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CONTABILIDADE FINANCEIRA 2º Sem./2009 Profº. Elias Lopes UNIVERSIDADE PAULISTA

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Page 1: apostila contabilidade financeira

CONTABILIDADE FINANCEIRA

2º Sem./2009 Profº. Elias Lopes

UNIVERSIDADE PAULISTA

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CURSO: Ciências Contábeis SÉRIE: 6°/5º semestres TURNO: Diurno e Noturno DISCIPLINA: Contabilidade Financeira CARGA HORÁRIA SEMANAL: 4h/aula I – EMENTA Provisões versus Reservas. Folha de Pagamento. Demonstração de Valor Adicionado. II – OBJETIVOS GERAIS Capacitar os estudantes a adquirir conhecimentos necessários para o desenvolvimento das seguintes competências:

� Enfatizar a consciência ética e a responsabilidade social da contabilidade. � Buscar o equilíbrio entre a teoria e prática contábil de modo a gerar

informações relevantes para fins de tomada de decisões. � Apresentar uma síntese das principais operações relacionadas à

contabilidade tendo em vista o registro contábil, culminando com a elaboração das demonstrações contábeis.

III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS Desenvolver com o estudante os conhecimentos técnicos para identificação, classificação e registro de operações especiais e o respectivo impacto na divulgação de informações sobre o patrimônio das organizações IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

4.1. Provisões versus Reservas 4.1.1 Provisão como conta redutora do ativo 4.1.2 Provisão como exigível 4.1.3 Reservas 4.1.4 Reserva versus provisão para contingência 4.1.5 Previsões 4.1.6 Fundos

4.2. Folha de Pagamento 4.2.1 Noções básicas de contabilização da folha de pagamento e

encargos sociais 4.2.2 Conceitos básicos 4.2.3 Provisão para Férias 4.2.4 Provisão para 13° Salário

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4.3. Demonstração do Valor Adicionado 4.3.1 Aspectos conceituais e práticos 4.3.2 Como elaborar a DVA 4.3.3 Utilização do valor adicionado como instrumento de análise

V – ESTRATÉGIA DE TRABALHO

5.1 Aulas expositivas 5.2 Exercícios de fixação individuais e em grupo 5.3 Exercícios em classe e extra-classe 5.4 Pesquisas extra-classe

VI – AVALIAÇÃO

6.1 Provas escritas 6.2 Trabalhos e exercícios desenvolvidos em classe e extra-classe 6.3 Participações em questionamentos e debates

VII – BIBLIOGRAFIA Bibliografia Básica BRAGA, Hugo Rocha; ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Mudanças Contábeis na Lei Societária. São Paulo: Atlas, 2008. FIPECAFI, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7a ed., São Paulo: Atlas, 2007. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Contabilidade Comercial. 7a ed., São Paulo: Atlas, 2006. Bibliografia Complementar: MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 13a. ed., São Paulo: Atlas, 2007. NEVES, Silvério; VICECONTI, Paulo Eduardo. Contabilidade avançada. 15a ed., São Paulo: Frase, 2007. Líder da disciplina: Profa.: Maria Jose Teixeira e-mail: [email protected]

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4.1 Provisões versus Reservas

Provisões são estimativas que reduzem valores do Ativo (Perdas) ou aumentam o Passivo (obrigações)

São fundamentais para que o princípio da competência seja efetivamente cumprido

Reservas são valores que excedem o capital realizado, compondo o Patrimônio Liquido. Dessa forma, a Reserva caracteriza-se como um fato positivo, já que compõe o Capital próprio, ao contrario das Provisões que aumentam o Capital de Terceiros ou diminuem o Ativo.

4.1.1 Provisão como conta redutora do ativo

Os Direitos que podem ter seu valor reduzido são os direitos com clientes decorrentes de duplicatas que dificilmente serão recebidas. Sob o ponto de vista fiscal o art. 341 do RIR/99 esclarece os critérios em que a despesa com PDD serão considerados dedutíveis.

Provisão Para Devedores Duvidosos

Provisão Para Ajuste ao Valor de Mercado

Quando o valor de mercado do estoque for menor do que o seu custo deve-se reduzir o valor do estoque ao valor do mercado (Princípio da Prudência) através da Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado.

Os Investimentos Temporários ou Permanentes podem sofrer perdas na sua realização. Quando for possível estimar esta perda o valor dos Investimentos devem ser reduzidos pela Provisão para Perdas na sua Realização.

Provisão Para Perdas

Provisão Para Depreciação, Amortização e Exaustão

Os bens tangíveis componentes do Ativo Permanente, segundo o art. 183 da Lei 6.404/76, podem perder o seu valor pelo uso, desgaste ou perda de eficiência, ação da natureza ou obsolescência (Depreciação)

Os bens intangíveis componentes do Ativo Permanente, segundo o art. 183 da Lei 6.404/76, podem sofrer a perda do seu valor. Nesse caso devem ser reduzidos pela Amortização.

Os recursos naturais (minerais ou florestais) componentes do Ativo Permanente, segundo o art. 183 da Lei 6.404/76, podem sofrer a perda do seu valor em virtude da sua exploração (Exaustão).

As obrigações ainda não efetivas, mas possíveis de serem estimadas, geradas no exercício, devem ser reconhecidas no Passivo como PROVISÕES.

“Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

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I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007) II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização. VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007) 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. § 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando

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comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638 de 2007) § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil”.

Exemplo de Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa

A Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa é constituída no final do Exercício contábil, com a finalidade de absorver perdas que provavelmente ocorrerão no recebimento de direitos oriundos da exploração da atividade econômica da empresa, decorrentes da venda de bens nas operações de conta própria, dos serviços prestados e das operações de conta alheia, normalmente contabilizados nas Contas Duplicatas a Receber ou Clientes. O percentual a ser aplicado sobre os direitos citados será obtido pela relação entre a soma das perdas efetivamente ocorridas nos últimos três exercícios.

Veja como o percentual deve ser apurado e o respectivo lançamento:

Dados extraídos da escrita contábil de uma empresa comercial:

Ano Saldo da conta Duplicatas a Receber em 1º de janeiro Perdas – Valores não recebidos

X7 10.000,00 500,00

X8 20.000,00 3.000,00

X9 30.000,00 700,00

Totais 60.000,00 4.200,00

Cálculo do percentual: 60.000,00 = 100% logo Neste Caso, em 31/12/ X9, o percentual

4.200,00 /60.000,00 = 7% → para fins de cálculo da provisão.

7% de 30.000,00 = 2.100,00 (valor da provisão) o lançamento contábil seria:

D: Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa → Despesa

C: Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa → Ativo – conta redutora

Supondo que no final do ano seguinte, X10, duplicata no valor de R$ 1.000,00 foi considerada incobrável. Esse valor deverá ser baixado do saldo de Duplicatas a Receber, contra a Conta Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa. O Lançamento contábil seria:

D: Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa

C: Duplicatas a Receber

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Baixa da Duplicata Y de aceite do Sr José Calote, nesta data, considerada incobrável 1.000,00.

Ainda no final do ano X10, quando se deve criar nova Provisão e havendo saldo na conta Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa, que é o caso (saldo de 1.100,00), o mesmo será revertido para resultado através do seguinte lançamento:

D: Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa

C: Reversão da PCLD (redutora do grupo das despesas com vendas)

Reversão do saldo não utilizado 1.100,00

Despesas operacionais:

Vendas

(-) reversão com provisão: 1.100,00

Após a reversão do saldo não utilizado, cria-se nova provisão, conforme exemplo anterior.

