apostila de história e introdução á logística

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1. Terminologia, definições da logística e Evolução do conceito de Logística A palavra Logística deriva do francês, do verbo loger alojar - Logistique Logística. O termo é de origem militar e que significa a arte de transportar, abastecer e alojar tropas (a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos). Com o passar do tempo o significado foi se tornando mais amplo, chegando a abranger outras áreas como a gerência de estoques, armazenagem e movimentação. Pela definição do Council of Logistics Management, "Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. 1.1 História da logística Desde os tempos bíblicos os líderes militares já se utilizavam da logística. As guerras eram longas e geralmente distantes, eram necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos. Para transportar as tropas, armamentos e carros de guerra pesados aos locais de combate onde eram necessários um planejamento, organização e execução de tarefas logísticas,(Dias, 2005, p. 27).Até o fim da Segunda Guerra Mundial a Logística esteve associada apenas às atividades militares. Após este período, com o avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais destruídos pela guerra, a logística passou também a ser adotada pelas organizações e empresas civis. 1.2 Evolução das atividades logísticas A Logística nasceu com a própria evolução da humanidade. Nos primórdios dos tempos, o homem era um ser que somente caçava e coletava frutos para consumo próprio, portanto ele comia seu alimento no local onde foi conseguido. Com o tempo, o homem foi se socializando e criando a necessidade de estocar alimentos para uma família ou clã. Com isso surgem as primeiras atividades Logísticas. Porém, foi na área militar que a Logística alcançou seu maior crescimento, através das grandes campanhas principalmente na Europa. No campo empresarial, a Logística tomou uma forma mais consistente com a Revolução Industrial. Na época, quando as empresas começaram a surgir e a necessidade por novos produtos era uma constante, a Logística foi o alicerce fundamental para a sustentação do sistema.

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1. Terminologia, definições da logística e Evolução do conceito de Logística

A palavra Logística deriva do francês, do verbo loger alojar - Logistique Logística. O termo

é de origem militar e que significa a arte de transportar, abastecer e alojar tropas (a parte da arte da guerra

que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento,

transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou

administrativos).

Com o passar do tempo o significado foi se tornando mais amplo, chegando a abranger outras

áreas como a gerência de estoques, armazenagem e movimentação. Pela definição do Council of Logistics

Management, "Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa

e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e

produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de

consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”.

1.1 História da logística

Desde os tempos bíblicos os líderes militares já se utilizavam da logística. As guerras eram longas e

geralmente distantes, eram necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos. Para transportar as

tropas, armamentos e carros de guerra pesados aos locais de combate onde eram necessários um

planejamento, organização e execução de tarefas logísticas,(Dias, 2005, p. 27).Até o fim da Segunda

Guerra Mundial a Logística esteve associada apenas às atividades militares. Após este período, com o

avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais destruídos pela guerra, a logística passou também a

ser adotada pelas organizações e empresas civis.

1.2 Evolução das atividades logísticas

A Logística nasceu com a própria evolução da humanidade. Nos primórdios dos tempos, o homem era um

ser que somente caçava e coletava frutos para consumo próprio, portanto ele comia seu alimento no local

onde foi conseguido. Com o tempo, o homem foi se socializando e criando a necessidade de estocar

alimentos para uma família ou clã. Com isso surgem as primeiras atividades Logísticas. Porém, foi na área

militar que a Logística alcançou seu maior crescimento, através das grandes campanhas principalmente na

Europa. No campo empresarial, a Logística tomou uma forma mais consistente com a Revolução

Industrial. Na época, quando as empresas começaram a surgir e a necessidade por novos produtos era uma

constante, a Logística foi o alicerce fundamental para a sustentação do sistema.

2. Definição estrutural e organizacional dos tipos de operações logísticas

Cada vez mais as empresas de diversos setores estão concentrando seus esforços na implantação

de conceitos logísticos nos processos produtivos de suas empresas. Fatores como aumento da concorrência,

globalização de mercados e desenvolvimento da tecnologia da informação, tornaram o estudo da logística

atividade fundamental como forma de reduzir os custos logísticos e disponibilizar o produto ao cliente,

onde quer que ele esteja. Para que se tenha um gerenciamento logístico eficaz, é necessário planejar a

operação do sistema logístico, definindo a estrutura interna na empresa, controlando o fluxo de bens e

serviços e planejando as atividades logísticas.

O Gerenciamento Logístico enfatiza a idéia de fluxo, tanto o fluxo físico quanto o financeiro e o

de informações, tendo como principais operações logísticas: as atividades de movimentação,

armazenamento, estoque, controle de entrada e saída de materiais transporte, distribuição física que

devem ser planejadas visando suas otimizações, com as decisões sendo tomadas, tendo em vista os seus

impacto nos custos totais de toda a cadeia. O tipo de estrutura organizacional necessária a logística depende

da natureza da firma, dos locais onde os custos logísticos acontecem e onde as necessidades de serviço

logístico são maiores. A organização pode centrar-se na administração de materiais, na distribuição física,

ou em ambas; em cada um desses casos, o tipo de organização a ser planejada irá variar de caso para caso.

