apostila - caio bartine

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Caio Marco Bartine Nascimento 1 PRÁTICA TRIBUTÁRIA 2ª FASE DO EXAME DA OAB INTRODUÇÃO GERAL Primeiramente, parabenizamos você, nobre candidato ao ingresso na carreira advocatícia por mais uma conquista. Uma das principais barreiras, que é a aprovação para a segunda fase do exame da OAB torna mais próximo a meta de tornar-se um(a) advogado(a). Para tanto, cumpre enfatizar alguns detalhes importantes sobre a avaliação da segunda fase que deve ser levado em consideração na matéria de Direito Tributário e, porque não dizer, nas demais matérias. a) A nota mínima exigida para aprovação do candidato é a nota 6,0 (seis), sendo a segunda fase composta de uma peça prático-profissional e cinco questões dissertativas. A peça prática tem a pontuação máxima de 5,0 (cinco) pontos, sendo que a cada questão é atribuída a valoração de 1,0 (um) ponto; b) A nota atribuída pela banca examinadora não é uma nota com números inteiros, podendo ser fracionada dependendo de cada examinador (4,5; 6,25, etc), sendo havendo arredondamento, tanto para mais, quanto para menos; c) O material a ser levado pelo candidato deve ser de conhecimento anterior do mesmo, ou seja, o candidato deve ter ―intimidade‖ com as obras que vão compor o objeto de consulta para realização de sua prova, vedando-se, por completo, obras que possuam modelos de peça, cadernos com anotações do próprio candidato, instruções para elaboração de peças, dentre outros. Sempre recomendamos que o

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Caio Marco Bartine Nascimento

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PRÁTICA TRIBUTÁRIA

2ª FASE DO EXAME DA OAB

INTRODUÇÃO GERAL

Primeiramente, parabenizamos você, nobre candidato ao ingresso

na carreira advocatícia por mais uma conquista. Uma das principais barreiras,

que é a aprovação para a segunda fase do exame da OAB torna mais próximo

a meta de tornar-se um(a) advogado(a).

Para tanto, cumpre enfatizar alguns detalhes importantes sobre a

avaliação da segunda fase que deve ser levado em consideração na matéria

de Direito Tributário e, porque não dizer, nas demais matérias.

a) A nota mínima exigida para aprovação do candidato é a nota 6,0 (seis),

sendo a segunda fase composta de uma peça prático-profissional e

cinco questões dissertativas. A peça prática tem a pontuação máxima

de 5,0 (cinco) pontos, sendo que a cada questão é atribuída a valoração

de 1,0 (um) ponto;

b) A nota atribuída pela banca examinadora não é uma nota com números

inteiros, podendo ser fracionada dependendo de cada examinador (4,5;

6,25, etc), sendo havendo arredondamento, tanto para mais, quanto

para menos;

c) O material a ser levado pelo candidato deve ser de conhecimento

anterior do mesmo, ou seja, o candidato deve ter ―intimidade‖ com as

obras que vão compor o objeto de consulta para realização de sua

prova, vedando-se, por completo, obras que possuam modelos de peça,

cadernos com anotações do próprio candidato, instruções para

elaboração de peças, dentre outros. Sempre recomendamos que o

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material a ser utilizado pelo candidato seja demonstrado para o fiscal de

prova, evitando assim, maiores aborrecimentos no decorrer de sua

prova;

d) Não será o número de obras doutrinárias ou códigos comentados que

farão com que o candidato seja ou não aprovado no exame, mas a

forma com que expõe com clareza todos os argumentos utilizados em

sua prova. Quanto maior a quantidade do material levado no dia da

prova, mais ―desesperado‖ e ―atrapalhado‖ fica o candidato, uma vez

que sempre procurará uma tese jurídica que se amolde aos padrões que

ele necessita, tanto para suas questões, quanto para a fundamentação

jurídica de sua peça profissional.

1. Material bibliográfico a ser utilizado

É plenamente comum que os candidatos e até mesmo os

professores tenham determinadas preferências doutrinárias e jurídicas que

possam embasar a resposta de suas questões dissertativas e a própria

fundamentação da peça a ser realizada.

Porém, é cediço que determinados doutrinadores em matéria

tributária acabam sendo uma unanimidade entre os próprios examinadores.

Isto pode variar de região para região do território nacional, mas uma vez que o

Estado de São Paulo, assim como quase a totalidade dos Estados da

federação fazem parte de um exame unificado, algumas doutrinas são mais

requisitadas que outras. Geralmente, se reconhece os doutrinadores que

acabam sendo citados nos julgamentos do STF e do STJ, pois assim, acabam

servindo de parâmetro para o posicionamento das obras a serem adquiridas.

O quanto antes o candidato adquirir as obras, melhor se faz.

Primeiramente, porque a maior importância da 2ª fase do Exame da OAB não

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está no direito processual; pelo contrário: a maior importância deverá ser dada

ao Direito Material Tributário.

Vejamos o seguinte exemplo: se um candidato realiza um primor

de peça prático profissional, o máximo que receberá dos examinadores será a

nota 5,0 (cinco). Se porém, apesar da primorosa peça apresentada, errar a

totalidade das questões dissertativas, restará reprovado!

No entanto, o candidato que não fez uma peça que seria

adequada dentro do esperado pelo examinador, conseguindo uma pontuação

2,0 (dois), porém, acertou quatro das cinco questões dissertativas, alcançou a

pontuação suficiente para a sua aprovação!

Isto significa apenas a dica mais importante: o estudo do direito

material prevalece sobre o direito processual tributário. Primeiramente, porque

o candidato dependerá do direito material para fundamentar a sua peça e,

segundo, porque dependerá deste conteúdo para responder cada uma das

questões dissertativas.

Por fim, dentre a bibliografia por mim adotada no exame,

aconselho a aquisição das seguintes obras jurídicas:

CTN e CF comentado e anotado à luz da doutrina e da

jurisprudência. Leandro Paulsen. Ed. Livraria do Advogado: trata-se de

uma obra completa, onde o autor aborda o direito constitucional tributário

comentado à luz da doutrina e da jurisprudência, bem como todo o Código

Tributário Nacional. Trata-se de uma referência entre os tributaristas, porém,

com o seguinte gravame: trata-se de uma obra de difícil manuseio, requerendo

que o candidato a conheça antecipadamente para se encontrar nos pontos que

julgar principais;

Caio Marco Bartine Nascimento

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Curso de Direito Tributário. Hugo de Brito Machado.

Ed. Malheiros: trata-se de uma obra doutrinária de fácil compreensão,

principalmente no que tange ao Direito Constitucional Tributário e nas normas

gerais em matéria tributária. Por ser uma obra simples de entendimento, sem

grandes controvérsias, vale a pena sua aquisição;

Curso de Direito Tributário. José Eduardo

Soares de Melo. Ed. Dialética: trata-se de uma obra com um pouco mais de

profundidade em matéria de tributos e espécies tributárias, notadamente as

contribuições especiais. Além do mais, trata-se de um consagrado autor em

matéria tributária, sendo que tal obra passa a gozar de referência no mundo

jurídico.

Códigos conjugados que contenham CF, CPC, CTN e

leis extravagantes: muitas questões estão com o seu conteúdo

completamente determinado na legislação tributária, sendo necessário ter em

mãos um material que contenha uma legislação atualizada sobre esses temas.

Logicamente, as indicações supracitadas não são uma

obrigatoriedade para cada candidato, podendo este fazer a escolha do material

que melhor se adéqua às suas necessidades. Mas, trata-se de uma indicação

interessante. Com o conhecimento jurídico contido nesse material, a aprovação

é mais do que garantida na segunda fase do Exame da OAB.

2. O que devo começar primeiro?

Com a mudança na forma de pontuação do exame da OAB, indico

a você candidato que comece respondendo as questões dissertativas. Isto

porque, por mais tempo que você demore respondendo as questões, você terá

grande chance nos resultados, deixando por último a peça prático-profissional.

O ideal é que, ao longo desse curso, você consiga realizar as questões num

prazo médio de 2 (duas) horas, tempo que reputo mais do que suficiente para

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responder cinco questões. As 3 (três) horas restantes, você poderá se

debruçar sobre sua peça.

a) Questões dissertativas

Nunca responda as questões dissertativas de uma forma extensa

demais, sendo extremamente repetitivo e nem curta demais, a ponto de citar

determinados artigos de lei. Articule bem as palavras a serem utilizadas,

descrevendo com clareza o que o enunciado pede. Não inicie a resposta, sem

que antes você saiba efetivamente do que o examinador deseja de você.

Lembre-se: você está fazendo uma prova para ingresso para a OAB, mas não

significa que, nas questões, você tenha que defender, a qualquer custo, o

contribuinte (no caso, seu cliente). Você deve buscar uma coerência nas

informações prestadas, justificando e fundamentando suas respostas da forma

com que lhe seja requerido. Recomendo que se observe as questões dos

últimos exames, para saber exatamente como é o entendimento dos

examinadores na hora da correção de suas questões.

b) Peça Prático-Profissional

Um dos principais erros dos candidatos da OAB na segunda fase

é necessitar rascunhar a peça como um todo. Além de desnecessário, toma-

se um tempo tamanho que faz com que não dê tempo suficiente para ―passar a

limpo‖ na folha de respostas definitiva.

Você aprenderá, no decorrer deste curso, que a necessidade de

rascunhar está em dois pontos básicos: fundamentação (direito) e o pedido.

O endereçamento, o preâmbulo e os fatos serão objeto de fácil

identificação depois do estudo das peças. Você verá que não há qualquer

Caio Marco Bartine Nascimento

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espécie de mistério em descrever estes itens, ficando extremamente simples a

forma com que se deve elencar cada um deles.

A par dessas considerações, passemos a analisar as teses,

modelos de peças, questões dissertativas e outros itens que te levarão a

aprovação no exame da OAB.

Bons estudos !

Caio Marco Bartine Nascimento

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I – PRINCIPAIS TESES JURÍDICAS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

Notadamente no que tange ao exame da peça prático-

profissional, as teses, em direito tributário, são específicas para cada caso

apresentado, sendo didaticamente divididas em dois blocos de estudo:

a) Teses de Inconstitucionalidade

Esta deve ser a primeira tese analisada pelo candidato, tanto na peça

quanto nas questões. Com relação è peça, é plenamente comum a afronta às

chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar, subdividindo-se nos princípios

constitucionais tributários ou nas imunidades tributárias.

Lembre-se, no entanto, que a tese de inconstitucionalidade poderá ser

tanto formal quanto material. P.ex., se a criação de um empréstimo compulsório for

instituído através de lei ordinária, padecerá de inconstitucionalidade formal, uma vez

que o art. 148 CF determina a instituição por meio de lei complementar.

Já em relação as questões, o candidato primeiramente deve se resguardar

se existe alguma inconstitucionalidade ou constitucionalidade do procedimento adotado.

Determinando-se que a questão não se refere à ordem constitucional, passará para o

crivo da legalidade ou ilegalidade.

b) Teses de Ilegalidade

Neste caso, competirá ao candidato, após a análise dos pressupostos

constitucionais, a análise das questões legais, iniciando pela lei complementar que

Caio Marco Bartine Nascimento

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versa sobre as normas gerais em matéria tributária, qual seja, o Código Tributário

Nacional.

Muitas vezes, a resposta da fundamentação não se encontra

expressamente prevista no CTN, mas em outras legislações extravagantes, tais como a

Lei nº 87/96, que versa sobre as normas gerais do ICMS e a LC 116/03, que versa

sobre as normas gerais do ISS, além de outras que serão cabíveis, dependendo da

teses adotada.

Caio Marco Bartine Nascimento

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II – PRINCIPAIS PEÇAS PRÁTICAS E RECURSOS EM MATÉRIA

TRIBUTÁRIA

Dentre as principais peças tributárias e recursos que devem ser

observados pelos candidatos, temos os seguintes:

1) Ação Declaratória de Inexistência ou Existência de Relação Jurídica

Tributária

2) Ação Anulatória de Débito Fiscal

3) Ação de Repetição do Indébito Tributário

4) Ação de Consignação em Pagamento

5) Ação Cautelar

6) Mandado de Segurança

7) Embargos a Execução Fiscal

8) Exceção de Pré-Executividade

9) Demais recursos

III – MODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS IMPORTANTES

Dentre as principais inovações legislativas, colacionamos algumas que

servirão de parâmetro para o estudo dos candidatos.

1) Lei n° 11.457/07 e a Receita Federal do Brasil (Super-Receita

A Administração Fiscal Federal sofreu substanciais alterações

com a edição da Lei que criou a Super-Receita. Destacam-se adiante algumas

dessas principais inovações.

Caio Marco Bartine Nascimento

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Nas localidades em que havia uma Delegacia da Receita Federal

e uma Delegacia da Receita Previdenciária, passou a haver apenas uma

Delegacia da Receita Federal do Brasil. Rio de Janeiro e São Paulo, no

entanto, continuam, num primeiro momento, a ter Delegacias especializadas

tais como a Delegacia Especial de Fiscalização – DEFIS, Delegacia Especial

de Administração Tributária – DERAT e Delegacia da Receita Previdenciária -

DRP.

Relativamente às contribuições previdenciárias, o prazo para

Impugnação Administrativa passa de quinze para trinta dias, devendo ser

dirigida ao Delegado da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ). Os

Recursos, por outro lado, passam a ser dirigidos ao Conselho de Contribuintes

do Ministério da Fazenda.

As certidões de regularidade fiscal passam a ser: i) Certidão

Específica relativa às contribuições previdenciárias; ii) Certidão Conjunta

Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e à Dívida Ativa da União.

Destacam-se da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007, que

criou a Receita Federal do Brasil, os seguintes dispositivos pertinentes à

representação judicial do INSS:

Art. 1° A Secretaria da Receita Federal passa a denominar-se Secretaria da Receita

Federal do Brasil, órgão da administração direta subordinado ao Ministro de Estado da

Fazenda.

Art. 2° Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da

Receita Federal, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar,

acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação,

cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do

parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições

instituídas a título de substituição.

(...)

Art. 16. A partir do 1° (primeiro) dia do 2° (segundo) mês subseqüente ao da publicação

desta Lei, o débito original e seus acréscimos legais, além de outras multas previstas

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em lei, relativos às contribuições de que tratam os arts. 2° e 3° desta Lei, constituem

dívida ativa da União.

§ 1° A partir do 1° (primeiro) dia do 13° (décimo terceiro) mês subseqüente ao da

publicação desta Lei, o disposto no caput deste artigo se estende à dívida ativa do

Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação - FNDE decorrente das contribuições a que se referem os arts. 2° e 3° desta

Lei.

§ 2° Aplica-se à arrecadação da dívida ativa decorrente das contribuições de que trata o

art. 2° desta Lei o disposto no § 1° daquele artigo.

§ 3° Compete à Procuradoria-Geral Federal representar judicial e extrajudicialmente:

I - o INSS e o FNDE, em processos que tenham por objeto a cobrança de contribuições

previdenciárias, inclusive nos que pretendam a contestação do crédito tributário, até a

data prevista no § 1° deste artigo;

II - a União, nos processos da Justiça do Trabalho relacionados com a cobrança de

contribuições previdenciárias, de imposto de renda retido na fonte e de multas impostas

aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações do trabalho, mediante

delegação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

(...)

Art. 23. Compete à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a representação judicial

na cobrança de créditos de qualquer natureza inscritos em Dívida Ativa da União.

2) Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/09)

Para que haja uma efetiva adaptação do candidato às novas

modificações à lei que regulamenta o Mandado de Segurança, previsto no art.

5º, LXIX da CF, destacamos toda a legislação, sublinhando os aspectos de

maior relevância. Senão, vejamos:

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e

certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,

ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer

violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de

que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os

representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de

entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as

pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no

que disser respeito a essas atribuições.

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§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão

comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de

sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.

§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas,

qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.

Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as

consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o

mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela

controlada.

Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições

idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do

direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias,

quando notificado judicialmente.

Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo

submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.

Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos

legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax

ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada.

§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama,

radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a

imediata ciência pela autoridade.

§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco)

dias úteis seguintes.

§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão

observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-

Brasil.

Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,

independentemente de caução;

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

III - de decisão judicial transitada em julgado.

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Parágrafo único. (VETADO)

Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos

pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos

que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da

autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha

vinculada ou da qual exerce atribuições.

§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache

em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se

recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará,

preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em

cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10

(dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda

via da petição.

§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora,

a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.

§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato

impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.

§ 4o (VETADO)

§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art.

267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do

prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o

mérito.

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a

segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no

prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa

jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que,

querendo, ingresse no feito;

III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver

fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da

Caio Marco Bartine Nascimento

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medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante

caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à

pessoa jurídica.

§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a

liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei

no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a

compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens

provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de

servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de

vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão

até a prolação da sentença.

§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.

§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas

neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts.

273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo

Civil.

Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex

officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida,

o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de

promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe

cumprirem.

Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas

da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se

acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a

representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade

apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim

como indicações e elementos outros necessários às providências a serem

tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado

como ilegal ou abusivo de poder.

Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando

não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos

legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.

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§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e,

quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber

originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o

órgão competente do tribunal que integre.

§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o

despacho da petição inicial.

Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito

juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao

órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a

prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no

caso do art. 4o desta Lei, a comprovação da remessa.

Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei,

o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do

prazo improrrogável de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos

serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente

proferida em 30 (trinta) dias.

Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do

oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de

recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa

jurídica interessada.

Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no

art. 4o desta Lei.

Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe

apelação.

§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao

duplo grau de jurisdição.

§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.

§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser

executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a

concessão da medida liminar.

Caio Marco Bartine Nascimento

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§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em

sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da

administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente

será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data

do ajuizamento da inicial.

Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público

interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à

saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual

couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão

fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá

agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a

julgamento na sessão seguinte à sua interposição.

§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere

o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do

tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou

extraordinário.

§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1

o deste

artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra

a liminar a que se refere este artigo.

§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas

ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem

condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.

§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo

liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a

urgência na concessão da medida.

§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma

única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da

suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do

pedido original.

Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator

a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do

julgamento.

Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a

medida liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que

integre.

Caio Marco Bartine Nascimento

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Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos

respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias,

contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas

notas taquigráficas, independentemente de revisão.

Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única

instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos

casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for

denegada.

Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem

decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os

seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.

Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos

terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.

§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira

sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.

§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco)

dias.

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido

político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus

interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou

por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente

constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de

direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou

associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas

finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo

podem ser:

I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de

natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas

entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os

decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da

totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

Caio Marco Bartine Nascimento

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Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada

limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo

impetrante.

§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as

ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o

impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado

de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da

impetração da segurança coletiva.

§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida

após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito

público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á

decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo

interessado, do ato impugnado.

Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei

no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a

interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento

dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no

caso de litigância de má-fé.

Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-

Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões

proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções

administrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950,

quando cabíveis.

Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização

judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de 180

(cento e oitenta) dias, contado da sua publicação.

Para tanto, se faz necessário estrita observância aos ditames

estabelecidas nas referidas legislações, salvo ainda aquelas que estejam

previstas no ordenamento jurídico pátrio.

Caio Marco Bartine Nascimento

19

Creio que, num primeiro momento, as ações do Mandado de

Segurança não terão uma modificação substancial naquilo em que já ocorria

para sua efetiva utilização, mas deve o candidato tomar o devido cuidado

quando das respostas das questões dissertativas.

Caio Marco Bartine Nascimento

20

IV – DEFINIÇÃO COMUM DA COMPETÊNCIA PARA AJUIZAMENTO DAS

AÇÕES

Para determinar o juízo competente devemos atentar-nos para o

tributo em questão. Se o tributo for federal a competência é da justiça

federal; se for municipal ou estadual, a competência poderá ser da Vara da

Fazenda Pública (quando houver vara especializada) ou de Vara Cível

comum (nas comarcas onde não existe vara especializada).

1) Correção nos endereçamentos

Os endereçamentos serão os seguintes:

a) se tributo federal

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal de ___ Vara Cível da

Seção Judiciária de ___ (para capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, etc.).

Quando versar sobre a outras regiões que não façam parte das Capitais dos

Estados (interior, por exemplo) a competência será da Vara Cível da Subseção

Judiciária de ________.

b) se tributo estadual ou municipal

Nos locais onde exista vara especializada ou anexo fazendário, a

competência será do Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara

da Fazenda Pública da Comarca de ________, e nos locais onde não houver

Caio Marco Bartine Nascimento

21

vara especializada, a competência será do Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz

de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de _______ .

c) outros endereçamentos

Recursos endereçados ao Supremo Tribunal Federal

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo

Tribunal Federal

Recursos endereçados ao Superior Tribunal de Justiça

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior

Tribunal de Justiça

Recursos endereçados aos Tribunais Regionais Federais

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Federal Presidente do Egrégio

Tribunal Regional Federal da _____ Região

Recursos endereçados aos Tribunais de Justiça dos respectivos

Estados

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal

de Justiça do Estado de __________.

Caio Marco Bartine Nascimento

22

V – ROTEIRO BÁSICO PARA REDAÇÃO DAS PEÇAS TRIBUTÁRIAS

Para redigir quaisquer das peças práticas em direito tributário

devem ser observados os seguintes tópicos:

a) Endereçamento: o candidato deverá analisar o juízo competente pelo local

indicado na questão. Caso o problema não indique o local da questão, poderá

se levar em consideração o local onde se está realizando a prova.

capacidade postulatória

b) preâmbulo fundamento legal da peça

nome da ação correspondente

qualificação da outra parte

c) fatos: os fatos determinam o problema exigido na prova prático-profissional,

indicando os atos equivocados praticados pelo Fisco e eivados de ilegitimidade

ou inconstitucionalidade. Logicamente, sempre haverá na prova um meio de

defesa plausível para o contribuinte, no qual você, candidato, atuará como

advogado.

Procure não criar os fatos, utilizando-se das mesmas expressões

trazidas no problema apresentado, com a apresentação da terminologia jurídica

apresentada. P.ex., autor, ré, embargante, embargado, etc.

d) direito: trata-se da causa de pedir próxima devendo o candidato apontar e

justificar a defesa encontrada, fundamentando-a na lei ou na própria

Constituição Federal, discorrendo sobre o tema e enriquecê-lo com citações de

Caio Marco Bartine Nascimento

23

doutrina e jurisprudência, fazendo um fechamento das idéias. Lembre-se que

toda a fundamentação deve ter um início, meio e fim.

Importante ressaltar que, se a peça apresentada possui pedido de antecipação

de tutela ou pedido de liminar, é interessante que o candidato abra um tópico

apartado, explicando os motivos pelo qual deseja a concessão da referida

medida.

e) pedidos: são os pedidos específicos para cada tipo de peça apresentada,

onde o candidato somente saberá sua melhor sequencia após a realização do

maior número de peças específicas.

f) provas: demonstrar as provas com o que se quer comprovar o direito

alegado, notadamente a prova documental acostada aos autos e outras que se

fizerem necessárias ao julgamento do douto Juízo. O candidato somente

deverá se atentar que tal tópico não pode ser utilizado em sede de mandado

de segurança, uma vez que este independe de instrução probatória futura.

g) valor da causa: valor dado pela ação demandada.

h) desfecho: são os verdadeiros ―chavões‖ utilizados em direito, tais como

termos em que, pede deferimento, dentre outras expressões.

Caio Marco Bartine Nascimento

24

PEÇAS PROCESSUAIS TRIBUTÁRIAS

1. Ação Declaratória de Inexistência (ou Existência) de Relação

Jurídico-Tributária

A Ação Declaratória de Existência ou Inexistência de Relação

Jurídico-Tributária funda-se no disposto pelo artigo 4.º, inciso I, do Código de

Processo Civil - CPC.

Nesta ação o Sujeito passivo da obrigação tributária busca

estabelecer em seu favor uma decisão judicial aplicável aos casos futuros e

que lhe declare a existência de certo direito ou a inexistência da obrigação

tributária em casos concretos.

Essa ação tem por objeto, portanto, o pronunciamento da Justiça

(declaração por sentença) no sentido da existência de certo direito ou da

inexistência de certa relação jurídica, e deve ser proposta quando tributo não

tenha ainda sido pago, pois a sentença favorável ao Autor não o habilita a

haver repetição de indébito pago.

Pode ser utilizada para declarar inexistência de obrigação

tributária, para fixar obrigação tributária em quantia menor, para declarar a não-

incidência tributária, declarar a imunidade ou a isenção fiscal, etc.

A ação comporta, nos termos do que dispõe o artigo 273 do CPC,

o pedido de antecipação da tutela, desde que presentes os requisitos exigidos

para tal.

Importa ressaltar, no entanto, que na ação declaratória a urgência

que reclama a antecipação de tutela reside no interesse de se evitar que, até

Caio Marco Bartine Nascimento

25

que seja a ação finalmente julgada, perca a sentença ao final proferida sua

eficácia, pois o Autor teria que continuar a despender quantias para o

pagamento de exação devida à Ré, desfalcando seu patrimônio com a

perspectiva de apenas recuperar tais valores num prazo, sem dúvida, bastante

longo.

Levando-se porém, em consideração que o pedido de tutela

antecipada na prejudica o cliente, é interessante que o candidato requeira em

sua prova a antecipação da tutela, para os fins de evitar que o lançamento

tributário realmente ocorra e que possa induzi-lo ao denominado ―solve et

repete‖ (pagar para depois restituir).

a) Competência

A Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídico-Tributária

deve ser proposta no Foro do domicílio do Autor. Geralmente os problemas

trazem o local da ocorrência do respectivo fato gerador que enseja tal

competência.

b) Endereçamento

Tributos Municipais ou Estaduais:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara da Fazenda

Pública da Comarca de São Paulo – SP (sendo da Capital de São Paulo ou de

outro Estado que possua vara especializada).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Cível da Comarca

de _________. (em se tratando de locais onde não se dispõe de varas

especializadas)

Caio Marco Bartine Nascimento

26

Tributos Federais:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara da Seção Judiciária

de _______ (em se tratando das capitais) ou da Subseção Judiciária de

_______ (em se tratando de demais comarcas fora da Capital).

c) Pólo Passivo

Tributo Municipal: Municipalidade de ________;

Tributo Estadual: Fazenda Pública do Estado de ________;

Tributo Federal: União Federal;

2. Ação Anulatória de Débito Fiscal

Diferentemente da Declaratória, pressupõe a existência de um

lançamento tributário, uma vez que seu objetivo é anulá-lo. Seja qual for a

modalidade sob a qual se apresente (AIIM, DARF, entre outros), só é cabível

após o lançamento, que será combatido por ser indevida sua cobrança.

Possui como fundamento legal o artigo 38 da lei 6830/80, devendo

respeitar (como toda petição inicial) o disposto nos artigos 282 e seguintes do

CPC, bem como o artigo 169 do CTN, nos casos em que couber.

A propositura da Ação Anulatória somente é possível se não houver

defesa administrativa nem execução fiscal em curso.

O artigo 38 da lei 6830/80 estabelece que caberá ação anulatória desde

que acompanhada do depósito preparatório, no entanto este requisito não é

indispensável. Caso não ocorra o depósito o crédito não fica suspenso, mas

Caio Marco Bartine Nascimento

27

este efeito pode ser conseguido com a antecipação da tutela jurisdicional

pleiteada.

Portanto mesmo após a propositura da Ação Anulatória pelo contribuinte

o Fisco poderá ingressar com Execução Fiscal da sua dívida ativa. Somente se

houve o depósito da quantia discutida, ou antecipação da tutela, fica impedido

o ajuizamento da execução.

Quadro comparativo entre ação declaratória e ação anulatória

AÇÃO DECLARATÓRIA AÇÃO ANULATÓRIA

Momento Anterior ao lançamento Posterior ao lançamento

Pedido Declaração de inexistência da

obrigação tributária ou da

relação jurídica

Anulação do lançamento (ou

ato equivalente)

Fund. Legal Art. 4º e 282 e ss. do CPC Art. 38 da lei 6830/80 e 282 ss

CPC

a) Tutela Antecipada

Fundamentada nos artigos 273 e 461 do Código de Processo Civil,

objetiva assegurar a proteção jurisdicional.

O art. 273 visa afastar os efeitos nocivos do lapso temporal entre o início

da demanda e sua concessão definitiva, que podem lesar de forma grave o

direito do autor. Portanto se presentes a verossimilhança do direito e perigo de

dano irreparável ou de difícil reparação, o juiz poderá antecipar os efeitos da

tutela pleiteada.

Caio Marco Bartine Nascimento

28

É dever do juiz concedê-la se demonstrados seus requisitos, podendo

ser concedida em qualquer fase do processo (até mesmo antes da citação do

réu).

São seus requisitos: a) prova inequívoca da verossimilhança da

alegação e b) existência de um dano irreparável o de difícil reparação.

IMPORTANTE: no caso de ação declaratória, o dano irreparável poderá ser a

existência do lançamento e a constituição definitiva do crédito tributário, que se

pretende afastar. No caso da ação anulatória, entende-se como dano

irreparável a existência da execução fiscal, tornando o sujeito passivo

economicamente inviabilizado.

b) Competência

Trata-se da mesma competência da ação declaratória.

c) Endereçamento

Trata-se do mesmo endereçamento da ação declaratória, em

relação a cada um dos tributos exigidos.

3. Ação de Repetição de Indébito Fiscal

A Ação de repetição de Indébito é prevista no artigo n° 165 do

Código Tributário Nacional, que garante ao sujeito passivo da obrigação

tributária, independentemente de prévio protesto, o direito à restituição total ou

parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, nos seguintes

casos:

i) cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou

maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou

circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;

Caio Marco Bartine Nascimento

29

ii) erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da

alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou

conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;

iii) reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão

condenatória.

Essa ação tem por objeto, portanto, e ressarcimento do sujeito

passivo da obrigação tributária pelo indevido pagamento de exação tributária.

O Autor da ação , no entanto, deve atentar para o que dispõe o artigo n° 166 do

CTN, segundo o qual a restituição de tributos que comportem, por sua

natureza, transferência do respectivo encargo financeiro, somente será feita a

quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a

terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.

É imprescindível que o candidato abra um tópico ao final do item

―Do Direito‖ demonstrando a juntada do comprovante dos pagamentos dos

tributos.

4. Ação de Consignação em Pagamento

A ação de consignação em pagamento está ligada ao pagamento

por consignação, uma das formas de extinção das obrigações quando há mora

do credor (artigos 972 a 984, do Código Civil).

Tal pagamento, nos termos do que nos ensina Antonio Carlos

Marcato, perfaz-se "com o depósito judicial ou extrajudicial, da quantia ou coisa

devida, o qual, sendo aceito pelo credor ou reconhecido como válido e

suficiente pelo juiz, tem o condão de extinguir a obrigação, liberando o

devedor".

Em matéria fiscal, a Ação de Consignação em Pagamento é

prevista no art. 164 do Código Tributário Nacional, segundo o qual a

Caio Marco Bartine Nascimento

30

importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito

passivo, nos casos:

i) de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao

pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação

acessória;

ii) de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências

administrativas sem fundamento legal;

iii) de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito

público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

Também prevê o referido dispositivo que a consignação só pode

versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar, sendo que, caso

seja julgada procedente a consignação, o pagamento reputar-se-á efetuado e a

importância consignada será convertida em renda. A eventual improcedência

da consignação, no todo ou em parte, desencadeará a cobrança do crédito

acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

A Ação de Consignação é regulada pelo que dispõe os artigos

890 e seguintes do Código de Processo Civil.

A ação deverá ser proposta no lugar do pagamento, cessando

para o devedor, tanto que se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se

for julgada improcedente. Tratando-se de prestações periódicas (parcelamento

tributário, por exemplo), uma vez consignada a primeira, pode o devedor

continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se

forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco) dias,

contados da data do vencimento.

O autor, na petição inicial, requererá:

i) o depósito da quantia a ser efetivado no prazo de cinco dias

contados do deferimento;

Caio Marco Bartine Nascimento

31

ii) a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer resposta.

Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o

pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos que o disputam para

provarem o seu direito. Não comparecendo nenhum pretendente, converter-se-

á o depósito em arrecadação de bens de ausentes; comparecendo apenas um,

o juiz decidirá de plano; comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o

depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente

entre os credores, caso em que se observará o procedimento ordinário.

Na contestação, o réu poderá alegar que:

i) não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa

devida;

ii) foi justa a recusa;

iii) o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;

iv) o depósito não é integral (tal alegação somente será

admissível se o réu indicar o montante que entende devido) - nesta hipótese,

poderá o autor completá-lo, dentro de 10 dias, salvo se corresponder a

prestação, cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.

Alegada a insuficiência do depósito, poderá o réu levantar desde

logo a quantia depositada, com a conseqüente liberação parcial do autor,

prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida.

Não oferecida a contestação, e ocorrentes os efeitos da revelia, o

juiz julgará procedente o pedido, declarará extinta a obrigação e condenará o

réu nas custas e honorários advocatícios (proceder-se-á do mesmo modo se o

credor receber e der quitação).

A sentença que concluir pela insuficiência do depósito

determinará, sempre que possível, o montante devido, e, neste caso, valerá

Caio Marco Bartine Nascimento

32

como título executivo, facultado ao credor promover-lhe a execução nos

mesmos autos.

a) Competência

Conforme anteriormente citado, o foro competente para propositura da

consignação do pagamento é o do local onde o pagamento.

Quando o conflito for entre União e Estado-membro, prevalece a

competência da União (justiça federal). Quando entre Estado-membro e

Município, deve ser consultada a lei de Organização Judiciária do Estado, mas

o examinando poderá remeter para o Estado, para fins do Exame da OAB.

5. Ação Cautelar

Sempre que houver fundado receio de lesão a um direito ou do

perecimento de um bem, será cabível a medida cautelar inominada (art. 796 e

ss. do CPC).

A Ação Cautelar poderá ser preparatória de outra ação judicial (cautelar

preparatória), ou poderá ser proposta no curso da ação principal (cautelar

incidental). Em qualquer dos casos é sempre competente o mesmo juízo da

ação principal.

Para sua propositura é indispensável comprovar a presença de fumus

boni juris (indício de existência de um direito) e de periculum in mora (ameaça

a este direito pela demora em sua concessão).

Caio Marco Bartine Nascimento

33

A sentença não tem eficácia constitutiva, mas declarativa, só possuindo

efeito devolutivo

Obs.: A OAB tem preferido, nos últimos exames, que o candidato

ingresse diretamente com a ação principal e nela peça a antecipação da tutela

pleiteada, por ser mais benéfico ao cliente. No entanto a antecipação da tutela

não se confunde com a cautelar, pois não se limita a assegurar o resultado e

sim objetiva o próprio provimento jurisdicional.

6. Mandado de Segurança

É um remédio constitucional que objetiva atacar lesão ou ameaça de

lesão à direito líquido e certo, não protegido por Habeas Corpus ou Habeas

Data e cometido por autoridade coatora.

Trata-se de uma ação cível de conhecimento, com procedimento

especial. É mandamental e de rito sumário.

O candidato deverá observar as especificações constantes na Lei

12.016/09, conforme já assinalada na referida apostila.

a) Legitimidade

Ativa:

É do titular do direito líquido e certo ameaçado ou lesionado. No âmbito

tributário será um contribuinte, quer pessoa física, quer jurídica, órgãos

públicos ou universalidades patrimoniais, sendo possível até o litisconsórcio

entre elas.

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Realce

Caio Marco Bartine Nascimento

34

O titular de direito líquido e certo decorrente de direito de terceiro que se

encontre em situação autorizadora do mandado de segurança, poderá impetrá-

lo em favor do direito originário, se o titular não o fizer em prazo razoável,

mesmo que para isso tenha sido notificado judicialmente.

Passiva:

É a autoridade coatora que ilegalmente ou com abuso pratica (ação) ou

deixa de praticar (omissão) determinado ato e assim fere o direito líquido e

certo do contribuinte.

É cabível contra atos administrativos, legislativos e judiciais.

Atenção:

Devemos entender por autoridade coatora aquele que ordenou,

executou ou se omitiu na prática do ato impugnado e que tenha competência

para corrigir a ilegalidade ou inconstitucionalidade, ou praticar o ato a que se

omitiu.

Segundo o art. 1º, § da Nova Lei do MS, equiparam-se às autoridades,

para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e

os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de

pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder

público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

b) Competência

É o local do domicílio funcional da autoridade coatora. Devemos levar

em conta este dado: se o domicílio funcional da autoridade coatora for federal,

Caio Marco Bartine Nascimento

35

será competente a Justiça Federal, se por outro lado o domicílio for estadual ou

municipal, é necessário verificar se no local há vara da Fazenda Pública, se

houver será este o foro competente, se não houver a competência é da justiça

cível comum.

c) Liquidez e certeza

A doutrina tradicionalmente vem definindo direito líquido e certo como

aquele manifesto em sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser

exercido. Na petição inicial cabe ao impetrante fazer as provas dos fatos e,

conseqüentemente, da liquidez e certeza do direito.

Em sumas palavras, direito líquido e certo é aquele que independe de

instrução probatória futura, podendo decorrer de ameaça ou de efetiva lesão a

um direito líquido e certo.

Para efeitos do Exame da OAB, o Mandado de Segurança Preventivo é

aquele que deverá ser impetrado antes do lançamento. Quando ocorrer o

lançamento e antes do ajuizamento da execução fiscal, observando o prazo

decadencial de 120 dias contados do lançamento válido, será considerado o

Mandado de Segurança Repressivo.

ATENÇÃO: Não se faz a necessidade do candidato impetrar um

Mandado de Segurança dotado da expressão PREVENTIVO ou

REPRESSIVO, uma vez que a própria natureza do problema já vai determinar

se ocorreu ou não o lançamento.

d) Liminar

Caio Marco Bartine Nascimento

36

Trata-se de um provimento cautelar incidente previsto na lei do Mandado

de Segurança, possível desde que presentes os requisitos do Mandado de

Segurança acrescidos do periculum in mora. Cabe ao impetrante demonstrar

sua necessidade e requerê-lo.

Em tese, quando da impetração do Mandado de Segurança, é

interessante que o candidato possam requerer a liminar, pois isto não

acarretará prejuízo ao cliente.

Tabela das possíveis Autoridades Coatoras

TRIBUTO MUNICIPAL TRIBUTO ESTADUAL TRIBUTO FEDERAL

ISS e taxas sobre bens

móveis:

Tributos aduaneiros (II e

IE):

Diretor do Departamento de

Rendas Mobiliárias

Em todos os casos: Inspetor Alfandegário da

Receita Federal

IPTU, ITBI e taxas sobre

imóveis:

Tributos não aduaneiros:

Diretor do Departamento de

Rendas Imobiliárias

Delegado Regional

Tributário

Delegado da Receita

Federal

Para Certidões: INSS:

Diretor do Departamento de

Arrecadação e Fiscalização

Gerente Regional de

Arrecadação e Fiscalização

do INSS

Obs.: Nesta ação não cabem honorários advocatícios, nem

sucumbência.

Caio Marco Bartine Nascimento

37

Obs.: Não existe pólo passivo no Mandado de Segurança, pois a ação é

movida contra o ato da autoridade coatora e, portanto, contra o Estado, sendo

que sequer é obrigatória a presença de um advogado na relação processual.

7. Embargos à Execução Fiscal

Todas as decisões tomadas na esfera administrativa poderão ser

revistas pelo poder judiciário (exceção feita à justiça desportiva). Não forem a

esta regra os créditos tributários a serem exercidos pela União, Estados

Membros, Municípios, Distrito Federal, suas autarquias e fundações, que o

fazem pela inclusão na dívida ativa e posterior execução judicial do crédito.

Sempre que o contribuinte entender que a execução que lhe move o

Fisco é indevida, deverá embargar em conformidade com o artigo 736 do CPC

e artigos 16 e ss. da lei 6830/80.

Os Embargos à Execução constituem uma ação autônoma, correndo em

apenso à Ação de Execução Fiscal. Por este motivo a inicial dos embargos

deve observar os artigos 282 e ss. do CPC.

É obrigatória a garantia do juízo para que os embargos sejam recebidos

e processados, suspendendo-se o curso da execução fiscal, enquanto não

forem julgados.

a) Legitimidade

Passiva

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Realce
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Realce

Caio Marco Bartine Nascimento

38

Os embargos à execução fiscal somente terão lugar nas execuções de

quantia certa que tenham no pólo passivo uma pessoa jurídica de direito

público, que obviamente será aquela que ingressou com a execução.

Poderá ser o devedor (que é citado para pagar o débito fiscal) ou um

garantidor (que é intimado da apreensão e depósito do bem penhorado).

Se o executado for o responsável tributário deve apresentar Embargos

do Devedor e não de Terceiro, pois seu objetivo é desconstituir a dívida.

Ativa

É defesa embora autônoma, de uma ação de execução fiscal em curso,

portanto só poderá ter como autor um contribuinte contra o qual venha

movendo execução fiscal a Fazenda Pública.

b) Prazo

O prazo é de 30 dias contados da data da efetivação do depósito judicial

da quantia, da intimação da penhora do bem na execução fiscal ou da juntada

de prova de fiança bancária.

c) Competência

O local do domicílio do executado. Se houver mais de um executado,

ficará a cargo da Fazenda Pública escolher um deles. É importante verificar se

há conexão, continência e litispendência com Ação Declaratória ou Ação

Anulatória em curso.

Caio Marco Bartine Nascimento

39

O endereçamento deverá obedecer a seguinte regra:

se tributo federal:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara das

Execuções Fiscais da Seção Judiciária de ___

se tributo estadual ou municipal

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ____ Anexo das

Execuções Fiscais da Comarca de _____

O contribuinte em sede de execução fiscal tem mais uma possibilidade

de defesa, além dos Embargos, a Exceção de Pré-Executividade, cabível a

qualquer momento do processo (diferentemente dos Embargos) e sem a

necessidade de estar garantido o juízo.

No entanto, esta ação somente poderá ser proposta em determinados

casos, em que haja defeito formal na formação do título executivo suficiente

para torná-lo anulável.

Assim, seria cabível a Exceção de Pré-Executividade nos casos de

nulidades absolutas ou nos casos de apreciação de matérias de ordem pública,

tais como decadência, prescrição, etc. Isto faz com que o contribuinte não

necessite garantir o juízo de execuções para que possa ser admitida a

exceção.

Caio Marco Bartine Nascimento

40

RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Prevê o Código de Processo Civil - CPC, em seu artigo n° 522,

que das decisões interlocutórias (despachos) caberá agravo, no prazo de 10

(dez) dias. O CPC prevê a possibilidade de interposição do recurso por

instrumento ou, ainda, a interposição do recurso que ficará retido nos autos.

Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o

tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação

(não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas

razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo Tribunal). Interposto o

agravo, o juiz poderá reformar sua decisão, após ouvida a parte contrária, em 5

(cinco) dias.

O agravo de instrumento (art. 524 do CPC) será dirigido

diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes

requisitos:

i) a exposição do fato e do direito;

ii) as razões do pedido de reforma da decisão e;

iii) o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do

processo.

A petição de agravo de instrumento será instruída:

i) obrigatoriamente, com cópias de decisão agravada, da certidão

da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do

agravante e do agravado;

ii) facultativamente, com outras peças que o agravante entender

úteis.

Caio Marco Bartine Nascimento

41

Deverá acompanhar a petição o comprovante do pagamento das

respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos. No prazo do recurso,

a petição será protocolada diretamente no tribunal.

O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos

autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento e do

comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que

instruíram o recurso.

Recebido o agravo de instrumento no tribunal e ocorrida a

distribuição, o Relator do Recurso:

i) poderá negar-lhe seguimento, liminarmente, nos casos do art.

557;

ii) poderá converter o agravo de instrumento em agravo retido,

salvo quando se tratar de provisão jurisdicional de urgência ou houver perigo

de lesão grave e de difícil ou incerta reparação;

iii) poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou

deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal,

comunicando ao juiz sua decisão;

iv) irá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no

prazo de 10 (dez) dias;

v) irá mandar intimar o agravado, na mesma oportunidade, por

ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para

que responda no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe juntar cópias das peças

que entender convenientes; vi) ultimadas as providências anteriores, mandará

ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10

(dez) dias.

O artigo n° 527, inciso III, do CPC, prevê a possibilidade do

Tribunal no qual foi interposto o Agravo de Instrumento atribuir efeito

suspensivo ao Recurso. A antecipação de tutela mencionada no inciso em

Caio Marco Bartine Nascimento

42

comento é equivalente ao ―antigo‖ ―efeito suspensivo ativo‖, aplicado em

situações onde a decisão interlocutória era de conteúdo negativo.

Quando a decisão recorrida referir-se ao indeferimento de tutela

antecipada dever-se-á demonstrar a presença dos requisitos previstos no artigo

273 do CPC:

i) a prova inequívoca da alegação e verossimilhança;

ii) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou

abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu.

a) Competência

A competência para julgar o Recurso de Agravo de Instrumento é

do Tribunal ao qual se subordinar o juízo a quo (juízo recorrido). O Recurso

deverá ser interposto diretamente no Tribunal.

b) Endereçamento

Tributo estadual ou municipal:

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal

de Justiça do _____________________.

Tributo federal:

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal

Regional Federal da ______ Região.

c) Pólo Passivo

Além de informar o juízo contra a decisão do qual se recorre, o

Recurso deverá indicar a parte Agravada (pólo passivo):

Tributo Municipal: Municipalidade de _______;

Caio Marco Bartine Nascimento

43

Tributo Estadual: Fazenda Pública do Estado de ____________;

Tributo Federal: União Federal;

Agravo de Instrumento interposto em Mandado de Segurança: no pólo

passivo deve figurar a pessoa jurídica de direito público – cujo Procurador

possui capacidade postulatória para recorrer (União Federal, Fazenda Pública,

etc.), não obstante mencione a autoridade coatora em face da qual foi

impetrado o MS.

d) Principais Elementos do Recurso

Endereçamento ao Tribunal competente (TJ ou TRF-3ª região);

Qualificação da Agravante;

Especificação do juízo recorrido;

Qualificação da parte Agravada;

Descrição dos fatos e síntese da decisão recorrida;

Razões para reforma da Decisão Agravada;

Requisitos para a concessão do Efeito Suspensivo ou Antecipação dos

Efeitos da Tutela Recursal;

Pedido:

- Reforma da decisão recorrida, concedendo-se o Efeito

Suspensivo ou a Antecipação dos Efeitos da Tutela Recursal, para o fim de

(...);

- Provimento do Agravo de Instrumento, reformando-se em

definitivo a decisão agravada;

- Requerimento de intimação da parte agravada, para que a

mesma ofereça resposta ao recurso;

- Declaração de autenticidade das cópias que compõem o

instrumento.

Local, data, nome do advogado e n.º da OAB;

Documentos que acompanham o Recurso:

Peças Obrigatórias:

Caio Marco Bartine Nascimento

44

cópia da decisão agravada;

certidão de intimação da decisão agravada

procuração dos advogados das partes;

Peças facultativas: (...);

RECURSO DE APELAÇÃO

Conforme expressa disposição do art. 513, do Código de

Processo Civil – CPC, contra a sentença proferida em 1ª instância caberá a

interposição do recurso de apelação.

O art. 267 do CPC elenca as hipóteses de extinção do processo

sem julgamento do mérito:

i) quando o juiz indeferir a petição inicial;

ii) quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por

negligência das partes;

iii) quando, por não promover os atos e diligências que lhe

competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;

iv) quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição

e de desenvolvimento válido e regular do processo;

v) quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência

ou de coisa julgada;

vi) quando não concorrer qualquer das condições da ação, como

a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

vii) pela convenção de arbitragem;

viii) quando o autor desistir da ação;

ix) quando a ação for considerada intransmissível por disposição

legal;

x) quando ocorrer confusão entre autor e réu e;

xi) nos demais casos prescritos pelo CPC.

