apostila contabilidade

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MBA em Finanas, Auditoria e Controladoria

Contabilidade FinanceiraFabiano Simes [email protected] http://www.fabianocoelho.com.br

Realizao Fundao Getulio Vargas FGV Management

Contabilidade para Executivos

Todos os direitos em relao ao design deste material didtico so reservados Fundao Getulio Vargas. Todos os direitos quanto ao contedo deste material didtico so reservados ao(s) autor(es). COELHO, Fabiano Simes. Contabilidade Financeira. 1 Rio de Janeiro: FGV Management Cursos de Educao Continuada. 247 p.

Bibliografia

1. Contabilidade

Coordenao Executiva do FGV Management: Prof. Ricardo Spinelli de Carvalho Coordenador Geral da Central de Qualidade: Prof. Carlos Longo Coordenadores de rea: Prof. Ernani Hickmann Prof. Jos Carlos Sardinha Prof. Marilson Gonalves Prof. Ronaldo Andrade Profa. Sylvia Constant Vergara.

A sua opinio muito importante para ns Fale Conosco! Central de Qualidade FGV Management * [email protected]

SumrioPROGRAMA DA DISCIPLINA........................................................................................ 1 EMENTA ............................................................................................................................. 1 CARGA HORRIA TOTAL..................................................................................................... 1 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 1 CONTEDO PROGRAMTICO .............................................................................................. 1 M ETODOLOGIA .................................................................................................................. 2 CRITRIOS DE AVALIAO ................................................................................................. 2 B IBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................................... 2 CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR............................................................................ 3 2 - MATERIAL COMPLEMENTAR................................................................................ 4 INTRODUO...................................................................................................................... 4 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE .................................................................................. 4 SISTEMA DE INFORMAES .......................................................................................... 4 USURIOS DA CONTABILIDADE.................................................................................... 5 CONCEITOS BSICOS...................................................................................................... 5 DEMONSTRATIVOS CONTBEIS ........................................................................................ 14 INTRODUO .................................................................................................................14 BALANO PATRIMONIAL..............................................................................................14 DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO ....................................................16 DEMONSTRAO DE LUCROS E PREJUZOS ACUMULADOS.....................................17 DEMONSTRAO DAS MUTAES DO PATRIMNIO LQUIDO................................18 DEMONSTRAO DAS ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS...............................18 DEMONSTRAO DOS FLUXOS DE CAIXA..................................................................19 BALANO SOCIAL..........................................................................................................20 B ALANO PATRIMONIAL .................................................................................................. 26 PATRIMNIO...................................................................................................................26 BALANO PATRIMONIAL (BP)......................................................................................26 DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO ............................................................. 32 CONCEITO DE RECEITAS...............................................................................................32 CONCEITO DE GANHOS.................................................................................................32 CONCEITO DE DESPESAS...............................................................................................32 CONCEITO DE PERDA.....................................................................................................32 OUTRAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS ......................................................................... 41 DEMONSTRAO DE ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS (DOAR) ...................41 DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA ......................................................................53 DEMONSTRAO DAS MUTAES DO PATRIMNOO LQUIDO (DMPL) .................58 INSTRUMENTOS DA ANLISE ECONMICA FINANCEIRA................................. 60 DEMONSTRATIVOS E INFORMAES ADICIONAIS....................................................60 AJUSTES ..........................................................................................................................60 RECLASSIFICAO DO BALANO................................................................................61 INDICADORES ECONMICOS-FINANCEIRO S.......................................................... 63 NDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL.....................................................................65 RELAES ENTRE AS FONTES DE RECURSOS (RFR)..................................................66

Contabilidade para Executivos

ENDIVIDAMENTO GERAL (EG) .....................................................................................66 COMPOSIO DAS EXIGIBILIDADES (CE) ...................................................................68 IMOBILIZAO DO PATRIMNIO LQUIDO (IPL)........................................................68 PASSIVO ONEROSO SOBRE ATIVO (POSA) ..................................................................69 NDICES DE LIQUIDEZ....................................................................................................69 LIQUIDEZ CORRENTE....................................................................................................70 LIQUIDEZ SECA..............................................................................................................70 LIQUIDEZ GERAL ...........................................................................................................71 NDICES DE RENTABILIDADE.......................................................................................71 RENTABILIDADE DO PATRIMNIO LQUIDO (RPL)....................................................72 MARGEM OPERACIONAL DE LUCRO (MOL)................................................................72 MARGEM LQUIDA DE LUCRO (ML).............................................................................72 ROTAO DO ATIVO (RA).............................................................................................73 RENTABILIDADE DOS INVESTIMENTOS (RI)...............................................................73 INDICADORES DE PRAZOS MDIOS .............................................................................74 PRAZO MDIO DE COMPRAS (PMC) .............................................................................75 PRAZO MDIO DE ESTOQUES (PME) ............................................................................75 PRAZO MDIO DE RECEBIMENTOS (PMR)...................................................................76 CICLO OPERACIONAL (CO) ...........................................................................................76 CICLO FINANCEIRO (CF)................................................................................................77 CAPITAL DE GIRO (CDG) ...............................................................................................78 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) OU INVESTIMENTO OPERACIONAL EM GIRO (IOG) ................................................................................................................78 FONTES DE COBERTURA DA NCG................................................................................80 EFEITO TESOURA...........................................................................................................82 SALDO DE TESOURARIA ...............................................................................................82 CAUSAS DO EFEITO TESOURA:.....................................................................................85 ANLISE VERTICAL E HORIZONTAL E NDICES-PADRO.........................................87 ANLISE VERTICAL.......................................................................................................87 ANLISE HORIZONTAL .................................................................................................89 NDICES-PADRO...........................................................................................................91 QUADRO-RESUMO DE NDICES ECONMICO-FINANCEIROS....................................93 PROCESSO ANALTICO DAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS ............................................ 95 RECLASSIFICAO DOS DEMONSTRATIVOS CONTBEIS. .......................................95 ANLISE DE DEMONSTRAES FINANCEIRAS..........................................................96 AGRUPAMENTO TCNICO DAS CONTAS (FUNDAMENTAO).................................99 PROCEDIMENTOS DE ADEQUAO DOS BALANOS ANLISE...........................103 3 - MATERIAL COMPLEMENTAR............................................................................ 125 3.1 - EXERCCIOS........................................................................................................ 125 3.1.1 - D.R.E. VERSUS FLUXO DE CAIXA......................................................................125 3.2 - LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................... 129 3.2.1 - RETORNO SOBRE INVESTIMENTO E SUA VELOCIDADE................................129 3.3.1 ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA.................................................................130 3.3.3 - ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA - AMBEV........................................... 133 3.4 EBITDA................................................................................................................... 140 3.5 TRANSPARNCIAS............................................................................................... 157

Contabilidade para Executivos

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Programa da disciplinaEMENTAContabilidade e o conjunto das demonstraes econmico- financeiras. Balano: significado das contas do ativo, passivo e patrimnio lquido. Variaes no patrimnio lquido: receita, despesa e resultado. Processo contbil: contas (plano de contas), registros no livro dirio, razo geral, balancete de verificao. Tpicos especiais na determinao das demonstraes financeiras: contas a receber, contas a pagar, avaliao de estoques, ativo imobilizado e a depreciao ou amortizao, operaes financeiras, as contas do patrimnio lquido. DOAR e o fluxo de caixa.

C ARGA HORRIA TOTAL24 horas/aula

OBJETIVOSO alunos dever, ao final do mdulo, ser capaz de: Reconhecer o significado das informaes constantes nos relatrios econmicofinanceiros, especialmente no Balano Patrimonial (BP), nas Demonstraes de Resultado do exerccio (DRE), de Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR) e de Fluxo de Caixa (DFC); Compreender o fluxo da informao contbil at os seus reflexos nas demonstraes contbeis; Compreender os conceitos de Liquidez, Segurana e Rentabilidade para efeitos de avaliao econmico-financeira; Executar uma anlise elementar da sade financeira da empresa com base em ndices especficos;

CONTEDO P ROGRAMTICOSignificado das informaes dos relatrio As informaes financeiras, seu econmicos- financeiros: Balano Patrimonial significado e seus principais usurios. e Demonstrativo de Resultado do Exerccio. Descrio do processo contbil e do O processo contbil: o fluxo da informao fluxo da informao contbil. Os fatos financeira e seu registro no Balano geradores e seus reflexos no Patrimonial. patrimnio da empresa. A estrutura do Balano Patrimonial. As informaes do Balano relacionadas com Classificao das contas: Ativo, o Ativo e as com o Passivo: o retorno do ativo Passivo e Patrimnio Lquido. Grupos frente a demanda dos investidores. de contas.

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2 A estrutura da Demonstrao do A compreenso das informaes do Resultado do Exerccio. Receitas, Demonstrativo de Resultado do Exerccio Despesas e suas classificaes. O para as vrias empresas na economia. lucro: bruto, operacional e lquido. Resultado no-operacional. A estrutura da Demonstrao de A compreenso das informaes da Origens e Aplicaes de Recursos. Os Demonstrao de Origens e Aplicaes de conceitos de Origem e Aplicao. O Recursos para as vrias empresas na ajuste no Lucro Lquido. O significado economia. da variao do Capital Circulante Lquido (CCL). A estrutura da Demonstrao do Fluxo A compreenso das informaes da de Caixa. A relao da demonstrao Demonstrao do Fluxo de Caixa para as do fluxo de caixa com as outras vrias empresas na economia. demonstraes financeiras. Os mtodos de elaborao.

METODOLOGIAAula expositiva com auxlio de microcomputador, projetor multimdia e quadro branco com marcadores. Aos alunos sero fornecidos os seguintes itens: apostila e transparncias a serem utilizadas durante a exposio dos assuntos. Sero ministrados exerccios, estudos dirigidos e estudos de caso.

CRITRIOS DE AVALIAODever ser elaborada, pelos alunos, uma prova individual, que envolva os assuntos desenvolvidos no mdulo.

B IBLIOGRAFIA RECOMENDADABRASIL, Haroldo Vinagre, BRASIL, Haroldo Vinagre Filho. Gesto financeira das empresas um modelo dinmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. IUDCIBUS, S., MARTINS, Eliseu, GELBCKE, E. R.. Manual de contabilidade das sociedades por aes. So Paulo: Atlas, 1995. MARION, Jos Carlos. Contabilidade Empresarial. So Paulo: Atlas, 1990. MATARAZZO, Dante Carmine. Anlise Financeira de Balanos. So Paulo: Atlas, 1995.

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CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSORFabiano Simes Coelho Mestre em Cincias Contbeis pela FAF/UERJ Faculdade de Administrao e Finanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ps graduado em Cincias Contbeis pela FGV/EPGE em 2000. Graduado em Cincias Contbeis pela UERJ em 1998. professor e Coordenador do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management, Professor da Escola de Ps-Graduao em Economia da Fundao Getulio Vargas e instrutor do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro. Trabalha tambm como consultor de empresas e scio proprietrio do Instituto valor. Autor de trabalhos publicados em revistas especializadas no Brasil e no exterior.