A estratégia para efetuar-se um controle das operações logísticas, envolve a execução das

seguintes etapas:

1-Definição de metas e padrões de desempenho

2- Medida do desempenho

3- Tomada de ações corretivas

Definições de metas e padrões de desempenho Etapa fundamental, defini até que ponto a empresa

pretende se posicionar no mercado. No caso de desejar ser líder de desempenho em alguma medida, deve

alcançar um nível de desempenho superior a todos seus concorrentes, e muitas vezes isto implica em custos

elevados. Por isso, é fundamental planejar estes padrões de desempenho de acordo com a estratégia

}

Previsão Demanda

Compras

Planej. Requirimentos

Planej. Produção

Inventário produção

Armazenagem

Manseio de Materiais

Embalagem Ind.

Inventário prod. acab

Plan. distribuição

Proces. ordem

Transporte

Serviço ao cliente }

}

}

}

Distribuição Física

Gerenciam. Materiais

Logistica Integrada

1950 1970 1990 1980 1960

Controle Produção

2000

}

Gerenciam. Logístico

Administração Materiais

Logistics do Negócio

Ambiente

Foco da

Indústria

Foco da Logística

Volume Vendas e MKT Des. Capital Competição Globalização

Custos Serviço Lucratividade Qualidade Tempo

Estoque Distribuição Produção Compra/prod.

Venda

Processo/Negócio

O objetivo da medida de desempenho é obter informações sobre o desempenho das atividades

logísticas, aferindo a performance do sistema, percebendo pontos falhos e gerando dados para conhecer

melhor a estrutura do processo. A avaliação das atividades logísticas pode ser feita por meio de algumas

medidas de desempenho e/ou por benchmarking, neste caso, comparando o resultados com os indicadores

das empresas que possuem a excelência neste item.

A escolha da estrutura organizacional é peça fundamental para facilitar a implantação desta nova

forma de gerenciamento, e obter os resultados esperados. Qualquer empresa que queira modificar sua

forma de gestão para um modelo voltado para a logística, Comparação feita pelo administrador ou pelo

computador Padrões ou metas Relatórios, auditorias ou informação Ação corretiva Atividades logísticas.

3. Etapas essenciais da logística: Cadeia de suprimentos, movimentação de materiais, armazenagem, distribuição, e transporte.

3.1 Cadeia de suprimentos

A gestão da cadeia de suprimentos é um processo que consiste em gerenciar estrategicamente

diferentes fluxos (de bens, serviços, finanças, informações.A logística de suprimentos é o ramo da logística

empresarial que trata dos fluxos de matéria-prima e de produtos para a organização, sendo o objetivo da

logística de suprimentos e satisfazer às necessidades de materiais da operação. A boa administração da

logística de suprimentos significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de

operação (BALLOU, 2003).

3.2 Movimentações de materiais

Definição - A movimentação de material refere-se ao movimento de produtos em uma pequena distância

dentro de uma área. Deslocamento de qualquer material em qualquer superfície ou combinação de

superfícies, por quaisquer meios que incluam a estocagem (movimento com velocidade zero) numa mesma

empresa. O deslocamento entre as empresas é denominado transporte

Conceituação - Movimentação de materiais é definida pelo Material Handling Industry of America

(MHIA) como “deslocamento, armazenagem, proteção e controle de materiais através da fábrica e nos

processos de distribuição, incluindo seu consumo e disponibilidade”.A movimentação de materiais deve ser

feita de forma segura, eficiente, com baixo custo, na hora certa, com acurácia (o material correto na

quantidade correta para o local correto) e sem danos aos materiais.

Deslocamento de cargas - Alguns autores diferenciam o deslocamento de cargas no âmbito das fábricas

do deslocamento externo, ou seja, entre fábricas, de fábrica para centros de distribuição ou de consumo.

Dentro da fábrica, este deslocamento pode ser:

Manuseio: deslocamento utilizando a força física dos operários.

Movimentação: deslocamento utilizando equipamentos adequados.

Fora da fábrica, o deslocamento é denominado transporte.

Princípios da movimentação de materiais

Princípio 1 – Princípio do Planejamento Toda movimentação de materiais deve ser resultado de um

plano no qual as necessidades, os objetivos de desempenho e a especificação funcional dos métodos

propostos estejam totalmente definidos desde o início.

Princípio 2 – Princípio da Padronização Os métodos de movimentação de materiais, equipamentos,

controles e softwares devem ser padronizados dentro de limites para que se atinja os objetivos totais de

desempenho sem sacrificar a flexibilidade, a modularidade e rendimento.

Princípio 3 – Princípio do Trabalho O trabalho de movimentação de materiais deve ser minimizado sem

sacrificar a produtividade e o nível dos serviços requerido para a operação.

Princípio 4 – Princípio Ergonômico As capacidades e limitações humanas devem ser reconhecidas e

respeitadas no projeto das tarefas de movimentação, dos equipamentos e das operações.

Princípio 5 – Princípio da Carga Única (unitizada) As cargas unitizadas devem ter tamanho e

configuração apropriados para alcançar os objetivos de movimentação de materiais e de inventário, em

cada estágio da cadeia de suprimentos.

Princípio 6 – Princípio da Utilização de Espaço O uso do espaço disponível deve ser eficaz e eficiente.O

espaço em movimentação de materiais é tridimensional, normalmente considerado cúbico.Em áreas de

armazenagem o objetivo da máxima densidade armazenada deve ser balanceado em relação à

acessibilidade e à facilidade de selecionar itens.

Princípio 7 – Princípio Sistêmico As atividades de movimentação e armazenagem devem ser totalmente

integradas para formar um sistema operacional coordenado que envolve recepção, inspeção, armazenagem,

produção, montagem, embalagem, unitização, seleção, expedição, transporte e movimentação de retorno.

