prova documental do ato ou negócio ligado à origem

Possíveis reações do réu- Aceitar expressamente as contas- Permanecer inerte- Contestar

Obs: Forma da prestação de contas → art. 917, CPC → forma mercantil

Petição Inicial

Réu aceita

Citação

Réu contestaRéu permanece inerte

Sentença, julgando procedente o pedido

de prestação de contas, declarando,

ainda, a existência, ou não, de saldo credor

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Processo Civil IV

6. Ações Possessórias ou Interditos Possessórios

Posse > direito real > poder de fato sobre uma coisa, exercido por aquele que procede como normalmente o faz o proprietário (affectio tenendi) – ex: locatário

• Teoria de Savigny (subjetiva) > corpus (com contato físico) + animus domini (intenção de tê-la como sua)

• Teoria de Ihering (objetiva) > corpus (não precisa de contato físico, basta ter ingerência econômica)

Adotada pelo Código Civil – art. 1.196 O possuidor a tem em nome próprio Se a tiver em nome alheio > detentor (fâmulo da posse)

Função Social da Posse• Recebe proteção jurídica – ainda que em confronto com a propriedade

Ex: invasão de latifúndio improdutivo por grupo de “sem-terras”

Diferenciação importante• Direito de Posse (ius possessionis) > alguém já tem a posse ◄

Será discutido no juízo possessório ↔ em ação meramente possessória

A causa de pedir não é o domínio > é o exercício da posseEx: Ação de reintegração de posse

• Direito à Posse (ius possidendis) > alguém pretende ter a posse em razão de ter o domínio

Será discutido no juízo petitório ↔ em ação petitória A causa de pedir é o domínio (condição de proprietário)

Ex: Ação de reconhecimento de domínio (reivindicatória) c/c reintegração de posse ou Ação de despejo

• Consequência: Se um proprietário ajuíza ação meramente possessória > extinção por falta de interesse de agir - adequação

Espécies• Ação de Reintegração de Posse• Ação de Manutenção de Posse• Interditos Proibitórios

Cabimento de cada uma• Reintegração de Posse > esbulho (invasão total)• Manutenção da Posse > turbação (invasão parcial)• Interdito Proibitório > ameaça• Art. 920 > FUNGIBILIDADE dos interditos possessórios

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Processo Civil IV

• Em rigor > só há 1 ação possessória, com variantes determinadas pelas condições de fato > não haverá extinção sem resolução de mérito por falta de interesse de agir

Reintegração e Manutenção de Posse • Procedimento – art. 924

Força Nova > dentro de 1 ano e 1 dia (depois da moléstia possessória)

Procedimento especial Força Velha > depois de 1 ano e 1 dia

Procedimento comum (ordinário ou sumário)• Obs1: Há opção para o JEC (imóveis com valor de até 40 SM)• Obs2: Art. 10, § 2º, CPC > A participação do cônjuge só é indispensável

nos casos de composse ou de ato praticado por ambos!!!

• Procedimento Especial:

1 • Requisitos especiais da PI – art. 927 Especificação:

Da posse Da turbação ou do esbulho praticado pelo réu Da data da turbação ou do esbulho Da continuação da posse, embora turbada (na manutenção) Da perda da posse (na reintegração)

Pedidos que podem ser cumulados – art. 921 Condenação do demandado em perdas e danos Cominação de pena para o caso de nova turbação ou esbulho

(pode ser de ofício) Condenação ao desfazimento de construção ou plantação

feita em detrimento de sua posse2 • PI devidamente instruída > possibilidade de concessão de liminar (TA!)

– art. 928: Sem ouvir ou réu (liminar propriamente dita)

OU Depois de AJP (Atenção! Aqui haverá citação do réu para

participar da AJP)

Obs: Se o réu for > PJDPúblico > sempre deverá haver audiência do respectivo representante judicial

3 • Proferimento da decisão liminar, concedendo ou não a manutenção ou reintegração

Nos 5 dias subsequentes > O autor promoverá a citação do réu para contestar

O prazo para resposta começará a contar da juntada do mandado de citação

OU• Proferimento de decisão após a AJP, concedendo ou não a manutenção

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Processo Civil IV

ou reintegração O prazo para resposta começará a contar da intimação desta

decisão4 • Apresentação da contestação

Prazo: 15 diasObs: poderá haver pedido contraposto – art. 922 – natureza dúplice

5 • Daqui em diante > procedimento ordinário6 • Proferimento da sentença

Natureza condenatória > Determina: Restituição da posse ao demandante (reintegração) Abstenção de cometer novas turbações (manutenção)