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2 - Material ComplementarINTRODUOOBJETIVOS DA CONTABILIDADEO FIPECAFI 1 definiu objetivamente a Contabilidade como sendo um sistema de informaes e avaliao destinado a prover os seus usurios com demonstraes e anlises de natureza econmica, financeira e de produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao. (1995, pg. 58). O AICPA, American Institute of Certified Public Accountants, publicou em 1973 que: ...a funo fundamental da Contabilidade (...) tem permanecido inalterada desde os primrdios. Sua finalidade prover os usurios dos demonstrativos financeiros com informaes que os ajudaro a tomar decises. Sem dvida, tem havido mudanas substanciais nos tipos de usurios e nas formas de informao que tm procurado. Todavia, esta funo dos demonstrativos financeiros fundamental e profunda. O objetivo bsico dos demonstrativos financeiros prover informao til para a tomada de decises econmicas... ( apud, Iudcibus, 1986, pg. 17) Ao analisarmos as duas definies acima, podemos deduzir sem maiores dificuldades, a definio resumida indicada por autores como Iudcibus, de que o objetivo da Contabilidade fornecer informaes para vrios usurios, afim de auxiliar o processo de tomada de decises.

SISTEMA DE INFORMAESDe acordo com Chiavenato, o conceito de informao significa, em poucas palavras, a busca pela reduo da incerteza. Esta busca ganha importncia quando tratamos da obteno de conhecimento, para uso na orientao da ao a ser tomada no processo de tomada de deciso. Sistemas de Informaes sob um ponto de vista contbil seria: ...um conjunto articulado de dados, tcnicas de acumulao, ajustes e editagens de relatrios que permite: a) tratar as informaes de natureza repetitiva com o mximo possvel de relevncia e o mnimo de custo; b) dar condies para, atravs da utilizao de informaes primrias constantes do arquivo bsico, juntamente com tcnicas derivantes da prpria Contabilidade

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Fundao Instituto de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras.

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5 e/ou outras disciplinas, fornecer relatrios de exceo para finalidades especficas em oportunidades definidas ou no. ( FIPECAFI, 1995, pg. 58).

USURIOS DA CONTABILIDADEO estudo do IPECAFI definiu usurios como ... toda pessoa fsica ou jurdica que tenha interesse na avaliao da situao e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades no lucrativas, ou mesmo patrimnio familiar.( 1995, pg. 59). O quadro a seguir que resume quais seriam os usurios da Contabilidade: a. Diversificados X Concentrados I INVESTIDORES b. Ativos X Passivos c. Profissionais X Amadores a. Analistas Financeiros II INTERMEDIRIOS DE INFORMAES b. Servios de Aconselhamento c. Corretoras de Valores a. IBRACON III RGOS REGULADORES ASSOCIAES DE CLASSE E b. CFC, CRCs c. CVM d. Fisco IV DIRETORES, ADMINISTRADORES V AUDITORES a. Empresas grandes X pequenas b. Empresas abertas X fechadas Empresas grandes X pequenas Fonte: MOST, Keneth S. Accounting Theory. Columbus. Grid. 1977. pag. 91, apud, adaptao de TOSTES, Fernando P. Evidenciao e Qualidade nas Demonstraes Financeiras.

CONCEITOS BSICOSA Contabilidade , objetivamente, um sistema de informao e avaliao destinado a prover seus usurios com demonstraes e anlises de natureza econmica, financeira e de produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao. A Contabilidade tem por fim fornecer informaes, a diversos tipos de usurios, que subsidiem a tomada de deciso. Para o cliente interno, deve suprir as informaes que auxiliem o planejamento e o controle. Para o cliente externo, deve informar a situao econmica e financeira da empresa. a cincia que tem por funes: Registrar, controlar e analisar os atos e fatos administrativos de uma atividade econmica (Empresa). Contabilidade para Executivos

6 Registro Linguagem contbil de nvel elevado, identificando-se com profissionais da rea contbil. Registros contbeis em livros prprios. Ex: Dirio, Razo, Caixa etc. Controle Exerce praticamente os controles dos registros contbeis, principalmente dos bens patrimoniais. Anlise Executa anlise a qualquer tempo dos registros e dos controles patrimoniais. Ex: Compra de bens de venda. 1- Registro contbil no livro Dirio. Estoques a Caixa / Fornecedores 2- Controle Controle da existncia fsica do estoque, cujo custeio se confrontar com o registro contbil. 3- Anlise Divergncia dos inventrios Estoque mnimo Tempo de permanncia, etc. FAMILIARIZAO COM A MECNICA CONTBIL 1 CASO: CONSTITUIO DE UMA EMPRESA Alexandre e Fernanda (pessoas fsicas) resolveram constituir uma sociedade (pessoas jurdica) a que decidiram denominar Felicidade Com. & Ind. Ltda. Assinam um Contrato Social e disponibilizam sociedade, cada um, o valor de $ 1.000, que passam a constituir o Capital Social da nova entidade. A pessoa jurdica Felicidade Com. & Ind. Ltda. deve ( devedora da ) pessoa fsica Alexandre $ 1.000 pessoa fsica Fernanda $ 1.000 A pessoa fsica Alexandre tem direito de receber da ( credora da )pessoa jurdica Felicidade Com. & Ind. Ltda. $ 1.000 A pessoa fsica Fernanda tem direito de receber da ( credora da ) pessoa jurdica Felicidade Com. & Ind. Ltda. $ 1.000 O patrimnio da sociedade Felicidade Com. & Ind. Ltda. ser representado da seguinte forma: Contabilidade para Executivos

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PATRIMNIO ( BENS Dinheiro + ) ( - ) OBRIGAES Capital Social Alexandre 1.000 Fernanda 1.000 TOTAL

2.000

TOTAL

2.000

2.000 2.000

2 CASO: BEM - DIREITO Parte do dinheiro ( $ 1.500 ) depositada numa Caderneta de Poupana. Nesta transao a empresa trocou Bem por Direito, isto , saiu dinheiro (que um Bem) e entrou o recibo de depsito na Caderneta de Poupana (que um Direito). O patrimnio da sociedade Felicidade Com. & Ind. Ltda. passar a ser demonstrado da seguinte forma: PATRIMNIO ( + ) BENS Dinheiro Direitos Caderneta Poupana de 1.500 OBRIGAES 500 Capital Social Alexandre Fernanda 1.000 1.000 ( - )

2.000

TOTAL

2.000

TOTAL

2.000

OBSERVAES 1. A soma do lado positivo ( + ) igual soma do lado negativo ( - ) 2. As somas dos lados ( + ) e ( - ) desta demonstrao continuam sendo as mesmas da demonstrao anterior ( $2.000 ). isto ocorre porque houve apenas uma troca de um bem por um direito. Assim, diminuiu o valor de bens e aumentou o valor de direitos.

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8 3. No lado esquerdo ( + ) est indicado em que a empresa aplicou os recursos: manteve uma quantia em dinheiro ( $500 ) e o restante depositou na poupana ( $ 1.500 ); no lado direito est indicada a origem desses recursos: o capital social.

3 CASO: BEM - OBRIGAO A empresa compra mquinas e equipamentos a prazo no valor de $ 500. O pagamento ser efetuado aps 60 dias. Neste fato administrativo, a empresa conseguiu adquirir duas coisas, sem incorrer em nenhuma troca: Equipamentos e uma dvida, por ter comprado a m quina a prazo. OCORRERIA TROCA SE A EMPRESA TIVESSE PAGO OS EQUIPAMENTOS VISTA ( trocaria dinheiro pelos Equipamentos ) O patrimnio passar a ser demonstrado da seguinte forma: PATRIMNIO ( + ) BENS Dinheiro DIREITOS Depsito Caderneta Poupana 500 OBRIGAES Fornecedor ( - ) 500

em de 1.500 CAPITAL SOCIAL Alexandre Fernanda TOTAL

Equipamentos TOTAL

500 2.500

1.000 1.000

2.000 2.500

4 CASO: RECEITA No final do ms, o Banco pagou sociedade juros no valor de $300, referentes ao dinheiro depositado em Caderneta de Poupana. Nesta transao, a empresa: No trocou nada; Contabilidade para Executivos

9 No adquiriu nada; Ganhou o direito de retirar da Poupana $1.800 em vez dos $1.500 que tinha depositado. Os juros correspondem, portanto, a um ganho que a empresa teve. No um Bem, no um Direito, nem uma Obrigao. Trata-se de uma Receita. Receitas, em contabilidade, so valores que a empresa gera, produz, como fonte de recursos financeiros ( dinheiro ), para atender aos seus gastos e manter as suas atividades. Exemplos: Vendas de Mercadorias ou Produtos; Juros da poupana; Juros cobrados de Clientes por atraso no pagamento; Aluguis de imveis de sua propriedade, etc... 5 CASO: DESPESA Para come morar e divulgar o incio das suas atividades, a empresa ofereceu um coquetel que lhe custou $ 200. Nesta transao, a sociedade: No trocou nada; No adquiriu nada; No ganhou nada; e Gastou parte do dinheiro que possua. O coquetel corresponde a um g asto que a empresa teve. No constitui um Bem, um Direito, uma Obrigao ou uma Receita. Trata-se de uma Despesa. Despesas, em contabilidade, so valores que a empresa necessariamente gasta para manter sua atividade e gerar receitas. Exemplos: Compras de Mercadorias; Gastos com Refeies; Publicidade; Telefone; Combustvel; Energia Eltrica, etc... Receitas e despesas so computadas em separado pela contabilidade, para depois serem includas no patrimnio.

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Se a receita maior que a despesa, a empresa gerou lucro. Se a despesa maior que a receita, a empresa gerou prejuzo. Uma empresa tem lucro ou prejuzo independentemente do patrimnio que possui; As receitas e despesas no so demonstradas no grfico patrimonial, mas num grfico parte, denominado resultado operacional RESULTADO OPERACIONAL + DESPESAS 200

RECEITAS

300

As despesas so colocadas sempre do lado esquerdo ( + ), indicando em que foi aplicado ( gasto ) o dinheiro da empresa: em despesas com luz, gua, produtos de limpeza, etc. As receitas so colocadas sempre do lado direito ( - ), indicando a origem dos ganhos da empresa: as vendas, as aplicaes na poupana, etc. Um fato provoca pelo menos duas alteraes no patrimnio ou operacional: no resultado

uma delas se refere aplicao de recursos a outra sua origem Quando um fato representa uma despesa ou receita, ele poder alterar ao mesmo tempo o grfico do patrimnio e o do resultado operacional: FATO: JUROS GANHOS COM APLICAO NA POUPANA ALTERAO NO GRFICO DO PATRIMNIO CADERNETA DE POUPANA $ 1.500 + 300 = $ 1.800 APLICAO ALTERAO NO GRFICO DO RESULTADO OPERACIONAL JUROS DA POUPANA: $ 300 ORIGEM

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11 FATO: GASTOS COM A REALIZAO DO COQUETEL ALTERAO NO GRFICO DO RESULTADO OPERACIONAL DESPESAS GASTOS COM O COQUETEL: $ 200 APLICAO ALTERAO NO GRFICO DO PATRIMNIO BENS DINHEIRO: $ 500 - 200 = $ 300 ORIGEM

Vamos ver quando e como o resultado das operaes de uma empresa integrado ao seu patrimnio. Chama-se de exerccio ao perodo que a contabilidade toma como base para fazer um balano geral de tudo aquilo que ela realizou, avaliando a situao do patrimnio e apurando o resultado operacional ( lucro ou prejuzo ). Portanto, exerccio o perodo decorrido entre um balano e outro. ele tem , geralmente, a durao de 12 meses e coincide com o nosso ano civil, que comea em 1 de janeiro e termina em 31 de dezembro. Ao terminar o exerccio, a contabilidade realiza o balano da situao da empresa: o que tem / o que deve; o que ganhou / o que gastou, obtendo o resultado operacional, que ento integrado ao patrimnio. Resultado operacional o resultado que a contabilidade de uma empresa apura no final do exerccio, para saber se ela teve lucro ou prejuzo No nosso exemplo, temos: RECEITA ( maior que a Despesa ) DESPESA ( menor que a Receita ) LUCRO

300 200 100

Extramos as seguintes concluses: todo lucro apurado por uma pj pertence aos seus donos. todo prejuzo apurado por uma pj de responsabilidade dos seus proprietrios. logo, tanto o lucro como o prejuzo apurados devem estar juntos do capital social, elevando-o, se houver lucro, ou diminuindo-o, se houver prejuzo.