Caio Marco Bartine Nascimento

45

O artigo n° 269 do CPC, por outro lado, elenca as hipóteses de

extinção do processo com julgamento de mérito:

i) quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;

ii) quando o réu reconhecer a procedência do pedido;

iii) quando as partes transigirem;

iv) quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição e;

v) quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.

A apelação deverá ser interposta por petição dirigida ao juiz que

proferiu a sentença. Na citada petição será requerido o encaminhamento do

recurso à instância superior.

O Recurso de Apelação devolve ao tribunal o conhecimento da

matéria impugnada. Após a interposição da apelação, o juiz, declarando os

efeitos em que a recebe, mandará dar vista ao apelado para responder.

A regra geral é que a apelação seja recebida em seu efeito

devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo,

quando interposta de sentença que:

i) homologar a divisão ou a demarcação;

ii)condenar à prestação de alimentos;

iii) julgar a liquidação de sentença;

iv) decidir o processo cautelar;

v) rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los

improcedentes e;

vi) julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem.

a) Petição de interposição (1ª instância)

O Recurso de Apelação deve ser interposto no mesmo juízo que

proferiu a decisão recorrida.

Caio Marco Bartine Nascimento

46

Ações propostas pelo Contribuinte para discutir tributo municipal ou

estadual:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara da Fazenda

Pública da Comarca de São Paulo - SP.

Ações propostas pelo Contribuinte para discutir tributo federal

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara da Seção Judiciária

de _________ (capitais) ou Subseção Judiciária de _________ (demais

comarcas);

Embargos à Execução Fiscal de tributo municipal ou estadual:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara de Execuções

Fiscais Estaduais (ou Municipais) da Comarca de ________________;

Embargos à Execução Fiscal de tributo federal:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ da Vara de Execuções

Fiscais da Seção Judiciária de _______ (capitais) ou Subseção Judiciária de

_________. (demais comarcas).

Embargos à Execução Fiscal de contribuição previdenciária:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara de Execuções

Fiscais Previdenciárias da Seção Judiciária de ____________ (capitais) ou

Subseção Judiciária de _____________ (demais comarcas).

b) Competência

A competência para julgar o Recurso de Apelação é do Tribunal

ao qual se subordinar o juízo a quo (juízo recorrido).

Tributo estadual ou municipal:

Caio Marco Bartine Nascimento

47

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Tributo federal ou contribuição previdenciária:

Egrégio Tribunal Regional Federal da ___ Região.

c) Principais Elementos do Recurso

1. Petição de interposição (1ª instância):

1.1. Endereçamento ao juiz que proferiu a sentença;

1.2. Informação do processo ao qual se refere o Recurso;

1.3. Qualificação da Apelante;

1.4. Especificação da parte Apelada;

1.5. Requerimento de recebimento e processamento do Recurso de

Apelação, com posterior envio dos autos à instância superior;

1.6. Informação de juntada da Guia de Preparo devidamente solvida;

2. Recurso de Apelação:

2.1. Endereçamento ao Tribunal competente (TJ ou TRF-3ª região);

2.2. Especificação do processo, do juiz a quo e das partes (Apelante e

Apelado)

2.3. Homenagens (Colenda Turma, Doutos Julgadores, etc.)

2.4. Descrição dos fatos e síntese da decisão recorrida);

2.5. Razões de Direito;

2.6. Pedido:

2.7. Provimento do Recurso de Apelação;

2.8. Reforma da sentença recorrida;

2.9. Objetivo almejado com a reforma (―para o fim de ...‖)

2.10. Local, data, nome do advogado e n.º da OAB;

Justificativa da solução adotada para o problema.

Caio Marco Bartine Nascimento

48

RECURSO ESPECIAL

O Recurso Especial é o recurso, de competência exclusiva do

STJ, cabível contra decisões de última ou única instância, proferidas por

tribunal (TRF ou TJ), das quais não é mais cabível qualquer recurso ordinário.

O recurso especial será cabível apenas nas hipóteses taxativas

previstas no art. 105, III da CF, quais sejam:

(a) decisão que contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe

vigência,

(b) julgar válido ato de governo local, contestado em face de lei

federal e

(c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja

atribuído outro tribunal.

A admissibilidade deste recurso fica condicionada ao

apontamento de uma destas espécies de vício e anterior questionamento da

matéria (o famoso pré-questionamento).

Não há previsão de recolhimento de custas para a interposição de

Recurso Especial, contudo, é necessário que se recolha as custas relativas ao

porte de remessa e de retorno, que nada mais são do que os valores que o

tribunal ad quo deverá suportar para remeter ao STJ o processo, e sua

posterior devolução. Portanto, haverá preparo (porte e retorno), devendo ser

recolhido no ato de interposição do recurso.

Caio Marco Bartine Nascimento

49

O recurso deve ser proposto no prazo de 15 dias, definido pela

regra geral dos recursos do art 508 do CPC. Igual prazo será dado à parte

contrária para oferecimento de contra razões.

A previsão legal do processamento deste recurso, assim como do

Extraordinário, está no art. 541 a 545 do CPC. Será endereçado ao presidente

do tribunal que proferiu a decisão, onde será realizado o juízo de

admissibilidade do recurso (no caso do TRF é o Vice-Presidente, nos termos

do regimento interno, art 277).

Neste juízo, será verificado o preenchimento dos requisitos legais,

assim como o recolhimento do preparo. Caso seja denegado o cabimento do

recurso, caberá agravo de instrumento, diretamente ao STJ, no prazo de 10

dias. Este agravo tem por fim determinar a admissão do recurso, podendo o

Recurso Especial ser analisado no mérito nos próprios autos do agravo, desde

que suficientemente instruído.

A petição de recurso especial deve conter a exposição do fato e

do direito, a demonstração do cabimento do recurso e as razões do pedido de

reforma da decisão.

O pedido no recurso especial será para a reforma (ou

manutenção, em caso de contra razões) da decisão, com base nos argumentos

de mérito (tese de violação de legislação federal).

a) Aspectos práticos

As partes no Recurso Especial são identificadas como recorrente

(parte que apresentou o recurso) e recorrido (parte adversa na ação).

Caio Marco Bartine Nascimento

50

O recurso será proposto ao Tribunal que proferiu o acórdão, no

prazo de 15 dias. Seu fundamento legal está no art 541 e seguintes do CPC.

A petição do Recurso Especial deverá ser apresenta em uma

petição de interposição, endereçada ao presidente (ou vice) do tribunal prolator

da decisão, e as razões de recurso, direcionadas ao STJ.

Na petição de interposição deve ser requerida a admissão do

recurso, com seu regular processamento, e envio à superior instância.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

O Recurso Extraordinário é o recurso, de competência exclusiva

do STF, cabível contra decisões de última ou única instância, proferidas por

tribunal (TRF ou TJ), das quais não é mais cabível qualquer recurso ordinário.

O recurso extraordinário será cabível apenas nas hipóteses

taxativas previstas no art. 102, III da CF, quais sejam:

(a) contrariar dispositivo da Constituição Federal,

(b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal,

(c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da

Constituição Federal e

(d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

A admissibilidade deste recurso fica condicionada ao

apontamento de uma destas espécies de vício e anterior questionamento da

matéria (o famoso pré-questionamento).

Caio Marco Bartine Nascimento

51

As demais questões são idênticas ao recurso especial, tanto que

a fundamentação legal é a mesma, ou seja, art. 541 e seguintes do CPC. Vale

lembrar, apenas, que no Recurso Extraordinário haverá incidência de custas,

diferente do Especial, em que não há esta incidência.

O recurso deve ser proposto no prazo de 15 dias, definido pela

regra geral dos recursos do art 508 do CPC. Igual prazo será dado a parte

contrária para oferecimento de contra razões.

A previsão legal do processamento deste recurso, assim como do

Especial, está no art. 541 a 545 do CPC. Será endereçado ao presidente do

tribunal que proferiu a decisão, onde será realizado o juízo de admissibilidade

do recurso. Neste juízo, será verificado o preenchimento dos requisitos legais,

assim como o recolhimento do preparo.

Caso seja denegado o cabimento do recurso, caberá agravo de

instrumento, diretamente ao STF, no prazo de 10 dias. Este agravo tem por fim

determinar a admissão do recurso, podendo o Recurso Extraordinário ser

analisado no mérito nos próprios autos do agravo, desde que suficientemente

instruído.

A petição de recurso extraordinário deve conter a exposição do

fato e do direito, a demonstração do cabimento do recurso e as razões do

pedido de reforma da decisão.

O pedido no recurso extraordinário será para a reforma (ou

manutenção, em caso de contra razões) da decisão, com base nos argumentos

de mérito (tese de violação de texto constitucional).

Pode acontecer da parte ajuizar, ao mesmo tempo, Recurso

Extraordinário e Especial, já que pode haver, ao mesmo tempo, violação de

Caio Marco Bartine Nascimento

52

legislação federal e do texto constitucional. Neste caso, os dois recursos são

propostos independentemente, com prazos e peças distintas.

Contudo, os dois recursos serão remetidos ao STJ, que após

julgar o Especial, em não tendo havido prejuízo para o pedido do

Extraordinário, o remeterá ao STF. Assim, o Extraordinário somente chega ao

STF após o STJ haver se manifestado no Especial (nos termos do 543 do

CPC).

a) Aspectos práticos

As partes no Recurso Extraordinário são identificadas como

recorrente (parte que apresentou o recurso) e recorrido (parte adversa na

ação).

O recurso será proposto ao Tribunal que proferiu o acórdão, no

prazo de 15 dias. Seu fundamento legal está no art 541 e seguintes do CPC.

A petição do Recurso Extraordinário deverá ser apresentada em

uma petição de interposição, endereçada ao presidente do tribunal prolator da

decisão (no caso do TRF é o Vice-Presidente, nos termos do regimento interno,

art. 277), e as razões de recurso, direcionadas ao STF.

Na petição de interposição deve ser requerida a admissão do

recurso, com seu regular processamento, e envio à superior instância.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

O Recurso Ordinário Constitucional é o recurso de competência

do STF ou STJ, cabível contra as decisões enumeradas na CF.

Caio Marco Bartine Nascimento

53

O recurso ordinário será cabível ao STF nos casos mencionados

no art 102, II da CF e 539, I do CPC. Na seara tributária, nos interessam os

casos de denegação de ordem em mandado de segurança de competência

originário dos tribunais superiores (STJ, TSE e TST).

Já ao STJ, será cabível nos casos de decisão denegatória de

ordem em mandado de segurança de competência originária de TRF ou

Tribunal de Justiça dos Estados, nos termos do art 105, II da CF e 539, II do

CPC.

Perceba-se que o objetivo do presente recurso é permitir a

reapreciação de decisões tomadas em sede de competência originária de

tribunais.

O recurso ordinário deve ser interposto em face do relator do

acórdão proferido, no prazo de 15 dias. Nos termos do art 540 do CPC, aplica-

se a este recurso, no que se refere a admissibilidade e procedimento no juízo

de origem as regras aplicáveis à apelação e ao agravo.

O recurso será endereçado ao Presidente do STF ou STJ.

Não há previsão de recolhimento de custas para a interposição de

Recurso Ordinário, contudo, é necessário que se recolha as custas relativas ao

porte de remessa e de retorno, que nada mais são que os valores que o

tribunal ad quo deverá suportar para remeter ao STJ o processo, e sua

posterior devolução. Portanto, haverá preparo (porte e retorno), devendo ser

recolhido no ato de interposição do recurso.

Este recurso será endereçado ao presidente do tribunal que

proferiu a decisão, onde será realizado o juízo de admissibilidade do recurso

(no caso do TRF é o Vice-Presidente, nos termos do regimento interno, art

Caio Marco Bartine Nascimento

54

274). Neste juízo, será verificado o preenchimento dos requisitos legais, assim

como o recolhimento do preparo.

Caso seja denegado o cabimento do recurso, caberá agravo de

instrumento, diretamente ao STJ/STF, no prazo de 10 dias. Este agravo tem

por fim determinar a admissão do recurso, podendo o Recurso Ordinário ser

analisado no mérito nos próprios autos do agravo, desde que suficientemente

instruído.

A petição de recurso ordinário deve conter a exposição do fato e

do direito, a demonstração do cabimento do recurso e as razões do pedido de

reforma da decisão.

O pedido no recurso ordinário será para a reforma (ou

manutenção, em caso de contra razões) da decisão, com base nos argumentos

de mérito (tese de violação de legislação federal), a fim de conceder a ordem

denegada pelo tribunal prolator de decisão recorrida.

a) Aspectos práticos

As partes no Recurso Especial são identificadas como recorrente

(parte que apresentou o recurso) e recorrido (parte adversa na ação).

O recurso será proposto ao Tribunal que proferiu o acórdão, no

prazo de 15 dias. Seu fundamento legal está nos art 102, II e 105, II da CF,

além dos art 539 e seguintes do CPC.

A petição do Recurso Ordinário deverá ser apresenta em uma

petição de interposição, endereçada ao presidente (ou vice, no caso do TRF)

do tribunal prolator da decisão, e as razões de recurso, direcionadas ao STJ ou

STF.

Caio Marco Bartine Nascimento

55

Na petição de interposição deve ser requerida a admissão do

recurso, com seu regular processamento, e envio à superior instância.

EMBARGOS INFRINGENTES

Os embargos infringentes são o recurso cabível contra acórdão,

proferido em apelação1, não unânime, que tiver reformado sentença ou houver

julgado procedente ação rescisória.

Seu fundamento legal está no art 530 e seguintes do CPC. Busca-

se, com esse recurso, não a obtenção da unanimidade no julgamento, mas

apenas a prevalência do voto vencido, favorável ao embargante. No caso de

São Paulo, os embargos serão analisados pela Turma, composta por 5 juízes.

O mesmo tribunal que julgou a apelação é competente para

apreciar os embargos. Devem ser endereçados ao relator do acórdão

embargado, pessoalmente.

Os embargos infringentes devem ser limitados à matéria versada

no voto vencido, ou seja, ao apresentar o recurso, a parte requer, apenas, que

a turma julgadora faça prevalecer o voto vencido, por seus argumentos. Não

pode, o recorrente, inovar os argumentos. Os limites da divergência são dados

pelo voto vencido.2

Os embargos podem ser apresentados no prazo de 15 dias, a

contar da publicação do acórdão. A propositura dos embargos tem o condão de

interromper o prazo para a propositura de recurso especial ou extraordinário,

nos termos do art 498 do CPC. Apresentados os embargos, será dada

1 De acordo com a súmula 169 do STJ, não são cabíveis embargos infringentes em sede de

apelação em mandado de segurança. 2 Em sendo assim, para a prova da OAB, a questão deve fornecer exatamente quais os

argumentos do voto vencido.

Caio Marco Bartine Nascimento

56

oportunidade à parte contrária oferecer contra razões, também no prazo de 15

dias.

a) Aspectos práticos

As partes nos embargos infringentes são identificadas como

embargante/recorrente (parte que apresentou o recurso) e

embargado/recorrido (parte adversa na ação).

O recurso será proposto ao Tribunal que proferiu o acórdão,

endereçado ao relator do acórdão, no prazo de 15 dias. Será dado prazo ao

embargado apresentar contra razoes no mesmo prazo. Seu fundamento legal

está no art 530 e seguintes do CPC.

O principal pedido dos embargos é a reforma da decisão, de

forma a prevalecer o voto vencido, por seus próprios argumentos.

Caio Marco Bartine Nascimento

57

MODELOS DAS PEÇAS PRÁTICO PROFISSIONAIS

MODELO SIMPLIFICADO DE AÇÃO DECLARATÓRIA

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara da Seção

Judiciária de __________(ou local do domicílio da empresa),

(pular 10 linhas)

Nome da empresa, pessoa jurídica de direito privado,

regularmente inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o

nº______, com inscrição estadual nº ______, possuindo sede na __________,

nº. __, bairro ______, cidade ______, por seu advogado e bastante procurador

que esta subscreve (instrumento de mandato incluso) com escritório na ____,

bairro, _____ cidade _____, onde receberá as devidas intimações, nos termos

do artigo 39, I do CPC, vem, respeitosamente, à presença de Vossa

Excelência, com fulcro no artigo 4º, I, combinado com os artigos 282 e 273 do

Código de Processo Civil, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA

TRIBUTÁRIACOM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face da União Federal, na pessoa de seu representante legal, pelas

razões de fato e de Direito a seguir expostas:

Caio Marco Bartine Nascimento

58

I – DOS FATOS

A Autora vem recolhendo regularmente os débitos tributários

referentes ao IRPJ de acordo com a legislação vigente.

No entanto, o Decreto-regulamentar nº_____ majorou as

alíquotas do IRPJ e determinou seu pagamento a partir da data da publicação

do mencionado ato normativo. Esta exigência surpreendeu a Autora, não

restando outra alternativa senão a propositura da presente Ação.

II - DO DIREITO

O IR é um tributo de competência da União Federal, conforme

preleciona a CF nos termos do art. 153, III.

De acordo com o art. 150, I, da CF/88, o qual consagra o

princípio da legalidade, nenhum tributo pode ser criado ou aumentado sem lei

que o estabeleça.

O art. 150, III, ―b‖, da CF/88 determina que nenhum tributo

pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei que

o aumentou ou instituiu. Esse é o denominado princípio da anterioridade,

sendo que atualmente, por motivos da segurança jurídica, além de respeitar o

exercício seguinte, entre determinado exercício e o próximo observar uma

lapso temporal de 90 (noventa) dias, apesar de não enquadráveis ao IRPJ, por

se constituir exceção expressa no art. 150, §1º da CF.

Com efeito, todos os tributos devem atender tais princípios,

ressalvadas as exceções previstas no próprio texto da Constituição, sob pena

de violarem o princípio da supremacia constitucional.

Caio Marco Bartine Nascimento

59

O IRPJ não está incluído entre as exceções aos princípios da

legalidade e anterioridade, estatuídas nos artigos 150, § 1º e 153, § 1º, da

CF/88.

A doutrina é bem clara a respeito, como bem assevera o ilustre

professor CARRAZZA, em sua obra ―Curso do Direito Constitucional

Tributário‖, na fl. 184:

“Em matéria tributária vigora, pois, o princípio

da estrita legalidade, pelo qual os tributos só podem ser criados

ou aumentados por meio da lei ordinária. Não de medida

provisória, nem de lei delegada, nem, muito menos, de

regulamento, que a isto obsta o desígnio constitucional”.

Assim, fica evidenciado que o Decreto-regulamentar, ao

majorar a alíquota do IRPJ, exigindo, ainda, seu pagamento, a partir dessa

publicação, contraria dois princípios fundamentais: o da legalidade, que é

genérico para todo o decreto, e o da anterioridade, que é específico do direito

tributário, revestindo-se de manifesta inconstitucionalidade.

a) Da concessão de Tutela Antecipada

Segundo o art. 273, do CPC, são pressupostos autorizadores

da tutela antecipatória: a verossimilhança da alegação, em face da prova

inequívoca da alegação e o fundado receio de dano irreparável.

A concessão da tutela antecipada justifica-se, pois a violação

dos princípios da legalidade e da anterioridade é uma prova inequívoca da

verossimilhança do pedido da Autora.

Por sua vez, como o IRPJ é lançado por homologação, e a

data do recolhimento apresenta-se iminente, a Autora está sujeita

Caio Marco Bartine Nascimento

60

imediatamente a um crédito tributário maior que o devido. Tal fato demonstra o

receio de perda financeira de difícil reparação. Além disso, a concessão do

pedido pode evitar a aplicação da antiga regra do ―solve et repete‖, se for

necessário um pedido de restituição do indébito.

III - DOS PEDIDOS

Pelo exposto, a Autora requer a Vossa Excelência:

a) a concessão da tutela jurisdicional antecipada, de acordo

com o art. 273, do CPC, afastando, assim, a exigência quanto à majoração de

alíquota do IRPJ, pois a prova inequívoca da verossimilhança do pedido e o

receio de perda financeira foram demonstrados;

b) o julgamento procedente do pedido, declarando-se a

inexistência de relação jurídico-tributária com a União Federal, em relação à

majoração da alíquota de IRPJ, em face da violação dos princípios da

legalidade e da anterioridade e, por fim, confirmando-se a tutela anteriormente

concedida;

c) a citação da União Federal, na pessoa de seu representante

legal para, querendo, apresentar contestação e acompanhá-la até o seu final;

d) a condenação da Ré ao pagamento das custas processuais

e dos honorários advocatícios;

IV - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em

direito admitidos, especialmente a documental e outras que se fizerem

necessárias ao esclarecimento do D. Juízo.

Caio Marco Bartine Nascimento

61

V - DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se à presente causa o valor de R$ ________ (valor por

extenso).

Nestes Termos,

P. Deferimento

Local, data

Nome e assinatura do advogado

OAB – ____nº

Caio Marco Bartine Nascimento

62

MODELO SIMPLIFICADO DE AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara da Fazenda

Pública da Comarca de São Paulo – Capital.

(pular 10 linhas)

Contribuinte, (nacionalidade), (estado civil), (profissão),

portador de Cédula de Identidade RG n.º __________e inscrito no Cadastro de

Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º __________, residente e

domiciliado na __________, n.º __, Bairro ________, cidade ________, por

meio de seu advogado, que esta subscreve (instrumento de mandato incluso),

vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 282 e 273

do Código de Processo Civil, e no artigo 38, da Lei 6.830/80 propor a presente

AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL

com Pedido de Tutela Antecipada

em face da Municipalidade de São Paulo, na pessoa de seu representante

legal, de acordo com as razões de fato e de Direito a seguir expostas:

I - DOS FATOS

O Autor é contribuinte do IPTU, imposto de competência do

Município, o qual vem recolhendo anualmente, de maneira regular.

Caio Marco Bartine Nascimento

63

O Poder Executivo Municipal, por meio de Decreto, alterou o

valor venal dos imóveis acima da correção monetária do período.

Por intermédio da notificação do lançamento de ofício, o Autor

tomou ciência da cobrança administrativa do imposto aumentando

indevidamente.

Não concordando com a referida exação, não resta outra

alternativa senão propositura da presente ação.

II - DO DIREITO

Expor o direito de forma clara e concisa, analisando todos os

aspectos da ação ....

a) Da concessão de Tutela Antecipada

Segundo o art. 273, do CPC, são pressupostos autorizadores

da tutela antecipatória: a verossimilhança da alegação, em face da prova

inequívoca da alegação, e o fundado receio de dano irreparável.

A concessão da tutela antecipada justifica-se, pois a utilização

de índices divorciados da verdadeira correção monetária do período representa

majoração do tributo, e não mera ―atualização‖, estando sujeita ao

disciplinamento exclusivo da lei. “In casu”, violou-se o princípio da estrita

legalidade ou tipicidade fechada, representando uma prova inequívoca da

verossimilhança do pedido da Autora.

Por sua vez, com o lançamento de ofício ocorrido, plasmado na

notificação recepcionada pelo Autor, tem-se iminente a data do recolhimento,

Caio Marco Bartine Nascimento

64

sujeitando-o imediatamente a um crédito tributário maior que o devido. Tal fato

demonstra o receio de perda financeira de difícil reparação.

Posto isso, uma vez evidente a presença dos pressupostos

autorizadores do provimento emergencial a que visa o Autor no vertente caso,

espera lograr suspender o crédito tributário, consoante a inteligência do art.

151, V, do CTN, evitando-se, com isso, arcar com o ônus tributacional relativo

ao imposto ―sub examine‖.

III - DOS PEDIDOS

Em face do exposto, o Autor requer:

a) a concessão da tutela jurisdicional antecipada, de acordo

com o art. 273, do CPC, afastando, assim, a exigência quanto à majoração de

alíquota do IPTU, pois a prova inequívoca da verossimilhança do pedido e o

receio de perda financeira foram demonstrados, suspendendo-se a

exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, V do CTN;

b) julgamento procedente, anulando-se o débito fiscal atinente

ao IPTU, formalizado por intermédio do lançamento de ofício, referente ao

exercício de ______, em razão da violação do princípio da legalidade, e

confirmando-se a tutela anteriormente concedida ;

c) a citação da Municipalidade de São Paulo, na pessoa de seu

representante judicial, para, se quiser, apresentar contestação;

d) a condenação da Ré nas custas processuais e nos

honorários advocatícios.

Caio Marco Bartine Nascimento

65

IV - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em

direito admitidos, especialmente a documental .....

V - DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se à presente causa o valor de R$ ________ (valor por

extenso).

Nestes Termos,

P. Deferimento

Local, data

Nome e assinatura do advogado

OAB – _______ nº

Caio Marco Bartine Nascimento

66

MODELO SIMPLIFICADO DE MANDADO DE SEGURANÇA

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara Cível da Sub-

Seção Judiciária de ____________.

(pular 10 linhas)

_____________ (nome), empresa do segmento jornalístico,

inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o n.º__________, e

inscrição estadual n.º __________, com sede na Rua ________, n.º __, bairro

________, cidade ________, SP, por intermédio de sua advogada (com

instrumento de mandato incluso) ao final assinado, vem à presença de Vossa

Excelência, com fundamento no inciso LXIX do art. 5º da CF/88, art. 282, CPC

e em conformidade com a Lei nº 12.016/09, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA

com pedido de LIMINAR

contra ato ilegal e abusivo do Ilustríssimo Senhor Inspetor da Receita Federal

em Santos, ou quem lhe faça as vezes no exercício da coação impugnada,

pelas razões de fato e de Direito a seguir aduzidas:

I - DOS FATOS

A Impetrante é uma empresa jornalística, cuja principal

atividade é a produção de jornais e periódicos.

Caio Marco Bartine Nascimento

67

Para o exercício da sua principal atividade, importou a

mercadoria classificada como ―tinta especial, para jornal, pretendendo usufruir

a imunidade prevista no art. 150, VI, ―d‖, da Constituição Federal /88.

Entretanto, a Empresa foi surpreendida por ato do Senhor

Inspetor da IRF – Santos, que exigiu, indevidamente, para o desembaraço da

mercadoria, recolhimento de Imposto de Importação e do Imposto sobre

Produtos Industrializados.

Não concordando com a referida exação, não restou outra

alternativa senão a impetração do presente mandamus.

II - DO DIREITO

De acordo com o art. 150, VI, ―d‖ da CF/88, é vedado à União

instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua

impressão.

De acordo com art. 111, do CTN, interpreta-se literalmente a

legislação tributária que disponha sobre exclusão do crédito tributário, na qual

se inclui a isenção, mas não a imunidade.

Nesse sentido, cumpre salientar que, enquanto a imunidade é

estabelecida na Constituição, criando, assim, uma proibição aos entes

tributantes de elegerem determinados fatos econômicos como hipótese de

incidência de impostos, a isenção é estabelecida pela lei, e somente neste

caso a interpretação deva ser literal, como preceitua o dispositivo legal

retromencionado.

Caio Marco Bartine Nascimento

68

A corroborar a assertiva acima, cumpre trazer à colação as

lições do ilustre professor ROQUE CARRAZZA, na sua obra ―Curso de Direito

Constitucional Tributário‖, na fl. 420:

“...uma interpretação teleológica do Texto

Supremo só viria ao encontro dos objetivos constitucionais de

democratizar a cultura e a divulgação do pensamento.

Lembramos que o intérprete, ou aplicador, se quiser evitar

resultados absurdos, deverá guiar-se, sempre, pela ”ratio iuris”.

Assim, fica evidente que uma interpretação rígida e literal da

alínea “d” do artigo 150 da CF poderia ensejar decisões

incompatíveis com os valores culturais protegidos, preservados

e encorajados pela Constituição neste dispositivo”.

Vale notar, ainda, que a Doutrina e a Jurisprudência são

pacíficas e bem claras a respeito desse assunto, conforme se observa da

ementa do Acórdão do TJSP, AC/966-2/Campinas:

“A imunidade deve ter interpretação extensiva,

larga, não enfrentando o óbice do inciso II do art. 111 do

CTN...” (“in” “A Constituição na Visão dos Tribunais”, p. 1.065,

col. II, Editora Saraiva, São Paulo, 1.997).

Ou ainda, na citada obra, pág. 1.066:

“Uma vez imune de tributação o papel

destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, imunes

também devem ser considerados os insumos necessários à

impressão, ...”, TJSP, Ac. 203262-2/São Paulo.

Caio Marco Bartine Nascimento

69

Ante o exposto, ficou demonstrado que os fatos são certos e

que o direito é liquido. Assim, a autoridade coatora lesou direito líquido e certo

do Impetrante, ao impedir o desembaraço das mercadorias importadas, sem o

recolhimento do Imposto de Importação sobre Produtos Industrializados.

a) Da concessão de medida liminar

A liminar será concedida, suspendendo-se o ato que deu

motivo ao pedido, quando for relevante o fundamento do pedido e do ato

impugnado puder resultar a ineficácia da medida, nos termos da Lei 12.016/09.

A relevância do fundamento pode ser entendida como a

plausibilidade do direito invocado ou, na expressão latina, ―fumus boni iuris‖.

Enquanto que a ineficácia da medida, caso não seja deferida de imediato,

refere-se ao chamado ―periculum in mora‖.

Assim, estão presentes o ―fumus boni iuris‖, pois a

inconstitucionalidade é manifesta, uma vez violada a imunidade determinada

pela Constituição, bem como o ―periculum in mora‖, pois, a cada dia que passa

sem que a mercadoria seja liberada, aumenta a despesa da Impetrante com a

taxa de armazenagem, além de impedir a produção dos respectivos jornais,

justificando plenamente o pedido de liminar.

III - DOS PEDIDOS

Em face do exposto, a Impetrante requer:

a) a concessão da liminar, ordenando à autoridade coatora a

liberação imediata da mercadoria importada, sem a exigência do recolhimento

Caio Marco Bartine Nascimento

70

do Imposto de Importação (II) e do Imposto sobre Produtos Industrializados

(IPI):

b) seja julgado procedente o pedido, confirmando-se a liminar

anteriormente concedida e concedendo-se a segurança em definitivo;

c) a notificação da autoridade coatora para prestar informações

no prazo legal de dez (10) dias, como de direito, bem como a oitiva do

Ministério Público;

d)a condenação ao pagamento das custas judiciais.

IV - DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se à presente causa o valor de R$ ________ (valor por

extenso).

Nestes Termos,

P. Deferimento

Local, data

Nome e assinatura do advogado

OAB – ________ nº

Caio Marco Bartine Nascimento

71

MODELO SIMPLIFICADO DE AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara Cível da

Comarca de ____________ - SP

(pular 10 linhas)

QUALIFICAÇÃO COMPLETA, vem mui respeitosamente à

presença de V.Exa, com fundamento no inciso I do art. 165 do Código

Tributário Nacional e nos termos dos artigos 282 e seguintes do Código de

Processo Civil propor a presente

AÇAO DE REPETIÇÃO DO INDÉBITO TRIBUTÁRIO

em face do Fazenda Pública do Estado de São Paulo, na pessoa de seu

representante legal, de acordo com as razões de fato e de Direito a seguir

expostas.

I - DOS FATOS

EXPOR TODO O PROBLEMA COM A TERMINOLOGIA

ADEQUADA.

II - DO DIREITO

Obs: Informar o juízo que o comprovante de pagamento dos

tributos que se pretende repetir está colacionado aos Autos.

Caio Marco Bartine Nascimento

72

III - DOS PEDIDOS

Pelo exposto, a Autora requer:

a) que seu pedido seja julgado procedente, com a declaração

do pagamento indevido do ICMS sobre as vendas de ativo fixo, bem como a

condenação da Ré na obrigação de restituir tais valores, acrescidos de juros e

correção monetária;

b) a citação da Ré, na pessoa do seu representante judicial,

para integrar o pólo passivo da ação;

c) a condenação do Estado de São Paulo nas custas

processuais e honorários advocatícios;

IV - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em

direito admitidos, especialmente a documental.

V - DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se à presente causa o valor de R$ ________ (valor por

extenso).

Nestes Termos,

P. Deferimento

Local, data

Caio Marco Bartine Nascimento

73

Nome e assinatura do advogado

OAB – ___________ nº

Caio Marco Bartine Nascimento

74

MODELO SIMPLIFICADO DE AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara da Seção

Judiciária de________ .

(pular 10 linhas)

____________, nacionalidade, profissão, portador do RG e

CPF..., residente e domiciliado na..., Campinas, São Paulo, por seu advogado

infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com

fulcro nos artigos 282 e 890 e seguintes, do CPC, bem assim com supedâneo

no art. 164, III, do CTN, propor a presente

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

em face da União e do Município de Campinas, na pessoa de seus

representantes legais, pelos motivos de fato e de direito abaixo articulados.

I - DOS FATOS

O Autor é proprietário de uma chácara localizada na cidade de

Campinas–SP, tendo recebido notificação de IPTU daquele Município, bem

como notificação de ITR, haja vista o entendimento da União de que tal imóvel

está localizado em gleba rural.

Caio Marco Bartine Nascimento

75

O Autor, desejando extinguir o crédito tributário, dirigiu-se à

repartição fiscal, com o fito de efetuar o pagamento, porém encontrou óbices

na consecução de tal intento, uma vez que, pagando para um dos entes, não

estaria adimplindo a obrigação tributária para com o outro.

Em face da iminência de uma dupla tributação, com o que não

concorda o Demandante, pretende, com a presente, obter o pronunciamento

jurisdicional favorável, capaz de liberá-lo dos efeitos nocivos da bitributação em

comento, uma vez que intenciona pagar, mas pagar apenas para um dos dois

entes tributantes interessados na percepção do crédito tributário.

Diante da dupla exigência de tributo idêntico sobre um mesmo

fato gerador, o Autor teve de recorrer ao Poder Judiciário, a fim de que o

pagamento seja feito a um dos dois sujeitos ativos, restando saber a quem

pagar, se à União, ou à Municipalidade de Campinas.

II - DO DIREITO

O art. 164, III, do CTN, dispõe ser cabente a Ação de

Consignação em Pagamento, quando mais de um ente tributante pretender

cobrar um ou mais tributos sobre o mesmo fato gerador. Tal situação versa

sobre o instituto jurídico da ―bitributação‖, prevista no Código Tributário, e de

todo condenável, havendo medida judicial apta a sanar a dupla invasão

patrimonial pleiteada pelos Fiscos no caso ―sub examine‖.

Não se torna despiciendo salientar que o fenômeno da

bitributação não deve ser tolerado, pela simples impossibilidade de

solidariedade ativa na relação jurídica tributária, sendo atentatório, ao direito

público subjetivo do contribuinte, o posicionamento, por mais de uma Fazenda

Pública, no pólo ativo da obrigação tributária.

Caio Marco Bartine Nascimento

76

O Autor foi surpreendido, na data tal, com o recebimento de

notificações expedidas pelo Fisco Federal, bem como pelo Fisco Municipal,

desejosos de perceberem, respectivamente, o ITR, pela propriedade de imóvel

localizado na área rural, e o IPTU, pela propriedade de imóvel localizado na

zona urbana, do município de Campinas.

O ínclito doutrinador ........, em sua obra....., pág....,

preconiza , no concernente à bitributação, ‖ipsis litteris‖ :

......................................................................................................

...............................................................................................................................

.......................................................................................................................

―Ex positis‖, não restou ao Autor outra saída senão interpor a

presente Consignatória, para o fim de pagar o tributo ao sujeito ativo detentor

da competência tributária e para obter a quitação do tributo para vários fins.

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, o Autor requer a Vossa Excelência que se

digne de:

a) autorizar o depósito judicial, na quantia de ....., evitando-se a

mora e suspendendo-se o crédito tributário, em consonância com o art. 151, II,

do CTN;

b) julgar procedente a ação, reputando-se efetuado o

pagamento e convertendo-se a importância consignada em renda da

............(União ou Município de Campinas), nos termos do art. 156, VIII, do

CTN, com a presente extinção do crédito tributário;

Caio Marco Bartine Nascimento

77

c) citar a União e o Município de Campinas, nas pessoas de

seus representantes legais, para que compareçam a Juízo, assinalando-lhes o

prazo para levantar o depósito — caso uma das Partes se declare não

detentora da competência — ou ofereçam as respectivas razões de estilo;

d) condenar a ..... (União ou Município de Campinas) nas

custas e honorários advocatícios;

IV - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em

direito admitidos, especialmente a documental.

V - DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se à presente causa o valor de R$ ________ (valor por

extenso).

Nestes Termos,

P. Deferimento

Local, data

Nome e assinatura do advogado

OAB – __________ nº

Caio Marco Bartine Nascimento

78

MODELO SIMPLIFICADO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara da Seção

Judiciária de________ .

(pular 10 linhas)

(PREAMBULO COMPLETO), vem mui respeitosamente à

presença de V.Exa, com fundamento nos artigos 16 da Lei 6.830/80, bem como

no art. 282 do CPC, opor os presentes

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

que lhe move a Fazenda Pública do Estado de _______, a qual foi distribuída a

este setor sob o número supra-epigrafado, pelos motivos de fato e direito a

seguir aduzidos:

I - DOS FATOS

A Embargante foi autuada pelo Fisco Estadual por deixar de

recolher o ICMS que, pretensamente, incidiria sobre a venda de veículos de

sua frota, constantes de seu ativo imobilizado.

Ocorre que, por entender inexigível o referido imposto ao caso

em tela, a Empresa não se utilizou dos recursos administrativos cabíveis ao

caso, o que culminou com a inscrição desse débito na Dívida Ativa.

Caio Marco Bartine Nascimento

79

Posto isso, a Exeqüente, ora Embargada, munida de título

executivo extrajudicial, promoveu a presente Execução, nos termos da Lei

6.830/80.

Com efeito, a Embargante vem pleitear ao poder judiciário a

devida prestação jurisdicional, a fim de que seja desconstituído o crédito

tributário ora cobrado, aplicando-se, assim, a Justiça necessária ao caso.

II - DO DIREITO

Nosso ordenamento jurídico-tributário é regido basicamente por

dois conceitos básicos, quais sejam, a hipótese de incidência e o fato gerador.

O primeiro seria a descrição legislativa do fato que faz nascer a revelação

jurídica tributária, e o segundo é o próprio acontecimento fático, físico,

concreto, tangível (ambos conceitos trazidos à baila pelo eminente Paulo de

Barros Carvalho, in ―Curso de Direito Tributário‖, Editora Saraiva 9ª Edição p.

155).

Jungido a esses conceitos, está o princípio da tipicidade

fechada ou da tipologia tributária, segundo o qual não se pode atrelar a

hipótese de incidência legal às interpretações as mais subjetivas, culminando

em fatos geradores os mais absurdos possíveis para atender a extrema

voracidade do Fisco.

Dessa feita, temos que o fato gerador do indigitado imposto é a

circulação de mercadorias, conforme dispõe o art. 2ª da LC 87/96. Mas o que é

mercadoria? Sobre o conceito, o mestre Hugo de Brito Machado, em seu livro

―Curso de Direito Tributário ― Editora Malheiros, 11 ª Edição p. 260, esclarece

com precisão a questão ventilada:

Caio Marco Bartine Nascimento

80

“Mercadorias são coisas móveis. São coisas,

bens corpóreos, que valem por si e não pelo que representam.

Coisas, portanto, sem sentido restrito, no qual não se incluem

os bens tais como créditos, as ações, o dinheiro entre

outros(...)o que caracteriza uma coisa como mercadoria é a

destinação. Mercadorias são aquelas coisas móveis destinadas

ao comércio. São coisas adquiridas pelos empresários para a

renda no estado em que as adquiriu, ou transformadas, e ainda

aquelas produzidas para a venda. Não são mercadorias as

coisas que o empresário adquiriu para uso ou consumo próprio,

...”

Ainda o artigo 110 do Código Tributário Nacional estipula que a

Lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance dos

institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados expressa ou

implicitamente pela Constituição Federal pelas Constituições dos Estados, ou

pelas leis orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios para definir ou limitar

competências tributarias.

Em decorrência disso, temos que veículos constantes do ativo

imobilizado de uma empresa não são ―mercadorias‖, e sim parte constante de

seu patrimônio. Suas eventuais vendas são para a sua troca por outros mais

novos e com conseqüência vida útil maior, e não para auferir lucro, o que aí

sim os caracterizaria como mercadoria.

Requer, outrossim, indicar que os presentes embargos

encontram-se garantidos, nos termos do art. 9º da Lei 6.830/80.

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a Embargante:

Caio Marco Bartine Nascimento

81

a) que os presentes embargos sejam recebidos e processados,

suspendendo-se o curso da Execução Fiscal;

b) sejam acolhidos os presentes embargos, julgando-os

procedentes, extinguindo-se a Execução Fiscal, corporificada na CDA, e

deconstituindo-se o crédito tributário, plasmado no lançamento, com o

conseqüente levantamento da penhora (ou garantia);

c) intimação da Embargada,na pessoa de seu representante

legal, para apresentação de sua impugnação, consoante o art. 17, da Lei

6.830/80;

d) condenação nas custas e honorários advocatícios;

e) seja declarada insubsistente a penhora (ou liberada a

garantia) que recai sobre os bens da embargante, efetuada em garantia da

execução, nos termos do artigo 32, parágrafo 2º da Lei de Execuções Fiscais.

IV - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em

direito admitidos, especialmente a documental.

V - DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se à presente causa o valor de R$ ________ (valor por

extenso).

Nestes Termos,

P. Deferimento

Local, data

Caio Marco Bartine Nascimento

82

Nome e assinatura do advogado

OAB – ___________nº

Caio Marco Bartine Nascimento

83

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _____ VARA

FISCAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO - CAPITAL

10 cm.

Contribuinte, nacionalidade, estado civil, profissão,

portador da cédula de identidade RG n° ____________ e inscrito no CPF/MF

sob o n° ____________, residente na _____________, n° ___, bairro Centro,

São Paulo/SP, por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato

incluso), vem, respeitosamente, à presença de V. Ex.a., com fundamento nos

artigos 3°, Parágrafo Único, da Lei 6.830/80 e do art. 5º XXXV CF, argüir a

presente

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

à Execução Fiscal n° ____________ , que lhe move a Fazenda Nacional,

pelas razões de fato e de direito que adiante passa a expor:

CABIMENTO DA PRESENTE EXCEÇÃO

Caio Marco Bartine Nascimento

84

Busca-se com a presente oposição a demonstração

de que a Certidão de Dívida Ativa que é lastro da presente Execução Fiscal

não goza dos requisitos de liquidez e certeza, ambos necessários à sua

configuração como prova pré-constituída, nos termos do disposto pelo artigo n°

204, caput, do Código Tributário Nacional - CTN.

Trata-se, portanto, de argüição de matéria de ordem

pública, já que a liquidez e a certeza do título executivo são requisitos

indispensáveis para a constituição e o desenvolvimento válido do processo de

execução, afetando-se, por decorrência, o Princípio do Devido Processo Legal

ou due process of law. Os artigos n°s. 203 e 204 do CTN corroboram tal

assertiva.

Pelas razões expostas, pode-se concluir que a

apreciação de tais aspectos pelo juízo da execução independente da existência

de garantia do juízo, pois constitui imperativo para o atendimento dos

dispositivos legais e constitucionais anteriormente citados, bem como do

Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, previsto no inciso LV, do artigo

5° da Carta Política.

Note-se que se está a tratar de nulidade (a do título

executivo) que pode ser argüida em qualquer fase da Execução, aspecto

previsto pela própria Lei de Execuções Fiscais (Lei 6.830/80), conforme

dispositivo anteriormente transcrito, sendo que o próprio Código de Processo

Civil, de aplicação subsidiária à Execuções Fiscais, corrobora o entendimento

esposado em seu artigo 618, inciso I.

I – DOS FATOS E DO DIREITO

Durante o ano-base 1995 o Excipiente foi

nomeado perito judicial por diversos juízes da Justiça Estadual de São Paulo,

auferindo, em razão dos serviços periciais prestados, rendimentos que

Caio Marco Bartine Nascimento

85

totalizaram o importe de R$27.605,64 (vinte e sete mil, seiscentos e cinco reais

e sessenta e quatro centavos), conforme declarado na DIRPF do exercício

1996 anexa.

As retenções de Imposto de Renda na Fonte

decorrentes de tais rendimentos totalizaram o importe de R$2.923,76 (dois mil,

novecentos e vinte e três reais e setenta e seis centavos), conforme declarado

na DIRPF do exercício 1996 anexa. Os Mandados de Levantamento Judicial

expedidos pelos juízos com os respectivos Documentos de Arrecadação de

Receitas Federais (DARF’s) comprovam o efetivo recolhimento do IRRF.

A partir de tais elementos o Excipiente havia

apurado um saldo de IRPF a recolher no valor de R$360,82 (trezentos e

sessenta reais e oitenta e dois centavos), o qual foi devidamente solvido em 06

(seis) parcelas, conforme comprovam os anexos Documentos de Arrecadação

de Receitas Federais (DARF’s).

Após ter efetuado a entrega da DIRPF do

exercício 1996 e recolhido o respectivo saldo de IRPF apurado, percebeu o

Excipiente que havia declarado equivocadamente os rendimentos dos serviços

em questão e o respectivo IRRF no campo n° 2 de sua DIRPF (Rendimentos

Tributáveis Recebidos de Pessoas Físicas e do Exterior – Rendimentos/Carnê-

Leão, ao invés de tê-los declarado no campo n° 1 (Rendimentos Tributáveis

Recebidos de Pessoas Jurídicas – Rendimentos/Imposto na Fonte).

Diante de tal equívoco meramente formal e que

em nada majorou ou reduziu o imposto devido e informado na DIRPF do

exercício 1996, apresentou o Excipiente a competente Declaração Retificadora

do IRPF, passando a informar os rendimentos recebidos das Varas Cíveis do

Foro Central de São Paulo e respectivos valores de IRRF no campo

Caio Marco Bartine Nascimento

86

apropriado, qual seja, o campo n° 1, pertinente aos Rendimentos Tributáveis

Recebidos de Pessoas Jurídicas – Rendimentos/Imposto na Fonte.

A síntese adiante exposta facilitará a

compreensão de todas as alegações ora apresentadas:

A Certidão de Dívida Ativa (CDA) faz menção ao valor principal de

R$2.753,70;

Referido valor é resultado da subtração de R$360,82 (saldo do

imposto a pagar na DIRPF original) da importância de R$3.284,58

(imposto devido conforme DIRPF original), ou seja: R$3.284,58 –

R$360,82 = R$2.753,70;

Note-se que na declaração original a Receita Federal do Brasil

desconsiderou o valor de IRRF que o Excipiente informou

equivocadamente no campo ―carnê-leão‖;

Após a apresentação da Declaração Retificadora do IRRF pelo

Excipiente, o equívoco supra referido foi corrigido, de forma que o

valor de R$2.923,76 relativo ao IR Retido pelos Juízos do Foro

Central passou a constar do campo apropriado;

A partir de tal Retificação a DIRPF do Excipiente apresentou o

seguinte resultado: R$3.284,58 (Imposto Devido) – R$2.923,76

(Imposto Retido na Fonte) = R$360,82 (Saldo do Imposto a Pagar);

Como o saldo de R$360,82 foi devidamente recolhido pelo

Excipiente, conforme comprovam as anexas DARF’s, não há que se

falar em qualquer valor devido a título de IRPF.

Não obstante o recolhimento pelo Excipiente de

todo o imposto de renda devido no exercício 1996 e da apresentação da

mencionada Declaração Retificadora do IRPF que corrigiu um erro meramente

formal da declaração original, houve por bem a Excepta em dar

prosseguimento à presente Execução, objetivando a cobrança de um valor

absolutamente indevido.