7 • Trânsito em julgado Na reintegração > expedição de mandado reintegratório (retira-se a

posse do demandado, devolvendo-a para o demandante) Na manutenção > expedição de mandado (impõe-se ao demandado

que se abstenha de cometer novas turbações)

Exceção de domínio (demanda petitória)• Durante a tramitação da ação possessória > Não permitida – art. 923,

CPC

Interdito Proibitório • Arts. 932 e 933, CPC• Natureza preventiva – tutela inibitória• Medida liminar > para impor ao réu a abstenção de cometer qualquer

moléstia à posse (mandado proibitório)• Há fixação de multa pecuniária• Segue o rito do procedimento especial

7. Ação de usucapião de TERRAS PARTICULARES

Usucapião• Aquisição da propriedade pelo decurso do tempo estabelecido e com a

observância dos requisitos estabelecidos em lei• A posse hábil prolongada permite tal aquisição > posse ad usucapionem

Espécies de usucapião• Usucapião Ordinária• Usucapião Extraordinária• Usucapião Especial

Constitucional (urbana e rural) Coletiva

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Processo Civil IV

• Usucapião Ordinária

BEM IMÓVEL BEM MÓVELPosse por 10 anos

Obs: pode ser reduzido para 5 anos, se foi adquirido onerosamente com registro cancelado posteriormente

Posse por 3 anos

Posse mansa e pacífica com estabelecimento de moradia ou com realização de investimentos de interesse social e econômico

O possuidor deve ter justo título e boa-fé*

Justo título > título hábil, em tese, para a transferência do domínio, mas que não a tenha realizado na hipótese por padecer de algum vício ou por lhe faltar alguma qualidade específica

Posse de boa-fé > É caracterizada quando o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo, que impede a aquisição da coisa.

Obs: a presença de justo título gera presunção relativa de boa-fé > cabe à parte contrária provar que ela não existe (art. 1.201, in fine, CC/02)

• Usucapião extraordinária

BEM IMÓVEL BEM MÓVELPosse por 15 anos

Obs: pode ser reduzido para 10 anos, se houve estabelecimento de moradia habitual ou se nele foram realizados serviços e obras de caráter produtivo.

Posse por 5 anos

Dispensam-se o justo título e a boa-fé (presunção absoluta)

• Usucapião especial

Constitucional (urbana e rural)

IMÓVEL URBANO IMÓVEL RURALArt. 183, CF/88 Art. 191, CF/88

Regulamentação nos arts. 1.239 e 1.240, CC/02Área de até 250 m2 Área de até 150 hectares

Posse por 5 anos (ininterruptos e sem oposição)

Posse por 5 anos (ininterruptos e sem oposição)

Utilização para sua moradia ou de sua família

Tornando a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família

Não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural

Coletiva

Art. 10 do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001) > Mecanismo destinado a permitir o acesso à propriedade das comunidades carentes, criando-se um condomínio entre os possuidores de áreas superiores a 250 m2, que a ocupem por 5 anos, sendo impossível a determinação precisa da área ocupada por cada um.

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Processo Civil IV

Procedimento para usucapião de bens móveis• Procedimento comum > ordinário ou sumário

Procedimento para usucapião de imóveis rurais• Lei n. 6.969/81

Procedimento para usucapião coletiva e constitucional de imóveis urbanos• Lei n. 10.257/2001 > Estatuto da cidade

Procedimento para usucapião de imóveis urbanos particulares

Legitimidade – arts. 941 e 942, CPC• Ativa

Aquele que afirma ter adquirido a propriedade do imóvel através da usucapião ordinária ou extraordinária

Demandante casado (ou em união estável) Litisconsórcio ativo necessário com seu cônjuge

ou companheiro – art. 10, CPC (em havendo recusa > suprimento por autorização judicial – art. 11, CPC)

Obs: Não precisa estar na posse do bem quando do ajuizamento da ação*

• Passiva Aquele em cujo nome se encontra registrado o imóvel

Se casado – litisconsórcio passivo necessário com seu cônjuge – art. 10, CPC

Em caso de imóvel sem registro: Aquele que tem título de propriedade, ainda que não

registrado Se desconhecido – citação por edital Citação obrigatória – litisconsórcio passivo necessário:

Confrontantes com a área usucapienda (e seus cônjuges e companheiros) – art. 942, CPC

Objetivo > precisa limitação da área usucapienda Desnecessidade > quando a área usucapienda estiver

perfeitamente demarcada Atual possuidor – súmula 263, STF*

Único documento especial a acompanhar a PI• Planta do imóvel• Têm sido exigidas:

Certidão o Registro de Imóveis Certidão negativa de existência de ação possessória entre as

mesmas partes

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Processo Civil IV

Intimações obrigatórias – arts. 943 e 944 do CPC• Ministério Público• Fazendas Públicas – por carta

Daqui em diante – procedimento ordinário

Sentença da ação de usucapião• Natureza declaratória > declara a aquisição do domínio• Efeitos ex tunc > retroage à data em que se completou o tempo para a

aquisição do domínio

Depois do trânsito em julgado da sentença• Transcrição, mediante mandado, no registro de imóveis.