Princípio 8 – Princípio da Automação As operações de movimentação devem ser mecanizadas ou

automatizadas onde puderem aumentar a eficiência e reduzir custos, eliminando o trabalho manual

repetitivo ou potencialmente inseguro.

Princípio 9 – Princípio do Meio-ambiente O impacto no meio-ambiente e o consumo de energia devem

ser considerados como critério no projeto e seleção de alternativas de equipamentos e sistemas de

movimentação de materiais.

Princípio 10 – Princípio do Custo do Ciclo de Vida Uma análise econômica completa deve considerar o

ciclo de vida total de toda a movimentação de materiais e os sistemas resultantes.O custo do ciclo de vida

inclui todas as despesas que ocorrem entre o instante no qual o primeiro valor é gasto para planejar um

novo método de movimentação até a substituição total do método, peças ou equipamentos.

As empresas passaram então a administrar melhor os suprimentos. Houve um interesse maior na

redução de custos, produtividade e qualidade, ao passo que a inflação deixava o custo do capital mais caro.

O cenário levou as empresas a focarem também na questão da Logística integrada. Esta começava a ser

entendida dentro do contexto mais amplo da administração de materiais.

4- Atividades de Suporte da logística. Logística Empresarial.

A Logística possui atividades primárias que são (1) transportes, (2) Manutenção de estoques e (3)

Processamento de pedidos. Porém existem também as atividades de apoio que são (1) Armazenagem, (2)

Manuseio de materiais (3) Embalagem de produção (4) Obtenção (5) Programação de produtos (6)

Manutenção da informação.

3.1 Atividades primárias

Identifica aquelas atividades que são de importância primária para que se possa atingir os objetivos

logísticos de custo e nível de serviço. Estas atividades são:

Transportes: Considerada por muitos a atividade mais notória e conhecida no meio empresarial, os

transportes é a atividade básica que trata da movimentação de materiais tanto interna como externamente.

Ela absorve cerca de 2/3 dos custos logísticos. Os transportes agregam valor de lugar.

Manutenção de estoques: Muitas vezes não é viável providenciar produção ou entrega instantânea a

clientes. Para se atingir um grau de disponibilidade maior, é necessário manter estoques. Eles servem como

amortecedores entre a oferta e a demanda. Porém o uso extensivo pode acarretar num aumento nos custos

logísticos na ordem de 2/3. Os estoques agregam valor de tempo.

Processamento de pedidos: Os custos com processamento de pedidos são geralmente inferiores aos

demais, porém ela consiste em uma atividade primária por ser um elemento crítico para se levar produtos

aos clientes o mais rápido possível.

Apesar de transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos serem os principais

ingredientes que contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços há uma série de

atividades que apóiam essas atividades primárias. São elas:

Armazenagem: Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas

como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação de estoque, projeto de docas ou

baías de atração e configuração do armazém.

Manuseio de materiais: Está associada com a armazenagem e a manutenção de estoques. Refere-se à

movimentação de materiais nos locais de estocagem.

Embalagem de proteção: Um dos objetivos da Logística é movimentar produtos sem danificá-los de

forma econômica. A Logística auxilia na definição da melhor embalagem.

Obtenção: É a atividade ligada à compra de insumos de fornecedores, deixando estes insumos disponíveis

para o sistema logístico.

Programação do produto: É a atividade que lida com a distribuição (saída). Refere-se às quantidades

agregadas que devem ser produzidas e quando devem ser fabricadas.

Manutenção de informações: Nenhuma função logística dentro de uma firma poderia operar

eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho.

4.2 Atividades de apoio

5. Noções gerais e Tipos de Sistemas Logísticos e seus ciclos

O uso de ferramentas tecnológicas vêm crescendo desde a Revolução Industrial, onde começou-se

a substituição de homens por máquinas, nas fábricas. Nota-se que esta substituição sempre ocorreu em

níveis operacionais. Mesmo hoje, a tecnologia tem substituído desempenho humano em processos físicos

facilmente, através de automação comercial, que proporciona uma série de benefícios, mas nota-se a

dificuldade em substituir o desempenho humano em processos lógicos, por tecnologia.

5.1 Logística Integrada, ou seja, o conceito de sistema.

Um movimento em qualquer um dos componentes do sistema tem, em princípio, efeito sobre outros

componentes do mesmo sistema. A tentativa de otimização de cada um dos componentes, isoladamente,

não leva a otimização de todo o sistema. Ao contrário, leva a subotimização. Tal princípio é normalmente

conhecido como trade-off, ou seja, o princípio das compensações, ou perdas e ganhos.

O formato do canal de distribuição é definido depois de se pensar como serão distribuídos os

produtos criados e seus níveis desde a manufatura até o consumidor final caracterizando-se, desta forma, à

extensão e a amplitude, representada pelo número de empresas que nela atuam.

O ciclo de pedido do cliente ocorre na interface entre o cliente e o varejista e inclui todos os processos

diretamente envolvidos no recebimento e no atendimento ao pedido do cliente. Normalmente, o cliente

inicia esse ciclo em um varejo. O principal objetivo desse ciclo é satisfazer a demanda do cliente. A

interação do varejista com o cliente começa quando é feito o contato com o cliente e termina quando este

recebe seu pedido. Os processos envolvidos no ciclo de pedido do cliente estão demonstrados na Figura 1.4

e incluem o seguinte:

Chegada do cliente;

Emissão do pedido do cliente;

Atendimento ao pedido do cliente;

Recebimento do pedido pelo cliente.

