apostila de gestão e mercado farmacêutico
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2011
CURSO DE FARMÁCIA
GESTÃO E MERCADO FARMACÊUTICO
15/01/2011
APOSTILA DE GESTÃO E MERCADO FARMACÊUTICO
Sumário
1
Sumário
1 MERCADO FARMACÊUTICO ............................................................................. 2
1.1 Números do setor .............................................................................................. 2
1.2 Há farmacêuticos para todas as farmácias ........................................................ 3
1.3 O novo cenário competitivo .............................................................................. 4
1.3.1 Gestão de Pipeline ....................................................................................... 5
2 GESTÃO ESTRATÉGICA ...................................................................................... 6
2.1 Conceitos de organização e administração ....................................................... 6
2.2 Motivação como ferramenta na gestão estratégica ........................................... 6
2.3 Estruturas organizacionais ................................................................................ 7
3 ANÁLISE SWOT ..................................................................................................... 8
3.1 Modelos mais utilizados ................................................................................... 9
3.2 Modelo de Analise SWOT: Plano de Ação .................................................... 10
4 PESQUISA DE MERCADO ................................................................................. 12
5 ESTABELECIMENTO DOS OBJETIVOS .......................................................... 16
5.1 Missão e Visão ................................................................................................ 16
5.2 Critérios esperados .......................................................................................... 16
5.3 Tipos de objetivos ........................................................................................... 16
6 DESENVOLVIMENTO DAS ESTRATÉGIAS ................................................... 18
6.1 A mudança nas atitudes, informação e desejos do consumidor atual ............. 18
6.2 Como tornar a equipe agentes de feedback para satisfação das necessidades
dos clientes 18
6.3 Desenvolvimento de marketing pessoal aplicado à saúde como diferencial de
sucesso 19
6.4 Marketing pessoal como ferramenta de automotivação.................................. 19
7 PREÇO UM PROBLEMA OPERACIONAL ....................................................... 22
7.1 Preço ............................................................................................................... 22
7.2 Formação de preço .......................................................................................... 22
7.3 Condições mercadológicas para a formação do preço .................................... 22
7.4 A teoria econômica ......................................................................................... 23
7.5 Escolha da estratégia de preço de medicamentos ........................................... 25
8 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .................................................................... 27
9 A ESTRATÉGIA COMPETITIVA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ......... 29
10 A ESTRATÉGIA COMPETITIVA DO SETOR MAGISTRAL ....................... 31
11 FARMACOVIGILÂNCIA COMO FERRAMENTA DE MARKETING ........ 32
12 A FARMACOECONOMIA E AS DECISÕES ESTRATÉGICAS ................... 35
13 IMPLEMENTAÇÃO ......................................................................................... 38
Mercado farmacêutico
2
1 MERCADO FARMACÊUTICO
• Um dos mercados de maior importância dentro do cenário nacional
• Volume vendido
• Saúde da população
• Diferente de outros segmentos
• Estimativa da OMS
• 2 bilhões de pessoas não têm acesso a medicamentos essenciais
• 10 milhões de vidas poderiam ser salvas até 2015 se as populações
pudessem usufruir de tratamentos já existentes
• Antirretrovirais estão disponíveis para 300 mil dos cerca de 6 milhões
de doentes que necessitam de tratamento
• Gastos per capita com produtos farmacêuticos
• Países ricos: > US$ 400
• Países mais pobres: < US$ 4
• Cerca de 15% da população mundial consomem 90% dos
medicamentos
• Dados da ABIFARMA
• 51% dos + pobres → ≤ 4 s.m./mês→ 16% do total dos produtos
farmacêuticos
• Os ricos → 15% da população → ≥ 10 s.m./mês→ 48% do total dos
produtos farmacêuticos
1.1 Números do setor
• Relatório da Comissão de Fiscalização emitido em dezembro de 2009, com base
nos Relatórios de Atividades Fiscais dos Conselhos Regionais de Farmácia.
Nº de farmacêuticos no Brasil – 133.762
Nº de farmacêuticos em Capitais – 55.719
Nº de farmacêuticos em cidades do interior – 78.043
• Estabelecimentos farmacêuticos no Brasil
Nº de farmácias e drogarias (f&d)– 79.010
• Nº de f&d em capitais – 18.425
• Nº de f&d em cidades do interior – 60.585
Nº de farmácias com manipulação – 7.164
Nº de farmácias homeopáticas - 1.082
Nº de f&d de propriedade de farmacêuticos – 19.755
Nº de f&d de propriedade de não-farmacêuticos – 45.481
Nº de farmácias públicas registradas nos Conselhos Regionais – 8.284
Nº de farmácias hospitalares – 5.490
Nº de laboratórios de análises clínicas de propriedade de farmacêuticos – 5.497
Nº de industriais farmacêuticas – 550
Nº de distribuidoras de medicamentos – 3.844
Mercado farmacêutico
3
1.2 Há farmacêuticos para todas as farmácias
Fonte: CFF 16/12/2010
Autor: Jornalista Aloísio Brandão, Assessor de Imprensa do CFF
“Farmácias, em hipótese alguma, podem funcionar sem farmacêuticos”. A declaração
é do Vice-Presidente do CFF, Walter Jorge João, em resposta a uma pergunta de jornalista,
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Jan-Dez 9.21 10.0 11.8 12.2 13.4 14.9 16.9 20.1 23.8 25.9 28.2 30.9 33.6
02.000.0004.000.0006.000.0008.000.000
10.000.00012.000.00014.000.00016.000.00018.000.00020.000.00022.000.00024.000.00026.000.00028.000.00030.000.00032.000.00034.000.000
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MERCADO FARMACÊUTICO - BRASIL Valor Nominal das Vendas em R$ 1000 (sem impostos),
Meses de Janeiro a Dezembro de 1997 a 2009
Os dados de 2002 a 2007 foram retificados pelo Grupemef (vide nota na
110
112
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Indústria Farmacêutica no Estado de São Paulo Índice de Nível de Emprego Industrial
Período: Janeiro de 2008 a Novembro de 2010
Fonte: Sindusfarma / Gerência de Economia
Mercado farmacêutico
4
sobre como deve ficar a situação das pequenas cidades, onde, segundo a profissional da
imprensa, não há farmacêuticos para assumir a responsabilidade técnica dos estabelecimentos.
“O que existe não é falta de farmacêuticos, mas, sim, um excessivo número de
farmácias e drogarias. Muitas são abertas sem nenhum critério sanitário, e não apresentam
comprometimento algum com as questões de saúde da população”, acrescentou o dirigente do
CFF.
Ele observou que há, no Brasil, 140 mil farmacêuticos e 60 mil farmácias. “Os
proprietários de farmácias e drogarias alegam que a contratação de farmacêuticos representa
despesa. Essa argumentação é completamente equivocada. Os proprietários precisam saber
que a contratação do farmacêutico é investimento, é valor agregado. Além do mais, sem
farmacêutico, a farmácia está irregular e o leigo que se encontra ao balcão, dispensando, está
cometendo o exercício ilegal da Farmácia”, denunciou Walter Jorge.
Ele aposta na seguinte idéia: “Se os proprietários, em vez de despesa, ver na
contratação do farmacêutico um investimento, os profissionais começarão a migrar para as
pequenas cidades do interior”.
DESPROPORÇÃO – A recomendação da OMS, de que haja 1 farmácia para cada 8
mil habitantes. Salientou que, se obedecessem a essa proporção, as farmácias não
enfrentariam a cruenta guerra de mercado, onde vale até as propagandas tipo pague dois, leve
três (medicamentos); não se transformariam em mercearias, nem fariam do medicamento a
mercadoria a que foi rebaixado, hoje em dia. Denunciou que, na maioria das cidades, a
proporção chega a ser de 1 farmácia/2.500 mil habitantes.
Para Walter Jorge, as farmácias que não tem condições de contratar um farmacêutico e
cumprir o regulamento sanitário, simplesmente, sequer tem condições de ser abertas. A
abertura pressupõe que o espaço físico do estabelecimento sofra adequações sanitárias.
Para tanto, ele precisa ser vistoriado pela vigilância, por meio do seu departamento de
engenharia sanitária. É preciso, ainda, que mantenha um farmacêutico atuando, durante todo o
tempo de funcionamento. E mais: a farmácia deve ter o Certificado de Regularidade expedido
pelo CRF do Estado. “Farmácias e drogarias são abertas com todas as facilidades, hoje em
dia. Há locais que, de dia, são uma drogaria e, à noite, viram garagem”, denuncia Walter
Jorge.
O Vice-Presidente do CFF ressaltou que as exigências feitas às farmácias comunitárias
são as mesmas feitas às farmácias do setor público. “As farmácias do SUS, também, devem
funcionar com o farmacêutico presente, prestando os seus serviços à população, como a
orientação sobre o uso correto do medicamento e acompanhando o tratamento”.
1.3 O novo cenário competitivo
As empresas de hoje devem urgentemente repensar suas estratégias de marketing e
atuação dentro de seus mercados.
Os avanços tecnológicos permitem que os produtos sejam lançados num tempo cada
vez mais curto onde conseqüentemente o seu ciclo de vida também será mais curto.
A internet mudou a forma de treinamento dos seus funcionários, a forma de vender de
seus produtos e principalmente a forma de encontrar informações para as nossas
necessidades.
O futuro das empresas farmacêuticas tem como dois de seus pilares principais a
rentabilidade e o seu pipeline.
Diferenciais do passado hoje se tornaram situação básica para a permanência de uma
empresa ou produto no mercado.
O marketing moderno coloca abaixo o conceito de venda praticado no passado, onde
as empresas simplesmente colocavam seus produtos no mercado, havia uma verba
promocional, uma capacitação básica da força de vendas e "naturalmente" o produto
era vendido.
Mercado farmacêutico
5
A orientação dos negócios é agora voltado ao marketing e ao cliente e não mais ao
custo de produção e ao produto.
O relacionamento com o cliente deve ser cada vez mais próximo, onde ouvir é o verbo
mais utilizado pelas empresas de sucesso. No conceito de clientes não estão incluídos
somente a classe médica ou os consumidores finais do produto, mas também e
principalmente os funcionários das empresas.
O comprometimento de todos dentro de uma instituição é ponto chave na
implementação das estratégias de uma companhia, pois através dela surgem novas
idéias, novos mecanismos de feedback e uma melhor qualidade e quantidade nos
serviços prestados.