Caio Marco Bartine Nascimento

87

II – DOS PEDIDOS

Face ao exposto e diante da documentação

presentemente carreada, requer digne-se V.Exa. em:

a) Determinar o recolhimento AD CAUTELAM do mandado de

penhora eventualmente expedido, já que o seu cumprimento acarretará

prejuízo ao Executado;

b) Determinar a imediata manifestação da Exeqüente a respeito da

presente petição e respectivos documentos que comprovam a inexistência de

saldo de Imposto de Renda a ser recolhido;

Requer-se que, ao final, seja reconhecida a

nulidade da presente Execução Fiscal, com sua conseqüente extinção,

condenando-se a Exeqüente ao pagamento de honorários advocatícios, com a

posterior extinção e arquivamento do processo.

Termos em que,

p. deferimento.

Local, data.

nome e assinatura do advogado

OAB/___ nº ____

ANEXOS:

Documentos comprobatórios do recolhimento do tributo objeto da presente

Execução

Caio Marco Bartine Nascimento

88

CONTESTAÇÃO A AÇÃO CAUTELAR FISCAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _____ VARA DE

EXECUÇÕES FISCAIS DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DA CAPITAL – SP

10 CM.

Processo n° ______

_______________________ com sede na Av.

_________________ nº ____, no Município de São Paulo, Estado de São

Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº ______________________, e Inscrição

Estadual n° ____________________, vem, respeitosamente à presença de

Vossa .Excelência, com fundamento no artigo 8° da Lei n° 8.397/92, apresentar

CONTESTAÇÃO

aos termos da presente AÇÃO CAUTELAR FISCAL que lhe move a UNIÃO

FEDERAL, consoante razões de fato e direito que passa a expor:

DOS FATOS ALEGADOS NA INICIAL

. (...).

DA LIMINAR REQUERIDA

Ausentes o ―Periculum in mora‖ e do ―Fumus boni

juris‖ necessários ao deferimento liminar da medida cautelar fiscal...

Caio Marco Bartine Nascimento

89

Verifica-se, ante a narrativa apresentada pelo Autor,

a ausência de receio de lesão...

Descabida, portanto, a concessão da medida liminar,

já que ausentes os fundamentos que a justificam...

DO MÉRITO

. (...).

DO PEDIDO

Face ao exposto, requer seja indeferido o pedido

liminar formulado nos autos da presente AÇÃO CAUTELAR FISCAL, haja vista

a ausência dos requisitos prescritos pela Lei n° 8.397/92 como necessários à

sua concessão e, especialmente, em razão da inexistência do ―fumus boni

júris‖ e o ―periculum in mora‖.

Requer, ainda, seja a presente demanda extinta sem

julgamento do mérito, com fundamento no artigo 295, inciso (...), c/c o artigo

267, inciso (...) do Código de Processo Civil – CPC e, ―ad argumentandum‖, na

hipótese de haver apreciação de seu mérito, requer seja a ação julgada

totalmente improcedente, condenando-se a Autora no pagamento das custas e

honorários advocatícios.

Protesta provar o alegado mediante prova

documental, testemunhal e demais meios de prova em Direito admitidas, nos

termos do art. 8° da Lei n° 8.397/92.

Termos que

Pede deferimento.

(Local data e ano).

Caio Marco Bartine Nascimento

90

(Nome e assinatura do advogado).

Caio Marco Bartine Nascimento

91

MODELO SIMPLIFICADO DE RECURSO DE APELAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

EXECUÇÕES FISCAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO

Autos do Processo nº ______

Apelante: Entidade Filantrópica Lar dos Inocentes

Apelada: Municipalidade de São Paulo

Entidade Filantrópica ―Lar dos Inocentes‖, já devidamente

qualificada nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado que

esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença de fls.

proferida pelo douto Juízo ―a quo‖, que julgou improcedente o pedido na Ação

de Embargos à Execução oposta em face do Município de São Paulo, vem,

respeitosa e tempestivamente, com fundamento no art. 513, do CPC, e no

prazo do art. 508, do CPC, apresentar o

RECURSO DE APELAÇÃO

Caio Marco Bartine Nascimento

92

Requer, assim, seja a presente recebida,

processada e, após cumpridas as formalidades legais, sejam os autos

remetidos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Termos em que, requerendo seja recebido e

ordenado o regular processamento do presente recurso,

Pede deferimento.

Local e data.

__________________________

(nome e assinatura do advogado)

OAB/____n.º ________

Caio Marco Bartine Nascimento

93

MODELO SIMPLIFICADO DE RAZÕES DE APELAÇÃO

Razões de Apelação

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Doutos Julgadores:

A respeitável sentença de fls.,

proferida pelo douto Juiz da Vara de Execuções Fiscais Municipais da Comarca

de São Paulo, merece ser reformada totalmente, pelos motivos que a Apelante

passa a expor:

I - DOS FATOS

A Apelante é uma entidade

beneficente que cuida de menores abandonados recolhidos das ruas, cuja

sede é imóvel próprio situado no Município de São Paulo.

No exercício de 95, recebeu um

lançamento referente ao IPTU, com relação à propriedade do citado imóvel.

Como entendeu que em função da

sua atividade gozava de imunidade, não tomou nenhuma iniciativa na via

Administrativa nem na judicial.

Caio Marco Bartine Nascimento

94

O referido débito foi inserido na

dívida ativa do Município, e a Embargante sofreu penhora de seu imóvel por

meio de Execução Fiscal.

Assim, opôs os devidos embargos,

porém foi surpreendida pela rejeição indevida dos mesmos.

II - DO DIREITO

De acordo com o art. 150, VI, ―c‖, ―in

fine‖, da CF é vedado aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a

renda ou serviços das instituições de assistência social, sem fins lucrativos,

atendendo os requisitos da lei. O art. 150, § 4º, da CF restringe esse benefício

à entidade que estiver adstrita ao cumprimento das finalidades essenciais da

instituição.

De acordo com o art. 14 do CTN são

impostas as seguintes exigências para esse benefício: não distribuir lucros ou

participação de lucros no resultado, aplicar esses recursos no País e manter

escrituração contábil.

A Apelante tem como finalidade

essencial o acolhimento e manutenção de menores abandonados, nunca

distribuiu qualquer rendimento para seus administradores que atuam

voluntariamente, nunca remeteu qualquer valor para o exterior e mantém

escrituração contábil. Portanto, tem direito de gozo da imunidade.

Caio Marco Bartine Nascimento

95

A doutrina é bem clara a respeito,

como ensina, por exemplo, o ilustre professor CARRAZZA, em sua obra

―Direito Constitucional Tributário‖, na fl. 417:

“As instituições de assistência social foram declaradas,

pela Constituição, imunes a impostos justamente porque

auxiliam o Estado na realização do bem comum”.

A jurisprudência também é bem

clara a respeito dessa questão, como, por exemplo, se depreende da decisão

do STF, MI 420/RJ:

“Ementa. Imunidade Tributária. Entidades voltadas para à

assistência social. A norma inserta na alínea C do inciso

VI do art. 150 da Carta de 1988 repete o que previa a

antiga alínea C do inciso III do art. 19 da CF anterior.

Assim foi recepcionado o preceito do art. 14, do Código

Tributário Nacional, no que cogita dos requisitos a serem

atendidos para o exercício do direito à imunidade.”

―Ex positis‖, a Apelante, encontra-se

inconformada com a respeitável sentença de fls. prolatada pelo Meritíssimo

Juízo monocrático, dela discordando pelas razões acima articuladas, o que a

faz merecedora da reforma pleiteada, em face da flagrante violação à regra

imunitória.

III - DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer a Apelante:

a) a reforma ―in totum‖ da respeitável sentença de fls., acolhendo os referidos

Embargos de Executado, extinguindo-se a Execução Fiscal, corporificada na

CDA, e deconstituindo-se o crédito tributário, plasmado no lançamento, com o

conseqüente levantamento da penhora;

Caio Marco Bartine Nascimento

96

b) a juntada da anexa guia comprobatória das custas de preparo, consoante o

art. 511, do CPC.

(Local e data).

____________________

(nome e assinatura do advogado)

OAB/SP nº ________

Caio Marco Bartine Nascimento

97

MODELO SIMPLIFICADO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO com EFEITO

SUSPENSIVO ATIVO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ABC (qualificação completa) por

meio de seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a

respeitável decisão interlocutória de fls. ______, proferida pelo douto Juízo ―a

quo‖, nos autos do Mandado de Segurança ajuizado em face do ato do

Ilustríssimo Senhor Delegado Regional Tributário de ______ , vem, tempestiva

e respeitosamente, com fundamento no artigo 522 e seguintes, do CPC, com a

nova redação dada pela Lei 10.352/2001, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA RECURSAL

em face do Estado de ___ , pelas razões a seguir expostas, as quais espera

sejam conhecidas e providas, a fim de que seja reformado o combatido ato

decisório.

São as seguintes as peças para formação do

intrumento:

1. contrato social ou estatuto

2. cópia reprográfica autenticada da inicial

3. cópia autenticada do despacho interlocutório agravado

Caio Marco Bartine Nascimento

98

4. certidão de intimação do despacho

5. outros documentos

São os advogados que funcionam neste processo:

1. pelo agravante: Dr. __________, com escritório na Rua ________, n.º__,

Bairro ____, Cidade ____, SP

2. pelo agravado: Dr. __________, com escritório na Rua ________, n.º__,

Bairro ____, Cidade ____, SP

Termos em que, requerendo seja ordenado e

processado o presente recurso,

Pede deferimento.

(local e data)

________________

(nome do advogado)

OAB/SP n.º ________

Caio Marco Bartine Nascimento

99

MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: ___________

Agravada: ___________

Autos do Processo n.º ___________

(QUALIFICAÇÃO), não se conformando com a

decisão proferida, vem dela AGRAVAR, aguardando que ao final se digne

vossa Excelência em reformá-la pelos motivos que passa a expor:

I - DOS FATOS

O Meritíssimo Juiz, em decisão

interlocutória, indeferiu o pedido de liminar do citado mandado de segurança,

sob o fundamento de que (...)

Entretanto, cumpre notar que a lei

estadual concedeu isenção do ICMS por cinco anos, aos contribuintes que

realizassem um investimento mínimo de R$ 500.000,00, na região leste do

Estado.

No caso em comento, a Agravante

aplicou R$ 1.000.000,00 na sua nova fábrica, estabelecida na região leste do

Estado. ―Ipso facto‖, por ter preenchido os requisitos impostos na lei para a

fruição da isenção, esta não pode ser revogada antes do prazo assinalado,

razão pela qual espera lograr obter deste respeitável Juízo Colegiado a reforma

da nobre decisão ora guerreada.

II - DO DIREITO

Caio Marco Bartine Nascimento

100

Segundo o art. 178, ―in fine‖, do

CTN, a revogação de isenção obedecer-se-á ao Princípio da Anterioridade,

uma vez que se equipara à criação de tributo.

O art. 150, III, ―b‖, da CF/88

determina que nenhum tributo pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro

em que foi publicada a lei que o aumentou ou instituiu. Esse é o denominado

princípio da anterioridade.

Com efeito, todos os tributos devem

atender tais princípios, ressalvadas as exceções previstas no próprio texto da

Constituição, sob pena de violarem o princípio da supremacia constitucional.

Não obstante o exposto, note-se

que a lei que afasta uma isenção assemelha-se aquela que cria um tributo, por

isso também está sujeita ao princípio da anterioridade. No caso em discussão,

a renovação da isenção teve eficácia a partir da publicação da lei estadual,

contrariando, portanto, o citado princípio.

A doutrina é bem clara a respeito

dessa questão, com ensina, por exemplo, o ilustre professor CARRAZZA, no

seu livro ―Curso de Direito Constitucional Tributário‖, na fl. 149:

“... revogada a lei isentiva, e restabelecido o dever de

pagar o tributo, pela nova lei que a revogou, é

inafastável a incidência do princípio da anterioridade,

que encerra, para o contribuinte, uma garantia de

estabilidade de ordem jurídica”.

(...)

“Assim as vantagens da isenção tributária condicional

incorporam-se ao patrimônio de seu destinatário (que

Caio Marco Bartine Nascimento

101

cumpriu a condição), que passa a ver o direito adquirido

de continuar desfrutando do beneficio, até a expiração

do prazo fixado na lei isentada”.

A jurisprudência também segue o

mesmo entendimento, como se depreende do Acórdão do STJ, Resp.

11947/AM, citado no livro ―Código Tributário Nacional Interpretado‖ da Editora

Saraiva, na fl. 152:

“Ementa: 2 – Assim como o Estado pode tributar, também

pode revogar as isenções. A isenção interpretada

restritivamente, adstrita à determinada finalidade de

política fiscal, submete-se à regra geral da revogabilidade,

salvo quando estabelecida por prazo certo ou impondo

específica condição onerosa satisfeita pelo contribuinte,

quando se impõe o sujeito ao cumprimento dessas

cláusulas...”

Ante o exposto, merece a

Impetrante, ora Agravante, o regulamento da respeitável decisão proferida pelo

nobre Juízo Singular, denegatória da medida liminar suspensiva do crédito

tributário em comento, em face da violação à regra constitucional inserta no

Princípio da Anterioridade, a que toda revogação de isenção deve obediência,

sob pena de irremissível inconstitucionalidade.

a) DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA RECURSAL

A Lei 12.016/09, que disciplina o

Mandado de Segurança, dispõe que a liminar será concedida, suspendendo-se

o ato que deu motivo ao pedido, quando for relevante o fundamento do pedido

e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida.

Caio Marco Bartine Nascimento

102

A relevância do fundamento pode

ser entendida como a plausibilidade do direito invocado ou, na expressão

latina, ―fumus boni iuris‖. Enquanto que a ineficácia da medida, caso não seja

deferida de imediato, refere-se ao chamado ―periculum in mora‖.

O relevante fundamento do pedido

ou ―fumus boni iuris‖ está patente, pois a inconstitucionalidade é manifesta,

uma vez violado o Princípio da Anterioridade, inserido como limitação ao Poder

de Tributar, no Texto Constitucional. Ademais, impende destacar que se trata

de flagrante violação a direito adquirido de fruição do benefício, conforme art.

5º, XXXVI, da CF.

A ineficácia da medida, caso não

seja deferida de imediato, representa o ―periculum in mora‖, exsurgindo

cristalina, pois a exigência do pagamento do tributo faz robustecer a

necessidade da liminar. Sem tal provimento emergencial, a Agravante, ou

deixará de recolher a exação, ficando inadimplente – o que a pode submeter a

uma eventual Execução Fiscal – ou efetuará o recolhimento, enfrentando os

percalços da ação repetitória, sujeitando-se à regra do ―solve et repete‖, caso

logre obter procedência do pedido em julgamento de mérito da demanda.

Do exposto, uma vez presentes os

pressupostos autorizadores da medida liminar, merece a Impetrante, ora

Agravante, a obtenção da concessão da antecipação dos efeitos da tutela

recursal, visante à consecução da liminar denegada, a fim de que se suspenda

o crédito tributário, consoante o art. 151, IV, do CTN.

III - DOS PEDIDOS

Caio Marco Bartine Nascimento

103

Em face do exposto, a Agravante

requer:

a) a concessão da antecipação dos efeitos da tutela recursal, consoante a

dicção do art. 558, do CPC, a fim de que se suspenda o crédito tributário

passível de exigência no vertente caso, uma vez revogada a isenção e exigido

de imediato o pagamento do gravame;

b) o julgamento procedente do Agravo, com a reforma da respeitável decisão

interlocutória ora agravada, confirmando-se a tutela recursal anteriormente

concedida e concedendo-se a segurança em definitivo;

c) a intimação da Agravada para oferecer defesa ao presente Agravo.

Termos em que,

pede deferimento.

(Local e data).

___________________

(nome do advogado)

OAB/____ nº _______

Seguem, em anexo, as peças obrigatórias que acompanham o Agravo, na

formação do instrumento, conforme art. 525, do CPC:

a) cópia da decisão agravada;

b) certidão de intimação da decisão agravada;

c) procuração dos advogados.

Caio Marco Bartine Nascimento

104

MODELO SIMPLIFICADO DE RECURSO ESPECIAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Processo nº ____

Recorrente:

Recorrida:

CONTRIBUINTE, (qualificação completa), por

seu advogado que esta subscreve, nos autos da Apelação Cível nº ___ em que

figura como Recorrente, não se conformando data vênia com o v. acórdão de

fls. ___ prolatado pela ___ do Egrégio Tribunal de Justiça de ____, vem

respeitosamente, com fulcro no art. 105, III, a da CF, art. 541 e ss do CPC

interpor o presente

RECURSO ESPECIAL

Para o Colendo STJ, pelas razões de fato e de

direito anexas que fazem parte integrante desta.

Caio Marco Bartine Nascimento

105

Os requisitos constitucionais estão atendidos.

Presentes, também, os pressupostos gerais de admissibilidade. Quando ao

específico, o recurso merece ser conhecido e provido, uma vez que o acórdão

recorrido negou vigência ao _______.

Diante do exposto, respeitosamente, requer

seja o presente recurso admitido e regularmente processado e, após aberto

vistas à Recorrida para apresentar as contra razões no prazo legal, digne-se de

determinar a remessa dos autos ao Egrégio STJ.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data

Nome e assinatura do advogado

OAB/____ nº _____________

Caio Marco Bartine Nascimento

106

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

Observar os mesmos moldes de uma apelação

Caio Marco Bartine Nascimento

107

MODELO SIMPLIFICADO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Processo nº ____

Recorrente:

Recorrida:

CONTRIBUINTE, (qualificação completa), por

seu advogado que esta subscreve, nos autos da Apelação Cível nº ___ em que

figura como Recorrente, não se conformando data vênia com o v. acórdão de

fls. ___ prolatado pela ___ do Egrégio Tribunal de Justiça de ____, vem

respeitosamente, com fulcro no art. 102 III, a da CF, art. 541 e ss do CPC

interpor o presente

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Caio Marco Bartine Nascimento

108

Para o Colendo STF, pelas razões de fato e de

direito anexas que fazem parte integrante desta.

Os requisitos constitucionais estão atendidos.

Presentes, também, os pressupostos gerais de admissibilidade. Quando ao

específico, o recurso merece ser conhecido e provido, uma vez que o acórdão

recorrido negou vigência ao _______.

Diante do exposto, respeitosamente, requer

seja o presente recurso admitido e regularmente processado e, após aberto

vistas à Recorrida para apresentar as contra razões no prazo legal, digne-se de

determinar a remessa dos autos ao Egrégio STF.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data

Nome e assinatura do advogado

OAB/SP nº _____________

Caio Marco Bartine Nascimento

109

RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Observar os mesmos moldes de uma apelação

Caio Marco Bartine Nascimento

110

MODELO DE AGRAVO DE INTRUMENTO CONTRA DESPACHO

DENEGATÓRIO DE RECURSO ESPECIAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

10 cm.

XPTO Ltda., pessoa jurídica de direito privado, com

sede na ________, n°_____, bairro de ________, na cidade de São Paulo,

Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o n° ______ e Inscrição

Estadual de n° _______, por seu advogado que esta subscreve (instrumento de

mandato incluso), vem, respeitosamente à presença de V.Exa., com

fundamento no artigo 544 do CPC, interpor o presente

AGRAVO DE INTRUMENTO CONTRA DESPACHO DENEGATÓRIO DE

RECURSO ESPECIAL

em face do r. despacho de fls., proferido pela Exmo. Desembargador Vice-

Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da 3ª Região que negou

seguimento ao Recurso Especial interposto, pelos motivos aduzidos nas

anexas razões.

Caio Marco Bartine Nascimento

111

A Agravante requer que, após as formalidades de

estilo e a intimação da parte Agravada para apresentar resposta ao presente

recurso, sejam os autos remetidos ao Colendo Superior Tribunal de Justiça.

Declara a Agravante que o presente recurso

encontra-se instruído com as cópias obrigatórias e necessárias ao seu

conhecimento, as quais declara autenticas, sob pena de responsabilidade

pessoal, nos termos do artigo 544, §1°, do CPC, e do Provimento n° 34 da

Corregedoria Geral da Justiça Federal da Terceira Região, de 05.09.2003.

Termos em que,

P. Deferimento.

São Paulo, (data)

Nome e assinatura do advogado

OAB/___ nº

Caio Marco Bartine Nascimento

112

MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DESPACHO

DENEGATÓRIO DE RECURSO ESPECIAL

Processo n° ______, em trâmite perante o TRF da 3ª Região, sendo parte

Agravante a empresa _______ e parte Agravada o Instituto Nacional do Seguro

Social.

COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ

Colenda Turma

Ilustres Julgadores

I - DOS FATOS

Trata-se de Agravo contra Despacho Denegatório de

Recurso Especial interposto pela ora Agravante contra o v. Acórdão que, nos

autos do Mandado de Segurança impetrado pela mesma, confirmou a r.

sentença e negou provimento à Apelação, para extinguir o processo com base

na ocorrência de prescrição.

Com efeito, apesar da observância dos requisitos de

conhecimento e provimento, o Recurso Especial teve negado seguimento no

tribunal ―a quo‖, com base em que, ―a plausibilidade jurídica não se afigura

evidente de plano”. No entanto, ―data máxima vênia‖, conforme a seguir restará

provado, o despacho agravado não merece prosperar, restando clara a

violação do v. acórdão ensejador do Recurso especial a preceito federal.

II – QUANTO AO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ESPECIAL E DO

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.

Caio Marco Bartine Nascimento

113

O Recurso Especial interposto atendeu todas as

exigências legais, cumprindo a contento os requisitos de cabimento, quais

sejam: tempestividade; esgotamento da segunda instância recursal;

preparação e instrução; prequestionamento da matéria recorrida;

enquadramento nas alíneas do artigo 105, III, da Constituição Federal; e

plausibilidade das razões invocadas.

O presente recurso é tempestivo, visto que foi

protocolado dentro do prazo de 15 dias fixados pelo CPC. Verifica-se, por outro

lado, que foram utilizados pela Agravante todos os recursos cabíveis, restando

apenas a possibilidade de interposição do presente Recurso Especial.

II.a) Prequestionamento

A matéria recorrida foi apreciada pelo tribunal ―a

quo‖, restando evidente no v. acórdão recorrido o entendimento da Corte em

sentido contrário, não havendo, portanto, que se falar em falta de

prequestionamento.

II.b) Cabimento do Recurso Especial pela alínea “a” do Art. 105, III, da CF:

O acórdão recorrido aplicou indevidamente os

dispositivos do Código Tributário Nacional em vigor, negando vigência ao artigo

1° do Decreto n° 20.910/32, verificando-se, portanto, a presença do permissivo

constitucional da alínea ―a‖ do art. 105, III, da Carta Magna.

Os artigos 168 e 169 do CTN são aplicáveis em

casos de pagamento indevido quando a lei em vigor na época do recolhimento

tem a presunção de constitucionalidade.

Caio Marco Bartine Nascimento

114

Dessa forma, tratando-se de pagamento indevido

em razão de inconstitucionalidade de lei, um exame mais profundo evidencia

que não devem ser aplicadas as normas contidas nos artigos 168 e 169 do

CTN, isto porque a aplicação do Código Tributário Nacional, incluindo-se os

seus prazos, pressupõe a validade da lei perante a Constituição Federal.

III – DO DIREITO

Nos casos de tributos que foram declarados

inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal - STF, o contribuinte tem cinco

anos para ajuizar ação visando à repetição/restituição, contados da data de

publicação do acórdão da Corte Suprema.

Esse posicionamento encontra respaldo na

presunção de constitucionalidade das leis, que faz com que os cidadãos as

cumpram ainda que manifestamente inconstitucionais, até que tal vício seja

assinalado pelo órgão competente.

Dessa forma, o Plenário do Supremo Tribunal

Federal, ao julgar o Recurso Extraordinário n° 169.740-7, decidiu que a

majoração da alíquota da contribuição para a seguridade social (10% para

20%) somente poderia ser aplicada depois de noventa dias contados da data

da publicação da lei e não da publicação da medida provisória.

A inconstitucionalidade da legislação que ora se

combate foi declarada pelo Colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em 27

de setembro de 1995, sendo que o Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA reiteradas vezes se pronunciou no sentido de que o contribuinte tem

cinco anos (a contar da declaração de inconstitucionalidade pelo STF) para

ingressar com ação requerendo a compensação/repetição o indébito.

Caio Marco Bartine Nascimento

115

Assim, conclui-se que, diante da declaração da

inconstitucionalidade da exigência da referida contribuição, pelo Plenário do

Supremo Tribunal Federal (julgamento de 27/09/95, publicado em 17.11.95)

tomaram-se indevidos os valores recolhidos no período indicado, começando a

fluir, a partir desta data, o prazo para o ingresso de ação visando a

restituição/compensação.

Ocorre que muito embora a Suprema Corte já tenha

decidido pela inconstitucionalidade da exação em questão, a agravante

necessita da tutela jurisdicional para que a Agravada seja condenada a aceitar

a compensação do valor indevidamente recolhido com contribuição da mesma

espécie, acrescido da devida correção monetária integrante desse valor, na

medida em que o pedido realizado na via administrativa é imprestável para

esse fim.

Dessa forma, tratando-se de pagamento indevido

em razão de inconstitucionalidade de lei, um exame mais profundo evidencia

que não devem ser aplicadas as normas contidas nos artigos 168 e 169 do

CTN, isto porque a aplicação do Código Tributário Nacional, incluindo-se os

seus prazos, pressupõe a validade da lei perante a Constituição Federal.

IV – DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, requer a Agravante a

procedência do presente recurso para o fim de que seja admitido, processado e

julgado o Recurso Especial interposto, dando-lhe, assim, provimento no sentido

de reformar o acórdão guerreado.

O advogado infra-assinado poderá receber

intimações relativas ao presente feito na _________________________.

Caio Marco Bartine Nascimento

116

Termos em que,

P. Deferimento.

Local, data.

Nome e assinatura do advogado

OAB/___ nº

Caio Marco Bartine Nascimento

117

CONTRA-RAZÕES A RECURSOS

EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA___ VARA CÍVEL DA SEÇÃO

JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO - CAPITAL.

10 cm.

________, por seu advogado que esta subscreve,

nos autos da Ação Declaratória (rito ordinário), processo nº ________, que

move em face da UNIÃO FEDERAL, vem, respeitosamente à presença de

V.Exa., em atenção ao r. despacho de fls. e em consonância com o art. 518 do

Código de Processo Civil, oferecer

CONTRA-RAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO

de fls., interposta pela Ré, ora Apelante, requerendo sua juntada aos

respectivos autos e encaminhamento à Superior Instância, como de direito.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Caio Marco Bartine Nascimento

118

Local, data.

Nome e assinatura do advogado

OAB/___ nº

Caio Marco Bartine Nascimento

119

CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO

que oferece _________, ora Apelada, à

Apelação interposta pela UNIÃO

FEDERAL, nos autos da Ação

Declaratória n° _________ – em trâmite

perante a XX Vara Federal Cível da

Seção Judiciária De São Paulo.

Eméritos Julgadores,

I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Tratam os autos de ação ordinária (...).

Em que pese o inconformismo da Apelante, suas

alegações não merecem prosperar, pelos motivos que a seguir serão

demonstrados.

II – DAS RAZÕES DA IMPROCEDÊNCIA DO RECURSO

A Apelante sustenta que (...).

Assim, restam absurdas as alegações (...).

III- CONCLUSÃO

Caio Marco Bartine Nascimento

120

Em vista do exposto requer a Apelada seja negado

provimento ao Recurso de Apelação interposto pela Apelante, mantendo-se a r.

sentença de primeiro grau, sendo esta a forma legítima de se fazer justiça!

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local, data

Nome e assinatura do advogado

OAB/___ nº

Caio Marco Bartine Nascimento

121

PROBLEMAS PRÁTICOS E QUESTÕES DISSERTATIVAS

Ponto 1

O Município de Arapiraca, por intermédio da lei nº 3.456, de 15 de julho de

1997, que foi publicada e que entrou em vigor nesta mesma data, instituiu a

Taxa de Lixo, estabelecendo os seguintes elementos do fato gerador:

a. O fato gerador é a utilização do serviço de coleta e transporte de lixo

domiciliar;

b. O contribuinte da taxa é o proprietário de imóvel urbano, tomador do serviço

de coleta e transporte do lixo domiciliar;

c. A alíquota é de 0,001% sobre o valor venal do imóvel;

João da Silva, morador e proprietário de bem imóvel localizado no Município de

Arapiraca, não concordando com a referida exigência, procurou-o para

defender seus interesses.

QUESTÃO: Como advogado de João da Silva, promova a medida judicial

cabível para resguardar os direitos de seu cliente.

Ponto 2

O contribuinte XPTO, sediado na cidade de São Paulo, através de fiscalização

realizada pela Fazenda Estadual em 15.07.1995, teve contra ele lavrado um

auto de infração e imposição de multa (AIIM) relativo à falta de pagamento do

imposto sobre a propriedade de veículo automotor (IPVA) cujo fato gerador

ocorreu em 1o. de janeiro de 1989. Pela falta de pagamento do IPVA na data

aprazada, foi cobrado o valor originário de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos

reais) mais a multa de 20% (vinte por cento) com base na lei nº 4.589 de

12.8.1993, que estava em vigor na data da fiscalização (15.7.1995). Na data da

ocorrência do fato gerador estava em vigor a lei nº 6.538 que fixava o valor

originário do IPVA em R$ 1.750,00 (um mil, setecentos e cinqüenta reais) e a

multa em 30% (trinta por cento) sobre o valor do imposto não pago.

Caio Marco Bartine Nascimento

122

QUESTÃO: Como advogado de XPTO promova a medida judicial cabível para

resguardar os interesses dos seus clientes.

Ponto 3

Através de fiscalização realizada em 25.8.1986 na empresa "Comércio de

Materiais para Construção João de Barro Ltda.", a Receita Federal, com base

na legislação vigente nesta data, lavrou auto de infração e imposição de multa

(AIIM) no valor de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais)

relativamente à falta de pagamento do imposto sobre a renda (IR) incidente

sobre o lucro apurado em operação de vendas de mercadorias realizadas

durante o ano de 1980. Não concordando com a referida exigência o

contribuinte ingressou, imediata e tempestivamente, com a competente

impugnação administrativa, sendo, entretanto, proferida decisão a seu

desfavor, que transitou em definitiva em 24.8.1990. Não sendo pago o crédito

tributário, a Fazenda Pública, após inscrição na dívida ativa, ingressou com

execução fiscal, cuja petição inicial foi deferida pelo MM. Juiz em 24.3.1996.

QUESTÃO: Como advogado do contribuinte, promova a medida judicial

cabível para resguardar os direitos de seu cliente.

Ponto 4

A Empresa XYZ Ltda., com estabelecimento e sede no Município de São

Paulo, durante o mês de maio de 1982, prestou serviços de limpeza à Empresa

WWW Ltda., sediada no mesmo Município, sem emissão de Nota Fiscal, e sem

o recolhimento do Imposto sobre Serviços de competência municipal

(ISSQN).Em 03 de maio de 1988, a fiscalização municipal identificou a falta de

recolhimento, oportunidade em que lavrou o Auto de Infração e Imposição de

Multa, passando a exigir o crédito tributário com base na Lei nº 7.999, de

23.11.87, publicada nesta mesma data. O Contribuinte, não concordando com

as exigências, ingressou imediata e tempestivamente, com a defesa

administrativa, rejeitada por decisão desfavorável transitada em julgado em

Caio Marco Bartine Nascimento

123

03.10.93. QUESTÃO: Como advogado(a) da Empresa XYZ Ltda., ingresse com

a Medida Judicial cabível para a defesa do contribuinte.

Ponto 5

A empresa FZX Ltda., sediada em São Bernardo do Campo (SBC), possui um

estabelecimento que lhe serve de galpão de estoque na divisa com a cidade de

Santo André. Ocorre que no início do corrente ano a citada empresa recebeu

dois carnês relativos ao IPTU incidente sobre o referido galpão, sendo que um

foi enviado pela Prefeitura de SBC e o outro foi enviado pela Prefeitura de

Santo André. O valor do imposto cobrado por SBC é bem superior ao valor

corado por Santo André, sendo que, ao verificar o mapa oficial da região, a

empresa constatou que o galpão em questão situa-se realmente no mesmo

município da sua sede. QUESTÃO: Como advogado(a) da empresa FZX Ltda.,

acione a medida judicial apropriada.

Ponto 6

A Prefeitura do Município de São Paulo, por meio de seu Prefeito, fez

sancionar a Lei 2.777/98, aprovada pela Câmara Municipal, criando a taxa de

conservação e limpeza de logradouros públicos, considerando os seguintes

aspectos, a saber:

a) Fato Gerador: os serviços de limpeza e conservação das calçadas, ruas e

avenidas públicas, dentro do perímetro urbano municipal;

b) Sujeito Ativo: Prefeitura Municipal de São Paulo

Sujeito Passivo: Proprietário e possuidor de imóveis urbanos

c) Aspecto Temporal: primeiro dia de cada exercício

d) Alíquota: 1% (um por cento)

e) Base de Cálculo: Valor venal do imóvel.

QUESTÃO: Como advogado(a) de João da Silva, proprietário de imóvel situado

no perímetro urbano de São Paulo, proponha a medida judicial adequada à

defesa dos interesses do cliente.

Caio Marco Bartine Nascimento

124

Ponto 7

Antônio detém 10% do capital social da sociedade por quotas de

responsabilidade limitada, denominada ZYB LTDA., cuja gerência é exercida

em caráter exclusivo pelos outros dois sócios, que em conjunto detêm os

restantes 90% do capital social, já totalmente integralizado. Em razão da

conjuntura econômica fortemente recessiva, a empresa passa por graves

problemas financeiros, razão pela qual deixou de efetuar o recolhimento do

Imposto de Renda relativo ao ano-base de 1997, declarado como devido. Com

o intuito de agilitar a satisfação do referido crédito tributário, a Fazenda

Nacional direcionou a execução fiscal também contra os sócios, invocando o

disposto no art. 135, III, do Código Tributário Nacional. Os sócios tiveram bens

pessoais penhorados.

QUESTÃO: Como advogado exclusivo de Antônio, exercite o instrumento

judicial hábil a afastar a sua responsabilidade no caso concreto. Considere que

a execução foi proposta na Seção Judiciária de São Paulo e que Antônio

permaneceu como depositário de dois imóveis de sua propriedade, tendo

assinado o respectivo termo 15 (quinze) dias atrás.

Ponto 8

A empresa ABC Ltda. possui duas instalações industriais situadas em

endereços diferentes dentro do Município de São Paulo-SP. A fábrica I produz

insumos que são utilizados pela fábrica II e transportados por caminhão, de um

estabelecimento para outro. A empresa jamais efetuou o recolhimento do

Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS sobre essa

operação. No último mês de março, a fiscalização estadual lavrou auto de

infração e imposição de multa contra a ABC Ltda., exigindo o recolhimento do

imposto sobre essa operação relativamente aos últimos 10 (dez) anos. Não foi

apresentada defesa administrativa e o débito está na iminência de ser inscrito

na dívida ativa estadual. Sabe-se, ainda, que a empresa participa

constantemente de licitações, sendo imprescindível a manutenção de situação

regular perante o fisco.

Caio Marco Bartine Nascimento

125

QUESTÃO: Como advogado da ABC Ltda., acione o meio judicial adequado

para desconstituir o lançamento em questão, bem como para assegurar a

suspensão da exigência do respectivo crédito tributário.

Ponto 9

O contribuinte "A" foi autuado pelo Fisco Estadual por suposto não pagamento

do ICMS relativo ao mês de outubro de 1998. Contra referida autuação, o

contribuinte promoveu ação anulatória de débito fiscal, sem ter, no entanto,

efetuado o respectivo depósito judicial do montante constante no AIIM em

questão. Diante da ausência desse depósito, o MM. Juízo de 1ª instância

extinguiu a ação promovida, sem análise do mérito.

QUESTÃO: Como advogado do contribuinte, tome a providência judicial

cabível.

Ponto 10

A empresa KYB, Indústria de Papéis e Celulose recolheu no ano de 2001 ao

Fisco Estadual o ICMS sobre a venda de veículos de sua frota, constantes de

seu ativo imobilizado. Os administradores da empresa não estão certos se tal

procedimento foi correto à luz da legislação tributária vigente, razão pela qual

decidem consultar um advogado.

QUESTÃO: Como advogado da empresa KYB, acione a medida judicial

adequada à solução da questão.

Ponto 11

A sociedade Pirandello S. A. declarou à Secretaria da Receita Federal ter

auferido, em setembro de 1999, receita de R$ 100.000,00 (cem mil reais),

quando na verdade ela foi de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). A declaração

a menor deveu-se ao fato de que a sociedade não tinha recursos em caixa

para pagar os tributos correspondentes. Em julho de 2000, já com capital de

giro suficiente, denunciou espontaneamente o débito, quitou os tributos

exigíveis (PIS, COFINS, IRPJ e CSLL), acrescidos de juros moratórios, e

Caio Marco Bartine Nascimento

126

impetrou mandado de segurança com o objetivo de afastar a cobrança de

multa. A sentença concedeu a segurança em parte, para impedir a exigência

de multa por lançamento de ofício, mas facultando à autoridade fiscal exigir

multa simplesmente moratória.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Pirandello S. A., atue em seu favor.

Considere, para tanto, que o processo tramita perante a 25 a Vara Federal da

Subseção Judiciária de São Paulo e que a intimação da sentença foi recebida

há 10 (dez) dias.

Ponto 12

Em 25.04.1994 a Fazenda do Estado de São Paulo, lavrou um Auto de Infração

e Imposição de Multa contra a Empresa Importação e Exportação de Bolachas

Nordeste Ltda., exigindo pagamento do ICMS e penalidade pecuniária relativa

a saídas de mercadorias de seu estabelecimento sem emissão de nota fiscal.

Ao tomar ciência do Auto de Infração, a empresa apresentou imediatamente a

sua defesa administrativa, argumentando que o crédito tributário era inexigível,

porque ficou provado em inquérito policial e em processo penal, que a culpa

pela irregularidade era de seu empregado Joaquim José, inclusive demitido por

justa causa, por haver furtado as mercadorias. A administração tributária,

todavia, manteve a exigibilidade que também foi confirmada pelo Tribunal de

Impostos e Taxas, cuja decisão administrativa transitou em julgado em

05.07.1998. Pela falta de pagamento, o crédito tributário foi inscrito na Dívida

Ativa em 16.10.1998, após o que a Fazenda Estadual ingressou com a

Execução Fiscal, sendo a empresa citada para pagar o referido débito em

23.12.1998. Em 15 de maio de 1999, o Oficial de Justiça levou a efeito a

penhora de bens da empresa para garantia da execução.

QUESTÃO: Como advogado da contribuinte, ingresse com a medida judicial

cabível para defender os interesses da cliente.

Ponto 13

Caio Marco Bartine Nascimento

127

Em 18.11.99, foi publicada a Lei 7.555, de 16.11.99, que instituiu a Taxa de

Segurança Pública no Estado de São Paulo, no valor fixo de R$ 2,50 (dois

reais e cinqüenta centavos), devida por telefone, cobrada do usuário da

respectiva linha. Referida exação passou a ser exigida a partir do mês de

janeiro de 2.000, mediante a inclusão do seu valor nas faturas mensais,

relativas às despesas com a utilização da linha, emitidas pela XYZ telefônica

de São Paulo Ltda., com vencimento em todo dia 15 do mês subseqüente ao

de referência.

ABC Ltda., detentora do direito de uso de 50 linhas telefônicas no Estado de

São Paulo, não concordando com referida cobrança, procurou-o(a) buscando o

meio judicial para impedir a referida cobrança.

QUESTÃO: Como advogado(a) de ABC Ltda., utilize a medida judicial

apropriada para defender os interesses da sua cliente.

Ponto 14

No exercício de 1996, a Prefeitura do Município de São José da Serra realizou

obras de pavimentação asfáltica na zona norte da cidade. Naquela

oportunidade, os moradores da região receberam um comunicado da

Secretaria Municipal de Transportes e Vias Públicas, do qual constava apenas

o período da consecução das obras e as conseqüentes mudanças no tráfego

daquela área. Sem outras formalidades ou previdências preliminares, as obras

foram iniciadas no prazo previsto. A Fazenda Municipal está, agora, efetuando

a cobrança, pela via executiva, da contribuição de melhoria que foi instituída

pela Lei Municipal nº 12, de 29 de dezembro de 1995, com a finalidade de

custear a indigitada obra. De acordo com esse diploma, o valor da contribuição

corresponderia ao custo total da obra dividido pelo número de imóveis

beneficiados. Caio é proprietário de um imóvel nessa região, cujo valor venal

passou de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para R$ 12.000,00 (doze mil reais) em

razão da pavimentação, e está sendo executado judicialmente para pagamento

do montante equivalente a R$ 6.000,00 (seis mil reais), a título de contribuição

de melhoria.

Caio Marco Bartine Nascimento

128

QUESTÃO: Na qualidade de advogado de Caio, exercite a providência judicial

necessária para afastar a cobrança, considerando-se que já houve citação no

bojo da execução fiscal e que o executado foi intimado da penhora que recaiu

sobre o próprio imóvel há 15 (quinze) dias.

Ponto 15

Na vigência da Lei Complementar nº 70/91, a construtora ZYB Ltda. ajuizou

ação de rito ordinário, visando à declaração de inexistência de relação jurídico-

tributária que a obrigue a efetuar o pagamento da Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social – COFINS sobre o produto das vendas de

imóveis. No curso do processo, foram realizados os depósitos judiciais das

importâncias questionadas até o mês de competência relativa a fevereiro de

1999. A ação foi julgada improcedente, sob o fundamento de que a alienação

de imóveis enquadra-se na hipótese de incidência prevista no art. 2º da Lei

Complementar nº 70/91, in verbis: "A contribuição de que trata o artigo anterior

será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim

considerado a receita bruta das vendas das mercadorias e dos serviços de

qualquer natureza". Outrossim, asseverou o juízo singular que o art. 6º do

mesmo diploma, que contempla as hipóteses de isenção da contribuição, nada

menciona a respeito da venda de imóveis.

QUESTÃO: Como advogado da contribuinte, manipule a medida conducente à

reforma dessa decisão, publicada há menos de 5 (cinco) dias, considerando-

se, ainda, que o processo foi ajuizado em São Paulo-SP.

Ponto 16

A empresa "Indústria e Comércio de Móveis de Madeira Santo Antônio Ltda",

em 21.05.95, teve contra si lavrado um Auto de Infração pela Fiscalização

Estadual, uma vez que foi identificada a realização de uma operação de venda

de mercadorias, em 05.10.90, sem emissão de nota fiscal, o que implicou falta

de pagamento do ICMS. No Auto de Infração e Imposição de Multa a

fiscalização exigiu a cobrança do imposto calculado pela alíquota de 18% e da

Caio Marco Bartine Nascimento

129

multa de 30% pela inadimplência, conforme previsto na Lei nº 7.896, de

23.03.95, publicada nesta mesma data, sendo certo que a Lei nº 5.698, de

17.07.88, vigente na data de ocorrência do fato gerador, fixava a alíquota de

10% e multa de 40%.

QUESTÃO: Como advogado (a) da contribuinte, ingresse com a medida judicial

cabível para defender os interesses de sua cliente.

Ponto 17

Por meio de fiscalização realizada em 25.08.89 na empresa "Comércio de

Materiais para Construção João de Barro Ltda"., a Receita Federal, com base

na legislação vigente nesta data, lavrou Auto de Infração e Imposição de Multa

(AIIM) no valor de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais)

relativamente à falta de pagamento do Imposto Sobre a Renda (IR) incidente

sobre o lucro apurado em operação de vendas de mercadorias realizadas

durante o ano de 1983. Não concordando com a referida exigência, o

contribuinte ingressou, imediata e tempestivamente, com a competente

impugnação administrativa, rejeitada por decisão desfavorável que transitou em

definitiva em 24.08.93. Não sendo pago o crédito tributário, a Fazenda Pública,

após inscrição na dívida ativa, ingressou com Execução Fiscal, cuja petição

inicial foi deferida pelo MM. Juiz em 24.03.99. Em 15 de maio de 1999, após

regularmente citado para o pagamento da referida execução, foi efetuada a

penhora de bens da empresa.

QUESTÃO: Como advogado(a) do(a) contribuinte, promova a medida judicial

adequada a resguardar os direitos de sua constituinte.

Ponto 18

A União Federal, por intermédio do Departamento de Polícia Federal, órgão

vinculado ao Ministério da Justiça, passou a exigir dos transportadores de

produtos por via marítima uma taxa, em virtude do exercício do poder de polícia

consistente na fiscalização de embarcações para evitar a entrada irregular de

estrangeiros no território nacional. A taxa é cobrada a uma alíquota de 0,25%

Caio Marco Bartine Nascimento

130

do valor FOB da totalidade das mercadorias transportadas pelo navio. O navio

"Aracati", a serviço da empresa "Lice – Linhas Cearenses de Navegação S.A.",

com sede na cidade de Fortaleza, transportando bens alimentícios perecíveis

no valor de

R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), encontra-se atualmente ao largo do

porto de Santos, impedido de atracar porque a empresa recusa-se a pagar

esse tributo.

QUESTÃO: Como advogado(a) da empresa, proponha a medida judicial hábil a

permitir o desembarque da mercadoria sem o pagamento do tributo.

Ponto 19

A Virtual Ltda., localizada na cidade de São Paulo-SP, é empresa prestadora

de serviços de acesso à rede mundial de computadores (provedora de internet)

e nessa qualidade foi autuada e multada pelo Fisco Municipal, em razão do não

recolhimento do Imposto Sobre Serviços – ISS relativo aos meses de janeiro a

dezembro de 1999. De acordo com o auto de infração lavrado no mês de

janeiro pp., seria de rigor o recolhimento do imposto sobre as receitas

decorrentes das mensalidades pagas pelos associados, tendo em vista a

previsão específica de tributação do serviço de acesso à internet na Lei

Municipal nº 9.999 aprovada em 31 de dezembro de 1998. A empresa não

apresentou defesa administrativa, mas ainda não foi executada judicialmente.

QUESTÃO: Considerando-se que o serviço em questão não consta da lista

anexa ao Decreto-lei nº 406/68, nem da Lei Complementar nº 56/87, adote, em

nome da contribuinte, a medida judicial cabível para desconstituir o indigitado

auto de infração e assegurar o direito do contribuinte de obter certidões de

regularidade fiscal durante o trâmite da ação. Os objetivos deverão ser

perseguidos em uma única ação.

Ponto 20

De acordo com a Lei nº 11.154/91 do Município de São Paulo, a alienação inter

vivos de bem imóveis está sujeita à incidência do Imposto de Transmissão de

Caio Marco Bartine Nascimento

131

Bens Imóveis – ITBI, a ser pago pelo adquirente. A cobrança do imposto é feita

sob o regime de alíquotas progressivas de 2, 3, 4 e 6%, incidentes sobre as

parcelas do preço divididas em faixas de valor em tabela específica.

Caio está adquirindo um bem imóvel situado no Município de São Paulo, cuja

escritura deverá ser outorgada em 10 dias, ocasião em que, necessariamente,

deverá apresentar a competente guia de recolhimento do imposto devidamente

quitada.

Ciente de que o valor da operação supera o limite da menor faixa de valor,

atraindo a incidência das alíquotas superiores a 2%, Caio impetrou Mandado

de Segurança, com pedido de liminar, contra o Diretor do Departamento de

Rendas Imobiliárias da Prefeitura do Município de São Paulo, para calcular e

recolher o tributo à alíquota de 2% sobre o valor total da operação.

A medida liminar foi negada, sob o argumento de que o Município tem

competência para definir a alíquota do imposto, inclusive no regime de

alíquotas progressivas, tendo em vista o princípio constitucional da capacidade

contributiva (art. 145, §1º da Constituição Federal).

QUESTÃO: Considerando que a decisão denegatória da medida liminar foi

publicada na imprensa oficial há 5 (cinco) dias, adote a medida adequada para

viabilizar a outorga da escritura de compra e venda do imóvel no prazo fixado,

mediante o pagamento do ITBI pela menor alíquota.