2º Caso:

Supondo que no final do ano seguinte, X10, duplicata no valor de R$ 3.000,00 foi considerada incobrável. Esse valor deverá ser baixado do saldo de Duplicatas a Receber, contra a Conta Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa, porém o saldo da referida provisão é insuficiente, neste caso a diferença será levada a débito de despesa operacional normal no exercício de X10. O Lançamento contábil seria:

D: PCLD: 2.100,00

D: Perdas com clientes: 900,00

C: Duplicatas a receber: 3.000,00

Sempre que não houver saldo na conta Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa, seja porque tenha sido totalmente absorvido por perdas anteriores ou porque a empresa não tenha constituído a referida provisão, as perdas decorrentes do não recebimento de direitos serão baixadas em contrapartida de uma conta de despesa operacional no momento em que tais perdas forem consumadas.

OBS: A nova provisão poderá ser criada, também, pela diferença entre o saldo existente no exercício anterior e o valor calculado da nova provisão (método da complementação), eliminando assim o lançamento da reversão do saldo não utilizado.

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4.1.2 Provisão como exigível

No regime de competência, as férias transcorridas e ainda não gozadas devem ser provisionadas contabilmente, permitindo melhor apuração do resultado. A legislação fiscal permite a dedutibilidade dessa despesa (art. 337, parag 1° a 3°, do RIR/99).

Provisão Para Férias

Provisão Para 13° Salário

O 13º é um encargo complementar ao salário, dedutível, segundo o art. 338 do RIR/99. Por isso deve ser apropriado como custo ou despesa, por meio da constituição de provisão, na base de 1/12 do valor bruto da folha, acrescido dos encargos sociais respectivos. Na data do balanço não deverá haver saldo nessa provisão.

A Lei 6.404/76 (art. 187, item VI) estabelece que as participações no lucro a empregados e administradores devem ser registrados como despesas. Estas participações são definidas através do Estatuto Social, com base na qual deve ser feita a respectiva provisão. Essas provisões também são dedutíveis, segundo o art. 359 e 462 do RIR/99).

Provisão Para Gratificações e Participações a Empregados e Administradores

Provisão Para Contingência

O termo contingência significa uma situação de risco já existente e que envolve um grau de incerteza quanto á efetiva ocorrência e que, em função de um evento futuro, poderá resultar em ganho ou perda para a empresa. A provisão para contingência, portanto, é constituída em virtude de um fato ocorrido que pode tornar-se um passivo, ou seja, quaisquer fatos já ocorridos que possam gerar dívidas para a empresa:

Provisão Para Contingência

EXEMPLOS:

• Multas previsíveis por quebra de contratos;

• Autuações fiscais que possam resultar em obrigação para a empresa;

• Valores recebidos que deverão ser reclamados, podendo tornar-se exigível;

• Garantias concedidas para cobertura de compromisso de terceiro e que possivelmente se tornarão obrigações da empresa;

• Ações judiciais em andamento contra a companhia;

• Reclamações trabalhistas.

Essa provisão é indedutível para efeitos fiscais. Todavia, no exercício social (período fiscal) em que a perda se efetivar, a parcela da provisão utilizada para sua absorção poderá ser excluída do lucro real (art. 247, parag. 2º, do RIR/99)

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4.1.3 Reservas Reservas de Capital: São recursos de sócios ou terceiros que não representam receitas e que, portanto, não devem transitar nas contas de resultado. Composição:

i. Correção Monetária de Capital Social (extinto a partir de 01/01/96); ii. Ágio na Emissão de Ações; iii. Prêmio na Emissão de Debêntures; iv. Alienação de Partes Beneficiárias; v. Alienação de Bônus de Subscrição; vi. Doações; vii. Subvenção para Investimentos; viii. Incentivos Fiscais.

Utilização das Reservas: As Reservas somente poderão ser utilizadas para:

a. Incorporação ao Capital; b. Absorção de Prejuízos após reservas de lucros; c. Resgate, reembolso ou compra de ações; d. Resgate de Partes Beneficiárias.

Exemplos:

1. Ágio na Emissão de ações:

Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três quartos), no mínimo, do capital social, a companhia pode aumentá-lo mediante subscrição pública ou particular de ações.

§ 1º O preço de emissão deverá ser fixado, sem diluição injustificada da participação dos antigos acionistas, ainda que tenham direito de preferência para subscrevê-las, tendo em vista, alternativa ou conjuntamente: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

I - a perspectiva de rentabilidade da companhia; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

II - o valor do patrimônio líquido da ação; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

III - a cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado, admitido ágio ou deságio em função das condições do mercado. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

Capital Social 300.000 ações a 10,00 cada

Alienação 1.000 ações a 11,50 cada

Lançamento contábil: D: Capital a Realizar: 300.000,00 C: Capital Subscrito: 300.000,00

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Ações: Valor nominal: 10,00 Valor de venda: 11,50 Ágio: 1,50 Lançamento contábil: D Caixa: 11.500,00 C Capital a Realizar: 10.000,00 C Ágio na emissão de ações: 1.500,00 → PL – Reserva de Capital

2. Prêmio na Emissão de Debêntures:

Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito

contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.(Redação

dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Valor Nominal: 12.000,00

Renda: 12% a.a + IGP + 10% participação nos Lucros

Vencimento: 30.04.2010

Valor de Venda: 12.750,00

Prêmio: 750,00

Lançamentos Contábeis: D: Caixa: 12.750,00 C: Debêntures a Pagar: 12.000,00 → Passivo Não Circ. Exigível a LP C: Prêmio na emissão de Debêntures: 750.00 → PL – Reserva de Capital Apropriação de Juros: D: Juros Passivos: 1.440,00 C: Debêntures a Pagar: 1.440,00 Apropriação do IGP: D: Variações Monetárias Passivas: 1.200,00 C: Debêntures a Pagar: 1.200,00

3. Alienação de Partes Beneficiárias:

Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias".

Alienação 100 títulos de Partes Beneficiárias no total de 5.000,00

Lançamentos Contábeis: D: Caixa: 5.000,00 C: Alienação de Partes Beneficiárias: 5.000,00 → PL – Reserva de Capital

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4. Alienação de Bônus de Subscrição:

Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado

no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição".

Capital Autorizado: 950.000,00

Capital Subscrito: 600.000,00

Valor máximo em venda e emissão de Bônus: 350.000,00

Emissão e venda: 350.000,00

Lançamentos Contábeis: D: Caixa: 350.000,00 C: Bônus de Subscrição: 350.000,00 → PL – Reserva de Capital Subscrição de ações: 350.000,00 D: Capital a Realizar: 350.000,00 C: Capital Subscrito: 350.000,00 Integralização com Bônus: D: Bônus de Subscrição: 350.000,00 C: Capital a Realizar: 350.000,00

5. Doações:

Terreno recebido em Doação da Prefeitura de Jundiaí

Avaliação do terreno a valor de mercado, através de Laudo, na forma da Lei.

Terreno: 200.000,00

Lançamento Contábil: D: Terrenos: 200.000,00 C: Doações: 200.000,00 → PL – Reserva de Capital

6. Subvenções Governamentais para Investimento: São Recursos recebidos do Poder Público para empreendimentos de interesse social. Há dois tipos:

a. Subvenção para Investimento: É Reserva de Capital – PL. b. Subvenção para Custeio (cobrir despesas): É Receita Operacional – DRE.