O governo também estabelece diversas mudanças nas leis que regem o setor
farmacêutico, com modificações importantes que passam desde o estabelecimento de
novas regras para a promoção até as normatizações dos registros de produtos
farmacêuticos.Os profissionais deste setor devem estar muito bem esclarecidos sobre
todas elas para não sofrerem surpresas , até mesmo da concorrência,que está utilizando
este novo cenário como mais uma arma para sobrepor seus adversários.
1.3.1 Gestão de Pipeline
• Do momento em que você identifica um potencial cliente até o fechamento da venda,
existem diferentes etapas que merecem atenção e posturas diferenciadas.
• Este conjunto de etapas é chamado de "Funil de Vendas" ou "Pipeline". Cada empresa,
produto ou serviço, possui um ciclo de vendas diferente.
• Pipeline competitivo significa o lançamento de produtos com amplo potencial de
mercado.
Qual a importância e utilidade da Gestão de Pipeline?
É comum encontrar vendedores e gerentes desorientados sobre qual o "próximo
passo", o que realmente deve ser feito a seguir para se caminhar para o fechamento de uma
venda.
• A Gestão de Pipeline é capaz de indicar que caminho seguir. Ajuda-o na tomada de
decisões, facilita o planejamento do tempo e, conseqüentemente, a fechar negócios.
• No âmbito gerencial, oferece uma melhor visão sobre as oportunidades de venda,
maior controle sobre as ações e prioridades da equipe, além de facilitar a comunicação
por gerar uma linguagem comum.
Gestão estratégica
6
2 GESTÃO ESTRATÉGICA
2.1 Conceitos de organização e administração
• Organização compreende as decisões sobre a divisão de poder, traduzindo em
autoridade, tarefas e responsabilidades entre pessoas e na divisão de recursos para
realizar as tarefas. (REIS, 2009).
• Para Srour (1998) toda organização constitui um micro-cosmo social onde o caráter
precípuo das organizações pode ser definido a partir de três dimensões analíticas:
econômicas, políticas e sociais – que demarcam todo espaço social e que, de fato, se
interpenetram ou imbricam. Essas três dimensões, além da dominância, servem para
demarcar espaços internos e variados, como unidade produtiva, entidade política e
agência ideológica.
• O termo administração também possui muitas definições, e optou-se, por não ser este
o foco do curso, definir o termo com uma definição mais simples, mas ainda assim
abrangente.
• De acordo com MAXIMIANO (2006), administração é “o processo de tomar
decisões sobre objetivos e utilização de recursos”.
2.2 Motivação como ferramenta na gestão estratégica
• As antigas abordagens de motivação acreditavam que poderiam manipular
empregados através de recompensas financeiras ou sociais, pressupondo que assim os
empregados tivessem melhor rendimento no trabalho.
• Pirâmide de Maslow. Fonte: Adaptado de DAFT (2005).
Pirâmide de Maslow, observa-se a ordem e as necessidades a serem atingidas para
idealizar a motivação:
1. As necessidades Fisiológicas são aquelas relacionadas à manutenção da vida de
maneira básica, sobrevivência, como alimentação, água, ar, sexo, salário base.
2. As necessidades de Segurança dizem respeito a um ambiente livre de ameaças, tanto
físicas quanto emocionais, sendo esta conseqüência de uma sociedade em ordem, família
estruturada, contra violência.
Gestão estratégica
7
3. As necessidades Sociais compreendem a aceitação social, fazer parte de um grupo,
ter amigos e relacionar-se bem com os colegas de trabalho e seus superiores.
4. As necessidades de Estima são representadas pelo reconhecimento de seu trabalho,
sua importância e responsabilidades dentro de um meio social, uma auto-imagem positiva
frente aos outros.
5. As necessidades de Auto-realização, a mais alta da hierarquia, são compostas pelo
desenvolvimento pleno de suas potencialidades, participação de treinamentos, crescimento
profissional, aumentando sua competência e assim tornando-o uma pessoa melhor.
Assim, Daft (2005), destaca que uma pessoa que deseja segurança física dedicará seus
esforços para um ambiente mais seguro e não estará preocupada com as necessidades de
estima ou auto-realização, satisfeita esta necessidade a pessoa passa a focar-se no próximo
nível da hierarquia.
2.3 Estruturas organizacionais
• Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de atividades e recursos,
visando ao alcance de objetivos e resultados estabelecidos. Djalma, 2002, p. 84.
• Estrutura organizacional: Forma pela qual as atividades de uma organização são
divididas, organizadas e coordenadas. Stoner, 1992, p.230.
Análise SWOT
8
3 ANÁLISE SWOT
A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise
de ambiente), sendo usado como base para gestão e planejamento estratégico de uma
corporação ou empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer
tipo de análise de cenário, desde a criação de um blog à gestão de uma multinacional.
A análise SWOT pode servir para se avaliar uma empresa, um projeto, uma parte do
projeto, um produto, uma equipe, entre outros.
A análise SWOT é uma poderosa ferramenta de marketing, e deve ser realizada ao
menos uma vez por ano, durante o planejamento estratégico de marketing.
A sigla SWOT:
o (S) Strengths (Pontos Fortes, de origem interna)
o (W) Weaknesses (Pontos Fracos, de origem interna)
o (O) Opportunities (Oportunidades externas)
o (T) Threats (Ameaças externas)
Perguntas que podemos fazer para compor a Análise SWOT quanto à:
Pontos Fortes: • O que você (empresa/equipe/pessoa) faz bem?
• Que recursos especiais você possui e pode aproveitar?
• O que outros (empresas/equipes/pessoas) acham que você faz bem?
Pontos Fracos: • No que você pode melhorar?
• Onde você tem menos recursos que os outros?
• O que outros acham que são suas fraquezas?
Ameaças: • Que ameaças (leis, regulamentos, concorrentes) podem lhe prejudicar ?
• O que seu concorrente anda fazendo?
Oportunidades: • Quais são as oportunidades externas que você pode identificar?
• Que tendências e "modas" você pode aproveitar em seu favor?
Um ponto forte de sua empresa poderia ser:
o Vasto conhecimento em marketing, especializado na área.
o Um novo produto ou serviço inovador.
o A localização da empresa.
o Qualidade dos processos e procedimentos.
o Qualquer outro aspecto que adicione valor ao seu produto ou serviço.
Um ponto fraco da sua firma poderia ser:
o Falta de conhecimento em marketing.
o Produtos ou serviços semelhantes (ex. Em relação a seus competidores).
o A localização do seu negócio.
o Baixa qualidade de seus produtos ou serviços.
o Reputação duvidosa.
Uma oportunidade para seu negócio poderia ser: o Um mercado em desenvolvemento, por exemplo: a internet.
o Fusões, juncão entre empreendimentos ou aliança de estratégias.
o Mudança para novos áreas do mercado, às quais oferecem melhores lucros.
o Um novo Mercado Internacional.
o Uma vaga no Mercado causada pela ineficácia da competição.
Uma ameaça poderia ser: o A entrada de um novo competidor em sua area empresarial.
Análise SWOT
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o Guerra de preços com competidores.
o Um competidor tem um novo produto ou serviço inovador.
o A competição possui um melhor acesso aos canais de distribuição.
o Taxas são introduzidas ao seu produto ou serviço.
3.1 Modelos mais utilizados
1. Construção de tabela:
2. Mapas mentais:
Análise SWOT
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3.2 Modelo de Analise SWOT: Plano de Ação
Com a lista compilada, agrupe e organize as idéias e fatos listados, em ordem de
importância em relação aos objetivos da empresa.
É importante selecionar os cinco principais itens de cada grupo para que se possa ter
uma idéia mais clara do todo.
É muito importante nesse momento manter o foco nos objetivos da análise,
descartando as informações secundárias e definindo responsáveis pela pesquisa de
informações complementares sobre um ou outro aspecto levantado, e para o desenvolvimento
de projetos em resposta ao ambiente representado na análise.
E revisite sua Matriz Swot regularmente, para verificar se há itens pendentes ou
mudanças importantes que possam indicar a necessidade de uma eventual mudança nos
planos da empresa.
Dicas para uma análise SWOT eficiente:
1º. Tenha claro o objetivo da análise, e de preferência estabeleça uma meta por escrito, por
exemplo: Repensar a estratégia da empresa e a direção dos negócios.
2º. Selecione a equipe ideal: Pense qual seria a quantidade de pessoas e a mistura de perfis e
especialidades da equipe.
3º. Prepare as pessoas para a reunião: envie informações sobre a Análise SWOT, as matrizes
preenchidas em ciclos anteriores, defina papéis específicos (pessoas encarregadas de sondar
matérias impressas ou conteúdo online sobre a concorrência, por exemplo).
4º. É importante ser o mais analítico, específico e orientado a decisão no momento de
preencher a Matriz SWOT – mera descrição não é o bastante.
Análise SWOT
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O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da empresa, uma vez que ele
é resultado das estratégias de atuação definidas pelos próprios membros da organização. Desta
forma, durante a análise, quando for percebido um ponto forte, ele deve ser ressaltado ao
máximo; e quando for percebido um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo ou,
pelo menos, minimizar seu efeito. Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da
organização. Mas, apesar de não poder controlá-lo, a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo
com freqüência, de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças.
Como poderia ser uma “análise SWOT pessoal”?
Strengths/Forças: * perceba: Quais são as suas vantagens como profissional? O que você faz
de melhor? O que o mercado, sua empresa e seus colegas percebem como sua maior força?
Qual o seu grau de esclarecimento e informação sobre o mundo ao redor? Veja o que o leva a
ter maior distanciamento de seus concorrentes no mercado de trabalho.
Weaknesses/Fraquezas: * identifique as áreas em que haja maior conflito: Em que aspectos
você pode melhorar? Que tipo de tarefa ou atribuição você ainda não faz satisfatoriamente? O
que deve ser evitado? Existem queixas de seu superior direto? O que ainda não foi cumprido
por você? O que ainda não está sendo entendido por você em sua área de atuação?
Opportunities/Oportunidades: *Esforce-se para descobrir na sua área de competência as
forças que possui e que não estão sendo bem utilizadas: Existe alguma tendência do mercado
que pode ser vista como o "pulo do gato" para você? Existe alguma área correlata à sua na
qual pode investir e prestar um bom serviço ou oferecer um bom trabalho, mas nunca esteve
antes? Quais as verdadeiras oportunidades à mostra no mercado de trabalho atual? Analise a
situação e pense. Leia e estude muito. Atualize-se. Mantenha contato com seus colegas
próximos e com aqueles que formam seu networking.