Vejamos, agora, como fica a demonstrao do patrimnio: PATRIMNIO (+)

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12 BENS Dinheiro Equipamentos DIREITOS Depsito em Cad. Poupana OBRIGAES Fornecedor Equipamentos 500

300 500 800

TOTAL

CAPITAL SOCIAL Alexandre 1.800 Fernanda Resultado Operacional 2.100 2.600 TOTAL 2.600

1.000 1.000 100

A CONTABILIDADE, POR MEIO DE TCNICA PRPRIA, PROCURA DEMONSTRAR O QUE SE TEM E O QUE SE DEVE, O QUE SE GASTA E O QUE SE GANHA, A APLICAO DOS RECURSOS DA EMPRESA E A ORIGEM DESSES MESMOS RECURSOS 6 CASO: PATRIMNIO LQUIDO Vamos supor que Alexandre e Fernanda resolvam encerrar as atividades da empresa. naturalmente, cada um vai querer retirar do patrimnio o que seu por direito. A EMPRESA TEM: BENS. DIREITOS A EMPRESA DEVE: FORNECEDOR CAPITAL SOCIAL LUCRO 500 2.000 100 2.600 800 1.800 2.600

A empresa somente pode pagar o que deve com o que tem. o primeiro passo, portanto, liquidar as dvidas que possui com terceiros, deixando por ltimo a devoluo do capital social aos scios, acrescido dos lucros ou diminudo dos prejuzos.

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assim: BENS + DIREITOS $ 800 $ 1.800 - OBRIGAES $ 500 = SITUAO LQUIDA OU PATRIMNIO LQUIDO $ 2.100

Patrimnio lquido um componente do patrimnio no qual so indicados os valores do capital social de todos os scios, acrescido dos lucros ou diminudo dos prejuzos verificados em cada exerccio. separado das obrigaes normais da empresa, tendo em vista que ele s ser exigido se a empresa encerrar suas atividades ou se algum scio se retirar da sociedade. PATRIMNIO LQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAES

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DEMONSTRATIVOS C ONTBEISINTRODUOA Contabilidade enquanto sistema de informaes destinadas a auxiliar o processo de planejamento e controle na empresa, fornece a esses usurios demonstrativos. As demonstraes financeiras obrigatrias, a periodicidade e a base para sua elaborao so determinadas pelo artigo 176 da Lei n0 6.404/76: "Art. 176. Ao fim de cada exerccio social, a Diretoria far elaborar, com base na escriturao mercantil da companhia, as seguintes demonstraes financeiras, que devero exprimir com clareza a situao do patrimnio da companhia e as mutaes ocorridas no exerccio: a) balano patrimonial; b) demonstrao do resultado do exerccio; c) demons trao dos lucros ou prejuzos acumulados ( pode ser substituda pela demonstrao das mutaes do patrimnio lquido); e d) demonstrao das origens e aplicaes de recursos." Existem entretanto demonstraes no abrangidas (ainda) pela Lei. As mais comuns so a demonstrao dos fluxos de caixa (DFC) e o Balano Social.

BALANO PATRIMONIALO artigo 178 da Lei n0 6.404/76 determina a forma de classificao das contas no balano patrimonial: "Art. 178. No balano, as contas sero classificadas segundo os elementos do patrimnio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira da companhia." A NBC-T-3.2 _ Do Balano Patrimonial aborda alguns aspectos especficos desta pea contbil. O subitem 3.2.1 estabelece o conceito do balano patrimonial: "3.2.1.1 _ O balano patrimonial a demonstrao contbil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posio patrimonial e financeira da Entidade."

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15 BALANO PATRIMONIAL ATIVO Para ser Ativo necessrio preencher os quatro requisitos: 1. Bens ou Direitos; 2. De propriedade da empresa; 3. Mensurvel monetariamente; 4. Representar benefcios presentes ou futuros. Grupos: - CIRCULANTE So os Bens e os Direitos com vencimento at o trmino do exerccio seguinte, ou ainda, com vencimento at 12 meses da data do ltimo Balano. - REALIZVEL A LONGO PRAZO So os Direitos com vencimento aps o trmino do exerccio seguinte, ou ainda, com vencimento posterior a 12 meses da data do ltimo Balano. Considera-se tambm como Longo Prazo, as transaes de emprstimos a Acionistas, Diretores, e outras pessoas a fins, independente do prazo de vencimento, desde que os emprstimos no faam parte das operaes principais da empresa. - PERMANENTE Bens e direitos de carter fixo. Divide-se em: Investimentos, Imobilizado e Diferido. PASSIVO So as contas representativas de obrigao com terceiros, que quando de seu vencimento, sero reclamadas. So tambm mensurveis monetariamente. Grupos: - CIRCULANTE So as Obrigaes com vencimento at o trmino do exerccio seguinte, ou ainda, com vencimento at 12 meses da data do ltimo Balano. - EXIGVEL A LONGO PRAZO So as Obrigaes com vencimento aps o trmino do exerccio seguinte, ou ainda, com vencimento posterior a 12 meses da data do ltimo Balano. Considera-se tambm como Longo Prazo, as transaes de emprstimos de Acionistas, Diretores, e outras pessoas a fins, independente do prazo de vencimento. - RESULTADO DE EXERCCIOS FUTUROS So as Receitas recebidas antes da prestao do servio, desde que sejam lquidas e certas. PATRIMNIO LQUIDO So as obrigaes para com os Scios. Tem como principais contas: Capital, Reservas de Capital, Reserva de Reavaliao, Reservas de Lucros, Lucro ou Prejuzos Acumulados e Aes em Tesouraria.

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DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIOA composio da demonstrao do resultado do exerccio determinada pelo artigo 187 da Lei n0 6.404/76: "Art. 187. A demonstrao do resultado do exerccio discriminar: I _ a receita bruta das vendas e servios, as dedues das vendas, os abatimentos e os impostos; II _ a receita lquida das vendas e servios, o custo das mercadorias e servios vendidos e o lucro bruto; III _ as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV _ o lucro ou prejuzo operacional, as receitas e despesas no operacionais e o saldo da conta de correo monetria (artigo 185, 3); V _ o resultado do exerccio antes do imposto de renda e a proviso para o imposto; VI _ as participaes de debntures, empregados, administradores e partes beneficirias e as contribuies para instituies ou fundos de assistncia ou previdncia de empregados; VII _ o lucro ou prejuzo lquido do exerccio e o seu montante por ao do capital social." O pargrafo 1 do artigo 187 impe que sejam observados os princpios da competncia e do confronto entre receitas e despesas na apurao do resultado do exerccio: " 1 Na determinao do resultado do exerccio sero computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no perodo, independentemente da sua realizao em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos." A NBC-T-3.3 _ Da Demonstrao do Resultado aborda alguns aspectos especficos desta pea contbil. O subitem 3.3.1 estabelece o conceito da demonstrao do resultado: "3.3.1.1 _ A demonstrao do resultado a demonstrao contbil destinada a evidenciar a composio do resultado formado num determinado perodo de operaes da Entidade. 3.3.1.2 _ A demonstrao de resultado, observado o princpio de competncia, evidenciar a formao dos vrios nveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas."

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17 DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO RECEITA BRUTA (-) DEDUES IPI ICMS Abatimentos RECEITA LQUIDA (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS LUCRO BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS De Vendas Administrativas Financeiras - Receitas Financeiras Variaes monetrias LUCRO OPERACIONAL (+/-) DESPESAS/RECEITAS NO OPERACIONAIS (-)PERDAS (+)GANHOS LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIO SOCIAL (-) PROVISO PARA A CONTRIBUIO SOCIAL (-) PROVISO PARA O IMPOSTO DE RENDA LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIO SOCIAL PARTICIPAES NO LUCRO LUCRO LQUIDO

DEMONSTRAO DE LUCROS E PREJUZOS ACUMULADOSO contedo da demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados determinado pelo artigo 186 da Lei n0 6.404/76: "Art. 186. A demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados discriminar: I _ O saldo do incio do perodo, os ajustes de exerccios anteriores e a correo monetria do saldo inicial; II _ as reverses de reservas e o lucro lquido do exerccio; III _ as transferncias para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do perodo." A demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados deve indicar o montante do dividendo por ao do capital social e pode ser includa na demonstrao das mutaes do patrimnio lquido (artigo 186, 2). A NBC-T-3.4 _ Da Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados aborda aspectos especficos desta demonstrao. O subitem 3.4.1 estabelece o conceito: Contabilidade para Executivos

18 "3.4.1.1 _ A demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados a demonstrao contbil destinada a evidenciar, num determinado perodo, as mutaes nos resultados acumulados da Entidade."

DEMONSTRAO DAS MUTAES DO PATRIMNIO LQUIDOA NBC-T-3.5 _ Da Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido aborda aspectos especficos desta demonstrao. O subitem 3.5.1 apresenta seu conceito: "3.5.1.1 _ A demonstrao das mutaes do patrimnio lquido a demonstrao contbil destinada a evidenciar, num determinado perodo, a movimentao das contas que integram o patrimnio da Entidade." O subitem 3.5.2 trata do contedo e estrutura desta demonstrao: "3.5.2.1 _ A demonstrao das mutaes do patrimnio lquido discriminar: a) os saldos no incio do perodo; b) os ajustes de exerccios anteriores; c) as reverses e transferncias de reservas e lucros; d) os aumentos de capital discriminando sua natureza; e) a reduo de capital; f) as destinaes do lucro lquido do perodo; g) as reavaliaes de ativos e sua realizao, lquida do efeito dos impostos correspondentes; h) o resultado lquido do perodo; i) as compensaes de prejuzos; j) os lucros distribudos; l) os saldos no final do perodo." A demonstrao das mutaes do patrimnio lquido, cuja elaborao e publicao facultada pela Lei n 6.404/76 (artigo 186, 2), passou a ser obrigatoriamente elaborada e publicada pelas companhias abertas, por fora da Instruo CVM n 59, de 22.12.86, que em seu artigo 1 dispe: "Art. 1 As companhias abertas devero elaborar e publicar, como parte integrante de suas demonstraes financeiras, a demonstrao das mutaes do patrimnio lquido, referida ao artigo 186, 2 in fine da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976."