Recebimento de R$ 80.000,00 e Subvenções, sendo:

Subvenção para Custeio 50.000,00

Subvenção para Investimento 30.000,00

Page 12: apostila contabilidade financeira

Lançamento Contábil: D: Caixa: 80.000,00 C: Subvenção para Custeio: 50.000,00 C: Subvenção para Investimento: 30.000,00

7. Incentivos Fiscais:

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638 de 2007)”

Redução de 50% do ICMS

Preço de Venda: 10.000,00

ICMS – 18%: 1.800,00

Valor devido: 900,00

Lançamentos Contábeis: D: Caixa: 10.000,00 C: Venda: 10.000,00 D: Impostos sobre Venda: 1.800,00 C: Impostos a Pagar: 900,00 C: Incentivo Fiscal: 900,00 → Reserva de Capital – PL Reserva de Reavaliação Contra partida do aumento do Ativo por Reavaliação a valor de mercado. Exemplo: Saldo Contábil: 50.000,00 Laudo (valor de mercado): 80.000,00 Lançamento Contábil: D: Terrenos: 30.000,00 C: Reserva de Reavaliação: 30.000,00 → PL Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício

Na demonstração do resultado do exercício (DRE) apura-se o Lucro Líquido (ou Prejuízo) Líquido do exercício, que é transferido para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados. Do lucro líquido já serão deduzidos o IRPJ/CSLL e as Participações.

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Lucros ou Prejuízos Acumulados

Apenas uma parte do Lucro Líquido é distribuída para os proprietários da empresa, na forma de dividendos. A maior parcela, normalmente, é retida na empresa e reinvestida no negócio.

Após o encerramento do resultado do exercício o lucro líquido é transferido para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados para a efetuar a sua distribuição.

A distribuição dos lucros poderão ser para:

Aumento do Capital;

Constituição de Reservas (legal, estatutárias, contingências, orçamentárias, lucros a realizar.

A parte não distribuída aos proprietários, não utilizada para aumento de capital, constituição de reservas ou outros fins, deverá será acumulada na conta denominada de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Lucros ou Prejuízos Acumulados

Do lucro transferido para a conta de Lucros Acumulados poderão ser constituídas as seguintes Reservas nos termos previstos na Lei 6.404/76:

• Reserva Legal (art. 193); • Reserva Estatutária (art. 194); • Reservas para Contingências (art. 195);

• Reservas de Incentivos Fiscais (art. 195 - A) • Reservas de Retenção de Lucros (art. 196);

• Reservas de Lucros a Realizar (art. 197).

Destinação dos Lucros

Constituição de Reservas

As reservas serão constituídas no final do exercício a título de Proposta da administração, com base na Lei 6.404/76 e nos Estatutos, sujeito à aprovação dos SÓCIOS, na próxima Assembléia Ordinária.

Reservas de Lucros

Reserva Legal

“Do lucro líquido do exercício,5% serão aplicados, antes de qualquer destinação, na constituição da Reserva Legal, que não excederá a 20% do Capital Social.

A Reserva Legal tem por fim assegurar a integridade do Capital Social e somente poderá ser utilizada para compensar Prejuízos ou aumentar o capital.” (lei das SA’s)

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

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§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.

Exemplo 1.

Patrimônio Líquido da CIA ABC:

Capital Subscrito 450.000,00

(-) Capital a Realizar (150.000,00)

Capital Social 300.000,00

Reservas de Lucro

Reserva Legal 50.000,00

Lucros Acumulados

LLE 210.000,00

Constituição da Reserva:

Capital Social: 300.000,00 x 20% = 60.000,00 valor máximo da Reserva

LLE: 210.000,00 x 5% = 10.500,00

50.000,00 + 10.500,00 = 60.500,00

Contabilização:

D: LLE: 10.000,00

C: Reserva Legal: 10.000,00

Exemplo 2.

Patrimônio Líquido da CIA FGH:

Capital Subscrito 800.000,00

(-) Capital a Realizar (100.000,00)

Capital Social 700.000,00

Reservas de Capital 180.000,00

Reserva de Lucro

Reserva Legal 35.000,00

Lucros Acumulados

LLE: 170.000,00

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Constituição da Reserva:

Limite obrigatório: 700.000,00 x 20% = 140.000,00

Limite facultativo: 700.000,00 x 30% = 210.000,00

Reservas constituídas:

Reserva Legal: 35.000,00 Não é necessário

Reserva de Capital: 180.000,00 Constituir reserva.

Total: 215.000,00

Reservas Estatutárias

São aquelas reservas previstas no Estatuto da Empresa.

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e III - estabeleça o limite máximo da reserva.

Exemplo 3:

Limite estabelecido pelo Estatuto Social: 7,5% do LLE

Limite máximo para constituição da reserva: 150.000,00

Saldo da Reserva Estatutária no Patrimônio Líquido: 140.000,00

Lucro Líquido do Exercício (LLE) 160.000,00

Constituição da Reserva:

LLE: 160.000,00 x 7,5% = 12.000,00

Reserva Constituída: 140.000,00

140.000,00 + 12.000,00 = 152.000,00

Contabilização:

D: LLE 10.000,00

C: Reserva Estatutária 10.000,00

Reserva para Contingências

As reservas para contingências, ao contrário das provisões para contingências, são parcelas subtraídas do lucro líquido do período com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, desde que

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esse valor possa ser estimado. Ela será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificarem a sua constituição ou em que ocorrer a perda.

Os fatos geradores para a reserva ainda não ocorreram, porém existe grande possibilidade de virem a ocorrer. Diferentemente das provisões para contingência em que os fatos geradores já ocorreram e poderão se transformar em passivos (obrigações).

“A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda” (lei das SA’s). Ou seja, a reversão ocorre de qualquer jeito, ocorrendo ou não o fato que deu origem à Reserva.

Exemplos de diminuições do lucro provenientes de reservas para contingências:

• Fenômenos climatológicos (seca, chuva de granizo, geadas, furacões, etc.);

• Previsão de greve;

• Instabilidade política e econômica de países fornecedores ou compradores.

Art. 195. Assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.

§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva.

§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Reserva de Retenção de Lucros

“Parcelas do Lucro Líquido poderão ser retidas para expansão da empresa quando previstas em orçamento de capital aprovado pela Assembléia Geral.

O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicação de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento” (lei das SA’s)

Art. 196. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado.

§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento.

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§ 2º O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Reserva de Lucros a Realizar

A parte do Lucro Líquido que ainda não tiver sido realizada financeiramente poderá ser destinada (optativamente) a uma Reserva denominada de Reserva de Lucros a Realizar, sendo revertida (somada ao Lucro) no exercício em que o referido lucro se realizar efetivamente.

Dessa forma, não serão pagos dividendos sobre lucros ainda não realizados.

A legislação estabelece que só poderá ser constituída esta reserva quando os Lucros a Realizar ultrapassarem o total das reservas já constituídas Reserva Legal + Reserva Estatutária + Reserva para Contingência + Reserva Orçamentária); sendo assim, apenas o excesso será destinado à constituição da Reserva de Lucros a Realizar.

Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Limite da Constituição de Reservas e Retenção de Lucros

Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202).

Limite do Saldo das Reservas de Lucro (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

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Exercício: PL da empresa XTZ antes do encerramento do exercício:

Capital Subscrito 900.000,00

(-) Capital a Realizar (100.000,00)

Prêmio na Emissão de Debêntures 15.500,00

Ágio na Emissão de Ações 45.000,00

Reserva Legal 125.000,00

Reserva Estatutária 145.000,00

Reserva para Contingências 25.000,00

Lucros Acumulados 10.000,00

1. Lucro antes do IR: 155.000,00 2. Despesas indedutíveis: 22.000,00

Receitas não tributáveis: 7.000,00 Provisionar 15% de IR e 9% de CS

3. O Estatuto exige Reserva para Aumento de Capital, limitado em 150.000,00, retirando-se do LLE 8%.

4. Uma contingência poderá provocar uma redução no resultado em 30.000,00.

4.1.4 Reserva versus provisão para contingência

Pode-se observar que a principal diferença entre provisão e reserva é que a provisão vem para atender a um principio contábil, o Princípio da Competência, conforme a resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº. 750 resolve no seu artigo 9º "As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento", ou seja, é necessário reconhecer o fato gerador no momento em que o mesmo ocorrer, ainda que o desembolso efetivo para o pagamento do mesmo ocorra em período posterior a ocorrência deste, utilizando o mesmo exemplo, uma empresa que por algum motivo pretende encerrar as atividades de uma filial, e decidiram em janeiro que isto será feito em fevereiro, será realizada uma provisão em janeiro e como a dispensa dos funcionários será feita apenas em fevereiro o pagamento destes, ocorrerá consequentemente, também em fevereiro. As provisões são despesas que serão deduzidas das receitas apuradas no exercício.