Threats/Ameaças: * visualize o mundo exterior e seja também um pouco introspectivo para
entender o que pode ser prejudicial à sua carreira. Que obstáculos existem pela frente? O que
os demais profissionais, competidores como você, estão fazendo? Alguma nova tecnologia
tem a ver com seu trabalho atual? As competências necessárias para sua área de atuação estão
sendo alteradas? Você passa por problemas financeiros, de desenvolvimento ou algum outro
não identificado? Você sente que, de forma geral, os demais profissionais, seus concorrentes
no mercado, estão se fortalecendo ou existem outros fatores que podem impedir o seu sucesso
na carreira?
Então, respondendo com consciência e uma certa abstração a essas perguntas,
analisando nosso momento pessoal e profissional, podemos traçar o perfil que desejamos para
nossa carreira e definir que rumos tomar a partir daí. Pode ser que já o façamos de outras
maneiras, sem que se queira chamar de "SWOT" tal exercício, mas há que se ter em mente
duas palavras quando tratamos de carreira: reflexão e planejamento. Duas simples palavras e
uma mesma forma de encontrar um caminho.
Pesquisa de Mercado
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4 PESQUISA DE MERCADO
“A necessidade de acompanhamento constante de todo o fluxo logístico de
medicamentos gerou, historicamente, uma grande disponibilidade de banco de dados sobre
promoção, indicação, dispensação e comercialização destes produtos. Fornecedores de
informação e empresas farmacêuticas tiraram proveito deste fato, fazendo da indústria
farmacêutica uma das mais bem servidas em termos de fontes de informações competitivas
para fins estratégicos e de tomada de decisão.”
Por Cláudio Wiltemburg
A pesquisa de mercado abrange:
• Área de Marketing
• Tecnologia da informação
• Área de Inteligência de Mercado
Fluxo de um Projeto de Inteligência de Mercado:
Definição do problema ou questão de negócio
Sejam estes:
Decisões complexas
Elaboração de estratégias de Marketing e ou comercialização de produtos
Conhecimento insuficiente de clientes, fornecedores ou concorrentes
Entre outros
“Lançar um novo produto” não é um problema, mas uma atividade de Marketing e
Vendas. “Qual o melhor posicionamento do mesmo produto nas especialidades médicas
alvo?”, esta, sim, é uma questão de negócio que pode e deve ser respondida por Pesquisa de
Mercado.
Definição do problema ou
questão de negócio
Planejamento ou Estruturação da
Solução
Coleta e Processamento de
Dados
Análise dos resultados
Apresentação de conclusão e
recomendações
Avaliação do Projeto
Pesquisa de Mercado
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Planejamento ou Estruturação da Solução
Uma vez estabelecido adequadamente o problema e o objetivo do projeto, segue a
etapa de analisar e planejar a melhor maneira de responder a questão de negócio
proposta.
1º passo: levantar as hipóteses de respostas possíveis
Obter estrutura lógica de respostas
2º passo: analisar os dados de mercado
Primários: são coletados para um objetivo específico
Pesquisas Ah hoc
Metodologia Qualitativa, Quantitativa, etc.
Instrumento de coleta (questionário, roteiro, etc.)
Secundários: são coletados sem objetivo específico e utilizados pelos analistas
para diversas finalidades
Receituário Médico, Vendas, Promoção Médica, Internet (IBGE,
ANVISA, etc.), Pesquisas Ad hoc Históricas, Bancos de dados internos
ou Publicações e Periódicos.
Coleta e Processamento de Dados
Dados secundários
Quantitativos comerciais, geralmente, se encontram bem estruturados
Informações em sites eletrônicos e publicações exigem do analista maior
esforço de busca e organização
Dados primários
Execução dos projetos de pesquisa Ad hoc
A experiência, a competência e a idoneidade do instituto contratado são
fundamentais
A aplicação correta dos instrumentos de coleta desenvolvidos e
aprovados deve ser acompanhada
Análise dos resultados
O desafio do analista é aplicar métodos e ferramentas adequadas aos dados coletados
na etapa anterior, de modo a efetivamente responder às hipóteses desenvolvidas na
etapa de planejamento.
Todos os dados e análises devem fazer sentido para responder ao objetivo central do
projeto.
Por exemplo, no lançamento de um novo produto, pesquisas ad hoc podem ser
realizadas para encontrar o posicionamento de marketing mais adequado ou testar um
material ou uma mensagem promocional, mas os resultados destas pesquisas
necessariamente terão que ser colocados e cruzados com outros resultados de outras
partes do projeto maior, como preço, análise dos concorrentes, etc.
Apresentação de conclusão e recomendações
Esta etapa consiste em organizar os resultados obtidos através das anteriores. Apesar
de ser teoricamente mais simples, algumas armadilhas podem levar a erros críticos,
comprometendo todo o sucesso do projeto.
Quanto mais direta e objetiva a apresentação mais ficará comprovada sua eficácia.
Sempre pensar no público que receberá a informação
Pesquisa de Mercado
14
Avaliação do Projeto
Feedback em relação ao processo e seus resultados.
Esta avaliação deve ser executada em dois níveis
Internamente pelo gestor da área de Pesquisa de Mercado
Externamente pelos clientes que requisitaram o projeto
Segundo o SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), pesquisa de
mercado significa:
“A coleta sistemática e o registro, classificação, análise e apresentação objetiva de dados
sobre hábitos, comportamentos, atitudes, valores, necessidades, opiniões e motivações de
indivíduos e organizações dentro do contexto de suas atividades econômicas, sociais, políticas
e cotidianas”.
As pesquisas mais comuns e suas principais aplicações
• Potencial de consumo – usada para avaliar a demanda de produtos e serviços e
embasar decisões de entrada em mercados desconhecidos.
• Satisfação do cliente – usada para identificar falhas e oportunidades de melhoria nos
produtos e serviços, pode ser feita de forma contínua ou esporádica.
• Participação de mercado (market share) – mede a força da empresa e de seus
concorrentes no mercado e, entre outras aplicações, usada para direcionar os esforços
promocionais, a força de vendas e a propaganda.
• Preferência (share-of-mind) – usada em conjunto com a de participação de mercado,
permite observar a elasticidade do mercado com relação a produtos e marcas,
ajudando a dimensionar os investimentos em comunicação.
• Lembrança (recall top-of-mind) – utilizada para avaliar a eficiência da comunicação e
a percepção de qualidade do produto.
• Mídia – empregada para medir a participação e o perfil do público-alvo de um veículo
de comunicação, serve para escolher onde e quando anunciar.
• Comportamento do consumidor – usada para desenvolver produtos e embasar
campanhas publicitárias.
• Teste de novos produtos e serviços – utilizado para avaliar e ajustar produtos,
reduzindo os riscos dos lançamentos.
• Escolha de ponto-de-venda – usada para avaliar a melhor alternativa de local para a
instalação de determinado negócio.
A empresa deve recorrer às pesquisas sempre que tiver que tomar decisões de
marketing importantes, tais como:
• Expandir a área geográfica de atuação,
• Entrar em novos segmentos de mercado ou canais de distribuição,
• Lançar ou aperfeiçoar produtos e serviços,
• Dimensionar a equipe de vendas,
• Credenciar revendedores ou distribuidores,
• Escolher um ponto comercial,
• Definir qualidade e variedade dos produtos e serviços a ser comercializados,
• Definir os meios de divulgação mais adequados,
• Ajustar preços,
• Posicionar produtos e marcas,
• Iniciar um novo negócio (deve fazer parte do plano de negócios).
Pesquisa de Mercado
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A imprescindível participação da pesquisa de mercado
• Conhecer as necessidades e exigências do público consumidor é hoje o mais
importante patrimônio de uma empresa. O mercado dinâmico e o atual estágio das
comunicações, não permitem que se façam projetos sem antes pesquisar as
possibilidades de sucesso, as várias tendências e influências externas ao que se
pretende fazer.
• O instrumento da pesquisa tornou-se a mais imprescindível ferramenta para manter
uma empresa atualizada e atenta aos riscos e oportunidades que o mercado oferece.
• A pesquisa de mercado é uma ferramenta que deve ser usada pelos tomadores de
decisões dentro de empresas, sejam elas indústria, comércio ou prestador de serviço.
• Conheça sua população, Censo Social e Integração da Informação. Serviços para
prefeituras que visam futuro.
• A pesquisa de mercado como uma das principais ferramentas que possibilitam o
entendimento adequado de um cenário seja externo ou interno à empresa.
• Através da aplicação de questionários elaborados sob medida para o cliente, a
metodologia utilizada possibilita o levantamento de gaps existentes na organização, ou
entre a empresa e as suas interfaces, e a estruturação de planos de ação consistentes,
transformando dados em conhecimento e possibilitando o estabelecimento de
indicadores mensuráveis.
Estabelecimentos dos objetivos
16
5 ESTABELECIMENTO DOS OBJETIVOS
Os objetivos podem ser estabelecidos através das declarações da missão e da visão da
empresa, além de estabelecer critérios esperados e tipos de objetivos.
5.1 Missão e Visão
• A Visão é composta pelos sonhos da empresa, ou seja, ela é a sua maior aspiração, é
aonde ela pretende chegar, o que pretende ser. Ou ainda, a forma como quer ser
reconhecida no seu nicho empresarial, no mercado ou na sociedade em que está
inserida.
• Já a Missão, pode ser entendida como o papel que a empresa terá perante a sociedade,
enfim, quais são os benefícios que a sua atividade produtiva - seja ela industrial,
comercial ou prestação de serviços - trará para a coletividade ou, pelo menos, ao seus
clientes. Missão é, portanto, a função social da atividade da empresa dentro de um
contexto global.
Um exemplo de MISSÃO:
“Entender as necessidades e oportunidades de nossos clientes e oferecer soluções de
comunicação mais rápidas e melhores do que qualquer outro competidor. Conduzir os
negócios de forma rentável para sustentar nosso crescimento contínuo e gerar lucro para os
nossos acionistas. Buscar a satisfação dos nossos colaboradores e contribuir para o bem estar
da comunidade.”
Um exemplo de VISÃO:
“Acreditamos em um mundo "todo comunicado". Voz, dados, imagens e vídeo
convenientemente integrados a qualquer hora e lugar do mundo, aumentando a qualidade de
vida, produtividade e tornando possível um mundo que aproveite melhor seus recursos.