Ponto 21

A sociedade "Almeirão e Filhos Ltda." tem por atividade principal a

comercialização, no atacado, de material de limpeza. Há 20 (vinte) dias, foi

intimada da lavratura de Auto de Infração e Imposição de Multa pela Secretaria

da Fazenda do Estado de São Paulo, que lhe aplicou penalidade por haver

vendido mercadorias sem a emissão da correspondente nota fiscal de saída,

cobrando-lhe ainda o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços -

ICMS correspondente. A "Almeirão e Filhos" sustenta que, na verdade, a venda

daqueles produtos foi cancelada antes que houvesse a sua efetiva saída do

estabelecimento comercial, mas que por problemas internos, o sistema

Caio Marco Bartine Nascimento

132

informatizado de controle de estoque não registrou o cancelamento da

operação, dando baixa dos produtos vendidos. Possui, para tanto, documentos

que comprovam tanto a falha no sistema quanto a permanência dos produtos

tidos como vendidos em seu estoque.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da "Almeirão e Filhos Ltda.", tome a

medida cabível para cancelar o Auto de Infração e Imposição de Multa lavrado

contra a empresa. Considere que a empresa tem sede em São Bernardo do

Campo.

Ponto 22

A Indústria de Artefatos de Madeira Ltda., entendendo que um determinado

produto por ela fabricado encontrava-se abrangido pela isenção do IPI, antes

de qualquer manifestação do Fisco formulou, em 01.02.99, consulta à

Secretaria da Receita Federal, porém, enquanto aguardava a resposta,

continuou comercializando o referido produto ao abrigo da isenção. Em

22.11.99, a Receita Federal, em resposta à consulta formulada, posicionou-se

oficialmente, fixando o entendimento de que aquele produto era tributado pelo

IPI à alíquota de 5%. Nesta mesma data, o contribuinte recebeu o DARF

(Documento de Arrecadação de Receitas Federais), emitido pela Receita

Federal, para recolher, até o dia 15.12.1999, o tributo devido acrescido de

correção monetária, juros de mora e multa moratória de 20%.

QUESTÃO: Como advogado(a) da empresa, ingresse com a medida judicial

adequada à defesa dos interesses da constituinte.

Ponto 23

A Fiscalização Estadual de São Paulo, em data de 23.09.94, notificou

regularmente a empresa KLM Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda., da

lavratura de Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM) contra a contribuinte,

por ter apurado a venda de mercadorias em 14.04.1989, sem emissão de nota

fiscal, o que implicou a falta de recolhimento do tributo devido. Em face da falta

de pagamento do referido débito, o mesmo foi devidamente inscrito na Dívida

Caio Marco Bartine Nascimento

133

Ativa em 12.11.99 e a Execução Fiscal foi protocolizada em 18.12.99, sendo

desta mesma data o despacho do Juiz que deferiu a inicial.

Citada da execução e penhorados bens da contribuinte, a empresa KLM

Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda. contratou-o(a) para defender seus

interesses.

QUESTÃO: Como advogado(a) da empresa, acione o instituto judicial

pertinente.

Ponto 24

A sociedade "Editora São Paulo S.A." dedica-se à atividade jornalística e,

nessa qualidade, realiza periodicamente a importação de papel para impressão

do jornal "Gazeta de São Paulo", de grande circulação. Atualmente, encontra-

se retido na alfândega do porto de Santos, um lote de 1.000 toneladas de

papel, cujo desembaraço vem sendo obstado pela Inspetoria da Alfândega

daquela localidade, que exige para tanto o recolhimento do Imposto de

Importação incidente na operação, não recolhido pela empresa. A exigência

fiscal vem comprometendo seriamente o funcionamento das oficinas de

impressão, obrigando à redução da tiragem diária do jornal. Estima-se que em

4 (quatro) dias o estoque de papel se esgotará, suspendendo de vez a

impressão do jornal.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado(a) da "Editora São Paulo S.A.",

proponha a medida judicial cabível, para desembaraçar imediatamente a

mercadoria sem o pagamento do tributo.

Ponto 25

A empresa Marmoraria Ltda., em 31.03.93, foi regularmente citada em

processo de execução para pagar ou garantir o juízo relativamente a débito de

ISS, referente a fatos geradores ocorridos em janeiro de 1990 que,

tempestivamente apurado e declarado ao Município de São Paulo, deixou de

ser pago porque a empresa não tinha disponibilidade financeira. Oferecidos

bens em garantia, lavrado o auto de penhora, foram afinal julgados

Caio Marco Bartine Nascimento

134

improcedentes os embargos da empresa, com arrematação dos bens

penhorados. Todavia, uma vez que os bens penhorados não foram suficientes

para liquidar o crédito em discussão e não possuindo a empresa outros bens,

em 15.12.2000 os sócios da executada foram citados para pagar o restante da

dívida ou garantir a execução. Um dos sócios, de nome José Antônio, em data

de 20.05.2001, ofereceu um de seus imóveis em garantia, formalizada pelo ato

respectivo.

QUESTÃO: Como advogado do sócio José Antônio, instrumente o meio

adequado em prol do cliente.

Ponto 26

A empresa Júpiter Ltda., proprietária de imóvel situado no Município de

Pinheiros-SP, ajuizou ação de rito ordinário, visando à repetição dos valores

recolhidos a título de IPTU, no exercício de 1998, por alíquota superior a 0,5%.

Para tanto, alegou-se a inconstitucionalidade da fórmula de cálculo introduzida

pela Lei Municipal nº 9.999/97, que previa a cobrança do tributo pelo regime de

alíquotas progressivas, de 0,5% a 3%, incidentes sobre o valor venal do imóvel

e variáveis em função da extensão e destinação. O Juiz da Vara do Anexo

Fiscal da Comarca de Pinheiros, em sentença publicada há cinco dias, julgou

improcedente a demanda, sob o fundamento de que o indigitado regime de

alíquotas progressivas tem respaldo constitucional e constitui importante

instrumento de desenvolvimento social no Município.

QUESTÃO: Como advogado da empresa contribuinte, exercite a medida

judicial conveniente ao interesse desta.

Ponto 27

A RLBO Ltda., empresa situada no Município de Salto-SP, dedica-se ao ramo

de prestação de serviços técnicos de engenharia e estaria, nessa qualidade,

sujeita ao recolhimento do ISS. Desde o exercício de 1999, a empresa não

vinha efetuando o recolhimento desse imposto, tendo em vista isenção

específica concedida às empresas da região, por força da Lei Municipal nº

Caio Marco Bartine Nascimento

135

98/98. Todavia, o novo Prefeito, que tomou posse no dia 01 de janeiro de 2001,

pretende revogar aquele benefício fiscal, a fim de angariar receita necessária

para financiar projetos sociais. Para tanto, baixou o Decreto nº 01/01, publicado

no Diário Oficial do Município desta semana, que determinou a todas as

empresas beneficiárias da isenção que voltassem a efetuar o recolhimento do

ISS já a partir do próximo mês.

QUESTÃO: Como advogado da RLBO, manipule o instituto judicial hábil a

garantir à empresa o benefício da isenção. Considere para tanto que o fórum

local não possui vara privativa da Fazenda Pública.

Ponto 28

A RLBO Ltda., sociedade com sede na cidade de São Paulo - SP, vem

tentando obter, nos últimos 30 dias, a inscrição no Cadastro Nacional de

Pessoas Jurídicas - CNPJ, que é mantido pela Secretaria da Receita Federal,

para fins de fiscalização e controle da arrecadação dos tributos federais.

Todavia, a inscrição vem sendo negada pela Delegacia da Receita Federal de

São Paulo - SP, sob o argumento de que um dos seus sócios participa de

outras empresas que estão em débito com o Fisco Federal. Tal restrição,

segundo a autoridade fiscal, estaria respaldada em Instrução Normativa do

Ministério da Fazenda.

QUESTÃO: Como advogado da empresa, adote a medida judicial adequada à

obtenção imediata do referido registro, eis que o contribuinte já vem operando

e necessita regularizar a sua situação fiscal.

Ponto 29

Caio e Tício são os únicos sócios da empresa XPTO S/A, que atuava no ramo

de industrialização e comércio varejista de tubos de plástico. Diante das

divergências administrativas entre ambos, em 31 de dezembro de 2000, foi

deliberada a cisão da companhia, com a versão dos ativos relacionados à

atividade de comercialização para outra empresa controlada por Caio, a RLBO

LTDA. Tício permaneceu à frente da XPTO, que passou a se dedicar

Caio Marco Bartine Nascimento

136

exclusivamente à atividade de industrialização. Antes da data da operação, os

sócios decidiram transferir para os estabelecimentos comerciais toda a

produção excedente de tubos, que se encontrava no estoque da fábrica. Em 01

de janeiro de 2001, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e imposição

de multa contra a XPTO S/A, pelo não recolhimento do ICMS na transferência

daquelas mercadorias, sob o argumento de ser a transferência fraudulenta.

QUESTÃO: Como advogado da empresa, utilize o meio judicial pertinente a

afastar a cobrança do ICMS no caso concreto e assegurar à Autora o acesso

desde logo a certidões de regularidade fiscal. Suponha, para tanto, que todos

os estabelecimentos das empresas localizam-se no Município de São Paulo.

Ponto 30

A empresa ABC LTDA. ajuizou ação de rito ordinário contra o Instituto Nacional

da Seguridade Social – INSS, visando ao reconhecimento da ilegitimidade da

cobrança da contribuição previdenciária incidente sobre remuneração de

autônomos e administradores, instituída pela Lei no 8.212/91, que recolheu

durante o exercício de 1996. O objeto da ação consiste ainda na repetição dos

valores indevidamente recolhidos naquele período. Analisando a questão, o

Juiz da 1a Vara Federal de São Bernardo do Campo – SP, embora tenha

reconhecido a inconstitucionalidade da exação, negou o direito à repetição do

indébito sob o fundamento de que a Autora deixou de comprovar que não

repassou para o preço de seus produtos o custo da contribuição previdenciária

recolhida indevidamente, como seria de rigor nos termos do art. 89, parágrafo

único, da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.032/95, que lhe

impõe semelhante mister.

QUESTÃO: Como advogado da Autora, acione o instrumento processual

conveniente à tutela dos interesses de seu constituinte. Tenha, para tanto, que

o ato judicial foi publicado na imprensa oficial há 7 dias.

Ponto 31

Caio Marco Bartine Nascimento

137

No mês de abril de 1999, a sociedade Trás-os-Montes Participações Ltda.

recolheu, com atraso, a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

– COFINS, do mês de competência março, do mesmo ano. O recolhimento

extemporâneo foi efetuado com o acréscimo de multa e juros moratórios e a

quantia devida foi corretamente informada à Secretaria da Receita Federal, por

meio da declaração apropriada (DCTF). Contudo, em dezembro de 2000, a

Receita Federal, revendo suas bases de dados, lavrou auto de infração contra

a "Trás-os-Montes Participações Ltda.", no qual reconhecia a exatidão do

crédito tributário declarado, bem como a regularidade do pagamento efetuado,

porém impôs à contribuinte a multa de 75% prevista na Lei nº 9.430/96, relativa

ao lançamento de ofício. Como a sociedade não apresentou impugnação

administrativa, o crédito foi inscrito na dívida ativa e a União Federal moveu

execução fiscal para cobrá-lo.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Trás-os-Montes Participações Ltda.,

aja em favor dos interesses da cliente. Considere que a empresa foi intimada

da penhora realizada sobre bens de sua propriedade há 20 (vinte) dias e que o

processo tramita perante a 15a Vara de Execuções Fiscais Federais da Seção

Judiciária de São Paulo.

Ponto 32

A sociedade Mirassol Agroindustrial S.A. vendeu, em março de 1998, um

imóvel integrante de seu ativo imobilizado, pelo valor de R$ 100.000,00 (cem

mil reais). Esse imóvel estava registrado na contabilidade da sociedade pelo

mesmo valor de R$ 100.000,00, que correspondia ao preço de sua aquisição

pela sociedade. No mesmo ano-base de 1998, a empresa contabilizou um

prejuízo fiscal de R$ 70.000,00 e, portanto, não pagou Imposto de Renda

(IRPJ). Contudo, a fiscalização federal, revendo os livros contábeis, verificou

que o valor da venda não foi lançado como receita e autuou a sociedade pelo

valor correspondente, adicionando este ao resultado e cobrando o IRPJ no

montante de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), equivalente ao lucro

líquido de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). A sociedade não se defendeu do auto

Caio Marco Bartine Nascimento

138

de infração e o crédito foi inscrito na dívida ativa, com a subseqüente

propositura de execução fiscal.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da empresa, atue em seu benefício.

Considere que a constituinte tem sede na cidade de São José do Rio Pardo e

que foi intimada da penhora de seus bens há 10 (dez) dias.

Ponto 33

A Beija-Flor Revestimentos Ltda., com sede em São Paulo, é empresa que se

dedica à comercialização de papéis de parede. Seus sócios pretendem

aumentar o capital da sociedade, atualmente de R$ 100.000,00 (cem mil reais),

para R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), mediante a conferência de imóvel,

avaliado pelo diferencial de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Contudo, para

realizar a transferência da propriedade do bem, exige-se a comprovação do

recolhimento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – ITBI, conforme

circular do Diretor do Departamento de Rendas Mobiliárias da Secretaria das

Finanças do Município de São Paulo, que exige o pagamento do tributo na

hipótese. A alteração contratual correspondente já foi arquivada pela JUCESP,

restando apenas a integralização do aumento de capital.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Beija-Flor Revestimentos Ltda.,

acione o meio judicial adequado à solução do impasse.

Ponto 34

Caio adquiriu de Túlio um imóvel, localizado no Município de São Paulo. Para

tanto, celebrou contrato de compromisso de compra e venda, em caráter

irrevogável e irretratável, por meio do qual se comprometeu a pagar o preço de

R$ 100.000,00 (cem mil reais) em 10 prestações mensais, iguais e sucessivas

de R$ 10.000,00 (dez mil reais), após o que seria outorgada a escritura

definitiva de compra e venda. Era interesse de Caio registrar, no Cartório de

Registro de Imóveis competente, o contrato de compromisso de compra e

venda. Contudo, ao apresentar o contrato para registro, na última semana,

Caio foi surpreendido com a exigência do pagamento do Imposto sobre

Caio Marco Bartine Nascimento

139

Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) à alíquota de 2% (dois por cento) sobre o

valor da transação, com respaldo em lei municipal a exigi-lo desde logo, no

caso de compromissos irretratáveis e irrevogáveis.

QUESTÃO: Como advogado de Caio, proponha a medida judicial conveniente

aos interesses do cliente.

Ponto 35

A sociedade Massas Presidente Ltda. moveu, contra a União Federal, ação de

repetição de indébito de contribuições ao PIS pagas a maior no período de

janeiro a dezembro de 1997. Transitada em julgado a sentença de procedência

da ação, iniciou a execução, que foi embargada pela parte contrária, sob

alegação de excesso nos cálculos de atualização monetária apresentados.

Sobreveio sentença de procedência dos embargos acolhendo os argumentos

da União Federal no sentido de que, na falta de critério expresso constante do

título executivo, o crédito exeqüendo deverá ser corrigido monetariamente pela

variação da Taxa Referencial – TR, sem o acréscimo de juros moratórios. Esse

critério, no entender de seu cliente, não é satisfatório porque não representa a

atualização do poder aquisitivo da moeda. A sentença foi publicada no Diário

Oficial há 10 (dez) dias.

QUESTÃO: Como constituído da Massas Presidente Ltda., atue em prol de seu

cliente. Observe, para tanto, que os embargos tramitam perante a 25ª Vara

Federal da Subseção Judiciária de São Paulo.

Ponto 36

João é sócio da sociedade Alpha Remédios Ltda., detendo 50% (cinqüenta por

cento) do capital da empresa. Apesar de possuir proporção significativa do

capital, nunca se interessou pela administração da sociedade, confiada ao

sócio, Rubens. Pelo contrato social, a gerência incumbe exclusivamente a

Rubens. João foi surpreendido pelo recebimento de um mandado de citação,

intimação e penhora, dando conta da propositura de execução fiscal movida

contra a sociedade e ambos os seus sócios, visando à cobrança da quantia de

Caio Marco Bartine Nascimento

140

R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a título de Imposto sobre Produtos

Industrializados – IPI. João nunca soubera da existência dessa dívida, nem tem

idéia da sua origem. Ao procurar Rubens, não obteve êxito, pois este evadiu-se

para evitar a citação. O oficial de justiça, dando cumprimento ao mandado,

citou João e penhorou-lhe bens no valor suficiente para a garantia da dívida,

intimando-o desse fato há 15 (quinze) dias.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado exclusivo de João, aja em seu favor.

Considere que a execução fiscal corre perante o Anexo Fiscal da comarca de

Itu, sede da sociedade e domicílio de João.

Ponto 37

João adquiriu, em 1980, imóvel então situado na zona rural do Município de

Serra Negra. Em 2001, a Câmara Municipal aprovou lei que alterou o perímetro

urbano do Município, passando a incluir o imóvel de João. Porém, a área

manteve características típicas de zona rural, sem apresentar qualquer espécie

de equipamento urbano, tal como água encanada, iluminação pública,

saneamento básico ou calçamento. Recentemente, João recebeu notificação

de lançamento do IPTU relativo ao exercício de 2002, com vencimento para

daqui a 2 (duas) semanas, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais).

QUESTÃO: Aja na qualidade de advogado de João.

Ponto 38

A empresa Dragster Motors Ltda., dedicada ao comércio de veículos novos e

usados, venda de peças e serviços, pretende a emissão de Certidão Positiva

de Débitos com efeitos negativos, a fim de habilitar-se e participar de licitações

públicas, pedido negado pela Delegacia da Receita Federal em São Paulo/SP.

Relata a empresa que a certidão foi negada sob alegação de que existem

débitos pendentes. Entende a empresa que a recusa é injustificada, uma vez

que as pendências existentes em relação à contribuição ao PIS dos períodos

Caio Marco Bartine Nascimento

141

de 07/91 a 11/91 e 03/93 a 07/93, referem-se ao processo n o 000.00.12345-6,

distribuído e processado na 14 a Vara Cível Federal, cuja sentença transitada

em julgado há mais de um mês, aguarda conversão em renda da União de

depósitos existentes, procedimento não realizado em razão da omissão da

União Federal, não podendo, assim, ser exigida a referida exação. A empresa

procura-o(a), fornecendo a certidão de objeto e pé da 14 a Vara Cível Federal,

comprovando a existência dos autos da ação ordinária n o 000.00.12345-6,

bem como cópia de todos os depósitos realizados naqueles autos, solicitando

as medidas judiciais cabíveis, cujo prazo para habilitar-se e participar da

licitação pública encerrar-se-á amanhã.

QUESTÃO: Como advogado da empresa Dragster, opere no sentido de afastar

o óbice à licitação cujo prazo de vencimento é iminente.

Ponto 39

Pompônio faleceu e deixou dois filhos, Jonas e Sofonias, seus únicos

herdeiros. Processado o inventário, cada um dos herdeiros recebeu bens no

valor equivalente a R$ 10.000,00, conforme sentença homologatória de partilha

amigável, transitada em julgado. Recentemente, Jonas recebeu notificação

cobrando débito tributário de responsabilidade do de cujus, no valor de R$

50.000,00. Esse débito diz respeito ao Imposto de Renda (URPF) de

responsabilidade de Pompônio, dos últimos cinco anos, e está prestes a ser

inscrito na dívida ativa da União, já em nome de Jonas.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado de Jonas, proceda em seu favor.

Considere que Jonas mora em Santo André.

Ponto 40

A sociedade Magnólia Comercial Ltda. atuava no ramo de comércio varejista

de roupas infantis, mantendo loja na cidade de São Paulo, denominada "O

Bebê Feliz". Findo o prazo de locação, o estabelecimento comercial foi fechado

e ali instalou-se estabelecimento de venda de lustres e abajures, denominado

"Lustres do Manolo", mantido por Manolo e Irmãos Ltda. Porém, corria contra a

Caio Marco Bartine Nascimento

142

Magnólia Comercial Ltda., execução fiscal para cobrança do ICMS relativo aos

meses de junho a setembro de 1999, no valor total de R$ 100.000,00 (cem mil

reais). O Exeqüente, constatando o fato, requereu a inclusão, no pólo passivo

da execução fiscal, da Manolo e Irmãos Ltda., na qualidade de responsável

tributário em virtude da aquisição de estabelecimento comercial, o que foi

deferido pelo Juízo. Há 15 (quinze) dias, a Manolo e Irmãos Ltda. foi intimada

da penhora de bens de sua propriedade.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Manolo e Irmãos Ltda., atue na

defesa de seus interesses.

Ponto 41

O Estado de São Paulo, por meio da Lei n o 4455/01, instituiu a cobrança do

Imposto Sobre Transmissão causa mortis e doação, sobre quaisquer bens e

direitos (ITCMED), aplicando sobre os respectivos fatos geradores alíquotas

progressivas que variam de 1,0 % (um por cento) para bens no valor de até R$

10.000,00, a 5% (cinco por cento) para outros cujo valor supere o montante de

R$ 150.000,00. Ricardo Altruísta deseja doar ao filho Tércio imóvel de sua

propriedade no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). O doador,

inconformado com a disparidade de alíquotas sobre o fato gerador, o procurou

para saber da legitimidade ou não de tal cobrança.

QUESTÃO: Como advogado(a) de Ricardo Altruísta, ingressar com a medida

ou medidas pertinentes a proteção dos interesses do cliente.

Ponto 42

FUNDAÇÃO MISERICORDIOSA DE SÃO PAULO, entidade de assistência

social sem finalidade lucrativa e como tal reconhecida, confecciona e fabrica

produtos cujo lucro é totalmente revertido para as suas finalidades sociais. Em

30 de maio de 2002, a Fundação foi autuada pela Secretaria da Fazenda do

Estado de São Paulo, pretendendo o pagamento da quantia de R$ 200.000,00

(duzentos mil reais) a título de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços (ICMS), sobre as operações de venda dos produtos por ela

Caio Marco Bartine Nascimento

143

fabricados, referentes ao período de janeiro de 1995 a março de 2002, além de

multa, juros e correção monetária. Em 20 de maio de 2003, após citada, a

Fundação foi intimada da penhora sobre bens de sua propriedade, em razão da

execução fiscal do débito.

QUESTÃO: Como advogado da Fundação Misericordiosa de São Paulo,

ingresse com via judicial mais adequada à defesa dos seus interesses.

Ponto 43

A sociedade Copiadora do Mestre Ltda. dedica-se à atividade de reprodução

de documentos e, nessa qualidade, é contribuinte do ISS (Imposto sobre

Serviços), inscrita no cadastro específico do Município de São Paulo, onde tem

sede. Em maio de 1997, recebeu encomenda excepcionalmente vultosa de

cliente, para reprodução de 100.000 cópias de panfleto publicitário. Essa

operação levantou suspeita perante a fiscalização estadual, que entendeu ter

havido, de fato, operação de venda dos panfletos, inclusive em razão de ter

sido o papel de sua impressão fornecido pela própria Copiadora do Mestre

Ltda. Assim, em janeiro último, recebeu autuação por falta de recolhimento do

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, não impugnada

na esfera administrativa e geradora da inscrição do débito respectivo como

dívida ativa.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Copiadora do Mestre Ltda.,

proponha a medida pertinente à defesa de seus interesses.

Ponto 44

Empresa do ramo automotivo denominada Concessionária Bassan

Distribuidora de Veículos S/A, sediada no Município de São Paulo, recebe

veículos da montadora Lopes do Brasil LTDA., atualmente com isenção de IPI,

para portadores de deficiência física. A legislação do IPI (Lei n.º 3333/03 -

fictícia) define como "portador de deficiência física" toda pessoa que possuir

deficiência motora nos membros inferiores e superiores, afastando desta

definição as pessoas que possuem deficiência visual (cegueira e outras

Caio Marco Bartine Nascimento

144

doenças de visão). José Maria, portador de cegueira congênita, quer adquirir

veículo da Concessionária Bassan para uso pessoal, contratando motorista

particular para dirigi-lo e, mesmo assim, soube que sofreria incidência do IPI.

QUESTÃO: Como advogado de José Maria, manipule o meio judicial à garantia

de seus direitos.

Ponto 45

Em janeiro de 2003, a Sociedade "Carlos Ferreira – ME", inscrita no CNPJ

sob n.º 222.332.444-0001-00, foi regularmente notificada de lançamento

relativo a crédito tributário de IPTU, referente ao exercício de 2003,

ocasião em que constatou que a alíquota utilizada para apuração do valor

do imposto era de 2%, específica para imóveis destinados a fins

comerciais. Na mesma ocasião, a Municipalidade de São Paulo, alterando

lançamentos anteriores, exigiu IPTU relativo aos exercícios de 1997, 1998,

1999, 2000, 2001 e 2002, uma vez que, nos lançamentos anteriores, fora

adotada por engano a alíquota de 1% específica para imóveis

residenciais.

QUESTÃO: Diante dessa situação, elabore a medida judicial apropriada

para defender os interesses da Empresa "Carlos Ferreira – ME", e que

impeça eventual execução fiscal por parte da Fazenda Pública Municipal.

Ponto 46

Alcebíades é professor universitário e ministra cursos livres em caráter

autônomo. Para exercer esta última atividade, inscreveu-se no Cadastro de

Contribuintes Mobiliários do Município de São Paulo (cidade onde ministra seus

cursos) para efeito do pagamento do Imposto sobre Serviços – ISS. No

entanto, logo após a inscrição, recebeu correspondência da Secretaria

Municipal das Finanças, orientando-o a manter regular escrituração fiscal para

apuração do tributo que, de acordo com a lei municipal nº 10.000/00 (fictícia)

incidiria exclusivamente sobre as receitas auferidas em decorrência da

atividade, à alíquota de 5%.

Caio Marco Bartine Nascimento

145

QUESTÃO: Como advogado de Alcebíades, atue em seu prol.

Ponto 47

A sociedade A&C Serviços de Limpeza Ltda. tem sede em São Paulo e filial na

cidade de Taboão da Serra. Para efeitos fiscais, ambos os estabelecimentos

são autônomos, têm inscrições nos respectivos municípios e apenas prestam

serviços dentro dos territórios municipais em que estão localizados. No entanto,

o estabelecimento de São Paulo recebeu notificação da Prefeitura, de que

doravante deverá recolher aos cofres municipais também o imposto relativo

aos serviços prestados em Taboão da Serra, uma vez que a sede da

contribuinte é em São Paulo. De seu turno, a Prefeitura de Taboão da Serra

exige o tributo e, não sendo pago, procederá à inscrição do débito na dívida

ativa e conseqüente execução fiscal.

QUESTÃO: Como advogado da A&C Serviços de Limpeza Ltda., aja para

defender seus interesses e, diante das pretensões contempladas na hipótese,

manter sua regularidade fiscal já a partir deste mês, em que o imposto

questionado atinge o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Ponto 48

Alfredo foi eleito para exercer o cargo de Diretor Administrativo da Transportes

Seabra S.A. na assembléia geral ordinária de 29.04.1996 e desempenhou essa

função até abril de 2003. Pouco depois de assumir o cargo, a sociedade foi

autuada pelo não recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços devido por seus clientes, em operação pela qual era responsável

tributária nos anos 1994 e 1995. O auto de infração fora lavrado em maio de

1996 e foi definitivamente julgado na esfera administrativa em novembro de

2001, após a apresentação de defesa da autuada. Em seguida, a Fazenda do

Estado moveu execução fiscal contra a sociedade e vários de seus diretores,

para cobrança do mencionado débito, dentre os quais Alfredo. Alfredo recebeu,

há 10 (dez) dias, a visita de um oficial de justiça, que o intimou da penhora de

bens de sua propriedade para pagamento da dívida.

Caio Marco Bartine Nascimento

146

QUESTÃO: Na qualidade de advogado de Alfredo, tome a medida necessária

para defender seus interesses. Considere que a execução fiscal foi proposta

em São Paulo, sede da sociedade.

Ponto 49

A União Federal, por meio da Lei nº 9.999/01 (fictícia), instituiu contribuição

previdenciária incidente sobre pagamentos efetuados a pessoas jurídicas

prestadoras de serviços, à base de 20% (vinte por cento) do montante

efetivamente pago, a cargo do tomador. Com base nesse permissivo legal, o

Banco Industrial S.A. foi autuado pelo Instituto Nacional do Seguro Social –

INSS, em razão de não ter recolhido a citada contribuição nos anos de 2002 e

2003, incidente sobre os pagamentos efetuados à Bits Informática Ltda.,

empresa responsável pela manutenção de sistemas do banco. A notificação

fiscal de lançamento de débito (NFLD) não foi impugnada na esfera

administrativa e o débito, no valor atual de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais),

está prestes a ser inscrito na dívida ativa. QUESTÃO: Na qualidade de

advogado do Banco Industrial S.A., tome as medidas judiciais necessárias para

defesa de seus interesses. Considere que o Banco tem sede em Santo André,

ao passo que a Bits Informática Ltda. tem sede em São Paulo.

Ponto 50

O Presidente da República, por intermédio da Lei Complementar n.º 22.222, de

31 de agosto de 2003 (lei fictícia), instituiu o Imposto Sobre Grandes Fortunas

(IGF), passando a exigir, a partir de 01 de janeiro de 2004, das pessoas

jurídicas e físicas, esse tributo, elegendo como base de cálculo exclusivamente

o valor da aquisição de imóveis urbanos adquiridos que supere, mensalmente,

o importe de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), mediante a incidência

da alíquota de 0,3% sobre o montante estimado a esse título. O Partido Político

ABC, sediado em São Paulo – Capital, não concorda com esta incidência

tributária sobre imóveis que adquire para o exercício de suas atividades.

Caio Marco Bartine Nascimento

147

QUESTÃO: Como advogado, ajuíze medida cabível para defesa dos interesses

de seu cliente.

Ponto 51

Por meio da Lei nº 9.999, publicada em 1º de abril de 2004, a União Federal

modificou a disciplina da tributação do imposto de renda e da contribuição

social sobre o lucro das pessoas jurídicas, determinando que as empresas cujo

faturamento no ano imediatamente anterior tenha sido inferior a R$

60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) passam a sujeitar-se à sistemática

de apuração com base no lucro presumido, facultando-se a opção pelo lucro

real apenas para as empresas cujo faturamento tenha ultrapassado aquele

montante. Tendo em vista que o período de apuração do imposto de renda com

base no lucro presumido é trimestral, as empresas que se enquadravam

naquelas condições ficaram obrigadas a recolher o tributo relativo ao primeiro

trimestre do presente ano já em 30 de abril último. A empresa XPTO S/A,

sediada na Capital do Estado de São Paulo, cujo faturamento no último ano foi

de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais), procura-o relatando que,

tendo em vista sua mínima margem de lucro, pretendia recolher o imposto de

renda com base no lucro real anual, levantando, mensalmente, balancetes para

apurar o valor das antecipações mensais, na sistemática do lucro real; como já

era de se esperar, o valor recolhido a título de antecipações de imposto de

renda e de contribuição social foi muito menor que o agora apurado com base

no lucro presumido. Acredita que esta situação não se alterará nos próximos

meses desse exercício.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da XPTO S/A, proponha a medida

judicial que julgar cabível para proteger os interesses da empresa.

Ponto 52

Rode Bem S/A, empresa transportadora com sede e único estabelecimento no

município de São Paulo, impetrou Mandado de Segurança contra ato a ser

praticado pelo Secretário Municipal das Finanças, obrigando-a a reter o

Caio Marco Bartine Nascimento

148

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) sobre as importâncias

devidas a Delírio Locações Ltda., com sede e único estabelecimento em

Barueri – SP, por conta de um contrato de locação de doze caminhões. O

Mandado de Segurança foi impetrado em dezembro de 2003, sobrevindo

sentença de mérito no último dia 20 de maio, denegando a segurança com

base nos argumentos a seguir resumidos: (i) a lista de serviços anexa à Lei

Municipal nº 9999, de 1999, reflete aquela lista anexa ao Decreto-Lei nº 406/68,

prevendo, ambas, a locação de bem móvel como serviço sujeito ao ISS.

Irrelevante, para efeitos tributários, a qualificação da locação perante o direito

civil; (ii) o Município de São Paulo é competente para exigir o ISS sobre a

locação, tendo em vista que os caminhões locados são vistos com freqüência

naquela municipalidade.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Rode Bem S/A, ingresse com a

medida cabível.

Ponto 53

Os sócios da Moura e Leão S/A, sociedade anônima de capital fechado

sediada na Cidade de São Paulo, inconformados com a elevada carga fiscal

sobre ela incidente, decidem contratar um renomado escritório de advocacia

para elaborar um planejamento tributário e, mediante a utilização de formas

jurídicas lícitas, reduzir o impacto tributário. Os especialistas do escritório

contratado sugerem a cisão da Moura e Leão S/A (em perfeita concordância

com os dispositivos da Lei 6.404/76 – Lei das S.A) em duas outras sociedades

– Moura S/A e Leão S/A. A Leão S/A ficaria com o imóvel da sociedade, que

seria alugado à Moura S/A, a preços de mercado. Optando a Leão S/A pela

tributação com base no lucro presumido e a Moura S/A pelo lucro real, seria

atingida uma economia tributária significativa, tendo em vista que a Moura S/A

poderia deduzir, no cálculo de seu lucro real, os alugueres pagos à Leão S/A.

De fato, a lei tributária considera dedutível do lucro real o pagamento de

aluguéis de imóveis utilizados pela pessoa jurídica e a Moura S/A precisa do

imóvel para as suas atividades. Após a implementação do planejamento, a

Caio Marco Bartine Nascimento

149

Moura S/A sofreu um processo de fiscalização promovido por autoridades

federais, que culminou na lavratura de um auto de infração fundamentado no

parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional, alegando o fiscal

responsável, em seu relatório, que o processo de cisão da sociedade Moura e

Leão S/A teve por fim exclusivo a economia tributária, inexistindo qualquer

outro propósito gerencial ou comercial e, além disso, que haveria ofensa ao

princípio da igualdade, já que sociedades na mesma situação que a empresa

Moura e Leão S/A eram obrigadas a arcar com uma carga tributária mais

elevada do que as sociedades Moura S/A e Leão S/A, daí se justificando o

emprego da analogia para se tributar a Moura S/A. O prazo para defesa

administrativa transcorreu sem que a Moura S/A oferecesse impugnação, o que

precipitou a inscrição do lançamento na dívida ativa e a promoção do processo

de execução.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Moura S/A, apresente as medidas

necessárias e cabíveis.

Ponto 54

Determinada Câmara de Direito Público do Eg.Tribunal de Justiça do Estado de

São Paulo, em ação ordinária, negou provimento à apelação interposta pelo

Estado de São Paulo ao entendimento de que é aplicável a imunidade tributária

à importação de filmes de laminação para capas de livros (Polímero de

Polipropileno, Filme BOPP). O acórdão porta a seguinte ementa:

―Tributos – ICMS – Declaratória – Imunidade – Filme de laminação de capas de

livros (Polímero de Polipropileno, Filme BOPP) – Material que se integra no

produto final, incorporado ao papel das capas dos livros, tem a mesma

natureza deste, gozando de sua imunidade. Honorários fixados de acordo com

o tempo e trabalho exigidos do advogado – Negado provimento aos recursos.‖

O Estado de São Paulo interpõe Recurso Extraordinário, tempestivamente,

sustentando, em síntese, o seguinte: (i) que foi ofendido mandamento

constitucional de imunidade, já que o polímero de polipropileno (filme de

laminação para capa de livro) não é consumido no processo de impressão de

Caio Marco Bartine Nascimento

150

livros; (ii) que a decisão contraria a jurisprudência, que vem excluindo da

proteção constitucional máquinas e mercadorias que tecnicamente são

consideradas da família dos plásticos; (iii) que o insumo ―polímero de

polipropileno‖, da família dos plásticos, não é consumido imediatamente no

processo produtivo, mas desgasta-se paulatinamente na produção; (iv) que as

atividades praticadas pela empresa não se restringem à edição,

comercialização, importação e exportação de livros, jornais e revistas, mas

também à exploração da indústria gráfica em suas diversas modalidades.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado do contribuinte, elabore a peça

adequada para apreciação pelo tribunal competente.

Ponto 55

A Hotel da Manhã Ltda. pleiteou, em juízo, a restituição de PIS e Cofins, que

entendia ter sido recolhido em excesso, tendo em vista haver incluído, em sua

base de cálculo, o valor das gorjetas, cobradas de seus hóspedes juntamente

com o valor dos serviços. A ementa da decisão proferida pelo Tribunal

Regional Federal da 3ª Região tinha o seguinte teor:

―Tributário – Gorjetas: Não-integração à Base de Cálculo de Exações Fiscais –

Prescrição – Correção Monetária e Juros: Taxa Selic. 1. As gorjetas, por serem

parte integrante do salário, não integram a base de cálculo das exações fiscais

que oneram as empresas (precedentes do STF). 2. Prescrição qüinqüenal que,

em relação às exações autolançadas, tem prazo contado em dobro, dez anos,

da datado fato gerador (precedentes majoritários do STJ). 3. Expurgos

inflacionários que integram os índices de correção monetária (precedente da

Corte Especial). 4. Juros calculados pela taxa Selic. 5. Honorários reduzidos. 6.

Recurso e remessa oficial parcialmente providos.‖

A Fazenda Nacional, em recurso próprio, alega que as parcelas do PIS e da

Cofins, recolhidas há mais de cinco anos da propositura da ação, estão

prescritas, nos termos do artigo 168, inciso I c/c 156, inciso I, do Código

Tributário Nacional. Sustenta que o fato de as gorjetas integrarem o salário não

as excluem da base de cálculo do PIS e da Cofins. Entende que as leis que

Caio Marco Bartine Nascimento

151

tratam do PIS e Cofins, por serem leis especiais, prevalecem sobre a legislação

trabalhista, que tem um caráter geral. Inconforma-se, ainda, com a aplicação

da taxa Selic, eis que os índices a ela referentes não possuem natureza

moratória, e sim remuneratória.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Hotel da Manhã Ltda., elabore o

instrumento processual adequado.

Ponto 56

A JET Transportes Aéreos Ltda. impetrou Mandado de Segurança visando a

obter provimento assegurando o desembaraço aduaneiro de uma aeronave

Boeing 737-400 e dois motores, sem o pagamento do ICMS, tendo em vista

tratar-se de operação internacional de arrendamento mercantil. Não obtendo a

medida liminar pretendida, foi elaborado Agravo de Instrumento, perante o

Tribunal de Justiça de São Paulo, em acórdão assim ementado:

―Agravo de Instrumento – ICMS – Desembaraço aduaneiro de uma aeronave

Boeing 737-400 e dois motores – alegada ilegalidade da incidência do ICMS –

Indeferimento da tutela antecipada – Ausência dos requisitos da

verossimilhança da tese e do dano de difícil reparação – Recurso não provido.‖

Embora tenha sido efetuado o recurso próprio, este foi admitido exclusivamente

em seu efeito devolutivo. Tendo em vista que as aeronaves se encontram,

ainda, pendentes de desembaraço, sua cliente, a JET Transportes Aéreos

Ltda. vem tendo constantes vôos cancelados.

QUESTÃO: Elabore medida judicial adequada para pleitear o imediato

desembaraço das aeronaves, sem o pagamento do imposto, mesmo antes do

julgamento do recurso proposto.

Ponto 57

A empresa Emporium ingressou em juízo com o objetivo de afastar a alteração

da base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

– COFINS, veiculada pelo art. 3o da Lei no 9.718/98, que equiparou o

faturamento à receita bruta. A sentença de 1a instância foi de procedência,

Caio Marco Bartine Nascimento

152

tendo a União Federal interposto o competente recurso de apelação. O

Tribunal Regional Federal da 3a Região negou provimento ao recurso de

apelação da União Federal e à remessa oficial, sob o fundamento de que o art.

110 do Código Tributário Nacional veda a equiparação do conceito de

faturamento ao de receita bruta, em acórdão assim ementado:

―TRIBUTÁRIO. COFINS. LEI 9718/98. ARTS. 2o E 3o. EQUIPARAÇÃO DA

ESPÉCIE FATURAMENTO AO GÊNERO RECEITA. ILEGAL ELASTÉRIO NA

BASE DE CÁLCULO. VIOLAÇÃO DO ART. 110 DO CTN. CONTENÇÃO DE

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CONSTITUCIONALMENTE FIXADA A PARTIR

DE CONCEITO JÁ ESTABILIZADO NO DIREITO PRIVADO.

DESNECESSIDADE DE QUESTIONAMENTO EM NÍVEL CONSTITUCIONAL.

I. Leis complementares que veiculam normas gerais em matéria de legislação

tributária são normas sobre normas e têm por finalidade dar consistência ao

sistema tributário.

II. O art. 110 do CTN garante a preservação de uma tipicidade cerrada em

relação a hipóteses de incidência tributária cuja instituição a Constituição

autoriza e cujo conteúdo, ademais, o próprio texto constitucional prefigura.

III. Ilegalidade qualificada dos arts. 2o e 3o da Lei no 9.718/98, por afronta a

disposição da Lei no 5.172/66, a que inerente o valor de norma de lei

complementar.

IV. Com apoio no princípio iuri novit curia, o colegiado acolheu por fundamento

de ilegalidade ambos os pedidos da apelante, restando afastada a

oportunidade de se instaurar o incidente de argüição de inconstitucionalidade,

previsto no art. 480 do CPC.‖

O acórdão do julgamento da apelação foi publicado no Diário de Justiça do dia

27 de setembro de 2004, uma segunda-feira, sendo a intimação pessoal do

procurador da União realizada nesta mesma data. O procurador da União

Federal interpôs somente recurso extraordinário, em 28 de outubro de 2004,

com os seguintes fundamentos:

Caio Marco Bartine Nascimento

153

(i) o Tribunal Regional Federal não poderia afastar a aplicação da lei sem

declarar a sua inconstitucionalidade, o que somente poderia ser feito pela Corte

Especial do tribunal regional, nos termos do art. 97 da Constituição Federal; e

(ii) o art. 3o da Lei no 9.718/98 não é inconstitucional, porque somente

esclareceu o conteúdo do conceito de faturamento, equiparando-o ao de

receita bruta, inserindo-se, destarte, no art. 195, I, da Constituição Federal, em

sua redação original.

QUESTÃO: Como advogado da empresa Emporium, elabore a peça

processual adequada.

Ponto 58

A empresa Péricles Táxi Aéreo, proprietária de três aeronaves, recebeu a

notificação de lançamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos

Automotores – IPVA relativo ao exercício de 2004, emitida pela Secretaria dos

Negócios da Fazenda do Estado de São Paulo. A empresa Péricles vendeu

uma das aeronaves em 2003, tendo realizado o devido registro junto às

autoridades aeroportuárias competentes. Inconformada com a exigência do

imposto, a empresa ajuizou ação anulatória de débito fiscal em face do Estado

de São Paulo, que foi julgada improcedente pelo juiz de 1a instância. No

julgamento da remessa oficial (art. 475 do Código de Processo Civil) e do

recurso de apelação interposto pelo Estado de São Paulo, a Câmara de Direito

Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo manteve parcialmente a

sentença recorrida, por maioria de votos, pronunciando Acórdão com a

seguinte ementa:

―TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE

VEÍCULOS AUTOMOTORES. AERONAVES.

1. O lançamento do imposto deve indicar o sujeito passivo previsto em lei. In

casu, o Apelante vendera uma de suas aeronaves antes da ocorrência do fato

gerador. Exigência descabida do imposto, no que tange à aeronave vendida.

2. A Constituição define, de forma genérica, o campo de competência dos

impostos. O termo ―Veículo Automotor‖ abrange, como a expressão já o indica,

Caio Marco Bartine Nascimento

154

qualquer veículo que possua motor e se locomova. Inteligência do Art. 155, III

da Constituição Federal.

3. O art. 158, II da Constituição Federal é norma de Direito Financeiro,

irrelevante para a matéria tributária.

4. Recurso parcialmente provido. Vencido o Desembargador Fulano de Tal.‖

QUESTÃO: Como advogado da empresa Péricles Táxi Aéreo, interponha o

recurso competente.

Ponto 59

Antes de ser editada a Lei paulista no 10.992, de 21 de dezembro de 2001, que

instituiu o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações de Quaisquer

Bens ou Direitos – ITCMD, José doa para seu primeiro filho, Antonio, ações de

uma empresa situada no Estado de São Paulo. José falece em 15 de janeiro de

2003, portanto, depois da edição do novo Código Civil – Lei no 10.406, de 10

de janeiro de 2002. As ações que foram doadas para Antonio são levadas à

colação no processo de inventário, e foi recolhido o ITCMD sobre todos os

bens arrolados no inventário, inclusive os que haviam sido objeto da

antecipação de legítima. Em janeiro de 2004, Antonio lê uma entrevista de um

advogado no jornal, que defende a não-incidência do ITCMD nesta hipótese

específica, de modo que os valores já recolhidos poderiam ser restituídos ou

compensados com outros débitos de tributos estaduais. Desta forma, Antonio

consulta-o/a como advogado/a, para obter sua opinião legal sobre o caso.

QUESTÃO: Elabore a medida judicial adequada para defender os interesses de

Antonio, redigindo a fundamentação e o pedido nos termos que entender

aplicáveis.

Ponto 60

Em sede de Execução Fiscal ajuizada pela Fazenda do Estado de São Paulo

perante o Juízo de Direito da Vara das Execuções Fiscais da Comarca de São

Paulo, a Distribuidora Igreji Ltda. foi surpreendida, na última sexta-feira, por o

Juiz de Direito haver determinado a expedição de ofício ao Banco Central,

Caio Marco Bartine Nascimento

155

requisitando informações sobre a existência de ativos financeiros em nome da

executada, com o bloqueio e transferência, em caso positivo, das quantias ou

importâncias depositadas até o limite do débito exeqüendo. A referida ordem foi

dada não obstante a existência de penhora, no próprio processo, de bens

imóveis na Capital, acolhendo manifestação da Exeqüente. Com efeito, esta

informou nos autos que quando aceitara a primeira penhora, não havia notícia

de que os referidos bens não despertariam o interesse de eventuais

arrematantes, inexistindo razão para procurar outros bens já que é notório que

a atividade da Executada implica grande movimentação financeira, permitindo

rápida e eficaz garantia do crédito tributário. Ademais, segundo se argumenta

na decisão, ao nosso ordenamento não arrepia a penhora de faturamento, em

tudo semelhante ao bloqueio de contas bancárias, exceto pelos entraves

burocráticos que a primeira impõe. A referida Distribuidora depende de

recursos financeiros para a sua atividade, já não dispondo de crédito na praça.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Distribuidora Igreji Ltda., tome a

medida judicial cabível para permitir que ela possa movimentar livremente seus

recursos.

Resposta: Medida Judicial cabível: Agravo de Instrumento, com pedido de

efeito suspensivo, perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Alternativamente: Mandado de Segurança, com pedido de medida liminar,

perante o mesmo Tribunal. No primeiro caso, a agravada é a Fazenda Pública

do Estado de São Paulo; no segundo, apontar ato coator do MM. Juiz de

Direito da Vara das Execuções Fiscais da Comarca de São Paulo.

Ponto 61

A Telecelular S/A, sediada na Capital do Estado de São Paulo, onde opera

serviços de telefonia móvel, impetrou Mandado de Segurança preventivo,

perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, visando a não ser

constrangida ao pagamento de ICMS sobre o valor cobrado de seus assinantes

a título de habilitação do aparelho móvel celular, baseando-se no Convênio

ICMS no 69/98, que dispõe a esse respeito. O acórdão recentemente proferido

Caio Marco Bartine Nascimento

156

pelo Tribunal denegou a ordem, alegando que o legislador ordinário pode

definir prestação de serviços de comunicação, para efeitos tributários, e o

Secretário de Estado da Fazenda, executor da política tributária e financeira do

Estado, pode determinar a imposição tributária em relação ao fato gerador

estabelecido no Convênio ICMS no 69/98. Além disso a definição de serviços

de telecomunicações (art. 60, Lei no 9.472/97) não impede a compreensão da

habilitação como uma de suas modalidades, se o respectivo serviço é

justamente o conjunto de atividades que possibilitam a respectiva oferta.