DEMONSTRAO DAS ORIGENS E APLICAES DE RECURSOSA demonstrao das origens e aplicaes de recursos, cuja finalidade indicar as modificaes na posio financeira da empresa, tem seu contedo determinado pelo artigo 188 da Lei n0 6.404/76: "Art. 188. A demonstrao das origens e aplicaes de recursos indicar as modificaes na posio financeira da companhia, discriminando:

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19 I _ as origens dos recursos, agrupadas em: a) lucro do exerccio, acrescido de depreciao, amortizao ou exausto e ajustado pela variao nos resultados de exerccios futuros; b) realizao do capital social e contribuies para reservas de capital; c) recursos de terceiros, originrios do aumento do passivo exigvel a longo prazo, da reduo do ativo realizvel a longo prazo e da alienao de investimentos e direitos do ativo imobilizado. II _ as aplicaes de recursos, agrupadas em: a) dividendos distribudos; b) aquisio de direitos do ativo imobilizado; c) aumento do ativo realizvel a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; d) reduo do passivo exigvel a longo prazo. III _ o excesso ou insuficincia das origens de recursos em relao s aplicaes, representando aumento ou reduo do capital circulante lquido; IV _ os saldos, no incio e no fim do exerccio, do ativo e passivo circulantes, montante do capital circulante lquido e o seu aumento ou reduo durante o exerccio." A NBC-T-3.6 _ Da Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos aborda alguns aspectos especficos desta pea contbil. O subitem 3.6.1 apresenta o conceito: "3.6.1.1 _ A demonstrao das origens e aplicaes de recursos a demonstrao contbil destinada a evidenciar, num determinado perodo, as modificaes que originaram as variaes no capital circulante lquido da Entidade."

DEMONSTRAO DOS FLUXOS DE CAIXAA Demonstrao das Modificaes da Posio Financeira, que no Brasil denominada Demonstraes das Origens e Aplicaes de Recursos - DOAR, vem sendo substituda pela Demonstrao do Fluxo de Caixa em alguns pases. A Demonstrao do Fluxo de Caixa apresenta a modificao ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa durante determinado perodo, atravs dos fluxos de recebimentos e pagamentos. A diferena fundamental entre as duas demonstraes que enquanto a DOAR elaborada com base no conceito de capital circulante lquido, dentro do regime de competncia, apresentando, portanto, a disponibilidade de mdio prazo, a Demonstrao do Fluxo de Caixa baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, dentro do regime de caixa (recebimentos/pagamentos) puro. O entendimento do fluxo financeiro da empresa, notadamente, para o usurio no familiarizado com a Contabilidade, fica muito mais fcil de ser entendido atravs da Demonstrao do Fluxo de Caixa. Por esta razo, sugere-se a substituio da DOAR pela Demonstrao do Fluxo de Caixa, como meio de aprimorar a comunicao Contabilidade _ Usurio. Contabilidade para Executivos

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BALANO SOCIALO Balano Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interao da empresa com o ambiente em que est inserida. Possui quatro amplitudes: a) Balano ambiental demonstra os esforos da empresa em preservao do meio ambiente; b) Balano de recursos humanos evidencia tanto o perfil da fora de trabalho da empresa quanto a contribuio da empresa com o desenvolvimento da comunidade que a cerca; c) Demonstrao do valor adicionado discrimina a riqueza gerada pela empresa e sua destinao; e d) Contribuies sociedade. Um dos elementos mais importantes e diretamente responsvel pela produo econmica nacional, a empresa. As empresas compem o sistema de produo da economia nacional, produzindo os bens e servios que atendem s necessidades de consumo e de acumulao da sociedade. Na Cincia Econmica, o conceito de valor adicionado obtido em funo da Produo e utilizado para mensurar as atividades econmicas de uma nao atravs de definio do seu Produto Nacional. Na Cincia Contbil, em geral, utiliza-se o conceito das Vendas para obter-se o valor adicionado (riqueza criada) da empresa. O valor adicionado de uma empresa representa o quanto de valor ela agrega aos insumos que adquire num determinado perodo. Pode-se definir valor adicionado como sendo a diferena entre o valor da produo e os consumos intermedirios (compras a outras empresas) num determinado perodo, ou seja, a mesma definio utilizada pela econo mia. Este valor ser, ainda, igual soma de toda a remunerao dos esforos consumidos nas atividades da empresa. Estreitamente relacionada com o conceito de responsabilidade social, a Demonstrao do Valor Adicionado surgiu para atender s necessidades de informaes dos usurios sobre o valor da riqueza criada pela empresa e sua utilizao. Trata-se de uma viso diferente em termos de demonstraes contbeis. Em geral, as tradicionais demonstraes contbeis esto preocupadas em evidenciar para os investidores qual o lucro da empresa e como ele foi calculado. A demonstrao do resultado do exerccio, por exemplo, est mais voltada para um determinado tipo de usurio: o proprietrio da empresa que quer conhecer o valor do seu lucro final. A demonstrao do resultado do exerccio avalia a parte da riqueza criada pela empresa (o valor adicionado) que se destina ao proprietrio; o enfoque do proprietrio. E, para ele, os salrios, juros, impostos etc. so tratados como despesas, pois na realidade representam redues de sua parte da riqueza criada, ou seja, do seu lucro. A demonstrao do valor adicionado vem evidenciar, alm do lucro dos investidores, a quem pertence o restante da riqueza criada pela empresa. Contabilidade para Executivos

21 Isto no significa dizer que a demonstrao do resultado do exerccio incorreta. A demonstrao do resultado do exerccio atende adequadamente ao seu principal objetivo, que o de evidenciar o resultado da empresa aos seus investidores. Entretanto, devido a algumas transformaes socioeconmicas, surgiram diferentes tipos de usurios de informaes econmicas-financeiras, com diferentes tipos de necessidades, tambm. A demonstrao do valor adicionado surgiu para evidenciar o quanto de valor a empresa adiciona aos insumos que adquire, bem como sua distribuio aos elementos que contriburam para essa edio, atendendo a esses diferentes tipos de usurios. METODOLOGIA 2 VA = Receitas brutas Insumos adquiridos de terceiros depreciao/ amortizao transferncias

onde: VA = Valor adicionado Definies sobre o clculo do valor adicionado: o Receitas brutas = inclui vendas de mercadorias, produtos e servios, proviso para devedores duvidosos (reverso/constituio) e receitas no operacionais; o Insumos adquiridos de terceiros = matrias-primas consumidas + custo das mercadorias e servios vendidos + materiais, energia, servios de terceiros + perda/recuperao de valores ativos (essa parcela inclui os impostos ICMS e IPI); o Retenes = depreciao, amortizao e exausto contabilizadas no perodo. o Transferncias = resultado da equivalncia patrimonial + receitas financeiras. Inclui valores recebidos como dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo. Distribuio do valor adicionado o Remunerao do trabalho = Salrios e honorrios (frias, 13o salrio e adicionais), encargos sociais compulsrios, encargos sociais voluntrios e outros encargos gerais com pessoal; o Remunerao do governo = Impostos, taxas e contribuies (ICMS, Imposto de Renda, IPI, COFINS, Contribuio Social, Contribuio ao I SS, PIS, N CPMF, ISS, IPTU, etc.). No caso do ICMS e do IPI foi considerado o valor devido ou j recolhido aos cofres pblicos, representando a diferena entre os

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ABIQUIM Associao Brasileira da Indstria Qumica, Valor Adicionado Setor Qumico Brasileiro 1998. So Paulo, 22/10/99.

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22 impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item insumos adquiridos de terceiros. o Juros e aluguis = Despesas financeiras e de juros relativas a quaisquer tipos de emprstimos e financiamentos junto instituies financeiras. o Juros sobre o capital prprio e dividendos = Valores pagos aos acionistas. o Lucros retidos / Prejuzo do exerccio = Lucros/prejuzos destinados s reservas. RESUMO Em relao a 1998, a receita bruta do setor evoluiu 25,3% em 1999, enquanto o valor adicionado bruto evoluiu 39,1%. O valor adicionado a distribuir aumentou 40,9% conforme discriminado a seguir:

Unid.: R$ 1.000

DISCRIMINAO Receita Bruta Insumos Adquiridos de Terceiros Valor Adicionado Bruto Retenes Valor Adicionado Lquido Transferncias Valor Adicionado a Distribuir

SETOR SIDERRGICO 1999 14.118.381 7.545.837 6.572.544 1.082.880 5.489.664 1.133.797 6.623.461 1998 11.272.124 6.545.652 4.726.472 842.006 3.884.466 814.883 4.699.349

Em 1999, o valor adicionado da amostra do setor siderrgico representou 46,9% da receita bruta, contra 41,7% em 1998. A distribuio desse percentual pelos diferentes subsetores foi a seguinte:

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23 VALOR ADICIONADO COMO % DA RECEITA BRUTA

1999 Subsetores

1998

Valor Adicionado % da Receita Valor Adicionado % da Receita R$ mil R$ mil Bruta Bruta 3.037.602 1.912.679 729.052 944.128 6.623.461 54,2 47,6 34,1 39,9 46,9 2.645.216 1.359.737 70.011 624.385 4.699.349 52,6 47,6 4,1 37,6 41,7

Subsetor Planos Subsetor Longos Subsetor Aos Especiais Produtores Semi-Acabados

Setor Siderrgico

As distribuies no setor siderrgico das parcelas especficas, em 1999 e 1998, esto indicadas a seguir. DISTRIBUIO DO VALOR ADICIONADO COMO % DA RECEITA BRUTA 1999 Unid.: %Discriminao Subsetor Subsetor Planos Longos 54,2 47,6 Subsetor Produtores Setor Aos Especiais Semi-Acabados Siderrgico 34,1 39,9 46,9

Valor Adicionado

Remunerao do Trabalho Remunerao do Governo Juros e Aluguis Juros s/ Capital Prprio e Dividendos Lucros / Prejuzos Retidos

10,7 16,2 15,9 4,3

10,9 16,0 13,2 2,5

13,2 10,6 46,4 -

9,6 (3,6) 57,3 -

10,9 12,0 26,7 2,4

7,1

5,0

(36,1)

(23,4)

(5,1)

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24 DISTRIBUIO DO VALOR ADICIONADO COMO % DA RECEITA BRUTA 1998 Unid.: %Discriminao Subsetor Subsetor Planos Longos 52,6 47,6 Subsetor Produtores Setor Aos Especiais Semi-Acabados Siderrgico 4,1 37,6 41,7

Valor Adicionado

Remunerao do Trabalho Remunerao do Governo Juros e Aluguis Juros s/ Capital Prprio e Dividendos Lucros / Prejuzos Retidos

12,9 15,0 8,7 4,9

13,4 16,9 8,5 2,7

17,9 10,6 25,8 -

14,7 7,0 18,2 2,3

14,1 13,6 12,7 3,2

11,1

6,1

(50,2)