Somos uma das grandes forças progressivas, trabalhando em todo o mundo, direcionados para
que esta comunicação avançada aconteça. Somos vistos como modelo de uma rede
organizada, trabalhando com inovadores e empreendedores em times globais.”
Um exemplo de Principais Valores:
Temos três valores-chave que mostram como tratamos as pessoas e como fazemos negócios.
Estes valores são a fundação da cultura Ericsson, que nos guia em nosso trabalho diário.
*Profissionalismo
* Respeito
* Perseverança
Fonte: http://www.ericsson.com/br/ericsson/missao_visao/missao_visao.shtml
5.2 Critérios esperados
• A missão deve responder o que a empresa ou a organização se propõe a fazer, e para
quem. O enunciado da missão é uma declaração concisa do propósito e das
responsabilidades da sua empresa perante os seus clientes: Por que a empresa existe?
O que a empresa faz? Para quem? • O enunciado da visão é a descrição do futuro desejado para a empresa. Esse enunciado
reflete o alvo a ser procurado - pelos esforços individuais, pelos esforços das equipes e
pela alocação dos recursos- e deve conter tanto a aspiração, como a inspiração.
5.3 Tipos de objetivos
A busca dos objetivos deve buscar responder às seguintes questões: O que se quer
alcançar? Onde se quer chegar? E com que meios se pretende agir.
• Objetivos não-financeiros
• Objetivos de marketing
Estabelecimentos dos objetivos
17
• Objetivos relacionado aos clientes
Desenvolvimento das estratégias
18
6 DESENVOLVIMENTO DAS ESTRATÉGIAS
6.1 A mudança nas atitudes, informação e desejos do consumidor atual
Alguns especialistas são categóricos em afirmar que nem mesmo o consumidor sabe o
que quer. Por isso, toda empresa deve estar atenta para atender as demandas reprimidas. Mas,
num cenário em que produtos e serviços são semelhantes, o que vai diferenciar uma marca da
outra é a experiência positiva proporcionada em todos os contatos com um produto ou
serviço.
As preferências do consumidor em relação a produtos e serviços estão mudando de
maneira permanente. Para entender esse fluxo contínuo e poder desenvolver um composto de
marketing apropriado ao mercado-alvo, os profissionais de marketing devem ter um completo
conhecimento do comportamento do consumidor.
O comportamento do consumidor significa como consumidores tomam decisões de
compra e como se utilizam e descartam mercadorias e serviços adquiridos.
O estudo do comportamento do consumidor também inclui a análise dos fatores que
influenciam as decisões de compra e o uso do produto.
Entender como os consumidores tomam decisões de compra pode ajudar os
profissionais de marketing de diversas maneiras.
Por exemplo, se um profissional sabe por meio de pesquisas, que a embalagem final de
uma deocolônia é o atributo mais importante do produto para certo mercado-alvo, o fabricante
pode redesenhar o produto para atender a esse critério.
Se uma empresa não puder modificar o produto no curto prazo, pode utilizar
promoções para modificar o critério de decisão dos consumidores.
Por exemplo, um fabricante de deocolônia pode anunciar embalagens promocionais
pague 1 leve 2, de modo a compensar sua apresentação final.
A jornalista Nadja Sampaio assina a coluna Direito do Consumidor no jornal O Globo
e recebe cerca de 7 mil e-mails por semana de clientes insatisfeitos com produtos e serviços.
Na lista a seguir, Nadja enumera os principais desejos do consumidor:
1) O consumidor quer ter o serviço ou o produto no preço justo e sem ter problema.
2) Se tiver problema, que a empresa tenha um telefone grátis para atendê-lo.
3) Não quer ficar esperando ser atendido c/ musiquinha no 0800.
4) Não quer ficar sendo jogado de um departamento para o outro, sem ter solução.
5) Quer receber informações claras.
6) Receber promoções verdadeiras.
7) Que a promessa de retorno da ligação seja cumprida.
8) Que as promessas de solução sejam cumpridas.
9) Que os prazos prometidos sejam cumpridos.
10) Que os direitos sejam respeitados, sem precisar brigar na Justiça.
6.2 Como tornar a equipe agentes de feedback para satisfação das necessidades dos
clientes
A equipe do atendimento precisa estar convencida do valor de seu trabalho e obter
resultado efetivo, para atender bem o cliente.
É muito importante um trabalho com os funcionários chamados de pontos de
equilíbrio dentro da empresa, tais como guardas, recepcionistas, atendentes, telefonistas,
operadores, etc.
É preciso educar os funcionários antes de treiná-los em habilidades, com foco em
relações humanas. Se eles falham, a empresa perde a chance de solucionar a questão antes de
Desenvolvimento das estratégias
19
se transformar numa pendência em órgão de defesa do consumidor, com mais danos à sua
imagem.
Cabe à empresa se antecipar e evitar problemas que possam ser enquadrados como
desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor.
Este é um diferencial no mercado que não se obtém por meios de campanhas
promocionais ou pesquisas de opinião.
Cabe a empresa estar atenta à sociedade e às suas mudanças, para , respeitando a
demanda, antecipar soluções.
6.3 Desenvolvimento de marketing pessoal aplicado à saúde como diferencial de
sucesso
O profissional que deseja estar apto ao mercado deve buscar meios de atrair
conhecimentos e informações, se antevendo às mudanças e elaborando, criativamente, formas
de estar adiante do desenvolvimento e certo do seu gerenciamento pessoal.
É importante a prática do networking, pois todos os contatos, de uma maneira ou de
outra, podem ser fontes de informação e importantes veiculadores de idéias.
6.4 Marketing pessoal como ferramenta de automotivação
“A maior descoberta da minha geração é que qualquer ser humano pode mudar de
vida, mudando de atitude.”
(William James 1842-1910)
A automotivação surge a partir do momento em que você percebe que há sentido em
tudo o que faz e passa a gostar do que está fazendo, reconhecendo sua importância para seu
projeto de vida e sempre o instiga a continuar progredindo.
Inteligência emocional como fator de sucesso. Até pouco tempo atrás o sucesso de
uma pessoa era avaliado pelo raciocínio lógico e habilidades matemáticas e espaciais (QI).
Mas o psicólogo Daniel Goleman, PhD, com seu livro "Inteligência Emocional" retoma uma
nova discussão sobre o assunto. Ele traz o conceito da inteligência emocional como maior
responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas. A maioria da situações de trabalho é
envolvida por relacionamentos entre as pessoas. Desta forma pessoas com qualidades de
relacionamento humano, como afabilidade, compreensão, gentileza têm mais chances de obter
o sucesso.
“... Autoconsciência, autocontrole, consciência social e habilidade de gerenciar
relacionamentos – são os aspectos fundamentais do QE que os traduzem em sucesso
profissional...”
“No mundo dos negócios, este tipo de afirmação, muitas vezes, não passa de
modismo, sem nenhuma substância. Pórém, neste caso, houve a participação de uma ampla
rede de pesquisadores, garantindo que a aplicação do QE seja baseada em dados sólidos. O
Consórcio para Pesquisa sobre Inteligência Emocional em Organizações (CREIO), na
Universidade de Tutgers, foi o pioneiro na catalização desse trabalho científico, colaborando
com organizações que vão desde o Escritório de Gerenciamento de Pessoal do governo até a
American Express.”
“Hoje em dia, as empresas de todo o mundo olham rotineiramente através das lentes
do QE para controlar, promover e desenvolver seus empregados. Por exemplo, a Johnson &
Johnson descobriu que, em filiais do mundo inteiro, os funcionários que em meio de carreira
possuíam um maior potencial de liderança tinham aptidões de QE muito melhores do que
seus colegas menos promissores ...”
Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. De
autoria de Daniel Goleman.
Desenvolvimento das estratégias
20
Envolvimento e entusiasmo
Sobrevivência: Nossas emoções foram desenvolvidas naturalmente através de
milhões de anos de evolução. Como resultado, nossas emoções possuem o potencial
de nos servir como um sofisticado e delicado sistema interno de orientação. Nossas
emoções nos alertam quando as necessidades humanas naturais não são encontradas.
Por exemplo, quando nos sentimos sós, nossa necessidade é encontrar outras
pessoas.Quando nos sentimos receosos, nossa necessidade é por segurança. Quando
nos sentimos rejeitados, nossa necessidade é por aceitação.
Tomadas de Decisão: Nossas emoções são uma fonte valiosa da informação. Nossas
emoções nos ajudam a tomar decisões. Os estudos mostram que quando as conexões
emocionais de uma pessoa estão danificadas no cérebro, ela não pode tomar nem
mesmo as decisões simples. Por que? Porque não sentirá nada sobre suas escolhas.
Ajuste de limites: Quando nos sentimos incomodados com o comportamento de uma
pessoa, nossas emoções nos alertam. Se nós aprendermos a confiar em nossas
emoções e sensações isto nos ajudará a ajustar nossos limites que são necessários para
proteger nossa saúde física e mental.
Comunicação: Nossas emoções ajudam-nos a comunicar com os outros. Nossas
expressões faciais, por exemplo, podem demonstrar uma grande quantidade de
emoções. Com o olhar, podemos sinalizar que precisamos de ajuda. Se formos
também verbalmente hábeis, juntamente com nossas expressões teremos uma
possibilidade maior de melhor expressar nossas emoções. Também é necessário que
nós sejamos eficazes para escutar e entender os problemas dos outros.
União: Nossas emoções são talvez a maior fonte potencial capaz de unir todos os
membros da espécie humana. Claramente, as diferenças religiosas, cultural e política
não permitem isto, apesar dar emoções serem "universais".
“A MELHOR FORMA DE PREVER O FUTURO É CRIÁ-LO.”
(Peter Drucker)
Desenvolvimento das estratégias
21
Por Fabiano Brum (*):
Em um trecho de uma das músicas gravadas pelo grupo de rock Tihuana, o
compositor questiona: “Que vês quando me vês?”.
Esta interrogação tem muita relação com o marketing pessoal, principalmente com
a nossa “imagem”, ou seja, a impressão que passamos para outras pessoas sobre nossa
postura pessoal e profissional.