Chegada do cliente – O termo “chegada do cliente” refere-se ao momento em que o cliente chega ao local

onde ele tem acesso às opções e decide o que vai comprar. O ponto de partida de qualquer cadeia de

suprimento é a chegada do cliente que pode acontecer quando:

O cliente entra no supermercado para realizar a compra;

O cliente entra em contato com uma central de telemarketing para receber o pedido pelo o correio;

O cliente usa a internet ou algum link eletrônico e faz sua encomenda.

Emissão do pedido do cliente – O termo “emissão do pedido do cliente” refere-se à comunicação do

cliente ao varejista sobre que produtos ele tem interesse em adquirir. Refere-se também à distribuição dos

produtos ao cliente feita pelo varejista. No supermercado, a emissão do pedido é caracterizada pelo cliente

colocando todos os itens que pretende comprar dentro de seu carrinho de compras. No caso das

encomendas pela central de telemarketing ou pela internet, a emissão do pedido é caracterizada pelo o

cliente informando ao varejista quais os itens e quantidades selecionados.

Atendimento ao pedido do cliente – Durante o processo de atendimento ao pedido do cliente, o pedido é

atendido e enviado ao cliente. No supermercado, o cliente conduz esse processo. Em uma empresa que

recebe encomendas, esse processo normalmente abrange a retirada do pedido no estoque, a embalagem e o

envio ao cliente. Todos os estoques deverão ser atualizados, o que pode desencadear o início do ciclo de

reabastecimento. No geral, o atendimento ao pedido do cliente acontece no estoque do varejista.

Recebimento do pedido pelo cliente – Durante o processo de recebimento do pedido pelo cliente, o cliente

recebe o pedido e tem posse sobre ele. Os registros desse recibo devem ser atualizados e o pagamento em

dinheiro iniciado. No supermercado, o recebimento acontece no caixa. Na empresa que faz a entrega pelo

correio, o recebimento acontece quando o produto é entregue ao cliente.

Ciclo de reabastecimento

O ciclo de reabastecimento acontece na interface entre o varejista e o distribuidor e engloba todos os

processos ligados ao reabastecimento dos estoques do varejista. Inicia-se quando o varejista faz um pedido

para reabastecer estoques que deverão atender a uma futura demanda. O ciclo de reabastecimento é

semelhante ao ciclo de pedido do cliente com a diferença de que agora o cliente é o varejista. O objetivo do

ciclo de reabastecimento é restaurar os estoques do varejista a um custo mínimo e oferecer

simultaneamente a disponibilidade de produto necessário ao cliente.

Acionamento do pedido do varejista;

Emissão do pedido do varejista;

Atendimento ao pedido do varejista;

Recebimento do pedido pelo varejista.

Acionamento do pedido do varejista – Ao atender à demanda do cliente, o varejista tem seu estoque

esgotado, devendo ser reabastecido para atender a solicitações futuras. Uma atividade crucial realizada pelo

varejista durante o ciclo de abastecimento é o planejamento de uma política de reabastecimento ou a

emissão de pedidos que acionem um pedido a partir de um estágio anterior (possivelmente, o distribuidor

ou o fabricante). O objetivo do acionamento do pedido de reabastecimento é maximizar a lucratividade

equilibrando disponibilidade de produto e custo.

Emissão do pedido do varejista – O processo de emissão do pedido do varejista é semelhante ao de

emissão de pedido do cliente ao varejista. A única distinção é que agora o varejista é o cliente, efetuando

seus pedidos junto ao distribuidor ou ao fabricante. O objetivo do processo de emissão do pedido do

varejista é que o pedido seja emitido com precisão e transmitido rapidamente a todos os processos da

cadeia de suprimento a ele relacionados.

Recebimento do pedido pelo varejista – Uma vez que o pedido de reabastecimento chega ao varejista, ele

deve providenciar (entregar) o que foi pedido, atualizar todos os registros de estoques e quitar todas as

contas a pagar. Esse processo envolve fluxo de produto do distribuidor para o varejista, bem como fluxo

financeiro e de informações. O objetivo do processo de recebimento do pedido pelo varejista é atualizar os

estoques a abastecer as prateleiras de maneira rápida e precisa, com o menor custo possível.

6- Desenvolvimento e gerenciamento da Cadeia de Abastecimento

Conforme Silva e Cardoso (2000), a logística de suprimentos trata de uma série de atividades que

são cíclicas e ocorrem diversas vezes ao longo do processo de produção. São elas basicamente:

a) especificação de recursos e planejamento de suprimentos;

b) emissão e transmissão de pedidos de aquisição;

c) transporte dos recursos até a obra e seu recebimento; e

d) manutenção dos suprimentos previstos no planejamento (controle e reprogramação).

Do ponto de vista operacional, um outro aspecto importante para melhoria da eficiência na gestão

da logística de suprimentos é o planejamento da produção, do qual faz parte o planejamento do suprimento

Todo modelo de gestão de cadeia de suprimentos deve incluir maneiras de melhorar a eficiência

– o ganho de rendimento – das atividades seguintes:

previsão e planejamento do equilíbrio entre oferta e demanda;

Localização de fornecedores de matérias-primas;

Fabricação do produto;

Armazenagem do produto;

Entrega do produto;

Devolução do produto pelo cliente, caso necessário;

Feedback através do serviço de atendimento ao cliente e melhoria do processo, onde necessário.