Já as reservas referem-se à destinação de parte do lucro, que tem por objetivo a proteção do patrimônio da entidade, elas não diminuem o patrimônio liquido da entidade como as provisões, muito pelo contrário, elas aumentam o capital próprio da empresa.

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Uma das principais dúvidas entre os profissionais contábeis são as reservas e provisões para contingências (incerteza algo que pode ou não vir a se realizar) em que situação utilizá-las. A instrução nº. 59/86 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos ajuda a distinguir reserva da provisão para contingências, e também nos ajuda a entender mais sobre o conceito de provisão e reserva.

"Com o objetivo de dissipar eventuais dúvidas quanto à aplicabilidade da constituição de reservas ou de provisão para contingências, estabelecemos a seguir as características de cada uma".

PROVISÃO RESERVA

Dar cobertura a perdas ou prejuízos potenciais (extraordinários, não repetitivos) ainda não incorridos, mediante segregação de parcela de lucros que seria distribuída como dividendo.

Representa uma destinação do lucro líquido do exercício, contrapartida da conta de lucros acumulados, por isso sua constituição não afeta o resultado do exercício.

Ocorrendo ou não o evento esperado, a parcela constituída será, em exercício futuro, revertida para lucros acumulados, integrando a base de cálculo para efeito de pagamento do dividendo e a perda, de fato ocorrendo, é registrada no resultado do exercício.

É uma conta integrante do patrimônio líquido, no grupamento de reserva de lucros.

Tem por finalidade dar cobertura a perdas ou despesas, cujo fato gerador já ocorreu, mas não tendo havido, ainda, o correspondente desembolso ou perda. Em atenção ao regime de competência, entretanto, há necessidade de se efetuar o registro contábil.

Será constituída independentemente de a companhia apresentar lucro ou prejuízo no exercício.

Representa uma apropriação ao resultado do exercício, contrapartida de perdas extraordinárias, despesas ou custos e sua constituição normalmente influencia o resultado do exercício ou os custos de produção.

Visto que o evento que serviu de base à sua constituição já ocorreu, não há, em princípio, reversão dos valores registrados nessa provisão. A pequena sobra ou insuficiência é decorrente do cálculo estimativo feito à época da constituição

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4.1.5 Previsões O ato de prever, numa conjuntura econômico-administrativa, embora fundamentado na estrutura dos registros contábeis, é feito extracontabilmente. Portanto, as previsões não fazem parte da terminologia contábil, mas servem, entre outras finalidades, ao cálculo estimado das provisões para as exigibilidades e perdas no Ativo, cujos valores não sejam líquidos e certos. Como exemplos, citamos as previsões de Caixa, de compras, de vendas, de custo de fabricação, de resultados etc.

A métrica para identificar o desempenho das projeções, é computar o erro de previsão (ErrPrev). O erro de previsão é calculado pela diferença entre o resultado real (efetivo) e o resultado projetado (estimado). Quando o erro de previsão é negativo, significa uma surpresa negativa, ou que o resultado projetado foi superior ao realizado. Por outro lado, quando o resultado realizado é maior que o resultado estimado (projetado), verifica-se uma surpresa positiva, ou seja, a previsão foi menor que o resultado efetivamente apurado. Segue abaixo, exemplo para efeito de comparabilidade, onde os erros de previsão são reportados, nesse caso, em LPA efetivo. Logo, o erro de previsão é o lucro efetivo menos o lucro projetado, dividido pelo valor absoluto (módulo) do resultado efetivo do período:

||

Pr Pr

real

evreal

LPA

LPALPAevErr

−=

Onde: LPA real Lucro por ação efetivo do período LPA Prev Lucro por ação apurado a partir do consenso dos analistas (média) Utiliza-se no denominador o valor absoluto (módulo) para capturar com exatidão o sentido do erro de previsão. Ao ser o numerador dividido pelo valor absoluto do lucro efetivo, permite-se a comparabilidade em termos porcentuais. Metodologicamente, há várias outras medidas para escalar os erros de previsão. Além dos resultados efetivos (lucro ou prejuízo verificado), é muito freqüente encontrar na literatura internacional os erros de previsão sendo medidos em termos percentuais do preço da ação.

MEP (Média dos Erros de Previsão) É a medida utilizada para verificar, eventualmente, a existência de um viés. Se o MEP indica um valor negativo, significaria que, em termos médios, os erros de previsão são negativos (surpresa negativa), indicativos de que as previsões foram maiores que os resultados apurados. O MEP negativo e significativo constitui, portanto, uma evidência de um viés otimista nas previsões. O MEP é calculado conforme a fórmula a seguir, onde n representa os número de Erros de Previsão (ErrPrev) utilizados no cálculo.

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( ) ∑=

=n

i

evErrxnMEP

1

Pr/1

A precisão é estimada na razão inversa do desvio padrão da distribuição dos erros de previsão (ErrPrev). Portanto, quanto menor fosse o desvio padrão apurado, mais precisas seriam as estimativas. Em termos algébricos, a proxy de precisão é assim calculada:

( )

( )1

Pr

.. 1

2

=

∑−

n

MEPevErr

PD

n

i

i

Para efeito de se estimar a acurácia, procura-se apreciar a distribuição de erros que, em termos absolutos, ficam mais próximos de zero. Ou seja, trata-se o erro de previsão, do mesmo modo, independente de ser positivo ou negativo. Observe-se que, na avaliação da acurácia, todos os erros são considerados. Para efeito de estimar o viés, erros positivos se anulam com erros negativos de mesma magnitude. A variável usada para apurar a acurácia é a MEPA (Média dos Erros de Previsão Absoluta): quanto mais distante de zero for o valor da MEPA, maior terá sido o montante de erros de previsão computados.

( ) ∑=

=n

i

evErrxnMEPA

1

|Pr|/1

4.1.6 Fundos

Um fundo de investimento possui a sua organização jurídica na forma de um condomínio de investidores, portanto o fundo de investimento possui um registro na Receita Federal (CNPJ), pois se trata de uma pessoa jurídica.

Para existir como uma pessoa jurídica o fundo de investimento deverá ter um estatuto social (que deverá ser registrado em um cartório de notas e oficio) onde constarão os direitos e deveres dos cotistas bem como os aspectos relativos à organização social do fundo.

Como todo condomínio a Assembléia de cotistas é o órgão decisor e a ela cabe aprovar o balanço social do fundo bem como definir certas funções administrativas que um fundo necessita para ser aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários que é o órgão do Governo Federal responsável pela fiscalização dos fundos de investimento.

As funções administrativas são as seguintes:

Gestor da carteira de investimento será o responsável pela gestão do patrimônio do fundo de investimento. O gestor poderá ser uma pessoa física ou uma pessoa jurídica em ambos os casos necessitam de um registro junto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM ) .

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Administrador será o responsável pela representação do fundo perante os órgãos de fiscalização do governo federal (Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou o Banco Central do Brasil, necessariamente o administrador deverá ser uma instituição financeira aprovada pelo Banco Central do Brasil. Uma das funções do administrador é a determinação do valor da cota do fundo).

Custodiante será o responsável pela guarda dos títulos que compõe a carteira de investimento do fundo de investimento, o custodiante deverá ser uma empresa com autorização do Banco Central do Brasil para exercer essa função.

Há uma quarta função que não é definida no estatuto social do fundo, mas é igualmente importante para a existência do fundo, trata-se do Distribuidor que possui a função de captar recursos junto a investidores .