(4,6)

(1,9)

A parcela juros e aluguis apresentou a maior evo luo, de R$1,434 bilho para R$3,763 bilhes (163%). A COFINS (81%) e o ICMS (34%) apresentaram as evolues de maior impacto. Unid.: R$ 1.000 DISTRIBUIO DO VALOR ADICIONADOREMUNERAO DO TRABALHO (Pessoal e Encargos) REMUNERAO DO GOVERNO

SETOR SIDERRGICO1999 1.547.981 1.692.497 939.549 (130.307) 352.554 302.531 153.264 (62.520) 68.555 39.863 4.060 18.388 1998 1.583.875 1.533.650 701.735 10.758 340.266 166.834 161.405 43.745 55.221 27.420 2.345 19.085

(Impostos, Taxas e Contribuies)- ICMS - Imposto de Renda - IPI - COFINS - Contribuio ao INSS - Contribuio Social - PIS - CPMF - ISS - IPTU

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25- Outros JUROS E ALUGUIS JUROS SEM CAPITAL PRPRIO E DIVIDENDOS LUCROS RETIDOS / PREJU ZO DO EXERCCIO TOTAL 6.560 3.763.954 340.937 (721.908) 6.623.461 4.836 1.433.674 361.454 (213.304) 4.699.349

DISTRIBUIO DA REMUNERAO AO GOVERNO, PELOS DIFERENTES TIPOS DE IMPOSTOS, COMO % DO VALOR ADICIONADO E DA RECEITA BRUTA 1999 Unid.: %DISCRIMINAO EM RELAO AO VALOR ADICIONADO 1998 Remunerao do Governo ICMS IR IPI Cofins INSS Contribuio Social PIS CPMF ISS IPTU Outros TOTAL 32,5 1999 25,6 55,5 (7,7) 20,8 17,9 9,1 (3,7) 4,0 2,4 0,2 1,1 0,4 100,0Disq.42/catia32/18.09.2000/jcs/cmc

EM RELAO RECEITA BRUTA 1998 13,6 1999 12,0 6,6 (0,9) 2,5 2,1 1,1 (0,4) 0,5 0,3 0,1 0,1 12,0

45,80,7 22,2 10,9 10,5 2,9 3,6 1,8 0,1 1,2 0,3 100,0

6,20,1 3,0 1,5 1,4 0,4 0,5 0,2 0,2 0,1 13,6

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B ALANO P ATRIMONIALPATRIMNIOPatrimnio o conjunto de BENS, DIREITOS e OBRIGAES de uma empresa. Os bens e direitos constituem o ATIVO e as obrigaes perante terceiros compem o PASSIVO EXIGVEL. A parcela de patrimnio que pertence aos proprietrios, denominada PATRIMNIO LQUIDO ou CAPITAL PRPRIO, aparece no PASSIVO por representar uma "obrigao" da empresa para com seus titulares. O valor do PATRIMNIO LQUIDO pode ser apurado pela seguinte equao: PATRIMNIO LQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAES Esta equao pode ter como resultado trs situaes possveis: OBRIGAES SITUAO LQUIDA BENS + DIREITOS SITUAO LQUIDA NEGATIVA

BENS + DIREITOS

BENS + DIREITOS

OBRIGAES

OBRIGAES

(B+D)>Obrigaes PL positivo

(B+D)=Obrigaes PL nulo

(B+D) Custo dos Produtos Vendidos EI -> Estoque Inicial EF -> Estoque Final C -> Compras No caso de empresas comerciais a equao aplicada com simplicidade, pois as entradas so representadas apenas pelas compras de mercadorias destinadas venda. No caso de empresas industriais, as entradas representam toda a produo completada no perodo. DESPESAS OPERACIONAIS As despesas operacionais constituem-se das despesas incorridas para vender produtos e administrar a empresa, sendo que , dentro do conceito da Lei n6404/76, abrange tambm as despesas lquidas para financiar suas operaes e o resultado liquido de atividades acessrias da empresa.

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35 O artigo 187 da Lei das S/A estabelece, para chegarmos ao lucro operacional, a deduo das despesas com vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais. So elas: o DE VENDAS o ADMINISTRATIVAS o ENCARGOS FINANCEIROS LQUIDOS o OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACCIONAIS o DESPESAS DE VENDAS E ADMINISTRATIVAS DESPESAS DE VENDAS As despesa de vendas representam gastos de promoo, colocao e distribuio dos produtos da empresas, bem como os riscos assumidos pela venda, constando dessa categoria despesas como: com o pessoal da rea de vendas, marketing, distribuio, pessoal administrativo interno de vendas, comisses sobre vendas, propaganda e publicidade, gastos estimados com garantia de produtos vendidos, perdas estimadas dos valores a receber, proviso para devedores duvidosos etc. DESPESAS ADMINISTRATIVAS As despesas administrativas representam os gastos incorridos, para a direo ou gesto da empresa, se constituindo de vrias atividades gerais que beneficiam todas as fases do negcio ou objeto social. Constam dessa categoria itens como honorrios da administrao, salrios e encargos do pessoal administrativo, despesas legais e judiciais, material de escritrio etc. EXEMPLO DE DESPESAS DE VENDAS E ADMINISTRATIVAS DE VENDAS a)Despesa com o Pessoal b)Comisso de Vendas c)Ocupao d)Utilidades e Servios e)Propaganda e Publicidade f)Despesas Gerais g)Impostos e Taxas i)Proviso para Devedores Duvidosos ADMINISTRATIVAS a)Despesa com o Pessoal b)Ocupao c)Utilidades e Servios d)Honorrios e)Despesas Gerais f)Impostos e Taxas

DESPESAS COM PESSOAL No caso de despesa com o pessoal deve ser dividida por setor de atuao, includo nesta conta todos os encargos trabalhistas do empregado (ordenados, gratificaes,

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36 indenizaes, frias, 13 salrio, IAPAS, FGTS, assistncia mdico-social, seguros, etc.), segregado em subcontas distintas. COMISSES DE VENDAS Aplica-se, logicamente, apenas as despesas de vendas e engloba todas as despesas com comisses devida sobre vendas incluindo os encargos sociais decorrentes destas. OCUPAO No subgrupo ocupao estaro registradas as despesas com a ocupao fsica dos imveis e as instalaes representadas por aluguis e despesas de condomnio, quando o imvel e os bens forem de terceiros. A apropriao destas despesas enter a produo, a administrao e a venda depende da utilizao de cada setor. No caso de bens prprios a conta utilizada seria a de Depreciao e Amortizao. UTILIDADES E SERVIOS O subgrupo utilidades e servios tambm deve ser rateada de acordo com a utilizao de cada setor e compreende os gastos com: Energia Eltrica gua Telefone, Fax, Telex, Telegrama etc. Correio e Malotes Reproduo e impresso Seguros Transporte de Pessoal Outras PROPAGANDA E PUBLICIDADE um subgrupo das despesas de vendas que em certas circunstncias poder fazer parte do grupo de despesas administrativas, como no caso de propagandas para melhoria da imagem da empresa, no vinculada a venda do produto. HONORRIOS As contas de honorrios foram previstas somente no grupo de despesas administrativas e segregadas em: Diretoria Conselho Administrativo Conselho Fiscal DESPESAS GERAIS outro subgrupo comum s despesas administrativas e de vendas, tendo o seguinte rol de contas classificveis:

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37 Viagens e Representaes Material de Escritrio Materiais Auxiliares e de Consumo Copa, Cozinha e Refeitrio Condues e Lanches Revistas e Publicaes Donativos e Contribuies Legais e Judiciais Servios Profissionais e Contratados Auditoria Consultoria Recrutamento e Seleo Segurana e Vigilncia Treinamento de Pessoal IMPOSTOS E TAXAS So registrados impostos como IPTU, IPVA, a contribuio sindical, a contribuio para o PIS, a contribuio para o PASEP, etc. A Receita federal determinou que o PIS e o PASEP calculado sobre a receita bruta de vendas poder ser considerada como redutora desta, na determinao de receita lquida, e a parcela calculada sobre as demais receitas poder ser considerada como despesa operacional. PROVISO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS O valor a ser contabilizao em proviso para devedores duvidosos nas despesa de vendas somente a diferena entre o saldo anterior da proviso, j deduzido as baixas de contas incobrveis, e o novo saldo. Para evitar dvidas a conta subdividida em duas outras: Constituio de Novo Saldo (conta devedora) Reverso do Saldo Anterior (conta credora) ENCARGOS FINANCEIROS LQUIDOS A Lei das S.A., no seu artigo 187, define a apresentao como despesas operacionais as despesas financeiras deduzidas das receitas financeiras. A Lei das S.A. no distingue as despesas financeiras das variaes monetrias, como ocorre na legislao do Imposto de Renda, apesar disto procuramos harmonizar ambos os textos legais. RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS So includos a os juros, o desconto e a atualizao monetria prefixada, alm de outros tipos de receitas ou despesas, como as oriundas de aplicaes temporrias em ttulos.

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38 Como se verifica, nas despesas ou receitas financeiras, s se incluem os juros, mas no as atualizaes monetrias ou variaes cambiais de emprstimos as quais so registradas separadamente nas Variaes Monetrias. Todavia quando se tratar de atualizao prefixada, ser considerada como despesa(ou receita) financeira e no como variao monetria. VARIAES MONETRIAS A Lei do Imposto de Renda, no artigo 253 e 254 do RIR, considera como variaes monetrias as variaes cambiais e as correes monetrias (exceto as prefixadas). A contabilizao em contas segregadas das demais despesas ou receitas financeiras era necessria para fins fiscais para apurar o lucro inflacionrio e conseqente tributao do saldo credor da Correo Monetria do Balano. Atualmente no mais exigida esta segregao, mas nada impede a contabilidade de manter seus registros separadamente , o que facilita na divulgao clara das informaes. OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS O conceito de lucro operacional que engloba os resultados das atividades principais e acessrias, sendo que essas outras receitas e despesas operacionais so atividades acessrias do objeto da empresa. LUCRO E PREJUZO DE PARTICIPAES EM OUTRAS SOCIEDADES Sero registrados como operacionais os lucros ou prejuzos oriundos dos investimentos em outras empresas, normalmente de carter permanente. A contabilizao desta participao prev as seguintes contas: Participao nos Resultados de Coligadas e Controladas pelo Mtodo de Equivalncia Patrimonial Os acrscimos (ou diminuies) na conta dos Investimentos avaliados pelo mtodo da equivalncia patrimonial, oriundos de lucros e prejuzos nas coligadas e controladas, so registrados nessa conta. Par fins de publicao, essa conta dever sempre aparecer destacada na Demonstrao do Resultado do Exerccio Dividendos e Rendimentos de Outros Investimentos As receitas oriundas de outros investimentos, no avaliados pelo mtodo da equivalncia patrimonial, so aqui registradas. Originam-se dos dividendos recebidos. Essa receita de dividendos tambm poder ser registrada na data do balano, quando a investida contabilizar uma Proviso para Dividendos, sendo que a investidora registraria a parte correspondente sua participao, debitando uma conta de realizvel, Dividendos Propostos a Receber Amortizao de gio ou Desgio de Investimentos Refere-se parcela periodicamente registrada para amortizao da conta de gio/Desgio de Investimentos