O planejamento logístico ajudará a reduzir os custos de produção, a velocidade de entrega de seu

produto e a responder rapidamente aos pedidos de seus clientes. Além disso, simplificará o gerenciamento

de seus itens de fornecimento, o seu inventário e seus custos.

Veja onde o planejamento logístico deve ser aplicado:

Logística de entrada (inbound): fluxo de matérias-primas entregues à sua empresa para entrar no

processo produtivo;

Logística interna: circulação das matérias-primas, dos produtos sendo fabricados e dos produtos

acabados dentro de sua empresa;

Logística externa (outbound): transporte dos produtos acabados (envolvendo embalagem,

expedição, manutenção e transporte).

7. A importância da Logística para a competitividade nas organizações Empresariais

7.1 O papel da informação na logística

O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas operações logísticas. Pedidos de

clientes e de ressuprimento, necessidades de estoque, movimentações nos armazéns, documentação de

transporte e faturas são algumas das formas mais comuns de informações logísticas.

Antigamente, o fluxo de informações baseava-se principalmente em papel, resultando em uma

transferência de informações lenta, pouco confiável e propensa a erros. O custo decrescente da tecnologia,

associado a sua maior facilidade de uso, permitem aos executivos poder contar com meios para coletar,

armazenar, transferir e processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez.

A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações proporcionam uma oportunidade de

reduzir os custos logísticos através da sua melhor coordenação. Além disso, permite o aperfeiçoamento do

serviço baseando-se principalmente na melhoria da oferta de informações aos clientes.

7.2 Sistemas de Informações Logísticas

Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as atividades logísticas em

um processo integrado, combinando hardware e software para medir, controlar e gerenciar as operações

logísticas. Estas operações tanto ocorrem dentro de uma empresa específica, bem como ao longo de toda

cadeia de suprimentos.Podemos considerar como hardware desde computadores e dispositivos para

armazenagem de dados até instrumentos de entrada e saída do mesmo, tais como: impressoras de código de

barras, leitores óticos, GPS, etc. Software inclui sistemas e aplicativos / programas usados na logística.

Os sistemas de informações logísticas possuem quatro diferentes níveis funcionais: sistema

transacional, controle gerencial, apoio à decisão e planejamento estratégico. O formato piramidal

apresentado sugere que a implementação de um sistema transacional robusto é a base que sustenta o

aprimoramento dos outros três níveis.

O avanço da tecnologia de informação (TI) nos últimos anos vem permitindo às empresas

executarem operações que antes eram inimagináveis. Atualmente, existem vários exemplos de empresas

que utilizam a TI para obter reduções de custo e/ou gerar vantagem competitiva.

Atualmente existe uma verdadeira agitação no que diz respeito à implementação de sistemas de

gestão empresarial, conhecidos como ERP, do inglês Enterprise Resource Planning. Não são apenas as

grandes empresas que têm oportunidade para implementação desta solução; há pacotes de todos os

tamanhos e para vários orçamentos. Estes sistemas visam basicamente permitir a empresa "falar a mesma

língua", possibilitando uma gestão integrada. Com isso, relatórios gerenciais com informações diferentes

estão com seus dias contados. Mas e a logística? Como ela está sendo abordada?

8- Noções gerais de armazenagem e sua importância para as operações logísticas.

A armazenagem é uma atividade importante dentro da logística de uma empresa. É um serviço que

trata da estocagem ordenada e da distribuição de produtos acabados dentro da fábrica ou em locais

destinados a este fim, o que pode ser feito pelos fabricantes ou por um processo de distribuição

determinado.

Para a atividade ficar mais compreensível, vamos trazer uma lembrança do passado. Antes, o

armazém servia apenas para guardar determinados materiais. Ele não tinha muito mais utilidade do que

isso, pelo menos era a forma como os administradores o enxergavam. Com o tempo, as empresas foram

percebendo que o serviço de armazenagem podia trazer rendimento ao fazer parte de atividades de

produção, marketing e finanças.

Mas como isso foi possível? A resposta é simples. Os administradores perceberam que os

armazéns tinham espaço para fluxo de materiais, assim nascia uma atividade chamada controle. O controle

na logística envolve a proteção de materiais, controle de entrada, controle de saída, controle de estoque,

distribuição, controle de demanda e capacidade de produção. Portanto, aquele local que apenas estocava

“coisas” tornava-se um setor essencial para a customização de todas as atividades da empresa, aumentando

o lucro.

Definição de Armazenagem - Gerenciar eficazmente o espaço tridimensional de um local

adequado e seguro, colocado a disposição para a guarda de mercadorias que serão movimentadas rápida e

facilmente, com técnicas compatíveis as respectivas características, preservando a sua integridade física e

entregando-a a quem de direito no momento aprazado.

A logística da armazenagem abrange as atividades de planejamento, coordenação, controle e

desenvolvimento do processo de mantimento/abrigo de materiais, estocando estes em condições adequadas

para uso e realizando sua distribuição dentro do prazo solicitado.

O uso do armazém objetiva:

A maximização do uso dos espaços, aumentando a área estática através do uso de páletes, permitindo o

armazenamento de um número maior de produtos;

Acesso rápido aos itens armazenados, através do uso de endereço, evitando o gasto de tempo durante a

sua busca;

Proteção e conservação dos materiais, de acordo com as suas propriedades e especificações.