Freqüentemente compramos, experimentamos produtos, serviços ou contratamos
pessoas baseadas puramente na “imagem ou impressão” que elas nos passam. Como por
exemplo: entramos naquela loja porque a vitrine nos atraiu, provamos um pedaço daquela
torta de morangos pois ela estava linda no refrigerador da panificadora, compramos o
picolé pois o sorveteiro nos pareceu ser uma pessoa asseada, contratamos aquele
profissional porque na entrevista gostamos da sua forma de se vestir e ele apresentou-se de
uma maneira sóbria, ética e comunicativa.
Observe que nos exemplos acima nossas decisões foram quase que na totalidade
baseadas na “imagem”, e mesmo que esta nos engane futuramente ou que se apresente de
uma outra forma, no primeiro momento, o que compramos ou contratamos foi nossa
impressão e percepção.
Um dito popular diz: “Raramente temos uma segunda chance de causar uma
primeira boa impressão!” - Amigos, mais uma vez “imagem”!
Será que somos aquilo que pensamos ser, ou aquilo que os outros vêem? Será que
basta ser, ou também é preciso parecer?
Marketing pessoal é o ato de um indivíduo ir modificando seu comportamento e
sua forma de agir, visando um melhor posicionamento no mercado, melhorando sua
imagem perante as empresas e/ou pessoas que lhe interessam. Para isso precisamos
desenvolver técnicas para poder divulgar nossa imagem, nossa competência e utilizar
nossos contatos para chegar onde queremos.
Para passar a imagem assertiva, um profissional deve realizar três atividades:
1 - Entender o que o mercado precisa, o que o mercado e as pessoas esperam.
2 – Realizar uma auto-análise procurando refletir sobre o seu atual posicionamento.
Ou seja, qual imagem está conseguindo passar hoje para este mercado e estas pessoas?
3 – Procurar se adaptar, estudar e evoluir no sentido de buscar ser e ter uma
imagem o mais próxima do ideal de mercado, para em seguida começar a se divulgar
através de sua rede de relacionamentos e outros meios.
Porém, para que seu tiro não saia pela culatra, vale a pena mais uma reflexão:
- Muitas vezes nem mesmo o mercado tem uma real percepção do ideal, e muitas
pessoas têm feito sucesso justamente atuando e passando uma imagem diferente daquilo
que se espera, buscando um diferencial, fazendo aquilo que ninguém fez, passando uma
imagem que ninguém passou, ou seja, fazendo o óbvio e mostrando um algo a mais.
Mas uma coisa é certa! No campo da “imagem” é bom seguir o conselho do
Roberto Carlos: “detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes para
esquecer”.
Os detalhes farão a diferença. Preocupe-se com aparência pessoal (roupas
adequadas, corte de cabelo, etc), cartão de visita, estruturação de um bom site na
internet, visibilidade inteligente, boa comunicação, postura, ética e não se esqueça, quem
não é visto não é lembrado.
Melhore sua imagem e afine-se para o sucesso!
(*) Fabiano Brum: Palestrante especialista em motivação vem destacando-se em
palestras, cursos e seminários pela maneira inteligente e criativa com que alia seu
conhecimento musical aos temas de seus treinamentos.
Formação de preço
22
7 PREÇO UM PROBLEMA OPERACIONAL
7.1 Preço
A definição de preço pode ser bem variável:
• O consumidor se desfaz de uma quantia monetária para satisfazer suas exigências, e
em contrapartida à empresa cede seu produto com objetivo de assegurar certo lucro ou
retorno.
• O preço é um elemento quantitativo que resume de forma numérica as estratégias de
marketing que a empresa tentou seguir. – o preço é o único elemento de marketing
gerador de receita, os outros geram despesas.
• Em outras palavras, o preço é a única forma de quantificar o mix de marketing. – os 4
P’s: Produto, Promoção, Ponto e Preço.
A decisão de preço é considerada o problema operacional mais importante para a
empresa. Pois, em curto prazo: o preço cobrado pode ser influenciado pelo mercado. A
sobrevivência no longo prazo depende: obter receita para cobrir os custos operacionais e ainda
deixar uma margem de lucratividade que o mercado considera razoável. – operação de “Take
Over”.
7.2 Formação de preço
Preço baseado no custo • Método antigo
• Preço do produto determinado sobre o seu custo
• Colocação de um “adicional”, os diferenciais “justificam” o preço final
Preço baseado no valor
• Proporciona maior crescimento do produto e da empresa a longo prazo
• Clientes-alvo fornecem a informação sobre a sua percepção do que lhes traz valor
• Produto mais focado as necessidades do mercado
Fonte: Italiani, F. (2006)
Importante
• Nem sempre a formação de preço é baseada no valor, considerando que na indústria
farmacêutica existe uma pressão da matriz ou dos proprietários em obter uma alta
margem de lucro por produto prefixada
• É comum a segmentação de mercado ser implementada não somente como uma
estratégia de marketing, mas também devido à dificuldade de atingir maiors número
de clientes pelo alto preço do produto
7.3 Condições mercadológicas para a formação do preço
A figura 1 demonstra que a análise competitiva deve ser considerada para identificar
as oportunidades de diferenciação, e que a análise do consumidor identifica os desejos do
consumidor e a segmentação significativa do mercado. A partir desta definição, podem ser
traçadas as características que criam valor ao produto por meio da seleção do público-alvo,
dos elementos do composto de marketing e da campanha publicitária. DOLAN e SIMON
(1998) consideram que estas etapas, além de outras medidas de apoio, determinam o valor do
produto no mercado e o torna disponível ao comprador final.
Formação de preço
23
7.4 A teoria econômica
O maior Vox populi em negócio:
• O objetivo da empresa é maximizar o lucro.
• As suposições implícitas no modelo teórico não são apropriadas à vida real:
- As empresas raramente possuem ou conseguem dados empíricos necessários à
construção da curva de demanda.
- Os objetivos estabelecidos para as empresas, na maioria dos casos, são para
sobrevivência em longo prazo.
- Os mercados não praticam as características assumidas em competição perfeita e o
comportamento do comprador não é racional.
As limitações práticas da teoria econômica forçaram o mercado a procurar outras
técnicas para a decisão de preço:
Abordagem orientada ao custo do produto.
Abordagem orientada ao valor do produto.
Abordagem orientada ao mercado.
Abordagem orientada ao mercado
O preço pode ser limitado pelo mercado ou por problemas mercadológicos ou
contratuais.
Regulamentação do governo
Condições do ambiente econômico
Desenvolvimento tecnológico
Competição de mercado
Padrões de compra dos consumidores
Formação de preço
24
Algumas considerações
• Sobre a estratégia para definição de preço, LOVELOCK e WRIGHT (2001:277)
esclarecem que: “Os custos que uma empresa necessita recobrar normalmente
impõem um preço mínimo, um piso, para uma oferta específica de serviço, e o valor
percebido da oferta para os clientes que estabelece um máximo, ou teto”.
• E, ainda, o preço cobrado pela concorrência para serviços similares ou substitutos
determina a localização dentro da faixa que vai do piso ao teto, possibilitando a
definição do preço.
Formação de preço de pequenas empresas:
Se não for usada uma metodologia profissional para formar o preço de venda dos
produtos, muito provavelmente também nunca vão saber se estão ganhando ou perdendo. Se
não sabem onde estão ganhando ou perdendo, na melhor das hipóteses jamais vão ter
condições de agir estrategicamente, utilizando o preço como arma na conquista de novos
clientes e do mercado.
Normalmente ao ser questionado sobre como precifica seus produtos o
microempresário normalmente resume sua metodologia, como sendo: Compro por R$ 20,00 e
vendo por R$ 40,00″.
Com essa declaração o microempresário define com poucas palavras aquele que é o
método de precificação preferido pelos administradores de pequenos negócios.
O percentual aplicado pode, até, variar de empresa para empresa, mas o procedimento
adotado permanece quase que invariavelmente o mesmo: duplica-se ou triplica-se o preço de
custo.
Á primeira vista os especialistas mais exigentes e habituados aos rebuscados
instrumentos de precificação adotados nos empreendimentos de maior porte podem considerar
o sistema empregado, como um procedimento de alto risco, quase um suicídio da pessoa
jurídica.
Ninguém duvida que seja, mesmo, um procedimento arriscado. No entanto, também,
não vamos exagerar. Reconheçamos que o método simplificado seguido pelas empresas de
pequeno porte pode, até, gerar resultados satisfatórios, desde que a “conta simples” da
empresa, na verdade, não seja tão simples quanto parece.
Entendemos que o realinhamento de preços (aumentos ou reduções) visa
prioritariamente aumentar ou manter a lucratividade da empresa, o que se busca, ao alterar os
preços de vendas é a melhor combinação entre preços e volumes vendidos.
A combinação mais lucrativa define o nível do preço a ser escolhido entre diversas
alternativas possíveis. O estudo dessa combinação é muito desejável, porque, conforme se
sabe, a quase totalidade dos produtos e serviços oferecidos em mercados de alta
competitividade apresenta uma relação inversa entre os seus preços e seus volumes de vendas,
sendo esse fenômeno denominado de elasticidade de procura: quanto maior o preço, menor o
volume vendido; quanto menor o preço maior o volume das vendas.
É necessário desenvolver, pelo menos, uma noção aproximada dessa relação preço-
volume, coisa que não é difícil para o pequeno empresário que tenha conhecimento adequado
das condições do mercado em que opera.
Classificação dos clientes:
Compradores de conveniência: Prioriza a localização do ponto de venda e a compra de
similares ou genéricos.
Compradores de preço: Prioriza o impacto do preço e não percebe a diferenciação.
Hospitais, secretarias de saúde e população de baixa renda.
Compradores de valor: Produtos com preço premium devido a sua maior tecnologia.
Formação de preço
25
Compradores de relacionamento: Percebem a diferenciação com a vantagem do
impacto financeiro pequeno. Classe médica.
7.5 Escolha da estratégia de preço de medicamentos
a) Novos produtos
Estratégia de premium price
Esta estratégia visa estabelecer um alto preço de entrada no mercado com o
objetivo baseado nos lucros. Esta estratégia tem como característica ser
geralmente acompanhada de altos investimentos. É recomendada:
Quando a demanda é incerta.
Quando se espera que entre um similar num curto período de tempo.
Quando o produto é tão inovador que a sua expectativa de
amadurecimento é em longo prazo.
Quando o cliente não é sensível ao fator preço.
Quando se quer amortizar rapidamente os investimentos em pesquisa e
desenvolvimento.
Quando está planejado lucro em curto prazo.
Quando se quer evitar o aumento de preços.