Ademais, não há razão para não se dar à habilitação o tratamento tributário dos

serviços de comunicação a ela relacionados.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Telecelular S/A, apresente o recurso

cabível contra a decisão, com os fundamentos jurídicos para sustentar a não

incidência do ICMS sobre a taxa de habilitação dos aparelhos móveis celulares.

Ponto 62

A Cooperativa Mista Dos Produtores Rurais Do Estado De São Paulo impetrou

ação anulatória de débito em que contende com a Fazenda Pública do Estado

de São Paulo, na qual buscava o cancelamento de crédito tributário decorrente

de auto de infração lavrado em seu desfavor, por transportar 12.300 kg. de

queijo prato, com o acobertamento de nota fiscal de valor aquém da pauta

mínima estabelecida na região. O Juiz de primeiro grau julgou improcedente o

pedido. Aviado recurso de apelação, o Tribunal a quo manteve a sentença, em

Acórdão publicado há dez dias, argumentando que:

a) ―Ocorrendo o fato gerador na saída da mercadoria, a base imponível (base

de cálculo), a ser considerada, é a existente quando da aludida saída. Se tal

base de cálculo for inferior à da pauta de valores já vigente, é possível sua

aplicação‖;

b) ―O art. 148 do CTN, bem como os artigos 2o, II, do Decreto-lei no 406⁄1968 e

8o, I , do Convênio ICMS 66⁄88 possibilitam ao Fisco valer-se de arbitramento

para estabelecer valores‖;

Caio Marco Bartine Nascimento

157

c) ―Há previsão legal no Estado de São Paulo para a utilização de pauta de

valores, podendo o Fisco valer-se dela sempre que o preço declarado pelo

contribuinte for consideravelmente inferior ao de mercado‖;

d) ―Não há qualquer incompatibilidade das pautas com a CF⁄88, pois sua

utilização não importa em aumento de tributo (art. 97, I, do CTN), mas, como já

dito alhures, em adequação da base imponível sobre a qual incidirá a alíquota‖.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado da Cooperativa, apresente o recurso

cabível, visando à reforma do acórdão acima referido.

Ponto 63

Uma empresa sofre execução fiscal promovida pela Procuradoria da Fazenda

do Estado de São Paulo e, nos cinco dias indicados pelo juiz para quitar a

dívida ou oferecer bens à penhora, a empresa executada permanece inerte.

Todavia, transcorrido o prazo indicado, a executada oferece à penhora bens de

sua propriedade, como máquinas utilizadas em sua linha de produção. Após

tomar ciência da relação de bens indicados pela executada, a Fazenda Pública

protocola petição rejeitando os bens oferecidos, argüindo a baixa liquidez

destes bens no mercado e, paralelamente, solicita a penhora de 30% do

faturamento da executada, pedido que é integralmente deferido pelo juiz.

Contra a referida decisão, a executada interpõe, perante o Tribunal de Justiça

do Estado de São Paulo, agravo de instrumento contestando a falta de liquidez

e pedindo o levantamento da penhora sobre o faturamento, recurso que, por

votação unânime da turma julgadora, foi declarado improcedente.

QUESTÃO: Considerando a penhora de 30% do faturamento da executada, o

que poderia comprometer as suas atividades e o fato de ter a executada

indicado outros bens que julga terem liquidez, como advogado da empresa,

tomar as medidas cabíveis nos autos do agravo de instrumento.

Ponto 64

A Empresa Globalcomunications Ltda, sediada no Município de São Paulo, é

autuada em decorrência do não pagamento de Imposto Sobre Serviços de

Caio Marco Bartine Nascimento

158

Qualquer Natureza (ISSQN) em relação aos valores recebidos pela prestação

de serviços de comunicação. O prazo para impugnação administrativa expira- e

sem que a empresa autuada tome qualquer iniciativa, tendo sido então o débito

inscrito em Dívida Ativa há cinco meses.

QUESTÃO: Por julgar indevido o ISS sobre serviços de comunicação e, na

iminência de sofrer uma execução fiscal, que poderia comprometer os seus

negócios, a empresa o constitui como advogado para defender os seus

interesses. Tomar as providências cabíveis.

Ponto 65

Após o trânsito em julgado de decisão favorável ao contribuinte em ação de

repetição de indébito, foi expedido precatório tendo a União Federal, em 2003,

depositado integralmente o valor a que havia sido condenada a pagar.

Contudo, no momento em que o contribuinte requereu o levantamento do

depósito judicial, o juiz da Xa Vara Federal de São Paulo indeferiu o pedido

alegando não ter o contribuinte apresentado as certidões negativas de Tributos

Federais, Estaduais, Municipais, bem como a certidão de regularidade para

com a Seguridade Social, nos termos do artigo 19 da Lei 11.033/2004.

QUESTÃO: Como advogado do contribuinte, ingresse com a medida cabível

para reformar o despacho que indeferiu o levantamento do depósito judicial do

precatório, apresentando a adequada fundamentação.

Ponto 66

Recentemente, a legislação do Município de São Paulo referente ao Imposto

sobre a Transmissão de Bens Imóveis (Lei 11.154/91) foi substancialmente

alterada pelo Decreto Municipal no 46.228/05, bem como pela Portaria no

81/05, da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, dispositivos estes

que promoveram a alteração da base de cálculo do tributo mencionado, que

passou a ser fixada pelo Município com base na Planta Genérica de Valores. O

referido decreto estabelece:

Caio Marco Bartine Nascimento

159

―Artigo 7°: A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos

transmitidos. Parágrafo 1o : Considera-se valor venal, para efeitos deste

imposto, o valor pelo qual o bem ou direito seria negociado à vista, em

condições normais de mercado.

Artigo 8°: A Secretaria Municipal de Finanças tornará públicos os valores

venais atualizados dos imóveis inscritos no Cadastro Imobiliário Fiscal do

Município de São Paulo.

Parágrafo 1°: Os valores venais dos imóveis serão atualizados periodicamente,

de forma a assegurar sua compatibilização com os valores praticados no

Município, mediante pesquisa e coleta permanente, por amostragem, dos

preços correntes das transações e das ofertas à venda no mercado imobiliário,

inclusive com a participação da sociedade representada no Conselho de

Valores Imobiliários.

Parágrafo 3°: O valor venal divulgado, em nenhuma hipótese, será inferior à

base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana —

IPTU, utilizada no exercício da transação.‖ O Sr. Guimarães acabou de

negociar a venda, mediante contrato formal e regular, com valor fixado em R$

500.000,00 (quinhentos mil reais), de um imóvel seu para o Sr. Machado, e

cujo valor venal no carnê de IPTU é de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais).

Todavia, segundo a Planta Genérica de Valores, este imóvel valeria R$

700.000,00 (setecentos mil reais).

As partes têm interesse em fazer o registro da transmissão da propriedade no

cartório de registro de imóveis o mais rápido possível, mas sabem que este ato

não será consumado na hipótese de o ITBI não ser recolhido consoante o

Decreto Municipal no 46.228/05. QUESTÃO: Como advogado, tome as

medidas judiciais cabíveis visando assegurar o pagamento do tributo da forma

menos onerosa possível.

Ponto 67

A Lei no 11.051, de 29 de dezembro de 2004, buscou, por meio de seu artigo

17, reaproveitar uma antiga regra contida no artigo 32 da Lei 4.357/64,

Caio Marco Bartine Nascimento

160

segundo a qual fica a pessoa jurídica que possui débitos não garantidos junto à

União e/ou INSS impedida de efetuar a distribuição de lucros aos sócios ou

quotistas, sob pena de multa. Assim, segundo a nova redação do artigo 32, da

Lei 4.357/64, alterado pelo artigo 17 da Lei no 11.051/04, estabeleceu-se que:

―Art. 32. As pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido,

para com a União e suas autarquias de Previdência e Assistência Social, por

falta de recolhimento de imposto, taxa ou contribuição, no prazo legal, não

poderão:

(...)

b) dar ou distribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como

a seus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou

consultivos;

(...)

§ 1° A inobservância do disposto neste artigo importa em multa que será

imposta:

I – às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou

remunerações, em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) das quantias

distribuídas ou pagas indevidamente;

II – aos diretores e demais membros da administração superior que receberem

as importâncias indevidas, em montante igual a 50% (cinqüenta por cento)

dessas importâncias.

§ 2° A multa referida nos incisos I e II do § 1o deste artigo fica limitada,

respectivamente, a 50% (cinqüenta por cento) do valor total do débito não

garantido da pessoa jurídica.‖

QUESTÃO: Considerando que a empresa Beta Gama S/A, que possui débitos

não garantidos perante a União, pretende distribuir dividendos a seus sócios,

mas teme que este procedimento venha a lhe acarretar algum tipo de autuação

fiscal, como advogado tome as providências cabíveis defendendo os interesses

da empresa.

Ponto 68

Caio Marco Bartine Nascimento

161

O Sr. Ubaldo, executivo consagrado no mercado, foi contratado para o cargo

de diretor da Tokiofly Ltda., empresa do segmento de helicópteros e que passa

por graves dificuldades financeiras, para promover o seu saneamento e torná-

la novamente lucrativa. Para o exercício da sua delicada função, iniciada em

janeiro de 2000, o Sr. Ubaldo recebeu amplos poderes dos sócios. Em vista do

delicado quadro financeiro da empresa e para que fossem adimplidos os

compromissos com empregados e fornecedores, acabou-se por não pagar a

contribuição previdenciária, parte patronal, nos exercícios de 2000 e 2001. A

empresa sofreu autuação fiscal em setembro de 2005, sem ter, contudo,

ingressado com recurso administrativo que pudesse suspender a exigibilidade

do débito envolvido. Seguiu-se a execução fiscal com a penhora dos bens

pessoais do Sr. Ubaldo, em janeiro de 2006, uma vez que ele figurava no pólo

passivo da execução fiscal. QUESTÃO: Na qualidade de advogado do Sr.

Ubaldo, tome as medidas cabíveis.

Ponto 69

O município em que está estabelecida a empresa X editou lei instituindo taxa

de limpeza pública para o custeio do serviço público municipal de limpeza de

logradouros públicos. Sua base de cálculo é o faturamento das empresas

estabelecidas no município e sua alíquota é de 0,5%. Referida taxa passará a

ser exigida no dia 1.º de janeiro do próximo ano. QUESTÃO: Na qualidade de

advogado da empresa X, tome as medidas judiciais cabíveis para questionar a

exigência dessa taxa.

Ponto 70

A empresa X aderiu ao Programa de Recuperação Fiscal – REFIS, em março

de 2000. Além do recolhimento das parcelas mensais do REFIS, a empresa

deveria manter o pagamento regular dos demais tributos em dia. Ocorre que a

empresa recolheu pontualmente, por 4 (quatro) meses consecutivos, PIS e

COFINS, porém, com os códigos de receita invertidos. Por tal motivo, a

empresa foi notificada da lavratura de auto de infração relativo à falta de

Caio Marco Bartine Nascimento

162

recolhimento integral da COFINS. A impugnação ao auto de infração foi

protocolada extemporaneamente, resultando na inscrição do débito em dívida

ativa e intimação da empresa para imediato pagamento do débito, sob pena de

exclusão do REFIS. QUESTÃO: Como advogado, adote as medidas judiciais

cabíveis, visando assegurar a reinclusão da empresa no REFIS.

Ponto 71

Ex-procurador de empresa estrangeira foi citado por edital para pagar dívida

fiscal de empresa sediada no Brasil, controlada pela empresa estrangeira da

qual foi procurador, decorrente de falta de recolhimento de ICMS. Ao apreciar

os autos da execução fiscal, constata-se a revelia da empresa brasileira que,

citada, teve seus bens penhorados e silenciou. A sentença nos autos da

execução transitou em julgado. Diante da insuficiência de bens da executada,

porém, o juiz acatou petição da Procuradoria do Estado e determinou fosse

citado, também, o ex-procurador de empresa estrangeira. QUESTÃO: Como

advogado, adote as medidas judiciais cabíveis, visando assegurar o patrimônio

do ex-procurador da empresa.

Ponto 72

A imprensa publicou recentemente diversas notícias acerca do julgamento,

pelo Supremo Tribunal Federal – STF, de um recurso extraordinário que trata

da inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS.

Até o momento, há seis votos favoráveis à empresa recorrente e um voto

negando provimento ao recurso extraordinário em questão. Embora a questão

não esteja definitivamente julgada, visto que os ministros ainda podem alterar

seus votos, sua cliente, ABC Industrial e Comercial Ltda., interessou-se por

essa discussão jurídica e solicitou a elaboração de uma medida judicial que lhe

assegure a não inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS daqui pra

frente, bem assim o reconhecimento do direito ao crédito dos valores pagos a

maior no passado. QUESTÃO: Na qualidade de advogado da empresa, tome

as medidas judiciais cabíveis, levando-se em conta que sua cliente solicitou

Caio Marco Bartine Nascimento

163

uma medida judicial que não implique na sua condenação em honorários de

sucumbência. (Observação: a ABC Industrial e Comercial Ltda. apura a

COFINS pelo regime da cumulatividade, previsto na Lei n.º 9.718, de 27 de

novembro de 1998).

Ponto 73

Sua cliente, Fabbrica Automobili Ltda., é uma subsidiária de um grupo italiano

do setor automotivo recém constituída no Brasil. Um dos primeiros contratos

celebrados entre a Fabbrica Automobili Ltda. e sua controladora refere-se à

licença para uso da marca da empresa. Ao analisar as incidências tributárias

aplicáveis sobre esse contrato, o departamento jurídico da Fabbrica Automobili

Ltda. deparou-se com a previsão da Lei Complementar n.º 116, de 2003, de

que o Imposto sobre Serviços – ISS tem como fato gerador a prestação de

serviços constantes de sua lista anexa, sendo que este imposto incide também

sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha

iniciado no exterior do País. Entre os serviços constantes na lista anexa à Lei

Complementar n.º 116, de 2003, encontra-se o seguinte item ―3.02 – Cessão

de direito de uso de marcas e de sinais de propaganda‖. Por não concordar

com a exigência do ISS sobre a cessão de direito de uso da marca em

questão, sua cliente o contrata para propor uma medida judicial que afaste tal

exigência. QUESTÃO: Na qualidade de advogado da empresa, elabore a

medida judicial solicitada por seu cliente.

Ponto 74

A empresa de engenharia de informação Procomputer S.A., sucessora de outra

empresa do mesmo grupo, porém atuante no ramo tecnológico em mecânica

de máquinas, Protecmaq Ltda., vem sofrendo problemas financeiros, agravada

sua situação em virtude da falta de investimento por parte dos sócios

estrangeiros. Como resultado dessa circunstância, a Procomputer se viu

obrigada a atrasar o pagamento de tributos federais de modo deliberado, com o

intuito de poupar caixa para fazer frente às despesas com empregados e

Caio Marco Bartine Nascimento

164

fornecedores. Não obstante impontual no cumprimento das obrigações

principais, a empresa manteve as obrigações acessórias em dia, efetuando os

lançamentos fiscais e prestando as informações sobre os tributos impagos. Os

débitos fiscais da Procomputer foram inscritos na Dívida Ativa da União, dando-

se início às execuções fiscais correspondentes. A Procomputer foi citada nas

mencionadas execuções fiscais. Inerte no prazo legal, teve bens penhorados

para garantia do débito e intimado o representante legal da penhora realizada,

na qualidade de depositário legal. Seu departamento contábil, porém, verificou

que determinados tributos federais lançados há mais de seis anos foram

inscritos na dívida ativa extemporaneamente. QUESTÃO: Na qualidade de

advogado da empresa, elabore a medida judicial solicitada por seu cliente.

Ponto 75

A empresa estatal ―A‖, criada por Lei e prestadora de serviços públicos

mediante delegação da União, recebeu, no mês de janeiro de 2007, vários

lançamentos do IPVA (―carnês‖), relativos à sua frota de veículos. Os referidos

lançamentos referem-se aos fatos geradores ocorridos de janeiro de 1998 a

janeiro de 2007. Cabe ressaltar que a empresa ―A‖ nunca havia recebido

qualquer cobrança de IPVA sobre a propriedade de seus veículos. Caso seja

obrigada a pagar a mencionada exação, terá um forte impacto no seu caixa.

QUESTÃO: Por não concordar com a exigência do IPVA acima mencionado, a

aludida empresa contrata-o, após processo licitatório, para propor uma medida

judicial que afaste a cobrança do IPVA de imediato. Pede o cliente que a

referida medida judicial seja a mais célere possível e que não acarrete maiores

ônus em caso de perda da ação. Como advogado, redija a peça adequada.

Ponto 76

Sua cliente, Aluguel de Móveis e Decoração de Interiores S.A, sediada na

cidade de São Paulo, é empresa dedicada à: a) locação de móveis para

residências; b) decoração de interiores. Desde sua fundação, em 1990, por

orientação de seu contador, a referida empresa sempre pagou o ISS devido

Caio Marco Bartine Nascimento

165

sobre a locação dos móveis para residências e sobre o serviço de assessoria

na área de decoração. Basicamente, seu faturamento está dividido entre as

duas atividades antes mencionadas. Contudo, ciente do posicionamento

adotado pelo Supremo Tribunal Federal no sentido da não incidência do ISS

sobre a operação de locação de bens móveis, sua cliente pretende recuperar

todo o imposto pago nos anos antecedentes, bem como pretende deixar de

pagar o tributo a partir dos meses subseqüentes. No tocante aos valores pagos

indevidamente, sua cliente requererá, por intermédio de seu contador, a

restituição administrativa. QUESTÃO: Como advogado contratado pela

empresa, ingresse com a medida judicial tendente a evitar o pagamento futuro

de ISS sobre o valor das locações de móveis residenciais.

Ponto 77

A empresa Comex Exportadora S.A. tem por objeto social a exportação de

produtos na área de tecnologia avançada e a comercialização de produtos de

informática no mercado doméstico. O diretor financeiro da referida empresa

consulta-o a respeito da constitucionalidade da incidência da CSLL sobre o

lucro obtido com as operações de exportação. Segundo informação do aludido

diretor financeiro, inúmeros concorrentes da Comex Exportadora S.A. deixaram

de tributar os lucros auferidos com a exportação de produtos, tendo em vista a

edição da Emenda Constitucional n.º 33/01. Ele, porém, tem receio de deixar

de recolher tal tributo e sofrer sanções do Fisco Federal, uma vez que participa

de várias concorrências para venda de seus produtos no mercado nacional,

inclusive para empresas públicas. QUESTÃO: Na qualidade de advogado da

empresa, ingresse com a medida judicial mais apropriada para afastar a

exigência da CSLL. O cliente, contudo, não pretende deixar de recolher a

referida exação tributária, desde já, pois teme pelo insucesso da tese tributária

que envolve o caso. Assim, solicita-lhe que ingresse com medida judicial

apenas para resguardar os seus direitos.

Ponto 78

Caio Marco Bartine Nascimento

166

A instituição de educação Colégio dos Mares S/C ingressou com consulta

perante determinada municipalidade, com o intuito de ver confirmado o seu

entendimento no sentido de que está imune do IPTU sobre imóveis de sua

propriedade, locados para terceiros (um imóvel está locado para uma padaria e

outro, para um hotel). A resposta do referido município foi negativa. Entendeu a

ilustre consultoria do município que somente estariam albergados pela

imunidade aludida os imóveis utilizados na consecução dos fins essenciais da

mencionada entidade de educação. Portanto, no entender da municipalidade, a

locação de bens a terceiros não constituiria uma atividade essencial da aludida

instituição. QUESTÃO: Como advogado do Colégio dos Mares S/C, formule a

medida judicial mais célere e menos custosa possível, com o objetivo de não

se ver constrangido, de imediato, ao pagamento do referido tributo.

Ponto 79

O Estado de São Paulo decidiu realizar a desapropriação de grande área

urbana e, para tanto, obedeceu a todos os trâmites e requisitos exigidos pela

legislação pertinente. Alguns contribuintes que tiveram seus imóveis

desapropriados, após receber todos os valores indenizatórios, incluíram-nos

em suas declarações de rendimentos como ganhos não tributáveis. Ocorre que

o Fisco Federal intimou os referidos contribuintes para o pagamento do IRPF

dos valores recebidos a título de indenização por desapropriação e realizou o

respectivo lançamento do tributo. Alegou que os valores recebidos pelos

referidos contribuintes a título de desapropriação são superiores ao custo de

aquisição original dos respectivos imóveis. Os contribuintes consultam-no a

respeito da legalidade dessa cobrança e solicitam medidas urgentes que

impeçam a cobrança do mencionado crédito tributário. QUESTÃO: Como

advogado de todos os contribuintes, ou qualquer deles, redija a medida judicial

adequada.

Ponto 80

Caio Marco Bartine Nascimento

167

A Igreja Evangélica X recebeu intimação da Secretaria do Estado, por

intermédio da qual se solicitam esclarecimentos acerca da utilização de frota de

veículos de propriedade da instituição. Após o recebimento de tal consulta, a

entidade religiosa respondeu ao Fisco Estadual que todos os veículos eram

utilizados em serviços administrativos da entidade. Não satisfeita com a

resposta aludida, a Secretaria do Estado realiza o lançamento do IPVA dos

últimos cinco anos com imposição de multa. A entidade religiosa consulta-o a

respeito da constitucionalidade de tal medida. QUESTÃO: Como advogado da

entidade religiosa, redija a medida judicial que contemple a não necessidade

de desembolso de caixa imediato para pagamento ou garantia do referido

tributo.

Ponto 81

Sua cliente, empresa ―A‖, sediada no Estado de São Paulo, procura-o, pois foi

surpreendida com a notícia de que o Diário Oficial do Estado publicou texto de

Lei que instituiu uma taxa, cujo fato gerador consiste na prestação de serviços

públicos de segurança pública em todo o território do referido Estado. A

mencionada taxa será cobrada em valores fixos das pessoas físicas e jurídicas

domiciliadas no respectivo Estado. A taxa será devida anualmente. Há casos

previstos em Lei de isenção para pessoas físicas com idade superior a 65

anos. A empresa ―A‖ pretende antecipar-se à referida cobrança e contrata-o

para tomar as medidas judiciais cabíveis. QUESTÃO: Como Advogado

contratado da empresa, ingresse com a medida judicial tendente a evitar a

cobrança futura da referida taxa.

Ponto 82

A empresa ―B‖, sediada na cidade de São Paulo, com filiais em várias cidades

do referido Estado, pretende realizar, no mês de novembro/2007,

transferências de mercadorias de seu estabelecimento situado na cidade de

Sorocaba para o estabelecimento situado na cidade de Ourinhos. A aludida

transferência tem por intuito concentrar parte do estoque hoje existente em

Caio Marco Bartine Nascimento

168

área vizinha ao Estado do Paraná, tendo em vista estratégia comercial da

empresa. Contudo, a empresa ―B‖ tem conhecimento de que a legislação do

ICMS do Estado de São Paulo exige o referido tributo nas transferências de

mercadorias entre estabelecimentos comerciais dentro do próprio Estado. A

empresa ―B‖, entendendo incorreta tal situação jurídica, contrata-o com o intuito

de se ver desobrigada de fazer incidir o ICMS sobre as futuras operações de

transferência de mercadorias. Para tanto, solicita que a medida judicial referida

seja a mais célere possível e não acarrete risco de pagamento de honorários

de sucumbência. QUESTÃO: Como Advogado de ―B‖, tome as medidas

judiciais cabíveis, visando assegurar o não pagamento de ICMS nas operações

de transferências de mercadorias entre estabelecimentos comerciais situados

no Estado de São Paulo.

Ponto 83

A empresa ―C‖, sediada no Estado de São Paulo, é uma empresa holding que

tem por objeto social a participação em outras sociedades. Em decorrência

disso, recebe das companhias de que participa, anualmente, juros sobre o

capital próprio (JCP). Os referidos valores sofrem, por disposição legal,

tributação do PIS e da COFINS. Já, com relação aos dividendos recebidos pela

participação em outras sociedades, não há a referida tributação do PIS e da

COFINS, também, por expressa disposição legal. Contudo, a empresa ―C‖,

sabedora de que outras empresas ingressaram contra a cobrança dos referidos

tributos (PIS e COFINS sobre JCP), contrata-o para ingressar com medida

judicial que iniba a exigência futura de tais valores e a conseqüente cobrança

do referido tributo. QUESTÃO: Como Advogado de ―C‖, tome as medidas

judiciais cabíveis, visando assegurar o não pagamento do PIS e da COFINS

sobre a receita decorrente do recebimento de JCP.

Caio Marco Bartine Nascimento

169

QUESTÕES DISSERTATIVAS

Questão 1

Cliente que atua no ramo farmacêutico, e que está isento do recolhimento do

Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de

Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS), por força de Lei, consulta

com a finalidade de saber se continua obrigado pela escrituração e

manutenção dos livros contábeis, bem como pela emissão de notas fiscais.

Qual a orientação a ser prestada?

Questão 2

Pompílio, proprietário do veículo marca BMW - Modelo M3, do ano de 1995, ao

tentar licenciar seu veículo em 1997, constatou a existência de débito para com

o Fisco Estadual, referente ao IPVA, exercício de 1996, no valor de R$

2.000,00. No entanto, há que se ressaltar o fato de Pompílio ter adquirido o

indigitado automóvel em dezembro de 1996, data em que o IPVA cobrado já

deveria ter sido recolhido pelo proprietário do veículo em 1o. de janeiro de 1996

(antigo proprietário) sujeito passivo direto deste tributo. Diante dessa situação,

está Pompílio obrigado ao recolhimento do IPVA/96, cujo contribuinte é o

antigo proprietário? Na hipótese de uma resposta afirmativa, poderá a Fazenda

Estadual executá-lo objetivando a cobrança deste tributo? Se a resposta for

afirmativa como poderá Pompílio agir?

Questão 3

O constituinte pergunta-lhe se o lançamento espontâneo do ICMS é efetuado,

por declaração, homologação, de ofício ou por arbitramento. Qual a resposta

pertinente?

Questão 4

Caio Marco Bartine Nascimento

170

A OAB goza de imunidade tributária em relação aos seus bens, rendas e

serviços? Justifique.

Questão 5

A Prefeitura do Município de Acarajé, por uma de suas autarquias, prestou

serviços à empresa XYZ Ltda., mediante celebração de contrato formalizado

por escrito. Diante da falta de pagamento por parte da empresa, a

Municipalidade consultou-o(a) sobre qual a medida judicial pertinente à

cobrança das importâncias devidas. Indique e fundamente a sua sugestão.

Questão 6

WWW Ltda., por seu representante legal, procurou-o(a) para solucionar o

seguinte problema: Em data de 17 de novembro de 1997, protocolizou

consulta, por escrito, junto à Delegacia da Receita Federal, sustentando o

entendimento de que o produto de sua fabricação era isento de IPI (Imposto

Sobre Produtos Industrializados). Em 10 de janeiro de 1999, o contribuinte foi

notificado pela Receita Federal, no sentido de que o referido produto não se

encontrava abrigado pelo instituto da isenção. Em 24 de janeiro de 1999, foi

lavrado auto de infração e imposição de multa, exigindo do contribuinte o valor

principal acrescido de juros moratórios e multas pela falta de recolhimento do

referido imposto relativo ao período de dezembro de 1997 a dezembro de

1998.Expresse e justifique sua orientação quanto ao caso.

Questão 7

Diante de uma execução fiscal aforada pela Fazenda Pública Federal, o

Executado indaga-lhe sobre a contagem do prazo prescricional. Deduza e

justifique a resposta.

Questão 8

ZZZ Ltda., pessoa jurídica, em 30 de dezembro de 1998, teve sua mercadoria

apreendida por Agentes Fiscais do Estado de São Paulo, sob alegação de que

Caio Marco Bartine Nascimento

171

o imposto destacado nas notas fiscais era inferior ao devido. Após a lavratura

do AIIM, o contribuinte pediu a liberação das mercadorias, sendo certo que a

fiscalização condicionou tal liberação ao pagamento dos tributos. Informe à

Empresa ZZZ Ltda. a respeito da questão e aponte o meio legal à sua solução.

Questão 9

Cassiodoro informa que, sendo comerciante falido, decidiu trabalhar como

autônomo, prestando serviços remunerados a terceiros. Indaga se estará

sujeito ao pagamento de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS),

calculado sobre os pagamentos que receber por sua atividade. Como

advogado, preste-lhe orientação.

Questão 10

A LMN S/A está sujeita ao recolhimento da Contribuição ao PIS – Programa de

Integração Social. Todavia, deixou de efetuar o respectivo pagamento durante

todo o exercício de 1996. Mesmo não sendo cobrada ou fiscalizada desde

então, no início do ano, a empresa efetuou o recolhimento da contribuição

atrasada, devidamente corrigida e acrescida de juros de mora. A Receita

Federal acaba de expedir aviso de cobrança de diferenças do PIS relativo

àquele exercício, sob o fundamento de que o valor recolhido foi insuficiente,

pois não embutiu o valor da multa moratória. A cobrança é legítima? Explique.

Questão 11

No mês de janeiro de 1999, a empresa ABC Ltda. concedeu a seus

empregados participação nos lucros relativos ao exercício de 1998, sendo certo

que cada um recebeu o valor equivalente ao respectivo salário. No mês de abril

do mesmo ano, a fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social lavrou

auto de infração em virtude do não recolhimento da contribuição previdenciária

prevista no art. 22 da Lei nº 8.212/91 sobre os valores pagos a título de

participação nos lucros. O procedimento fiscal está correto? Esclareça.

Caio Marco Bartine Nascimento

172

Questão 12

A Fundação Rouxinol, instituição educacional e de assistência social, sem fins

lucrativos, deseja aumentar o nível de atendimento sem, no entanto, contratar

novos empregados. A fim de aumentar a produtividade, a fundação pretende

efetuar o pagamento de participação nos resultados aos seus empregados. O

conselho deliberativo da fundação questiona-o sobre se essa estratégia pode

comprometer a imunidade tributária de que desfruta. Qual o seu parecer?

Questão 13

Um cliente em consulta, expõe o seguinte caso : "A", quando faleceu, devia à

Fazenda Pública Municipal a quantia de R$ 10.000,00, referente a tributos.

Concluída a partilha, a meação da viúva atingiu o montante de R$ 400.000,00.

Uma filha maior e um filho menor, na qualidade de herdeiros, receberam seus

quinhões, no montante de R$ 200.000,00 cada. Indaga, a final, se o filho menor

também responde pelo crédito tributário do falecido.

Questão 14

Um constituinte informa residir em imóvel de sua propriedade, defronte a uma

praça municipal. A Prefeitura local canalizou ali um córrego, asfaltou as ruas

adjacentes à praça, arborizando-a e ajardinando-a. Por conseqüência, a casa

do consulente aumentou de valor. Em face do exposto, pergunta se em razão

de tal circunstância, estará sujeito a outro tributo além do IPTU (Imposto

Predial e Territorial Urbano).

Questão 15

A empresa Beta diz que cedeu seu controle acionário à empresa Gama, que

alterou, então a razão social original. Perquire se a mudança da razão social

permitirá que Gama se subrogue nos tributos devidos por Beta até a data do

ato.

Questão 16

Caio Marco Bartine Nascimento

173

Determinada empresa afirma que o contador encarregado de sua escrituração,

recebeu dinheiro para efetuar o pagamento de tributo devido à Fazenda

Nacional, mas perdeu o prazo para fazê-lo. Pergunta quem será

responsabilizado por essa infração fiscal.Como advogado qual seria a sua

orientação?

Questão 17

Um constituinte indaga se o Instituto da isenção é aplicável a todos os tributos,

indistintamente.

Questão 18

O Secretário Municipal do Meio Ambiente de uma cidade localizada às

margens do Rio Paranapanema instituiu, pela Portaria nº 1, de 30 de dezembro

de 1998, a cobrança de taxa visando custear a atividade de fiscalização e

controle da emissão de poluentes no rio. De acordo com a Portaria, todas as

indústrias localizadas no município seriam contribuintes da referida taxa. A

indústria química QMB S/A, alegando que não despeja qualquer tipo de

poluente no rio, questiona-o sobre a obrigatoriedade do pagamento da taxa e

sobre qual medida poderia adotar visando se eximir de futuras autuações e

garantir a expedição de certidões de regularidade fiscal. Qual seu parecer?

Questão 19

A VXZ Ltda., empresa que se dedica à fabricação e comercialização de

produtos de limpeza, perquire se é possível creditar-se do valor total do ICMS

destacado na fatura da energia elétrica utilizada no seu único estabelecimento,

em que funciona o setor industrial e administrativo. Qual seu aconselhamento?

Questão 20

Caio Marco Bartine Nascimento

174

Em 1998, Lúcio adquiriu de Caio um imóvel, sobre o qual pendia débito do

Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, relativo ao exercício de 1996. No

contrato de compra e venda, Caio comprometeu-se a quitar esse débito,

exonerando Lúcio de qualquer responsabilidade perante o Fisco Municipal.

Tendo recebido, recentemente, uma notificação de cobrança do tributo, Lúcio

perquire se há possibilidade de transferir a Caio o ônus do seu pagamento e,

em caso afirmativo, como proceder.

Questão 21

O Prefeito de uma cidade do interior do Nordeste, a fim de cobrir despesas com

o atendimento da população atingida pela seca em seu Município, recebeu da

Câmara de Vereadores um projeto de lei instituindo empréstimo compulsório

devido pelos habitantes não atingidos pelo flagelo. Como advogado (a), qual o

aconselhamento ao Prefeito?

Questão 22

Determinado Município institui a cobrança de taxa visando remunerar-se dos

serviços de limpeza de vias e logradouros públicos, qualificando como

contribuintes todos os proprietários de imóvel. O valor dessa Taxa de Limpeza

é obtido mediante a aplicação da alíquota de 0,5% sobre o valor venal do

imóvel. A exação assim dimensionada é legítima? Explique.

Questão 23

Uma empresa consulta-o indagando do prazo para a consumação da

prescrição dos tributos Estaduais. Como advogado(a), qual é sua orientação?

Questão 24

Em 1993, Túlio construiu uma edícula em terreno de sua propriedade e

deliberadamente deixou de efetuar a averbação da construção à margem da

respectiva matrícula. Tampouco requereu à Prefeitura Municipal licença para

construção, nem a informou a respeito depois que a obra estava pronta. Em

Caio Marco Bartine Nascimento

175

fevereiro de 2000, o Município, descobrindo a existência da construção,

realizou o lançamento suplementar do Imposto Predial e Territorial Urbano –

IPTU dos exercícios de 1994 a 1999, equivalente ao diferencial correspondente

à construção clandestina. Túlio indaga-lhe se esse lançamento suplementar é

lícito e qual seu fundamento. Explique.

Questão 25

A sociedade "Feliz Ano Novo Indústria e Comércio Ltda." obteve, da Secretaria

da Fazenda do Estado de São Paulo, autorização para comercializar produtos

com regime especial de recolhimento do ICMS, sendo-lhe dadas condições de

cálculo e pagamento do tributo mais adequadas a sua atividade comercial. Em

dezembro de 1999, a Secretaria da Fazenda cancelou, de ofício, o regime

especial concedido à sociedade, que passou assim a se submeter às mesmas

regras aplicáveis aos demais contribuintes. Em virtude desse fato, foi lavrado

auto de infração contra a empresa, visando à cobrança de diversas multas por

inobservância da legislação tributária no período de vigência do regime

especial. Na qualidade de advogado da empresa, oriente-a quanto à linha de

defesa possível neste caso.

Questão 26

Em agosto de 1998, a sociedade "Sonho Meu Comércio de Alimentos Ltda."

deixou de recolher a COFINS incidente sobre seu faturamento. A falta de

recolhimento deveu-se ao fato de a empresa não haver declarado à Receita

Federal parcela substancial de seu faturamento, correspondente ao chamado

"caixa dois". A fiscalização detectou a omissão de declaração em março de

2000, após confrontar a movimentação bancária da sociedade, procedimento

este que passou a ser permitido por lei promulgada em 1999. A sociedade

pergunta-lhe se é possível que a fiscalização adote, para apurar o imposto

devido, procedimento administrativo que não era permitido à época da

ocorrência do fato gerador.

Caio Marco Bartine Nascimento

176

Questão 27

A sociedade "Piso Maciço Revestimentos de Pisos e Paredes Ltda." tem por

objeto social a venda de pisos de madeira para residências. No curso dessa

atividade, também presta o serviço de colocação dos pisos vendidos, cobrando

de seus clientes um preço único pela venda de mercadorias e pelo serviço

prestado. Considerando-se que o serviço está compreendido na competência

tributária dos Municípios e que a legislação respectiva é silente quanto à

matéria, pergunta-se: na operação, incide apenas o ICMS, apenas o ISS ou

ambos os impostos? Por quê?

Questão 28

Ao consultá-lo sobre os valores que compõem a base de cálculo do PIS, seu

cliente constatou que existe disposição que exclui da base de cálculo dessa

contribuição os valores a título de ICMS "retido pelo contribuinte na condição

de substituto tributário" (Lei nº 9.715/98, art. 3º, parágrafo único). Porém, seu

cliente tem dúvida sobre o exato sentido dessa expressão. O que ela significa?

Questão 29

Seu cliente, ao consultá-lo, pergunta se o espólio responde por todos os

débitos tributários, mesmo os desconhecidos à data da abertura da sucessão.

Como advogado(a) qual seria sua orientação?

Questão 30

Seu constituinte recebeu citação para uma execução fiscal, que veio

acompanhada por cópia da Certidão de Dívida Ativa. Ao analisar esta certidão,

você verificou que não existe menção aos dispositivos legais em que se funda

o crédito executado, nem consta a data da sua inscrição. Existe fundamento

para pleitear a nulidade do título executivo? Qual?

Questão 31

Caio Marco Bartine Nascimento

177

A empresa Alpha Ltda. deixou de recolher o Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços – ICMS, vencido no decorrer do exercício de 1999. No

final daquele exercício, foi promulgada lei estadual reduzindo a multa por não

pagamento do imposto, que era de 40%, para 20%. Nesta semana, a empresa

contribuinte foi autuada pela fiscalização, em razão da referida pendência de

ICMS. O valor do auto de infração considerou o montante do imposto devido,

atualizado monetariamente e acrescido ainda da multa de 40% sobre o valor

total. Questiona-se sobre a possibilidade de pagamento do débito com a

redução da multa. Qual a sua orientação?

Questão 32

A sociedade "Cibus Ciborum Comércio de Alimentos Ltda." recebeu mandado

de citação para pagamento ou nomeação de bens à penhora em execução

fiscal, há menos de cinco dias. Como tem bom relacionamento com o banco

onde possui conta corrente, acredita ser vantajoso oferecer carta de fiança

bancária como garantia da execução. A sociedade executada indaga-lhe se é

possível o oferecimento de carta de fiança bancária e, em caso afirmativo, se

tem o direito de fazê-lo mesmo que tenha saldo livre em conta corrente para

prestar garantia em dinheiro. Qual sua resposta?

Questão 33

O contribuinte Pirro, morador em São Paulo, sofreu autuação em 15 de julho de

1995, de parte da Fazenda do Estado, pelo não pagamento do IPVA, por fato

gerador ocorrido em 1º de janeiro de 1989. Pela falta do pagamento do IPVA,

foi cobrado o valor originário de R$ 3.700,00 (três mil e setecentos reais) mais

a multa de 20% (vinte por cento) com lastro na Lei nº 4.589, de 12/08/93,

vigente à época da apuração da infração. Na data do fato gerador, vigia a Lei

nº 6.538, que fixava o valor originário do IPVA em R$ 1.750,00 (um mil,

setecentos e cinqüenta reais) e multa de 30% (trinta por cento) sobre o valor do

imposto não solvido. Perquirido por Pirro, qual seria seu parecer e sua

justificação?

Caio Marco Bartine Nascimento

178

Questão 34

A Indústria Estrela do Norte Ltda. possui dois estabelecimentos situados no

Município de São Paulo - SP: a matriz, em que se desenvolve a atividade

produtiva, e a filial, em que se desenvolve o comércio. Para acomodar

divergências entre os sócios, decidiu-se pela cisão da sociedade, com a

criação de uma nova pessoa jurídica, a Cruzeiro do Sul Indústria e Comércio

Ltda., cujo capital social seria integralizado com os ativos constantes do

estabelecimento filial. Antes da formalização da cisão, transferiu-se para a filial

todo o estoque de produtos, que estava no estabelecimento matriz, sem

recolhimento de ICMS. Após a cisão, a fiscalização estadual lavrou auto de

infração e imposição de multa contra a Estrela do Norte Ltda., exigindo o

recolhimento do imposto sobre a mencionada transferência do estoque. Os

sócios da Estrela do Norte Ltda. consultam-no para saber se é devido o

imposto e se a operação, da forma como foi organizada, caracteriza fraude

fiscal. Qual seu aconselhamento?

Questão 35

A empresa Alpha S.A., que se dedica à manufatura de artefatos de plástico,

deseja passar a atender o mercado externo. Na análise do ônus tributário da

nova vertente do negócio, os diretores da companhia indagam-no para saber

se estão sujeitos ao recolhimento do IPI sobre essas vendas. Qual seu

parecer?

Questão 36

Com base na reforma previdenciária efetuada pelo Governo Federal, e diante

do Decreto do Executivo, o Ministro da Previdência Social expediu Portaria,

elevando a base de cálculo das contribuições para o INSS, exigindo-a a partir

do mês de dezembro de 1998, data da sua publicação no Diário Oficial da

União. A empresa YYY Ltda., contribuinte da referida exação, consultou-o para

Caio Marco Bartine Nascimento

179

saber se a noticiada exigência era devida e qual a medida judicial cabível no

interesse da consulente. Qual seu aconselhamento à YYY Ltda.?

Questão 37

Caio, sócio da empresa RLBO Comércio de Parafusos Ltda., pretende

transferir seu imóvel para a sociedade, mediante a integralização de aumento

de capital social no mesmo valor. Preocupado com o custo tributário da

operação, Caio o questiona se deverá efetuar o recolhimento do Imposto de

Transmissão de Bens Imóveis. Deduza sua orientação.

Questão 38

A Construtora ABC Ltda. construiu um prédio em São Paulo-SP, tendo solvido

o imposto sobre serviços relativo ao faturamento desta obra perante o Fisco da

Capital. Todavia, o Município de São Bernardo do Campo-SP, onde se situa a

sede da empresa, está exigindo o imposto em razão do mesmo fato gerador. A

empresa deverá efetuar novo recolhimento de ISS? O recolhimento efetuado

para o Município de São Paulo é suficiente?

Questão 39

A empresa ABC Ltda., dedicada ao ramo de fabricação e comercialização de

calçados, vendeu um de seus estabelecimentos voltados ao comércio varejista

para a sociedade RLBO Ltda. A ABC Ltda. continuou exercendo a atividade de

fabricação de calçados, mantendo ainda outros estabelecimentos dirigidos ao

comércio. A empresa RLBO Ltda., por sua vez, foi recentemente surpreendida

com a citação para os termos de execução fiscal ajuizada pela Fazenda do

Estado de São Paulo exclusivamente contra ela, objetivando a cobrança de

débitos de ICMS, correspondentes ao estabelecimento por ela adquirido da

empresa ABC, relativos a período anterior à aquisição. Um dos diretores da

RLBO perquire se deve desde logo efetuar o pagamento, tendo em vista que é

Caio Marco Bartine Nascimento

180

responsável, por sucessão, pelos débitos gerados naquele estabelecimento, ou

se há defesa possível na execução. Oferecer e justificar seu aconselhamento.

Questão 40

Uma determinada empresa impetra mandado de segurança e obtém a

concessão de medida liminar em conformidade com o pedido formulado.

Durante o período de vigência da liminar, a referida empresa é fiscalizada por

autoridade competente, que constata não estarem sendo cumpridas as

obrigações acessórias atinentes à obrigação principal objeto da citada liminar.

Assim, decide a autoridade autuar a empresa por descumprimento das

obrigações acessórias. Comentar a situação.

Questão 41

No momento da elaboração da folha de pagamento do mês de janeiro de 2002,

a ser paga em fevereiro, seu cliente, empregador, tem dúvidas a respeito da

tabela a ser usada na retenção do Imposto de Renda dos empregados. Em

08.01.2002, foi publicada a Medida Provisória no 22, que corrigiu as faixas

salariais de retenção, resultando em redução do imposto devido. Ocorre que,

no entender de seu cliente, as normas relativas a impostos apenas se aplicam

no exercício fiscal seguinte ao de sua edição, com o agravante de que, em se

tratando de Medida Provisória, a aplicação se dá no exercício fiscal seguinte ao

de sua conversão em lei. A MP 22 ainda não foi convertida em lei. Deverá seu

constituinte usar a tabela instituída pela MP 22 ou a antiga? Opine e explique.

Questão 42

Determinada sociedade de economia mista, instituída pelo Município de Cotia

para a comercialização de alimentos, indaga-o a respeito da necessidade de

oferecer à tributação o lucro auferido em sua atividade, por entender que é

vedado à União Federal cobrar impostos sobre as rendas municipais. Formule

e motive seu parecer.

Caio Marco Bartine Nascimento

181

Questão 43

A aplicação de sanção tributária deve respeitar os princípios da legalidade,

irretroatividade, vedação do confisco, capacidade contributiva, tipicidade,

segurança jurídica e anterioridade? Deduza sua resposta, justificando-a sobre

todos os princípios enumerados.

Questão 44

A "substituição tributária " prevista no artigo 128 do Código Tributário Nacional

implica solidariedade entre substituto e substituído? Desenvolva sinteticamente

o tema.

Questão 45

A Creche Bom Jesus de Pirapora, entidade filantrópica, visando obter recursos

para sua manutenção, resolve vender à população local produtos por ela

manipulados. O Estado exige-lhe o recolhimento do ICMS em razão do

exercício de tal atividade, a ser calculado sobre o montante das operações.

Ofereça parecer sobre a questão, arrolando sua razões.

Questão 46

Determinado Município, que não possui Plano Diretor nem lei específica que

regulamente a utilização da propriedade urbana, institui Imposto Predial e

Territorial Urbano – IPTU progressivo no tempo, para imóveis não edificados,

localizados no seu perímetro urbano. É lícita a instituição desse tributo?

Responda e justifique.

Questão 47

Após auditoria interna, seu cliente, pessoa jurídica, descobriu que pagou

Imposto de Renda (IRPJ) a maior nos anos de 1999 e 2000. Para não se

sujeitar à demora da repetição de indébito, gostaria de compensar os créditos

apurados com débitos tributários vincendos, sob sua responsabilidade.

Contudo, como a tendência é que gere prejuízos neste ano e nos próximos,

Caio Marco Bartine Nascimento

182

não poderá compensar com IRPJ vincendo. É possível que esse crédito seja

compensado com tributos de outras espécies, tais como PIS e COFINS? Dê

seu parecer e motive.

Questão 48

Certo Município exige dos proprietários de imóveis urbanos localizados em seu

território o pagamento de Taxa de Limpeza e Conservação. Seu cliente, sujeito

passivo dessa taxa, deseja questioná-la judicialmente, pois entende ser ela

inconstitucional. Contudo, tem um problema prático, pois a taxa é lançada

conjuntamente com o IPTU, sendo ambos os tributos objeto da mesma

notificação e do mesmo boleto de pagamento. Nenhum agente arrecada-dor,

por sua vez, está autorizado a receber parcialmente os tributos lançados. Qual

o meio cabível para solver o IPTU, enquanto questiona judicialmente a Taxa de

Limpeza e Conservação? Explicite e fundamente.