A redução dos custos de armazenagem:

Maior controle das informações;

Aumento no nível de qualidade dos serviços; Administração de inventários;

Práticas operacionais;

Técnicas de movimentação de materiais;

Processamento de pedidos;

Métodos de estocagem.

O uso de armazéns possibilita a redução de custos com transportes, através da consolidação de

cargas; aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores; agiliza a entrega dos produtos; e compensa as

defasagens ocorridas na produção. Entretanto, o capital se torna imobilizado, uma vez que a mercadoria

passa muito tempo parada, além de aumentar o risco de envelhecimento do produto, necessitando assim de

um maior controle e gerenciamento da armazenagem. Os custos com a movimentação também aumentam,

devido a alta rotatividade dos produtos, visando atender a demanda.

9 - A Influência das Dimensões da Qualidade de Serviços na Satisfação do Cliente

A capacidade de gerar altos lucros costuma ser resultado direto da eficácia da cadeia de

suprimentos. Uma cadeia de suprimentos bem projetada é personalizada para atender às diversas

necessidades dos vários grupos de clientes, permitindo que se encontre o equilíbrio entre geração de receita

e custo do serviço.

A maioria das empresas vê a logística apenas como uma maneira de reduzir custos, e isso é uma

realidade no mundo inteiro. Algumas, contudo, começam a utilizar o sistema de distribuição como fonte de

vantagem competitiva. Conseguem isso personalizando o pacote de serviços oferecido, a fim de atender às

necessidades específicas de cada grupo de clientes. Para tanto, tratam de encontrar novas formas de

organizar a cadeia de suprimentos e de alinhar seus integrantes à estratégia global.

Nos últimos anos, porém, tem havido uma explosão na variedade de produtos oferecidos aos

clientes –seja a variedade de cores, de estilos, seja a de funcionalidade. Surgiu também um aumento

significativo no número de canais para servir aos clientes. O resultado é um aumento da complexidade e do

custo da cadeia de suprimentos. Isso torna um desafio ainda maior a atribuição do valor correto ao cliente

certo pelo preço adequado.

Qualidade de serviço é definida por: “avaliações cognitivas de longo prazo, por parte dos clientes,

sobre a entrega do serviço de uma empresa, ao passo que a satisfação do cliente é conceituada como uma

reação emocional de curto prazo ao desempenho específico de um serviço”.

A relação entre a satisfação do cliente e a qualidade de serviço está na atualização das avaliações dos

clientes acerca a qualidade do serviço recebido, que se dá por meio da satisfação. A forma de os clientes

avaliarem a qualidade do serviço de uma empresa que não conhecem é afetada pelas expectativas que eles

possuem dela

10- Noções gerais e a importância dos sistemas de informações Logísticas

Nas últimas décadas o mundo dos negócios tem enfrentado sérios desafios decorrentes da mudança

da Era Industrial para a Era da Informação. Esta mudança foi em grande parte liderada pelos avanços

acelerados na área de tecnologia da informação (TI). Na área de logística, esta rápida evolução implica

também em profundas mudanças. A TI aplicada à logística ajuda a reduzir os custos logísticos e redefine

organizações e suas interconexões.

A existência de uma estratégia logística se faz necessária para qualquer organização, pois os

consumidores estão cada vez mais exigentes. Visando a adequação da necessidade do cliente de ter o

produto certo, no lugar certo e na hora correta a logística ganhou ferramentas, e as mesmas são de grande

importância no que diz respeito ao atendimento efetivo para o mercado consumidor..

Com isso a tecnologia passou a andar lado a lado com os processos logísticos, sendo assim foram

desenvolvidos vários sistemas de informação para auxiliar na tomada de decisão logística, sendo o

principal e mais conhecido o WMS, ou Warehouse Management System (Sistema de Gerenciamento de

Armazéns). Ele é uma parte importante da cadeia de suprimentos, pois é responsável direto pelo

funcionamento preciso dos estoques, produtividade do pessoal e de equipamentos, separação de pedidos, e

controle de carregamento de veículos e suas rotas.

Diferentemente do WMS, mas não menos importantes, os TMS’s, ou Transportation

Management System (Sistemas de Gerenciamento de Transportes) atuam diretamente na área de

controle de transportes. Sistemas como esse são capazes de acompanhar em tempo real a localização exata

do veículo na rota e enviar comandos, isso graças a utilização de satélites no processo. Outro sistema

importante na agregação de valor são os ERP’s, ou Enterprise Resourch Planning que integram as

informações de vários departamentos em consonância com a logística

11- Distribuição física (parâmetros Fundamentais).

A logística é dividida em três grandes segmentos, o primeiro atende às necessidades da logística

de suprimento (entrada) de insumos, matéria-prima, equipamentos, peças etc. Já o segundo segmento é

responsável pela transformação do processo produtivo (produção) em produtos acabados ou serviços.

Enquanto, que o terceiro segmento é responsável pela transferência ou distribuição física dos produtos

acabados ou serviços (saída) aos diversos tipos de clientes e consumidores.

O transporte e o armazenamento são os principais processos que compõem a distribuição física,

movimentando os produtos desde o fim da produção até o mercado de clientes. Os canais de distribuição

são os principais caminhos dos produtos, eles são representados por atacadistas, varejistas, revendedores,

distribuidores etc.