Quando o segmento sinaliza que altos preços são percebidos como
diferenciais de qualidade.
Estratégia de penetração de mercado
Esta estratégia visa estabelecer preços mais baixos para aumentar rapidamente
sua participação no mercado e, consequentemente, um aumento rápido nas
vendas. Características desta estratégia são:
O mercado tem alta elasticidade no preço.
É possível reduzir as margens do produto.
Os custos de produção são baixos.
Quando os consumidores são muito sensíveis ao preço.
Para desencorajar a entrada de novos concorrentes.
Quando a empresa possui vantagens nos processos produtivos.
Quando o mercado apresenta poucos riscos de redução dos preços.
Independente da estratégia utilizada é muito importante que todo o lançamento
esteja baseado no conhecimento dos hábitos de prescrição médica e de todos os fatores
que podem influenciar a utilização do seu produto.
b) Produtos já comercializados no mercado
Manutenção do preço
Quando o mercado não apresenta grande variação ou sensibilidade ao preço, os
diferenciais do seu produto já estão estabelecidos e a diferenciação está
baseada em outras atividades.
Redução do preço
Esta estratégia é utilizada como medida defensiva frente à entrada de novos
concorrentes. No caso da concorrência ser um similar ou genérico é devido ao
seu menor preço; no caso de um produto inovador, pode ser por uma vantagem
competitiva do produto aliada a um preço mais baixo.
Aumento do preço
O aumento do preço pode ocorrer devido a mudanças na situação econômica
do país ou à falta de concorrência, aonde o produto vem obtendo grande
volume de vendas e a sua utilização é essencial para certo tipo de tratamento.
Algumas vezes neste tipo de medicamento é para poder melhorar a margem de
Formação de preço
26
toda uma linha de produtos com menor demanda. É importante lembrar que o
aumento de preços deve ser autorizado pelo governo.
c) Estratégia de promoção
Planejamento para 12 meses.
Priorizar os primeiros 6 meses.
Verba em torno de 7-10 % do faturamento líquido.
Ênfase na informação e formação dos clientes.
Campanha traz maior impacto.
Forma de abordagem é o grande diferencial.
Não considerar amostragem pequena de insucessos.
Atingir várias formas de comunicação.
Realizar pesquisa de satisfação.
Conclusão
O processo de formação de preços é naturalmente abrangente e complexo e, por isso,
bastante desafiador. A não aceitação desse fato conduz invariavelmente a decisões erradas.
Em muitos casos, as conseqüências de decisões erradas de preço não se fazem sentir
de imediato. É exatamente nesse ponto onde a precificação incorreta pode ser mais danosa
para a empresa.
Planejamento estratégico
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8 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O que é planejamento estratégico?
Como é de conhecimento geral o conceito de “estratégia” é oriundo de um cenário de
guerra. Chiavenato diz que:
“As constantes lutas e batalhas ao longo dos séculos fizeram com que os militares
começassem a pensar antes de agir. A condução das guerras passou a ser planejada com
antecipação”
Basta assistir a um bom filme de guerra para ver claramente a estratégia aplicada.
O conceito de planejamento estratégico sofreu uma série de refinamentos e hoje sem
planejamento uma empresa não sobrevive. A elaboração de um Planejamento Estratégico
aumenta a probabilidade de que, no futuro, a organização esteja no local certo, na hora
certa. Um plano estratégico oferece uma visão de futuro. Independente do porte da
organização, o plano estratégico indica a direção certa.
Estratégia empresarial
• Estratégia pode ser definida como “o processo de estabelecer metas e objetivos de
longo prazo para a empresa, e de adotar cursos de ação e alocar recursos para atingi-
los”, segundo o historiador Alfred D. Chandler.
• De acordo com David R. Hampton, estratégia é “um plano que relaciona as vantagens
da empresa com os desafios do ambiente. O desafio da estratégia é adaptar a
organização com sucesso ao seu ambiente”.
Competências centrais da estratégia:
Gerenciamento da estabilidade
Detecção de gaps na empresa
Conhecimento do negócio
Administração de mudanças
Análise e projeção de cenários
Envolvimento da equipe
Gerenciamento da estabilidade
A conquista e a permanência no mercado farmacêutico requerem um trabalho de
monitoramento diário sobre as atividades desenvolvidas e a visibilidade da empresa.
Detecção de gaps na empresa
Um problema comum no mercado farmacêutico é o foco das empresas somente nas
suas potencialidades. Os gaps encontrados muitas vezes dependem da percepção que o
cliente está tendo da empresa, das ações de concorrência X potencial de reação e,
principalmente, da capacidade humana no desenvolvimento do trabalho.
Conhecimento do negócio
O sucesso da empresa depende do seu conhecimento profundo do negócio e dos
hábitos e atitudes dos clientes principais. No mercado farmacêutico podemos dizer que
existe variação de conduta até mesmo por especialidade e por faixa etária quando
falamos em adquirir/utilizar um produto farmacêutico.
Planejamento estratégico
28
Administração de mudanças
Governo, convênio, empresas, enfim... A arena competitiva na qual estão inseridas as
empresas, são influenciados por mudanças constantes e seu sucesso ou permanência
neste mercado vai depender da sua capacidade de gerir as mudanças e conseguir
diferenciais significativos frente à concorrência, cada vez mais acirrada.
Análise e projeção de cenários
Uma apurada análise dos principais dados do mercado e uma projeção de cenários
adequada permite às empresas se sentirem mais seguras tanto na implementação das
estratégias como na tomada de decisões corretivas, considerando a dinâmica presente
neste segmento.
Envolvimento da equipe
Todo planejamento estratégico está fadado ao fracasso quando as pessoas participantes
de sua implementação não estão envolvidas. O treinamento, o empowerment, o
trabalho em equipe e uma correta política de geranciamento de competências trazem
fôlego novo para as empresas e permitem que as mesmas tenham um crescimento
sustentável.
O processo de Planejamento Estratégico:
1) Definição do negócio, missão e visão.
2) Análise de ambiente interno e externo.
3) Formulação de Estratégias – As estratégias são escritas com base na análise de
ambiente levantada, após uma priorização de principais objetivos e agrupamento por temas.
4) Implementar projetos e controlar – É denominado de Plano de Negócios o resultado
deste planejamento. Esta etapa garante a execução de tudo o que foi levantado e priorizado.
Problemas da estratégia:
Falta de orientação para o crescimento
Aplicação inadequada dos recursos
Inadequação produto e mercado
Inadequação no atendimento aos clientes
Desequilíbrio entre preços/prazos/descontos
Composição inadequada da produção
Falhas na comunicação
Falta de medidas que possam avaliar o desempenho
Falta de visão corporativa por parte dos administradores
Se o cenário mudar e a estratégia precisa ser revisada. O planejamento estratégico não
pode ser fixo, o processo precisa ser “vivo” e com a disciplina bem aplicada trará bons
resultados para uma organização.
A estratégia competitiva da indústria farmacêutica
29
9 A ESTRATÉGIA COMPETITIVA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
A estratégia predominante na indústria farmacêutica é a da concorrência pela diversificação
de produtos e não mediante preços, com uma tendência de concentração por classes terapêuticas
pelas empresas transnacionais.
A estratégia de diferenciação neste mercado se dá quando uma empresa coloca no mercado
um produto inovador, ou através de produtos similares em que se busca a diferenciação através do
nome comercial da embalagem, da forma farmacêutica ou do canal de distribuição.
Planejamento estratégico – Indústrias:
• Estratégias para lançamento de produtos
• Estratégias para produtos genéricos
• Estratégias para produtos similares
• Estratégias para produtos estabelecidos
• Estratégias para produtos OTC
Estratégias para lançamento de produtos
Lançamento rápido e em larga escala: A estratégia de lançamento rápido em larga escala
envolve elevados riscos, mas, em caso de sucesso, traduz-se em elevados benefícios. Isto acontece
quando o mercado cresce rapidamente e a empresa consegue reduzir significativamente a quota de
mercado da concorrência com a sua inovação. No entanto, se existir um erro de avaliação do
mercado, a empresa arrisca-se a elevadas perdas em pouco tempo. Este tipo de estratégia pode ser
conveniente com inovações facilmente copiáveis ou cujo ciclo de vida seja muito curto (e.g. roupas,
artigos de moda).
Implementação gradual, lenta e cautelosa: A estratégia de implementação gradual, lenta e
cautelosa, minimiza os riscos mas, por outro lado, elimina a possibilidade de a empresa obter um
crescimento muito elevado da sua quota de mercado e dos seus lucros. Este tipo de aproximação é
seguido normalmente por empresas de menor dimensão, com recursos limitados. Estas empresas
poderão avaliar a possibilidade de patentear a sua inovação como forma de atrasar a cópia por parte
dos seus concorrentes.
Fluxo do lançamento de um produto.
Fase de desenvolvimento
Seleção da estratégia de lançamento
Definição do plano de lançamento
Implementação do plano de lançamento
Gestão do processo de lançamento
GESTÃO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO
A estratégia competitiva da indústria farmacêutica
30
Estratégias para produtos genéricos
• Um mercado para quem é líder em custos! “A estratégia de liderança em custos exige a
construção agressiva de instalações em escala eficiente, uma perseguição vigorosa de
reduções de custo pela experiência, um controle rígido dos custos e das despesas gerais,
que não seja permitida a formação de contas marginais dos clientes, e a minimização do
custo em áreas como P&D, assistência, força de vendas, publicidade etc.” (Porter, 1986).
• A indústria de medicamentos genéricos opera com embalagens padronizadas e formulações
bioequivalentes aos medicamentos de marca. Suas embalagens não possuem tarjas com
dizeres de obrigatoriedade de prescrição médica, geralmente são mais coloridas e atraentes
que as outras categorias de produtos, pois nas farmácias podem ficar ao alcance do
consumidor e sua visualização deve ser facilitada. Esses produtos utilizam a comunicação de
massa e recursos de promoção de vendas, visando atingir diretamente o consumidor final
(CSILLAG et al., 2000).
• Sua estratégia de posicionamento no mercado é a liderança total de custo e negociação com
os pontos de venda.
Estratégias para produtos similares
• A indústria de medicamentos similares opera com formulações contendo os mesmos
princípios ativos, mas que não são testados quanto à bioequivalência aos medicamentos de
marca.
• Sua estratégia de posicionamento no mercado é a liderança total de custo e negociação com
os pontos de venda.