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39 VENDAS DIVERSAS Outro tipo de resultado operacional poderia ser o oriundo de vendas espordica de sucatas ou sobras de estoques, nesse caso, lquido do ICMS correspondente. Se todavia, as vendas forem de sucatas normais e inerentes ao processo produtivo, essa receita deve ser registrada como reduo do custo de produo. RESULTADOS NO OPERACIONAIS O grupo de contas do resultado no operacional limita-se a um pequeno nmero de operaes. A Lei das S.A., na verdade no fornece detalhes do seu contedo, somente mencionando, no seu artigo 187, que aps o resultado operacional devem aparecer as receitas e despesas no operacionais. Todavia, em face do contedo dos resultados operacionais, e considerando os conceitos complementares contidos na legislao do Imposto de Renda, somente faro parte dos resultados no operacionais os lucros ou prejuzos na venda ou baixa do Ativo Permanente. Portanto, faro parte dos resultados no operacionais o resultado das baixas ou alienaes de Investimentos, de Ativo Imobilizado ou Ativo Diferido. A tais resultados a legislao fiscal da o nome de Ganhos e Perdas de Capital. Englobam os ganhos e perdas de capital os resultados na alienao, inclusive por desapropriao, na baixa por perecimento, extino, desgaste, obsolescncia ou exausto, ou na liquidao de bens do ativo permanente. GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NOS INVESTIMENTOS Aqui so contabilizados os ganhos e as perdas nos seguintes itens: GANHOS E PERDAS NA ALIENAO DE INVESTIMENTOS Lucro ou prejuzos apurados na venda de investimentos permanentes a terceiros. O valor total do ganho ou perda ser apurado da diferena entre o valor total lquido que o bem est contabilizado no balano e o valor da venda deste para terceiros. CONTRIBUIO SOCIAL Essa conta deve registrar o valor da contribuio social apurada ao final do exerccio. PROVISO PARA O IMPOSTO DE RENDA Nesta conta ser lanada a despesa de Imposto de Renda, a ser paga no prprio exerccio. EXEMPLO DA DEMONSTRAO DO RESULTADO DA COMPANHIA NORDESTE DE PARTICIPAES (CONEPAR), PUBLICADO PELA GAZETA MERCANTIL EM 15 DE ABRIL DE 1998.

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DEMONSTRAO DO RESULTADO Exerccios findos em 31 de dezembro de 1997 e 1996. 1997 Receita operacional bruta Vendas no mercado interno 794.117,00 Vendas no mercado externo 75.879,00 869.996,00 Dedues de vendas Impostos sobre vendas (139.827,00) Devolues (2.100,00) Receita operacional lquida 728.069,00 Custo dos produtos vendidos (590.358,00) Lucro bruto 137.711,00 Receitas e despesas operacionais Vendas e distribuio (29.363,00) Gerais e administrativas (60.124,00) Despesas financeiras, lquidas (41.589,00) Outras receitas operacionais, lquidas 6.087,00 Lucro operacional 12.722,00 Resultado no operacional Ajuste de equivalncia patrimonial inicial Outras despesas no operacionais (6.526,00) (6.526,00) Prejuzo antes do IR, contribuies sociais das participaes dos empregados nos resultados 6.196,00 Imposto de renda (2.639,00) Contribuio social (22,00) Participao dos empregados nos resultados (1.147,00) Prejuzo do exerccio 2.388,00

1996 729.974,00 84.897,00 814.871,00 (131.276,00) (2.195,00) 681.400,00 (555.820,00) 125.580,00 (29.393,00) (56.683,00) (50.210,00) 4.112,00 (6.594,00) (8.022,00) (4.530,00) (12.552,00) (19.146,00) (2.877,00) (2.811,00) (24.834,00)

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OUTRAS D EMONSTRAES F INANCEIRASDEMONSTRAO DE ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS (DOAR)OBJETIVO DA DOAR Essa demonstrao visa identificar as modificaes ocorridas na posio financeira de curto prazo da empresa, motivadas: a) pelo ingresso de novos recursos, alm dos gerados pelas prprias operaes; b) pela forma como estes recursos foram aplicados. A posio financeira de curto prazo da empresa representada pelo valor do Capital Circulante Lquido (CCL). Este obtido diminuindo-se o Passivo Circulante (PC) do montante do Ativo Circulante (AC). CCL = AC-PC ESPCIES DE CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO (CCL) CCL prprio ou positivo: ocorrer quando o valor do ativo circulante (AC) for superior ao do passivo circulante (PC); CCL de terceiros ou negativo: ocorrer quando o valor do AC for menor do que o PC; CCL nulo: ocorrer quando o valor do AC for igual ao do PC. Se o CCL positivo (AC > PC), isto significa que os bens e direitos que a empresa possui, realizveis em dinheiro no prazo de um ano, so mais que suficientes para quitar suas obrigaes vencveis nesse mesmo prazo, de tal sorte que sua posio financeira pode ser considerada satisfatria. No caso contrrio, CCL negativo, os bens e direitos so insuficientes para honrar as obrigaes vencveis a curto prazo e a posio financeira da empresa inspira cuidados.

OBRIGATORIEDADE DE ELABORAO A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Recursos de apresentao obrigatria para todas as companhias abertas e para as companhias fechadas com patrimnio lquido, na data do balano, superior a R$1.000.000,00 (um milho de reais).

ESQUEMA BSICO

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42 Contas do Ativo: representam aplicaes, quando aumentam de saldo; e origens, caso ocorram diminuies dos respectivos saldos. ATIVO + APLICAES ( - ) ORIGENS

Contas do Passivo (Passivo Exigvel, Resultado de Exerccios Futuros e Patrimnio Lquido): representam origens, quando aumentam de saldo; e aplicaes, caso ocorram diminuies dos respectivos saldos. PASSIVO + ORIGENS ( - ) APLICAES

Contas de Resultado: as receitas representam origem de recursos e as despesas, aplicaes. Contas em Geral: o esquema acima pode ser, tambm, aplicado em todas as contas, segundo a natureza do seu saldo, da seguinte forma: TRANSAES INCLUDAS NA DOAR Apesar do nome da demonstrao, nem todas as transaes que geram novos recursos ou que representem aplicao dos mesmos so includas na DOAR. Somente faro parte da DOAR as transaes representativas de origens e aplicaes de recursos que impliquem uma modificao direta ou indireta no CCL da companhia. EXEMPLOS DE TRANSAES QUE NO SO INCLUDAS POR NO AFETAREM O CCL Pagamento de fornecedores H uma sada de recursos, representada pelo desembolso de caixa, e uma simultnea entrada de recursos, representada pela diminuio do Passivo Circulante; entretanto, o CCL no alterado, pois o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC) diminuem simultaneamente. AC ( - ) PC ( - ) CCL (=)

Compra de mercadorias vista H uma sada de recursos, representada pelo desembolso de caixa, e uma entrada, representada pelo aumento do estoque de mercadorias;

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43 O CCL permanece sem alterao, pois o AC diminudo e aumentado pelo mesmo valor. AC ( - ) AC ( + ) CCL (=)

c) Compra de mercadorias a prazo H uma aplicao de recursos representada pelo aumento de estoque e uma origem, devido criao de uma obrigao para com o fornecedor; o AC e o PC se elevam no mesmo montante e o CCL fica inalterado. AC ( + ) PC ( + ) CCL (=)

d) Pagamento de despesas ativadas Por exemplo, o pagamento de prmios de seguros cuja aplice vige r tambm no exerccio seguinte. H uma origem de recursos em funo do desembolso e uma simultnea aplicao em despesas ativadas (despesas antecipadas); o CCL permanece inalterado. AC ( + ) AC ( - ) CCL (=)

Ateno: Quando uma parcela da despesa antecipada apropriada ao resultado do exerccio, o CCL ser modificado, pois o AC diminuir em contrapartida diminuio do Patrimnio Lquido (veja o subitem seguinte).

EXEMPLOS DE TRANSAES INCLUDAS POR AFETAREM O CCL Receitas auferidas e despesas incorridas pela pessoa jurdica As receitas aumentam o AC e o PL simultaneamente e, portanto, elevam o CCL; o inverso ocorre com as despesas; se considerarmos que a soma algbrica das receitas e despesas da empresa resulta no resultado do exerccio, pode-se afirmar que este ltimo, quando positivo, uma origem de recursos para a empresa. AC ( + ) PL ( + ) CCL (+)

b) Integralizao de capital em dinheiro H um aumento do AC vinculado a um aumento do PL; o CCL se eleva. AC ( + ) PL ( + ) CCL (+)

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c) Recebimento de um emprstimo de longo prazo de uma instituio financeira H um aumento no AC (dbito de Bancos c/ Movimento) em contrapartida a uma elevao no PELP (Passivo Exigvel a Longo Prazo); o CCL aumenta. AC ( + ) PELP ( + ) CCL (+)

d) Aquisio vista de bens do Ativo Permanente A sada de recursos registrada atravs da diminuio do AC e a entrada, pelo aumento do AP; logo, h uma diminuio do CCL. AC ( - ) AP ( + ) CCL ( - )

e) Dividendos propostos Haver um aumento do PC, pelo crdito na conta Dividendos a Pagar, e uma diminuio do PL, em virtude do dbito na conta Lucros Acumulados; o CCL diminuir. PC ( + ) PL ( - ) CCL ( - )

f) Dividendos pagos mediante dbito na conta de Lucros Acumulados, sem terem transitado pelo Passivo Circulante Haver diminuio do AC, em virtude do desembolso, e diminuio do PL; o CCL ser reduzido. AC ( - ) PL ( - ) CCL ( - )

CASOS ESPECIAIS RECEITAS E DESPESAS QUE NO AFETAM O CCL Fizemos um pressuposto implcito que as receitas aumentam o Ativo Circulante e as despesas o diminuem (ou aumentam o Passivo Circulante) e, em virtude disso, o CCL afetado em ambos os casos. Entretanto, embora seja menos comum, h despesas e receitas que no afetam o CCL e que, em conseqncia, no devem figurar na DOAR. Exemplos: a) Despesas de depreciao, amortizao ou exausto

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45 Essas despesas no implicam desembolso (nem imediato, nem futuro) para a empresa, portanto no influenciam o CCL; so registradas contabilmente como diminuio simultnea do AP e do PL. AP ( - ) PL ( - ) CCL (=)