A importância da distribuição física no processo logístico Um canal de distribuição corresponde a

uma ou mais empresas ou organizações que participam do fluxo de produtos e/ou serviços desde o produtor

até o cliente ou consumidor final. Normalmente, a organização pensa em entregar diretamente a seus

clientes, porém nem sempre é possível.

Existe um grande número de canais disponíveis entre eles:

Venda direta ao cliente, via e-mail, telefone ou internet;

Representantes, que tipicamente vendem diretamente em nome dos fabricantes;

Distribuidoras, que geralmente vendem aos atacadistas;

Varejista, geralmente chamados de comerciantes, que vendem aos consumidores finais;

Processos da Distribuição

A distribuição é divida em outros

sub-processos.

Movimentação da linha de produção;

Expedição;

Gestão de estoques;

Gestão de Transportes;

Logística Empresarial

Suprimento Físico

(Administração de Materiais) Distribuição Física

Fornecedor

es

Fábricas Clientes

12- A importância dos transportes para as operações logísticas e suas características no Brasil..

Características dos modais de transporte

Os cinco tipos de modais de transporte básicos são o ferroviário, o rodoviário, o aquaviário, o dutoviário e

o aéreo. A importância relativa de cada tipo pode ser medida pela distância coberta pelo sistema, pelo

volume de tráfego, pela receita e pela natureza de composição do tráfego. Cada tipo modal é abordado

levando em consideração sua importância.

*Ferroviário: As ferrovias sempre detiveram a maior quantidade de toneladas-quilômetro de transporte

dentro dos EUA continental. Em decorrência do surgimento antecipado de uma extensa rede ferroviária

conectando praticamente toda a sociedade e municípios, as ferrovias dominaram a tonelagem de transporte

intermunicipal até uma época posterior à Segunda Guerra Mundial.

Rodoviários: Comparadas ao sistema ferroviário, as transportadoras rodoviárias necessitam de

investimentos fixos relativamente pequenos em terminais e operam em rodovias com manutenção pública.

Embora o custo com taxas de licença, impostos ao usuário e pedágios seja grande, essa despesas estão

diretamente relacionadas com a quantidade de quilômetros e veículos operados.

Aquaviário: As vias marítimas e fluviais são o meio de transporte mais antigo. Os veleiros originais foram

substituídos por barcos a vapor no início de 1800 e pelo motor a diesel nos anos 20. A principal vantagem

do transporte Aquaviário é a capacidade de movimentar cargas muito grandes.

Dutoviário: Modal responsável por uma significativa parcela em movimentação em toneladas-quilômetro

de petróleo e óleo bruto. Além do petróleo, o gás natural é outro importante produto transportado pelas

dutovias. Os dutos também são utilizados para o transporte de produto químicos manufaturados , de

materiais secos e pulverizados a granel, como cimento e farinha em suspensão aquosa.

Aeroviário:O mais novo tipo de transporte, porém menos utilizados, é o aéreo. A vantagem desse tipo de

transporte está na rapidez de entrega das cargas. Uma carga que percorre costa a costa, por via aérea, requer

apenas algumas horas de vôo, em contraste com outros tipos de transporte, que levam dias para chegar a

seu destino. O alto custo do transporte aéreo, porém, torná-o um meio de transporte extremamente caro;

entretanto, esse aspecto pode ser compensado pela grande rapidez.

No Brasil, os preços relativos dos diferentes modais possuem a mesma ordenação encontrada nos

EUA, ou seja, aéreo, rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário. No entanto, a ordem de grandeza das

diferenças entre eles é significativamente diferente, principalmente quando se considera o transporte

rodoviário. Enquanto nos EUA o preço do rodoviário é 4,0 vezes superior ao do ferroviário, no Brasil esta

diferença é de apenas 1,7 vezes.

Uma outra maneira de examinar os preços relativos dos modais no Brasil e nos EUA, é através da

comparação do valor do frete em cada país, para cada um dos modais existentes. Verifica-se aí uma grande

distorção no modal rodoviário. Enquanto que para os modais aéreo, dutoviário e aquaviário, os preços aqui

são superiores aos praticados lá fora, no caso rodoviário a figura se inverte. Ou, seja, o preço aqui é um

terço do preço praticado lá fora.

A segunda dimensão a ser considerada na escolha do modal é a qualidade dos serviços oferecidos.

São cinco as dimensões mais importantes, no que diz respeito às características dos serviços oferecidos:

velocidade; consistência; capacitação; disponibilidade; e freqüência

13- Aspectos gerais da qualidade e dos aspectos ambientais nas operações logísticas

A mesma dinâmica que torna importante o desenvolvimento de processo baseados no tempo faz

com que se torne fundamental a adoção de sistemas de mensuração de desempenho que sejam ágeis,

abrangentes e consistentes. A Logística opera num ambiente de grande diversidade, sejam em termos de

produtos, clientes, mercados, ou áreas geográficas.

Para alcançara excelência logística, torna-se necessário conseguir ao mesmo tempo redução de custos e

melhoria do nível de serviço ao cliente. A busca simultânea desses dois objetivos quebra um antigo

paradigma, segundo o qual existe um trade-off inexorável entre custos e qualidade de serviços, ou seja, a

crença de que melhores níveis de serviço implicam necessariamente maiores custos, as empresas que

conseguem alcançar a excelência logística tendem a quebrar esse paradigma. O que lhes permite alcançar

tal feito é um conjunto de características:

Sucesso do cliente;

Integração interna;

Integração externa;

Processos baseados no tempo;

Mensuração abrangente; e,

Banchmarking.