O Administrador deverá ainda contratar os serviços de uma empresa de auditoria pois o balanço social do fundo deve ser auditado por uma empresa independente .

Além do estatuto social, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que o fundo tenha um prospecto onde conste de forma clara os riscos que o investidor corre ao ingressar como cotista , a política de investimento do fundo e informações gerais sobre fundo tais como quem é o administrador , gestor e custodiante do fundo.

No estatuto social deverá ainda estabelecer as datas de realização da Assembléia de Cotistas (Ordinária e Extraordinária no caso dessa as regras de convocação e realização).

Como Funciona

O investidor ao aplicar os seus recursos financeiros em um fundo de investimento estará adquirindo certa quantidade de cotas que representarão o patrimônio do fundo de investimento.

Para calcular o valor da cota o administrador poderá utilizar duas metodologias:

Cota Fechamento, nessa metodologia o Administrador irá determinar o valor da cota no final do dia e para tanto irá se utilizar o valor do patrimônio do fundo constante no final do dia, nessa situação o investidor somente irá saber o valor da cota no dia seguinte ao da aplicação.

Cota Abertura, nessa metodologia o Administrador irá determinar o valor da cota no inicio do dia e para tanto irá se utilizar o valor do patrimônio do fundo no inicio do dia, nessa situação o investidor sabe no momento da aplicação a quantidade de cotas que está adquirindo.

Assim de posse do valor da cota o administrador poderá então calcular a quantidade de cotas que cada investidor possui e claro determinar o valor atual dos investimentos realizados pelos cotistas, bastando para isso dividir o valor financeiro aportado pelo investidor pelo valor da cota (em caso de aplicação ) ou multiplicar a quantidade de cotas pelo valor atual da cota para se determinar o valor atual dos investimentos ( em caso de resgate por exemplo ).

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Além das metodologias acima mencionadas o Administrador do fundo poderá adotar a cota de um determinado dia para aplicação ou para resgate. Em geral os administradores adotam a cota do dia seguinte (D + 1) para as aplicações e resgates. Essa informação deverá estar mencionada no estatuto social do fundo e no prospecto .

Alguns administradores adotam também um prazo de carência para efetuar os resgates, caso o investidor saque durante a vigência da carência ele poderá perder o a rentabilidade entre a data de aniversário da carência e a data do resgate (essa condição deverá estar mencionada no estatuto social do fundo e no prospecto). Se estiver previsto no estatuto social do fundo o Administrador somente poderá resgatar em datas estipuladas.

Taxas Cobradas

As taxas que podem ser cobradas pelo Administrador do Fundo são:

Taxa de administração: É uma taxa que o administrador cobra para executar os trabalhos relativos a gerência administrativa do fundo, essa taxa é definida (em geral) em termos anuais e incide diariamente sobre o patrimônio do fundo . Assim ao divulgar o valor da cota o administrador já terá descontado o valor da taxa de administração.

Taxa de performance: É uma taxa que é cobrada em função dos objetivos de rentabilidade são definidos no estatuto social do fundo, assim caso o gestor do fundo ultrapasse esses objetivos ele fará jus a uma remuneração. De igual forma o administrador ao divulgar o valor da cota do fundo já terá descontado o valor da taxa de performance do fundo .

Os critérios de cálculo da taxa de performance são definidos no estatuto social do fundo e constam do prospecto .

Taxa de entrada ou de saída. É uma taxa que poderá ser cobrada do investidor quando da aquisição de cotas do fundo (taxa de entrada ou de carregamento) ou quando o investidor solicita o resgate de suas cotas. Nesse caso a taxa de entrada ou de saída não está computada no patrimônio do fundo, portanto o valor da cota do fundo divulgado pelo administrador não contém essa taxa. Como todas as demais taxas esta também deverão estar definida no estatuto social do fundo e constar no prospecto do fundo.

Tributação

Imposto de Renda

O imposto de renda nos fundos de investimento incide sobre a rentabilidade obtida pelo cotista.

O percentual (alíquota) do imposto de renda varia de acordo com a composição da carteira do fundo de investimento e de acordo com o prazo médio dos títulos que compõem a carteira do fundo.

Nos fundos de investimento onde haja uma percentual da carteira de investimento superior a 67% em ações, a alíquota será de 15% sobre a rentabilidade obtida e incidirá no momento em que o cotista efetuar um resgate.

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Já nos fundos de investimento onde a maioria da carteira seja composta por títulos de renda fixa as alíquotas serão definidas em função do prazo médio dos títulos que compõe a carteira, veja a tabela abaixo:

Prazo Médio da Carteira do Fundo de Investimento Alíquota

Até 180 dias 22,50%

De 181 até 360 dias 20,00%

De 361 dias até 720 dias 17,50%

Acima de 721 dias 15,00%

No último dia útil dos meses de maio e novembro, a Receita Federal cobra uma parcela do imposto de renda calculado sobre a rentabilidade obtida pelo cotista, essa parcela é calculada a uma alíquota de 15% sobre a rentabilidade e é deduzida do saldo de cotas que o investidor possui (come cotas).

A diferença de alíquota (se houver) será paga no momento em que o cotista solicitar o resgate.

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

O imposto sobre operações financeiras (IOF) incide caso o prazo entre aplicação e o resgate seja inferior a 30 dias e as suas alíquotas é decrescente em função do prazo como o imposto de renda, as alíquotas incidem sobre a rentabilidade obtida pelo cotista, veja abaixo as alíquotas:

Número de dias decorridos após a aplicação

IOF (em%) Número de dias decorridos após a aplicação

IOF (em%)

1 96 16 46

2 93 17 43

3 90 18 40

4 86 19 36

5 83 20 33

6 80 21 30

7 76 22 26

8 73 23 23

9 70 24 20

10 66 25 16

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11 63 26 13

12 60 27 10

13 56 28 6

14 53 29 3

15 50 30 0

Tipos de Fundos de Investimento

Podemos dividir os fundos de investimento de acordo com as seguintes categorias:

Curto Prazo: Os fundos de investimento dessa categoria possuem a sua carteira de investimentos composta por títulos de renda fixa cujo prazo seja inferior a 360 dias possuindo assim um prazo médio da carteira menor.

Referenciado: O fundo de investimentos dessa categoria tem por objetivo de rentabilidade proporcionar uma rentabilidade atrelada a um indexador financeiro e a sua carteira de investimento deverá ser composta (95%) por títulos de renda fixa que tenham rentabilidade atrelada a esse indicador financeiro.

Renda Fixa: Os fundos dessa categoria possuem a sua carteira de investimentos (80%) composta por títulos de renda fixa pré ou pós-fixados.

Multimercados: Os fundos dessa categoria obtêm a sua rentabilidade fundamentalmente a partir de operações de derivativos financeiros. Os derivativos financeiros são contratos que visam a simular um conjunto de operações de modo a permitir que o gestor do fundo possa alavancar o patrimônio do fundo em uma determinada estratégia de investimento. A alavancagem é a possibilidade que o gestor possuir de aplicar varias vezes o patrimônio do fundo, possibilidade que somente os derivativos financeiros proporcionam.

Ações: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por 67% (no mínimo) em ações de empresas negociadas em Bolsa de Valores.

Cambial: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por (80%) títulos de renda fixa que tenham como objetivo de rentabilidade proporcionar a variação de preços de uma determinada moeda estrangeira.

Divida Externa: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimento composta por (80%) por títulos emitidos pelo governo brasileiro negociado no mercado internacional.

Direitos Creditórios: A carteira de investimento desses fundos é composta em sua totalidade por títulos que representam operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços. Esses títulos são conhecidos como recebíveis. Esses fundos possuem uma regulamentação própria (Instruções CVM 356/2001 e 399/2003 e suas modificações) .