Questão 49

Seu cliente é proprietário de imóvel urbano localizado no Município de São

Bernardo do Campo. Em 1999, construiu ali um galpão, mas apenas

comunicou a Prefeitura a respeito, em 2001, embora devesse fazê-lo de

imediato. Agora, recebeu notificação de lançamento do IPTU de 2000, por meio

da qual a Prefeitura Municipal, revendo o lançamento anteriormente efetuado,

exige a diferença correspondente à área construída do galpão. Pode a

Prefeitura tomar essa atitude? Responda justificando adequadamente.

Questão 50

Determinada Prefeitura concedeu, às empresas localizadas em certa área,

isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, pelo prazo de 5 (cinco)

anos, desde que contratassem menores aprendizes oferecidos pelo serviço

social municipal. Passados dois anos, a Prefeitura se arrependeu do benefício

e encaminhou à Câmara Municipal lei revogando a isenção. Se essa lei for

Caio Marco Bartine Nascimento

183

aprovada, revogando a isenção, poderá ser questionada? Motive seu

posicionamento.

Questão 51

Constatando que o número de furtos e roubos em estabelecimentos comerciais

aumentara muito, a Prefeitura de Nova Vista criou uma guarda municipal para

vigilância das ruas e praças da cidade. Para o custeio, instituiu a "taxa de

vigilância " a ser cobrada de todos os estabelecimentos comerciais, industriais

e prestadores de serviço, que se encontram nas ruas cobertas pela ronda

policial. É legítima essa cobrança? Justifique.

Questão 52

As relações jurídicas sancionadoras, instaladas pelo descumprimento de

obrigação tributária ou de relação jurídica de deveres instrumentais, poderá

integrar o conceito de obrigação tributária? São relações jurídico-tributárias ou

não? Justifique e fundamente sua resposta.

Questão 53

A Empresa de Metais Nordeste Ltda. realizou venda de mercadorias cuja saída

do estabelecimento comercial ocorreu em 01.12.00, ocasião em que vigia a Lei

n o 8.236, de 01.12.99, que previa a alíquota de 17% para o ICMS. Em

21.10.02, por ocasião de conferência dos procedimentos adotados, a Empresa

constatou a falta de recolhimento do ICMS relativo àquela operação. Na data

da conferência, todavia, vigorava a Lei n o 10.777, publicada em 20.12.01, que

fixava a alíquota do imposto em 16%. Desejoso de regularizar a situação, antes

que a fiscalização identificasse a irregularidade e lhe aplicasse penalidade

onerosa, o contribuinte consultou-o(a) para saber se poderia utilizar a alíquota

de ICMS de 16% para recolher o tributo, uma vez que esta legislação lhe era

mais benéfica. Qual sua posição? Responda e fundamente.

Questão 54

Caio Marco Bartine Nascimento

184

O Município de Várzea Nobre fez publicar a Lei n o 5.489, de 10.11.97,

concedendo isenção do IPTU para todos os proprietários de imóveis

localizados em seu território, maiores de 65 anos de idade. Antônio da Silva, de

66 anos, é co-proprietário de 1% de bem imóvel no referido Município,

juntamente com Maria, João e Carlos que detêm, respectiva-mente, 5%, 90% e

4% da referida propriedade. Em 1998, o Município de Várzea Nobre procedeu

ao lançamento tributário, cobrando 100% do valor do IPTU de Maria, uma vez

que era a única que residia naquele Município. Como Maria só detinha 5% de

participação na propriedade do imóvel, estranhou a cobrança e procurou-o (a)

para saber se estava obrigada ao pagamento integral do IPTU. Como

advogado (a), que orientação daria à sua cliente?

Questão 55

Roberto de Carvalho adquiriu, em 18.08.94, bem imóvel de Mario de Assis. A

escritura pública foi celebrada na mesma data, registrando-se que o imóvel

estava sendo alienado livre e desembaraçado de quaisquer ônus reais, e

acordado expressamente que os débitos tributários existentes até a data da

celebração da escritura seriam de responsabilidade do vendedor. Três anos

depois Roberto de Carvalho foi notificado sobre a existência de débito tributário

cujo fato gerador teria ocorrido em 01.01.1993, portanto, em data anterior à

celebração da escritura de compra e venda. Procurado por Roberto de

Carvalho, qual seu parecer?

Questão 56

A empresa Vida Feliz Ltda., contribuinte do ICMS, recolheu o imposto referente

ao período de janeiro de 2000, em junho do mesmo ano, independente de

iniciativa do FISCO, acrescido de juros pela taxa SELIC e multa moratória,

como exige a lei estadual. Pergunta-se: Está correto seu procedimento?

Questão 57

Caio Marco Bartine Nascimento

185

Sérgio faleceu em São Paulo, cidade onde era domiciliado, mas deixou a seus

herdeiros uma fazenda situada em Goiás. O inventário de Sérgio tramita

perante vara competente central de São Paulo. Qual Estado da federação será

competente para cobrar o imposto sobre transmissão causa mortis,

relativamente à fazenda? Desenvolva.

Questão 58

Júlio e Bernardo são co-proprietários de imóvel e, nessa qualidade,

solidariamente responsáveis pelo pagamento do Imposto Predial e Territorial

Urbano – IPTU. Neste ano, Júlio completa 65 anos de idade e, em razão de

disposição expressa na lei municipal, passa a gozar de isenção para todos os

imóveis de que for proprietário. Bernardo está também exonerado do

pagamento do imposto, relativamente ao imóvel comum? Justifique.

Questão 59

Manuel assinou contrato de compromisso de compra e venda de imóvel

pertencente à União, localizado no Município de Itavocaba da Serra.

Surpreendeu-se, entretanto, com a informação de que deveria recolher ao

referido município o ITBI "inter-vivos" e o IPTU relativos ao imóvel. Acredita ele

que, na qualidade de compromissário comprador de imóvel registrado em

nome da União, não se sujeita ao pagamento de impostos. Oriente Manuel a

respeito de sua situação.

Questão 60

Por força da regra do art. 138 do CTN, a denúncia espontânea elide a

exigência de multa de mora? Atraso no pagamento de tributo (mora) pode ser

considerado como infração tributária? Motive as respostas.

Questão 61

Certa empresa adquire imóvel industrial em hasta pública realizada em 2002.

Após referida aquisição, é notificada sobre a existência de débito tributário

Caio Marco Bartine Nascimento

186

relativo ao bem arrematado, cujo fato gerador ocorreu em data anterior à da

hasta pública. Desse modo, está sendo responsabilizada como sucessora.

Como advogado da arrematante, quais as possibilidades jurídicas a serem

consideradas?

Questão 62

Prefeitura interiorana isenta, por prazo indeterminado, o IPTU de alguns

imóveis em virtude da precária condição de moradia do local. Alguns meses

após a publicação da lei de isenção, ocorre a publicação de nova lei, instituindo

contribuição de melhoria em virtude de asfaltamento das ruas onde estão

localizados os ditos imóveis. O proprietário de imóvel beneficiado pela isenção

do IPTU pede a sua opinião sobre a instituição da contribuição de melhoria.

Qual a sua posição? Responda e fundamente.

Questão 63

Sócio de empresa comercial procura-o, indagando se os valores pagos a maior

a título de ICMS, destacados em suas notas fiscais e julgados inconstitucionais

pelo Supremo Tribunal Federal, podem ser objeto de compensação e,

eventualmente, o crédito ser lançado para compensação. Opine considerando

as possíveis conseqüências da conclusão adotada.

Questão 64

O Poder Legislativo paulista, por meio de lei ordinária, instituiu alíquota do

ICMS em 18%, facultando ao Executivo fixá-la em até dois pontos percentuais

a maior, por determinado prazo. Aprecie a matéria sob o prisma da Lei maior.

Questão 65

Edmundo é acionista minoritário de uma sociedade anônima, nunca tendo

exercido poder de controle, nem cargo de direção. Soube que a sociedade

encerrou as suas atividades, sem procedimento formal de liquidação e sem

quitar suas obrigações tributárias. Agora, Edmundo questiona-o se desse fato

Caio Marco Bartine Nascimento

187

poderá advir-lhe alguma responsabilidade pessoal pelos débitos fiscais. Qual

sua orientação? Justifique e fundamente a resposta.

Questão 66

Carlos é proprietário de vários imóveis que constam da relação de bens anexa

a sua declaração de imposto de renda, dentre os quais um de R$ 100.000,00

(cem mil reais). Agora, deseja vender esse imóvel por R$ 130.000,00 (cento e

trinta mil reais). Carlos deverá pagar algum tributo em razão dessa operação?

Em caso positivo, qual e por quê?

Questão 67

Lei do Município de Valetas instituiu, em 31.12.2003, imposto sobre serviços de

qualquer natureza, que passa a ser exigido, a partir de 1.º de janeiro de 2004,

dos prestadores de serviços de assessoria em informática. Fundação instituída

e mantida pelo Governo Estadual consulta-o sobre a possibilidade de afastar a

exigência sobre seus serviços prestados em janeiro e fevereiro, com base na

imunidade recíproca. Você concordaria com a existência de tal direito?

Justifique. Em caso negativo, poderia a exigência ser afastada por outro

fundamento?

Questão 68

O Município de Rio das Piranhas instituiu taxa de coleta de lixo, exigindo dos

proprietários de terrenos naquele Município, cobrada pelo valor de R$ 150,00

(cento e cinqüenta reais) ao ano, independentemente de os terrenos serem

edificados ou não. Os terrenos são servidos por caminhões de lixo,

regularmente. Proprietário de um terreno de pequenas proporções procura-o,

inconformado, alegando: (i) que não é justo que seu lote, de pequenas

proporções, pague tanto quanto os terrenos de grande valor venal, e (ii) que ele

sequer utiliza o serviço, já que o terreno foi adquirido recentemente e ainda não

se iniciou sua edificação. Comente os argumentos do proprietário.

Caio Marco Bartine Nascimento

188

Questão 69

Considere a seguinte tabela progressiva para o cálculo do imposto de renda

das pessoas físicas:

Base de cálculo R$ Alíquota

Até 1.058,00 0

De 1.058,00 até 2.115,00 15%

Acima de 2.115,00 27,5%

Um contribuinte procura-o, entristecido pelo fato de que por conta de um

aumento em seu salário, que passou de R$ 2.110,00 para R$ 2.160,00, sofreria

uma redução no valor líquido que seu empregador deposita em sua conta-

corrente. Você concorda com a preocupação externada pelo contribuinte? Por

que?

Questão 70

Empresa, atuando no comércio de tecidos, relata-lhe que vem sofrendo

dificuldades em suas vendas, tendo em vista que seus principais clientes são

indústrias de confecção, todas contribuintes do Imposto sobre Produtos

Industrializados. Segundo informam, seus clientes sistematicamente preferem

comprar tecidos diretamente dos fabricantes, não aceitando adquirir tais

produtos de comerciante, senão mediante um abatimento no preço total. Tendo

em vista a sistemática do imposto, explique a razão da dificuldade enfrentada

pelo contribuinte e proponha uma solução, de acordo com a sistemática do

imposto, para o problema que lhe foi exposto.

Questão 71

Você foi procurado por um amigo, que lhe relata sua revolta pela fúria

arrecadatória que vem se espalhando pelo mais longínquos rincões do País.

Ele lhe diz que sua paciência esgotou-se quando, recentemente, recebeu

notificação da Prefeitura do Município de Estrela Grande do Mato, que exigia o

pagamento do IPTU sobre seu sítio. Em sua conversa, você descobre que o

Caio Marco Bartine Nascimento

189

sítio destina-se exclusivamente a atividades agropastoris. Há duas ou três

famílias de colonos que estudam na escola municipal, localizada a menos de

500 metros da porteira da propriedade, que já conta com luz elétrica e asfalto

até a porta. Na opinião de seu amigo, já basta o Imposto sobre a Propriedade

Territorial Rural – ITR que ele vem recolhendo, não se justificando a pretensão

da prefeitura, a seu ver abusiva. Você concorda com seu amigo? Por que?

Questão 72

Retornando de uma viagem ao exterior, você recebe uma remessa de US$

100,00 dos Estados Unidos, efetuada pelo Dr. Den Tist, que, informado de sua

estada naquele país, consultara-o acerca do tratamento tributário a que ele

estaria sujeito caso resolvesse mudar para o Brasil. Conversando com seu

contador, este lhe informa que você deve recolher imposto de renda sobre

aquele rendimento, na modalidade de Recolhimento Mensal Obrigatório (carnê-

leão). Você está familiarizado com aquele tipo de recolhimento, em que você

informa o valor que recebe por serviços prestados a pessoas físicas no País,

mas fica surpreso por ter de ali incluir o valor que, afinal, decorre de um serviço

prestado fora dos limites territoriais brasileiros. Com base na Constituição

Federal e no CTN, justifique a posição de seu contador.

Questão 73

A Indústria Brasileira de Carimbos para Escritórios Ltda., localizada em São

Paulo, abriu concorrência entre diversos fornecedores nacionais para o

suprimento de material plástico utilizado como insumo em seus produtos. A

Indústria Brasileira de Carimbos para Escritórios Ltda. possui apenas clientes

em seu Estado. Na data de abertura das propostas, viu-se o departamento de

compras diante de quatro ofertas, efetuadas por fornecedores, apontando os

seguintes preços:

Fornecedor Estado de Origem Preço (R$)

Plásticos Paulista Ltda. São Paulo 100

Plásticos Bandeirantes São Paulo 96

Caio Marco Bartine Nascimento

190

Ltda.

Plásticos Carioca Ltda. Rio de Janeiro 96

Plásticos Potiguar Ltda. Rio Grande do Norte 90

Tendo em vista exclusivamente os aspectos tributários da questão, informe

qual a melhor oferta para a Indústria Brasileira de Carimbos para Escritórios

Ltda. e justifique.

Questão 74

O Lar dos Idosos da Irmã Teodora, entidade civil sem fins lucrativos, voltada ao

amparo aos idosos, mantém um conjunto residencial, ocupado por idosos que,

(i) mediante o pagamento de um valor único (lump sum), subsidiado, adquirem

o direito de uso do apartamento, em caráter vitalício, sem possibilidade de

transferência a terceiros; (ii) mediante o pagamento de alugueres mensais

simbólicos, ocupam suas unidades. Havendo unidades vagas, estas são

alugadas a terceiros, a valores de mercado, voltando-se a renda à manutenção

do conjunto residencial. Os administradores do lar formulam consulta,

indagando-lhe: (a) embora tenham ciência de que não haveria imposto de

renda sobre os ganhos obtidos na cessão de uso dos imóveis aos idosos, as

receitas obtidas no aluguel de unidades, no mercado, também estariam

protegidas daquele imposto? (b) incide o IPTU sobre as unidades cedidas a

título vitalício? Fundamente.

Questão 75

A Comercial Canta Galo S.A. é uma empresa que se dedica ao comércio

atacadista de artigos para decoração. Tendo em vista sua projeção de

resultados, a sociedade optou pela tributação, para fins do imposto de renda,

segundo a sistemática do lucro real. No mês de setembro de 2004, a Comercial

Canta Galo S.A decidiu efetuar uma agressiva política de vendas, efetuando

gastos substanciais com a propaganda de seus produtos. Segundo seus

cálculos, os gastos assim efetuados teriam seu impacto reduzido, tendo em

vista terem os pagamentos sido efetuados a pessoas jurídicas domiciliadas no

Caio Marco Bartine Nascimento

191

País, conferindo-lhe, daí, crédito relativo à Contribuição para o Financiamento

da Seguridade Social – COFINS. Nos termos da legislação em vigor, está

correto o raciocínio da Comercial Canta Galo S.A.? Por quê?

Questão 76

O Prefeito de determinado município, alertado de que a lei municipal não fixara

o prazo para o recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza,

decide, por Decreto, fixar o prazo para trinta dias após o fato gerador.

Passados alguns meses e ainda no mesmo exercício, o Prefeito decide alterar

aquele prazo, passando a dez dias do fato gerador. Comente, do ponto de vista

dos princípios da legalidade e anterioridade, a redução do prazo promovida

pelo Prefeito.

Questão 77

A empresa X auferiu receitas ao longo do exercício de 1999, tendo, conforme

determina a legislação tributária aplicável, declarado às autoridades fiscais os

valores devidos a título de PIS e de COFINS. Ocorre que, embora declarados,

os respectivos valores não foram recolhidos em favor da União Federal,

porquanto a referida empresa passava por sérias dificuldades financeiras. A

Procuradoria da Fazenda Nacional, no regular exercício de suas prerrogativas,

inscreveu os citados débitos de PIS e COFINS em Dívida Ativa da União

Federal em 01/01/2004. Em 05/07/2005 foi ajuizada execução fiscal para

cobrança da dívida, tendo a empresa sido citada em 06/07/05. Neste contexto,

indaga-se se foi respeitado o prazo prescricional para a cobrança (ajuizamento

da ação de execução fiscal) em tela. Justifique a sua resposta indicando a base

legal aplicável.

Questão 78

A empresa X, com sede em São Paulo, contratou os serviços da empresa Y,

cuja sede, nos termos de seu contrato social, está em Barueri. Considerando

que os serviços serão prestados para a empresa X em São Paulo e observado

Caio Marco Bartine Nascimento

192

o disposto na Portaria SF no 101/2005, do Município de São Paulo, segundo a

qual empresas de outros municípios que prestam serviços especificados no

Decreto Municipal no 46.598/05, em São Paulo, terão que se cadastrar na

Prefeitura deste município para não sofrerem a retenção, pelo tomador, de 5%

(cinco por cento) referente ao ISS, oriente a empresa X na hipótese de a

prestadora de serviços (empresa Y) não ter efetuado o cadastro exigido junto à

Prefeitura de São Paulo. Considere, na resposta, que o serviço prestado pela

empresa Y esteja previsto no Decreto Municipal no 46.598/05.

Questão 79

O Sr. Pierre, francês, mudou-se há três anos de Paris para São Paulo para

viver com a sua esposa brasileira. Todavia, o Sr. Pierre continua a receber uma

série de rendimentos pagos por fontes situadas na França e que somam cerca

de R$ 50.000,00 por mês. No Brasil, o Sr. Pierre recebe um salário de R$

20.000,00 da subsidiária da empresa francesa onde trabalha. Oriente o Sr.

Pierre a respeito da tributação dos referidos rendimentos no Brasil, observando

a existência de um tratado internacional contra a bitributação firmado entre o

Brasil e a França.

Questão 80

O Sr. Andrade, sócio majoritário de uma sociedade limitada, tributada pelo

lucro presumido, pretende investir no mercado de ações, aproveitando o bom

momento do mercado financeiro. Todavia, ele tem dúvidas a respeito da forma

fiscalmente menos onerosa de efetuar os seus investimentos, ou seja, se deve

investir como pessoa física ou capitalizar a sua empresa e, então, efetuar a

aplicação através da pessoa jurídica, uma vez que o artigo 10 da Lei 9.249/95,

garante a isenção tributária dos dividendos distribuídos às pessoas físicas.

Considerando que, como regra, os ganhos com ações são tributados na fonte a

15% pelo imposto de renda e projetando um resultado estimado de ganho no

valor de R$ 100.000,00, oriente o Sr. Andrade a investir como pessoa física ou

como pessoa jurídica, visando obter, obviamente, a menor tributação possível.

Caio Marco Bartine Nascimento

193

GABARITO DOS PROBLEMAS PRÁTICOS

Ponto 1

A exigência ofende as disposições do artigo 145, parágrafo 2o. da Constituição

Federal. A verdadeira natureza jurídica dessa exação é a de imposto. A medida

judicial cabível seria uma Ação Declaratória, nos termos do artigo 4o. do Código

de Processo Civil, requerendo a declaração de inexistência relação jurídica.

Também poderá ser impetrado Mandado de Segurança preventivo, nos termos

da Lei nº 1.533/51. Ambas ações deverão ser propostas perante o MM. Juiz de

uma das Varas Cíveis da Comarca de Arapiraca - levando-se em consideração

que lá não existem Varas Especializadas das Fazendas Públicas.

Ponto 2

O lançamento tributário ocorreu após o decurso do prazo para a constituição do

crédito tributário previsto no artigo 173, I do CTN. A medida judicial mais

adequada é a propositura de Ação Anulatória de Débito Fiscal também

denominada de Ação Anulatória de Lançamento Tributário, conforme artigo 38

da Lei 6.830/80, pelo fato de o lançamento ter sido efetuado de ofício. Se fosse

por homologação, então seria cabível ação declaratória. Poderá, ainda, ser

impetrado Mandado de Segurança, com base na Lei 1.533/51. A competência

para tais ações será do Juízo da Vara da Fazenda Pública, onde houver.

Ponto 3

Encontra-se extinto o direito da Fazenda Pública Federal pelo decurso do prazo

prescricional previsto no artigo 174 do CTN. A medida cabível é a de Embargos

à Execução nos termos do artigo 16 da Lei 6.830/80. Referidos embargos

deverão ser propostos perante o MM. Juiz de Direito de uma das Varas das

Execuções Fiscais Federais.

Ponto 4

Caio Marco Bartine Nascimento

194

Embargos à Execução3 (ou Embargos do Devedor), endereçado ao Exmo. Sr.

Dr. Juiz de Direito da MM. Vara de Execuções Fiscais em São Paulo. Deverá

ser demonstrada a inexigibilidade do crédito tributário em face da extinção da

obrigação tributária (art. 156, V, CTN), pela ocorrência da decadência, e

conseqüente perda do direito da Fazenda Pública Municipal, de constituir o

referido crédito. Além do mais, a constituição do crédito encontra-se em

desacordo com as disposições do artigo 150, III, a da CF cc art. 144 CTN

(princípio da irretroatividade da lei).

Ponto 5

Ação de Consignação em pagamento na qual deverá ser requerida a citação

dos dois municípios.

Ponto 6

Ação declaratória de inexistência de relação jurídica, com lastro no artigo 4º

(quarto) do Código de Processo Civil, perante uma das Varas da Fazenda

Pública em São Paulo. O(a) candidato(a) deverá fundamentar o direito do

contribuinte no parágrafo segundo do artigo 145 da Constituição Federal, ou

seja, a taxa não poderá ter base de cálculo própria de impostos. Poderá,

também, ser impetrado mandado de segurança preventivo (Lei 1.533/51),

contra ato do Senhor Diretor do Departamento de Rendas Imobiliárias da

Prefeitura de São Paulo, perante uma das Varas da Fazenda Pública de São

Paulo.

Ponto 7

O examinando deverá apresentar Embargos à Execução, sustentando a

autonomia patrimonial da pessoa jurídica (art. 20 do Código Civil) e que a

responsabilidade subsidiária dos sócios na sociedade por quotas é limitada ao

montante do capital ainda não integralizado (art. 9º do Decreto nº 3.708/19).

Além disso, deverá sustentar que a responsabilidade prevista no art. 135, III, do

3 OAB/SP gabaritou solução errada: sem Execução Fiscal não há como oferecer Embargos...!

Caio Marco Bartine Nascimento

195

Código Tributário Nacional restringe-se aos sócios gerentes e ainda depende

da demonstração de fraude e não do mero inadimplemento por impossibilidade

financeira.

Ponto 8

A circulação de mercadoria que enseja a cobrança do ICMS pressupõe a

transferência da titularidade do bem. De acordo com a Súmula nº 166 do

Superior Tribunal de Justiça, não incide ICMS no simples deslocamento de

mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte. Com

esse fundamento, o examinando deverá propor ação anulatória de débito fiscal

perante uma das varas da fazenda pública da comarca da capital. Deverá

ainda formular pedido de antecipação de tutela, para suspensão da

exigibilidade do crédito tributário e alternativamente comprometer-se a realizar

depósito judicial da importância questionada.

Ponto 9

Contra a sentença terminativa o candidato deve apresentar recurso de

apelação, visando a anulação da sentença (e não a sua reforma), com a

conseqüente remessa dos autos ao Juízo "a quo", para a respectiva análise do

mérito da questão.

Ponto 10

Propor Ação de Repetição de Indébito e alegar violação ao princípio

constitucional da tipicidade fechada da tributação (princípio da estrita

legalidade), visto que a venda dos veículos da empresa (ativo imobilizado), não

constitui fato gerador da obrigação tributária do ICMS, pois a venda de veículos

não constitui objeto social de empresa e o referido negócio jurídico não é

realizado com habitualidade, não se caracterizando, portanto, em operação

mercantil. A peça deverá satisfazer os requisitos jurídicos processuais, gerais e

particulares da espécie.

Caio Marco Bartine Nascimento

196

Ponto 11

Interposição de recurso de apelação, dirigido à 25ª Vara Federal de São Paulo,

com os requisitos dos arts. 513 e seguintes do Código de Processo Civil. No

mérito, deverá o recurso se voltar contra a parte que foi desfavorável à

empresa (i.e., a possibilidade de exigência de multa moratória), invocando o

art. 138 do Código Tributário Nacional e desenvolvendo sua interpretação, que

não autoriza a distinção entre multas simplesmente moratórias e punitivas,

ambas vedadas na hipótese de denúncia expontânea.

Ponto 12

O candidato(a) deverá opor Embargos do Devedor à Execução Fiscal, com

fulcro no artigo 16 da Lei 6.830/80, perante uma das Varas do Anexo das

Execuções Fiscais. Com relação ao mérito, deverá argumentar que referida

cobrança é totalmente ilegal, pois não ocorreram os elementos

caracterizadores do fato gerador. O furto, devidamente comprovado em

Inquérito, e no processo penal caracterizou a ocorrência de caso fortuito, pois

apesar da mercadoria ter saído do estabelecimento comercial não se deflagrou

a mudança da titularidade e nem mesmo a repercussão econômica. Além do

mais, a exigibilidade é totalmente indevida, uma vez que nos termos do artigo

135, inc. II, do CTN fica perfeitamente caracterizada a responsabilidade

pessoal do empregado, devendo, portanto, o canditado(a) alegar a

ilegitimidade de parte da empresa. A petição deverá atender aos requisitos

jurídico-processuais, quer gerais, quer particulares da espécie.

Ponto 13

O(A) candidato(a) deverá ingressar com Mandado de Segurança, nos termos

do artigo 7º da Lei nº 1533/51, com pedido de concessão de Medida Liminar,

sob argumento de que cobrança é inconstitucional o § 2º do artigo 145 da

Constituição Federal (Natureza Jurídica Específica do Tributo) que veda a

instituição de taxa com base de cálculo própria de Imposto (verificar,

igualmente, o § único do artigo 77 do CTN).

Caio Marco Bartine Nascimento

197

Poderá, ainda, ingressar com Ação Declaratória com base no artigo 4º do

Código de Processo Civil, perante uma das Varas da Fazenda Pública na

Cidade de São Paulo, desde que nesta medida judicial haja referência à

obtenção de medida liminar em ação cautelar inominada para que XYZ

Telefônica Ltda. se abstenha de realizar a cobrança da referida Taxa, uma vez

que os valores serão depositados judicialmente para os fins e os efeitos das

disposições previstas no inciso II do artigo 150 do CTN.

Ponto 14

O examinando deverá apresentar Embargos à Execução, sustentando o vício

formal da cobrança, posto que não foi observado o procedimento previsto no

art. 82 do Código Tributário Nacional. Deverá argumentar ainda que o art. 145,

III combinado com o art. 81 do Código Tributário Nacional impedem a cobrança

de contribuição de melhoria em razão de obra pública em montante superior ao

da valorização do imóvel.

Ponto 15

O examinando deverá apresentar Recurso de Apelação, sustentando que o

intérprete e aplicador da lei tributária não pode se afastar das definições dos

institutos jurídicos dos outros ramos do direito, que são utilizados para

delimitação da obrigação tributária, conforme rezam os arts. 109 e 110 do

Código Tributário Nacional. Nesse sentido, não incide a COFINS sobre a venda

de imóveis, uma vez que o art. 191 do Código Comercial define como

mercadoria apenas os bens móveis e semoventes.

Ponto 16

Ação Anulatória de débito fiscal e/ou de lançamento tributário, com fulcro no

artigo 38 da Lei 6.830/80, perante uma das Varas da Fazenda Pública em São

Paulo ou perante uma das varas cíveis da comarca do interior, objetivando a

anulação do lançamento realizado, uma vez que a alíquota a ser aplicada deve

ser aquela vigente à época do fato gerador, nos termos do artigo 144 do CTN.

Caio Marco Bartine Nascimento

198

Com relação a multa, nos termos do artigo 106 e incisos do CTN, deverá ser

aplicada a mais benéfica ao contribuinte.

Poderá o candidato, ainda, impetrar mandado de segurança perante uma das

Varas da Fazenda Pública Estadual ou uma das Varas Cíveis da comarca do

interior, com fulcro na lei 1.533/51, contra ato do Ilmo. Sr. Dr. Delegado

Regional Tributário, utilizando em relação ao mérito, os mesmos fundamentos

do parágrafo anterior.

Ponto 17

Embargos do devedor à Execução Fiscal, nos termos do artigo 16 da Lei

6.830/80, opostos perante uma das Varas das Execuções Fiscais Federais. O

candidato deverá sustentar que se encontra extinto o direito da Fazenda

Pública Federal pelo decurso do prazo prescricional previsto no artigo 174 do

CTN.

Ponto 18

Mandado de segurança, com pedido de liminar, contra ato do Delegado da

Polícia Federal em Santos, na qualidade de autoridade responsável pela

exigência indevida, perante uma das Varas da Justiça Federal da Subseção

Judiciária de Santos.

Admite-se também a propositura de ação ordinária, com o pedido de

declaração da inexistência de relação jurídico-tributária que obrigue a empresa

a pagar o tributo. Nesta hipótese, a ação deverá ser dirigida contra a União

Federal, de acordo com os critérios de competência do art. 109, §2º, da

Constituição Federal (seção judiciária do Distrito Federal, subseção judiciária

de Santos ou subseção judiciária de Fortaleza).

No mérito, o candidato deverá sustentar que a base de cálculo da taxa é

idêntica à do Imposto de Importação (II), conforme definido pelo art. 20, II, do

Código Tributário Nacional, incidindo portanto a vedação do art. 145, §2º, da

Constituição Federal. Poderá, ainda, apontar a falta de correlação lógica entre

a atividade de polícia e o valor da taxa, o que pode comprometer o requisito de

Caio Marco Bartine Nascimento

199

referibilidade do tributo. Não poderá, contudo, discutir a legalidade do

procedimento de polícia, já que amparado pelos arts. 22 e segs. da Lei nº

6.815/80 ( Estatuto do Estrangeiro) e pela definição do art. 78, parágrafo único,

do Código Tributário Nacional.

O candidato deverá ainda requerer a concessão de liminar, invocando o

periculum in mora consistente no perecimento dos alimentos transportados. Se

optar por ação ordinária, o pedido será de antecipação de tutela, conforme os

requisitos do art. 273 do Código de Processo Civil.

Ponto 19

O examinando deverá confeccionar ação anulatória de débito fiscal endereçada

a uma das varas da fazenda pública da comarca da capital, sustentando a

ilegitimidade do lançamento em questão, tendo em vista que o art. 146, III, a,

da Constituição Federal prevê que a cobrança dos impostos discriminados na

constituição está sujeita à prévia definição dos respectivos fatos geradores,

bases de cálculo e contribuintes, em sede de lei complementar. Deverá

focalizar o entendimento doutrinário e jurisprudencial no sentido de que a

competência tributária dos Municípios é condicionada pela taxativa lista de

serviços da lei complementar federal, não sendo lícita a cobrança do imposto

sobre serviços não constantes da lista, ainda que previsto em lei municipal e

ainda que, do ponto de vista econômico, a atividade possa ser caracterizada

como serviço de qualquer natureza, Deverá ainda ser formulado pedido de

antecipação de tutela para suspender a exigibilidade do crédito ou,

subsidiariamente, deverá ser requerida a realização do depósito judicial com a

mesma finalidade, tudo para viabilizar o acesso à certidões de regularidade

fiscal, nos termos do art. 206 do Código Tributário Nacional.

Ponto 20

O examinando deverá interpor Agravo de Instrumento endereçado ao 1º

Tribunal de Alçada Civil de São Paulo, com pedido de efeito suspensivo ativo,

sustentando a ilegitimidade da cobrança do ITBI pelo regime de alíquotas

Caio Marco Bartine Nascimento

200

progressivas, tendo em vista que não há permissão constitucional expressa

para a instituição dessa fórmula de cobrança do ITBI. À medida que não há

previsão expressa do ITBI progressivo, a exação do Município de São Paulo

fere o art. 150, II, da Constituição Federal, pois trata desigualmente

contribuintes que se encontram em situação semelhante. Por outro lado, não

há que se cogitar na aplicação do art. 145, §1º da Constituição Federal,

porquanto não há correlação necessária entre a capacidade contributiva e o

valor do imóvel. A gradação do imposto de acordo com a capacidade

contributiva somente seria lícita nos chamados impostos pessoais.

Preferencialmente deverá o examinando indicar jurisprudência a respeito, em

especial a Súmula nº 45 do 1º TAC. Deverá ainda observar os requisitos

formais de interposição do agravo de instrumento.

Ponto 21

O caminho mais recomendável é a apresentação de defesa administrativa, com

base no art. 89, § 1º, da Lei Estadual nº 6.374/89, dirigida ao Delegado

Regional Tributário do ABCD (ou outra autoridade equivalente, desde que o

candidato demonstre saber a quem deve a defesa ser dirigida). Pode-se, ainda,

propor ação declaratória negativa de débito fiscal, pelo rito ordinário, dirigida ao

Serviço do Anexo Fiscal da Comarca de São Bernardo do Campo.

No mérito, o candidato deverá sustentar que, se não houve circulação das

mercadorias, não ocorreu o fato gerador do tributo (art. 2º, I, da Lei

Complementar nº 87/96). Desta forma, tampouco se faz devido o pagamento

de multa, já que não foi descumprida a obrigação acessória de emitir nota

fiscal.

Ponto 22

O(A) candidato(a) deverá ingressar, perante uma das Varas Cíveis da Justiça

Federal, com Ação Anulatória fundamentada no artigo 38 da lei 6.830/80,

visando a anulação do débito tributário ou do lançamento tributário,

relativamente à cobrança de juros moratório e da multa de mora no percentual

Caio Marco Bartine Nascimento

201

de 20 %. Deverá contestar o prazo (15.12.1999) fixado para pagamento, visto

que, na pendência de consulta, nos termos do § 1º do artigo 160 do CTN, é

indevida a cobrança de juros e da multa moratória, assim como o prazo fixado

para pagamento é de 30 (trinta) dias contados da data em que o sujeito passivo

foi notificado do lançamento, portanto, até 22.12.99 o contribuinte poderia levar

a efeito o recolhimento do valor do tributo devido, apenas corrigido

monetariamente.

Caberá, também, a impetração de Mandado de Segurança com base na Lei

1.522/51, sob os mesmos fundamentos jurídicos acima apontados.

Ponto 23

O(A) candidato(a) deverá ingressar, perante o Juízo do Anexo das Execuções

Fiscais Estaduais competente, com Embargos à Execução ou Embargos do

Devedor, nos termos do artigo 16 da Lei 6.830/80, contestando a exigência,

sob o fundamento de que a Fazenda Pública perdeu o direito de Ação, vez que

se deu a extinção da obrigação tributária pela ocorrência da prescrição (inciso

V, do artigo 150 do CTN), já que a inscrição na Dívida Ativa concretizou-se

após o decurso do prazo de 05 anos contados da data da regular notificação,

ao sujeito passivo, do lançamento tributário (artigo 174 CTN).

Ponto 24

Deverá ser impetrado mandado de segurança, com pedido de medida liminar,

visando ao imediato desembaraço da mercadoria importada sem a

necessidade de pagar o imposto de importação. O mandado de segurança

deverá ser dirigido a alguma das Varas Federais da Subseção Judiciária de

Santos e apontar como autoridade coatora o Inspetor da Alfândega do Porto de

Santos.

No mérito, o candidato deverá sustentar que o papel destinado à impressão de

jornais beneficia-se da imunidade do art. 150, VI, d, da Constituição Federal,

não podendo ser cobrado imposto sobre a sua importação.

Caio Marco Bartine Nascimento

202

Ponto 25

O candidato(a) deverá apresentar Embargos do Devedor à Execução Fiscal,

com fulcro no artigo 16 da Lei 6.830/80, perante uma das Varas do Anexo das

Execuções Fiscais, alegando que na qualidade de sócio e por não ter sido a

empresa extinta irregularmente (art. 134, VII, CTN), nem ter sido praticado

qualquer ato contra os estatutos e o contrato social (art. 135, III, CTN), ser

totalmente irregular a qualidade do mesmo e dos demais sócios como sujeitos

passivos da execução. Além disto, se não for acatada a exclusão do polo

passivo da execução, que seja decretada a prescrição, com base no art. 174

do CTN, contra os sócios que não foram citados anteriormente como pessoas

físicas.

Ponto 26

O examinando deverá interpor recurso de apelação dirigido à própria vara local,

sustentando que a utilização do IPTU, como instrumento de estímulo ao

desenvolvimento social, só teria o necessário respaldo constitucional, se

baseada no desatendimento da função social da propriedade imóvel

previamente definida em lei federal. Além disso a diferenciação deveria ser

progressiva no tempo e não imediata. Como não existe lei federal definindo as

funções sociais da propriedade dos diversos bens imóveis, bem como a

progressividade in casu foi instituída independentemente do fator tempo,

passando a viger no exercício imediatamente seguinte à lei instituidora, a

exação em questão ofende o art. 156, I, parágrafo 1º e o art. 182, § 4º, II, da

Constituição Federal.

Ponto 27

A revogação da isenção legal por Decreto viola o art. 178 do Código Tributário

Nacional CTN. Além disso é sustentável a aplicação do art. 150, I, da

Constituição Federal, combinado com art. 104, II, do CTN, que positivam o

princípio da anterioridade, tendo em vista que a revogação da isenção significa,

do ponto de vista econômico, majoração da carga tributária, razão pela qual,

Caio Marco Bartine Nascimento

203

ainda que o Decreto tivesse força para revogar a lei, somente poderia gerar

efeitos a partir do exercício de 2002. O examinando deverá então impetrar

Mandado de Segurança, endereçado a uma das Varas Cíveis da Justiça

Estadual, com pedido de medida liminar, para que, a empresa não fique sujeita

à imposição de multas e cobrança executiva, em razão do não recolhimento já

a partir do próximo mês. Alternativamente poderá o candidato ingressar com

uma ação declaratória de inexistência de relação jurídica objetivando através

de sentença, a declaração da ilegalidade do ato praticado, pleiteando ainda, a

tutela antecipatória para suspender a exigência da exação tributária em

discussão.

Ponto 28

O examinando deverá impetrar Mandado de Segurança, com pedido de medida

liminar, contra o ato do Delegado da Receita Federal em São Paulo. A ação

deverá ser endereçada a uma das varas da Justiça Federal de São Paulo - SP.

O examinando deverá sustentar que a conduta fazendária representa

empecilho ao livre exercício profissional, à liberdade de associação e à

liberdade de iniciativa, o que viola o art. 5º, incisos XIII e XVIII, além do art. 170

da Constituição Federal, além de não encontrar respaldo legal, o que viola o

art. 5º, II, da Carta. O ato coator representa ainda instrumento oblíquo de

satisfação do crédito tributário, assumindo caráter de cobrança coativa, sem

observância ao devido processo legal e à ampla defesa. O CódigoTributário

Nacional e a Lei nº 6.830/80 (Lei das Execuções Fiscais) conferem ao fisco

arsenal jurídico suficiente para apuração e cobrança de seus créditos, não lhe

sendo possível impor outros gravames ao contribuinte, com a finalidade de

suprir eventual ineficiência daqueles instrumentos legais.

Ponto 29

Antes da cisão todos os estabelecimentos pertenciam ao mesmo titular

(XPTO). Neste caso não há incidência do imposto na transferência dos tubos,

porque, embora tenha havido a circulação física dos bens, não houve

Caio Marco Bartine Nascimento

204

circulação jurídica (transferência de propriedade) e, portanto, não ocorreu o

fato gerador do ICMS. Além disso, a medida adotada não tem cunho

fraudulento, tratando-se de planejamento fiscal legítimo, visando afastar o

impacto tributário antes da ocorrência do fato gerador. Com base nesses

argumentos, o examinando deverá propor ação anulatória de débito fiscal, com

pedido de antecipação de tutela, a qual deverá ser endereçada a uma das

Varas da Fazenda Pública da Comarca da Capital.

Alternativamente, poderá ser impetrado mandado de segurança com pedido de

liminar.

Ponto 30

O examinando deverá interpor recurso de apelação, sustentando que a matéria

está regulada no art. 166 do Código Tributário Nacional, segundo o qual a

prova da assunção do encargo econômico da exação somente é de rigor na

repetição de tributos indiretos, ou seja, tributos que, pela sua própria natureza,

comportem a transferência do encargo econômico ao consumidor, o que não é

o caso da contribuição previdenciária.

Ponto 31

Interposição de embargos à execução, com base nos arts. 16 e segs. da Lei nº

6.830/80. No mérito, deverá o candidato sustentar que a COFINS é tributo

sujeito ao lançamento por homologação (art. 150 do Código Tributário

Nacional) e que o lançamento de ofício apenas ocorreria se a autoridade

administrativa verificasse a inexatidão da declaração do contribuinte, com

valores a serem complementados. Por isso, não ocorreu a hipótese do art. 44,

I, da Lei nº 9.430/96, que trata da multa imposta.

Ponto 32

Oposição de embargos à execução, com base nos arts. 16 e segs. da Lei nº

6.830/80. No mérito, o candidato deverá sustentar que a venda de bens do

ativo fixo não constitui receita tributável, porque não implicou variação

Caio Marco Bartine Nascimento

205

patrimonial para a sociedade (lucro), conforme compreendido no conceito de

renda do art. 153, III, da Constituição Federal e do art. 43 do Código Tributário

Nacional. A ação deverá ser proposta perante o anexo fiscal da Comarca de

São José do Rio Pardo (juízo estadual), por onde deve tramitar a execução.

Ponto 33

Mandado de segurança contra ato do Diretor do Departamento de Rendas

Mobiliárias, endereçado a uma das Varas da Fazenda Pública da comarca de

São Paulo, com pedido de liminar, visando à dispensa do recolhimento do ITBI

na hipótese. Opcionalmente, poderá o candidato propor ação declaratória com

tutela antecipada, formulando pedido similar.

No mérito, deverá a ação basear-se no disposto no art. 156, § 2º, I, da

Constituição Federal, que estabelece a não-incidência do ITBI na hipótese, já

que a sociedade não tem por objeto a compra e venda ou locação de bens

imóveis, nem o arrendamento mercantil.

Ponto 34

O candidato deverá impetrar mandado de segurança, com pedido de liminar,

contra ato do Diretor do Departamento de Rendas Imobiliárias da Secretaria

das Finanças do Município de São Paulo, visando a dispensa do pagamento do

ITBI. A ação poderá ser dirigida contra outra autoridade, desde que o candidato

demonstre saber ser a coatora, aquela que tem a competência legal de exigir o

tributo (o que não é o caso de nenhum servidor do Cartório de Registro de

Imóveis).

No mérito, o candidato deverá sustentar que o registro do compromisso de

compra e venda não opera, por si só, a transferência de direito real, de modo a

afastar a hipótese de incidência do ITBI. A transferência da propriedade apenas

se daria no momento do registro da escritura definitiva. Para tanto, deverá

invocar os dispositivos concernentes à hipótese de incidência (art. 156, II, da

Constituição Federal e art. 35 do Código Tributário Nacional), bem como o art.

Caio Marco Bartine Nascimento

206

110 do Código Tributário Nacional, que proíbe à lei tributária alterar conceitos

de direito privado. O pedido de liminar deve ser justificado.

Alternativamente, o candidato poderá interpor ação declaratória contra o

Município de São Paulo para o reconhecimento da não-incidência do ITBI,

pelos mesmos fundamentos. Nesse caso, deverá requerer tutela antecipada,

devidamente justificada, que permita o registro do compromisso independente

do pagamento do tributo questionado.

Ponto 35

O candidato deverá formular recurso de apelação, endereçado à 25ª Vara

Federal de São Paulo, com fundamento nos arts. 513 e seguintes do Código de

Processo Civil. O recurso não está sujeito ao pagamento de custas.

No mérito, o candidato deverá sustentar o direito à recomposição integral dos

valores recolhidos a maior (art. 165 do CTN) e impugnar o índice de

atualização monetária acolhido pela sentença recorrida (TR), sob alguns

possíveis argumentos: (a) a utilização da TR como indexador foi declarada

inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (ADIN 493-0); (b) existe critério

legal expresso de atualização e cômputo dos juros (SELIC – Lei nº 9.250/95,

art. 39, § 4º); (c) desacordo com a jurisprudência dominante a respeito do

tema.

Ponto 36

Oposição de embargos do executado João àquela execução fiscal, (art. 16 da

lei nº 6.830/80) dirigidos ao Juízo competente, do Anexo Fiscal da comarca de

Itu. No mérito, deverá o candidato pedir a exclusão de João do pólo passivo da

relação jurídico processual sob o fundamento de não ser sócio gerente (art.

135, III, do Código Tributário Nacional) e por não responder por obrigações da

empresa decorrentes de atos que não praticou ou de omissões a ele

imputáveis, nem se configurando qualquer causa de responsabilidade

tributária.

Caio Marco Bartine Nascimento

207

Ponto 37

João deverá propor ação ordinária contra o Município de Serra Negra, visando

à anulação do ato de lançamento fiscal, perante algum dos Juízos de Direito

daquela Comarca. No mérito, deverá sustentar que a cobrança do IPTU não

atende os requisitos do art. 32, § 1º, do Código Tributário Nacional, pois é

necessária a presença dos melhoramentos urbanos ali descritos. Poderá o

candidato requerer a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, mediante

o depósito do valor correspondente, (art. 38 da Lei nº 6.830/80, cc artigo 151

inciso II do CTN). Não é recomendada a impetração de mandado de

segurança, tendo em vista que a comprovação dos fatos alegados dependerá

de vistoria pericial, o que não é compatível com esse remédio judicial.

Ponto 38

Impetração de MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR,

contra ato manifestamente ilegal e coator do Sr. Delegado da Receita Federal

em São Paulo / SP, com fundamento nos artigos 5º, inciso LXIX, da

Constituição Federal e disposições constantes da Lei nº 1.533/51, perante a

Justiça Federal da Secção Judiciária de São Paulo / SP.

FUNDAMENTOS DE DIREITO e PEDIDO: artigo 151, II CTN, artigo 5º, inciso

XXXIV, alínea "b" da CF/88 e artigo 206 do CTN.

ALEGAÇÕES INDISPENSÁVEIS: pedido de liminar, prova pré-constituída

"fumus boni iuris" e "periculum in mora", alegação da existência de depósitos

judiciais art. 151, II do CTN. (suspensão de exigibilidade); necessidade de

certidão positiva com efeitos de negativa para licitação; alegações que

configurem o bloqueio das atividades comerciais, perecimento de direito

(licitação).

Ponto 39

Impetração de Mandado de Segurança perante o Juízo Federal, em Vara da

Subseção Judiciária de Santo André, tendo como autoridade coatora o

Delegado da Receita Federal da mesma localidade. No mérito, o candidato

Caio Marco Bartine Nascimento

208

deverá sustentar que a responsabilidade do sucessor limita-se ao montante de

seu quinhão hereditário, o que, no caso de Jonas, corresponde a R$ 10.000,00

(dez mil reais), nos termos do art. 131, II, do Código Tributário Nacional. Por

isso, a cobrança integral do débito contraria a lei. O pedido deverá incluir a

determinação à autoridade coatora para que se abstenha de praticar atos

tendentes à cobrança, aí entendida a própria inscrição na dívida ativa, e ainda,

de impor ao impetrante sanções decorrentes do não pagamento, requerendo

liminar fundamentada. Admissível, alternativamente, a propositura de ação

anulatória de débito tributário, com pedido de antecipação de tutela,

fundamentando-o.