A identificação das melhores práticas estejam elas onde estiverem, e sua adaptação para as condições do

próprio negócio, tem-se revelado um procedimento fundamental para manter competitividade no longo

prazo.

Conceito de Supply Chain Management (SCM)

Para melhor compreender o conceito de Gerenciamento da cadeia de Suprimentos, o SCM do inglês,

é fundamental entender primeiro o conceito de canal de distribuição (visto no subitem12.3, no conceito de

Logística Integrada) já bastante consolidado e há muito utilizado por marketing. O conceito pode ser

definido como o conjunto de unidades organizacionais, instituições e agentes internos e externos, que

executam as funções que dão apoio ao marketing de produtos e serviços de determinada empresa.

Qualquer unidade organizacional, instituição ou agente que execute uma ou mais funções de suporte

ao marketing é considerado um membro do canal de distribuição.

Implementando o conceito de SCM: barreiras e alternativas de solução

Considerando os enormes benefícios que podem ser obtidos com a correta utilização do conceito

de SCM, surpreende verificar que tão poucas empresas o tenham implementado. As razões para tanto são

basicamente duas. A primeira da relativa novidade do conceito, ainda em formação e pouco difundido entre

os profissionais; e a segunda, da complexidade e da dificuldade de implantação do conceito. SCM é uma

abordagem que exige mudanças profundas em práticas arraigadas, tanto no nível dos procedimentos

internos, quanto no nível externo, no que diz respeito ao relacionamento entre os diversos participantes da

cadeia.

Quebrar essa cultura arraigada e convencer os gerentes de que deverão estar preparados para

sacrificar seus objetivos funcionais individuais em benefício do conjunto tem-se mostrado uma tarefa

desafiante. Alcançá-la implica abandonar o gerenciamento de funções individuais e buscar a integração das

atividades por meio da estruturação de processos-chave na cadeia de suprimentos.

Entre os processos de negócios chave para o sucesso de implantação do SCM, os sete mais citados

encontram-se listados:

I. Relacionamento com os clientes: desenvolver equipes focadas nos clientes estratégicos, que

busquem um entendimento comum sobre características de produtos e serviços, a fim de torná-los

atrativos para aquela classe de clientes;

II. Serviço aos clientes: fornecer um ponto de contato único para todos os clientes, atendendo de

forma eficiente a suas consultas e requisições;

III. Administração da demanda: captar, compilar e continuamente atualizar dados de demanda, com o

objetivo de equilibrar a oferta com a demanda;

IV. Atendimento de pedidos: atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo de entrega

combinado;

V. Administração do fluxo de produção: desenvolver sistemas flexíveis de produção que sejam

capazes de responder rapidamente às mudanças nas condições do mercado;

VI. Compras / suprimento: gerenciar relações de parceria com fornecedores para garantir respostas

rápidas e a contínua melhoria de desempenho;

VII. Desenvolvimento de novos produtos: buscar o mais cedo possível o envolvimento dos

fornecedores no desenvolvimento de novos produtos.

Muito importante também é lembrar que a cadeia de suprimento ampliada necessita um canal de

informações que conecta todos os participantes. A maioria das grandes empresas possui os requisitos

tecnológicos para fazer a integração. O problema é que elas os estão utilizando de forma incorreta.

Idealmente, a informação que se torna disponível quando o consumidor efetiva a compra deveria ser

imediatamente compartilhada com os demais participantes da cadeia, ou seja, transportadoras, fabricantes,

fornecedores de componentes e de matéria-prima.

Os resultados que se esperam da utilização de sistemas que automatizem o SCM são:

Reduzir custos de desperdícios;

Aumentar a eficiência;

Ampliar os lucros;

Melhorar os tempos de ciclos da cadeia de fornecimento;

Melhorar o desempenho nos relacionamentos com clientes e fornecedores;

Desenvolver serviços de valor acrescentado que dão a uma empresa uma vantagem competitiva;

Obter o produto certo, no lugar certo, na quantidade certa e com o menor custo;

Manter o menor estoque possível.

REFERÊNCIAS

BOWERSOX, Donald J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento /

Donald J. Bowersox, David J. Gloss; Tradução: Equipe do Centro de Estudos em Logística, Adalberto

Ferreira das Neves; coordenação da revisão técnica Paulo Fernando Fleury, César Lavalle. – São Paulo:

Atlas; 2001.

CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento

e operação – São Paulo: Prentice Hall, 2003. 465 p. ISBN 85-87918-24-9

FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Kleber Fossati. Logística empresarial: a

perspectiva brasileira – São Paulo: Atlas, 2000 – (Coleção COPPEAD de Administração)

MOURA. Reinaldo A. Atualidades na logística – São Paulo : IMAM, 2003.

NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação

e avaliação. 2. ed., rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

SLACK, Nigel; JOHNSTON, Robert; CHAMBERS, Stuart. Administração da produção. 1. ed. 10.

reimp. – São Paulo: Atlas, 2006.

VIANA, João José. Administração de Materiais: um enfoque prático – 1. ed. – 6ª reimpressão – São

Paulo: Atlas, 2006.

Investimentos em Infra-Estrutura para o Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em:

http://www.brasil.gov.br/pac/infra_estrutura/. Acesso em março de 2008.