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Fundos de Previdência: São fundos de investimento destinados a acolher os recursos captados pelo plano gerador de benefícios livres (PGBLs).

Imobiliário: São fundos de investimento cujos recursos são destinados para empreendimentos imobiliários e possuem uma regulamentação própria (Instruções CVM 205/1994 e 206/1994 e suas modificações).

Risco em Fundos de Investimento

Risco em investimento é a probabilidade de não se obter o que se esperava. Em se tratando de fundos de investimento temos duas dimensões para o risco:

Risco de Crédito: É a probabilidade de que o emissor do título que compõe a carteira do fundo não pague o valor do título no seu vencimento.

Risco de Estratégia ou Mercado: É a probabilidade de que a estratégia de investimento do gestor do fundo não produza os resultados esperados, o risco de estratégia poderá resultar em patrimônio negativo e se isso ocorrer o cotista será obrigado a aplicar mais recursos de tal forma a zerar o patrimônio negativo.

Portanto é primordial que o investidor em fundos de investimento tenha a exata noção dos riscos que está correndo ao investir em um fundo de investimento .

Transparência na gestão do Fundo

Nesses tempos em que a governança corporativa está avançando nos mercados acionários, cabe aqui estabelecer também os mesmos critérios para os gestores de fundos de investimento. Infelizmente a transparência na gestão dos fundos de investimentos negociados no mercado brasileiro ainda é negligenciada em função de certos argumentos cuja asserção é baseada em conceitos de espionagem .

A comissão de valores mobiliários em sua pagina já informa se não amplamente a carteira dos fundos de investimento permitindo que o investidor possa inferir o risco de crédito que ele corre ao adquirir cotas desse fundo .

4.2 Folha de Pagamento 4.2.1 Noções básicas de contabilização da folha de pagamento e encargos sociais

Regime de Competência

No último dia do mês, quando é elaborada a Folha de Pagamento, são efetuados os lançamentos contábeis: – Das despesas com salários – Dos encargos sociais incidentes sobre a Folha de Pagamento, quais sejam, a Contribuição de Previdência Social e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Quitação da Folha de Pagamentos e dos Encargos Sociais

No mês seguinte, são efetuados os lançamentos contábeis da liquidação da Folha, correspondente ao valor líquido pago aos empregados, bem como do recolhimento da Contribuição de Previdência Social, FGTS, IR e outros recolhimentos.

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Eventos da Folha de Pagamento - Rendimentos ou Vantagens

Os rendimentos ou vantagens mensais de um empregado podem ser compostos de salário fixo, comissões, horas-extras, trabalho noturno, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, salário-maternidade (no caso de gestantes), salário família, ajuda de custo, descanso semanal remunerado, férias, 13o salário, etc.

Descontos ou Abatimentos:

Contribuição Previdenciária, faltas e atrasos, contribuição sindical, contribuição confederativa, alimentação, vale-transporte, pensão alimentícia, Imposto de Renda Retido na Fonte, adiantamentos de salários (Valores que a empresa antecipou aos funcionários, a título de salários, para posterior desconto em folha de pagamento).

Parcelas Recuperáveis - Salário-Família

Valor pago ao funcionário que tenha filhos menores de 14 anos. A referida parcela é descontada na GRPS - Guia de Recolhimento da Previdência Social.

4.2.2 Conceitos básicos

Conceito de Folha de Pagamento: Documento elaborado pela empresa, no qual se relaciona, além dos nomes dos empregados, o montante das remunerações, dos descontos ou abatimentos e o valor líquido a que faz jus cada um dos empregados. Elementos da Folha de Pagamento: Por mais simples que seja a Folha de Pagamento, ela apresentará, pelo menos, os seguintes elementos: – Valor Bruto da remuneração (salário e demais vantagens)

4.2.3 Provisão para Férias

Provisão para Férias: Segundo o regime de Competência, as férias transcorridas e ainda não gozadas devem ser provisionadas, de modo a se incluir o referido valor como custo ou despesa no período a que competir. O valor da provisão deve ser determinado com base na remuneração mensal do empregado e no número de dias de férias a que já tiver direito.

4.2.4 Provisão para 13° Salário

Provisão para 13º Salário: Para que os custos ou despesas mensais sejam os mais reais possíveis, as empresas deverão constituir a provisão mensal do 13º salário, que é constituída na base de 1/12 do valor bruto da Folha de Pagamento.

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4.3 Demonstração do Valor Adicionado

4.3.1 Aspectos conceituais e práticos

A Demonstração do Valor Adicionado desenvolve conceito puramente econômico, evidenciando quanto de valor a empresa agrega durante o seu processo produtivo ampliando assim os horizontes de seus usuários.

A Demonstração do Valor Adicionado tem uma função muito importante na medida que fornece aos seus usuários a informação sobre a riqueza criada pela empresa e a forma como esta riqueza foi aplicada.

Características básicas da DVA:

1. Fornecer informações que demonstre a geração de riqueza da empresa e seus efeitos sobre a sociedade que está inserida.

2. Demonstra o valor adicionado em cada um dos fatores de produção e seu destino, conforme abaixo:

o Dispêndio na remuneração dos empregados;

o Geração de tributos ao governo (municipal, estadual e federal);

o Remuneração do capital de terceiros através de juros;

o Remuneração dos acionistas através da distribuição de lucros.

3. O somatório dos valores obtidos nas Demonstrações de Valor Adicionado apresentados pelas unidades produtivas dos mais variados níveis de atividades econômicas que são classificados pelo IBGE, excluídas as duplas contagens, pode ser considerado como o próprio PIB do país.

4. Pode-se efetuar análise vertical/horizontal dessa demonstração, com a comparação da participação de cada item da demonstração em sucessivos exercícios sociais, enfatizando sua evolução.

Valor Adicionado – Conceito Econômico

A economia baseada em estudos estatísticos divulga anualmente através do Produto Interno Bruto o nível de atividade em todos os setores da economia, ou seja, a produção de todos os serviços e mercadorias finais.

O Produto Interno Bruto divulgado anualmente é calculado através do somatório da produção do país no ano indicando desta forma o que foi produzido e o desempenho da economia.

A grande dificuldade dos Estatísticos é o calculo da produção de uma economia. Qualquer economia trabalha com segmentação do mercado, ou seja, o que é produzido em um setor é utilizado como matéria prima por outro e, desta forma, se somarmos a produção de um setor estaremos incluindo a produção do outro.

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Para evitar esta dupla contagem poderíamos mensurar o PIB através da contabilização somente dos bens finais eliminando os bens intermediários utilizados na produção de outros bens. Uma outra alternativa seria a contabilização do valor adicionado em cada etapa produtiva. Desta forma, poderíamos medir o produto pelo valor dos bens finais ou pela agregação dos valores adicionados (valor dos produtos mais valor dos insumos).

Deve-se observar ainda que o PIB, ou o valor adicionado em cada setor é igual à soma das remunerações do capital (lucros) e do trabalho (salários).

4.3.2 Como elaborar a DVA

A Demonstração do Valor Adicionado é elaborada a partir dos dados contidos na Demonstração do Resultado do Exercício. Nesta demonstração é destacado o valor adicionado pela empresa e a distribuição deste valor, indicando a contribuição da empresa para a formação do lucro e para outros itens tais como impostos, taxas e contribuições, pessoal e encargos, juros e alugueis juros s/ capital próprio e dividendos.