Ponto 40

Oposição de embargos à execução fiscal, dirigidos ao Juízo de Direito das

Execuções Fiscais Estaduais de São Paulo, com observância dos requisitos do

art. 282 do Código de Processo Civil e na forma do artigo 16 da lei nº 6.830/80.

No mérito, deverá o candidato sustentar que não responde pelo tributo, nos

termos do Código Tributário Nacional. A responsabilidade prevista no art. 133

desse Estatuto limita-se aos casos de alienação de fundo de comércio ou

estabelecimento comercial. No caso concreto, além de não ter havido cessão

do estabelecimento (não havia relação entre o titular atual e o anterior), os

estabelecimentos mantidos por ambas as sociedades são nitidamente distintos,

explorando, a Manolo e Irmãos Ltda., outro ramo de atividade.

Ponto 41

O(a) candidato(a) deverá impetrar mandado de segurança com pedido liminar,

objetivando a consumação da doação do referido imóvel ao filho, calculando o

ITCMD com alíquota de 1%, uma vez que, por ser tributo incidente sobre valor

patrimonial do bem e não sobre a pessoa, a Constituição Federal, neste caso,

não prevê qualquer espécie de progressividade, realizando-se o princípio da

capacidade contributiva proporcionalmente ao valor do imóvel. Este é o

entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar inconstitucional a

Caio Marco Bartine Nascimento

209

progressividade das alíquotas do IPTU antes da Emenda Constitucional nº

29/00, e também a progressividade do ITBI, ambos de competência municipal.

A segurança deverá ser impetrada perante Vara da Fazenda Pública em São

Paulo, sendo autoridade coatora o Delegado Regional Tributário em São Paulo.

Poderá, alternativamente, ingressar com ação declaratória de inexistência de

relação jurídica, com fulcro no artigo 4º do C.P.C, com pedido de tutela

antecipada, nos termos do seu art. 273, objetivando a realização da doação

com o pagamento da exação pela alíquota de 1% (um por cento).

Ponto 42

O(A) candidato(a) deverá ingressar com embargos à execução fiscal, com

fulcro no artigo 14 da Lei 6.830/80, argumentando que a cliente é imune àquele

tributo, nos termos da alínea "c", inciso VI, do artigo 150 da Constituição

Federal de 1988. Deverá ainda, argüir decadência relativamente ao débito

vencido em período anterior a 1997, cujo termo final do quinqüênio decadencial

ocorreu em 2001, conforme art. 173, I do Código Tributário Nacional.

Ponto 43

Propositura de ação anulatória de débito fiscal, nos termos do art. 38 da Lei nº

6.830/80, contra a Fazenda do Estado de São Paulo, perante alguma das varas

da Fazenda Pública da Capital. No mérito, deverá o candidato sustentar que a

operação em questão efetivamente corresponde a prestação de serviços,

descrita no item 76 da lista de serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406/68 e que,

por isso, exclui-se a incidência do imposto de competência estadual, o que não

é desnaturado pelo fato de os materiais serem fornecidos pelo próprio

prestador de serviços. Deverá, também, argüir decadência, uma vez que

decorrido o qüinqüênio legal a contar do primeiro dia do exercício seguinte

àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, conforme art. 173, I, do

Código Tributário Nacional.

Ponto 44

Caio Marco Bartine Nascimento

210

Impetrar mandado de segurança preventivo em relação ao Delegado da

Administração Tributária em São Paulo perante o Juízo Federal da Secção

Judiciária de São Paulo, pleiteando liminar e concessão da segurança visando

afastar a incidência do IPI na operação em destaque ou ação de procedimento

comum ordinário, com pedido de tutela antecipada com o mesmo fito, alegando

quebra do princípio da isonomia, contemplado no artigo 5º CF/88, bem como

invocar o artigo 110 do CTN, quanto à inobservância do conceito de "portador

de deficiência" veiculado pelo direito privado.

Ponto 45

Para defesa do contribuinte, o candidato deverá propor Ação Anulatória de

Lançamento Fiscal acompanhada de depósito do valor do débito conforme

artigo 38 da lei nº 6.830/80 ou, alternativamente, com pedido de tutela

antecipada nos termos do artigo 273 do CPC c.c. art. 151, inciso V, do CTN.

Como fundamentos jurídicos deverá alegar: a) inconstitucionalidade da

progressividade instituída pela destinação do imóvel; b) decadência em relação

ao exercício de 1997, e; c) inalterabilidade do lançamento tributário

relativamente aos exercícios de 1997 a 2002, nos termos do art. 149 do CTN.

Ponto 46

Impetração de mandado de segurança preventivo para impedir a autoridade

fiscal (Secretário Municipal das Finanças, ou outra autoridade competente na

estrutura do órgão) que lance o imposto com base em percentual das receitas

auferidas, pois Alcebíades tem o direito de recolhê-lo na forma do art. 9º, § 1º,

do Decreto-lei nº 406/68, não revogado pela Lei Complementar nº 116/03. Em

conseqüência, o candidato deverá impugnar o dever de manutenção de

escrituração fiscal, que também deverá ser combatido por falta de

razoabilidade, pois não estabelecido no interesse da arrecadação dos tributos

(CTN, art. 113, § 2º). A ação deverá ser impetrada perante alguma das varas

da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo e deverá ser requerida liminar

para impedir desde logo: a) a cobrança do tributo na forma pretendida pela

Caio Marco Bartine Nascimento

211

Municipalidade; b) a tomada de medidas sancionatórias pelo descumprimento

das obrigações acessórias.

Ponto 47

O candidato deverá mover ação de consignação em pagamento, com

fundamento no art. 164, III, do Código Tributário Nacional. Os requisitos da

ação deverão observar o disposto nos arts. 890 e seguintes do Código de

Processo Civil, em especial o art. 898, compreendendo o pedido a citação de

ambos os Municípios para comparecer aos autos e exercitar a pretensão ao

recebimento do valor consignado. O candidato deverá expor os motivos da

dúvida, argumentado com as regras do art. 3º da Lei Complementar nº 116/03

a respeito do local do pagamento do ISS. Como há dúvida quanto ao local do

pagamento, a ação pode ser proposta tanto em São Paulo (Vara da Fazenda

Pública) quanto em Taboão da Serra.

Ponto 48

Propositura de embargos à execução, dirigidos ao juízo da Vara de Execuções

Fiscais de São Paulo, contra a Fazenda do Estado de São Paulo. No mérito,

deverá o candidato sustentar que a responsabilidade dos administradores de

pessoas jurídicas de direito privado depende da prática de atos contrários à lei

ou ao estatuto (CTN, art. 135, III) e, portanto, não é automática. No caso,

Alfredo não poderá responder porque o crédito tributário foi gerado antes de

seu ingresso como diretor da sociedade.

Ponto 49

Propositura de ação anulatória de lançamento fiscal, visando à anulação da

NFLD em questão, com requerimento de antecipação de tutela ou de

realização de depósito da quantia discutida para evitar a sua inscrição na

dívida ativa. No mérito, o candidato deverá sustentar que a lei instituidora de

semelhante contribuição previdenciária é inconstitucional, pois o art. 195, I da

Constituição Federal apenas autoriza a instituição de contribuições sobre

Caio Marco Bartine Nascimento

212

valores creditados a pessoas físicas; a instituição de contribuição sobre a

remuneração de serviços prestados por pessoas jurídicas dependeria de lei

complementar (CF, arts. 195, § 4º , e 154, I). A ação deverá seguir o

procedimento ordinário e indicar, no pólo passivo, a própria autarquia federal

(INSS). Opcionalmente, poderá o candidato optar por mandado de segurança,

caso em que o pólo passivo deverá indicar a autoridade competente (Gerente

Regional de Arrecadação e Fiscalização ou quem lhe faça as vezes). A

competência em ambos os casos, é da Justiça Federal, subseção judiciária de

Santo André.

Ponto 50

O advogado deverá propor Ação Declaratória de Inexistência de relação

jurídica-tributária, em face da União Federal, ou Mandado de Segurança

preventivo com pedido liminar, sustentando afronta a Constituição Federal: art.

150, VI, ―c‖ (imunidade do patrimônio adquiridos por Partidos Políticos). Deve,

ainda, sustentar que, sob o manto do IGF, a União está exigindo Imposto sobre

a Propriedade Territorial Urbana (IPTU), de competência municipal.

Ponto 51

Resposta: a) Meio processual: (a.1) mandado de segurança, em caráter

preventivo, com pedido de liminar, proposto perante a Justiça Federal da

Seção Judiciária de São Paulo, em face do Delegado da Administração

Tributária da Secretaria da Receita Federal em São Paulo; ou (a.2) ação

declaratória de inexistência de relação jurídica, com pedido de tutela

antecipada, perante o mesmo Juízo e em face da União Federal ou, finalmente,

(a.3) ação cautelar, com pedido de liminar, perante o mesmo Juízo e mesma

Ré. b) Mérito: O advogado deverá considerar os seguintes aspectos: (b.1) a lei

contraria o conceito de renda, ao impor a exigência do imposto de renda com

base no lucro presumido mesmo diante da comprovação de que o lucro real da

XPTO S/A foi muito inferior ao lucro presumido, contrariando-se, assim, a

definição do fato gerador do imposto de renda, no art. 43 do CTN; (b.2) no que

Caio Marco Bartine Nascimento

213

tange à contribuição social, argumentação semelhante, mas desta feita citando

o art. 195, I, ―c‖ da CF, que pressupõe a existência de lucro como índice de

tributação; (b.3) a lei contraria o princípio da irretroatividade (art. 150, III, ―a‖ da

CF); (b.4) com relação ao imposto de renda, a nova sistemática, se admitida,

somente poderia valer para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro

do ano subseqüente (art. 150, III, ―b‖); (b.5) a nova sistemática somente

poderia ser aplicada à contribuição social passados 90 dias da edição da Lei

9.999 (art. 195, parágrafo 6º da CF); (b.6) finalmente, pode ser mencionado o

princípio da igualdade, já que outros contribuintes (com faturamento superior a

R$ 60.000.000,00) têm a faculdade de optar pelo lucro real.

Ponto 52

a) Meio Processual: Recurso de Apelação ao 1º Tribunal de Alçada Civil do

Estado de São Paulo. b) Mérito: (b.1) incompatibilidade da Lei Municipal nº

9.999 com a Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, que trouxe

nova lista de serviços, desta feita não contemplando a locação de bens móveis;

(b.2) inconstitucionalidade da tributação da locação de bens móveis, tendo em

vista não configurar obrigação de fazer; (b.3) incompetência da municipalidade

do ISS para exigir o ISS de empresa não estabelecida naquele município,

tendo em vista a regra do art. 3º da Lei Complementar nº 116/2003, que aloca

a competência ao município onde o prestador do serviço possui

estabelecimento.

Ponto 53

a) Meio Processual: embargos à execução fiscal propostos perante a Vara das

Execuções Fiscais Federais – Seção Judiciária de São Paulo, em consonância

com a Lei 6.830/80. b) Mérito: (b.1) a norma do art. 116 do CTN encontra-se

pendente de regulamentação; (b.2) ainda que assim não fosse, ela apenas

cobre os casos de dissimulação, o que não é o caso; (b.3) o princípio da

legalidade assegura o direito de o contribuinte escolher a estrutura (desde que

lícita) que lhe for mais benéfica; (b.4) o art. 108, parágrafo 1º, do CTN, veda o

Caio Marco Bartine Nascimento

214

emprego da analogia gravosa, daí descabendo, em nome do princípio da

igualdade, afastar o princípio da legalidade.

Ponto 54

Instrumento: Contra-Razões de Recurso Extraordinário, dirigidas ao Supremo

Tribunal Federal, com petição de encaminhamento, dirigida ao Presidente ou

ao Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Conteúdo:

(i) falta de prequestionamento: o acórdão recorrido não versa sobre o mérito de

o contribuinte dedicar-se a outras atividades, além da exportação de livros; (ii)

no mérito, alegar que o laminado de polímero de polipropileno, ou filme BOPP,

é material assimilável a papel, integrando-se a este e adquirindo sua natureza,

assegurando-se, daí, a imunidade do art. 150, VI, D, da Constituição Federal.

Ponto 55

Instrumento: Contra-Razões de Recurso Especial, dirigidas ao Superior

Tribunal de Justiça, com petição de encaminhamento, dirigida ao Presidente ou

ao Vice-Presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Conteúdo: (i)

falta de prequestionamento: o acórdão recorrido não versa sobre o pretendido

caráter geral da legislação trabalhista; (ii) no mérito, alegar que a gorjeta não é

receita do Hotel da Manhã, mas apenas remuneração dos seus empregados

(sujeita aos tributos próprios: imposto de renda na fonte e contribuição ao

INSS) e que a base de cálculo do PIS e Cofins inclui apenas as receitas do

contribuinte. Afastar o argumento da especialidade da lei tributária, tendo em

vista que a relação de especialidade exigiria que os dois diplomas legais

versassem sobre a mesma matéria; in casu, o diploma tributário não alcança as

verbas trabalhistas. Quanto à prescrição, alegar que o entendimento do STJ é

que o prazo de prescrição de cinco anos somente começa a contar a partir da

data da homologação do pagamento e que, nos termos do artigo 168 do

Código Tributário Nacional, o prazo para requerer a restituição dos pagamentos

indevidos será de cinco anos da extinção do crédito tributário. No tocante à

Caio Marco Bartine Nascimento

215

taxa Selic, afirmar que sua incidência é matéria de lei (art. 39, parágrafo 4º da

Lei 9.250/95)

Ponto 56

Instrumento: Medida cautelar ajuizada, perante o Superior Tribunal de Justiça,

pela JET Transportes Aéreos Ltda. em face da Fazenda do Estado de São

Paulo, visando a conferir efeito suspensivo ao recurso especial interposto.

Conteúdo: Alegar estar presente o requisito do fumus boni juris, tendo em vista

que o acórdão recorrido negou vigência ao art. 3º, inciso VIII, da Lei

Complementar no. 87/96. Salientar a presença do periculum in mora, pautado

no risco de prejuízo irreparável a que estaria sujeita, em face da retenção da

aeronave e conseqüente cancelamento de vôos.

Ponto 57

i) endereçamento ao Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal Regional

Federal da 3ª Região;

ii) preliminar: intempestividade do recurso;

iii) preliminar: ausência de prequestionamento do art. 195, I, da Constituição

Federal, em sua redação original;

iv) preliminar: não-cabimento do recurso extraordinário, porque o fundamento

do acórdão da apelação para afastar a aplicação do art. 3° da Lei n° 9.718/98 é

legal, de modo que o recurso cabível seria o recurso especial;

v) mérito: não há necessidade de submeter o julgamento do Plenário do

Tribunal Regional Federal quando o fundamento é legal; somente quando é

constitucional; e

vi) mérito: impossibilidade de equiparação dos conceitos de faturamento e

receita bruta.

Ponto 58

i) endereçamento ao presidente ou vice-presidente do Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo;

Caio Marco Bartine Nascimento

216

ii) recurso cabível: recurso extraordinário;

iii) mérito: pleitear que a exigência do IPVA sobre a propriedade de aeronaves

extrapola o campo de competência tributária estadual, já que a expressão

―veículo automotor‖ refere-se, nos termos constitucionais, àquele que é

licenciado em determinado Município (art. 158, III da CF). Também cabível o

argumento de que os Estados são competentes para o registro de veículos,

não para o registro de aeronaves. Neste sentido, confiram-se os seguintes

julgados:

§ EMENTA: IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores

(CF, art. 155, III; CF 69, art. 23, III e § 13, cf. EC 27/85): campo de incidência

que não inclui embarcações e aeronaves (STF, Pleno, Recurso Extraordinário

nº 134.509/AM, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min. Sepúlveda

Pertence, j. 29.05.2002, DJU 13.09.2002, p. 64).

§ EMENTA: IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores

(CF, art. 155, III; CF 69, art. 23, III e § 13, cf. EC 27/85): campo de incidência

que não inclui embarcações e aeronaves (STF, Pleno, Recurso Extraordinário

nº 255.111/SP, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min. Sepúlveda

Pertence, j. 29.05.2002, DJU 13.12.2002, p. 60).

Do voto do Ministro red. p/ acórdão, extraímos o seguinte trecho:

Esse campo material de incidência do imposto sobre propriedade de veículos

automotores resulta ainda de outras normas constitucionais, a começar pela

contida no § 13 do mesmo art. 23 da Constituição Federal, também

acrescentado pela Emenda nº 27, de 1985, que, tratando da destinação do

produto da arrecadação do imposto, dispõe que cinqüenta por cento constituirá

receita do Município onde estiver licenciado o veículo. Essa locução adverbial

de lugar somente pode ser referida aos veículos terrestres, porque estes, em

face da legislação e pela ordem natural das coisas, estão sujeitos a

licenciamento nos municípios de domicílio ou de residência dos respectivos

proprietários. Dispõe, com efeito, o art. 57 do Código Nacional de Trânsito:

Art. 57. Os veículos automotores, de propulsão humana ou tração animal,

reboques, carretas e similares, em circulação pelas vias terrestres do País,

Caio Marco Bartine Nascimento

217

estão sujeitos a licenciamento no município de seu domicílio ou residência de

seus proprietários.

Já as aeronaves e embarcações devem ser registradas no Registro

Aeronáutica Brasileiro e no Tribunal Marítimo, respectivamente, nos termos da

legislação relativa. No tocante às aeronaves nacionais, dispõe o Código

Brasileiro do Ar (Decreto-lei nº 32, de 18/11/66) que são bens registráveis para

efeito de sua condição jurídica, só podendo constituir objeto de direito através

de assentamentos no Registro Aeronáutico Brasileiro do Ministério da

Aeronáutica, órgão encarregado de emitir os certificados de matrícula, que é

condição para sua utilização (arts. 10 e 12).

(...)

Os Estados-membros têm competência para legislar supletivamente sobre

tráfego e trânsito nas vias terrestres (Constituição, art. 8º, XVII, ´n´, e par.

único), sendo natural, assim, a atribuição constitucional de competência

impositiva sobre a propriedade de veículos automotores. Mas, em nenhum

ponto, a autonomia estadual se estende ao campo da navegação marítima ou

aérea. A competência para legislar sobre direito aeronáutico e marítimo é

exclusiva da União (Constituição, art. 8º, XVII, b). Normas locais que impõem o

registro e licenciamento de embarcações e aeronaves em cadastros dos

Estados interessados, para fins de cobrança do IPVA, não têm qualquer

validade, porque se apresentam frontalmente conflitantes com as regras

constitucionais que declaram a competência legislativa exclusiva da União.

Ponto 59

i) elaborar ação de repetição de indébito, dirigida ao juízo competente (na

Capital, uma das Varas da Fazenda Pública; no interior, Vara Cível ou Vara

Única, dependendo da Comarca), requerendo a repetição do indébito do tributo

(tendo em vista que não há possibilidade legal de compensação).

ii) No mérito, não há incidência do ITCMD nesta hipótese, porque a doação

ocorreu antes da edição da lei que instituiu o referido imposto no Estado de

São Paulo.

Caio Marco Bartine Nascimento

218

A colação, nos termos do art. 2002 e seguintes do Código Civil de 2002,

constitui simples indicação nos autos do processo de inventário, do valor dos

bens doados pelo de cujus ainda em vida, com o intuito de igualar a legítima

dos descendentes e do cônjuge. Neste sentido, confira-se o seguinte julgado:

Inventário – Herdeiros que informam as doações que o pai fez em vida

(adiantamentos de legítima) para, a partir de seus efeitos, apresentarem plano

de partilha proporcional sobre os bens que remanescem – Hipótese de partilha

justa ou eqüânime que se fez em vida (art. 1776 do CC), inviabilizando a tese

de que caberá recolher imposto causa mortis também sobre o valor dos bens

doados – Bitributação inadmissível – Provimento (TJSP, 3ª Câmara de Direito

Privado, Agravo de instrumento nº 272.495/2, rel. Des. Ênio Santarelli Zuliani, j.

03.12.2002, DJ SP I 28.01.2003, p. 36 – Repertório IOB de Jurisprudência, vol.

I – tributário, constitucional e administrativo, n. 1/18809, p. 675).

Ponto 60

Medida Judicial cabível: Agravo de Instrumento, com pedido de efeito

suspensivo, perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Alternativamente: Mandado de Segurança, com pedido de medida liminar,

perante o mesmo Tribunal. No primeiro caso, a agravada é a Fazenda Pública

do Estado de São Paulo; no segundo, apontar ato coator do MM. Juiz de

Direito da Vara das Execuções Fiscais da Comarca de São Paulo.

Ponto 61

Medida Judicial Cabível: Recurso Ordinário em Mandado de Segurança,

endereçado ao Superior Tribunal de Justiça (art. 105, II, b, da Constituição

Federal). Mérito:

(1) inexistência de prestação de serviço no mero ato de habilitação: o ICMS

pressupõe a efetiva prestação do serviço de comunicações, o que inocorre

quando da mera disponibilização do serviço ao usuário.

Caio Marco Bartine Nascimento

219

(2) proibição de analogia gravosa em matéria tributária (art. 108, § 1º do CTN),

que impede a extensão do tratamento tributário dado aos serviços de

comunicação à habilitação que os precede.

(3) a definição de prestação de serviços de comunicação não pode ser alterada

exclusivamente para fins tributários, já que se trata de conceito empregado

para a demarcação de competências tributárias (art. 110 do CTN).

Precedente: STJ, Recurso Ordinário em MS 11.368-MT, Relator Ministro

Francisco Falcão (DJU 9.2.2005).

Ponto 62

Medida Judicial Cabível: Recurso Especial, dirigido ao Superior Tribunal de

Justiça. Mérito:

(1) Violação do art. 97 do CTN, já que somente a lei pode fixar a base de

cálculo do tributo.

(2) Violação do art. 148 do CTN, já que o arbitramento pressupõe processo

regular, incompatível com o regime de pauta de valores mínimos; ademais, nos

termos do mesmo dispositivo, a autoridade administrativa pode valer-se do

arbitramento somente quando não merecer fé ou for omissa a declaração do

contribuinte.

Ponto 63

- recurso especial perante o Superior Tribunal de Justiça;

- segundo entendimento de grande parte da jurisprudência, especificamente do

STJ, a penhora sobre o faturamento somente tem cabimento na ausência de

oferecimento de bens alternativos, uma vez que o gravame deverá importar o

menor ônus ao contribuinte executado;

- a penhora sobre o faturamento poderá conduzir a empresa à insolvência

- Trecho do Julgado: ―Inicialmente, esta Turma entendeu que poderia penhorar

30% do rendimento da empresa, mas, depois, a Turma e a própria Seção

mudaram a orientação e não permitem mais a penhora do rendimento da

Caio Marco Bartine Nascimento

220

empresa, porque isso equivale a penhorar a própria empresa (...) Se houver

penhora do faturamento ou do rendimento, a empresa pode ficar inviável.‖

Ponto 64

- Ingressar com Ação Anulatória de Débito Fiscal;

- requerer a declaração de inexistência da relação jurídica e a anulação do

crédito inscrito em dívida ativa;

- efetuar o depósito do montante discutido - artigo 38 da Lei 6.830/80 – ―A

discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em

execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança,

ação de repetição de indébito ou ação anulatória do ato declaratório da dívida,

esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente

corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.‖

- os serviços de comunicação devem ser tributados pelo ICMS e não pelo ISS.

Ponto 65

- Interposição de Agravo de Instrumento dirigido ao Tribunal Regional Federal

da 3ª Região;

- a lei não pode retroagir para atingir a coisa julgada – a lei não poderia ter

efeitos sobre os precatórios já expedidos ou com pagamento em curso;

- trata-se de um ato coercitivo para cobrança de tributos (cobrança indireta) e

que fere os princípios da legalidade, igualdade e coisa julgada.

Ponto 66

Mandado de Segurança.

- o artigo 8º do Decreto, não fixou apenas critérios genéricos e abstratos para

apuração do valor venal, o que só seria possível por lei, mas acabou

prescrevendo a publicação do valor venal de cada imóvel em concreto. O

parágrafo 1º deste artigo determinou a atualização periódica do valor venal,

mas não se trata de mera atualização monetária da base de cálculo - esta

Caio Marco Bartine Nascimento

221

atualização implica verdadeira majoração da base de cálculo, ferindo o

princípio da legalidade;

- princípio da legalidade - artigo 150, inciso I, da Constituição Federal - artigo 9,

inciso I, artigo 97, inciso II e parágrafo 1º;

- impossibilidade de fixação da base de cálculo por decreto.

Ponto 67

Mandado de Segurança.

- sanções indiretas - restrições ou proibições impostas ao contribuinte, como

forma indireta de obrigá-lo - há cerceamento dos direitos fundamentais dos

contribuintes, como o devido processo legal;

- devido processo legal (CF, art. 5, LIV) é suprimido;

- pode-se também alegar violação ao princípio da proporcionalidade -

desobedecem a adequação dos meios, desrespeita o princípio de menor

ingerência possível nos direitos do cidadão;

- a CF, artigo 195, parágrafo 3º, prevê, apenas excepcionalmente a sanção

indireta tributária.

Ponto 68

Embargos à execução.

- artigo 135, III, do Código Tributário Nacional;

- sustentar que mero não pagamento de tributo não configura excesso de poder

ou infração de lei suficiente para responsabilizar pessoalmente o diretor.

Ponto 69

Mandado de segurança preventivo ou ação declaratória de inexistência de

relação jurídico-tributária. Os serviços públicos em questão são executados em

benefício da população em geral, sem possibilidade de individualização dos

respectivos usuários e, conseqüentemente, da referibilidade a contribuintes

determinados, não se prestando para custeio mediante taxa, conforme

entendimento jurisprudencial. A base de cálculo eleita pela lei em questão não

Caio Marco Bartine Nascimento

222

é própria de taxa, que deve ser o valor suficiente para ressarcir o Estado pelo

exercício do poder de polícia ou pela prestação de serviços públicos

específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição,

jamais o faturamento das empresas estabelecidas no município, como

determina a Constituição Federal no §2º do artigo 145 e confirma a

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Igualmente é cabível o argumento

de que a taxa em questão implica na utilização de tributo com efeito de

confisco, também vedada pelo artigo 150, IV, da Constituição Federal.

Ponto 70

Ajuizamento da ação anulatória de débito em divida ativa, com pedido de

antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional, ou mandado de segurança

repressivo, com pedido de liminar, pleiteando a anulação do ato de inscrição do

débito em dívida ativa.

Ponto 71

Interposição de exceção de pré-executividade com pedido de exclusão do

nome do ex-procurador do pólo passivo da execução fiscal.

Ponto 72

Mandado de Segurança (Cf. Súmula 105 do STJ: ―Na ação de mandado de

segurança não se admite condenação em honorários advocatícios‖ e Súmula

512 do STF: ―Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de

mandado de segurança‖).

Ponto 73

Mandado de Segurança ou Ação Declaratória de Inexistência de Relação

Jurídico-Tributária. - Mérito: Da análise dos elementos característicos do

contrato de licença para uso da marca decorre a conclusão lógica de que este

consubstancia uma obrigação de dar e não uma obrigação de fazer,

Caio Marco Bartine Nascimento

223

evidenciando a impropriedade de se querer tributar, via ISS, este negócio

jurídico.

Ponto 74

Embargos de devedor com fulcro no artigo 736 e seguintes, do Código de

Processo Civil, e no artigo 16 da Lei n° 6.830, de 22 de setembro de 1.980. -

Mérito: A empresa deve alegar que se aplica a regra da prescrição do direito do

Fisco com constituição do crédito pelo contribuinte, cuja hipótese supõe o fluxo

de cinco anos, contados da data da entrega do documento de formalização do

crédito ao Fisco (DCTF, GIA, etc.), sem pagamento antecipado, ex vi dos arts.

150 e 174 do CTN. Conseqüentemente, houve a extinção do direito de ação do

Fisco cobrar judicialmente o crédito tributário.

Ponto 75

Mandado de Segurança repressivo com pedido de liminar. Mérito: (argumento

maior) imunidade recíproca prevista no artigo 150, inciso VI, alínea ―a‖ da

Constituição Federal e (argumento menor) decadência no período de 1988 a

2001, artigo 173, CTN,

Ponto 76

Mandado de Segurança repressivo com pedido de liminar ou ação declaratória

de inexistência de relação jurídico-tributária (ordinária) com pedido de

antecipação de tutela. Mérito: tese já sufragada pelo STF no sentido de que a

locação de bens móveis não se constitui numa obrigação de fazer, logo não se

caracteriza como serviço. Portanto, inconstitucional a previsão do referido

―serviço‖ na lista constante da Lei Complementar nº 116/03.

Ponto 77

Ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária. Mérito: A

Emenda Constitucional nº 33/01 prevê uma imunidade para as contribuições

incidentes sobre as receitas decorrentes de exportação. Sendo assim, tendo

Caio Marco Bartine Nascimento

224

em vista que o lucro das exportações está englobado dentro do valor das

receitas, este também estaria albergado pela imunidade antes referida.

Ponto 78

Ação: mandado de segurança repressivo com pedido de liminar. Mérito: A

imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea c, da CF, não pode ser

entendida restritivamente, desde que os recursos recebidos a título de aluguel

sejam utilizados na consecução do objeto social da entidade de educação a

imunidade a impostos deve ser aplicada.

Ponto 79

Ação: mandado de segurança repressivo com pedido de liminar ou ação

declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária (ordinária) com pedido

de antecipação de tutela. Mérito: tese já sufragada pelo STF no sentido de que

os valores recebidos a título de indenização por desapropriação não constituem

renda e, sim, uma mera recomposição de patrimônio. Portanto, a cobrança é

inconstitucional por desrespeitar o artigo 153, inciso III da CF e ilegal por

contrariar o artigo 43 do CTN.

Ponto 80

Ação: Mandado de Segurança repressivo com pedido de liminar ou ação

declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária com pedido de tutela

antecipada. Mérito: imunidade dos templos de qualquer culto previsto no artigo

150, VI, alínea b, da CF. Os veículos da entidade religiosa utilizados na sua

atividade fim também estão ao abrigo da imunidade, não se podendo restringir

a sua aplicação.

Ponto 81

Mandado de segurança preventivo com pedido de liminar ou ação declaratória

(ordinária) com pedido de tutela antecipada. Mérito: as taxas de serviço, no

sistema tributário nacional, somente podem ser instituídas por serviços

Caio Marco Bartine Nascimento

225

públicos, específicos e divisíveis. No caso, o serviço de segurança pública é

considerado serviço universal e indivisível, portanto, inconstitucional a

mencionada taxa (art. 145, da CF e 77 e seguintes do CTN).

Ponto 82

Mandado de segurança preventivo com pedido de liminar. Mérito: nas

transferências de mercadorias entre estabelecimentos da mesma empresa

dentro do mesmo Estado não há que se falar em incidência do ICMS, tendo em

vista que não ocorre o fato gerador do tributo. Em outras palavras, tais

operações não revelam uma circulação de mercadoria, com mudança de

titularidade, para fins de incidência do ICMS.

Ponto 83

Mandado de segurança preventivo com pedido de liminar ou ação declaratória

(ordinária) com pedido de tutela antecipada. Mérito: os valores recebidos a

título de juros sobre o capital próprio (JCP) devem ser equiparados aos

dividendos, para fins de tributação pelo PIS e COFINS, pois não há diferenças

conceituais entre eles. Tanto os dividendos quanto os JCP são remunerações

do capital aplicado (ações ou participações societárias), e, portanto, devem

apresentar a mesma carga tributária.

Caio Marco Bartine Nascimento

226

GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS

Questão 1

Não obstante ser inexigível o ICMS, por força da isenção, a empresa isenta

continua obrigada pela emissão de notas fiscais, bem como pela escrituração e

manutenção dos livros contábeis, conforme dispõe os artigos 194 e 195 do

CTN. A isenção se refere, tão somente à obrigação tributária e não aos

deveres instrumentais. Desta forma, como advogado, orientaria o consulente a

proceder a escrituração e manutenção dos livros contábeis, bem como a

emissão de notas fiscais.

Questão 2

Segundo dispõe o artigo 131, inciso I do Código Tributário Nacional, bem como

o artigo 4o. da Lei nº 6.606/89, seu cliente será solidariamente responsável pelo

recolhimento do tributo mencionado, podendo inclusive ser executado pela

Fazenda Estadual, não restando outra alternativa se não de efetuar o

pagamento e pleitear a posterior restituição em face do contribuinte - antigo

proprietário.

Questão 3

Responderia que o lançamento espontâneo do ICMS é efetuado por

homologação.

Questão 4

A imunidade tributária é expressamente concedida pela Lei 8.906/94, em seu

artigo 44, parágrafo 5o., por constituir a Ordem serviço público, com

personalidade jurídica.

Questão 5

Caio Marco Bartine Nascimento

227

Consoante regras dos artigos 1º e 2º da Lei 6.830/80, uma vez inscrito o valor

na dívida ativa, a medida judicial cabível será a Execução Fiscal.

Questão 6

Nos termos do parágrafo 2º do artigo 161 do Código Tributário Nacional, o

contribuinte deverá pagar o valor do crédito tributário sem os acréscimos, tais

como juros e multas desde que o faça no prazo de 30 (trinta) dias, após ser

notificado, segundo o disposto no artigo 160 do CTN.

Questão 7

Como determinado no artigo 174 do CTN, o prazo será de 5 (cinco) anos e

começa a ser contado da data de sua constituição definitiva, levando-se em

consideração a ausência de causas suspensivas ou interruptivas.

Questão 8

O ato praticado pelos agentes fiscais, feriu o princípio constitucional da

vedação do tributo como forma de confisco, segundo reza o artigo 150, inciso

IV da Constituição Federal. A medida judicial mais apropriada, será a

impetração de um mandado de segurança, com fulcro na Lei 1.533/51, contra o

ato praticado pelo Senhor Delegado Regional Tributário, considerando,

evidentemente, a urgência da deliberação de mercadorias.

Questão 9

Sim. O artigo 126, inciso II, do CTN, dispõe que a capacidade tributária passiva

da pessoa natural não será afetada se estiver sujeita a medidas que importe

privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou

profissionais. A situação de falido, restritiva de suas atividades comerciais, em

nada afeta a capacidade tributária passiva do contribuinte.

Questão 10

Caio Marco Bartine Nascimento

228

De acordo com o art. 138 do Código Tributário Nacional a denúncia

espontânea da infração exclui a penalidade que dela seria decorrente. Assim o

pagamento já efetuado não deveria realmente incluir multa, razão pela qual a

cobrança é ilegítima.

Questão 11

Não. O art. 195, I, da Constituição Federal prevê a possibilidade de cobrança

de contribuição social sobre a folha de salários. Por outro lado, o art. 7º, XI, da

Constituição Federal exclui a natureza salarial da participação nos lucros. O art.

28, I, § 9º da Lei nº 8.212/91 também exclui a possibilidade da cobrança.

Questão 12

O art. 150, VI, c, da Constituição Federal prevê que as entidades de educação

e assistência social sem fins lucrativos estão imunes ao pagamento de

impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, desde que atendidos os

requisitos da lei. Segundo pacífico entendimento doutrinário e jurisprudencial, o

acesso a imunidade está condicionado à observância dos requisitos do art. 14

do Código Tributário Nacional, que em seu inciso I veda a distribuição de

qualquer parcela do patrimônio ou da renda a título de participação nos lucros

ou resultados. Assim é desaconselhável a estratégia.

Questão 13

Sim, o filho menor responde pelo crédito tributário do "de cujus" até o limite de

seu quinhão (R$ 200.000,00), conforme os artigos 126, I e 136, II do CTN.

Questão 14

Sim, estará sujeito ao pagamento de contribuição de melhoria , conforme artigo

145, III, do CF.

Questão 15

Caio Marco Bartine Nascimento

229

Sim. Ainda que alterada a razão social original pelo adquirente de empresa

comercial, permanecerá este como sucessor tributário da que foi alienada (art.

133, inc. I, do CTN).

Questão 16

A empresa referida é totalmente responsável pela infração fiscal e não o

contador (art. 136 do CTN). O contador, no entanto, poderá ser civilmente

responsabilizado por sua negligência, por haver descumprido sua obrigação

contratual perante a empresa.

Questão 17

Não, segundo estabelece o CTN, em seu artigo 177 a isenção não é

extensiva:às taxas; às contribuições de melhoria; aos tributos instituídos a sua

concessão.

Questão 18

A cobrança é ilegítima porque a taxa é espécie do gênero tributo, razão pela

qual deve necessariamente estar prevista em lei em sentido estrito, nos termos

do art. 150, I da Constituição Federal e art. 9º, do Código Tributário Nacional. A

empresa poderá ajuizar ação declaratória de inexigibilidade da taxa, com

pedido de antecipação de tutela. Caso a tutela antecipada seja indeferida,

inclusive em grau de recurso, deverá a empresa efetuar o depósito judicial do

montante em discussão, com a finalidade de suspender a exigibilidade, nos

termos do art. 151, II, do Código Tributário Nacional.

Questão 19

É possível o creditamento, a partir da entrada em vigor da Lei Complementar nº

87/96, consoante permite expressamente o seu art. 33.

Questão 20

Caio Marco Bartine Nascimento

230

As convenções entre particulares não são oponíveis ao Fisco, conforme o

disposto no art. 123 do Código Tributário Nacional. Lúcio, portanto, na

qualidade de atual proprietário, responde pelo débito perante o Município, a

teor dos arts. 130 e 131, I , do mesmo código. No entanto, poderá cobrar o

valor de Caio por via regressiva, mediante ação própria de caráter

condenatório.

Questão 21

O Prefeito não poderia sancionar o projeto de lei, uma vez que é

inconstitucional, pois só a União pode instituir empréstimo compulsório,

conforme artigo 148, I , da CF.

Questão 22

Não. De acordo com o art. 145, § 2º, as taxas não poderão ter base de cálculo

própria de impostos. O valor venal do imóvel constitui base de cálculo do IPTU,

conforme art. 33 do Código Tributário Nacional. Além disso a limpeza pública

não é um serviço divisível, razão pela qual a exação em questão extrapola a

competência atribuída ao Município pelo art. 145, II, da Constituição Federal.

Questão 23

O prazo prescricional está previsto no artigo 174 do CTN que dispõe: A ação

para cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data

da sua constituição definitiva. Assim, depois de completado o lançamento, tem

o Estado o prazo de cinco anos para impetrar a ação assecuratória do crédito

tributário. Findo esse prazo, ocorre a extinção do crédito mediante a

prescrição.

Questão 24

O lançamento suplementar é possível em sede de revisão de lançamento, com

fundamento no art. 149, VIII, do Código Tributário Nacional. Todavia, deverá se

Caio Marco Bartine Nascimento

231

limitar àqueles exercícios em relação aos quais ainda não se operou a

decadência, isto é, aos exercícios de 1995 em diante.

Questão 25

A defesa a ser apresentada deverá se basear no art. 146 do Código Tributário

Nacional, que afirma que as alterações dos critérios de lançamento de tributos

deverão ser aplicadas, "em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato

gerador ocorrido posteriormente à sua introdução". Dessa forma, os critérios

novos não são aplicados a fatos pretéritos. Além disso, como não é exigido

imposto, apenas multa, poderá invocar também o art. 100, parágrafo único, do

CTN, já que a orientação anterior da autoridade fazendária é norma

complementar de direito tributário.

Questão 26

É possível, tendo em vista o art. 144, §1º, do Código Tributário Nacional, que

permite a aplicação de lei posterior ao fato gerador que amplie os poderes de

fiscalização das autoridades administrativas.

Questão 27

Incidem ambos os impostos, por força do art. 2º, VI, da Lei Complementar nº

87/96, já que a legislação do ISS não sujeita a operação à incidência exclusiva

do ICMS.

Questão 28

A substituição tributária é instituto previsto no art. 6º da Lei Complementar nº

87/96, que impõe ao contribuinte o dever de recolher o ICMS incidente sobre

operações que não praticou, conforme a previsão específica para cada estado.

Se as operações forem posteriores, trata-se da hipótese de substituição

tributária "para frente" a que se refere o art. 150, § 7º, da Constituição Federal.

Questão 29

Caio Marco Bartine Nascimento

232

Sim. O espólio responde por todos os débitos tributários do "de cujus", sejam

eles conhecidos, em via de serem lançados, e também, pelos débitos

desconhecidos à data de abertura da sucessão. ( art. 131, inc. III do CTN).

Questão 30

Sim. Conforme o art. 202 do Código Tributário Nacional, a Certidão de Dívida

Ativa deverá indicar "a origem e a natureza do crédito, mencionada

especificamente a disposição da lei em que seja fundado", além da "data em

que foi inscrita".

Questão 31

O contribuinte tem direito ao pagamento do débito com redução da multa para

20%, tendo em vista o disposto no art. 106, III, c do Código Tributário Nacional,

que determina a aplicação retroativa da lei tributária que comine penalidade

menos severa que a lei vigente na época da infração.

Questão 32

A carta de fiança pode ser oferecida como garantia do juízo em execução fiscal

e produz os mesmos efeitos do depósito em dinheiro, salvo no que diz respeito

à responsabilidade pela atualização monetária e pelos juros moratórios, que

continuam fluindo (Lei nº 6.830/80, art. 9º, §§ 3º e 4º).

Questão 33

O lançamento tributário ocorreu após o decurso do prazo para a constituição do

crédito tributário previsto no artigo 173, I do C.T.N.. A medida judicial mais

adequada é a propositura de ação anulatória de débito fiscal também

denominada de ação anulatória de lançamento tributário, conforme artigo 38 da

Lei 6.830/80 pelo fato de o lançamento ter sido efetuado de ofício. Se fosse por

homologação, então seria cabível ação declaratória. Poderá, ainda ser

Caio Marco Bartine Nascimento

233

impetrado mandado de segurança com base na Lei 1.533/51. A competência

para tais ações será do Juízo da Vara da Fazenda Pública, onde houver.

Questão 34

Não é devido o imposto. De acordo com a Súmula nº 166 do Superior Tribunal

de Justiça, não incide ICMS no simples deslocamento de mercadoria de um

para outro estabelecimento da mesma pessoa jurídica, tendo em vista que a

circulação de mercadorias, que enseja a cobrança do imposto, pressupõe a

transferência da titularidade do bem. No mais, a operação levada a efeito

constitui legítimo planejamento tributário, à medida que se evitou a incidência

do imposto antes da ocorrência do fato gerador.

Questão 35

De acordo com o art. 150, § 153, § 3º, III, não há incidência de IPI sobre

produtos industrializados destinados ao exterior.

Questão 36

Nos termos do artigo 195, parágrafo 6º da Constituição Federal, a instituição ou

majoração das contribuições para a seguridade social somente poderão ser

exigidas a partir de 90 (noventa) dias da publicação da lei que as instituiu ou

aumentou. Sendo certo, ainda, afirmar que tal exigência desrespeita o princípio

da legalidade tributária prevista no artigo 150, inciso I, da Constituição Federal,

sendo que para a defesa do contribuinte poderia ser utilizada a Ação

Declaratória ou o Mandado de Segurança.

Questão 37

Não há incidência do imposto, tendo em vista o disposto no art. 36, I do Código

Tributário Nacional e art. 156, §2º, I da Constituição Federal.

Questão 38

Caio Marco Bartine Nascimento

234

De acordo com o art. 21, b, Dec. 406/68, o ente tributante competente para

efetuar a cobrança do imposto sobre serviços de construção civil é o Município

do local da obra, com exclusão daquele do local da sede. Logo, o recolhimento

está correto.

Questão 39

A responsabilidade por sucessão neste caso é apenas subsidiária, tendo em

vista que o alienante continuou a exploração do mesmo ramo do

estabelecimento negociado. Vale dizer, a Fazenda Estadual, antes de

demandar a RLBO, deveria ter executado a ABC Ltda. Dessa forma, a RLBO

deverá oferecer bens à penhora, para em seguida, apresentar embargos à

execução, em que deverá sustentar a responsabilidade da empresa alienante ,

nos termos do art. 133, II, do Código Tributário Nacional.

Questão 40

A autuação é procedente em virtude do parágrafo único do artigo 151 do CTN.

A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não dispensa o cumprimento

das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito

esteja suspenso.

Questão 41

O princípio da anterioridade, previsto nos arts. 150, III, b, e 62, § 2º, da

Constituição Federal, apenas se aplica a casos de instituição ou majoração de

tributos. Como a nova tabela resulta em redução de tributo devido, pode ser

aplicada imediatamente.

Questão 42

A imunidade recíproca conferida aos entes federativos aplica-se apenas às

fundações e autarquias por eles mantidos, por força do art. 150, § 2º, da

Constituição Federal. Além disso, às sociedades de economia mista que

Caio Marco Bartine Nascimento

235

exercem atividade econômica aplica-se o regime tributário das pessoas

jurídicas de direito privado (CF, art. 173, § 1º, II, e § 2º).

Questão 43

A sanção tributária deve respeitar o direito de propriedade do contribuinte, não

sendo lícito a tomada de seus bens (seu papel equivale a figura do não –

confisco tributário).

Ainda é de ser verificado o princípio da tipicidade nas normas sancionadoras,

pois, o enquadramento do ilícito, exige a concretização de fatos descritos em

lei, excluindo-se a figura da presunção.

Por outro lado, pela nítida distinção entre tributo e sanção tributária,

entendemos que as normas sancionadoras tributárias não estão sujeitas aos

princípios da anterioridade, não – confisco, capacidade contributiva, pois estes

são princípios atinentes à instituição, regulamentação e forma de cobrança dos

tributos, nada acrescendo à figura das sanções tributárias.

O princípio da segurança jurídica atinge as normas sancionadoras, assim como

todas as demais normas jurídicas do ordenamento, e o princípio da

irretroatividade das leis, vê-se aplicado também pelas normas sancionadoras,

por ordem do Sistema Constitucional, com exceção das questões de

interpretação da lei mais favorável ao infrator (retroatividade da lei benéfica).

Questão 44

A substituição tributária é um tipo de responsabilidade tributária, em que o

dever de reter o tributo é atribuído a terceira pessoa, relacionada indiretamente

com o fato jurídico tributário. O substituto tributário faz às vezes do contribuinte

quando do pagamento do tributo, sendo responsável exclusivo pelo referido

encargo.

Na substituição tributária não existe solidariedade, pois a solidariedade

expressa relação entre pessoas que compõe conjuntamente o pólo passivo da

obrigação tributária, o que não acontece com relação ao substituto tributário.

Caio Marco Bartine Nascimento

236

O dever de pagar o tributo é atribuído por lei ao responsável, de forma

exclusiva. O substituto não recebe o papel do verdadeiro contribuinte, apenas

compõe o pólo passivo indireto da relação jurídica tributária.

Questão 45

A Creche é entidade de assistência social, sem fins lucrativos (entidade

filantrópica), estando portanto imune de impostos, nos termos do art. 150, VI,

"c" da C.Federal. Ademais a receita da venda dos produtos por ela

manipulados é destinada à consecução de sua finalidade social, desprovida de

qualquer interesse lucrativo. Considere ainda a jurisprudência e doutrina

favoráveis à interpretação ampla das regras de imunidade.

Questão 46

Não, pois de acordo com o art. 182, § 4º, da Constituição Federal, a instituição

do IPTU progressivo no tempo depende do descumprimento da função social

da propriedade urbana, conforme diretrizes estabelecidas pelo Plano Diretor e

por lei específica para a área em que localizado o imóvel.

Questão 47

O crédito apurado poderá ser compensado, mediante requerimento dirigido à

Receita Federal, com base no art. 74 da Lei nº 9.430/96. Não é possível a

compensação sponte propria, com base no art. 66 da Lei nº 8.383/91, que é

limitada a tributos da mesma espécie.

Questão 48

Como o IPTU não é questionado, não pode ser objeto de depósito judicial para

fins de suspender a sua exigibilidade. Trata-se, na verdade, da hipótese da

subordinação do pagamento de um tributo (IPTU) à quitação de outro (Taxa de

Limpeza e Conservação), o que viabiliza a consignação judicial do IPTU nos

termos do art. 164, I, do Código Tributário Nacional.