Receitas transferidas de Resultados de Exerccios Futuros (REF) para a conta Resultado do Exerccio Por tratar-se de simples movimentao contbil e no representar entrada de novos recursos, no afetam o valor do CCL; por out ro lado, quando so recebidas e classificadas em conta de REF, h entrada de recursos e essa transao, embora no seja computada no resultado do exerccio, aumenta o CCL. REF ( - ) E AC ( + ) REF ( + ) CCL (+) 2 caso PL ( + ) CCL (=) 1 caso

c) Os ganhos ou perdas na avaliao de investimentos avaliados pelo mtodo da equivalncia patrimonial Essas receitas ou despesas so registradas como aumento /diminuio simultneo(a) do AP e do PL e, consequentemente, no modificam o valor do CCL. AP ( + ) PL ( + ) CCL ( = )

d) As variaes monetrias de direitos realizveis ou de passivos exigveis a longo prazo Essas receitas ou despesas so contabilizadas como aumento da Ativo Realizvel a Longo Prazo (ARLP) ou do Passivo Exigvel a Longo Prazo (PELP) e variao correspondente no PL, no alterando o valor do CCL. ARLP ou PELP ( + ) PL ( + ) CCL ( = )

e) At 31-12-95, o saldo da conta de Resultado da Correo Monetria, quando era obrigatria a sistemtica de correo monetria das demonstraes financeiras, explicada no captulo 4, era efetuada atravs do aumento das contas do Ativo ou do Passivo e da variao correspondente no prprio PL, no influenciando, em conseqncia, o CCL. A( + ) ou P ( + ) PL ( + ) CCL ( = )

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46 f) O lucro ou prejuzo no-operacional decorrente da alienao de bens e direitos do Ativo Permanente. No valor da alienao do bem ou direito do que figura como origem na DOAR, j est computado o lucro ou prejuzo decorrentes da operao ter sido efetuada por um montante maior ou menor que o custo contbil do bem, logo, tais resultados devem ser ajustados (+) ao resultado do exerccio para no afetarem duas vezes o CCL. (+) Perda de Capital (-) Ganho de Capital (lucro no-operacional ) (prejuzo no-operacional )

Notas: O lucro lquido do exerccio deve ser ajustado pelo valor das receitas e das despesas que no influenciam o CCL para fins de apresentao na DOAR; As transaes descritas nas alneas c e d podem ser desdobradas em duas operaes que afetam o CCL, de forma similar ao que ser analisado logo a seguir; nesse caso, elas poderiam registrar na DOAR. PRINCIPAIS ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS QUE NO AFETAM O CCL, MAS CONSTAM DA DOAR Embora as operaes descritas a seguir no afetem o CCL, elas devem ser includas na DOAR porque podem ser decompostas em duas outras que influenciam. a) Integralizao de Capital Social em Bens do Ativo Permanente Representa: aplicao: incorporao de bens ao Ativo Permanente; origem: integralizao de capital; conseqncia: como se houvesse movimentao no disponvel, via entrada no caixa, pelo aumento de capital (aumento do CCL) e sada do caixa para aquisio dos referidos bens (diminuio do CCL). b) Aquisio de Bens do Ativo Permanente para pagamento a Longo Prazo Representa: aplicao: aquisio de bens do Ativo Permanente; origem: financiamento obtido com aumento do Passivo Exigvel a Longo Prazo; conseqncia: como se houvesse movimentao no disponvel via entrada no caixa, pelo financiamento obtido e sada do caixa para aquisio dos bens. c) Alienao de Bens do Ativo Permanente para Recebimento a Longo Prazo Representa:

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47 aplicao: aumento do Ativo Realizvel a Longo Prazo, devido ao financiamento efetuado pela empresa; origem: a baixa do valor do Ativo Permanente; conseqncia: como se a movimentao no disponvel fosse efetuada: o Entrada no caixa pelo valor recebido pela venda; o Sada do caixa pelo financiamento concedido pela empresa a ser recebido em longo prazo. d) Converso de Dvidas de Longo Prazo em Capital Social Representa: aplicao: reduo da dvida do Passivo Exigvel a Longo Prazo; origem: integralizao do Capital Social; conseqncia: como se houvesse movimentao no disponvel, via sada do caixa para pagamento da dvida de longo prazo, e entrada no caixa via aumento do Capital Social. ESTRUTURA DA DOAR I - ORIGENS DE RECURSOS 1) Das Operaes (+) resultado Lquido do Exerccio (+) Despesas de Depreciao, Amortizao e Exausto (+) Perda por Equivalncia Patrimonial (+) Prejuzo na Venda de Be ns e Direitos do Ativo Permanente (AP) ( -) Ganhos por Equivalncia Patrimonial (- ) Lucro na venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente (AP) (+) Recebimentos no perodo classificados como REF (Resultado de Exerccios Futuros) (- ) Transferncia de REF para o resultado do exerccio (+) Outras despesas e receitas que no afetam o Capital Circulante Lquido 2) Dos Proprietrios (+) Realizao do Capital Social e contribuies para Reservas de Capital 3) De Terceiros (+) Reduo de Bens e Direitos do Ativo Realizvel a Longo Prazo (ARPL) (+) Valor de alienao de Bens ou Direitos do Ativo Permanente (AP) (+) Aumento do Passivo Exigvel a Longo Prazo (PELP) II - APLICAES DE RECURSOS

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48 a) Dividendos Pagos, creditados ou propostos b) Aumento do Ativo Realizvel a Longo Prazo (ARLP) c) Aquisio de Bens e Direitos do Permanente (AP) d) Reduo do Passivo Exigvel a Longo Prazo (PELP) III - VARIAO DO CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO (1 - II ) IV - DEMONSTRAO DAS VARIAOES DO CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO Elementos Ativo Circulante (AC) ( - ) Passivo Circulante (PC) (=) Capital Circulante Lquido (CCL) Inicial x x x Final x x x Variaes x x x

Ateno: O Excesso ou a insuficincia das origens de recursos em relao s aplicaes representar aumento ou reduo do Capital Circulante Lquido (CCL), da seguinte forma: a) Quando as origens forem maiores que as aplicaes, haver aumento no valor do CCL; b) Quando as aplicaes forem maiores que as origens, haver diminuio no valor do CCL. Perceba que as origens e aplicaes de recursos que so demonstradas nas partes I e II da DOAR representam apenas origens e aplicaes de longo prazo, ou seja, resultantes de variaes dos ativos e passivos no-circulantes. EXEMPLO PRTICO I Balano em 19X0 (Empresa constituda em dezembro e ainda no em Operao) Ativo Passivo AC PC Caixa 300 Fornecedores Estoques 1.700 2.000 PL AP Capital Imobilizado 1.000 3.000

1.000

2.000

3.000

II - Fatos contbeis em19X1 Contabilidade para Executivos

49 01. Compra a prazo de mercadorias ..................................1.200 02. Venda a prazo de mercadorias...................................... 3.000 03. Custo das Mercadorias Vendidas...................................1.500 04. Pagamento a fornecedores no ano ...............................1.600 05 Recebimento de clientes no ano ................................... 2.700 06. Aumento de capital em dinheiro .....................................500 07. Compra do Imobilizado com 20% de entrada : vista e o restante financiado a longo prazo ............1.500 08. Compra de investimentos vista......................................300 09. Depsitos Judiciais de longo prazo..................................250 10. Seguro contra incndio constitudo em janeiro de 19X1 com prazo de 2 anos .............................................200 11. Despesas Operacionais, exceto Depreciao e Seguros, sendo que 10% do valor ser pago em19X2 ............................................................................. 400 12. Apropriao das Despesas de Seguros em 19Xl............100 13. Despesas de Depreciao..................................................140 14. Variao monetria do financiamento de longo prazo ........................................................................ 60 15. Ganho na Equivalncia......................................................100 16. Proviso para a Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) .......................................................70 17. Proviso para o Imposto de Renda (PIR) ......................150 18. Transferncia do ARE para Lucros Acumulados ........ 680

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IV Demonstrao do Resultado do Exerccio Vendas .......................................................................................................................... 3.000 ( - ) CMV ..................................................................................................................... (1.500) ( = ) Lucro Bruto ....................................................................................................... 1.500 ( - ) Despesas, exceto Depreciao e Seguros ....................................................... (400) ( - ) Despesas de Depreciao ................................................................................. (140) ( - ) Despesas de Seguros ........................................................................................ (100) ( - ) Variao Monetria Emprstimos Longo Prazo ......................................... (60) ( + ) Ganho na Equivalncia .................................................................................. 100 ( = ) Lucro Operacional Lquido .......................................................................... ( - ) Contribuio Social sobre o Lucro ............................................................. ( - ) Imposto de Renda ........................................................................................ ( = ) Lucro Lquido do Exerccio ....................................................................... V Balano 19X1 Ativo AC Caixa Clientes Estoques Desp. Ant. ARLP PELP Desp. Judicial AP Investimentos Imobilizado 400 2.360 PL Capital Lucros Acumulados 2.500 680 250 Empr. Longo Prazo 1.260 900 (70) (150) 680

Passivo PC 490 300 1.400 100 Fornecedores Contas a Pagar CSL a recolher IR a recolher 600 40 70 150

2.290

860

2.760

3.180

Total

5.300

Total

5.300

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VI DOAR 19X1 Origens Das Operaes Resultado Lquido do Exerccio ( + ) Despesas Depreciao ( + ) Variao monetria de emprstimo (LP) ( - ) Ganho na Equivalncia ( = ) Resultado Ajustado

680 140 60 (100) 780

Dos Proprietrios Integralizao de capital em dinheiro 1.3 De Terceiros Novos emprstimos de longo prazo Total das Origens Aplicaes Aquisio de Imobilizado Aquisio de Investimentos Aplicao em Depsitos Judiciais Total das Aplicaes 3. Variao do CCL ( 1 2 ) 4. Demonstrao das Variaes do CCL

500

1.200 2.480

1.500 300 250 2.050 430

Elementos AC ( - ) PC ( = ) CCL

31-12-X0 2.000 1.000 1.000

31-12 -X0 2.290 860 1.430

Variaes 290 (140) 430

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VII DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA 19X1 Origens Das Operaes Resultado lquido do exerccio ajustado (igual ao DOAR) ( - ) Aumentos do Ativo Circulante Clientes ( 300 0 ) Despesas antecipadas ( 100 0 ) ( - ) Diminuio do Passivo Circulante Fornecedores ( 1.000 600 ) ( + ) Diminuio do Ativo Circulante Estoques ( 1.700 1.400 ) ( + ) Aumentos do Passivo Circulante Contas a pagar ( 40 0 ) CSL a recolher ( 70 0 ) IR a recolher ( 150 0 )

780 300 100

(400) (400) 300

40 70 150

260 540

Integralizao de capital 1.3 Emprstimos de Longo Prazo 1.4 Total das Origens Aplicaes 2.1 Aquisio de Imobilizado 2.2 Aquisio de Investimentos 2.3 Aumento de Depsitos Judiciais