Estratégias para produtos estabelecidos
• Os laboratórios investem sua força de vendas em visitação médica. Ao ser questionado sobre
as razões disso e como percebe as vantagens e desvantagens dessa estratégia, o entrevistado
do Aché respondeu que: em primeiro lugar, não trabalham com Bonificados e nem com
Genéricos, tendo como linha de produtos somente medicamentos Éticos (ou também
chamados de referência); observou que seu principal público alvo são os médicos, e não
utilizam propagandas na mídia, com exceção dos produtos de OTC, que são produtos
direcionados às farmácias sem prescrição médica.
• Os entrevistados salientaram que, cerca de 98% da sua venda, vem da propaganda médica e
do receituário médico.
Estratégias para produtos OTC
• Classificação pelo tipo de comercialização, os produtos farmacêuticos são identificados
como: produtos éticos e produto bonificado de venda livre ou over the counter (OTC).
• Suas embalagens não possuem tarjas com dizeres de obrigatoriedade de prescrição médica,
geralmente são mais coloridas e atraentes que as outras categorias de produtos.
• Esses produtos utilizam a comunicação de massa e recursos de promoção de vendas, visando
atingir diretamente o consumidor final (CSILLAG et al., 2000).
Conclusão
As estratégias competitivas são selecionadas, definidas, implantadas e da sua gestão depende
seu sucesso. Cada área de atuação define sua própria estratégia dependendo do mercado em que se
encontra inserida.
A estratégia competitiva da indústria farmacêutica
31
10 A ESTRATÉGIA COMPETITIVA DO SETOR MAGISTRAL
O que se observa no mercado magistral de medicamentos ao longo das últimas duas
décadas é um cenário de constantes mudanças.
No início eram poucos estabelecimentos voltados principalmente para a dermatologia
ou a homeopatia com foco na individualização da prescrição.
As necessidades do mercado em função, principalmente, das lacunas deixadas pela
indústria farmacêutica e a falta de uma legislação específica proporcionaram novas
oportunidades para o setor que progressivamente passou a atender outras especialidades
médicas. Até a metade da década de 90, o setor era claramente dividido entre manipulação
alopática e homeopática.
Com o advento do medicamento genérico, a classe médica passou a prescrever cada
vez mais medicamentos utilizando a denominação comum brasileira (DCB), ou seja, o nome
do princípio ativo ao invés da marca registrada, porém, normalmente sem ressaltar o termo
“medicamento genérico”, o que permitia seu aviamento por qualquer estabelecimento
magistral.
O aumento da circulação destas prescrições gerou, entre outros fatos, uma
transformação no mercado fazendo com que praticamente se extinguisse a divisão entre
estabelecimentos alopáticos e homeopáticos. As farmácias se estruturaram no sentido de
atender ambas as prescrições.
Por outro lado, inúmeras empresas varejistas que apenas comercializavam
medicamentos passaram também a manipular. O cenário atual é o atendimento a quase todas
as especialidades médicas por um número expressivo de estabelecimentos.
A estratégia competitiva inicial foi baseada na diferenciação, porém, diferentemente
da indústria, sem foco na inovação. Para conseguir uma inserção no mercado, as empresas
buscavam ocupar o espaço deixado pela indústria, produzindo aquilo que esta não oferecia.
Posteriormente, priorizando a diferenciação, passou-se a oferecer associações
medicamentosas ou dosagens específicas para um determinado paciente através de uma
prescrição individualizada.
A partir da entrada dos genéricos no mercado, a estratégia competitiva do setor sofre
grande transformação. Percebe-se como oportunidade de mercado competir com estes
medicamentos, oferecendo uma formulação similar, não bioequivalente, porém, com preços
mais baixos.
Neste momento, a competição passa a ser por liderança de custos, tanto em relação à
indústria quanto interna, entre os diversos estabelecimentos.
Por outro lado, ao competir com a indústria farmacêutica, o setor mantém a estratégia
de diferenciação com as prescrições personalizadas que é seu verdadeiro nicho de mercado,
entretanto, a competição entre as farmácias tem sido por liderança de custos forçando a uma
queda generalizada nos preços e na rentabilidade destes estabelecimentos.
Planejamento estratégico – Farmácias de Manipulação:
• Diferenciais da farmácia de manipulação
• Estratégias de diferenciação frente os médicos
• Estratégias de diferenciação frente à população
Planejamento estratégico – Farmácias / Drogarias: • Estratégias de fidelização de clientes
• Importância da atenção farmacêutica
Farmacovigilância como ferramenta de Marketing
32
11 FARMACOVIGILÂNCIA COMO FERRAMENTA DE
MARKETING
O que é a farmacovigilância?
Para a OMS, a farmacovigilância é ciência e atividades relativas a identificação,
avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou qualquer problema possível
relacionado com fármacos.
Esse campo de atividade tem se expandindo e, recentemente, incluiu novos elementos
de observação e estudo, como:
• plantas medicinais;
• medicina tradicional e complementar;
• produtos derivados de sangue;
• produtos biológicos;
• produtos médico-farmacêuticos;
• vacinas.
Além das reações adversas a medicamentos, são questões relevantes para a
farmacovigilância:
• desvios da qualidade de produtos farmacêuticos;
• erros de administração de medicamento;
• notificações de perda da eficácia;
• uso de fármacos para indicações não aprovadas, que não possuem base científica
adequada;
• notificação de casos de intoxicação aguda ou crônica por produtos farmacêuticos;
• avaliação de mortalidade;
• abuso e uso errôneo de produtos;
• interações, com efeitos adversos, de fármacos com substâncias químicas, outros
fármacos e alimentos.
O que notificar?
Toda a suspeita de reação adversa a medicamentos deve ser notificada, em especial
quando se trata de reações graves – óbito, risco de morte, hospitalização, prolongamento da
hospitalização, anomalia congênita e incapacidade persistente ou permanente – e reações não
descritas na bula. Não é necessário ter certeza de que o medicamento é causa da reação
adversa, a suspeita é suficiente para que se notifique.
Unidade de Farmacovigilância (UFARM)
A UFARM iniciou o processo de notificação voluntária em 2000, oferecendo pelo site
da Anvisa formulários de notificação. São utilizados, atualmente, quatro formulários para
captação de notificação:
a) Formulário de notificação de suspeita de reação adversa a medicamentos – para
profissionais de saúde;
b) Formulário de notificação de desvio da qualidade – para profissionais de saúde;
c) Comunicação de evento adverso – para usuários de medicamentos;
d) Sistema eletrônico de notificação (SINEPS) – para hospitais sentinelas.
Farmacovigilância como ferramenta de Marketing
33
Como conseqüência do processo de notificação espontânea e identificação de risco, a
UFARM participa de ações de investigação in loco de casos graves de eventos adversos, em
conjunto com os estados, Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos
Adversos e Gerência de Investigação de Medicamentos e Produtos, em casos de ocorrência de
surtos que envolvam problemas com medicamentos.
Um destaque foi o episódio que envolveu o medicamento Celobar® (sulfato de bário),
em que se constatou a contaminação do produto com sais de bário solúveis e,
conseqüentemente, tóxicos, com mais de trezentos pacientes e vinte e duas mortes, em seis
estados da Federação.
Como a farmacovigilância pode ser aplicada, independente do perfil da sua
empresa?
Como é possível, num cenário de alta competitividade e informação, os gerentes de
produtos ainda não utilizarem, ou pior, não conhecerem ferramentas como a
farmacoeconomia e farmacovigilância para lhes auxiliar na diferenciação de seus produtos e
serviços tanto para a classe médica, mas principalmente para os pacientes. Uma vez
questionando uma gerente de produtos de uma grande empresa como ela aplicava
farmacoeconomia e farmacovigilância nos seus produtos para cardiologia, ouvi cada coisa que
os leitores especializados ficariam com vergonha.
Com o aumento da expectativa de vida, o trabalho com produtos para tratamento
crônico nunca foi tão relevante, pois a adesão deste paciente representa menores efeitos
colaterais, aumento nas chances de uma melhor resposta, maior confiança na empresa e
conseqüentemente no seu médico, aumentando a parceria indústria-classe médica.
Infelizmente o que se vê em algumas empresas é a “velha estratégia”: brindes,
anúncios, ajudas visuais pouco práticas, etc.
Farmacovigilância como ferramenta de Marketing
34
O marketing farmacêutico moderno deve basear suas atividades na informação
“técnica”, suportada por instituições ou revistas com credibilidade. Mesmo no ponto de
venda, trabalhando com produtos isentos de prescrição, é possível ter criatividade para buscar
parcerias para contemplar a associação da maximização dos ganhos da empresa com o melhor
atendimento a população. Já que aprendemos que marketing é uma questão de “percepção”, a
credibilidade deve ser o mote do trabalho dos profissionais deste setor.
A farmacoeconomio e as decisões estratégicas
35
12 A FARMACOECONOMIA E AS DECISÕES ESTRATÉGICAS
Farmacoeconomia
• Definição
É a aplicação da economia no estudo dos medicamentos, visando a otimização
do uso de recursos financeiros sem que ocorra prejuízo na qualidade do
tratamento.
• Breve histórico
O termo surgiu em 1978 (Universidade de Minnesota com os professores
McGhan, Rowland e Bootman) com a introdução dos conceitos de custo-
benefício e de custo-efetividade.
Mas o termo foi utilizado pela 1ª vez em 1986 por Townsed.
• Indústrias farmacêuticas
Utilizam a farmacoeconomia para verificar se os produtos de lançamento ou de
linha possuíam potencial a longo prazo dentro do conceito de
ação/custo/qualidade de vida.
• Planos de saúde
Usam a farmacoeconomia para estudar as opções de tratamento que permitem
aumentar a sobrevida e reduzir custos globais.
• Contexto I
Visão mais abrangente
Procura enxergar as relações macroeconômicas da utilização de medicamentos
sobre as finanças de uma organização
• Contexto II
Visão mais restrita
Tende a analisar comparativamente as opções terapêuticas entre si para uma
mesma indicação
Fatores que justificam os estudos farmacoeconômicos
• O aumento dos custos com o sistema de saúde.
• O envelhecimento da população, onde a interação e os efeitos adversos têm
importância crítica. O custo total do tratamento e a minimização dos efeitos adversos
são fatores primários de atenção.
• Dificuldade de justificar o lançamento de produtos mais caros, uma característica
presente principalmente nas multinacionais.