Na Demonstração do Resultado do Exercício são computados como Custo dos Produtos Vendidos todos os gastos referente a produção dos bens vendidos. Inclui-se, portanto neste montante mão-de-obra, matéria-prima e gastos gerais de fabricação. Na DVA estes custos deverão estar perfeitamente discriminados, uma vez que, parte deles são considerados como insumos adquiridos de terceiros. A depreciação deverá ser perfeitamente identificada. Os gastos com pessoal e os encargos são considerados como distribuição do valor adicionado

A Universidade de São Paulo (USP), através da FIPECAFI elaboraram o seguinte modelo de Demonstração do Valor Adicionado utilizado hoje pelas empresas.

em milhares de reais DESCRIÇÃO

LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA

%

1- RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Provisão p/ devedores duvidosos - Reversão (Constituição)

1.3) Não Operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos - ICMS e IPI)

2.1) Matérias-primas consumidas

2.2) Custo das mercadorias e serviços vendidos

2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.4) Perda/Recuperação de valores ativos

3- VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4-RETENÇÕES

4.1) Depreciação, amortização e exaustão

Page 30: apostila contabilidade financeira

5- VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6- VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1)Resultado de equivalência patrimonial

6.2)Receitas financeiras

7- VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR(5+6) (RIQUEZA CRIADA PELA EMPRESA)

8- DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO

8.1) Pessoal e encargos

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Juros e alugueis

8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos

8.5) Lucros retidos/prejuízos do exercício

1 - RECEITAS (soma dos itens 1.1 a 1.3)

1.1 - Vendas de mercadorias, produtos e serviços

Inclui os valores do ICMS e IPI incidentes sobre essas receitas, ou seja, corresponde à receita bruta ou faturamento bruto.

1.2 - Provisão para devedores duvidosos – Reversão/Constituição

Inclui os valores relativos à constituição/baixa de provisão para devedores duvidosos.

1.3 - Não operacionais

Inclui valores considerados fora das atividades principais da empresa, tais como: ganhos ou perdas na baixa de imobilizados, ganhos ou perdas na baixa de investimentos, etc.

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (soma dos itens 2.1 a 2.4)

2.1 - Matérias-primas consumidas (incluídas no custo do produto vendido).

2.2 - Custos das mercadorias e serviços vendidos (não inclui gastos com pessoal próprio).

2.3 - Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (inclui valores relativos às aquisições e pagamentos a terceiros).

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços,

energia, etc. consumidos deverão ser considerados os impostos (ICMS e IPI) incluídos no

momento das compras, recuperáveis ou não.

2.4 - Perda/Recuperação de valores ativos

Inclui valores relativos a valor de mercado de estoques e investimentos, etc. (se no período o valor líquido for positivo deverá ser somado).

Page 31: apostila contabilidade financeira

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (diferença entre itens 1 e 2).

4 – RETENÇÕES

4.1 - Depreciação, amortização e exaustão

Deverá incluir a despesa contabilizada no período.

5 - VALOR ADICIONADO LÍQ. PRODUZIDO PELA ENTIDADE (diferença entre itens 3 e 4)

6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA (soma dos itens 6.1 e 6.2)

6.1 - Resultado de equivalência patrimonial (inclui os valores recebidos como dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo). O resultado de equivalência poderá representar receita ou despesa; se despesa deverá ser informada entre parênteses.

6.2 - Receitas financeiras (incluir todas as receitas financeiras independentemente de sua origem).

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (soma dos itens 5 e 6)

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (soma dos itens 8.1 a 8.5)

8.1 - Pessoal e encargos

Nesse item deverão ser incluídos os encargos com férias, 13o salário, FGTS, alimentação, transporte, etc., apropriados ao custo do produto ou resultado do período (não incluir encargos com o INSS – veja tratamento a ser dado no item seguinte).

8.2 - Impostos, taxas e contribuições

Além das contribuições devidas ao INSS, imposto de renda, contribuição social e todos os demais impostos, taxas e contribuições deverão ser incluídos neste item. Os valores relativos ao ICMS e IPI deverão ser considerados como os valores devidos ou já recolhidos aos cofres públicos, representando a diferença entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item 2 - Insumos adquiridos de

terceiros.

8.3 - Juros e aluguéis

Devem ser consideradas as despesas financeiras e as de juros relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo-se as despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros.

8.4 - Juros sobre o capital próprio e dividendos

Inclui os valores pagos ou creditados aos acionistas. Os juros sobre o capital próprio contabilizados como reserva deverão constar do item “lucros retidos”.

8.5 - Lucros retidos/prejuízo do exercício

Page 32: apostila contabilidade financeira

Devem ser incluídos os lucros do período destinados às reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinação específica.

Este modelo apresentado tem gerado duas grandes dificuldades no seu preenchimento. O primeiro problema diz respeito à dificuldade enfrentada pelas empresas atuais no que diz respeito à separação dos itens que compõe o custo dos produtos vendidos.

4.3.3 Utilização do valor adicionado como instrumento de análise

Este modelo apresentado tem gerado duas grandes dificuldades no seu preenchimento. O primeiro problema diz respeito à dificuldade enfrentada pelas empresas atuais no que diz respeito à separação dos itens que compõe o custo dos produtos vendidos.

Atualmente as empresas industriais adotam o procedimento de registrar todos os gastos da produção do período de forma analítica e ao final estes gastos são transferidos para o estoque de produto em elaboração para depois, com a conclusão da produção, estoque de produto acabado. A partir do momento que estes gastos são incorporados ao estoque de produtos acabados perde-se a condição de demonstrar analiticamente a composição destes gastos. Dessa forma, quando estes produtos são vendidos não se tem condição de identificar com precisão a sua composição de forma que não conseguimos precisar quanto deste valor representa matéria prima, mão de obra, encargos, depreciação entre outros.

A segunda dificuldade diz respeito à identificação dos impostos indiretos ICMS e IPI pagos por ocasião das aquisições da matéria prima dentro do custo dos produtos vendidos. E, segundo a exigência desta demonstração os impostos pagos na aquisição considerados como impostos a recuperar deverão ser considerado.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços,

energia, etc. consumidos deverão ser considerados os impostos (ICMS e IPI) incluídos no

momento das compras, recuperáveis ou não.

Pelo fato da Contabilidade montar a DVA a partir da DRE é que passa a existir uma diferença entre o conceito de valor adicionado puro da economia e o conceito contábil. Na ciência econômica, o conceito de valor adicionado é em função da produção e não da venda.

O Professor Ariovaldo dos Santos e Cláudia Meca Parmezzano3 afirmam: O Valor

adicionado sob o ponto de vista econômico é calculado a partir da produção, enquanto na

Contabilidade utilizam-se as vendas, que são registradas com base no regime de

competência dos exercícios.

Segundo Rossetti4 “O valor adicionado em cada unidade produtora é a contribuição desta

para o Produto Interno Bruto, medida em valor de produtor.

O PIB representa a contribuição ao produto social das diversas atividades econômicas,

não incluindo o consumo intermediário absorvido por essas atividades, bem como os

impostos indiretos líquidos de subsídios”.

Page 33: apostila contabilidade financeira

A Demonstração Contábil do Valor Adicionado na forma como está sendo utilizada no Brasil não oferece condições de forma concreta para que se faça uma análise sobre a contribuição de cada entidade para a formação do Produto Interno Bruto. Assim sendo, mesmo que a entidade publique esta demonstração não poderá correlacionar com o PIB do País no ano pelo fato do modelo atual da contabilidade apresentar a Demonstração do Valor Agregado partindo da Demonstração do Resultado do Exercício, que evidencia apenas a produção Vendida. Portanto, se a empresa produzir e não vender, não apurará valor adicionado, mas economicamente o valor adicionado surgirá, pois ocorreu uma produção.

Imaginemos a produção total de uma empresa no mês de dezembro não seja vendida permanecendo no estoque com a seguinte composição:

Gastos de Produção $

Salários 10.000

Encargos Sociais e Trabalhistas 8.500

Matéria Prima 20.000

Serviços de Terceiros 1.500

Depreciação 5.000

Outros Gastos de Produção 25.000

Total 70.000

IPI e ICMS a recuperar s/ Matéria-Prima 5.000

Vamos supor também, que a empresa não possua estoque inicial em no mês de dez e que o estoque final seja representado unicamente pelo produto acabado em 31.12 no valor de $65.000,00.