Caio Marco Bartine Nascimento

237

Alternativamente ação visando o reconhecimento da inconstitucionalidade da

taxa e pedido cautelar (medida liminar ou tutela antecipada) para possibilitar o

pagamento do IPTU devido.

Questão 49

Sim, a teor do art. 149, VIII, do Código Tributário Nacional, que permite a

revisão de lançamento para apreciação de fato não conhecido ou não provado

por ocasião do lançamento anterior, qual seja, a construção do galpão.

Questão 50

Sim, poderá ser questionada com fundamento no art. 178 do Código Tributário

Nacional, que dispõe sobre as isenções condicionadas e concedidas a prazo

certo.

Questão 51

O fato gerador da taxa é o serviço público específico e divisível ou o exercício

regular do poder de polícia (art. 145, II, CF e art. 77, CTN).

Não se cuida no caso de exercício de poder de polícia. Trata-se de prestação

de serviço de vigilância à comunidade em geral, sem a necessária

especificidade com relação aos obrigados.

Assim, não é legítima a instituição da referida taxa.

Questão 52

As relações jurídicas tributárias sancionatórias não integram o conceito de

obrigação tributária.

As obrigações tributárias têm por objeto a imputação de direitos e deveres

correspondentes aos sujeitos de uma relação jurídica tributária, logo que

concretizado o evento previsto no antecedente da norma de incidência.

O objeto das relações tributárias decorre de fato lícito, já que o conceito de

tributo somenttrabale comporta fatos lícitos, excluindo de seu campo os atos

ilícitos (art. 3º do CTN)

Caio Marco Bartine Nascimento

238

Verifica-se que inexiste possibilidade para inclusão das relações sancionatórias

no conceito de "obrigação tributária". As relações sancionatórias não cabem no

conceito de obrigação tributária, tendo em vista que as primeiras decorrem de

fatos lícitos e, a Segunda, de fatos ilícitos.

Questão 53

A Empresa, para regularizar a situação, deverá recolher o imposto calculado

pela alíquota de 17%, uma vez que deve ser aplicada a lei vigente na data da

ocorrência do fato gerador, em face da estrita legalidade prevista na

Constituição Federal, bem como das disposições do artigo 144 do Código

Tributário Nacional. Não se aplica, no caso, a retroatividade benéfica.

Questão 54

Maria é responsável tributária por solidariedade, sendo certo de que a

responsabilidade tributária solidária não comporta benefício de ordem, razão

pela qual é responsável pelo pagamento do tributo integral que, todavia, não

poderá ser de 100%, mas de 99% em face da isenção a que faz jus o Sr.

Antonio da Silva, conforme preceitua o artigo 124, I, e seu parágrafo único, cc

artigo 125, II do Código Tributário Nacional.

Questão 55

Roberto de Carvalho é o responsável tributário porque a obrigação subroga-se

na pessoa do adquirente, quando se trata de crédito tributário relativo a

impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de

bens imóveis, levando em conta que não constou da escritura pública a prova

da quitação dos tributos. O fato da escritura prever expressamente que a

responsabilidade dos débitos existentes até a data da celebração da escritura

fosse do vendedor, não pode ser oposto à Fazenda Pública para modificar a

definição legal do sujeito passivo da obrigação tributária, conforme preceituam

os artigos 123 e 130 do Código Tributário Nacional.

Caio Marco Bartine Nascimento

239

Questão 56

Não está correto o procedimento relativo ao pagamento da multa, uma vez que

o recolhimento é amparado pelo artigo 138 do Código Tributário Nacional, que

exclui, nos casos de denúncia espontânea, a aplicação de quaisquer

penalidades.

Sendo norma geral de direito tributário, com "status" de lei complementar, não

pode a lei estadual contrariar a regra ali instituída.

Questão 57

Goiás, por ser o local da situação do imóvel, conforme o art. 155, § 1º, I, da

Constituição Federal.

Questão 58

Não, segundo o art. 125, II, do Código Tributário Nacional, a isenção concedida

em caráter pessoal beneficia apenas Júlio. Bernardo continuaria devendo o

tributo, proporcionalmente.

Questão 59

A imunidade recíproca não atinge o promitente comprador em virtude da regra

expressa do artigo 150, § 3º da Constituição Federal. Assim, Manuel deve

recolher o IPTU e o ITBI relativos ao imóvel.

Questão 60

A ocorrência da denúncia espontânea, prevista no artigo 138 do CTN, tem o

condão de elidir a exigência da multa de mora. Para a concretização desta

figura, faz-se necessária a concorrência de dois pressupostos, quais sejam, a

auto-denúncia (confissão do ilícito) do infrator antes de qualquer procedimento

fiscal, somado ao pagamento do tributo devido com acréscimo de juros e

correção monetária.

Questão 61

Caio Marco Bartine Nascimento

240

A empresa não poderá ser responsabilizada pelo débito tributário já existente,

em virtude do parágrafo único do artigo 130 do CTN: "No caso de arrematação

em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço".

Questão 62

Pode haver a cobrança da contribuição de melhoria em questão, como dispõe

o artigo 177 do CTN: "Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é

extensiva: I – às taxas e às contribuições de melhoria; (....)".

Questão 63

Art. 166 do CTN. Só poderá haver restituição de tributos que comportem

transferência do encargo fiscal para terceiro se o contribuinte de direito provar:

a) ter assumido o ônus não repassando o tributo ou; b) estar expressamente

autorizado pelo contribuinte de fato a recebê-los.

Questão 64

A questão deve ser considerada com invocação do artigo 150, I da C.F. sendo

inconstitucional a pretensão em face do princípio da estrita legalidade da

tributação. Ainda, a inconstitucionalidade se manifesta em razão da indevida

delegação de poderes ao Executivo.

Questão 65

Apenas se cogita da responsabilidade pessoal dos sócios, em caso de

liqüidação, na hipótese de sociedade de pessoas (CTN, art. 134, VII). No caso,

como se trata de sociedade anônima, não haverá responsabilização pessoal do

acionista a esse título.

Questão 66

Deverá escolher o imposto de renda sobre o ganho de capital obtido na venda,

equivalente à diferença entre o preço da venda e o valor declarado ( R$

30.000,00). Deverá, ainda, quitar o Imposto de Transmissão sobre Bens

Caio Marco Bartine Nascimento

241

Imóveis, apenas se a respectiva legislação municipal imputar esse ônus ao

vendedor (CTN, art. 42).

Questão 67

Não é possível alegar a imunidade recíproca, de que trata o art. 150, VI, ―a‖, já

que a imunidade não se estende aos serviços ―relacionados com exploração de

atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos

privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas

pelo usuário‖ (art. 150, § 3 CF). Com relação aos faturamentos de janeiro e

fevereiro, estão eles livres da tributação, tendo em vista que a Emenda

Constitucional nº 42 introduziu a alínea ―c‖ no art. 150, III, da Constituição,

vedando a cobrança de tributos ―antes de decorridos noventa dias da data em

que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou‖.

Questão 68

Ambos os argumentos não prosperam. O primeiro argumento baseia-se na

idéia de capacidade contributiva, aplicável a impostos. Não é pacífica sua

extensão às taxas. De qualquer modo, o valor venal não poderia ser usado

como base de cálculo da taxa, à luz do art. 145, § 2º, do texto constitucional,

que veda que as taxas tenham base de cálculo próprio de impostos. O segundo

argumento também é falho, já que as taxas podem ser cobradas por serviços

postos à disposição do contribuinte (art. 145, II da CF ou art. 77 e 79 do CTN).

Questão 69

Não. Tratando-se de uma tributação progressiva, a renda do contribuinte é

tributada a cada faixa por alíquota diversa. Assim, o aumento real do salário do

contribuinte será tributado, sem que isso implique redução em relação ao valor

que recebia, conforme segue:

Situação

anterior

Salário R$ 2.110,00

Tributação Até 1.058,00 Isento

Caio Marco Bartine Nascimento

242

Parcela superior a 1.058,00 e

inferior a 2.115,00: (2.110 -

1.058 = 1.052): 15%

15% de 1.052 =

157,80

Total de imposto R$ 157,80

Rendimento Líquido do imposto 2.110 – 157,80

= R$ 1.952,20

Nova situação Salário R$ 2.160

Tributação Até 1.058,00 Isento

Parcela superior a 1.058,00 e

inferior a 2.115,00: (2.115 –

1.058 = 1.057): 15%

15% de 1.057 =

158,55

Parcela superior a 2.115,00

(2.160 – 2.115 = 45): 27,5%

27,5% de 45 =

12,38

Total de imposto R$ 170,93

Rendimento Líquido do imposto 2.160 – 170,93

= R$ 1.989,07

Como se vê, o contribuinte não deixará de se beneficiar do aumento, apesar da

nova tributação.

Nota sobre o gabarito: não se exigirá a exatidão do cálculo, mas o candidato

deve demonstrar conhecer o conceito de progressividade e seus reflexos no

caso em tela. Especialmente, o candidato deve mostrar saber que a alíquota

mais elevada incidirá apenas sobre pequena parcela de seu rendimento.

Questão 70

A oposição apresentada pelos clientes relaciona-se com a sistemática de não

cumulatividade do IPI; sendo a empresa mera comerciante, seus produtos não

são tributados pelo IPI, quando vendidos às indústrias. Estas, por sua vez, não

têm como tomar qualquer crédito de imposto, preferindo, por isso, adquirir

tecidos de outras indústrias, visando a creditar-se do imposto pago. A solução

a ser proposta à empresa é que ela opte por ser estabelecimento equiparado a

Caio Marco Bartine Nascimento

243

industrial, passando, pois, a ter suas saídas tributadas pelo imposto, dando

margem a crédito para seus clientes.

Questão 71

Seu amigo está errado. Tendo em vista os melhoramentos públicos descritos, a

área em que se encontra o sitio é zona urbana, à luz do art. 32, parágrafo 1º,

do CTN. Assim, é devido o IPTU. Por outro lado, o ITR vem sendo recolhido

indevidamente.

Questão 72

O contador está certo. A Constituição Federal, no art. 153, parágrafo 2º, I,

contempla os princípios da generalidade e da universalidade. Esses princípios

estão hoje regulados no 1º do art. 43 do CTN, que submete os rendimentos ao

imposto, independentemente da localização, condição jurídica ou nacionalidade

da fonte.

Questão 73

Como a Indústria Brasileira de Carimbos para Escritórios Ltda. efetua vendas

apenas para clientes de seu estado, vê-se que suas saídas são tributadas pelo

ICMS à alíquota de 18%. Assim, ao calcular o efetivo custo de um insumo, a

Indústria Brasileira de Carimbos para Escritórios Ltda. deve considerar o

montante de crédito de ICMS sobre suas aquisições, já que esse será

compensado com o devido no momento de suas saídas. Temos, assim, os

seguintes valores líquidos de ICMS:

Fornecedor Preço (valor da

nota)

Crédito de ICMS Preço líquido do

ICMS

Plásticos Paulista

Ltda.

100 18 (18% 100) 82

Plásticos

Bandeirantes Ltda.

96 17,28 (18% de

96)

78,72

Plásticos Carioca 96 11,52 (12% de 84,48

Caio Marco Bartine Nascimento

244

Ltda. 96)

Plásticos Potiguar

Ltda.

90 10,80 (12% de

90)

79,20

Tendo em vista a tabela acima, a melhor oferta é a de Plásticos Bandeirantes.

OBS: Serão aceitos erros algébricos, desde que inequívoca a compreensão do

raciocínio jurídico.

Questão 74

(a) A imunidade se estende às unidades alugadas a terceiros. É o que dispõe a

Súmula 724 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao

IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI,

c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades

essenciais de tais entidades. (b) sobre as unidades cedidas, não incide o IPTU,

já que o Lar mantém a propriedade (não transferida pelo contrato de uso),

aplicando-se a imunidade da entidade de assistência social.

Questão 75

Não está correto: O art. 3º da Lei 10.833/2003 arrola as hipóteses em que se

conferem créditos. No caso de serviços, vê-se que, de regra, eles somente

darão direito a crédito se utilizados como insumo na prestação de serviços e na

produção ou fabricação de bens ou produtos destinados a venda. No caso, os

serviços não se relacionam com a produção, não dando direito a crédito.

Questão 76

(a) Legalidade: não se estende ao prazo para recolhimento do tributo, já que o

art. 97 do CTN não estende o princípio à questão do prazo e o art. 160 deixa

claro que o prazo é matéria da ―legislação tributária‖, não da lei. (b)

anterioridade: A Súmula 669 do STF pacificou o entendimento de que norma

legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita

ao princípio da anterioridade.

Caio Marco Bartine Nascimento

245

Questão 77

O prazo prescricional não foi respeitado. A inscrição em dívida ativa suspende

o prazo prescricional por 180 dias (artigo 2º, § 3º, Lei 6.830/80). A execução foi

ajuizada quase um ano e meio após a inscrição em dívida ativa (05/07/2005), o

que significa que a contagem do prazo prescricional voltou a ocorrer 180 dias

após a data de inscrição em dívida ativa, ou seja, 07/2004. Portanto, tomando-

se as datas de ocorrência dos fatos geradores até a distribuição da ação de

execução fiscal, descontados os 180 dias de suspensão, terá sido consumada

a prescrição. Ver também artigo 174 do Código Tributário Nacional.

Questão 78

Orientar a Empresa X a fazer a retenção do ISS sob pena de responsabilidade.

Questão 79

Tendo fixado a residência no Brasil, o Sr. Pierre passará a ser tributado

segundo o princípio da universalidade - deverá pagar imposto sobre o

rendimento auferido no Brasil e na França - o imposto pago na França (sobre

os rendimentos lá auferidos) poderá ser compensado com o imposto devido no

Brasil sobre estes rendimentos.

Questão 80

É menos onerosa a aplicação feita por pessoa física, pois haverá apenas a

retenção de 15% a título de imposto de renda - no caso de se investir como

pessoa jurídica, embora o valor retido de 15% possa ser compensado

posteriormente, haverá a incidência das alíquotas de 15% e adicional de 10%,

PIS e Cofins.

Caio Marco Bartine Nascimento

246

DICAS DE LINGUA PORTUGUESA

I) ORTOGRAFIA :

Abaixo-assinado > Documento ( Ex. Todos assinaram o abaixo-assinado )

Abaixo assinado > Signatário ( Ex. A abaixo assinado, vem requerer... )

* * *

Acender > Por fogo, fazer arder, incendiar

AScender > Subir, elevar-se

* * *

Acento > Sinal ortográfico ( agudo, grave, circunflexo)

ASSento> Local ou objeto em que a gente senta

* * *

Afim > Significa semelhante. Ex. Temos idéias afins

A fim > Indica finalidade. Ex. Está aqui a fim (com a finalidade) de estudar

* * *

Ante > Significa antes. Ex. anteontem, anteprojeto

AntI > Significa contra. Ex. Antinupcial (contrário ao

casamento)

* * *

Arrear > Pôr arreios em...

Arriar> Abaixar, descer ( o que estava suspenso ou levantado)

* * *

À-toa > Irrefletido

À toa > sem destino

* * *

Bimensal > Ocorre 2 vezes ao mês

Bimestral > Ocorre a cada 2 meses

Caio Marco Bartine Nascimento

247

* * *

CaÇar > Procurar, buscar, como se faz às feras

CaSSar > Fazer cessar, tornar nulo ou sem efeito (licenças, autorizações etc)

* * *

Cartucho > Invólucro de papel ou cartão. Recipiente com filme ou fita

magnética.

Cartuxo > Pertencente ou relativo à Cartuxa. Religioso de Ordem Cartuxa

* * *

Cessão > Ato ou efeito de ceder.

Sessão > Reunião de pessoas ( Ex.Sessão da câmara, Sessão do Júri etc.)

Seção > Divisão de um setor ou departamento.

* * *

Cerrar > Fechar.

Serrar > Cortar.

* * *

Cerração > Nevoeiro espesso

Serração > Ato de serrar, serragem

* * *

Chácara >Pequena propriedade campestre, casa de campo

Xácara > Narrativa popular em versos

* * *

Cheque > Ordem de pagamento emitido em favor de pessoas ou empresas

Xeque > Pôr em dúvida o valor, a importância, o mérito de:

* * *

COmprimento > Medida

CUmprimento > Ato de cumprir.

* * *

CoZer > Significa Cozinhar

CoSer > Significa costurar.

* * *

ConSerto > Reparar,Corrigir.

Caio Marco Bartine Nascimento

248

ConCerto >Peça Musical.

* * *

DesApercebido > Desprevenido,desprovido.

Despercebido >Que não foi percebido.

* * *

DEferir > Anuir ( o que se pede ou requer) atender, conceder

DIferir > Adiar, retardar; divergir ; ser diferente.

* * *

DIscriminar > Separar, segregar ou relacionar, fazer lista etc.

DEscriminar > Inocentar, deixar de ser crime.

* * *

DIstratar > Desfazer tratado.

DEstratar >Insultar, Ofender.

* * *

Emergir > Para fora

Imergir > Mergulhar

* * *

ESpectador >Quem assiste a um espetáculo.

EXpectador > Quem está na expectativa.

* * *

Estada > Ato de estar, demora, permanência

Estadia > Prazo concedido para carga e descarga de navio

* * *

Esterno > Osso situado na parte anterior do tórax

Externo > Que está por fora ou vem de fora

* * *

Estrato > Camadas das rochas, ou de uma população (pelo seu nível

social)

Extrato > Resumo, síntese; que se extrai

* * *

EXperto > Quem tem experiência, perito

Caio Marco Bartine Nascimento

249

ESperto > Acordado, desperto

* * *

Flagrante > Evidente, ato em que a pessoa é surpreendida ao praticar

Fragrante > Perfumado, aromático, odorífero

* * *

Fluir > Correr em abundância; Ir no sentido de...

Fruir >Estar na posse de; possuir; desfrutar

* * *

Haja > Verbo haver ( Ex. É preciso que haja gasolina para o veículo

funcionar)

Aja > Verbo agir. ( Ex. Temos que agir rápido...)

* * *

HelipoNto > Local para apenas um helicóptero.

HelipoRto > Local para vários helicópteros.

* * *

História > É a ciência ( Ex. História do Brasil)

Estória ou história ( com "h" minúsculo)> é uma narração, um conto etc.

* * *

Incontinente > Falta de continência, moderado, sensual

Incontinenti > Sem demora; sem interrupção; imediatamente

* * *

Infligir > Causar ou produzir ( dano, incômodo, prejuízo etc)

Infringir >Violar, quebrar, transgredir, desrespeitar

* * *

Ir de encontro > Significa ir contra, chocar-se.

Ir ao encontro > Significa concordar, aproximar-se.

* * *

InSipiente > Que não sabe.Ignorante

InCipiente > Iniciante.

* * *

Caio Marco Bartine Nascimento

250

MaL > Contrário de Bem. (Ex. Ele foi mal nas provas, ela foi bem )

MaU > Oposto de Bom. (Ex. Ele é um mau aluno mas, um bom atleta)

* * *

Pleito > Debate. discussão,questão em juízo

Preito > Homenagem, sujeição, dependência

RAtificar > Confirmar (Ex. Foi ratificada a data dos exames )

REtificar > Corrigir. ( Ex. Foi retificada a nota da redação )

* * *

Tacha > Pequeno prego de cabeça larga e chata

Taxa > Tributo, imposto

* * *

TráfEgo > Circulação de veículos. ( Ex. Neste horário o tráfego fica muito

lento)

TráfIco > Comércio ilegal ou ilícito. (Ex. A polícia combate o tráfico de

drogas)

* * *

Sesta > Hora em que se descansa ou dorme depois do almoço.

Sexta > Intervalo de seis graus consecutivos na escala diatônica

Cesta > Receptáculo feito de fibra entrelaçada com o sem alça.

* * *

Tenção > Intenção, intento ( Ex. Se sua tenção é ir rápido, tome um avião)

Tensão > Qualidade do que é tenso ( pode também ser diferença de

potencial elétrico entre dois pontos de um circuito - Tensão elétrica,

voltagem)

(Dupla grafia)

Câmera ou Câmara Porcentagem ou Percentagem

Quota ou Cota Aterrissar ou Aterrizar

Sucatear ou Sucatar Catorze ou Quatorze

Caio Marco Bartine Nascimento

251

Descarrilar ou Descarrilhar Quociente ou Cociente

NUNCA ESCREVA COM HÍFEN:

Bicampeão/Tricampeão/Tetracampeão...

antiético malcasado subgerente subprefeito

antiaéreo malsucedido subaquático subsolo

antidiluviano semifinal suboficial subsíndico

antiinflacionário sobreloja subtotal supermercado

contracheque subcomissão subumano

extraconjugal subdelegado subseção

ESCREVA CERTO:

CINQÜENTA, nunca Cincoenta.

BENEFICENTE,nunca Beneficiente.

EMPECILHO e não impecilho.

PARALISAR e nunca Paralizar.

ATERISSAR e não aterrisar

ADIVINHAR e nunca advinhar

CABELEIREIRO e não cabelereiro

Nomes susceptíveis de forma coletiva especial

Amigos Tetúlia Gente Chusma;

Caio Marco Bartine Nascimento

252

Bispos Concílio; sínodo

Ciganos Bando; pandilha

Escritores Plêiade

magote

Livros(amontoados) pilha; ruma

Papéis Resma; rima;

ruma

Professores Congregação

Palavras e expressões Latinas em uso no Português:

Álibi - Em outro lugar. Recurso de que se vale alguém acusado de crime

provando que não se achava no lugar do fato

Curriculum vitae - Currículo de vida de alguém. Conjunto de dados biográficos

e de todas as atividades profissionais.Déficit - saldo negativo.Superávit - Saldo

positivo, sobra

Ex-offício - Por dever do cargo

Fac-símile -reprodução exata

Fiat lux - Faça-se a luz! É do Gênesis, ao descrever a seqüência de criação

das coisas

In loco - No lugar, no local.

Ipsis litteris - Literalmente

Per se - Por si mesmo. Sem influência alheia.

Pro rata - em proporção

Caio Marco Bartine Nascimento

253

Post scriptum - Depois do escrito ( quando se escreve qualquer mensagem e

no final se quer acrescentar alguma coisa mais, coloca-se P.S. e escreve-se o

que se faz necessário.

Quorum - Número mínimo para funcionamento de um órgão colegiado.

Sic - Assim, (Quando num texto há qualquer palavra errada, costuma-se

colocar depois dela SIC, para afirmar que tal erro se encontra no texto e não

pertence a quem está fazendo a citação dele).

Sine die - Sem dia marcado.

Sine qua non - Subtende-se conditio, condição sem a qual nada pode ser

feito.

Statu quo - No estado primeiro em que se achava a questão.

Stricto Sensu - Em sentido estrito/ opõe-se a lato sensu.

Superávit - Saldo positivo, sobra.

Verba gratia - Por exemplo

Versus - contra

Vide - Vê. Isto é , confira.

Vox populi, vox Dei - A voz do povo é a voz de Deus.

REDUNDÂNCIAS:

> Encarar de frente ( Pode-se encarar de lado?)

> Desfecho final ( Se houve desfecho, já se chegou ao final)

> Elo de ligação ( Todo elo é de ligação)

> Planos para o futuro ( Alguém faz plano para o passado?)

Caio Marco Bartine Nascimento

254

> Criar novos empregos ( Alguém consegue criar algo velho?)

> Habitat natural ( Todo habitat é natural)

> Conviver juntos ( quem convive separado?)

> Sua autobiografia ( Se é autobiografia, só pode ser sua)

> Sorriso nos lábios ( Onde poderia ser?)

> General do Exército ( Só existem generais no Exército)

> Brigadeiro da Aeronáutica ( Só existem brigadeiros na Aeronáutica)

> Almirante da Marinha ( Só existem almirantes na Marinha)

> Manter o mesmo time ( Quem consegue manter outro time?)

> Labaredas de fogo ( Há labaredas de outra coisa?)

> Despesas com gastos ( ambas têm o mesmo sentido )

> Monopólio exclusivo ( Se é monopólio, já é total )

> Ganhar grátis ( Quem ganha pagando?)

> Paises do mundo ( E de onde mais podem ser?)

> Viúva do falecido ( Há viúva sem haver falecido?)

> Cale a boca ( O que mais se pode calar?)

> Erário Público (Todo erário é público )

> Experiência anterior ( Se possui, só pode ter adquirido posteriormente)

>Tenho um amigo meu ( Se você tem, já é seu)

> Pessoa Humana ( Basta pessoa, ou ser humano)

> Há quinze dias atrás ( Um ou outro. Há quinze dias, ou Quinze dias

atrás)

II) ESTUDO DA CRASE

A crase indica a fusão da preposição a com artigo a: João voltou à (a

preposição + a artigo) cidade natal. / Os documentos foram apresentados às (a

prep. + as art.) autoridades. Dessa forma, não existe crase antes de palavra

masculina: Vou a pé. / Andou a cavalo. Existe uma única exceção, explicada

mais adiante.

Caio Marco Bartine Nascimento

255

Regras práticas

Primeira- Substitua a palavra antes da qual aparece o a ou as por um termo

masculino. Se o a ou as se transformar em ao ou aos, existe crase; do

contrário, não. Nos exemplos já citados: João voltou ao país natal. / Os

documentos foram apresentados aos juízes. Outros exemplos: Atentas às

modificações, as moças... (Atentos aos processos, os moços...) / Junto à

parede (junto ao muro).

No caso de nome geográfico ou de lugar, substitua o a ou as por para. Se o

certo for para a, use a crase: Foi à França (foi para a França). / Irão à Colômbia

(irão para a Colômbia). / Voltou a Curitiba (voltou para Curitiba, sem crase).

Pode-se igualmente usar a forma voltar de: se o de se transformar em da, há

crase, inexistente se o de não se alterar: Retornou à Argentina (voltou da

Argentina). / Foi a Roma (voltou de Roma).

Segunda - A combinação de outras preposições com a (para a, na, da, pela e

com a, principalmente) indica se o a ou as deve levar crase. Não é necessário

que a frase alternativa tenha o mesmo sentido da original nem que a regência

seja correta. Exemplos: Emprestou o livro à amiga (para a amiga). / Chegou à

Espanha (da Espanha). / As visitas virão às 6 horas (pelas 6 horas). / Estava às

portas da morte (nas portas). / À saída (na saída). / À falta de (na falta de, com

a falta de).

Usa-se a crase ainda

- Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo, àqueloutro (e

derivados): Cheguei àquele (a + aquele) lugar. / Vou àquelas cidades. /

Referiu-se àqueles livros. / Não deu importância àquilo.

- Nas indicações de horas, desde que determinadas: Chegou às 8 horas, às

10 horas, à 1 hora. Zero e meia incluem-se na regra: O aumento entra em vigor

Caio Marco Bartine Nascimento

256

à zero hora. / Veio à meia-noite em ponto. A indeterminação afasta a crase: Irá

a uma hora qualquer.

- Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas como às pressas, às

vezes, à risca, à noite, à direita, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de,

à procura de, à mercê de, à custa de, à medida que, à proporção que, à força

de, à espera de: Saiu às pressas. / Vive à custa do pai. / Estava à espera do

irmão. / Sua tristeza aumentava à medida que os amigos partiam. / Serviu o filé

à moda da casa.

- Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais a

tradição lingüística o exija, como à bala, à faca, à máquina, à chave, à vista,

à venda, à toa, à tinta, à mão, à navalha, à espada, à baioneta calada, à

queima-roupa, à fome (matar à fome): Morto à bala, à faca, à navalha. / Escrito

à tinta, à mão, à máquina. / Pagamento à vista. / Produto à venda. / Andava à

toa. Observação: Neste caso não se pode usar a regra prática de substituir a

por ao.

- Antes dos relativos que, qual e quais, quando o a ou as puderem ser

substituídos por ao ou aos: Eis a moça à qual você se referiu (equivalente:

eis o rapaz ao qual você se referiu). / Fez alusão às pesquisas às quais nos

dedicamos (fez alusão aos trabalhos aos quais...). / É uma situação

semelhante à que enfrentamos ontem (é um problema semelhante ao que...).

Não se usa a crase antes de

- Palavra masculina: andar a pé, pagamento a prazo, caminhadas a esmo,

cheirar a suor, viajar a cavalo, vestir-se a caráter. Exceção. Existe a crase

quando se pode subentender uma palavra feminina, especialmente moda e

maneira, ou qualquer outra que determine um nome de empresa ou coisa:

Salto à Luís XV (à moda de Luís XV). / Estilo à Machado de Assis (à maneira

de). / Referiu-se à Apollo (à nave Apollo). / Dirigiu-se à (fragata) Gustavo

Barroso. / Vou à (editora) Melhoramentos. / Fez alusão à (revista) Projeto.

Caio Marco Bartine Nascimento

257

- Nome de cidade: Chegou a Brasília. / Irão a Roma este ano. Exceção. Há

crase quando se atribui uma qualidade à cidade: Iremos à Roma dos Césares. /

Referiu-se à bela Lisboa, à Brasília das mordomias, à Londres do século 19.

- Verbo: Passou a ver. / Começou a fazer. / Pôs-se a falar.

- Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a

ponta.

- Ela, esta e essa: Pediram a ela que saísse. / Cheguei a esta conclusão. /

Dedicou o livro a essa moça.

- Outros pronomes que não admitem artigo, como ninguém, alguém, toda,

cada, tudo, você, alguma, qual, etc.

- Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelência. / Recomendamos a

Vossa Senhoria... / Pediram a Vossa Majestade...

- Uma: Foi a uma festa. Exceções. Na locução à uma (ao mesmo tempo) e no

caso em que uma designa hora (Sairá à uma hora).

- Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a

reclamações. / Em respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em

respeito a falecimento, e não ao falecimento. / Não me refiro a mulheres, mas a

meninas.

Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido uma antes da

palavra feminina, não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma)

advertência a (uma) multa. / Igreja reage a (uma) ofensa de candidato em

Guarulhos. / As reportagens não estão necessariamente ligadas a (uma)

agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. / Empresa atribui goteira a

(uma) falha no sistema de refrigeração. / Partido se rende a (uma) política de

alianças.

Caio Marco Bartine Nascimento

258

Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de bebês leva à

punição (ao castigo) de médico. / Superintendente admite ter cedido à pressão

(ao desejo) dos superiores.

- Substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo: Pegaram-

se a dentadas. / Agrediram-se a bofetadas. / Progrediram a duras penas.

- Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a Ana Néri. / Preferia Ingrid

Bergman a Greta Garbo.

- Dona e madame: Deu o dinheiro a dona Maria . / Já se acostumou a madame

Angélica. Exceção. Há crase se o dona ou o madame estiverem

particularizados: Referia-se à Dona Flor dos dois maridos.

- Numerais considerados de forma indeterminada: O número de mortos

chegou a dez. / Nasceu a 8 de

janeiro. / Fez uma visita a cinco empresas.

Locuções com e sem crase

- Distância, desde que não determinada: A polícia ficou a distância. / O navio

estava a distância. Quando se define a distância, existe crase: O navio estava

à distância de 500 metros do cais. / A polícia ficou à distância de seis metros

dos manifestantes.

- Terra, quando a palavra significa terra firme: O navio estava chegando a

terra. / O marinheiro foi a terra. (Não há artigo com outras preposições: Viajou

por terrra. / Esteve em terra.) Nos demais significados da palavra, usa-se a

crase: Voltou à terra natal. / Os astronautas regressaram à Terra.

- Casa, considerada como o lugar onde se mora: Voltou a casa. / Chegou

cedo a casa. (Veio de casa, voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver

Caio Marco Bartine Nascimento

259

determinada, existe crase: Voltou à casa dos pais. / Iremos à Casa da Moeda. /

Fez uma visita à Casa Branca.

Uso facultativo

- Antes do possessivo: Levou a encomenda a sua (ou à sua) tia. / Não fez

menção a nossa empresa (ou à nossa empresa). Na maior parte dos casos, a

crase dá clareza a este tipo de oração.

- Antes de nomes de mulheres: Declarou-se a Joana (ou à Joana). Em geral,

se a pessoa for íntima de quem fala, usa-se a crase; caso contrário, não.

- Com até: Foi até a porta (ou até à). / Até a volta (ou até à). No Estado, porém,

escreva até a, sem crase.

a álcool /à altura (de) / à americana / à argentina / à baiana / à baila / à

baioneta calada / à bala /à base de / à beça / à beira (de) / a bel-prazer / a boa

distância de / a bordo / a bordoadas / a braçadas / à brasileira / à busca (de) / a

cabeçadas / à cabeceira (de) / à caça (de) / a calhar / a cântaros / a caráter / à

carga / a cargo de / a cavalo /a cerca de / a certa distância / à chave / a

chibatadas / a chicotadas / a começar de / à conta (de) / a contar de / à cunha

/a curto prazo / à custa (de) / a dedo / à deriva / a diesel / à direita / à disparada

/ à disposição / a distância / a duras penas / a elas(s), a ele(s) / a eletricidade /

à entrada / à escolha (de) / à escovinha / à escuta / a esmo / à espada / à

espera (de) / à espreita (de) / à esquerda / a esse(s), a essa(s) / a este(s), a

esta(s) / à evidência / à exceção de / à falta de / a ferro e fogo / à flor da pele /

à força (de) / à francesa / à frente (de) / à fresca / a frio / a fundo / a gás / a

gasolina / à gaúcha / a gosto / à imitação de / à inglesa / a instâncias de / a

lápis / à livre escolha / a longa distância / a longo prazo / a lume / à luz / a mais

/ a mando de / à maneira de / à mão / à mão armada / à mão direita / à

máquina / à margem (de) / à marinheira / a marteladas / à medida que / à meia-

noite / a menos / à mercê (de) / à mesa / à mesma hora / a meu ver / à minha

disposição / à minha espera / à minuta / à moda (de) / à moderna / à morte / à

Caio Marco Bartine Nascimento

260

mostra / a nado / à noite / à noitinha / à nossa disposição / à nossa espera / a

olho nu / à ordem / à paisana / a par / à parte / a partir de / a passos largos / a

pé / a pedidos / a ponto de / a postos / à praia / a prazo / à pressa / à prestação

/ a prestações / à primeira vista /a princípio / à procura (de) / à proporção que /

a propósito / à prova / a público / a quatro mãos / à que (=àquela que) / àquela

altura / à queima-roupa / à razão (de) / a respeito de / à revelia (de) / a rigor / à

risca / às avessas / às cegas / às cinco (horas) / às claras / a seguir / à

semelhança de / às encobertas / a sério / a serviço / às escuras / a sete chaves

/ às favas / às gargalhadas / às margens de / às marteladas / às mil maravilhas

/ às ocultas / à sorte / a sós / às pressas / às quais / às quartas-feiras / à sua

disposição / à sua escolha / à sua espera / à tardinha / a termo / à tinta / a toda

/ à última hora / à vista (de) / à volta (de) / à vontade / à vossa disposição / dar

vazão à /de parte a parte / de ponta a ponta / de uma ponta à outra / em que

pese a / exceção à regra / face a face / falar à razão / faltar à aula / fazer as

vezes de / frente a frente / graças às / perante as / pôr à mostra / pôr à prova /

pôr fim à vida / quanto às / recorrer à polícia / reduzir à expressão / reduzir a

zero / sair à rua / saltar à vista / tirar à sorte / voltar à cena / voltar às boas

Exemplos:

A entrada será permitida mediante à entrega da passagem. [Inadequado]

A entrada será permitida mediante a entrega da passagem. [Adequado]

Desde à assembléia os operários clamavam por greve. [Inadequado]

Desde a assembléia os operários clamavam por greve. [Adequado]

Os médicos eram chamados a sala de cirurgia. [Inadequado]

Os médicos eram chamados à sala de cirurgia. [Adequado]

III) ACENTUAÇÃO GRÁFICA:

Caio Marco Bartine Nascimento

261

1. Regras gerais:

Para acentuar corretamente as palavras, convém observar as seguintes regras:

1.1. Proparoxítonas

Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados. Exemplos:

árvore, metafísica, lâmpada, pêssego, quiséssemos, África, Ângela.

1.2. Paroxítonas

São acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em:

i(s): júri, júris, lápis, tênis.

us: vírus, bônus.

r: caráter, mártir, revólver.

x: tórax, ônix, látex.

n: hífen, pólen, mícron, próton.

l: fácil, amável, indelével.

ditongo: Itália, Áustria, memória, cárie, róseo, Ásia, Cássia, fáceis, imóveis,

fósseis, jérsei.

ão(s): órgão(s), sótão (s), ófão (s), bênção (s).

ã (s): órfã(s), ímã (s).

ps: bíceps, fórceps

Não se acentuam os paroxítonos terminados em ens: hifens, polens, jovens,

nuvens, homens.

Não se acentuam os prefixo paroxítonos terminados em i ou r: super-homem,

inter-helênico, semi-selvagem.

Caio Marco Bartine Nascimento

262

1.3. Oxítonas

São acentuados os vocábulos terminados em:

a(s )d, e(s), o(s): maracujá, ananás, café, você, dominó, paletós, vovô, vovó,

Paraná.

em/ens: armazém, vintém, armazéns, vinténs.

Acentuam-se também los monossílabos tônicos terminados em a, e, o

(seguidos ou não de s): pá, pé, pó, pás, pés, pós, lê, dê, hás, crês.

As formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidos de lo, la, los, las

também são acentuadas: amá-lo, dizê-lo, repô-lo, fá-lo, repô-la, fá-lo-á, pô-lo,

comprá-la-á.

O til vale como acento tônico se outro acento não figura no vocábulo: lã, fã,

irmã, alemã

2. Regras especiais

Além das anteriormente vistas, cumpre observar ainda as seguintes regras:

Acentuam-se os ditongos de pronúncia aberta éu, éi, ói: chapéu, céu, anéis,

pastéis, coronéis, herói.

Hiatos ôo e êe: vôo, enjôo, vôos, crêem, lêem, dêem.

a) Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do

presente do indicativo:

ele tem/ eles têm, ele vem/eles vêm.

b) Os verbos derivados de ter e vir levam acento agudo na 3ª pessoa do

singular e acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do

presente do indicativo: ele retém/ eles retêm, eles intervém /eles intervêm.

c) Recebem acento diferencial as seguintes palavras:

Caio Marco Bartine Nascimento

263

pôr (verbo), para diferenciar de por (preposição).

pára (verbo), para diferenciar de para (preposição).

pêlo (substantivo), para diferenciar de pelo (contração).

pélo (do verbo pelar), para diferenciar de pelo (contração).

pôde(3ª pessoa do singular do pretérito perfeito), para diferenciar de pode (3ª

pessoa do singular do presente o indicativo)

IV) O USO DO PORQUÊ:

* por que - grafa-se separadamente e sem acento:

a) orações interrogativas diretas:

Por que ele saiu?

b) orações interrogativas indiretas:

Não sei por que ele saiu.

c) pronome relativo:

O caminho por que (pelo qual) passei era difícil.

por quê - grafa-se separadamente e com acento, quando ocorrer no final de

frases interrogativas:

Ele saiu cedo, por quê?

Você não aceitou minha sugestão. Por quê?

* porque - grafa-se numa única palavra quando for empregado como

conjunção, geralmente causal ou explicativa.

Neste caso pode ser substituído pela conjunção pois. É a resposta da

pergunta.

Saí cedo, porque tinha um sério compromisso.

Caio Marco Bartine Nascimento

264

* porquê - grafa-se numa única palavra e acentuado quando for substantivo.

Não sei o porquê de sua revolta.

Nesse caso pode ser reconhecido:

a) pela anteposição do artigo;

b) substituindo-o pelas palavras ―motivo‖, ―causa‖.

Exemplos:

V) EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS :

A nível de experiência, tudo é válido. [Inadequado]

Em nível de experiência, tudo é válido. [Adequado]

Eles estavam em vias de cometer uma loucura. [Inadequado]

Eles estavam em via de cometer uma loucura. [Adequado]

A seguir, alguns exemplos de locuções em uso inadequado:

EMPREGO INADEQUADO EMPREGO

ADEQUADO

a nível de em nível de

à medida em que na medida em que

ao mesmo tempo que ao mesmo tempo em

que

apesar que apesar de que

de modo a de modo que

a longo prazo em longo prazo

em vias de em via de

ao ponto de a ponto de

de vez que uma vez que / portanto

Caio Marco Bartine Nascimento

265

CONSTRUÇÃO

INADEQUADA

CONSTRUÇÃO ADEQUADA

estar de (greve) estar em (greve)

namorar com namorar

arrasar com arrasar

repetir de (ano) repetir o (ano)

VI) Verbos / preposições :

Os estudantes visam uma melhor colocação profissional. [Inadequado]

Os estudantes visam a uma melhor colocação profissional. [Adequado]

Os estudantes visam a ela. [Adequado]

...[termo regente: visar a = ter por objetivo]

Os combatentes visavam aos territórios ocupados recentemente. [Inadequado]

Os combatentes visavam os territórios ocupados recentemente. [Adequado]

Os combatentes visavam-nos. [Adequado]

...[termo regente: visar = mirar]

Os mais velhos insistiam em querer assistir o jogo em pé. [Inadequado]

Os mais velhos insistiam em querer assistir ao jogo em pé. [Adequado]

Os mais velhos insistiam em querer assisti a ele em pé. [Adequado]

...[termo regente: assistir a = ver, observar]

Caio Marco Bartine Nascimento

266

Assiste o médico o direito de solicitar as informações sobre seu cliente.

[Inadequado]

Assiste ao médico o direito de solicitar as informações sobre seu cliente.

[Adequado]

Assiste-lhe o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Adequado]

...[termo regente: assistir a = caber, pertencer]

Tua equipe assistiu aos processos de forma brilhante e participativa.

[Inadequado]

Tua equipe assistiu os processos de forma brilhante e participativa. [Adequado]

Tua equipe os assistiu de forma brilhante e participativa. [Adequado] ...[termo

regente: assistir = prestar assistência, socorrer]

VI) PONTUAÇÃO :

Não se separam por vírgula:

a) predicado de sujeito;

b) objeto de verbo;

c) adjunto adnominal de nome;

d) complemento nominal de nome;

e) predicativo do objeto do objeto;

f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja

apositiva nem apareça na ordem inversa)

A vírgula no interior da oração

É utilizada nas seguintes situações:

a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café.

A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.

Caio Marco Bartine Nascimento

267

b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui

ontem.

c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.

Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.

As pessoas, muitas vezes, são falsas.

d) separar elementos de uma enumeração.

Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.

e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.

Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para

acertar a viagem.

f) separar conjunções intercaladas.

Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.

g) separar o complemento pleonástico antecipado.

Ex.: A mim, nada me importa.

h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.

Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.

i) separar termos coordenados assindéticos.

Ex.: "Lua, lua, lua, lua,

por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)

j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).

Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)

Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da

vírgula. Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política.

Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia

ou Ceará.

Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar

ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório.

Caio Marco Bartine Nascimento

268

Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.

A vírgula entre orações

É utilizada nas seguintes situações:

a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas.

Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.

b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as

iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí

para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.

c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas),

principalmente se estiverem antepostas à oração principal.

Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e

fugindo com o corpo apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar)

d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho

grandes contentamentos em a estar plantando..."

Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.

Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.

2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase

(polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.

3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição

(adversidade, conseqüência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda

assim não foi aprovada.

c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas),

principalmente se estiverem antepostas à oração principal.

Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e

fugindo com o corpo apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar)

Caio Marco Bartine Nascimento

269

d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho

grandes contentamentos em a estar plantando..."

Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.:

"Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar

plantando..."

e) separar as orações substantivas antepostas à principal.

Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei

8- PONTO-E-VÍRGULA ( ; )

a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma

seqüência, etc.

Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:

I- advertência;

II- suspensão;

III- demissão;

IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V- destituição de cargo em comissão;

VI- destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito

Administrativo)

b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas

quais já tenham tido utilizado a vírgula.

Ex.: ―O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude

Caio Marco Bartine Nascimento

270

apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da

vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi

transformando em opressora asma cardíaca; os

lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim -

Visconde de Taunay)

Observações :

O feminino de OFICIAL de JUSTIÇA é OFICIALA de JUSTIÇA,

mas cuidado:

EMBAIXADORA é a mulher no exercício da função, enquanto EMBAIXATRIZ é

a mulher do do embaixador.

Também considere-se PRESIDENTA como sendo o feminino de Presidente e

mais exótico ou mal sonoro que possa demonstrar, também estão corretas as

grafias ( no feminino) GIGANTA E TABELIOA.

OBRAS BIBLIOGRÁFICAS EM GERAL

Curso de Direito Tributário. Machado, Hugo de Brito / MALHEIROS

Curso de Direito Tributário. Melo, José Eduardo Soares de / DIALETICA

Caio Marco Bartine Nascimento

271

Direito Tributário. Cassone, Vittorio / ATLAS

Código Tributário Nacional e Constituição Federal – Tradicional. Editora Saraiva / SARAIVA

Código Tributário, Código de Processo Civil e Constituição Federal - 3 em 1. Editora Saraiva / SARAIVA

Direito Tributário - Constituição e Código Tributário. Paulsen, Leandro / LIVRARIA DO ADVOGADO

Impostos e Contribuições Federais. Martins, Marcelo Guerra / RENOVAR

Direito Tributário Aplicado - Impostos e Contribuições das Empresas. Fabretti, Láudio Camargo / ATLAS

Comentários às Súmulas Tributárias do STF e do STJ. Bottallo, Eduardo Domingos; Melo, José Eduardo Soares de / QUARTIER LATIN

Caio Marco Bartine Nascimento

272

Impostos Municipais - ISS - ITBI - IPTU. Oliveira, Jose Jayme de Macedo / SARAIVA

PIS e COFINS na Teoria e na Prática. Bergamini, Adolpho / MP

Código Tributário Nacional Comentado. Freitas, Vladimir Passos de / RT

Impostos Estaduais - ICMS , ITDC , IPVA. Oliveira, Jose Jayme de Macedo / SARAIVA

ICMS - Teoria e Prática. Melo, José Eduardo Soares de / DIALETICA

Comentários ao Código Tributário Nacional (Volumes I, II e III). Machado, Hugo de Brito / ATLAS

Importação e Exportação no Direito Brasileiro. Freitas, Vladimir Passos de / RT

Caio Marco Bartine Nascimento

273

Impostos - Federais , Estaduais e Municipais. Melo, José Eduardo Soares de; Paulsen, Leandro / LIVRARIA DO ADVOGADO

Processo Tributário Administrativo - Federal, Estadual e Municipal Melo, José Eduardo Soares de / QUARTIER LATIN

Comentários ao Código Tributário Nacional (2 Volumes). Martins, Ives Gandra da Silva / SARAIVA

Simples Nacional. Fabretti, Láudio Camargo / ATLAS

Fundamentos do Imposto de Renda. Oliveira, Ricardo Mariz de / QUARTIER LATIN

Regulamento do Imposto de Renda 2009 - Anotado e Comentado - 4ª Ed. Ampliada e Atualizada. Peixoto, Marcelo Magalhães / MP

Manual Prático de Retenção na Fonte- Imposto de Renda, CIDE, CSLL, PIS/PASEP, COFINS, INSS E ISS. Stamato, Adriana; Mendes, Wagner; Carneiro, Mariano / MP

Caio Marco Bartine Nascimento

274

Curso Prático de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Tributos Conexos. Viceconti, Paulo Eduardo V.; Neves, Silvério das / FRASE

Imposto de Renda das Empresas com Base no Lucro Presumido , Arbitrado e no Simples. Fernandes, Luciane Alves; Schmidt, Paulo; Santos, José Luiz dos / ATLAS

Contribuições Sociais - Doutrina e Jurisprudência. Junior, Nicolau Konkel / QUARTIER LATIN

Contribuições Sociais - Resumo Prático. Young, Lucia Helena Briski / JURUA