Avaliação farmacoeconômica
• Qual a melhor opção terapêutica para uma determinada doença sob o binômio
qualidade-custo?
• De que forma a qualidade de vida do paciente será afetada por uma opção terapêutica?
• Qual será o custo de prolongar a vida de um paciente através de um determinado
tratamento? Tal custo é justificável sob aspectos clínicos e de qualidade de vida
quando estes parâmetros são comparados a outras alternativas terapêuticas?
• Quais medicamentos compõem as melhores alternativas para a elaboração de um
formulário de uma região, instituição ou programa de saúde?
• Para uma indústria farmacêutica, um novo medicamento em fase de pesquisa será
viável em relação à qualidade-custo para justificar a continuidade de seu
desenvolvimento?
A farmacoeconomio e as decisões estratégicas
36
Interpretação de Custo de Tratamento
• Os elementos que compõem o custo devem conter a média dos acontecimentos e, para
isto, cada evento deve ser quantificado em termos de seu custo por ocorrência (p.ex.,
uma solicitação de um exame, uma diária de internação, duas consultas médicas, etc.),
usando-se como valor o preço real ou um preço referencial.
• Para o cálculo de custos, a frequência com que tais eventos ocorrem é muito
importante. Se ocorrer em 100% dos casos, significa que o valor deve ser
integralmente aplicado nos custos de tratamento. Em caso contrário, o valor deve ser
ponderado pela frequência da utilização daquele recurso.
Consequências
• O segundo elemento da análise farmacoeconômica, tão importante quanto o custo, são
as consequências ou os resultados do tratamento.
• As consequências podem ser mensuradas através de:
resultados clínicos (p.ex., % de cura obtidas, complicações evitadas, nº de
vidas salvas, melhorias em parâmetros vitais e outros),
econômicos (lucros ou prejuízos) ou
humanísticos (mudanças na qualidade de vida dos pacientes).
• De acordo com o tipo de consequência analisada, as análises farmacoeconômicas
receberam diferentes denominações.
Principais análises farmacoeconômicas
• Minimização de custo
Consequências (clínicas ou de utilidade) são equivalentes
Avalia os custos de cada opção
• Custo-benefício
Custos associados ao tratamento X benefícios gerados
Benefícios econômicos obtidos pela opção
• Custo-efetividade
Custos de um tratamento X benefícios clínicos ao paciente
Resultado em unidades não-monetárias (vidas salvas, dias livres de
sintomatologia, tempo de enfermagem, etc.)
• Custo-utilidade
Mensurado através de pesquisas com a população sobre suas preferências e a
qualidade de vida associada ao uso de medicamentos.
Farmacoeconomia como auxiliar na decisões de marketing
• A farmacoeconomia é uma grande aliada das empresas farmacêuticas, pois através de
seus estudos conseguem trabalhar mais efetivamente com os:
Médicos
• Facilita a promoção médica, pois comprova que o produto pode até ser
mais caro mas possui vantagens significativas em relação à qualidade
de vida do paciente e/ou ao custo total de tratamento.
Convênios
• Estudos farmacoeconômicos facilitam as negociações sobre reembolso
ou glosas de medicamentos (para evitar).
Hospitais
A farmacoeconomio e as decisões estratégicas
37
• 25 a 35% dos custos dos hospitais estão centrados nos medicamentos.
• Estudos farmacoeconômicos estabelecem novos modelos de raciocínio
para a compra e estruturação dos processos internos de um hospital.
Conclusão
A farmacoeconomia pode ser definida como a descrição e a análise dos custos e das
conseqüências das terapias medicamentosas para os pacientes, os sistemas de saúde e a
sociedade, bem como a comparação entre eles, com o objetivo de identificar produtos e
serviços farmacêuticos, cujas características possam conciliar atenção às terapêuticas com
baixo custo.
Exercício 1
• Estudo ALLHAT, realizado pelo National Heart, Lung and Blood Institute, maior
ensaio clínico já realizado para tratamento da hipertensão (8 anos, 600 clínicas e
42000 pacientes).
• O estudo comparou 4 medicamentos: um bloqueador do canal de cálcio, um
bloqueador alfa-adrenérgico, um inibidor da ECA e um diurético.
• Conclusão do estudo: o diurético mostrou a mesma eficácia na redução da pressão
arterial.
• Qual tipo de análise farmacoeconômica este estudo representou?
Exercício 2
• Sabendo que o custo mensal de tratamento de cada opção é o indicado abaixo
(considerando o genérico e o medicamento de referência), qual medicamento você
selecionaria como melhor opção? Justifique.
• Qual tipo de análise farmacoeconômica foi utilizada?
- Bloqueador dos canais de Ca: R$ 35 /R$120
- Bloqueador alfa-adrenérgico: R$70/R$200
- Inibidor da ECA: R$ 15 / R$ 95
- Diurético: R$ 3 / R$ 8
Implementação
38
13 IMPLEMENTAÇÃO
A etapa final do planejamento estratégico é implementar projetos e controlar, o
resultado deste planejamento também é denominado de Plano de Negócios. Esta etapa garante
a execução de tudo o que foi levantado e priorizado.
Perguntas a serem respondidas em um plano de negócios
1. Descrição do Negócio
a) Que tipo de negócio você(s) está planejando?
b) Que produtos ou serviços venderão?
c) De que tipo de oportunidade se trata?
d) Por que promete ter êxito?
e) Quais são as oportunidades de crescimento?
2. Plano de “Marketing”
a) Quem são seus clientes potenciais?
b) Como atrairá os clientes e se manterá no mercado?
c) Quem são seus concorrentes? Como seus negócios estão prosperando?
d) Como promoverá as vendas?
e) Quem são seus melhores fornecedores? Por quê?
f) Onde será localizado o negócio?
g) Que fatores influenciarão em sua escolha do local?
h) Que características o seu local terá?
i) Como seu local contribuirá para a estratégia de marketing?
j) Quais serão as características de “lay-out” de seu local?
3. Plano Organizacional
a) Quem administrará o seu negócio?
b) Que qualificações deverá ter seu gerente?
c) De quantos empregados precisará? O que farão?
d) Quais são seus planos para a contratação, salários, benefícios, treinamento e
supervisão dos empregados?
e) Como você(s) administrará as finanças?
f) Como você(s) administrará seus registros?
g) De que consultores ou especialistas precisará? Por quê?
h) Que forma legal de propriedade escolherá? Por quê?
i) Que licenças e alvarás necessitará?
j) Que regulamentos afetarão seu negócio?
4. Plano Financeiro (estimado)
a) Qual a renda total estimada para o seu negócio no primeiro ano?
Mensal para o primeiro ano?
Trimestral para o segundo e terceiro ano?
b) Quanto lhe custará abrir o negócio e mantê-lo durante os três primeiros anos de
operação?
Implementação
39
c) Qual será o seu fluxo de caixa mensal durante o primeiro ano?
d) Quais serão suas necessidades financeiras pessoais por mês?
e) Que volumes de vendas necessitará para obter lucros durante os primeiros três anos?
f) Qual será o seu ponto de equilíbrio?
g) Qual será o seu ativo, passivo e valor líquido projetados um dia antes de abrir seu
negócio?
h) Qual será o valor do capital em equipamentos?
i) Quais serão suas necessidades financeiras totais?
j) Quais serão suas fontes financeiras potenciais?
k) Como utilizará o dinheiro do empréstimo ou dos investidores?
l) Como o empréstimo será assegurado?
Componentes de um plano de negócios
1. Apresentação
Uma rápida descrição do empreendimento, relatando como a idéia surgiu e como
pôde se transformar numa oportunidade concreta de negócio, que responda questões
fundamentais sobre quais são os principais produtos e os potenciais mercados de atuação.
2. Dados da empresa
Nome da empresa; Endereço; Fone, FAX e e-mail; Nome dos sócios; Data de
início das operações.
3. Aspectos administrativos
Sócios-proprietários à frente do negócio (formação/experiências anteriores).
Estrutura organizacional.
Divisão de responsabilidades administrativas/operacionais.
Necessidades/habilidades técnicas específicas do quadro funcional.
4. O mercado
Descrição do produto ou serviço.
Definição do perfil dos clientes.
Quantificar (estimar) o potencial do mercado consumidor.
Definição dos fornecedores em função de aspectos, tais como: preço, prazo, qualidade,
quantidade.
Empresas concorrentes pontos fracos e pontos fortes.
Vantagens competitivas em relação aos concorrentes.
5. Investimentos a realizar
Implementação
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Definição dos móveis, utensílios, máquinas, equipamentos, veículos, adaptação de
imóveis, necessários a operacionalização do empreendimento.
Estimativas de gastos com a composição de capital de giro inicial (caixa mínimo,
composição de estoque, financiamento de vendas).
Estimativa de gastos pré-operacionais, tais como: registro da empresa, gastos com
lançamento da empresa, treinamentos.
6. Projeção da estrutura de receitas e custos
Definição de preço de venda.
Projeção do volume de venda.
Projeção dos itens de custos necessários para garantir as receitas projetadas.
Apuração de lucros.
Ações de Implantação
Documentação dos processos atuais
Análise dos processos atuais
Desenho das melhorias de processos
Implantação das mudanças nos processos
Avaliação de resultados
Melhoria Contínua
Cronograma de implantação
Referências
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REFERÊNCIAS
ITALIANI, J.F., Marketing Farmacêutico – Uma Análise Estratégica – São Paulo Vivali
Editora, 2002
SMITH, M.C. Pharmaceutical marketing: strategy and cases. New York:
PHARMACEUTICAL PRODUCTS PRESS, 1991
KOTLER, P. Admistração de marketing.São Paulo: ATLAS, 1999
SEMENIK, R.J. , BAMOSSY, G.J. Princípios de marketing: uma perspectiva global. São
Paulo: MAKRON Books, 1995
CERTO, S.C., PETER, J.P. Administração estratégica: planejamento e implementação da
estratégia. São Paulo: MAKRON Books, 1993
HOOLEY, G.J. , SAUNDERS, J. Posicionamento competitivo: como estabelecer e manter
uma estratégiade marketing no mercado. São Paulo: MAKRON Books, 1996
KOTLER, P. Marketing para o século XXI: São Paulo: FUTURA, 1999
PORTER, M.E. Competitive advantage: creating and sustaining superior performance.
New York: FREE PRESS, 1998
GOLEMAN, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser
inteligente. Rio de Janeiro: OBJETIVA, 2001