500 1.200 2.240

1.500 300 250 2.050 190 300 490

3. Variao do Disponvel ( 1 2 ) 4. Saldo do Disponvel em 31-12-X0 5. Saldo do Disponvel em31-12-X1 ( 3 + 4 )

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DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXAAlteraes ocorridas no saldo e Equivalentes de Caixa segregadas por: . Fluxo das Operaes; . Fluxo dos Financiamentos; . Fluxo dos Investimentos. A DFC, semelhana da DOAR, tambm visa identificar as modificaes ocorridas na posio financeira da empresa. No caso da DFC, a posio financeira retratada a de curtssimo prazo, representada pelo saldo do Disponvel5 . Ateno: O DOAR demonstra as causas da variao do Capital Circulante Lquido num determinado exerccio. A DFC demonstra as causas da variao do Disponvel. DFC - MTODO INDIRETO A DFC, pelo mtodo indireto, muito similar DOAR, com a diferena que as variaes do Ativo Circulante (exceto do Disponveis) e do Passivo Circulante passam a integrar as origens e aplicaes de recursos da demonstrao. Conforme j analisado, aumentos do AC representam aplicaes e diminuies, origens. O inverso ocorre com as contas do PC. ESQUEMA BSICO 1 - Origens dos Recursos l) Das Operaes (+) Resultado Lquido do Exerccio (+) Ajustes (iguais aos da DOAR) (=) Resultado Lquido Ajustado (+) Aumentos Lquidos nas contas do Passivo Circulante 6 (-) Aumentos Lquidos nas contas do Ativo Circulante

5

Disponvel = Caixa + Bancos + Aplicaes Financeiras de liquidez imediata

6

Alguns autores preferem no incluir os emprstimos de curto prazo como origens de recursos derivados das operaes. Nesse caso, o recebimento desses emprstimos seria includo na demonstrao como recursos de terceiros (1, 3*) e o pagamento, como aplicaes (II). Contabilidade para Executivos

54 2) Dos Proprietrios (igual DOAR) 3) De Terceiros (igual DOAR) II - Aplicaes dos Recursos (igual DOAR) III - Variao lquida do Disponvel (I - II) IV - Saldo Inicial do Disponvel V - Saldo Final do Disponvel (III + IV) DFC - MTODO DIRETO Corresponde a uma descrio do fluxo de entradas e sadas no Disponvel durante o exerccio. O fluxo do Disponveis pode ser esquematizado da seguinte forma:

ENTRADA DE RECURSOS

DISPONVEL

SADA DE RECURSOS

Recebimentos Crditos operacionais Resgate de aplicaes financeiras Obteno de emprstimos e financiamentos Receitas recebidas antecipadamente Integralizao e/ou aumento de capital social Receitas de vendas, servios e outras Dividendos de investimentos avaliados pelo custo Outros

Pagamentos Compra de mercadorias e insumos Despesas antecipadas Depsitos judiciais Emprstimos a scios Compra de imobilizado Aplicaes em investimentos ou diferidos Pagamento de obrigaes Devoluo de capital Custos e despesas Dividendos Outros

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ESQUEMA BSICO 1. Ingressos (entradas de recursos) Recebimento de Clientes (+) Recebimento de emprstimos de curto prazo (+) Dividendos recebidos de investimentos avaliados pelo custo (-) Pagamento a fornecedores (-) Impostos e contribuies pagos (-) Pagamento de despesas operacionais, inclusive despesas antecipadas (=) Recursos derivados das Operaes (+) Recebimentos por venda de bens permanentes (+) Resgate de aplicaes temporrias (+) Ingresso de novos emprstimos (+) Integralizao de capital (+) Resgate de depsitos judiciais (+) Ingressos de outros recursos (=) Total das entradas de recursos 2. Aplicaes de recursos Pagamento de dividendos Aquisio de participaes societrias Aplicaes no AP (imobilizado e diferido) Pagamento de emprstimos a longo prazo Outros pagamentos 3. Variao lquida do disponvel (1- 2) 4. (+) Saldo inicial do disponvel 5. (=) Saldo final do disponvel (3 + 4) Observe que a diferena entre a DFC no mtodo indireto e direto reside apenas na forma de apresentar os recursos derivados das operaes.

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EXEMPLO PRTICO Utilizando-se os dados do subitem anterior, tem-se que: 1. Ingressos de Recursos 1.1. Derivados das Operaes Recebimento de clientes 2.700 (-) Pagamento a fornecedores (1.600) (-) Pagamento de despesas (exceto seguros e depreciao) (360) (-) Pagamento de despesas antecipadas (200) 540 1.2. Dos Scios Integralizao de capital 500 1.3. De Terceiros Emprstimo de longo prazo Total 2. Destinao dos Recursos Compra do imobilizado Compra de investimentos Depsitos judiciais Total 3. Variao do Disponvel (1- 2) 4. Saldo do disponvel em 31-12-X0 5. Saldo do disponvel em 31-12-Xl (3 + 4)

1.200 2.240

1.500 300 250 2.050 190 300 490

Observe que a DFC, pelo mtodo direto, pode ser obtida a partir da movimentao da conta Caixa (= Disponveis) em nosso exemplo. Comprove olhando o razonete dessa conta no subitem anterior. A nica diferena reside na forma de registrar a aquisio do imobilizado, que entra na DFC pelo seu valor total e no apenas pelo pago vista, o que contrabalanado pelo registro dos emprstimos de longo de longo prazo na demonstrao ( como se o financiamento tivesse entrado no caixa e sado para a aquisio do bem). possvel tambm fazer a estimativa dos valores transitados pelo Disponvel atravs da comparao dos valores observados nos dois balanos patrimoniais e demonstraes de resultado. Veja a seguir:

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1. Recebimento de clientes Saldo inicial da conta Clientes (+) Vendas (-) Saldo final (=) Valores recebidos 2. Pagamento a fornecedores Saldo inicial da conta (+) Compras (-) Saldo final (=) Valores pagos 3. Pagamento de despesas (inclusive antecipadas, exceto depreciao) Despesas do exerccio, exceto depreciao (+) Saldo inicial de Contas a Pagar (-) Saldo final de Contas a Pagar (-) Saldo inicial de Despesas Antecipadas (+) Saldo final de Despesas Antecipadas (=) Valores pagos

-03.000 ( 300) 2.700

1.000 1.200 (600) 1.600

500 -0(40) -0100 560

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DEMONSTRAO DAS MUTAES DO PATRIMNOO LQUIDO (DMPL)Ao contrrio da DLPA (Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados) que fornece a movimentao, basicamente, de uma nica conta do Patrimnio Lquido (Lucros Acumulados), a Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido (DMPL) evidencia a movimentao de diversas (todas) contas do PL ocorrida durante o exerccio. Assim, todo o acrscimo e diminuio do Patrimnio Lquido so evidenciados atravs desta demonstrao, bem como a formao e utilizao das reservas (inclusive aquelas no originadas por lucro). Embora no seja uma demonstrao obrigatria a DMPL muito mais completa e abrangente que a DLPA. consideravelmente relevante para as empresas que movimentam constantemente as contas do Patrimnio Liquido. Se elaborada esta demonstrao no h necessidade de se apresentar a DLPA uma vez que aquela inclui esta. Ressaltamos, ainda, que a DMPL fundamental para elaborao da Demonstrao de Origens e Aplicaes de Recursos e para ser fornecida s empresas (investidoras) que avaliam seus investimentos permanentes em coligadas ou controladas pelo Mtodo da Equivalncia Patrimonial. A tcnica da elaborao desta demonstrao bastante simples: Indicaremos uma coluna para cada conta do Patrimnio Liquido (preferencialmente indicando o grupo de Reservas a que pertence). Se houver a conta dedutiva "Capital a Realizar, subtra- la-emos da conta Capital Social e ser utilizada a conta Capital Realizado. DEMONSTRAO DAS MUTAES DO PL Empresa ....................................................................

Capital Realizado

Movimentao

Reserva de Reservas de Lucros Capital Lucro Acumulados gio na emisso de Legal aes Doaes Estatutria Contingncia Lucros a Realizar

Total

A seguir faremos as adies e/ou subtraes de acordo com as movimentaes. Vamos admitir que o Capital em 31-12-X0 fosse de $ 7.000.000 e que durante o perodo

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59 houve um aumento com a utilizao de $ 1.000.000 de Reservas Estatutrias, cujo saldo inicial era de $ 1.500.000. DEMONSTRAO DAS MUTAES DO PATRIMNIO LQUIDO Empresa .............................. Em $ mil Movimentaes Saldos em 31-12-Xo Capital Realiza do 7.000 Reserva de Lucros Estatutria 1.500 Total 8.500

Aumento de Capital

1.000

(1.000)

Saldos em 31-12-X1

8.000

500

8.500

Observao: Neste exemplo estamos admitindo que no houve nova Reserva Estatutria. Fizemos, assim, uma movimentao no Patrimnio Lquido, explicando o porqu do acrscimo no Capital e da diminuio da Reserva Estatutria. Veja que, no inicio, o total do PL era de $ 8.500 mil e em nada alterou no final do ano, pois no houve novos acrscimos no PL, mas apenas uma permuta. Repare ainda que, se fizssemos a Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados, no seria identificada tal movimentao no PL.

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INSTRUMENTOS FINANCEIRA

DA

ANLISE

ECONMICA

DEMONSTRATIVOS E INFORMAES ADICIONAISPara a realizao da anlise econmico- financeira de uma empresa o analista utiliza, pelo menos, os seguintes itens: Balano Patrimonial (BP); Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE); informaes complementares; montante das compras no perodo a que se referem os demonstrativos; DOAR, DMPL e as notas explicativas, quando houver. Os Demonstrativos Financeiros devem conter a assinatura do contador e do responsvel pela empresa. Aps a anlise prvia das informaes fornecidas, os dados devero ser ratificados ou retificados mediante verificao in loco, ajustando-os realidade da empresa, se necessrio. Esse assunto abordado no caderno "Visita ao Cliente".

AJUSTESDe posse das Demonstraes Financeiras e informaes complementares, recomendase que sejam procedidos ajustes com vistas a padronizar os demonstrativos para anlise, entre os quais destacam-se os seguintes: Duplicatas Descontadas - retirar do Ativo Circulante e alocar no Passivo Circulante. O Desconto de Duplicatas um emprstimo para capital de giro. A reclassificao possibilita analisar mais adequadamente as fontes de recursos que a empresa vem utilizando. Emprstimos a Interligadas - quando aparecerem no Ativo Circulante devero ser reclassificados para Realizvel a Longo Prazo. Esses valores at podem retomar a empresa no curto prazo. No entanto, como os devedores exercem influncia decisiva sobre a credora, normalmente esses emprstimos no tm data para serem liquidados. Alis, a prpria Lei 6.404/76 determina que os negcios realizados com partes relacionadas (empresas interligadas, diretores, scios etc.), quando no fazem parte das atividades normais da empresa, devem ser classificados no Longo Prazo. Emprstimos de Diretores e/ou Interligadas - quando aparecer no Passivo Exigvel a Longo Prazo, dever ser reclassificada para o Passivo Circulante. Este caso o oposto do anterior. Valores que a empresa toma das pessoas ou empresas ligadas, a ttulo de

Contabilidade para Executivos

61 emprstimo, podem ser exigidos a qualquer momento. Por isso, conservadoramente, usa-se lan- los no Passivo Circulante. Dedues do Patrimnio Lquido - a contrapartida dos valores deduzidos do Ativo por representarem valores no realizveis ou de realizao duvidosa. Obs.: A cada valor consignado em Dedues do PL, corresponde a excluso de parcela equivalente no Ativo. Principais dedues do PL: Bens Obsoletos: bens que ainda constam na contabilidade da empresa mas no possuem valor de venda ou condies de utilizao; Dbitos de Diretores, Cotistas e Solidrios: normalmente esses valores constituem retiradas feitas pe