8. Ação de inventário e partilha

Objetivo – art. 1.829, CPC• Abertura da sucessão dos bens deixados pelo falecido

E• Partilha dos mesmos entre os herdeiros

Observações importantes• Havendo testamento ou interessado incapaz > inventário judicial

Se houver um único herdeiro incapaz > arrolamento sumário• Todos capazes e concordes > poderá ser por escritura pública (art. 982,

CPC) ou por arrolamento sumário

• Procedimento documental • Remessa para as vias ordinárias:

Necessidade de prova oral Questão de alta indagação que necessite outro tipo de prova

Legitimidade ativa• Quem estiver na posse e administração do espólio – art. 987, CPC.• Quem tiver legitimidade concorrente – art. 988, CPC.

Procedimento

1 • Requerimento de abertura do inventário por qualquer das pessoas legitimadas

Prazo > Antes de se completarem 60 dias do falecimento – art. 983, CPC

De ofício, pelo juiz – art. 989, CPC. Prazo para encerramento > 12 meses (prazo impróprio) Única consequência > multa administrativa – súm. 542, STF

2 • Nomeação do inventariante

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Processo Civil IV

Ordem legal – art. 990, CPC. Incumbências do inventariante – arts. 991 e 992, CPC

De maneira geral: Administrar de maneira prudente os bens do espólio Atender às ordens judiciais Prestar contas Praticar atos de conservação do patrimônio

Obs: poderá ser removido se desrespeitar suas incumbências – art. 995, CPC

Presta compromisso > prazo > dentro de 5 dias a contar da intimação da nomeação – art. 990, parágrafo único, CPC.

3 • Apresentação das primeiras declarações – lavratura de termo – art. 993, CPC

Prazo > 20 dias da data em que prestou compromisso Conteúdo:

Nome e qualificação completa do de cujus Nome e qualificação dos herdeiros Qualidade dos herdeiros e o grau de parentesco com o

falecido Relação completa dos bens do espólio

4 • Citação – art. 999, CPC Cônjuge supérstite Herdeiros e legatários Fazenda Pública MP (se houver incapaz) Testamenteiro (se houver testamento)

5 • Manifestações dos interessados sobre as primeiras declarações – art. 1.000, CPC

Prazo comum > 10 dias Possível conteúdo das manifestações:

Arguição de erros e omissões Reclamação contra a nomeação do inventariante Reclamação quanto à qualidade de quem foi incluído como

herdeiro Se acolhida a impugnação > alterações necessárias Se não acolhida a impugnação > remessa da discussão para as vias

ordinárias, se necessário Se envolver a questão de algum herdeiro > sobrestamento

quanto à entrega do respectivo quinhão6 • Colação de bens – art. 1.014, CPC

Prazo > no mesmo prazo acima O que é? > o procedimento através do qual os herdeiros

necessários restituem à herança os bens que receberam em vida do de cujus, por doação (ou seu valor, se não mais os possuir)

7 • Avaliação dos bens – art. 1.003, CPC Se necessária

8 • Apresentação das últimas declarações – art. 1.011, CPC

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Processo Civil IV

Pode haver emendas, aditamentos ou complementações às primeiras declarações

9 • Manifestações dos interessados sobre as últimas declarações – art. 1.012, CPC

Prazo comum > 10 dias10 • Cálculo do imposto e homologação judicial– art. 1.012, CPC

11 • Antes da partilha: Pagamento das dívidas – art. 1.017, CPC

Cabe aos credores do espólio requerer o pagamento das dívidas vencidas e exigíveis

Pretenso herdeiro excluído – art. 1.001, CPC Quem se julgar preterido na partilha poderá demandar sua

admissão Em ambos os casos > haverá reserva de bens suficientes para:

Pagamento do credor que tenha título que comprove suficientemente a dívida e que os herdeiros não tenham alegado quitação