No cálculo tradicional da contabilidade, como a empresa não efetuou venda em dezembro, pelo princípio da competência, não gerou receitas nem despesas, assim, a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) só demonstra as vendas efetuadas de janeiro a novembro. A Demonstração do Valor Adicionado constituída partindo da visão contábil tem seus dados originados da DRE, neste caso também a Demonstração do Valor Adicionado só apresenta a riqueza gerada no período de janeiro a novembro.

A empresa apresentou a seguinte Demonstração do Resultado do Exercício findo em 31.12.:

Page 34: apostila contabilidade financeira

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE

RECEITA BRUTA 635.000,00

(-) Impostos s/vendas (63.500,00)

RECEITA LÍQUIDA 571.500,00

(-) CPV (265.000,00) LUCRO BRUTO 306.500,00

(-) Despesas Operacionais (202.350,00)

Comissões 10.350,00 Propaganda 18.500,00

Salários e Encargos 36.400,00

Depreciações 23.500,00

Energia e Comunicações 47.800,00 Juros 65.800,00

LUCRO OPERACIONAL 104.150,00

(+) Outras Receitas Ñ Operacionais 3.500,00

LUCRO ANTES DO IR 107.650,00 (-) Provisão para IR (26.912,50)

LUCRO LÍQUIDO 80.737,50

A partir da DRE acima a empresa apresentou a seguinte DVA:

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DO EXERCICIO

Em milhares de reais DESCRIÇÃO

LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA

%

1- RECEITAS 638.500

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 635.000

1.3) Não Operacionais 3.500

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos - ICMS e IPI)

271.300

2.1) Matérias-primas consumidas 205.000

2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 66.300

3- VALOR ADICIONADO BRUTO(1-2) 367.200

4-RETENÇÕES 73.500

4.1) Depreciação, amortização e exaustão 73.500

5- VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

293.700

7- VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR(5+6) (RIQUEZA CRIADA PELA EMPRESA)

293.700

8- DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 293.700

8.1) Pessoal e encargos 86.750 29,54%

Page 35: apostila contabilidade financeira

8.2) Impostos , taxas e contribuições 60.413 20,57%

8.3) Juros e alugueis 65.800 22,40%

8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos 30.000 10,21%

8.5) Lucros retidos/prejuízos do exercício 50.738 17,28%

De acordo com o exemplo acima o valor adicionado é equivalente a $293.700, utilizado para despesa com pessoal, impostos, juros e alugueis, dividendos e a retenção de lucros.

Para que efetivamente a contabilidade contribua para a identificação e a participação de cada empresa no PIB, é necessário que seja evidenciado na Demonstração do Valor Agregado o Valor Adicionado efetivamente gerado pela entidade, independentemente que sua produção tenha sido vendida ou não. Assim, a empresa deverá apresentar na Demonstração do Valor Adicionado, além dos dados contidos na Demonstração de Resultado do Exercício, dados que possam efetivamente evidenciar qual a riqueza gerada pela empresa deixando evidenciada a produção que não foi vendida. Conforme tabela abaixo, podemos deixar evidenciado este valor de forma a mensurar em termos percentual qual a participação de cada item do Valor Adicionado no PIB (Produto Interno Bruto).

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ECÔNOMICO

em milhares de reais DESCRIÇÃO

LEGISLAÇÃO

SOCIETÁRIA

%

1- RECEITAS 638.500

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 635.000

1.2) Provisão p/ devedores duvidosos - Reversão (Constituição) -

1.3) Não Operacionais 3.500

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos - ICMS e IPI)

322.800

2.1) Matérias-primas consumidas 230.000

2.2) Custo das mercadorias e serviços vendidos -

2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 92.800

2.4) Perda/Recuperação de valores ativos -

3- VALOR ADICIONADO BRUTO(1-2)

Page 36: apostila contabilidade financeira

315.700

4-RETENÇÕES 78.500

4.1) Depreciação, amortização e exaustão 78.500

5- VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE(3-4)

237.200

6- VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA -

6.1)Resultado de equivalência patrimonial -

6.2)Receitas financeiras

7. VARIAÇÃO DO ESTOQUE DO PERÍODO 70.000

8- VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6+7) - (RIQUEZA CRIADA PELA EMPRESA)

307.200

9- DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 307.200

9.1) Pessoal e encargos 105.250

34,26%

9.2) Impostos , taxas e contribuições 55.412

18,04%

9.3) Juros e aluguéis 65.800

21,42%

9.4) Juros s/ capital próprio e dividendos 30.000

9,77%

9.5) Lucros retidos/prejuízos do exercício 50.738

16,52%

Este modelo reflete melhor o valor adicionado da empresa, podendo assim, ser um parâmetro para compor o PIB deste período.

Para chegarmos a um valor adicionado de $ 307.200, acrescentamos no item 2.1 o valor da matéria-prima consumida nos produtos não vendidos - $ 25.000 (20.000+5.000 referente aos impostos), no item 2.2 os serviços de terceiros e gastos gerais - $ 26.500, no item 4.1 acrescentamos $ 5.000 referente a depreciação e o item 7 referente ao estoque produzido e não vendido no período. Na distribuição do valor adicionado, no item 9.1 acrescentamos o custo dos salários e encargos da mão-de-obra utilizada na fabricação destes produtos - $ 18.500 e no item 9.2 foi reduzido o valor de $ 5.000, referente a impostos a recuperar. O modelo apresentado tem como objetivo, também, facilitar o trabalho na elaboração desta demonstração, pois, serão apresentados os Gastos de Produção do período, além de representar o valor adicionado de acordo com o conceito aplicado a mensuração do PIB.

Page 37: apostila contabilidade financeira

Desta forma seriam as seguintes alterações na elaboração da DVA:

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (soma dos itens 2.1 a 2.4)

2.1 - Matérias-primas consumidas na produção

2.3 - Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (inclui despesas e custos relativos às aquisições e pagamentos a terceiros).

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços,

energia, etc. consumidos deverão ser considerados os impostos (ICMS e IPI) incluídos no

momento das compras, recuperáveis ou não.

4 – RETENÇÕES

4.1 - Depreciação, amortização e exaustão

Deverá incluir a despesa e o custo contabilizado no período.

7- VARIAÇÃO DO ESTOQUE DE PRODUTO ACABADO E EM ELABORAÇÃO

8 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (soma dos itens 5, 6 e 7)

9 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (soma dos itens 9.1 a 9.5)

9.1 - Pessoal e encargos

Nesse item deverão ser incluídos os encargos com férias, 13o salário, FGTS, alimentação, transporte, etc., apropriados na produção e como despesa no resultado do período (não incluir encargos com o INSS – veja tratamento a ser dado no item seguinte).

9.2 - Impostos, taxas e contribuições

Além das contribuições devidas ao INSS, imposto de renda, contribuição social, todos os demais impostos, taxas e contribuições deverão ser incluídos neste item. Os valores relativos ao ICMS e IPI deverão ser considerados como os valores devidos ou já recolhidos aos cofres públicos, representando a diferença entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item 2 - Insumos adquiridos de

terceiros.

9.3 - Juros e aluguéis

Devem ser consideradas as despesas financeiras e as de juros relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo-se as despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros.

9.4 - Juros sobre o capital próprio e dividendos

Inclui os valores pagos ou creditados aos acionistas. Os juros sobre o capital próprio contabilizados como reserva deverão constar do item “lucros retidos”.

Page 38: apostila contabilidade financeira

9.5 - Lucros retidos/prejuízo do exercício

Devem ser incluídos os lucros do período destinados às reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinação específica.