O herdeiro que se julga preterido

12 • Partilha dos bens Formulação de pedido de quinhão Prazo > 10 dias Se houve esboço de partilha amigável > o partidor a confere Se não houver > o partidor fará a partilha Cabe impugnação – prazo > 5 dias Requisitos da partilha – art. 1.025, CPC

13 • Pagamento do imposto – art. 1.026, CPC ITCD - Imposto de transmissão causa mortis e doação – Fazenda

Estadual Juntam-se as certidões negativas

14 • Proferimento da sentença, julgando a partilha – art. 1.026, CPC15 • Trânsito em julgado

Expedição do Formal de Partilha (peças obrigatórias) – art. 1.027, CPC

Arrolamento sumário• Homologação de plano pelo juiz, mediante prova da quitação dos

tributos pertinentes• Nomeação de inventariante sem lavratura de termo• Não há avaliação dos bens (só a apresentada pelo herdeiro)• ITCD:

Não é condição para o julgamento É condição para a adjudicação dos bens imóveis

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Processo Civil IV

• No que couber, aplica-se o que foi visto no procedimento acima.

Inventário Negativo• Sem previsão legal, mas é aceito• Objetivo > declaração da inexistência de bens a partilhar• Situações de interesse para tal:

Cônjuge sobrevivente que, tendo filhos do falecido, e desejando contrair novas núpcias, não queira se submeter ao regime da separação legal de bens, imposto pelos arts. 1.532, I, e 1.641, I, CC/02

Interesse do sucessor do falecido quando este tenha deixado dívidas

Sobrepartilha• Cabimento – art. 1.040, CPC• Mesmos autos do inventário do autor da herança

Falecimento do cônjuge meeiro supérstite antes da partilha• As 2 heranças serão cumulativamente inventariadas (em apenso)• Apenas 1 inventariante

Falecimento de algum herdeiro• Se não tiver mais bens além de seu quinhão > partilha junto com os bens

do monte

Inventário e partilha extrajudiciais – Lei n. 11.441/2007• Lavratura de escritura pública pelo tabelião, com a presença obrigatória

de advogado ou de defensor público – art. 982, § 1º, CPC• Escritura pública > constituirá título hábil para o registro imobiliário

ALGUNS FEITOS DE PROCEDIMENTO ESPECIAL DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

Procedimento comum de jurisdição voluntária• Aplicação subsidiária aos especiais• Prazo para resposta > 10 dias

1. Alienação Judicial

Situações de cabimento

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Processo Civil IV

• Quando os bens forem de fácil deterioração, estiverem avariados ou exigirem grande despesa para sua guarda (função cautelar) – incidental a outro processo

Ex: bens depositados judicialmente em uma penhora, arresto etc.• Para resguardar interesses de incapazes ou outros interesses que

mereçam atenção especial do ordenamento jurídico – incidental a outro processo

Ex: alienação de um bem do monte do espólio para custear as despesas do inventário

• Como meio de extinção de condomínio sobre coisas indivisíveis – processo autônomo

Procedimento

1 • Iniciativa Requerimento das partes ou do depositário judicial De ofício

2 • 1º Oitiva dos interessados• 2º Oitiva do MP e da FP

3 • Avaliação do bem por perito nomeado Se não haja sido avaliado antes Se tiver sofrido alguma alteração de valor

4 • Alienação em leilão público (rectius, hasta pública) Obs 1: Pelo maior lanço oferecido, ainda que inferior à avaliação –

art. 1.115, CPC Obs 2: Se pertencerem a incapazes > valor mínimo > 80% do valor

da avaliação – art. 701, CPC Obs 3: Se todos os interessados forem capazes e concordes > a

alienação independe de leilão – art. 1.113, § 3º5 • Depósito do preço em juízo

Obs: descontado o valor referente às despesas com a avaliação6 • Proferimento da sentença

Extinção do processo

Extinção de condomínio• Processo autônomo• Situações de cabimento (art. 1.117, CPC):

Coisas indivisíveis em condomínio (quando houver resistência acerca da alienação por um dos co-proprietários)

Preferências > vide arts. 1.118 e 1.119, CPC Imóvel que, na partilha, não couber a um só herdeiro ou não

admitir divisão cômoda Se adjudicado a um dos herdeiros, com a concordância

dos demais – não precisa desse procedimento

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Processo Civil IV

Bens de incapazes curatelados ou tutelados

2. Separação consensual

Finalidade• Homologação de um negócio jurídico bilateral, destinado a desfazer a

sociedade conjugal, mantendo-se íntegro, porém, o vínculo matrimonial. Põem-se fim a:

Deveres de coabitação e fidelidade recíproca Regime matrimonial de bens

Requisitos• Consenso• Celebração do casamento há, pelo menos, 1 (um) ano

Procedimento

• Procedimento extrajudicial Se não houver filhos menores ou incapazes Lavratura de escritura pública pelo tabelião, com a presença

obrigatória de advogado art. 1.124-A, CPC Escritura pública > constituirá título hábil para o registro

imobiliário

• Procedimento judicial

1 • Apresentação da PI Requisitos específicos: Certidão de casamento Pacto antenupcial (se houver) Descrição dos bens do casal e respectiva partilha Acordo relativo à guarda dos filhos menores e regime de visitas

(crítica) Valor dos alimentos a serem pagos aos filhos Pensão a ser paga por um dos cônjuges (se necessária)

Obs: Assinaturas > advogado E cônjuges Pode ser a rogo Reconhecimento por tabelião (se não lançadas perante o juiz)

2 • Designação de audiência Oitiva dos cônjuges (motivos e consequências da separação)

3 • Redução a termo das declarações dos cônjuges4 • Oitiva do MP

Prazo > 5 dias5 • Proferimento de sentença

Homologação da separação – se estiver convencido

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Processo Civil IV

Obs: Se não se convencer > designará dia e hora, com 15 a 30 dias de intervalo, para ratificação do pedido de separação

Natureza jurídica > constitutiva (modifica a relação matrimonial)6 • Trânsito em julgado

Início da eficácia da sentença Averbações:

No Registro Civil de Pessoas Naturais (onde fora realizado o casamento)

No Registro de Imóveis (se for o caso) No Registro Público de Empresas Mercantis (sendo

empresário um dos cônjuges)

Observações finais:• Não comparecimento de algum dos cônjuges ou reconciliação >

arquivamento dos autos• Reconciliação > simples petição interlocutória ou pedido ao tabelião para

o cancelamento da averbação da escritura pública

3. Curatela dos Interditos – Interdição

Finalidade• Procedimento adequado ao reconhecimento da incapacidade com a

consequente instituição de curador (para integrar a capacidade civil do interditando).

Por anomalia psíquica ou prodigalidade Surdo-mudo sem educação que o habilite a manifestar sua

vontade Viciados pelo uso de entorpecentes acometidos de perturbações

mentais

Legitimidade – art. 1.177, CPC• Pai, mãe ou tutor• Cônjuge ou algum parente próximo• MP – art. 1.178, CPC

Anomalia psíquica Se os outros não existirem ou não promoverem a interdição Se os outros existirem, mas forem menores ou incapazes

Competência• Foro do domicílio do interditando

Procedimento

1 • Apresentação da PI – art. 1.180, CPC Afirmação da legitimidade Especificação dos fatos que levaram à anomalia psíquica

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Processo Civil IV

Assinalação da incapacidade do interditando para reger sua pessoa e gerir seus bens

Obs: Demandante > MP > haverá nomeação de curador especial p/ o interditando – art. 1.179, CPC

2 • Citação do interditando para comparecer em juízo – art. 1.181, CPC Será interrogado pelo juiz a respeito de sua pessoa, bens, negócios

etc.3 • Apresentação de contestação

Prazo > 5 dias a contar da audiência Representante do interditando > MP ou curador especial – art.

1.182, § 1º, CPC Pode haver constituição de advogado > pelo interditando ou por

qualquer parente sucessível – art. 1.182, §§ 2º e 3º, CPC4 • Exame pericial do interditando e entrega do laudo – art. 1.183, CPC5 • Designação de AIJ (se necessária)

OU• Proferimento de sentença

6 • Sentença de procedência Nomeação de curador* – art. 1.183, par. ún. Registro da sentença do Registro Civil de Pessoas Naturais** Publicação na imprensa local e no DJ (por 3x com intervalo de 10

dias c/ os nomes do interditando e do curador)** Natureza jurídica:

Parte declaratória > declaração da incapacidade Parte constitutiva > criação da relação jurídica entre interditando e

curador Se houver APC:

NÃO terá efeito suspensivo

Levantamento da interdição – art. 1.186, CPC• Curatela > relação jurídica diferida no tempo (rebus sic stantibus)• Quem pode pedir?

O próprio interditado (pode constituir advogado mesmo sem a participação do curador)

• Processamento: Em apenso com perícia Sentença de procedência > extinção da curatela**

Curador* Pode escusar-se do encargo Prazo > 5 dias contados da intimação p/ prestar compromisso ou do dia

em que sobrevier o motivo da escusa